Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

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9 FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ IGOR RODRIGUES ROCHA JORNALISMO COLABORATIVO NA INTERNET: Como informar sem perder a atração pela notícia? Belo Horizonte 2011

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RESUMO Este projeto de Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema o Jornalismo Cidadão suas implicações e aplicações no dia-a-dia da sociedade. Para isso, em primeiro momento, no capítulo 2 se fará a construção das bases teóricas para fundamentar o estudo de caso do site BrasilWiki! (www.brasilwiki.com.br), que será feito no capítulo 3. A escolha do site BrasilWiki! se deu devido à influência do Jornal do Brasil no cenário jornalístico brasileiro. Para análise das notícias foram observados critérios como ferramentas utilizadas, construção textual, diagramação do site, assuntos abordados e valores-notícia, tais como, ineditismo, relevância e imediatismo, e qualidade ortográfica e qualificação profissional do colaborador.

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

IGOR RODRIGUES ROCHA

JORNALISMO COLABORATIVO NA INTERNET:

Como informar sem perder a atração pela notícia?

Belo Horizonte

2011

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IGOR RODRIGUES ROCHA

JORNALISMO COLABORATIVO NA INTERNET: COMO INFORMAR

SEM PERDER A ATRAÇÃO PELA NOTÍCIA.

Monografia apresentada à Faculdade Estácio de

Sá de Belo Horizonte como requisito parcial para

obtenção do título de bacharel em comunicação

social, com habilitação em jornalismo.

Orientador: Prof. Ms. Gilvan Araújo

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BELO HORIZONTE

2011

Dedico este trabalho aos meus filhos, Pedro e Carlos.

Que um dia possa servir de exemplo a eles; à minha

amiga e ex-coordenadora, Rosânia Carvalho (In

Memorian); e à minha família Zeca, Reji e Bel (Hoje é

minha vez), que sempre estão comigo em todos os

caminhos.

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Agradeço a Deus por permitir mais esta vitória em

minha vida. À Rejane, comadre, Anésia, madrinha e

Johannes e Beto, afilhados. Aos meus amigos sinceros

que sempre estiveram, e estão, comigo. Às “minhas

meninas” Kelly Brígida, Maria Miranda (Kinha) e

Michely Oliveira. Agradeço também ao meu orientador

mestre, Gilvan Araújo. Muito Obrigado a todos.

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RESUMO

Este projeto de Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema o Jornalismo Cidadão suas

implicações e aplicações no dia-a-dia da sociedade. Para isso, em primeiro momento, no

capítulo 2 se fará a construção das bases teóricas para fundamentar o estudo de caso do site

BrasilWiki! (www.brasilwiki.com.br), que será feito no capítulo 3. A escolha do site

BrasilWiki! se deu devido à influência do Jornal do Brasil no cenário jornalístico brasileiro.

Para análise das notícias foram observados critérios como ferramentas utilizadas, construção

textual, diagramação do site, assuntos abordados e valores-notícia, tais como, ineditismo,

relevância e imediatismo, e qualidade ortográfica e qualificação profissional do colaborador.

Palavras-chave: Jornalismo colaborativo; Jornalismo on line; práticas jornalísticas, hipertexto.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 - Página de matérias bloqueadas do site BrasilWiki 31

Figura 02 – Página inicial do BrasilWiki! – 12 de novembro de 2011 32

Figura 03 – Colaboração em destaque no dia 12 de novembro de 2011 35

Figura 04 – Colaboração em destaque no dia 13 de novembro de 2011 36

Figura 05 – Colaboração em destaque no dia 14 de novembro de 2011 38

Figura 06 - Colaboração em destaque dia 15 de novembro de 2011 39

Figura 07 – Colaboração em destaque dia 15 de novembro de 2011 41

Figura 08 - Matéria em destaque dia 17 de novembro de 2011 42

Figura 09 – Blog HTTP://candangoconservador.blospot.com 43

Figura 10 – Blog HTTP://candangoconservador.blospot.com 44

Figura 11 – Página inicial do site www.jornalalef.com.br 45

Figura 12 – Matéria em destaque dia 18/11/2011 46

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

REFERENCIAL TEÓRICO 12

2.1. Um Pouco de História 12

2.2. Cenário Contemporâneo 16

2.2.1. Tecnologias da Informação em Comunicação 16

2.2.2. O Que é Notícia? 18

2.3. As Redes Sociais 22

2.3.1 Facebook 23

2.3.2. Twitter 23

2.4. Contrapontos do Colaborativo 25

3. ESTUDO DE CASO BRASILWIKI 30

3.1. Colaborando 31

3.2. Analisando as Matérias Postadas por Colaboradores 33

3.2.1. 12 de Novembro de 2011 35

3.2.2. 13 de Novembro de 2011 34

3.2.3. 14 de Novembro de 2011 36

3.2.4. 15 de Novembro de 2011 38

3.2.5. 16 de Novembro de 2011 39

3.2.6. 17 de Novembro de 2011 41

3.2.7. 18 de Novembro de 2011 44

CONCLUSÃO 47

GLOSSÁRIO 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51

ANEXOS 54

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1. INTRODUÇÃO

O mundo passou por uma transformação significativa nos últimos 20 anos e pelo visto

não vai parar pelos próximos. Em consequência disto, as profissões estão mudando e com o

jornalismo não é diferente. Imagine, hoje, como seria a sua vida sem a internet. Agora

imagine a vida de um jornalista sem a internet. As ferramentas digitais fizeram o homem

“transformar” a comunicação mundial. O que antes era um modelo linear – emissor,

mensagem, receptor – hoje se transformou em interatividade. Essa interatividade faz com que

o espectador, ouvinte ou internauta não seja apenas contemplador da notícia e sim parte

integrante dela, além de, em muitos casos, ser o produtor da mesma.

A revolução nas ferramentas de publicação na internet fez os usuários/consumidores

de informação a repensarem o modo de produzi-las e divulgá-las. Com o crescente aumento

de Blogs e páginas do gênero (Flogs e Vlogs), o internauta passa a ser não somente

consumidor, mas produtor de notícias, entretenimento e afins. Imagine uma pessoa que

produza 200 milhões de Tuítes por dia. Ou então que postasse 48 horas de vídeos no YouTube

por minuto. E criasse um blog a cada segundo. Impossível? Sim para um único ser humano1.

Mas a colaboração faz com que isso se torne possível e cada indivíduo com uma câmera

digital, um celular pode produzir um vídeo ou tirar uma foto de algo que julgar interessante e

fazer com que esse momento se torne uma notícia. A internet potencializou ainda mais a

participação do público no processo de produção da notícia. Uma maior interação ocorre pelas

características do meio, que tem maior acesso e mais fácil manuseio que os outros veículos.

Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados

factuais e divulgação de informações. Também se define o Jornalismo como a prática de

coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais. Ao profissional desta área

dá-se o nome de jornalista. É também a profissão de pessoas que reúnem, avaliam, difundem

ou comentam as notícias. O jornalista seria o profissional envolvido na formulação de

conteúdos analíticos para a comunicação de massa, seja na apuração, na apreciação, no

processamento ou na divulgação de informações. (KUNCZIK; VARELA, 1997)

1 Dados disponíveis em http://info.abril.com.br/noticias/internet/youtube-recebe-48h-de-videos-a-cada-

minuto-26052011-0.shl - acessado em 18/09/2011 às 19:44

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O jornalismo se apresentou, e se apresenta até hoje, como um auxiliar da sociedade.

Denunciando, apurando e divulgando informações de grande relevância para o povo, não só o

brasileiro. A partir de um dado momento, o jornalismo passou a ser feito também pelos

cidadãos, estes auxiliando o profissional nesta batalha do dia-a-dia.

Através de uma análise de sites noticiosos esta pesquisa vai verificar a eficácia do

jornalismo colaborativo e suas vertentes. Além disso, verificar se as mídias tradicionais, rádio,

TV e impresso, utilizam dessa ferramenta nos trabalhos diários.

No primeiro capítulo traçou-se um histórico da criação da internet, como foi seu

surgimento e desenvolvimento. Citou sobre relacionamento em redes lembrado por

Thompson (1999), a criação e disseminação no ciberespaço como referenciado em Lévy

(1999), Lemos (2000) e Figueiredo (2009). A inserção dos meios de comunicação na internet

veio citada em Dourado (2010). Primo e Träsel (2006) mostram a evolução da internet com

novas ferramentas, como a introdução de vídeos em páginas de periódicos on line.

Após as citações do primeiro capítulo, a pesquisa se voltou para o cenário

contemporâneo baseado nas teorias de Beltrão (2007). As novas tecnologias da informação

em comunicação vêm fundamentadas em Pacievitch (2005), que mostra a revolução nas

ferramentas tecnológicas que fez produzir milhões de sites, blog’s e afins. Mostrou a

diferença em se produzir um programa de rádio e um site.

Fez-se um paralelo entre o jornalismo colaborativo e o jornalismo comunitário em

Traquina (2003), Pena (2008). Foschini e Taddei (2006) lembram que “o mundo está repleto

de pontos de vista distintos e os meios de comunicação tradicionais já não bastam para

descrevê-lo, compreendê-lo e descobri-lo”.

Após elucidar estas questões, a pesquisa trouxe à tona o que vem a ser notícia, quais os

critérios para noticiar um fato e quais as implicações deste fato noticiado. Como vimos em

Lage (1982, p. 65), a notícia “é o relato de uma série de fatos, a partir do espaço mais

importante ou interessante. Os eventos estarão ordenados por ordem de importância

decrescente, respeitando a regra da pirâmide invertida” e também em Rodrigues (1993).

Falou-se também das redes sociais e suas influências no dia a dia do Jornalismo

Colaborativo. Em Figueiredo (2009) lembrou-se da quantidade de jornalistas profissionais

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que utilizam ferramentas de Facebook e Twitter para facilitar o trabalho e em contraponto,

Torres (2011) fala, em artigo científico, que jornalismo de Twitter não é jornalismo.

Lembrando que muitos jornalistas utilizam Tuites de famosos para pautas diárias.

De posse da constituição teórica dos capítulos iniciais, voltou-se a pesquisa para o

estudo de caso do site BrasilWiki!. O site foi escolhido por apresentar algumas das

características expostas nas teorias anteriormente citadas. Nele, as especificidades que

envolvem as teorias do jornalismo e a produção de jornalismo em redes são perceptíveis. No

estudo de caso foram observadas as sete matérias da página inicial do site nos dias 12, 13, 14,

15, 16, 17 e 18 de novembro de 2011. Para análise das notícias foram observados critérios tais

como, ineditismo, relevância e imediatismo; a qualidade ortográfica das matérias, e a

qualificação profissional do colaborador.

Palavras estrangeiras foram inseridas no decorrer da pesquisa. No final desta

monografia, existe um glossário com todos os termos e significados, caso o leitor ache

pertinente, esclarecer eventuais dúvidas.

Esta pesquisa não pretende esgotar o assunto “Jornalismo Colaborativo”, mas sim

discorrer, analisar, descrever, interpretar sobre os motivos que levam a sociedade a aderir ao

chamado Jornalismo Colaborativo e por que ele está se difundindo tanto nos meios de

comunicação. Verificar se existe veracidade nas informações; se as facilidades na produção,

com os meios eletrônicos, proporcionam uma informação de qualidade e confiável; analisar

quais as vantagens e desvantagens proporcionadas; examinar se o Jornalismo Colaborativo

apresenta um risco para o jornalismo clássico e por fim, questionar se existe credibilidade no

que é produzido.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Um Pouco de História

Uma arma de guerra. Com essa finalidade foram desenvolvidos os primeiros

computadores. Com os inimigos interceptando facilmente os telégrafos, notou-se a

necessidade da criação de uma ferramenta mais potente, eficaz e segura para a comunicação

em tempos de guerra. No entanto, as dimensões desta nova ferramenta não ajudavam na

locomoção. Com o passar do tempo, novas ferramentas foram desenvolvidas e possibilitaram

a redução no tamanho das máquinas. Já na década de 1960, na eminência de uma nova guerra,

os Estados Unidos, preocupados com possíveis ataques da extinta União Soviética a bases

militares, viram a necessidade da descentralização das informações.

Com o apoio dos países aliados e de alguns institutos de pesquisas europeus –

principalmente o CERN2 – foi criada a primeira rede de computadores. Desta forma, se um

deles fosse destruído a informação não se perdia, pois estava em fluxo constante.

A internet foi concebida em 1969, durante a Guerra Fria, quando a Advanced

Research Projects Agency (Arpa – Agência de Pesquisa e projetos avançados), uma

organização ligada ao Departamento de Defesa norte-americano, criou a Arpanet. Rede

nacional de computadores que servia para garantir a comunicação emergencial, caso os

Estados unidos fossem atacados por outro país, principalmente a União Soviética, no período

da guerra fria.

A partir de então foram criados os primeiros PC’s (em inglês Personal Computers).

Com essa nova modalidade de computadores, ficou mais fácil o acesso a eles, que até então

era destinado somente às forças armadas. A princípio foram desenvolvidos para auxiliar o

homem em cálculos complexos, assim demandaria menos tempo e seriam feitos com maior

exatidão.

Em 1986, a National Science Foundation (NSF – Fundação Nacional de Ciência), fez

uma significativa contribuição para a expansão da internet, quando desenvolveu uma rede que

conectava pesquisadores de todo país por meio de grandes centros de informática e

computadores. Foi denominada NSFNET, que continuou se expandindo e, no começo da

década de 1990, eram mais de 80 países interligados.

2 CERN em francês: Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire. O maior laboratório de física de partículas

do mundo sediado em Genebra – Suíça. Fonte: www.wikipedia.com.br

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Timothy John Berners-Lee, ou simplesmente Tim Berners-Lee, um físico britânico,

trabalhou durante anos em um projeto com a colaboração do estudante Robert Cailliau, em

1989, propôs a criação da World Wide Web (WWW) e, em 6 de agosto de 1991, há vinte

anos, entrava na rede o primeiro site: www.info.cern.ch. O crescimento da www foi tão

rápido que, em 1996, já existiam mais de 56 milhões de usuários no mundo. No mesmo ano,

95 bilhões de mensagens eletrônicas foram enviadas nos Estados Unidos, enquanto as cartas

convencionais somaram 83 bilhões de postagens nos correios, de acordo com a Computer

Industry Almanac3.

Você já imaginou como seria a vida hoje sem a internet? Pois esta ferramenta e muitas

outras colaboram para o fluxo de informações nas redes digitais. No entanto, houve um

grande diferencial nas relações humanas e de acordo com Thompson (1999, p. 13), “a

interação face a face perdeu espaço para os meios desenvolvidos pelas tecnologias”.

Sem sombra de dúvidas que a internet representa uma nova era para a mídia. Uma

infraestrutura interconectada para múltiplas formas de comunicação. A internet pode vir a ser

a primeira esfera pública global e, é o primeiro meio que oferece a chance de comunicar-se

com suas próprias vozes, com uma audiência internacional de milhões de pessoas. As formas

populares e os fóruns de interação incluem websites pessoais e coletivos e outras diversas

ferramentas comunicacionais. Eles facultam novas e extraordinárias possibilidades. É a

primeira vez que se tem um veículo acessível a um vasto número de indivíduos e coletivos do

mundo inteiro, que permite a transmissão de, praticamente, qualquer informação.

O chamado ciberespaço4 não necessita da presença física para a interação. E conforme

Lemos (2000), “O ciberespaço é um espaço de fluxos. Ele nos coloca em meio a processos de

mobilidade imóvel, ou imobilidade móvel, de contatos sem presença física, de deslocamentos

imaginários”. Lévy (1999) complementa o pensamento de Lemos lembrando que “o

ciberespaço encoraja uma troca recíproca e comunitária, enquanto as mídias clássicas

praticam uma comunicação unilateral na qual os receptores estão isolados, uns dos outros”.

Dessa forma:

3 Pesquisa disponível em http://www.c-i-a.com/ - acessado 27/09/2011 às 16:46

4 Artigo disponível em http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/lemos/viagem.html acessado em

08/04/2011 às 16h45min

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A internet abre espaço para novos atores sociais e novas vozes; ela propõe a

diversidade informacional. Os indivíduos deixam de ser representados e

passam a ser reconhecidos pela própria voz através de seus próprios relatos e

suas próprias linguagens; passam a ser co-autores do processo de construção

do conhecimento (CASTRO, 2005).

Neste contexto, o ciberespaço pode ser considerado:

Como uma virtualização da realidade, uma migração do mundo real para um

mundo de interações virtuais. A desterritorização, saída do “agora” e do “isto”

é uma das vias régias da virtualização por transformar a coerção do tempo e

do espaço em uma variável contingente. Esta migração em direção à uma nova

espaço-temporalidade estabelece uma realidade social virtual, que,

aparentemente, mantendo as mesmas estruturas da sociedade real, não possui,

necessariamente, correspondência total com esta, possuindo seus próprios

códigos e estruturas (GUIMARÃES, 1997)

No início da INTERNET, a ausência de sistemas e aplicativos de fácil manuseio

impedia a apropriação pelos usuários das possibilidades de conversação e produção de

conteúdo. A Web era mais “lida” do que “escrita”. De acordo com o site www.infoabril.com.br,

em meados da década de 1990 alguns jornais engatinhavam com o chamado

“webjornalismo”. O advento da internet que possibilitou o novo gênero, e ele veio para

revolucionar as relações profissionais e as próprias rotinas produtivas.

Na segunda metade da década de 1990 a INTERNET se tornou comercial e muitos

jornalistas migraram para a nova mídia. No entanto, a maioria dos sites jornalísticos surgiu

como meros reprodutores do conteúdo publicado em papel.

O pioneiro foi o norte-americano The Wall Street Jornal, que em março de 1995

lançou o Personal Jornal, veículo entendido pela mídia como sendo o “primeiro jornal com

tiragem de um exemplar” (Ferrari, 2004). Já no Brasil, o primeiro a se lançar na internet foi o

Jornal do Brasil, criado em maio de 1995 e seguido logo depois pela versão eletrônica do

jornal O Globo.

O jornalismo digital inclui todo produto discursivo que re-produz a

realidade pela singularidade dos fatos, tem como suporte de circulação

as redes telemáticas ou qualquer outro tipo de tecnologia que

transmita sinais numéricos e que incorpora a interação com os

usuários no processo produtivo (GONÇALVES apud PRIMO e

TRÄSEL, 2006, p. 10).

O jornalismo digital surgiu muito precário devido às proporções e disponibilidade de

ferramentas. Com a velocidade de navegação na internet de cerca de 9 kbytes/seg. tornava

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praticamente impossível se trabalhar qualquer idéia de hipermídia. Os jornais trabalhavam

com sites que chamamos de “transpositivos”, ou seja, aqueles que somente passam idéias,

informações, etc. não há interatividade com o leitor/internauta, nem a utilização de fotos,

áudios e vídeos.

As notícias seguem o padrão de texto e diagramação do jornal

tradicional, agregando poucos recursos para interação com o leitor, em

geral apenas e-mail e um menu de navegação, mas também fóruns e

enquetes (PRIMO e TRÄSEL, 2006, p. 7)

A partir do ano 2000 podemos verificar uma significativa mudança, ou melhora da

tecnologia. Daí em diante observamos surgir os sites “midiáticos”. Eles permitem uma

interação entre usuário e portal. Os jornais mais uma vez foram atrás desse filão.

Alguns elementos específicos da Web passam a ser agregados à

notícia online, embora esta continue seguindo o padrão de texto da

edição impressa. Porém, passa-se a oferecer recursos de mídia, listas

de últimas notícias e matérias relacionadas, bem como material

exclusivo para a versão online (PRIMO e TRÄSEL, 2006, p. 7).

De acordo com uma pesquisa da União Internacional de Telecomunicações (UIT)5,

realizada em janeiro de 2011, a internet hoje chega a mais de dois bilhões de pessoas no

mundo todo. Com o advento de novas ferramentas, aumento da velocidade de navegação e

outros fatores, atualmente encontramos sites chamados de hipermidiáticos6, para interagir

com o leitor.

As publicações online incorporaram a hipermídia à produção do texto,

aprofundando a hipertextualidade e a multimodalidade permitidas pela

convergência das mídias digitais. Passa a ser levada em conta a

possibilidade de distribuição do conteúdo para outras plataformas,

como telefones celulares e handhelds. (PRIMO E TRÄSEL, 2006, p.

7).

5 Disponível em http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/01/numero-de-usuarios-de-internet-no-

mundo-alcanca-os-2-bilhoes.html acessado em 06/04/2011 às 13:50

6 São sites que utilizam de várias ferramentas para interagir com o leitor (vídeos, áudios, texto, etc.)

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Como exemplos, podemos citar os portais jornalísticos da Rede Globo de Televisão, o

portal do Jornal Estado de Minas, Jornal Hoje Em Dia, dentre outros. Eles utilizam de todas

as ferramentas disponíveis.

Segundo Anderson (2006), a televisão está perdendo cada vez mais espaço para

internet. Não porque a programação é melhor, mas por não haver tantas alternativas como na

web. Ainda segundo Anderson (2006), os homens entre 18 e 34 anos estão desligando a TV e

gastando mais tempo na internet e vídeo games.

2.2. Cenário Contemporâneo

“O cenário contemporâneo midiático está sendo diretamente afetado pelas últimas

transformações sociais decorrentes da mediação tecnológica do conhecimento” (BARBERO

apud BELTRÃO, 2007, p.2).

2.2.1 Tecnologias de Informação em Comunicação (TIC’s)

Conjunto de recursos tecnológicos utilizados de formas integradas, com objetivo

comum: eles são usados em indústrias, comércios, investimentos e educação. A criação de

hardwares e softwares potencializa os processos em meios virtuais. De acordo com Thaís

Pacievitch, através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados,

formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a agenda de grupo

online, comunidades virtuais, web cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos

humanos.

A gestão do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada

indivíduo. A democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode se tornar um

marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se diferencie informação de

conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da Informação7.

Para se produzir um programa em uma rádio, por exemplo, necessita-se de pessoal

capacitado, técnicos de áudio, uma estrutura para divulgação desse trabalho, maquinário para

7 Artigo disponível em www.infoescola.com.br acessado em 07/11/2011 às 19:23

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gravação e todo um aparato profissional. Já na internet, a própria ferramenta, além de ser de

fácil acesso, pode-se ampliar a divulgação do trabalho – textos, vídeos, fotos, etc. – por um

custo quase zero. Uma pessoa que presencia ou simplesmente quer divulgar algo, tem meios

de fazê-lo em questão de minutos. O internauta passa a não depender, diretamente, dos meios

tradicionais para fazer e virar notícia.

Ocupar um espaço na internet era o que o consumidor precisava para entrar de vez no

mundo da informação e ele conseguiu. Os internautas contribuíram significativamente para

um aumento da interação empresas/leitores e a palavra que mais vai nortear esta pesquisa é

colaboração.

Mas, comumente o Jornalismo Colaborativo é confundido com o jornalismo cívico, ou

jornalismo comunitário e, em Traquina (2003, p. 172) observamos que o jornalismo

comunitário ou “novo jornalismo” surgiu no final da década de 1980 para suprir uma

necessidade da sociedade. Cada vez mais descrente com os mídias, a comunidade lança o

desafio de querer mudar o Status Quo (estado atual das coisas) se assemelhando a uma

reforma na comunicação.

Para falar em jornalismo comunitário precisamos antes pensar o que vem a ser

comunidade. Segundo o dicionário Aurélio, é qualidade do que é comum,

sociedade, lugar onde residem indivíduos agremiados, comuna. Se é assim,

então, todo jornalismo é comunitário, afinal um jornal é lido por centenas de

sociedades, de indivíduos agremiados (TAVARES Apud PENA, 2008, p.

184).

O jornalismo comunitário atende às demandas da cidadania e serve como instrumento

de mobilização social. O jornalismo comunitário tem por missão desvendar as causas e

consequências que justificam a condição de vida de uma determinada comunidade. O

compromisso não é apenas factual, mas também social.

Para Merrit (1995) apud Traquina (2003, p. 172), “existem duas suposições

fundamentais: a vida pública não vai tão bem e o jornalismo enquanto profissão está em

dificuldade”. Este “novo jornalismo” seria mais voltado a uma comunidade em específico do

que com a colaboração dos cidadãos no geral. Também havendo colaboração de cidadãos,

mas com um foco diferente. Para exemplificar um modelo de jornalismo cívico, podemos

utilizar o quadro Proteste Já, do programa Custe o Que Custar (CQC), veiculado às segundas-

feiras, às 22 horas, na Rede Bandeirantes de Televisão.

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Há algum tempo que assistimos matérias que são creditadas com “imagens de

cinegrafista amador”. Este “amador” nada mais é do que um cidadão jornalista. Algumas

críticas ao jornalismo “tradicional” permanecem atuais no universo on line, como, por

exemplo, a velocidade, a simplificação, a superficialidade e a banalização.

Mas este fenômeno, Jornalismo Colaborativo, está no nosso cotidiano há mais tempo

que imaginamos. Ele está nos atentados ao metrô de Londres, ou nas imagens do Tsunami no

Oceano Índico e em um acidente com ônibus de turistas. Os veículos tradicionais não estavam

lá no momento exato dos acontecimentos e foram esses “cidadãos jornalistas” que

municiaram a mídia com imagens do local na hora do ocorrido. Como vemos em Foschini e

Taddei (2006, p. 11), “O mundo está repleto de pontos de vista distintos e os meios de

comunicação tradicionais já não bastam para descrevê-lo, compreendê-lo e descobri-lo. Por

isso, sua perspectiva (do cidadão) é importante para desenhar um cenário mais completo”.

Marcondes Filho (1989) aconselha que o ideal do jornalismo é que todos tenhamos a

oportunidade de expressar ideias e posições como forma de amenizar o desequilíbrio e da

distribuição de poder.

2.2.2. O Que é Notícia?

Quando se fala em jornalismo imagina-se, logo, uma sala repleta de jornalistas,

editores, repórteres e afins. Numa correria incessante para conseguir “o furo”, correria para

terminar a edição a tempo, correria para fechar com anunciantes, correr atrás de fontes, etc.

Realmente esta é a rotina do profissional de jornalismo. Mas nos últimos tempos vemos surgir

um fenômeno que vai muito além do jornalismo, feito somente por profissionais. O chamado

Jornalismo Colaborativo, jornalismo participativo ou ainda jornalismo open source.8

Esta nova modalidade é uma idéia de jornalismo na qual o conteúdo é produzido por

cidadãos sem formação jornalística, em colaboração com jornalistas profissionais.

Caracteriza-se pela maior liberdade na produção e veiculação de notícias, já que não exige

formação específica em jornalismo para os indivíduos que a executam.

8 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo Acessado dia 12/03/2011 às 11h23min.

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As informações são divulgadas a partir de depoimentos, vivências e experiências de

cidadão comuns, que relatam fatos a jornalistas, empresas de comunicação, etc. Mas não

somente desta forma tem sido feito o jornalismo colaborativo. Os chamados cidadãos comuns

criam seus blogs, páginas no Twitter e lançam informações – verídicas – na rede. Todas estas

informações são avaliadas pelos critérios de noticiabilidade em uma redação, mas o que

definitivamente, é notícia? Quais são os critérios de noticiabilidade. O que é notícia e o que

não é? O que é de interesse público? Quem faz essa seleção das notícias para serem

divulgadas nos sites e portais que se utilizam dessa ferramenta?

Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o

jornal se destina. Mas para jornais e jornalistas:

Notícia é a matéria prima do jornal. A base de tudo que é publicado da

nota mais alegre ao mais sério editorial. Em sua busca, concentra-se

todo o esforço da redação. Ela comanda o ritmo de trabalho, determina

os horários, impõe gastos, provoca edições extras. Sem ela não haveria

o que dizer, comentar, criticar ou elogiar (AMARAL 2008 p. 234)

Para Ammus Comming Apud Lage (1982), a notícia é o relato de uma série de fatos, a

partir do espaço mais importante ou interessante. Os eventos estarão ordenados por ordem de

importância decrescente, respeitando a regra da pirâmide invertida.

O acontecimento jornalístico é, por conseguinte, um acontecimento de

natureza especial, distinguindo-se do número indeterminado dos

acontecimentos possíveis em função de uma classificação ou uma

ordem ditada pela lei das probabilidades (RODRIGUES, 1993, p. 27).

Traquina (2003) diz que transformar um acontecimento em notícia significa dar-lhe

existência pública, levá-lo à discussão. A notícia conta aquilo que assistimos diretamente e

cujo conhecimento seria remoto de outra forma.

Mesmo sendo de grande importância no momento, esses novos veículos não

representam uma ameaça à categoria (jornalistas), nem às plataformas tradicionais como

impresso, rádio e TV. Os sites de Jornalismo Colaborativo vêm ocupar o vácuo deixado pela

grande mídia em diversas áreas onde não há interesse comercial.

A internet, como nenhum outro meio, potencializa a participação do público no

processo noticioso. A possibilidade de uma maior interação ocorre, principalmente, pelas

características do meio que, diferentemente de outros veículos, é de mais fácil acesso e não

Page 19: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

27

possui uma delimitação rígida de espaço. Com o advento das tecnologias digitais, a

popularização do computador, da câmera digital, do telefone celular que fotografa, filma e

enviam mensagens e imagens, entre outros equipamentos tecnológicos, os cidadãos comuns

passaram a ter acesso a formas de publicação de conteúdo. Uma pessoa que presencia e

registra um fato jornalístico ou que quer transmitir algo que julga importante para a sociedade

passou a ter acesso mais rápido e fácil aos meios que possibilitam essa publicação. Quem quer

divulgar algo pode montar um site, um blog ou até mesmo postar o conteúdo num portal

colaborativo e deixar aquela notícia acessível a todos. O internauta não depende do jornalista

ou do dono de um determinado veículo para divulgar as informações que deseja.

Maior acesso à internet e interfaces simplificadas para publicação e

cooperação on line. Popularização e miniaturização de câmeras digitais e

celulares; a “filosofia hacker” como espírito de época; insatisfação com os

veículos jornalísticos e a herança da imprensa alternativa. Por outro lado, as

tecnologias digitais têm servido como motivador para uma maior interferência

popular no processo noticioso (PRIMO e TRÄSEL apud LIMA JUNIOR,

2011, p. 64).

A internet deu aos indivíduos os meios técnicos e econômicos para desenvolver

iniciativas de jornalismo ordinário; a interação do público na produção de conteúdo é vital

para a eficiência da internet como meio de divulgar informações jornalísticas. A participação

do jornalista, como mediador neste processo, também é de suma importância, mas ele não

pode alterar a qualidade e a pertinência informativa do conteúdo. Amaral, Baldessar, Lapolli e

Spanhol afirmam que o papel do jornalista como mediador é essencial para dar significado e

contexto à diversidade de materiais publicados por internautas. O grande desafio do

profissional que atua em portais noticiosos é garantir uma maior inclusão do internauta sem

prejudicar a qualidade da informação.

Novas funções foram adquiridas, como facilitar a comunicação e organizar os

arquivos enviados pelos cidadãos-repórteres, verificar, reformular e

complementar as informações, controlar a qualidade do material publicado,

entre outras. O jornalista passa ser visto mais como um intérprete do que

guardião da notícia (AMARAL et al Apud LIMA JR, 2009, p. 11).

Page 20: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

28

Nos dias atuais ainda há a figura do Gatekeeper,9 uma teoria que privilegia a ação

pessoal. Refere-se à pessoa que tem o poder de decidir se deixa passar a informação ou se a

bloqueia. Diante de um grande número de acontecimentos, só viram notícia aqueles que

passam por uma cancela, portão. E quem decide isso é uma espécie de porteiro ou

selecionador (o Gatekeeper), que é o próprio jornalista. Ele é responsável pela progressão da

notícia, ou por seu arquivamento.

O termo apareceu pela primeira vez em 1947, através do psicólogo Kurt Lewin, para

estudar problemas ligados à modificação de hábitos alimentares. No entanto, em 1950, David

Manning White, foi o primeiro teórico a aplicar o termo ao jornalismo e conclui que as

decisões foram subjetivas e arbitrárias, dependentes de juízos de valor baseados no conjunto

de experiências, atitudes e expectativas do Gatekeeper. De cada dez despachos, nove foram

rejeitados. Nos anos subseqüentes, a teoria do Gatekeeper foi perdendo prestígio e estudos

posteriores mostraram que as decisões do Gatekeeper estavam mais influenciadas por

critérios ligados às rotinas, do que por uma avaliação individual de noticiabilidade. Uma das

primícias do jornalismo colaborativo é a “não censura” de quaisquer matérias.

Axel Bruns cria o termo gatewatching para os trabalhos on line, que vão designar a

oposição do Gatekeeping. No ciberespaço a função do Gatekeeper tem menor força

explicativa.

…online os portões estão nas mãos dos produtores de informação (no

limite, qualquer um que publique um website com informação com

potencial valor de notícia), bem como nas mãos do usuário final, que

navegando pela web age constantemente como seu próprio gatekeeper

— mas não necessariamente com as organizações midiáticas de

notícias (BRUNS apud PRIMO e TRÄSEL, 2006, p. 7).

De acordo com Pena (2008), a imprensa funcionaria como um espelho do real. Por

essa teoria (do espelho), o jornalista é um mediador desinteressado, seu dever é somente

informar, e informar significa buscar a verdade acima de qualquer outra coisa. O

aparecimento da Teoria do Espelho está veiculado às mudanças na imprensa norte-americana

na segunda metade do século XX. Outra teoria jornalística que devemos observar é a do

Newsmaking. Segundo Pena (2008), ela leva em consideração os critérios de noticiabilidade,

valores-notícia, constrangimentos organizacionais, construção da audiência e rotinas de

9 Teoria jornalística onde um profissional é responsável pela escolha das matérias que serão divulgadas,

ou seja, o “Guardião do portal”.

Page 21: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

29

produção. Isto quer dizer que o processo de produção da notícia é planejado como uma rotina

industrial.

Segundo Traquina (2005), o processo de produção da notícia resulta da cultura

profissional, dos processos produtivos, dos critérios de noticiabilidade e dos valores-notícia.

Além, é claro, dos códigos e regras particulares do campo da comunicação.

2.3 As Redes Sociais Virtuais

As redes sociais sempre existiram desde que o homem começou a se comunicar e não

surgiram com a tecnologia. Uma rede social é composta por indivíduos ou organizações

ligados por algum interesse em comum. Seja uma família, os amigos do bairro, os conhecidos

da escola e por assim em diante. Estas redes podem ser relacionamentos horizontais, ou seja,

sem hierarquia ou comando. Para o escritor e crítico Howard Rheingold em geral entende-se

que comunidade virtual, é uma rede eletrônica auto-definida de comunicações interativas e

organizada ao redor de interesses ou fins em comum, embora às vezes a comunicação se torne

a própria meta (RHEINGOLD apud FIGUEIREDO, 2009). Rheingold afirma ainda que a

internet não apareceu mais como um meio de interação de “poucos para muitos”, mas sim de

“muitos para muitos”, fazendo com que o poder da informação fosse descentralizado

possibilitando o debate e a circulação de ideias.

No entanto, a partir do desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, estas redes

migraram para o âmbito virtual. As plataformas digitais potencializaram estas redes, mas o

objetivo ainda é o mesmo: exercer a interação e a comunicação entre indivíduos, mudando

apenas o canal. Antes era via carta, telefones e afins, agora são os computadores que mediam

essa relação. Figueiredo (2009) define redes sociais como “um espaço virtual onde existem

relações (afetivas, profissionais, entre outras) entre os usuários que compartilham de

interesses em comum”.

Assim como no mundo real, o virtual também tem seus públicos. Em cada cultura uma

rede social é mais aceita. Nos Estados Unidos existe uma divisão entre MySpace e

Facebook10

. De acordo com Figueiredo (2009), isso é perfeitamente aceitável, uma vez que,

como seus usuários, cada rede tem seu perfil e suas ferramentas específicas que fazem de cada

uma, redes exclusivas.

10

Pesquisa disponível em www.lemonde.fr

Page 22: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

30

2.3.1. Facebook

A rede foi criada em 2004 por Mark Zuckerberg, ex-estudante da Universidade de

Harvard, na época com 19 anos. O Facebook conta hoje com mais de 800 milhões de usuários

em todo mundo e em menos de cinco anos tornou-se a rede social virtual mais popular e mais

visitada do mundo. O Facebook conseguiu ultrapassar o Orkut e o MySpace em visitas e

usuários em pouco tempo de existência. A princípio a rede era apenas para interação de

alunos dentro da universidade de Harvard, depois de algum tempo, outros usuários foram

aceitos e, em 2006, a rede foi aberta para o resto do mundo.

Quando lançamos o Facebook em 2004, nosso objetivo era criar um jeito

mais rico e rápido das pessoas dividirem informação sobre o que estava

acontecendo ao seu redor. Pensávamos que dando para as pessoas melhores

ferramentas para elas se comunicarem, isso ajudaria a entenderem melhor o

mundo, o que faria com que elas tivessem mais poder de transformá-lo

(ZUCKERBERG apud FIGUEIREDO 2009, p. 40).

O Facebook hoje é uma das maiores marcas do mundo. Recentemente uma avaliação

feita por analistas estimulou-se que a rede pode chegar a U$ 85 bilhões e até 2015 a U$ 234

bilhões, aproximadamente11

.

2.3.2. Twitter

O microblog revolucionou a internet ao fazer uma pergunta simples: “O que você está

fazendo agora?”. Com o espaço de 140 caracteres, o Twitter fez com que pessoas pensassem

no que estavam fazendo e como sintetizar isso em um texto curto. A ferramenta foi criada e

lançada também em 2006, por Jack Dorsey, com seu lay out simples e com a ideia de

minimizar os pensamentos e inspirado na comunicação entre os taxistas. Em janeiro de 2009

eram 5,9 milhões de visitantes únicos e 54 milhões de visitas ao todo. Um grande diferencial

do Twitter é que as postagens podem ser feitas tanto pelo site oficial12

, como por aplicativos

instalados no navegador. Ou ainda pelo celular, outra forma de interatividade e

instantaneidade. Para saber o que outro usuário “tuíta” basta ser um seguidor, a partir daí

11

Dados coletados em http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/03/31/facebook-sera-avaliado-em-

us-234-bilhoes-em-2015-dizem-analistas-924135628.asp Acessado 29/09/2011 às 15:50

12 www.twitter.com

Page 23: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

31

receberá atualizações que os seus seguidos fizerem no seu próprio perfil. As pesquisadoras

Gabriela Zago e Raquel Recuero indicam que a ferramenta no Brasil costuma ter uma

utilização bem mais voltada para fins informacionais. Embora muitos usem a ferramenta para

conversar, o uso informacional parece predominar (ZAGO apud FIGUEIREDO 2009, p. 43).

Com toda essa notoriedade, o Twitter não iria passar despercebido pelas empresas que

passaram a utilizar o microblog como fonte de informação e publicidade gratuitas. Segundo a

revista Fortune, 34 das 100 maiores empresas do mundo a utilizam redes sociais. Alguns

exemplos são a Kodak, que usa o Twitter para promover o blog da marca, divulgando e

discutindo os posts.

As redes sociais não funcionam apenas para comunicação entre amigos, disseminador

de informações e diversão. Elas possuem um importante papel midiático e as empresas estão

utilizando dessas ferramentas para estreitar os laços com os clientes e fornecedores. O instinto

de propagador do internauta faz com que ele espalhe notícias na rede em ritmo epidêmico. O

espírito colaborativo é uma grande característica do novo consumidor e isso implica em mais

cautela da empresa. Uma vez que a mensagem for mal interpretada, corre-se o risco de um

elogio transformar-se em crítica rapidamente e se espalha com a mesma velocidade pela rede.

É preciso sensibilidade das empresas para conseguir o impacto positivo de uma determinada

campanha na internet.

É certo, portanto que, neste meio as técnicas convencionais de propaganda

não funcionam. Banners invasivos e de produtos e serviços fora de contexto,

spam e Rich Media13

são estratégias não bem vindas no meio das

comunidades virtuais. Publicidade meramente persuasiva não surte efeito

neste meio (MARI apud FIGUEIREDO, 2006, p. 49).

As ferramentas de comunicação, assim como as redes sociais em plataformas digitais,

vieram para potencializar a comunicabilidade, no entanto, se mal usadas podem se tornar

grandes vilãs, tanto de empresas quanto de pessoas. A forma que nos relacionamos com estes

instrumentos é determinante para o sucesso, ou não, de uma campanha, empresa ou carreira

profissional. Como foi o caso do jovem René Silva que usou sua conta no Twitter para enviar

notícias sobre a ocupação da Polícia Militar do Rio de Janeiro ao complexo de favelas do

Morro do Alemão, zona Norte da cidade, em fevereiro de 2011. Após a iniciativa, o número

de seguidores do twiteiro aumentou significativamente. Hoje ele soma cerca de quarenta mil

13

É o conjunto de algumas ferramentas e linguagens de programação como Flash, Director, DHTML,

streaming de vídeo e áudio, entre outros.

Page 24: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

32

seguidores no Twitter, mantém um jornal on-line e impresso para comunidades do Complexo

do Alemão. Isso mostra que o público está interessado em outros olhares, além do ponto de

vista da grande mídia. “Hoje, a comunicação social é mais ampla. Mais ampla que o

jornalismo e que os próprios meios de comunicação” (BUCCI, 2000, p. 191)14

.

2.4 Contrapontos do Colaborativo

Mas como em toda inovação, o jornalismo colaborativo tem seus contrapontos. A

veiculação de uma notícia falsa pode acarretar em problemas graves, tanto para o portal

quanto para o envolvido/citado no texto. O site colaborativo do canal CNN, iReport, é aberto

a usuários postarem informações sem mediação da redação, no entanto, em outubro de 2008,

um internauta postou no iReport que o executivo-chefe da Apple, Steves Jobs, que faleceu em

2011, havia sofrido um ataque cardíaco. Em pouco tempo, a notícia provocou uma queda nas

ações no mercado financeiro e a empresa teve que se apressar em corrigir a informação.

Segundo Salaverría apud Becker e Teixeira (2009), frente ao mito, se apresenta uma modesta

realidade porque o hipertexto raramente é utilizado como recurso no ciberespaço. Apesar de

todos os avanços tecnológicos, a imprensa on line ainda busca uma identidade própria.

O hipertexto é uma forma de escrita mais utilizada na internet. No entanto, os

primeiros conceitos de hipertexto não datam da invenção da internet e sim na década de 1940,

com o engenheiro e político norte-americano, Vannevar Bush, que publicou um ensaio no

qual ele criticava os sistemas de armazenamentos de informações da época, que eram sempre

lineares, hierárquicos, verticais. Segundo Bush, o pensamento humano não funciona de forma

linear e sim por associações.

Para Nelson apud Santaella (2004), o hipertexto é um sistema de escrita não

sequencial, um texto que se desmembra e que permite escolhas ao leitor. Desta forma, Lévy

(1993) analisa o conceito de hipertexto informando que o texto é um objeto virtual, abstrato,

independente de um suporte específico.

14

Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo_cidad%C3%A3o> acessado em

12/03/2011 às 11h55min

Page 25: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

33

O hipertexto, hipermídia ou multimídia interativo leva adiante, portanto, um

processo já antigo de artificialização da leitura. Se ler consiste em selecionar,

em esquematizar, em construir uma rede de remissões internas ao texto, em

associar a outros dados, em integrar as palavras e as imagens em uma

memória pessoal em reconstrução permanente, então os dispositivos

hipertextuais continuam de fato uma espécie de objetivação, de exteriorização,

de virtualização dos processos de leitura (LÉVY apud SANTAELLA, 2004,

p43)

Lévy (1993) cita os critérios para se caracterizar o hipertexto e são eles: o princípio da

metamorfose, que é processo de constante construção e renegociação de sentidos que se dá

nos hipertextos; princípio da heterogeneidade, tanto os nós quanto as conexões que se

estabelecem entre as diversas partes são heterogêneos, ou seja, os dados são qualitativamente

diferentes (sons, imagens, textos); princípio da multiplicidade, no hipertexto cada nó ou

conexão pode revelar toda uma rede de novos nós e cada uma dessas novas conexões pode

apresentar um universo de conexão; princípio de exterioridade, o fluxo constante de elétrons,

de dados digitais que mudam constantemente são incorporados e trocados a todo momento;

princípio da topologia, a rede não está no espaço, ela é o espaço; princípio da mobilidade dos

centros, a cada conexão desenham-se novos cenários de leituras com novos centros e novas

possibilidades. A ideia de que é necessário a criação de um centro é transferida para o leitor.

Ele é o centro.

Segundo Castells (1999), as redes são sistemas organizacionais capazes de reunir

indivíduos e instituições, de forma voluntária e democrática, em torno de objetivos e/ ou

temáticas comuns, e são estabelecidas por relações que supõe o trabalho colaborativo

participativo. Dessa forma, a produção jornalística em redes permite o compartilhamento de

informações em todos os níveis, sem canais reservados, favorecendo a formação de uma

cultura participativa do cidadão e que tenha, ao mesmo tempo, uma autonomia. A audiência

possui um controle maior sobre a produção nesse meio, se transforma em um Jornalismo

freelance sem censura. Essas redes de computadores vieram incrementar e não substituir

outras formas essenciais de organização. Os computadores também proporcionaram maior

rapidez na disseminação, no intercâmbio e na análise das informações.

Ainda de acordo com Becker e Teixeira (2009), as informações de redes colaborativas

que funcionam como plataformas, sejam rapidamente reproduzidas nas emissoras de TV e

websites de mídias, apenas para postagem de conteúdo. Até por que “fotos de um incêndio, de

um massacre ou de um fenômeno ambiental agregam valor de consumo imediato, mas não de

Page 26: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

34

conhecimento” (BECKER e TEIXEIRA, 2009, p. 47). Aguiar apud Becker e Teixeira (2009),

afirma que informações transmitidas por essas redes são de tratamento diferenciados dos fatos

sociais, que valorizam mais a notícia como mercadoria do que como forma de conhecimento

de realidades sociais.

A perspectiva do usuário como agente no processo de comunicação

subverte a forma de distribuição unilateral e a recepção passiva de

informações nas redes colaborativas, e aponta para uma nova maneira

de pensar a relação entre os produtores e consumidores, entre

jornalistas e cidadãos, entre os veículos de comunicação e a sociedade.

(BECKER; TEIXEIRA, 2009, p. 48)

Outra crítica às ferramentas colaborativas de produção na internet é que ela dissolve as

divisórias entre fato e ficção, entre invenção e realidade, obscurecendo o princípio da

objetividade. A criação em demasia se trata, para o autor, em um culto ao amadorismo,

gerando assim uma disfunção na comunicação.

Cleyton Carlos Torres15, em seu artigo “Jornalismo de Twitter não é jornalismo16”, fala

que “o aparente modismo das redes sociais tem feito com que muitos veículos de

comunicação trabalhem de maneira simplória e até mesmo errônea”. Outro exemplo é o uso

massivo do Twitter para cobertura e criação de pautas. O chamado “segundismo” tem dado

espaço para a rede, onde comentários e opiniões de usuários estão sendo utilizados para

complementar matérias. Um risco que, segundo Carlos Torres, o veículo corre por não se ter

confirmação da identidade real de seus usuários. Ele cita ainda um outro fator agravante e

alguns veículos ainda assim fazem uso. Utilizar o microblog para realização de matérias

rápidas, como por exemplo, “Fulano de Tal disse em sua conta no Twitter que acordou com

dores e talvez não jogue a próxima partida”. Nem sempre esta fonte é confiável e na maioria

das vezes não é o próprio envolvido quem posta, pode ser, por exemplo, um assessor. O

jornalista encerra seu artigo lembrando que as ferramentas digitais devem ser usadas para que

a notícia chegue mais rápido ao público e não que ela se torne fonte exclusiva de pesquisa. “O

jornalismo digital deve usar o maior número possível de meios para chegar ao público, porém

com qualidade editorial, e não apenas de forma quantitativa e exibicionista”.

15

Cleyton Carlos Torres é professor, jornalista, blogueiro, pós-graduado em Assessoria de Imprensa. 16

Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/-jornalismo-de-twitter-

nao-e-jornalismo – acessado em 19/09/2011 às 16:04

Page 27: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

35

Outra ponderação é do também jornalista Marcel J. Cheida17, em seu artigo “Jornalista:

as responsabilidades de uma profissão nada simples18”, ele lembra que “o jornalismo

colaborativo não dispõe, pelo menos até agora, dos recursos técnicos e éticos, geralmente,

para a produção intensiva noticiosa como ocorre no jornalismo profissional. Isso porque, o

colaborador é eventual e não rotineiro”.

Outro ponto a se pensar é em relação à imparcialidade e a objetividade jornalística.

Atualmente os estudantes não aprendem somente a publicar informações sob as pressões das

redações, eles também escrevem em blogs, fazem uso das redes sociais, escrevem artigos

opinativos e, de algum modo, as faculdades já vem ensinando a escrever editoriais.

A noção e definição de objetividade jornalística, da década de 1990, fala em divulgar

apenas os fatos e eliminava todas as interpretações ou opiniões jornalísticas. “Se você quer

dar opinião no jornal, compre um pra você” (Assis Chateaubriand). Mas o jornalismo atual

tende a ser mais pessoal e a objetividade não é uma neutralidade perfeita ou eliminação de

interpretação, ela se refere à vontade de uma pessoa utilizar métodos objetivos para testar

interpretações. Esta objetividade como método é compatível com o jornalismo que assume

um ponto de vista. Mas nem somente o jornalismo colaborativo é criticado em relação à

objetividade, ou falta dela.

Toda a imprensa está envolvida numa grande manipulação

conspiratória. Critica abertamente o que ele chama de "falsa

objetividade" da imprensa comercial burguesa, colocando o

jornalismo praticado pelo mercado como um instrumento de controle

político das elites, contrário aos interesses maiores do povo brasileiro,

dando a entender que toda a vida inteligente no jornalismo é

manipulada, ou seja, caindo nas armadilhas do desconstrucionismo19

(MIGUEL, 2005).

A responsabilidade de todo processo comunicacional é do cidadão, sendo ele jornalista

ou não. A objetividade e a imparcialidade são primícias do jornalismo que são procuradas há

17

Marcel J. Cheida é jornalista e professor na Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas.

18

Disponível em http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:m-

3CMrt674IJ:eptv.globo.com/empregos/NOT,0,0,270795,Jornalista%2BAs%2Bresponsabilidades%2Bde%2Bum

a%2Bprofissao%2Bnada%2Bsimples.aspx+contrapontos+do+jornalismo+colaborativo&cd=1&hl=pt-

BR&ct=clnk&gl=br – acessado em 19/09/2011 às 16:20 19

Artigo disponível em

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/critica_ao_desconstrucionismo_da_objetividade_jornalis

tica acessado em 07/11/2011 às 18:46

Page 28: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

36

tempos, desde os primórdios da profissão. No entanto, com os diversos interesses envolvidos,

estes substantivos ficam em segundo plano ou simplesmente são esquecidos.

Page 29: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

37

3. ESTUDO DE CASO BRASILWIKI!

Esta pesquisa terá uma metodologia do tipo descritiva e que, de acordo com Gil (2002,

p. 54), “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada

população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Ela

utilizará a técnica de estudo de caso e instrumento de coleta de dados baseado na análise de

conteúdo. Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa uma vez que analisará a qualidade das

matérias postadas por determinados colaboradores.

Durante o processo de pesquisa foi definido o site BrasilWiki! (www.brasilwiki.com.br)

como estudo de caso para exemplificar como é feita a produção do jornalismo colaborativo na

internet. No site, observou-se que existe uma hierarquia presente nas redações, mas,

percebemos que a teoria do Gatekeeper não está presente como um mediador de notícias, nem

como uma “censura” prévia. Existe a possibilidade de publicar matérias sem passar pelo crivo

do editor, no caso de quem já é cadastrado. Para o colaborador que não é cadastrado, existe

uma moderação por parte de editores.

O site conta também com uma seção chamada “Barradas”. São várias matérias com

algum tipo de impedimento para publicação, como texto sem sentido, cópias de artigos de

outros sites ou jornais impressos, texto todo em caixa alta, mas o mais recorrente dos motivos

é a notícia sem assinatura ou anônima. Segundo o ex-editor do site, José Aparecido Miguel,

todos os usuários cadastrados têm que criar um Nickname20

, de no mínimo cinco caracteres.

Para melhor elucidar esta questão, segue imagem abaixo.

20

Nome fictício, ou não, para publicações em determinado lugar, site, sala de bate-papo, etc.

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38

Figura 01 – Página de matérias bloqueadas do site BrasilWiki!

O hipertexto, citado por Lévy (1993) aparece em alguns links principalmente

direcionando às redes sociais, como Twitter e Facebook. Estas redes que também são citadas

como grandes parceiras do jornalismo colaborativo, de empresas e pessoas por Figueiredo

(2009). As matérias veiculadas no site seguem o modelo de redação jornalística para

plataformas On Line e utilizam-se de ferramentas de produção, como fotos, para facilitar o

acesso e visibilidade das notícias.

3.1. Colaborando

O site BrasilWiki! foi lançado em 2006 pelos jornalistas Eduardo Fernando de Mattos

e José Aparecido Miguel, ambos da editora MM Comunicação Integrada. Em 2010, foi

incorporado à Casa Brasil Empreendimentos Culturais do Jornal do Brasil (JB On Line), sob a

edição de Paulo Márcio Vaz e Débora Lannes. Vale lembrar que o Jornal do Brasil foi o

primeiro, em plataforma impressa, a migrar para plataforma on line. Em agosto de 2010, o

jornal passou a não circular mais nas ruas como papel. Com o intuito de disseminar

informações e criar um canal de expressão a partir de cidadãos comuns, o site divulga

informações de vários conteúdos que vão de cultura à economia; do esporte à política. As

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39

matérias são enviadas por colaboradores de várias partes do país que se propõem a dividir

experiências com os demais colaboradores e leitores do site.

Figura 02 – Página inicial do BrasilWiki! – 12 de novembro de 2011

No BrasilWiki!, o processo de divulgação das notícias é descentralizado para os

usuários cadastrados. No caso dos não cadastrados, existe uma moderação, para que se tenha

um controle do que é publicado. No site BrasilWiki!, 12 são os espaços destinados às notícias

e são divididos em editorias, a qual são chamados de abas, a exemplo do site do JB (Jornal do

Brasil – www.jb.com.br). 1) Home – página inicial, onde é divulgada a matéria mais relevante

para o momento do país. 2) Últimas – onde são veiculadas as matérias mais recentes. 3)

Cotidiano – São as notícias de uma editoria de cidades em um jornal impresso. 4) Humor –

matérias voltadas a piadas, charges, etc. 5) Cultura – Notícias que reúne agendas, shows,

cinema, teatro, etc. 6) Economia – todos os assuntos voltados à economia e seus

desdobramentos. 7) Esportes – são matérias relacionadas ao esporte em geral, não só o

futebol, como na maioria dos sites “esportivos”. 8) Press Releases – é uma seção de dicas

diversas, de cursos gratuitos a indicações de presentes criativos. 9) Deu no Papel – matérias

que repercutem as capas dos principais jornais impressos do país. 10) Política – todo assunto

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40

voltado à política. 11) Fotos – é a seção de fotojornalismo. Divulgando apenas imagens com

uma pequena legenda. 12) Vídeos – são todas as matérias que são publicadas com vídeos.

3.2. Analisando as matérias postadas por colaboradores

Nesta fase da pesquisa serão analisadas as matérias em destaque na primeira página do

site BrasilWiki! dos dias 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 de novembro de 2011. Foi feita uma

entrevista, via email, com o ex-editor do site, José Aparecido Miguel. Ele foi editor do site

durante 4 anos, se desligando do mesmo no final de 2010. Miguel informou que o critério

para a escolha da matéria da página inicial é “Critério de editores profissionais de jornalismo

da equipe do Jornal do Brasil”. Percebeu-se, mais uma vez, que a teoria do Gatekeeper está

presente no jornalismo colaborativo. Mesmo não sendo como forma de censura, mas sim de

critérios de noticiabilidade. De acordo com Bruns apud Primo e Träsel (2006), cria-se o termo

gatewatching para os trabalhos on line, que vão designar a oposição do Gatekeeping. No

ciberespaço a função do Gatekeeper tem menor força explicativa. Mas ainda assim ela

aparece.

O estudo de caso com essa amostragem será utilizado para munir críticas, positivas ou

não, sobre o jornalismo colaborativo exercido no site. Acredita-se que a amostragem de sete

matérias é suficiente para ilustrar algumas questões sugeridas durante a pesquisa, sendo

possível fornecer o perfil do site. Nesta etapa serão analisados os critérios naturais de uma

notícia, como ferramentas utilizadas, diagramação do site, assuntos abordados e valores-

notícia, tais como ineditismo, relevância e imediatismo; a qualidade ortográfica das matérias,

e a qualificação profissional do colaborador.

3.2.1. 12 de novembro de 2011

Nesta data, a matéria da página inicial do site é intitulada de “Será que os ‘ministros

Lullistas’ estão testando a coragem cívica de Dilma Rousseff?”, está disponível através do

link: http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47345.

A colaboração foi produzida por Julio Ferreira, da cidade de Recife (PE) e foi postada

dia 09/11/2011, mas tornou-se página inicial no dia 12/11/2011. Pela identificação oficial, ele

se diz contador, no entanto, ao final de todas as suas postagens existe uma assinatura com link

Page 33: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

41

de um blog denominado ex-vermelho.blogspot.br, supõe-se que era um ex militante de

esquerda que se desiludiu com os rumos que o partido tomou, depois que chegou ao poder.

O colaborador comete algumas falhas condenáveis pela pratica jornalística, como por

exemplo, o excesso de adjetivação, usando termos como "mutretagens", “podridão”, para se

dirigir aos processos do governo e dos ministros. Além disso, utiliza de termos íntimos para

citar o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva, e também ao atual ministro do Trabalho,

Calos Lupi, como por exemplo, chamando-os de "boquirroto" e Lupinho e Orlandinho.

O colaborador se refere ao nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como

“Lulla”, com dois “L”. Não se identifica, no texto, se o internauta não sabe a grafia correta ou

se faz uma alusão ao ex-presidente e senador Fernando Collor de Melo. Ferreira também

escreve, de forma incorreta, alguns termos, como por exemplo, “Colocar em cheque”, o

correto seria “colocar em Xeque”, que significa desafiar. No texto, de certa forma curto,

utiliza-se apenas de uma foto com legenda e mais nenhum recurso gráfico. Existem apenas

dois links para redes sociais: Twitter e Facebook.

Nota-se que o colaborador é oposicionista, ou desiludiu-se com o partido da presidente

da República. Por se tratar de um colaborador cadastrado, o site não faz moderação das

matérias. De certa forma, podemos dizer que é uma matéria tendenciosa e até um desabafo do

colaborador. Para finalizar, acredito que o tipo de texto produzido pelo internauta trata-se

mais de um artigo, ou crônica, do que propriamente de uma notícia de relevância. Levando

em consideração que ele não se utilizou de nenhuma fonte, nem especialistas no assunto, nem

pessoas envolvidas. Em Ammus Comming Apud Lage (1982), a notícia é o relato de uma

série de fatos, a partir do espaço mais importante ou interessante.

Page 34: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

42

Figura 03 – Colaboração em destaque no dia 12 de novembro de 2011

3.2.2 – 13 de novembro de 2011

No dia 13 de novembro de 2011 a página inicial do site BrasilWilki! apresentava a

seguinte matéria: “o loteamento do Estado” e está disponível através do link

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47436.

A colaboração foi postada pelo jornalista colaborador Firmino500, ou Firmino

Caetano da Silva Junior. Repórter fotográfico também da cidade de Recife (PE). Além de

colaborador no site BrasilWiki! ele também alimenta um blog com as notícias postadas no

endereço http://www.blogdofirminojunior.blogspot.com/.

Mais uma matéria com traços de crônica ou artigo. Um texto relativamente curto, 15

linhas, onde o colaborador não utiliza fotos, mas sim uma ilustração, um dado estranho por

ele ser um repórter fotográfico. O uso de links também é restrito às redes sociais, Twitter e

Facebook. Outro caso de notícia em que se adjetivou demais o texto. Na “notícia”, o

Page 35: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

43

colaborador supõe que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou os Ministérios ou

Secretarias Especiais, como fonte de renda e enriquecimento dos partidos aliados e do próprio

PT (Partido dos Trabalhadores). Por exemplo, podemos citar o trecho em que ele diz: “...

maximizou seus "resultados paralelos" ao transformar os ministérios em máquina de arrecadar

recursos para os partidos...”

Mais uma vez, o colaborador não teve o trabalho, ou cuidado, de procurar opiniões de

especialistas e não ouviu os envolvidos e, ao final, Firmino cita Mara Montezuma Assaf como

fonte. Não especifica se ela quem fez o texto ou se foi retirado de alguma matéria da própria,

deixando assim uma lacuna.

Figura 04 – Colaboração em destaque dia 13 de novembro de 2011

3.2.3 – 14 de novembro de 2011

No dia 14 de novembro de 2011 a página inicial do site BrasilWilki! apresentava a

seguinte matéria: “Veja como era o dia de trabalho de ‘Nem da Rocinha’” e está disponível

através do link http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47458.

Page 36: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

44

A colaboração foi postada pelo jornalista colaborador Roberto Leal da cidade de

Salvador (BA). No site não existem especificações sobre formação ou perfil do usuário.

No caso desta matéria duas diferenças em relação às demais. A primeira é a questão do

uso de recursos de hipermídia, com a inclusão de um vídeo na matéria. Existe uma seção

destinada às matérias com vídeos, mas esta, porém, estava em destaque. De acordo com

Primo e Träsel (2006), as publicações online incorporaram a hipermídia à produção do texto,

aprofundando a hipertextualidade e a multimodalidade permitidas pela convergência das

mídias digitais.

Uma matéria que foi “copiada” do site www.R7.com.br. Um site de notícias da Rede

Record de Comunicação. O colaborador não alterou nenhuma parte do texto, inserindo no

BrasilWiki! na íntegra. A partir deste dado notou-se que haveria necessidade de citar as

fontes, como foi feito por Leal. Além do vídeo, existem apenas links para redes sociais,

Twitter e Facebook, conforme as demais matérias. Lembrando que os links são do lay out do

site e não postados pelos colaboradores. Acredita-se que alguns links enriqueceriam a matéria,

uma vez que o texto ficou curto novamente devido ao vídeo.

Em relação à produção textual, segue as normas de um site hipermidiático normal.

Sendo de uma empresa de comunicação. Ou seja, o colaborador só teve o trabalho de postá-lo

e citá-lo ao final.

Page 37: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

45

Figura 05 – Matéria em destaque dia 14 de novembro de 2011

3.2.4 – 15 de novembro de 2011

No dia 15 de novembro a página inicial do site BrasilWiki! apresentava a seguinte

notícia: “Fronteiras Virtuais – Viagem a Lugar Nenhum” e está disponível no link

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47500.

A colaboração foi postada por W. Gerling da cidade de São Paulo (SP). No site não há

especificações acadêmicas ou formação profissional no perfil do colaborador.

O texto tem um tema recorrente, interessante, a cibercultura, mas já na primeira

palavra do texto notou-se um erro da prática jornalística: o uso da frase na primeira pessoa.

“Eu estava escrevendo...”. Além disso, a falta de fotos deixa o texto com aspecto pesado,

denso; quando chega à metade, já não se tem vontade de continuar, até por que a forma que o

colaborador abordou o assunto também o deixou carregado. Alguns erros de digitação e

pontuação comprometem a qualidade, leitura e legibilidade do texto; existe grafia de algumas

palavras de forma errônea; o lay out do texto, não justificado, também contribui para

desorganização das ideias. A produção do texto como um todo é boa, mas como foi dito, em

Page 38: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

46

alguns pontos o colaborador deixou a desejar e faz com que o leitor perca a atração pela

notícia, até pela falta de fotos e excesso de palavras.

Por fim, ele cita, em algumas partes do texto, a cibercultura e não explica o que

significa. Um leitor leigo não consegue identificar o que é o termo, acredito que deveria

explicar melhor, ou pelo menos colocar um link direcionando a algum site que passe esta

informação. Falando em links, mais uma vez nenhum foi inserido, além das redes sociais,

Facebook e Twitter. Não sei se é regra do site, mas acredito não ser permitido incluir links,

mesmo disjuntivos21

nas matérias.

Figura 06 – Matéria em destaque dia 15 de novembro de 2011

3.2.5 – 16 de novembro de 2011

No dia 16 de novembro a página inicial do site BrasilWiki! apresentava a seguinte

notícia: “Crédito consignado – mais uma perversão contra os aposentados” e está disponível

no link http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47507.

A colaboração foi postada por um colaborador que se apresenta com o nickname de

Acstupp de Santo Amaro da Imperatriz (SC). Foi produzida no dia 15/11/2011, no entanto se

21

Links que não abrem na mesma página do navegador e sim em outra janela.

Page 39: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

47

tornou página inicial dia 16/11/2011. No texto há uma citação com o nome de Aurélio e o link

de um site: http://aposentadolabutando.com/ e o mesmo texto está disponível em

http://aposentadolabutando.com/?p=497, acessado em 16/11/2011 às 16:21. O blog citado é de

textos referentes à defesa dos aposentados e contra o fim do fator tributário. Na própria

especificação do site tem a frase “Luta pelo fim do fator previdenciário e pela reposição das

perdas nos benefícios dos aposentados.” No site não há especificações acadêmicas ou

formação profissional no perfil do colaborador.

Alguns jornalistas colaborativos são ativistas de ONG’s, sindicatos e afins e utilizam

desta arma para disseminar informações em proveito próprio. Podemos exemplificar esta

afirmativa acima com o próprio texto.

Neste texto, voltado para uma parcela da sociedade, mesmo sendo de interesse

público, o colaborador se passa como personagem da matéria. Ele cita que “milhões de

aposentados vivem com 70% do salário mínimo...”. Acredito que não seria difícil encontrar

um personagem e uma fonte para a matéria. Utilização de adjetivos a começar pelo título

quando se fala em “perversão”. Outro caso de adjetivação é quando cita os envolvidos nos

escândalo do Mensalão de 2003, como “Corja” e dá título a uma parcela de aposentados,

chamando-os de “miseráveis”.

A construção textual da matéria também deixa a desejar. Vários erros de pontuação

dificultam o entendimento da matéria. O texto apresenta uma única foto, como todos os outros

que têm fotos. Em alguns casos nenhuma imagem foi adicionada ao texto. Mais uma vez foi

notada a falta de links na matéria, além dos direcionáveis às redes sociais, Facebook e

Twitter. O único link além destes é o do site http://aposentadolabutando.com/. Ele cita alguns

dados que não são de conhecimento da maioria da população como, fator previdenciário.

Acredito que poderia ter sido criado um link para este termo em específico para explicar

melhor do que se trata. Outro termo citado é o Mensalão. Muitos leitores provavelmente não

se recordam o que realmente aconteceu, seria viável a ligação com alguma página que

explicasse a situação.

Por fim, nota-se que é mais um texto voltado à crônica, ou artigo, do que ao

jornalismo, criando-se uma confusão nos gêneros jornalísticos. Neste caso podemos dizer que

é um texto opinativo.

Page 40: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

48

Figura 07 – Matéria em destaque dia 16 de novembro de 2011

3.2.6 – 17 de novembro de 2011

No dia 17 de novembro de 2011 a matéria principal do site tem o título

"Partido que guerreou contra os Cristeros volta ao poder no México", foi publicada em

15/11/2011, no entanto se tornou capa em 17/11/2011 e está disponível no endereço

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47501.

A colaboração foi postada por Jefferson Nóbrega de Brasília (DF). Ele administra o

blog HTTP://candangoconservador.blogspot.com. Neste site ele também postou a mesma notícia

através do endereço eletrônico: http://candangoconservador.blogspot.com/2011/11/partido-que-

guerrou-contra-os-cristeros.html Acessado dia 17/11/2011 às 15:38. Nóbrega, como ele mesmo

afirma em seu site é “Católico, conservador, monarquista e totalmente anti-comunista,

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49

portanto, não seria nunca imparcial!”. Não há especificações de formação acadêmica ou

profissional do colaborador.

Figura 08 - Matéria em destaque dia 17 de novembro de 2011

Começando a analisar a matéria supra citada, pude perceber uma grande diferença

entre a abordagem visual do BrasilWiki! e do Blog. O BrasilWiki! traz, além do texto, uma

foto e quatro links. O primeiro deles direcionando para o blog do próprio colaborador, e no

final da matéria mais três, direcionando o internauta para a história dos Cristeros. Tornou-se

interessante por que foi o primeiro texto que tentou explicar pro internauta do que se tratava

Um destes links leva a um documentário com o título “A Revolução Cristera”

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Krd4WdTtOl8, dividido em duas

partes. Foi inevitável a comparação entre as duas plataformas devido a quantidade de

elementos que o blog utilizou. Conforme imagem abaixo, foram duas fotos e dois vídeos, os

mesmos que foram utilizados no site, no entanto, os links utilizados no site não incorporam os

vídeos à página, mas sim direcionam a outra página.

Diante desta situação, notou-se que a falta de link nas outras pode ser por deficiência

do próprio servidor do site BrasilWiki!. os links das redes sociais, Facebook e Twitter

também estão presentes no site BrasilWiki!. Além disso, foram usadas Tags, palavras-chave,

Page 42: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

50

para que se o internauta/leitor quiser saber mais sobre algum dos assuntos mais abordados no

texto, ele será direcionado aos sites de busca.

A construção textual é bem definida, contudo, o colaborador, como já é recorrente do

site, não ouviu fontes ou especialistas, neste caso historiadores para dar mais veracidade e

credibilidade ao texto. A notícia, como esperado, tem mais função como crônica do que como

matéria jornalística. Como ele mesmo disse, “não seria nunca imparcial”. Outro ponto a

questionar é a questão dos valores-notícia, como o interesse de uma determinada categoria.

Este é o tipo de notícia que tem interesse do público e não interesse público.

Figura 09 – Blog HTTP://candangoconservador.blospot.com

Page 43: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

51

Figura 10 – Blog HTTP://candangoconservador.blospot.com

3.2.7 – 18 de novembro de 2011

No dia 18 de novembro de 2011 a matéria principal do site tem o título "Hospital

Israelita Albert Einstein realiza a primeira cirurgia de ponte de safena através de robô", e está

disponível no link http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47571. A mesma matéria

está disponível no site http://www.jornalalef.com.br/.

A colaboração foi postada por Mauro Wainstock da cidade do Rio de Janeiro (RJ). No

BrasilWiki! não há especificações de formação acadêmica ou profissional do colaborador. No

entanto, no site www.jornalalef.com.br ele é apresentado como jornalista e administra o site

desde 1995.

Page 44: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

52

Figura 11 – Página inicial do site www.jornalalef.com.br

A notícia é bem estruturada e, já no início, conta com o link do Jornal Alef. Fato novo,

já que até então, não havia nenhum link no início da matéria e, em alguns casos, nem links

havia no texto. Outro fato é a presença de uma imagem, que quebra o texto e faz com que

fique mais fácil a leitura, além disso, a foto provavelmente foi feita no momento da cirurgia.

Por ter sido uma matéria produzida por colaborador, é raro se ter imagens do momento.

Provavelmente, até jornalistas profissionais teriam dificuldade de conseguir autorização para

acompanhar o procedimento.

A construção textual é bem simples e direta, faz com que o leitor se interesse pela

matéria. Acredita-se que, no lead, faltou apenas o dia que foi realizada a cirurgia. No mais, ele

está completo. Outro fato interessante é que, mesmo sendo um procedimento feito no Hospital

Israelita e divulgado por um site voltado para os assuntos da comunidade Israelita, é um tema

recorrente no país e de interesse público.

Ao final do texto que explica sobre a cirurgia, o colaborador criou uma retranca para

mostrar o que é o Jornal Alef e para qual público ele se volta. Mais uma vez existe a presença

de links direcionando ao site. No entanto, há um equívoco dos desenvolvedores do site

Page 45: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

53

BrasilWiki! ao criarem um link conjuntivo, ou seja, o internauta clica no link e abre na mesma

página, saindo da página principal do site.

Ao final de toda matéria existem outros links direcionando às redes sociais da

comunidade Israelita, Facebook e Twitter, um email para contato e novamente um link para o

site do Jornal Alef. Além dos links direcionando para as redes sociais, Facebook e Twitter, do

próprio BrasilWiki!.

Figura 12 – Matéria em destaque dia 18/11/2011

Page 46: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

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CONCLUSÃO

Quando de fala em internet e jornalismo, de qualquer forma, na rede, pensa-se logo em

facilidades tecnológicas, em comodidade. Até mesmo os jornalistas profissionais alegam que

a internet auxilia, e muito, o trabalho do apurador. Sem sombra de dúvidas que sim, mas estas

facilidades podem, e devem, ser bem aproveitadas. Coisa que nem sempre acontece.

O Jornalismo Colaborativo é uma das ferramentas que o internauta, leitor comum, tem

para interagir com o universo da redação jornalística. Mas há de se pensar em como fazê-lo.

As técnicas de redação, apuração e reportagem, presentes nas escolas de comunicação, são

eficazes e indispensáveis, as teorias aplicadas ao jornalismo colaborativo também, mas

quando colocamos em paralelo com a prática, diante da análise feita nas matérias em destaque

entre os dias 12 e 18 de novembro de 2011 do site BrasilWiki!, observamos várias

divergências.

Aplicou-se a metodologia neste Trabalho de Conclusão de Curso para responder, ou

pelo menos tentar, às perguntas feitas na introdução. Notou-se que as facilidades na produção

das notícias não são sinônimo de qualidade. Muitas vezes esta facilidade torna-se um inimigo

do bom jornalismo.

Em análise do site BrasilWiki!, percebe-se que nem sempre a informação é confiável,

principalmente quando se trata de partidários, ativistas e simpatizantes de alguma causa.

Matérias com sentido de crônicas ou artigos são veiculadas diariamente, sem nenhum tipo de

controle, ou crivo. Acredita-se que a figura do Gatekeeper está ultrapassada, mas a divulgação

de informações inverídicas pode acarretar em problemas. Notou-se também que alguns

colaboradores são privilegiados, ao terem várias matérias publicadas, mesmo não sendo

página inicial do site.

Fatos, como citado por José Aparecido Miguel, ex-editor do site em entrevista

fornecida por e-mail, ocorrem com frequencia em redações de sites. Segundo ele, há um caso

de uma matéria veiculada que citava uma igreja e a mesma se sentiu ofendida. Ainda de

acordo com Miguel, a matéria e o processo foram arquivados.

Diante do recorte feito do site BrasilWiki!, esta pesquisa chega à conclusão que o

jornalismo colaborativo não se torna uma ameaça ao jornalismo clássico. O jornalismo

tradicional exige experiência, técnicas corretas de apuração e pelo visto nas sete matérias

Page 47: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

55

veiculadas e analisadas, não houve este cuidado com a maioria delas. Dentre as matérias

analisadas, a produzida dia 18 de novembro, “Hospital Israelita Albert Einstein realiza a

primeira cirurgia de ponte de safena através de robô”, foi a mais completa, ou que chegou

mais próximo ao padrão jornalístico profissional. Talvez por ter sido feita por um jornalista

com experiência.

Quando se fala em jornalismo colaborativo, algumas emissoras de TV, rádios e jornais

impressos podem até dizer que utilizam desta fonte para estimular a produção. No entanto,

com o recorte feito, acredita-se que as matérias são muito opinativas para serem divulgadas

em um jornal ou TV que preze pela imparcialidade e objetividade.

Quando questionado quais são os critérios para uma matéria se tornar página inicial do

site, o ex-editor, Miguel, informou que são “critérios de editores profissionais de jornalismo

da equipe do Jornal do Brasil”. Duas considerações a fazer neste caso: a primeira é que o

Jornal do Brasil é uma empresa e como toda tem patrocínios e desavenças; a segunda é que

sendo desta forma, não se fará um site colaborativo parecido com o site do jornal principal.

Ou seja, o site tem suas limitações técnicas pra não fazer concorrência.

Quando não se utiliza fontes com conhecimento técnico, as matérias perdem, e muito,

a credibilidade. No caso da matéria do dia 16 de novembro, “Crédito consignado – mais uma

perversão contra os aposentados”, o próprio colaborador é a fonte e personagem da notícia.

Sendo ele prejudicado e o que seria privilegiado, no caso de uma melhora no sistema.

Entende-se que é uma forma de autopromoção ou simplesmente favorecimento a uma classe.

Os poucos links disponibilizados no site são praticamente iguais ao texto. Acredita-se

que seria viável o destaque dos links no texto para melhor visualização, como palavras

sublinhadas ou coloridas. Além disto, a maioria das matérias apresenta ilustrações e não fotos

realmente. Isso faz com que a notícia perca credibilidade e interesse por parte do

leitor/internauta.

Por fim, o próprio site faz pouco uso das ferramentas disponibilizadas pela internet

para otimizar a navegação, visualização e legibilidade. As matérias não utilizam links, o que

faz a hipertextualidade, citada por Lévy (1993), ficar comprometida. Os elementos gráficos

são pouco utilizados, com apenas uma foto, ou um vídeo por matéria, e isto se dá devido à

superficialidade das notícias ou pelo tom crítico, conforme visto anteriormente.

Page 48: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

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GLOSSÁRIO

Blog - Blog ou Weblog designa um diário mantido na Internet através de sistemas de

publicação fáceis de utilizar. Os Weblogs popularizaram-se nos últimos anos, criando sites

pessoais que se tornaram verdadeiras referências de opinião e informação na Internet.

Facebook – Rede social, uma das mais utilizadas do mundo. Disponível em

www.facebook.com

Flog - fotolog ou fotoblog - É um registro publicado na Internet com fotos colocadas em

ordem cronológica, ou apenas inseridas pelo autor sem ordem, de forma parecida com um

Blog. A palavra é uma abreviação de fotolog, que por sua vez surge da justaposição de "foto"

e "log" (do inglês, diário). Num flog, o principal objetivo é compartilhar imagens de maneira

interativa, já que as pessoas que visitam o site geralmente podem fazer comentários, sugestões

ou críticas.

Freelancer - também conhecido como freela ou frila, é o termo inglês para denominar o

profissional autônomo, que se auto-emprega em diferentes empresas ou, ainda, guia seus

trabalhos por projetos, captando e atendendo seus clientes de forma independente.

Incorporar: Colocar o player do vídeo na mesma página da postagem do texto.

Lay Out - a área de design ou formato de página e as margens

Newsmaking - Trata-se de teoria da rotina de produção do jornalismo. A partir da interação

constante das pessoas especializadas em comunicação (jornalistas, editores, fotógrafos, etc.)

surge a notícia. Abandona-se a Teoria do Espelho para entender que, de fato, o jornalismo

ajuda a construir a realidade, não sendo mero reprodutor dessa realidade.

On Line - Em linha, ligado. Estado em que o computador está em ligação direta com uma

rede.

da Internet que teve o crescimento mais rápido em toda a rede. Abreviada como WWW ou só

Web.

Post – Postagens feitas em blogs ou perfis de redes sociais

Page 49: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

57

Servidor - Sistema informático que permite o acesso a informação por parte de outros

sistemas ou computadores dispostos em rede; computador que, numa rede de computadores,

aloja esse tipo de sistema informático.

Site - Sítio, local. Também designado Website. Refere-se geralmente a um grupo de páginas

web que apresentam um produto, uma empresa, uma ideia, etc. Engloba por isso páginas e

conteúdos, assim como zonas para descarregar ficheiros (download). Deste conjunto de

páginas, a principal (Home Page) é aquela a que se chega quando o endereço principal ou o

domínio são selecionados.

Tags - Palavra-chave (relevante) ou termo associado com uma informação.

Twitter – Microblog onde se pode discorrer em 140 caracteres sobre qualquer assunto.

Disponível em www.twitter.com

Webcam - É uma câmara de vídeo de baixo custo que capta imagens, transferindo-as de

modo quase instantâneo para o computador ou para Internet. Muito utilizada em

videoconferências, geralmente possui baixa qualidade de imagem e ausência de som. O tipo

de conexão utilizada com o computador geralmente é do tipo USB.

Web - Teia, rede. Abreviatura de World Wide Web. Pode ser referida como “The Web”.

www - Rede mundial. O sistema de informação e de fontes baseado no hipertexto (hypertext)

YouTube – Site exclusivamente de vídeos www.youtube.com.br

Page 50: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

58

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http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/6316/4591 acessado

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Page 53: Jornalismo colaborativo na internet: como informar sem perder a atração pela notícia?

61

Matéria da página inicial dia 12/11/2011

Será que os "ministros lullistas" estão testando a coragem cívica de Dilma Rousseff?

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Publicado em 09/11/2011 pelo (a) Wiki Repórter Júlio Ferreira, Recife - PE

Ao que parece, chegamos ao ponto em que os ministros que foram "empurrados goela abaixo"

pelo ex-presidente Lulla no governo Dilma Rousseff, resolveram seguir a orientação do chefe,

e colocar em cheque a autoridade da presidente de plantão, como que fazendo um teste quanto

a coragem cívica da ex-guerrilheira.

Recorde-se que em relação ao ministro Orlando Silva, quando começaram a surgir as

denúncias de "mutretagens" no Ministério do Esporte, o ex-presidente Lulla foi incisivo no

incentivo para Orlandinho resistir às pressões, negando-se a deixar o cargo. Infelizmente, para

decepção de Lulla, Orlandinho preferiu jogar a toalha, talvez com medo de que, chegando-se

a um embate, o PCdoB acabasse perdendo o direito de indicar seu sucessor, o que colocaria

em risco a garantia de que, ficando o Ministério do Esporte nas mãos de um "cupincha", suas

maracutaias pudessem ser "empurradas para baixo do tapete".

Agora, quando a podridão começa a tomar conta do Ministério do Trabalho, parece que o

ministro Carlos Lupi está disposto a seguir a orientação lullista, e promete resistir até as

últimas consequências, inclusive fazendo discursos ameaçadores, dando a entender que, se

cair, vai "botar a boca no trombone". Agora eu quero ver se essa tal de Dilma Rousseff,

cantada e decantada como uma mulher de fibra, é tudo isso que dizem ser? Afinal, depois do

que foi dito por Carlos Lupi, só falta a presidente Dilma Rousseff fingir que não entendeu as

ameaças veladas contidas nas últimas declarações do "boquirroto" Lupinho.

(FONTE -> www.ex-vermelho.blogspot.com/)

Matéria da página inicial dia 13/11/2011

O loteamento do estado

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Publicado em 13/11/2011 pelo(a) Wiki Repórter firmino500, Recife - PE

Em abril de 2002 contavamos com 23 ministérios no governo de Fernando Henrique. Já era

um número alto, mas nos governos de Lula da Silva, ao serem criadas as tais Secretarias

Especiais (com status de ministério) ele os aumentou para 32. E por que isso? Porque Lula

modificou a razão de ser dos ministérios e maximizou seus "resultados paralelos" ao

transformar os ministérios em máquina de arrecadar recursos para os partidos, principalmente

para o seu próprio, o PT. Por sua vez, os partidos encontraram ali um bom cabide de emprego

para pendurar seus filiados, cuja missão precípua passou a ser a de desviar parte das verbas

deste ministério para o cofrinho do seu partido. Não é à toa que eles brigam para não perder a

sua Pasta... Chegou? Não... Tem mais: ocupar um ministério significa para o político entrar

em contato com os mega empresários, e neste contato saem "bons negócios para ambas as

partes"... Sem falar que estes empresários serão aqueles mesmos que nas eleições farão

generosas doações em dinheiro para seu dileto amigo. Conclusão: Lula conseguiu lotear a

administração pública no Brasil, que virou uma bandalheira geral e, não por acaso, em 11

meses de mandato Dilma ela foi obrigada a defenestrar 6 dos seus ministros... E, pelo visto,

outros mais também cairão. Que desserviço!... Que 'herança maldita' nos foi legada por Lula!

fonte Mara Montezuma Assaf.

WWW.BLOGDOFIRMINOJUNIOR.BLOGSPOT.COM

Matéria de página inicial dia 14/11/2011

Veja como era um dia de trabalho de "Nem da Rocinha"

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Publicado em 14/11/2011 pelo(a) Wiki Repórter Roberto Leal, Salvador - BA

Antônio Francisco Bonfim Lopes, o "Nem", comandava um exército de duzentos homens na

Rocinha. Os lucros com o tráfico de drogas fizeram dele um homem rico e poderoso. De

acordo com uma das pessoas que conviveram com o traficante, na comunidade ele era

conhecido como "O Mestre", que comandava um mercado nobre das drogas, um dos mais

rentáveis do Brasil. "Nem" dominava as comunidades da Rocinha e do Vidigal, localizadas

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entre os bairros de São Conrado, Gávea e Leblon, regiões ricas do Rio de Janeiro. A equipe

do Domingo Espetacular subiu o morro e mostra imagens exclusivas da rotina dentro do

território de "Nem". Assista!

Link do vídeo: http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=47458.

Matéria de página inicial dia 15/11/2011

FRONTEIRAS VIRTUAIS - VIAGEM A LUGAR NENHUM

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Publicado em 15/11/2011 pelo (a) Wiki Repórter W.GERLING, SÃO PAULO - SP

Eu estava escrevendo um texto para o post de meu fotolog e , de repente uma música dos

Beatles me veio à mente : Magical Mistery Tour.Comecei a rir porque , com certeza, Lennon

& McCartney não imaginaram que a música pudesse retratar de alguma forma os rumos que o

mundo tomou dirigido por correntes de pensamentos , movimentos de insatisfação e

extrapolações ficcionais que juntas pintariam o quadro que apreciamos hoje.Na década de 60,

quando ainda não éramos seres informatizados, movimentos como Beatniks e Hippies eram

chamados de “ contracultura”.A ficção científica retratava uma Utopia (temos falado muito

em Utopia ,ultimamente!) , que significava isso mesmo : era muito bom para ser verdade

!Thomas More quando escreveu seu trabalho, imaginou que tudo se passava numa ilha isolada

em lugar indeterminado. Uma sociedade de iguais onde os bens materiais não eram a razão de

viver.Por isso , Utopia é “ lugar nenhum” .

No começo da década de 70 Bill Gates idealizou o primeiro computador pessoal , mas nem

ele acreditava que as pessoas , como indivíduos tivessem necessidade de um computador

pessoal.O criador enganou-se a respeito da sua criação e da revolução que ela provocaria no

nosso mundo .

A informática produziu mudanças mais profundas , mexendo com o âmago e as aspirações

humanas .O que chamamos hoje “ realidade virtual” veio como um gatilho que disparou

nossos íntimos “ projéteis” representados por anseios, fantasias, sentimentos de fracasso e

sucesso e insatisfações .

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Em face disso a contracultura hoje recebe outro nome, ou outros nomes. Fala-se em “cultura

underground”, em Cyberpunk, ambas contidas no “Cyberspace”. Mas, afinal o que é esse tal

de Cyberspace? É a implementação mais direta do que chamamos realidade virtual, onde um

espaço tridimensional é criado pelo computador de forma que possa existir uma interação

homem-máquina. O Cyberspace é o mundo dos computadores em rede.

Não vou entrar em detalhes, mas esse fenômeno mudou a maneira de ver o mundo e

extrapolar idéias para o futuro. A contracultura de hoje , “underground” ou cyberpunk não

pode ser chamada de Utopia porque desprezam o sentimento humano uma vez que o cérebro

esta ligado à máquina e aos seus sistemas, gerando indiferença entre as pessoas.

Falamos da realidade virtual, em ser um gatilho que disparou nossos projéteis mais íntimos

.Um exemplo disso é o Programa “Second Life” onde escolhemos um Avatar, um segundo Eu

, um “alter Ego?” que simplesmente, atropela nossa realidade e nos torna perfeitos, ricos,

poderosos e tudo o mais que quisermos ser. Acredito ser esse um momento de verdadeira

paranóia onde nos afastamos da realidade à velocidade da luz e nos tornamos “deuses”, ainda

que virtuais. O regresso é sempre penoso pois alimentamos nosso inconsciente de valores

imediatos que conscientemente e realmente não dispomos .

A ficção cyberpunk tornou o mundo futuro uma desolação. Não há esperança de melhoria, as

imagens são de pessimismo, uma vez que o homem esta em contato direto com a máquina e

sua luta consiste em não ser por ela subjugado.

Antigamente dizia-se que ’informação é poder’. Já não é mais!Uma vez que qualquer pessoa

pode de maneira imediata dispor da informação que quiser. O poder consiste em usar

corretamente a informação e, parece que esse é o problema que as novas gerações vivem:

Simplesmente, não sabem usá-la. O desprezo pelos valores que alcançamos até aqui (não à

custa da cibernética) fez surgir novos movimentos e novas buscas, responsáveis pelo imenso

lixo cultural que podemos apreciar em qualquer lugar, desde a mídia (que o produz aos

montes) até as salas de aula, onde uma interpretação de texto é feita por história em

quadrinhos do Alvin relegando-se ao posto de simples curiosidade os mestres da literatura. A

justificativa é a “memória áudio-visual”.

Um movimento de contracultura deveria ter características visíveis e sólidas se pretende

combater o que há de errado com nossa cultura. Mas, já a partir do nome (não me justifiquem

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que é apenas uma referência!): “underground” – subterrâneo – é algo que já nasceu enterrado,

escondido, ( subversivo?). Sendo subterrâneo não pode ver o que se passa, realmente, à vista

de todos. Quando muito pode fazer adeptos do tipo “Eu contra o Mundo” representados

virtualmente por um super-herói Punk caracterizado por uma fantasia “dark and down” a

título de protesto, contra o que, nem eles saberão responder!

Ao se falar em valores humanos lembro uma frase atribuída a Einstein, em sua visão pessoal

do mundo: “Nada verdadeiramente valioso pode ser conseguido simplesmente através da

ambição e do senso de dever, mas nasce através do amor e da devoção”

Ainda ia render pano pras mangas mas, paro aqui porque meus chips sofreram

superaquecimento e preciso dar um reboot para novas tarefas!.

Até mais!

Matéria de página inicial dia 16/11/2011

"Crédito consignado - Mais uma perversão contra os aposentados"

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Publicado em 15/11/2011 pelo (a) Wiki Repórter Acstupp, Santo Amaro da Imperatriz - SC

Por (*) Aurelio

Tente imaginar-se ganhando um salário mínimo, e agora tente imaginar-se vivendo com

apenas 70% desse valor.

É inviável não é?

Pois é assim que vivem milhões de aposentados no Brasil, seu benefício que mais parece uma

esmola, na verdade muito menor do que é dado aos criminosos, e tendo esse desconto de 30%

todo mês descontado direto do seu benefício sem que ele (a) sequer veja esse valor.

Faça os cálculos: 1 salário mínimo = R$545,00

Tire desse valo 30% = R$163,00

Valor restante para passar o mês inteiro = R$382,00

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Quero ver quem vive com R$382,00, tendo de comprar remédios, comida, despesas como luz,

água e taxas disso e daquilo.

E não para por aí não. Falo por experiência própria, em 2004 tive um problema pessoal sério e

como não tinha de onde tirar o valor, fiz a besteira de pegar um empréstimo consignado, se já

era difícil antes com o achatamento dos benefícios da previdência, ficou pior ainda, acumulei

dívidas durante todo aquele ano e quando chegou o próximo com o reajuste irrisório que nos

deram, lá estava eu novamente para fazer um novo empréstimo para tentar pagar as contas

acumuladas, no ano seguinte, havia a possibilidade de refinanciar o primeiro e usar a nova

margem do reajuste, foi o que fiz e o que venho fazendo desde 2004, vivendo com 70% do

meu benefício, renovando o consignado a cada ano para mais cinco anos e acumulando mais

dívidas, além das perdas que já ultrapassam a casa dos 50%.

Agora vamos voltar no tempo até 2003 quando estourou o escândalo do mensalão, foi aí que

ouvi falar pela 1ª vez no tal Banco BMG. O mesmo dos empréstimos a Marcos Valério,

Delúbio Soares e toda a corja envolvida na mesma lama. Pois bem, nesse mesmo ano foi

liberado com exclusividade ao BMG o empréstimo consignado dando-lhe essa exclusividade

durante dois anos, dois anos em que sequer os Bancos Estatais poderiam oferecer esse

“serviço”, serviço esse com juros de 4,5% ao mês, quando o risco é zero, pois o desconto é

direto em folha e se o beneficiário vier a morrer quem ficar com sua pensão também fica com

toda a dívida.

Passados os dois anos o BMG perdeu a exclusividade, mas manteve sua carteira de clientes

que vendeu a outros bancos novamente lucrando à custa dos aposentados. Até hoje ainda não

foi questionado por ninguém e muito menos investigada essa negociata feita na calada da

noite prejudicando ainda mais os rendimentos dos aposentados e dando lucros astronômicos

aos bancos. O que mais se vê é a divulgação dos lucros líquidos dos bancos batendo recordes

ano após ano, enquanto a classe trabalhadora se afunda em empréstimo a juros extorsivos e os

cartões de crédito então nem se fala. Os aposentados cada vez mais miseráveis, com o poder

aquisitivo cada vez menor afundando-se em dividas impagáveis e os projetos que poderiam

dar-nos um folego mofando nas gavetas imundas da Câmara dos Deputados.

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Esse é o Brasil de um ex-presidente do povo, escolhido pelo povo e para ajudar o povo.

(*) http://aposentadolabutando.com/

Matéria de página inicial dia 17/11/2011

"Partido que guerreou contra os Cristeros volta ao poder no México"

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Publicado em 15/11/2011 pelo (a) Wiki Repórter Jefferson Nóbrega, Brasília - DF

Escrito por Jefferson Nóbrega 14 | 11 | 2011 – Blog Candango Conservador

Os jornais noticiaram hoje, 14 de novembro, que a oposição mexicana venceu o partido do

presidente Calderón nas eleições estaduais. Segundo os resultados o Partido Revolucionário

Institucional (PRI) conseguiu sua maior vitória desde 2000, ano em que de forma histórica o

Partido da Ação Nacional (PAN) venceu as eleições e acabou com a hegemonia de 71 anos do

PRI.

Agora o PRI irá controlar 20 das 32 entidades federais do México tornando-se o maior bloco

na Câmara dos Deputados e emergindo como a principal força para as eleições presidenciais

que ocorrerá em 2012.

Mas, existe um fato que foi omitido em todo esse episódio. Quem é realmente o PRI? Para

quem não sabe, o Partido Revolucionário Institucional foi fundado por Plutarco Elías Calles.

Quem foi Elías Calles?

Calles foi presidente do México de 1924 a 1928, entres suas ações polêmicas, está a Lei

Calles, que aplicou radicalmente as normas anticleircais da Constituição de 1917. A Lei

Calles era totalmente anti-religiosa e uma verdadeira ação de guerra contra a Igreja Católica.

Entre as ações propostas na lei estava à proibição que os padres usassem batinas em público,

pena de 5 anos para padres que criticassem o governo, exigências governamentais para a

ordenação dos sacerdotes, perseguição aos católicos que não aceitassem esses termos da

legislação e etc. De início os Católicos passaram a resistir pacificamente, no entanto, as

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manifestações eram reprimidas com massacres e destruição das Igrejas. A perseguição

endureceu até que culminasse em uma guerra civil-religiosa, no qual os católicos pegaram as

armas e empregaram uma guerra contra o governo de Calles. Cerca de 30.000 católicos foram

executados, muitos deles já reconhecidos pela Igreja como santos mártires.

Plutarco Calles fundou em 4 de março de 1929 o Partido Nacional Revolucionário (PNR), em

1928 o nome foi alterado para Partido da Revolução Mexicana (PRM), e finalmente em 1946

tornou-se o Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Ou seja, o partido que agora recupera a força no México, traz em sua história uma mancha

sangrenta de um laicismo radical que ceifou a vida de idosos, jovens, crianças e mulheres pelo

simples fato de professarem sua fé.

Que a memória dos mártires cristeros esteja sempre viva, para lembrar aonde pode chegar o

ódio anti-religioso da esquerda.

Nota do editor:

Para conhecer mais sobre a Guerra Cristera, recomendo o ótimo texto disponível no site da

Editora Permanência “A história dos Cristeros“, e o documentário “A Revolução Cristera”, parte

1 e parte 2

Matéria de página inicial dia 18/11/2011

Hospital Israelita Albert Einstein realiza a primeira cirurgia de ponte de safena através de

robô

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Publicado em 18/11/2011 pelo (a) Wiki Repórter Mauro Wainstock, Rio de Janeiro - RJ

Deu no JORNAL ALEF - ISRAEL E O MUNDO JUDAICO - Médicos do Hospital Israelita

Albert Einstein, em São Paulo, realizaram a primeira cirurgia da América Latina de

revascularização do miocárdio - popularmente conhecida como "ponte de safena" – de forma

totalmente robotizada. A operação foi comandada "a distância" pelo cirurgião Robinson

Poffo, que manipulou os braços do robô em um console longe do paciente, por meio de

“joysticks”. Esse tipo de operação representa um grande avanço na cirurgia cardíaca. Ele

explica: “Acredito que represente um novo rumo no tratamento desse tipo de doença do

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coração. Para se ter uma ideia, atualmente existem três grandes centros que fazem esta

cirurgia de forma rotineira, todos nos Estados Unidos. Com a incorporação deste

procedimento em nossa rotina, passamos a fazer parte desse grupo pioneiro”.

Uma das vantagens da cirurgia robótica é evitar abrir o peito do paciente, como acontece nas

cirurgias tradicionais. Na cirurgia robótica, são feitas quatro pequenas incisões, de um

centímetro cada, ao lado esquerdo do peito, por onde passam uma micro câmera, afastadores,

pinças e outros instrumentos. Sem o campo aberto, o risco de infecções cai

significativamente. Além disso, há menos sangramento e complicações - já que o robô filtra

possíveis tremores do cirurgião e as pinças permitem movimentos mais precisos e delicados.

O paciente permanece apenas um dia na UTI, fica três dias internado (ao contrário dos 60 dias

tradicionais) e em dez dias pode retomar as atividades normalmente. O custo de uma cirurgia

robótica é cerca de 30% mais alto do que uma de peito aberto, mas esses gastos acabam sendo

minimizados, já que há menos custos hospitalares. Há pouco mais de um ano, a mesma equipe

de cirurgiões fez a primeira troca de válvula cardíaca também totalmente robotizada.

JORNAL ALEF - ISRAEL E O MUNDO JUDAICO

Criado em 1995 pelo jornalista Mauro Wainstock, o Jornal ALEF é direcionado aos leitores

interessados em informações sobre judeus, judaísmo, o mundo judaico e o Estado de Israel.

Publica notícias, estimula debates e promove eventos sócio-culturais. São 70.000 assinantes

em 40 países, além dos mais de 10 mil seguidores nas redes sociais.

O Jornal ALEF é, de acordo com manifestação expressa da ONU, “fonte de referência séria

para veículos nacionais e internacionais”. Entre eles está o francês Le Monde, que

frequentemente reproduz reportagens publicadas no Jornal ALEF. São muitos os

reconhecimentos, entre os quais mensagens do presidente Lula (“Parabéns à equipe que dá

vida ao Jornal ALEF”), da Unesco (“O Jornal ALEF é um instrumento de informação

transparente sendo de extrema importância”), do Congresso Judaico Latino-Americano (“Ese

soberbio informativo, de lectura imprescindible, que enaltece a la comunidad judía brasileña y

a la prensa judía del continentee”) e de muitas outras autoridades. Entre os prêmios e

homenagens recebidas estão: “Moção de Louvor”, “Honra ao Mérito”, “Certificado de

Excelência”, “Medalha de Mérito Pedro Ernesto”, “Prêmio Adolpho Bloch de Jornalismo”,

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“Prêmio Homem de ação, homem de valor”, "Moção de Louvor-Embaixador da Paz no

Mundo".

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