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Reciclando ideias. 30 de março de 2011, edição I nectado co Transportando alternativas Como seria uma cidade sem a visão obstruída pela fumaça preta dos carros? Edição Especial - Junho de 2011 - Ano I

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Reciclando ideias. 30 de março de 2011, edição I

nectadoco

Transportando alternativas

Como seria uma cidade sem a

visão obstruída pela fumaça preta

dos carros?

Edição Especial - Junho de 2011 - Ano I

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SUM

ÁR

IOcomportamento

Os benefícios da reciclagem para o país, para as pes-soas e para o meio ambiente.

educação

O incentivo de instituições para a utilização dos retornáveis

economia

Projetos da Copa do Mundo se preocupam com área verde

economia

cidades

cidadania

População busca produtos sau-dáveis nas fei-ras orgânicas

Como fazer o seu peque-no negócio ser uma mi-croempresa sustentável

capa Uma forma alternativa de se

movimentar

Voluntários se engajam em projetos de preservação am-biental

nectado co

11cidades

Conheça as iniciativas do programa revitali-zador de Patrimônios Históricos de Pernam-

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Reciclar é conscientizar

Nos últimos anos, um dos assuntos mais discutidos pela mídia, pelas ONGs e pelo

governo é a reciclagem. Reciclar virou moda e necessidade. Virou meio de sobrevivência e de preservação do meio ambiente. Virou tema de música, de série de reportagens, de abertura de novela e de documentário indi-cado ao Oscar. Os benefícios da reciclagem vão desde o ponto de vista econômico, até o ambiental e social. Felizmente, essa prática já faz parte do cotidiano de muitos brasilei-ros, que reciclam e que vivem da reciclagem.

O ranking mundial dos países que mais produzem lixo doméstico é liderado pelos Es-tados Unidos. Os norte-americanos produzem cerca de 232 toneladas por ano e não reciclam nem metade, apenas 55 toneladas são recu-peradas. Em seguida, vem a China, que pro-duz 148 toneladas e recicla 53. O Brasil ocupa a terceira posição produzindo cerca de 100 toneladas de lixo doméstico e reciclando 1,4. Os países industrializados são os que mais produzem detritos e também os que mais re-ciclam. O Japão, por exemplo, reutiliza 50% de seu lixo sólido e destaca-se entre os líderes mundiais de reciclagem de lata de alumínio.

Reciclarsignificatransformarmateriaisjá utilizados em objetos novos, e que, posteri-ormente, ainda sirvam para o consumo. Essa iniciativa foi despertada no ser humano, a par-tir do momento em que se percebeu os benefí-cios que a medida traz ao meio ambiente e a um dos maiores problemas mundiais: o lixo. Além de ajudar no impacto ambiental, a reciclagem pode trazer lucro no impacto econômico. De acordo com a Associação Brasileira de Empre-sas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Abrelpe, são gastos no Brasil pouco mais de R$ 8,00 por habitante, por mês, para se fazer a limpeza urbana, incluindo coleta de lixo diária, varrição, limpeza das ruas e de córregos. Esti-ma-se que mais de 50% do que é jogado no lixo poderia ser reciclado, reduzindo pela metade o que foi gasto inicialmente no tratamento ad-equado dos detritos. Além de reduzir os cus-tos e preservar o meio ambiente, a reciclagem poderia, ainda, gerar receita e empregos.

O processo da reciclagem é longo e deve ser iniciado a partir da separação do lixo do-méstico. A forma mais simples de fazer isso é separar o lixo seco, que são as embalagens plás-ticas, papéis e metais, do molhado que basica-mente é composto pelos restos dos alimentos. Essa separação evita também que os produ-tos recicláveis sejam misturados aos materiais contaminantes, como óleo, colantes, solventes e graxa. A partir desse contato, os produtos perdem valor e não podem mais ser reciclados. Alémdetudo,aseparaçãoauxiliasimplifican-

do o trabalho dos catadores, que, muitas vezes, acabam contraindo doenças e se ferindo ao vas-culharem os lixos em busca desses materiais.

Felizmente, grande parte da população já aderiu e defende essa prática. É o caso de Nadjane Gomes da Costa, que criou esse hábito já há algum tempo. “Na minha casa eu separo os sacos de alimentos, como arroz, feijão, bol-acha, vou juntando e depois entrego aos cata-dores, porque eles destinam esses materiais para uma reciclagem adequada”, explica. Nad-jane faz também a separação de garrafas PET, alumínio e qualquer outro tipo de produto que possa ser reciclado, e incentiva os vizin-hos a fazerem o mesmo. “Eu penso que deve-mos reciclar para ajudar a natureza”, afirma.

As escolas também têm um papel fundamental na conscientização

Reprodução da Internet

comportamento

DAMARES ROMÃO

Na minha casa eu separo os sacos de ali-mentos, vou juntando e depois entrego aos

catadores, porque eles destinam esses mate-riais para uma reci-

clagem adequada

‘‘’’Aprendendo a não desperdiçar

Uma medida importante para conter a questão do desperdício é o consumo de maneira sustentável e equilibrada. Consumo Sustentável quer dizer atender às necessi-

dades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em atenderem às suas próprias necessidades, ou seja, saber usar para nunca faltar. Isso não exige grandesesforços, basta mais atenção com o que está ao nosso redor. Normalmente, muitas pessoas não estão preocupadas com a quantidade de água que é utilizada para escovar os dentes, lavar o carro, tomar banho ou simplesmente dar descarga. Segundo a médica Carolina Rodrigues, 30, num banho de 15 minutos, se a pessoa se ensab-oar de torneira fechada, há uma redução de 160 litros de água por banho. A médica tam-bém alerta sobre descargas desnecessárias, já que é nessas horas que o desperdício de água é grande. Um truque para saber se o sistema de descarga perde água é colocar umas gotas de corante no depósito. Se perceber água corada no sanitário, sem ninguém ter dado a

descarga, é porque existe vazamento. Outra opção é instalar um mecanismo de inter-rupção da descarga, para usos que não necessitem de descarga total, como em

70% das idas ao sanitário, que são somente para urinar.

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educação

A importância dos retornáveis

Hoje mais que nunca é necessário entender a necessidade da utilização dos recursos

naturais de forma consciente. Esse novo modo de pensamento vai ajudar tanto a geração do presente, como os futuros habitantes do plan-eta Terra. Porém promover essa mudança não é fácil, pois cada mudança impõe obstáculos. E tratandodasgrandescidadesissoficaaindamaiscomplicado. A população urbana é dependente do consumo desenfreado, e diminuir isso requer tempoereflexãonodia-a-diadecadacidadão. Para resolver esse problema, toda a socie-dade precisa reeducar suas ações. Estabelecen-do limites de consumo, e isso não só envolve os consumidores, mas também as empresas que devem desenvolver produtos ecologicamente corretos e com materiais que não agridem o meio ambiente. Um dos primeiros passos para essa mudança foi à troca das sacolas plásticas, que leva em média 100 anos para se decompor. Por sacolas ecologicamente corretas, popularmente conhecidas como “Sacolas Retornáveis”. Que são feitas de pano, este levando de seis meses a um ano para entra em estado de decomposição.

Uma das empresas que participar des-sa ação de ajuda ao planeta é o Supermercado Bompreço. Com a intenção de substituir as sacolas de plástico, que no primeiro semes-tre de 2009 chegou às lojas Hiper Bompreço a “Ecobag” ou sacolas retornáveis. A peça tem duas versões e traz uma estampa com a frase: “Faça a diferença. Use sacolas re-tornáveis e ganhe pontos com o ambiente”. A utilização das sacolas retornáveis foi uma iniciativa do bomclube, sendo este um clube de fidelização que pre-senteia seus clientes com prêmios, por pontos acumulados. A iniciativa do uso das sacolas ocorreu nas lojas Wal-Mart, em São Paulo. Nos três primei-ros dias vendeu mais de 35 mil saco-las. A principal intenção é fazer com que os clientes comecem a trocar o hábito de usar sacolas de plástico, pelo uso das sacolas retornáveis. E a maneira que encontraram de fazer isso foi dando ao cliente que compra a sacola, num valor simbólico de R$ 2,00 reais, uma média de 580 pontos no bomclube. “Queremos estimular uma mudança do habito de compra, incentivando o consumo consciente”, diz o operador de caixa, José Carlos. O bom resultado desta ação é visto na reação dos clientes. A cada dia que passa o número de pessoas a adquirirem as sacolas vem aumentando, e hoje é possível perceber que eles compram, não mais para obterem pontos no

bomclube, mas também por reconhecerem que desta forma estão ajudando ao meio ambiente. “No início quando vi as sacolas retornáveis não me interessei, pois achava que era mais uma coisa passageira. Mas hoje consigo ver a im-portância que tem para a preservação do meio ambiente”,afirmaacliente,PenhadeOliveira. O supermercado Bompreço não colabora apenas com as sacolas retornáveis. Outra ajuda ao meio ambiente e a saúde de seus clientes, são os alimentos orgânicos, que pode ser encontra-do em seu hortifruti. O incentivo a utilização de comidas orgânicas tem crescido muito no País e é nessa intenção de melhorar a alimentação de seus consumidores, que eles vêm investindo nessa venda de alguns produtos orgânicos. “A nossa intenção é mostrar para os nossos clientes a importân-cia de uma alimentação orgânica”, argumenta a assessora de im-prensa do Bom-preço, Patrí-cia Noblat.

Além

População é incentivada a trocar as sacolas plásticas pelas “Sacolas Re-tornáveis”

disso, um dos órgãos públicos que tem se mostrado preocupado com isso é a Secre-taria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma), que interessada em divulgar ações de educação à população em relação aos produtos retornáveis, vem trabalhando juntamente com algumas ONGs, na busca de orientar a socie-dade sobre a importância de conservar a na-tureza e diminuir o uso de matérias que degra-dam o meio ambiente. “Apesar das ações serem pequenas e não terem uma divulgação muito grande através da mídia local, estamos con-seguindoresultadospositivos”,afirmaaasses-sora de imprensa da Sectma, Suzy Rodrigues.

TATYANE CARDOSO

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A Copa de um Mundo verde

Osbonsprojetoseoamoraofutebolfizeramcom que o Brasil fosse o escolhido para

sediar a Copa de 2014. Porém, como a sus-tentabilidade está presente nos requisitos da Fifa, todas as propostas tiveram que incluí-la. Por apresentar um dos melhores projetos, Per-nambuco foi eleito para ser uma das 12 sedes, de uma Copa que promete ser ecologicamente correta. Iniciativas de reciclagem, resíduos e mudanças climáticas, estão nos planejamen-tos do Projeto Copa Orgânica e Sustentável. Representantes de Pernambuco e de outros estados nordestinos, também selecio-nados para o campeonato, se reuniram para discutir e apresentar novas ideias sobre os “projetos verdes”, em fevereiro deste ano. Den-tre os planos que já começaram a ser coloca-dos em pratica está a Arena Pernambuco, que será construída na cidade de São Lourenço da Mata, a aproximadamente 18 km de Recife. O projeto tem como principal preocupação a in-tegração urbanística, que combinaria a ideia de cidade e natureza, já que São Lourenço ainda possui boa parte de Mata Atlântica. A par-tir daí será formado um novo núcleo urbano, que então será chamado de Cidade da Copa.

O plano traz um estádio de 46 mil lugares de “assentos verdes” que são construídos com tipo de plástico 100% renovável. A arquitetura trará também uma estrutura que propiciará o aproveitamento da água da chuva. Foram dis-ponibilizadosparaqueaestruturafiquepron-ta R$ 464 milhões até dezembro deste ano. Em entrevista ao site da Globoesporte.com, o secretário da Casa Civil e coordenador do Comitê Pernambuco na Copa do Mundo, Ri-cardo Leitão, lembrou das questões sociais de todo planejamento. “Todo o projeto da Copa foi pensado de forma a expandir a urbanização para a área oeste do Grande Recife, promov-endo um novo impulso para o crescimento socioeconômico da região”, explica Ricardo A ecoarena foi licenciada em dezembro e já teve sua construção iniciada, fazendo com que os moradores do local já comecem a pen-sarmais alto. “Quando isso tudo ficar prontovai gerar emprego para muita gente. Vai sur-gir outro tipo de comércio por aqui, outros investimentos, e isso é muito bom para quem moraaqui”,afirmaaestudantedepublicidade,Aline Vanessa que desde pequena mora em São Lourenço. “A noite costuma esfriar por causa da Mata, há muita natureza por aqui. O projeto está bem bolado e apesar de ser uma grande obra, de um grande evento, não acredito que afete tanto a natureza”, defende a estudante.

É possível observar diversas vantagens

em trazer um evento como a Copa do Mun-do para o estado. Melhor ainda quando sua maior preocupação é a sustentabilidade. Co-ordenador de esportes da Super Rádio Clube, Bruno Reis define o evento como um grandeatrativo e daí a responsabilidade de ser ex-emplo social. “A Copa é um evento que reúne milhares de pessoas de todos os cantos do planeta, isso é fato. Um estádio Eco Consci-ente, como o Arena Pernambuco é um grande passo para que outros estádios e eventos per-cebam a importância da preservação”, argu-menta Bruno. “O futebol é lazer, comodidade e ideias que aproximem o homem do meio ambiente sempre serão bem-vindas” conclui.

Os benefícios virão tanto para a população local que terá diferentes oportunidades, para o meio ambiente em si, que não será tão preju-dicado com um evento deste porte, e também para a paixão nacional dos brasileiros: o futebol.

ARENA PERNAMBUCO A conclusão do projeto está prevista para o começo do ano de 2013. Porém, é um prazo difícildesermantido,jáqueasdificuldadessãoinúmeras,comoainsuficienteverbadisponibi-lizada além a falta de mão de obra que conta hoje com 500 pessoas. Vale lembrar que o começo da obra foi interrompido pela falta da Licença Ambiental, liberada em julho do ano passado.

O projeto Arena Pernambuco pretende unir esportes, cultura e educação

Reprodução da Internet

Representantes se reuniram apara apresentar ideias sobre os “projetos verdes”

economia

RAISSA TABOSA

Reprodução da Internet

Presidente da CBF, Ricardo Texeira e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos

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economia

Ser uma empresa sustentável não é só para as grandes corporações

Você pode transformar sua microem-presa em uma microempresa sustentáv-el tomando algumas medidas bem simplesSalões de beleza, padarias, mercadinhos, lojas de roupas, sorveterias, lan houses; esses são al-guns exemplos de microempresas, instituições de pequeno porte criadas, na maioria das vez-es, por pessoas que não encontraram oportu-nidade no mercado de trabalho ou por pessoas que sempre quiseram ter seu próprio negócio.

Com as mudanças ocorridas na eco-nomia, as microempresas têm ganhado seu espaço no mercado de trabalho, mas quan-do se fala em sustentabilidade muitas delas acham que isso só funciona para as grandes corporações. Preocupados apenas com seus custos, esses microempreendedores não conseguem enxergar os benefícios que essa prática pode levar ao meio ambiente, à socie-dade e principalmente à imagem do seu próp-rio negócio. Quando falamos em imagem de um negócio, isso nos remete a consumidores, e é aí que está uma das raízes do problema.

De acordo com o gestor do Projeto Ecoe-ficiência eGestãoAmbiental, do Serviço Bra-sileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Maurício Corrêa, o Sebrae orienta os microempreendedores através de fóruns de sustentabilidade, no qual são reunidos em-presários de determinado setor e lhes é mostra-do como podem reduzir seus custos através da

sustentabilidade; e também é por meio desses fóruns que os próprios empresários mostram suas necessidades. Ainda segundo o gestor, a receptividade dos empresários varia conforme a qualidade da proposta, porém como as técni-cas de controle dos desperdícios levam a vanta-gens econômicas, normalmente são apreciadas. Leonor Funaro, dona da panificadoraCom pão, é um exemplo de microempreende-dora que aderiu com vigor à prática da sustent-abilidade. “Quando alguém vem comprar bolo na minha padaria, pergunto quantas pessoas existem na sua casa, e dependendo da resposta sugiro que a pessoa leve metade do bolo, ou en-tão apenas uma fatia, para que não tenha depois que jogar o resto no lixo. Muitos me questionam perguntando se não quero vender, daí explico que perco muito mais quando as pessoas jogam toda a matéria prima fora”, afirmou Leonor.

Segundo a diretora da Agência de Sus-tentabilidade, Julianna Antunes, não há como definir os custos que uma empresa tem aoimplantar a sustentabilidade, porque var-ia muito dependendo do porte da empresa. Ainda de acordo com Julianna, quando uma empresa adere à sustentabilidade, ela firmao compromisso de preservar o meio ambi-ente e seus recursos, reduzindo qualquer tipo de malefício que sua empresa possa causar. Como se pode ver, ter uma empresa susten-tável pode estar muito mais ao alcance do que muitos microempreendedores imaginavam.

Grandes empresas, no Brasil, estão ad-otando o ISO 14001, norma internacional-

mente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental efetivo. A norma é desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a ma-nutenção da rentabilidade e a redução do impacto ambiental. Uma dessas empresas é a Faculdade Maurício de Nassau (apenas para os Campus de Recife, por enquanto).

A Gerência de Qualidade da facul-dade, setor responsável pela implantação da norma, vem passando por um processo mui-to trabalhoso e, principalmente, minucioso. A assistente do setor, Marcela Leão, comenta algumas ações necessárias para que a fac-uldade receba o ISO 14001: “É um processo muito detalhado e exige esforço de todos os setores. A mudança não pode acontecer ap-enas na gestão da qualidade. As regras têm que sair do papel e se tornar hábito para to-dos os colaboradores, seja na hora de evitar o uso dos copos descartáveis até a diminuição de impressão ou compra de papéis reciclados”.

Panificadora sustentável no bairro dos Aflitos

Ser uma empresa sustentável não é só para as grandes corporações

MAIS AÇÕES PARA TORNAR SUA

MICROEMPRESA SUSTENTÁVEL

1. Dê apoio a movimentos so-

ciais locais;

2. Aja sempre dentro da legal-

idade;

3. Encare a concorrência de

forma civilizada e ética;

4. Pague os direitos trabalhis-

tas corretamente e pague um sa-

lário que seja digno e apropriado

para as atividades de cada um de

seus trabalhadores;

5. Apoie e fomente iniciativas

de defesa do meio ambiente e de

proteção aos recursos naturais.

Você pode transformar sua microempresa em uma microempresa sustentável tomando algumas medidas

Certificado de Qualidade

KETLYN KELLY

RODRIGO SOLANO

Foto: Cortesia

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cidades

Orgânicos tem espaço fixo no RecifeNas feiras ecológicas, só há espaço para alimentos orgânicos

e saudáveis

As feiras ecológicas ganham cada vez mais espaço na vida das pessoas. Esse movi-

mento cresceu com o desenvolvimento em prol do verde, ou, da sustentabilidade. Seg-undo o site Agrosustentável, a capital pernam-bucana é a cidade com o maior número de feiras orgânicas, com cerca de 35. O público dessas feiras é em sua maioria de classe mé-dia alta, mas apesar da constatação, os preços nesses locais são menores do que os que se en-contram nas prateleiras dos supermercados. Nesses espaços o preço não é baseado no valor do mercado, e esse é um dos motivos que atraem muitos consumidores. “Muita gen-te quando vem comprar pela primeira vez, se assusta”,afirmaoagricultorevendedor,JonesPereira. Antes de se tornar um agricultor susten-tável, Jones era adepto do cultivo convencional, aquele que faz uso de agrotóxicos, até que assis-tiu a uma palestra de Ernest Göestch, suíço que trouxeparaoBrasiloconceitodeagrofloresta.Esse encontro foi proporcionado pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, que atua no desenvolvimento rural sustentável li-gado a agricultura de subexistência. Desde en-tão, Jones passou a ter a sustentabilidade como umafilosofiadevida.“Depoisquecomeçamosa praticá-lam percebemos que Deus estava ali, presente. Aprendemos que não somos os únic-os seres vivos do planeta”, conta o agricultor. Inicialmente, as pessoas buscam produ-tos de qualidade e saudáveis por um preço acessível, mas acabam se contagiando pelo ambiente vivido nessas feiras e assumindo al-guns dos preceitos da sustentabilidade. Fre-quentadora de feiras orgânicas desde a infân-cia, a arquiteta carioca, Clarice Futuro, herdou da mãe o hábito de consumir esses alimentos. Para ela, sem esse tipo de prática o mundo não vai aguentar, e ainda assim, nunca é de-mais essa consciência. “Esse é um trabalho de formiguinha e de beija-flor, cadaum faz asua parte. E eu tento fazer a minha”, desabafa. Além dos produtos considerados eco-logicamente corretos, a maneira como são le-vados para casa depois de comprados também o são. Um dos acessórios imprescindíveis nas feiras agroecológicas são as ecobags. Para o mecânico Alan Soares, não faria muito sentido estar convivendo neste tipo de ambiente e con-tinuar utilizando sacolas plásticas. “Eu trago duas ecobags, mas nunca cabe tudo dentro”, confessa Alan, que também destaca que não são todas as pessoas que possuem essa consciência. Mesmo sabendo do potencial polui-dor que as sacolas plásticas possuem, abolir é uma missão dificílima. O vendedor Adaíl-ton Lima, tentou com embalagens de papel, porém rasgavam com facilidade e não supor-

tavam muito peso. “O ideal seria que todos trouxessem a quantidade de bolsas (ecobags) necessárias para o que vai levar, mesmo as-sim, acho muito complicado”, revela Adaílton. Outra novidade que pode ser encon-trada em feiras orgânicas são os lanches que também seguem a mesma linha de produção. “Todos os lanches que eu vendo são feitos pela minha família e dos produtos que nós plantamos”, conta o agricultor Jones Pereira. Para ele, o produtor também precisa se preo-cupar com a saúde daqueles que vão con-sumir o seu produto, e essa é a grande men-sagem dele como fornecedor da sociedade.

A procura por produtos orgânicos tem sido cada vez mais intensa

Breno HolandaRODRIGO PASSOS

FEIRAS CONHECIDAS NO RECIFE

Praça Jules Rimet – Boa Viagem Quartas-feiras, das 5h às 12h

Praça de Casa Forte – Casa ForteSábados, das 5h às 10h

Rua da Aurora - Centro Quartas-feiras, das 14h às 20h

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meio ambiente

Uma forma alternativa de se movimentar

Como seria uma cidade sem carros? Quais as alternativas que fazem bem ao Meio Ambiente e ao bolso?

Como seria uma cidade sem a visão obstruí-da por massas pretas e um ar tão poluído?

É justamente esse assunto que vem sendo ques-tionado dentro da Câmara dos Deputados: a melhoria e o uso dos transportes alternativos. Uma questão bastante polêmica, pois quem deixaria de sair de casa na comodidade e con-forto do seu veículo particular, para pegar um coletivo ou sair de bicicleta? Mas o problema vai além da praticidade de ter um carro, trata-se da questão ambiental e do futuro do país. Os automóveis, hoje, representam a maior parce-la de gases poluentes nas cidades do Brasil.

O transporte é de fato necessário na vida de qualquer pessoa, seja ele qual for. To-dos os cidadãos precisam de transportes para poder cumprir suas tarefas diárias: fazer com-pras, ir ao trabalho, se divertir, ir a um hos-pital, transportar os alimentos até os restau-rantes,entregarencomendas, levarosfilhosàescola. Todos dependem de um meio de trans-porte para ir e vir. “Mas a grande discussão é que para os automóveis funcionarem, eles de-pendem dos combustíveis fósseis. Logo, a par-tir do momento que ocorre a queima desses combustíveis, é liberado gás carbônico e até metais, como o mercúrio, que chegam a ser extremamente ofensivos à camada de ozônio”, explica a bióloga da UFPE, Amanda Dias.

Todos os dias, as pessoas que têm car-ro saem de casa para ir a determinados lu-gares cumprir suas responsabilidades. Já pa-rou para pensar a quantidade de gases que estão sendo liberados por cada veículo em uso, produzindo diretamente o efeito estufa? Em pesquisa recente, segundo a Organização Meteorológica Mundial, a camada de ozônio já se encontra afetada em 40%, superando o último estudo feito, que chegava a 30%.

Mas esse não é mais um problema sem solução, pois existem meios alternativos de amenizar todos esses efeitos prejudiciais ao ambiente. A começar pelo próprio combustív-el. No Brasil, já são usados os biocombustíveis como o Etanol – o álcool, extraído a partir da cana de açúcar – e o Biodiesel, feito de veg-etais ou gorduras de animais. Esses gases são biodegradáveis, ou seja, não causam dano ao meio ambiente, pois são energias renováveis.

Além dessa alternativa, existem os co-letivos tais como ônibus, metro, bicicletas e as caronas, não esquecendo também da opção de andar a pé ao precisar ir à padaria ou fazer

qualquer coisa que seja perto e possível ir an-dando. “Moro próximo ao meu emprego e por trabalhar na maior parte do tempo à noite, saio sempre a pé, pois no bairro onde moro entre as 17heàs19hotrânsitoficacompletamentepara-do e gasto muito mais tempo se for de carro do que indo a pé. Até estou pensando em comprar uma bicicleta por achar que deve ser o meio mais rápido e fácil de chegar ao meu trabalho”, diz o personal trainer, Márcio Corcino, 24 anos.

Por morar perto do seu trabalho e ter um tempo muito corrido, o recepcionista Leonardo

Medeiros, precisa de um meio de transporte que eviteatrasoseabicicletafoiàformamaiseficazque encontrou. Ele conta que se tivesse optado pelo carro, sempre chegaria atrasado, porque no bairro em que mora há congestionamento nos horários de pico. “Além da economia de tempo e dinheiro, a cada pedalada feita, exercito meu corpo. Mas também tem suas desvantagens em relação à segurança. Por mais que eu ande com os devidos equipamentos, os ciclistas cor-rem constantes riscos, pois não são respeitados como os diversos outros veículos”, diz Leonardo.

Em entrevista ao site viaciclo.org. br, o engenheiro civil Luís Antônio Lindau comenta justamente sobre a questão da troca do uso dos carros por transportes alternativos. “As cidades precisam entender que o transporte coletivo é sua mola propulsora ou é o elemento estru-turador do desenvolvimento da cidade. Estou falando de pedestres e bicicletas. Penso neles como elemento do transporte como um todo, como alimentadores de um sistema de trans-porte coletivo e também nesses não-motoriza-dos como o principal elemento do deslocamen-to dos bairros das cidades, de curta distância. Precisamos dessas facilidades disponíveis como alternativa ao uso do automóvel”.

No caso do uso dos coletivos, cada ci-dadão poderia fazer um planejamento de acor-

Reprodução da Internet

A bicicleta é uma das poucas formas que é bastante eficaz.

O problema vai além da pratici-dade de ter um

carro, trata-se da questão ambiental e do futuro do país

‘‘’’

SURAMA NEGROMONTE

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do com as necessidades pessoais – para quem possuiumcarroparticular–,podendodefiniralguns dias para utilizá-lo. Como no caso da es-tudante Amanda Aquino, 21 anos, que divide o carro com o irmão. “Como meu horário na fac-uldadeéflexívelnasemanatenhomaistempopara me deslocar até o estágio e opto por utilizar ônibus em determinados dias”, diz a estudante. Inclusive, em São Paulo, existe a cham-ada Operação horário de pico, mas conhecida como rodízio de veículos, que são os dias de-terminados para que cada condutor possa dirigir seu automóvel pela cidade. A circu-laçãodoscarrosédefinidapelofinaldaplacade cada condutor fazendo ligação com os dias da semana. De acordo com as delimi-tações estabelecidas, os carros só podem cir-cular nas ruas e avenidas nos dias e horári-osdefinidos, das 7h às 10h e das 17h às 20h.

A velha e boa carona também se inclui em meio ao transporte sustentável, pois é um bom modo de evitar que pelo menos quatro pes-soas saiam de suas casas com seus automóveis, já fazendo uma numerosa diferença para o meio ambiente. Existe um site chamado cole-tivu.com.br, que se adequa exatamente as ca-ronas. Nele existe uma opção de cadastro, que qualquer pessoa de vários estados pode acessar. O cadastro é realizado com suas informações e a delimitação do seu Estado/Cidade/Bairro, feito isso, é só buscar moradores que residem próxi-mo a você e combinar os pontos em comum, po-dendo, assim, além de ajudar o meio ambiente, economizarfinanceiramente.Setodostivessem

A velha e boa ca-rona também se

inclui em meio ao transporte susten-

tável

‘‘’’

Para Leonardo Medeiros, esta é a melhor maneira para não ficar no trânsito

PARIS

Paris já possui, desde julho de 2007, um sistema de aluguel de bicicletas chama-

do Velib. Um serviço totalmente gratuito criado pela prefeitura de Paris, voltado para a melhoria

do trânsito e a diminuição da poluição na cidade. Qualquer cidadão pode usar, inclusive os turistas. Elas podem ser alugadas no período de duas horas e após esse prazo, terão que ser devolvidas. Lá também foram tomadas grandes medidas para incentivar o uso de transportes alternativos, como a diminuição das faixas para carros e inclusão de mais faixas

para ciclovias e ônibus. Com essas reduções, de acordo com a direção responsável pelo transportedeParis,ofluxodecarros

já diminuiu em 20%.

Austrália

É o país que tem mais transportes alternativos sendo eles trem, ônibus,

taxis, bicicletas e voos domésticos usa-dos para fazer compras online ou viajar para

outro lugar podendo estar por dentro das promoções. As tarifas não são caras. Além das diversas opções de transporte, ele sugere alter-nativas de passagens dos usuários como: um único passe pode valer para quase todos os veículos públicos tendo validade de um dia

ou você também pode comprar vários passes para o mês ou semana e as-

sim sai um preço mais acces-sível.

BUENOS AIRES

Em Buenos Aires, também existe esse mesmo sistema de bicicletas de Paris,

chamado de Mehor en Bici – Melhor de bicicleta.500bicicletasficamadisponibi-lização das pessoas, mas o prazo máximo de uso é durante 2h, podendo ser de-volvida em qualquer estação. Para a uti-

lização delas, é preciso fazer um ca-dastro pelo site do programa e ir à

estação mais próxima de você. O serviço é gratuito.

o conhecimento real de quanto uma cidade se destrói por conta dos poluentes que saem dos automóveis e que, no Brasil, eles são um dos principais danos ao meio ambiente, pensa-riam bem antes de tirar o carro da garagem.

Reprodução da Internet

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cidadania

A luta contra a degradação do meio ambiente movimenta cada vez mais pessoas em bus-

ca de um mundo melhor. No nível comunitário, o conceito de sustentabilidade ganha uma im-portância abrangente, devido à realização de projetos para preservação ambiental. Apesar da iniciativa de grande parte da população, a falta de consciência de algumas pessoas ainda põe em risco a saúde do planeta e de seus habitantes. As tecnologias de controle ambiental de nada adi-antamsenãohouverumareflexãodasociedade,sobre o uso insustentável dos recursos naturais.

Fátima Silva, 22 anos, é estudante do quarto período do curso de ciências biológicas e acred-ita que nem todas as pessoas estão inseridas na preservação do meio ambiente. “Tudo é uma questão de consciência. Um simples ato pode mudarmuitacoisasecadaumfizerasuaparte.Existem claro, aqueles que querem ser do con-tra só pra aparecer. O governo está carente de projetosmaiseficazesqueconscientizemessaspessoas”, opina a estudante. Fátima participa de um estágio voluntário na instituição de en-sino onde estuda e desenvolve projetos junta-mente com alunos do curso de design. “Através da arte, os estudantes de design incentivam as pessoas a reaproveitarem o lixo por meio de artesanatos recicláveis. No meu caso é im-portante mostrar os benefícios de fazer a co-

leta seletiva do lixo. Se o material reciclável for armazenado de forma separada, é possível um maior aproveitamento”, conclui Fátima. A estudante diz que o principal benefício é criar oportunidades para incluir aquelas pessoas que lutam para manter sua existência no futuro.

Já o aposentado Anderson Melo, 68, mo-rador do bairro da Torre, se considera um con-sumidor sustentável, ou seja, compra produtos de uma forma responsável. “Antes das com-pras, sempre me pergunto se aquele produto é econômico e principalmente se seus compo-nentes são obtidos respeitando a preservação domeioambienteedasaúdehumana”,afirmaoaposentado. Além de contribuir com o consumo sustentável, Anderson participa da coleta de lixo no bairro da Torre, onde mais de 3.000 pessoas estão envolvidas há quatro anos. “O processo é muito simples. Os moradores deixam tudo sepa-rado para facilitar o trabalho dos catadores. De-pois o material é entregue ao caminhão de lixo reciclável da prefeitura ou a um ponto de en-trega voluntária do bairro”, ressalta Anderson.

Integrantes do grupo de voluntários do Greenpeace emRecife, afirmamqueesse tipode iniciativa ajuda a aumentar a autoestima de toda população. “Eles se transformam em agentes da coleta seletiva do lixo e isso os inclui

na sociedade de maneira positiva,” diz Raquel Lins, coordenadora do grupo. O Greenpeace é uma organização global que atua para defender o ambiente e promover a paz, inspirando as pes-soas a mudarem atitudes e comportamentos. Mesmo com muitos projetos incentivadores, osvoluntáriosafirmamqueaconsciêncianãoéoúnicodesafioparaqueumamudançamaisprofunda aconteça. “Primeiramente é preciso identificarosprincipaisproblemas,parapodergerar programas de controle ambiental que alcancem bons resultados,” conclui Raquel.

O secretário Municipal de Meio Ambi-ente, Roberto Arrais, impõe sua opinião a re-speito da consciência da população. “O que está acontecendo é que as pessoas se sentem acomodadas e não acreditam na gravidade dos problemas ambientais, onde as princi-pais fontes geradoras são provocadas por nós mesmos. A poluição dos rios e a escassez da água, são questões que precisam ser obser-vadas com urgência,” disse Roberto. O secre-tário ainda afirma que além da coleta sele-tiva do lixo, é importante ressaltar sobre a preservação de um recurso natural tão precioso como a água, já que um terço da população mundial não tem acesso à água de qualidade.

Sustentabilidade ComunitáriaAté onde vai a consciência das pessoas sobre a preservação do meio ambiente?

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O material reciclável que é armazenado de forma separada tem mais chances de reaproveitamento

MARIANA MENEZES

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conectado // Junho de 2011 //Edição Especial // pág 11

O meio ambiente e a sustentabilidade nunca foram assuntos tão debatidos como hoje

em dia. Cientistas, pesquisadores amadores e membros não governamentais se unem, ao redor do planeta, para discutir e levantar sug-estões que possam trazer a solução ou, pelos menos, encontrar um ponto de equilíbrio que desacelere a destruição que experimentamos nos dias atuais. Em paralelo às ações gov-ernamentais, está a conscientização dos ci-dadãos, que vai da criança ao idoso, sobre as intervenções que realizam no meio ambiente ao seu redor. “Educar a criança de hoje para que se torne um adulto ecologicamente con-sciente e responsável de amanhã”, disse o pro-fessor de Ciências da Natureza, André Santos.

Diante desse cenário dramático, a ne-cessidade de mudança tem feito com que mui-tas empresas busquem modelos de produção baseados na sustentabilidade, ou seja, que contemplem uma visão mais ampla dos im-pactos dos negócios na natureza e na socie-dade. Entre as empresas preocupadas com o meio ambiente, destacam-se a Akzo Nobel, fabricante das Tintas Coral, que realiza pro-jetos de sustentabilidade por todo o Brasil.

Uma de suas ações sustentáveis é a uti-lização de embalagens PET (polietileno teref-talato) na composição de matérias-primas de seus produtos – em apenas dois anos, foram usadas mais de 30 milhões de garrafas recic-láveis – contribuindo com o trabalho de qua-tro cooperativas de catadores de lixo, além de reutilizar um material altamente poluente que demora cerca de 400 anos para se de-compor na natureza. “A reciclagem tem o poder de renovação e mudança”, ressalta o catador de lixo, Amaro Silva.

As tintas Coral provenientes da reci-clagemsãodoadasparaentidadessemfinslu-crativos e utilizadas em projetos como “Reviver Recife Centro”, que é um programa revitaliza-dor de Patrimônios Históricos de Pernambuco tombados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O projeto tem o objetivo de devolver aos edifí-cios historicos suas cores e estrutura originais, resgatando a arquitetura e a identidade do cen-tro do Recife. O projeto também contribui para o treinamento e capacitação de pintores. “An-tes de receber a tinta, as superfícies das pare-des são preparadas, sendo corrigidas as imper-feições, a exemplo de infiltrações e fissuras”,detalha o supervisor de Treinamento Técnico Promocional das Tintas Coral, Aníbal Veras. Em parceria com a Câmara de Dirigen-tes Lojistas do Recife (CDL-Recife) e a Pre-feitura do Recife, as Tintas Coral revitalizaram as ruas Duque de Caxias e Imperatriz. “Aos poucos, firmando parcerias com os poderespúblicos e privados, estamos dotando o cen-tro do Recife de condições agradáveis de com-pras ou passeios para o público”, comemora o presidente da CDL-Recife, Fernando Catão.

Revitalização sustentável

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O projeto resgatou a identidade do Centro do Recife

ERIKA SILVA

cidades

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EXPEDIENTE : Ketlyn Kelly (Editora chefe), Raissa Tabosa, Priscilla Soares e Wagner Santos (Diagramação), Raissa Tabosa e Wagner Santos (Edição de imagens), Érika Silva, Fábio Magalhães, Ketlyn Kelly, Mariana Menezes , Raissa Tabosa e Tatyane Cardoso (Repórteres).