Jornal UFG 13

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ANO II N O 13 SETEMBRO/2007 PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Econômico Economy 580/2004-DR/GO UFG BRASIL CORREIOS Fotos:Carlos Siqueira Considerado o maior evento de pesquisa da UFG, o Conpeex tem por objetivo divulgar interna e externamente o conhecimento científico, tecnológico, cultural, social e humanístico, produzido na instituição. De 8 a 11 de outubro, a comunidade acadêmica poderá participar de conferências, mesas-redondas, minicursos, palestras, apresentação de pôsteres e resultados de pesquisas. Além das atividades científicas, eventos culturais também terão destaque no IV Conpeex. Os coordenadores do evento salientam a importância de compartilhar experiências como ponto forte das atividades, tendo em vista que são esperados três mil participantes, com cerca de mil trabalhos inscritos. Págs. 2 e 4 Reuni: UFG aprofunda discussões junto à comunidade Págs. 3 e 15 Novas tecnologias estimulam ensino a distância Pág. 5 Agro Centro Oeste amplia apoio à agricultura familiar Págs. 8 e 9

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ANO II NO 13 SETEMBRO/2007

PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

EconômicoEconomy

580/2004-DR/GOUFG

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Consideradoo maior eventode pesquisa da

UFG, o Conpeextem por objetivo

divulgar interna e externamente oconhecimento científico, tecnológico,

cultural, social e humanístico, produzidona instituição. De 8 a 11 de outubro, a

comunidade acadêmica poderá participarde conferências, mesas-redondas, minicursos,

palestras, apresentação de pôsteres e resultadosde pesquisas. Além das atividades científicas,eventos culturais também terão destaque no IVConpeex. Os coordenadores do evento salientama importância de compartilhar experiências comoponto forte das atividades, tendo em vista que sãoesperados três mil participantes, com cerca de miltrabalhos inscritos.Págs. 2 e 4

Reuni: UFG aprofundadiscussões junto à comunidade

Págs. 3 e 15

Novas tecnologias estimulamensino a distância

Pág. 5

Agro Centro Oeste ampliaapoio à agricultura familiar

Págs. 8 e 9

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2 Goiânia, setembro de 2007OPINIÃO

PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃODA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ANO II – NO 13 – SETEMBRO 2007

Jornal UFGAssessor de imprensa e editor-geral: Magno Medeiros; Editora executiva:Silvana Coleta Santos Pereira; Editora assistente: Silvânia de Cássia Lima;Conselho Editorial: Angelita Pereira, Goiamérico Felício Santos, Maria dasGraças Castro, Silvana Coleta Santos Pereira, Venerando Ribeiro de Campos,Mercês Pietsch Cunha Mendonça; Suplentes: Valéria Maria Soledade deAlmeida e Ellen Synthia Fernandes de Oliveira; Revisão: Ana PaulaRibeiro Lopes; Projeto gráfico e editoração eletrônica: AndréFernandes, Antonio Caixeta, Wesley Rodrigues (bolsistas) e CleomarGomes Nogueira; Fotografia: Carlos Siqueira, Vinícius Batista (bolsista)Repórteres: Ana Paula Vieira, Ana Flávia Alberton, José EduardoUmbelino, Mayara Jordana, Pedro Ivo Freire e Alfredo Mergulhão(bolsistas); Colaboração: Maria das Graças Gonçalves, Thalízia Souza;Publicidade: Allyne Durando; Equipe administrativa: Amália Magalhãese Leny Borges. Arte da Capa: Antônio Caixeta e Wesley Rodrigues.

Impressão: Centro Editorial e Gráfico da UFG (Cegraf)

ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus SamambaiaC.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GO

Tel.: (62) 3521-1310 /3521-1311Fax: (62) 3521-1169

www.ufg.br – [email protected]

ReitorProf. Edward Madureira Brasil

Vice-reitorProf. Benedito Ferreira Marques

Pró-reitora de GraduaçãoProfa. Sandramara Matias Chaves

Pró-reitora de Pesquisa e Pós-GraduaçãoProfa. Divina das Dores de Paula Cardoso

Pró-reitor de Extensão e CulturaProf. Anselmo Pessoa Neto

Pró-reitor de Administração e FinançasProf. Orlando Afonso Valle do Amaral

Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional eRecursos Humanos

Prof. Jeblin Antônio AbraãoPró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária

Cirurgião-dentista Ernando Melo Filizzola

O artista plásticoSiron Franco partici-pou, no d ia 13 deagosto, de uma reu-nião informal no gabi-nete da Reitoria daUFG. Estavam pre-sentes o reitor da uni-versidade, Edward Ma-dureira, o pró-reitor deAdministração e Finan-ças, Orlando AfonsoValle, a pró-reitora deGraduação, Sandrama-ra Matias, o pró-reitorde Extensão e Cultura,

Humanos, Jeblin Antô-nio e o pró-reitor de As-suntos da ComunidadeUniversitária, ErnandoMelo Filizzola.

O encontro tra-tou de eventuais par-cerias que o artista ea UFG podem firmar.Após a reunião, SironFranco seguiu parauma rápida visita aocâmpus II e, posteri-ormente, ao MuseuAntropo lóg ico , naPraça Universitária.

Anselmo Pessoa, o pró-rei-tor de DesenvolvimentoInstitucional e Recursos

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Siron Franco visita a Universidade

Tomaram posseno Câmpus de Jataí, noúltimo dia 31 de agos-to, a diretora Silvia Cor-rêa Santos, o vice-dire-tor João Batista PereiraCabral, e o coordenadorde pesquisa e pós-gra-duação do CAJ, Fabia-no Rodrigues de Melo. Asessão solene ocorreuno gabinete do reitor, noCâmpus Samambaia,em Goiânia.

A professora SilviaCorrêa assume o cargoapós o término da ges-tão de quatro anos doprofessor Edésio Fialhodos Reis. A diretora res-saltou que na sua ges-tão pretende continuarcom o programa de ex-pansão do câmpus e ci-

A I Mostra Goia-na Interinstitucionalde Musicoterapia foirealizada de 14 a 18,na Fundação JaimeCâmara, com a exposi-ção de trabalhos pro-duzidos em clínicas eoutras institui-ções, em pai-néis, e apresen-tações musicais,como as dosgrupos Fuxican-tando e dos Me-ninos do Vale,assistidos pormusicoterapeu-tas para capaci-tação profissio-

Empossados novos diretores do Câmpus de Jataí

tou como grande avançopara a unidade a aprova-ção no Conselho de Dire-tores de mais dois novoscursos: Enfermagem e Ci-ência da Computação. Sil-via também destacou queas prioridades do seu tra-balho são a construção desalas de aula, de labora-tórios, além da informati-zação da bi-blioteca.

Na sessão de posse,

Musicoterapia

o reitor Edward Madu-reira Brasil parabeni-zou o trabalho realiza-do em quatro anos peloprofessor Edésio Fialhoe concedeu boas-vin-das à nova diretora. Emsua fala, garantiu àatual equipe apoio àsrealizações no Câmpusde Jataí e, posterior-mente, diplomou os no-vos diretores.

nal e socialização, na re-gião dos bairros Guana-bara e Vale dos Sonhos.O conteúdo do evento, co-ordenado pela professoraEliamar Fleury, da Esco-la de Música e Artes Cê-nicas (EMAC) da UFG,

englobou abordagensrelacionadas à reabili-tação motora, educa-ção especial, saúdemental, organizacional,hospitalar, social e es-timulação essencial –algumas das diversas

áreas que tra-balham em con-junto com aMusicoterapia,com o objetivode proporcionarmelhor qualida-de de vida, re-forçar a auto-estima e a con-vivência entregrupos.

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As reuniões científi-cas têm como objetivo bá-sico promover a interaçãoentre pesquisadores, re-sultando inevitavelmentetanto na disponibilizaçãode novos conhecimentoscomo no incremento de co-nhecimentos prévios, osquais podem inclusivesubsidiar políticas públi-cas e mesmo medidas pre-ventivas do Estado.

Por outro lado, os no-vos conhecimentos servemde desafio aos pares, o queem breve tempo resulta noavanço da ciência, na dila-tação dos seus campos deação, na perspectiva de de-senvolvimento e melhoriade vida das comunidades.

Em geral, reuniõescientíficas agrupam pes-quisadores de uma deter-minada área do conheci-mento, gerando momentosímpares dos propósitos doscientistas. Nessas ocasiõestêm-se grandes oportuni-dades de estabelecimentode parce-rias entre gruposafins, o que traz, com cer-teza, o incremento da ciên-cia naquele determinadonicho do conhecimento.

No Brasil, bem comoem outros países, as uni-versidades são as institui-ções com capacidade paracongregar pesquisadoresem todas as áreas do co-nhecimento, o que gera deimediato benefício ao ensi-no, desde que, via de regra,resulte em cursos de gra-duação e pós-graduação,formando e qualificandorecursos humanos de ex-celência, condição funda-mental para o desenvolvi-mento de qualquer País.

A UFG, como grandeparte das Instituições Fede-rais de Ensino Superior(Ifes) do País, possui cursosde graduação e de pós-gra-duação lato e stricto sensuem todas as áreas do conhe-cimento. Assim, esse seg-mento da população acadê-mica, juntamente com osdiscentes, participa e pro-move eventos dentro desuas áreas específicas.

A partir de 2004 aUFG passou a promover oseu congresso anual, con-gregando assim todos ossegmentos da academia, in-cluindo todas as áreas doconhecimento. Dessa for-ma, docentes, técnicos-ad-ministrativos da Educaçãoe discentes – da graduaçãoe pós-graduação – se reú-

Ciência, educaçãoe compromisso social

nem em um período não in-ferior a quatro dias paraapresentarem suas produ-ções anuais. É o Congressode Pesquisa, Ensino e Ex-tensão da UFG (Conpeex),evento que pela sua gran-deza de propósito promovea interação entre os três pi-lares da instituição: ensino,pesquisa e extensão.

Este congresso ocor-re sempre no mês de ou-tubro, no contexto da Se-mana Nacional de Ciênciae Tecnologia. Este ano aquarta edição do eventotem como tema “Ciência,Educação e Compromissosocial”, o que reflete a mis-são da UFG.

A administração daUFG considera o Conpeexo maior e mais importanteevento da instituição, oqual, a cada ano apresen-ta um crescimento expres-sivo em número de pales-tras, mesas-redondas, mi-nicursos, entre outras ati-vidades, em função de su-gestões e demandas conti-nuadas. Em 2007 o eventoocorrerá de 8 a 11 de ou-tubro, com atividades queforam pensadas e organi-zadas de modo a refletir oensino, a pesquisa e a ex-tensão geradas e pratica-das na universidade. Si-multaneamente, ocorre oXV Seminário de IniciaçãoCientífica, com participa-ção ativa não só dos alu-nos e seus orientadores,como de docentes pesqui-sadores do CNPq, de dife-rentes regiões do Brasil. Émomento de aprendizado eavaliação para os estudan-tes de graduação, futurosprofissionais que, mesmonão se dedicando à pesqui-sa, certamente serão pro-fissionais com desenvolvi-do senso crítico voltadopara o bem do país, com-promissados com a ciênciae a tecnologia, visando obem social da nação.

Ocorrerá, ainda, oencontro dos estudantesde licenciaturas que, aseus professores-orienta-dores, terão oportunidadede interação entre os pa-res de diferentes áreas doconhecimento, com reflexopara a excelência na for-mação de novos docentespara a sociedade. Adicio-nalmente, haverá o encon-tro dos estudantes que têmvocação para a extensão ea cultura, momento emque poderão compartilhar

experiências de estudos etrabalhos, com reflexo nasociedade, o que, com cer-teza, contribuirá para asua formação, incluindo aquestão da cidadania.

Simultaneamente àsatividades da graduação,ocorrerão as da pós-gradu-ação, como oficinas de tra-balho para os programas eáreas do conhecimento. Es-sas oficinas congregarãodocentes-pesquisadoresdos programas aos quais sesomarão representantes daCapes. Também terão par-ticipação importante alunosde Mestrado e Doutorado,com objetivo de apresentare socializar os resultados desuas pesquisas, o que cer-tamente resultará na gera-ção de novos conhecimen-tos, como também na cria-ção de novas perspectivaspara o ensino e a pesquisana instituição.

Além dos aspectosque envolvem o ensino, apesquisa e a extensão, oConpeex contempla ques-tões voltadas para a trans-ferência e inovação tecno-lógica, incluindo aspectosde proteção intelectual e depatentes, est imulandoações empreendedoras, tãoimportantes na atual con-juntura mundial. Essasquestões serão abordadasna forma de minicursos,palestras e apresentaçãode resultados, inclusive deempresas incubadas daUFG, além das empresasjuniores.

Também do ponto devista da comunidade, ocongresso é aberto, e aUFG tem o maior empenhoe prazer em receber os di-ferentes grupos da socie-dade. Eles terão a oportu-nidade não só de observara produção científica, aca-dêmica e de extensão,como também a de poderrealizar os diferentes cur-sos oferecidos, além departiciparem de mesas-re-dondas e debates queacontecerão nas atividadescomplementares do even-to. Finalmente, durantetodo o congresso, ocorre-rão programações cultu-rais organizadas pela Uni-versidade, que, certamen-te, enriquecerão sobrema-neira o congresso.

Divina das Dores de PaulaCardosoPró-Reitora de Pesquisa ePós-Graduação da UFG

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3Goiânia, setembro de 2007 UNIVERSIDADE

UFG aprofunda discussões sobre o ReuniCOMUNIDADE ACADÊMICA DEBATE PROPOSTAS ANTES DA APRECIAÇÃO FINAL PELO CONSELHO UNIVERSITÁRIO

Desde o seu lançamento, no final de julho, o Programa de Apoio a Planos de Reestrutura-ção e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem causado impacto na comunida-de acadêmica. As discussões envolvem professores, estudantes, técnicos-administrati-

vos e a sociedade, interessados no debate sobre possíveis novos cursos, vagas e recursosfinanceiros previstos no projeto. No dia 28 de setembro seria realizada uma sessão extraor-dinária do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Goiás para delibe-rar sobre a adesão ou não ao Reuni, mas a decisão foi adiada devido às manifestaçõesestudantis.

Os estudantes solicitaram mais prazo para as discussões acerca do tema e questiona-ram as diretrizes estipuladas no decreto presidencial que criou o programa, pois, caso elasnão sejam cumpridas, o governo tem mecanismos para cortar os recursos que seriam conce-didos às universidades.

Dentre as principais metas questionadas está a ampliação em 20% do número atual devagas para os cursos de graduação, que na UFG, atualmente, significa mais 3600 novasmatrículas; o aumento da relação aluno/professor, que deve chegar a 18 em um prazo decinco anos - atualmente, essa relação é de 13 estudantes por docente -; e da taxa deconclusão média nas graduações presenciais para 90%, também em cinco anos.

BGAs - Para contemplar essas diretrizes, novas vagas nas graduações já existentes,novas turmas em turnos diferentes ou até mesmo novos cursos, não dariam conta daexpansão prevista. “É preciso ter uma alternativa que implique um aumento maissubstancial de vagas. Só com ações nos cursos tradicionais, tudo indica que é impos-sível atingir os indicadores e metas do Reuni”, analisa o pró-reitor de Administraçãoe Finanças da UFG, professor Orlando Afonso Valle do Amaral.

Nesse sentido, a UFG discute a criação dos Bacharelados em Grandes Áreas(BGAs) que, de acordo com a proposta, estabelece quatro grandes áreas de cursos:Ciências da Vida, Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes e CiênciasExatas e da Terra. Mas esse é outro ponto de discordância. Algumas uni-dades acadêmicas, como a Faculdade de Educação e o Instituto de Quí-mica, têm restrições quanto aos BGAs. Elas questionam o tipo de pro-fissional que seria egresso desses cursos e qual seria o mercado detrabalho para eles.

De acordo com o professor Orlando Valle, esse argumentonão procede. A qualidade dos BGAs será definida pela UFG,com os professores já existentes e outros contratados,também de alto nível. “Não tem por que duvidarda qualidade, pois serão cursos com a garan-tia de qualidade da Universidade Federalde Goiás. Além disso, o mercado tem dadosinais de que absorve esse tipo de pro-fissional”, destaca.

Segundo Fernando Viana, um dos co-ordenadores do Diretório Central dos Es-tudantes (DCE) da UFG, a prioridade deve sera melhoria da infra-estrutura e da qualidade dos cursos jáexistentes, e não a abertura de vagas em graduações quenão oferecem uma formação específica. Para o reitor da ins-tituição, professor Edward Madureira Brasil, a discus-são que deve preceder é a adesão ou nãoao Reuni que, embora tenha pontosquestionáveis, é um instrumen-to legal que abre oportunida-de para a ampliação dasvagas nas instituições fe-derais de ensino superi-or. “Depois de alinhadaao programa, a UFG teráautonomia para determi-nar como e quando criarcursos, aumentar vagas econtratar professores etécnicos-administrativos.E as unidades acadêmicastêm dado demonstraçõesfavoráveis ao programa,nesse sentido. Prova dis-so foram as 40 propos-tas de novos cursos eturmas, em horáriose turnos de funcio-namento variadosque recebemosdurante os semi-nários e debatessobre a ques-tão”, afirma.

Apesar dasdiscordâncias, a co-missão interna daUFG que discute o Reuni está oti-mista quanto à adesão ao programa. De acor-do com o professor Orlando, é próprio da co-munidade acadêmica levar este tipo de debate

ao limite. “Dentro das limitações do cronograma,foi preciso acelerar as discussões e ampliá-la aomáximo possível”, disse. Para o pro–reitor, quefaz parte do grupo assessor designado pela Se-cretaria de Educação Superior (Sesu), do Mi-nistério da Educação, para detalhar o projetopara as instituições federais de ensino su-

perior e que participou dediscussões em outras insti-tuições, “a UFG talvez sejaa universidade que maisampliou essa discussão; al-gumas talvez não consigamtomar uma decisão aindaesse ano por não terem esseprocesso tão amplo e pro-

fundo de debate”, afirmouEdward Brasil.

(AlfredoMergulhão e

Ana Paula Vieira)

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4 Goiânia, setembro de 2007EVENTOS E SERVIÇOS 4

O conceito de empresa júnior chegou ao Brasilem 1988, por meio da Câmara de Comércio Fran-co-Brasileira. As primeiras empresas foram a Em-presa Júnior - FGV e a Júnior FAAP, respectiva-mente da Fundação Getúlio Vargas e FundaçãoArmando Álvares Penteado. Atualmente, são maisde 600 empresas juniores espalhadas pelo país, emmais de 200 instituições de ensino superior, e qua-se 90% delas foram fundadas por iniciativa dos pró-prios alunos, enquanto ape-nas 5% partiram da inicia-tiva de professores ou dire-tores das instituições.

Em Goiás, o Movimen-to Empresa Júnior teve iní-cio em 1999, na cidade deGoiânia, com base na inici-ativa de acadêmicos deAgronomia da UFG, e hoje éregido pelas federações exis-tentes em cada estado e pelainstituição maior, a BrasilJúnior.

A Ponto e Vírgula Pro-paganda é uma empresa jú-nior pioneira no mercadopublicitário de Goiás. Sur-giu em abril de 2005, a fimde apresentar propostas decomunicação para atender àcapacidade de investimentode micro, pequenas e médi-as empresas, e, até este ano,já atendeu cerca de oito cli-entes, entre eles, a FIEG, aMelo Imobiliária e a CentroNorte Segurança Eletrônica.Dirigida por estudantes deComunicação Social da Uni-versidade Federal de Goiás

Ponto e Vírgula Propaganda, uma agência de serviços na universidadeDe uma iniciativa estudantil nasce umaempresa júnior de publicidade epropaganda

O EVENTO OFERECE AO PÚBLICOUNIVERSITÁRIO E À COMUNIDADEEM GERAL RESULTADOS DEPESQUISAS, MINICURSOS EATIVIDADES CULTURAIS

Nova edição do Conpeex ocorre em outubro

e supervisionada por professores da área, a agên-cia oferece à comunidade serviços de qualidade,como assessoria de comunicação, desenvolvimentode campanhas publicitárias, elaboração de estra-tégias de marketing, e, principalmente, garante aosseus membros a oportunidade de conquistar expe-riência profissional.

Em 2006, a agência ganhou visibilidade den-tro da própria UFG após sua participação no IIIConpeex, com um estande interativo que foi des-taque e já tem presença garantida no evento des-te ano.

Neste ano, a Ponto e Vírgula Propaganda deuum passo ainda maior, já que teve a oportunidade

de ir a Santos-SP se apresentar no XXX Intercom -Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,realizado anualmente, e cujo principal objetivo écontribuir para o desenvolvimento da produção ci-entífica, artística, cultural, informativa e educativado país, sempre mantendo seu foco no papel dacomunicação. O projeto “Ponto e Vírgula Propagan-da – Uma Agência Júnior de Publicidade e Propa-ganda na Universidade Federal de Goiás” foi apre-sentado no congresso no dia 1º de setembro, noIntercom Júnior – Jornada de Iniciação Científicaem Comunicação.

A apresentação, realizada por Mairá Mendon-ça, atual presidente da empresa júnior, tratou do

processo de implementaçãoda Agência Júnior na Facul-dade de Comunicação e Bi-blioteconomia da UFG (Fa-comb), assim como dos be-nefícios que a empresa trazpara os estudantes do cur-so, para os professores, paraa faculdade, para a univer-sidade e para o mercado pu-blicitário goianiense. A pales-tra, que apresentou algunsvídeos e o portfólio da agên-cia, foi dinâmica e interativae contou com a presença decerca de 50 ouvintes, entreestudantes de graduação,pós-graduação e professores.

Por chegar ao Intercom,a Ponto e Vírgula Propagan-da prova que a iniciativa dealunos pode alcançar o reco-nhecimento e a repercussãode direito. Mostra que essesestudantes, futuros profis-sionais, já contribuem parao desenvolvimento científicode nossa sociedade e de nos-sas instituições acadêmicas.(Colaboração de Ana Caro-lina Motta)Equipe de estudantes que integra a empresa júnior pioneira no mercado publicitário de Goiás

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IV Congresso de Pesquisa, Ensi-no e Extensão (Conpeex) tem comotema “Ciência, educação e compro-

misso social” e ocorrerá entre os dias 8 e11 de outubro, no Câmpus II da Universi-dade Federal de Goiás (UFG). É o maior eventode pesquisa da UFG e tem como objetivo a divul-gação interna e externa do conhecimento cientí-fico, tecnológico, cultural, social e humanísticoproduzido na instituição, beneficiando a comu-nidade por meio do compromisso de preservaçãoambiental.

A abertura está prevista para o dia 8 de outu-bro, no auditório da Faculdade de Música e ArtesCênicas da UFG (EMAC) com o show da bandaPequi. Dentro do congresso serão realizadas confe-rências, mesas-redondas, minicursos, palestras,sessão de apresentação de pôsteres e resultados depesquisas. Este ano, além da presença de alunosparticipantes do Programa Institucional de Bolsasde Iniciação Científ ica (Pibic), do ProgramaInstitucional de Voluntários de Iniciação Científica(Pivic) e do Programa de Licenciatura, haverá espa-

ço para apresentaçãode pesquisas realizadas

pela Embrapa e peloCentro Federal de Educação

Tecnológica (Cefet).Os trabalhos acadêmicos selecionados ficarão

expostos em frente aos prédios do Instituto de Ci-ências Biológicas (ICB) I e II. As apresentações dosprojetos inscritos por participantes do Pibic e asdemais apresentações orais serão realizadas noCentro de Aulas, localizado próximo ao Restau-rante Executivo no câmpus II. Os três pavimen-tos do local contam com 29 salas, numa área demais de 2.000 m². Durante o congresso haveráaté 20 apresentações simultâneas no novo pré-dio, que será inaugurado antes do evento e foiconstruído com recursos provenientes de emen-das de parlamentares goianos ao orçamento daUnião no ano de 2006.

Além das atividades voltadas para o campo ci-entífico, eventos culturais terão destaque no IVConpeex. No pátio localizado em frente à Faculda-de de Ciências Humanas e Filosofia (FCHF), haverá

apresentações de bandas com a participação de es-tudantes, shows com alunos da EMAC e uma apre-sentação da Orquestra Sinfônica da Universidade.Lá também será montada uma área de alimentaçãoe artesanato.

O coordenador de transferência e inovação tecno-lógica e um dos coordenadores do evento, JoãoTeodoro Pádua, explica que o Conpeex envolve ensino,pesquisa e extensão, bases que movem a universidadee que, por este motivo, os alunos devem valorizar ocongresso. “Temos que trazer mais o estudante para oevento porque é a oportunidade que se tem para co-nhecer o que está sendo produzido. No Conpeex estáconcentrada toda a pesquisa da universidade”.

O coordenador destaca ainda a importância docompartilhamento de experiências entre os pesqui-sadores da universidade e a interação com estudio-sos de outras instituições, permitindo uma discus-são científica dentro da UFG. A previsão é de que hajacerca de três mil participantes distribuídos entre asatividades do Conpeex e cerca de mil trabalhos cien-tíficos inscritos. Confira a programação: www.ufg.br

(Ana Flávia Alberton)

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5Goiânia, setembro de 2007 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Centro Integrado deAprendizagem em Rede(CIAR), da Universida-

de Federal de Goiás (UFG),é um órgão vinculado à Rei-toria da instituição e tem afunção de implementar eapoiar atividades acadêmi-cas. O órgão promove ativida-des que utilizam novas tecno-logias de comunicação, alémda formação de profissionaisenvolvidos em planos deaprendizagem em rede daUFG. A educação a distânciatem ganhado destaque.

O centro trabalha comprofessores que queiram darum percentual de aulas utili-zando o ambiente virtual e éresponsável por desenvolvermatérias multimídias para osprojetos desenvolvidos emparceria com o CIAR. O órgãopretende organizar um semi-nário interno sobre educaçãoa distância com a intenção deesclarecer o projeto e as fun-ções do centro.

Outra idéia em desenvol-vimento é o estudo de projetosde pesquisa relacionados coma estratégia de implantaçãodos cursos a distância na UFG.Temas como currículo, proces-so de seleção de material, asformas de gestão, a formaçãodos orientadores acadêmicos eum estudo sobre o contextosociocultural dos pólos queestão sendo implantados de-vem ser abordados. O projetoé do Grupo de Estudos de No-vas Tecnologias e Educação,criado em 1995 pela Faculda-de de Educação da UFG. Odebate ocorre no CIAR e asreuniões são abertas à comu-nidade.

Educação a distância – AUFG é a única instituição deensino superior do estado deGoiás credenciada pelo Minis-tério da Educação para minis-trar aulas de ensino a distân-cia. A universidade oferece,na graduação a distância,cursos de Administração, Fí-sica, Artes Visuais, CiênciasBiológicas e Artes Cênicas. Hátambém a especialização emMetodologia de Ensino Funda-mental. O curso de pró-licen-ciatura de Física conta com270 vagas distribuídas emnove municípios, o de ArtesVisuais, 450. No total há1050 vagas disponíveis.

A educação a distância,além de permitir inovações noprocesso de aprendizagem,como a utilização de novastecnologias, leva o terceirograu a municípios menores.Ela possibilita que as pesso-as que não têm condições dese deslocar para outras cida-des possam ter uma formaçãosuperior. O projeto, lançado

CIAR desenvolve projetos de apoio aNOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃODIVERSIFICAM MODALIDADES DE CURSOSatividades acadêmicas

pelo MEC em 1995, teve iní-cio com o “TV escola”, progra-ma voltado para escolas pú-blicas. Em 2004, o GovernoFederal lançou editais paraque as universidades públi-cas ministrassem cursos adistância.

Na UFG, a estrutura docurso é organizada em doismomentos distintos. Há um co-ordenador de curso que é res-ponsável pelo acompanhamen-to pedagógico e aprovação domaterial produzido. Há tam-bém a figura do professor au-tor, tendo como função a es-colha do conteúdo a ser traba-lhado e a organização do ma-terial que deve ter uma lingua-gem bem acessível, facilitandoo entendimento já em uma pri-meira leitura.

O material produzido épassado para o professor for-mador, responsável pela exe-cução da disciplina, seja nasaulas em ambiente virtual ounos momentos presenciais.Para ajudá-lo a desenvolver oconteúdo, nos pólos há a fi-gura do orientador acadêmi-co. Ele funciona como umaespécie de mediador entre oprofessor formador, o conteú-do e os alunos. A UFG prepa-rou 150 orientadores e tuto-res de Pólo, possibilitandoque eles tenham uma forma-ção específica voltada para aeducação a distância.

Dentre os cursos ofere-cidos estão Física, Adminis-tração, Artes Visuais, Ciênci-as Biológicas e Artes Cênicas.O número de horas/aulapresenciais é definido pelo co-ordenador do curso, podendovariar entre 30% e 40% de ati-vidades presenciais, que vãodesde aulas expositivas atélaboratórios e oficinas.

A UFG estabeleceu que afreqüência média do aluno ematividades realizadas – presen-ciais e a distância – deve serde 80%. A assiduidade nas au-las a distância são medidaspelo material postado no espa-ço virtual, pela participação emchats e cumprimento de datasnas entregas de trabalho. Oambiente virtual escolhido pelauniversidade registra o núme-ro de vezes que o aluno acessa;o tempo e o conteúdo visitado,facilitando o controle de fre-qüência.

A diretora do CIAR – ór-gão responsável pelo geren-ciamento dos cursos a dis-tância, Cle ide AparecidaCarvalho Rodrigues, explicaque a UFG não pode garantiro aprendizado do aluno e simo acompanhamento. “Apren-dizado a gente não garantepelo controle de freqüência oupelo tempo de acesso. Eu pos-so ter um aluno todo dia na

aula e ele não aprender, porexemplo, se ele ficar viajandoem outros mundos e nãoprestar atenção no trabalhorealizado”. Os cursos são se-mestrais e cada semestre di-vide-se em dois módulos detrês ou quatro disciplinascom duração de dois meses,podendo se estender a três.

A educação a distânciapermite uma flexibilidadequanto ao número de semes-tres. Um curso no regimepresencial tem quatro anos.Já a distância pode ter dura-ção de oito a dez semestres,pois é necessário acompa-nhar o aprendizado do alunoe driblar qualquer problemaque venha a aparecer, porexemplo, com relação à adap-tação ao ambiente virtual.

O sistema de avaliação écontinuado e 70% focado ematividades presenciais, garan-tindo a credibilidade do cur-so. “Em muitos lugares aspessoas acham que é só as-sistir a um vídeo na televisão,preencher uma apostila emandar. Nós não vamos tra-balhar com essa prática, te-remos todo o rigor com a ava-liação”, afirma Cleide Apare-cida Rodrigues.

Pólos – A escolha dos pólos deensino – lugar onde os alunossão matriculados, têm supor-te administrativo e as aulaspresenciais – ocorreu de duasformas. As cidades que abri-garão o Projeto Pró-Licenciatu-ra foram escolhidas pelo MEC,ainda em 2004. O critério uti-lizado foi o déficit de professo-res, já que o foco é a forma-ção de docentes da rede pú-blica. Já as cidades con-templadas com o Pro-jeto UniversidadeAberta (UAB) fo-ram escolhidasdevido à solicita-ção de prefeitose atende à po-pulação local.Em ambos, aprefeitura éresponsável poroferecer a estru-tura física, o su-porte de informá-tica e os recur-sos humanos,como vigia, ze-lador e biblio-tecário.

A coorde-nadora do Pólode Goianésia deApoio Presencialda UniversidadeAberta do Brasil,Sebastiana Perpé-tua Rezende Silva,mostra a importân-cia das cidades naimplantação desse

sistema. “O município estácom uma parcela bastante sig-nificativa ou mesmo a maiorquanto aos gastos, porque eletem que manter toda a estru-tura física para a manutençãodos cursos e o pagamento detodo o pessoal que trabalha nopólo para o sucesso do progra-ma da UFG”.

Para ela, os cursos vi-sam, inicialmente, sanar asdeficiências em licenciaturanas áreas pouco privilegiadasda região, como é o caso dasciências exatas. “Vamos ini-ciar o curso de Física, pois sóhá um professor formado nes-ta área na cidade”. Em Goia-nésia também há vagas paraEspecialização em Metodolo-gia do Ensino Fundamental e,em graduação, para Artes Vi-suais, Administração e Ciên-cias Biológicas.

Dificuldades – Cleide expli-ca que, apesar do apoio quea Reitoria tem dadopara a implanta-ção do projetode ensino adistância, apouca verba,advinda emforma debolsas, temdificultado op r o c e s s o ,pois não hár e c u r s o spara aquisi-ção de mate-rial ou refor-

ma do espaço físico. “Nós ne-cessitamos de um servidor nainternet que suporte a nossademanda de 1050 alunospara que as atividades pelainternet possam ser efetua-das. Precisamos também quetécnicos administrativos se-jam disponibilizados”. Na uni-versidade não há produtor deweb design e programadordisponível. No momento o ser-viço tem sido feito por alunosbolsistas e professores comdisponibilidade de carga ho-rária.

Outro desafio enfrenta-do pelo CIAR é o exercício dotrabalho em equipe. Cleidedestaca que é preciso desen-volver um trabalho em con-junto, coisa que não aconte-ce muito no meio acadêmico.“É necessário o exercício dotrabalho em equipe, porquehá uma prática muito indivi-dualista dentro de todas asinstituições, isso é muito co-

mum. Para trabalhar comeducação a distância

tem que ter umc o m p a r t i l h a -

mento pedagó-gico, financei-ro e adminis-trativo”.

(AnaFlávia

Alberton)

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6 Goiânia, setembro de 2007SOCIEDADE

II Seminário local deacesso e permanênciade estudantes de ori-

gem popular na UFG, organi-zado pelo Programa Conexõesde Saberes (PCS) - projeto quetem como objetivo estimularuma maior articulação entrea instituição e as comunida-des populares-, ocorreu noúltimo dia 29 de agosto noInstituto de EstudosSocioambientais (Iesa) daUniversidade Federal de Goi-ás (UFG).

O objetivo do semináriofoi discutir as propostas deacesso diferenciado ao ensi-no superior. Durante a aber-tura do evento, a coordena-dora local do programa, An-gelita Lima, destacou a im-portância da atividade. “Aoinstalarmos esta conferênciaestamos dando um passopara firmar a discussão deinclusão e permanência dealunos de origem popular,possibilitando a criação deuma universidade mais de-mocrática”.

A mesa-redonda queocorreu pela manhã tinhacomo tema “As propostas de

Em uma tarde quente desetembro, os alunos da Facul-dade de Comunicação eBiblioteconomia da Universi-dade Federal de Goiás (Fa-comb) saem das aulas para ointervalo. Aqui e ali, formam-se os pares de namorados,alguns grupos jogam baralhoe todos conversam. Um tantodistante desse alvoroço uni-versitário, duas estudantesprocuram a sombra de umaárvore, na beira do bosque daUFG. Sentam-se em silêncioe uma delas, a estudante dePublicidade e Propaganda,Raysa Carvalho, de 19 anos,abre a Bíblia. A sua colega éTatielli Barbosa, de 20 anos,estudante do curso de Quími-ca. Nos minutos restantesantes de voltar à sala de aula,as duas amigas irão praticarsua fé católica e sua liberda-de de culto. E não estão sozi-nhas: a reunião de gruposreligiosos nas dependênciasda universidade é hoje umarealidade.

Tatielli é clara ao expli-car os motivos que a levarama se reunir na faculdade,nos intervalos dos períodosde aula: “Muitas pessoasperdem o equilíbrio dentro

debate ações afirmativaspara a universidadeCONEXÕES DE SABERES

COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DISCUTE A IMPORTÂNCIA DE GARANTIR O ACESSO DIFERENCIADO À UFG

acesso diferenciadona UFG” e foi compos-ta pelo professor daFaculdade de Comu-nicação e Biblioteco-nomia, Juarez Maia,pela representantedo Coletivo de AlunasNegras Beatriz Nasci-mento (Canbenas),Mar ia Gore te deSousa, e pelo diretordo Departamento dePós-graduação daUniversidade Federaldo Maranhão (UFMA)e coordenador doPCS em São Luís, Ál-varo Pires.

Juarez Maia con-tou um pouco de suaexperiência com a im-plantação do sistemade cotas em Moçambique eexplicou que os discursosque se opunham ao sistemade inclusão na África são osmesmos utilizados no Brasil.Após muitas discussões e apressão da sociedade civilcontra as cotas, foram reser-vadas 20% das vagas paraestudantes oriundos da re-gião norte de Moçambique.

O professor também des-tacou que o principal impac-to das ações afirmativas, den-tro da UFG, é a possibilidadede se discutir a questão dascotas nas universidades. “Seé necessário inclusão é por-que há exclusão, por isso sãotão importantes os projetos deações afirmativas para que seequilibre toda essa questão”.

Álvaro Piresexpôs a experiên-cia da UFMA com aimplantação de co-tas. Com o siste-ma, 50% das vagasserão destinadasao vestibular uni-versal, 25% paraos negros e os ou-tros 25% para alu-nos oriundos deescolas públicas. Aação afirmativa foiaprovada por una-nimidade, porém,a discussão a res-peito do sistema decotas da UFMAcontinua, pois há odesejo de expandiro sistema à pós-graduação. O pro-

fessor enfatizou ainda a im-portância da mobilização so-cial para a inclusão de ne-gros, índios e minorias.

A representante doCanbenas explicou que aspessoas não sabem o realsignificado do termo “açõesafirmativas” e, por isso, con-fundem bonificação com re-serva de vagas. “Nós quere-

mos que os estudantes pos-sam entrar nas universida-des com certeza absoluta deque eles estarão lá. O pro-cesso de bonificação nãogarante o ingresso no ensi-no superior”.

A reivindicação do Can-benas passa, principalmente,pela reserva de vagas. Elesquerem ações afirmativas queincluam negros, indígenas,deficientes, travestis etransexuais. Maria Gorete de-monstrou insatisfação com oProjeto UFG Inclui. Segundoela, professores especialistasdevem ser ouvidos no mo-mento da elaboração das pro-postas, pois no caso do últi-mo projeto apresentado pelaReitoria da universidade, oUFG Inclui, esse diálogo nãofoi satisfatório.

A ausência da pró-reitora de Graduação, San-dramara Matias Chaves, emvirtude do falecimento da pro-fessora Verbena Lisita, no diaanterior ao seminário, impos-sibilitou uma discussão maisdetalhada a respeito do Pro-jeto UFG Inclui.

(Ana Flávia Alberton)

A fé e a razão na Universidadeda universidade, ficam meiobitoladas. Pessoas que ficamtranstornadas por causa docurso, da matéria. No meucaso, eu faço Química, quecom certeza questiona mui-to essa questão religiosa.Pra mim é fundamental teruma religião. Por que é pos-sível no meu curso, aquelascoisas que são inimaginá-veis, como mexer com elé-trons, com moléculas, quesão inexplicáveis. Isso pramim é um exemplo claro deDeus, da ação de Deus.”Raysa completa ainda queum estudante com religiãoestá mais próximo de temascomo valores humanos e éti-ca: “Como eu posso ser útilpara a sociedade no sentidohumano, de amor ao próxi-mo.”

As duas amigas seguemuma tendência nacional queestá institucionalizada nasUniversidades Renovadas.

Esse é um projeto da Renova-ção Carismática Católica paralevar seu credo aos meios aca-dêmicos. São mais de 600Grupos de Oração Universitá-ria (GOU) em todo o país, es-palhados por várias universi-dades. Na UFG, além dasreuniões de estudantes, osGOU também promovem aMissa no Câmpus, às terças-feiras, no auditório do ICB4, às 12 horas.

A Física e a Bíblia – Mas nãosão apenas os católicos quese reúnem nas dependênciasda UFG. Representantes dareligião que mais cresce nopaís atualmente, os evangéli-cos promovem cultos pelomenos três vezes por semanadentro das faculdades. Dife-rente dos GOU, esses grupossão organizados internamen-te pelos próprios estudantese professores. A música reli-giosa é outro diferencial, e o

violão do estudante de FísicaRoberto César Tsukino agru-pa os jovens para a leitura daBíblia, no fim das manhãs dequarta-feira, no auditório doInstituto de Física. A vidaacadêmica pode, segundoTsukino, ser pautada por va-lores aos quais ele se referecomo “ a palavra de Deus”.Ele explica que existe atritoentre suas convicções religio-sas e aquilo que ele aprendeno curso de Física, mas que eletem consciência de que sua féfala mais alto. A professora daFaculdade de Letras, DayseMaria Pires, também partici-pa das reuniões e esclarece:“Quando o centro da nossavida é Deus, tudo o mais vemem harmonia com aquilo. Por-que quando a gente perde ofoco de Deus, a gente começaa achar que outras coisas vãonos satisfazer, e a gente sefrustra”

Por quase cem séculos,

Estudantes e professoresde diferentes cursos sereúnem semanalmente emgrupos religiosos dentroda Universidade Federalde Goiás

um longo período que os his-toriadores denominam Ida-de Média, a educação oci-dental esteve intimamenteligada à religião católica. Asescolas eram organizadas emantidas pela Igreja e o co-nhecimento passava pelocrivo rigoroso dos dogmas.Foram necessárias grandesrevoluções e uma boa dosede sangue derramado paraque o saber científico fossedesvinculado do religioso. Aprofessora do Departamen-to de Ciências Sociais da Fa-culdade de Ciências Huma-nas e F i loso f ia (FCHF) ,I van i lde Gonça lves deMoura, explica que, à medi-da que a sociedade se mo-derniza, ocorre simultanea-mente um processo de secu-larização. Para Ivanilde, apa lavra-chave que devenortear a universidade emrelação a isso é tolerância.Ela esclarece também que aética e a moral não são ex-clusivos da religião, sendotambém ponto de estudo darazão: “Para mim, a religiãoé uma fonte de conhecimen-to também. As ciências e asreligiões são linguagens – aquestão ética e moral é an-terior. Se você tem uma pos-tura ética, você vai perpas-sar isso para qualquer expe-riência. Se você é um cida-dão ético, você leva isso parasua pesquisa, para sua prá-tica religiosa, você leva issopara a vida.”

(José Eduardo Umbelino)

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Para a professora Angelita Lima, a conferênciafoi um passo importante na discussão sobre ainclusão e permanência de alunos de origem

popular na universidade

A prática religiosa em dois momentos distintos no Câmpus Samambaia da UFG

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7Goiânia, setembro de 2007 INTERCÂMBIO

Oportunidades de estudos na FrançaNo dia 13 de setembro

último, a UFG recebeu a visi-ta do professor Pierre Fayard,diretor do Centro Franco-Bra-sileiro de Documentação Téc-nica e Científica (Cendotec),que coordena a agência gover-namental francesa Campus-France, criada pelos Ministé-rios da Educação e das Rela-ções Exteriores e vinculada àEmbaixada da França. ACampusFrance tem por obje-tivos a divulgação de informa-ção aos estudantes brasilei-ros sobre o ensino superiorfrancês e o apoio ao desenvol-vimento da cooperação uni-versitária entre a França e oBrasil.

A convite da Coordena-doria de Assuntos Interna-cionais (CAI), o professorFayard proferiu duas pales-tras na instituição. Na primei-ra, realizada pela manhã, naBiblioteca Central, foramabordados os estudos naFrança, da graduação ao dou-torado, assim como forneci-das informações sobre inscri-ções a bolsas de estudos, vis-tos, custo de vida e o novoprocedimento da Campus-France de candidatura aos es-tabelecimentos franceses de

Os cinco estudantes es-trangeiros matriculados naFaculdade de Medicina (FM)da UFG – três de países daÁfrica e dois da América La-tina – foram o foco de um diaespecial realizado pela dire-toria da unidade, juntamen-te com o Centro Acadêmico

Faculdade de Medicina quer maior integração com alunos estrangeiros21 de Abril, no dia 5 de ou-tubro na sede da FM. Nessedia, os alunos estrangeiros,por meio de recursos audio-visuais, exposição de artesa-nato e outras atrações, apre-sentaram aos seus colegas eprofessores um pouco dacultura do seu país.

Eula de CarvalhoBatista de Souza

FranciscoJoão Mendes

Syntia CarolinaRuiz Valiente

RisilianneRoseli

Thania KeilaMachado Gimenez

Professor de Camarões no programa de pós-graduação em HistóriaO Centro de Estudos do

Caribe (Cecab), com o apoioda Faculdade de Ciências Hu-manas e Filosofia (FCHF), re-cebeu o professor JosephMarie Essomba, da Repúbli-ca de Camarões, que realizaatividades no programa depós-graduação Strictu sensuem História. Ele veio acompa-nhado do segundo secretárioda Embaixada da Repúblicados Camarões, SergeAmouga. A temporada de trêsmeses, tempo em que

Essomba permanecerá noBrasil, teve início em primeirode setembro. Ao longo desseperíodo, o objetivo é organizarseis seminários na UFG rela-cionados ao tema “África eCaribe: identidades em trânsi-to, culturas de migração”.

Essomba é doutor em Le-tras e Ciências Humanas pelaUniversidade de Paris, ondetambém se tornou mestre emHistória Antiga e Arqueologia.Foi diretor de Pesquisa Cientí-fica e Tecnológica e presidente

da Organização de Museus eMonumentos de Camarões.Atualmente é decano da Facul-dade de Artes, Letras e Ciênci-as, chefe do Departamento deHistória e do Departamento deArte e Arqueologia da Univer-sidade de Yaoundé, capital deCamarões.

Além de atividades naUFG, Essomba esteve na Uni-versidade de Brasília, no últi-mo dia 12 de setembro, juntocom o também professor An-dré Ntonfo. Os dois ministra-

Professores libaneses são palestrantes na UFGO professor Emile Ma-

akaroun, da Universidade doLíbano, que tem trabalhospublicados com o tema “Aimagem política da França noOriente Médio por meio da im-prensa libanesa” e “A políticaárabe da França vista pelaimprensa do Líbano”, profe-riu palestra na Faculdade deComunicação e Bibliotecono-mia (Facomb), no dia 30 deagosto passado, durante visi-ta à UFG, a convite do diretorda unidade, professor João-mar Carvalhode Brito Neto.No evento, oprofessor Ma-akaroun abor-dou a participa-ção do partidoHezbollah nogoverno l iba-nês, assimcomo a plurali-dade política ereligiosa exis-tente no gover-no e na impren-sa de seu país.

O Câmpusde Catalão tam-bém recebeu avisita de outroprofessor liba-

nês, o professor Karam Tan-nous, da Universidade Saint-Esprit, de Kaslik, que profe-riu a palestra intitulada “Oconflito libanês” (1975-1991),igualmente no dia 30 de agos-to. Entre os estudos do pro-fessor Karam destacam-se osque envolvem a história do Lí-bano, a história do Cristianis-mo, os estudos mediterrâne-os e orientais e a história daArte. Essa visita foi coordena-da pelo diretor do Câmpus deCatalão, professor Manoel Ro-

drigues Chaves, e pelo coor-denador de Extensão e Cul-tura, professor Luiz Carlos doCarmo.

A presença desses pro-fessores na UFG sucede o Se-minário Brasil-Líbano, reali-zado na UnB nos dias 27 e28 de agosto último, e orga-nizado pelo Ministério daEducação/Capes e pela As-sessoria Internacional do ga-binete do ministro, e pelaConfederação das EntidadesLibano-Brasileiras, com o

apoio da Andifes.Foi a primeira vezem que professo-res universitáriosdos dois países sereuniram de formaampla e abrangen-te para discutiruma melhor ma-neira de desenvol-ver suas relaçõesacadêmicas. Esseevento foi resulta-do da troca de vi-sitas dos presiden-tes do Brasil e doLíbano e da missãodo Ministro daEducação, Fer-nando Haddad, aoLíbano.

Os alunos estrangeirosforam recebidos pelo diretorda escola, professor HeitorRosa, que buscou essa apro-ximação para melhorconhecê-los e saber das suasnecessidades, a fim de que aFaculdade de Medicina pos-sa facilitar a convivência e

sanar possíveis entraves quedificultem seu dia-a-dia comouniversitários. Os cinco es-trangeiros são provenientesde Cabo Verde, São Tomé ePríncipe, Guiné Bissau e doParaguai.

Quem é quem – Eula de Car-

nível superior. O evento con-tou com a participação demais de cem estudantes. Àtarde, em evento dirigido adocentes, no miniauditório daFaculdade de Letras, o profes-sor Fayard tratou sobre osseguintes temas: estrutura doensino superior francês, coo-peração universitária entreFrança e Brasil, equivalênciade diplomas e créditos, du-plos-diplomas franco-brasi-leiros, novo procedimentopré-consular para visto de es-tudante e II Caravana Fran-ça-Brasil: fórum itinerantesobre estudos na França ecooperação universitária.

ram a aula inaugural do pro-grama de pós-graduação emLiteratura da UnB (PPGL), naqual abordaram a formação daidentidade histórico-culturalda República de Camarões noperíodo pós-colonial e apresen-taram as dificuldades em se di-fundir a cultura negra.

Ntonfo e Essomba são osprimeiros professores de Ca-marões recebidos no Brasilpor meio do programa Profes-sor Visitante Estrangeiro(PVE), da Coordenação de

valho Batista de Souza, deSão Tomé e Príncipe; Francis-co João Mendes, de GuinéBissau; Risilianne RoselyLima dos Reis, de Cabo Ver-de; Syntia Carolina Ruiz Va-liente, do Paraguai e ThâniaKeila Machado Gimenez, tam-bém do Paraguai.

Aperfeiçoamento de Pessoalde Nível Superior (Capes). Apresença deles é resultadoainda do esforço do governobrasileiro – por intermédio doMinistério de Relações Exte-riores e da Secretaria Especi-al de Políticas de Promoção daIgualdade Racial da Presidên-cia da República - em aumen-tar o intercâmbio África-Bra-sil, com a intenção de quali-ficar o ensino de historia afro-brasileira no país, conformea lei 10.639, de 2003.

Emile Maakaroun e esposa foram recebidos pelo reitorEdward Brasil e pela professora Ofir Bergemann

Fayard coordena aCampusFrance, agência de coo-

peração universitária entre aFrança e o Brasil

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8 Goiânia, setembro de 2007AGRONEGÓCIO

VIII Feira AgroCentro Oesteserviu de base

para o lançamento na-cional do Plano Safra2007/2008. Durante asolenidade de abertu-ra do evento, o secre-tário de AgriculturaFamiliar do Ministériodo DesenvolvimentoAgrário (MDA),Adoniram SanchesPeraci, esclareceu queserão disponibilizadosR$ 12 bilhões para o fi-nanciamento da agri-cultura familiar emtodo o país. ApenasGoiás receberá cercade R$ 430 milhões até2008, o que faz dele oestado mais beneficia-do pelo Programa Na-cional deFortalecimento da Agricultu-ra Familiar (Pronaf).

Além do auxílio finan-ceiro, Peraci também ressal-tou a importância da infor-mação e conscientizaçãodas famílias quanto à pos-sibilidade de receber os in-vestimentos. Nos cinco diasda feira, foram ministradaspalestras e minicursos como intuito de ensinar o peque-no trabalhador rural a dis-ponibilizar os subsídios doPlano Safra e a fazer bomuso dos recursos. As vanta-gens são muitas: financia-mento por meio de linhas decrédito para custeio, inves-timento e comercialização,apoio à produção e comér-cio, com seguro climático eseguro de preços e assistên-cia técnica. A estimativa éde que 35 mil famílias de pe-quenos agricultores devemser beneficiadas em Goiásaté o final de 2008. Essasfamílias produzem princi-palmente leite, mandioca,hortaliças e frutas.

A preocupação com omeioambiente é também umdos itens do pacote. Pormeio da Linha Pronaf ECO,

serão disponibiliza-dos recursos especi-a is dest inados àsiniciativas que vi-sem substituir tec-nologias de combus-tíveis fósseis por re-nováveis nos equi-pamentos e máqui-nas agrícolas. Tam-bém será incentiva-da a implantação daenergia solar, eólica,biomassa, de miniu-sinas para biocom-bustível, entre ou-tras tecnologias am-bientalmente sus-tentáveis.

(José EduardoUmbelino)

Governo disponibiliza R$ 12 bilhõespara agricultura familiar O LANÇAMENTO OFICIAL DO PLANO SAFRA

OCORREU NA VIII FEIRA AGRO CENTRO OESTE

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Momento da assinatura do projeto que benficiaráGoiás com cerca de R$ 430 milhões

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9Goiânia, setembro de 2007 AGRONEGÓCIO

No centro dos mil metrosda tenda que abriga o Projetode Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (ATER) para Tra-balhadoras Rurais: Geraçãode Trabalho e Renda e Proces-so de Desenvolvimento Agroe-cológico, a trabalhadora ruralAndréia Siqueira da Silvamostra os produtos que ela esuas companheiras confec-cionaram. São cosméticos esabonetes de plantas medi-cinais, artesanato, sementese alimentos integrais produ-zidos por 753 trabalhadorasde assentamentos rurais deCampestre, Palmeiras, Ita-beraí, Doverlândia, Silvânia,Brazabrantes e Itapuranga.O projeto, financiado peloMinistério do Desenvolvi-mento Agrário (MDA), culmi-nou na VIII Feira Agro Cen-tro Oeste com a apresenta-ção dos resultados de açõespro f i ss iona l i zantes que

Profissionalização da mulher do campo

acontecem nesses assenta-mentos.

A professora da Escola deAgronomia e Engenharia deAlimentos da UFG (EA), ElianaPaula Fernandes, explica queo trabalho realizado se divideem cinco frentes: oficina de al-godão orgânico colorido, pro-

A VIII Feira Agro CentroOeste confirmou sua abran-gência e importância com umsaldo de dez mil visitantesdurante os 5 dias de ativida-des. O evento contou com 85caravanas de 75 municípiosdo estado de Goiás e do Dis-trito Federal, contabilizandoo total de 4500 agricultoresfamiliares.

Segundo a coordenado-ra da Pró-reitoria de Exten-são e Cultura (Proec), GiseleOttoni, a Agro Centro Oeste

Feira apresenta balanço positivo a cada ediçãoSociais e Engenharia de Ali-mentos, num total de 150alunos envolvidos na organi-zação.

Gisele considera que afeira cresceu e se diversifi-cou nas oito edições já rea-lizadas. Há três anos o even-to optou pelo tema Agricul-tura Familiar e desde entãose tornou referência para ostrabalhadores do setor. Oprojeto Mulheres Trabalha-doras foi considerado pelacoordenadora da Proec como

muito bom. As trabalhado-ras contavam com um espa-ço especial para os filhos,onde foram realizados cur-sos infantis com a ajuda dosmonitores. Palestras e deba-tes sobre gênero e direitosda mulher se intercalavama minicursos de arranjos or-namentais. Andréia, queveio de Palmeiras em umacaravana de 19 mulheres,manifestou sua opinião arespeito do evento: “É mui-to gratificante estar aquihoje. Um momento ímparpara nossas vidas como as-sentadas”. Na cerimônia deencerramento, no dia 15, elaleu uma carta em nome detodas as participantes naqual ressaltaria a aberturade novos horizontes para avida profissional. O Ministé-r io do Desenvo lv imentoAgrário pretende manter oprojeto no próximo ano.

dução de plantas medicinais,condimentadas e aromáticas,arranjos com plantas orna-mentais, discussões acerca dotema Gênero Mulher e os direi-tos sociais femininos. Duran-te a feira, oficinas e cursos nes-sas áreas foram realizados to-dos os dias. Eliana, que foiuma das coordenadoras doprojeto, afirma: “Elas saemcom certificado, consideradasprofissionais, mas nós explica-mos que esse certificado é ape-nas o início de muitos”.

Existe ainda um outrolado beneficiado pelo projeto,que é o dos estudantes que au-xiliaram de alguma maneiraem sua realização. Um grupode 57 alunos da EA participoucomo monitor nos cinco diasda Agro Centro Oeste. A UFGcontou ainda com a parceriade alunas do curso de Educa-ção Física da UEG, da Associ-ação dos viveristas e floricul-

tores do estado de Goiás (As-flore) e com o auxílio logísticodo Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empre-sas (Sebrae).

A maioria dos partici-pantes considerou o trans-porte, o atendimento, os kitse alimentação de ótimo a

at ing iu as expectat ivasquanto ao número de ativi-dades, entrevistas e público-alvo. A feira serviu ainda devitrine para diversos proje-tos de extensão nas áreas desaúde, direitos humanos eciências agrárias. Nos es-tandes e nos seis auditóriosforam realizados minicur-sos, demonstrações técni-cas, palestras e oficinas so-bre temas como apicultura,piscicultura, processamentode produtos lácteos, carnes,

frutas, hortaliças e produ-ção de mudas de espéciesfrutíferas do cerrado, dentreoutros. Cerca de 200 exposi-tores trouxeram seus pro-dutos e idéias.

As faculdades envolvidasno evento contribuíram dediversas formas e relataramsaldo positivo em suas ativi-dades. Participaram da feiraos cursos de Medicina, Psico-logia, Enfermagem, Direito,Veterinária, Agronomia, Co-municação Social, Ciências

o ponto forte do evento esteano, e sua continuidade estágarantida em 2008. Para ospróximos anos, a organiza-ção pretende manter o focona agricultura familiar e in-vestir em infra-estrutura,com a construção de ba-nheiros e restaurantes emalvenaria. Gisele Ottoni con-clui o balanço da VIII AgroCentro Oeste expressandoum “sentimento de missãocumprida”.

(José Eduardo Umbelino)

Andréia Siqueira representaas trabalhadoras rurais

prosentes

Professora Eliana Fernan-des ajudou a coordenar

a atividade

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10 Goiânia, setembro de 2007VIDA ACADÊMICA

A interdisciplinaridade nagraduação foi um dosassuntos debatidosno evento

A mesa-redonda sobre“As contribuições da fenome-nologia para as ciências e edu-cação” encerrou os debates re-alizados no I Congresso de Fe-nomenologia da Região Cen-tro-Oeste, realizado de 17 a 21de setembro, numa promoçãoda Faculdade de Educação(FE) da Universidade Federalde Goiás (UFG).

Um dos assuntos abor-dados durante a mesa-redon-da foi a relação entre a feno-menologia e a educação. A fe-nomenologia constitui umdos campos da Filosofia, ados fins, e estuda a essênciados eventos. Ela é fundamen-tal para se entender a inten-cionalidade da ação humana,com a descrição, compreen-são e interpretação dos diver-sos fenômenos existentes emsociedade.

Produção audiovisual de vanguardaI FESTIVAL UNIVERSITÁRIO DE CINEMA LATINO-AMERICANO FOI SUCESSO NO CÂMPUS SAMAMBAIA

Educação foi tema de encerramento do congresso de FenomenologiaA aplicação da metodo-

logia fenomenológica na edu-cação é muito necessária, res-saltou o professor da UFG ecoordenador geral do con-gresso, Adão José Peixoto.Para compreender os fenôme-nos educacionais, é preciso ofenomenólogo buscar o sen-tido no fazer pedagógico, ob-servar os eventos que se ma-nifestam em sua múltiplacomplexidade e não se ater apreconceitos.

O professor Adão JoséPeixoto destacou que atual-mente é comum simplificar-mos a educação às estátisti-cas com notas, números dealunos matriculados ou re-provados e cursos que podemser feitos com rapidez. Issotorna a escola muito pragmá-tica e inibe a intencionalida-de, autonomia e criatividadedos alunos e professores.

A mesma idéia é com-partilhada pelo professor daUniversidade Católica deGoiás (UCG), Rodolfo Petre-

lli, que defendeu, por exem-plo, que na graduação é ne-cessário a interdisciplinari-dade, a realização de even-tos que promovam o diálogoentre as diversas áreas deconhecimento e libere o alu-no para transitar em sua

grade curricular , tendo umaformação ampla. A fenome-nologia tem muito trabalhoa desenvolver na renovaçãoda academia.

“A fenomenologia nãoestá fechada somente às ci-ências humanas”, afirmou o

professor da UCG, SaturninoRamón. Ele considera que es-tudar o espaço não se restrin-ge somente a engenheiros ouastrônomos, o espaço podeser o vivido e o construído portodos, assim as ciências exa-tas e biológicas também pre-cisam entender os sentidos,desejos e esperança nas açõeshumanas. A metodologia feno-menológica não rejeita o sabercientificista, mas vai além, aoestudar as intencionalidadesexistentes nas práticas.

Participou também damesa-redonda a médica car-diopediatra, Rita FrancisGonzalez, que discutiu a fe-nomenologia na área da saú-de. O balanço do congressofoi positivo e a organização jádiscute a realização da segun-da edição do evento. Após amesa-redonda, houve o lan-çamento do livro “Encruzilha-das do olhar no ensino daarte”, de Anna Rita Ferreirade Araújo (FE/UFG).

(Mayara Jordana)

O evento contou com amplo apoio de setores da UFG, doSebrae Goiás e da Secretaria Municipal de Cultura

Programação do festival foi enriquecida com diversasapresentações artísticas

a solenidade de abertu-ra, ocorrida no dia 19de setembro, no cine-

ma da Universidade Federalde Goiás (UFG), a organizaçãodo primeiro festival de cine-ma universitário latino-ame-ricano, Perro Loco, fez ques-tão de deixar claro que umamostra de vídeo voltada paraa interação entre povos latinos,tendo como foco a identidadecultural e a troca de conheci-mentos, não deveria durar so-mente cinco dias. Nesse senti-do, o Perro Loco não foi ape-nas mais uma das inúmerasmostras de cinema que acon-tecem no estado, já que con-seguiu unir o espaço acadêmi-co com uma interessante ini-ciativa cultural na UFG.

“Eu espero que essa ini-ciativa se firme realmente. Oestudante deve ter consciên-cia de que a participação deleem todo e qualquer processode aprendizado dentro dauniversidade é de extremaimportância. Com a garra quetodos os organizadores do fes-tival mostraram, eu tenhocerteza de que esta iniciativapermanecerá na universidadee que nos trará bons frutos”,comentou o reitor da UFG,professor Edward MadureiraBrasil.

O evento foi custeadopela própria UFG, sobretudopelas Pró-reitorias de Exten-são e Cultura (Proec), de As-suntos da Comunidade Uni-versitária (Procom) e de Ad-ministração e Finanças(Proad), com apoio do Sebrae

Goiás e da Secretaria Muni-cipal de Cultura.

Filmes e palestras – Apesarde o festival propor uma in-teração entre países, a maio-ria das inscrições, em sua pri-meira edição de filmes, foinacional. Das 42 produçõesclassificadas para concorrerna mostra competitiva, so-mente 11 vieram de fora doBrasil. No entanto, dos qua-tro prêmios distribuídos, doisforam para produções estran-geiras: El Negro, como melhordocumentário e Aramis, comomelhor ficção.

Eventos artístico-cultu-rais gratuitos, como apresen-tações teatrais e musicais,foram apresentados nos in-tervalos das mostras. Dentreelas, destacaram-se alguns

grupos de teatro como MamaCadela, Boca de Ema e gru-pos indígenas, além das ban-das Testemunha Ocular, Le-nore, Actemia, Satanic Sam-ba Trio, Demosonic, Resso-nância Mórfica, Vida Seca eDe Volta ao Samba.

O festival contou aindacom palestras e debates emtodas as manhãs, discutindoassuntos relacionados aotema central do festival. Den-tre os convidados, destaca-ram-se Martina Rupp, Fabi-an Nunez, John Jairo Narva-ez e Márcio Pizarro.

Minicursos e oficinas – Diver-sas oficinas foram oferecidasaos visitantes relacionadas àprodução de vídeo e cinema,tais como animação, drama-turgia e roteirização, funda-

mentos do desenho e da cor,produção audiovisual com mí-dias portáteis, convergênciasde mídias – linguagens multi-mídia e cinema. Foram ofere-cidos também três minicursos:estética do negro no cinemabrasileiro, o cinema e a repre-sentação da luta dos trabalha-dores e efeitos do cinema dearte no tempo recente.

“Os festivais universitá-rios promovem uma coisa im-portante que é a quebra daimpressão que se tem de que édifícil fazer cinema, que é difí-cil de se operar uma câmera,enfim... que é difícil se apro-priar da linguagem audiovi-sual como um todo”, afirmouo representante da AgênciaNacional de Cinema (Ancine),Sandro de Lima.

(Pedro Ivo Freire)

Vencedores do Perro LoucoMelhor ficção: AramisDireção: Fabio MeiraEscuela Internacional de Cine y TVde San Antonio de los Baños(Cuba)Melhor documentário: El NegroDireção: Juan Darío AlmagroUniversidade Nacional de Córdo-ba (Argentina)Melhor Animação:Café La RochelleDireção: Tiago AméricoUniversidade Tecnológica Federaldo Paraná (Paraná)Júri Popular:Vai indo que eu já vouDireção: Marcelo Perez e RubemBarrosFaculdade Cásper Líbero (SP)Menções honrosas:ImpejDireção: Rafael de AlmeidaUniversidade Federal de GoiásSete MinutosDireção: Cavi BorgesFaculdade Estácio de Sá (RJ)

Estudantes de diversas áreas e profissionais participaram doevento, durante uma semana na Faculdade de Educação

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11Goiânia, setembro de 2007 PESQUISA

Colóquio debatedireitoshumanosAS DISCUSSÕES REVELAMQUE AINDA HÁ MUITO OQUE FAZER

uando assistimos pelos meios de comunicação os mais variados crimescontra a população, nos perguntamos onde está o direito à segurançapessoal? Ou ao sentirmos medo em pegar um avião porque o sistema

aéreo está em crise, não vem à mente que o direito de ir e vir está prejudicado?Ou mesmo quando o assunto é atendimento público de saúde, o serviço é dequalidade?

Essas questões são rotineiramente vivenciadas e por isso lembradas nosestudos filosóficos. O Colóquio Nacional Direitos Humanos e Democracia, queocorreu em Goiânia, coincidentemente na semana do feriado da Independên-cia do Brasil, discutiu a preservação dos direitos civis, que se referem à pes-soa, à família, à formação e aquisição de bens e às relações estabelecidas emuma comunidade. Debateu, principalmente, uma perspectiva maior dos direi-tos humanos e a sua dependência do sistema democrático.

A professora de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e daUniversidade Católica de Goiás (UCG) e organizadora do colóquio, Helena Esser,reforça que o tema direitos humanos atrai uma atenção especial nas discus-sões atuais. Porém, a professora ressalta que pensar sobre direitos humanosé muito mais do que esperar que o Estado nos ofereça condições sociais para

vivermos. Isso são conseqüências dos direitos humanos, ou seja, mais impor-tante do que ser atendido em um direito específico é ter resguardada a condi-ção de ser humano.

É o respeito à pessoa humana que garante a liberdade, igualdade e tole-rância a pluralidades existentes na sociedade. A professora Helena Esser ex-plica que, no Brasil, onde existem muitas desigualdades, é necessário que aspessoas solicitem o direito a cotas ou a bolsas assistencialistas e demais direi-tos. “Nesse papel de promover a inclusão, as universidades públicas e as orga-nizações que lutam pelo direito civil são fundamentais. Porém, a pessoa nãopode se contentar somente com isso, é essencial sermos cidadãos e participar-mos ativamente do estado democrático”, explica a professora.

Direitos requerem deveres – Se quisermos que as leis nos protejam e garan-tam os direitos, temos que também exercer a cidadania. Para obtermos segu-rança e liberdade, é preciso que o cidadão pague impostos, respeite as leis ezele pelo bem comum de uma nação.

É essa a visão do professor da Universidade Federal do Mato Grosso(UFMT), Roberto de Barros Freire. Na sua opinião, os deveres estão sendonegligenciados. Qualquer criança ou jovem sabe que pode reivindicar seusdireitos, que são legítimos, mas não são educados para assumirem res-

ponsabilidades.“Se eu tenho direito à vida, eu

tenho o dever de lutar pela pacifi-cação, tenho o dever de lutar pelavida. Como é que eu vou ter di-reito à vida, na medida em queexistem forças armadas quepodem destruir o mundo todo,”ressalta o professor. É maissimples ter insatisfação polí-tica do que participar. O pro-fessor lembra que os brasi-leiros descrentes com acorrupção política não per-cebem que são esses mes-mos cidadãos que elegemesse tipo de políticos.“Nós somos responsá-veis pela ação do gover-no ou pelas omissõesdo governo. Uma po-pulação menos ativa,o Estado não age tãocorretamente”.

Roberto de Bar-ros declara que nãodevemos aceitar asimposições do gover-no sem reivindicar,sem processar o Es-tado. Ele lembra quea própria justiçadesmobiliza os pro-cessos contra o Esta-

do graças à burocraciae à morosidade, mas a

conformação é o pior dosmales. É ela que possibili-

ta a reeleição dos políticosque estiveram envolvidos no

esquema do mensalão e emoutros esquemas.

Violência versus democracia– Não há como exercer a cida-dania se o Estado em que vive-mos não a permite. Dois temastão gerais e complexos como di-reitos humanos e democracia sãodependentes um do outro. A pro-fessora Helena Esser deixa bemclaro que a violência por si só é

antidemocrática, restringe a validade dos direitos humanos. “Quando vocêreage com violência, você não permite que o outro dê suas razões. Então,exatamente por isso, a violência é antidemocrática. A democracia implica quevocê possa falar, possa ouvir, possa buscar algo. A violência aniquila essapossibilidade”, explica a professora.

Esses foram somente alguns dos assuntos presentes no Colóquio Direi-tos Humanos e Democracia. O evento reuniu a III Jornada de Filosofia e Direi-tos Humanos,o IV Seminário Problemas do Estado Democrático Contempo-râneo e a XIV Jornada Goiana de Filosofia do Direito, e foi promovido pelaUFG, UCG e UFMT.

A programação contou com diversas mesas de debates nos quatro diasde evento (3 a 6 de setembro) e 37 universidades do Brasil participaram cominscrições de trabalhos. O professor da UFMT, Roberto de Barros Freire, expli-ca que, ao se promover um evento como esse, a academia leva para a comuni-dade geral as discussões que os grupos de pesquisas realizam. “É uma manei-ra da gente não só expor os resultados das nossas discussões internas comotambém trazer o público para participar desse tipo de reflexão fundamentalpara efetivar os direitos humanos.” (Mayara Jordana)

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12 Goiânia, setembro de 2007EM TEMPO

livraria inaugurada nodia 16 de agosto, loca-lizada no pátio da Fa-

culdade de Comunicação eBiblioteconomia (Facomb) eda Faculdade de CiênciasHumanas e Filosofia (FCHF),tem a intenção de, com a uni-versidade, transformar a redede livrarias UFG em um es-paço de produção cultural,possibilitando, desta forma, avalorização do livro e, conse-qüentemente, da produção.Há também apresentações ar-tísticas e culturais na progra-mação do local.

A idéia de criar uma novaroupagem para as livrarias daUFG partiu do Centro Editori-al Gráfico (Cegraf) e o projeto

Livrarias da universidadePROJETO COLETIVO DA UFG QUER DIVULGAR A PRODUÇÃO ACADÊMICA E DESENVOLVER ATIVIDADES CULTURAIS

esquadrias de metal e estan-tes encostadas nos vidros. “Alivraria existia com uma con-cepção totalmente voltadapara dentro. O entendimentoque nós temos de livraria é oinverso disso, ela não tem queestar organizada para si, massim para os outros, pensadapara seduzir as pessoas paraconhecer o local”.

A logomarca da livrariaé a mesma da universidade,mas há um símbolo paralelo,o macaquinho. A escolha foiuma forma de homenagear oanimal que faz parte do coti-diano das pessoas que fre-qüentam o câmpus II da UFGe alertar para o fato de queos macacos precisam de uma

A Universidade Federalde Goiás (UFG) promoveu emAssembléia Universitária paraa entrega do título de Profes-sor Emérito a Peter Ernst Son-nenberg, no dia 31 de agosto.A concessão do título ao pro-fessor foi apreciada e aprova-da pelo Conselho Universitário(Consuni). A cerimônia foi rea-lizada no auditório ProfessorFarnese Dias Maciel Neto, daEscola de Agronomia e Enge-nharia de Alimentos (EA).

Peter Ernst Sonnenberg édocente aposentado pela UFG,tendo ocupado o cargo de pro-fessor da EA na universidade.Ingressou na UFG em julho de1965, como professor da cadei-ra de Horticultura. Desempe-nhou suas funções até marçode 2003, quando se aposentoucompulsoriamente. A dedica-ção ao ensino, sempre empe-nhado em aliar a teoria à prá-tica, é um de seus marcos.

Sonnenberg desenvolveu

A professora do Depar-tamento de Comunicação Vi-sual da Faculdade de ArtesVisuais (FAV) da UFG, RosaMaria Berardo, foi homenage-ada com a Comenda da Or-dem do Mérito Anhangüera.Essa é a mais alta comendaconferida anualmente pelogoverno estadual a persona-lidades de variados segmen-tos sociais. A cerimônia des-te ano foi realizada no dia 25de julho, na Cidade de Goiás.Rosa disse que ficou gratifi-cada com a homenagem, jáque o trabalho artístico é pou-co reconhecido regionalmen-te. “Fico muito feliz e incenti-vada ao saber que o que faze-mos é importante e visível”,declarou.

Quem também foi reco-nhecida e homenageada foi aprofessora Celina Maria Tur-chi, do Instituto de PatologiaTropical e Saúde Pública(IPTSP) da UFG. Ela ressaltou

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Professoras são homenageadas com o Mérito AnhangüeraPeter Sonnenberg é Professor Emérito da UFG

diversas pesquisas científicasem Ciências Agrárias, além deter elaborado apostilas sobreOlericultura Especial, as quaistiveram quase oito mil volumescomercializados em todo opaís. Participou em 16 bancasexaminadoras de concursospara professores na UFG eatuou como orientador de aca-dêmicos em Agronomia.

foi desenvolvido em parceiracom a Reitoria. O espaço foisubsidiado pela universidadedesde a sua concepção e con-tinua sendo, por intermédio davenda de livros abaixo do pre-ço de mercado. Também estãodiretamente envolvidos com oprojeto o Centro de Gestão doEspaço Físico (Cegef), o Depar-tamento de Material e Patrimô-nio (DMP) e a Pró-reitoria deAdministração e Finanças(Proad)

A nova livraria é um es-paço pensado para atenderà comunidade acadêmica edo entorno do Câmpus Sa-mambaia. A coordenadorado Cegraf e responsável peladireção da livraria, Maria

das Graças Monteiro Castro,explica que a construçãoarquitetônica foi desenvolvi-da para atender à comuni-dade da melhor forma pos-sível. “Nós queremos promo-ver o encontro do leitor como livro, nós queríamos a cri-ação de um espaço que fos-se sedutor e ao mesmo tem-po de fácil manutenção”.Optou-se por mater ia is ,como vidro e granito, por se-rem duráveis e de fácil con-servação, na confecção doespaço da livraria.

Maria das Graças Mon-teiro afirma que, antes da re-forma, a livraria funcionavano mesmo local, mas em umaconstrução de t i jol inho,

atenção especial, pois tive-ram o seu habitat modifica-do pela presença do homeme adoecem em virtude da ali-mentação inadequada.

As outras livrarias emreforma estão localizadas noCentro de Convivência, nocâmpus II e na Faculdade deEducação (FE), na praça uni-versitária. Os projetos estãoavançados e os espaços ga-nharão identidade visual coma marca da rede de livrariasda universidade. A previsãoé de que a livraria do Cen-tro de Conv ivênc ia se jainaugurada ainda este anoe a da FE até março do anoque vem.

(Ana Flávia Alberton)

Rosa Berardo Celina Turchi

Peter Sonnenberg agradece ahomenagem

que foi uma honra esse reco-nhecimento e o fato depodercompartilhar com os profes-sores da universidade.

Todo ano, por dois dias,a antiga capital, Goiás, volta aser sede do governo estadual.

A comenda da Ordem do Méri-to Anhangüera foi criada em24 de junho de 1975, paraagraciar pessoas e autoridadesque se destacaram por reali-zarem serviços relevantes aoEstado.

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A nova livraria é um espaço pensado para atender à comunidade acadêmica e do entorno do Câmpus Samambaia

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13Goiânia, setembro de 2007 SAÚDE

tabagismo é conside-rado pela Organiza-ção Mundial de Saú-

de (OMS) a principal causade morte evitável em todo omundo.Vários são os fatoresque levam as pessoas a ex-perimentar o cigarro ou ou-tros derivados do tabaco. Amaioria delas é influencia-da principalmente pela pu-blicidade maciça do cigarronos meios de comunicaçãoque, apesar da lei 10.167 –de restrição à propagandade produtos derivados do ta-baco - sancionada em de-zembro de 2000, ainda temforte influência no compor-tamento dos jovens comodos adultos.

Outros fatores que le-vam ao início do vício são ainfluência de pais, professo-res, ídolos e amigos. Entreos jovens, os principais fa-tores são a curiosidade peloproduto, a imitação do com-portamento do adulto, a ne-cessidade de auto-afirmaçãoe o encorajamento proporciona-do pela propaganda. Pesquisasrealizadas no Brasil mostramque 90% dos fumantes inicia-ram seu consumo antes dos 19anos de idade. Hoje, estima-seque um terço da populaçãomundial adulta, isto é, 1 bilhãoe 200 milhões sejam fumantes.

Para reverter esse núme-ro, várias ações educativas e demobilização passaram a ser or-ganizadas a partir da década de90 em todo o Brasil visando in-centivar quem fuma a deixar defumar, e os jovens a não expe-rimentarem o primeiro cigarro.Em 1989, o Ministério da Saú-de criou, por meio do InstitutoNacional do Câncer (Inca), o Pro-grama Nacional de Controle doTabagismo (PNCT), que tem o ob-jetivo de reduzir a quantidade defumantes em nosso país, e aconseqüente mortalidade por do-enças relacionadas ao tabaco.

Em Goiânia, o Dia Nacio-nal de Combate ao Fumo - 29de agosto – foi celebrado com arealização da segunda edi-ção da corrida educa-tiva “Largue o ci-garro correndo”,p r o m o v i d apela Socieda-de Goiana dePneumologiae Tisiologia(SGPT) epela VeloxSports. Maisde 500 pes-soas, de 15 a60 anos de ida-de, se inscreve-ram para a corrida,que reuniu ex-fuman-tes e fumantes que dese-jam largar o vício. Tambémparticiparam do eventovários estudantesdo curso de Medi-cina da UFG, le-vados pelo pro-fessor MarceloFuad Rabahi, chefedo Serviço de Pneumo-

Tabagismo: prevenção é o melhor remédio

logia do Hospital das Clínicasda UFG e membro da SGPT.

Segundo o professor, omais importante na campanhacontra o tabagismo é mostrarà sociedade os benefícios deuma boa qualidade de vida,que inc lui não somente oabandono do vício, como tam-bém a iniciação de uma roti-na de atividades físicas e umboa alimentação. Buscar ati-vidades diferentes pode aju-dar quando se está parandode fumar. O recomendável é quea pessoa procure algum exercí-cio ou esporte que lhe agrade.Iniciar caminhadas, dançar oumesmo ir ao cinema e teatro sãoatividades que muito colaboramno período inicial de uma tenta-tiva de largar o vício. O ideal é

que o fumantep r e e n c h a

seu tem-

• após 20 minutos: sua pressão sangüínea e a pulsaçãovoltam ao normal

• após 2 horas: não tem mais nicotina no seu sangue• após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza• após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu

paladar já degusta a comida melhor• após 3 semanas: a respiração fica mais fácil e a circula-

ção melhora.• após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao de

quem nunca fumou.

Cuidado com as armadilhas• Nos momentos de estresse

Procure se acalmar e entender que momentos difíceissempre vão ocorrer e fumar não vai resolver seus proble-mas.• Sentindo vontade de fumar

A vontade de fumar não dura mais que alguns minutos.Nesses momentos, para ajudar, você poderá chupar gelo, es-covar os dentes a toda hora, beber água gelada ou comer umafruta. Mantenha as mãos ocupadas com um elástico, pedaçode papel, rabisque alguma coisa ou manuseie objetos peque-nos. Não fique parado - converse com um amigo, faça algodiferente que distraia sua atenção.

Exercícios de relaxamentoSão um ótimo recurso saudável para relaxar:• Respiração profunda: respire fundo pelo nariz e vá con-

tando até 6, depois deixe o ar sair lentamente pela bocaaté esvaziar totalmente os pulmões.

• Relaxamento muscular: estique os braços e pernas atésentir os músculos relaxarem.

Escolha um método para deixar de fumar• Parada Imediata – Você marca uma data e nesse dia não

fumará mais nenhum cigarro. Esta deve ser sempre suaprimeira opção.

• Parada Gradual – Você pode utilizar este método de duasformas:

Reduzindo o número de cigarros. Por exemplo: Umfumante de 30 cigarros por dia, no primeiro dia fuma os 30cigarros usuais; no segundo dia, 25; no terceiro, 20; noquarto, 15; no quinto, 10; no sexto, 5; o sétimo dia seria adata para deixar de fumar e o primeiro dia sem cigarros.

Caso não consiga parar de fumar sozinho, procure ori-entação médica. Cuidado com os métodos milagrosos paradeixar de fumar.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer – IncaSite: www.inca.gov.br

ENTRE OS JOVENS FUMANTES, O INÍCIO DO VÍCIO SE DÁ PELA INFLUÊNCIA DE PAIS, PROFESSORES, ÍDOLOS E AMIGOS

po com algo que ele realmentegoste de fazer.

Marcelo também ressal-ta a importância de campa-nhas de conscientização entreos jovens, principalmente nasescolas. “Hoje, a maioria daspessoas já sabe o quanto ofumo é prejudicial à saúde.Por isso, o que devemos dis-cutir nas campanhas de com-bate ao tabagismo é a impor-tância da prevenção, princi-palmente nas escolas, já quea maior ocorrência de fuman-tes está entre os jovens”, expli-ca o professor. Umapesquisa reali-zada peloInca nos anosde 2002 e2003 em es-colas de 12

capitais brasileiras, cha-mada Vigiescola, mostrouque Goiânia foi uma dascapitais com maior pro-porção de fumantes regu-lares entre os escolares(31,6%), à frente de Cam-po Grande (26,7%) e Pal-mas (26,5%). A OMS con-sidera como fumantes re-gulares, para a populaçãoadulta, aquelas pessoasque fumaram 100 ou maiscigarros na vida e que fu-mam atualmente.

Tratamento – Quandouma pessoa deixa de fu-mar, ela passa a sentir de-sejo pelo cigarro e temsintomas de abstinênciaque contribuem para o ris-co de recaída. Os sinto-mas incluem distúrbios desono, i rr i tabi l idade ouagressividade, depressão,agitação, dificuldade deconcentração, e ganho depeso. Após dois ou trêsdias sem fumar, esses sin-

tomas chegam ao seu nível

máximo e podem durar vári-as semanas.

Dentre as várias estraté-gias empregadas nesse tipo deabordagem, inc luem-se aauto-monitoração, o controlede estímulos, o emprego detécnicas de relaxamento eprocedimentos aversivos paraque o indivíduo possa apren-der como escapar do ciclo vi-cioso da dependência, e a tor-nar-se assim um agente demudança do seu próprio com-portamento.

Atualmente, os medica-mentos usados no tratamentocontra o tabagismo são substi-tutos da nicotina na forma degoma de mascar, “pads” adesi-vos à pele, sprays e como subs-tâncias inaláveis recomenda-das pelos médicos.

Um dos objetivos do pro-fessor Marcelo Rabahi é promo-ver, na disciplina de Pneumo-logia, fóruns de discussão so-bre o assunto entre os estudan-tes de Medicina e os donos debares, restaurantes e boates deGoiânia. (Thalízia Souza)

Se parar de fumar agora...

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Mais de 500 pessoas participaram da segunda corridaeducativa “Largue o cigarro correndo”, promovida pela

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14 Goiânia, setembro de 2007PESQUISA

esde o mês de maio,toda a comunidade daUniversidade Federal

de Goiás e a comunidade ex-terna que utiliza o Sistema deBibliotecas da instituição têma seu dispor o acesso à maiorcoleção de resumos, referên-cias e indicadores da litera-tura científica e técnica online do mundo, chamada deScopus. Em todo o país, so-mente 44 instituições de en-sino superior poderão acessá-la, e a UFG foi escolhida de-vido à quantidade de pesqui-sas feitas pela universidadena fase experimental do ban-co de dados.

A Scopus está hospeda-da no site do banco de tesese periódicos da Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pesso-al de Nível Superior do Minis-tério da Educação (Capes/Mec), que desde o ano 2000colocou todo o seu conteúdodisponível na Internet. Agora,às 90 bases de dados que jáestavam abrigadas no portalda Capes serão somados osmais de 15 mil títulos cientí-ficos, de mais de quatro mileditoras internacionais que aScopus indexa.

Os usuários da UFG te-rão acesso a mais de 200 mi-lhões de páginas de conteúdosatualizados diariamente, comlinks diretos à exata localiza-ção do documento, o seu re-sumo, título, autor, periódicoque foi publicado e outras re-ferências. O Scopus cobre asseguintes áreas: Ciências Bio-lógicas (3400 títulos), Ciênci-as da Saúde (5300 títulos), Ci-ências Físicas (5500 títulos), eCiências Sociais (2850 títulos).

O banco de dados cien-tíficos foi planejado e desen-

A revista Ciência Animal Brasileira publica traba-lhos originais relacionados à pesquisa em Medicina Ve-terinária, Zootecnia, Biologia e áreas correlatas, em for-ma de artigos científicos. Notas de pesquisa, comunica-ções, relatos de casos poderão ser aceitos a critério doconselho editorial da publicação. Os artigos de revisãosomente serão aceitos por meio de convite do referidoconselho editorial (http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet).

Os trabalhos encaminhados à revista são avalia-dos pelo conselho editorial e, se aprovados, encaminha-dos aos relatores que possuem conhecimento específicona área. Os trabalhos passam pela avaliação sem a iden-tificação dos autores. A revista utiliza o sistema Lockssque permite o acesso entre as bibliotecas participantes,podendo criar arquivos permanentes da revista para apreservação e restauração.

Contato:Revista Ciência Animal Bra-sileiraEditor Científico: JoséHenrique StringhiniUniversidade Federalde GoiásEscola de VeterináriaA/C Antônio José SiqueiraBarrosCâmpus II – SamambaiaGoiânia - GOCep: 74001-970Tel.: (62) 3521-1568Fax: (62) 3521-1566E-mail:[email protected]ítio: http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet

Ciência Animal Brasileira

A revista Visualidades é um projeto editorial quearticula cultura e visualidade, refletindo sobre o campoartístico contemporâneo e a interdisciplinaridade das abor-dagens de pesquisa, que se propõem a enfrentar os pro-cessos de significação da cultura visual em seus variadoscontextos de manifestação.

A publicação é semestral, ligada ao mestrado emCultura Visual, da Faculdade de Artes Visuais, da Uni-versidade Federal de Goiás (UFG). O espaço é abertoà publicação de trabalhos originais e inéditos – emportuguês, espanhol, inglês e francês – dedicados àdiversidade de manifestações que articulam o sentidovisualmente, tratando-as em relação à cultura e comocultura.

Os originais, sob a forma de artigos, ensaios, rela-tos de pesquisa, entrevistas, projetos e resenhas serãoavaliados preliminarmente pelo Conselho Editorial quan-to à pertinência à linha editorial da revista.

Contato:Revista VisualidadesEditores: Luis Edegar de Oli-veira Costa e Rosana HorioMonteiroUniversidade Federal de GoiásFaculdade de Artes VisuaisSec. de Pós-GraduaçãoCâmpus SamambaiaCaixa Postal 131Goiânia – GOCep: 74001-970Fone: (62) 3521-1440Home page: http://www.fav.ufg.br/culturavisual/publicacoes.htmE-mail:[email protected]

Visualidades

Biblioteca VirtualUFG tem acesso ao maiorbanco de dados de pesquisaeletrônico do mundo, Scopus,que disponibiliza mais de200 milhões de páginas deconteúdos on line

volvido por 21 instituições depesquisa e mais de 300 cien-tistas de várias partes domundo. Mais de 300 testesforam feitos por estudantesde graduação, de pós-gradu-ação e corpo docente antes dasua comercialização. A Sco-pus pertence às editorasCampos e Elsevier.

Para a diretora do Sis-tema de Bibliotecas da UFG,a biblioteconomista ValériaSoledad, “os investimentosem publicações eletrônicasrepresentam uma democra-tização do acesso aos mate-riais informacionais neces-sários à capacitação de qua-dros de nível superior”. An-tes, os investimentos da Ca-pes/Mec eram feitos, priori-tariamente, em assinaturasde acervos impressos, queeram distribuídos de acordocom o tamanho das institui-ções – quantidade de cursosde graduação, pós-gradua-ção, de estudantes, profes-sores e pesquisadores. Al-guns Centros Federais deEducação Tecno lóg icas(Cefet’s) tinham à disposiçãosomente 12 periódicos, en-quanto a Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro tinha

mais de 3 mil. Com o acessoeletrônico todas as univer-sidades têm acesso igual àbase de dados.

Com a compra de perió-dicos em papel, a Capes/Mechavia gasto cerca de 24 mi-lhões de dólares até o ano2000, quando houve a mu-dança na destinação dos in-vestimentos. Com o mesmovolume de recursos, agora éoferecida uma gama de con-teúdos muitas vezes maior,uma vez que as mesmas cole-ções ficam disponíveis paratodas as Instituições de Ensi-no Supe-rior financiadas peloórgão, afirma Elenora Almeida,Coordenadora de Acesso à In-formação Científica e Tecnoló-gica da Capes/Mec.

Segundo ela, outra van-tagem é o acesso imediato aosdocumentos, pois a via eletrô-nica dispensa o empréstimodos materiais, possibilitandoa consulta simultânea às in-formações. As pesquisas po-dem ser feitas somente den-tro do espaço da UFG, tantoem Goiânia quanto no interi-or, pois o acesso é liberadoexclusivamente aos computa-dores da instituição.

(Alfredo Mergulhão)

Sistema Scopus pode ser acessado de qualquer terminalda universidade que esteja conectado em rede

Parte interna da Biblioteca Central da UFG, no Câmpus Samambaia

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15Goiânia, setembro de 2007 CIDADANIA

conteceu nos dias 18 a 22 de setembro, no Para-ná, o IX Encontro Nacional de Educação de Jo-vens e Adultos (ENEJA), promovido pelos fóruns

de Educação de Jovens e Adultos do Brasil, cujo objeti-vo foi avaliar as políticas governamentais e não gover-namentais implementadas na Educação de Jovens eAdultos (EJA) e propor ações que possam contribuir naconstrução desta modalidade de ensino enquanto polí-tica pública de educação.

Contando com representantes de todos os estados dafederação, estiveram no IX ENEJA 418 delegados, sendo 21do estado de Goiás eleitos no Fórum Goiano de EJA. Estadelegação contou com a presença de duas professoras daFaculdade deEducação da Uni-versidade Federalde Goiás: ProfªMaria Emília Cas-tro Rodrigues eProfª Maria Mar-garida Machado.

O IX ENEJAteve na aberturaoficial a presençado governador doestado do Paraná,Roberto Requião,e do secretário de Educação Continuada, Alfabetização eDiversidade do MEC, André Lázaro, além de representan-tes de organismos internacionais, como a Organização doEstado Iberoamericano (OEI) e a Unesco.

A conferência de abertura do IX ENEJA teve como títu-lo: A atualidade do Pensamento de Paulo Freire e as Polí-ticas de EJA, e foi proferida pela professora Maria Margari-da Machado, da Faculdade de Educação (FE/UFG). Em suafala a professora apresenta um balanço das políticas de edu-cação de jovens e adultos que vêm sendo implementadas nopaís, no período de 1996 a 2007, a partir da organizaçãodos fóruns de EJA. Dois temas são relevantes para compre-ender o campo da educação de jovens e adultos que está emconstrução: o trabalho coletivo e o direito à educação. AEJA no Brasil hoje é construída por uma rede de atores go-vernamentais e da sociedade civil (gestores do sistema pú-blico de ensino federal, estadual e municipal; universida-des; movimentos sociais; segmento empresarial; organiza-ções não governamentais; educadores e educandos), que seencontram nos fóruns estaduais e regionais para discutir,avaliar e propor políticas públicas para o atendimento dopúblico jovem e adulto, principalmente no que se refere àescolarização básica. A tentativa de colocar em prática o prin-cípio constitucional do direito à educação para todos, inde-pendentemente da idade, faz com que os fóruns reivindi-quem, por exemplo, participação direta no âmbito da se-cretaria do MEC que trata da EJA e financiamento públicoda EJA, através do Fundeb.

A discussão iniciada na conferência de abertura teveprosseguimento com três mesas temáticas: a primeira mesadiscutiu a EJA e as políticas intersetoriais do governo fede-ral para jovens e adultos, contando com a presença de re-presentantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfa-betização e Diversidade (Secad/MEC), Secretaria de Educa-ção Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e Secretaria Na-cional de Economia Solidária (Senaes/MTE). A segunda mesadiscutiu as políticas de financiamento da EJA, na perspecti-va de pesquisadores que acompanham a implantação doFundeb e os impactos na EJA. A terceira mesa tratou docurrículo e dos sujeitos da EJA.

O IX ENEJA contou ainda com reuniões específi-cas por segmentos que compõem os fóruns, reuniõespor região e uma plenária final, na qual foram delibe-radas as principais pautas que nortearão o campo daEJA até o X ENEJA, que ocorrerá em 2008, no Rio deJaneiro. Para conhecer melhor como atuam os fórunsde EJA e ter contato com os textos debatidos e o rela-tório f inal de todos os ENEJAs, acesse o portal:www.forumeja.org.br e, para participar do Fórum Goi-ano de EJA, compareça às reuniões mensais, toda se-gunda quinta-feira de cada mês, às 14h, na sala 235da Faculdade de Educação da UFG.

Maria Margarida MachadoProfessora da Faculdade de Educação

Poliana AquinoVeloso - estu-dante de Mate-mática: Eu achoque é uma medi-da que não vaiadiantar muitacoisa. Para mim,

o governo vai fazer a univer-sidade inchar, sem dar estru-tura e condição para que es-sas vagas que vão ser aumen-tadas sejam preenchidas. Vaiacontecer igual ao ensino bá-sico. Vai estar todo mundo nauniversidade sem condição depermanência, pois isso o go-verno não garante.

Pyterson Ka-zaer - estudan-te de Química:Eu sou contra oReuni, pelo fatode que essepro jeto que ogoverno quer

impor é o inverso da educa-ção pública e de qualidade. Oscursos que serão oferecidos,da forma que estão propostos(BGAs), serão prejudiciais. Aspessoas vão sair da universi-dade sem uma qualificaçãoespecífica. É um curso paraquem quer prestar concurso,o que as faculdades particu-lares já estão fazendo atual-mente.

Victor PauloAires Botelho -estudante dePublicidade ePropaganda emembro do Da-com: A respeitodo Reuni, minha

opinião é que não tem como serevitado. É uma imposição e nãoadianta ficar chorando se ébom ou ruim, se a gente gostaou não gosta. Simplesmente, agente tem que se adequar por-que se não for assim a gentenão vai ter recursos.

Paulo FerreiraCarvalho - es-tudante de Di-reito: Sou con-trário ao Reuni.A popular iza-ção das univer-sidades públi-

cas, não é por aí. Deveriamaumentar o número de vagasna mesma medida que au-mentam o número de profes-sores. E não simplesmenteaumentar o número de alunospara dizer, por estatística, quemais pessoas estão letradas.

Hugo Alexan-dre - professordo Instituto deFísica: Depoisque eu li o do-cumento e dis-cuti com outraspessoas inclu-

sive que tinham interesse em

IX Encontro Nacionalde Educação de

Jovens e Adultos

“A criticidade ou a indignação nãoprecisa ser, necessariamente,desesperançosa, amarga ourancorosa. Todo conteúdohistórico-crítico pode aliar

denúncia e anúncio a relatos deconquistas e sucessos alcançados

nos confrontos de interessescontraditórios e ao entusiasmo na

busca coletiva e organizada desoluções viáveis”.

O que você pensa sobre o Programa de Apoio a Planos deReestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni)?

ENQUETE

fazer a graduação em bacha-relados de grandes áreas,pessoas que não iriam fazeroutro curso, mas fariam esse,comecei então a conhecer aproposta e então hoje eu soufavorável.

Primeiro, ele não mudaa estrutura atual, ele criauma nova estrutura. Eu te-nho colegas que querem terum diploma e a grande áreadá isso a eles. Fazem os trêsanos, podem fazer um con-curso público ou eles podemreingressar na universidadeaproveitando o conhecimen-to na área afim. Seria muitomais interessante do que umaluno que vem direto do se-gundo grau e entra na uni-versidade.

Gustavo Antô-nio Pere i raJúnior - técni-co - adminis-trativo da Fa-culdade de Ci-ências Huma-nas e Filosofia

(FCHF): Eu acho que para oservidor fica difícil se envol-ver. A discussão sobre a cri-ação de novas turmas cabeaos professores, eles é quevão oferecer os novos cursose as novas turmas. O servi-dor fica um pouco à parte dis-so. A gente não viu nesse pro-jeto alguma coisa que faça oservidor participar e contri-buir. Depois de estabelecidoesse programa o servidor vaiadequar-se à nova realidade.

Rodrigo Da-másio - técni-c o - a d m i n i s -trativo da Fa-culdade de Le-tras (FL): Sevocê o lha oprojeto ele pa-

rece uma idéia boa, só que agente tem que ver os objeti-vos por detrás disso. Porqueele trata sobre aumentar va-gas para os alunos do ensinopúblico, mas você não vê acontrapartida. O Reuni pro-põe novas vagas sem fazerum levantamento das condi-ções das universidades, semfazer um mapeamento e apartir disso, a longo prazo,realizar essas mudanças.

Ana Lúcia Nu-nes - estudan-te de Jornalis-mo: Eu sou con-tra o projeto doReuni porque euacho que o prin-cipal ponto pre-

judicial é o ponto da ampliaçãode vagas. Eu acho que ampli-ar vagas é importante e é de-mocrático. Como vamos termais estudantes tendo aces-so ao ensino superior, semestrutura e equipamentos.

R e g i n a l d oNassar Ferrei-ra - diretor doInst i tuto deCiências Bio-lógicas: A pro-posta do Reunired iscute a

universidade. Hoje quase to-das as unidades discutem aproposta, com exceção da Fa-culdade de Educação que seposicionou contra tudo, mastodas as demais se posicio-nam sobre a possibilidade doBGA’s, possibilidade de aber-turas de vagas, ampliaçãopara cursos noturnos, inter-relação entre unidades. Exis-te a perspectiva de ampliaçãocom segurança. Nós teríamos2008 para ajustar todos osdetalhes, a efetivação de con-tratações, verba para expan-são, estrutura em condiçõesde trabalho para que aí, pos-teriormente, em 2009, nósabramos as portas para a so-ciedade, para a juventude quecursa o ensino público gratui-to, mudar o rumo do ensinosuperior na perspectiva de in-verter a ordem, de um núme-ro maior de pessoas no ensi-no pago do que no ensino pú-blico.

Fernando Via-na Costa -membro do Di-retór io Cen-tral dos Estu-dantes (DCE)da UFG: Essedecreto, porque

na verdade o Reuni é um de-creto do governo federal, é ne-gativo. Qualquer alteração nauniversidade, expansão devagas e estrutura curricular,não pode ser atingida da for-ma que o decreto impõe. Ou-tro ponto importante, é queo decreto pretende alcançaras metas até 2011, o que aca-ba gerando uma distorçãomuito grande.

Fátima dosReis - presi-dente do Sindi-cato dos Traba-lhadores daUniversidadeFederal de Goi-ás (Sint-UFG):

Nós ainda não temos uma opi-nião fechada, e por enquantoa discussão se concentra nadireção e somente depois deveser levada à assembléia. Deprincípio deve haver a adesãoda universidade ao projeto,mas o modelo precisa ser me-lhor discutido, pois o Reunipara garantir a expansão dasuniversidades deve priorizar acontratação de professores etambém de técnicos. Se a uni-versidade não aderir ao Reu-ni, ficará sem recursos; ade-rir desta forma imposta, fereo princípio da autonomia.

espaço

A

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16 Goiânia, setembro de 200716FLORICULTURA

Paisagismo e qualidade de vida EVENTO NACIONAL SOBRE FLORICULTURA DESTACA POTENCIAL GOIANO PARA O AGRONEGÓCIO

oiânia é reconhecida como uma das cidadesmais arborizadas do país, cheia de praças,jardins e áreas verdes, que se misturam com o

movimentado trânsito cercado de asfalto e concreto,e dão um ar brejeiro à capital, que está entre as setecidades brasileiras com melhor qualidade de vida. Odesenvolvimento e a modernização de Goiânia estãoem harmonia com a natureza, pois quase 30% de suaárea urbana é arborizada, o que corresponde a 375de seus 1.100 hectares, tornando-a a cidade com omaior número de árvores por habitante.

As praças estão entre os mais importantes efamosos espaços públicos de Goiânia: são 628, se-gundo o último levantamento oficial da Companhiade Urbanização de Goiânia (Comurg). Conseqüen-temente, as flores e plantas ornamentais são pre-sença marcante na paisagem goianiense. Entre asprincipais espécies estão a zinea, dália, sálvia, ca-mará, camomila, alho ornamental, maria-sem-ver-gonha, boa-noite, gerânio, perpétua, pingo-de-ouro,barleria, califa vermelha e celosia.

Mesmo com tamanha demanda por essas espé-cies, Goiás não é auto-suficiente: 95% das flores usa-das aqui são importadas de outros estados das re-giões sudeste e sul. Para a professora da Escola deAgronomia e Engenharia de Alimentos (EA) da UFG,Larissa Leandro Pires, a tímida posição do estadonessa área se deve à falta de cultura em relação aocultivo, produção e consumo, de flores e plantas or-namentais, além do fato da maioria das propriedadesrurais ainda estar mais voltada para as grandes cul-turas e pecuária. Nesse contexto, a professora Iraí-des Fernandes Carneiro, da EAEA, destacou: “o mer-cado de floricultura em Goiás é um mercado em ex-pansão, altamente potencial”.

Com o objetivo de divulgar para a comunidadeacadêmica e científica nacional o potencial regio-

nal desse mercado, Goiânia se-diou o 16º Congresso

Brasi leiro deF l o r i -

cultura e Plantas Ornamentais (CBFPO), entre os úl-timos dias 10 e 15 de setembro, realizado pela EA, daUFG, em parceria com entidades públicas e priva-das. Simultaneamente, ainda ocorreu o 3º CongressoBrasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas (CBCTP)e o 1º Simpósio de Plantas Ornamentais Nativas.

A professora Iraídes Fernandes, que tambémé presidente da comissão organizadora do evento,explicou que a floricultura ocupa pouco espaço deterra, e é altamente produtiva e rentável: “em umapequena área, com produção familiar, já seria pos-sível ter um bom retorno financeiro”. Porém, aindasegundo a professora, os produtores goianos nãotêm essa visão e aí está a importância do congres-so, que serviu para divulgação.

Inovações – O tema do evento, “Biodiversidade ecompetitividade: buscando novas opções”, foi dis-cutido com pesquisadores de todo o país e tambéminternacionais, sempre preocupados com as inova-ções tecnológicas da área e o uso sustentável des-sas tecnologias. Segundo a professora Iraídes, al-gumas das novidades são as pesquisas de melho-ramento de plantas ornamentais para comerciali-zação, o preparo de novos híbridos e a produção detransgênicos e cultivares por meio da indução demutações. Nas famosas praças e jardins de Goiâ-nia, ainda não são vistos, por exemplo, copos-de-leite coloridos, cuja produção de mudas em labora-tório foi uma das novidades do congresso apontadapela professora Iraídes. No congresso havia aindauma feira de plantas e produtos, aberta à visita-ção, para a população que se interessa pela flori-cultura, jardinagem e plantas ornamentais, mes-mo sem ser especialista na área.

Paralelamente, o evento ainda conta com o 3ºCongresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas.Essa técnica consiste na propagação de plantas pormeio de pequenas partes, como um pedaço de folha,caule ou raiz, que são colocados em meio de cultura,dentro de laboratório, em condições climáticas contro-ladas, para produzir plantas em menor tempo e emgrande escala, são as chamadas biofábricas. O CBCTP

apresentou palestras sobre os riscos e sucessos namontagem de uma biofábrica, sobre a variabili-

dade genética que pode ocorrer dentro do la-boratório, entre outros temas.

Cerrado goiano – “O potencial docerrado ainda é pouco aproveita-

do”, afirma a professora Iraídes.Ela explica que, atualmente,

esse bioma é mais explora-do por meio da prática doextrativismo; flores se-

cas, por exemplo, são utilizadas para ornamentaçãoe artesanato. O capim dourado, uma das recentesdescobertas do mundo da moda, utilizado na confec-ção de bolsas e acessórios, vem do cerrado; porém,não existe uma exploração sustentável, preocupadacom a conservação da espécie.

“Em Goiás eu chamo muito a atenção para asárvores do cerrado, que são importantes pra arbo-rização urbana. Temos muitas árvores de belezaimensurável que não são utilizadas ainda, além dasbromélias e orquídeas”, declarou a professora Iraí-des. De acordo com ela, árvores como ipês, barri-gudas, florásceas (trepadeiras da família do mara-cujá), pau-papel, árvore-tucano, escorrega-macaco,podem ser mais utilizadas.

No ramo da floricultura e plantas ornamentais,segundo a professora Larissa Leandro, são poucasas pesquisas e as informações adequadas ao nossoambiente, que direcionem os produtores quanto aoplantio e manejos dessas culturas. Para a professoraIraídes, aí está a importância do CBFPO para a UFG:“a divulgação da UFG é importantíssima; as pessoasnão conhecem, não sabem o que a universidade faz,então nós vamos ter a oportunidade de apresentardiversos trabalhos científicos”.

A solução para o desconhecimento em relaçãoa tais ramos do agronegócio pode estar em iniciati-vas como a da Associação das Floriculturas e Vivei-ros de Goiás (Asflore), que, em parceria com o SebraeGoiás e a UFG, está realizando o diagnóstico da ca-deia produtiva de flores em Goiás, passo inicial paraconhecer e caracterizar a situação da floriculturano estado.

Bem-estar – “Hoje, o paisagismo está diretamenteligado à qualidade de vida do ser humano”, diz aprofessora Larissa. No caso da capital goiana, elecontribui até mesmo para a melhoria das condiçõesclimáticas. Além disso, pesquisas comprovam queo uso e o convívio com plantas ornamentais é ca-paz de melhorar a saúde e o bem-estar de pessoasenfermas. “Não há quem consiga estar em um lu-gar sem plantas”, argumenta Larissa Leandro.

Conforme a professora, são justamente as espé-cies de plantas ornamentais, produzidas por esseramo do agronegócio, a floricultura, que propiciam atransmissão dessa mensagem quando do planejamen-to de uma área. “Por meio das plantas ornamentais,usadas de forma adequada e com planejamento, opaisagista conseguirá fazer com que ojardim transmita paz, alegria,tranqüilidade, favorecendo osque usufruem dele”, ressal-tou a professora Larissa.

(Ana Paula Vieira)

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