JornalCana 248 (Setembro/2014)

156
Ribeirão Preto/SP Setembro/2014 Série 2 Nº 248 R$ 20,00 Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás Cogeração garante receita adicional CIRCULAÇÃO ESPECIAL

description

Cogeração garante receita adicional

Transcript of JornalCana 248 (Setembro/2014)

Page 1: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Ribeirão Preto/SP Setembro/2014 Série 2 Nº 248 R$ 20,00

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com

turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás

Cogeração garantereceita adicional

CIRCULAÇÃO ESPECIAL

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 1

Page 2: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 2

Page 3: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 3

Page 4: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 4

Page 5: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 5

Page 6: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES6

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACIONAMENTOS

EVEREST ELETRICIDADE 19 37724500 65

RENK ZANINI 16 35189001 27, 29, 73 E 99

SEW - EURODRIVE 11 24899078 61

ACOPLAMENTOS

COPABO 16 21386727 127

VEDACERT 16 39474732 143

AÇOS

FRANPAR 16 21334385 52

JATINOX 11 21720405 110

AGRICULTURA DE PRECISÃO

TRIMBLE 19 31137000 35

ANTI-INCRUSTANTES

ALCOLINA 16 39515080 49

GASIL 81 34718543 44

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE

INFECÇÕES BACTERIANAS

ALCOLINA 16 39515080 49

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 30

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

ÁREAS DE VIVÊNCIA

ALFATEK 17 35311075 3

ARTIGOS DE BORRACHA

ANHEMBI 11 26013311 22

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO

DWYLER 11 26826633 15

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

BMA BRASIL 11 30979328 59

DÍNAMO 19 34119559 78

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 109

EVEREST ELETRICIDADE 19 37724500 65

FERTRON 16 39465899 152

METROVAL 19 21279400 80

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

VIBROMAQ 16 39452825 154

BIG BAG'S

SOLUÇÕES 16 38182305 138

BRINDES

TIP BRINDES 16 991993023 154

BOMBAS HIDRÁULICAS

AUTO PECAS MAURILIO 16 36260716 136

COHYBRA 16 30416470 146

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS

TERMOMECÂNICA 11 43669930 36

CALDEIRAS

CALDEMA 16 39462700 79

ENGETUBO 19 34343433 107

ENGEVAP 16 35138800 88

HPB ENERGIA 16 35111300 85

CARRETAS

ALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUES

RODOTREM 18 36231146 132

SERGOMEL 16 35132600 69

CATRACAS

SISPONTO 35 38510400 138

CENTRÍFUGAS

BMA BRASIL 11 30979328 59

TEXAS TURBINAS 82 21212000 89

VIBROMAQ 16 39452825 154

CLARIFICANTES

NELTEC 45 74514545 90

COLETORES DE DADOS

MARKANTI 16 39413367 6, 26

COLHEDORAS DE CANA

CASE IH 41 21077400 34

JOHN DEERE 19 33188330 77

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E

SERVIÇOS

ARGUS 19 38266670 83

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

BMA BRASIL 11 30979328 59

BOSCH ENGENHARIA 19 33018101 63

CPFL SERVIÇOS 19 37953900 105, 125

IPRO DO BRASIL 19 34021100 117

REUNION ENGENHARIA 11 41566688 98

SIENG 16 30410222 28

CONTROLE BIOLÓGICO

KOPPERT DO BRASIL 15 34719090 91

CONTROLE DE FLUÍDOS

METROVAL 19 21279400 80

CORREIAS TRANSPORTADORAS

COPABO 16 21386727 127

CORRENTES AGRÍCOLAS

SUDAMERICA 11 55484226 149

CORRENTES INDUSTRIAIS

GENERAL CHAINS 19 34172800 74

PROLINK 19 34234000 17

COZEDORES

CITROTEC 16 33039796 101

GASIL 81 34718543 44

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

BASF 11 30432125 13

BAYER 11 56947251 156

CANAVIALIS 19 35124143 97

IHARA 15 32357914 84

STOLLER 19 37071200 111

DESINFECÇÃO INDUSTRIAL

MC DESINFECÇÃO INDL 16 35124310 123

DESTILARIAS

CONGER 19 34391101 98

EDITORA

PROCANA BRASIL 16 35124300 75, 141

ELETROCALHAS

DISPAN 19 34669300 134

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO

CPFL BRASIL 19 37953900 105, 125

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOS

ADI SYSTEMS 19 35616100 126

CPFL BRASIL 19 37953900 105, 125

CPFL SERVIÇOS 19 37562755 105, 125

EVEREST ELETRICIDADE 19 37724500 65

SANARDI 17 32282555 92

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

CONGER 19 34391101 98

ENGEVAP 16 35138800 88

ENGRENAGENS

GENERAL CHAINS 19 34172800 74

MARTIN 19 38779400 46

ENTIDADES

GERHAI 19 34562298 137

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

ANSELL 11 33563100 64

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

APS COMP ELÉTRICOS 11 56450800 118

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

COHYBRA 16 30416470 146

HELIBOMBAS 16 33335252 32

METALQUIP 17 35319600 18

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

ALCOLINA 16 39515080 49

FOSBRASIL 11 21870788 119

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

PROZYN 11 37320022 153

EVAPORADORES

CITROTEC 16 33039796 101

FEIRAS E EVENTOS

10º CONGRESSO GATUA 16 33294281 56

FENASUCRO 129

GERHAI 19 34562298 137

PROCANA BRASIL 16 35124300 81

SINATUB 16 39111384 8

SUCROESTE 16 21328936 106

FERRAMENTAS

BUSSOLA 16 32219000 24

LEMAGI 19 34431400 96

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

LEMAGI 19 34431400 96

FERTILIZANTES

KIP CULLERS 16 32357633 57

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

STOLLER 19 37071200 111

YARA BRASIL 16 997419549 66

FIBRA DE VIDRO

PETROFISA 41 36261531 48

TECNIPLAS 11 45280090 38

FIOS E CABOS

CONSTRUFIOS 11 50538383 42

SOLUÇÕES 16 38182305 138

GASES INDUSTRIAIS

GASIL 81 34718543 44

GAXETAS

ANHEMBI 11 26013311 22

GRÁFICA

SÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 155

GUINDASTES

TGL 33989500 6

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

DMB 16 39461800 31

ITM LATIN AMERICA 11 44177700 71

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

METROVAL 19 21279400 80

INSUMOS AGRÍCOLAS

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

INTERCAMBIÁVEIS

METALQUIP 17 35319600 18

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

ISOVER 11 22024814 40

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 145

LEVEDURAS E ENZIMAS

LNF 54 25213134 104

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS

DESTAK IDEIAS 17 33611575 140

LONAS PLÁSTICAS

OKUBO 16 35149966 11, 33

MANQUAIS E CASQUEIROS

BUSSOLA 16 32219000 24

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

BUSCARIOLI 11 26183611 130

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

AGRIMEC 55 32227710 76

CASE IH 41 21077400 34

MATERIAIS RODANTES

ITR SOUTH AMERICA 11 33407555 115

METAIS

TERMOMECÂNICA 11 43669930 36

RENK ZANINI 16 35189001 27, 29, 73 E 99

MONTAGENS INDUSTRIAIS

CONGER 19 34391101 98

ENGETUBO 19 34343433 107

ENGEVAP 16 35138800 88

IPRO DO BRASIL 19 34021100 117

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

IHARA 15 32357914 84

KIMBERLIT 17 32791500 102

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

UBYFOL 34 33199500 7

YARA BRASIL 16 997419549 66

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

FCN TECNOLOGIA 19 30350921 5

UNIMIL 19 21050800 70

PENEIRAS ROTATIVAS

VIBROMAQ 16 39452825 154

PINTURAS INDUSTRIAIS

COLORBRAS 16 39426852 154

PLAINAS

AGRIMEC 55 32227710 76

PLANTADORAS DE CANA

DMB 16 39461800 31

PLANTAS INDUSTRIAIS

BOSCH ENGENHARIA 19 33018101 63

PRODUTOS QUÍMICOS

BASEQUÍMICA 16 21011200 96

BERACA SABARA 11 26435000 113

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 30

COREMAL 11 4615 8100

PRODUQUÍMICA 11 30169619 103

REDUTORES INDUSTRIAIS

BONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 20

NORD 11 24028855 128

RENK ZANINI 16 35189001 27, 29, 73 E 99

SEW - EURODRIVE 11 24899078 61

TGM 16 21052600 9, 37

WEG CESTARI 16 32441000 93

REFRATÁRIOS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 145

ROLAMENTOS

COPABO 16 21386727 127

SCHAEFFLER / INA 15 33352432 144

ROLIMAC 16 39797009 68

SOFTWARES

GATEC 19 21060888 14

SOLDAS INDUSTRIAIS

AGAPITO 16 39479222 154

COMASO ELETRODOS 16 35135230 62

MAGISTER 16 35137200 19

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA

IRBI MÁQUINAS 18 36315000 87

SUPRIMENTOS DE SOLDA

COMASO ELETRODOS 16 35135230 62

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

AVANZI 11 21014069 67

RAM AUTOM E CONTROLE 14 36415099

AGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 53

TELECOMUNICAÇÃO /RADIOCOMUNICAÇÃO

AVANZI 11 21014069 67

TINTAS E REVESTIMENTOS

PERFORTEX 19 35261100 150

TORRES DE RESFRIAMENTO

TECNIPLAS 11 45280090 38

TRANSBORDOS

DMB 16 39461800 31

TESTON 44 33513500 2

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES

ADI SYSTEMS 19 35616100 126

ENGENHO NOVO 21 22230899 131

TECNIPLAS 11 45280090 38

TRATORES

CASE IH 41 21077400 34

JOHN DEERE 19 33188330 77

TREINAMENTO E COACHING

REUNION ENGENHARIA 11 41566688 98

TROCADORES DE CALOR

AGAPITO 16 39479222 154

TORFER 11 50586118 122

TUBOS DE CONCRETO

ENGETUBO IND. 19 34343433 107

TUBOS E CONEXÕES

FRANPAR 16 21334385 52

PETROFISA 41 36261531 48

TECNIPLAS 11 45280090 38

TURBINAS

SIEMENS JUNDIAI 11 45854676 121

TEXAS TURBINAS 82 21212000 89

TGM 16 21052600 9, 37

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

FRANPAR 16 21334385 52

TECNOVAL 16 39449900 50

VÁLVULAS PNEUMÁTICAS

AUTO PECAS MAURILIO 16 36260716 136

VEDAÇÕES E ADESIVOS

ANHEMBI 11 26013311 22

FLUKE 19 32733999 139

VEDACERT 16 39474732 143

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 6

Page 7: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 CARTA AO LEITOR 7

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Barci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]� Assistente Lucas [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios &Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores(ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida a reprodução, total ouparcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquermeio ou processo, sem autorização expressa. A violação dosdireitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos,do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122,123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Um novo cenárioEinstein já dizia que só a imaginação é mais importante que o conhecimento. Estava

absolutamente certo porque com a imaginação podemos não apenas aprender com o passado masprojetar o futuro, antecipando ações que mudarão nossa realidade.

No ambiente empresarial, e especialmente num setor altamente demandante de capital como aatividade sucroenergética, a imaginação reveste-se de importância estratégica.

Traduzindo imaginação empresarial pela capacidade em projetar cenários de médio e longoprazos, nossa experiência de mais de 25 anos no setor nos permite separar o empresariadosucroenergético em basicamente três grupos: os conservadores, os visionários e os oportunistas.

Os dois primeiros grupos vangloriam-se de suas estratégias e o terceiro costuma ter um tempocurto de bravata, não mais do que um “ciclo da cana”. O perfil conservador orgulha-se de resistir aosciclos de crises adotando estratégias defensivas, como aproveitar as safras boas para guardar‘gordura’ para as más, e uma gestão tipo “olho do dono”. Têm o foco na sobrevivência, em ser aúltima usina a quebrar, aproveitando assim o saneamento do próprio mercado. Já os visionáriosapostam no crescimento da escala, da verticalização e na gestão corporativa.

Diante do atual ciclo de crise pelo qual passa o setor, é inevitável a pergunta: qual destes perfistem apresentado melhores resultados?

Os balanços demonstram que são aqueles que, no passado, conseguiram projetar cenários maispróximos da realidade atual, estabeleceram estratégias com margens limites razoáveis e tornaram-sedisciplinados em alcançar as metas definidas. Ou seja, são empresas que agem de acordo com umlema que adotei: “ousadia no avançar mas prudência no caminhar”.

Isto quer dizer que as estratégias defensivas tornaram-se insuficientes para vencer a diversidadede fatores negativos que vem pressionando a cadeia sucroenergética. E este cenário ainda podepiorar já que, exceto pelos fatores climáticos, os cenários político, macroeconômico e de preços nãotrazem visibilidade positiva para as usinas.

Em recente palestra no I Fórum Brasileiro de Economia e Finanças no Agronegócio, realizadoem Ribeirão Preto, o jornalista especializado em economia Luís Nassif, apresentou alguns cenáriospolíticos e macroeconômico para o Brasil, apontando que em qualquer deles o governo terá quepriorizar alguns setores para incentivar o desenvolvimento da economia e a competitividade. Nassifafirmou que, neste sentido, o setor reúne condições únicas e deve apresentar uma visão de futuro,um plano de ação setorial que envolva todos os elos da cadeia, parcerias públicas e privadas,alianças com as autoridades, além de engajar a opinião pública através das redes sociais. “Quandovocê tem uma visão clara e bem elaborada, fica mais fácil encontrar a aceitação e a aprovação dosenvolvidos. O setor tem que voltar a sonhar com o etanol, afinal ninguém resiste ao poder de umaideia quando chega o seu tempo!”, conclamou.

A proposta do Nassif faz todo sentido, falta apenas ao empresariado usar a imaginação paraconceber um cenário setorial comum e engajar cada um dos produtores nesta agenda ativa...Pensando bem, imagino que a criação de um PESA 2 seja uma proposta mais factível...

SINAIS DOS TEMPOS “E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio.

Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e nãoconheceis os sinais dos tempos?”

(Jesus Cristo, o Senhor, no verso 3 do capítulo 16 do evangelho de Mateus)

RETIFICAÇÃOO texto correto do quarto parágrafo da matéria "Questões ambientais e colheitamecânica exigem addequações", veiculado na página 61 do JornalCana 246 éeste: “Uma das modificações está relacionada ao aumento do diâmetro datubulação para que ocorra o aumento da vazão e a diminuição da velocidade”.

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 31� Estocagem de açúcar pode proteger mercado contra El Niño� Fim da política de cotas pode aumentar produção de açúcar da UE

Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 45� Falta de infraestrutura compromete metas do agronegócio

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 a 64� Bosch Engenharia se consolida no setor sucroenergético� Tecnologias otimizadas elevam eficiência na produção de etanol� Fermentec orienta usinas a alcançar teores alcoólicos mais elevados� Setor adere à otimização de caldeiras

Mercado Fornecedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 68� Gatua realizará seu 10º congresso anual em novembro

Impacto Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 e 71� Educação transforma vidas no interior de Alagoas

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 a 74

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76 a 98� Setor da alta paulista consegue manter-se em alta

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100

Cana Rápidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102 a 106

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107 a 114� DMB comemora 50 anos� Usinas adotam diversas alternativas para driblar a compactação

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .116 a 124� Venda direta de etanol ao distribuidor aumenta rentabilidade

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . .126 e 127� Protocolo Agroambiental levou a aumento no número de colhedoras

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . .128 a 140� Conselhos de administração e fiscais fortalecem as corporações� Profissionais excelentes inspiraram carreira

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .142� Portaria que obriga uso de luva certificada foi adiada

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .145 a 154

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 7

Page 8: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014AGENDA8

A C O N T E C E U A C O N T E C E

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOSNos dias 7 e 8 de agosto, em Piracicaba

(SP), foi realizado o curso teórico-prático sobreclassificação de solos. O evento realizado peloInfobibos foi coordenado por Hélio do Prado,pesquisador do IAC, e teve como objetivomostrar a importância da classificação desolos; treinar o aluno para este trabalho;diagnosticar e avaliar problemas específicos decomportamento dos solos de uma determinadaclasse dando subsídios para o estabelecimentode planejamento ou manejo mais adequados;estimar a capacidade de uso sustentável dosolo; visualizar o comportamento dos solosatravés dos seus atributos e horizontes dediagnóstico.

BESTBIOO Prêmio BestBIO acontece em 18 de setembro, em Ribeirão Preto

(SP). É uma iniciativa independente que tem por objetivo incentivar asustentabilidade através da divulgação e reconhecimento dos melhores casesda bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração deenergias limpas e renováveis. www.bestbio.com.br

MASTERCANA NORTE-NORDESTEEm 2014, a edição Nordeste do

MasterCana será realizado no dia 13 denovembro, em Recife (PE). Por último, em 25de novembro, será realizado o MasterCanaBrasil, em São Paulo, capital.www.mastercana.com.br

WORLD BIO MARKETS BRASIL De 24 a 26 de setembro, em

São Paulo, capital, acontece oWorld Bio Markets Brasil, quedeve contar com a presença delíderes do setor como ElizabethFarina, presidente da Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Bernardo Gradin, CEOda GranBio, Rui Chamas, diretorexecutivo da Biosev, entreoutros. www.greenpowerconferences.com

10º CONGRESSO ANUAL GATUAAcontece de 25 a 27 de novembro, em

Ribeirão Preto (SP) o 10º Congresso AnualGatua — Grupo das Áreas de Tecnologia dasUsinas de Açúcar, Etanol e Energia. A edição2014 pretende atrair seu maior público,oferecendo um conjunto de novidadestecnológicas ligadas ao setor sucroenergético.Hardwares, softwares, serviços e soluções,além de palestras e temas também voltadosàs áreas industrial, agrícola, financeira econtroladoria, RH, entre outras. www.congresso.gatua.com.br

GRADUAÇÃO EMBIOCOMBUSTÍVEIS

A Fatec — Nilo De Stéfani emJaboticabal (SP). oferece cursogratuito de graduação embiocombustíveis. Contempla aprodução de biocombustíveis sólidos,como madeira e biomassa; líquidos,como etanol e biodiesel e gasosos,como biogás, além de outrasatividades relacionadas ao setor, comoa produção de açúcar, bioeletricidade,gestão de subprodutos, dentre outras.O curso é oferecido pela manhã, das8h20 às 11h50 e à noite, das 19h às22h30, com 40 vagas cada. O curso ésemestral. www.fatecjab.edu.br

FÓRUM PROCANAO Fórum ProCana 2014 – Usinas

de Alta Performance acontece nomesmo dia do Prêmio BestBIO, 18 desetembro, em Ribeirão Preto (SP).Colocará em discussão casos queapresentam resultados comprovados,de curto prazo, no incremento darentabilidade e da competitividade dasusinas; além de modelos de negóciossustentáveis, compatíveis com adiversidade de desafios e da altavolatilidade do mercadosucroenergético. www.bestbio.com.br

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 8

Page 9: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 9

Page 10: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 10

Page 11: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 11

Page 12: JornalCana 248 (Setembro/2014)

12 MERCADO Setembro 2014

Cientes de que a solução para a atualcrise não virá do governo ou do mercado,as usinas têm como único caminho aotimização de seu modelo de negócios eprocessos internos. Obter máximaprodutividade com custos reduzidos é aúnica solução. Este desafio levou aProCana Brasil a criar o Pró-Usinas,portfólio de soluções que apresentamresultados comprovados no incremento daeficiência e da rentabilidade das usinas.

No último dia 30 de julho, uma novaempresa passou a integrar o Pró-Usinas.Trata-se da ABS Consultoria, empresa comexpertise reconhecida na implementaçãode excelência operacional em processos.“Buscamos no mercado uma empresa quetenha implementado projetos de excelênciaoperacional em usinas e que tenhaapresentado resultados mensuráveis econtínuos. Através de indicações dealgumas usinas, fechamos a parceria com aABS Consultoria, cuja metodologia integraas melhores práticas mundiais em gestãode processos”, diz Josias Messias,presidente da ProCana Brasil.

De acordo com Josias Messias, aocontrário da maioria das consultorias queatuam na área e que tornam os resultadosdependentes de sua permanência nasusinas, a ABS faz o diagnóstico doproblema e implanta a metodologiaadequada, preparando os colaboradorescom as ferramentas utilizadas. Ao términodo projeto, deixa uma equipe demultiplicadores aptos à obtenção demelhorias contínuas. “Esse foi um dosprincipais fatores que nos levaram a fecharesta parceria. A ABS apresenta resultadoscomprovados em mais de 10 unidades emtodo o país”, complementa Messias.

Vital Balboni, CEO da ABS, explicaque o mercado tem exigido uma novapostura dos prestadores de serviço,tornando as soluções um caso específicopara cada empresa. “Na era doconhecimento, estar à frente significa atuarcom os clientes, no entanto a maioria dasconsultorias se limita a recomendar boaspráticas”. Balboni lembra que a parceriacom o Pró-Usinas vai de encontro a estecenário. “Estamos atentos à atual demandae entendendo que prestar consultoria emgestão requer conhecimentos específicos decada mercado para realmente implementarsoluções eficientes à quatro mãos com osclientes. Por isso, buscamos desenvolverestratégias diferenciadas. Quem deseja terpresença, precisa estar alinhado com osetor”.

Eduardo Abel Zylberlicht, diretor denegócios da unidade Bens de Consumo daABS, fala sobre os objetivos da parceria.“Identificamos na ProCana Brasil umparceiro potencial para desenvolvernegócios no setor sucroenergético e, emfunção de suas credenciais no mercado,nossa expectativa é a de obter excelentesresultados e que seja uma parceriaduradoura”.

Há 35 anos no mercado e em plenocrescimento, a ABS é pioneira emexportação de metodologia com sucesso

comprovado em diferentes países eculturas, 19 no total. Além do escritório-matriz em São Paulo, Alphaville, possuiescritórios na Argentina, México e Portugale um histórico de sucesso que se definepela satisfação de aproximadamente 2.600clientes líderes de mercado e mais de 3.000projetos já realizados.

A ABS possui equipe 100% própria,formada por profissionais especializados,disposta, experiente e, sobretudo, focadana praticidade da implantação. Seucompromisso é ser a melhor parceira paraas empresas, implementando soluçõespermanentes por intermédio de umtrabalho engajado na busca por resultadosque ampliem a rentabilidade dos clientes.

É líder em excelência operacional emvários setores da economia, dentre eles oagroindustrial. No setor sucroenergéticoconta com projetos desenvolvidos em maisde 10 usinas e grupos produtores em todasas regiões do País.

SOLUÇÃO DENTRO DAS EMPRESASO setor de açúcar, etanol e bioenergia

apresenta um cenário de desafioseconômicos, gerando uma demanda porsoluções que permitam às usinasalcançarem a máxima performanceoperacional e financeira. Se por um lado o

cenário impele os empresários e gestores aabrir mão de alternativas tradicionais,cujos resultados na maioria das vezes sãoconhecidos e insuficientes, por outro ladohá diversas novidades que conceitualmentepodem ser interessantes mas ao final nãoentregam os resultados esperados.

Com o objetivo de facilitar o acessodos tomadores de decisão a soluções queapresentem, de fato e em curto prazo,resultados no incremento da eficiência e darentabilidade de usinas e gruposprodutores, a ProCana Brasil criou umportfólio de produtos e serviços chamadoPró-Usinas. “São soluções que apresentamcases de resultados comprovados emempresas do setor, mas que ainda sãodesconhecidas ou cujos meios próprios sãoinsuficientes para convencer os tomadoresde decisão a respeito das vantagens ebenefícios proporcionados”, informa JosiasMessias, presidente da ProCana Brasil.

“O papel do Pró-Usinas é exatamenteser uma ponte entre provedores de soluçõeseficazes e empresários e executivos dosetor, disponibilizando ferramentas paraque as usinas permaneçam competitivas esustentáveis diante dos constantes desafiosdo mercado sucroenergético, tornando-seinclusive, benchmarking para os demaisprodutores”, complementa.

Um encontro com a excelência operacional

CONHEÇA O ATUAL PORTFÓLIO

PRÓ-USINAS ABS Consultoria� Excelência Operacional emProcessos � Aumento de Eficiência eRedução de Custos

Biosis A Tecnologia do Lucro!� Softwares Especialistas � Sistemas Colaborativos� Aplicativos Especiais

Finbio Finanças einvestimentos embioenergia� Capitalização de Empresas � Fusões e Aquisições � Reestruturação Societária� Planejamento Estratégico � Governança Corporativa � Gestão Assistida � Gestão de Custos� Gestão de RiscosEstratégicos, Financeiros, deInvestimentos e Operacionais� Corporate Finance � Project Finance � Projetos para BNDES,BASA, BID, IFC/BancoMundial e Fundos

MC DesinfecçãoIndustrial� Metodologia � Consultoria � CapacitaçãoKit MC de DiagnósticoRápido de ContaminaçãoBacteriana®

Controle MicrobiológicoEfetivo do Processo deFermentaçãoControle Microbiológico daFabricação de AçúcarPrograma MC deGerenciamento do ProcessoFermentativo

Sinatub Tecnologia� Cursos � Treinamentos � CapacitaçãoCapacitação e integração deequipes para melhoria dodesempenho e da qualidadeda produção agroindustrial

Diretores reunidos para assinatura do contrato

Josias Messias, Vital Balboni, Eduardo Abel Zylberlicht e Ivani Falcão

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 12

Page 13: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 13

Page 14: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO14

No primeiro semestre de 2014, osetor paulista registrou queda de 32,6%no número de admissões detrabalhadores formais quandocomparado ao mesmo período do anoanterior, segundo o IEA - Instituto deEconomia Agrícola da Secretaria deAgricultura e Abastecimento do Estadode São Paulo. “O mercado de trabalho nosetor foi afetado nos últimos anos por doisproblemas, um de caráter conjuntural,que é a crise econômica do setor, eoutro estrutural, referente às mudançasna etapa da colheita, substituindo o emprego manual dos cortadores decana-de-açúcar pela mecanizada, o queafetou o número de contratações”, afirma o pesquisador Carlos EduardoFredo, especialista no tema.

De acordo com o pesquisador,estudos mais aprofundados sãonecessários para entender como foi oprocesso de requalificação e realocaçãodesses trabalhadores dentro ou fora dosetor sucroalcooleiro, bem como onúmero de trabalhadores que não foramreabsorvidos no mercado de trabalho.

Segundo informações do Caged -Cadastro Geral de Empregados eDesempregados do MTE - Ministério doTrabalho e Emprego, no primeirosemestre de 2013 foram contabilizadas111.141 admissões formais, contra as83.833 do mesmo período de 2014. “Emabril de 2013 atingiu-se a marca de

34.196 contratações, enquanto no mesmoperíodo de 2014, o número registrado foide 24.703. Note-se também que, emquaisquer meses do período em 2014, onúmero de contratações ficou abaixo doano anterior, esclarece.

De acordo com a pesquisa, adistribuição do total de admissões em

2014 entre as regiões administrativas doEstado de São Paulo também ficouabaixo do registrado no ano anterior.Apesar da intensificação da mecanizaçãoda colheita, muitas regiões aindademandam um grande número detrabalhadores, como é o caso de RibeirãoPreto, uma das principais regiões

produtoras do estado, ou Araçatuba e SãoJosé do Rio Preto, regiões de expansão dacana, e Campinas, que apresentaproblemas de declividade; assim oprocesso de mecanização é menosavançado do que em outras regiões e porisso a colheita manual ainda se fazpresente.

Crise provoca queda nas contratações em São Paulo

Queda no número de admissões foi de 32,6%

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 14

Page 15: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 MERCADO 15

A Cosan divulgou no dia 13 de agosto,em São Paulo, capital, os númerosreferentes ao desempenho da empresa nestesegundo trimestre de 2014, que apontamboa recuperação em relação a 2013.

O lucro líquido no final deste períodofoi de R$ 104,1 milhões, revertendo odesempenho negativo do último ano,quando a empresa registrou prejuízo de R$201,5 milhões. Neste montante está aparticipação de 50% dos resultados daRaízen Combustíveis e Raízen Energia.

Houve crescimento de 9,5% da receita

da holding, que registrou valor de R$ 9,59bilhões, composta pelas empresas Comgás,Rumo Logística, Radar, e outrosinvestimentos. Houve crescimento de 9%no volume de combustíveis vendidos pelaRaízen, aumento de 10% no número declientes da Comgás e incremento de 13% novolume da Rumo, que totalizou 2,2 milhõesde toneladas.

O Ebitda do grupo, resultado antes dejuros, impostos, depreciação e amortização,teve alta anual de 6,5%, fechando em R$881,4 milhões.

Cosan reverte prejuízo

no 2º trimestre

Bioeletricidade ocupa terceiraposição no ranking nacional

Fábrica de açúcar da Usina Caarapó (Raízen)

Volume lidera a fonte de energia de biomassa: fatia de 6,97% da energia produzida no Brasil

A bioeletricidade proveniente dobagaço da cana ocupa o terceiro lugar noranking de energia gerada no país, com9.667.771 kWh, em 383 usinas. Essevolume lidera a fonte de energia debiomassa e representa no Brasil, uma fatiade 6,97% de toda energia produzida. Aenergia hidrelétrica representa 87.393.410kW ou 63,02% da matriz energética, com1130 usinas, segundo levantamento daAneel - Agência Nacional de EnergiaElétrica.

Elizabeth Farina, presidente da Unica– União da Indústria de Cana-de-Açúcar,afirma que as fontes de energia sãocomplementares e o país não pode se dar aoluxo de subutilizar o potencial da

bioeletricidade. “Precisamos de política delongo prazo para a bioeletricidade, mais doque o que está previsto no Plano Decenal.Para alavancar a bioeletricidade no país,além dos leilões por fontes e por regiões,precisamos ter preços remuneradores”.

Ela alerta para a necessidade daalteração do limite de injeção de 30Megawatts para 50, com direito a descontona tarifa de uso na rede. “Assim, seriapossível gerar uma oferta adicional de 100Megawatts médio, ou um aumento de 6% naoferta de energia na safra 2014/15.Precisamos de ações para viabilizar osretrofits e o aproveitamento da palha. Tudoisso atrairia novas usinas exportadoras, poisapenas 40% delas vendem energia”, lembra.

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 15

Page 16: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 201416 MERCADO

Para superar criseanalista afirma quepreços do açúcar ediálogo com governoprecisam melhorar

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Um dos assuntos mais comentadosnas últimas semanas no mercadofinanceiro foi o cerceamento do Governo àconsultoria Empiricus Research. Aempresa que oferece análises de mercadogratuitas pela internet atraiu a atenção damídia quando o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) suspendeu a veiculação dedois vídeos promocionais criados pelaconsultoria, contendo orientações deinvestimento, com os títulos “Como seproteger da Dilma” e “Quais ações devemsubir se o Aécio ganhar a eleição?Descubra aqui, já”.

Felipe Miranda, analista financeiro,sócio da consultoria e autor dos vídeospolêmicos, criou um terceiro vídeo — quecircula livremente na internet — intitulado“O fim do Brasil”.

No vídeo, dentre previsões quase queapocalípticas sobre a economia brasileira,Miranda faz uma breve menção ao setor.“O setor de etanol foi simplesmentedestruído pelo controle deliberado do preçoda gasolina”.

Em entrevista ao JornalCana, oanalista faz outras previsões sobre o setor eo futuro da economia brasileira.

JornalCana — O Fechamento de 65usinas a partir de 2008 é sinal docolapso econômico que foi previsto novídeo “O fim do Brasil”?

Felipe Miranda — É sinal tanto daquestão macroeconômica atual, queprejudica todos os setores, quanto da crisesetorial. Desde que coloquei o vídeo no ar,novas evidências desse desarranjo do setorde etanol têm se manifestado.

Por que com Lula o setor ia bem ecom Dilma vai mal?

Olha, não sei bem as diferenças entreLula e Dilma, mas suspeito que primeiro ainflação voltou com mais força no governoDilma, como consequência de uma mápolítica econômica que começa a sersentida agora. O excesso de gasto públiconos últimos anos vem puxando a demandaagregada em ritmo superior a ofertaagregada, isto obviamente ia culminar eminflação. Demorou um pouquinho,começou no governo Lula, degringolou nogoverno Dilma.

O senhor pode elencar as diferençasda política econômica do Plano Real até2002 e a partir deste até 2014?

Não há diferença de 1999 até 2009, o

ex-presidente Lula até o final de seumandato fez exatamente o mesmo que oGoverno FHC, manteve o tripémacroeconômico, com câmbio flutuante,metas de inflação bem definidas epercebidas e políticas fiscais austeras.

A partir 2009, com o estouro da criseamericana, o governo tentando reduzir osimpactos no Brasil muda o tripé para achamada nova matriz econômica, com trêspontos fundamentais: busca por jurosbaixos, busca de câmbio competitivo eaumento da participação do Estado naeconomia.

Assim as três pernas do tripé sãodesrespeitadas a partir desta nova matriz,pois gerou aumento da inflação,interferência do câmbio e abandono dasregras fiscais, com um governo que geraelevados gastos.

A inflação levará o Brasil àrecessão?

Acredito que teremos uma recessão nosegundo trimestre, com queda no PIB de0,2 pontos. Porém, não é apenas a inflaçãoa causadora da recessão, mas políticaeconômica desastrosa do governo, queestabeleceu uma falta de confiança doempresário, que reduz seus investimentos.

Atrelado a isto, temos em um cenárioonde o consumo, já exaurido, subiurapidamente sem acompanhar o resto daeconomia, contribuindo ainda mais para aretração da criação de empregos.

Em que cenário o país não corre orisco de uma recessão?

Não há mais o que ser feito. Aeconomia é como um transatlântico, e, nãocomo um jet-ski, que você consegue alterar

a direção a qualquer momento.

As eleições podem determinar ofuturo da economia?

Pode melhorar caso Dilma não sereeleja, pois possibilitaria restabelecer umpouco da confiança e também resgatar odiálogo com o setor privado. Independentede que quem ganhar as eleições, um ajusteserá necessário no começo de 2015.Precisamos conter os gastos públicos esubir a taxa de juros para restabelecer aconfiança na moeda, aumentando ocrescimento de longo prazo.

Recentemente o Ministro daFazenda, Guido Mantega, descartou apossibilidade de um tarifaço. Ainda háchances dele acontecer?

Seria um grande tiro no pé havertarifaço, depois de tanta propagandanegando, destruiria o pouco decredibilidade que lhe restou. Mas nãoadianta postergar, é preciso mexer nospreços. Neste caso, o Governo tem queaumentar os preços para bem dapopulação, pois há um desequilíbrio entreos setores. O ajuste deve ocorrer, a formacomo será aplicado, é uma decisão doGoverno, pois este represamento de preçoscriado não pode continuar.

Se a Dilma vencer, quais medidaseconômicas podem ser tomadas? Comoo setor pode se preparar?

O setor não tem o que fazer. A medidaque vejo é o diálogo, mas para que ocorra épreciso que o outro lado faça algo. Caso apresidente não esteja aberta, o setor teráque esperar o aumento do açúcar nomercado internacional e aguardar uma

mudança na política econômica.

Existe alguma salvaguarda para osetor não ser tão afetado por estecolapso econômico?

O setor já está afetado e não porincompetência própria, pelo contrário, osegmento sempre foi muito eficiente, comempresas e empresários de destaque. Asalvaguarda é o governo abandonar essamatriz econômica que adotou, passar aparar de subsidiar a gasolina, Só umamudança na política econômica podesalvar o setor. A presidente Dilmaprecisava ouvir mais os produtores. Elavem sinalizando que haverá estacomunicação, mas não cumpre.

São Martinho, Cosan e Tereos estãoentre os destaques positivos na BM&FBovespa, o que você pode dizer sobreelas?

São Martinho é excelente no que faz, éum player só de commmodities, commecanização e automatização elevada,além de negociar descontada em bolsa. ACosan mudou o perfil dos fluxos de caixa,deixou de ser uma empresa somente decommodities e passou a ser uma empresaonde 70% do Ebitda — resultado antes dejuros, impostos, depreciação e amortização— vem de setores com previsibilidade dosfluxos de caixa. Ela merece maiorvalorização do mercado devido a estaprevisibilidade dos resultados.

A Tereos passa por um momentodifícil no exterior, ela possui boa operaçãode açúcar, mas pouco representativa.Numa escala de preferência, considerandoapenas a operação sucroalcooleira, listoSão Martinho, Cosan e Tereos.

ENTREVISTA - Felipe Miranda

“Só uma mudança na política econômica pode salvar o setor”

Felipe Miranda, analista de economia

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 16

Page 17: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:15 PM Page 17

Page 18: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO18

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

Não se sabe ao certo quando vaichegar nem qual será sua intensidade. Averdade é que os países que costumam serafetados, como Brasil, Tailândia, Austráliae Índia, todos eles grandes produtores decana-de-açúcar e consequentemente deaçúcar, continuam apreensivos em relaçãoà chegada do El Niño.

O fenômeno pode perturbar osmercados agrícolas em todo o mundo, comperdas na produção pela seca ou excessode chuva. “Em relação ao fluxo decomércio e produção, na ocorrência do ElNiño, os impactos sobre a cana-de-açúcarsão bem grandes, porque a faixa de paísesafetados pelo fenômeno são a Tailândia,Índia, Austrália e Brasil, todos grandesprodutores de cana-de-açúcar. Portanto sevier, por menor que seja não é algo a serignorado”, disse Pedro Verges, analista demercado da INTL FCStone.

O fenômeno meteorológico,provavelmente deve mostrar seus sinaismais intensos em agosto, e pode trazer secapara a Ásia e Oceania, assim como forteschuvas fora de época para a AméricaLatina, de acordo com especialistas. Háalguns meses, alguns centros demeteorologia questionavam, se de fato,

2014 seria o ano do El Niño, entretantoalguns alertas foram dados, tanto peloBureau de Meteorologia da Austrália,quanto estações meteorológicas dosEstados Unidos.

Em dado momento, a Austráliaindicava uma chance de 70% do fenômenose desenvolver com grande intensidadeainda este ano, porém nas últimas semanasmudou um pouco sua posição, já quehouve uma desaceleração no aquecimentodo Oceano Pacífico e sinais de mudançaatmosféricas fortes o suficiente não haviamocorrido, para apoiar qualquer declaraçãorelativa a este assunto.

Entretanto, mesmo com sinais escassos,tudo indica que este será o ano dele. E ospreços de mercado só não atingirão picosporque para Verges, vivemos em umperíodo em que os estoques mundiais deaçúcar estão abarrotados. “Se as produçõesda Índia ou da Tailândia forem reduzidas,ou seja, no caso da Índia, a redução doexcedente nos estoques de açúcar paraconsumo nacional e no caso da Tailândia, oexcedente de exportação, isso pode causaruma alteração no mercado sim. Não pensoque acabe elevando os preços acima donormal. Acredito que tenhamos uma faixaestreita de negociação afinal. Mesmo comum El Niño forte, não acho que faça oaçúcar subir muito”, afirma.

Estocagem de açúcar podeproteger mercado contra El Niño

Pedro Verges: por menor que seja, fenômeno não é algo a ser ignorado

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 18

Page 19: JornalCana 248 (Setembro/2014)

De fato, a seca no Brasil foi motivo de oscilação nomercado de commodities no mundo todo. Os indicadoresde preços do açúcar-bruto mostram que os preços dacommodity subiram 7,9% em março, a maior alteraçãodesde julho de 2012, consequência da seca no Brasil eredução de produção de cana-de-açúcar na Tailândia.

Especialistas acreditam que o açúcar, que teve umaumento de preço de 8,3% este ano em média, até omomento, será uma das culturas mais prejudicadas, assimcomo o óleo de palma, o cacau e o trigo.

“Não sabemos se o El Niño terá um impacto tãodramático na produção de açúcar mundial. De qualquermaneira devemos ser vigilantes, porque é um fenômeno degrande abrangência. Entretanto, ainda seria muitoprecipitado fazer qualquer previsão mundial sobre oassunto antes que de fato aconteça”, disse Christoph Berg,diretor administrativo da F.O. Licht.

De qualquer maneira, seja pela seca ou pelapossibilidade de ocorrência de El Niño, oscilações nomercado podem ser observadas a todo o instante. Há seisdias, os futuros do açúcar bruto fecharam no menor nívelem quase seis meses na Bolsa de Nova York, apenas pelofato de uma diminuição na probabilidade de ocorrência doEl Niño. O contrato com vencimento em outubro recuou1,7% e fechou em 16,05 centavos de dólar por libra-peso.

ÍNDIAOs possíveis impactos do El Niño sobre as monções já

deixaram o mercado de açúcar na Índia instáveis, naprimeira metade do ano. O país já passou por perdasseveras diante do impacto do evento climático.Especialistas acreditam que apesar de ser pouco provável,uma estiagem tão grave quanto a que ocorreu em 2009,dificilmente vai se repetir. Na época, a Índia enfrentou apior seca em quatro décadas, devastando fazendas e

forçando o país a importar grandes quantidades de açúcar,além de elevar os preços globais de açúcar a um nívelrecorde. Se o El Niño de fato acontecer, a produção de

alimentos essenciais, como arroz, trigo e açúcar, serãobastante prejudicadas, em várias partes do mundo, masprincipalmente na Índia, de acordo especialistas. (PB)

Setembro 2014 MERCADO 19

Oscilações no mercado serão inevitáveis

Christoph Berg pede vigilância porque El Niño é fenômeno de grande abrangência

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 19

Page 20: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 201420 MERCADO

ENTENDA O EL NIÑO

� O fenômeno é causado por um aquecimento além do normal das águas do Pacífico e pela redução dos ventosna região do Equador. É caracterizado pela capacidade de afetar o clima mundial através da mudança nascorrentes atmosféricas.

� O evento era conhecido entre os pescadores por causar diminuição de peixes durante o período em que seestabelecia e ganhou fama mundial após o período de 1997 a 1998 quando atingiu índices alarmantes.

� Os ventos que sopram de leste para oeste, provocam mudanças nas correntes atmosféricas que acabamcausando chuva fora de época no Brasil, e secas anormais em diversas partes do globo, como: na Austrália,Índia e Tailândia.

� Os ventos também resfriam a superfície do mar próxima ao litoral do Peru e mandam as águas mais quentes nadireção contrária, deixando uma diferença de temperatura entre as duas regiões. Então, na região de águasmais quentes chove mais e na outra falta chuva.

� Superaquece as águas do Pacífico e ocorre periodicamente a cada 6 ou 7 anos, de acordo com informação deespecialistas.

El Niño pode beneficiar produção

A Goldman Sachs Group Inc., prevê que grandesimpactos serão sentidos nos mercados, de cacau, café, óleo depalma e inclusive na de açúcar. As culturas de inverno, comoo milho no Brasil podem enfrentar perdas devido à chuva.

Já Verges discorda em relação a algum tipo de prejuízomaior no Brasil, já que o país foi severamente afetado pelaseca em certas regiões produtoras, e o El Niño, neste caso,teria um impacto relativamente menor.

“A seca já ocasionou uma quebra de safra e o El Niñopode até ser positivo no sentido que ele aumentará a umidadeno país para a próxima safra” explica.

Seca no Centro-SulA moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil em

2013/14 foi estimada em 596 milhões de toneladas pelaUnica-União da Indústria de Cana-de-açúcar e em 2014/15em 585,85 milhões de toneladas, pela FCStone, o que mostraque a seca já terá um impacto no total processado em relaçãoà safra passada.

“O fator de maior impacto mesmo foi a seca e não o ElNiño. No ano passado, esperávamos uma moagem até maior,mas a seca reduziu nossa estimativa”, disse Verges.

A FCStone previu que a produção de açúcar do Centro-Sul em 2014/15 estaria em 33,1 milhões de toneladas,também ligeiramente menor que na safra anterior de 34,1milhões de toneladas. Já a produção de etanol foi estimadaem 25,56 bilhões de litros.

A produtividade está avaliada em 74,04 toneladas decana-de-açúcar por hectare, contra 77,84 toneladasregistradas na safra passada, por causa da seca. (PB)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 20

Page 21: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 MERCADO 21

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Atualmente, limitada pela política decotas, a produção de açúcar na UniãoEuropeia chegará a no máximo 13,3milhões de toneladas. Todavia, emprimeiro de outubro de 2017, a situaçãopoderá ser diferente. Com o fim das cotasde importação, a produção pode chegar a20 milhões de toneladas, de acordo comdados do Rabobank Internacional.

A União Europeia consomeatualmente cerca de 17 milhões detoneladas de açúcar por ano,consequentemente, pelo sistema emvigência, 3,3 milhões de toneladas devemser importados, de acordo com dados doDepartamento de Agricultura eDesenvolvimento Rural da ComissãoEuropeia.

Com a chance de monopólio demercado, os produtores da UE, podemaumentar a produção sem restriçãoalguma, com a possibilidade deexportação de excesso de oferta para osmercados internacionais.

A crise no setor de açúcar e umanecessidade de mudança na política,podem ser sentidas por diversosprodutores europeus. Na Alemanha, porexemplo, um dos maiores produtores deaçúcar da Europa, o alemão Südzucker,teve uma queda nos lucros de 32% nasafra 2013/14, o que significa 2% a

menos se comparado aos do ano passadoe prevê uma queda significativa no lucrooperacional e receitas para a próximasafra.

Para Dominik Risser, porta-voz emembro do Departamento Corporativode Relações Públicas da Südzucker AG, o

mercado de açúcar da UE deveria terpassado por alguma mudança desde aúltima reforma política em 2006.“Infelizmente, até o fim das cotas em2017, não vejo muitas mudanças, a crisesó aumentará. No entanto, todas aspartes interessadas no mercado de

açúcar, agricultores e produtores debeterraba, estão atualmente sepreparando para este período após 2017.Isto é feito de várias maneiras, através deprogramas de eficiência, iniciativas deredução de custos e muitas outrasmedidas”, disse.

Fim da política de cotas pode aumentar produção de açúcar da UE

Unidade produtora de açúcar de beterraba

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 21

Page 22: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO22

Para Rob Vierhout, secretário geral dae-Pure, a grande mudança de mercadoacorrerá um pouco mais adiante, maisprecisamente em 2020, e envolverá tanto omercado de açúcar quanto o de etanol. “ Oque sabemos é que após 2020 a atuallegislação terá um fim. Para 2017, naminha opinião, é que qualquer previsãoainda é um tanto incerta. Pelo que possover, entre os europeus ainda existe muitadiscordância, no que se refere à esse tipode legislação. Se eu tivesse a oportunidadede apostar dinheiro com alguém, emrelação ao que vai acontecer eu nãoapostaria, porque provavelmente perderiadinheiro. O que acontece dentro dessasreuniões com a Comissão Europeia ésempre muito imprevisível”, explica.

Já no Reino Unido, pode-se observarum esforço do governo para reforçar omercado de açúcar nacional, com aprevisão de um investimento de 167milhões de dólares em fábricas de açúcarda British Sugar, situadas no leste daInglaterra ao longo dos próximos três anos,conforme anunciado na Conferência deAgricultura de Norfolk. O investimento já évisto como uma prévia de mudanças para osetor açucareiro inglês, com o fim dasquotas de açúcar.

Especialistas preveem que é provávelque haja uma queda significativa nospreços da commodity pelo mundo.

Ian Bacon, presidente da Tate & LyleSugars, um dos maiores fabricantes de

açúcar do Reino Unido e da Europa,acredita que o fim do sistema de quotaspara o mercado de açúcar na Europa é

inevitável e se fazia necessária paravalorizar o açúcar europeu

“Se analisarmos bem, já existe uma

certa falta de de competitividade para oaçúcar importado nesses últimos anos, eatingirá seu ápice em 2017", disse. (PB)

Mudanças envolverão mercados de açúcar e etanol

Rob Vierhout, secretário geral da e-Pure

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 22

Page 23: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 MERCADO 23

FIM DE COTA PREOCUPA IMPORTADORESOs produtores de açúcar franceses no

entanto se mostram preocupados com afragilidade do setor de açúcar no país e emregiões de domínio francês no exterior, diantedo mesmo panorama. Territórios como:Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe,estão por enquanto protegidos pela legislaçãoeuropeia, mas a situação mudarádrasticamente em 2017. Para especialistas, aprodução de açúcar francês, nos seusdepartamentos fora da França, está malequipada para lidar com a liberalização domercado de açúcar na Europa e produtorestemem que sem o apoio da indústriaaçucareira europeia, a produção estarácorrendo sérios riscos.

Fora da Europa, alguns países jádemonstraram certa preocupação com amudança na legislação. A Associação dosProdutores de Açúcar da Jamaica, porexemplo, quer transformar urgentemente suaindústria açucareira sob o risco do setor serprejudicado com o fim das quotas de açúcar.

No momento, os produtores do paísainda conseguem vender o açúcar a 894dólares por tonelada, graças a um contrato detrês anos com a empresa britânica Tate &Lyle, e além disso tem a quarta maior quotade açúcar, dentro da União Europeia,equivalente a 118.696 toneladas de açúcarbranco, apenas ultrapassado por Maurício,Fiji e Guiana. Mas tudo mudará em algunsanos, com o fim das quotas, e a Associaçãoquer tomar providências no setorimediatamente. (PB)

A partir de setembro de 2014, ospreços do açúcar da UE atingirão seunível mais baixo, e provavelmentecustarão 500 euros a tonelada na safra

2017/18.Em abril deste ano, o açúcar branco

ou refinado na União Europeia, custavaem média 574 euros (781 dólares) a

tonelada, já o menor nível desde setembrode 2011 e 21% inferior ao mesmo períodono ano anterior, de acordo com dados daComissão Europeia. (PB)

Preços do açúcar da UE devem ir a nível mais baixo a partir de setembro

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 23

Page 24: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO24

EPA!Estados Unidos reduzemvolume de etanolmisturado à gasolina e exportações brasileiras caem

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Cerca de 70% das exportaçõesbrasileiras de etanol têm como destino osEstados Unidos. São eles os maiorescompradores do biocombustívelnacional, condição que tornapreocupante os números revelados peloMDIC - Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior: em julhodeste ano foram exportados 90,7 milhõesde litros de etanol, valor 74,1% menor emcomparação aos 350,5 milhões de litrosembarcados em julho de 2013.

A queda é contínua: em junho desteano foram comercializados 167,3milhões de litros, volume 45,8% menor ajunho de 2013. Com isso, a receitacambial chegou a US$ 57,3 milhões emjulho, recuo de 74,4% ante os US$ 223,5milhões registrados em julho de 2013.

Em relação aos US$ 111,6 milhões dejunho deste ano, houve queda de 48,7%.

Além da colheita de milho quaserecorde dos americanos, a principalrazão para o declínio da exportação é ocorte no volume de etanol misturado àgasolina no país.

Tudo começou com a proposta daAgência de Proteção Ambiental(Environmental Protection Agency - EPA)de redução de 40% no volume debiocombustíveis avançados consumidosanualmente naquele país. A ação é vistacomo um dos maiores retrocessos para oetanol, até então tido como um caminhopromissor para os EUA reduzirem adependência de petróleo importado.

No início do ano, a Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar questionoua proposta. Em carta enviada à agênciaamericana, pontuou as preocupações dos

produtores brasileiros, considerando amedida como “desnecessária einjustificada”.

“Em 2010, a EPA atestou que oetanol de cana brasileiro reduz asemissões de dióxido de carbono em maisde 60% e o designou um combustívelrenovável avançado, algo que não foiconcedido a nenhum outro tipo de etanolproduzido comercialmente. Portanto, nãofaz sentido a proposta da EPA, quereduziria drasticamente os volumes decombustíveis avançados utilizados nomercado americano”, disse LetíciaPhillips, representante da entidade paraa América do Norte.

A proposta ainda não foireferendada pelo governo americano. Elafunciona como uma Medida Provisóriano Brasil, à espera do parecer final.Contudo, até que isso aconteça, dita as

regras do mercado. “Todos estão obedecendo a essa

proposta. Desde o início do ano tínhamosa expectativa de que o governointerferiria no caso, mas até o momentonão aconteceu. No segundo semestre,ainda que haja mudanças, não alteramais os números deste ano, já que operíodo de maior exportação é maio ejunho”, afirma Martinho Seiiti Ono,diretor presidente da SCA Trading.

De acordo com a Unica, em 2013foram consumidos no mercadoamericano cerca de 3 bilhões de galões(11,3 bilhões de litros) de combustíveisrenováveis avançados, principalmenteetanol de cana-de-açúcar e biodiesel.Agora, sob pressão principalmente daindústria do petróleo, a EPA querrestringir este volume a 2,2 bilhões degalões (8,3 bilhões de litros) em 2014.

Em julho, valor exportado foi 90,7 milhões de litros de etanol, redução de 74,1%

Leticia Phillips, da Unica:

“Não faz sentido a proposta da EPA”

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 24

Page 25: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 MERCADO 25

Com a redução nas exportações deetanol aos Estados Unidos, o produtorbrasileiro se questiona de que maneira darvazão ao produto fabricado. MartinhoSeiiti Ono, diretor presidente da SCATrading, diz que o volume sobressalentetem sido facilmente absorvido pelomercado interno, especialmente diante daquebra da safra de cana no Brasil.

Estimativas de moagem indicam que asafra 2014/15 na região Centro-Sul, queresponde por 90% da produção de cana noBrasil, será de 570 milhões de toneladas,ante os quase 600 milhões de toneladas daúltima temporada. A seca na região entreos meses de janeiro e fevereiro atrapalhouo desenvolvimento dos canaviais.

“Até o momento não temos qualquernegócio fechado para exportação e nemtemos interesse diante do atual cenário. Ofoco da empresa hoje é apenas o mercadointerno”, diz José Roberto Della Coletta,presidente da Della Coletta Bioenergia, quedeixou de exportar em 2014.

Outra garantia aos produtores são oscontratos firmados com as distribuidoras.Martinho Seiiti Ono fala sobre aoportunidade. “A obrigatoriedade impostapela Resolução 67 da ANP - AgênciaNacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis, das Distribuidorascontratarem 90% da necessidade de etanolanidro, garante aos produtores a vendasegura de sua produção”.

De acordo com Seiiti Ono, a queda

nas exportações em relação a meta inicialfoi de 41,3%. Questionado sobre outrospotenciais compradores, o especialistaexplica. “Os mercados europeu e asiáticolimitam-se a usar pequenos volumes comfinalidade industrial, lembrando que ademanda para fins automotivos é que geraescala de volume”.

Já Della Coletta diz que as usinasprecisam encontrar alternativas diantedeste novo cenário, já que soluções nãovirão de suas produções. “Não está aonosso alcance qualquer ação para reversão

deste cenário, pois trata-se de mercado enão temos como agir. Mesmo que houvesseoportunidade para a exportação, o custo doetanol brasileiro não compete com o preçointerno do etanol americano”.

Por fim, Ono deixa um recado aosprodutores. “É importante que as usinasbrasileiras continuem produzindo etanolsuficiente para atender aos compromissoscontratuais com as distribuidoras, comotemos percebido até agora, para não abriroportunidades de vendas spots de etanolimportado”. (AR)

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA

DE ETANOL POR DESTINO

De abril a julho de 2013

PAÍS ....................................................................1.000 M3ESTADOS UNIDOS....................................636,343COREIA DO SUL ..........................................69,042NIGÉRIA............................................................36,737JAPÃO...............................................................24,990PAÍSES BAIXOS (HOLANDA).....................17,681ARÁBIA SAUDITA ..........................................16,255JAMAICA ...........................................................16,171TAIWAN (FORMOSA) ...................................15,007FILIPINAS .........................................................13,701SUÍÇA................................................................12,177COREIA DO NORTE.......................................5,002FRANÇA..............................................................4,802COLÔMBIA........................................................4,161GANA...................................................................3,008OMA .....................................................................1,322URUGUAI............................................................1,273CHILE ......................................................................674ARGENTINA.............................................................91PARAGUAI................................................................60AUSTRÁLIA ..............................................................49REINO UNIDO ........................................................25ANGOLA .....................................................................0MOÇAMBIQUE .........................................................0GUINÉ EQUATORIAL ..............................................0Total Geral.......................................................878,572

De abril a julho de 2013

PAÍS ....................................................................1.000 M3ESTADOS UNIDOS....................................352,034COREIA DO SUL ...........................................96,783NIGÉRIA ............................................................37,244JAPÃO ...............................................................35,357TURQUIA............................................................6,446MÉXICO ..............................................................4,862SUÍÇA ..................................................................3,140CHILE......................................................................895URUGUAI ...............................................................641COLÔMBIA ...........................................................182ANGOLA ................................................................106AUSTRÁLIA ..............................................................50PARAGUAI ................................................................37REINO UNIDO ........................................................25HONDURAS...............................................................9GUINÉ EQUATORIAL ..............................................0MOÇAMBIQUE .........................................................0Total Geral.......................................................537,810

Fonte: Secex

SECA ABSORVE ESTOQUE DE ETANOL

Ono: usinas não podem abrir oportunidades

de vendas spots de etanol importado

José Roberto Della Coletta: foco da

empresa hoje é apenas o mercado interno

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 25

Page 26: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO26

Em 11 de agosto a Tereos Internacionalinformou seus resultados no trimestreencerrado em 30 de junho, equivalente aoprimeiro período da safra 2014/15. Osnúmeros indicam prejuízo líquido de R$ 32milhões se comparado com o resultado líquidopositivo de R$ 8 milhões obtido no mesmotrimestre do ciclo 2013/14. O prejuízo líquidoatribuível aos acionistas da controladora foi deR$ 31,7 milhões, contra um lucro líquido deR$ 8,6 milhões em igual trimestre do anopassado. A empresa, que atua nos mercadosde açúcar, etanol e amidos no Brasil, Europa,África e Ásia, informou que o segmento deamidos e adoçantes apresentou pequenamelhora, mas o negócio de álcool na Europafoi afetado pelos baixos preços de etanol e

também ao fato que o trigo processado pelaunidade foi comprado a preço de mercado.

“As operações do Oceano Índicoregistraram estabilidade, enquanto arentabilidade na África sofreu com o iníciotardio da safra e deterioração das condiçõesde mercado”, informou em nota.

Com relação aos negócios voltados aGuarani, a companhia registrou no primeirotrimestre da safra um Ebitda ajustado aovalor justo dos ativos biológicos de R$ 95milhões, valor 24% abaixo do registrado emigual trimestre do ciclo anterior.

De acordo com o comunicado, houveaumento da moagem, assim como receitacom cogeração de energia, mas tambémretração no faturamento com açúcar.

Em 6 de agosto foi aprovada a MedidaProvisória 647, que aumenta participaçãode biocombustíveis na mistura emcombustíveis fósseis; as alterações já valempara o início do mês de novembro.

Para o etanol, o percentual do tipoanidro na mistura com a gasolina passoupara 27,5%, porém ainda é necessária aconfirmação de viabilidade técnica destadecisão, o piso mínimo da relação, de 18%,

não foi alterado. A mistura do biodiesel ao óleo diesel

passará para 7%, em julho o aumento de6% já havia sido aprovado. Este produto,segundo a MP, deverá, prioritariamente,ser originado da agricultura familiar, comfaixa de trabalho permitida de 6 a 7%.

A autoria da MP 647 é do deputadoArnaldo Jardim (PPS-SP) e teve 47emendas apresentadas.

Aumento da mistura é aprovado,mas precisa de aval técnico

Tereos tem prejuízo no 1ºtrimestre da safra 2014/15

Apesar do aumento da moagem, faturamento com açúcar diminuiu

Estudo de viabilidade técnica determinará aprovação

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 26

Page 27: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 27

Page 28: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO28

Governo inverte processoe blocos de transmissãosão iniciados antes desaber se haverá usinapara utilizá-los

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 2010, quando Dilma Rousseff(PT) assumiu a presidência da República, amaior parte dos executivos do setor elétricobrasileiro acreditou que, finalmente, oslinhões transformariam suas energias emcrescimento econômico para toda a cadeiaprodutiva. Afinal, a petista carregava em seucurrículo experiência de pelo menos onzeanos à frente desta área, como Secretária deMinas e Energia no Rio Grande do Sul, de1999 a 2002, e depois como Ministra deMinas e Energia, em 2003. Às vésperas demais uma eleição, que pode definir ou nãoseu segundo mandato presidencial, éjustamente o setor elétrico que está,literalmente, em estado de choque.

Não bastasse a dependência hídricade nossa matriz energética, assim como apossibilidade de um “tarifaço” no ‘pós-eleição’, o país convive com o constanteatraso nas obras de linhas de transmissãode energia. Como solução, o governodecidiu inverter a ordem do processo.Agora, em vez de licitar linhas detransmissão após ter a confirmação de queuma usina foi leiloada e que estará prontapara se conectar àquela rede, blocos delinhas de transmissão são leiloados einiciados antes mesmo da confirmação sehaverá ou não como utilizá-los.

Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Mauricio Tolmasquim, presidenteda EPE - Empresa de Pesquisa Energéticafalou sobre a decisão. "Estamos invertendoas fases e sabemos que estamos atécorrendo um certo risco de ter redesociosas, mas é melhor ter esse risco do que

ter usinas prontas, mas que não podemdespachar energia porque a rede nãochegou".

De sua empresa, sete blocos detransmissão foram selecionados. Osempreendimentos se estendem pela regiãonordestina, passando por oito Estados,além do Rio Grande do Sul. No total, essesempreendimentos alcançam 4.043quilômetros de extensão. O investimentototal previsto, incluindo subestações deenergia, ultrapassa R$ 4,1 bilhões.

Também em entrevista ao Estadão,César de Barros, diretor executivo daAbrate - Associação Brasileira das GrandesEmpresas de Transmissão de EnergiaElétrica, comentou a medida. "Há um risconessa estratégia de antecipação, mas já éalgo positivo. O que não pode é ficar comoestá", finaliza.

EMPRÉSTIMOS AUMENTAMO resultado da dependência hídrica é

o novo empréstimo de 6,6 bilhões de reais

para as distribuidoras de energiaanunciado pelo governo em 7 de agosto.Desse total, R$ 3,6 bilhões virão de setebancos, e os R$ 3 bilhões restantes virão doBNDES.

O empréstimo terá taxa de CDI -Certificado de Depósito Interbancário mais2,35% ao ano. Trata-se do segundo socorroao setor elétrico somente em 2014. Oprimeiro foi em abril, quando 10 bancosdisponibilizaram 11,2 bilhões de reais auma taxa de CDI mais 1,90% ao ano.

Linhões de energia serão leiloados sem garantia de uso

Mauricio Tolmasquim: risco de redes ociosas

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 28

Page 29: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 29

Page 30: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO30

"Chegamos a estabelecer um plano de distribuiçãodiferenciado, para que em relação à Copa tudo fossediferente". Essas foram as palavras do Ministro de Minas eEnergia, Edison Lobão, logo após a Copa do Mundo, emevento ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT) paraapresentação dos resultados da realização.

Lobão se refere à oferta de energia elétrica no país. Aescassez de chuvas tornou o maior evento futebolístico nomundo uma incógnita neste sentido, já que dependemos daágua para gerar energia. O medo de que o paísdecepcionasse os turistas, e consequentemente, afetasse asintenções de voto, fizeram o governo tomar providências.

Foram realizadas 23 obras em linhas transmissão dosistema elétrico especificamente para a Copa do Mundo eoutras 123 obras na rede de distribuição para o Mundial.

"Ao longo do tempo, fomos descobrindo algumas obras queatrasavam por alguma razão ou outra e chamávamos asdistribuidoras. Em alguns momentos liguei diretamentepara os governadores", explicou o ministro, ressaltando aagilidade dos governantes em resolver os problemas.

O trabalho envolveu uma força tarefa entre oministério, EPE - Empresa de Pesquisa Energética, ONS -Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Aneel - AgênciaNacional de Energia Elétrica.

"Foram 256 itens de acompanhamento permanentepor parte dessa força tarefa. Olhamos o fornecimento darede de energia para cada arena, para os pontos críticosdas cidades. Não cuidamos apenas das arenas, mastambém da Fanfest, dos hotéis, dos hospitais e estações detrem e metrô", explicou Lobão. (AR)

Durante a Copa, obras fluíram

Foram realizadas 23 obras em linhas de transmissão e outras 123 obras na rede de distribuição para o Mundial

Edison lobão: "Chegamos a estabelecer

um plano de distribuição diferenciado”BRUNO PARK

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 30

Page 31: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 MERCADO 31

Considerando que a bioeletricidadepasse a integrar a matriz energéticabrasileira de maneira efetiva, como ficariaa questão logística deste trabalho? CidCaldas, coordenador geral de açúcar eetanol do Mapa – Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento, dizser necessários poucos ajustes para ofuncionamento deste sistema.

“Em São Paulo, por exemplo, onde amaioria das usinas estão concentradas,existem diversas linhas perto das unidadesprodutoras. Pode ser que seja necessárioum ajuste ou outro, mas o investimento épequeno”.

Ele afirma também que o governosabe da importância da biomassa para amatriz energética brasileira, mesmo que asações não confirmem este pensamento.“Temos que contar com todas as fontesenergéticas disponíveis. Existe umpotencial imenso para a cogeração eestamos em tratativas com o ministério deMinas e Energia para saber o que é precisopara atrair essa produção e osinvestimentos. Diversificar é necessário”.

O assunto veio à tona depois que ogoverno autorizou que blocos de linhas detransmissão sejam leiloados e iniciadosantes mesmo de saber se haverá usina parautilizá-los.

Humberto Vaz Russi, da AliançaEngenheiros Associados, lembra que taisações têm restringido ainda mais osinvestimentos em biomassa, fazendo com

que os empresários tenham interesse emeólica, por exemplo. “É outra fontedependente de fator atmosféricos, no caso,o vento. Temos milhões de quilowatts paraserem exportados pela biomassa. Basta quea fonte seja estimulada. Tais políticasdesastradas contribuem para a crise vivida

pelo setor sucroenergético”.Questionado sobre as condições dos

linhões para energia cogerada, ele diz.“Isso depende muito do ponto onde estálocalizado o empreendimento. Atualmente,não existem grandes espaços para seremocupados”.

Segundo a EPE - Empresa dePesquisa Energética, o potencial técnico dabioeletricidade da cana é de 8,4 GWmédios até 2022, somente com oaproveitamento do bagaço. Seadicionarmos o potencial da palha, essepotencial chega a 22,1 GW médios. (AR)

E os linhões para energia cogerada, como estão?

Cid Caldas diz que a maioria das usinas contam com linhões em seus arredores

Potencial técnico da bioeletricidade

da cana é de 8,4 GW médios até 2022

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 31

Page 32: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES32

WILSON LIMA, DE CAMPINAS, SP

O Brasil deverá finalizar esta safra decana com números próximos de 660milhões de toneladas moídas e de grãossuperior aos 190 milhões de toneladas, deacordo com estimativas da ProCana Brasil,que edita o Anuário da Cana e da Conab —Companhia Nacional de Abastecimento.No caso dos grãos, os números significamquase três por cento a mais em relação àsafra anterior. São conquistas que devemser muito comemoradas por todobrasileiro. Porém, este pequeno acréscimose torna um gigantesco motivo depreocupação, uma vez que algo em tornode 30% do volume da safra de grãos irá seperder pela precária infraestrutura logísticanacional. Investimentos não faltam, pois oGoverno tem despejado bilhões de dólaresem projetos nos mais variados modais,porém, segundo especialistas, feito deforma ineficiente, burocratizada eatabalhoada, com poucos resultadospráticos. A falta de uma estrutura eficientepara a logística nacional, resulta em custosmaiores para o agronegócio, onde seinclui o setor sucroalcooleiro,comprometendo a competitividade e emúltima instância impactando no própriocrescimento do País.

O País de dimensões continentaiscontinua a viver seu velho paradoxo, ondede um lado há um esforço geral do

agronegócio, impulsionado por centrostecnológicos de excelência, em modernizarseus processos produtivos e do outro umainfraestrutura logística problemática quedificulta o escoamento dos produtos commenores custos e maior eficiência. Segundoestudos divulgados pela Fundação GetúlioVargas, o Brasil precisará investir R$ 2trilhões em infraestrutura nos próximos 20anos para conseguir impulsionar a atividadeeconômica como projeta o governo e

alcançar o nível de competitividade depaíses emergentes que despontaram nosetor nos últimos anos.

Mas, os investimentos têm que sercriteriosos, com gestão e fiscalização, numplanejamento perene. O ranking de logísticado Banco Mundial (Bird) deste ano, porexemplo, que mostra a eficiência dossistemas de transportes em 160 países,mostra que o Brasil caiu 20 posições,passando a ocupar o 65º lugar no ranking, a

pior colocação desde que o ranking foilançado, em 2007. O dado demonstra que omodelo logístico brasileiro carece dereformulação. Em recente evento realizadopela Federação das Indústrias do Estado deSão Paulo – Fiesp, reunindo especialistas detodo o País, o consenso entre os debatedoresé de que o País precisa de uma nova ordemlogística, que utilize um modelo multimodal,onde os modais se complementem e nãoconcorram entre si.

Falta de infraestrutura compromete metas do agronegócio

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 32

Page 33: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 33

Page 34: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES34

Gigante prevê altos investimentospara transformar modalrodoviário em ferroviário noprincipal porto exportador

Transformar o modal hoje majoritariamenterodoviário para um modal ferroviário, no porto de Santos,é uma das principais metas da Cosan Logística para umfuturo próximo. A empresa, que é dona da Rumo Logística,está em fase de incorporação da América Latina Logística –ALL, e prestes a se tornar uma das maiores operadoraslogísticas da América Latina, depois que obter a aprovaçãopela CADE – Comissão Administrativa de DefesaEconômica, do negócio de cerca de US$ 3 bilhões.Enquanto não recebe o sinal verde, a empresa seguefazendo investimentos para “prover maior capacidade eeficiência no trabalho de transporte ferroviário” naspalavras de seu presidente, Júlio Fontana Neto. Oargumento da melhoria e eficiência é também a resposta daempresa que tem o desafio de acalmar um mercado queteme o monopólio da malha ferroviária.

A Cosan Logística nasceu há três anos, quandoaconteceu a joint-venture da Cosan com a Shell, formandoa Raízen. A nova empresa ficou com as usinas, indústrias etoda a estrutura de energia, enquanto a Cosan mudava oseu direcionamento estratégico. Ela deixou de ser umaempresa do setor sucroalcooleiro e passou a ser umaempresa voltada à infraestrutura logística. “Conforme osnegócios foram se desenvolvendo até culminar com estaproposta de incorporação da ALL, um dos objetivosnossos, que era de separar os negócios de uma empresa deenergia para infraestrutura, está se concretizando neste

momento”, explica Júlio Fontana. Dona da Rumo Logística (que transporta

mensalmente 1,2 milhão de toneladas de açúcar a graneldo interior paulista ao porto de Santos), quando acontecerefetivamente a incorporação da ALL, a Cosan Logísticairá se transformar no maior operador do modalferroviário no País, incluindo em seu portfólio os líquidos,inclusive o etanol que é transportado pelos 13 mil km devias da ALL (veja box). Hoje a Rumo presta um serviço de

exportação de açúcar porta a porta, com a logísticaintegrada, onde a empresa pega o açúcar na usina docliente e coloca dentro do navio, utilizando o transporterodoviário entre a usina e o transbordo. “E uma parte denosso transporte continua sendo feito de caminhão atéSantos, até mesmo porque hoje a ferrovia ainda não temcondições de transportar tudo que a gente precisa”,complementa José Di Bella Filho, Diretor de RelaçõesInstitucionais e Novos Negócios. (WL)

Cosan Logística aposta no modal ferroviário

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 34

Page 35: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 35

Page 36: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES36

Rumo Logística afirmater investido cerca de 1,6 bilhão de reaisem infraestrutura

Em quatro anos de operação da Rumo Logística, osexecutivos afirmam ter investido cerca de 1,6 bilhão de reais eminfraestrutura, construindo uma rede de terminais de transbordono interior paulista que recebe açúcar de caminhão das usinas efazem a armazenagem em trens que vão para o terminal deSantos. Além dos terminais, houve investimentos na aquisiçãode 929 vagões, 50 locomotivas e a duplicação de um trecho deCampinas a Santos, operada pela ALL. No próprio porto houveuma série de obras para melhorar a eficiência de recepção.“Nosso terminal que era basicamente uma matriz rodoviáriaestá se transformando numa matriz voltada ao ferroviário. Até ofinal do ano estaremos muito próximo de estar com toda ainfraestrutura concluída, sendo a mais moderna e eficiente que oBrasil precisa para exportação de açúcar”, afirma José Di BellaFilho, diretor de Relações Institucionais e Novos Negócios.

O projeto de transportar pela ferrovia o etanol destinadoà exportação é algo que ainda não está nos planos daempresa. Numa análise rápida, segundo os executivos, ocaminho do etanol dentre outros líquidos transportados pelaALL, hoje é no sentido contrário da exportação. Ou seja, aempresa pega o produto em pontos de distribuição centrais eleva para outros pontos no centro-sul do País. Fazer obiocombustível chegar a Santos é algo a ser analisado, mesmoporque o volume é muito baixo. (WL)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 36

Page 37: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 37

Page 38: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES38

A junção das operadoras ferroviáriasRumo e ALL na prática deixará otransporte da produção sucroalcooleira,praticamente, nas mãos de um únicooperador, o que leva a uma sensação deinsegurança aos usuários. Neste sentidoJúlio Fontana Neto tem se esforçado emacalmar o mercado. “Chego a ficarabismado com alguns tipos depreocupação”, afirma. “Hoje a ALL temproblemas de atendimento no mercado e anossa proposta é a de investirsubstancialmente na malha para provermaior capacidade e eficiência no trabalhode transporte ferroviário dentro da malhada ALL. O maior exemplo de que nós nãoqueremos ser donos de nada - na verdadequeremos prestar um bom serviço delogística para o agronegócio e outros tiposde carga - é a própria Rumo que é umaempresa de bandeira branca que prestaserviço a mais de 100 usinas. A Raízen, porexemplo, tem uma participação no nossonegócio menor que 30% e isto prova quenão queremos tomar conta de nada, aocontrário, queremos melhorar ainfraestrutura logística ferroviária do País,prover capacidade e reintegrar a ferrovia nalogística brasileira com eficiência”,completa.

Outra questão é com relação aos custos,item em que a empresa afirma ser umapreocupação constante. “A gente fala emeficiência e performance. Quando a gentetiver um transporte eficiente,

consequentemente vai haver redução depreço até porque com todos os planos demelhoria de infraestrutura que o governotem, nós vamos precisar ser bem maiseficientes para concorrer com todos os tiposde operadores que vão aparecer para o nossonegócio. Se a gente não se estruturar para sermuito eficiente, vamos perder espaço e não éo que a gente quer. Exatamente o contrárioe, para isso, vamos precisar ter custos muitomenores para competir com este outroconcorrente”, explica José Di Bella.

Apesar do setor sucroalcooleiro passarpor uma das piores crises da história, adireção afirma que, de uma forma geral, elanão está sentindo os efeitos nos seusnegócios. O único senão é que o crescimentoprevisto para o plano de negócios para osetor sucroalcooleiro não vem ocorrendo.“No nosso caso específico, como somos umserviço logístico e o Brasil precisa exportarsua produção de açúcar, ocorre que muitasvezes, em função de fatores como preços, daBolsa de Nova York, essa coisa toda, temosum problema de sazonalidade naexportação. Mas o negócio em si continuaexistindo de forma sadia”, explica Fontana.“A gente ainda tem muito que caminhar,para conquistar novos negócios. Temos estatransferência do modal rodoviário para oferroviário. Ou seja, ainda tem muito paraacontecer. Como operador logístico estamossentindo menos o impacto do queefetivamente os produtores e as usinas”,conclui. (WL)

União de operadoras deve resultar em monopólio

Júlio Fontana Neto tem se esforçado em acalmar o mercado.

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 38

Page 39: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 39

Responsável pelo transporte de 2,1milhões de metros cúbicos de etanol por ano,a América Latina Logística é a principaltransportadora do biocombustível, no modalferroviário. Em processo de incorporaçãopela Cosan Logística, que já é detentora daRumo Logística, quando for concluído oprocesso, a empresa passará a compor umdos maiores complexos de logísticaferroviária do continente. Com uma malhaferroviária de 13 mil km e 11 entrepostos, aempresa atua em todo o centro-sul do País eatualmente seu principal projeto é aduplicação do trecho que liga Campinas, nointerior de São Paulo, ao porto de Santos.Com essa obra, a empresa aumentaria suacapacidade de transporte entreRondonópolis (MT) e o porto de Santos, de18 milhões para cerca de 30 milhões detoneladas ou mais ao ano.

Com investimentos de cerca de R$ 600milhões, as obras de duplicação do trecho de264 km entre Campinas e o Porto de Santoseliminará gargalos de acesso àquele porto e aextinção dos pátios de manobra, resultandoem economia de tempo e combustível. Asanálises e estudos necessários para arealização desta que é considerada a maiscomplexa obra ferroviária do País, foraminiciados em 2009. As características datopografia, exigiram a construção de mais de30 obras estruturais, entre pontes, viadutos e

túneis, entre outras, para que a instalação dostrilhos fosse viabilizada. O Superintendentede Projetos de Infraestrutura da ALL,Sildomar Tavares de Arruda, aponta quenenhuma outra ferrovia brasileira conta comtantas obras de arte especiais. “Todo oescopo deste projeto é algo inédito na históriaferroviária brasileira”, reforça Arruda.

O projeto percorre 16 cidades e contacom 35 “obras de artes especiais” - como sãochamadas pontes, túneis, viadutos e demaisintervenções estruturais, compreendendo 2,2km de extensas obras com pesada estruturade sustentação. Até o momento, 133 km devias já foram completamente duplicados.Restam apenas a conclusão de 40 km delinhas, dos trechos de Embu-Guaçu -Evangelista e Paratinga - Perequê, queestavam pendentes de autorizações da Funaie IBAMA e para os quais a ALL recebeu aslicenças.

Todo o know-how utilizado neste projetofoi aplicado pela ALL também nas obras deexpansão da sua malha ferroviária até omunicípio de Rondonópolis (MT) e doComplexo Intermodal Rondonópolis,inaugurado em setembro de 2013. Aempresa já investiu mais de R$ 12 bilhõesdestinados à melhoria, segurança e aumentode produtividade, obtendo um crescimentomédio do volume transportado de cerca de10% ao ano. (WL)

ALL investe na duplicação

de ramal ferroviário

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 39

Page 40: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES40

Principal porta de saída àsexportações brasileiras, o complexoportuário do País tem sido alvo depromessas de investimentos,principalmente o porto de Santos, nolitoral paulista, por onde passam 25% dabalança comercial brasileira, incluindo aíboa parte da produção sucroalcooleira quevai para o exterior. Em se tratando deetanol, por exemplo, o País exportou, viaporto de Santos, 2,7 bilhões de litros (safra2013/2014), quase 90% do total, sendoque o restante foi praticamente todoembarcado pelo porto de Paranaguá, noParaná. Um terminal marítimo desteporte, também presenta problemas namesma proporção, O baixo calado quedificulta a portagem de navios; oengarrafamento de caminhões nummoroso processo de descarregamento; atémesma a complexa questão trabalhistaenvolvendo a cabotagem são alguns doselementos que comprometem o principalponto de exportação do País. A nova LeiGeral dos Portos, jogou alguma luz naescuridão. Porém os gargalos ainda sãomuitos.

Algumas ações em nívelgovernamental têm sido feitas paraminimizar os problemas portuários, masque se perdem pela falta de planejamento.Exemplo disto é o primeiro Plano Nacionalde Dragagem (PND-1), já concluído, quecustou aos cofres públicos R$ 1,6 bilhão,segundo dados da Secretaria de Portos

(SEP), mas não rendeu os resultadosesperados, já que muitos portos, sem osserviços de manutenção adequados,perderam os ganhos que haviam obtidocom o trabalho de aprofundamento.Algumas medidas organizacionais, como a

adoção de um agendamento obrigatório,fizeram com que o escoamento da safraagrícola pelo porto de Santos, este ano,tornasse um problema de menorproporção. Segundo levantamento doMinistério dos Transportes, a agilização

resultou numa queda de 10% nos custos dotransporte.

O crescimento da utilização do modalferroviário também pode levar à maiorfluidez no escoamento de cargas, abrindoespaço para um melhor aproveitamento domodal rodoviário, hoje praticamente emxeque na região, já que o cronograma dasobras públicas na infraestrutura nãoacompanha o ritmo do comércio exterior.

LEI DOS PORTOS Um ano após sua aprovação, a nova

Lei dos Portos, trouxe muitas promessas,porém poucos resultados práticos. A leiobjetiva permitir que a iniciativa privadainvista, desenvolva e explore novas e velhasinstalações portuárias, além de determinaros procedimentos a serem seguidos pelaUnião para a exploração de portos einstalações, bem como estipula asatividades desempenhadas pelosoperadores portuários. Estão previstosinvestimentos de R$ 54,2 bilhões, em trêsanos, por parte da iniciativa privada, querecentemente criou uma associação paradefender seus interesses. A Associação dosTerminais Portuários Privados (ATP)busca garantir a segurança jurídica dosetor portuário e defender a liberdade decontratação de mão de obra. Segundo aATP, a entrada em vigência de novas leis,cuja aplicação nos contratos vigentes éimediata, deveria ser negociada com asempresas. (WL)

Nos portos há nova lei para velhos problemas

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 40

Page 41: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 41

Especialistas apontam soluções elevantam as principais polêmicas da logística brasileira

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O setor sucroenergético movimenta o país, além degerar riqueza e renda por onde passa. Somente nasafra 2013/14, o PIB do setor sucroenergético chegoua U$ 43,4 bilhões (ou cerca de R$ 94,6 bilhões), umaumento de 44% em relação à safra de 2008/9. Só como etanol, as exportações somaram US$ 1,67 bilhão, ouR$ 3,6 bilhões. O etanol gerou no período, cerca de 1milhão de empregos diretos, ou 3,6 milhões sesomados os indiretos e informais, segundo o estudo“Setor Sucroenergético, desafios e oportunidades dasafra 2013/2014”. Porém, apesar de contribuir tantocom o país, a logística, fundamental para oescoamento da safra, ainda está muito aquém do quepoderia ser.

Para José Vicente Caixeta Filho, professor doGrupo de Pesquisa e Extensão em LogísticaAgroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz (ESALQ-USP) as carências da logística detransporte são obstáculos para o crescimento do Brasil,já que representa 30% dos custos da produção. Apesardisso, o setor sucroenergético conseguiu alternativaspara escoar a sua produção, como os serviços logísticosde transbordo e transporte ferroviário de açúcar.

“Temos que ter uma visão estratégica e planejarde modo integrado, a infraestrutura de transporte,

armazenamento e escoamento, solucionando o gargalologístico do país, impulsionando assim investimento eo crescimento econômico”, explica.

O pesquisador Thiago Péra relata que a gestão dosprojetos públicos de infraestrutura é um dos grandes

desafios para o setor. “Se esse problema fosseresolvido, aumentaria a competitividade para otransporte de açúcar e os custos seriam reduzidos. Épreciso criar mais infraestrutura para transporte deaçúcar com parcerias público privado”, diz.

O CAMINHO DA LOGÍSTICA PERFEITA

José Vicente Caixeta Filho: setor tem conseguido driblar dificuldades com criatividade

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 41

Page 42: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES42

Hoje o transporte de açúcar e etanolainda estão muito condicionados ao modalrodoviário e o destino final ainda não estátotalmente preparado para recepcionar osprodutos. No Porto de Santos, SP, porexemplo, existem poucas opções determinais de açúcar e o projeto doetanolduto ainda não está totalmentefinalizado. Assim, um dos principaisdesafios apontados por especialistas, pendepara o transporte rodoviário, querepresenta cerca de 50% do deslocamentodo açúcar e quase 100% do deslocamentodo etanol brasileiro, segundo a Esalq-Log(Grupo de Pesquisa e Extensão emLogística Agroindustrial).

Para o pesquisador Thiago Péra, daEsalq-Log, como a logística tem grandeimpacto no preço de comercialização épreciso fazer uma boa integração entretransportes e o uso de fretes de retornopara reduzir custos. “Em vez de pagar odeslocamento da volta, a transportadorapoderia oferecer um serviço de retorno aalguma empresa de fertilizante, porexemplo, por um preço menor. Aintegração é um gargalo em função daconcorrência dos produtos na ferrovia. Aforma de reduzir essa concorrência seriaaumentar a capacidade ferroviária”,admite Thiago Péra, pesquisador da Esalq-Log.

Segundo Péra, outra alternativa seriautilizar um sistema de armazenagem efugir dos picos de safra para diminuir os

custos. “Nesse período quem tem estoqueconsegue reduzir custo da logística eganhar maior margem em função do preçode comercialização. Seria uma meta deplanejamento entre a área comercial elogística das usinas”, diz.

Ele admite ainda que o

posicionamento de novas bases dedistribuições em pontos estratégicos pararedução de custo logístico total para oetanol e o etanolduto são alternativasimportantes. “O cenário do etanol éindefinido em função da falta de políticasgovernamentais. Mas o etanolduto deverá

solucionar boa parte do problema decustos, com a vantagem de fluxo contínuo.A conexão rododutohidro será eficientepara o transporte de etanol. Dependendoda competitividade de preço da rodovia ehidrovia, os preços poderão diminuir ematé 40%”, conclui. (AM)

Integração e fretes de retorno podem aumentar competitividade

Projeto do etanolduto ainda não está totalmente finalizado

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 42

Page 43: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Outubro/2013 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 43

Legislação polêmica

onera o setorNão bastasse a logística ser um gargalo para o país, muitas vezes, a

legislação pode onerar ainda mais o deslocamento e as operações dentro efora do campo. Isso porque o Conselho Nacional de Trânsito passará aexigir o emplacamento de tratores e máquinas agrícolas em todo o Brasil apartir de janeiro de 2015. O primeiro capítulo dessa história começou em2012 quando o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), apresentou aProposta de Lei 3312, que desobrigava tratores e veículos para o trabalhoagrícola, como colhedoras de cana, do registro e licenciamento anual. E ofinal polêmico, culminou em maio deste ano quando o projeto foi vetadopela presidente Dilma Rousseff. A partir daí, os automotores agrícolasfabricados de 1º de agosto de 2014 em diante, que transitem em viaspúblicas, devem ser registrados, licenciados e também emplacados.

Kazuyochi Ota Junior, engenheiro de manutenção automotiva naNovAmerica Agrícola, avalia que o emplacamento seria mais uma maneirade arrecadar dinheiro aos cofres públicos. “Medidas com maior orientação,sinalização das vias, condições de tráfegos, verificação das condições dasfrotas, informação sobre melhores logísticas de deslocamento de áreas sãomais primordiais, pois um acidente não será evitado apenas por utilizaçãode placas nos tratores. É importante evidenciar que medidas como essas sóaumentam o custo de produção, prejudicando ainda mais o setoragrícola/canavieiro”.

O deputado federal Alceu Moreira se diz indignado “pois em um paísrural, emplacar trator e máquinas e considerar uma colhedora como umcarro de passeio, isso é uma sandice. É uma manobra arrecadatória porparte do governo, que quer colocar a mão no bolso do produtor. Nãopodemos pagar essa conta”, lembra.

De acordo com especialistas, o emplacamento de cada veículo agrícoladeverá custar entre R$ 600 e R$ 1 mil. A presidente Dilma disse que oconceito do Projeto, que trata de veículos automotores destinados aexecutar trabalhos agrícolas é muito amplo e impossibilita que sedetermine com clareza quais os veículos que seriam objetos da dispensaproposta. (AM) Alceu Moreira: emplacar trator considerar colhedora como carro de passeio é sandice

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 43

Page 44: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTES44

Setor testa modelos para substituir utilitáriopreferido para otransporte de passageiros no campo

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A falta das Kombis para as usinassucroenergéticas é uma questão muitodiscutida no setor desde que a Volkswageninterrompeu sua fabricação no final de2013. Durante uma pesquisa realizada peloGmec – Grupo de Motomecanização doSetor ficou nítido a falta que o utilitário fazao segmento.

A polêmica em torno do assunto chegoua Brasília no final do ano passado, pois apossibilidade de ser aberta uma exceção àregra para a Kombi foi levantada peloministro da Fazenda, Guido Mantega.

Depois disso, o Conselho Nacional deTrânsito decidiu que a Kombi não seria umaexceção e que todos os veículos fabricados apartir de 2014 deveriam ter airbags e freiosABS. Com isso, a fabricação do veículo foiencerrada, pois segundo a montadora, seriainviável a Kombi receber os itens.

Questionada sobre um possívelsubstituto para a Kombi, a Volkswagenpreferiu não se manifestar. Entre asrespostas das usinas há casos de estoques deKombis e outras que utilizam micro-ônibuse vans. Até mesmo o modelo Doblô, da Fiat,esteve entre os utilitários testados.

Uma usina do interior paulista resolveutestar a Sprinter. Em relação à suspensãodo veículo, responsável por absorver asirregularidades do terreno e manter as rodasno chão, o responsável pela avaliação — quenão quis se identificar, sabe-se lá os motivos

— explicou que ainda é cedo pararesponder, pois o teste havia começadoapenas um mês atrás. “Nesse período nadaquebrou, mas isso não quer dizer que oveículo seja o melhor”, diz o responsável.

Segundo ele, ao comparar a Kombicom ônibus com mais de 10 anos de uso, asvantagens estão no custo-benefício, poismesmo quebrando mais, o custo de reparo emanutenção da Kombi ainda é baixo. “Eunão sei se o custo da Kombi é melhor que asvans atuais. Precisaríamos comprar duas decada modelo e colocar para rodar nosmesmos locais e acompanhar os custos porpelo menos três anos. Por isso fazemospesquisa com outras usinas para ver se estáindo bem, se quebra muito ou não.Testamos a Sprinter e percebemos que seucusto é um pouco acima da Kombi, mas émenor do que dos ônibus, com a vantagem

de ter ar-condicionado. É preciso levar emconsideração que ela só tinha 20.000 kmrodados (no teste de um mês) e a Kombitinha 240.000 km rodados”, reforça.

Carlos Garcia, gerente sênior deVendas e Marketing da Sprinter no Brasil,explica que a nova Sprinter cumpre comexcelência dois dos maiores desafios dotransporte: redução no consumo decombustível e no índice de emissões, alémdisso, em relação à suspensão, atenderia asnecessidades do segmento, pois as barrasestabilizadoras dianteiras e traseiras doveículo se mantêm estáveis e suave onecessário para absorver impactos devidoao alto nível de irregularidade do solo,propiciando maior conforto. “Outro fatorpositivo para a Sprinter acessar locais compista irregular é a altura em relação aosolo”, lembra.

Que falta

já faz a

KOMBI...

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 44

Page 45: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 45

Depois que a Volkswagen Kombi,uma das líderes em vendas de utilitáriosno setor sucroenergético, saiu de linha, osegmento se sentiu desamparado. Umadas razões é que as usinas ainda nãoconseguiram encontrar um veículosubstituto do mesmo porte, com custo-benefício atrativo e robusto como ele. AUsina Cerradão foi uma das empresasque correu para estocar duas unidades.“Estamos perdidos em relação aossubstitutos das Kombis. Optamos emcomprar e estocar duas últimas unidadesda região, pois não conseguimosencontrar outro veículo que nosproporcione um bom custo-beneficio,principalmente com peças de reposiçãobaratas iguais as das Kombis. A ideia éaguardar o que as montadoras vãooferecer”, diz Everaldo Honorato,coordenador de Manutenção.

Em tom de desabafo, o profissionalreclama do desamparo das montadorasem relação ao segmento sucroenergético.“A questão é que as montadoras deveículos leves e pesados não fabricamequipamentos para o setor canavieiro,nós que precisamos modificar osveículos. O setor busca novos modelosque substituam esses automóveis fora delinha, mas o custo é bem superior”,confirma.

Usina compra e guarda duas

últimas unidades da KombiMontadora evita compararSprinter com a Kombi

Diversas montadoras foram procuradas pelaequipe de reportagem, mas somente a Sprinter doBrasil se manifestou, deixando claro que omodelo da montadora não deve ser comparadocom a Kombi. Ao ser questionado sobre apossibilidade de atender as necessidades dasusinas através de algum tipo de adaptação parao transporte de pessoas no campo, Carlos Garcia,gerente sênior de Vendas e Marketing da Sprinterno Brasil, afirma que tem interesse de ouvir asusinas. “Cada linha possui especificidadestécnicas que podem atender esse segmento demaneira pontual. A família Sprinter ofereceexcelente capacidade de transporte, tanto no quese refere ao número de passageiros, no caso dasvans, quanto ao volume de carga dos furgões echassis. Isso se deve ao PBT – peso bruto total(3,50 / 3,88 / 5 toneladas) e das distâncias entreeixos. Devido às suas características técnicas, aSprinter nos permite racionalizar odimensionamento de frotas obtendo, com ummenor número de veículos, a redução do custooperacional. A linha de Van Sprinter oferece asopções de assentos que são 15+1, 17+1 e 20+1assentos, ou seja, 19 assentos para os passageirose mais o assento do motorista. Essasconfigurações já saem montadas de fábrica, oque assegura maior qualidade, conforto, robusteze segurança. Como opcional, a Sprinter aindaoferece um eficiente sistema de ar-condicionado”,explica. (AM)Everaldo Honorato, da Cerradão: “Ainda não

encontramos veículo de custo-benefício similar”

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 45

Page 46: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 46

Bosch Engenharia se consolida no setor sucroenergéticoA Bosch Engenharia, empresa pertencente a Bosch

Projects, da África do Sul, instalada em Piracicaba (SP),região tradicional no cultivo de cana-de-açúcar, oferece aomercado soluções com excelente custo-benefício.

Prova disto, é que de 2008 a 2010, a empresacomercializou 10 difusores modulares, sem corrente, paraunidades produtoras instaladas na América Latina, sendonove plantas no Brasil. Os números atestam a eficiênciada tecnologia desenvolvida pela empresa.

O mais recente equipamento comercializado foi oCozedor Contínuo a Vácuo de 2800 hl para a Usina SãoMartinho, localizada em Pradópolis, interior de SãoPaulo.

O equipamento, que pesa 200 toneladas, levou novemeses para ser construído e instalado, e trabalhaatualmente com 100% de sua capacidade, sendofundamental para os novos recordes de produçãoalcançados pela usina.

Ivan Voigt, diretor da empresa, explica com detalheso funcionamento do produto. “O CVP de massa B utilizasementes - produzidas em laboratório - e mel provenientedos cozedores de massa A. Durante este processo, oaçúcar contido no mel A é cristalizado nas sementes,fazendo-as crescer e tornarem-se cristais de açúcar B. Noprojeto desenvolvido pela Bosch, estes cristais ficam emum período idêntico dentro do CVP, fazendo com que elessaiam com tamanhos praticamente iguais. A excelentequalidade dos cristais de massa B auxiliam na produçãode cristais de massa A”.

Todos os demais equipamentos oferecidos pela Boschestão disponíveis no Brasil, incluindo desfibradores,peneiras rotativas para caldo, evaporadores de tubolongo, cozedores de vácuo contínuo, cristalizadoresverticais, separadores de arraste, secadores de açúcar,entre outros.

Grupos como Raízen, British Petroleum – BP eCargill, além de empresas do Peru e Paraguai, já seutilizaram dos serviços de consultoria oferecidos pelaBosch. Os executados mais recentes são osgerenciamentos das operações das fábricas na Destilaria

Lasa, em Goiás, e uma usina no Espírito Santo.

Bosch Engenharia19 3301 8101 www.boschengenharia.com.br

Cozedor contínuo a vácuo, produzido pela Bosch Engenharia

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 46

Page 47: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 47

Para a obtenção deresultados positivos,diversos fatores precisamser considerados nodesenvolvimento deprojetos para sistemas dedestilação e desidratação

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Processos otimizados da peneiramolecular voltados à desidrataçãoetanólica, sistemas de concentração devinhaça que possibilitam a diminuiçãodesse efluente em até dez vezes e soluçõeseficientes para a produção do etanolhidratado, incluindo o neutro e o extraneutro, fazem parte de um conjunto dealternativas desenvolvidas pelo mercadofornecedor com o objetivo de atender aexpectativa do setor sucroenergético porelevação de sua produtividade.

Existem diversos fatores que devemser considerados no desenvolvimento dosprojetos voltados para destilação,desidratação do etanol e concentração devinhaça, para atender da melhor maneirapossível as necessidades dos clientes emrelação ao processo de produção de etanol,afirma a engenheira química Maria de

Fatima Marchini, da VS Engenharia,empresa parceira da JW Equipamentos, deSertãozinho, SP

De acordo com ela, para a obtenção de

resultados positivos, os projetos precisamlevar em conta aspectos como: menorconsumo de vapor; redução de perdas dosefluentes; baixo consumo de água de

resfriamento; qualidade do produto final;redução dos custos operacionais eviabilidade do investimento.

“Todos os sistemas devem atender asnormas de projetos mecânicos, de segurançae também as necessidades de reduzir osefluentes e descartes dos processos,respeitando o meio ambiente”, comenta.

Segundo Fatima Marchini, osprocessos de destilação praticados pela JWpara o hidratado incluem a obtenção doetanol padrão combustível em pressãoatmosférica ou sob vácuo, com padrõesintermediários de acordo com anecessidade do cliente.

Os sistemas disponibilizados pelaempresa possibilitam a produção de etanolhidratado neutro e extra neutro tambémem pressão atmosférica ou em duplo efeito,ou seja, com redução no consumo de vapore água – informa.

Com o objetivo de oferecer alternativastecnológicas para a concentração devinhaça, a JW oferece duas opções deprocesso, sendo uma em duplo efeito com acoluna retificadora, reduzindo o consumode vapor, e outra opção utilizando vaporcom pressão de 0,7 kgf/cm²g ou 1,5kgf/cm²g”, detalha.

“Atualmente estamos participando deestudos para novos desenvolvimentosutilizando a biomassa para o etanol 2G, etambém o mix com uso nas plantas decana e milho”, revela Fatima Marchini, queé diretora de Engenharia da VS.

Tecnologias otimizadas elevam eficiência na produção de etanol

Maria de Fatima Marchini: sistemas devem respeitar o meio ambiente

JC 248 8/18/2014 8:16 PM Page 47

Page 48: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 48

Características positivasdo monoetileno glicolgarantem boa aceitaçãodessa tecnologia nasunidadessucroenergéticas

Para a obtenção do etanol anidro, omercado oferece diversas soluções. “Entreas tecnologias de desidratação do etanolexistentes atualmente, as peneirasmoleculares tiveram, nos últimos anos, umbom desempenho em relação à reduçãode consumo energético, água deresfriamento e por ser um processodiferenciado, automatizado e de fáciloperação”, destaca Maria de FatimaMarchini.

Os diversos modelos que utilizam apeneira molecular atendem o padrão ANPnacional e os padrões de exportaçãoexigidos pelos Estados Unidos e Europa.“Com a evolução das vias de obtenção doetanol anidro otimizamos também aredução no consumo de vapor e água”,afirma.

Esse aperfeiçoamento da tecnologiacriou condições para que a JWEquipamentos lançasse – observa – trêsmodelos de peneiras moleculares queatendem as necessidades específicas de

cada cliente: “CR” – com reciclo; “SR” –sem reciclo (com coluna retificadora empressão atmosférica); e “DE” – sem reciclo(com coluna retificadora a vácuo).

Os modelos “SR” e “DE”possibilitam a operação da unidade dedesidratação o ano todo, ou seja, noperíodo de entressafra, a planta queestiver cogerando terá energia disponível,e poderá produzir o etanol anidro, pois oprocesso de desidratação ficaindependente, nesses casos, do processodo hidratado – explica.

Outras opções para a obtenção doanidro, disponibilizadas pela JW, são ossistemas que empregam como agentesdesidratantes o monoetileno glicol (MEG)e o ciclo hexano. O processo, que utiliza oMEG, começou a ser implantado em 2002e tem boa aceitação até os dias de hoje,afirma Fatima Marchini.

Esse sistema de desidrataçãoetanólica da JW, modelo BSM (tecnologiapatenteada), é baseado nos princípios dadestilação extrativa. Segundo aengenheira química, algumascaracterísticas tornam esse processodiferenciado: o desidratante utilizadonão é volátil e não é inflamável;apresenta consumos de vapor e águareduzidos em relação a outros processos(exceto peneiras moleculares) e aceitamaior flexibilidade no grau alcoólico doetanol hidratado na alimentação doprocesso. (RA)

Peneira molecular reduz consumo de vapor e água

Peneira molecular possibilita a operação da unidade de desidratação o ano todo

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 48

Page 49: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 49

Page 50: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL 50

Soluções tecnológicasreduzem custos detransporte e de aplicaçãodesse efluente naadubação das lavourasde cana

A redução do volume de vinhaçaproporcionada por tecnologiasdesenvolvidas para essa finalidade é deaproximadamente dez vezes, podendovariar, para mais ou para menos, deacordo com o tipo de projeto, afirmaGuilherme José Balthazar Fernandes,engenheiro de aplicação da Citrotec,empresa de Araraquara, SP, que oferecediversas soluções nessa área.

“Com a concentração, o volume de ummilhão de litros de vinhaça pode serreduzido para cem mil litros” –exemplifica.

A diminuição de custos de transporte ede aplicação desse produto na adubaçãodas lavouras de cana, a elevação do teor depotássio, o reaproveitamento da águaretirada da vinhaça nos processosindustriais estão entre as vantagensproporcionadas pelos sistemas deconcentração, avalia. “O investimento sepaga em aproximadamente duas safras”,calcula.

O menor custo para a distribuição davinhaça concentrada possibilita tambémuma escolha mais criteriosa da área que vaireceber esse produto, o que pode favorecero aumento de produtividade emdeterminados locais.

A Citrotec tem disponibilizado para osetor algumas soluções para a concentraçãode vinhaça. Uma delas, o sistemaEcowaste, está em fase final dedesenvolvimento, segundo GuilhermeFernandes. O processo pioneiro é o Ecovin,um evaporador de concentração devinhaça, que consome vapor V1.

O segundo equipamento nessa área,desenvolvido pela Citrotec, é o Ecovin JLque produz etanol com a vinhaça jáconcentrada, sem requerer consumoadicional de vapor. Faz a concentraçãoutilizando vapores alcoólicos gerados nadestilaria. A Citrotec oferece o Reboiler deNévoa Turbulenta, que é um aquecedorindireto das colunas de destilação – explicao engenheiro de aplicação.

A empresa conta ainda com oEcowaste que está em desenvolvimento nomercado. “É um evaporador de vinhaçaque não usa vapor. Utiliza como fonte deenergia os gases das caldeiras”, diz. OEcowaste é o projeto mais recente deconcentração de vinhaça desenvolvido pelaCitrotec.

“Somente o Ecovin consome vapor. O

Reboiler não é um concentrador. É umequipamento que vai estar acoplado àdestilaria. Todos os evaporadores daCitrotec funcionam com princípio deevaporação por névoa turbulentadescendente”, esclarece.

A Citrotec fabrica e disponibiliza parao mercado um conjunto de colunas dedestilação com tecnologia da empresafrancesa Maguin-Interis, que é integradoao concentrador de vinhaça Ecovin JL.

“Todos os evaporadores de vinhaçada Citrotec são equipados com ocondensador evaporativo, exceto oReboiler. Isto faz com que o evaporadornão precise de uma fonte externa de água.O condensador evaporativo tem umapotência instalada muito baixa”, informa.

A escolha pelo tipo de sistema de

concentração depende da estratégia decada empresa. Algumas unidades têmvapor disponível e por isso optam peloEcovin. Outras têm maior disponibilidadede capital e preferem o Ecovin JL, que émais caro, mas não consome vapor,compara. A utilização desse processo exigeáreas maiores e, consequentemente, gastosmais elevados com tubulações de inox –observa.

“A aceitação dos sistemas deconcentração de vinhaça é muito boa.Quem não tem, quer ter. A crise afeta acomercialização. Mas, a procura sempreexiste. Os estudos das unidades, nessaárea, podem ficar engavetados. Mas, estãoem stand by esperando a melhoroportunidade para virar realidade”,comenta. (RA)

Sistemas de concentração diminuem volume de vinhaça

José Balthazar Fernandes: investimento se paga em aproximadamente duas safras

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 50

Page 51: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 51

MC Desinfecção trazsoluções voltadas àmelhoria do rendimentoda fermentação etanólica

DA REDAÇÃO

Com objetivo de melhorar eacompanhar o rendimento industrial —alvo perseguido em todas as usinas do país—, a MC Desinfecção Industrial passou aoferecer um pacote com dez unidades doKit MC, produto que permite quantificarem até 60 minutos a contaminaçãobacteriana nos caldos do processofermentativo, incluindo o treinamento parasua utilização.

Realizado in loco, o treinamento buscacapacitar os profissionais da usina,oferecendo em uma única vez, aoportunidade de vários funcionários seespecializarem.

Durante sua implantação, todas asdúvidas dos colaboradores são sanadas atéque estejam seguros para realizar odiagnóstico, escolhendo o tubo correto paracomparar com o ‘Gabarito de Cores’,componente desenvolvido especialmentepara o Kit.

Todo rastreamento é discutido até quese tenha um número confiável quanto à

contaminação bacteriana no processo defermentação. Com o trabalho, é possívelotimizar tempo para que as devidas ações

corretivas e preventivas sejam tomadas semdepender dos métodos convencionais, quedemoram mais de 48 horas para

apresentarem os resultados.A metodologia foi validada por

plaqueamentos prévios, realizados emdiversas universidades e usinas, os quaisderam origem ao ‘Gabarito de Cores’, cujoresultado poderá ser obtido em até 60minutos.

A alta performance nesta etapa deprodução de etanol tem chamado aatenção das empresas, que buscammudanças, inovações tecnológicas,capacitação profissional e educaçãocontinuada.

Mário César Souza e Silva, biomédico-microbiologista especializado emDesinfecção Industrial, diz que aquantificação ajuda a calcular o volume deantimicrobianos e antibióticos a seremaplicados corretamente. “O caldo doprocesso fermentativo possui sacarose a serconvertida pelas leveduras em açúcar ouetanol, mas essa sacarose também podeservir de alimento para outroscompetidores (bactérias contaminantes dafermentação). Com a perda dessa sacarosea usina toma prejuízo. Então quanto maisrápido quantificar o nível de contaminaçãoe corrigi-la, menor será a perda”, explica.

A solução cromogênica do Kit MC écomposta por pigmentos exógenosprecursores de cor azulada (IndicadorCromogênico) e a caixa contém 36 tubos de5 mL de solução cromogênica cada, seispipetas de Pasteur descartáveis e umGabarito de Cores.

Treinamento leva eficiência ao controle microbiológico

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 51

Page 52: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL52

Curso de Vasos de Pressão atualiza NR-13

MAIS PREPARADOS — Daniel Cardoso,supervisor de manutenção da Biosev,ressaltou a importância do curso paraqualificar toda a equipe e a indústria.“Voltaremos mais preparados para aempresa, com mais conhecimento sobre otema e aptos a exigir dos nossosprestadores de serviços adequação àsnovas regulamentações”.(Daniel Cardoso, supervisor demanutenção da Biosev)

DEMANDA POR ATUALIZAÇÃO —Paulo Santos, projetista da Goiasa, jáparticipou de outros eventos promovidospela parceria Sinatub e ProCana Brasil.Afirma que há demanda interna pelaatualização da equipe. “Sabemos comoo tema é importante, já não é o primeirocurso que realizo, a empresa percebe oretorno deste investimento em nós, quevoltamos mais preparados em termostécnicos pelo conteúdo e contato comprofissionais de outras usinas”.(Paulo Santos, projetista da Goiasa)Antônio Carlos Leal falou sobre qualidade dos vasos de pressão

WELLINGTON BERNARDES,

DE RIBEIRÃO PRETO

Durante a segunda semana de agosto,do dia 5 a 8, aconteceu o Curso de Vasosde Pressão, em Ribeirão Preto (SP).Realizado pela Sinatub em parceria com aProCana Brasil, o evento levouconhecimento teórico e estudos de casossobre projetos e inspeção de caldeiras,vasos de pressão e tubulações, com baseem procedimentos como a NR-13, ASMECode, dentre outros. A terceira edição docurso teve enfoque nas recentes mudançasna NR 13, que ocorreram no início demaio, atualização com grande demandanas usinas sucroenergéticas.

Com duração de quatro dias, o cursofoi dividido em dois módulos. No primeiroos alunos entenderam as etapas de umprojeto de vaso de pressão, com cálculosdas pressões interna e externa, edimensionamento de aberturas, bocais e

flanges. Ao final desta primeira etapa, osegundo módulo discorreu sobre alegislação e inspeção de caldeiras, vasos depressão e tubulações.

Foram 25 participantes, a maioriaoriunda do setor sucroenergético, quebuscava atualização sobre a NR-13. ParaLuiz Cláudio Pereira Silva, organizador docurso e diretor da Sinatub, o curso teveenorme aceitação pelas empresassucroenergéticas, que enviaram seusgestores para atualização e capacitação,para transmitir aos colaboradores eprestadores de serviços as mudançasocorridas na Norma Regulamentadora ecálculos de vaso de pressão, segundo aNorma ASME. “Há uma grandepreocupação por parte das usinas pelaformação de seus profissionais. Os presentesneste curso possuem elevada experiência noassunto, o debate que ocorre dentro e forade sala é elevado e engrandecedor,refletindo em melhorias na indústria deaçúcar, etanol e energia”, afirmou.

O engenheiro naval, formado pelaEscola Politécnica da USP, AntônioCarlos Basso da Cunha Leal, tem grandeexperiência em processos industriaisvoltados aos ajustes de fluidos é oinstrutor desta terceira edição. Eleacredita que há carência de investimentosnesta área. “Observo no setor umadesatualização. Há vasos muito antigosnas usinas, fabricados em uma época emque não havia regulamentação”, explica.Para o engenheiro, a qualificação nãopode parar na equipe da empresa, areciclagem deve acontecer em sintoniacom as novas tecnologias disponíveis nomercado. “Há um entrave nesta área, osfabricantes e fornecedores possuíam vasosde pressão de qualidade inferior, nossaexpectativa é estimular, como já vemocorrendo, a melhoria nos processosprodutivos desta indústria, com aimplementação de equipamentos maisatualizados e profissionais maispreparados”, conclui.

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 52

Page 53: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 53

Page 54: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL54

Cerradinho Bioenergiaterá mais 90 MW comTurbina TGM emChapadão do Céu, GO

DA REDAÇÃO

O cenário industrial no Brasil dápassos largos e significativos quando oassunto é turbinas a vapor para geração deenergia elétrica. O processamento dematérias-primas como cana-de-açúcar,palha, milho, sorgo sacarino, entre outras,para produção de etanol 1G, 2G, açúcar,energia, leveduras e outros produtos emuma mesma planta garante a geração deenergia e, ainda, potencializa um excedentepara exportação.

O diretor de engenharia da TGM, JoséPaulo Figueiredo, afirma que adiversificação no processamento dematérias-primas é uma alternativa que estáganhando espaço nos projetos.“Tecnicamente, a escolha do produto aprocessar é uma decisão de cada unidade eapresenta uma gama de alternativas comrelação à turbina a vapor que seráaplicada, como exemplos: Turbinas decontrapressão, condensação, extraçãocontrolada, dupla extração controlada esistemas modernos de automação econtrole”, explica.

Segundo ele, todos os itens compõem

a versatilidade das turbinas TGM. “Provadisso são as inúmeras inovaçõesdesenvolvidas para cada cliente que tornoua empresa referência mundial, justamentepor ser o berço das tecnologias no setorsucroenergético e por trazer soluções

versáteis, seguras e eficientes em diversossegmentos”.

Uma das soluções é o cicloRegenerativo que aumenta a eficiência daplanta, gerando mais vapor com o mesmocombustível, utilizando parte do mesmo

para aquecer o condensado queretroalimenta a caldeira.

José Paulo Figueiredo enfatiza que énecessário, na fase de projeto, estudartodas as possibilidades para que a turbinaesteja preparada para os processos futuros.

TURBINAS TGM AGREGAM VALOR AO SETOR

Um exemplo prático é a consolidaçãodo fornecimento de mais 90MW para aCerradinho Bioenergia, localizada emChapadão do Céu, GO. O equipamento épreparado para atender processos deprodução de açúcar, etanol 1G, 2G, etanolde milho e energia elétrica com cicloregenerativo, complementando os 80 MW jáinstalados.

Segundo Marcelo Severi, gerente dodepartamento comercial da Unidade deNegócios de Turbinas TGM, odesenvolvimento do projeto permitiu atenderos diversos processos industriais,maximizando a geração de energia elétrica eproporcionando um incremento da energiadisponível para exportação.

“Não há uma fórmula padrão. Estudosdeterminam a melhor solução para cadanegócio e a TGM conta com uma estruturacompleta para auxiliar nos estudos e nofornecimento de equipamentos para geraçãode energia e cogeração, com tecnologia 100%nacional”, completa Severi.

“A TGM é uma multinacional brasileiraque fabrica turbinas a vapor compactas, defácil operação para geração de energia até150 MW de potência nominal, sendo elas demaior eficiência termodinâmica do mercado.A TGM também fabrica redutores paralelose planetários que contribuem com aeficiência na cogeração”, lembra Severi.

Projeto atende os mais variados processos produtivos

Turbinas TGM instaladas na São Martinho produzindo 100 MWh de energia elétrica

Turbina TGM para acionamento direto de gerador dois polos: alta tecnologia fortalece receita do cliente

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 54

Page 55: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 55

Uma planta industrial precisa estarapoiada em três pilares, sendo:disponibilidade operacional, segurança eeficiência, para garantir seu funcionamentopleno. E a cultura da manutenção ganhaespaço e fortalece estes pilares com osserviços de revisão, recuperação,repotenciamento e modernização. Todosestão em ascensão nas indústrias, tornando-se também uma solução na redução decustos.

Segundo Mauro Moratelli, gerente dodepartamento comercial da Unidade deNegócios de Serviços TGM, em uma usina dointerior paulista, por exemplo, foi realizadoum serviço em turbina de condensação de30MW de outro fabricante. “Com quatroanos de operação, o equipamento apresentoudesgaste prematuro em 30% das palhetas. Asolução foi aplicar a engenharia reversa paratroca dos componentes desgastados, alterar ocanal termodinâmico e incrementar aeficiência da turbina. O equipamento deoutra marca opera em plena carga com atecnologia TGM”.

Para Mauro, “o objetivo é inserir atecnologia TGM nos equipamentos existentesno mercado. Temos estrutura para revisar,modernizar, repotencializar, fazer engenhariareversa e fornecer peças de reposição emqualquer marca ou modelo de equipamento,não só em turbinas, mas também emredutores. Isso faz parte das soluçõesdiferenciadas TGM para uma maioreficiência e segurança da planta do cliente”,garante Mauro.

Revisão, modernização e repotenciamento em turbinas ganham destaque

A extração do caldo está cada vez maiseficiente com a aplicação dos redutoresplanetários. As usinas e destilarias tendema optar por esta tecnologia pelo seurendimento em operação e pela expressivacontribuição no menor consumo de energia,consequentemente, disponibilizando maisenergia elétrica para comercialização.

“Com ações e soluções visando amaximização dos resultados energéticos, aeficiência industrial está em primeiroplano nas unidades que comercializamenergia ou que necessitam reduzir oconsumo interno”, disse Vicente de PaulaSilva Jr, coordenador do departamentocomercial da Unidade de Negócios deTransmissões TGM .

“Em um estudo comparativo deeficiências é possível analisar o quanto oG3 Full é mais vantajoso. Considerando aeficácia do conjunto relacionado às perdasmecânicas, o redutor planetário TGMpossui superioridade energética em relaçãoaos redutores de eixos paralelos, tanto naaplicação central quanto individual dosrolos”.

Ao caminhar em direção às novastecnologias, os planetários G3 Fulltrouxeram ganhos significativos no quesitodisponibilidade operacional da moagem,economia em manutenção das moendas edifusores, bem como maior flexibilidadeoperacional com outras tecnologias. “Ou

seja, é a verdadeira evolução do universo deacionamentos em usinas e destilarias”, diz.

Em relação à configuração deinstalação, o G3 Full pode ser aplicadoindividualmente no rolo através de flangese discos de contração, ou até mesmo deconversores de torque oscilantes naaplicação central. “Esta flexibilidadepermite a instalação dos redutores emetapas, como em unidades que possuemacionamentos turbinados e que planejamo aumento da moagem e eletrificação do

conjunto de extração”, revela Vicente Jr.De acordo com Vicente Jr, o

planetário G3 Full é o mais vendido dosetor, pois é superior aos demais domercado, é mais resistente e tem preçoscompetitivos. Está também instalado emacionamentos de difusores nas UnidadesRio Dourado da SJC Bioenergia e naTropical da BP. “Para o cliente, a reduçãode custo em manutenção ao longo da vidado equipamento é um grande atrativo”,comenta.

G3 Full, a mais nova geração de Redutores Planetários TGM

Planetários TGM acionando moenda na Unidade Tanabi Guarani S.A.

Redutor planetário recebe tecnologia TGMTurbina após realização de serviços TGM

SERVIÇOS NA FÁBRICA E EM CAMPOÉ disponibilizado aos clientes uma série de serviços TGM em fábrica ou em campo, como por exemplo:

NA FÁBRICA TGM EM CAMPO� Atendimento 24h � Alinhamento de carcaça� Balanceamento em baixa e alta rotação � Boroscopia� Revisão � Inspeções� Repotenciamento � Instalação Start-up� Engenharia reversa e produto � Revisão� Transformação de simples estágio para multiestágios � Modernização� Modernização em sistema de selagem � Automação e Controle� Modernização em sistema de controles hidráulicos � Manutenção corretiva/preditiva� Fabricação de peças � Operação assistida

SOBRE A TGMCom 23 anos de experiência

no mercado, a TGM está sediadaem Sertãozinho, SP, possui outrastrês unidades, sendo: Maceió, nonordeste brasileiro, São José dosCampos, próxima à capital de SãoPaulo e em Nürnberg, naAlemanha, bem como está presenteem mais de 40 países e mais de 550clientes atendidos anualmente.

Considerada a maior empresada América Latina no segmento, aTGM é uma multinacionalgenuinamente brasileira, queadquiriu o respeito e a confiança deseus clientes na fabricação de maisde 1.000 turbinas a vapor, quetotalizam 10.2 GW de energia,1.330 redutores planetários, 460redutores paralelos, 28 redutoresespeciais e 550 turbinasrepotenciadas. Realiza tambémserviços de repotenciamento,revisão, modernização em turbina eredutor de qualquer marca.

Além da tecnologia 100%brasileira, outro diferencial é oAtendimento 24 h da AssistênciaTécnica, realizando o atendimentode forma ágil, eficaz e precisa.

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 55

Page 56: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL56

POR MARCEL SALMERON LORENZI

Em busca de contínua sustentabilidadee redução do custo de produção do etanol, aFermentec propõe operar o processo defermentação com teores alcoólicos maiselevados, promovendo redução dos custoslogísticos do transporte e distribuição davinhaça, economia de energia (vapor) noprocesso de destilação e também com a águade tratamento do fermento.

Além disso, a tecnologia transcende oseu propósito ao permitir a sinergia comnovas tecnologias do setor, além dos ganhosjá inerentes e imediatos à sua implantação.

De acordo com a empresa, a Fermentecé a única com conhecimento e tecnologiapara orientar usinas e destilarias atrabalharem com teores alcoólicos maiselevados, de maneira consistente e estável,superando os 8,5% v/v atuais para até 12%v/v de teor alcoólico, através do uso deleveduras e ajustes de processo. Tudo issodentro de um cenário de viabilidade técnica efinanceira, com retorno garantido. Os ganhospodem ultrapassar R$ 3,5 milhões/safra*somente com a economia com a distribuiçãoda vinhaça no campo.

ESTUDO DE CASOEm uma usina que processa 4 milhões

de toneladas de cana, elevando o teoralcoólico para 12% v/v, a Fermentecdesenvolveu, em parceria com a Fapesp,

através do programa Pipe, uma novalevedura, a Levedura Fermel®. O intuito éproporcionar ao setor uma nova levedura,mais adaptada às condições de colheitamecanizada, mais tolerante a mosto demelaço e água, e que suporte teores alcoólicoselevados, além de rápida velocidade defermentação e recuperação após paradas, ouseja, uma levedura com características dedominância, robustez e resistência frente àsoscilações do processo industrial. Os efeitospositivos dos avanços tecnológicos e

gerenciais, agrícola e industrial, sãoevidenciados na contínua queda de custos,mas ainda existem ganhos significativos arealizar nos próximos anos. E as tecnologiasdesenvolvidas pela Fermentec compactuamcom essa filosofia, pois os processos visam àredução do custo do etanol em busca dasustentabilidade do setor.

Fermentec19 2105.6100www.fermentec.com.br

Fermentec orienta usinas a alcançar teores alcoólicos mais elevadosTADEU FESSEL

NÚMEROS DAFERMENTAÇÃO

Teor Alcoólico .L Vinhaça/ L Etanol(% V/V) . . .(Aquecimento Indireto)8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10,59 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9,1110 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .811 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7,0912 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6,33

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 56

Page 57: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 57

Page 58: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL58

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Aconteceu nos dias 24 e 25, emRibeirão Preto, SP, o Curso de Caldeiras,Vapor e Energia. O evento apresentou paraos 120 participantes, 17 palestras queabordaram a otimização industrial eagrícola para geração de energia ebiocombustíveis.

Para Luiz Cláudio Pereira Silva,organizador do evento e diretor da Sinatub,o curso, que teve 70% dos presentesoriundos do setor, possibilitou umaoxigenação do segmento pelo rico debateque promoveu. “O curso trouxe gestores degrandes empresas para informar osparticipantes sobre suas atuais tecnologias.E ainda um diálogo entre palestrantes eparticipantes, que expuseram suas dúvidase realidades”, explicou.

Um dos destaques do evento foi apalestra de abertura do diretor técnico daMCE Engenharia, José Campanari Neto,que trouxe para os presentes algumasalternativas para melhorar a eficiênciaenergética de usinas. Campanari faloutambém sobre os atuais entraves que

seguram o crescimento da geração deenergia a partir da biomassa no país.“Cada sistema de geração deve competirentre si, atualmente os leilões de energianão separam por matéria-prima asfornecedoras de energia, nas quais hácustos diferentes decorrente de cada tipo deprocesso”, explica. Para o engenheiro, a

VITRINE — O evento éuma vitrine para nossaequipe, que tentacontinuamente divulgarnovas tecnologias, alémde estreitar as relações como público, que conhece de maneiraantecipada as novidades para o setor. Francisco Lineiro, do CTC Piracicaba

TROCA DE INFORMAÇÕES— Podemos trocar

informações entrefornecedores eprestadores de serviços,

não apenasdemonstrando, mas também

aprendendo com as experiênciasem campo relatadas para nós.Helcio Lamônica, do CTC Piracicaba

INFORMAÇÃO DEQUALIDADE — “Estoupositivamente surpresocom a qualidade dasinformaçõestransmitidas durante oevento. Sou do setor privado,não tenho conhecimentos específicos deengenharia, mas adianto que através daspalestras já pude planejar novas formas de gerirmeu negócio”.Isaac Teitelbaum, da CRS Trade

INFORMAÇÕESRELEVANTES — “É asegunda vez queparticipo do evento,tenho consciência darelevância deste encontropara o setor, principalmente para osegmento de geração de energia, que possuiexcelente inovação e boas expectativas decrescimento”.Viviane Facchini, da Energisa

EXPERIÊNCIABRASILEIRA — “É muitoimportante saber o que oBrasil está discutindo

neste setor, podemosaproveitar e aprender com

todo o conhecimento e experiênciaque os brasileiros possuem nesta área deaproveitamento energético”.Jorge Stanley, da Alcoholera Paraguaya

TEORIA E PRÁTICA — Oevento reúne teoria eprática, desde a partede projetos até a etapade tratamento de água. Éo terceiro ano que venho,prova que reconheço a relevânciado curso no calendário de eventos do setor.Thiago Zampar, da Usina da Pedra

“Curso de caldeiras, vapor eenergia discute integração entreindústria e o mercado

José Campanari Neto, diretor

técnico da MCE Engenharia

D E P O I M E N T O S

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 58

Page 59: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 59

geração através da biomassa podefortalecer a segurança energética do país.“O setor tem capacidade de fornecereletricidade em épocas de seca, umagrande vantagem e solução para os atuaisproblemas energéticos nacionais”,concluiu.

Como ferramenta para fortalecer acomunicação entre participantes epalestrantes, através das trocas deexperiências e casos, a organizaçãopromoveu um painel no final das palestrasdo primeiro dia. Com moderação de PedroCardoso, da Pedrosa Consultoria,

integraram a mesa quatro destaques dosegmento industrial sucroenergético:Rogério Perdoná do Grupo Odebrecht;Alexandre Pedroso da Raízen; AntônioCarlos Viesser da Usina Santa Cândida eLuiz Antônio Magazoni da Usina SãoDomingos.

No debate, as discussões não foramlimitadas aos elementos técnicos dosprocessos industriais. A mesa e osparticipantes fizeram uso de seusconhecimentos sobre o tema paraanalisar a atual situação do setor emedidas para alavancar a produtividade.

Magazoni, diretor industrial da UsinaSão Domingos enfatizou que o momentopode não ser o mais favorável para aagroindústria da cana-de-açúcar, mas éem situações como esta que oinvestimento é a melhor opção. “Temosque buscar a máxima eficiênciaenergética, estamos estudando comoaproveitar a caldeira durante todo o ano,com fornecimento contínuo de energia,acreditamos neste produto como umafonte real de retorno”, explicou.Pedroso, gerente de projetos da Raízen,elogiou o sistema de caldeiras em leito

fluidizado, por demandarem menoresmanutenções e afirmou aos presentes quenovos investimentos são importantes. “Omomento é de reavaliação, nos próximosanos haverá mudanças, as oportunidadespodem aumentar, inclusive os preços dosprodutos da cana-de-açúcar”, explicou.

Para os integrantes da mesa e osparticipantes, as oportunidades virãotambém pelo rápido crescimento datecnologia de caldeiras, Viesser afirma queeste segmento teve uma rápida evolução e osetor não conseguiu acompanhar. Amatéria-prima também está diferentedevido ao processo de colheita, que carregaimpurezas como o enxofre. “Até hojeninguém conseguiu mensurar qual omelhor processo para manutenção daqualidade da biomassa. Há diferentesmaneiras de transportar, armazenar etambém de queimar”, explicou o gerenteda unidade Santa Cândida. Perdoná, dogrupo Odebrecht, ressaltou a deficiênciaem quantificar esta qualidade.Para oengenheiro, pesquisas que resultem emtécnicas para assegurar a longevidade dobagaço contribuirão para a cogeraçãocontínua nas usinas.

Paralelamente ao evento, aconteceu afeira de utilidades, com doze expositoresque apresentaram as últimas novidadestecnológicas para o desenvolvimentoindustrial e agrícola. “A feira é umcomplemento dos ciclos de palestras, naqual as empresas possuem maior tempopara apresentar o conteúdo técnico de seusprodutos e inovações”, afirmou LuizCláudio.

Antonio Viesser (Tonon-Santa Cândida), Alexandre Pedroso (Raízen), Luiz Magazoni (Usina São Domingos) e Rogério Perdoná (Odebrecht)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 59

Page 60: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL60

APOIO

PATROCINADORES

Cyro Corteze e Eduardo Munhoz, da GWE do Brasil Gilson Ordones e Hilário Moreira, da HPB Energia

Guilherme Fernandes, da Citrotec Gustavo Bronhara e Luiz Cláudio, da Dinatecnica

Hermano Xavier, da Spirax Sarco Leonardo Buranello e Vicente de Paula, da TGM

Lucas Monteiro, Angelo Kaiser e Adalberto Silva, da Siemens Mauricio Alves, Luiz Messias e Wellington Santos, da DLC Diesel

Ricardo, da Sermatec Roberto Aneas, da Isover Saint-Gobain

FEIRA DE UTILIDADES

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 60

Page 61: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 61

Page 62: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL62

Setor adere à otimização de caldeiras

Adilson Pences, gerente técnico comercial da Dedini

Demanda por maior produção devapor, temperatura e pressão levamunidades a encomendar serviço

Cada vez mais, as usinas do setor sucroenergéticoprocuram a Dedini Indústria de Base, com o objetivo deotimizar suas caldeiras, principalmente para o aumento dacogeração de energia. De 2003 até junho passado foramotimizadas 188 caldeiras, sendo 171 no mercado brasileiro e17 na América Central e do Sul.

“Os principais motivos que levaram essas usinas aotimizar as caldeiras foram o aumento da produção de vapor,temperatura e pressão para cogeração de enérgica elétrica,melhoria do projeto para aumento do rendimento doequipamento diminuindo o consumo de combusteis”, explicaAdilson Pences, gerente técnico comercial da DediniIndústrias de Base – RGD Utilidades Industriais.

Para isso, a Dedini dispõe de uma área específica deUtilidades Industriais, incorporada ao Sistema RGD -Gerador de Soluções, que atua principalmente, focada emserviços, peças de reposição e otimizações em caldeiras, alémde desenvolvimento e/ou adequação de projetos de terceirospara fabricação de partes de pressão em nossas unidadesfabris localizadas em Sertãozinho (SP) e Maceió (AL).

Segundo o gerente, a opção com aproveitamentos parciaisde equipamentos existentes e periféricos, alterando ascaracterísticas das caldeiras instaladas, tem tido grande aceitaçãopelo mercado, nas seguintes alternativas: mantendo-se a pressãode operação e temperatura do vapor superaquecido eaumentando-se a capacidade de geração da unidade; mantendo-se a pressão de operação e a capacidade de geração eaumentando-se a temperatura do vapor superaquecido daunidade; mantendo-se a pressão de operação e aumentando acapacidade de geração e a temperatura do vapor superaquecidoda unidade e aumentando-se a pressão de operação, acapacidade de geração e a temperatura do vapor superaquecidoda unidade. “Tais intervenções podem ser executadas em fasesprogramadas, o que viabiliza custo-benefício ao cliente”, informa.

O RGD - Utilidades Industriais está discutindo comclientes, várias propostas de otimizações em caldeiras, pararealização já na próxima entressafra. “Temos a melhorsolução para as necessidades do setor sucroenergético, com agarantia Dedini”, finaliza.

Dedini19 3403.5474 www.dedini.com.br

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 62

Page 63: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:17 PM Page 63

Page 64: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA INDUSTRIAL64

ANDRÉ RICCI, DE PITANGUEIRAS (SP)

O Gegis – Grupo de Estudos emGestão Industrial do Setor Sucroenergéticose reuniu no dia 25 de julho para mais umareunião em 2014. Desta vez, o encontroaconteceu na Usina Pitangueiras, unidadelocalizada em cidade de mesmo nome nointerior de São Paulo, e contou com aparticipação de cerca de 50 pessoas.

João Henrique de Andrade, diretor,Eduardo Prezinhas, gerente agrícola, eGilmar Galon, gerente industrial, todos daPitangueiras, foram os responsáveis porfalar sobre o trabalho de manejo da palhaimplementado efetivamente nesta safra

pela unidade. Eles explicaram passo a passo como a

empresa tem conseguido melhorar seurendimento agrícola e industrial, trazendoretorno financeiro considerável em médioprazo. “Na área agrícola, vimos adiminuição de incêndios em palha,processo de rebrota do canavial mais rápidoe diminuição da cigarrinha. Mas, o grandebenefício está na cogeração, já queeconomizamos no consumo de bagaço e outilizaremos para geração de energia naentressafra”, diz Andrade.

Márcio Roberto Móri, da TononBioenergia, também contribuiu com suahabitual explanação sobre os indicadoresindustriais referentes a safra 2014/15.

Tecnologia proporcionadiminuição da umidade do bagaço

DA REDAÇÃO

As moendas vêm passando por umasérie de adequações e otimizações que ascolocam, dentre os sistemas de extraçãode caldo utilizados, como o de com maioreficiência. Porem a retirada do caldo sobforte pressão entre seus rolos ainda é umproblema de difícil solução. A partir daevolução dos rolos perfurados, lançadosna década 80, surgiu no mercado, ascamisas de alta drenagem “D.CAD”, daDedini que vêm de encontro a essa antiganecessidade.

A Usina Rio Pardo instalou na safraatual, no 5º terno do rolo superior damoenda de 42x78”, uma Camisa de AltaDrenagem da Dedini, com o objetivo dereduzir a umidade do bagaço e aumentara extração.

De acordo com Carlos Caserta,gerente industrial da unidade, a umidadefinal do bagaço antes e depois dainstalação da D.CAD mudou, já que nasafra 2013 o acumulado era de 53,41 %,e nesta temporada passou para 47,54%,em média. “Na safra passada, o pol dobagaço era de 2,26 % e após a instalaçãoda Camisa passou para 1,58 %, na médiada safra. A extração de pól antes e depoisda instalação da camisa D.CAD passoude 94,37% na temporada 2013, para96,75% na safra atual, na média dasafra”, revela.

Caserta afirma que a partir dainstalação desta camisa foi possívelaumentar a taxa de embebição, já que amédia de temporada de 2013 era de22,84% e saltou para uma média de

29,35%. “Não existe nenhuma restriçãoou dificuldade para a aplicação dechapisco, o único cuidado na aplicação épara não atingir o fundo do friso.Também não existe dificuldades emrelação ao ajuste dos pentes. Estamosdeixando uma folga de 2 mm entre opente e o fundo do friso”, lembra.

Ele admite que até o momento, nãoocorreu entupimento dos furos dedrenagem. “Para a limpeza dos furos dedrenagem a Usina está utilizando somenteágua quente na faixa de 55°C. A RioPardo estuda a instalação de outra camisaD.CAD no rolo superior do primeiroterno, com objetivo de aumentar aextração do caldo primário para produçãode açúcar, contribuindo diretamente noaumento da extração. Recomendamosessa nova tecnologia para outras usinas,pois os números mostram que osresultados foram muito significativos emrelação as safras anteriores”, afirma. Alémda instalação da camisa perfurada noquinto terno foi reduzido o friso da camisade 2” para 1,1/2”.

Carlos Caserta, gerente

industrial da Usina Rio Pardo

Camisa de alta drenagem aumentaextração de usina paulista

Gegis discute

manejo da palha

TROCA DEINFORMAÇÕES —“Trocarinformações compessoas envolvidascom o setor é muitoimportante. Conhecemos o trabalhode especialistas que atuam em regiõesdistintas da nossa, o que contribuipara o aprendizado de todos.Especialmente em um momento ondetemos tantos desafios, estas reuniõesse tornam fundamentais”.Carlos Manoel dos Santos, o “Xuxa”, da Usina Pitangueiras

BENEFÍCIOS DAPALHA — “Estamosaprendendo muitocom as novidadesdo setor. Nãotínhamos oconhecimento de que a palha poderiatrazer tantos benefícios para asusinas. Ela pode ajudar as empresas aatravessar esta fase crítica quevivemos. Como se trata de algorecente, estes debates podem nosajudar a evoluir”. Benedito Luiz Ferrante, da UsinaPitangueiras

D E P O I M E N T O S

Page 65: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 65

Page 66: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO FORNECEDOR66

Gatua realizará seu 10º congresso anual em novembroProgramado para os dias 25, 26 e

27 de novembro, em Ribeirão Preto (SP),o 10º Congresso Anual Gatua 2014 queratrair o maior público de suas edições,pois, pela primeira vez, permitirá aparticipação de empresas de outrossetores da economia, como forma demostrar o trabalho feito pelo Gatua e osenormes benefícios para os seusassociados e para o mercado brasileirode TI.

O Gatua — Grupo das Áreas de

Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol eEnergia, que conta com 322 usinasassociadas, de 4 países, procura reunir amaioria dos seus associados para umconjunto de palestras, rodadas denegócios, meeting tables e uma feira detecnologia com 32 stands, onde osfornecedores de TI poderão apresentar asnovidades e o que existe de mais atualpara auxiliar na automação dos processosde uma usina de açúcar.

Os congressistas terão acesso a muitas

novidades tecnológicas – hardwares,softwares, serviços e soluções, além depalestras e temas também voltados àsvárias áreas organizacionais – agrícola,indústria, financeiro e controladoria, RH,fiscal, entre outras. “Com a adesão devárias empresas expositoras epalestrantes, e com várias inscrições jáfeitas, por parte das usinas e tambémoutras empresas, resolvemos aumentar acapacidade do Auditório Máster, de 250para 300 lugares, além dos balcões que

permitirão que quase 100 pessoas possamacompanhar as palestras em pé –atendendo a alguns pedidos” informaCarlos Barros, ou Bill, como é conhecido oCoordenador Nacional do Gatua.

As inscrições podem ser feitas no siteoficial do eventowww.congresso.gatua.com.br.

Gatua (16) 3329.4281 www.gatua.com.br

Congressistas terão acesso a novidades tecnológicas

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 66

Page 67: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 67

Page 68: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014MERCADO FORNECEDOR68

O S A M I G O S D A F E R S U C R ODurante a 11ª Fersucro, que aconteceu nos dias 9 a 11 de julho, no Centro de Convenções, em Maceió, AL, diversos

expositores mostraram as últimas novidades tecnológicas para o setor sucroenergético. Confira a seguir, alguns destaques:

TGM: NOVIDADES DA INDÚSTRIA DE BASE Fornecedora de soluções e equipamentos para acionamentos de geradores de energiaelétrica, principalmente renovável, a empresa localizada em Sertãozinho, SP, levou seuportfólio para as usinas sucroenergéticas nordestinas.

MIBASA: CORREÇÃO DE ACIDEZ NO SOLOSediada em Arapiraca, AL, a Mineração Barreto disponibilizou em seu estande amostras deseus produtos voltados para o setor agrícola, como o Calcário Mix, que corrige a acidez eainda fornece cálcio, fósforo e magnésio, e o MB-4 Sicamag, composto de silicato de cálcio emagnésio, que contribui para o aumento da resistência a pragas.

AMANCO: SOLUÇÕES EM TUBOS PARA CANAVIAIS

A empresa trouxe uma inovaçãopara o setor agrícola esucroenergético, os tubos de pvc de180 mca. Este aguenta maiorcarga com menor espessura deparede, que permite odimensionamento de adutorescom maiores espaços paratransportar líquidos. Compossibilidade de curvatura de até11 graus, este tubo já possuiutilização em outros segmentos.

FCN: EQUIPAMENTO PARA MELHOR CORTE DA CANA

A FCN apresentou durante o XXXISimpósio da Agroindústria da Cana-de-açúcar, evento parelelo à feira, suastecnologias para o mercado agrícola dacana-de-açúcar. Dentre seu portfólio, aempresa apresentou para o público oCentracana, equipamento para cortebasal, desponte e enfileiramento deduas fileiras simultâneas, para canacrua ou queimada. A operação de corteé rente e superficial, sem causar danosna soqueira.

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 68

Page 69: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 69

Page 70: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014IMPACTO SOCIAL 70

Educação transformavidas no interior de Alagoas

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A Organização das NaçõesUnidas para a Educação, a Ciência ea Cultura (Unesco) aponta que oBrasil aparece em 8° lugar entre ospaíses com maior número deanalfabetos adultos. A PesquisaNacional por Amostra de Domicílios(PNAD), feita pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE) em2012 e divulgada em setembro de2013, aponta que a taxa deanalfabetismo de pessoas de 15 anosou mais foi estimada em 8,7%, o quecorresponde a 13,2 milhões deanalfabetos no país.

Bianca Santana, mestre emEducação pela Universidade de SãoPaulo, educadora do (Movimento deAlfabetização de Adultos (MOVA),explica em sua página da internet queo maior desafio do país, não é ensinaro beabá para reduzir taxas, masincluir todas as pessoas em ambientesletrados para que possam sebeneficiar da leitura e da escrita emsuas vidas, expandindo suahabilidade de aprender cada vezmais. “Nosso compromisso, portanto,não pode ser com uma educação de

jovens e adultos restrita àdecodificação das letras e dosnúmeros, mas com a concepção deaprendizagem ao longo da vida”, diz.

A Usina Santo Antônio, deAlagoas, sabe que a educação é umdos princípios primordiais da vida ehá três anos a empresa firmou umaparceria com o Sesi, através do EJA(Educação de Jovens e Adultos), queproporcionou uma grande mudançanos colaboradores. A Usina montou aclasse em suas dependências eofereceu todo suporte inclusive pararealização de eventos, passeios efornece transporte e lanches nessasoportunidades.

Roxana Vieira de Almeida,coordenadora de Recursos Humanos,explica que a empresa abrirá novasturmas, com uma aula inaugural nodia 15 de agosto. “Um dos maioresorgulhos deles é tirar a carteira dehabilitação e até participar de umconcurso de poesias. Temos trêsturmas, pela manhã, tarde e noitepara os trabalhadores dos turnosdurante a safra”, lembra.

Ela explica que o programamelhora muito a autoestima docolaborador, sua relação familiar,com os amigos e quebra a timidez. “Ofato de saber ler e escrever abreportas na empresa, facilita a avaliaçãoprofissional, transforma a vida e dámotivação para seguir em frente”,revela.

ESTÁ ESCRITO!

Alunos na Usina Santo Antônio: parceria com EJA do Sesi MARCOS SANTOS

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 70

Page 71: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 IMPACTO SOCIAL 71

Dirigir é o grande sonho de milhares de brasileiros nopaís que muitas vezes manejam na ilegalidade por nãosaber ler e escrever. Mas o programa de alfabetização deadultos do Sesi mudou a realidade de vários colaboradoresda Usina Santo Antônio, de Alagoas. Entre eles o operadorde máquinas, José Davi de Almeida, de 34 anos e ooperador de carregadeira, Sandro da Silva, de 38 anos.

Com jeito tímido, aos poucos, Davi foi contando suahistória de luta e superação. Por trabalhar na infância paraajudar a família, não teve oportunidade de seguir nosestudos, mas guardou na memória o sonho de dirigir. “Hojeconquistei minha tão sonhada carteira de habilitação, masse não fosse a oportunidade da usina, isso talvez não seriapossível. Muitas vezes achei que eu não seria capaz deaprender na vida adulta, mas consegui e estou muito feliz”,lembra.

O operador diz que a leitura mudou sua visão demundo e sua rotina diária. “Hoje sou outra pessoa e sei quepoderei conquistar até um cargo melhor com essa mudançae chegar até a faculdade”, enfatiza.

Sandro da Silva também está realizado com a carteirade habilitação. Também de família humilde do interior deAlagoas, se lembra da dificuldade de estudar na roça. Noinício da sua vida adulta foi cortador de cana, trabalhou nacarpina e fez de tudo um pouco na lavoura, mas guardou nopensamento seu objetivo. “Eu não sabia ler nem escrever eme lembro que tentei tirar pela primeira vez minha carteirade habilitação há cinco anos, mas a falta de estudos meatrapalhou. Me sinto outra pessoa, muito motivado, feliz enão quero parar mais de estudar, agora vou até afaculdade”, revela.

Sandro diz que incentiva os amigos a estudar porqueconsidera fundamental para a vida pessoal e para aprofissional. “Estou bem animado com a oportunidade quea Usina nos deu, me sinto renovado. Hoje passo na rua e

consigo ler as placas. A leitura abre nossa mente, por issoessa foi a melhor coisa que aconteceu até hoje na minhavida”, vibra.

A professora Beatriz Araujo fala com carinho dosalunos que tanto se esforçaram por seus objetivos. “Foi umagrande vitória. Estudam em média por cinco anos para se

formar no fundamental, nas horas vagas. Temos até aulasque ensinam manipular caixa eletrônico, pois era umagrande dificuldade deles. A educação transformou a vidadesses colaboradores, abriu horizontes. Nós percebemos nodia a dia, as mudanças na forma de se comunicar, de agir.Não temos apenas alunos, mas amigos”, afirma.

“Meu sonho era ler e escrever para ter habilitação”

O novo motorista Sandro da Silva está realizado José Davi de Almeida: história de luta e superação

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 71

Page 72: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014EVENTOS72

Evento em Ribeirão Preto encerrará FórumProCana Usinas de Alta Performance

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Prêmio BestBIO 2014 vai revelar nodia 18 de setembro, em Ribeirão Preto, SP,os melhores cases e personalidades dedestaque no país nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.O evento, promovido pela ProCana Brasil,será o evento social de encerramento doFórum ProCana Usinas de AltaPerformance 2014.

Na edição passada, entre oshomenageados estiveram: Francisco Nigro,professor da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo (Honra aoMérito – Biocombustíveis) e João Alberto deAbreu, diretor de Tecnologia e Bioenergiada Raizen Energia (Man Of The Year –Bioenergia). Participaram com casesvencedores: a Açucareira Guaíra (Empresado Ano – Sustentabilidade e a Renuka doBrasil: Usinas Equipav e Revati (MelhorCase – Bioeletricidade), entre outras.

O BestBIO conta com o apoio das

principais entidades da área, como a Unica(União da Indústria de Cana-de-açúcar),Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool),Anace (Associação Nacional dosConsumidores de Energia), Cogen(Associação da Indústria de Cogeração deEnergia), CBCN (Centro Brasileiro para

Conservação da Natureza eDesenvolvimento Sustentável), Renabio(Rede Nacional de Biomassa para Energia),Sindustrial Engenharia e SBAG (SociedadeBrasileira de Agrosilvicultura).

Inscreva seu case através do link:www.bestbio.com.br/cases

Prêmio BestBIO 2014 reunirá os arautos da sustentabilidade SOBRE O FÓRUM

O Fórum ProCana Usinas de AltaPerformance 2014 é um eventodesenvolvido com o foco de apresentaraos empresários e executivos do setor,casos de resultados comprovados noincremento da rentabilidade e dacompetitividade das usinas.

O programa do Fórum, que serárealizado no mesmo dia e local doPrêmio BestBIO Brasil 2014, incluitemas como Modelos de negóciossustentáveis, compatíveis com adiversidade de desafios e a altavolatilidade do mercado sucroenergético;Alternativas inovadoras nareestruturação & capitalização dasempresas; Metodologias consagradas naredução de custos e melhorias deeficiência nos processos; e Tecnologiasem estágio comercial que permitemalcançar pleno potencial agroindustrialda cana-de-açúcar. O evento conta com opatrocínio da Ami Brasil e apoio daSindustrial Engenharia.

SERVIÇOPrêmio BestBIO Brasil 2014 e FórumProCana Usinas de Alta Performance2014Data: 18/9/2014Local: Ribeirão Preto (SP)www.bestbio.com.br/casesMais informações: fone 16 [email protected]

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 72

Page 73: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 73

Page 74: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014EVENTOS74

Premiação é concedida adestaques emaprimoramento tecnológico,humano e sócio-econômico

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Já estão abertas as inscrições para oscases participantes do Prêmio MasterCanaNorte-Nordeste 2014. As usinas serãopremiadas nas categorias: Estratégia &Gestão, Gestão Comercial/Financeira,Tecnologia da Informação, Cogeração deEnergia, Diversificação de Produtos,Automação/Controle de Processos,Eficiência Industrial, Tecnologia naProdução de Açúcar, Tecnologia naProdução de Álcool, Tecnologia Agrícola,CCT e Mecanização.

O evento reunirá a elite do setorsucroenergético da região, no SpettusRecife Boa Viagem, em Recife, PE, no dia13 de novembro. Promovido pelaProCana Brasil, o Prêmio tem comoobjetivo reconhecer o mérito daquelesque trabalham por uma agroindústriacanavieira sustentável, pujante edinâmica, premiando pessoas eorganizações que se destacaram, duranteo ano, na busca pelo aprimoramentotecnológico, humano e socioeconômico dosetor, assim como no fornecimento debens e serviços para esta importanteatividade econômica.

O MasterCana é a mais tradicionalpremiação, que destaca quem é quem nosetor sucroenergético. Realizado desde1988, tornou-se tradição emcredibilidade.

Patrocinam o MasterCana Norte-Nordeste a HPB Energia; TGM TurbinasIndustria e Comercio Ltda; a CPFL Brasile a Engclarian.

Para inscrever seu case acesse:http://www.jornalcana.com.br/inscricao-industrias-desempenho/

MASTERCANA BRASILO Prêmio MasterCana Brasil, que

destaca os ‘Mais Influentes do Setor’,unidades e grupos produtores do ano,será realizado no dia 24 de novembro, noAmcham, em São Paulo, capital. Mais de200 representantes do setorsucroenergético estiveram reunidos naedição 2013 da premiação.

Paulo Leal, presidente da Feplana -Federação dos Plantadores de Cana doBrasil, um dos laureados de 2013,lembrou da força da ProCana Brasil,empresa que realiza o PrêmioMasterCana. “É preciso ressaltar aimportância do JornalCana e também doMasterCana. São anos de luta por este

segmento de energia limpa e renovável.Todos os colaboradores da ProCanaBrasil, que são dedicados a este setor,estão de parabéns”, disse.

O MasterCana Brasil é patrocinadopelas empresas HPB Energia; TGMTurbinas Industria e Comercio Ltda e aCPFL Brasil.

A premiação é concedida a pessoas eorganizações que se destacam na buscapelo aprimoramento tecnológico,humano e sócio-econômico do setor,assim como no fornecimento de bens eserviços para esta importante atividadeeconômica.

“O MasterCana tornou-se tradiçãoem credibilidade e sucesso e seus eventos

reúnem representantes de mais de 2/3 daprodução brasileira, em momentos decelebração e network diferenciados”,finaliza Josias Messias, presidente daProCana Brasil.

SERVIÇOPrêmio MasterCana Norte-NordesteData: 13 de novembroLocal: Spettus Recife Boa Viagem, emRecife, PE

Prêmio MasterCana BrasilData: 24 de novembroLocal: Amcham, São PauloMais informações: 13 3512-4300 ou www.mastercana.com.br

Inscrições ao Prêmio MasterCana Nordeste estão abertas

Cerimonia do MasterCana Brasil, em São Paulo (SP)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 74

Page 75: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 75

Page 76: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO76

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

O grupo Goldman Sachs anunciou em julho que ospreços do açúcar atingiram a maior baixa desde 2011, o quejá demonstra maior proximidade com o fim das cotas deprodução na Europa em 2017, de acordo com a Bloomberg.

O grupo prevê também, que a partir de setembro ospreços do açúcar da UE irão cair ainda mais, eprovavelmente custarão 500 euros a tonelada na safra2017/18.

Em abril deste ano, o açúcar branco ou refinado naUnião Europeia, custava em média 574 euros (781dólares) a tonelada, já o menor nível desde setembro de2011 e 21% inferior ao mesmo período no ano anterior,de acordo com dados da Comissão Europeia.

Dados de produção mostram ainda, que a UE vaiproduzir 18 milhões de toneladas de açúcar em 2014/15,o que significa 7% a mais do que as 16.830.000 toneladasna safra de 2013/14 de acordo com a FranceAgriMer. NoReino Unido, a nova safra de beterraba para 2014/15está progredindo bem, de acordo com a Associated BritishFoods plc., que detém a British Sugar, o únicoprocessador de beterraba do país.

Em Moçambique, na África, a unidade produtora deaçúcar chamada de Xinavane, controlada pela Sul-Africana Tongaat Hulett Sugar, pretende distribuir 350hectares de terra para a produção de cana-de-açúcar, apequenos produtores, no distrito de Magude província deMaputo, de acordo com a imprensa local.

A inciativa faz parte de um programa co-financiadopela União Europeia, e inclui três fases: a primeira será alimpeza dos terrenos e a abertura de estradas para a área,a segunda etapa envolverá a preparação da terra e aterceira etapa incluirá a instalação do sistema deirrigação.

A Tongaat Hulett em 1998, comprou umaparticipação de 49% na Açucareira de Xinavane, eassumiu o seu controle administrativo. Em 2008,aumentou sua participação na empresa para 88%. Umaexpansão da unidade de Xinavane foi concluída em2009/10, e teve sua capacidade de produção de açúcaraumentada em mais de 208.000 toneladas.

Na Indonésia, o governo não irá emitir licençasadicionais, para importação de açúcar branco, até 2015,já que a oferta doméstica foi considerada suficiente paraatender à demanda local, de acordo com o jornal“Jakarta Post” da Indonésia.

Além do açúcar branco, não serão emitidas licençaspara importar açúcar bruto, que seria processado pelasrefinarias da Indonésia.

A cota de importação de açúcar bruto foi fixado em2,9 milhões de toneladas, uma redução de 5% secomparado ao ano passado. A redução foi resultado deirregularidades no setor, que permitiu que o açúcarbruto fosse comercializado no mercado doméstico,quando, de acordo com a lei do país só pode serutilizado para fins industriais.

Especialistas, haviam alertado que a importaçãonão seria de fato necessária este ano. Com estoquesfinais em cerca de 1,2 milhão de toneladas, contados apartir de dezembro do ano passado, o montante peloque se sabe, foi o maior em mais de uma década, e aprodução anual provavelmente chegará em 2,6 milhõesde toneladas, já o consumo está estimado em 2,4milhões de toneladas.

GIRO DO SETOR

Estocagem de açúcar na Indonésia

Corte de cana em Moçambique

EUROPA MOÇAMBIQUE INDONÉSIA

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 76

Page 77: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 77

Page 78: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO78

Corte de cana na Tailândia

A produção de açúcar da Tailândiavai aumentar para um recorde aténovembro de 2014 e o país pode produzir12 milhões de toneladas de açúcar bruto eesmagar 105 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Tudo isso, graças a umprograma de subsídio, que impulsionouseu setor de açúcar. De acordo com dadosdo setor na Tailândia, agricultores estãodeixando de plantar arroz para produzircana-de-açúcar tamanha a rentabilidade dacultura.

“Retornos atraentes pelo cultivo dacana-de-açúcar estão incentivando osprodutores de arroz a mudarem”, disseSomsak Suwattiga, secretário-geral doGabinete do Conselho de Cana e Açúcar

para a Bloomberg.Além disso, Somsak, acredita que

aumentar a oferta de açúcar tailandês nãodeve afetar os preços globais, já que ademanda na Ásia pode absorver todo oadoçante do país.

Com a quota para o consumo internoem 2,5 milhões de toneladas em 2014/15,a Tailândia deve ser capaz de exportarcerca de 9,5 milhões de toneladas napróxima safra e 8,8 milhões de toneladasainda em 2014. Entretanto a falta de chuvano país pode prejudicar o rendimento parao ano que vem, com estimativa deprodução de cana-de-açúcar em 100milhões de toneladas e produção de 10,2milhões de toneladas de açúcar bruto.

A produção de açúcar da Índia caiu3,2% na safra 2013/14, principalmente emEstados importantes para setor do país,como Uttar Pradesh, devido a um atraso deum mês na moagem, de acordo com ojornal Financial Express, da Índia.

As exportações, no entanto,aumentaram cerca de 2 milhões detoneladas, em comparação com os 340 miltoneladas em 2012/13, de acordo com aISMA- Indian Sugar Mills Association.

A produção de açúcar no país atingiu23,90 milhões de toneladas entre outubrode 2013 e maio de 2014, em comparaçãocom 24,70 milhões de toneladas um anoantes. Já o consumo subiu 3,6%, e ficou em22,80 milhões de toneladas. Dados aindaapontam que são ao todo 526 usinas queesmagaram cerca de 250 milhões detoneladas de cana-de-açúcar na safrapassada, uma queda de cerca de 2,5% emrelação ao ano anterior.

GIRO DO SETOR

Cortadores de cana em lavoura indiana

TAILÂNDIA ÍNDIA

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 78

Page 79: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 79

Page 80: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO80

Composto por quatro usinaslocalizadas no Estado de São Paulo, oGrupo Pedra Agroindustrial atingiumoagem de 9,6 milhões de toneladas decana-de-açúcar em 2013. Os valores sãoresultantes do somatório de áreas, dopróprio grupo, de acionistas e fornecedores,que totalizam mais de 120 mil hectares.

A produção açucareira do grupo gerou314 mil toneladas do produto, sendo grandeparte do tipo VVHP - Very Very HighPolarization, com 292 mil toneladasproduzidas ou 92,9%. O restante, 7,1% foidestinado ao tipo VHP- Very High

Polarization. A Usina da Pedra, em Serrana(SP) foi destaque na produção de açúcar. Da unidade foram originadas as 22,3 miltoneladas do açúcar VHP eaproximadamente 216 mil toneladas do tipoVVHP, que também foi produzido na UsinaIbirá, em Santa Rosa do Viterbo (SP). Nesta a produção deste açúcar gerou 76 miltoneladas aproximadamente.

No total, foram produzidosaproximadamente 593 mil metros cúbicosde etanol; os 336 mil m³ do tipo hidratadoresponderam por 56,77% deste, a produçãodo tipo anidro atingiu os 256 mil m³,

completando os 43,23% restantes daprodução do biocombustível nas unidades.A Usina Buriti, em Buritizal, SP, foi a quemais produziu o tipo anidro,aproximadamente 140 mil metros cúbicos,enquanto o tipo hidratado foi destaque naUsina Ipê, em Figueiredo, SP, comprodução de 178,6 mil m³.

Para o Grupo Pedra Agroindustrialatingir estes números foram feitas 4439contratações nas áreas agrícola, industrial eadministrativa. A expectativa para a safra2014/15 é de aumentar o volume dematéria-prima na moagem em 9%.

Grupo Pedra moeu 9,6 milhões de toneladasEmpresa gerou mais de 4,4 mil empregos

Usina Coprodiamoeu 2,56milhões detoneladas

A Usina Coprodia,localizada no município deCampo Novo dos Parecis, MT,que utiliza o cooperativismo emsua estrutura organizacional,foi a segunda usina que maismoeu no Estado do MatoGrosso.

Com moagem de 2,56 miltoneladas de cana-de-açúcar, aunidade destinou maior partede sua matéria-prima paraprodução de etanol. Seu mixprodutivo foi de 76,63% para obiocombustível e 24,37% para oaçúcar.

A 1,94 milhão de toneladasdestinadas ao biocombustívelproduziram 157 mil metroscúbicos de etanol, o segundomelhor resultado no Estado. Amaior parte da produção foi dotipo hidratado, que pode seradicionado aos motores flex,com 94,5 mil m³ ou 59,96% dototal.

Os 40,04% restantestotalizaram 63 mil m³ do tipoanidro, participante da misturacom a gasolina. A moagem das624,9 mil toneladas para aprodução de açúcar resultouem um montante de 71 miltoneladas da commodity,também o segundo melhorresultado para este produtodentre as usina mato-grossenses.

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 80

Page 81: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 81

Page 82: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO82

O etanol da cana acaba compensando,com o passar dos anos, as emissões de CO2ocorridas na conversão de áreas depastagem em plantações canavieiras. “Issoporque o biocombustível contribui para aredução da queima de combustível fóssil”,avalia Carlos Cerri, coordenador do projetoe pesquisador do Cena.

A diminuição do estoque de carbonodo solo causada pela conversão de áreas depastagem em plantações de cana-de-açúcar,muito comum no Brasil, pode sercompensada no prazo de dois a três anosde cultivo, segundo o estudo.

Ele diz que os cálculos realizadospodem contribuir para assegurar que oBrasil está produzindo e comercializandono mercado nacional e internacional umcombustível com baixa emissão de carbono.

“Havia poucas medições diretas emcampo para quantificar os efeitos noequilíbrio de carbono de solos de áreas depastagem convertidas para o plantio decana-de-açúcar, que representa a transiçãode uso da terra mais comum no Brasilhoje”, diz Cerri.

Os pesquisadores coletaram 6 milamostras de solo de 135 locais em 13 áreas

da região Centro-Sul do Brasil, responsávelpor mais de 90% da produção de cana nopaís.

Os resultados do estudo poderãocontribuir para orientar as políticas deexpansão do cultivo de cana-de-açúcarvoltada para a produção de etanol, a fim deassegurar a sustentabilidade do

biocombustível, aponta Cerri.Segundo dados da Empresa de

Pesquisa Energética (EPE), a demanda poretanol no Brasil deverá saltar do atualpatamar de 25 bilhões de litros produzidospor ano para 61,6 bilhões de litros em2021. Por isso Cerri conclui que paraatingir esse número será preciso expandir a

área de cultivo da cana-de-açúcar no paísdos atuais 9,7 milhões de hectares para 17milhões de hectares. Assim, enfatiza queentre as opções para se chegar ao volumereportado, será interessante priorizar aexpansão das áreas de cultivo de cana nasáreas degradadas ou utilizadas comopastagens, em entrevista à Fapesp. (AM)

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Entre 2000 e 2009 cerca de 3 milhõesde hectares de cana-de-açúcar foramincorporados ao atual sistema de produçãoe estima-se que até 2020, mais 11 milhõessejam necessários para atingir asdemandas brasileiras de consumo eexportação de etanol.

Mas a grande questão até o momentoera saber até que ponto o cultivo de cana-de-açúcar em áreas que eram utilizadaspara a pastagem, poderiam contribuir parao meio ambiente. A pesquisa “Estoques decarbono do solo na mudança do uso daterra para cultivo da cana-de-açúcar naregião Centro-Sul do Brasil” publicada emjunho deste ano na revista científica NatureClimate Change, provou os efeitosbenéficos do cultivo canavieiro no país.

Segundo o estudo, a canaviculturapode equilibrar ou até mesmo aumentar oprocesso de captura de carbono pelo solo,nessas áreas.

Então, não somente a utilização doetanol de cana-de-açúcar demonstrareduções de até 80% quando comparadaao uso de combustíveis fósseis, mas apesquisa revela que dependendo daspráticas de manejo adotadas, a substituiçãoda pastagem pelo cultivo da cana-de-açúcarenriquece a estrutura física do solo. “Issopor promover a sua melhor agregação,resultando em maior porosidade, umamaior infiltração e armazenamento deágua”, revela a pesquisa.

O estudo foi realizado porpesquisadores do Centro de EnergiaNuclear na Agricultura (Cena/Usp) em

conjunto com a Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz (Esalq/Usp). Otrabalho contou ainda com pesquisadoresdo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), doLaboratório Nacional de Ciência eTecnologia do Bioetanol (CTBE), doInstitut de Recherche pour leDéveloppement, na França, e da HarvardUniversity, da Colorado State University edo Shell Technology Centre Houston, nos

Estados Unidos.Carlos Cerri, coordenador do projeto e

pesquisador do Cena, afirma que o balançode carbono do solo de áreas de pastagemconvertidas para o cultivo da cana-de-açúcar não é tão negativo quanto seestimava. “Com o passar dos anos, o solode uma área de pastagem tem um estoquede carbono cujo volume não varia muito.Mas o preparo desse tipo de solo para

cultivo de cana, faz com que parte docarbono estocado seja emitida para aatmosfera na forma de dióxido de carbono(CO2).Entretanto, dependendo do tipo demanejo, a introdução da cana em áreas depastagem pode compensar ou até mesmoaumentar o estoque de carbono inicial dosolo quando a matéria orgânica e osresíduos da planta penetram na terra”,lembra.

CANA BENEFICIA SOLO DE PASTAGENS

ETANOL COMPENSA EMISSÕES DE CO2

Conversão de áreas de pastagem em plantações canavieiras acumulam CO2

Cana pode aumentar ou equilibrar processo de captura de carbono do solo

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 82

Page 83: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:18 PM Page 83

Page 84: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO84

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Devido ao ciclo negativo pelo qual osetor passa, medidas de retenção de custosna área agrícola são observadas. Umtomada de decisão perigosa para contençãode gastos é minimizar as áreas derenovação dos canaviais.

Segundo a Conab – CompanhiaNacional de Abastecimento, de 2006 a2012 tivemos crescimento de 34,4% nasáreas destinadas a cultura, porém aprodutividade não acompanhou estaexpansão, e apresentou desaceleração, comredução no mesmo período de 13,8%.

GRÁFICO 1A produção apresentou bons

números, acompanhando o crescimentodas áreas plantadas. O saldo é de 15%positivo neste mesmo período. Percentualque representa um aumento de 45milhões de toneladas produzidas noestado.

GRÁFICO 2O envelhecimento dos canaviais

pode ter sido o responsável por estesresultados negativos, uma vez que aprodutividade, expressa em toneladaspor hectare, tende a decrescer com ossucessivos cortes em canaviais antigos.

Produtividade não acompanha expansão de canaviais

Minimizar áreas de renovação dos canaviais é medida perigosa

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 84

Page 85: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 85

Page 86: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO86

Baixa porcentagem de renovação de canaviais afeta produtividadeGRÁFICO 3

Segundo dados do INPE – InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais, asáreas de renovação representam baixaporcentagem em relação a área totalcultivada. Em 2013, dos 5,7 milhões dehectares cultivados em solos paulistas,apenas 722 mil hectares foramrenovados.

GRÁFICO 4Com estas informações é possível

apontar o envelhecimento dos canaviaiscomo uma das causas para aprodutividade não ter acompanhado osincrementos de área e produção. Porém no

mundo agrícola existem várias intempériesque podem influenciar negativamente nodesempenho da cultura, a renovação doscanaviais pode ser a solução para estesproblemas, mas outras variáveiscontribuíram para estes números. O climae a mecanização da colheita podem terparticipado desta redução. As colhedoras,se não devidamente reguladas, nãocortam os colmos mais rentes ao solo,estes que possuem elevado teor desacarose na planta, além das injúrias àsgemas do colmo. O clima atuanegativamente se não acompanhar asnecessidades hídricas da fenologia daplanta, oodendo causar grandes perdasno campo e na indústria.

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 86

Page 87: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 87

Page 88: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO88

FIGHT!Usinas unem criatividadedas novas medidas àgarantia das tomadas emanos anteriores paravencer a crise

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Diante da pior crise de sua história, osprodutores decidiram arregaçar as mangase buscar alternativas para contornar orevés em vez de aguardar mudançaspolíticas favoráveis ao setor. Dentre estasações três se destacam: a construção deplantas para fabricação de etanol 2G,maior produtividade agrícola através deacompanhamento incisivo da produção e oreaproveitamento dos subprodutos doprocesso industrial, para produzir energiacogerada.

Três unidades de etanol celulósico,que prometem aumento de até 40% nafabricação do produto, com a mesmaquantidade de área de cana plantada,estão em vias de iniciar suas produções.

A Raízen iniciou a construção de suaunidade em Piracicaba, SP, ao lado daUsina Costa Pinto. Com investimentos de

R$ 230 milhões, a nova planta está previstapara entrar em operação ainda em 2014.“É o início de uma nova rupturatecnológica, onde é possível produzir porhectare”, Pedro Mizutani, VP da Raízen.

A GranBio aposta suas fichas naunidade construída em São Miguel dosCampos (AL). De acordo com Alan Hitner,VP da empresa, o objetivo de fazer comque o combustível seja mais competitivo doque o de 1ª geração está próximo. "Possogarantir que já estamos conseguindo isso".

A Usina São Manoel, no interior de SP,foi o local escolhido pelo CTC – Centro deTecnologia Canavieira para investir naPlanta de Demonstração de etanolcelulósico. A empresa aposta em usufruir ainfraestrutura de uma usina convencional,acoplando, apenas, a tecnologia necessáriapara a produção do etanol 2G. “Dessaforma, quem já faz etanol de primeirageração poderá escolher entre aumentarsua produção de etanol, fazer mais açúcarou ainda produzir energia elétrica,dependendo da demanda do setor”, explicaRobson Freitas, diretor do CTC. (AR)

Usina São Manoel

Estágio da obra no primeiro semestre em São Miguel dos Campos (AL)

Raízen investiu cerca de R$ 230 milhões em sua planta

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 88

Page 89: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 89

Page 90: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO90

Fora dos canaviais, o setorsucroenergético aguarda por umaoportunidade no mercado de energia.Segundo a EPE - Empresa de PesquisaEnergética, o potencial técnico dabioeletricidade da cana é de 8,4 GWmédios até 2022, somente com oaproveitamento do bagaço. Seadicionarmos o potencial da palha, essepotencial chega a 22,1 GW médios.

Os números foram divulgados em2014, ano onde a forte estiagem amedrontaa população, principalmente, a paulistana.Em 28 de julho, o nível do SistemaCantareira estava com 15,7%, mas issograças à primeira cota de 182,5 bilhões delitros do volume morto, algo que nuncahavia sido utilizado.

O problema se estende ao sistemaelétrico nacional, já que o mesmo édependente da participação hídrica,tornando o país vulnerável as condições dechuvas durante o ano. Mais barata esustentável, a geração de energia elétrica apartir da cana está disponível, precisando,apenas, de diretrizes para suacomercialização.

Elizabeth Farina, presidente da Unica– União da Indústria de Cana-de-Açúcar,acredita que as usinas fazem o possívelpara manter os projetos de cogeração, masfaltam incentivos para que a biomassa

deslanche. “Essa opção é limpa, renovávele abundante, além de localizada perto dosprincipais centros de consumo do País.Com tudo isso jogando a favor, abioeletricidade só evoluiu marginalmentepor falta de ações governamentais quereconheçam os benefícios dessa forma degerar energia e viabilizem o crescimento daoferta”.

Adriano Pires, diretor do CBIE - CentroBrasileiro de Infraestrutura, espera que osproblemas vividos neste ano façam ogoverno mudar a forma de gerir a matrizenergética nacional. “Penso que o governopoderia aproveitar o momento e reveralgumas ações. O que pode ajudar abiomassa, por exemplo, é o anuncio deleilões regionalizados e por fontes. Isso trariaprevisibilidade e um horizonte mais azul aosegmento, o que certamente influenciarianos investimentos”, explica. (AR)

A UAG – Usina Açucareira Guaíra,localizada no município de mesmo nome,no interior paulista, participa do ‘ControleMútuo Agronômico Anual’, feito pelo CTC –Centro de Tecnologia Canavieira. Otrabalho, antes, era conhecido como Pampa- Programa de Acompanhamento Mensalde Performance Agrícola.

De acordo com números do relatóriono primeiro semestre, a unidade tem sedestacado em termos de produtividade,estando 10 toneladas acima da média deRibeirão Preto (SP), além de 5 kg a frentequando o assunto é ATR – Açúcares TotaisRecuperáveis.

Marcelo Stábile Ulian, gerente de

Planejamento Agrícola da UAG, traz maisdetalhes sobre o programa, citando o TAH –tonelada de açúcar por hectare. “Os dadosmostram, também, que registramos TAH de13,52, quando na região, a média é de 11,90.A nível nacional, estamos 3º lugar, mas nossoestágio médio de corte é superior aos queestão a nossa frente, o que nos confere umamelhor performance agrícola”, relata.

A empresa possui 100% de suacolheita mecanizada crua desde 2009.Atualmente, possui capacidade deprodução diária de 480 mil litros de álcoolhidratado ou 420 mil litros de álcool anidroe mais de 1.000 toneladas de açúcar(25.000 sacas de 50 kg). (AR)

Usina Guaíra tem

produtividade como aliada

Recursos da venda de energiacogerada ajudam no reforço do caixa

Guaíra colhe 10 toneladas acima da média da região de Ribeirão Preto (SP)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 90

Page 91: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 91

Page 92: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO92

ANDRÉ RICCI, DE PITANGUEIRAS (SP)

Localizada em cidade de mesmonome, no interior de São Paulo, a UsinaPitangueiras tem feito a lição de casa paraenfrentar os problemas vividos pelo setor.Exemplo disso são os investimentosrealizados, que têm trazido inovações nasáreas agrícola e industrial.

Com um trabalho diferenciado norecolhimento e desfardamento da palha, aempresa busca melhorar seu rendimentoagrícola com início da rebrota maisrápido, além de gerar um faturamentoextra com a cogeração de energia naentressafra.

Quem explica melhor todo esseprocesso é João Henrique de Andrade,diretor da Usina Pitangueiras.

JornalCana - Como é feito o trabalhode recolhimento e desenfardamento dapalha?

João Henrique de Andrade - Tudocomeça na colheita da cana, ondetrabalhamos para deixar o máximo deimpureza vegetal (palha e pontas) nocampo, levando para indústria uma canamais limpa e com maior representatividadede ATR. Posteriormente, são esperadosalguns dias, de 4 a 7, para que a palhaesteja na umidade correta - 7 a 12 % - parao enfardamento. Então, é feito oenleiramento para depois entrarmos com aenfardadeira.

Qual o tamanho dos fardos?Escolhemos um equipamento que

utiliza o pré-picador antes doenfardamento. Com isso, conseguimos umfardo com peso médio de 570 kg.Enfardadeiras sem este sistema, o peso é,em média, de 360 kg. Ganhamos tanto notransporte até a usina como também com ogasto nas cordinhas, utilizadas para oamarril dos fardos, tido como um dosmaiores custos no processo.

Depois da formação do fardos, qualo procedimento?

Com eles prontos, utilizamos umacarreta pinça, tracionada por um trator,que faz o recolhimento dos fardos comgrande eficiência e rapidez, já os deixandoem blocos de oito cada. Depois, utilizamosuma carregadora de cana adaptada,transportamos com uma carreta projetadaespecificamente e utilizamos, também, aprancha agrícola.

Qual o tempo da operação?Todo o processo no campo é dividido

em dois turnos, já que ao entardecer, aumidade do solo aumenta e impossibilita acolheita da palha.

E na indústria, como funciona?As carretas chegam à usina e passam

pela balança para registrar o rendimentodiário. Os fardos são retirados das carretaspor carregadoras de cana adaptadas earmazenados ao lado dadesenfadadora/picador. Como na áreaagrícola são trabalhados apenas doisturnos, no período da noite, praticamentetodos os fardos são consumidos. A palhapicada é transportada por uma esteira dearraste de taliscas de ferro até cair naesteira de retorno, que a leva até a esteira

de alimentação das caldeiras. Utilizamosentre 3 e 4 % de palha na queima dacaldeira.

Desde quando estão trabalhandocom este sistema?

Começamos no ano passado com oteste de algumas enfardadoras, buscando amelhor opção para aquisição. Efetivamente,trabalhamos desde maio desta safra,quando registramos um volumeconsiderável de fardos a serem picados eutilizados na queima na caldeira.

Quais os principais benefícios?Na área agrícola, vimos a diminuição

de incêndios em palha, processo de rebrotado canavial mais rápido e diminuição dacigarrinha. Mas, o grande benefício está nacogeração, já que economizamos noconsumo de bagaço e o utilizaremos parageração de energia na entressafra.

Quanto foi investido?Neste primeiro estágio, pois o projeto

será ampliado no ano que vem, gastamosem torno de R$ 2 milhões. Isso sem colocaro custo do desenfardador industrial, umequipamento que está sendo testado emelhorado a cada dia, juntamente com seuscriadores.

Em termos de custo benefício, o que

se pode dizer?Estamos muito contentes com os

resultados. Temos um custo em torno de R$78,00/ton da palha já picada e colocada naesteira da caldeira. Como a palha tem umpoder calorífico 1,5 e 1,7 vezes em relaçãoao bagaço, é como se estivéssemoscomprando bagaço entre R$ 52,00 e R$45,80, respectivamente. Em média, sãogastos 3 toneladas de bagaço para gerar1MW. Então, temos um custo médio de R$146,00/ Mwh produzido na usinautilizando a palha de cana.Comercializamos a um valor médio de R$416,00, gerando uma boa margem.

Quais cuidados são necessários nocampo?

O principal é a umidade da palha a serenfardada. Caso esteja alta, pode ocorrerembuchamento da enfardadeira. Outroponto é se os fardos forem armazenadosdesta maneira, pode ocorrer combustãoespontânea, já que a palha contém açúcaresque podem fermentar e pegar fogo.

O que precisa ser ajustado?Nestes primeiros meses foram

verificados melhorias na enfardadeira paradiminuir o embuchamento. Na indústriaainda estamos pesquisando algum materialpara as faquinhas utilizadas no picadorpara que possam durar mais tempo. Vamosanalisar também a estrutura da caldeirainternamente na entressafra, para ver sehouve desgastes nas tubulações e dutos.

Qual a expectativa de moagem daUsina Pitangueiras para esta safra?

Já contando com a quebra por falta dechuvas, esperamos moer 2,35 milhões detoneladas.

Quanto deve ser produzido deetanol, açúcar e energia?

De etanol, 65 mil metros cúbicos deetanol, sendo 47 mil de anidro e 18 mil dehidratado. Em relação ao açúcar devemosproduzir 205 mil toneladas. Já de energia, aprodução deve ser de 135.000 MW, sendoexportados 85.000 MW. (AR)

ENTREVISTA: João Henrique de Andrade, diretor da Usina Pitangueiras

Pitangueiras investe em manejo para faturar com palha

Joao Henrique Andrade, diretor da Usina Pitangueiras

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 92

Page 93: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 93

Page 94: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO94

Pela primeira vez desde que foiinstalada, nos idos tempos do Proálcool, aFloralco não está moendo. Vendeu todasua cana para a usina Rio Vermelho, emJunqueirópolis, município da Alta Paulista,de propriedade do grupo multinacionalGlencore. Uma safra depois de ser vendidapelo Grupo Bertolo, com sérios problemasfinanceiros, a empresa que a comprou, aGam Empreendimentos e ParticipaçõesS/A, também vem enfrentandodificuldades. Para a cidade de FlóridaPaulista, onde está localizada a usina, oproblema só não foi maior porque outrasusinas da região absorveram a maior partedos trabalhadores.

“Percebi que muita gente de Flóridapassou a trabalhar aqui na Usalpa, e issodeve ter acontecido em outras unidadestambém”, relata Renato Andrei,engenheiro agrônomo recém-formado quetrabalha na usina desde março deste ano.A Usina Alta Paulista (Usalpa) também ficaem Junqueirópolis, distante cerca de 30quilômetros de Flórida Paulista.

Embora lamente a paralisação da

produção da Floralco, o produtor ruralNilton Rios, que fornece cana para a usina,diz que acaba ocorrendo um

remanejamento natural da mão de obra.“Uma das maiores dificuldades para quemtrabalha com a pecuária de corte é a

qualificação da mão de obra. Hoje em dianão é fácil encontrar quem saiba e queiratrabalhar e morar na zona rural. E asusinas são as grandes contratadoras destepessoal. Quando uma delas para deproduzir, a oferta de mão de obraaumenta”, explica.

Na verdade, essa recolocação da mãode obra já vem ocorrendo há algum tempo,provocada pela ampliação da mecanizaçãodo colheita. Com o fim do corte manual,um grande contingente de trabalhadoresque vinha de outros estados para o interiorde São Paulo, já não tem vindo mais. EmAdamantina era comum encontrarrepúblicas de trabalhadores que moravamna cidade durante a safra. Hoje isto já nãoocorre mais. As usinas estão procurandotrabalhadores mais qualificados. NaUsalpa, por exemplo, quando a safraacaba, os que serão dispensados passam afrequentar os cursos de qualificaçãobancados pelo Fundo de Amparo aoTrabalhador – FAT. Na próxima safra,para eles, com certeza será mais fácilencontrar emprego. (MMR)

MÁRIO MARTINS RIOS, DE ADAMANTINA, SP

Que o setor sucroenergético vem atravessando talveza pior crise de sua história, não é novidade. Segundodados do Anuário da Cana, publicado por esta editora,nada menos que 65 unidades produtivas interromperama produção desde 2008, início da crise financeirainternacional. O que surpreende, no entanto, é a inaçãodo governo federal em relação ao setor, uma vez que teveno ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva um dos seusdefensores mais entusiastas, pelo menos na retórica.

Até a descoberta de petróleo na camada do pré-salpela Petrobras, em 2007, o ex-Presidente correu omundo a alardear o etanol como o combustível do futuroe chegou mesmo a nomear o país como a “ArábiaSaudita do biocombustível”. Porém, quando a crisechegou, pegou boa parte das usinas endividadas, porconta de investimentos em ampliação da capacidadeprodutiva de unidades já existentes e também nainstalação de novas. Foi precisamente aí que asautoridades de plantão começaram a mudar o tom dodiscurso e a abandonar o setor à própria sorte.

“Hoje, o que falta é dar rumo, dar norte para o setor.O mercado existe, tanto para o açúcar como para oetanol, mas o governo precisa fazer a sua parteestabelecendo uma política clara para toda a cadeiaprodutiva”, afirma Paul Bruning, diretor industrial daProdutos Naturais Planeta Verde, fabricante de açúcarmascavo orgânico, localizada em Lucélia, município dooeste paulista. Com cerca de 99% de sua produçãovoltada para o mercado externo, Bruning, holandêsradicado no Brasil há quase quatro décadas, conhecemuito bem a falta crônica de planejamento dossucessivos governos.

Para um europeu acostumado a pensarestrategicamente anos a frente, a planejar o futuro, chegaa dar calafrios à cultura brasileira do improviso,principalmente partindo de setores onde não é permitidoimprovisar, caso das autoridades econômicas do governofederal. “Nós não estamos sentindo a crise, pois atuamosnum nicho de mercado, o de alimentos orgânicos, queestá crescendo a uma taxa de 20% ao ano no mundo.

Mas os setores mais tradicionais de etanol e açúcar estãosofrendo o baque”, explica Bruning.

Estima-se que cerca de 70 mil proprietários ruraisdependam da cadeia produtiva do açúcar e do etanol.Muitos pequenos municípios têm nas usinas suasprincipais fontes geradoras de empregos e impostos.“Quando uma usina como a Floralco deixa de moer, comofoi o caso desta safra, é uma pena. Eu torço muito para queela não feche as portas. Seria um desastre para a regiãotoda”, lamenta Nilton Rios, produtor rural que tem uma desuas propriedades bem em frente à usina, no município deFlórida Paulista. Ele mesmo teve diversas vezes seus

pagamentos de arrendamento interrompidos em virtudedas dificuldades financeiras que os antigos proprietários –a família Bertolo – e também os atuais vem atravessando.

Nesta safra, a Floralco vendeu toda sua cana para aUsina Rio Vermelho, de propriedade do grupomultinacional Glencore, localizada em Junqueirópolis,município vizinho. No caso do seu Nilton Rios, como elenunca costuma colocar todos os ovos numa mesma cesta, oproblema foi menor: “Eu me mantenho fiel à produção degado de corte, porque é dinheiro vivo, ainda mais agoracom as boas perspectivas de exportação de carne para aRússia. A minha ordem sempre foi diversificar”, aconselha.

SETOR DA ALTA PAULISTA CONSEGUE MANTER-SE EM ALTA

Pela primeira vez desde que foi instalada a Floralco não está moendo

Nesta safra, a Floralco vendeu toda sua cana para a Usina Rio Vermelho

Paul Bruning, de Lucélia, SP, fabricante

de açúcar mascavo orgânico

O produtor Nilton Rios aconselha a

diversificação: ovos em várias cestas

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 94

Page 95: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 PRODUÇÃO 95

A empresa de Manoel José Jorge,conhecido como Mangerino, a Junamar,não está sentindo os efeitos da crise dosetor. Detentora da patente de um elevadorpara colhedoras e plantadeiras de cana40% mais leve, muito mais durável e commenor manutenção que os elevadoresconvencionais do mercado, com esteira deborracha deslizável, o equipamento é averdadeira galinha dos ovos de ouro doinventor.

Fruto de um árduo trabalho depesquisa de campo que durou cerca dequatro anos, Mangerino desenvolveu umimplemento muito mais resistente e quenão danifica a gema da cana na hora doplantio. “Por meio da observação, pudeperceber diversas falhas no elevadorconvencional, com esteira de metal, quearrasta a cana, causando mais desgaste noequipamento”, explica. Com estasconstatações, ele deu início ao processo dedesenvolvimento de uma máquina quefizesse o mesmo trabalho com menoresforço e, por consequência, menordesgaste das peças e das plantas.

O resultado logo apareceu: umelevador de correia taliscada com 1.200quilos, cerca de 800 quilos mais leve que otradicional, mais silencioso por utilizaresteira de borracha deslizável por roldanase rolemãs, e de manutenção menormanutenção. “A manutenção é muitopequena, basta aplicar graxa nosrolamentos uma vez por semana. E sealgum rolamento precisar ser trocado,pode ser substituído na hora, pois oprocesso é muito simples”, garante otécnico.

Normalmente, um dos equipamentosque mais quebram no campo sãojustamente os elevadores. “Em uma dasusinas na qual testamos nossas máquinas,os convencionais chegaram a ficar 50% do

tempo parados por causa da terra roxa doterreno do canavial, que grudava neles.Com nossos elevadores, isto nãoaconteceu”, garante Mangerino. Segundoele, suas máquinas eliminam duasreformas por ano pelas quais passam oselevadores convencionais, o que gera umaeconomia de pelo menos R$ 70 mil a cadasafra por equipamento.

Em todos os testes aos quais submeteuseus elevadores, o técnico diz que nãohouve necessidade de parada paramanutenção durante toda a safra, ao passoque os convencionais tiveram que parar acada quatro meses. “Eu dou garantia de

um ano no meu produto, sem paradas”,assegura.

Pelo menos quatro usinas – Virálcool,Diana, Batatais e Branco Peres – já estãoutilizando o elevador de correia taliscada.Outros dois equipamentos deverão serentregues nos próximos meses para asusinas São Martinho e Ferrari. A máquinacusta R$ 55 mil, cerca de 6% do valor deuma colhedeira. A Junamar temcapacidade para produzir quatro unidadespor mês. “Ainda é pouco, mas estou meestruturando para atender a uma demandamaior”, diz Mangerino.

Segundo testes realizados pela Usina

Branco Peres, que já utiliza dois elevadoresda Junamar, cada colhedeira gera umaeconomia de cerca de R$ 40 mil ao final dasafra, por aumentar a densidade da cargapor viagem e reduzir o índice de impurezasna cana colhida.

A empresa está localizada em novasinstalações no distrito industrial deAdamantina e emprega 12 funcionáriosdurante o ano todo. No período de pico,que vai de dezembro a abril, quando fazmanutenção de elevadores convencionais,contrata pelo menos mais dez pessoas.Informações adicionais podem ser obtidasno site www.junamar.com.br. (MMR)

Empresa de Mangerino não sente os efeitos da crise

Mesmo em crise, volume de açúcar produzido deve crescer 5,23% No ano 2000, os Estados Unidos

produziam cerca de 47% do volume deetanol do Brasil. No ano passado, aprodução americana foi mais que o dobroda brasileira. O país deve moer algopróximo de 658 milhões de toneladas decana na safra 2014/2015, quase 3% menosque na anterior. Ainda assim, o volume deaçúcar produzido deve crescer 5,23% (para32,5 milhões de toneladas) e o de etanolmais 1,2% (para 25,7 bilhões de litros). Masé quase nada se forem levados em conta osnúmeros até 2008, quando o setorsucroenergético crescia a taxas de 10% aoano. Na época, os investimentos eramvultosos e o etanol atraiu diversos gruposinternacionais, muitos deles sem nenhumavinculação com o segmento.

Hoje, mesmo gerando um PIB decerca de R$ 94 bilhões (maior que os demais de 100 países), o setor sucumbe anteuma dívida estimada em R$ 60 bilhões.Desde 2008, 66 unidades interromperam aprodução e outras 30 estão em processo derecuperação judicial. Enquanto isso, o

consumo interno de etanol está estacionadona casa dos 20 bilhões de litros ao ano,mesmo com o aumento da frota de veículosflex. Com o congelamento informal dopreço da gasolina, o álcool tornou-se pouco

competitivo.Segundo o estudo “Setor

Sucroenergético: desafios e oportunidadesda safra 2013/2014”, de autoria doprofessor Marcos Fava Neves, do

Departamento de Administração da USPde Ribeirão Preto, a descoberta de petróleona camada pré-sal e a manutenção dopreço da gasolina em patamares estáveispor cerca de sete anos, acentuaram a crise,agravada em 2012, quando o governofederal retirou da gasolina o recolhimentoda Contribuição de Intervenção noDomínio Público (Cide), reduzindo adiferenciação tributária em relação aoetanol.

Se o etanol deixou de ser competitivo eseu consumo estacionou, com algunsperíodos de queda, de 2009 a 2013 asvendas de gasolina cresceram 74% no país.No mesmo período, especialistas calculamque cerca de 50 mil postos de trabalho nosetor foram fechados. E a maioria delesconcorda que o governo federal precisaresolver duas questões fundamentais nocurto prazo: definir o percentual de etanoldentro da matriz energética brasileira ecriar um programa nos moldes do Proer,idealizado para salvar o sistema financeiro,voltado exclusivamente ao setor. (MMR)

Manoel José Jorge e seu elevador para colhedoras e plantadeiras de cana 40% mais leve

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 95

Page 96: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO96

A Planeta Verde é um bom exemplode que é possível sobreviver bem ecrescendo mesmo em meio às piores criseseconômicas. A empresa começou a operarem 1987, como um engenho de rapadura,para processar a cana-de-açúcar orgânicaproduzida na Fazenda Jacutinga, depropriedade de Emile Lutz, um de seusfundadores. De origem europeia, Lutzpercebeu o interesse do velho continentepor produtos de origem orgânica jánaquela época e converteu todo o cultivoconvencional de cana de sua propriedadede 311 hectares em manejo orgânico.

A empresa é reconhecida

mundialmente como pioneira nafabricação de açúcar mascavo orgânico edestina 99% de sua produção para omercado externo, para países, como:Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Japão.No Brasil, tem clientes como Pepsico e Pãode Açúcar. “Nós temos grandes clientes,mas queremos crescer a passos pequenos.Nossa maior referência é a qualidade donosso produto”, assegura Paul Bruning,diretor industrial da usina, que emprega 78funcionários e vai produzir 1,25 milhão detoneladas de açúcar mascavo neste ano.

“Na verdade, esperávamos produzircerca de 1,5 milhão de toneladas, mas a

seca prejudicou a qualidade da matéria-prima”, explica Bruning. Todo o processode produção da Planeta Verde écertificado, desde o manejo do solo para oplantio até os processos industriais, alémda adoção de boas práticas sociais e desustentabilidade. A empresa está habilitadapara vender para a Europa, Japão, EstadosUnidos e também para a comunidadejudaica. Também deve começar a exportarpara a Austrália e Nova Zelândia aindaeste ano.

O mercado mundial de alimentosorgânicos cresce a uma taxa de 20% aoano. “A tendência é continuar crescendo,

principalmente por causa daspreocupações dos consumidores com asaúde e obesidade. Por outro lado, oconsumo de alimentos industrializadosconvencionais está caindo, principalmentenos países desenvolvidos”, avalia Bruning.Para se ter uma ideia, a média de consumode açúcar refinado no Japão é de 16 quilosper capita ao ano, enquanto a médiamundial é de 22 quilos. Já no Brasil, estevolume chega a 52 quilos, segundo dadosde 2012. Segundo analistas, estes númerosseguem uma tendência decrescente nospaíses mais ricos. Bom para a PlanetaVerde. (MMR)

Pioneira em açúcar mascavo orgânico descobre filão na Europa

Planeta Verde, em Lucélia, SP

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 96

Page 97: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 97

Page 98: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014PRODUÇÃO98

Quando terminou o curso deAgronomia no final de 2013, RenatoAndrei talvez não imaginasse conseguirtrabalho em sua área com tamanharapidez. Aos 28 anos, foi convidado paratrabalhar como líder de colheitamecanizada por um colega de faculdade naUsina Alta Paulista (Usalpa), emJunqueirópolis, interior de São Paulo.Como nunca tinha trabalhado no setorsucroenergético, Andrei tratou de seempenhar nos treinamentos e reuniõesiniciais para se adequar à nova função.

“Foi um desafio. De cara, passei aliderar uma equipe de colheita mecanizadacom mais de 20 pessoas. Mas também tivemeu salário multiplicado por três.Enquanto estudava, para me manter,trabalhei como frentista num posto decombustíveis e consegui bolsa de estudosparcial durante um período do curso”,conta o agora engenheiro agrônomo. Órfãode pai, Renato mora com a mãe Leonor econtou com sua ajuda durante os quatroanos de faculdade, que cursou emAdamantina, também no oeste paulista.

As usinas, aliás, têm sido umimportante polo gerador de empregos paraos jovens universitários da região oeste doestado, especialmente na Alta Paulista.Carente de grandes indústrias, oagronegócio é o carro chefe da geração deriqueza regional, em especial o setorsucroenergético. Outra grande fontegeradora de empregos são os presídios: na

região concentra-se uma populaçãocarcerária equivalente a dois carandirus.Costuma-se dizer que por aqui, ou ocamarada trabalha com a cana ou está emcana.

“Para jovens como eu, oportunidadesdeste tipo são muito importantes. Eu não

queria ir embora da região e o emprego nausina me permitiu ficar”, diz RenatoAndrei, que hoje coordena uma frente detrabalho com cerca de 20 trabalhadores,quatro colhedoras, dez caminhões, além deoutros veículos de apoio. O aprendizadonestes poucos meses – foi contratado em

março deste ano – já lhe deram maissegurança para desempenhar suas funçõese ele acredita estar pronto para muitosoutros desafios que virão pela frente.“Quero aprender mais, e espero que o setorcresça, para que muitos outros empregospossam vir a ser gerados”, afirma. (MMR)

Usinas são polos geradores de empregos para universitários da Alta Paulista

Renato Andrei: contratado como agrônomo, teve salário multiplicado por três

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 98

Page 99: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 99

Page 100: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014USINA DO BEM100

A Usina Cruz Alta,localizada em Olímpia (SP),acaba de receber arecomendação internacionalpara a FSSC 22000 (FoodSafety System Certification),que atesta o nível de excelênciados sistemas de gestão dasegurança dos alimentos daunidade. A recomendação feitapela auditoria independente,acompanhou todas as etapasde processo de produção deaçúcar refinado granulado, desde arecepção da matéria-prima (açúcar cristal)até a sua comercialização. A normaconsidera ainda no escopo de avaliação, otransporte e a estocagem na planta

industrial.Segundo a Guarani, para atender a

todos os requisitos exigidos, os armazénsda Cruz Alta passaram por adequaçõesfísicas. “Já os controles de segurança de

alimento foram revisados eoutros, implementados. Alémdisso, cerca de 100colaboradores da linha deprodução participaram doprocesso de certificação epassaram por treinamentospara garantir o cumprimentodas exigências da FSSC 22000,diz a empresa em nota.

Edilberto Bannwart,gerente de Saúde, Segurança,Meio Ambiente e Qualidade,

explica que a certificação demonstra ahabilidade da unidade industrial emcontrolar os riscos nas etapas de produçãodos alimentos e garantir produtos finaisseguros.

Todos os meses a Tonon Bioenergia,através do Programa RH no Campo, levafuncionários do setor administrativo daempresa à área agrícola e industrial com oobjetivo de esclarecer as principais dúvidasrelacionadas a pagamentos e aosbenefícios. “É bom saber que a empresa sepreocupa com a gente. Eu aproveito essaoportunidade para tirar todas as dúvidasque eu tenho”. São com essas palavras queLuís Henrique dos Santos, líder da fábricade açúcar da Unidade Paraíso (UPA),descreve o programa. Para complementar,um técnico dá dicas de como trabalhar comsegurança, enquanto uma nutricionistaanota sugestões de novas refeições para orestaurante.

De acordo com Carmen Norberto,supervisora de recursos humanos daTonon Bioenergia, em virtude da distânciaentre o local de trabalho, ou por falta de

tempo, alguns colaboradores, nãoconseguem ir ao RH para tirar suasdúvidas, o que ressalta a importância doprograma.

A Biocana – Associação de Produtoresde Açúcar, Etanol e Energia, de Catanduva,SP, acaba de completar duas décadas deserviços prestados ao setor sucroenergético.Nos últimos anos a entidade passou por umrealinhamento estratégico, segundo a suadiretoria. Entre as principais diretrizes estãoa profissionalização do setor e a capacitaçãode pessoas. A diretoria da entidade afirmaque são desenvolvidas propostas pararesolver entraves de logística, ações efetivaspara cumprir a extensa agenda deresponsabilidade socioambiental,comunicação com a comunidade efortalecimento de toda a cadeia produtiva.

A associação realiza cursos etreinamentos de capacitação para oscolaboradores das usinas e coordena umtrabalho voltado para a inclusão social, oPrograma “Valorizando a Diversidade” emparceria com o Senai de Itu. O trabalho, quetem o reconhecimento das autoridades,promove qualificação para as pessoas comdeficiência facilitando o processo depreenchimento de cotas.

Em parceria com outras entidades eprefeituras do noroeste paulista, a Biocanatambém incentiva projetos que formamjovens profissionais para atuar na

agroindústria. É o caso do Programa JovemAgricultor do Futuro, que em seu sétimo anode realização, já formou mais de 400 jovenscom idades entre 14 e 18 anos (incompletos),filhos de colaboradores de usinas associadase também da comunidade.

Outra iniciativa pioneira é a realizaçãodo MTA (Master of TechnologyAdministration) em Gestão da ProduçãoIndustrial Sucroenergética, especializaçãoministrada em Catanduva através daparceria com a Universidade Federal de SãoCarlos. No noroeste paulista, três turmas jáconcluíram o MTA e a quarta, está emandamento.

Para a dirigente da Biocana, LeilaAlencar Monteiro de Souza, a reabertura dodiálogo com os governantes do país é achave para resolver os entraves queinterferem no crescimento e competitividadedo setor. “Certamente, a classe políticavoltará o olhar para este setor que éfundamentalmente essencial para o Brasil epara o mundo. E isso precisa ser urgente. Ademanda mundial por fontes de energiarenovável não para de crescer. De maneirasustentável o setor sucroenergético pode darsua expressiva contribuição”, conclui apresidente.

Leila Alencar, presidente da Biocana

BIOCANA COMPLETA 20 ANOS

Usina oferececurso gratuitopara 90 alunos

Para quem sonha em trabalhar emlaboratórios e centros de pesquisa, o cursotécnico de Análises Químicas é uma boaopção. Com o objetivo de formarprofissionais de nível técnico na área, comuma base de conhecimentos instrumentais,científicos e tecnológicos, o Grupo Barralcoolem parceria com o Senai e apoio da UAB(Universidade Aberta do Brasil) - Polo deBarra do Bugres, iniciou no dia 21 de julho,duas turmas de 90 alunos da comunidade ecolaboradores da própria usina.

Com duração de dois anos e meio, ocurso será a porta de entrada para indústriasde diversos setores e as aulas serão teóricas epráticas, sendo as práticas no próprioLaboratório de Química da UAB.

Estiveram presentes para abertura docurso representantes do Senai: Nilson Luizda Silva, gerente do Senai; Mauro JoséPereira, supervisor do curso Técnico deLogística; Elisangela Schefer, assessorapedagógica e representando o GrupoBarralcool: Roberto Romas Gomes dosSantos, gerente de RH; Silvio Rangel,assessor de Diretoria; Rosimeire Missão,supervisora de Controle de Qualidade;Fabilene Ribeiro, coordenadora deLaboratório Industrial; Girlene Costa,coordenadora de Desenvolvimento Humanoe Clovis Augusto Vezu, coordenadorAdministrativo de Pessoal, e ainda arepresentante da UAB,Vera Lucia Oenning,coordenadora do Polo de Barra do Bugres.

Programa de usina leva RH para tirar dúvidas no campo

Certificação aprimora qualidade de produtos

Colaboradores de recursos humanos e da indústria, da Tonon

Usina Cruz Alta

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 100

Page 101: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 101

Page 102: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014CANA RÁPIDAS102

Encerrado no dia 30 dejulho, o primeiro semestre dasafra 2014/15 da segundamaior processadora de cana-de-açúcar do mundo, a Biosev,apresentou prejuízo líquidomenor em comparação aomesmo período do ano anterior.Em relatório administrativodivulgado em 14 de agosto, acompanhia relatou prejuízo deR$ 148,3 milhões. Em 2013, oresultado negativo da empresa foide R$ 325,8 milhões.

De acordo com o presidente dacompanhia, Rui Chammas, a estratégia decarregar mais os estoques de açúcar eetanol, segurando as vendas, afetounegativamente os resultados deste período.Houve aumento de 77% no volume deaçúcar estocado, para o etanol oincremento foi de 70%, comparados aomesmo período do ciclo anterior.

A moagem da Biosev, que possui 11unidades industriais e quatro polosagroindustriais, cresceu 5,6%, decorrentedo processamento de 9,7 milhões detoneladas de cana-de-açúcar, resultandoem crescimento de 4,4% na produção total,com 1,14 mil toneladas de ATR produto.Conforme relatório divulgado pelaempresa, o incremento produtivo é

decorrente do aumento da moagem nospolos agroindustriais de Ribeirão Preto(SP) e Leme-Lagoa da Prata (SP), queapresentaram resultados superiores de11,1% e 17,1%, respectivamente.

A produtividade total caiu 7,8%,registrando TCH – tonelada de cana porhectare de 74,1, no mesmo período do anopassado a companhia obteve incrementode 5,5%, com TCH de 80,4. O ATR –açúcar total recuperável, subiu 0,2%,fechando em 118,4 kg/ton. O mixprodutivo total foi balanceado, com 51,3%da produção destinada ao açúcar e 48,7%para o etanol.

Segundo Chammas, a previsão demoagem de cana em 29 a 31,5 milhões detoneladas em 2014/15 se mantém.

Em memória deOtávio Lage, professor eum entusiasta daeducação, a FundaçãoJalles Machado, asubsecretaria regional deEducação de Goianésia, oGrupo Otávio Lage e aJalles Machado realizaram,em 14 de agosto, olançamento da oitavaedição do Concurso deRedação Dr. Otávio,Construtor de Sonhos. Oconcurso, voltado aos alunos do 9º ano doEnsino Fundamental, tem como objetivoincentivar a leitura e a escrita. “Além disso, éuma forma de incentivarmos o crescimentointelectual dos alunos e dar oportunidade paraque possam continuar a sua formação”,ressalta o diretor-presidente da Jalles Machado,Otávio Lage de Siqueira Filho.

O evento também contou com apresença de diretores e professores de LínguaPortuguesa de 17 escolas do Município. Paraesta edição, é esperada a participação deaproximadamente 2 mil estudantes das redesPública e Privada de Ensino. Desses, 15%serão selecionados pelas unidades escolares efarão a prova de redação.

O vencedor receberá uma bolsa deestudos no valor de R$ 20 mil reais e o seu

professor orientador ganhará um tablet. Osegundo colocado será premiado com umnotebook e o terceiro com um tablet. Aescola do aluno vencedor receberá um troféue os colegas de classe ganharão camisetas doconcurso. “Agradecemos à Família Lage queproporciona esse incentivo aos alunos deGoianésia. O Concurso também valoriza osprofissionais da Educação”, ressaltou asubsecretária regional de Educação, Mariadas Graças Bueno.

As escolas poderão inscrever seusalunos até o dia 28 de agosto. A prova deredação será realizada no dia 9 de setembro,na UEG-Goianésia. Os ganhadores serãodivulgados na solenidade de premiação, nodia 18 de setembro, na Câmara Municipalde Goianésia.

Grupo promove concurso deredação com prêmio de R$ 20 mil

Biosev reduz prejuízo

no primeiro trimestre

O vencedor receberá uma bolsa de

estudos no valor de R$ 20 mil reais

Usina Santa Elisa: grupo apresentou

prejuízo líquido de R$ 148,3 milhões

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 102

Page 103: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:19 PM Page 103

Page 104: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014CANA RÁPIDAS104

De acordo com a edição 2014 doAnuário da Cana, que está sendo lançadonesta Fenasucro, a safra 2013/14 geroubons números para o Grupo SãoMartinho, composto por quatro unidadesprodutivas, e totalizou moagem de 15,6milhões de cana-de-açúcaraproximadamente.

O destaque produtivo é a Usina SãoMartinho, localizada no município dePradópolis (SP), responsável pela moagemde 57,75% do total, com 9 milhões detoneladas de cana-de-açúcar processada.Do total produzido pelo grupo, a unidadede Pradópolis foi responsável por 67% doaçúcar, 45% do etanol e 48,7% da energia

gerada. As quatro usinas geraram 986 miltoneladas de açúcar, 639,7 metros cúbicosde etanol e 442 MWh de energia.

Os números são superiores emrelação à safra 2012/13, com crescimentode 21% no volume de moagem, queresultou no crescimento de 151,65% nageração de energia. Fato ocorrido graçasao crescimento desta geração na usina SãoMartinho, com 215,32 MWh produzidosna usina. O biocombustível tambémapresentou elevado crescimento, com41,93% a mais que na safra anterior. Aprodução açucareira apresentou discretocrescimento em relação aos demaisprodutos, 1,75%.

Grupo São Martinho moeu 15,6 milhões de toneladas

Produção foi de 986 mil toneladas de açúcar,

639,7 metros cúbicos de etanol e 442 MWh de energia

Produção de etanol do Nortee Nordeste aumenta 6%

Seguindo movimento contrário à doaçúcar, a produção de etanol total doNorte/Nordeste do país aumentou 6% nasafra 2013/14, que se encerrou em abril.Na ocasião foram produzidos 1,96 bilhãode litros, contra a marca de 1,85 bilhão datemporada passada. A produção de anidroficou 9% maior passando para 1,21 bi delitros e a de hidratado, subiu 1,6%,chegando a 751,91 milhões de litros.

Somente a região Nordeste avançou3,9% na produção de etanol anidro ehidratado, totalizando 1,71 bilhão de litrosante os 1,64 bilhão de litros de 2012/13.As informações são do Anuário da Cana,que está sendo lançado nesta Fenasucro,em Sertãozinho, SP.

Chuva desacelera safra no Mato Grosso do Sul

As usinas de Mato Grosso do Sul moeram16,17 milhões de toneladas até 31 de julho. Aavaliação, que indica queda de 13,79% emrelação a última safra, foi divulgada nestaterça-feira, 12 de agosto, pela Biosul –Associação dos Produtores de Bioenergia deMato Grosso do Sul.

Na segunda quinzena de julho foramprocessadas 1,83 milhão de toneladas de cana,volume 43% menor do que o registrado nociclo passado. O teor de ATR – AçúcaresTotais Recuperáveis atingiu 129,92 kg,percentual pouco maior que o registrado nomesmo período em 2013.

De acordo com Roberto Hollanda Filho,presidente da entidade, as condiçõesclimáticas têm interferido no trabalho. “Emjulho, choveu duas vezes e meia a mais do quea média histórica, isso fez com que as usinasdiminuíssem o ritmo da produção por contada interrupção de vários dias na colheita.Agora em agosto esperamos voltar ao ritmonormal de produção no Estado”.

Até agora foram produzidas 436 miltoneladas de açúcar, quantidade 29,58%menor que a produção registradaanteriormente. Dados referentes à produçãode etanol registram que o acumulado até essaquinzena foi de 218 milhões de litros de etanolanidro e 673 milhões de etanol hidratado,chegando 892 milhões de litros debiocombustível produzido, volume 10,26%menor que na safra passada.

Nordeste produziu 1,96 bilhão

de litros durante a safra 2013/14

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 104

Page 105: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 105

Page 106: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014CANA RÁPIDAS106

Jalles Machado moeu 3,76 milhõesA Usina Jalles Machado, com duas unidades

localizadas em Goianésia, GO, totalizou mais de 3,76milhões de cana-de-açúcar moídas na safra 2013/14. Amatéria-prima resultou em 187 mil metros cúbicos deetanol e 179,4 mil toneladas de açúcar. O tipo hidratado foio biocombustível mais produzido, os 124,6 mil m³ desterepresentaram 66,5% de toda a produção de etanol.

A Jalles Machado possui sólida presença no mercadode açúcar. De toda a produção açucareira, 65,6% foidestinada à fabricação do tipo cristal, com 117,6 miltoneladas. O açúcar VHP ficou com 9,4% da produção eaçúcares de outros tipos representaram um quarto do totalprodutivo, 44,9 mil toneladas.

O grupo gerou aproximadamente 2.121 empregos, amaior parte no setor agrícola, que absorveu 1.002funcionários, 47% de toda a contratação do grupo na safra2013/14.

Conab estima produção de 659 mi de toneladas de cana

A produçãode cana-de-açúcar da safra2014/15 deveráatingir 659milhões detoneladas, ou omesmo volumeda safrapassada. Ainformação é daConab –CompanhiaNacional deAbastecimento,em seu segundo levantamento da safra de cana-de-açúcar.“As condições climáticas desfavoráveis contribuíram, demaneira negativa, na produtividade dos canaviais,sobretudo da região Centro-Sul”, explica a entidade. Osnúmeros são próximos dos anunciados pelo Anuário daCana 2014, de 600 milhões de toneladas.

A pesquisa diz que aumentou a área de corte, de 8,8para 9,1 milhões de hectares. A produção de etanolrepresentará 54,2% da cana equivalente. “A produção doetanol hidratado, utilizado nos veículos ´flex-fuel´,apresenta queda de 6,54% e sai da marca de 16,1 bilhõespara 15 bilhões. Enquanto isso, o anidro, destinado àmistura com a gasolina, aumentará 6,11%, passando de11,8 bilhões para 12,5 bilhões de litros em 2014”, revela.

Já a produção de etanol deverá passar de 27,9 para 27,6 bilhões de litros e a de açúcar está estimada em38,2 milhões de toneladas, com crescimento de 1% emrelação aos 37,9 milhões de toneladas produzidas nasafra passada.

Usinas Revati e Madhu sedestacaram em produtividade

De acordo com dados do Anuário da Cana 2014, aRenuka Brasil moeu aproximadamente 11,4 milhões detoneladas durante a safra 2013/14.

As usinas Revati e Madhu, localizadas no Estado deSão Paulo, foram as mais produtivas do grupo. Estasprocessaram 8,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar,que originaram 458 mil toneladas de açúcar e 401 milmetros cúbicos de etanol.

As outras duas unidades do grupo, localizadas noEstado do Paraná, moeram 2,4 milhões de toneladas decana-de-açúcar, que resultaram em 130 mil toneladas deaçúcar e 94,7 m³ de etanol.

O total produtivo do grupo indiano no Brasil para asafra 2013/14 foi de 589 mil toneladas de açúcar e 495,9metro cúbicos de etanol.

Grupo moeu 11,4 milhões de toneladas na safra 2013/14Usina Jalles Machado

Área de corte aumentou

de 8,8 para 9,1 milhões de hectares

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 106

Page 107: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 107

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

No dia 22 de julho aconteceu a 4ª reunião doGrupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, instalado naunidade de Ribeirão Preto do IAC – InstitutoAgronômico de Campinas. Nesta edição osparticipantes discutiram o manejo químico de plantasdaninhas em sistema de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar.

A presença de outras plantas durante odesenvolvimento de qualquer espécie vegetal podediminuir o vigor da cultura de interesse, resultando emprejuízos no final do ciclo. Plantas daninhas competempor água e nutrientes do solo antes disponíveis apenaspara cultura. A exsudação radicular de compostostóxicos por estas daninhas e a diminuição da áreafotossintética ativa também são fatores de redução deprodutividade da espécie comercial.

O problema ocorre em todas as culturas e em todasas etapas de crescimento. Durante o encontro foramdiscutidas as melhores técnicas de manejo destasplantas para viabilizar o desenvolvimento da MPB,tecnologia cada vez mais difundida nos canaviais doBrasil. O setor, conforme apresentado no IAC, jáapresenta tecnologias e estudos de casos sobre aaplicação de produtos químicos nesta forma de plantio.

O professor e pesquisador da UniversidadeEstadual de Maringá, Rubem Silvério de OliveiraJúnior, palestrou sobre a seletividade de herbicidas,

tratando sobre os fatores que determinam estapropriedade, como as características relacionadas aosherbicidas e ao método de aplicação destes produtos, eàs características da planta. Para Silvério, a maiorsegurança de aplicação está em tratamentos seletivos.“Quanto maior a diferença de tolerância entre acultura e a planta daninha, maior a segurança deaplicação. No tratamento seletivo controlamos asplantas indesejáveis, que sofrem injúrias com asaplicações. As espécies tolerantes não são susceptíveisao produto”, explicou. Assim o crescimento do manejodas daninhas deve procurar variedades para uso emsistema de MPB resistentes às aplicações químicas.

O coordenador corporativo de desenvolvimentotécnico da Bunge, Carlos Daniel Berro Filho,apresentou a experiência do grupo no assunto. ParaDaniel, o ponto chave do manejo é definir o local deplantio do viveiro, evitando locais com histórico deinfestação de plantas daninhas. Para o coordenador, omanejo da irrigação é fundamento para a inibição docrescimento destas plantas indesejadas, pois possibilitauma fixação mais rápida da muda no solo,dificultando o desenvolvimento de plantascompetidoras. Carlos Daniel também afirmou que épreciso cuidado com a aplicação de agrotóxicos na fasede viveiro. “A fitotoxidade em viveiro não somentequebra a produtividade do canavial, como impactadiretamente a viabilidade e vigor do nascimento degemas, acarretando em prejuízos no canavial”,concluiu.

Grupo discute combate a plantasdaninhas em mudas pré-brotadas

Muda pré-brotada garante maior vigor ao canavial

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 107

Page 108: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA108

Tecnologia com gemas encapsuladasoferece maior segurança aos canaviais

John Atkins, diretor de operações da Syngenta

Presente em mais de 90 países, aempresa suíça Syngenta apresentou nofinal do primeiro semestre deste ano, areformulação do Plene, plataforma jáconhecida nos canaviais nacionais. Agorahá inclusão de uma nova ferramenta quetrará maior garantia genética erastreabilidade aos campos, o Novo Plene.

Esta nova tecnologia disponibilizaráao setor canavieiro gemas de cana-de-açúcar encapsuladas, que possibilitarãomaior velocidade de plantio e menoresfalhas de germinação. O material écomposto por resinas e outros produtosque garantem a manutenção da qualidadedestas.

Para Alexandre Gobbi, diretor daárea de negócios de cana-de-açúcar, atecnologia inserida ao produto permitemaior estabilidade nos canaviais, porimplantar materiais com as característicasoriginais das variedades e por respeitar asboas práticas agrícolas. “Quando há umprocesso controlado, como a utilização debiofábricas, toda a genética desenvolvidano material acompanhará o produto. Oresultado é maior pureza genética, maisvigor e menos falhas em campo”, explica.

A tecnologia inserida não estálimitada à sua aplicação em campo. Natecnologia de produção do Novo Plenehaverá rastreabilidade, informando ao

comprador desde o matrizeiro até ocaminho percorrido para chegar ao localde plantio. “Nosso cliente terá informaçõessobre toda a história do produto, quaisetapas percorreu e qual o material deorigem”, complementa Gobbi.

Para Leandro Irigon Amaral, diretorde marketing do setor de cana-de-açúcar, odesenvolvimento da tecnologia só épossível em parceria com os principaisagentes do setor. “Estamos em fase deimplantação da tecnologia no Brasil,sempre em associação com nossosparceiros, que acreditam em nossasinovações e contribuições para a culturacanavieira”, conclui.

A Syngenta pretende inserir em 2017a nova tecnologia no mercado brasileiro.Para o diretor de operações da empresa,John Atkin, o Novo Plene trará maiorsegurança aos canaviais. "Nós adicionamosoutra tecnologia inovadora para a nossaplataforma Plene. Isso tornará o processode plantio mais eficiente para osprodutores, trazendo um material genéticode alta qualidade, em grande escala. Porser multiplicado em um ambientecontrolado, podemos eliminar asincertezas de produção de campo e osriscos econômicos relacionados”, afirmou.O Novo Plene, integrará os sistemas jáconhecidos, Plene Evolve e Plene PB.

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 108

Page 109: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 109

Page 110: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA110

Evento reuniu membrosda diretoria,colaboradores efamiliares em um dia dehomenagens ecelebrações

A DMB, empresa de máquinas eimplementos agrícolas, reuniu membros dadiretoria, colaboradores e familiares paracomemorar seus 50 anos de existência.Localizada na cidade de Sertãozinho,interior de São Paulo, a empresa temparticipação importante nodesenvolvimento do setor sucroenergético.

“Desde o início, ainda em instalaçõesmodestas, a DMB teve como propósitofabricar implementos para a cultura dacana-de-açúcar. O objetivo sempre foioferecer máxima qualidade nos produtos,visando a satisfação de seus clientes. Aliadoa estes fatores, a empresa sempre contoucom uma administração eficiente em buscado crescimento”, diz o engenheiro

agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerentede marketing da empresa.

Durante o evento, diversashomenagens foram prestadas, como ao Sr.Luiz Borges, um dos fundadores donegócio. “Ele, Alberto Borges e José Maieruderam início ao trabalho, ainda com onome de Mecânica Borges. Dois anos

depois, Décio Rosa passou a fazer parte dotime e o nome DMB foi estabelecido”, dissePardinho.

Em seu discurso, ele ressaltou aparticipação efetiva de todos oscolaboradores para o crescimento daempresa, que atualmente conta cominfraestrutura moderna instalada em uma

área de aproximadamente 50 mil m². “Nadadisso teria sido alcançado sem o empenho,criatividade e dedicação de todos”.

No local são fabricados uma extensalinha de implementos, como subsoladores,sulcadores, cobridores, cultivadores"quebra-lombo", cultivadores para canacrua e queimada, carretas paradistribuição de torta de filtro, adubadeirasde superfície, adubadores para cana cruacom aplicação em profundidade,aplicadores de inseticidas em soqueiras edesenleiradores para cana crua.

Todo este trabalho se tornoureferência no mercado, permitindo que osnegócios fossem expandidos para outrospaíses produtores de cana. América do Sul,América Central, Caribe e Áfricatrabalham com a tecnologia. “Ocrescimento do setor exigiu queexpandíssemos nosso portfólio deprodutos, tornando a empresa a maisdiversificada nesta área de atuação”,finalizou Pardinho.

DMB16 3946.1800www.dmb.com.br

DMB COMEMORA 50 ANOS

Outra homenagem foi feita ao funcionário que está há mais tempo na empresa, o Sr. Alexandre

Borges Júnior, tendo à sua direita Marcelo Borges e a esquerda o Sr. Alberto Borges

O colaborador José Carlos de Souza, há 39 anos na DMB, também foi homenageado,

tendo ao seu lado direito Aberto Borges Júnior e a esquerda Roberto Tadeu Faria da Silva

Momento em que Dona Dilma Rosa Borges recebia as homenagens

em nome do seu esposo, o Sr. Luiz Borges. Na foto: José Luiz Faria da Silva,

Débora Borges Mastrângelo, Roberta Faria da Silva Mazer, Neusa Borges Faria

da Silva, dona Dilma, Luiz Carlos Borges e Renata Borges

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 110

Page 111: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 111

Page 112: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA112

Para driblar a compactação, aJacarezinho está adotando a canteirização eimplantando o tráfego controlado por meioda utilização do piloto automático com osistema RTK. “Isso faz com que omaquinário comece a trafegar todo ano nomesmo lugar. Estamos criando áreascompactadas e áreas sem tráfego, onde nãohá compactação”, detalha José RicardoZanata.

A Jacarezinho planta no sistema duploalternado (0.90 m x 1,50 m). “Estamos háquatro anos plantando nesse sistema. Otráfego é direcionado somente para a linhade 1,50 m. No 0,90 metro, forma-se umcanteiro, onde não há tráfego de máquinas.Isto tem ajudado bastante”, diz.

Todas as operações de cultivo,adubação ou de alguma necessidade deescarificação são feitas dentro do 0,90 m –detalha. “O 1,50 m vira uma zona como sefosse asfaltada”, brinca. Segundo ele, nessaárea, não é preciso fazer a descompactação,pois a entrelinha é voltada ao tráfego.

É uma canteirização. Não compacta nalinha de cana – enfatiza. O plantio já é feitototalmente com a utilização de RTK.Algumas colhedoras estão com pilotoautomático. Em trator transbordo, haveráainda a implantação desse sistema – revela.

“No preparo de solo, fazemos adescompactação com subsolagem de 45 a50 centímetros de profundidade”, afirma.Algumas usinas usam o equipamento Penta– observa. “Este sistema está sendoavaliado. Há unidades que têm obtido

resultados positivos. Outras dizem que é amesma coisa na questão de produtividade.Ainda não investimos nessa linha. Nadaimpede que possamos estudar esseequipamento mais adiante”, diz.

Na opinião dele, a indústria poderiaajudar, de alguma forma, com mudançasem equipamentos para que ocorra aminimização da compactação do solo.“Atualmente a cultura se adapta àsmáquinas existentes. Tem muita coisa paramelhorar, incluindo mudanças visando amelhoria da qualidade da colheita, doplantio, do preparo do solo e,consequentemente, a redução dacompactação. Para isto, poderiam seralterados tamanho de bitola, sistema derodado, peso das máquinas. É precisorepensar”, comenta.

De acordo com ele, o pneu de altaflutuação, utilizado em todos os tratores etransbordos da Jacarezinho, ajuda a reduzira compactação, porque tem uma área demaior de contato com o solo e, por isso,distribui melhor o peso. “Compacta menos.Mas, o transbordo, com dez toneladas,andando no canavial, não tem o que fazer.Não há como eliminar totalmente esseproblema”, diz.

Segundo o supervisor de plantio etratos culturais, o tráfego controlado, sempisar na linha da cana, tem ajudado aJacarezinho a obter bons resultados. Ascolhedoras da usina são de esteira, o quetambém contribui bastante para amenizara compactação – observa. (RA)

Plantio de cana é feito em áreasem tráfego na Jacarezinho

Mercado disponibiliza

diversas alternativasPara reduzir os problemas de

compactação do solo, o mercadofornecedor disponibiliza diversas soluçõespara as áreas de cana-de-açúcar. ATrelleborg oferece, por exemplo, aslinhasTwin Implement e Twin Tractor, quecontam com uma estrutura de carcaçareforçada e cintas internas abaixo dabanda de rodagem que proporcionammaior vida útil do pneu e aumento daquantidade de horas trabalhadas, além deaumento da área de contato com solo,realização de operações com baixa pressãode inflação, distribuição uniforme ehomogênea do peso das máquinas eimplementos pela superfície do solo eredução do consumo de combustível,segundo Victor Aleixo.

A linha Twin Radial paraimplementos e caminhões traz o benefícioda linha Twin, com sua construção naforma radial proporcionado maisbenefícios como maior índice de velocidadee capacidade de carga, e sempre com baixapressão de trabalho, respeitando o solo –afirma.

A Alphapneus também conta com umportfólio preparado para atender todas asoperações mecanizadas que envolvem aprodução de cana-de-açúcar, desde opreparo até a colheita – afirma DaniloRossini. “São inúmeros casos de sucesso.Da checa Mitas, temos os pneus de altaflutuação para transbordo (medida600/50-22.5) e com opção radial(600/50R22.5) pela fabricante finlandesa

‘Nokian’, muito utilizada em caminhõestransbordo em conjunto com o pneu Mitas365/80R20 MPT-20 na dianteira”,exemplifica.

Um dos destaques da linha da Titan éo importado superflot radial da Goodyear,o pneu 600/50R22,5 que começará a serfabricado no Brasil a partir do próximoano – informa Leandro Pavarin. “Reúneas vantagens que minimizam acompactação: alta flutuação e construçãoradial, Na linha agrícola, a Titan tem umagama que atende praticamente todas asaplicações. Faltam pouquíssimas medidaspara atender 100% das necessidades domercado”, ressalta. (RA)

Controle do tráfego, pneu de alta flutuação e canteirização estãoentre as medidas

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A redução de custo tem sido uma“obsessão” perseguida pelas unidadessucroenergéticas visando a sobrevivênciaou a preservação da margem de lucro emum cenário marcado pela crise e seusefeitos. Para isto, há um esforço de todas asáreas para afastar toda e qualquer situaçãoque abale a produtividade e a eficiênciaoperacional.

No campo, um dos problemas queimpacta o rendimento agrícola é acompactação do solo que tem a suacapacidade reduzida de retenção eabsorção da água. Em consequência dessasituação, principalmente nos períodos deestiagem, ocorre um “déficit hídrico” para aplanta e o desenvolvimento das raízes ficacomprometido, constata o agrônomo VictorAleixo, engenheiro de campo da Trelleborg.

“A água que não infiltra no solo provocao carregamento de partículas e sedimentos,causando erosão na camada superficial ondese concentra a maior parte dos nutrientesdisponíveis para a planta”, ressalta. Paraeliminar – ou pelo menos diminuir – os

transtornos gerados pela compactação,produtores e unidades sucroenergéticasrecorrem a diversas alternativas, comocontrole do tráfego, uso do pneu de altaflutuação e até mesmo a canteirização.

Com 50% de sua área de cana em solo

argiloso, a Usina Jacarezinho, localizada nomunicípio paranaense do mesmo nome,por exemplo, tem enfrentado problemas decompactação, afirma o engenheiroagrônomo José Ricardo Zanata, supervisorde plantio e tratos culturais. Apesar de oargiloso estar mais suscetível àcompactação, o arenoso tem tambémcausado preocupação para essa unidade.

Os outros 50% dos canaviais daJacarezinho são plantados em solo misto earenoso – informa. “O nosso solo arenosocontém bastante argissolo, que possuibastante argila no horizonte ‘B’. Nosprimeiros vinte centímetros é mais arenoso,embaixo tem uma porção mais argilosa”,explica.

No solo argiloso estão ocorrendo osmaiores problemas de compactação devidoao avanço da colheita mecanizada –admite. O índice de mecanização do cortee do plantio da Jacarezinho é de 70%.“Quem faz a maior compactação é acolheita. As máquinas são pesadas. Colhemde 80 a 90 toneladas por hectare (TCH).Para tirar isto do talhão, há um pisoteiomaior”, constata.

O que agrava a compactação é trafegarcom máquinas pesadas – observa – emépocas úmidas.

Usinas adotam diversas alternativas para driblar a compactação

Leandro Pavarin: investimentos em

superflot radial

Victor Aleixo: pesquisa constante busca amenizar efeitos da compactação no campo

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 112

Page 113: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 113

Page 114: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014TECNOLOGIA AGRÍCOLA114

Maior área de contato,que exerce menos pressão é critérioimportante na hora de fazer a seleção do produto

A escolha correta do pneuagrícola – responsável pela ligaçãoentre a máquina e o solo – éconsiderada um fator importantepara reduzir a compactação.Quanto mais largo o pneu, maiorárea de contato ele vai ter, portantomenos pressão sobre o solo seráfeita, explica o engenheiro agrícolaLeandro Pavarin, gerente devendas da Titan Pneus – detentorada marca Goodyear Farm Tires.

“Se a opção for por um pneuradial, a situação melhora ainda mais.No radial, há uma área líquida decontato com o solo maior do que nopneu de construção diagonal”, compara.

Os pneus diagonais, por trabalharemcom uma maior pressão de inflação eapresentarem uma menor área de contatocom o solo, contribuem de formasignificativa para o aumento do nível decompactação do solo – diz Victor Aleixo, daTrelleborg. “Além de aumentar o consumode combustível, há maior índice depatinagem e menor rendimento dasoperações de campo”, afirma.

Na Europa, utiliza-se pneus maislargos, conhecidos também como pneus dealta flutuação, com largura de 800 ou 900milímetros para trator de baixa potência –informa Leandro Pavarin, da Titan. “No

Brasil,ocorre o uso depneus com essa largurapara tratores de alta potência. A Europaestá um passo à frente em relação a isto”,enfatiza.

De acordo com ele, os pneus de altaflutuação têm, no mercado brasileiro, 710

milímetros delargura no máximo. O mais

comum é o 600/50-22,5 – informa. O espaçamento entre as linhas de cana

nas plantações do país é que limita oaumento da largura do pneu e,consequentemente, a ampliação da área decontato e a diminuição da pressão sobre o

solo – esclarece o gerente de vendas daTitan. “Se aumentar mais o espaçamento, amáquina não consegue colher duas linhas.E aí começam algumas complicações”,observa.

Existe hoje uma tendência de algumasusinas adotarem o modelo australiano, querestringe a circulação do pneu a uma área

pequena – constata. Neste sistema,ocorre um aumento do espaçamentoentre as linhas de cana.

“O discurso torna-secompletamente diferente. Nestecaso, a demanda não é por umpneu mais largo, mas por umpneu cada vez mais estreito queleve alta carga, pois a área queestá sendo compactada, não vaiter plantio de cana. Não temproblema. Pode compactar.Ocorre a canteirização”, comenta.

Segundo ele, pode ser usado,neste modelo de plantio, um pneude 320 milímetros de largura.

”Este é o pior dos mundos paraquem produz pneus. Quando a

largura é bastante reduzida, diminuidemais o volume de ar interno do pneu

que tem relação com a capacidade decarga que ele consegue levar. Aí surgem

problemas de sobrecarga dos pneus. É umdesafio que vai demorar um tempo. para agente se adaptar. Se o mercado for nessadireção, teremos que aprender”, diz.

Uma série de questões precisa serrespondida em relação a isto – observa. Na opinião dele, as soluções terão que serdesenvolvidas junto com o setor. “Temosum pneu de largura 380 aro 46, atualmenteimportado, que pode ser uma alternativapara atender essa demanda. Vamoscomeçar a produzi-lo no Brasil no final do ano”, afirma. (RA)

Pneus largos e radiais diminuem problemas para o solo

Há outro fator que deve ser levado emconsideração no uso de pneus: a pressãointerna. “É comum encontrar no campopneus calibrados acima da pressão mínimanecessária, o que acaba deixando-o maisestufado em detrimento de menor área decontato, interferindo na compactação dosolo”, afirma o engenheiro agrônomoDanilo Rossini, da área de Pesquisa &Desenvolvimento da Alphapneus.

Segundo ele, quando a pressão estáabaixo da necessária, a carcaça do pneu sedeforma, “A pressão supostamente aliviadaacaba incidindo no solo pela região dosombros dos pneus que fica sobrecarregada,além de poder acarretar consequênciasestruturais e reduzir a vida do pneu”,explica.

Leandro Pavarin, da Titan, destacaque uma nova tecnologia, a IncreasedFlexion (IF) – que em português significa“Flexão Aumentada” ou “Maior Flexão” –, permite ao operador carregar a

mesma carga aplicando pressões menoresou cargas maiores com a aplicação damesma pressão. (RA)

A aquisição de pneus amigáveis dosolo deve levar em conta também o perfilbaixo que geralmente indica um produtopreparado para reduzir a compactação dosolo. “De maneira geral, pneus agrícolasde perfil baixo são utilizados emcondições que o diâmetro não pode seraumentado”, afirma Danilo Rossini, daAlphapneus.

O perfil reduzido é adotado parapossibilitar o aumento da largura dabanda, o que resulta em rodados commaior área de contato que os pneuspadrões de raio equivalente – esclarece.

Diversos detalhes precisam serobservados e avaliados, durante o processode escolha dos pneus, visando a redução dacompactação. Até mesmo a altura dasgarras deve ser otimizada de acordo com asnecessidades, recomenda Danilo Rossini.

“Garras muito altas são agressivas aosolo, prejudicando principalmente acamada superficial. Em operações que não

demandam muita tração em solo solto,garras mais baixas podem ser maisadequadas para a preservação do solo,principalmente os padrões com menorproporção de vazios, o que significa maisborracha em contato superficial com o solo,melhorando a flutuação do pneu”, diz.

Segundo ele, a relação da traçãotambém pode ter consequências nacompactação. “Um efeito direto jácomprovado pelos pesquisadores é que se orodado, por algum motivo, apresentarbaixa eficiência trativa e acabar patinandoexcessivamente, esse atrito é responsávelpor compactar o solo da camada superior.Por isso é preciso chegar a um limiar idealde altura das garras”, observa.

Outro detalhe que está ligado a traçãoé que o pneu demanda maior quantidadede lastro para evitar a patinagem quantomenor for a eficiência trativa. “Quantomais lastro, maior o peso sobre os pneus ea pressão sobre o solo”, afirma. (RA)

Altura das garras deve serotimizada conforme a necessidade

Pressão interna e tecnologia IFtambém devem ser consideradas

Danilo Rossini: cuidado na calibração

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 114

Page 115: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 115

Page 116: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014POLÍTICA SETORIAL116

Venda direta de etanol ao distribuidor aumenta rentabilidadePOR RENATO CUNHA,

PRESIDENTE DO SINDAÇÚCAR (PE)

É evidente que o Governo Federaltenta debelar a terrível volta de umaindesejada inflação ao país, sobretudo,através do controle artificial que permeia ocomportamento dos preços da gasolina, e,por tabela, dos seus substitutos: etanol,diesel, biodiesel e da matriz veicular comoum todo.

A estratégia já impingiu danos eprejuízos irreversíveis, tanto à Petrobrascomo ao setor e a todo o seu genuínoagriconglomerado (cluster) nacional, que sóem fornecedores de cana, envolve mais desessenta mil agentes geradores de empregose renda no campo.

Contudo, será que não há uma saída,ainda que não definitiva? Claro que nãoseria uma panaceia, mas um caminho deautogestão, onde o produtor de etanolpudesse vender diretamente ao posto, oseu suado produto; diretamente ao canalfinal de distribuição, recebendo por umaespécie de Conseálcool dos preços aoconsumidor, a exemplo dos nossosplantadores e empreendedores da cana,como o já consolidado Consecana,melhorando assim sua rentabilidade eainda diminuindo os preços de compraatuais, além de impostos aosconsumidores, que compulsoriamente, sãopartícipes de compras nos postos.

A quem não interessa a venda diretado hidratado, com maior atratividade aoconsumidor? São volumes equivalentes acerca de mais de 56% da produção deetanol do país? Produto que segura osuprimento dos motores alternativos àgasolina. Por que não flexibilizar e permitirum modelo mais híbrido?

O produtor agroindustrial nos diasatuais é forçado a trabalhar para perderdinheiro. Cumpre o abastecimento doanidro na gasolina, questão estratégica queé, para o país, e, ainda perde capital,margens, sendo direcionado ao

endividamento, a essa altura, para tentarsalvar o restante de seus ativos, tudo embenefício de um desequilíbrio deconcorrência de mercado, presentefortemente em meia dúzia de grandesdistribuidoras. E isso ocorrerá até quando?Até onde mais irá nossa longevidade? Hámercado comprador ascendente no Brasil,só para quem quer e já está nesse atrozjogo de perder muito, transferindo para asvendas, as parcas esperanças que não vêmremunerando a produção. Um suicídioempresarial induzido e consentido.

Há trinta anos quando se falava em

venda de açúcar em pacotes no varejo erauma grande resistência. Ainda, quandonão se permitia ao produtor exportaraçúcar por si só, outra barreirainimaginável de ser ultrapassada, tendotodos os modelos evoluídos, com a usinachegando mais e mais ao seu comprador, aquem cabe fidelizá-lo, numa relaçãomadura mais pessoal, pormenorizada emais rentável.

Não dá mais para calar, nem vamosnos entregar, asfixiados, por uma operaçãode venda defasado, onde as própriasdistribuidoras, até para terem a fidelização

de seus postos vivem do auxílio normativodo governo, só conseguindo pornormativos.

Enquanto isto o produtor se endivida,troca seis por menos de meia dúzia, isto é,quando tem a sorte de ter fluxo decomercialização, ainda que oneroso, seenterrando cada vez mais, numa espiraldescendente e sem fim.

Portanto, nossa cruzada explícita épelas vendas diretas dos combustíveislimpos, um dos caminhos que podecooperar num novo redirecionamento parao segmento.

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 116

Page 117: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 117

Page 118: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014POLÍTICA SETORIAL118

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Publicada no dia 24 de março de2014 e aprovada no dia 3 de julho, aMedida Provisória 641, que alterava a Leide Comercialização de Energia, perdeu suaeficácia no dia 21 de julho.

A MP propunha a entrega de energiaelétrica de usinas termoelétricas para o SIN– Sistema Interligado Nacional para omesmo ano da licitação de compra. A Lei10.848 permite o início do fornecimentoapenas no ano subsequente ao da licitaçãoe com prazo de suprimento mínimo de 3anos. A proposta da medida era demodificar este prazo, nas futuras licitaçõesa entrega aconteceria no mesmo ano e comprazo de suprimento mínimo de um ano.

Uma justificativa para a criação daMP foi a necessidade de leilões de energiapara entrega no mesmo ano da licitação,para que as concessionárias não ficassemexpostas ao preço líquido de diferenças domercado de curto prazo.

Os leilões deste tipo são conhecidoscomo A-0 e pretendiam minimizarproblemas financeiros de distribuidorasque não haviam contratado toda aeletricidade que se propunham a ofertar.

A medida, que teve atraso para aformação de uma comissão mista paravotação, recebeu 54 propostas de emendas,dentre elas, três pediam a inclusão desubvenção a produtores de cana-de-açúcar

pelas secas sofridas na safra, e foramelaboradas pelos deputados AnthonyGarotinho (PR/RJ) e Pedro Eugênio(PT/PE).

Algumas Emendas pediam a inclusãode favorecimento às usinas geradoras deenergia por biomassa, como a do DeputadoArnaldo Jardim (PPS/SP), que explica que

a ação visa corrigir uma omissão naregulação do Setor Elétrico Nacional. “Osgeradores de biomassa de cana-de-açúcarnecessitam de um regramento claro paraexpandir sua geração de energia elétrica,refletida na devida revisão da GarantiaFísica que possibilita a comercialização daenergia gerada, por meio de aumento dedisponibilidade de biomassa”, justificou.

Com este panorama, o setor elétricovive uma crise. Dependente de uma malhaelétrica que cruza o país de umaextremidade à outra, a eletricidade quecorre nestes cabos provém, em sua maioria,da geração através de hidroelétricas, queatualmente apresentam baixos níveis emseus reservatórios devido à escassez dechuvas nesta época do ano.

Paralelamente a este problema, em2012 a MP 579 entrou em vigor. Esta teveo objetivo de reduzir o custo final daenergia elétrica. No ano seguinte a medidafoi transformada na Lei 12.783, na qual aredução tarifária aconteceu porantecipação das concessões de geração etransmissão daquele ano, estimulando oconsumo de energia no país.

Mesmo com estes entraves, o setor podeaproveitar este atual cenário para traçarmetas de desenvolvimento de um produtoem crescente demanda no país, fornecendoenergia de maneira contínua e em épocas deestiagem, agregando segurança energética aum país que não estruturou um planoenergético a longo prazo.

MP sobre comercialização de energia continua sem aprovação

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 118

Page 119: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 119

Page 120: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014POLÍTICA SETORIAL120

ENTREVISTA — Arnaldo Jardim

“Aumento da mistura é passo importante para a retomada”ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O coordenador da FrenteParlamentar pela Valorização do SetorSucroenergético, o deputado federal,Arnaldo Jardim (PPS), defende umasérie de mudanças políticas quebeneficiem o setor sucroenergético. Entreelas, o aumento da concentração doetanol anidro na gasolina de 25% para27,5%; incentivo à produção de energiaelétrica por biomassa; inclusão do motormovido a etanol no programa Inovar-Auto; a desoneração do PIS/Cofins paraos produtores de cana e o retorno dataxa Cide (Contribuição de Intervençãono Domínio Econômico) para agasolina, além de uma mobilização dacadeia produtiva sucroenergética emprol da retomada. Lançada emnovembro passado, a FrenteParlamentar, iniciativa suprapartidária,objetiva promover, acompanhar edefender ações e políticas públicas quefortaleçam o setor. Em visita aopresidente do JornalCana, JosiasMessias, Arnaldo Jardim falou sobre osdesafios para 2015. Confira entrevistacompleta:

JornalCana – Em relação aoaumento da mistura de etanol nagasolina, dos 25% para 27,5%, já épossível comemorar?

Arnaldo Jardim - Há um esforçoconcentrado marcado para a primeirasemana de setembro, no Senado e

queremos que seja aprovada lá também.Há um compromisso de sanção daPresidente, e isso será um passo importanterumo a retomada, mas não o suficientepara resolver o problema delicado do setorsucroenergético. Vamos somar a essamedida a retirada do PIS/Cofins sobre acana e somar a emenda que conseguimosaprovar do Inovar-Auto, que inclui o motorflex e na projeção do carro híbrido,pesquisas de inovação tecnológica para ocarro elétrico a etanol. Vou orientar aFrente Parlamentar para verificar junto aAneel, a possibilidade de realizar leilõesespecíficos para contratação de energia dafonte de biomassa. Isso irá completar umconjunto de questões relacionadas a preçoe o aumento da participação de etanol namatriz de combustível.

O setor será capaz de suprir ademanda com o aumento da mistura?

Não imediatamente, até porque amedida não deverá ser estabelecida paraeste ano, mas para 2015. Acredito que apartir de 2015 terá plenas condições desuprir a demanda adicional de 1,2 bilhãode litros. O importante é que repercutedesde já, se há um cenário previsível,permite planejamento, precificação e oefeito imediato no ponto de vista da cadeiaprodutiva.

O que poderá acontecer se aPresidente Dilma for reeleita?

Tenho minhas opiniões, mas sereicauteloso. Gostaria de ver mudança nogoverno atual, pois acho que um governo

de oposição poderia ouvir muito mais osetor. A presidente Dilma paralisou osegmento ao extremo, e comprometeu umsetor que faz o Brasil se desenvolver epenalizou a economia como um todo. Seela continuar, certamente terá que mudar asua postura atual e não postergar maismedidas.

Quais as perspectivas para 2015?Primeiro temos que aguardar as

perspectivas do clima, mas espero que 2015seja um ano melhor. Qualquer governo quese eleja terá que reajustar os preços doscombustíveis fósseis. A Petrobras vive umasituação delicada fruto da manipulaçãoartificial por parte do atual governo,comprometendo a empresa e matando osegmento sucroenergético. Um reajuste depreços da gasolina deve vir de forma maisclara e profunda para que o setor possareagir. Nossa vigilância é a garantia que issose realize.

Falta mobilização por parte dosetor?

Acho que o setor está mais maduro,mobilizado e unido. Mas ainda precisa semobilizar mais, devido a sua importânciaeconômica, social, e seu efeitomultiplicador na economia. Ainda não temfirmeza do que necessita para defendersuas reivindicações, já que em anosanteriores houve certa hesitação. Osegmento muitas vezes entendeu que a boarelação com o governo resolveria por si só asituação. Hoje os fatos deixam claro quegoverno reage às pressões. Não proponho

nada radical, mas de firmeza nas defesasdas reinvindicações. Acho que faltouunidade na construção de uma pautaconjunta. A ação desigual de liderançastambém enfraqueceu esse momento.Temos que aprender com o que vivemos,fortalecer as frentes nacionais, entidades declasse e temos que ter mobilização, pois ogoverno reagirá dependendo dareivindicação.

Quais as ações da Frente em favorda bioeletricidade a partir da biomassada cana?

Nos últimos três anos foram realizadosleilões e os contratos visavam o menorcusto, um critério que muitas vezes nãoleva em consideração a localização dafonte. Embora nesse instante ofertemos aenergia de biomassa a um custo médio deR$ 180,00, defendemos que deve haverleilão específico por fonte ou vocacionadospara destacar a bioeletricidade. O governotem energia de reserva a partir dastermelétricas, a carvão e a óleo, a customaior de R$ 300,00, e se tornoupermanente e usual. Vamos defender acontratação específica de energia debiomassa. Discutimos com Ministérios,com a Aneel, e estamos esperandorespostas e há sinais de que o governo seconvenceu e que as respostas venham logo.Acho que a divulgação das virtudes dabioeletricidade, do ponto de vista de custos,da localização próxima aos grandes centrosde consumo e a produção complementarao período chuvoso, justifica as prioridadesque defendemos.

Arnaldo Jardim e Josias Messias: setor precisa se mobilizar ainda mais

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 120

Page 121: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 121

Page 122: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014POLÍTICA SETORIAL122

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Durante seus oito anos comopresidente da República, Luiz Inácio Lulada Silva criou tamanha empatia com osetor que em 2010, já com a criseinstalada, sua sucessora Dilma Rousseffnão teve dificuldades em contar com apoiodo eleitorado canavieiro. Passados quatroanos, o cenário mudou e a petista érejeitada pelo segmento.

O motivo principal é o supostocontrole da inflação através do preço dagasolina, defasado em cerca de 20%. Em2012, o Governo Federal zerou a Cide –Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico sobre o combustível fóssilcomo forma de compensar o reajuste dospreços, tirando a competitividade doetanol. “Acho que aumentar a Cide paraqualquer setor impacta no que se chamaarrecadação de tributos. Há que sejustificar a Cide para qualquer coisa;acredito que a política em relação aoetanol tem de ser uma política bastanteclara”, afirmou Dilma.

Para se eximir da culpa, a petistadeclarou no início de agosto que oproblema não é a atual política decombustíveis, mas sim, o avanço dosamericanos neste mercado. “Nosso etanolde cana é um produto que tem competidorinternacional, que é o etanol de milhoamericano. O etanol de cana terá de sercompetitivo com o etanol de milho e apolítica do governo é ajudar nessacompetitividade. Através do quê? Dacontínua e sistemática adoção detecnologias”, afirmou.

Elizabeth Farina, presidente da Unica– União da Indústria de Cana-de-Açúcar,discorda da afirmação e diz que Dilma está‘desinformada’ quando o assunto é obiocombustível. “Mais de 90% dohidratado produzido no Brasil é destinadoao mercado interno. É a desoneração dagasolina, e não o etanol de milho, que afetaa competitividade do hidratado”.

Recentemente, seu governo tembuscado retomar contatos com osempresários. Dilma recebeu para umareunião, por exemplo, Marcelo Odebrecht,diretor-presidente da Odebrecht, que contacom seis usinas de cana-de-açúcar. “Se asituação permanecer incerta e semperspectivas claras de melhora, seráinevitável uma avaliação da continuidadedos investimentos e da operação dealgumas unidades”, disse em nota aempresa ao jornal Valor Econômico.

Como solução para a momentoconturbado, Dilma afirmou ser necessáriouma estrutura de financiamento maisfavorável, que tenha como objetivo garantir

a lucratividade do setor. Indicou que apóster feito a desoneração de PIS e Cofins, ogoverno pode anunciar outras medidas,como a possibilidade de se ampliar de 25%para 27,5% a mistura do etanol nagasolina. “Agora é fundamental perceberque o setor passou por uma crise, e queesse processo está sendo absorvidosistematicamente. E obviamente acreditotambém que estruturas de financiamentomais favoráveis ao etanol vão garantirampliação da lucratividade”.

A extensão da crise está registrada emdocumento do “Projeto Agora –Agroindústria e Meio Ambiente”,encaminhado aos candidatos. São mais de

60 usina fechadas, desde 2008, e de 300mil postos de trabalho fechados no país,segundo estudo apoiado pela Unica,Orplana e Ceise-BR.

André Rocha, presidente do FórumNacional Sucroenergético, diz que de 2005a 2008, o país registrou aumento de 25%no número de unidades sucroenergéticasinstaladas. “Mas de 2008 para 2014, 30%das quase 390 usinas existentes no Brasilmudaram de mãos, fecharam,suspenderam as atividades ou estãofazendo a moagem fora de seu município”,confirma. Até o fechamento desta edição, apresidente Dilma ocupava o primeiro lugarnas pesquisas de intenção de voto.

Pressionada, Dilma busca se reaproximar do setor

Política de preços gerida pelo governo Dilma contraria o setor

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 122

Page 123: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 123

Page 124: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014POLÍTICA SETORIAL124

“Podem me cobrar no futuro. Em relação ao setorsucroenergético, o interlocutor direto será o Presidente daRepública caso eu seja eleito”, disse Aécio Neves (PSDB),segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto.

O tucano tem batido na tecla de que vai trabalhar paraque o mercado de etanol tenha previsibilidade, discutindo,por exemplo, uma política de preços mínimos que garantaa competitividade do biocombustível. “Nenhum setor temsido tão vitimizado pela incapacidade do atual governoquanto o sucroenergético. O etanol sofre uma concorrênciadesleal da própria Petrobras. Previsibilidade é a regranúmero um do nosso governo. Vamos discutir políticas depreços mínimos para que o etanol possa resgatar suacapacidade também competitiva”, afirmou.

Em sua opinião, o país precisa de regras mais estáveisdo ponto de vista fiscal e tributário, diretrizes mais clarasde aumento na participação do etanol na matriz decombustíveis, incentivo à inovação, além de uma políticamais ousada de comércio exterior, com flexibilização doMercosul, permitindo a relação do Brasil com países defora do bloco.

Durante a Agrishow, feira realizada em RibeirãoPreto, SP, no primeiro semestre, lembrou que o segmentose mantém apenas em função do árduo trabalho dosprodutores. “Não podemos falar em fracasso em função doesforço e do talento das pessoas que têm se dedicado a estetrabalho. Precisamos de linhas de crédito que funcionem,política de preços clara e transparente em relação aoscombustíveis, além de garantias de estímulos para quemvenha empreender. Não podemos trabalhar cominsegurança e sazonalidade”, declarou.

O presidenciável defende também que o país contecom diversidade energética em sua matriz, e para isso,acredita ser importante criar medidas que tragaminvestimentos em biomassa.

É com ela, aliás, que o setor tem se dedicado paraatravessar a crise. Em 2013, a oferta de bioeletricidaderepresentou uma economia de 7% da água dosreservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Tambémno ano passado a energia vendida à rede respondeu por12% do consumo residencial total do país. Nas usinas, járepresenta entre 3% e 4% do faturamento bruto.

Outro ponto fundamental para o tucano é garantir oequilíbrio na formação de preços de etanol no Brasil,desvinculado do preço da gasolina e compatível com suademanda real. “No momento em que nós deveríamos estardiscutindo no Brasil a competitividade, a produtividade,falando em ampliação de investimentos em inovação,estamos voltando a discutir uma agenda de dez anos atrás,

a agenda da inflação e da credibilidade do país”, disse.Na próxima edição publicaremos as propostas do

PSB, partido ao qual Eduardo Campos era candidato àpresidência da República. Ele estava em terceiro lugar nas

pesquisas e faleceu no dia 13 de agosto vítima de umacidente aéreo em Santos (SP). Até o fechamento destaedição, não fora divulgado o nome de seu sucessor. O nomemais cotado era o de Marina Silva. (AR)

Aécio Neves: candidato à presidência pelo PSDB

Aécio quer diálogo direto com o setor sucroenergético

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 124

Page 125: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:20 PM Page 125

Page 126: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE126

Agosto marca ações de reflorestamento de usina de Alagoas

A Usina Santa Maria, em parceriacom a prefeitura de Porto Calvo (AL), localonde está sediada, programou para o mêsde agosto a segunda etapa do plantio demudas nativas da Mata Atlântica nafazenda Canaã. A ação conta com a ajudade estudantes universitários.

O primeiro encontro aconteceu no dia22 de julho em uma fazenda pertencente aempresa, com a finalidade de conscientizara sociedade sobre a importância depreservar a natureza, com a ação de“Plantar é preciso”.

Clealco promove projeto Escola no Campo

O Grupo Clealco realizou a reunião deabertura do projeto ‘Escola no Campo’,uma parceria com a Fundação Abrinq e aSyngenta, que tem como objetivodisseminar o conhecimento sobre questõesrelacionadas ao meio-ambiente,contribuindo para a formação de crianças eadolescentes, segundo os promotores.

O projeto é desenvolvido anualmentecom 400 alunos do 7º ano das escolasestaduais dos municípios de Clementina,Santópolis do Aguapeí, Luiziânia, Queiroze Braúna, interior de São Paulo.

A queda no nível do Rio Tietê emfunção da falta de chuvas paralisou otransporte de cargas pela Hidrovia Tietê-Paraná, no Estado de São Paulo. Com 2,4mil quilômetros de extensão, a hidroviainterliga os estados de Goiás, Minas Gerais,Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.Em alguns trechos, o rio está cinco metrosmais baixo.

Por ali são escoados cana, açúcar,milho, soja, celulose e madeira com umcusto 30% menor do que o transporterodoviário. Somente em 2013, mais de 6milhões de toneladas foram transportadaspela hidrovia.

De acordo com o governo do Estado, asituação mais grave é no canal PereiraBarreto, onde as margens estão cedendo e

assoreando o leito do rio. A situação podeexigir que no futuro seja necessáriointervenções para retirar a terra excedente.Com 9.600 metros de extensão, eleinterliga o lago da barragem da UsinaHidrelétrica de Três Irmãos, no rio Tietê,ao rio São José dos Dourados, afluente damargem esquerda do rio Paraná.

Para se ter ideia do prejuízo,especialistas indicam que a quantidadetransportada por um comboio pelo rioequivale a 200 viagens de caminhão.Estima-se que os perdas superem R$ 200milhões.

Oficialmente, 19 municípiosdecretaram racionamento de água, sendoque desses, 12 ficam na região deCampinas.

JOÃO ROSAN

Seca paralisa transporte pela hidrovia Tietê-Paraná

Usina abordou questões

relacionadas ao meio ambiente

Usina conscientiza sociedade sobre a

importância de preservar a natureza

Mais de 6 milhões de toneladas foram transportadas por hidrovia em 2013

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 126

Page 127: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE 127

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Assinado em 2007, o ProtocoloAgroambiental antecipa nos canaviaispaulistas a extinção da queimada de 2021para 2014 nas áreas onde é possível amecanização da colheita no Estado de SãoPaulo. O acordo foi firmado de formavoluntária e teve adesão de mais de 170unidades agroindustriais e 29 associaçõesde fornecedores de cana-de-açúcar,segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

No início do protocolo, na safra2006/07, dos 3,24 milhões de hectares decana-de-açúcar colhidos, 65,8% eramprovenientes de queimadas, prática quefoi perdendo gradualmente aceitaçãopelos participantes da cadeia de açúcar eetanol. Na safra 2013/14 foram colhidos4,81 milhões de hectares, deste total 4,03milhões foram através da mecanização,representando o expressivo percentual de83,7% em todo o Estado.

Os ganhos ambientais oriundos destaprática, já são mensuráveis e expressivospara assegurar a sustentabilidadeprodutiva do biocombustível que carregaa bandeira de combustível verde. Desde asafra 2006/07 até esta, 7,16 milhões dehectares deixaram de ser queimados. Osetor deixou de emitir mais de 4,4 milhõesde toneladas de gases do efeito estufa, eainda mais de 26,7 milhões de toneladas

de outros poluentes.Segundo números fornecidos pelo

protocolo agroambiental houve redução

no consumo de água pelas usinas,provocado também pela colheita da canacrua e limpeza desta a seco. Nos anos 90 o

gasto era de 5 metros cúbicos por toneladacana processada, a previsão para este anoé de menos de 1 m³ por tonelada.

Antes destinado às cinzas, o bagaçogera um dos produtos mais valorizados daindústria canavieira, a energia elétrica.Desde firmado o protocolo, as usinassignatárias abasteceram 22% do consumoresidencial anual de todo Estado.

O protocolo permitiu o crescimentodo número de colhedoras em solospaulistas, na safra 2006/07 haviam 753máquinas. Nesta safra foramcontabilizadas 3.056, crescimento de mais305%. Cada colhedora substitui cerca de80 cortadores, a implantação destesistema no maior Estado produtor destacultura não seria possível sem medidasparalelas para o direcionamento destamão de obra para atividades maisqualificadas, como a operação destasnovas máquinas que entraram noscanaviais.

A mudança na forma de colher acana trouxe também alguns entraves paraa dinâmica dos canaviais, nos quais houvealterações microclimáticas quebeneficiaram alguns insetos que não eramconsiderados pragas, como o bicudo dacana-de-açúcar, Sphenophorus levis, quese desenvolve em pedaços de canafermentados no solo. E a cigarrinha-da-raiz, Mahanarva fimbriolata, queconsegue se desenvolver devido a elevadaumidade do solo após a colheita.

Protocolo Agroambiental levou a aumento no número de colhedoras

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 127

Page 128: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO128

JOSÉ OSVALDO BOZZO*

A extrema complexidade do mundodos negócios impõe às empresas estarempreparadas a garantir uma gestãoadequada e alinhada às exigênciasestabelecidas por essa instituição abstrataque chamamos de “mercado”. Tratar daboa gestão das companhias é falar emgovernança corporativa, que,simplificadamente, envolve a capacidade eos instrumentos que as empresas dispõempara aplicar as melhores e as mais corretaspráticas administrativas, garantindorespeito às pessoas, à sociedade, às leis, àsnormas, e aos princípios éticos emercadológicos em vigência.

Entre os instrumentos de gestãocaracterísticos da boa governançacorporativa, destaque para a instituição dosconselhos de administração e fiscais. Sãoinstâncias que contribuem para garantirque cada organização seja conduzida damaneira mais alinhada aos preceitos daboa administração.

O Conselho de Administração temdeterminante papel auxiliar na gestão dascompanhias. Cabe a seus membrosanalisar e avaliar dados e estratégias,agregar proposições e aprovar as políticas esoluções adotadas, ou a seremimplementadas, pelos gestores principaisde uma empresa, que, em geral, sãorepresentados pela diretoria executiva.Esse conselho é responsável, também, poreleger os diretores e indicar os integrantesde eventuais comitês assessórios à gestãoempresarial.

Os conselheiros de administração sãoos principais responsáveis por apontar oscaminhos que a gestão da empresa devetrilhar, indicando os preceitos, normas deconduta e estratégias mais adequadas aonegócio e ao ambiente. Também devemfiscalizar números, a aplicação dosprincípios traçados e avaliar se o trabalhodos executivos é correto e alinhado aoplanejamento empresarial.

Já o Conselho Fiscal, como o próprionome diz, tem a tarefa de fiscalizar acorreta gestão da empresa, analisandodados, indicadores e estruturas para

garantir que os preceitos legais, fiscais,normativos, contábeis e éticos vêm sendoseguidos à risca.

É evidente que a simples criação de

conselhos não dá garantias de que seráagregada qualidade à gestão empresarial.Sua composição deve ser estrategicamentepensada para agregar profissionais egestores experientes e ativos, que de fatoacrescentem valor à administração.

Quanto mais instrumentos degovernança corporativa adotados, melhorserá a percepção externa, ou de“mercado”, em relação a uma companhia.Quanto melhor essa percepção, maispositivas e facilitadas serão asoportunidades de capitalização daempresa. Organizações que investem emgovernança têm acesso facilitado a capitais,a investimentos e a crédito mais barato eem melhores condições de pagamento doque aquelas que não adotam tais práticas.

Tratando do setor, sabemos quepoucas administrações investem eminstrumentos de governança. Hoje, existemalgumas companhias de capital aberto, quesão obrigadas a possuir conselhos. Outrosraros grupos empresarias de capitalfechado investem em gestões que contamcom esse tipo de instância. O quepercebemos é que predominam nessa áreaempresas sob administração familiar, que,na maioria das vezes, pouco valorizamdiferenciais de governança.

Assim, o acesso a recursos maisbaratos e em melhores condições nomercado financeiro e de capitais é restrito apoucas corporações do segmento. Para amaioria das empresas resta recorrer aagentes financeiros que exigem alto retornosobre o capital emprestado, extensasgarantias e impõem restrições à concessãode benefícios em relação a prazos e formasde pagamento. Transformar essa realidadeé um grande desafio para que o segmentopossa garantir sua continuada eficiência eperenidade.

*José Osvaldo Bozzo é tributarista esócio da MJC Consultores. Formado emDireito, iniciou carreira na PwC. Foisócio da KPMG e professor na USP-MBAde Ribeirão Preto.

Conselhos de administração e fiscais fortalecem as corporações

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 128

Page 129: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 129

Page 130: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO130

A partir do trabalho de diversos profissionais,informática ganha novo status e torna-se ferramentaimportante em gestão

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Já não se utilizaa informática comoantigamente.Considerada umimportante recursopara agilizar aelaboração da folhade pagamento, do orçamento e de outrastarefas administrativas, essa atividadeganhou um novo status, tornando-seferramenta importante para o controle dasoperações do processo de produçãoagroindustrial, o monitoramento daqualidade, a integração de dados e aotimização de custos.

Esse “casamento” entre tecnologia egestão virou realidade em unidades egrupos sucroenergéticos devido ao trabalhode diversos profissionais e executivos. Eles

participaram ativamente da transformaçãodo antigo CPD – Centro de Processamentosde Dados e do departamento deinformática em uma nova área, a deTecnologia da Informação (TI), que passoua desempenhar um papel estratégico nagestão de usinas e destilarias.

Mais do que isto, esses executivos daTI tiveram – e ainda têm – atuaçãorelevante no crescimento dessa atividadeno setor, entre os quais, o idealizador efundador do Gatua – Grupo das Áreas deTecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e

Energia –, Carlos Alberto Rodrigues deBarros, conhecido como Bill, que é o atualcoordenador nacional do grupo.

Em 2003, quando era gerente de TIda Açúcar Guarani, ele começou aperceber a necessidade de criação de umgrupo nessa área. Em decorrência danecessidade de atualização, Bill chegava aperder um dia todo, em uma desgastante ecustosa viagem, para assistir a umapalestra de duas horas, conforme elemesmo conta.

“Por que não levar o palestrante até

onde ficávamos? Parecia mais lógico” –questionava. Segundo ele, diversas pessoasenfrentavam uma situação semelhante. “Euficava olhando os crachás, antes ou depoisda palestra, e via que alguns participanteseram meus ‘vizinhos’ de usinas que ficavamperto da Guarani”, recorda.

Não era somente o esforço paraparticipar desse rápido evento dereciclagem que o inquietava. Carlos Barrosficava incomodado com a falta deintegração das áreas de Tecnologia daInformação das unidades sucroenergéticasque enfrentavam situações e problemassemelhantes.

“Comecei a ligar para usinas vizinhase apresentava a ideia de criarmos umgrupo com a intenção de trocarmosexperiências, informações econhecimentos. Enfim, nos ajudarmosmutuamente. Pedi permissão para o meudiretor na época, que acolheu prontamentea ideia, porém me alertou que seria muitodifícil reunir profissionais de usinasdiferentes, pois a cultura do setor erabastante isolacionista. Muitos empresáriosnão viam com bons olhos os seusfuncionários conversando com seus paresde outras empresas. Ainda hoje é assim,por incrível que pareça”, relata Bill, que éformado em Administração de Empresas eEconomia, com especialização emRecursos Humanos.

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Atuação de executivos transforma TI em área estratégica

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 130

Page 131: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 131

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Entusiasmado pelotrabalho do grupo, eleanuncia o 10º Congresso:“É a reunião das brasaspara aumentar o calorda lareira”

Com o decorrerdos anos, diversasbarreiras existentesna área daTecnologia daInformação foramrompidas. Fundadoem 2003 com a participação de seisunidades sucroenergéticas, o Gatua possuihoje 322 usinas associadas, e estápresente em quatro países,predominantemente no Brasil, onde atuaem vinte estados, comemora CarlosBarros, o Bill.

“Só o acesso ao fórum de discussõesdo grupo na Internet já justifica aparticipação no Gatua”, afirma. Segundoele, em poucos minutos, o profissional daárea que precisa de uma orientaçãotécnica sobre algum assunto, recebe váriasdicas, sugestões e informações, obtendo asolução do problema em diversos casos.

“Essa ajuda não vem de nenhum vendedorquerendo vender algo. Mas, de pessoasque tiveram o mesmo problema e possuem

uma forma de resolvê-lo”, comenta.Da mesma forma que comandou todo

o processo de fundação do grupo em

2003 – do qual foi o seu primeirocoordenador –, Bill está a frente, desde2013, do processo de profissionalizaçãodo Gatua que tornou-se uma vertical, parao setor sucroenergético, do Gruti Brasil –Grupo de Usuários da Tecnologia daInformação, que abrigará também gruposdas áreas de tecnologia de outrossegmentos.

“Assim como na criação e naformação do Gatua, eu assumi a criaçãodo Gruti Brasil. Respondi por todas asetapas da burocracia relacionadas àformação de qualquer empresa, inclusivefinanceiramente”, esclarece ele, que édiretor do Gruti Brasil.

A formalização do Grupo das Áreasde Tecnologia das Usinas de Açúcar,Etanol e Energia já possibilitou, entreoutras iniciativas, a criação do ProgramaSGQ – Selo Gatua de Qualidade. “É umaproposta revolucionária para criar umacultura de melhoria contínua dosprodutos e serviços do mercado brasileirode TI”, ressalta.

As atividades nessa área não param.De 25 a 27 de novembro, em RibeirãoPreto, SP, será realizado o 10º CongressoAnual Gatua 2014, com feira detecnologia, palestras e rodadas denegócios – destaca. “É a reunião dasbrasas para aumentar o calor da lareira”,enfatiza. (RA)

Bill comanda fundação e profissionalização do Gatua

Carlos Barros, o Bill: dicas no fórum de discussões do Gatua

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 131

Page 132: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO132

Gerente da JallesMachado coordenaelaboração de planodiretor, define funções ecria novas áreas

A Tecnologia daInformação é umaárea estratégica paraa gestão, provendosistemas e recursospara que a empresatenha processos bemcontrolados, que dão celeridade aosnegócios, possibilitando um maior ganhode tempo, de recursos financeiros e deeficiência.

Essa opinião é de Eder FantiniJunqueira, gerente de TI do Grupo JallesMachado, de Goianésia, GO, que ressalta anecessidade da Tecnologia da Informaçãoestar inserida nesse contexto de gestão,dando suporte às atividades da empresaque têm como foco a melhoria dos seusprocessos.

“TI é a área da tecnologia voltadapara a gestão da informação, para a gestãodaquilo que é fundamental para aempresa utilizar e tomar decisões”, afirma.

Desde o início das suas atividades nagerência de TI da Jalles Machado, em abrilde 2010, Eder Fantini sentiu anecessidade da realização de umplanejamento e da reestruturação da áreaque passou inclusive, naquele ano, a estardiretamente vinculada à presidência daempresa.

Uma das primeiras medidas adotadaspor Eder Fantini foi a definição defunções. “Antes havia somente dois tipos: ade analista de suporte e analista desistemas. Todo mundo fazia tudo. Foi feitoum trabalho de segregação de funções

dentro da equipe. Descrevi novos cargos”,detalha.

Houve também a criação de novasáreas no setor de TI, como a de redes e deinfraestrutura, de desenvolvimento esistemas de informação, de suportetécnico, de serviços e atendimento.

Em relação ao planejamento, ocorreua elaboração de um PDTI - Plano Diretorde TI, com ações para seremimplementadas num prazo de cinco anos,

de 2010 a 2015. “Nesse PDTI, identificamos uma

série de questões relacionadas à segurançada informação. Implantamos políticasinternas para o uso dos recursostecnológicos e de segurança dainformação, que define que oequipamento da empresa tem que serutilizado de determinada forma, que nãopode ser usado para fins particulares”,observa. (RA)

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Profissionaisexcelentesinspiraram carreira

Entre os momentos marcantesde sua trajetória profissional einstitucional, Carlos Barros observaque atuou em poucas empresas,mas trabalhando com excelentesprofissionais nos quais se espelhou ecom os quais aprendeu muito.“Tenho ótimas lembranças daCitrosuco Paulista (indústria de sucode laranja), da Açúcar Guarani(usina de açúcar) e da Frialto (grupofrigorífico)”, detalha.

Bill conta que na Guarani,onde era gerente de TI, teve aoportunidade de participar datransformação da área deTecnologia da Informação, que erabastante incipiente e não tinha umaequipe mínima consolidada nemuma infraestrutura adequada.“Montamos uma equipe bastantecompetente, aproveitando pessoasde outras áreas da empresa paraassumirem postos na TI”, diz.

De acordo com ele, quando osprocessos já estavam estabilizados,rodando de forma integrada, e acultura do melhor uso da tecnologiaimplementada, houve a implantaçãodo sistema SAP. “Nesta fase,ocorreu a consolidação de umpadrão de governança que permitiuà Guarani avançar com seu objetivode abertura de capital, além decolocá-la nos mesmos moldes de suaentão controladora mundial, oGrupo Tereos”, afirma. (RA)

Trabalho de Eder Fantini é marcado pelo planejamento

Eder Fantini Junqueira, gerente de TI do Grupo

Jalles Machado: foco na melhoria dos processos

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 132

Page 133: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 133

De coordenador de CPDa gerente de TI, eleacompanhou mudançasna área que gera váriosbenefícios para oprocesso de gestão

A trajetória profissional de JosiasCorreia, gerente de TI do Grupo Toledo,exemplifica como o processamento dedados foi transformado em uma áreaestratégica de Tecnologia da Informação,fato que ocorreu em empresas de diversossegmentos nas últimas décadas, inclusivedo setor sucroenergético.

Josias Correia teve – e continuadesempenhando – um papel importantenesse processo. Nada aconteceu da noitepara o dia. Ele iniciou a sua atividade nogrupo em 1986, na área administrativa daUsina Paisa, de Penedo, AL. Em 1990,tornou-se coordenador do CPD – Centro deProcessamento de Dados – dessa unidade.

“Quando comecei na Paisa todo otrabalho era feito manualmente. O inícioda informática no grupo foi na UsinaSumaúma. A gente se deslocava até essaunidade para processar a folha depagamento”, conta. Após iniciar a suaatividade na coordenação do CPD da usinade Penedo, essa “operação” começou a serfeita na própria unidade. “Implantamosposteriormente módulos da áreafinanceira, controle de estoque, folha depagamento agrícola, entre outros”, recorda.

Novos desafios surgiram na suaatividade profissional quando ele assumiufunções coorporativas no Grupo Toledo.Em 1994, Josias Correia tornou-secoordenador de informática e em 2000passou a exercer a função de gerente deTecnologia da Informação e Comunicaçãoda empresa.

O fato marcante, nesta nova fase de

sua trajetória, foi a integração de todos osdepartamentos das usinas do grupo com aTecnologia da Informação, a partir deuma plataforma de software desenvolvidapara essa finalidade – revela. “Istopossibilitou a automação e oarmazenamento de todas as informaçõesdo negócio em um fluxo de dados único,contínuo e consistente”, detalha.

Houve a adoção de diversas medidas,desde o início da sua atuação na gerênciada TI, como: coordenação e implantaçãode sistemas ERP nas três unidadesalagoanas do Grupo Toledo (UsinaCapricho, Usina Sumaúma e Usina Paisa);implantação de metodologias de segurançae gerenciamento das informações;definição e implementação da infra-estrutura de servidores, banco de dados eaplicações, internet, proxy, e e-mails.

Além disso, ocorreu a customização eimplantação de sistemas de planejamento econtrole agrícola, manutenção egerenciamento industrial, manutenção eoperação de frota de veículos, entre outrasações.

Segundo ele, diversos benefícios sãoproporcionados pelas medidas adotadaspela área de TI, como maior eficiência nautilização dos recursos das unidades dogrupo para que se mantenham competitivas.“Os recursos de TI possibilitam maiorcontrole e acompanhamento da gestão dausina, tornando-a mais ágil ao responder àsexigências do mercado”, comenta.

Membro do Grupo das Áreas deTecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol eEnergia desde a sua segunda reunião,realizada em Piracicaba, SP, em maio de2004, Josias Correia atuou no Gatua Nortecomo 1º Secretário de 2004 a 2005 ecoordenador de 2006 a 2008. Formado emCiências, ele possui cursos deespecialização em Rede de Computadorespela Faculdade de Alagoas (FAL), deGovernança de TI pela Estácio de Sá eMBA em Gerenciamento de Projetos pelaFGV. (RA)

Para saltar de uma situação básicapara um nível de maturidade maior, houvea necessidade de colocar em prática umaserie de açõespara “arrumar acasa” – relataEder Fantini. “Otrabalho nãopara, vaicaminhando,galgando degraus,passando por novas fases com aimplementação de várias medidas”,comenta.

A implantação do sistema integradode gestão empresarial SAP foi um dosexemplos do avanço da área de TI na JallesMachado. Com início de implantação emabril de 2010, esse sistema de gestãovoltado a toda cadeia de negócios (vendas,faturamento financeiro, contabilidade,controladoria, planejamento da produção)começou a operar em janeiro de 2012.

“Houve a necessidade de mudanças,como cultura das pessoas e processos daempresa” – diz.

Outra preocupação da área de TI daJalles Machado tem sido a gestão

agroindustrial, com a melhoria dosrecursos de uma ferramenta já utilizadapela empresa. “Implantamos novosmódulos, novas funcionalidade para darceleridade ao processo agroindustrial”,informa.

Entre outras iniciativas, a área de TI

foi a responsável pela realização de umprojeto de apontamento da operaçãoagrícola em celular. “Desenvolvemos oaplicativo e fizemos a implantação. Temoscerca de 600 aparelhos na operação,transmitindo informações pela redeGPRS”, diz.

Formado em Processamento de Dadospela Fundação Educacional deFernandópolis, Eder Fantini iniciou a suatrajetória na Jalles Machado em 2009 comoanalista de sistemas sênior. De 2005 a2008 trabalhou como diretor de tecnologiada Prefeitura Municipal de Goianésia.

Além disso, atuou como docente naUniversidade Estadual de Goiás – UnidadeGoianésia no curso de Sistemas deInformação, e na Faculdade Evangélica deGoianésia nos curso de Administração eAgronomia. Ele possui pós-graduação emsistemas de informações geográficas pelaUniversidade Federal de São Carlos(UFSCar) e MBA Executivo emGerenciamento de Projetos pela FundaçãoGetúlio Vargas (FGV). Atualmente, estácursando Governança, Riscos eCompliance pela KPMG, em São Paulo.

Eder Fantini também foi secretário doGatua Sul, de 2011 a 2013. “Nesseperíodo, a minha participação foi maisintensa, mas eu nunca me desvinculei dogrupo. Incentivo a minha equipe aparticipar do Gatua, porque acho que ocompartilhamento de informações éessencial”, afirma. (RA)

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

“Arrumação da casa” favorece salto de qualidade

Josias Correia participa de diversas etapas e desempenha papel importante

Josias Correia, do Grupo Toledo; processamento

de dados foi transformado em área estratégica

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 133

Page 134: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO134

Programa de Rádio édestaque no WorkshopTemático Gerhai

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Gerhai promoveu no dia 17 dejulho, em Sertãozinho, SP, o WorkshopTemático Gerhai – FerramentasEstratégicas e Tecnológicas em Gestão dePessoas. A apresentação de abertura ficoupor conta de Cleânia Ferreira de Barros,auxiliar de comunicação e marketing daNoble Bioenergia com o case “Rádio NobleBioenergia e a Comunicação de Massa emAmbiente Externo”.

A história de sucesso dos dois anos daRádio chamou atenção do público, que nofinal fez vários questionamentos sobre aferramenta de comunicação (veja matériaespecial nas páginas 136 a 140).

Segundo a locutora, Cleânia,atualmente cerca de 1.000 colaboradoressão beneficiados pelo programa.“Gravamos o programa a cada 15 dias nosestúdios da Unilago, de São José do RioPreto, nos mesmos moldes jornalísticos.São seis etapas de 30 minutos cada, comdireito a homenagens no momentomusical”, explica.

“Vale a pena, pois agrada muito ostrabalhadores por estarem beminformados. Nesse programa aproveitamoso espaço para divulgarmos campanhas eações que a empresa realiza no dia a dia”,lembra.

Em seguida aconteceram as palestrassobre: “Gestão por Processos Aplicável aosSistemas de Recursos Humanos”; “JBSLogística: Como a utilização deplataformas e recursos específicos e

inovadores garantem o resultado dotreinamento”; “Bunge – Solução SAPSuccess Factors: Como a Solução Líder deGestão de Recursos Humanos podeTransformar sua Empresa”; Algar: GestãoOn line “O Uso de Tecnologia para umaGestão Assertiva de Talentos Humanos”;Grupo Tonon: Ganhos de produtividadeatravés Gestão de Pessoas e modernizaçãode processo de trabalho”; “Raízen: PcD eNTEP: por que a CIF? (ClassificaçãoInternacional de Funcionalidade) e asconsequências na Gestão de Pessoas”, porRubens Miranda, gerente de saúdeocupacional de Raízen.

O case da JBS, apresentado por JoanaMaciel, gerente de Inovação e Metodologiae Rodrigo Paiva, CEO da Ampla EducaçãoIntegral, parceira do Grupo JJ Assessoriaem Desenvolvimento de Projetos para osegmento, mostrou como uma empresapode se aproximar de seus colaboradores efazê-lo sentir parte da companhia, comferramentas de conscientização daimportância de sua função para o negócio.

Usinas discutem ferramentasapropriadas à gestão de pessoas

APRENDIZAGEM — “Conheço oGerhai desde década de 90, e soufeliz por fazer parte desse Grupo.O Gerhai é uma grandeoportunidade para atualizaçãodos profissionais, trocas deexperiências, novos conhecimentos,acontecimentos, tendências, mercado.É uma verdadeira aprendizagem. Essatroca contribui para o desenvolvimentos dos profissionaisdo setor”. Deolinda Barbosa, supervisora de RH – recrutamento eseleção, da Cocal

ADMIRADOR — “As ferramentas degestão de pessoas são importantes parao dia a dia na usina. Há módulos deRH no mercado que permitem gestãoestratégica que beneficia a gestão de

desempenho, treinamento, talentos esaúde organizacional. Estou há pouco

tempo no setor, desde março passado, masjá admiro iniciativa do Gerhai. É incrível o

volume de empresas e de pessoas que o evento reúne. Sempreconvido o pessoal da empresa para participar, para conhecer os cases de sucesso apresentados”. Rogério Braga, gerente de RH do Grupo Maringá

D E P O I M E N T O S

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 134

Page 135: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 135

Page 136: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO136

Empresas desenvolvemferramentas diferenciadasde gestão de pessoas

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Sem dúvida a afinação da equipe éum dos principais requisitos para o sucessode uma empresa. Para isso, o setorsucroenergético tem buscado em pequenosdetalhes os grandes resultados, desde acriação de um programa de rádio até o

aprimoramento na hora da contratação ecapacitação das pessoas.

O Grupo Cocal é um dos que maiscontratam na atualidade por viver umaexpansão de sua produção. A média decontratação é de 30 a 40 pessoas porsemana, mas muitas vezes a equipe do RHesbarra na falta de gente qualificada para ocargo desejado. E na falta desseprofissional a estratégia é contratar pormeio da vontade de crescer na empresa.“Ainda existe necessidade daespecificidade do setor devido suascaracterísticas muito peculiares e muitasvezes não temos pessoas qualificadas

suficientes para preencher nosso quadro.Por isso a atividade de treinamento edesenvolvimento nas usinas tem seintensificado tanto, já que muitas vezescontratamos pessoas com atitudes e comvontade mas sem a qualificaçãoespecífica”, relata Patrícia Félix,supervisora de RH, na área de treinamentoe desenvolvimento da Cocal.

Patrícia explica que a partir domomento em que a pessoa ingressa naposição de colaborador, existem programasde integração estruturados e queidentificam o potencial. “Temos um planode desenvolvimento individual para

promover o crescimento profissional.Temos buscado ferramentas quefortalecem o mapeamento decompetências, que é o conhecimentoassociado à habilidade e atitude. Temosque mapear quem são nossas pessoas equais suas aptidões e vontades para quegerem um bom resultado. Pela aptidão émais fácil capacitá-la e obter uma carreiradentro da empresa”, justifica.

Para o mapeamento de competências,a Cocal possui algumas ferramentas mas“precisa potencializar as atividades comtestes psicológicos ou com plano dedesenvolvimento pessoal”.

Comunicação na gestão, mais do que rima, é solução

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 136

Page 137: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 137

Page 138: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO138

As pessoas são, sem dúvida, o"principal ativo" de uma organização,o seu mais importante recurso.Como afirma Stewart no prefácio deseu livro "Capital Intelectual", esta "éa nova vantagem competitiva dasempresas". Por isso, Vera LúciaGuedes, gerente de pessoas da UsinaAlta Mogiana, acredita naimportância do trabalho da área dedesenvolvimento das pessoas.“Precisamos de pessoas e máquinase não de máquinas e pessoas. Onosso diferencial são as pessoas eestamos trazendo a empresa paraesse conceito”, afirma.

Dessa forma, Vera explica que aUsina busca tratar bem as pessoas,além de desenvolvê-las dentro de seupotencial. “Temos buscado ostalentos internos. Com a necessidadede aumento de mão de obra e comredirecionamento dos negócios,conseguimos olhar para dentro daorganização e aproveitá-las emoutras áreas. O mercado esteve emexpansão há algum tempo atrás e amão de obra se tornou escassaporque as pessoas não seprepararam para isso. Temos umcentro de capacitação e a formaçãode pessoas que tem contribuído para

nosso sucesso com inserção daspessoas certas nos lugares certos. Aspossibilidades foram nascendo como negócio e fomos sinalizando ocaminho para as pessoas cresceremna organização”, admite.

Vera explica que o case da JBS,que conseguiu trazer os motoristaspara dentro da organização comvalorização de seu trabalho,mostrando a importância de suafunção e se aproximando de suavida, é um ótimo exemplo a serseguido. “Acho que poderíamostentar fazer uma reeducaçãocorporativa mais diversificada,trazendo as pessoas mais próximasda organização, pois ocomprometimento das pessoas pelaprópria corporação é importante. Épreciso valorizar o colaborador comopessoa e isso vai de encontro com oque buscamos. A Rádio também éuma ótima opção que demonstra aimportância da comunicação, pois aspessoas precisam saber o que estáacontecendo na empresa e se sentirvalorizadas. Não é só remuneraçãoque faz com que a pessoa se fidelizedentro da organização, tem que sesentir parte do todo, cuidada”,relata.

“Pessoas e máquinas

e não o contrário”

Vera Lúcia Guedes, gerente de pessoas da Alta Mogiana: novo conceito

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 138

Page 139: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 139

Quem não secomunica se complica

Já dizia o velho guerreiro, o apresentador de TVChacrinha, que quem não se comunica se estrumbica. E éa mais pura verdade, principalmente no mundocorporativo. Essa é uma das razões pelo qual a NobleBioenergia lançou há dois anos seu programa de rádio,exatamente após várias reclamações dos trabalhadores docampo que não tinham acessos aos murais. “Acabaram asreclamações de que a informação não está chegando”,afirma a locutora, Cleânia Ferreira, auxiliar decomunicação e marketing da Noble Bioenergia.

Quinzenalmente a equipe grava o programa naUnilago, de São José do Rio Preto e paga por isso cerca deR$ 1 mil/mês. “Locamos o estúdio e ajudamos com umabolsa de estudos para um aluno da faculdade. No inícioinvestimos R$15,00/pen drive, totalizando R$ 1.500,00”.

Para começar funcionar, a Noble fez parceria comempresas terceiras que transportam os rurícolas parainstalação de equipamentos de sons com entrada para pendrive. “Ficamos responsáveis pela compra dos pen drives.Este ano atingimos 1.000 ouvintes. A Rádio fez tantosucesso que o diretor industrial quer expandir o programapara a indústria”, comenta.

É um programa nos moldes de jornalismo, divididoem seis etapas, com duração de 30 minutos e com direitoao momento musical com participações do público.“Sempre entrevistamos pessoas que dão orientação,médicos, advogados, diretores e que levam informaçõesrelevantes, inclusive sobre a safra. Hoje o ouvinte que ligarjá conquista o brinde automaticamente e retira naempresa. Antes ouviam dentro dos ônibus em movimento,mas como havia muito ruído, decidimos colocar o

programa no horário do almoço”, reforça.“O pessoal da minha turma gosta muito do programa,

nós sempre pedimos para ouvir. Os brindes e as músicas

são os momentos que mais gosto. Com a rádio ficamossabendo de tudo o que acontece na empresa”, revela EliasLopes da Silva, da unidade de Sebastianópolis.

Cleânia Ferreira, locutora de programa de rádio mantido pela Noble Bioenergia

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 139

Page 140: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO140

A pioneira na implantação da Rádio nosetor foi a Clealco, em abril de 2011. A empresase agradou tanto com a iniciativa que não háquem não goste do programa de Rádio, queatinge hoje 2,8 mil pessoas em média. O públicoagrícola, industrial e de manutenção tem acessopor meio do transporte, aos programasquinzenais, gravados em parceira com aPrefeitura de Penápolis, que fornece o espaço,equipamentos e o operador. “Não temos custos.O programa de 25 minutos tem um mix dequatro blocos, com notícias, músicas,classificados e muitas participações”, diz CarlosFurlaneti, coordenador de RH do Grupo Clealco.

Um dos fãs da Rádio é Paulo César daSilva, o Pelé, soldador e mecânico de autos, queno ano passado vendeu uma moto através dessemeio de comunicação. “A Rádio é muito bacanae traz informações muito úteis para a gente, eficamos por dentro do dia a dia da empresa.Vendi rápido minha moto para um primo quetrabalha em outra unidade, através do anúnciona Radio. Os anúncios facilitam os contatos erapidamente recebemos ligações. A Rádio fazparte da família da Usina, é um bomentretenimento. Aproveito esse espaço paraoferecer a música “Canção da América”, doMilton Nascimento, para o Paulinho, João eElder e aos ouvintes”, afirma.

Débora Luís, desenhista, também estásatisfeita com o programa. “Em 2012 anuncieium netbook e em uma semana um colaboradorme ligou. Eu recomendo esse serviço para outrasunidades e principalmente para o pessoal docampo, que roda turno e que não têm muitoacesso às redes sociais”, lembra.

A locutora Michelle Soares, analistaadministrativa da Comunicação, diz que pormeio de linguagem simples a Rádio conseguechegar mais próximo do colaborador para darum ar de coleguismo, parceria.

Os aparelhos de rádios e pen drives foramadquiridos inicialmente pela Clealco, e os custosparcelados entre os terceiros do transporte.“Cumprimos nosso objetivo de estreitar a relaçãoentre público e a empresa. Hoje existem quadroscom dúvidas e respostas e o mais famoso, oclassificado. Viramos quase um BomClealco.com”, revela Carlos Furlaneti.

Clealco foi pioneira em programa de rádio no setor

Carlos Furlaneti, do Grupo Clealco: parceria

com a Prefeitura de Penápolis

Débora Luís vendeu rapidamente seu

netbook, após anunciá-lo no programa

Michelle Soares utiliza linguagem simples

para maior acesso ao ouvinte

Paulo César da Silva, o Pelé, vendeu

moto através do programa rádio

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 140

Page 141: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/21/2014 11:28 AM Page 141

Page 142: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014SAÚDE E SEGURANÇA142

A indústria possui riscos que precisamser diligenciados 24 horas. No campo asituação não é diferente. Com o advento dacolheita mecanizada e a substituiçãogradativa do trabalho manual pelomecânico, uma frente de colheita de canapassou a envolver o operador da colhedora,uma equipe de até 25 colaboradores emmédia e velocidade. Apesar do operadorestar “protegido” do calor e dos riscosexternos no momento das manobras,muitas vezes acidentes são inevitáveis, poisenvolve decisões e escolhas.

Desde que a Usina São Francisco, deGoiás, resolveu colher sua cana 100%mecanizada decidiu investir pesado notreinamento de pessoas no campo paramudanças de hábitos e comportamentos.Olhar o próprio trabalho e do companheirode trabalho é uma orientação constante daempresa.

José Nonato Freire Neto, gerente desuprimentos de cana, admite não foi fácilatingir o patamar atual, mas valeu a pena.“Temos que tentar colocar na cabeça dooperador ou do colaborador da frente decolheita que é fundamental cuidar dasegurança do companheiro de trabalho efazer o DDS – Diálogo Diário de Segurançaem todo início de atividades e intervalos ou

paradas”, comenta.Segundo ele, o DDS deve abordar

questões importantes como cuidados sobreredes de energia, animais peçonhentos,usos de EPIs. A empresa possui umacartilha com vários temas relacionados.“Nosso colaborador precisa parar aoperação em hábitos inseguros, poispreferimos parar a produção do que teracidentes. Com segurança não se brinca.

Cada frente de colheita envolve noteiros,líderes, operadores. Sabemos que osprincipais acidentes podem ocorrer na trocade faquinhas das colhedoras e descuidos nahora de subir na máquina e na área devivência. Infelizmente é difícil lidar com osdescuidos e falta de atenção, por issoprecisamos treinar a maneira de subir namáquina, mas o colaborador também devefazer sua parte”, finaliza. (AM)

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Uma nova portaria de nº 440publicada no Diário Oficial da União nodia 24 de julho prorrogou para julho de2015, a medida que estabelece aoscortadores de cana o uso de luvas comcertificado de aprovação emitido deacordo com regulamento técnico anexadoà Portaria da Secretaria de Inspeção doTrabalho nº 392.

De acordo com a advogadatrabalhista, Clarice Saito, atualmenteestão sendo utilizadas para a certificaçãodesses produtos, as normas europeias EN420 (requisitos gerais para luvas deproteção) e EN 388 (luvas de proteçãocontra riscos mecânicos), as quaisestabelecem níveis de desempenho paraalguns requisitos mecânicos, tais como:abrasão, rasgamento, corte e perfuração.

Mas ela adverte que os níveis dasluvas com normas EN 420 e EN 388 nãogarantem a segurança exigida. “A partirdo próximo ano, o equipamento deveconter características que protejam a mãodo usuário contra riscos existentesdurante a atividade executada,prevenindo acidentes e minimizando aação nociva de agentes externos durante ouso. O uso da luva não deve forçar otrabalhador a fazer esforços adicionaispara segurar o objeto que ele manipula, afim de evitar dor, desconforto ouproblemas musculares”.

Um representante do setor admite ofato da lei se contradizer. “Não entendocomo essas normas estão em vigor até hoje

se não são adequadas. Isso somente provaque até mesmas as leis se contradizem nopaís e as mudanças parecem servir apenas

para arrecadar dinheiro aos cofrespúblicos através das multas aplicadas”,lembra.

Portaria que obriga uso de luva certificada foi adiada

Medida aumentapreços das

luvas em 20% De acordo com Alfredo Costa,

coordenador da segurança dotrabalho da Usina Seresta, aportaria de nº 440 publicadaaumentará os preços das luvas ematé 20%. Em um cálculo rápido,Costa explica que o preço por luvagira em torno de R$ 4,00, sendo queos 900 cortadores de cana utilizam14 unidades cada, nesse período.Assim, a empresa desembolsa emtorno de R$ 50,4 mil com as 12,6mil luvas utilizadas, e com as novasregras deverá ter um gasto adicionalde cerca de R$ 7,56 mil por safra.

Para Alfredo Costa, a mudançavisa proteger a saúde dotrabalhador, mas infelizmente asusinas terão dificuldades deabsorver tantas exigências devido aomomento de crise. “Acho que até osfornecedores terão dificuldades dese adequar. O adiamento foi muitooportuno, pois dessa forma teremosmais opções de buscar nosfornecedores de luvas, o melhorcusto-benefício”, diz.

ENTENDA ASPRINCIPAISEXIGÊNCIAS

DA PORTARIA

� A luva não deve ter costurasexternas ou materialsobressalente na palma damão, de forma a nãodificultar o manuseio dofacão, da cana ou outrosobjetos.

� O tamanho da luva deve serproporcional ao tamanho damão, mas tendo em vistaque não existem dimensõespré-determinadas, ofabricante devedisponibilizar pelo menosaqueles definidos naPortaria nº 392, do tamanho6 ao 11, que levam emconsideração acircunferência e ocomprimento da mão emmilímetros.

� Os materiais utilizados paraa confecção da luva devempermitir ainda atranspiração. As informaçõessão da advogada da IOB,Clarice Saito.

Treinamento resulta em mudança de hábitos

A indústria possui riscos que precisam ser diligenciados 24 horas

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 142

Page 143: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 DESTAQUES DO SETOR 143

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Novo marco na trajetóriaCertificada no sistema de gestão da

qualidade desde 1994, pela DNV GL uma das mais renomadas certificadoras domundo, a Renk Zanini recentemente foiqualificada no sistema de gestão ambientalISO 14001:2004. Esta importanteconquista ratifica a posição da empresacomo fornecedora de equipamentos de altaqualidade, seguindo normas e padrõesinternacionais em conformidade com asexigências ambientais.

Na norma ISO 14001:2004, a gestão,o controle e a melhoria dos processos sãovoltados a produzir de maneira a não

poluir, a minimizar a geração de resíduos eo consumo de recursos não renováveis, ouseja, de maneira a proteger o meioambiente e garantir uma produçãosustentável.

De acordo com o diretor-presidenteMauro Cardoso, conceitos ambientais jáfaziam parte dos valores da empresa eforam determinantes nesta conquista.Outro importante fator foi ocomprometimento e conscientização detodos os colaboradores que seempenharam em todas as ações erequisitos exigidos pela norma.

Do campo à caldeiraPara apresentar as soluções que a Vermeer Brasil oferece ao mercado de

biomassa, a empresa realizou o Workshop ‘Solução do Campo à Caldeira’ nos dias 23e 24 de julho. O evento aconteceu em Ituverava (SP) e reuniu mais de 20 gerentes ediretores de usinas, além dos especialistas da fabricante para o segmento. “A crisehídrica que estamos vivenciando em 2014 reforçou a necessidade de ampliar o uso defontes de energias alternativas como a palha da cana-de-açúcar. Temos soluções paraatender a todas etapas deste processo”, enfatizou o gerente geral da Vermeer Brasil,Flávio Leite, ao explicar a motivação do evento.

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos edemais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: [email protected]

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 143

Page 144: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 144

Page 145: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Marcos Mafra, ao lado de uma placa de desfibradora Rotor de desfibrador

Setembro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 145

MAGÍSTER CONSOLIDA-SE NA MANUTENÇÃO DE DESFIBRADORESEm reportagem publicada no

JornalCana de agosto de 2013, MarcosMafra, diretor da Magíster, deSertãozinho (SP), anunciou que aempresa estava preparada para realizarmanutenções em rotores de picadores edesfibradores de usinas de açúcar eetanol. A empresa investiu fortementena aquisição de máquinas operatrizes ena formação de uma equipe própria detécnicos especializados, para realização

destas atividades. Um ano após a publicação, Marcos

Mafra informa que a empresa possui, emseu portfólio de clientes, um grupoexpressivo e seleto de usinas queutilizaram este serviço, na últimaentressafra, com absoluto sucesso; desde aentrega, partida e operação dosequipamentos, do período em que foramadquiridos até a presente data.

Agora, a empresa mais uma vez

acredita na consolidação desteempreendimento e retoma osinvestimentos na atividade, adquirindooutros equipamentos e contratando novostécnicos para fortalecimento da equipe, deforma a atender sua carteira atual declientes e ampliar o atendimento a outrasusinas que demandam alta qualidade namanutenção de equipamentos de preparo.“Muitas unidades produtorasmanifestaram interesse na negociação de

reformas de seus equipamentos com nossaempresa”, afirma Mafra. Com estesseguidos investimentos, seja em suaestrutura fabril ou em colaboradores, aMagíster demonstra sua totalcredibilidade e confiança na retomada dosetor.

Magíster16 3513.7200www.magister.ind.br

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 145

Page 146: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES146

A ReleVed temsua sede na cidade deRibeirão Preto,interior de São Paulo.Com mais de 20 anosde experiência e altacredibilidadeconquistada atravésde trabalho edeterminação, vem acada dia fazendoimportantes parceriascom indústrias edistribuidores doramo, a fim de levaraté seus clientes, omelhor preço e qualidade em vedação.

Sua linha de produtos conta comaproximadamente 5.000 itens em estoque,constantemente atualizados. A empresadistribui kits e componentes avulsos paravedação hidráulica de motores, bombas ecilindros hidráulicos.

Distribuidor de grandes marcas dosetor apresenta como nicho, produtos daslinhas: industrial, automotivo, colhedorasde cana-de-açúcar, tratores e implementosagrícolas diversos, máquinas de construçãocivil, colhedoras e carregadeiras florestais,colhedoras de grãos, filtros automotivos eindustriais, reparos de caixa de direçãohidráulica e retentores para motos.

A empresa é a pioneira da região nosegmento de vedação e está prontamentedisposta, com uma grade de funcionáriosaltamente treinados para atender seusclientes.

Qualquer que seja o problemaexistente, solicite a orientação dodepartamento técnico e especializado daempresa, que apresentará sempre a melhorsolução. Qualidades e garantias são osdiferenciais da empresa, trabalhandosempre e prol do cliente.

ReleVed16 3234.5460www.releved.com.br

ReleVed oferece soluções emcomponentes para vedação hidráulica

Cohybra afirma que manutençãopreventiva é uma decisão inteligente

Para a Cohybra, amanutenção preventiva éuma decisão inteligenteque a maioria das usinas,destilarias e proprietáriosde máquinas agrícolasoptam por fazer naentressafra. Apesar demuitos julgarem comoum custo desnecessário,preferindo remediar amanutenção, somentequando a máquinaapresenta algumproblema durante a safra,pesquisas com vários proprietários decolhedoras indicam que isto é um erro.

O custo de manutenção na safra éreduzido de 25% a 30%, dado ao fato deque uma manutenção preventiva, quecostuma ser algo mais básico, como a trocade vedações, no caso da hidráulica doequipamento, pode evitar danos maiorespelo agravamento do desgaste.

Entre os cuidados especiais maisimportantes da entressafra temos: troca devedações de bombas, motores e cilindroshidráulicos, verificação de chicoteselétricos, correias e correntes, motor diesel,filtros de óleo e ar, sistema dearrefecimento, bateria, lubrificação, entreoutros.

Esta economia é maior ainda secomparado ao enorme custo deoportunidade que uma colhedora paradaaguardando manutenção no meio da safrapossui.

A Cohybra está de portas abertas paraorientar sua empresa na manutençãohidráulica preventiva com equipamentosde última geração para aferir as reaisnecessidades de manutenção, assim oproprietário de colhedora terá certeza quesó irá gastar com revisões se realmente fornecessário.

Cohybra16 3041.6470www.cohybra.com.br

Fachada da Cohybra

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 146

Page 147: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 147

Fundada há 17 anos, a Helibombasatua na fabricação de bombas helicoidais.Em sua linha de produção conta comaeradores, misturadores, misturadoresoxigenadores para tratamento de efluentes,bombas submersas para irrigação, além deser representante da empresa Weatherford,fabricante de produtos Geremia.

Com sede em Araraquara (SP), aempresa possui instalações modernas,projetadas para o aperfeiçoamento de seusprodutos e processos, além da preservaçãodo meio ambiente e melhoria de qualidadede vida de seus colaboradores e clientes.

Prova disso é o lançamento daMotobomba Positiva HB Liner,equipamento desenvolvido para produtosde alta viscosidade e fibras alongadas,sólidos em suspensão. Ele apresenta vazãomáxima de 150 m³/h, desenho compacto ede robustez.

Outro lançamento é a MotobombaAnfíbia, que conta com vazão máxima deaté 1.500 m³/h. Desenvolvido para atendero mercado de abastecimento e saneamento,assim como os de irrigação e mineração. Éum equipamento versátil e com grandeeficiência hidroenergética que possibilita

sua instalação tanto submerso quanto forad´água, minimizando os impactosambientais e reduzindo os custos deinstalação.

Nos últimos anos, a Helibombas teminvestido na ampliação de sua fábrica deequipamentos e também em uma novabancada de testes. Com mais 1.000 m² deconstrução, a expansão incluirá umbarracão para as novas atividadesprodutivas e um novo refeitório para oscolaboradores. “Com o mercado emexpansão e com as perspectivas de negóciosfuturos projetamos um crescimento na casa

dos 40% para os próximos 24 meses, tantonas vendas quanto no quadro decolaboradores”, diz Luiz Carlos PenhaFiel, diretor da empresa.

Além da consultoria especializada naárea de tratamento de efluentes, possuicomo diferencial a logística no atendimentoaos clientes em todo território nacional,aliada ao compromisso, seriedade etransparência.

Helibombas 16 3333.5252www.helibombas.com.br

Helibombas apresenta equipamento ao setor sucroenergético

Gerentes e supervisores de usinas sereuniram em 24 de julho, na cidade deSertãozinho (SP), para o treinamento deControle Microbiológico promovido pelaAlcolina em parceria com o Gegis – Grupode Estudos em Gestão Industrial do SetorSucroenergético. O encontro, que contoucom cerca de 50 participantes, teve comoobjetivo ressaltar a importância dotrabalho no segmento.

O microbiologista Alexandre Colionifoi o palestrante. Durante sua explanação

buscou compartilhar resultados eexperiências registrados pela empresa,contando com a interação dosparticipantes. “Considero esse treinamentouma oportunidade para troca de ideias,novidades e também dificuldades, com osclientes. É uma espécie de reciclagem,tanto para nós quanto para eles”, afirmou.

Valdecir Pinheiro, gerente de campoda empresa, lembra que o setor buscaaumento de produtividade e redução decustos. Neste contexto, frisa a importância

do controle microbiológico. “Queremosauxiliar as unidades a entender melhoresta área, e claro, aprender também.Otimizar cada processo dentro das usinas éfundamental. A fermentação etanólica fazparte deste contexto”.

Gustavo Guedes, gerente nacional deoperações da Phibro, empresa parceira daAlcolina há mais de dois anos, estevepresente no evento. Ele falou sobre aoportunidade de reunir profissionais eespecialistas do segmento. “Quanto maior o

contato dos fornecedores com as usinas,mais resultados em prol do setor surgirão”,finalizou.

A Alcolina possui produtos para todosos processos das etapas de fabricação doaçúcar e etanol. Com laboratóriosequipados, consegue atender à necessidadeespecífica de cada cliente.

Alcolina16 3951.5080www.alcolina.com.br

Alcolina reúne profissionais para treinamento microbiológicoMotobomba tem vazão máxima de até 150 m³/h Sede da Helibombas em Araraquara (SP)

Alexandre Colioni, Valdecir Pinheiro e Gustavo GuedesGerentes e supervisores de usinas durante o treinamento, em Sertãozinho

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 147

Page 148: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES148

Mesmo considerando resistência àtração e flexibilidade como as duascaracterísticas mais evidentes na hora deescolher um cabo, outros pontos requerematenção. Um bom exemplo é alubrificação. Segundo o supervisor técnicoda divisão de movimentação de cargas daempresa Okubo Mercantil, SamuelArantes, em uma aplicação onde o cabode aço sofre fadiga por flexão, comoexemplo, o guincho hilo, não faz sentidoter um cabo de aço com inúmeros fios ecom resistência “alta” se a lubrificaçãonão é eficaz. “Além da lubrificação que éfeita periodicamente pela equipe damanutenção, a lubrificação original docabo é de extrema importância. Somenteno momento da fabricação do cabo de aço

que é possível aplicar o lubrificante emtodos os arames, inclusive nos arames daalma”, explica Arantes.

Outra característica importanteindicada é a própria qualidade do arame– principal elemento do cabo de aço.Antes e depois da fabricação do cabo, osarames são submetidos a testes onde émedida a tração, a dobra, a torção e aflexão. Todos esses testes garantem aperformance do cabo de aço em trabalho.Quando o cabo de aço está em movimentoe sofre flexão, o modelo indicado é o6X41WS (Warrington Seale) em razão deter 41 fios em cada uma das 6 pernas.

De acordo com Samuel Arantes, pode-se encontrar aplicações, como emguindastes portuários, que diariamente

carregam e descarregam milhares emilhares de containers, onde o cabo de açofoi especificado, considerando, além daresistência à tração e flexibilidade, aqualidade da lubrificação do arame.Também é possível observar aplicações decabos de aço no setor, nas pontes rolantese outros equipamentos de movimentaçãode carga. Esses equipamentos exigem docabo de aço seu máximo em desempenho emuitos desses cabos não são da construção6X41WS, e sim 6X36WS – que tem umnúmero menor de fios por perna.

“As construções 6X36WS e 6X41WSsão irmãs. Elas pertencem à mesma classenormativa – a 6X36. Nos guindastesportuários a construção 6X36WS se saiumelhor do que a 6X41WS. Uma das razões

disso ter acontecido foi a qualidade doarame. Outra característica que ajudou foicomo o lubrificante original foi empregadono cabo”, comenta o supervisor técnico dadivisão de movimentação de cargas daempresa Okubo. “Todas as normas eliteraturas técnicas de cabos de açocolocam essas duas construções nosmesmos limites de uso. Isso quer dizer queonde é aplicado o cabo 6X41WS você podeaplicar o 6X36WS”, afirma GuillermoSilva, supervisor técnico da divisão demovimentação de cargas da empresaOkubo Mercantil.

Okubo 16 3514.9966www.okubomercantil.com.br

Okubo Mercantil apresenta cabos de aço e suas aplicações para o setor Cabo de aço 6X36WS é solução técnica eficaz para elevação e movimentação de cargas

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 148

Page 149: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 149

O Pottente é nova solução da Iharapara o manejo de nematoides que atacam acana-de-açúcar. O estudo dessa tecnologiateve início em 2007 e nos últimos seis anos,a empresa destinou diversos investimentosem pesquisa e desenvolvimento para acriação do Pottente.

Essa busca resultou em um produtoaltamente eficaz, flexível e que trarábenefícios como maior longevidade, menordose por hectare, redução do descarte deembalagens, baixo risco de lixiviação emaior estabilidade de controle emqualquer época do plantio, além deminimizar as perdas de produtividade.

A cada ano, os nematoides tornam-seum problema grave em diversas culturas ecom a cana-de-açúcar isto é diferente. Oataque nas plantações causa diversos danose sintomas como a perda de qualidade dasraízes e redução de radicelas, fatores queincapacitam a planta de absorver água enutrientes em quantidades adequadas,tornando-as raquíticas, cloróticas e incapazesde atingir níveis produtivos adequados.

Além disso, todas as variedades decana plantadas atualmente, com finalidadecomercial, são suscetíveis ou hipersensíveisa nematoides. “O setor confere ao Brasiluma posição de destaque no cenáriointernacional e um modelo bioenergéticoúnico. Por isso, a Ihara tem dedicadograndes esforços na solução de problemasfitossanitários deste setor. Para atender estecenário, o Pottente é uma ferramenta

fundamental que visa aumentar aeficiência dos canaviais”, comenta ogerente de marketing regional da Ihara,Leonardo Araújo.

Ele ressalta que o maior custo do

canavial é a sua implantação e não seespera repetir essa operação antes de cincoanos, sendo o desejável mais de sete anospara, só então, fazer o replantio. Essa éoutra grande contribuição quando se

maneja o canavial com o produto.

Ihara15 3235.7914www.ihara.com.br

Ihara lança produto para controle das principais espécies de nematoides

Leonardo Araújo, gerente de marketing regional da Ihara

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 149

Page 150: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES150

A estratégia da Solinftec para odesenvolvimento de novas tecnologias delogística de processos que envolvemcomunicação total no campo, tais como:automação online de ordens de serviço ede manutenção, logística de comboios,controle online de metas produtivas,alocação dinâmica de caminhõescanavieiros, descentralização edistribuição de informações para tomadade decisão pelos líderes e gestores e outras,que correspondem com o plano diretor dedesenvolvimento da agricultura inteligente,determina a necessidade de comunicaçãototal entre todos os elementos quecompõem as soluções da empresa.

A maior dificuldade do uso datelefonia celular GPRS está na insuficientecobertura atual em zonas rurais, situaçãoque se agrava com a velocidade decrescimento de novos usuários na rede,superior ao aumento das capacidadesinstaladas, o que traz como resultado quemesmo em zonas de cobertura nemsempre é possível lograr conexão.

Além disso, nem GPRS, nemalternativas como modem satélite, aindamuito caros, nem rádio digital com largurade banda limitada, que restringe acapacidade de transmissão de dados sãoadequadas para suportar soluções decomunicação M2M.

Pensando nisto, a Solinftecdesenvolveu a rede de transmissão dedados SolinfNet, suportada na capacidade

de toda a família de hardwares Solinftecde se comunicar entre si em uma redemesh a 900MHz no campo. A soluçãoaproveita a comunicação máquina-máquina (M2M) entre computadores debordo, base das soluções CertificadoDigital de Cana (CDC) e Fila Única de

Transbordos (FUT) hoje comercializadaspela empresa.

Mediante a adição inteligente demódulos e antenas adicionais instaladosem pontos de alta vista como torres derádio e outras, canaliza as informações demonitoramento e apontamentos gerados

no campo até a usina, e desta para todosos dispositivos em campo que formamparte da rede.

AGM Tech Solinftec18 3621.2182www.solinftec.com

Telemetria SolinfNet independe da cobertura de telefonia celular

Com uma história de origem simplesmas com ímpeto e vontade de crescer,atendendo seus clientes sempre da melhormaneira e com os melhores produtos, aKimberlit se fortaleceu no mercado denutrição vegetal, enfrentando e superandoinúmeros desafios.

Foi com trabalho árduo no presente eolhos focados no futuro que a empresaadquiriu experiência em seu negócio,investindo em seu parque fabril, pesquisae desenvolvimento, modelos de gestão,qualidade de seus produtos e capacitaçãode seus colaboradores, o que tornou aequipe Kimberlit, um grupo de pessoas

altamente eficiente e eficaz, com a missãode oferecer satisfação aos seus clientes,por meio da entrega de resultados nocampo.

São 25 anos de grandes desafios,aprendizados, conquistas, crescimento emuito sucesso, alicerçado por valores ecrenças compartilhadas por uma equipeque luta diariamente para fazer daKimberlit uma empresa que entregaresultados. Esse é o nosso compromisso.

Kimberlit17 3279 1500 www.kimberlit.com

KIMBERLIT COMEMORA

25 ANOS DE SUCESSO

JC 248 8/18/2014 8:21 PM Page 150

Page 151: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 151

Iprosucar explica funcionalidade do condensador evaporativo

Sieng implanta sistema de concentração de vinhaça em usina bolivianaA Sieng Sistemas e Engenharia LTDA, empresa

especializada em soluções ambientais, colocou emfuncionamento o seu primeiro sistema de concentração devinhaça na Companhia Industrial Azucarera San Aurelio,localizada na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia.

A planta desenhada para concentrar a vinhaça emcinco efeitos tipo Falling Film em até 54% do seu volume,chegou a atingir 60% de concentração no volume final devinhaça. “O sistema atingiu todas as expectativas esuperou muito a performance para a qual foi projetada”,explica o engenheiro químico, Cristian Poveda, gerente daengenharia da empresa.

Segundo ele, a vinhaça que concentra este sistematem origem na fabricação de etanol neutro do melaço deterceira massa, uma das piores matérias-primas para seproduzir álcool devido ao seu grande conteúdo deimpurezas e agentes incrustantes. “O sistema de limpeza(CIP – Clean in place) é feito automaticamente e com aplanta de evaporação funcionando, sem a necessidade deparadas programadas ou excesso de mais evaporadoresque estejam em stand by. A redução do volume de vinhaçaajudará a economizar o transporte para o campo econdensado ácido é utilizado para diluir o melaço que vemda fabricação de açúcar. O sistema chega a consumir 1kgde vapor por litro de etanol, ou 110 kg de vapor por m³ devinhaça In Natura, o que representa baixo consumo devapor, dependendo porém, do número de efeitos”, lembra.

Poveda explica que a Sieng, além de soluçõesambientais, possui tecnologias para a produção edesidratação de etanol por processo azeotrópico, peneirasmoleculares. No Brasil, ela representa a empresa BussSMS Canzler (www.sms-vt.com) em tecnologias dedesidratação de etanol por membranas, concentração devinhaça para queima em caldeiras e fabricação defertilizante com uso de evaporadores e secadores de capa

fina (wiped film).A Sieng realiza projetos de usina flex para a

adequação de fabricação de etanol de milho; balanços demassa e energia; cálculo, projeto construtivo edimensionamento de equipamentos como vasos depressão, estruturas metálicas e tubulações e sistemas de

despoeiramento por meio de filtros mangas e peneirasvibratórias.

Sieng16 3041-0222www.sieng.com.br

Sistema de concentração de vinhaça da Sieng

Os vapores formados no último efeito da evaporação enos cozedores a vácuo deverão ser continuamentecondensados em sistemas de condensação adequados. Oscondensadores evaporativos são equipamentos nos quais ocondensado formado no interior de feixes tubulareshorizontais, inseridos em torres de resfriamentoconvencionais, não se mistura com a água fria emrecirculação.

Em contraste com os condensadores de contato direto,a água fria não estará sujeita à contaminação pelosvapores. A evacuação dos gases incondensáveis é realizadapor meio de sistema de vácuo convencional, amplamenteutilizado em nossas usinas, como bomba de vácuo, ejetoresa vapor ou hidroejetores.

A água dos condensadores de contato direto, via deregra, será resfriada, quando em circuito fechado, emsistemas de resfriamento, como em torres de resfriamentoou aspersores.

BALANÇO DE ENERGIA� Redução do consumo de potência: até 50% emrelação aos sistemas de condensação convencionais –superávit de energia elétrica de ~ 6,5 kw/t vapor =aprox. 30 Mwh por safra; � Variação automática da rotação do ventilador docondensador evaporativo: em função da taxa deevaporação e variação das condições climáticas(temperatura de bulbo seco e úmido).

BALANÇO DE ÁGUA� Quantidade de água recirculada: é menor noscondensadores evaporativos que nos condensadores emultijatos convencionais;

� Perdas por arraste: em torres de resfriamento sãopraticamente nulas, enquanto que nos aspersores sãoda ordem de no mínimo 2%.

MEIO AMBIENTE� Contaminação do meio ambiente é maior noscondensadores de contato direto onde a águarecirculada é maior.

INVESTIMENTO INICIALE CUSTO OPERACIONAL

� Investimento inicial: deve ser comparado com oinvestimento global da instalação de

multijatos/condensadores barométricos, sistema devácuo e aspersores ou torres de resfriamento; � Custo operacional: são menores em razão de suapequena captação de água e devolução de águaservida ao meio ambiente, bem como redução doconsumo de energia elétrica. É de fundamentalimportância a significativa redução do consumo deenergia elétrica que diminui a carga do turbo geradore aumenta a oferta de energia elétrica paraexportação.

Iprosucar19 3402.1100 www.iprosucar.com.br

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 151

Page 152: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES152

O ano de 2014 está sendomarcado por grandesmudanças para a Franpar. Aempresa, que atua há mais deuma década no comércio deválvulas, flanges e conexões,está aproveitando seu bommomento para implementarum novo modelo visando aampliação do seu negócio.

A primeira grandenovidade veio com a mudançafísica da empresa. Para poderatender ao aumento dademanda dos clientes, aFranpar agora está numa novasede, com mais de 10 milmetros quadrados. Com isso,ampliou o seu estoquegarantindo entrega imediata emqualquer pedido.

A localização, na rodoviaAnhaguera e próxima ao aeroportode Ribeirão Preto (SP), foi estrategicamenteescolhida pensando na otimização dalogística, o que permite alcançar todo oterritório nacional com rapidez e eficiência.

“Mas a mudanças não param por aí.Para simbolizar esta nova fase, a Franpartambém modernizou a sua marca queagora apresenta novo logotipo.

E por último uma novidade muito

importante é a participação da Franpar naFenasucro, onde estará recebendo seusclientes, parceiros e fornecedores”, afirmaFrancisco de Assis Parisi Junior, presidenteda Franpar.

Franpar16 2133.4385www.franpar.com.br

Franpar atenderá em

nova sede de 10 mil m2

Sulfurprime da Produquímicaproporciona alto rendimento

A Produquímica, referência emnutrição vegetal para a alta performance,tem diversos produtos customizados para osetor. Entre eles, destaca-se o Sulfurprime,enxofre lentilhado com pureza mínima de99,5%, granulometria uniforme, ausênciade impurezas e umidade máxima de 0,5%.

“Por ter estas características, oSulfurprime proporciona um maiorrendimento e contribui diretamente paraque não haja interrupção durante asulfitação do caldo”, destaca Carlos Aurélio,Gerente de Vendas Commodities daProduquímica.

“Garantimos o fornecimento desteproduto com alta qualidade durante toda a

safra. Desta forma, o cliente tem um ótimocusto-benefício e uma produtividadesempre elevada. Além destes benefícios, osprodutores contam com o suporte técnicode nossa equipe altamente qualificada ecomprometida com resultados”, acrescenta.

A Produquímica fornece tambémdiversas commodities para o setor, comosoda cáustica líquida 50%, soda cáusticaescamas 98%, ácido sulfúrico 98% coml,sulfato de amônio técnico e ureiafertilizante, entre outras.

Produquímica11 3016.9619www.produquimica.com.br

Francisco de Assis Parisi Junior, presidente da Franpar

Produto possui pureza mínima de 99,5%

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 152

Page 153: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 153

BUSCARIOLI COMEMORA 50 ANOSA Buscarioli

foi fundada em1964, na cidadede São Paulo, porHélio Buscarioli,ex-funcionário deuma empresafabricante demateriaiselétricos.Enquanto seusconcorrentesconsertavammotores em 48h,a Buscariolianunciava naspáginas amarelasque entregavaseus consertos emmenos de 24h.Assim, no ano de1976, a empresafoi nomeadaAssistenteTécnicoAutorizado pelaWEG, sendo umdos primeiros a alcançar o título deAssistente Técnico 5 Estrelas, a únicaagraciada em três empresas do grupo WEG(Motores, Transformadores e Energia), eprimeira a receber o título de RevendaIntegrada WEG. Em 1998 foi nomeadaDistribuidor Autorizado KSB, e em 2 anos

recebeu o troféu Megaouro, por sedistinguir na sua rede de distribuidores.

O pequeno empreendimentotransformou-se no que é hoje a maiorAssistência Técnica e Revenda de MotoresElétricos e Bombas da América Latina, comuma área de 13.000 m2, estoque de 16.000

motores, 4.000 bombas, 4.000 drives emais uma variedade de componentes decontrole e proteção. Em 2007, nasce oGrupo Buscarioli, que abrange as empresasBuscarioli Comércio e Oficina de MotoresElétricos, visando a área de assistênciatécnica e serviços de motores elétricos de

baixa e médiatensão, geradores,bombashidráulicas,inversores defrequência epainéis decomando.

A Buscariolirecebeu ainda acertificação ISO9001 com a novaversão 2008concedida pelacertificadoranorueguesa DNV-Det NorskeVeritas. Comvendas e serviçosde recuperaçãode máquinaselétricas girantes,atende osprincipaissegmentos demercado, entreeles, açúcar &

álcool, siderurgia, mineração, papel &celulose, energia, construção civil, OEM etoda a indústria em geral.

Buscarioli11 2618.3611www.buscarioli.com.br

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 153

Page 154: JornalCana 248 (Setembro/2014)

Setembro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES154

A utilização dofungo entomo-patogênicometarhiziumanisopliae para ocontrole decigarrinhas-das-raízesem cana-de-açúcariniciou-se no Brasilnos anos 70. Desdeentão, o cultivo dacana evoluiusobremaneira, emtodos os aspectos.Genética,produtividade,métodos de colheita etratamentos fitossanitários são algunsexemplos de ferramentas que melhoraramo desempenho da cultura. Emcontrapartida, os defensivos biológicospouco avançaram tecnologicamente econtinuam sendo utilizados de maneirasimilar ao longo desses anos.

“A Koppert Biological Systems,empresa holandesa com 47 anos deatuação em proteção biológica de plantas,desembarca no Brasil trazendo nabagagem know-how e tecnologia depesquisa, produção e comercialização dedefensivos biológicos”, afirma GustavoRanzani Herrmann, diretor comercial.

Desde 2011, início de suas atividadesno país, a Koppert utiliza em suas unidadesde produção de Itapetininga (SP) ePiracicaba (SP) os mesmos padrões dedesenvolvimento e inovação que adota emtodos os países que está presente. O objetivo

é desenvolver produtos de alta tecnologia,respeitando os mais rígidos controles dequalidade, e entregar ao produtor soluçõesadequadas ao manejo integrado das maisdiversas pragas e doenças.

Benefícios como performance dediluição dos produtos em água, calda depulverização homogênea, menor volume deproduto transportado e armazenado,flexibilidade na armazenagem, maioreficiência, dentre outros, traduzem-se emgrande vantagem competitiva desteportfólio Koppert para a cultura da cana. AKoppert inaugura assim uma nova parceriacom o setor, renovando seu compromissocom a sustentabilidade dos sistemasagrícolas brasileiros.

Koppert 15 3471.9090www.koppert.com.br

Koppert oferece inovações em defensivos biológicos

Hidráulica Mauv cresce eaumenta portfólio de atendimento

A Hidráulica Mauv vem crescendogradativamente, impulsionada peloempreendedorismo de seu fundador,acompanhado de investimento constantepara a melhoria e desenvolvimento deprodutos, que venham suprir as maisvariadas aplicações no mercado deequipamentos hidráulicos.

Com um atendimento diferenciado eum alto grau de satisfação de seus clientes,possuindo uma equipe preparada ecomprometida, a empresa oferecesoluções técnicas e comerciais aos setoresde transporte canavieiro, construção erodoviário, nas linhas de basculantes,pranchas, rampas, transbordos, guinchose polis.

Além disso, disponibiliza,atendimento, vendas de peças, reparos,componentes e mangueiras prensadas,além de Assistência Técnica interna e decampo, em tomadas de forças dasprincipais marcas de mercado, bombashidráulicas, comandos hidráulicos,cilindros de baixa pressão, cardansagrícolas e automação pneumática.

Neste segmento, não há lugar paraaventureiros. Somente uma empresa comexperiência e tradição há mais de 40 anospossibilita a confiança desejada.

Auto Peças Maurilio16 3626.0716www.autopecasmaurilio.com.br

Gustavo Ranzani Herrmann, diretor comercial

Fachada da empresa Auto Peças Maurilio

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 154

Page 155: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 155

Page 156: JornalCana 248 (Setembro/2014)

JC 248 8/18/2014 8:22 PM Page 156