Jornal Triangulo - 181

24
FESTAS REALIZAM-SE DE 10 A 15 DE AGOSTO Bombeiros da Malveira esperam por si Pág.9 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 181 • 6 AGOSTO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO jornal regional Triângulo Amadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira AMADORA AMORAMA quer melhorar os apoios a deficientes Pág.5 BOBADELA Jovens trabalham nos tempos livres para ganhar para as férias Pág.11 ODIVELAS CNE acusa ex-Governador Civil de interferência nas autárquicas 2009 Pág.16 ERICEIRA Patinagem artística mostra os seus dotes Pág.10 Em Agosto estamos de férias. A equipa regressa no início de Setembro e, a 15 desse mês, sai o jornal Triângulo, com a sua edição de 8ºaniversário. Desejamos boas férias aos nossos leitores e colaboradores JOSÉ GOMES, PRESIDENTE DA JUNTA DE VIALONGA “Continua a haver ocupação selvagem da Várzea” Págs.18/19 GONÇALO GAMBOA, PRESIDENTE DA FEXPOMALVEIRA “Associações vão pensar o futuro em conjunto” Pág.9

description

Jornal Triangulo Quinzenal

Transcript of Jornal Triangulo - 181

Page 1: Jornal Triangulo - 181

QUINTA DA FONTE (APELAÇÃO) E CASAL DA MINA (BRANDOA)FESTAS REALIZAM-SE DE 10 A 15 DE AGOSTO

Bombeiros da Malveira esperam por si Pág.9

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 181 • 6 AGOSTO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO

jornal regional

TriânguloAmadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira

AMADORA

AMORAMAquer melhorar

os apoiosa deficientes

Pág.5

BOBADELA

Jovens trabalhamnos tempos livres

para ganharpara as férias

Pág.11

ODIVELAS

CNE acusaex-Governador Civil

de interferêncianas autárquicas 2009

Pág.16

ERICEIRA

Patinagemartísticamostra

os seus dotesPág.10

Em Agosto estamos de férias. A equipa regressa no início de Setembro e, a 15 desse mês,sai o jornal Triângulo, com a sua edição de 8ºaniversário. Desejamos boas férias

aos nossos leitores e colaboradores

JOSÉ GOMES, PRESIDENTE DA JUNTA DE VIALONGA

“Continua a haver ocupação selvagem

da Várzea” Págs.18/19

GONÇALO GAMBOA, PRESIDENTE DA FEXPOMALVEIRA

“Associaçõesvão pensar o futuro

em conjunto”Pág.9

Page 2: Jornal Triangulo - 181

2 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULOACONTECEU...

VAI ACONTECER...

Quinta-feira, 22 de Julho

AMADORA - Foi inaugurada na Galeria Municipal Artur Bual a exposição de Joaquim Carvalho Pintura ¼ Século…charneira de um milénio “LE ROI DE COEUR” a nova (des)ordem da simetria & o funcionário número 206. Trata-se de uma exposição comissariada por José-Luís Ferreira e Henrique Gabriel. Nesta mostra de pintura recheada de poesia, Joaquim Carvalho reúne algumas das obras que tem vindo a fazer ao longo da vida. A mostra estará patente ao público até ao dia 15 de Agosto, no seguinte horário: terça a sexta-feira, das 10.00h às 12.30h e das 14.00h às 18.00h; sábados, domingos e feriados, das 15.00h às 18.00h. Encerra às segundas-feiras.

Sábado, 24 de Julho

ODIVELAS – Teve lugar no Jardim da Música a I Mostra de Artesanato Urbano e a final do OdivelasFashion - Miss 2010. À tarde, dezenas de artesãos apresentaram, peças de artesanato urbano. À noite realizou-se a eleição da Miss Concelho de Odivelas 2010, o culminar do OdivelasFashion 2010.

Domingo, 25 de Julho

AMADORA- No âmbito da 25.ª Edição do Torneio “Cidade da Amadora” em Atletismo, realizou-se, entre as 9h30 e as 13 horas, o Grande Prémio da Associação Cultural Moinho da Juventude, com partida e chegada junto à Travessa do Outeiro (Alto da Cova da Moura). O Torneio “Cidade da Amadora” em Atletismo agrupa e calendariza as várias provas de atletismo organizadas pelas entidades promotoras do evento, nas seguintes categorias: Benjamins, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores, Seniores, Femininos e Masculinos, Veteranos 1,2,3,4,5 e 6, bem como Veteranas 1 e 2.A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal da Amadora em colaboração com as Associações Desportivas e as Juntas de Freguesia locais.

LOURES- Com a presença de 1 damista francês e 1 argelino, três marroquinos e 15 portugueses, dos mais cotados do ranking nacional, decorreu, durante dois dias, no Parque da Cidade de Loures, o IV Torneio Internacional de Damas, organizado pela Federação Portuguesa de Damas.

Sábado, 31 de Julho

MILHARADO - O Rancho Folclórico do Milharado descolou-se a Peso da Régua, onde tiveram lugar as festas em honra de Nª Sª do Socorro e actuou, a convite da Casa do Povo de Godim e da Comissão de Festas, no XIII Festival de Folclore. MAFRA- O Rotary Clube de Mafra promoveu, durante dois dias, uma recolha de alimentos, para a Loja Solidária, em Mafra.

Quinta-feira, 5 de Agosto

RAMADA – Tem lugar a inauguração da exposição “Noticias de Odivelas no Quatro de Outubro - uma visão republicana, no Centro de Atendimento e Exposições. A exposição está patente de 5 de Agosto a 3 de Setembro.

Sexta-feira, 6 de Agosto

ODIVELAS - Realiza-se uma Assembleia de Credores do Odivelas Futebol Clube, que irá analisar uma proposta de intervenção envolvendo o Benfica, Câmara Municipal de Odivelas e o OFC. Caso não seja aprovada, o clube pode ter de encerrar as portas, face à incapacidade em pagar as elevadas dívidas de que é responsável.

MURTEIRA – Começam a 6 de Agosto e prolongam-se até ao dia 9 as festas da Murteira, localidade da freguesia de Loures. Dinamizadas pela estrutura associativa local, as festas contam com muita música, baile, e os habituais petiscos.

Sábado, 7 de Agosto

ERICEIRA – Realiza-se o concerto comemorativo do 161º aniversário da Filarmónica Cultural da Ericeira. Iniciativa que tem lugar na Praça da República – Jogo da Bola, a partir das 17 horas. De referir que nesse mesmo dia, mas pelas 22 horas, no mesmo local, haverá um outro momento de animação musical, a cargo do Eribrass.

ERICEIRA – Subordinada ao tema “Devoções. Património Religioso da Ericeira”, teve lugar uma visita ao centro histórico da vila que é terra de pescadores e veraneantes, com especial abordagem para as cinco igrejas e capelas da Ericeira, suas histórias, obras de arte e curiosidades. Nesta visita guiada, os participantes visitaram ainda o Arquivo-Museu da Santa Casa da Misericórdia da Ericeira, a casa de memória da vila. Ao longo do percurso, foram surpreendidos com panorâmicas que as ruas da vila oferecem, sempre com o mar no horizonte, e tomaram contacto com algumas particulares devoções, ilustradas por mais de uma centena de registos de azulejos dispersos pela Ericeira. As visitas guiadas integradas nas “Rotas do Património” e prosseguem no dia 4 de Setembro, sob o tema “Percurso Histórico na Urbe de Mafra: da Vila Medieval ao Palácio-Convento”.

Domingo, 8 de Agosto

ODIVELAS – Tem lugar mais uma Feira de Antiguidades e Velharias, no Largo D. Dinis, na cidade de Odivelas. A realização da Feira de Antiguidades e Velharias de Odivelas pretende assim promover junto da população o interesse pelos testemunhos do passado, incentivar o coleccionismo, mas também aumentar a oferta cultural da freguesia, nomeadamente através de iniciativas de animação no centro histórico, contribuindo para a sua reabilitação.

ALVERCA – O estádio do Futebol Clube de Alverca será palco de um jogo amigável entre a Selecção Nacional de Angola e o Olhanense. O encontro é organizado pelo Futebol Clube de Alverca, contando com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. O jogo terá transmissão em directo para Angola, pela “Sport TV”.

Quinta-feira, 12 de Agosto

MONTE BOM - De 12 a 15 de Agosto têm lugar os festejos em honra de NªSªda Conceição, na localidade de Monte Bom, em Mafra. Uma vacada, porco e sardinhas grátis, corrida de rolamentos, danças, quermesse e a actuação de diversos grupos, tudo faz parte do programa elaborado pela Comissão de Festas.

Sexta-feira, 13 de Agosto

BARREIRALVA- Na localidade de Barreiralva, no concelho de Mafra, começam as festas em honra de Nª Sª da Lapa, que decorrem durante três dias 13, 14 e 15 de Agosto, num recinto ao pé da igreja local. Bailes, música, cozinha saloia, petiscos, quermesses, não vão faltar motivo para se ir até Barreiralva.

Domingo, 22 de Agosto

ENXARA DO BISPO – Continuando a percorrer as freguesias de todo o concelho de Mafra, a Associação de Dadores de Sangue do concelho promove, na Enxara do Bispo, mais uma acção de recolha de sangue. Acção idêntica tem, uma semana depois, a 29 de Agosto, mas na freguesia do Milharado.

Domingo, 29 de Agosto

MAFRA – Realiza-se, com entrada livre, a já conhecida VIII Poule Hípica. O acontecimento desportivo começa pelas 9,30 h, decorrendo ao longo de todo o dia, havendo apenas um intervalo para almoço.

Sábado, 4 de Setembro

BEMPOSTA - O Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, na freguesia de Bucelas, Loures, comemora o 43º aniversário do Rancho de Folclore e Etnografia “Os Ceifeiros da Bemposta”. Do programa consta um jantar convívio, entrega de lembranças e actuações do Rancho de Folclore e Etnografia “Os Ceifeiros da Bemposta”; Rancho Regional de Argoncilhe (Santa Maria da Feira); Rancho Folclórico Luz dos Candeeiros (Porto de Mós); Grupo Folclórico “Os Fogueteiros de Arada” (Ovar) e Rancho de Folclore e Etnografia “Os Ceifeiros da Bemposta”, terminando o dia com a actuação da Escola de Concertinas do G.M.R.Bemposta. Este ano a Festa de Folclore tem como tema central a apanha da azeitona, um trabalho agrícola iniciado no mês de Novembro, por grupos de homens e mulheres.

Domingo, 19 de Setembro

AMADORA – Integrado no 25º Torneio da Cidade da Amadora, realiza-se a 19 de Setembro maus uma prova, desta vez organizada pelo Grupo de Atletismo do Clube desportivo Cá-Te-Espero. Mais tarde, a 26 do mesmo mês, será a vez da Légua da Cidade da Amadora.

Quinta-feira, 23 de Setembro

LOURES – No âmbito das comemorações do centenário de implantação da República, tem lugar, no Arquivo Municipal de Loures, um debate sob o tema “A Lei da Separação da Igreja e do Estado”, com a presença da Drª Anabela Melão e o Dr. Carlos Leitão.

Page 3: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 3

Adivinhem quem foi?

Esta é de bradar aos céus. Faz mesmo lembrar os tempos da bufaria, os tempos da outra senhora. Um cidadão fez uma simples reclamação a um departamento da Câmara de Loures, que lhe reconheceu toda a razão. Nem sequer era um problema complicado de resolver ou excessivamente polémico. Ao que parece, a Câmara alertou, por seu lado, a respectiva Junta de Freguesia cujo presidente, que não admite tal exercício de cidadania, não só tenta justificar-se como ainda para mais, na resposta que dá, diz que o cidadão em causa está ligado a um determinado partido. Onde é que já chegámos! Agora, fica o desafio de adivinhar quem é a brilhante cabecinha.

Queméafinala“escumalha”?

“Escumalha” foi o adjectivo mais simpático que uma pretensa associação cívica, ali para os lados de Sintra, encontrou, para chamar aos moradores que a Câmara da Amadora, pretende realojar, em casas adquiridas no concelho vizinho. Num aparte, aqui o Melga tem sérias dúvidas que não existam casas que pudessem ser adquiridas na Amadora e não entende a necessidade de enviar os moradores para as a vizinha Sintra. Mas tal não justifica o impropério, para ser simpático, lançado sobre os moradores, muitos deles trabalhadores da construção civil ou empregadas de limpeza, por parte dos senhores da Associação, preocupados com a “conspurcação” do ambiente, pois tais realojamentos significariam mais bandalheira, nas palavras de tão inteligentes cérebros. Perante tais desatinos, aqui o Melga não tem muitas dúvidas que a existir uma escumalha, ela se identificou claramente pelas burrices que disse….

Faltouosextosentido

Aqui o Melga também gosta de se instruir. Não é só chupar o sangue dos outros, vivendo desses reles prazeres físicos. Não, uma Melga também tem cabecinha, pequena é um facto, mas tem. Vai daí, resolvi visitar a exposição que estava ali no Parque da Cidade, em Loures, aquela dos cinco fotógrafos que são cinco sentidos. Sábado, dia 24 de Julho, 19.15h, pois claro, pois estava menos calor. “A funcionária foi tomar um chá, não demora nada”, disse o segurança, sorriso espampanante, para adocicar o ambiente. Sem funcionária, não há visita, mas como é conhecida a enorme paciência da Melga, resolvi esperar. São 19.50, enfim, vinte minutos deve chegar para um chá...”Ah! ainda não veio, mas não há problema, a exposição pode ser vista até às 22 horas....”, responde, já um bocado encolhido, o segurança, a pensar que me dava uma chazada...mandei-o bugiar e fui-me embora.

Património Mundial? Assim !!

Vai daí resolvi partir para outra, fui até ao Convento de Mafra, à Biblioteca que, felizmente, já não tem os morcegos a voar pelos seus claustros, dando cabo da bicharada que comia o papel. Ainda podia ser confundido e ia desta para melhor. No final, e isto também acontece às Melgas, fui à casa de banho, ao toillette, ao WC de um monumento que o Cavaco quer que seja elevado a património mundial. O WC estava avariado, não havia papel para limpar as mãos e a maquineta de secar estava estragada. Num fim de semana, com centenas de turistas...poupem-me!

ComentárioCarlos Cardoso

Justiça

Ficha TécnicaAdministração, Direcção e Redacção: Rua do Adro, Nº 40 - 2625-637 Vialonga Tel: 210 996 295 Fax: 211 923 115; Correio electrónico: [email protected]; Propriedade: “Ordem de Ideias”- Cooperativa de Informação, Comunicação e Produção de Eventos; Nº de Contribuinte: 506 197 808 - Correio electrónico: [email protected] ou [email protected]; Director: Carlos Cardoso - Redacção: Carlos Cardoso; Sara Cabral; Rogério Batalha (Mafra); Colunistas: Adventino Amaro; João Milheiro; José Falcão; Mário Máximo; Nuno Augusto Colaboradores: Humberto Rufino (Trânsito); Jaime Carita (Fotógrafo); Cultura: Dr. Arquimedes Silva Santos; Dr. Miguel Sousa Ferreira; João Filipe (Automobilismo) Registo de Imprensa: 124093 - Depósito Legal N.º 190970/03 - Impressão: Grafedesport; Tiragem Média: 7.500 exemplares

ABERTURA

O MELGADeparei, há dias, com uma notícia que dava conta de um processo movido por uma cidadã contra um juiz. A propósito de um caso menor, de uma inundação numa casa, o juiz supostamente dirigiu-se aos berros à pessoa em causa, e a gozar quis saber, aos gritos e a bater na mesa, se conhecia a fórmula para encontrar o volume de água, num determinado espaço, como se fosse isso que estivesse em causa no litígio.Revoltada, a pessoa em causa, por acaso até era professora, meteu um processo ao juiz, nas instâncias da classe que tendo mais com que se preocupar mandaram arquivar. Inconfor-mada, pois entende que o exercício de tão elevado cargo, exige respeito, a cidadã não parou e avançou com o processo.Este exemplo levanta muitas dúvidas sobre os modelos de controlo da qualidade da nossa justiça. E se estamos a falar de um processo supostamente simples, sem carga mediática, as nossas inquietações aprofundam-se quando deparamos com todo o que envolve casos como o da Casa Pia ou o Free-port, que são hoje em dia um caldeirão de contradições, um exemplo de como a nossa legislação é tão complicada, tão pouco escorreita que é possível, seja pelo lado da acusação, seja pelo lado da defesa, fazer correr os processos durante anos e anos…provavelmente até os prazos prescreverem.Há tempos escrevi que acreditava pouco nesta suposta inde-pendência da justiça. Os dados mais recentes vêm confirmar isso. Seja por defesa de interesses cooperativos, seja por sim-patia partidária, seja por influência económica, a verdade é que estamos a assistir a uma justiça permeável, influenciável, hesitante e, infelizmente, favorecendo sempre o mais forte. Perante isto, diz-se para deixar o mundo da justiça aos homens da justiça. O que é um erro. O mundo da justiça é um mundo com que o cidadão comum é confrontado e, mais grave, na maior parte das vezes não sabe ou não tem capacidade para lidar. Faz falta, de facto, um movimento cívico que aborde a justiça de forma descomplexada, fornecendo elementos e apoios ao cidadão comum, que, está visto, fica indefeso, tantas e tantas vezes, perante os azeites de um senhor juiz, ou feito bola de pingue-pong face aos múltiplos e infinitos requerimentos de advogados. Parvoíce? Esperemos para ver os desenvolvimentos dos processos que andam na berra ( e na barra…) e depois tornamos a falar.

NOTA: Um irritante problema no nosso sistema informático, quando o jornal estava para ser enviado para a gráfica, obrigando a que todo o trabalho tivesse de ser feito de novo, atrasou a saída desta edição. Do facto pedimos desculpa aos leitores.

Page 4: Jornal Triangulo - 181

4 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

BREVESAMADORA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

Simtejo reabilitaCaneiro da Ribeira da Falagueira

AMADORA

ASSINE JÁenvie-nos este cupão ou um mail para:

[email protected]

BOLETIM DE ASSINATURAAnual (24 números) 15 €

Nome: ______________________________________________________________Morada: ____________________________________________________________Código Postal: __________-_________

Tel.: _____________________________

Cheque deve ser enviado em nome de Ordem de Ideias, CRL., para: Rua do Adro, Nº 40, 2625-637 Vialonga ou feita transferência através do NIB 003300004523233733305

O Caneiro da Ribeira da Fala gueira, loca lizado no troço com pre endido entre o Parque Aventura e a Rua Elias Garcia, na freguesia da Fala gueira, Amadora, vai ser reabilitado, no sentido de melhorar o serviço e o am-biente urbano. A em prei tada, num valor su pe rior a 838 mil euros, é da res pon sabilidade da Sim tejo- Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão, S.A.. As obras vão im pli car algu mas condi-cionantes no trânsito local

nomea da mente na Avenida General Humberto Delgado, Avenida Miguel Bombarda, Avenida Coman dante Luís António da Silva e Rua Elias GarciaNo decorrer da empreitada existirão situações que vão obrigar a condicionamentos de trânsito e estacionamento, em especial na Av. Coman-dante Luís António da Silva e na Av. Miguel Bom barda, fi-cando garan tida a circulação rodoviária e pedonal. A SIMTEJO – Saneamento

Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão, S.A., foi constituída em 2001, na qualidade de empresa con-ces sionária do Sistema Mul-timunicipal de Sanea mento Integrado do Tejo e Trancão, e tem como missão assegurar a prestação de serviços de saneamento de águas resi-duais – recolha, tra tamento e rejeição – aos mu nicípios de Amadora, Lisboa, Loures, Mafra, Odi velas e Vila Franca de Xira. A SIMTEJO tem com prin-

Bolsas

A Câmara da Amadora aprovou a criação de duas bolsas de pro-fissionais, de projectistas e em-preiteiros, para que a popula-ção possa agilizar os processos de consulta e selecção de pres-tadores de serviço para a reali-zação de projectos de arquitec-tura e de especialidades, bem como de empreitadas de re-abilitação de edifícios de pro-priedade privada localizados na área do concelho. A criação destas bolsas, a serem disponi-bilizadas aos particulares atra-vés do site da Câmara Munici-pal, surgiu depois de a Divisão de Recuperação do Parque Ha-bitacional Privado da autarquia se ter deparado com a dificul-dade de alguns proprietários na selecção de empreiteiros e pro-jectistas que sejam credíveis e acessíveis. Para constarem das referidas bolsas, os projectis-tas e empreiteiros devem apre-sentar a sua candidatura e pre-encherem uma série de requi-sitos, como a apresentação de portfólio de obras e projectos e o currículo da equipa técnica.

Venteira

Em complemento da notícia publicada na edição anterior, informando de um projecto da Junta de Freguesia da Ventei-ra, garantindo transporte para consultas aos idosos da fregue-sia, esclarece a autarquia que, neste momento, esse serviço funciona de segunda a sexta feira, durante todo o dia, e já não faz parte do projecto “Ven-teira Solidária”, sendo assumi-do em pleno pela Junta de Fre-guesia.

cipal objectivo estratégico a des poluição das bacias hi dro gráficas e dos meios receptores na sua área de influência, com especial incidência no Estuário do Tejo, nas pequenas ribeiras afluentes da margem direita do Rio Tejo entre Vila Franca de Xira e Algés, na bacia hidro gráfica do Rio Trancão e nas ribeiras do Oeste do Mu-nicípio de Mafra e respec tiva frente atlântica.A SIMTEJO actua na pro-tecção dos recursos hídri-

cos, fazendo a despoluição, re colha e tratamento das águas residuais através das suas infra-estruturas.Atra vés dos interceptores, con dutas e estações eleva-tórias que integram o seu Sistema Multimunicipal de Saneamento, a SIMTEJO conduz as águas residuais às diversas Estações de Tra-tamento de Águas Resi duais (ETAR), onde é tratada e devolvida ao meio receptor ou reutilizada. A empresa realizou, até ao final de 2009, investimentos de cerca de 158 milhões de euros, estando previstos para 2010 investimentos na ordem dos 60 milhões de euros. O plano de inves ti mentos do Sistema de Saneamento da SIMTEJO inclui 32 ETAR, 93 Estações Elevatórias e 339 km de interceptores e con-dutas elevatórias, a con cluir até 2013.

Page 5: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 5AMADORA

O pontapé de saída já foi dado e, agora, a AMORAMA- Associação de Pais e Amigos de Deficientes Profundos, tem cerca de 36 meses para concretizar aquilo que é mais do que um sonho, uma melhor resposta às necessidades de cidadãos com deficiência mental, ou seja, a construção de novas instalações.Não tem sido, nem vai ser, um processo fácil, como o reconhece Aurélio Sá, presi-dente da Direcção da AMO-RAMA, Instituição Particular de Solidariedade Social, fundada em 1988 e cujas actuais instalações se situam na freguesia da Mina. Lembra as diversas candida-turas apre sentadas a progra-mas de apoio governa men-tal, depen dentes de fundos do PIDDAC, o PAI, o PARES 1 o PARES 2 em que por uma ou outra razão, onde a o peso da burocracia asfixia a vontade de inovação e de encontrar rapidamente soluções para os problemas, viram o sonho adiado. “Isto apesar de já termos o terreno cedido, por parte da Câmara Municipal da Amadora, na urbanização de Vila Chã. Até que apresentámos uma nova candidatura, ao POPH e depois de resolvidos, mesmo até à última da hora, mais um conjunto de questões buro cráticas, o projecto foi aprovado, tendo sido assi nado, a 8 de Julho, em

Alen quer, numa cerimónia pública, o contrato para a construção das novas insta-lações”.É um investimento signifi-cativo, superior a um milhão e oitocentos mil euros. Deste valor, 25 por cento é da inteira responsabilidade da AMORAMA, sendo o res to da responsabilidade go verna mental e de fundos comunitários. “Teremos de recorrer ao crédito bancário, mas seria importante um maior apoio e envolvimento de instituições e empresas locais”.As novas instalações permi-tem um outro nível e uma outra qualidade de res-postas. A AMORAMA tem, actualmente, dois serviços. Um deles é o CAO- Centro de Actividades Ocupacionais, destinado a pessoas com

deficiência a partir dos 16 anos de idade. Dos actuais 2 4 u t e n t e s p a s s a r i a m para 30. O outro serviço é o SAD- Serviço de Apoio Domiciliário, com 45 utentes e com as novas instalações passariam para 50. Para além destes dois serviços, seria criado um terceiro, um Lar Residencial, para 24 pessoas com problemas de deficiência mental. Este aumento do número de utentes implicaria, por outro lado, o reforço em termos de pessoal, com a AMORAMA a passar dos actuais 23 trabalhadores para 57.

Instituição únicaSandra Couto é a coorde-nadora do Centro de Activi-dades Ocupacionais. “Temos pessoas com todo o tipo de deficiência mental ou intelec-

tual, com graus diversos”. O CAO é um espaço onde se desenvolvem actividades educativas, de reabilitação e integração da pessoa com deficiência, através da sua autonomia pessoal e social e do desenvolvimento das suas capacidades cognitivas.“O nosso objectivo é a cria-ção de condições para o bem - estar dos nossos uten tes, ocupando o dia com acti-vidades que decorrem em sala ou no exterior”. E são imensas as actividades de-senvolvidas, teatro, pin tura, artes plásticas, jogos, jar-dinagem, natação, através de um protocolo estabelecido com o CNA- Clube de Natação da Ama dora, etc. “Contribuímos para a inte-gra ção destas pessoas na comunidade. Mesmo aque-les que se movimentam

em cadeiras de rodas, são incluídos em actividades no exterior”.De referir que a AMORAMA adquiriu um autocarro com 27 lugares e, posteriormente três viaturas, duas de 5 lugares para dar apoio ao SAD e uma de nove lugares para responder às necessidades das duas valências.Já o SAD- Serviço de Apoio Domiciliário, tem outros objectivos e atinge uma população diferente, o que significa, também, que a própria AMORAMA ampliou o leque de intervenção social, não se limitando, como foi o projecto inicial dos pais que fundaram a Associação, a dar resposta a jovens e adultos com deficiência mental. ”O SAD pretende responder às necessidades de pessoas dependentes idosos ou portadores de deficiências”, expl ica, por seu lado, Mafalda Rocha, Directora da AMORAMA. “Falamos de pessoas que, grosso modo, vi vem sozinhas, idosos, pes-soas com limitações imen sas de autonomia, com pro-ble mas complicados do foro cardiológico, respira-tório, que sofreram AVC ou quedas, etc. O nosso serviço responde, nas casas das pessoas, às necessidades de higiene pessoal e conforto pessoal, tratamos da roupa, garantimos a alimentação, adquirimos bens no exterior, nomeadamente os médicos

AMORAMA- ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DE DEFICIENTES PROFUNDOS

Construção de novas instalações precisa do apoio de todos...e mais alguns

Carlos Cardoso

com a devida prescrição médica, desenvolvemos actividades sócio-recrea-tivas”.Provavelmente, o mais im-por tante para estas pes-soas é a possibilidade de te rem alguém com quem falar, expor os seus anseios e preocupações, pois a maioria destes idosos passam dias sem ver ninguém, a não ser os profis sionais da AMO-RAMA. “A instituição tem, inclusive, um serviço de fisioterapia ao domicílio, algo em que somos pioneiros”, acrescenta Mafalda Rocha.Para além disso, as técnicas da AMORAMA chegam a visitar alguns dos idosos mais do que uma vez por dia, porque a necessidade assim o impões, isto apesar da Segurança Social, em termos de comparticipações, ape-nas contribuir para uma visita diária. A AMORAMA tem utentes oriundos de diversos con celhos. E uma lista de espera enorme. Instituição que nas ceu do amor para com aqueles que “têm emoções, os seus olhos expressam aqui lo que sentem”, como diz Aurélio Sá, quer agora pas sar a uma nova fase da sua vida, garantindo uma inter venção social de melhor qualidade e quantidade. Por isso, como desabafa o presidente da Direcção “todos os apoios são bem vin dos”.

Anuncie GRATIS aqui! Envie o seu anúncio através do e-mail: [email protected], pelo correio para a morada: Rua do Adro, Nº 40, 2625-637 Vialonga ou ainda pelo fax 211 923 115

OUTROS

COMPRA-SE

DIVERSOS

Antigo compro recheio de casas, cómodas, livreiras, loiças, pratas. Tudo antigo. Pago

Loja de sapateiro. Centro Comercial Delta. Póvoa de Santa Iria.Telemóvel: 96 006 71 17

TRESPASSA-SE

Cómodas, livreiras, aquecedores, c a d e i r a s , e s p u m a p a r a almofadas, madeiras, sucatas diversas e todo o tipo de papel Tlm.: 939409086Admite vendedores. Área da Grande Lisboa. Tlm.: 918 725 82Senhora aceita trabalhos de cortinas e decoração p/fazer em casa.

Casaínhos - Fanhões.Contactos: 210 163 993 ou 916 435 320

Compro discos de vinil. Todos os géneros musicais (LP, singles). Tlms.: 91 932 11 46 / 96 428 70 71 / 93 675 48 55

Médium - Consulta de TarotVenha consultar o Oráculo. Saiba o que está mal na sua vida ou como melhorá-la. Encontre o equilíbrio espiritual. Não cobro consulta, fica à

consideração do cliente. Póvoa de Stª Iria - Qtª da Bolonha Tlm.: 962 831 503

Dá-se aulas de música. Vale de Amoreira. Tel.: 21 202 23 76

Entrega de flores ao domicílio.Tlm.: 939 528 664

Bolos de casamento, aniversário e baptizados. Tel.: 21 941 91 47

Tudo para iluminação. Tel.: 21 950 1238

Comida a peso - Grelhados - Saladas - Salgados, etc. Tel.: 21 982 33 58

VENDE-SE

Cómodas, livreiras, aquece-dores, cadeiras, espuma para almofadas, madeiras, sucatas diversas e todo o tipo de papel.Tlms.: 939 409 086 / 933 702 959

4 assoalhadas com quintal.Alto da Loba - Paço d’Arcos - Oeiras. Tlm.: 968 066 947

Correcção de livros e de textos zona: Loures/Odivelas/Vila Franca de Xira e Almada.Tlm.: 91 558 03 11

Fazemos mudanças 24H/dia.Segunda a Domingo, serviço completo, 25 euros/hora e p/ todo o país, mc=2 horas.Tlm.: 96 436 14 29

Bailarina com experiência de 2 anos, procura músicos para in-tegrar uma banda de música. Os candidatos deverão possuir boa capacidade de relaciona-mento e motivação. Oferece-mos salário base. Tlm.: 939 409 086

Animadora social, 25 anos, competente com muita expe-riência procura emprego em qualquer ramo de actividade. Disponível para trabalhar em qualquer parte do país. Tlm.: 939 409 086

OFERTA

EMPREGO

Assistente Dentária. Clínica Loures. 12ºano; c/ experiência; conhecimentos inf. óptica utilizador; vencimento 650€+sub.almoço. CV p/ [email protected].

Recepcionista. Clínica Loures. 1 2 º a n o ; c / e x p e r i ê n c i a ; conhecimentos inf. óptica u t i l i z a d o r ; v e n c i m e n t o 650€+sub.almoço. CV p/ [email protected].

Comercial. Clínica Loures. 12ºano; c/ experiência em vendas; conhecimentos inf. óptica utilizador; vencimento

ALUGA-SE

IMOBLIÁRIO

750€+sub.almoço+ comissões atractivas. Enviar CV [email protected].

Médico(a) Dentista. Clínica L o u re s ; c o m e x p e r i ê n c i a mínima de 2 anos. CV para

PROCURA

Jovem qualificado, 25 anos, licenciado em animação social, procura emprego/estágio em qualquer empresa. Tlm: 939 409 086.

Modelo fotogénica, boa aparência, experiência de 5 anos em trabalhos de publicidade e fotografia, procura trabalho em agência de modelos ou publicidade.Tlm.: 939 409 086

Senhor, 42 anos, curso superior técnico em comércio internacional, francês, inglês e espanhol, procura emprego no atendimento ao público, ou como recepcionista ou como

bem.Telefone: 21 432 50 01Telemóvel: 96 249 46 58Sucatas diversas, inox, cobre, latão, alumínio, cartão, arquivo morto e todo o tipo de papel. Tlm.: 91 994 18 55

Antiguidades, velharias, loiças, livros. Compro. Tlm.: 91 671 14 55

DIVERSOS

Page 6: Jornal Triangulo - 181

6 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO AMADORA

GINÁSTICA MENTALNº 1

5 6 8 4

1 2 9 3

857

1 4 7 56 8 3

9 6

3 8 1

5 3 94

3 2 71

568

5684 71329

3978 24516

8497 12635

1765 49283

9512 83764

6249 35871

2136 57498

4321 68957

7853 96142

Confirmar soluções em página desta edição

SOLUÇÕESNº 1

Preencha a grelha com os algarismosde 1 a 9 sem que nenhum deles se repita

em cada linha, coluna ou quadrado

Jorge Barata dos Santos (Amadora)

Jorge Chora, 58 anos, fora avó há três dias. Quando escreveu o conto “Os Guardiães da Arca”, ainda o neto estava recolhido no ventre da mãe, pelo que, fisicamente, ainda não visualizava fisicamente aquele que lhe dá “uma imensa alegria”. Mas escreveu o conto. Não que escrever se-ja propriamente um salto no escuro, pois “há mais de 30 anos” que vai parindo crónicas, contos e histórias. Tem, hoje, em dia, um blog, onde publica os seus textos, o www.historiasdochora.blogspot.com.O interessante foi a coinci-dência, pois o seu conto foi um dos 20 escolhidos para fazer parte do livro “Histórias para Netos”, publicado pela Câmara da Amadora, forma escolhida pela autarquia para comemorar o Dia dos Avós, “uma data que assinala a sabedoria e a experiência adquirida ao longo da vida por todos os que são avós e que é transmitida aos mais novos, nomeadamente aos netos. Os avós assumem, cada vez mais, um papel acti vo no seio da família e da sociedade e são os próprios, muitas vezes, a assegurar a educação dos seus netos”. No caso de Jorge Chora, co mo que a antecipar o seu papel de avó, o conto faz o apanágio de valores e de bens , como a inteligência, o trabalho, o dinheiro, e de co mo “só a actuação em conjunto destes valores ga ran te o su-cesso”. O livro “Histórias para Netos”, reúne os 20 melhores con tos recebidos no âmbito do con curso lançado a mu-ní cipes com 55 ou mais anos, na qualidade de avós, no sen tido de apresentarem histó rias populares com

características de conto infan til. A originalidade da história, a estrutura de conto tradi cional e a qualidade da nar rativa foram os critérios que presidiram à selecção dos 60 trabalhos apresentados a concurso. Foi o caso do texto escrito por Maria Cristina Saraiva. Ao longo da sua vida, em particular na qualidade de professora, adquiriu qua-lidades e capacidades para interpretar os desejos e os sonhos dos mais novos. Por isso, apesar de não ter netos, teve capacidade para ir ao baú das suas recordações, às aventuras passadas na Quinta, às palavras e con-versas de então e escrever o “Foi esse o dia”, onde está presente algo de auto-biográfico.

Igualmente professora, agora reformada, Marieta Afonso sempre comunicou imenso com os alunos do ensino básico através das histórias e das peças de teatro que engendrava. Não foi uma das 20 escolhidas, mas o seu conto, que “foi fruto da imaginação”, foi igualmente um exemplo da vontade de os mais velhos transmitirem saberes, experiências, aos mais novos, ajudando-os a dar passos certos neste percurso cada vez mais complexo que é a vida.“Histórias para Netos” é uma iniciativa que se ins-creve no trabalho que a Câmara Municipal da Ama-dora tem desenvolvido junt o da população idosa do concelho, com vista a esti mular a intervenção so-

cial e o pleno exercício do direito da cidadania, tendo como objectivos, valorizar a pessoa idosa e contribuir pa ra o seu bem-estar geral, criar um ambiente social que possibilite a plena afir-mação das capacidades da pessoa idosa, fomentar a criatividade e estimular a imaginação, fomen tar a troca de experiências e so li da riedades entre duas gerações. Conforme referiu a verea dora Carla Tavares, ao “ler estas histórias podemos recordar costumes, lendas e tradições de lugares díspares e através deles entrar no imaginário ou realidades em tempos passados que poderão ser utilizados como ensinamentos para gerações futuras”.

Carlos Cardoso

VINTE HISTÓRIAS DE ENCANTAR

Avós (e não só...) escrevempara imaginários ou reais...netos

A Universidade Atlântica está a promover o lança-mento, para arranque no início do ano académico de 20 10/2011, do seu novo Mes trado em Gestão. Trata-se de um curso de 2º ciclo inovador e moderno, adap tado a Bolonha, que con ta com a participação de docentes provenientes de uma reputada instituição de en sino superior norte-ame-

ricana, o que lhe confere qua li dade e dimensão inter-nacionais. Em termos curriculares, este Mestrado em Gestão da Universidade Atlântica é baseado num conceito de gestão multidisciplinar, par ticularmente atento às constantes mudanças dos mercados numa era de eco-nomias globalizadas, mas que integra ainda aspectos

Universidade Atlântica promovenovo Mestrado em Gestão

co mo a responsabilidade so cial e ambiental. As candidaturas decorrem até dia 30 de Julho de 2010, tendo o curso início em Outubro de 2010, com funcionamento em horário pós-laboral. O valor de investimento to tal para frequência é de 2900.As aulas decorrerão às se-gundas, terças e sextas-

fei ras, nas instalações da Uni ver si dade Atlântica. Localizada em Oeiras, no complexo da Fábrica da Pólvora de Barcarena, esta instituição tem vindo a estabelecer-se como refe-rência no ensino superior para adultos nas áreas das Ciências Empresariais, da Saúde, do Ambiente e das Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Page 7: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 7MAFRA

BREVESMAFRA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

GRUPO FOLCLÓRICO “OS SALOIOS” DA PÓVOA DA GALEGA

Insistir apesar das dificuldades

A primeira fase de reabi litação dos espaços em redor do Real Edifício de Mafra já está concluída. O Largo General Humberto Delgado, mais conhecido por Largo das Tílias, já abriu ao público, um espaço que se enquadra num objectivo da autarquia mafrense de criar um amplo enquadramento envolvente do Palácio Nacional de Ma-fra. O projecto passa pe la eliminação de obs tá culos à circulação pe do nal, reorgani-zando o trânsito automóvel e o estacio namento. O projecto, que tem finan-ciamento no âmbito do Qua-dro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e do Turis-

mo de Portugal – Programa de Intervenção de Turismo (PIT) contempla uma intervenção em três zonas distintas, mas comple mentares: Terreiro D. João V (largo fronteiriço ao Palácio); Jardim da Alameda (a Sul do Palácio, junto à E.P.I.) e

o Largo das Tílias, a Norte do Palácio, mesmo em frente do portão principal do Jardim do Cerco cujas obras encontram--se, agora, concluídas.O Presidente da Câmara Mu-nicipal de Mafra, José Ministro dos Santos, realçou, numa

visita que fez ao local, “que estas obras foram o ponto de partida para a valorização do Palácio Nacional e serviram, por assim dizer, como uma antecâmara do magnífico Jardim do Cerco”. O largo tem um amplo parque de estacionamento, relva, flores e muitos bancos de jardim especialmente na rua principal que dá acesso directo ao portão do Jardim do Cerco.Após os festejos em Honra de Nossa Senhora da Nazaré, que vão ter lugar no próximo mês de Setembro, irão avançar as obras no espaço em frente do Palácio Nacional de Mafra.

Rogério Batalha

SITUADO NA VILA DE MAFRA

Requalificado o largo em frente do Jardim do Cerco

O Grupo Folclórico “Os Sa-loios” da Póvoa da Galega começou a sua actividade há mais de 40 anos, em Abril de 1968. Se ainda hoje a compo-nente agrícola é marcante, nesse ano ainda era mais expressiva. Não é por acaso que o sím-bolo do rancho é a Bela Cruz que era colocada no campo, no dia 3 de Maio, para que as colheitas corressem bem, A colocação do símbolo era acompanhada de uma reza que dizia o seguinte: “Em Louvor de Santa Helena/E do Menino Jesus/Aqui po-nho neste dia/A Divina Bela Cruz/Deus te dê toda a vir-tude/Porque eu cá fiz o que pude./Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Ámen”.

Campo, religiosidade, músi-ca e alegria no folclore, com-ponentes da cultura saloia que o rancho tenta perdurar, através de um trabalho de pesquisa e de recolha de letras, músicas, danças e que permitem constituir um traço identitário do próprio grupo. João Paulo Fonseca, presidente da Direcção do Grupo, disse ao jornal Tri-ângulo, momentos antes da recepção, na Associação de

Melhoramentos Cultura e Desporto da Charneca, aos grupos que participaram no XXXI Festival de Folclore que, para além da antiguida-de, “há diferenças nítidas em algumas modas” em relação ao Rancho de Folclore do Milharado, situado a cente-nas de metros. Diferenças que justificam a própria existência de dois ranchos, ambos reclamando-se da zona saloia, numa mesma

freguesia. Tudo decorrente desse atu-rado trabalho de pesquisa, feito de contacto individual com os habitantes mais velhos e que também já per-mitiu a recolha de material que fará parte de um futuro espaço museológico.“Contamos neste momento com 44 pessoas e, felizmen-te, com muitos jovens. A média de idades do grupo é de 21 anos”, acrescenta João

Paulo, garantindo desta for-ma a necessária renovação do grupo. Não deixa de ser um apa-rente contra-senso, esta presença de sangue jovem, com o facto de terem de re-duzir as deslocações, seja em termos de quantidade, seja em distâncias, pois os apoios são cada vez mais reduzidos. “Tivemos de reduzir ao nível das actuações, pois o rancho não tem possibilidades de suportar grandes desloca-ções”.Compreende-se, assim, as palavras de Manuela Carri-ço, da Federação de Folclore Português, perante o Rancho Folclórico de S. Cristóvão de Nogueira Regedoura, Ran-cho Folclórico Mira-Serra de Louções, Rancho da Casa do Povo de Aveiras de Cima, Rancho da Mugideira e dos representantes da casa, de que “a cultura tradicional portuguesa continua ao abandono” não se vendo “investimento do que pouco dinheiro que há” no folclore e outras manifestações de cariz popular.

Não é fácil manter em plena actividade um grupo de folclore. Para mais quando nasce numa zona rural que tende, ano após ano, a transformar-se num espaço urbano. Que o diga o Grupo Folclórico “Os Saloios” da Póvoa da Galega, na freguesia do Milharado.

Santo Isidoro

A escola de música, dinamizada pela Junta de Freguesia de San-to Isidoro, que deu os primeiros passos a 7 de Março deste ano, já conta com 58 alunos. Antes de partirem de férias, já deram um pequeno concerto, demonstrativo do excelente trabalho que está a ser desen-volvido. As aulas recomeçam a 4 de Setembro.

CD Mafra

Realiza-se a 6 de Agosto, pelas 20.30h, no pavilhão Gimnos-desportivo do Clube desporti-vo de Mafra, uma Assembleia Geral Ordinária, com dois pon-tos na ordem de trabalhos, uma de informações e as eleições dos órgãos sociais para a época 2010/2011.

Rotary

O Rotary Club de Mafra dinami-zou uma recolha de alimentos, uma acção que contou com a colaboração dos supermerca-dos Intermarché e Pingo Doce da Malveira, Modelo e Inter-marché de Mafra e do Ponto Verde na Ericeira. Aderiram à iniciativa 40 pesso-as que ajudaram na recolha dos alimentos. Foram recolhidos cerca de 4 to-neladas em alimentos que fo-ram entregues ao Projecto En-frente em cuja loja social já se encontram.

Page 8: Jornal Triangulo - 181

8 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO MAFRA

O Major – General António Noé Pereira Agostinho, antigo Comandante da EPI e actual Director de Doutrina do Comando de Instrução e Doutrina do Exército, presidiu, a 30 de Julho, ao Juramento de Bandeira dos 81 soldados recrutas do 6º Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército 2010.A cerimónia realizou-se, co mo é costume, na Pa-ra da Tenente – Coronel Magalhães Osório, na Casa – Mãe da Infantaria.Na altura própria foram atribuídas condecorações a alguns militares da uni-dade, recentemente agrac-iados. Com a medalha de comportamento exem plar, grau cobre, foram con-decorados o 1º cabo Ana Margarida Monteiro Ri-beiro da Silva e os soldados Wilson António Madre de Deus de Sousa e Rafael dos

Santos Martins. A medalha das Comissões de Serviços Especiais foi entregue ao Sargento – Chefe Jorge Manuel Manecas Miranda ( STP 2000 ) e ao Cabo – Adjunto André Rafael Fer-nandes Pedro ( Bósnia 2002 – 2003 ).O Capitão Hélder Reis proferiu a alocução alusiva ao juramento de bandeira e o Chefe da Secretaria de Comando da EPI, Sargento – Chefe José Alves Rodrigues, leu os deveres militares. O Comandante das Forças em Parada e 2º Comandante da EPI, Tenente – Coronel Francisco José Fonseca Rijo, leu a fórmula do juramento que foi repetida, em voz alta, pelos recrutas. A tropa desfilou perante o Estandarte e a Tribuna de Honra, onde se encontrava o Vereador José António Parente, em representação do Presidente da Câmara

Municipal de Mafra. Logo a seguir a Banda do Exército executou alguns trechos musicais que foram muito aplaudidos pelos familiares e amigos dos militares que juraram bandeira.Alguns dos recrutas, que juraram bandeira, são naturais destes concelhos do Oeste e de outros próximos de Lisboa, nomeadamente, concelho de Mafra – Freguesia do Gradil – Bruno Miguel Pedroso Jorge; Concelho de Loures – Freguesia de Camarate – Leandro Filipe Morais da Silva; Freguesia de Frielas – Idálio António Rodrigues Pereira; Freguesia de Santa Iria da Azóia – Márcio André Campos Melo. Concelho e Freguesia de Odivelas – Ricardo Manuel Salvador Vieira e Pedro Miguel Rocha Fernandes.

Rogério Batalha

Major-General Noé Agostinho no juramento de bandeira na EPI

No magnífico Refeitório dos Frades, na Escola Prática de Infantaria, realizou-se, em finais de Julho, um jantar convívio a favor da cons-trução da estátua do único papa português, que viveu no século XIII, e está sepul-tado na cidade italiana de Viterbo. Após a refeição houve leilões e uma animação musical

onde não faltou a dança.Em lugar de destaque foi colocada a maqueta, do primeiro estudo da está-tua, da autoria do escultor sintrense Rogério Timóteo.O eficiente pessoal da Casa – Mãe da Infantaria serviu o bacalhau com natas e, no fim do jantar, o Rotary Club de Mafra fez questão de oferecer o delicioso café.

Jantar para ajuda da estátua de João XXIO teclista Rogério Silva, da Freguesia de Santo Isidoro, abrilhantou o baile, mas os aplausos da noite foram para as suas filhas Daniela, com apenas 6 anos e Beatriz, com quase 8, que cantaram e encantaram a assistência.As ofertas levadas para o jantar foram leiloadas e ain-da ficaram algumas garrafas para o próximo encontro. No fim da festa foi realçada a excelente colaboração pres-tada pelo Comando da EPI.Haverá outro evento, no dia 11 de Setembro, na colec-tividade de Fonte Boa da Brincosa, perto da Ericeira, onde estará presente, no jantar – convívio, a popular artista Dulce Guimarães. «Grupo de Homenagem ao papa português»

Rogério Batalha

Realizou-se nos passados dias 31 de Julho e 1 de Agosto a XVII Feira de Artesanato de Mafra, numa organização de Alda Santos com a especial colaboração do Clube Des-portivo de Mafra.Esta feira já teve lugar no pavilhão do C.M.E.F.D., no Campo dos Plátanos e nas instalações dos Bombeiros Voluntários, faltava assistir a uma feira de artesanato num campo relvado sintético. E foi em boa hora conseguido com a colaboração da Di-recção do Clube Desportivo de Mafra, que Alda Santos trouxe para o Estádio Dr. Má-rio da Silveira, esta mostra de artesanato. Massagens,

pinturas faciais, modelagem de balões, jogos tradicionais, passatempos, mini-jogos de futebol, insufláveis, brindes, etc., que incluiu uma sardi-nhada orientada pelo Hélder Sabino.

Muito público nos dois dias de exposição e venda onde as crianças puderam brincar ao ar livre enquanto os mais velhos apreciavam as peças em exposição.

Alcides Jacinto

XVII Feira de artesanato de Mafra

Page 9: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 9MAFRA

De 10 a 15 de Agosto, na Mata Paroquial, tem lugar a XXII edição da FexpoMal-veira, este ano subordinada ao tema “Associativismo”. Com um programa de festas bastante heterogéneo, tendo em vista agradar a diversos públicos, a FexpoMalveira consta com 180 stands e espera atrair mais de 45.000 pessoas.A organização, que con-ta com uma participação muito activa da Junta de Freguesia da Malveira, está a cargo de uma Comissão Organizadora, presidida por Gonçalo Gamboa, um filho da terra, de apenas 31 anos, provavelmente o mais novo presidente que encabeçou, ao longo dos diversos anos, as várias comissões.Nos tempos que correm, e com a preocupação de man-ter o nível de qualidade que caracteriza a FexpoMalveira, não é tarefa fácil organizar o certame. Felizmente, em termos de expositores “um grande número transita do ano anterior, talvez na or-dem dos 60 por cento, o que também revela o interesse e o grau de confiança que a FexpoMalveira representa para esses expositores”.O certame, mantêm uma li-nha que o identifica. Realiza-

-se na Mata Paroquial, um espaço muito agradável, e apesar do elevado número de pessoas que vão às festas não se prevê, para já, a sua expansão, pois tal implicaria um investimento em infra--estruturas significativo, tem o seu espaço de agro--pecuária, os stands das em-presas, o stand central onde estarão as associações locais, zonas de artesanato. “Pela primeira vez teremos, fora da Mata Paroquial, um espaço de carrinhos de choque. Destaco ainda o passeio de BTT, com a presença de 600 participantes, um evento de grande qualidade, o passeio pedestre com um limite de 150 pessoas, o espectáculo taurino, a tarde infantil e os diversos espectáculos”, que

vão desde a música popular à noite de fados, de folclore a cantores e grupos conhe-cidos (ver programa).“O que faz a diferença de ano para ano será, talvez, o tema. Este ano a Comissão Organizadora escolheu o tema do Associativismo. As associações sempre partici-param activamente na Fex-poMalveira, mas terão uma oportunidade acrescida não só de mostrarem o passado, o que fazem actualmente, mas principalmente pen-sarem com a comunidade o futuro. Para isso há uma tenda central, onde estarão as diversas associações da Malveira”.O objectivo é também que as associações estabele-cem melhores laços entre

si, troquem ideias, comu-niquem mais facilmente umas com as outras. De facto o “Associativismo, nas suas múltiplas expressões apela à responsabilização e intervenção dos cidadãos. Trata-se de um movimento no qual as pessoas se agru-pam em torno de interesses comuns, constituindo as-sociações, entidades com personalidade jurídica e com objectivos de entreajuda e cooperação, constituindo uma poderosa realidade social e cultural”, refere a Comissão Organizadora.As festas da Malveira são úni-cas no concelho de Mafra. Têm capacidade de aglutinar milhares de pessoas oriun-das de diversos concelhos. Trata-se de um investimento significativo, na ordem dos 150 a 200 mil euros. E de um esforço voluntário de uma pequena equipa, de pouco mais de 20 pessoas, a que se deve juntar o enorme contributo em meios hu-manos e logístico da Junta de Freguesia local. Mas o facto de contribuírem para a afirmação da Malveira e para reforçarem a identida-de local, deixando raízes no futuro, continua a justificar o investimento e as muitas horas gastas.

XXII FEXPOMALVEIRA ESPERA MILHARES DE PESSOAS

Associativismo como aposta no presente e no futuro

Carlos Cardoso

Programa das festas

10 Agosto - Terça-Feira17.00h – Inauguração do certame21.00h – Banda Trio Maravilha / Coreto23.00h – Quim Barreiros - Palco Principal00.30h – After Hours - Pavilhão Multiusos01.00h – Encerramento11 Agosto - Quarta-Feira12.00h- Reabertura do certame21.00h – Banda Papa Léguas - Coreto23.00h -7 Saias /Palco principal00.30h – Encerramento00.30h – After Hours /Pavilhão Multiusos12 Agosto – Quinta-Feira12.00h – Reabertura do certame21.00h – Banda Trio Clave - Coreto23.00h- Teatro revista “É só rir”/Palco Principal00.30h – Encerramento00.30h – After Hours - Pavilhão Multiusos01.00h- Largada de touros13 Agosto – Sexta-Feira12.00h –Reabertura do certame21.00h- Projecto Bug - palco principal21.30h- IX Corrida de Touros23.30h – Rouxinol Faducho - Palco principal01.00h- Encerramento01.00h- After Hours /pavilhão Multiuosos14 Agosto – Sábado12.00h –Reabertura do certame15.30h- Bonecos Tigre e Antenas com Palhaços Cardinais /Coreto18.00h-Demonstração de Cães de parar e aves de rapina - Estádio do Atlético21.00h – Banda QB - Coreto 23.30h- Santos & Pecadores - Palco Principal01.00h – Encerramento01.00h - After Hours - Pavilhão Multiusos01.00h - Largada de Touros - Rua Paroquial15 de Agosto - Domingo09.00h- 6º Passeio BTT e 2º Passeio Pedestre - Em fren-te à Junta Freguesia09.30h - 22º Passeio a Cavalo - Pavilhão Multiusos12.00h- Reabertura do Certame15.00h – Missa, seguida de Procissão em honra de Nª Sª dos Remédios15.30h- Tarde de Folclore - Palco Principal Associações presentes: - Rancho Folclórico da Malveira - Grupo de Danças e Cantares de Pedra Rija de Portu-nhos - Grupo de Dança Popular “Os Bons Amigos de Penar-fime da Ventosa” - Rancho Folclórico Barqueiros do Douro - Mesão Frio17.00h- Entrega de Diplomas22.00h- Grande Noite de Fados /Palco Principal00.00h- Encerramento do certame

Page 10: Jornal Triangulo - 181

10 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

No passado dia 24 de Julho, a Secção de Patinagem do Grupo Desportivo União Ericeirense, encerrou a época de treinos, para um merecido mês de férias, com a sua 1ª Festa de Verão. Com a apresentação de uma

série de exibições individuais e de três esquemas de grupo, a tarde não estaria completa sem as apresentações dos seus convidados especiais: o Clube de Acrodança do Centro Social e Paroquial da Ericeira. Com cerca de

50 crianças e jovens em convívio des portivo numa tarde de sábado, a alegria foi a emoção reinante e conseguiu-se mostrar, ao público presente, um bo-cadinho do que é esse en-cantamento de calçar uns

patins e deixar-se voar.O regresso aos treinos está marcado para o dia 1 de Setembro, no Pavilhão Desportivo Municipal da Ericeira, altura em que rea-brirão também as inscrições para a nova época de treinos.

SECÇÃO DE PATINAGEM DO GRUPO DESPORTIVO UNIÃO ERICEIRENSE

1ª Festa de Verãocom mais de 50 atletas

Integrado nas «Noites da Cigarra», realizou-se na Praça do Pelourinho, o 3.º Encontro de Bandas Filarmónicas da Vila de Mafra, numa organização da Escola de Música Juventude de Mafra com o apoio da Câmara Municipal, Junta de Freguesia e Casa do Povo de Mafra. Estiveram presentes as bandas da Sociedade Recreativa e Musical da Pedreira (Tomar), a Banda da Associação Musical e Artística Lourinhanense e a anfitriã, Escola de Música Juventude de Mafra. Iniciou o Encontro a Banda da Sociedade Recreativa e Musical da Pedreira, que executou os seguintes trechos: Palha Blanco - Passo Doble de Afonso Alves; Pasadena - Concert Band de Jacob de Haan; Bands Around the World - Concert Band de Paul Walters. Adaptação de temas Brasil e Portugal de João Antunes e Storie de Titti I Giorni - Arranjo de André Waignein, sob a responsabilidade do maestro João Lourenço Antunes.A Banda Sociedade Recreativa e Musical da Pedreira, foi fundada em 3 de Fevereiro de 1940 e, desde logo, se dedicou ao ensino e divulgação da música. Começou com a formação de uma Tuna que aos poucos se foi transformando numa Banda que se mantém até hoje. Apesar de no seio da Colectividade se desenvolverem muitas actividades, a Banda é sem dúvida o seu principal baluarte. Actualmente é composta por 38 músicos. A segunda banda a actuar, foi a Banda da Associação Musical e Artística Lourinhanense que, sob a regência do Maestro João Alberto Meneses dos Santos, interpretou: «Lourinhanense» (marcha) - António Epifânio Ribeiro; Persis (Overture) - James Hosay; Funk Attack - Otto Scwarz; Santana a Portrait - Giancarlo Gazzani e National Emblem - Edwin Eugene Bagley A Banda da Lourinhã foi fundada em 2 de Janeiro de 1878, com a designação de Filarmónica Lourinhanense, sendo seu fundador e primeiro Maestro, Anacleto Marcos da Silva. Por volta dos anos trinta, a Banda passou a designar-se Banda dos Bombeiros Voluntários da Lourinhã. Em 1988 constituiu-se a Associação Musical e Artística Lourinhanense, que a integrou. Através dos tempos teve na sua direcção artística vários regentes de que se destacam os Maestros: Anacleto Marcos da Silva; Francisco Baía; Carlos Franco; Belmiro de Almeida; Manuel Maria Baltazar; Élio Salsinha Murcho e, actualmente, João Alberto de Menezes dos Santos. Encerrou o 3.º Encontro, a banda da Escola de Música Juventude de Mafra que, sob a direcção do Maestro Manuel Alfredo Rua, que interpretou as seguintes peças: Fanfare Overture - Lino Guerreiro; Carmina Burana - Carl OrfL Arr: Jay Boccok; African Symphony - Van McCoy Arr: Naohiro Iwai e Moment For a Morricone - Ennio Morricone Arr: Johan de Mey A Banda da Escola de Música Juventude de Mafra nasceu da boa vontade de algumas pessoas, amigas da vila. Os colaboradores e professores vieram da já extinta Banda da Escola Prática de Infantaria, e o objectivo era voltar a ter uma Banda de Música em Mafra. Foi fundada em 1981, integrou inicialmente e até 1989 os Bombeiros Voluntários de Mafra, posteriormente e até final de 1992 ocupou as instalações da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Mafra. Actualmente está instalada no Complexo Cultural Quinta da Raposa. É de salientar o excelente trabalho desenvolvido pelos Maestros António Matias e Eduardo Freire, a nível de direcção da Banda e de ensino nesta Escola de Música. Outra figura incontornável é o professor Vítor Reis. A Escola de Música Juventude de Mafra, organiza anualmente um Encontro de Bandas integrado nas Festas da Vila de Mafra. Tem um CD (Ecos do Convento), gravado em 2008 onde se encontra registado o resultado de muitos anos de trabalho. Constitui o primeiro registo efectuado por uma Banda Filarmónica no concelho de Mafra. Actualmente a Escola de Música Juventude de Mafra é constituída pela Banda, regida pelo Maestro Manuel Rua e conta com cerca de 60 músicos formados nesta escola e da iniciação musical que conta com cerca de vinte alunos divididos em turmas de Iniciação, Madeiras, Metais e Percussão. Paralelamente são ministradas aulas de viola, bateria, baixo entre outros instrumentos. Alcides Jacinto

3º ENCONTRO DE BANDAS FILARMÓNICAS DA VILA DE MAFRA

Som melodiososem “Noites da Cigarra”

MAFRA

Page 11: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 11

“Estão divididos me dois gru-pos, de 13 jovens casa. Um apara o mês de Julho e outro para o mês de Agos to. Traba-lham das 8 às 16 horas. Rece-bem um subsídio de almoço, no valor de 15 euros”, disse ao jor nal Triângulo, Nuno Dias, presidente da Junta de Fre-guesia da Bobadela.Mais até do que o trabalho

em si, o autarca valoriza a possibilidade que esta opor-tunidade cria de muitas deles conhecerem a freguesia em si e criarem, a partir desta experiência, uma nova rela-ção com a terra onde vivem. De facto, uma das condi-ções para a participação dos jovens é que vivam na Bobadela. O que significa, na prática, que acabam por almoçar em casa e o subsídio que recebem, no final do mês deve corresponder a 300 eu-ros, tem um destino traçado para a maioria deles, vai ser utilizado nas férias.Com excepção da quarta--feira, em que trabalham

em conjunto, geralmente andam em grupos de dois, sempre acompanhados de um trabalhador da Junta de Freguesia, que lhes dá as indicações necessárias.Samuel Mouronho, 16 anos, que vai frequentar no próxi-mo ano lectivo o 10º ano, é um desses jovens. Por mo-mentos parou a apanha de ervas daninhas, que proli-feravam numa zona verde e disse como chegou ao projec-to de Ocupação de Tempos Livres. “Soube através de amigos, que já tinham an-dado aqui. O nosso trabalho consiste em limpar os espa-ços verdes, regar, apanhar as ervas daninhas. Não sendo tão difícil como pensava, encontrei coisas que julgava fáceis e não é vem assim. Por exemplo, enrolar uma mangueira....”, diz, sorrindo e lembrando os momentos em que a mangueira se soltava toda, quando pensava que o trabalho estava pronto: “Aquilo é mais complicado do que parece, tem de se dar um certo jeito”.O dinheiro que ganhar já tem um fim definido, as férias. Tal como vai fazer Carlos Dantas, 20 anos, que participa, pela

segunda vez, neste projecto. “Acabei o curso tecnológico de desporto, na escola da Portela, e resolvi aproveitar este tempo livre”. Sabe que vai ter de aturar alguns piropos dos amigos, mas está prepa-rado para isso. Até porque no final quem ri por último ri melhor. “Não é muito, mas o que ganhamos permite ter alguma autonomia nas férias”. Já mais difícil de di-gerir são os comentários da vizinhança, que parece não ter compreendido ainda bem que programa é este e tende a tratar a Ocupação de Tempos Livres como se um trabalho profissional se tratasse.Camila Viana, 19 anos, é das poucas raparigas presentes, ao todo só há três. “estou aqui pela primeira vez. A minha irmã já tinha participado o ano passado e, este ano, vim com ela”.Acabou o 12º ano, quer seguir veterinária. “O dinheiro seria para a faculdade, mas como

PROJECTO DE OCUPAÇÃO DE TEMPOS LIVRES

Vinte e seis jovens ajudam a que a Bobadela fique mais limpa

este ano não vou será para as férias. Confesso que não pensava que o trabalho era tanto. Agora respeito mais o trabalho que eles fazem”.Nesta sua aventura pelo mundo do trabalho contou com o apoio dos pais. Que vêm com bons olhos uma experiência de vida em que terá de aprender a gerir o dinheiro que vai conseguir. Algo, como os tempos actuais mostram, nem toda a gente sabe fazer de forma correcta.Camila, originária do Brasil, vive há 10 anos em Portugal. A família estava fixada em São João da Talha, agora está na Bobadela. Agora, no dia a dia, quando percorre a terra onde passa a maior parte do seu tempo, têm uma relação diferente. “Muitas vezes pas-so por sítios e digo, «olha fui eu que limpei». Agora vejo o antes e vejo o depois” e isso levou-a a ter uma atitude diferente para com o meio onde está inserida.

A Câmara Municipal de Loures está disponível para dar luz verde à abertura dos hipermercados ao domingo. Pese em-bora, ainda não tivesse chegado à autarquia pedidos nesse sentido, por parte das três grandes superfícies existentes no concelho, Carlos Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Loures disse ao jornal Triângulo que “em princípio está de acordo”, com a decisão de permitir que os hipermercados funcionem durante todo o domingo.Recordamos que essa medida foi aprovada pelo Governo que, remeteu para as câmaras municipais a última decisão, ou seja, compete a cada autarquia, em função da realidade local, permitir ou não a abertura destes espaços comerciais aos domingos.Carlos Teixeira acrescentou que já era habitual haver essa solicitação em períodos muitos específicos, como o Natal, ficando a aguarda que qualquer quer um dos três grandes espaços, dois na cidade de Loures e outro, o IKEA, em Frielas, peçam autorização nesse sentido. “Se permitir criar mais postos de trabalho, no cenário actual será positivo”, reforça o autarca. CC

ABERTURA DOS HIPERMERCADOSAO DOMINGO

Venham os pedidos

BREVESLOURES..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

LOURES

S. Antão do Tojal

A 5 de Setembro, a banda Turno da Noite actua em Pintéus, localidade da freguesia de San-to Antão do Tojal. No mês se-guinte, a 16 de Outubro, vão estar presentes em Bucelas, localidade onde fizeram o seu primeiro concerto de apresen-tação, que teve lugar a 27 de Março deste ano.

Santa Iria de Azóia

O Bairro da Areola, na freguesia de Santa Iria de Azóia, recebeu o alvará de loteamento. O Bair-ro da Areola abrange uma área total de 23.028 metros qua-drados e é constituído por 73 lotes e 79 fogos para habitação. Na freguesia de Santa Iria de Azóia, estão delimitadas 37 Áreas Urbanas de Génese Ile-gal, das quais 14 já têm Alvará de Loteamento.No núcleo de Via Rara, com a emissão deste alvará, fica concluído o trabalho de recon-versão urba nísticaTodas as sete AUGI que constituem este núcleo, têm alvará de loteamento emitido, representando um universo de 722 fogos - Bairro da Primavera; Bairro da Areola; Bairro Fon-tainhas Via Rara; Bairro Fon-tainhas de Baixo; Bairro Tróia; Bairro Funchal e Bairro dos Forninhos.

Concurso

No ano em que se celebra o centenário de Implantação da República, a Câmara Municipal de Loures leva a cabo, no início do ano lectivo 2010/2011, dois concursos que pretendem pro-mo ver a criatividade dos jo vens do concelho: um de Foto grafia Digital e outro de Graffiti.Jovens Interpretações da Repú-blica em Loures e RepúblicArte são os nomes atribuídos a estes dois concursos que têm como objectivo incentivar o desenvolvimento e a formação de jovens na área artística. As inscrições poderão ser feitas até ao dia 15 de Agosto, através do preenchimento de uma ficha própria, disponível na site da Câmara Municipal de Loures ou na Rede Municipal de Espaços de Juventude (RMEJ), sendo posteriormente entregues, em mão, na RMEJ ou remetidas pelo correio para a Divisão de Juventude – Casa do Adro, Rua Fria, 2675-501 Loures.

Vinte e seis jovens, com idades compreendidas entre os 16 e os 20 anos, participam, durante os meses de Julho e de Agosto, no programa de Ocupação de Tem-pos Livres, organizado pela Junta de Fregue-sia da Bobadela. São apenas um exemplo do que acontece, um pouco, por todas as freguesias do concelho de Loures, envol vendo, no conjunto, algumas centenas de rapazes e de raparigas.

Page 12: Jornal Triangulo - 181

12 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

O B l o c o d e E s q u e rd a “considera fundamental que o Ministério do Am-biente e o INAG tenham os meios técnicos e humanos necessários para garantir uma política de gestão cor-recta dos recursos hídricos, tanto ao nível da prevenção, como do tra tamento de focos de poluição e de fiscalização de atropelos à lei”. Ideia expressa após a visita da deputada Rita Calvário à ETAR de Frielas que, segundo os bloquistas, é um exemplo de que “infelizmente, e pese os esforços observados, es-tamos longe desta realidade”. A visita da deputada fez parte das Jornadas Ambientais do

Bloco no distrito de Lisboa e serviu para constatar “o atra so na implantação ou re-qua lificação de redes colec-toras de esgotos urba nos e industriais, a sobreutilização das redes existentes e a falta de meios de fiscalização para detectar descargas ilegais nas linhas de água”. O BE lembra que a ETAR de Frielas foi a primeira, a nível nacional, a prever, desde a fase de projecto, a reutilização dos efluentes pro duzidos para rega agrí-cola e paisagística, “mas passados 11 anos da entra-da em funcionamento isto nunca foi cumprido. A única reutilização é pa-

ra usos urbanos não po -tá veis, como lava gem de ruas de contentores. Recen-temente por sugestão do IKEA é reutilizada para arrefecimento da nova loja situada junta à ETAR. As pró-prias autarquias en vol vidas, por uma ques tão meramente eco nomicista não são fa-vo ráveis à reutil ização para regas paisagísticas. Os custos ambientais e a sustentabilidade, nada di-zem a estes autarcas”A visita permitiu ainda para revelar a “inexistência de planificação para que, nas novas urbanizações, as águas pluviais sejam recolhidas através de sistemas para-

lelos, o que evitaria a sobre-carga desnecessária das estações de tratamento e possibilitaria a sua utilização para outros fins, como a rega de jardins ou no combate a incêndios. O facto de as águas pluviais serem recolhidas com os esgotos domésticos e industriais significa que em períodos de intensa chuva a ETAR fica saturada e não consegue tratar conve nien-temente as águas residuais, acontecendo descargas directas para os recursos hídricosA ETAR de Frielas foi cons-truída por ocasião da Expo 98 com o objectivo de despoluir o rio Trancão. È gerida pela

BE LEMBRA UMA PROMESSA COM ONZE ANOS

Efluentes da ETAR de Frielas ainda não sãoutilizados na rega agrícola ou paisagística

SIMTEJO, concessionária pertencente ao grupo Águas de Portugal. Actualmente acolhe os esgotos domésticos e industriais de cerca 700 mil pessoas dos concelhos de Loures, Odivelas, Lisboa, Ama dora, Vila Franca e parte do concelho de Sintra. A sua localização e o seu funcionamento não têm sido pacíficos. “A localização é inadequada, situando-se junto a zonas onde moram dezenas de milhar de pessoas, e a infra-estrutura foi mal planeada e executada. Daqui resultam graves problemas de funcionamento que, além de trazerem incómodo para as pessoas, como sejam os

maus cheiros ou dúvidas so -bre a qualidade do efluen te tratado, obrigam ao dis-pêndio de milhões de euros de fundos públicos para a corr ecção das deficiências e melhoria do tratamento. Ao lon go dos anos, os cheiros pro du zidos pela ETAR têm sido alvo de queixas reiteradas da população que habita na sua proximidade, nomeadamente em Stº. António dos Cavaleiros e de Frielas. Actualmente este é ainda um problema que aguarda resolução, o que se espera vir a concretizar até ao final deste ano, de acordo com a SIMTEJO”, denuncia, ainda, o BE. CC

No âmbito das comemo-rações dos 124 anos de existência do concelho de Loures, a Câmara Muni-cipal, como é habitual, en tre gou diversas Conde-co ra ções Municipais a perso nalidades, empresas e entidades que contribuíram para o progresso e para um maior reconhecimento do concelho. A cerimónia teve lugar

no Museu Municipal de Loures, Quinta do Conven-tinho.A Medalha de Honra do Concelho foi entregue a António Vasconcelos Ra po-so e a Maria Dalila Cor reia A raú jo Teixeira. A Medalha Mu ni cipal de Mé rito e Dedicação foi atribuída a António Marcos Adem, Casa do Povo de Bucelas, Fernando Ferreira

Marcos, Fernando Neves da Silva Carvalho, Irene Glória de Almeida e Silva Barata, José de Sousa Teo-doro, Ondina Tocha (a título póstumo) e Rotary Club da Portela.Já a Medalha Municipal de Mérito Cultural e Educativo coube à Associação Unida e Cultural da Quinta do Mocho, Grupo Coral da Por-tela, José Lopes Fernan des

NO ÂMBITO DOS 124 ANOS DO CONCELHO

Câmara de Loures atribui condecorações municipais

SANDRA MORAIS TELES BOLHÃONOTÁRIA

EXTRACTOEu, Sandra Morais Teles Bolhão, Notária com Cartório na Avenida Rainha Dona Leonor, Lote quatro, Loja E, em subscrição nos termos do artigo 48º do Estatuto do Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei nº 26/2004, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de justificação lavrada neste Cartório no dia trinta de Julho de 2010, a folhas setenta e quatro e seguintes do Livro 11-B, MARIA DULCE MARQUES DA SILVA, viúva, natural da freguesia de Vila Franca do Deão, concelho da Guarda, residente na Rua Cidade de Benguela, AD, Bairro de Angola, Camarate, Loures e ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA, natural da freguesia da Guarda (Sé), concelho da Guarda e marido FIRMINO DA SILVA TEIXEIRA, natural da freguesia de Infesta, concelho de Celorico de Basto, casados no regime de comunhão geral de bens e residentes em 51, Rue du Gros Raisin, Orleans, França, DECLARARAM que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel:PRÉDIO URBANO, composto de lote de terreno para construção, com área de cento e vinte e dois metros quadrados, a confrontar do norte com Maria Liberdade de Jesus Ferreira da Graça, do nascente com Avenida Conde de Ourém, do sul com herdeiros de José Francisco Raposo e do poente com António Pratas Valério e outros, sito na Quinta de Vale de Clérigos ou Quinta do Algarinho ou Aguarinho, freguesia de Camarate, concelho de Loures, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Loures sob o número DOIS MIL DUZENTOS E QUARENTA E NOVE, da citada freguesia de Camarate, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Camarate sob o artigo 5730, que fazia parte do antigo artigo rústico 2 da secção E, da freguesia de Camarate, com o valor patrimonial de 33.510,00 €, ao qual atribuem o mesmo valor.No tocante ao registo predial o prédio encontra-se registado na proporção de metade a favor da referida Maria Dulce Marques da Silva e Alda de Jesus Marques Teixeira, na qualidade de herdeiras de Gracindo da Silva, devidamente habilitadas por escritura de habilitação de herdeiros outorgada a quinze de Maio de dois mil e oito, a folhas setenta e oito e seguintes do Livro Trinta e Nove – A do Cartório Notarial de Loures do Licenciado Francisco José de Moura Sucena, e na proporção de metade a favor de Manuel Fernandes e de Verdiana Barroso, casados no regime da comunhão geral. A referida aquisição foi conduzida a registo apenas em dois mil e oito mas tal pedido de registo foi requerido e devidamente instruído com um título antigo, datado de vinte de Agosto de mil novecentos e oitenta e dois.Que no segundo semestre do mesmo ano de mil novecentos e oitenta e dois, em dia e mês que não podem precisar Manuel Ferandes casado com Verdiana Barroso, no regima da comunhão geral de bens, venderam a referida metade do prédio aos seus vizinhos Maria Dulce Marques da Silva e Gracindo da Silva, por eventual escritura pública.Porém, não obstando as diversas buscas, não hes foi possível encontrar o referido título, uma vez que Maria Dulce Marques não sabia como eram efectuados os negócios do seu falecido marido Gracindo da Silva, sabe que o prédio identificado é seu, sempre o utilizou o qual serve de logradouro do seu outro prédio confinante.Que a partir da data mencionada, e portanto há mais de VINTE ANOS que MARIA DULCE MARQUES DA SILVA e marido GRACINDO DA SILVA têm possuído o supra identificado prédio em nome próprio, sem interrupão desde o seu início, respeitando as suas extremas e divisórias, com total exclusividade e independência, sempre praticando sobre o dito prédio todos os actos de posse de que este era sus-ceptível, tudo na convicção de exercer um direito próprio sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, não logrando deter qualquer título que justifique a transmissão sequencial ocorrida, por não titulada e não conduzida a registo.Após a morte do mencionado GRACINDO DA SILVA, ocorrida a trinta e um de Março de dois mil e oito, o referido prédio continuou a ser usufruido, nas condições acabadas de referir, por ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA e FIRMINO DA SILVA TEIXEIRA, os quais continuaram, a posse que tinha sido iniciada pelo falecido pai de ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA, praticando os mesmos actos, com as características abaixo invocadas.Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta, já adquiriram o referido prédio, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais.Que pretendem proceder ao registo de aquisição do prédio a seu favor na Segunda Conservatória do Registo Predial de Loures, porém, não o têm podido fazer em virtude de não possuirem título para o efeito, nem hipótese de obtê-lo pelos meios extrajudiciais normais.Que suprem, desta forma, a inexistência de título para efeitos de registo, obtendo assim título adequado para proceder ao registo do prédio na citada Conservatória do Registo Predial, por forma a que a realidade material já existente há mais de vinte anos seja reflectida e publicitada no Registo Predial, após o cumprimentos das demais formalidades legais.ESTÁ CONFORME.Palmela, 30 de Julho de 2010.

A Notária, Sandra Morais Teles Bolhão.Não há selo brancoNotária * PalmelaRegistado sob o nº 302

SANDRA MORAIS TELES BOLHÃONOTÁRIA

EXTRACTOEu, Sandra Morais Teles Bolhão, Notária com Cartório na Avenida Rainha Dona Leonor, Lote quatro, Loja E, em subscrição nos termos do artigo 48º do Estatuto do Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei nº 26/2004, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de justificação lavrada neste Cartório no dia trinta de Julho de 2010, a folhas setenta e uma e seguintes do Livro 11-B, MARIA DULCE MARQUES DA SILVA, viúva, natural da freguesia de Vila Franca do Deão, concelho da Guarda, residente na Rua Cidade de Benguela, AD, Bairro de Angola, Camarate, Loures e ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA, natural da freguesia da Guarda (Sé), concelho da Guarda e marido FIRMINO DA SILVA TEIXEIRA, natural da freguesia de Infesta, concelho de Celorico de Basto, casados no regime de comunhão geral de bens e residentes em 51, Rue du Gros Raisin, Orleans, França, DECLARARAM que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel:PRÉDIO URBANO, composto de rés-do-chão para habitação, com a área coberta de quarenta e nove vírgula quarenta metros quadrados e logradouro de cento e vinte vírgula sessenta metros quadrados, a confrontar do norte com Gracindo da Silva, do sul com herdeiros de José Francisco Raposo, do nascente com Rua de Benguela e do poente com António Prata Valério, sito na Rua de Benguela, freguesia de Camarate, concelho de Loures, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Loures, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Camarate sob o artigo provisório P5849, ainda sem valor patrimonial atribuido e ao qual atribuem o valor de 1.000€.Que o indicado prédio veio à sua posse através de compra a Maria da Liberdade de Jesus Ferreira e António Rito da Graça, casados no regime da comunhão de adquiridos, residentes que foram em Loures, no segundo semestre do ano de mil novecentos e setenta e oito, em dia que não podem precisar, não tendo sido redusido a escritura pública esse contrato de compra e venda.Que a partir da data mencionada, e portanto há mais de VINTE ANOS que MARIA DULCE MARQUES DA SILVA e marido GRACINDO DA SILVA têm possuído o supra identificado prédio em nome próprio, sem interrupão desde o seu início, respeitando as suas extremas e divisórias, com total exclusividade e independência, sempre praticando sobre o dito prédio todos os actos de posse de que este era susceptível, tudo na convicção de exercer um direito próprio, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, não logrando deter qualquer título que justifique a transmissão sequencial ocorrida, por não titulada e não conduzida a registo.Após a morte do mencionado GRACINDO DA SILVA, ocorrida a trinta e um de Março de dois mil e oito, o referido prédio continuou a ser usufruido, nas condições acabadas de referir, por ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA e FIRMINO DA SILVA TEIXEIRA, os quais continuaram, a posse que tinha sido iniciada pelo falecido pai de ALDA DE JESUS MARQUES TEIXEIRA, praticando os mesmos actos, com as características abaixo invocadas.Que pretendem proceder ao registo de aquisição do prédio a seu favor na Segunda Conservatória do Registo Predial de Loures, porém, não o têm podido fazer em virtude de não possuirem título para o efeito, nem hipótese de obtê-lo pelos meios extrajudiciais normais.Que suprem, desta forma, a inexistência de título para efeitos de registo, obtendo assim título adequado para proceder ao registo do prédio na citada Conservatória do Registo Predial, por forma a que a realidade material já existente há mais de vinte anos seja reflectida e publicitada no Registo Predial, após o cumprimentos das demais formalidades legais.ESTÁ CONFORME.Palmela, 30 de Julho de 2010.

A Notária, Sandra Morais Teles Bolhão.Não há selo brancoNotária * PalmelaRegistado sob o nº 302

LOURES

da Silva e União de Cultura e Acção. Por outro lado, a Me-dalha Municipal de Mérito Empresarial distinguiu José Colaço, Portigrade e Rui Jorge Raso Moreira Vicente. No campo do desporto, a Medalha Municipal de Mé-rito Desportivo homena-geou Joaquim José Nunes de Oliveira e a Secção de Ginástica do Grupo Dra-mático e Recreativo Cora-ções de Vale de Figueira.Finalmente, a Medalha Muni cipal de Serviços Dis-tintos, foi atribuída a Jorge Teixeira de Macedo.

CC

Page 13: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 13LOURES

O cemitério Paroquial do Arneiro, em Bucelas, vai ser ampliado. A obra já começou, prevendo-se a sua conclusão dentro de 4 meses. “O actual cemitério apresentava sérias limitações” o que limitava que os funerais decorressem “com a paz e a dignidade” que se impunha, diz Hélio Santos, presidente da Junta de Freguesia de Bucelas. Daí que a ampliação fosse uma obra imprescindível.Desde logo os responsáveis autárquicos – face à dimen-são do investimento em causa, nada mais que, com IVA incluído, 1.136.931,66 euros, teria de ser a Câmara Mu n i c i p a l d e L o u r e s a assumir o projecto – depararam-se com um problema, a falta de espaço. “Das soluções idealizadas para superar o obstáculo que

constitui a falta de espaço, optou-se por aquela que suscita menos oposição e maior compreensão das p o p u l a ç õ e s, e x p a n s ã o do actual cemitério. Esta e x p a n s ã o s e r á f e i t a a nascente, onde se localiza o único terreno disponível e com as condições técni-cas e físicas mínimas indis-pensáveispara o efeito”, refere a autarquia de Loures.Será então num terreno municipal que terá lugar a ampliação do cemitério, que deve ser, segundo Carlos Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Loures, uma “espaço visível e digno”. Uma intervenção que irá permitir aumentar a área actual do cemitério em quase 69 %, o que corres ponde a mais 3789 metros quadrados.

O projecto contempla a construção de 311 nichos de decomposição aeróbica, cuja t ipologia garante maior controlo dos ciclos de consumação e maior rentabilidade do espaço. “Por outro lado, sendo previsível

OBRA DE AMPLIAÇÃO DEVE ESTAR PRONTA EM OUTUBRO

Cemitério - jardim vai nascer em Bucelas

o acréscimo da procura de inumação, acautelou-se o eventual aumento da capacidade do cemitério através da execução de um conjunto de áreas ajar-dinadas, com quase 1200 metros quadrados, que

poderão acolher talhões com as tradicionais campas rasas e nalguns casos nichos adicionais”.Sendo o terreno interven cio-nado dotado de uma incli -nação de cerca de 15 por cento, acompanhado de fortes descontinuidades, serão executados como medidas de prevenção muros de gabiões destinados a conter as terras. Todas as superfícies pavimentadas serão dre-nadas superficialmente pa ra um sistema de colec tores a ligar à rede pública existente; e todas as zonas verdes serão dotadas de um sistema de rega auto matizada. O modelo de desenvolvimento estético-funcional assenta na ideia de cemitério jardim e no aproveitamento funcional do espaço.

“Em Portugal, os cemitérios, n o â m b i t o d o a c t u a l regime de enterramento em áreas próprias, datam somente do final do século X I X , n a s e q u ê n c i a d a implementação de uma série de leis de saúde pública então publicadas. Até então os cadáveres sepultavam-se comummente no adro das igrejas e dentro do próprio templo. O Cemitério Paroquial do Arneiro, em Bucelas, tem a sua origem na obser-vân cia das referidas leis de salubridade do século XIX e actualmente, com o aumento e envelhecimento da população, encontra-se no limite da sua capacidade”, justifica a autarquia de Loures o investimento a realizar.

CC

A Instituição de Apoio Social de Bucelas (IASB) vai cons-truir, com apoio de fundos estatais e da Câmara de Lou-res, um edifício pré-escolar, com capacidade para 75 crianças. A adjudicação da obra e lançamento da pri-meira pedra teve lugar no final de Julho.Manuel Pereira Marecos, presidente da IASB reconhe-ce tratar-se de um esforço avultado, mas essencial para dar resposta a crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos, que não en-con tram espaço similares na freguesia. “Trata-se de mais uma importante obra social que irá beneficiar a freguesia e não só. O Estado com-participa com 50 por cento da obra, o resto terá de ser através de um empréstimo bancário”.Se a comparticipação es tatal é sempre bem vinda, o facto de muitas vezes chegar bas-tante atrasada coloca sérios problemas às instituições sociais. Manuel Marecos lembrou, a propósito, que “desde Setembro existe uma verba, aprovada pelo Minis-tério do Trabalho e Solida-riedade Social, mas ainda não chegou”. E que poderia auxiliar na concretização de novos investimentos como, por exemplo, a reformula-

ção da cozinha, que terá de passar a ter capacidade para fazer mais refeições.É bom lembrar que o IASB tem diversas valências, nomeadamente o Centro de Dia, com 50 utentes, o Apoio Domiciliário, com 52 e a Creche com 33. Para além disso aderiu a diversos projectos, destacando-se o Novas Oportunidades que já permitiu a cerca de 200 pessoas melhorar as suas habilitações académicas.

A cerimónia de adjudicação da obras conta com a presença dos presidentes das Câmara de Loures e da Junta de Freguesia de Bucelas, Director do Centro Distrital de Lisboa e Vale do Tejo da Segurança Social, que manifestaram o seu empenhamento no projecto, bem como de diversos autarcas, dirigentes de colectividades, empresários locais.

CC

INSTITUIÇÃO DE APOIO SOCIAL DE BUCELAS

Vai ser construída crechepara 75 crianças

A Casa do Povo de Bucelas fez 50 anos. A efeméride foi comemorada com uma sessão solene, seguida de convívio, com a presença de responsáveis autárquicos da Câmara de Loures e da Junta de Freguesia local. Uma ocasião para se vincar o trabalho social, em particular que a Casa do Povo desenvolveu – e desenvolve – ao longo de todos estes anos.

Casa do Povo de Bucelas comemorou 50 anos

Page 14: Jornal Triangulo - 181

14 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

BREVES

Carlos Cardoso

ODIVELAS..............................................................................................................................

Novos equipamentos sociais vão nascer em Odivelas

ODIVELAS

Os donativos, 50 mil euros para cada uma das insti-tuições, foram entregues pela Presidente da Câmara, Susana Amador, no dia 2 de Agosto, no decorrer de uma visita que efectuou às obras

e onde verificou o ponto de situação dos trabalhos, que se encontram em avançado estado de desenvolvimento. De referir que o valor entre-gue é apenas uma parte do valor das comparticipações

que tinham sido protocola-das entra a Câmara de Odi-velas e as duas entidades.O projecto das Casas da Granja é um equipamento social da responsabilidade da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APCL), e destina-se a pessoas com Paralisia Cerebral ou situ-ações neurológicas afins e ainda situações de risco. Trata-se do primeiro equi-pamento do concelho de Odivelas dirigido ao apoio à deficiência.O equipamento é composto de uma creche para crianças dos 0 aos 3 anos, para todas as crianças incluindo com deficiência e tem capacida-de para receber 66 utentes; de um Lar Residencial para 24 utentes; um Centro de Actividades Ocupacionais (CAO); Residência Autó-

noma para 10 utentes; um Serviço de Apoio Domicili-ário destinado a apoiar 100 utentes; Lavandaria; Ginásio e Piscina de hidroterapia.Trata-se de um investimento total de cerca de 2.700.000,00 euros, que contou com a ce-dência do terreno por parte da Câmara de Odivelas e de uma comparticipação de 150 mil euros ao abrigo do programa PARES bem como da execução das obras de acessos e arranjos exteriores, orçadas em 250 mil euros. O equipamento, que deverá ser inaugurado no início do último trimestre de 2010, vai permitir a criação de 80 novos postos de trabalho.Póvoa de Santo Adrião O projecto da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião irá permitir o alargamento do apoio social

à 3ª Idade nas valências de Lar, abrangendo 30 utentes, Centro de Dia para igual número de utentes e Serviço de Apoio Domiciliário, para um total de 60 utentes.“A obra permitirá um acrés-cimo em cerca de 13 por cento, 9 por cento e 25 por cento do número de acordos na rede solidária no conce-lho, nas valências, lar, centro de dia, e serviço de apoio do-miciliário”, refere, em nota, a autarquia odivelense.O investimento total é de cerca de 1.500.000,00 euros, sendo que a Câmara Muni-cipal de Odivelas comparti-cipará com um subsídio no montante global de 250 mil euros Este equipamento, que deverá ser inaugurado no início do último trimestre de 2010, vai criar 20 novos postos de trabalho.

Tiveram lugar, e vão continuar nos próximos meses, diversas pequenas obras na freguesia de Odivelas, com o objectivo de melhorar a mobilidade local. A Junta de Freguesia de Odivelas, através do seu sector de obras, levou a cabo di-versos melhoramentos no espaço público, peque nas inter-

Obras facilitam mobilidade na freguesia de Odivelas

venções que passam pela reparação de calçadas, essencial para facilitar a mobilidade, pela colocação de pilaretes de modo a desobstruir os passeios do estacionamento abusivo, para além de ser um sério obstáculo para os peões, criando dificuldades acrescidas aos mais idosos.

Cem mil euros foi o valor entregue pela Câmara Municipal de Odivelas a duas instituições – e dois projectos - em curso no concelho, a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa e a da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião.

Ramada

A Câmara Municipal de Odivelas, no âmbito de reforço da seguran-ça rodoviária e tendo em conta a existência de alguns acidentes na Rua Álvaro de Campos com a Rua Florbela Espanca, colocou a sina-lética de proibição de viragem à esquerda da Rua Álvaro de Cam-pos para a Rua Florbela Espanca. Passa a ser necessário contornar a placa central existente nesse lo-cal para aceder à Rua Florbela Es-panca.

OFC

Foi aprovada, em reunião da Câ-mara Municipal de Odivelas, a proposta de minuta de protoco-lo a celebrar entre a Massa Insol-vente do Odivelas Futebol Clu-be, Sport Lisboa e Benfica SAD e o Município de Odivelas. A pro-posta implica o estabelecimento de uma parceria com o Benfica, uma vez que, até ao momento, o Odivelas não conseguiu assumir os compromissos de pagar as dí-vidas existentes, correndo o sério risco de o Tribunal o mandar en-cerrar em definitivo.

CDU

Um ano depois de aprovada na Câmara Municipal de Odivelas a proposta de contrato programa a celebrar com a ARSLVT com vista à construção e apetrechamento de 4 unidades de saúde no conce-lho “nem um único equipamento está iniciado, nem um único tijo-lo foi ainda colocado, nem sequer se conhece qualquer data segura e fiável de quando tal ocorrerá”, denuncia a CDU de Odivelas que lembra o “aproveitamento que este acordo com o Governo as-sinado em vésperas de eleições, permitiu aos responsáveis e can-didatos do PS local”. A CDU diz ainda que as condições de saúde em Odivelas “continuam a pio-rar, as instalações a degradar-se, o numero de médicos e enfer-meiros a diminuir, as especialida-des a acabarem e os utentes sem médico de família não param de aumentar, sendo já mais de um terço dos inscritos nos centros de saúde deste concelho. A úni-ca decisão concreta e efectiva foi a redução do horário do CATUS, que agora funciona menos 14 ho-ras por semana, penalizando ain-da mais toda a população”

Bernardo, conta connosco!

O Bernardo da Conceição, tem 16 anos, mora na Ramada e sofre de Paralisia Cerebral. Uma doença que o afecta em termos cognitivos mas, principalmente, em termos motores. A sua vida tem sido uma vida de luta contra a doença. Como refere na sua página na net andabernardo.com “fiz medicina alternativa até aos 6 anos que me ajudou a ser o que sou hoje. A partir dos 6 anos tive de deixar os tratamentos pois o meu pai faleceu e a minha mãe para cuidar de mim teve de deixar o emprego”.Mas a esperança de recuperar o máximo possível não parou e uma nova luz surgiu. “Quando fui a um passeio para pessoas com mobilidade condicionada organizado pela Câmara de Odivelas, conheci meninos que foram a Cuba fazer um tratamento e voltaram a andar”.Foram enviados os exames e veio uma resposta positiva. Mas a deslocação e os tratamentos têm o seu custo e o Bernardo precisa de, pelo menos, 30 mil euros. De imediato se desenvolver uma onda solidária. Amigos, professores e vizinhos já organizaram diversos espectáculos. Recolheram-se os primeiros fundos que estão depositados numa conta específica. É necessário um novo impulso. E vai ser possível, pois a Federação das Associações de Pais das escolas do concelho de Odivelas está empenhada nesta onda solidária. Em Setembro terá lugar um grande espectáculo a favor do Bernardo, em dia e hora a definir em breve, com o objectivo de contribuir que o Bernardo seja ainda mais “alegre, comunicativo e continue a adorar desporto, principalmente futebol”.O desafio fica aqui lançado, o Bernardo conta connosco!

Page 15: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 15ODIVELAS

Jogar as damas, ajuda ao de-senvolvimento do raciocínio. Quem o diz é Victor Nédio, Presidente da Federação Por-tuguesa de Damas, cuja sede se encontra instalada na zona antiga da freguesia da Póvoa de Santo Adrião.O popular jogo não se limita, de facto, a um “ora agora ganho eu, ora agora ganhas tu”. Ao contrário do que mui-ta gente possa pensar, “é um jogo muito complicado, pois comporta milhares de variantes. Para mim, até é mais interes-sante que o xadrez, exacta-mente devido à sua enorme complexidade. É aqui que reside a sua beleza, pois um

bom jogador é aquele que tem capacidade para ver mais sempre mais à frente”, ou seja, a perspicácia para estudar soluções e jogadas em antecipação que possam surpreender o adversário.Victor Nédio defende, tam-bém por isso, que era impor-tante que as damas chegas-sem aos jovens, em especial através da sua inserção em meio escolar. Até porque está provado que quem joga as damas aca-ba por desenvolver as suas capacidades de raciocínio, tornando-se mais rápido e eficaz na resolução de proble-mas e melhor aluno, em par-ticular, em disciplinas como

a matemática, a estatística, a lógica, etc. Não é por acaso que um dos damistas mais consagrados de Portugal, que participou, recentemente, num torneio realizado em

Loures, é o Dr. Vaz Vieira, de Coimbra, licenciado em...matemáticaApesar das diversas diligên-cias da Federação Portuguesa de Damas, entidade com mais de 20 anos, reconhecida pelo Instituto do Desporto, não tem sido fácil esta ligação entre o mundo das damas e as escolas. “Teria de haver uma maior vontade por parte do Ministério da Educação e das próprias autarquias”. Talvez porque, de forma pro-fundamente errada, as da-mas tenham sido até aqui associadas a um desporto menor, popular, praticado nas colectividades ou nos jardins. As damas, porém já contam

com mais de mil jogadores federados, “e temos vindo a crescer”, têm um campeonato nacional, cuja fase final, com a presença de 10 damistas que jogam entre si se realiza em Outubro, têm campeo-natos internacionais e até abordagens teóricas, com experimentados jogadores a escreverem livros sobre a história e as tácticas e estra-tégias do jogo.“Existem dois tipos de cam-peonatos, o campeonato de rápidas, em que cada jogo dura meia hora e o campe-onato de lentas, que pode ir até às duas horas e quinze minutos. A modalidade de rápidas absorve mais gente”,

explica Victor Nédio que, no seu próprio café, situado em Santa António dos Cavaleiros, tem sempre disponível uns tabuleiros de damas ou de xadrez, para quem quiser passar umas horas sossegadas a jogar.“A Federação esteve situada, inicialmente, em Lisboa. De-pois tivemos de deixar a sede e encontrar um novo espaço. Estamos na Póvoa de Santo Adrião, mas continuamos com um problema de encar-gos excessivos, pois a renda é cara, pelo que precisamos de um espaço adequado às nossas possibilidades. Já con-tactámos algumas autarquias, mas até agora nada”.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE DAMAS TEM SEDE NA PÓVOA DE SANTO ADRIÃO

“Quem joga as damas desenvolve as suas capacidades de raciocínio”

Carlos Cardoso

Não há a certeza da origem do jogo de damas. Há quem defenda que surgiu na Euro-pa medieval, sem que se pos-sa precisar local e data e que é descendente do Alquerque (jogo que tem Trilha como uma de suas variantes), de quem herdou a captura ao pular uma peça do adversá-rio. Também teria recebido elementos do xadrez, como o tabuleiro, a promoção de peças ao alcançar a última li-nha e talvez o próprio nome.Também há quem diga que a descoberta de pinturas e tabuleiros em túmulos do antigo Egipto, além de outros achados arqueológicos em diversos lugares do mundo, que dão conta da existência de jogos bem semelhantes ao actual Jogo de Damas poderiam remeter a sua origem para a cultura egípcia ou para a cultura romana. O certo é que não existem, no entanto, indícios seguros que nos possam elucidar onde e quando ele surgiu.

RegrasO jogo de damas pratica-se entre dois parceiros, num tabuleiro quadrado, de 64 casas alternadamente claras e escuras, dispondo de 12 pedras brancas e 12 pretas. O objectivo é capturar ou imobilizar as peças do ad-versário. O parceiro que o conseguir ganha a partida. O tabuleiro deve ser colocado de modo que a casa angular à esquerda de cada parceiro seja escura. No início da partida, as pedras devem ser

colocadas no tabuleiro sobre as casas escuras, da seguinte forma: nas três primeiras filas horizontais, as pedras brancas; e, nas três últimas, as pedras pretas. A pedra movimenta-se em diagonal, sobre as casas escuras, para a frente, e uma casa de cada vez. A pedra pode capturar a peça do adversário para a frente. A pedra que atingir a oitava casa adversária, pa-rando ali, será promovida a “dama”, peça de movimento mais amplos que a simples pedra. Assinala-se a dama sobrepondo, à pedra pro-movida, outra da mesma cor. A dama pode mover-se para trás e para frente em dia-gonal, diferente das outras peças, que movimentam-se apenas para frente em dia-gonal. A dama pode também tomar outra peça pela frente ou por trás em diagonal.Quando na casa contígua a uma pedra houver uma peça

adversária, com uma casa imediata vaga, na mesma diagonal, a pedra tomá-la-á passando para a citada casa vaga. Assim, a pedra toma para a frente e para trás, sen-do este o único movimento retrógrado da pedra. Se após a tomada de uma peça, a circunstância se repetir, a pe-dra continuará a tomada no mesmo lance, chamando-se a este movimento tomada em cadeia.Se, nas diagonais da casa de partida da dama, houver uma peça adversária cuja casa imediata esteja vaga, a dama tomá-la-á passando para qualquer casa vaga após a peça tomada. A dama também toma em cadeia.A tomada é obrigatória. A pedra e a dama têm o mes-mo valor para tomar ou ser tomada. Se, no mesmo lance, se apresentar mais de um modo de tomar, é obrigató-rio executar o lance que tome

o maior número de peças (lei da maioria). A peça que toma poderá passar mais que uma vez pela mesma casa vazia, porém não poderá tomar qualquer peça mais de uma vez. Não será promovida a pedra que, numa tomada em cadeia, apenas passe pela oitava casa adversária. As peças tomadas só deverão ser retiradas do tabuleiro depois de completo o lance. As brancas têm sempre a saída, isto é, o primeiro lance da partida. Determina-se por sorteio ou convenção, para a primeira partida; nas seguintes, as brancas cabem alternadamente aos dois parceiros.O lance é executado quando se leva directamente à nova casa a peça tocada; a peça deve ser imediatamente sol-ta. O lance está completo quando a mão do jogador tiver largado a peça, ao movê--la de uma casa para outra. Se o jogador, a quem cabe efectuar o lance, tocar uma de suas peças, deverá jogá--la; e, várias de suas peças, o adversário terá o direito de designar qual a peça, de entre as tocadas, deverá ser jogada. Nota: se nenhuma dessas peças puder ser jogada legal-mente, não haverá penalida-de, entretanto, a reincidência é passível de punição.A partida termina empatada quando: os dois parceiros concordarem com o em-pate; a partir de qualquer ponto da partida, ocorrer 20 (vinte) lances sucessivos de Damas, sem tomada ou

deslocamento de pedra; uma mesma posição se produzir pela terceira vez, cabendo ao mesmo jogador o lance, de-verá o interessado reclamar o empate, antes que a posição se modifique (esta regra só vale se a partida estiver sendo anotada em uma planilha); e, na luta de três damas contra uma, o lado maior não con-seguir obter vitória em vinte lances. O jogo de damas, difundido que foi por todo o mundo, acabou por receber altera-ções, dependendo da região em que é jogado. Também foram feitas modificações nas regras. A seguir, algumas variantes do jogo.

Damas do BrasilDama sem captura: A dama move-se em diagonal, per-correndo as casas vagas que quiser, para diante ou para trás, não tomando no seu percurso qualquer peça de cor contrária e não podendo mudar dessa diagonal.Dama com captura: Se em sua diagonal houver uma outra peça, sendo essa da cor adversária, a captura só pode ser efectuada se houver uma ou mais casas vazias após a peça adversária, sendo as-sim, a jogada é obrigatória. A dama é obrigada a ficar uma casa após a peça capturada.Damas portuguesasO tabuleiro é colocado de modo a ficar uma casa bran-ca à esquerda; as pedras não podem capturar para trás; quando houver mais de uma opção para tomar o mesmo

número de peças, deverá optar o jogador pela que lhe permita capturar mais damas (lei da qualidade); no caso de uma tomada em série, se a pedra passar pela última fileira, será automati-camente promovida a Dama. A Dama pode andar quantas casas tiver disponíveis, para a frente e para trás.

Damas italianasAs regras são as mesmas das damas tradicionais, com as seguintes mudanças: o ta-buleiro é colocado de modo a ficar uma casa branca à esquerda; as peças não po-dem tomar a Dama; se um jogador não tomar uma peça quando for possível fazê-lo, perde o jogo; e quando hou-ver mais de uma opção para tomada de peças, deverá optar o jogador por tomar a peça mais valiosa, isto é, a camisa.

Damas inglesasMesmas regras das damas tradicionais, exceptuando o facto do jogador poder optar por capturar qualquer peça e não fazer obrigatoriamente a jogada que o permita tomar o maior número de peças.

Damas russasAs únicas alterações com relação as regras oficiais, são o facto de a tomada não ser obrigatória e o facto de, no caso de uma tomada em série, se a peça passar pela última fileira, será promo-vida a Dama e continuará a jogada já como Dama.

História do jogo de damas

Page 16: Jornal Triangulo - 181

16 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO ODIVELAS

É sabido que Portugal é um País cujo território foi conquistado com sangue suor e lágrimas, desde o norte (Guimarães) até lá baixo ao Sul (Algarve). As palavras de Camões “Portugal, onde o Sol nasce e o sol se põe, sem nunca deixar de iluminar o império Português” ou até mesmo a máxima de Salazar “Portugal, esse pequeno País na Europa, grande e dilatado no Mundo”, não passam hoje de vestígios de um passado glorioso, porque construído por homens gloriosos.Poucas são as nações detentoras de um tal património, sendo certo que a primeira nação, que no mundo ocidental, fixou á mais tempo as suas fronteiras é a Portuguesa, cujas fronteiras do século XII são as mesmas das do século XXI. Temos um único desentendimento fronteiriço – Olivença.Outras Nações há que para fixar as actuais fronteiras tiveram de comprar o respectivo território – desde logo os Estados Unidos da América, que compraram o Alasca, aos Russos, entre outras parcelas de território cuja integração na federação americana se fez por compra.Embora poucos o saibam, t a m b é m P o r t u g a l t e m territórios que comprou para os integrar no seu “dominium impérie”, é o caso das ilhas Desertas (3 pequena ilhas), que se vislumbram da ilha

principal da Madeira, e as ilhas Selvagens (outras 3 pequenas ilhotas) todas fazendo parte do arquipélago da Madeira.Estas ilhotas eram propriedade (não só propriedade mas d o m i n u m t a m b é m ) d e abastadas famílias inglesas, que as venderam ao Estado Português na década de setenta do século passado. Sendo ilhas áridas e não habitadas e com uma vida animal residual (procuradas por uma ave chamada “freiras do bugio” que ali nidificam) e por uma vegetação rasteira, a verdade é que nunca despertaram a cobiça de ninguém. Excepto as Selvagens que por se encontrarem mais próximas das Canárias do que da Madeira, são reivindicadas pelos espanhóis, facto que motivou três visitas de afirmação de soberania, a primeira protagonizada pelo Dr. Mário Soares e mais recentemente pelo actual Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva, sendo o último a fazer essa manifestação de soberania o Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, de resto ocasião para testar a última unidade da marinha, navio dotado da mais alta tecnologia existente, o ano passado.Existe ainda nesta Região Autónoma um outro caso curioso, quase desconhecido em Portugal continental – um

pequeníssimo ilhéu (o qual foi ligado fisicamente á ilha principal quando se construiu o pontão da Pontinha na baia do Funchal) onde foi edificado o forte de S. José, estrutura que serviu de quarentena aos navegadores aportados á Madeira.Este forte passou para as mãos de particulares através da alienação feita pelo Rei D. Carlos I (alienação de propriedade e dominium), e acabou na posse do Dr. Renato Barros, um simpático professor madeirense que reivindica a independência do forte, com base na alienação do dominium feita por D. Carlos I, assunto merecedor de atenção por parte de potências estrangeiras e em fase de ser apresentado na ONU, como o próprio me explicou numa visita que lhe fiz em tempos.O Príncipe Renato Barros (como se auto intitula) tem brasão, e já bateu a todas as portas para fazer vingar a sua pretensão, e está irredutível quanto à razão que lhe assiste.Desde o Governo Regional, ao empresário Jo Berardo, as propostas para aquisição do forte têm existido, mas os montantes oferecidos mal dariam para a entrada da compra de um apartamento.Mesmo quando lhe expliquei que à data da alienação do forte existia uma Constituição Monárquica, com disposições

impeditivas de uma alienação de território, e de dominium, facto que torna nula aquela a l i e n a ç ã o, o “ P r í n c i p e ” manteve-se irredutível. Tudo isto vem a propósito, ou pelo menos suscitou-me esta reflexão, depois de ler no Diário de Noticias de, 5 de Março, a “sugestão” feita pela Alemanha à Grécia, esta a braços com uma crise monumental por gastar muito mais do que o que produz, para “vender” as suas ilhas como forma de combater o défice estatal. E isto não é inocente pois a ilha Grega de Corfu, entre outras, é muito visitada por turistas alemães. Ora esta notícia conhece desenvolvimentos nas páginas do “Correio da Manhã” de 26 de Junho de 2010.Um jornal inglês anuncia que algumas ilhas gregas estariam à venda, ao que o governo grego se apressou a desmentir. Mas fica a dúvida.Isto reflecte bem a disposição da comunidade internacional face ao despesismo galopante dos gregos. Os maiores pagantes da União Europeia (Alemanha) é que não estão com meias medidas e põem o dedo na ferida.Ora isto trouxe-me à memória uma frase proferida pelo poderoso homem de mão de Alberto João, o indispensável Jaime Ramos (Secretário Geral do PSD da Madeira, líder do

grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa, onde o vice- é o seu filho e putativo herdeiro politico Jaime Filipe Ramos, administrador de variadíssimas empresas, etc) que a dado momento da discussão da célebre Lei das Finanças Regionais (a tal Lei que levaria à precipitação das eleições regionais antecipadas de 2007), disse “quem quer ilhas tem de as pagar” referindo-se ás obrigações do continente português quanto á Região Autónoma da Madeira.Assim, na sua perspectiva, o Poder Central Português teria de pagar, e bem, se quisesse ter ilhas inclusas no território nacional. E bem caro isso sai, apenas para termos o privilégio de ter no mapa mundi duas ilhas habitadas, sendo uma com apenas 3 mil habitantes (Porto Santo), e outra com 250 mil (Madeira).Á época até comentei em certos círculos madeirenses (mas em segredo, porque lá a falta de liberdade de expressão é mesmo uma realidade dorida) que sairia bem mais barato ao Estado central, transferir toda a população do Porto Santo, para o Porto Moniz (município mais pequeno da Madeira, com pouco mais de 1.800 habitantes) e ainda assim o Porto Moniz cont inuaria a ostentar a condição de mais pequeno município madeirense.

O Porto Santo juntar-se-ia ás demais ilhas desabitadas, e poupar-se-ía a instalação de estruturas militares (exercito, com uma unidade ao nível de quartel, marinha ao nível de uma unidade naval, com fuzileiros incluídos, e força área ao nível do heli ali colo-cado em permanência para as emergências, sobretudo médicas, não seria necessário um hospital, não seria necessária escolas públicas ou privadas, não seria necessário um porto para a marinha mercante, não seria necessário repartição de finanças, registo civil, comercial, notários, tribunais, aeroporto, loja do cidadão, etc, enfim uma panóplia de serviços que necessariamente têm de ali estar pelo facto da ilha ser habitada. É só fazer contas para ver quanto se pouparia ao erário público.Se para além de poupar se quisessem mais valias então era fazer como D. Carlos I e vender, pelo menos, as ilhas desabitadas. Seria inconstitucional. Eu sei. Mas isso resolvia-se com uma alteraçãozita constitucional.É um bocado forçada esta visão não é? Mas é onde nos conduz o pressuposto de sua excelência Jaime Ramos.Vamos ver o que acontecerá na Grécia … mas se a moda pega.

* Politólogo ( Famões)

OPINIÃO Saldos Insulares!!Oliveira Dias *

A Comissão Nacional de Eleições, em sessão plenária de 11 de Maio, enviou para o Ministério Público de Lisboa as conclusões decorrentes da participação que a CDU fez contra o Governador Civil de Lisboa, considerando que se comprovaram “indícios de prática de crime previsto e punido no artigo 172º da Lei Eleitoral”, ou seja, que o então Governador C i v i l v i o l o u o s s e u s deveres de “neutralidade e imparcialidade”, favo-recendo, objecti vamente, a força política dominante na Câmara de Odivelas, o PS.A 9 de Outubro de 2009, os moradores dos bairros

Mário Madeira e Urmeira, na freguesia da Pontinha, recebiam nas caixas de correio de suas casas, uma carte assinada pelo então Governador Civil de Lisboa, dando conta da celebração de um acordo, estabelecido a 25 de Setembro com a C â m a r a Mu n i c i p a l d e Odivelas, presidida por Susana Amador, que visava a “transmissão” para a autar-quia do património imóvel do Estado, ou seja, entre outras coisas, os bairros em causa.Com a passagem deste património, criavam-se condições para a resolução d e p r o b l e m a s a n t i g o s

naqueles bairros, indicando a missiva do Governador Civil que esperava que todo o processo tivesse “um desfecho num prazo de quatro meses” e esperando que os moradores “possam usufruir num horizonte temporal não muito distante, de um espaço público urbano requalificado e de mais qualidade de vida nas vossas próprias casas”.Esta tomada de posição, no último dia da campanha e l e i t o r a l , g e r o u u m a p a r t i c i p a ç ã o d a C D U contra o Governador Civil de Lisboa, na Comissão Nacional de Eleições que deu acolhimento favorável

ao protesto.Na sua decisão, a CNE considera que “no caso em apreço, apesar da carta versar sobre assunto da competência do Governo Civil, não se compreende a razão da sua distribuição a dois dias das eleições autárquicas, atendendo a que o assunto em causa não teria qualquer urgência e o objectivo pretendido (o de dar a conhecer a assinatura de uma acordo de intenções e de comunicar a previsão do desfecho do processo em causa num prazo de 4 meses) seria igualmente atingido se tivesse sido adiada a sua distribuição para depois de

realizado acto eleitoral”.Para a Comissão Nacional de Eleições, do teor da carta “resulta, necessariamente, u m e l o g i o à C â m a r a Municipal de Odivelas por o referido encontro ir ao encontro daquilo que aquela câmara há muito defende” e por isso considera que “este tipo de comportamento pode correr o risco de ter sido entendido como tendo intuito eleitoralista e, nessa medida, comprometer os deveres de neutralidade e imparcialidade”.De acordo com a legislação em vigor, a violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade é punida

com pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até 240 dias. Este aspecto, porém, já compete ao Ministério Público, ou seja, saber se justifica ou não avançar com o processo. Como ainda para mais o Governador Civil em causa já não exerce funções, o mais certo é que o processo não avance.Assim como não avança a resolução dos problemas dos moradores dos bairros Mário Madeira e Urmeira. Se a carta falava num prazo máximo de quatro meses, a verdade é que passados dez meses a situação continua na mesma...

COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES DÁ RAZÃO À CDU

Governador Civil de Lisboa “ajudou” a Câmara de Odivelasnas eleições autárquicas de Outubro

Carlos Cardoso

Page 17: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 17VILA FRANCA DE XIRA

BREVES

Carlos Cardoso

V. F. XIRA..............................................................................................................................

Vila Franca “recebe” 60 hectaresde zona ribeirinha da APL

As áreas em causa situam-se entre Vila Franca de Xira e a fronteira com o concelho de Loures. A zona onde se encontra o bairro dos Aviei-ros de Vila Franca de Xira, a área onde esteve situada a antiga fábrica do arroz, a área compreendida entre a praça de touros e o campo de futebol, bem como en-tre a extremidade sul do cam po de futebol e o final das instalações militares da escola da Armada, com excepção da zona mi-

litar, o espaço situado en-tre a Quinta das Torres e os Avieiros de Alhandra, a frente do Sobralinho, a área compreendida entre o Sobralinho e o Adarse, o limite poente do Adarse à zona dos areeiros da Póvoa de Santa Iria, a frente situada entre as instalações

da Somague e os Avieiros da Póvoa e, finalmente, a área compreendida entre os terrenos industriais da Solvay e o limite do concelho de Vila Franca de Xira com o de Loures, vão passar para gestão da au tarquia vilafranquense.Tra tam-se de zonas sem

interesse portuário, mas onde se podem desenvolver projectos requalificadores da zona ribeirinha, permitindo uma progressiva ligação das populações ao rio. “Somos um concelho com 23 quilómetros de frente ri beirinha. É necessário e n c a r a r o Te j o c o m o elemento estratégico de d e s e n vo l v i m e n t o e c o -nómico. O Tejo deve ser visto como uma via fluvial, evitando o uso excessivo do transporte rodoviário”, defende Maria da Luz Ro-sinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A autarca dá o exemplo da cons trução da Plataforma Logística da Castanheira do Ribatejo e a possibilidade de utilização do Tejo para fazer chegar mercadorias por via fluvial. “Em termos económicos é mais rentável”, defende.

Independentemente desse aproveitamento, compete à autarquia concretizar, até 2013, e aproveitando os fundos provenientes do QREN, diversos projectos de requalificação da zona r ibeir inha. Em termos imediatos, e no prazo de oito meses após a assinatura do protocolo de intenções, com a Administração do Porto de Lisboa para a transferência para Vila Franca de Xira das áreas sem utilização por tuária, é necessário de-marcar e caracterizar as referidas áreas. Após isso, e numa acção conjunta entre a APL e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, serão definidos os “mecanismos de cooperação estratégica”, ou por outras palavras, acordado o que pode e não se pode fazer nesse território tendo em vista “o desenvolvimento das acções de conservação, uso e requalificação”.De referir que, para além de Lisboa e Vila Franca de Xira, a APL irá assinar acordos semelhantes com outras autarquias, nomeadamente Loures, Oeiras, Montijo, Moita, Almada, Alcochete, Barreiro, Seixal, Benavente.

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira vai receber 10 áreas ribeirinhas, sem uso portuário, num total de 60 hectares, até aqui sob a responsabilidade da APL- Administração do Porto de Lisboa.

Os Serviços Municipais de Vila Franca de Xira vão fi-car todos concentrados no Vilafranca Centro. O executivo municipal apro-vou, a 14 de Julho, o contrato promessa de arrendamento com opção de compra e o contrato de arrendamento com op ção de compra o que

irá viabilizar a instalação no Vilafranca Centro.“A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira carece há muito de novos espaços para a instalação dos di-versos serviços municipais, verifi can do-se a necessida-de de dotar os serviços de mel ho res condições para

os co la boradores e para os mu nícipes, centralizando--os, contrariamente ao que hoje se verifica, com ser-viços dispersos por toda a cidade e mesmo fora da sede do concelho”, justifica a autarquia em nota emitida à comunicação social. A opção pelo o edifício do

Vilafranca Centro, teve a ver com o facto de ser um espaço situado num local central e com fáceis acessos, permitindo a maximização do tempo e dos recursos despendidos na circulação dos processos e na obten-ção de informações entre ser viços.“Para acolher os ser viços municipais, o espaço actual do Vilafranca Centro será reestruturado, assegurando uma total independência destes serviços em rela ção aos espaços que perma-nece rão destinados à acti-vidade comercial”, refere a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

Serviços municipais vão ficarconcentrados no Vilafranca Centro

Alverca

Decorrem no Núcleo de Alver-ca do Museu Municipal de Vila Franca de Xira, Alverca do Riba-tejo, o ciclo “Conversas sobre Património e História” 2010. Esta iniciativa reúne um con-junto vasto de colóquios temá-ticos que visa informar e sensi-bilizar a população sobre temá-ticas relacionadas com a Histó-ria e Património. Cada sessão será dedicada a uma temática específica e será apresentada por investigadores na área da História Moderna e de Estudos do Patrimónios e será realizada aos sábados, com entrada gra-tuita, no Núcleo de Alverca do Museu Municipal de Vila Fran-ca de Xira. No dia 28 de Agosto, o tema se-rá “Participação dos Cidadãos na defesa do Património”, com Pedro Pina Nóbrega. A 25 de Setembro o tema roda em tor-no da figura de Marcelino Mes-quita (1856-1919), “Aspectos da sua vida e Memória pública”, por António Filipe Rato.

Prémio

Os trabalhos para o Prémio Li-terário Alves Redol 2010, insti-tuído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, devem ser entregues até 31 de Março de 2011. As modalidades aceites são as de conto e romance. O primeiro prémio atribuído para a modalidade de conto é 2.500 euros e para a modalidade de romance é de 7500 euros.

Sobralinho

A Assembleia de Freguesia do Sobralinho realiza a sua próxi-ma reunião ordinária, para de-bater problemas da localidade, no dia 28 de Setembro, nas ins-talações da Casa da Juventude. De referir que o Sobralinho co-memoro, recentemente, o seu 25º aniversário enquanto fre-guesia.

Page 18: Jornal Triangulo - 181

18 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO VILA FRANCA DE XIRA

Obras do Rio Crós-Cós condicionam trabalho

dos comerciantes As obras de regularização do Rio Crós-Cós, com uma série de implicações ao nível da circulação rodoviária e de peões no centro de Alverca, estão a prejudicar seriamente muitos comerciantes das zonas afectadas. “O descontentamento é geral”, garante António Gonçalves, proprietário do restaurante/marisqueira Sol Nascente, que, apesar de concordar que “as obras têm que ser feitas”, lamenta que cerca de 80 por cento do seu negócio tenha sido “afectado e colocado em causa”. A insatisfação agravou-se recentemente quando uma das passagens de acesso ao estabelecimento Sol Nascente fi-cou interdita. A situação tornou-se insustentável. “Tenho semanas a servir apenas 10 almoços por dia”, esclarece o proprietário, que garante que “nem quando abrimos isto acontecia”. António Gonçalves acrescenta ainda que o facto dos clientes já “nem terem onde estacionar” e os peões “terem dificuldades em passar” faz com que “venham até aqui mas acabem por ir embora”. Para o responsável do restaurante “as obras estão a de-morar muito tempo” e o mais grave “é que sempre me garantiram que só fechavam esta passagem quando as primeiras obras tivessem concluídas”. “No Verão tenho sempre mais clientes, este ano é ao contrário”, diz António Gonçalves, esclarecendo que apenas as “pessoas habituais continuam a frequentar o estabelecimento”. Os clientes da casa já falam em “fazer um abaixo-assinado para garantir a regularização da situ-ação”, explica o proprietário, visivelmente insatisfeito, que acredita que esta seja uma “proposta para ir para a frente”.António Gonçalves, que já falou com diversos respon-sáveis quer da Junta de Freguesia, quer da Câmara Municipal, explica que “não exige muito”, apenas pretende uma passagem que, assegura, “sempre me foi garantida pelas entidades”.

Sara Cabral

Nestes primeiros meses, onde se centrou a actividade da Junta de Freguesia?Centrámos o nosso traba-lho no melhoramento de algumas áreas que estavam com deficiências. Actuámos na recuperação de abrigo de passageiros em algumas localidades, procedemos a arranjos urbanísticos, para que as coisas ficassem mais agradáveis, intensificámos a limpeza de áreas problemáti-cas, pois temos uma freguesia com muito mato.Vialonga tem imensos es-paços verdes, deve ser uma área a exigir enormes inves-timentos?Uma parte substancial dos espaços verdes estão entre-gues a uma empresa que faz os arranjos e limpezas. Temos no orçamento 185 mil euros só para manutenção e con-servação de zonas verdes. É uma área que nos dá algum trabalho, devido ao vanda-lismo. Estamos a gastar uma média de mil euros por mês no arranjo de sistemas de regas. Já falamos com a GNR no sentido de se fazer uma maior vigilância. O mesmo em relação aos

dejectos de animais. É im-pressionante gastar-se tanto dinheiro em zonas verdes e depois as crianças não po-derem ir para lá brincar. Há pessoas que não têm cuidado e isto não pode continuar assim. Sabem que é proibido, que há coimas, mas como não há fiscalização continu-am. Tive uma reunião com a GNR e, em Setembro, vamos fazer um folheto para entre-gar nas escolas no sentido de serem as próprias crianças a sensibilizarem os pais para terem cuidado com os ani-mais, caso os tenham. Por falar em zonas verdes, houve, recentemente, uma movimentação de terras no futuro Parque da Flamenga, mas está tudo parado de novo. O que se passa?Este trabalho que foi feito na Flamenga, devia ter sido feito em Outubro do ano passado. O que se fez foi colocar o terreno à quota e nada mais. Entretanto foi lançado um concurso, na ordem dos 251 mil euros, para a terceira fase da empreitada. Francamen-te, acho muito pouco para toda aquela área. Fala-se num circuito de manutenção, limpeza e em jardinagem. Será, apesar de tudo, um novo arranque para aquela área. Claro que depois temos o problema da construção do complexo desportivo, com a piscina, que não está con-templado neste concurso e que será um outro processo.Justifica-se este ritmo?Não é justificável. Hoje fala-

-se na difícil situação econó-mica, a verdade é que quando as pessoas compraram as casas, por um preço eleva-do, foram motivados com uma maqueta onde lhes era apresentado um complexo e um espaço arranjado. E, supostamente, havia verbas para esse trabalho. Mas, por outras opções, foi encami-nhado para outras obras e aquele espaço ficou para trás, prejudicando os moradores.Mas os problemas não se ficam por aqui. Quem visitar a Flamenga e a Quinta das Índias vê que a estrada está toda desnivelada. Porquê? Porque falta colocar a terceira camada de betuminoso em toda aquela área. Todo o inte-rior da Quinta das Índias e da Flamenga está por concluir. Há uma garantia bancária do urbanizador, mas face ao que é necessário fazer não sei se já não estará desactualizada. A Junta de Freguesia tem feito diligências junto da Câmara Municipal, para que obrigue o urbanizador a concluir esses trabalhos.O actual Executivo tem re-alizado pequenas reuniões com a população. Vai haver um contacto mais estreito com as pessoas de Vialonga?Há necessidade de ter um contacto mais directo com a população, pois sentimos que em algumas áreas esta-vam desprotegidos. Posso até focar um caso, que me tem

preocupado muito, que é os Enxovais da Granja. É uma zona bonita, mas está despre-zada. Há um matagal autên-tico no local. Decidimos, por isso, colocar pessoal a fazer uma grande limpeza, numa área que é de responsabilida-de do urbanizador. Estamos a falar de uma urbanização nova, com boa qualidade de habitação, mas que o respon-sável deixou ao “Deus dará” e que por isso os moradores, legitimamente, queixam-se. Já falei com o vereador Al-berto Mesquita, já houve uma reunião com o urbanizador, todos dizem que é necessário alterar a situação mas depois fica tudo na mesma. O que é que vai acontecer? Vai a Junta de Freguesia, com as suas parcas possibilidades, limpar os terrenos e melhorar o que for possível.Sendo essa uma intervenção possível de assumir, mais complicado parece ser a via principal que atravessa Via-longa, que está num estado deplorável. Para quando a pavimentação da rua prin-cipal?Já começam a ser as obras de Santa Engrácia. Quando nos abordam sobre este tema até nos sentimos envergo-nhados. Fizemos um esforço no sentido de que, este ano ainda, fosse contemplado um valor para toda a pavimenta-ção desta área. É verdade que não temos um não por parte

JOSÉ GOMES, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE VIALONGA

“Precisamos da construção de raizde um espaço para a Unidade de Saúde Familiar”

José Gomes, 56 anos, pais de dois filhos, é o actual presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, sucedendo a Manuel Valente. A sua ligação a Vialonga já tem anos. Trabalhou na Sociedade Central de Cervejas, onde foi membro da Comis-são de Trabalhadores. Aderiu ao PCP após o 25 de Abril de 1974. Fez parte do anterior executivo da Junta de Freguesia e encabeçou a lista da CDU que venceu as últimas autárquicas de Outubro de 2009. A poucos dias das Festas Populares e em Honra de Nossa Senhora da Assunção, que têm lugar a 13, 14 e 15 de Agosto, o jornal Triângulo entrevistou o autarca, abordando as principais questões que afectam a freguesia.

Page 19: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 19VILA FRANCA DE XIRA

da Câmara, mas já falam que devido a processos burocráti-cos será difícil. A Junta, por si só, não tem condições. Andei com um técnico da Câmara e só em sumidouros e caixas de esgoto eram na ordem das 400. É uma obra com um elevado peso económico mas infelizmente não posso ga-rantir que seja feita este ano. A Câmara diz que tem um concurso para várias zonas do concelho e está contem-plado Vialonga e pouco mais do que isto.Nessa via, praticamente em frente à sede da Junta, está um conjunto de casas an-tigas, degradadas, onde até ocorreram incêndios. Para quando uma solução para aquela zona?Tivemos uma reunião de Câmara, em Vialonga, onde abordámos esse tema e tudo parecia que estava resolvido. Todos ficamos com a ideia que a solução parecia rápida. Passados este tempo todo, não está feito.Há pouco tempo, o vereador Alberto Mesquita telefonou--me para saber qual a ajuda que os bombeiros poderiam dar na resolução deste pro-blema. Falei com o Comando, que me disse que a ajuda possível só poderia ser em termos de limpeza, de pro-tecção, detectar eventuais focos de incêndio. A verdade é que toda esta zona tem um proprietário. Aliás, se tudo tivesse corrido bem se as coisas tivessem avançado, já teria até nascido aqui uma nova urbaniza-ção. Falava-se, inclusive, na altura, que a própria sede da Junta seria deslocada para dentro dessa área. Não avançou ainda, mas compete ao urbanizador garantir a segurança do espaço. Só que a Protecção Civil considerar que existe um perigo público, nomeadamente de derroca-das, então o processo pode acelerar mas ainda não existe u parecer da Protecção Civil nesse sentido.

A verdade é que bastava que demolissem as casas velhas e limpassem o local para que as condições de segurança melhorassem. E é isso que as pessoas pedem, porque tem aumentado a bicharada, há muitos ratos, gatos, cães, pois utilizam as habitações abandonadas, provocando algum incómodo e sendo um eventual foco de doenças públicas.Porque estamos nesta zona antiga de Vialonga, para quando um novo quartel para os bombeiros?Há algumas novidades. A presidente da Câmara de Vila Franca de Xira teve uma reunião com o padre de Vialonga e está em vista um acordo de cedência do es-paço, situado junto à ABEIV, que era para a construção da igreja, projecto que não vai avançar tão brevemente. Trabalha-se uma parceria para deslocar para ai o quar-tel dos bombeiros o que seria uma boa solução, pois ficava bem colocado.Já agora, num outro espaço, situado em frente, prevê-se a construção do Centro In-tegrado de Idosos da ABEIV que trabalha numa nova

candidatura para reiniciar o processo no sentido de se concretizar o Centro. A ver vamos se consegue.Relativamente ao antigo hos-pital da Flamenga, sei que o assunto não está esquecido, mas ainda não há datas defi-nidas para a concretização do projecto que envolve o CEBI.Esta zona de Vialonga de que estamos a falar fica perto de uma área nobre, a Mata do Paraíso. Mas a ligação da população com a Mata é fraca. Que se podia fazer para potencializar este belo espaço?Há uns anos a Câmara Muni-cipal apresentou um projecto para a Mata do Paraíso, onde seria erguido um complexo de lazer para o concelho. Isso não está posto de parte mas tarda e não se vislumbra que para os tempos mais próxi-mos exista uma intervenção de fundo no sentido da re-cuperação daquele espaço. A Junta de Freguesia garante a limpeza da área, no sentido de que as pessoas a possam utilizar. Mas temos de ter consciência que se trata de um espaço privado. Quando há iniciativas com maior impacto pedimos autoriza-

ção à Obriverca, pois não queremos usufruir do espaço sem ter contacto com o seu responsável. Penso, porém, que se podia fazer mais, criar uma zona para pic-nic, pois não há estruturas algumas, nem sequer água. O que é um perigo, pois fazem-se pic-nic clandestinos. Enquanto não se avançasse com a obra, era bom criar as condições mí-nimas e ter um espaço para que as pessoas pudessem conviver, com uma fonte de água, uns assadores, umas mesas, etc.Aproveitemos para falar da Várzea. Qual a posição po-lítica da Junta de Freguesia em relação à Várzea?É a mesmas que têm todos os organismos do Estado. Trata-se de uma área de reserva agrícola, de alaga-mento de cheia, temos de a preservar e combater as ocupações clandestinas. Ainda recentemente denun-ciámos à Câmara mais uma ocupação clandestina, junto ao Quintanilho. Continua a haver a ocupação selvagem da Várzea.Actuamos a dois níveis. De-nunciamos estas ocupações mas também informamos de terrenos disponíveis para a instalação de empresas. E eles existem, só que as pessoas tentam rentabilizar o investimento, ocupando um espaço que tem custos menores, não investindo em terrenos apropriados. Falemos do património de Vialonga. Ele existe, mas está pouco divulgado e si-nalizado...É uma área em que temos de fazer algum investimento. Podemos até dizer que o património bem conservado é privado. Falo de algumas quintas, em bom estado de conservação, mas que são privadas. O que é público e devia estar em bom estado está ao abandono. Dou um exemplo, a Igreja do hospital da Flamenga, que tem um excelente património em

azulejo. O hospital está como está, vão para ali crianças e jovens, danificam coisas o que é uma pena pois é um património riquíssimo. Temos outro exemplo, a Ca-pela das Conchas que está segura... por uma figueira. Para sensibilizar mais as pes-soas, é importante apostar na sinalização e na informação. A Variante começa a ser um problema, em especial ao fim da tarde, com enormes filas. Que soluções?A variante tem um grande problema, que é a falta das rotundas, que provocam imensas filas. O que é que acontece? A tendência das pessoas é vir por dentro. Há a promessa das rotundas da variante serem feitas o mais rapidamente possível. Os acidentes têm aumentando. Constantemente os sinais estão avariados e quando passam a amarelo intermi-tente os acidentes tendem a aumentar.Era também importante resolver o nó dos Caniços. A própria Câmara Municipal assumiu que iria fazer dili-gências junto das EP. Con-tinuamos a aguardar, mas era essencial garantir uma ligação directa à A1.Vialonga tem mais de 22 mil pessoas. Os problemas nas infra-estraturas de saúde tendem a agravar-se...É verdade e a Unidade de Saúde Familiar já rebenta pelas costuras, não recebe mais ninguém. Os locais de trabalho da USF são péssi-mos, há salas de trabalho que não têm o mínimo de condições. Para agravar a situação, pas-sou a fechar as 20 horas e as pessoas são encaminhadas para a Póvoa de Santa Iria com todos os problemas que isso acarreta. Neste mo-mento, há largas centenas de pessoas que não tem médico de família.Já protestamos contra esta situação e para a dimensão de Vialonga, para a popula-

ção que temos, precisamos da construção de raiz de um espaço para a USF. Já falámos com a Câmara que reconhece que aquele espaço precisa de ser ou requalificado ou sujei-to a uma construção de raiz. Do meu ponto de vista terá de ser uma construção nova.E ao nível dos estabeleci-mentos escolares?Temos algumas escolas que precisam de obras, como a escola dos Centenários. Te-mos algumas também esco-las a funcionar em pavilhões. Abriu a escola da Quinta das Índias, para onde toda a gen-te queria ir. A verdade é que a Quinta das Índias está, neste momento, esgotada. Há pes-soas que moram ao lado e não conseguiram colocar lá os seus filhos.Vialonga precisa de uma nova escola, até para resolvermos a situação de estabelecimentos que estão na sua fase termi-nal. A construção de uma nova escola seria o ideal, provavelmente na zona da Flamenga.Vai ter lugar a ampliação da escola EB 2,3, um trabalho para 20 meses, que terá, in-clusive, um pavilhão. Se o que está projectado avançar, será um espaço bonito. Mas ao ní-vel do primeiro ciclo começa a haver carência de espaços e é necessário investir mais nesta área.Vão ter as festas de Vialonga dentro em pouco. As dificul-dades económicas fizeram--se sentir?Houve uma redução em termos de verbas, na ordem dos 35 por cento. Mas vamos dar a dignidade que as festas merecem. Vamos ter dois palcos, um no Largo da Igreja e outro no Largo junto aos bombeiros. Não faltam as tas-quinhas e a rua será ocupado pelo artesanato. Vamos ter os nossos ranchos, a música tradicional e alguns músicos vindos de fora. O movimento associativo vai participar, pois estão motivados e darão um contributo essencial.

Page 20: Jornal Triangulo - 181

20 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA MALVEIRA

Semprepresentes!Os Bombeiros Voluntários da Malveira irão estar presentes na edição de 2010 da FEXPOMALVEIRA, dedicada ao tema “Associativismo”. Durante o certame irão assegurar a segurança de alguns eventos e de um stand de proximidade com todos os visitantes.A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Malveira foi fundada a 30 de Setembro de 1944 por um grupo de cidadãos da freguesia da Malveira que estava preocupado com a inexistência de uma estrutura de socorro adequada ao surto de desenvolvimento vivido na Malveira.Ao longo dos anos os Bombeiros Voluntários da Malveira têm contado com o apoio de homens e mulheres voluntários que asseguram o serviço de uma área de oito freguesias (Azueira, S. Miguel de Alcainça, Enxara do Bispo, Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés, Venda do Pinheiro e Vila Franca do Rosário), perfazendo um total de oito das 17 freguesias do concelho de Mafra. A actual estratégia foca-se na adequação de recursos humanos e materiais, com apostas claras e objectivas de formação para os bombeiros bem como na renovação do parque automóvel / equipamento, que deve ser adequado às exigências dos nossos dias, tendo em conta o desenvolvimento tecnológico presente em viaturas, imóveis e zonas industriais.Procura-se ainda uma aproximação à sociedade local numa óptica de relacionamento próximo e de ajuda. O posicionamento dos bombeiros na comunidade é de disponibilidade, responsabilização e acima de tudo de profissionalismo no socorro.No stand existente na FEXPOMALVEIRA, o visitante poderá contactar e sentir o que na realidade significa ser Bombeiro Voluntário e, simultaneamente (na área da saúde) poderá medir alguns dos indicadores primários da sua saúde, como o nível da tensão arterial e glicémia.Presentes para a valorização de uma causa…é este o nosso lema associativo.Os Bombeiros Voluntários transpõem para o recinto da feira as suas campanhas de angariação de novos sócios e novos bombeiros, bem como de donativos para aquisição de duas novas ambulâncias para transporte de doentes.Este equipamento, fulcral para um serviço cada vez de maior qualidade, tentará contar com o apoio de todos aqueles que se queiram juntar neste projecto em vias de concretização.Mas os Bombeiros também estão abertos a novas iniciativas e para Agosto está agendada a apresentação do novo site e em Outubro irão ainda organizar o 1.º passeio de clássicos dos BV da Malveira, que contará com o apoio da Junta de Freguesia da Azueira e da Malveira nesta 1.ª (que se deseja) de muitas edições. As receitas do 1.º passeio de clássicos dos BV da Malveira irão reverter em ajuda para as duas tão pretendidas aquisições de ambulâncias.Os Bombeiros da Malveira aproveitam para apelar a todos os leitores do jornal para a necessidade de estarem presentes na causa de todos nós… uma causa que não é só dos Bombeiros… é a causa da nossa sociedade.

Contactos:Telefone: 21 986 25 61

Mail: [email protected]

Page 21: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 21JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 |

Manuel Gandra e as edições Arcano Zero lançaram o livro “Astrologia em Portugal - Di-cionário Histórico Filosófico”, na Biblioteca do Convento de Mafra.Trata-se do primeiro título de uma colecção de sete livros que vão sendo, progressiva-mente, melhorados e completados com novas entradas e novas abordagens. Manuel Gandra é um autor e investigador vocacionado para a abordagem de temas relacionados com o ocultismo, e os seus trabalhos são de um enorme sucesso, como é o caso deste livro que se encontra praticamente esgotado.

Manuel Gandra lançou“Astrologia em Portugal - Dicionário

Histórico Fisolófico”

U l i s s e s D u a r t e é u m daqueles poetas que irá pas-sar, muito provavelmente, quase desconhecido. O que é uma pena, pois a sua poesia merece ser lida, tal como merece ser reconhecida a sua vida.Foi por isso com mágoa que vimos a Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, no passado 31 de Julho, ocasião em que foi apresentado o livro “Palavras com distân-cia”, um poemário bilingue editado a título póstumo, parca de presenças. Mas sobre este poeta e so-bre este livro disse Urbano Tavares Rodrigues:” São poemas intemporais, de uma invulgar beleza, feita de emoções amansadas e poli-das em rimas e assonâncias num discurso onde o colo-quial se mistura por vezes ao precioso, com sobranceiro desdém por todas as modas e preconceitos. Poemas de ontem e de hoje, lapidados no cerne do verbo quando o corpo de desmo-rona e brinca com a própria decadência”. E outros au-tores se referem a Ulisses Duarte em termos muito elogiosos.Talvez a sua vida o tenha

levado a um certo refúgio. Jorge Castelo Branco, da EdiumeEditores, lembrou

que o autor nasceu em Matosinhos mas apesar da pesquisa feita, pratica-mente ninguém conhecia Ulisses Duarte e nada havia a referenciar na cidade a presença do poeta. Mesmo encontrar textos seus é tarefa especialmente difícil “pois a maior parte da sua obra está esgotada no mer-cado” e ninguém se deu ao trabalho de a reeditar.“Autor pós-romântico, im-pressivo poeta do nosso tempo”, foi como o clas-sificou António Vera, numa curta mas por vezes emo-cionada intervenção. Com-preende-se bem porquê.

António Vera conheceu bem Ulisses Duarte, fazendo parte de uma tertúlia, fun-dada em 1992, a Tertúlia Rio de Prata, por Ulisses Duarte, juntamente com António Manuel Couto Viana, João Marcos, Luís Dantas e Luís Graça. Nessa Tertúlia, espaço de discussão e debate, por vezes bem aceso, onde as questões culturais assum-iam preponderância evi-dente, havia a preocupação de dar voz e projecção a novos autores. De os projectar para con-hecimento do público algo que, infelizmente, não aconteceu com Ulisses Du-arte, como bem realça Julião Bernardes, na introdução

que faz ao livro:”Não teve, infelizmente, o reconheci-mento nacional que lhe era devido, porque o tempo e os homens andam de costas voltadas ao que não dá lucro imediato e, quantas vezes, mais preocupados com o umbigo próprio.Ulisses Duarte sofreu desse problema de saber o valor do que escrevia e de não ver as suas obras divulgadas como merecia”.Isto apesar de ter vencido 48 prémios literários em poesia e prosa e de ter publicado cerca de uma dezena de liv-ros, para além da presença em inúmeras obras colecti-vas e colectâneas.Ulisses Duarte nasceu em Matosinhos a 11 de Março

de 1923 e faleceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 2008. Foi um dos fundadores do jor-nal Notícias da Amadora. Esteve, igualmente, ligado à fundação das revistas Audio Vídeo e Sol XXI. Foi ainda membro da Direcção da APE – Associação Portu-guesa de Escritores – e da Associação Cultural Sol XXI. Foi também presidente do Clube dos Poetas Vivos de que foi fundador. Colaborou nas já extintas publicações: jornal Artes & Artes (Lisboa), Lavra (Vila Nova de Gaia) e Livros & Leituras (Lisboa - S. Paulo). Ulisses Duarte é um poeta a descobrir, porque a sua poesia vale a pena ser desco-berta.

LIVRO “PALAVRAS COM DISTÂNCIA”, APRESENTADO NA AMADORA

Ulisses Duarte... ou de como é imperioso descobrir o poeta!Carlos Cardoso

Sete vezes cincoSete textos sagrados do Corãovezes cinco sentidos.Sete véus transparentes, sete céus,sete versos despidos.É a sete que Deus pára e descansae vai interrogar o infinito:- Quantas estrelas são? – Quem as alcança?- Por que razão fiz isto?Um dia para Deus, sete milhões de anos...Por isso, ao sexto, modelou o Homem,que um plano divino tem planoscom leis feitas de leis que as leis consomem.Sete textos sagrados do Corão,sete selos de lacre nos silênciosdas lendas de cortar o coraçãoquando o amor é intenso!Transcrevo dos vedas toda a famados esquilos divinos da floresta...A minha força é o Karma...O meu poema, a festa!Quando a lua desenha a silhuetado teu corpo de noite no meu peito,a nossa imagem fica mais completae o nosso encantamento, mais perfeito!

Page 22: Jornal Triangulo - 181

22 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

O tempo passa e a agitação perturbadora do discerni-mento que a proximidade temporal sempre provoca, vai com ele também.Passa-do algum desse tempo sobre a morte de José Saramago, desconsideradas as afrontas e os elogios de quem nunca leu uma obra sua que fosse, guardam-se para o fim, como eu faço, os que sobre o escri-tor e o político algo mais do que o insulto e o louvor con-dicionados têm a considerar.Conheço a obra de Saramago quase toda, só ainda não li 2 ou 3 títulos seus, e recordo--me claramente, da significa-tiva descoberta estética, po-lítica e literária que “ Levan-tado do Chão”, há 30 anos, constituiu para mim. Obras de uma beleza, fluidez e ima-ginação inexcedíveis, segui-ram-se-lhe O incontornável “Memorial do Convento” ou (a História de mãos dadas com a Literatura), “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, por exemplo.Mas não é tanto de Literatu-ra que venho falar convosco a este propósito. É mais de Po-lítica.E falando de Política começo por afirmar a minha profun-da divergência com grande parte do pensamento políti-co de Saramago, bem como a completa rejeição da sua ac-ção partidária no período re-volucionário pós 25 de Abril.Afirmada a minha grande dis-tância ideológica e partidá-ria, ainda antes de passar a outro ponto, que será o es-sencial desta crónica, quero testemunhar que na leitura que fiz da obra de Saramago, não me recordo, nem mesmo em “Levantado do Chão”, de alguma vez ter visto irromper o discurso panfletário e por isso, muito menos, ter nota-do que tivessem sido, por ele, sufocadas a imaginação e a criatividade artísticas. E agora indo ao que venho :Tal como Saramago sou ateu. Es-ta minha condição existencial e profunda convicção mate-rialista e ética, creio que me ajuda a compreender melhor o entendimento que Sarama-go tinha de Deus. Deus é em si e no íntimo do escritor, um conceito formal e linguístico vazio de factualidade, só ad-mitindo Saramago a sua exis-tência, enquanto existência do crente.

Por isso, e ao contrário do que num discurso reducionis-ta, manhoso e rasteiro alguns responsáveis da Igreja Cató-lica sofisticamente estabele-cem, José Saramago nunca teve nenhum problema com Deus, porque simplesmente nunca teve Deus.Deus sendo um vazio, uma ine xistência a ninguém po de causar problemas. Já com a Igreja Católica não se pas sa o mesmo. Reconhe-ço a acção social e moral me-ritória do povo católico nos nossos dias, porém a institui-ção religiosa a que este per-tence tem tido, ao longo do tempo e a partir do momento em que deixando de ser uma ideologia de resistência, se instituiu, um rol de atrocida-des fundamentadas em ab-surdos científicos e históricos que é impressionante.A ideologia e a prática, da Igreja Católica, quando de-tentora do poder político e social, foram sempre cruéis, retrógradas e desumanas.Ora foi contra esta institui-ção, ao contrário de Deus, factual, existente e circuns-

tancial, que José Sarama-go em obras como “O Evan-gelho Segundo Jesus Cristo” e “Caim” em última análise, veementemente, se pronun-ciou.Daqui ressalta, ia a escrever a estupidez mas não é, é an-tes a desonestidade intelec-tual, a vigarice psicanalítica, presentes na recente comu-nicação de um alto responsá-vel da igreja Católica Portu-guesa segundo o qual, Sara-mago nunca foi capaz de re-solver o problema que tinha com DeusNunca foi capaz ??? … Mas porquê, alguma vez quis? Tentou, sequer? Admitiu que gostaria de..? Não, nunca o fez. Saramago tinha um proble-ma, é verdade, mas não era com Deus, era muito concre-tamente com a Igreja Católi-ca que sobre um deus cruel, estúpido e desumano ergueu a sua casa. Assim e postas as coisas nes-ta perspectiva, afinal Deus é que tem um problema com Saramago.Neste aspecto também, José Saramago foi um artista con-temporâneo. Soube afirmar nos seus livros, de modo pro-fundamente estético, inten-ções políticas e ideais sociais. E uma coisa é admirar e fruir o modo como o escritor o fez, outra é concordar com eles e defendê-los.Assim, com a água e o azei-te juntos.

Joaquim Marques

AGORA NA ÀGORA

O problema que Deustem com Saramago

OPINIÃO

As autarquias locais, têm feito um esforço no sentido de de-ixar, para gerações vindouras, trabalhos de investigação sobre a história local, nas suas diversas componentes, no património, na etnografia, na abordagem social e empre-sarial, etc. Muitas fazem-nos através de publicações, em revistas específicas, de tra-balhos elaborados, seja por técnicos das próprias autar-quias, seja por investigadores de outras instituições, seja às vezes por homens e mulheres pura e simplesmente interes-sados em conhecer a terra a que se ligaram.Recentemente a Câmara Mu-nicipal de Vila Franca de Xira, através do seu Pelouro da Cul-tura, editou o 10º número do Boletim Cultural CIRA, com a inserção de seis textos, que abordam temáticas e locais diferentes – Calhandriz, Al-handra, Vialonga e Vila Franca de Xira - do concelho de Vila Franca de Xira.Trata-se de um documento, no seu global, muito interes-sante, com trabalhos de nível e profundidade diferentes, mas que são essenciais para perceber a lógica de desen-volvimento deste território às portas de Lisboa situado.Pedro do Canto e Vera Borda d´Água escreveram sobre “O Convento de Nossa Senhora dos Poderes de Vialonga – A Comunidade e o património”, do qual praticamente nada resta, pelo que passa comple-tamente despercebido ao comum dos mortais que em Vialonga, durante 312 anos, existiu um espaço religioso, com implicações evidentes na estruturação da vila. “Calhandriz – Um olhar sobre o seu passado setecentista”, de Alfredo Marujo é, como se refere na nota introdutória “um breve estudo relativo à freguesia de Calhandriz, no decurso do século XVIII”, tendo como fonte principal “as Memórias Paroquiais”. A propósito desta fonte de investigação, será bom referir a importância que assumem as “Memórias Paroquiais”, para entender a evolução demográfica, a composição profissional e social das lo-calidades, para mais quando

muitas das vezes são os úni-cos documentos que contêm alguma informação digna de relevo sobre as terras.Rui Gomes Coelho aborda um outro tema, muito interes-sante. “Telhais- Uma aborda-gem aos fabricos de cerâmica de construção em Alhandra”. Para além de desvendar os processos produtivos, o apo-geu e o declínio dos telhais, o texto aborda um aspecto que foi alvo da abordagem do movimento literário neo-re-alista, a utilização de crianças e de jovens no duro trabalho de produção de telhas.Também sobre Alhandra é a investigação de Cristina Amaral. “Os dias das gentes - Alhandra na segunda metade do século XIX”, onde se abor-dam as grandes transforma-ções que afectaram esta vila, colada ao Rio Tejo, que foi, de facto, um esteio da industri-alização, processo que levou à ruptura de processos tradi-cionais, como a dependência do rio. O papel de Alhandra ainda não foi suficientemente valorizado, mas esta freguesia, que até já foi município, foi pioneira em muitos aspec-tos, um pioneirismo que, contraditoriamente, parece sempre significar um período de subalternização.Também sobre Alhandra, mais especificamente sobre a greve de 8 e 9 de Maio de 1944, escrevem Rui Gomes Coelho

e Maria Manuela Gonzaga. Trata-se de um período muito específico da história de Por-tugal, com um regime dita-torial bem implantado, que respondeu com a repressão ao movimento grevista que teve em Alhandra um peso particular. Entender a adesão dos trabalhadores é perceber como se foram criando as bases de uma resistência ao fascismo, é compreender o pape que esta vila sempre desempenhou na luta contra a ditadura.Finalmente, uma referência para um trabalho muito in-teressante, de Graça Soares Nunes, sobre “A Companhia das Lezírias do Tejo e Sado – Empresa agrícola (1836-1862)” e que nos permite conhecer aspectos pouco divulgados sobre a história e a importância desta Com-panhia. Uma empresa a que, segundo a autora “atribuímos o mérito de ter iniciado, em Portugal, uma nova concep-ção mercantil de praticar a agricultura”.O Boletim Cultural CIRA é, assim, um instrumento es-sencial para compreender um pouco mais da história do concelho de Vila Franca de Xira, mas essencialmente desperta o gosto e o interesse, para conhecer as realidades referidas e olhá-las de uma forma diferente, mais hu-mana e mais profunda. CC

VILA FRANCA DE XIRA

Boletim Cultural divulga trabalhos sobre a história local

22 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO SUPLEMENTO CULTURAL Nº 79

Page 23: Jornal Triangulo - 181

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 | 23

NA ESTANTE

“Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sep-ulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior de-feito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e efluente, e este livro e o meu estilo são como ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e pa ram, resmungam, urram, gar galham, ameaçam o céu, escorregam e caem...”.A dado passo, na página 135, no 71º capítulo de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, livro recentemente editado pela D. Quixote, o narrador sentiu necessidade de falar sobre o próprio livro, talvez para explicar a ousadia e as radicais opções de estilo, que tanto assombro causaram na época.O seu verdadeiro autor é o escritor brasileiro Machado de Assis que resolveu dar voz a um morto, que es cre ve as suas memórias “trabal-hadas cá no outro mundo”, começando...do fim para o início.Estamos perante uma rev-olução literária. Seja pela escolha do narrador, seja pela abordagem da sociedade que faz, pondo a nu a hipocrisia, os inte res ses mesquinhos que movi mentam o ser hu-mano, denunciando a elite que do minava a sociedade, uma simbiose de burguesia em ascensão ainda com os pés bem atolados no com-padrio monárquico – Brás Cubas tem uma relação com uma mulher, casada, mas a que todos fechamos olhos, incluindo o marido, por me-ros interesses políticos ,- seja pelo estilo utilizado. Só para se ter uma ideia, o livro tem 160 capítulos. Há capítulos com um só pará-grafo. Inclusive, um dos capí-tulos, o 139º, não tem nada escrito, vivendo do silêncio, da respiração, deixando o leitor completamente sus-penso, há um diálogo entre Brás Cubas e a amante Virgília sem qualquer texto (capítulo 55º), num outro capítulo o

nome de Virgília é utilizado como elemento estético, algo que o modernismo aca-baria por fazer, o narrador trata o tempo conforme lhe apetece, dando saltos e gui-nadas, numa viagem por vezes desconcertante.Com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis rompe com o es-tilo romântico, das figu-ras hu manas pautadas por ele vados valores éticos. E abre as portas ao realismo, escarrapachando os papéis so ciais e denunciando a podridão humana, quando ela existe e não pode ser negada, manobrando com o intimismo e o psicologismo das personagens. Por isso “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, é considerado a “Magnum opus”, a obra má-xima de Machado de Assis, autor que influenciou, entre outros, Carlos Drum mond de Andrade e Gra ciliano Ramos.Para além do mais, esta-mos perante um texto que mostra a riqueza da língua por tuguesa, lembrando de alguma forma Eça de Queiroz ou, mais ainda, Camilo Caste-lo Branco, jogando de forma magistral com as palavras de um vocabulário que é o nosso.Conhecer o autorJoaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Ja-neiro, a 21 de Junho de 1839,

e faleceu, na mesma cidade, a 29 de Setembro de 1908, filho do mulato Francisco Manuel José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira açoriana da Ilha de São Miguel.Foi romancista, dramaturgo, con tista, cronista e tea trólogo brasileiro.Escreveu nove romances e nove peças teatrais, 200 contos, cinco colectâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crónicas. Ao longo da sua vida, exerceu diversos cargos públicos. A 20 de Julho de 1897 com Lúcio de Mendonça, fundou a Aca-demia Brasileira de Letras.Os seus primeiros textos re-pousavam no mundo român-tico. São desse perío do obras como, Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Gar cial (1878), além das colectâneas de contos Con tos Fluminenses (1870), Histórias da Meia Noite (1873), das colectâneas de poe sias Crisálidas (1864), Fa le nas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deu ses de Casaca (1866), O Pro tocolo (1863), Queda que as Mul-heres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).Com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, abre-se a fase do realismo, uma designação

talvez um pouco limitada, pois Machado de Assis foi um pouco mais longe. Deste período fa zem parte obras como Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das colec-tâneas de contos Papéis Avul-sos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da colectânea de poesias OcidentaisDe saúde frágil, epiléptico, gago, sabe-se pouco de sua infância e juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não frequentou a escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época a morar no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. Mesmo sem ter acesso a cur-sos regulares, empenhou-se em aprender e tornou-se um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jo vem. Em São Cristóvão, conheceu Madame Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado aca-bou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo. Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas como O Corvo, de Edgar allan Poe.Machado de Assis iniciou sua carreira como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo director era o romancista Manuel António de Almeida.Em 1855, aos quinze anos, estreou-se na literatura, com a publicação do poema “Ela” na revista Marmota Flumi-nense. Colaborou nos jor-nais, como cronista, contista, poeta e crítico literário.Em 1869, casa-se com a por-tuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais.Machado de Assis é consid-erado, por muitos, o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores do mundo. Inspirou mui-tos escritores brasileiros e a sua obra tem sido adap tada para a televisão, o teatro e o cinema.

“MEMÓRIAS PÓSTUMASDE BRÁS CUBAS”, DE MACHADO DE ASSIS

Quando um morto resolvecontar algumas verdades....

Carlos Cardoso

Exposição de fotografia“5 Sentidos”

Está patente até 12 de Setembro, na Galeria Vieira da Silva, Pavilhão Macau, no Parque Central em Loures, a exposição de fotografia “Cinco Sentidos”, dos fotógrafos Jaime Rodrigues, Jaime Carita, Sónia Pena, Bruno Colaço e Fernando Zarcos. A exposição fez parte do programa comemorativo dos 124 anos da criação do concelho de Loures e foi inaugurada pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Loures, Carlos Teixeira.

O Toque da Morte

”Numa charneca do Derbyshire assolada pela chuva, os cães de um grupo de caçadores encontram o cadáver de um homem bem vestido, cujo crânio fora esmagado. Chamados a investigar a descoberta, os detectives Diane Fry e Ben Cooper envolvem-se no submundo da caça e daqueles que a detestam, do roubo de cavalos e de um sector pouco conhecido do comércio de carne. À medida que Fry segue um trilho complexo para desvendar os interesses duvidosos da vítima, Cooper apercebe-se de que a explicação do caso pode estar enterrada no passado. Mas, quando a última pista é revelada, Fry e Cooper vêem-se obrigados a encarar a realidade perturbadora de um passado bem mais recente.Stephen Booth nasceu na cidade fabril de Burnley, no Lancashire (Reino Unido), e manteve-se ligado aos Peninos durante a sua carreira como jornalista da im-prensa escrita. Vive com Lesley, a mulher, numa casa antiga em Nottinghamshire e os seus interesses incluem o folclore da região, a Internet e as caminhadas pelas colinas do Peak District. Notícias actualizadas das pub-licações e compromissos mais recentes de Stephen Título: O Toque da MorteAutor: Stephen BoothEditor: Europa-América

Quantas Madrugadas Tem a Noite

Ondjaki faz parte de uma nova geração de escritores an-golanos. Nasceu em 1977, prosador, poeta, escreve para cinema e co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda. É membro da União dos Escritores Angolanos. As suas obras estão traduzidas em diversas línguas e já recebeu vários prémios.O livro “Quantas Madrugadas tem a Noite” é uma fabu-

losa surpresa. Com uma ex-traordinária mestria narrativa, Ondjaki conta uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significados, se a sua capa-cidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje.

Título: Quantas Madrugadas Tem a NoiteAutor: OndjakiEditor: Editorial Caminho

JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO | 6 AGOSTO 2010 2009 | 23SUPLEMENTO CULTURAL Nº 79

Page 24: Jornal Triangulo - 181

24 | 6 AGOSTO 2010 | JORNAL REGIONAL TRIÂNGULO

O Auditório do Centro Cultural Malaposta recebe no dia 4 de Setembro, às 21H30, Jorge Fernando. Jorge Fernando editou no final de 2009, o seu novo álbum “Vida”. A primeira apresentação ao vivo deu-se em Lisboa, no Parque Mayer. O fado atravessa dias dourados, já o sabemos: novas vozes, novos poetas, novos compositores e até novas maneiras de o entender. Mas o que fica do tempo - o que mais importa - é o milagre desta música e destas palavras se poderem colar a isso que chamamos de alma, de forma linda e irreversível. É isso que o trio de Jorge Fernando traz. A começar pelos nomes. Primeiro, Jor ge Fernando, mú sico, compositor, poe ta, cantor. Um dos homens mais can tados na actual música portuguesa. Seja através da nova geração de estrelas - Mariza, Ana Moura, Filipa Cardoso - seja no testemunho que as lendas do fado nos deixaram: Fernando Maurício, o rei do fado, foi o seu mentor e intérprete de grandes temas. Amália teve-o como viola de fado durante 20 anos e como autor de alguns fados que a diva cantou. Mas agora é a altura de Jorge Fernando falar em nome próprio. E a acompanhá-lo estão dois amigos e cúmplices, que representam bem a herança e a mudança que faz o fado viver. Custódio Castelo é um dos melhores executantes de guitarra portuguesa da actualidade. A isso alia um talento enorme como compositor. A sua forma de tocar e os seus arranjos - que por vezes evocam a música erudita - é original e já começa a fazer escola. Além de vários projectos próprios (como o recente Encores Fado, com Margarida Guerreiro), Custódio Castelo foi o responsável musical pela afirmação de Cristina Branco, com quem trabalhou muito tempo. É dos instrumentistas e compositores mais solicitados in-ternacionalmente. Fábia Rebordão é o novo que vem de trás. A sua extraordinária voz deu-se a conhecer no programa televisivo Operação Triunfo, onde chegou a finalista. Palmilhou territórios musicais aparentemente distantes, como os blues ou o gospel. Mas foi no fado que se encontrou, desde há dois anos para cá. Quem a ouvir, no entanto, perceberá que o fado nasceu com ela. É este projecto que vai oferecer a riqueza da música e palavras, fados de raiva e de amor que inquietam a alma e nos fazem agradecer.

JORGE FERNANDO

“Vida”V Festival Internacional

de Solos de Dança Contemporânea

De 10 a 25 de Setembro, às Sextas e Sábados, às 21H30, decorre no Auditório do Centro Cultural Malaposta o V FESTIVAL IN-TERNACIONAL DE SOLOS DE DANÇA CONTEMPORÂNEA.Este Festival Internacional de Dança é um evento não com-petitivo que tem como objectivo principal a divulgação de criadores nacionais e internacionais com peças coreográficas individuais, tendo o solo como for ma de apresentação. O desenvolvimento do bai la rino enquanto único intérprete e a valorização do individualismo capaz de comunicar.O Festival incide sobre o trabalho desenvolvido na área da dança contem po rânea, podendo con tem plar no entanto projectos pluri disciplinares, oferecendo ao público a pos-sibilidade de conhecer a dança con temporânea nacional e internacional, e também provocar um ponto de encontro entre público e artista onde a divulgação, discussão, inter-câmbio e participação darão um acesso mais fácil a esta forma de expressão artística.

OitoA ESTAL - Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa - apresenta no Café-Teatro do Centro Cultural Malaposta, de 15 a 24 de Setembro, às 22H00, a peça de teatro “OITO” a partir de “O Amante” de Harold Pinter como Exercício Final da Licenciatura de Artes Performativas.Quatro mulheres e quatro homens. Oito. Um casal. Dois.

Ele, o marido, pergunta a ela, a mulher, se o seu amante virá nessa tarde. Três. A mulher diz que sim. O amante chega. Um?COORDENAÇÃO Bruno Braco INTERPRETAÇÃO Andreya Silva, André Cor-tina, Isa Melo, Jan Gomes, Jorge Vara, Madalena Caixeiro, Ruben Guer-reiro, Stephanie Fonseca

COREOGRAFIA E FIGURINOS Criação Colectiva PRODUÇÃO NPE - Núcleo de Produção da ESTAL DESENHO DE LUZ E SONOPLASTIA João Paiva DESIGN GRÁFICO Patrícia Cabrita do 2º ano de Design Gráfico da ESTAL

MÚSICA | FADO

Maria ArmandaGrande voz do fado

O Centro Cultural Malaposta inicia a sua temporada do Fado com a voz inconfundível de Maria Armanda, no dia 26 de Setembro às 17h00, no Auditório. A sua carreira começou a ganhar projecção em 1967, ao participar na Grande Noite

do Fado da Casa da Imprensa. O primeiro álbum surge em 1972, e contém fados inéditos de vários compositores. Já em 1979, estreou-se no teatro, no palco do Teatro Laura Alves, em Lisboa, tendo surgido, 15 dias depois da sua estreia, dois convites para actuar no Parque Mayer. Mês e meio depois, estava no Teatro Ma-ria Vitória, como atracção na revista “Rei, Capitão, Soldado, Ladrão”. Nos anos seguintes marcaria presença em mais duas revistas, “Mais Vale Só Que Mal Acompanhada” e “Ó Patego Olha o Balão”, tendo actuado na última revista de Ivone Silva com Camilo de

Oliveira. Voltaria à “revista” em 2001, participando na peça “Tem a Palavra a Revista”. Os seus primeiros êxitos foram “O Meu Soldadinho”, “Só Porque Desenhaste A Rosa Branca”, “Mulher De Qualquer Povo da Terra” e um dos seus maiores sucessos de sempre, “Mãe Solteira”, incluído no segundo LP, Vai Um Fado Ou Um Fadinho?, lançado em 1982 pela editora Rádio Triunfo e que continha várias composições de José Carlos Ary dos Santos. Dois anos depois, o álbum “Pão Ca-seiro” foi editado pela Valentim de Carvalho, contendo temas inéditos de Ary dos Santos e todas as músicas do disco são da responsabilidade de Nuno Nazareth Fernandes. Em 1993, saiu o seu terceiro álbum, “Simplesmente Maria Armanda”, e, dois anos depois, o seu quarto trabalho, Pedrito de Portugal, com a autoria do tema homónimo a pertencer a Mário Rainho e Fontes Rocha. Este álbum contém versões de alguns fados já consagrados, como “Naufrágio”, “O Que Sobrou Da Mouraria” e “Cidade”. Sendo alfacinha, não poderia passar ao lado das Marchas Populares, chegando a partici-par com outras artistas (Ada de Castro, Alice Amaro, Anita Guerreiro, Carolina Tavares, Deolinda Rodrigues, Fernanda Batista, Fernanda Maria, Maria Amélia Canossa, Maria da Nazaré, Maria José Valério, Mariette Pessanha, Marina Rosa, Rosita, Teresinha) no lançamento de 1999, da Discossete Vários - Grandes Marchas Populares. A partir de 2000, Maria Armanda faz parte de um grupo com outras fadistas (Alice Pires, Lenita Gentil e Teresa Tapadas,) intitulado Entre Vozes, que acabaria por editar 3 álbuns. Em 2001 o primeiro, Hom-enagem que, com alguns dos seus temas, presta homenagem a 4 grandes fadistas falecidos: Max, Tristão da Silva, Francisco José e Vasco Rafael. Em 2002 o segundo, Homenagem II que, para além de fazer uma primeira incursão pelas Marchas Populares através de composições de Raúl Ferrão e Nóbrega e Sousa, presta homenagem a 4 grandes mulheres fadistas falecidas: Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Helena Tavares e Lucília do Carmo Por fim, ainda em 2003, sai o terceiro trabalho, Marchas Populares, que inclui uma incursão pelos trabalhos de Dâmaso Queimado. Em 2004, Maria Armanda integrou novo grupo de 4 fadistas, denominado de Quatro Cantos, novamente com Teresa Tapadas mas agora com as vozes masculinas de António Pinto Basto e José da Câmara. Os temas interpretados por esta formação nasceram na sua maioria entre os anos 20 e 60 do século passado, servindo de tributo a Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Tony de Ma-tos, Carlos do Carmo, Fernando Farinha, Frei Hermano da Câmara, Max e Lucília do Carmo. O primeiro álbum saiu em 2004 e chamou-se 5 Décadas de Fado, seguindo-se Afinidades em 2005, e um DVD, Do Presente ao Passado no Fado, todos com etiqueta Vidisco. Em 2006 sai o DVD “Do Presente ao Passado no Fado”. Actuou regularmente em várias Casas de Fado como o “Senhor Vinho”, no “Clube de Fado João da Praça” ou no Restaurante “Guitarras de Lisboa, em Alfama.