José Argüelles - O Fator Maia - Um Caminho Além Da Tecnologia

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  • 8/10/2019 Jos Argelles - O Fator Maia - Um Caminho Alm Da Tecnologia

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    O FATOR MAlAO FATOR MAlAO FATOR MAlAO FATOR MAlAUm Caminho Alm da TecnologiaUm Caminho Alm da TecnologiaUm Caminho Alm da TecnologiaUm Caminho Alm da Tecnologia

    JOS ARGELLES

    Traduo MAURO DE CAMPOS SILVA

    I

    EDITORA CULTRIXSo Paulo

    SUMSUMSUMSUMRIORIORIORIO

    Agradecimentos. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Prefcio por Brian Swimme ................. 10

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    IntroduoO Mistrio dos Maias: A Cincia Transcendida. . . . . . . . . . . . . . . . 16

    1. Meus 33 Anos de Busca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 252. Os Maias: Adivinhos da Harmonia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 473. Os Mestres Galcticos e os Nmeros do Destino. . . . . . . . . . . .. 694. O Tear dos Maias: O M6dulo Harmnico Revelado. . . . . . . . . ., 895. A Hist6ria e o Sistema Solar: A Viso Galctica . . . . . . . . . . . .. 1166. O Fim do Ciclo:

    Sincronizao com o Alm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1407. Tecnologia e Transformao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 160

    8. A Era Solar que se Aproxima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 187Uma Introduo ao Paradigma Ressonante:Glossrio de Termos-chaves e Conceitos Maias . . . . . . . . . . . . . . .. 210O Sistema Numrico Harmnico Maia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 215Apndice A. Nmeros Radiais e Direcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Apndice B. Os Fatores Maias e os Fractais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219Apndice C. Os Harmnicos do Calendrio. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 220Apndice D. Nmeros Harmnicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 222Apndice E. O Ciclo de 52 Anos e o Ciclo do Calendrio Dirio.. 223Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 226O Autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 230

    AGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTOAGRADECIMENTO

    A elaborao e a produo de O Fator Maia no teria sido possvel sem o amor que lhe foi dedicado.Os primeiros crditos so de minha sogra, Maya, que leu o manuscrito, captulo por captulo,incentivando-me, quando poucos o faziam. Naturalmente, devo agradecer sua ftlha Lloydine, minha es-posa, que a fonte que me liga Terra, assim como a Terra est ligada s estrelas. Tambm sou grato ameus filhos - Josh, Tara, Heidi, Paul e Yvonne - e a seu crculo de amigos, os quais devem ser mencio-nados pelo amor incondicional que me dedicaram. Finalmente, nesse filo domstico, no seria justodeixar de mencionar os nodos psquicos de simpatia interdimensional, o co, Genji, e os gatos Sponsor eOnyx, testemunhos vivos de que no estamos ss.Alm das pessoas mencionadas no primeiro captulo, que me forneceram pistas, informaes e meinspiraram para a reconstituio de O Fator Maia, outras pessoas destacaram-se durante o' processo defermentao e produo, agindo como verdadeiros luzeiros. Acreditando em mim e no meu trabalho,nutriram-me com o seu apoio. So eles: Stan Padilla, um pacato vidente, cuja arte e oraes so crculosde proteo que purificam o canal da viso; Brooke Medicine Eagle, cuja irmandade' a essncia cintilanteda regenerao humana; Don Eduardo Calderon, ilusionista da matria do sonho, que ajudou a abrir

    condutos de memria terrena; Sua Eminncia, Tai Situ Rinpoche, por levantar uma ponte entre osmundos; Rupert Sheldrake, por empenhar-se na batalha; e Ted e J.J., que juntos praticaram a lealdadecosmongama.Obviamente, O Fator Maia no passaria de mais um manuscrito na gaveta no fosse o gnio de BarbaraClow, da Bear & Company, que, ao receber este texto, logo percebeu a necessidade de revel-Io aomundo. Seu marido, Gerry, tambm merece ser lembrado pela.sua perseverana e humor durante todo o processo, bem como Angela Werneke, pelo cuidado com aapresentao visual. Por ltimo, sob este aspecto, sou grato aos seres do mundo espiritual, cujaorientao tem sido de paciente compaixo, semeando minha percepo de forma arrebatadora, enquantoeu exauria minhas dvidas.A todos esses, e a outros incontveis amigos, a gratido do ser ilimitado oferecida incondicionalmente deum corao cuja maior alegria a simplicidade do momento.Evam maya e ma ho! (Salve a harmonia da mente e da natureza!)

    PRPRPRPREFCIOEFCIOEFCIOEFCIOPOR BRIAN SWIMMEPOR BRIAN SWIMMEPOR BRIAN SWIMMEPOR BRIAN SWIMME

    Entre os sinlogos, h uma lenda sobre os primeiros ocidentais um grupo de eruditos jesutas - queestudaram o I Ching no sculo XVII. O empreendimento comeou com grande entusiasmo e esperana,aprendeu-se a lingua, decifraram-se e avaliaram-se os significados. Ento, adveio a tragdia. Vriosdaqueles jovens talentosos ficaram loucos. A dificuldade em entender o I Ching no mbito das categoriasmentais do Ocidente simplesmente ps aturdidos esses dedicados senhores. Por fim, a Companhia deJesus foi obrigada a abandonar o projeto e mesmo a proibir o estudo dessa extica escritura chinesa.A histria, mesmo se apcrifa, lana alguma luz sobre o trabalho do dr. Jos Argelles, pois ele tambmmergulhou com seriedade naquilo que, para a mente ocidental, um sistema de conhecimentodesconcertante, o Tzolkin dos maias. Depois de toda uma vida dedicada a esse enigma, o dr. Argellesapresenta sua histria, uma histria sem dvida fantstica. Somos convidados a levar em considerao -

    entre outras afirmaes "chocantes" - o seguinte:Em primeiro lugar, que a histria da humanidade , em grande parte, modelada por uma radiaogalctica pela qual a Terra e o Sol vm passando h 5.000 anos, e que um grande momento detransformao nos aguarda quando chegarmos ao final dessa radiao, em 2012:Em segundo, que o comportamento e a viso de mundo de nossas culturas seguem a natureza dosperodos galcticos", cujo cdigo foi apreendido pelos maias tanto matemtica como simbolicamente.

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    Terceiro, que cada pessoa tem poder de conectar direta sensorial, sensual e eletromagneticamente - aenergia e a informao dessa radiao que emana do centro da galxia, e, assim, despertar para a mentereal, a mente superior, a mente mais profunda.Sem duvida, muitos pensaro que o dr. Argelles seguiu o caminho dos jesutas que se perderam no IChing - louco, manaco e entregue a deJirios pessoais. Certamente que o dr. Argelles est ciente de quochocantes so as suas concluses. A princpio, ele nos adverte com snceridade: "Para mim, significava umsalto, desviar-me do abismo, por assim dizer, na direo de um territrio mental considerado inexploradoou um tabu pelos padro cu1turais vigentes." E por certo seu trabalho possui tanto a extravagncia quantoa obscuridade de toda viso nova da realidade, e isso basta para fazer da leitura deste livro um desafio,independentemente da magnitude csmica de suas afirmaes.Dito isso, deixe-me assinalar por que penso que a viso do dr. Argelles de grande valor. Estou

    convencido de que qualquer viso do niverso que no nos deixa chocados, no tem importncia parans. Devemos ter em mente que ns, ocidentais sensatos, ns, cidados racionais, cristos-judaicos-seculares-democrticos, mantemos a Terra como refm com nossas armas nucleares. Ns, industriais mo-dernos, somos quem pratica o ecocdio que se espalha por todos os continentes.Dizer que uma certa viso do universo "sensata" significa dizer que ela se ajusta a essa concepomoderna de mundo, que criou e ainda conserva esse terror global. No precisamos de vises sensatas;precisamos das mais chocantes e fantsticas vises de universo que pudermos encontrar. A viso do dr.Argelles das mais qualificadas.- Mas essa viso no apenas fantstica. Com a preciso infalvel de todo gnio, o dr. Argelles sabe quea nica esperana de equilbrio para a cincia e sociedade ocidentais est em assimilar a cosmologia dospovos primitivos, e, em particular, a dos maias. Por que destacar as cosmologias primitivas? Porque ospovos primitivos tiveram, em seus primrdios, a mesma convico: a de que a Terra, o Sol, a galxia, ouniverso - tudo, em toda parte, traz em si a vida e inteligente.O que precisamos de humildade. Ns, que somos treinados numa moderna viso de mundo que

    organiza e d apoio ao militarismo, ao consumismo, ao patriarcado e ao antropocentrismo, temos dereconhecer nosso engano fatal - comeamos admitindo que o universo est morto, que destitudo desentimentos, de inteligncia e de propsito. Teremos coragem de nos livrar dessa fatal iluso? Teremossabedoria para recorrer aos maias e sua cincia, para aprender algo sobre a realidade do universo?Daqui em diante, gostaria de comentar trs afirmaes "chocantes" do dr. Argelles. J que a minha rea a fsica matemtica, minha linha de pensamento necessariamente reflete os contornos da cinciacontempornea. Mas quero deixar bem claro que no estou tentando colocar a viso dos maias dentro decategorias cientficas modernas. A cosmologia maia no pode ser colocada em categorias cientficasmodernas. Mas a surge em nosso tempo uma cincia ps-moderna, uma orientao cientfica queincorpora a viso de mundo dos povos primitivos concepo cientfica moderna. a partir do contextodessa cincia holstica, pan-humana e ps-moderna que eu me posiciono.Primeiro: a radio galctica que, segundo os maias, estamos atravessando. Para comear, permitam-medizer que a cincia moderna nunca abordou tal radiao corno os maias o fizeram. Mas, recentemente, osfsicos se deram conta da influncia de radiaes que atravessam a galxia, e isso por si s novidade. A

    astro fsica atual descreve essas radiaes corno ondas de densidade que varrem a galxia e queinfluenciam a sua evoluo. Por exemplo, o nascimento do nosso Sol resultado dessa onda. A onda dedensidade passou e provocou a ignio de uma estrela gigante, que explodiu e deu origem ao Sol.De fato, toda formao estelar deve-se, a princpio, a essas radiaes que se espalham por nossa galxia.Podemos formular a noo da galxia corno um organismo envolvido em seu prprio desenvolvimento.Estamos falando da "dinmica auto-organizadora" da galxia. Ou, de urna perspectiva mais organicista,falamos da galxia corno algo em expanso - o nascimento das estrelas retratado corno parte daepigenia .galctica. Assim, o Sol seria ativado por urna dinmica governada pelo centro galctico; da mes-ma forma, o olho de urna r seria ativado pela dinmica governada pelo seu prprio centro orgnico.A questo bvia a seguinte: at que ponto vai o dinamismo galctico com respeito ao desenvolvimentodo Sol e seus planetas? Isto , a dinmica da galxia est relacionada apenas com a"ignio do Sol, e,depois, este e a Terra prosseguem sozinhos? Ou a radiao galctica est comprometida com a evoluoda vida?Aqui preciso comentar duas coisas. Primeiro: pode-se dizer simplesmente que a galxia est

    continuamente envolvida, com a evoluo da Terra e da vida. As radiaes de densidade vm se espalhan-do pela galxia nesses 4,55 bilhes de anos de existncia do Sol, e toda vez que atravessam a nossaestrela, alteram sua dinmica e tambm a energia radiante que banha a Terra. No tenho dvidas de que,ao refletirem sobre isso, os bilogos evolucionistas conseguiro explicar corno o desenvolvimento da vidana Terra tem ,sido moldado por essa dinmica. Cada vez mais compreenderemos que o formato da folhade olmo foi moldado no apenas por seleo natural, aqui na Terra, mas pela ao da galxia como umtodo.Em segundo lugar, precisamos reconhecer que era simplesmente impossvel para a cincia moderna notara existncia de uma radiao galctica tal corno os maias a descrevem. A cincia moderna se concentrano material e em sua mudana de posio. As qualidades - cores, odores, emoes, sentimentos,intuies - eram chamadas de secundrias e rejeitadas. Isto , ns nos comprometamos desde o comeocom um modo de conscincia que nunca iria admitir a radiao galctica dos maias.Ao mesmo tempo, o que precisa ser considerado o quanto foi difcil fazer o que a cincia moderna temfeito. Por exemplo, observar empwicamente que o Sol 'tem um comeo - isto urna proeza que requer um

    modo de conscincia muito elevado. Pense como teve do ser extica a conscincia para ver de fato omovimento dos continentes! Ou para ouvir o eco da bola de fogo primeva h vinte bilhes de anos atrs,no comeo do tempo! Ao aceitar o desenvolvimento especfico. da conscincia na cincia moderna,podemos comear a perdoar seus equvocos, e a apreciar outros modos de onscincia, desenvolvidos emtorno de projetos culturais diferentes.Os maias eram um povo embriagado de objetivos culturais diferentes, que exigiam uma conscincia

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    totalmente diferente. Onde os modernos cientistas detectaram experimentalmente os efeitos fsicos dasradiaes de densidade varrendo toda a galxia; os maias foram capazes de detectr experinientalmenteradiaes .de diferentes foras, radiaes que influenciavam no s o nascimento e a atividade dasestrelas, mas o nascimento e a atividade de idias, vises, convices. Ou ainda, aquilo que eu mesmo

    julgo ser o caso: tanto os cientistas modernos como os maias respondem s mesmas radiaes. Oscientistas, modernos desenvolveram um modo de Conscincia que lhes permite expressar os efeitosflsicos dessas radiaes; os maias desenvolveram uma conscincia que lhes possibilitava, expressar osefeitos psquicos dessas radiaes.Segundo: os perodos galcticos: Na exposio do dr. Argelles, os maias ensinavam que cada era tinhauma qualidade especfica que favorecia um tipo especial de atividade, e tudo isso visvel no cdigo doTzolkin. Conhecendo o cdigo galctico dos perodos, pode-se antecipar sua chegada e, assim, agir

    adequadamente e com grande eficcia. Tal orientao para o universo era comum entre os povosprimitivos, embora nenhum deles apresentasse as sofisticadas nuanas dos maias. Alm disso, astradies religiosas ocidentais antigas e medievais possuem uma concepo de tempo semelhante, ondecada momento ou era tem sua qualidade particular atribuda pela essncia da divindade; o conhecimentodessa qualidade possibilitava uma profnda penetrao na atividade divina.A maneira como eu abordo a idia de um "perodo galctico" atravs dos vinte bilhes de anos de histriacsmica. Quando examinamos nossa descrio do que realmente aconteceu, percebemos que cada eratem a sua qualidade prpria, seu momento nico, sua criao especfica.Por exemplo, depois de meio milho de anos na epopia csmica, chegou a hora de criar os tomos dehidrognio. Precisamos salientar aqui que essa criao est intimamente ligada natureza macrofsica docosmos naquele momento. At ento, os tomos de hidrognio no haviam sido criados; depois, ostomos de hidrognio. no foram criados. Mas, naquela hora, os tomos de hidrognio puderam vir a seraos quintilhes. H dezenas de exemplos semelhantes em todas as eras da epopia csmica, mas talvezfiquemos' com a emergncia dos tomos de hidrognio para fazer com que a questo referente atividade

    seja inerente ao perodo csmico.Antes do seu surgimento, era, de fato, possvel a um tomo individual de hidrognio ser formado. Maspara tanto era necessrio um tremendo dispndio de energia. E o tomo rapidamente se dissipava nafornalha primeva. Criar tomos de hidrognio em outras pocas significava trabalhar contra as tendnciasdo universo. A criao fluente e abundante depende, por um lado, da urgncia que prpria do hidrognioem manifestar-se, e, por outro, da periodicidade peculiar ao universo. Foi somente quando, para citar o dr.Argelles, "a necessidade momentnea juntou-se ao propsito universal" que a criao efetivamenteocorreu. Quando a qualidade do universo convidou os tomos de hidrognio existncia, eles brotaramem grande abundncia. A existncia desses perodos csmicos e galcticos detectada em toda partedurante esses vinte bilhes de anos.De sbito, vem luz a questo na mente ocidental: "Pode ser que haja perodos para o nascimento dostomos, ou das galxias, ou das clulas primitivas. Mas, e os meus pensamentos? E a cultura humana?So influenciados pelos tempos galcticos?Isso nos leva prxima discusso.

    Terceiro: interao pessoal com a mente galctica. Na verdade, o que podemos dizer sobre essa noo deinteligncia e propsito galcticos?Deixei essa questo para o fim, porque aqui lidamos com a extenso mais profunda da represso psquicaocidental. Os maias sentiam-se envolvidos com a mente do Sol, Que por sua vez lhes manifestava a mentee o corao da galxia. Achavam tambm que a galxia tinha desejos. Os cientistas modernos ouviramisso e relegaram os maias ao ba dos "contos de fada". Mas essa rejeio apenas revela a nossa condiopsquica desequilibrada.Consideremos o que se segue. Nossos ancestrais intelectuais do sculo XVII podiam ficar diante de umanimal que urrava de dor, convencidos de que esse animal no tinha quaisquer sentimentos. Ao seremindagados sobre como podiam ser to insensveis, explicavam que esses animais eram apenas mquinasque haviam sido danificadas; como fazem as mquinas quando esto avariadas, emitiam sons horrveis. .Como descendentes que somos desses cientistas, temos a mesma sensibilidade distotcida. Ento, por quepermanecemos apticos enquanto o mundo vivente, hoje, geme de agonia por todo o planeta? Trago essaquesto tona com a sperana de que, aproximando-nos da verdade que a nossa sensibilidade moderna

    a mais distorcida de todos esses 50.000 anos de existncia do Homo sapiens -, estaremos estimulandotodo o espectro da sensitividade psquica humana. S ento daremos fim a essa nossa agresso vida. Eassim poderemos viver uma existncia exttica semelhante dos maias.A nossa dificuldade vem de um equvoco cultural que nos leva a pensar nos tomos de hidrognio, nasestrelas, e assim por diante, como "apenas fsicos", e em ns mesmos e em nossa vida psquica comotranscendentes, como algo totalmente separado do universo.A histria da criao csmica, segundo a cincia ps-moderna, oferece um ponto de partida. diferente: ouniverso como um evento nico de energia multiforme. E, portanto, a conscincia e o corpo do homem,assim como a conscincia e o corpo da coruja, so florescncias de um processo csmico numinoso.Seguindo essa orientao holstica, podemos comear a examinar como nossos pensamentos, nossosossos e nossas intuies representam tessituras da mesma dinmica fundamental sagrada.Dentro dessa perspectiva, os "sentimentos" no so fabricados na mente humana transcendente. Em vezdisso, os sentimentos so transmitidos, exatamente como o so os ftons. Na verdade, essa aexperincia mais comum. Diante de um imponente rochedo de granito uma pessoa banhada por toda

    sorte de sentimentos; esses so sentimentos que a montanha comunica ao ser humano.Considere, ento, um maia sendo iluminado pela luz do Sol. O que est acontecendo? Esse acontecimento,como qualquer outro, ao mesmo tempo psquico e fsico. Podemos falar da interao eletrodinmicaquntica entre os ftons do Sol e os eltrons do homem, ou podemos falar dos sentimentos e dasintuies experimentadas "interiormente". A totalidade do acontecimento exige que ambos os plos sejamaceitos conjuntamente. O Sol tanto aquece a pele quanto inflama a mente; o Sol tanto reparte o seu calor

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    quanto expressa seus sentimentos interiores; o Sol tanto transmite sua energia termonuc1ear quantoprojeta suas idias e necessidades.

    difcil parar de refletir sobre as idias fascinantes encontradas no livro do dr. Argelles. Mergulhe nelas eveja voc mesmo. E que possa retornar com uma fora renovada para promover a sade e a criao daComunidade da Terra!Brian SwimmeInstitute in Culture and Creation SpiritualityHoly Names College, Oak1and. .

    INTRODUO: O MISTRIO DOS MAlAS:INTRODUO: O MISTRIO DOS MAlAS:INTRODUO: O MISTRIO DOS MAlAS:INTRODUO: O MISTRIO DOS MAlAS:A CINCIA TRANSCENDIDAA CINCIA TRANSCENDIDAA CINCIA TRANSCENDIDAA CINCIA TRANSCENDIDA

    Desde o triunfo do racionalismoe da Revoluo lndustrial do sculo XVIII, institucionalizou-se o trusmo deque a cincia moderna representa o pinculo da realizao humana. Essa crena a pedra angular doprogresso material e tecnolgico. A idia, de que possa ter havido uma cincia mais avanada do queaquela que hoje predomina, que, afinal de contas, fundamenta todos os aspectos da civilizaoindustrial, virtualmente impensvel. Porm, chegou o momento em que o racionalmente impensvelpode ser a nica soluo que nos resta para atravessarmos com segurana a ameaadora investida domilitarismo nuclear e do envenenamento ambiental que agora pe em risco a existncia deste planeta.Entrincheiradas e sempre vigilantes, as foras do materialismo cientfico guardam com muito zelo aentrada de seus dorpnios, tendo em mente um objetivo nico: manter o mito de uma superioridadetecnolgica sempre em evoluo. Assim, os OVNls, as experincias paranormais, a descoberta em 1976de fenmenos "racionalmente" inexplicveis em Marte, logo se transformam em documentos confidenciais,

    negados ao pblico. Entretanto; na manh de 28 de janeiro de 1986, quatro dias depois do triunfanteVoyager 2 ter-se aproximado de Urano com sua estonteante transmisso de informaes, o nibusespacial Challenger explodia aos olhos do pblico, que acompanhava o evento pela televiso. Naquelemomento, o mito da superioridade tecnologica sofreu um severo golpe.A dvida e a vulnerabilidade exibidas pela malograda misso da Challenger fazem as pessoas inteligentesquestionar mais do que nunca o objetivo da tecnologia e d "infalibilidade" da cincia moderna. E, atravsdessa fenda aberta no mito da superioridade tecnolgica, ventos estranhos agora sopram. Sob o luardaquilo que transcende o racionalismo cientfico, podemos formular as perguntas: e se o modo comoestamos fazendo as coisas no for o melhor ou o mais inteligente que a Terra conhece? Podem existirpessoas mais capazes, mais sbias, mais avanadas do que ns, que desprezamos em nossa presuno?Pode haver uma cincia superior nossa, praticada tanto em nosso planeta quanto em algum outro lugar?O que nos d tanta certeza de que o materialismo cientco a melhor tcnica para arrancar respostas deum cosmos que infinitamente mais vasto e misterioso do que possa conceber a mente racional? Emoutras palavras, o que o espectro da crise tecnolgica pede uma mudana de padro de natureza

    autenticamente radical. Tal mudana tem pairado no ar h muito tempo, graas pesquisa pioneira emfsica quntica, mas tem necessitado de um choque experimental para se assentar.Durante todo o sculo XX, mentes cientficas sensveis vm tentando informar-se e alertar o pblico para ocomportamento irracional do mundo que a cincia racional tenta observar. Embora a sua mensagem tenhaescapado aos comandantes e tecnocratas cujo poder de deciso regula a ordem social, os que divulgam a"nova cincia", como Fritjof Capra, Itzhak Bentov e Gary Zukov, tm se esforado admiravelmente paramostrar a semelhana entre a fsica quntica e o misticismo oriental, ao menos para uma minoria pen-sante crtica. Sem dvida, a concluso de Zukov em The Dancing Wu Li Masters (1979) toca as raias doinimaginvel ao declarar que estamos nos aproximando do fim da cincia. Contudo, mesmo ele incapazde renunciar idia do esforo inquietante e do desenvolvimento progressivo de teorias fsicas cada vezmais amplas e mais teis.O verdadeiro "fim da cincia", a to antecipada mudana radical, significa a renncia idia de umprogresso contnuo. Ou, pelo menos, uma renncia suficientemente longa para descobrir se no podemexistir cincias no-fsicas ou. no-materialistas que transcendam totalmente a noo de progresso - e

    no-progresso. claro que o mito do progresso cientfico e da superioridade tecnolgica no poderiareceber golpe maior do que a descoberta de que existiu uma cincia mais avanada antes do surgimentodo mito do progresso, praticada por um povo que, pela avaliao moderna, ainda estava na Idade daPedra. Mais especificamente, estou me referindo a um sistema de pensamento virtualmente desprezadopor todos os proponentes da "nova cincia". Esse sistema de pensamento a cincia conhecida e praticadapor um povo antigo chamado maia.O exemplo mais prximo do sistema de cincia maia conhecido dos paladinos da nova cincia o I Ching.Mesmo o I Ching, porm, no foi totalmente compreendido pelos "novos cientistas", que, ainda imersos nadoutrina do progresso, no foram capazes de v-lo como ele : o cdigo de uma cincia baseada naressonncia holonmica antes que na fsica atmica.Martin Schnberger, em The I Chingand the Genetic Code (1973), Robert Anton Wilson, em The IlluminatiPapers (1980), e o meu Earth Ascending (1984) so algumas das poucas tentativas de abordar o I Chingcomo o exemplo de um sistema que mais abrangente do que a cincia atual. Como diz Schnberger, o IChing representa , uma frmula do mundo com a envergadura de uma ordem da realidade. . . a resposta

    busca de Heisenberg de formas bsicas annimas e de simetrias polares de natureza uniforme.Como sistema ordenador do mundo que o I Ching, o sistema cientfico dos maias de ressonnciaholonmica; tanto do futuro como do passado. Na verdade, de urna perspectiva de cincia maia, ostermos futuro e passado so de pouco valor corno medidas de superioridade ou progresso. Para os maias,se o tempo existe, ele como um circuito de onde tanto o futuro quanto o passado fluem igualmente,encontrando-se e unindo-se no presente. A cincia maia, bem como o I Ching, podem ser considerados

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    tanto pr como ps-cientficos.Por que razo, ento, neste momento de crise tecnolgica e de mudana de padres, os maias invadem anossa conscincia? Quem foram ou quem so os maias? De onde eles vieram? Quais foram as suasrealizaes? Por que fizeram aquilo que fizeram? Por que abandonaram sua civilizao em pleno apogeu?Para onde eles foram, e por qu?Enquanto filosofias e prticas orientais - a ioga, a meditao, os arranjos florais, as artes marciais e assimpor diante - vo se tornando aos poucos um fenmeno, cada vez mais comum nos ltimos cinqentaanos, revolucionando nossa cultura e com impacto sobre o pensamento cientfico, os maias permanecemenigmticos e distantes.

    Porm, evocar os maias da Amrica Central evocar ao mesmo tempo urna curiosa ressonncia doOriente, da ndia. Afinal de contas, maia um termo filosfico hindu muito importante que significa

    "origem do mundo" e "mundo da iluso". A palavra maia em snscrito est ainda relacionada com conceitoscomo "grande", "medida", "magia" e "me". No causa surpresa o fato de Maya ser o nome da me do Buda.E no clssico vdico, Mahabharata, lemos que Maya era o nome de um notvel astrlogo-astrnomo,mago e arquiteto, alm de ser tambm o nome de urna grande tribo de navegadores.No s na ndia antiga, terra da metafsica e da aventura espiritual, que encontramos o nome Maya, mastambm mais para o ocidente. O nome do tesoureiro do famoso menino-rei do Egito, Tutancamon, eraMaya, enquanto na filosofia egpcia encontramos o termo mayet, que significa ordem universal do mundo.Na mitologia grega, entre as sete Pliades, filhas de Atlas e Pleione, e irms de Hades, h uma que sechama Maia, tambm conhecida como a estrela mais brilhante da constelao das Pliades. E, finalmente,sabemos que o nosso ms de maio deriva do nome da deusa romana, Maia, "a grande", deusa daprimavera, filha de Fauno e esposa de Vulcano.Retomando aos maias da Amrica Central, sabemos que seu nome vem da palavra Mayab, termo quedescreve a pennsula de Yucatn, rea principal da base biorregional dos maias. Mas permanece aquesto: quem foram os maias? Por que o nome associado a essa civilizao da Amrica Central aparece

    em muitas partes do mundo? apenas uma coincidncia? De onde vieram os maias?O dogma antropolgico corrente diz que os maias faziam parte de um grande grupo de amerndios quecruzou o estreito de Bering durante a ltima Era Glacial, h cerca de 12.000 anos, e Que finalmenteestabeleceu-se no que agora a Amrica Central. Lendo os textos maias tardios, como o Papal Vuh, TheBook of Chilam Balam e The Annals of the Cakchiquels, temos a clara impresso de que, realmente, osmaias vieram de longe: "do outro lado do mar, viemos para o lugar chamado Tulan, onde fomos geradospor nossas mes' e por nossos pais. . ." (Cakchiquels). Para no se pensar que o tema simples, lemos emoutra parte, no mesmo texto, um tanto truncado, que havia quatro Tulans:"De quatro (regies) as pessoas vieram para Tulan. Ao leste h uma Tulan; outra, em Xibalbay (o mundosubterrneo); outra, no oeste, de onde viemos; e mais outra onde est Deus (acima, cu). Portanto, haviaquatro Tulans."Ao examinar a passagem anterior. vemos que o lugar de origem ou o processo de origem descrito pelosmaias nesse texto posterior de natureza mandlica: celestial e csmica. Os quatro Tulans representam ocaminho solar, o leste e o oeste, bem como o mundo superior e o mundo inferior. Alm disso, uma leitura

    da histria maia e mexicana em geral mostra que Tulan (ou Tollan) um cdigo arquetpico, alm de serum lugar real. E se Tulan descreve no necessariamente um lugar geogrfico mas um processo de vir aser, um ponto de entrada para um outro mundo? Nesse caso, as reminiscncias maias sobre sua origemlembram os hopis, que descrevem passagens de diferentes mundos, dos quais o atual o quarto. Mas oque so esses mundos? Descrevem eles antigos estgios de vida neste planeta? Ou descrevem passagenscsmicas que simultaneamente correm aqui e/ou em outro lugar?Deixando de lado por enquanto a questo das origens, pisamos num solo mais firme quandocontemplamos as realizaes dos maias. inquestionvel que os maias representam uma das grandesflorescncias da civilizao do planeta Terra. Espalhados pelas florestas do Yucatn e nas terrasmontanhosas da atual Guatemala existe um nmero extraordinrio de cidades antigas e de templos.Elevadas pirmides escalonadas, praas minuciosamente planejadas e centros cerimoniais so ricamenteadornados com pedras esculpidas cobertas de inscries hieroglficas.

    Vrias coisas nos impressionam nas majestosas runas maias, principalmente seu isolamento. Mesmocom relao civilizao mexicana, intimamente ligada a ela, o estilo artstico maia singular. Isoladosnas selvas da Amrica Central, os maias mostram-se to arredios quanto distantes. Porm, ao

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    considerarmos suas pirmides sobressaindo-se entre as rvores da floresta, bem como seus intrincadoshierglifos, tambm ficamos impressionados quanto poca em que os maias apareceram na histria.Quase trs mil anos depois do auge das construes das pirmides no Egito, cuja civilizao pode ser

    justificadamente comparada dos maias, estes surgem em Cena.Ainda mais dramtico do que o surgimento relativamente tardio da civilizao maia o seu repentinoabandono. Por volta de 830 d.C., depois de uns 500 a 600 anos de intensa atividade, os principais centrosforam abandonados ao tempo e floresta. De todos os enigmas apresentados pelos maias, esse pareceser o maior. Embora tenham sido feitos alguns esforos para se provar que a causa do abandono dosgrandes centros foi uma revoluo interna, a seca ou a pestilncia, no h prova convincente paraqualquer dessas teorias. Permanece ainda a possibilidade, por mais assombrosa que ela possa ser aonosso modo de pensar, de os maias terem abandonado conscientemente a sua civilizao em pleno auge.

    Nesse caso, preciso perguntar: por qu?Intimamente relacionado com o mistrio do abandono dos principais centros por volta de 830 d.C. est oenigma no apenas do significado dos hierglifos, mas das datas matemticas, astronmicas e doscalendrios deixados pelos maias. Se eles simplesmente tivessem abandonado sua arquitetura e sua arte,sua civilizao ainda assim seria comparvel s mais avanadas que a humanidade conheceu: os egpciose os gregos, a dinastia Gupta, da ndia, os templos de Java, a dinastia T'ang, da China, e a clssicadinastia Heian, do Japo. Entretanto, so as suas realizaes cientficas que se destacam tanto quanto, seno mais, a grandeza harmnica de sua arte, e ainda continuam a nos causar admirao.Geralmente, fala-se sobre a realizao cientfica dos maias em termos da elaborao de seus calendrios.Os maias calcularam a extenso da revoluo da Terra ao redor do Sol at trs casas decimais. Isto elesfizeram sem os nossos instrumentos de preciso. E no s isso. Eles tinham calendrios dos ciclos delunao e dos eclipses; mais ainda, eles mantinham calendrios que registravam as revolues sindicas eas sincronizaes dos ciclos de Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter e Saturno. E em alguns de seusmonumentos, encontramos registros de datas e/ou eventos que ocorreram h 400.000.000 anos, no

    passado. Tudo isso eles faziam com um sistema numrico nico e extraordinariamente simples, pormflexvel, que contava vintenas (em vez de dezenas) e utilizava somente trs smbolos notacionais. Por que,e com que finalidade?Como os calendrios maias esto relacionados com o mistrio de suas origens e com o enigma doabandono de suas cidades principais por volta de 830 d.C.? E para onde eles foram depois? Certamenteque alguns ficaram. Entretanto, h uma clara interrupo antes do reincio da civilizao maia em fins dosculo X, que como se essa ruptura tivesse sido consciente e deliberada. No apenas profunda aruptura entre o assim chamado Novo Imprio Maia e os maias pr-830 d.C., mas na poca em que osespanhis chegaram, foi como se toda a compreenso do passado tivesse sido esquecida. E, contudo, ocalendrio permaneceu. Uma pista - para quem?Os arquelogos, claro, vem o sistema de calendrios to somente como um meio de se registrar otempo. Mas a pergunta por que tanto tempo era empregado no registro do tempo? - fica sem resposta.Surge a suspeita de que o calendrio mais do que um calendrio. Ser esse sistema numrico toapurado tambm um meio de registrar calibraes harmnicas que se relacionam no apenas com

    posies espao-temporais, mas com qualidades ressonantes do ser e da experincia, cuja natureza nossapredisposio materialista impede de ver?No h dvida de que na literatura sobre os maias e sobre suas realizaes intelectuais acuradas poucosso os autores que abordam o assunto de alguma outra- forma que no seja aquela em que a civilizaomaia vista como coisa do passado, como menos avanada do que a nossa. A concepo progressista deque os maias representavam um dentre vrios fluxos de civilizao que lutavam contra tais adversidadesambientais, para atingir nosso nvel de materialismo e de cincia, a viso que Inspira quase tudo o quese disse acerca dos maias. E, por essa razo, muita coisa pode estar completamente errada.Depois de muitos anos de estudo e de reflexo sobre o mistrio dos maias, cheguei inevitvel conclusode que esse povo no pode ser compreendido com os padres que temos usado para medi-los e julg-los.Tendo j h muito tempo a intuio de que o objetivo da vida para os maias podia ser bem diferente doque a nossa imaginao materialista supe, recentemente cheguei concluso de que no apenas osmaias - ao menos os maias cuja civilizao sofreu uma interrupo abrupta em seu auge em 830 d.C.eram mais capazes do que ns, mas tambm sua cincia era bem mais avanada do que a nossa. Quanto

    a isso, pouco importa que eles no utilizassem ferramentas de metal ou dispositivos que lhes poupassemesforos, como a roda (eles tambm no tinham animais de carga).Pelo fato de terem realizado tanto com to pouco, os maias tm algo de muito importante para nos ensinarneste momento de crise tecnologica. e de mudana de padres. N _ verdade, os maias I podem at possuirno s o "novo" padro, mas tambm o conhecimento cientfico atravs do qual esse paradigma pode seraplicado",Sendo assim, talvez no seja por acaso que os maias foram a ltima civilizao antiga a florescer nesteplaneta. Nem talvez seja casual o fato de os maias representarem a ltima tradio antiga a ser examinadae compreendida "luz" do ,pensamento moderno. De fato, pode ser que tenha chegado a hora para um"redescobrimento" dos maias.Considerando tudo isso, estou inclinado a sentir a presena espiritual dos maias. Sbios misteriososdaquilo que chamamos mestres da sincronizao, sua presena insinuante. E claro, o tempo ,o mesmo.Tudo est mapeado, planejado, projetado Foram deixados copiosos indcios.O que preciso estrutura mental adequada para examinar essas pistas. O colapso da estrutura \ mental

    atual poder permitir a leitura dessas pistas e suas conseqentes concluses - concluses que podem decerta forma desviar o planeta do curso da extino para o caminho da transformao.Ao preparar a apresentao deste texto, duas coisas me orientaram: o estudo de um fenmeno que passeia entender como um cdigo-mestre galctico e a intuio de que necessria uma ruptura dramtica como atual modelo cientfico se quisermos no apenas sobreviver, mas operar uma transformao na direomais positiva e benfica possvel. H tanto tempo desprezadq, o Fator Maia deve agora ser examinado.

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    A idia de escrever este livro me ocorreu muito repentinamente. Porm, depois de refletir, percebi quevinha trabalhando com esse material por mais de trinta anos. Nesta fase da minha vida e da vida doplaneta; preciso mostrar a verdade de forma clara, coerente e honesta. Muitos so os caminhos quelevam verdade. Inspirao, intuio direta, experincia e revelao so complementadas pelo estudo,pela pesquisa, pela experimentao e pela anlise. Todos esses elementos tm sido utilizados notratamento e na apresentao do Fator Maia. Entretanto, mais do que qualquer outra coisa, sinto que meu dever apresentar da forma mais simples e direta possvel o Cdigo Maia e o Mdulo Harmnico.Mais do que um calendrio, o Mdulo Harmnico Maia agora apresentado evoca a imagem do Hexagrama49 do I Ching:

    Revoluo (Mudana):Fogo no lagoA imagem da REVOLUOAssim o homem superior organiza o calendrio.E toma evidente. as estaes.

    com o interesse de organizar o calendrio - o calendrio como oconheciam os viajantes csmicos maias - e tornar evidente que estamosenvolvidos em perodos ou estaes galcticas que este livro apresentado. Na posse de tal conhecimento, poderemos nos adaptar Terra e deixar de lado nossa presuno infantil e perigosa com relao aomito do progresso e da superioridade tecnolgica. Nisso reside a

    importncia de O Fator Maia: um caminho alm da tecnologia.

    A GRANDE RODA, A MANDALA DE PACAL VOTAN

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    PEDRA CALENDRIO DOS ASTECAS - SCULO XV D.C.MEUS 33 ANOS DE BUSCAMEUS 33 ANOS DE BUSCAMEUS 33 ANOS DE BUSCAMEUS 33 ANOS DE BUSCA

    Embora neste livro eu escreva sobre coisas que parecem culturalmente remotas ou transcendentalmentecsmicas, seria um erro pensar que os maias so inacessveis. Conforme tenho visto durante toda a minhavida, a experincia maia, com sua riqueza de conhecimentos artsticos e cientficos, no to estranha oudiferente quanto persistentemente familiar, como nas numerosas coincidncias da palavra maia e seuscognatos espalhados por todo o mundo civilizado. Ao mesmo tempo, porm, a experincia maia, ou oFator Maia como eu o tenho chamado, ampla, inquestionavelmente ampla, e contm implicaes que seestendem muito alm dos domnios de nossa imaginao.

    Tenho 47 anos, e foram precisos 33 anos para que eu percebesse que, mesmo com toda a sua amplido,o Fator Maia nos simptico, acessvel, comunicvel. A fim de que outros tambm possam entrar nessemundo gostaria de contar rapidamente como foi a minha aproximao. Comeando bem do incio, eu fuiconcebido no Mxico e, embora tenha nascido nos Estados Unidos, passei meus primeiros cinco anosnesse pais. O fato de o apartamento de meus pais localizar-se no nmero 100 da rua Tula, na Cidade doMxico, impressionou-me mais tarde pela curiosa sincronicidade, j que o nome Tula a forma tolteca deTulan ou TolIan, o centro de origem dos maias.Foi em 1953, ano da descoberta do cdigo gentico e dos cintures de radiao Van Allen, o campomagntico da Terra, que ocorreu o meu primeiro contato com os maias. Naquele vero meu pai havialevado meus dois irmos gmeos e eu para o Mxico. Era a oportunidade perfeita para um garoto dequatorze anos. Eu no tinha estado no Mxico desde o dia em que o deixei, aos cinco anos, mas a Cidadedo Mxico ainda representava minhas reminiscncias infantis de uma capital colonial. Embora nochegssemos alm de Cuernavaca, no Museu Nacional de Antropologia fui estimulado por uma forteimpresso que me despertou profundos e remotos sentimentos. Mas o museu, com seu fantstico acervo

    de artefatos, incluindo a grande Pedra Calendrio dos Astecas, no era nada comparado com a experinciada grande cidade pirmide de Teotihuacan, "Lugar Onde os Deuses Tocaram a Terra".Enquanto galgava a Pirmide do Sol e olhava em direo das montanhas, malhadas pelas nuvens e pelocu ainda azul daqueles tempos, um sentimento profundo brotou em mim, uma nsia de conhecer. Eusabia que no se tratava apenas de um conhecimento sobre as coisas, mas um conhecimento que vem dedentro das coisas, que eu desejava com tanto ardor. Quando desci os degraus da pirmide, espantado emaravilhado com a grandiosidade da cidade de Teotihuacan, fiz um juramento a mim mesmo: seja o quefor que tenha acontecido aqui, eu vou saber - no apenas como um estrangeiro ou como um arquelogo,mas como um verdadeiro conhecedor, um vidente.

    Deve ter sido naquele outono, em 1953, quando trabalhava na biblioteca pblica de Rochester,Minnesota, que se estabeleceu o elo seguinte. Eu estava arquivando alguns livros, tarefa que apreciavabastante' pela oportunidade que tinha de me deparar com idias novas e diferentes. E de todos os livrosque estimulavam e arrastavam a minha mente para alm de si prpria, havia dois em particular: TertiumOrganum, de P.D. Ouspensky, e The Ancient Maya, de Sylvanus Griswold Morley.

    Com relao ao primeiro volume: por que as "estonteantes" descries das possibilidades de existncia deinfinitos mundos paralelos eram suficientes para deixar minha imaginao numa condio de serenatranscendncia - ou tratar-se-ia de urna recordao? Realmente, eu no sabia discernir. Por alguma razo,o livro de Morley sobre os maias causava o mesmo efeito. Ou antes, enquanto expandia minhacompreenso de uma experincia cultural de elevadas dimenses, o livro de Morley me dava um roteirodas probabilidades terrenas de fundamentar as experincias csmicas que Ouspensky descrevia no

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    Tertium Organum.Seja corno for, o livro de Morley deixou em mim urna impresso indelvel. As fotografias dos maias atuais,as curiosas descries antropolgicas dos maias em relao a outros membros da raa monglica, osdiagramas dos templos antigos e as reprodues das esculturas em pedra, de extraordinria delicadeza,harmonia e mistrio, tudo isso me fascinava. Mas nada me fascinava mais do que o sistema numrico ematemtico dos maias. Rapidamente eu o aprendi: um . = 1 ponto igual a um ou a uma unidade de ummltiplo de vinte; uma barra, cinco ou um mltiplo de cinco vezes vinte; e um glifo de uma concha, zeroou a plenitude. Era to extraordinariamente simples - e aerodinmico. E depois havia os nomes dasdiferentes posies-valores: kin, os um; vinal, os 20; tun, os 400; katun, os 8.000; e baktun, os 160.000.

    Durante longas horas eu me maravilhava com a maestria que o sistema representava - e o mistriosobre quais teriam sido os seus propsitos. Evidentemente, Morley nlTo sabia. Conquanto valorizasse

    bastante os remanescentes maias, como quase todos os arquelogos (e isso eu iria descobrir mais tarde),julgava os maias por padres de tecnologia material. Morley os considerava como estando na Idade daPedra. Nada de metalurgia, nada de rodas. E, contudo, na avaliao de Morley, e muito para seu espanto,sem esses instrumentos materiais eles ainda conseguiram criar uma cincia e uma arquitetura de umabeleza harmnica igual das grandes civilizaes do Velho Mundo. Para Morley, que escreveu em 1947,os maias permaneciam uma "exceo refratria. . . Poucas culturas, se que, existe alguma, com aspectosprimitivos comparveis... concentraram-se em realizaes intelectuais de tal extenso".Minha insatisfao com as limitaes de Morley era gerada pela minha prpria falta de experincia econhecimento, necessrios para se encontrar a verdadeira razo para esse desconforto. Por mais que eumergulhasse nos conhecimentos matemticos, astronmicos, e sobre os calendrios, tal como tinhamsido decifrados por pessoas como Morley e seus colegas, havia um vu alm do qual minha experinciano podia penetrar. Aqui eu me retraia em devaneios e fantasias. E uma fantasia sempre voltava: umaviagem para as clidas florestas da Mesoamrica onde, atravs de uma experincia catrtica etransfigurativa, eu surgiria, no como at ento eu tinha sido, mas como portador de um conhecimento,

    um vidente. Esse devaneio, que persistia, estimulou-me em minha busca dos maias.Durante os meus anos de faculdade, e especialmente os de graduao, os maias foram um passatempo.Embora eu estudasse histria da arte no nvel de graduao, a Universidade de Chicago no ofereciacursos de arte pr-colombiana. Todavia, aproveitei todos os recursos da biblioteca da universidade, almdaqueles do Instituto de Arte de Chicago e do Museu de Campo. Fazendo uso das habilidades queadquiria e da disciplina que eu estava aprendendo no estudo formal de histria da arte, fiz rpidosprogressos em meu prprio estudo dos maias e da arte pr-colombiana em geral. Em quase todos osaspectos, era um bom curso. Eu estava livre para mergulhar naquela que era realmente a minha reafavorita da histria da arte.Entretanto, enquanto eu lia, estudava, refletia e observava, tornava-se evidente que alguma coisa estavaerrada. Parecia que ningum estava captando o problema. Os arquelogos todos tratavam a civilizaomaia como se ela fosse uma feliz aberrao enigmtica da Idade da Pedra. Comecei a suspeitar que osarquelogos estudavam os maias justamente porque sua mente presunosa e seu posicionamento nuncaos entenderia, atribuindo aos maias a responsabilidade do seu fracasso!

    Alm de Morley, talvez o mais proeminente autor e intrprete dos maias um homem chamado J.E.S.Thompson. Compilador admirvel de dois monumentais volumes, Maya Hieroglyphic Writing e A Catalogof Mayan Hieroglyphs, alm de textos mais gerais como The Rtseand Fali of Mayan Civilization,Thompson, mais do que qualquer outro, escreveu sobre os maias como se eles fossem sbios idiotas, mashbeis, sabe l Deus por que razo, em clculos astronmicos abstrusos ao ponto de tal habilidade seconstituir numa obsesso demonaca, mas sem nenhuma finalidade racional! Mais ainda do que Morley,Thompson julgava os maias pelo escalo do Renascimento europeu, por sua civilizao e por seus valores.As discusses de Thompson sobre a arte dos maias deixa transparecer uma impacincia flexvel at certoponto. Por no compreenderem o significado da cultura maia, muitos arquelogos como Thompsongeralmente atribuem a ela o pior, projetando a si mesmos, com seus hbitos modernos, sobre um sistemade vida aliengena e fatalista. Assim, ao se confrontar com o que certamente o aspecto mais enigmticoda civilizao maia - seu sbito declnio no sculo IX - Thompson prefere ver nisso uma revolta dosescravos contra governantes despticos. Todavia, " difcil acreditar que uma civilizao to solidamenteestabelecida pudesse ser vencida de modo to repentino. Se insatisfaes vinham se acumulando

    lentamente durante os sculos, no deixaram qualquer indcio que pudesse identific-las."Enquanto toda essa confuso se instaurava em minha cabea, preparei-me, no vero de 1964, para umaoutra viagem minha ao Mxico. A fascinao romntica pelo lugar atingiu seu ponto mximo. A viagem decarro, como eu a tinha feito com meu pai h dez anos atrs, proporcionou bastante tempo para admirar aspaisagens interminveis de montanhas e de cu. Para mim, a terra era mstica, viva, possuidora degrandes segredos. Minha abertura para o mistrio daquela terra foi complementada pela descoberta deoutros pontos de vista diferentes dos dos arquelogos materialistas. O principal foi o da escritora LauretteSejourn.Eu j estava familiarizado com o seu livro, Burning Water: Thought and Religion in Ancient Mexico, ondese pode respirar novos ares, em contraste com os textos dos arquelogos, pois Sejourn levava a srio asaptides mentais e espirituais dos povos antigos. Na Cidade do Mxico entrei em contato com o seuestudo, The Universe of Quetzalcoatl. Na introduo desse livro, o eminente historiador da religio, MirceaEliade, escrevendo sobre a abordagem de Sejourn, disse que, para ela, a cultura forma uma unidadeorgnica. . . e, portanto, deve ser estudada a partir do seu ncleo e no de seus aspectos perifricos".

    Havia ressonncia entre essa perspectiva e as minhas impresses pessoais. Comecei a perceber que a -dificuldade em estabelecer parmetros relativos aos maias e aos povos mexicanos antigos era umproblema da nossa prpria civilizao. Seja l o que for que eu tenha comeado a sentir em 1953, agoraestava se aprofundando. Alm de Teotihuacan, eu visitava os antigos stios mexicanos de Tula e

    Xochicalco. Munido de algum conhecimento, minha intuio penetrou fundo naquelas pedras silenciosas.Foi particularmente em Xochicalco que os sentimentos de premonio - ou recordao - agregaram-se com

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    intensidade perturbadora. Xochicalco fica bem no alto, nas montanhas remotas do estado de Guerrero.A sua arquitetura harmnica, simples, dominada por uma presena singular: Quetzalcoatl, a SerpenteEmplumadao Datando dos sculos nove e dez doC., Xochicalco, "Lugar da Casa das Flores", representauma fuso entre o estilo de Teotihuacan, nas montanhas mexicanas, e aquele do perodo clssico dosmaias. Sem dvida, foi em Xochicalco que as elites maias e de Teotihuacan refugiaram-se e reuniram-sedepois do declnio "abrupto" do perodo clssico. E foi l que nasceu o Quetzalcoatl "histrico", em 947 d.C.Para mim, aumentava o mistrio; e, ao mesmo tempo, comeava uma etapa de descobertas.O mistrio era o de Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, que os maias chamavam de Kukulkan, "LugarOnde Mora a Serpente". A obra de Sejourn sobre Quetzalcoatl deixava claro que no se tratava de umdeus apenas, mas um deus mltiplo; no um homem apenas, mas muitos homens; no s uma religio,mas um complexo mtico, uma estrutura mental. E tambm ficava evidente que essa constelao de

    feies, essa presena mltipla, animava cada aspecto das antigas civilizaes mexicana e maia. Noapenas as artes, mas a astronomia e o calendrio foram influenciados por Quetzalcoatl, que estavafortemente associado com a estrela da manh e da tarde, o planeta VnusoAssociaes celestes, astronmicas, bem como seu papel como figura religiosa da estatura de um Moissou de um Cristo, deram evidncias profticas a Quetzalcoatl. Assim, no sculo X 1 Reed, Quetzalcoatl,suposto fundador da cidade de Tula e revitalizador de Chichn Itz, em Yucatn, tendo profetizado suavolta no dia 1 Reed, no ano 1 Reed, foi confirmado pela chegada de Corts naquele mesmo dia, umaSexta-feira Santa no calendrio cristo, ano de 1.519 d.C.

    A SERPENTE EMPLUMADA, QUETZA LCOATL, XOCHICALCO, SCULO X D.C.

    Esse fato por si s parece ter sido suficiente para debilitar o j perturbado Montezuma II, imperador domalfadado imprio asteca.Embora poucos em nossa cultura tenham ouvido falar de Quetzalcoatl. exceto os que conhecem oromance de D.H. Lawrence, The Plumed Serpent, os fatos profticos ocorridos deram-me a convico deQue Quetzalcoatl no foi apenas um caso local. Antes, vi nele uma forma imanente e invisvel que sustentae transcende a trama mtica da mecanizao. Fortalecido com essa intuio, mais uma vez voltei doMxico com um sentimento de misso pessoal.Quando conclu meus "estudos de. graduao em histria da arte, em 1965, eu tinha chegado a umaposio intuitivamente mais refletida a respeito dos maias e das civilizaes de Anahuac, "Lugar Entre asguas", o nome original dado ao Mxico e Amrica Central. Os arquelogos podiam desenterrar pedras ecatalogar datas, atribuir nomes como "deus D" ou "objeto ritual", mas isso no dizia nada sobre a dinmica

    das civilizaes antigas. Para mim, era bvio que uma estrutura mental intuitiva devia ser desenvolvidaalm da necessidade de se penetrar nos estados mentais que produziram os artefatos. E ademais, osartefatos no passavam de resduo. A realidade estava na condio mental-emocional presente 'Dosartefatos.Alm disso, se estados msticos e transcendentes de conscincia eram estimulados por meio de prticas eatos de contemplao eXecutados pelos seguidores, de Quetzalcoatl-Kukulkan, o que me impedia, ento, ea outras pessoas, ,de atingir esse estado mental? R.M Bucke, William James e Aldous Huxley j notinham apresentado argumentos convincentes o bastante acerca da unidade dos estados msticos deconscincia em todas as pocas e lugares? E o objetivo das prticas msticas no era levar a pessoa a umestado de unidade? Segundo Sejourn, a religio 'de Quetzalcoatl, como pano de fundo de toda civilizaomexicana, era essencialmente um processo, que conduzia unificao mstica. Examinando os artefatosmais harmnicos dessas civilizaes antigas, eu no tinha nenhuma dvida de que alguma coisa assimocorrera.No final do ano de 1966, iniciei uma experincia motivado tanto por essas reflexes quanto pela convico

    de que se a arte havia proporcionado a vazo mais criativa para as experincias msticas, talvez atravsdela se pudesse penetrar na estrutura mental que criou as civilizaes dos maias e de Teotihuaan. evidente que entre as minhas inspiraes no ciclo de pintura, ao qual me dedicava, estavam os murais deTeotihuacan, a cermica: e os trabalhos hieroglificos dos maias. O brilho da cor, a capacidade detransmitir informao atravs de estruturas simblicas condensadas, o desenho geral que reunia muitosaspectos e formas em um nico discurso geomtrico, embora ondulante e vibrante, eram aspeotos da artemaia-mexicana que me inspiravam.

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    O resultado dessa experincia foi uma srie de grandes painis de posio livre, que Humphry Osmond, oinventor da palavra "psicodlico", chamou, quando viu em 1968, de "Portas da Percepo". Para mim, omais significativo foi o prprio processo de elaborao dessas pinturas, pois, de fato, elas tinham me dadoa oportunidade de entrar nos lugares onde pude conversar com Tlacuilo, o velho pintor, o formador dosarqutipos. Meu corao se abriu e meu ser foi inundado de recordaes. No posso dizer se eramrecordaes de vidas passadas ou no, mas eram reminiscncias coletivas do fluxo mental dos antigos. Oconhecimento comeou a vir de dentro de mim.

    O bom pintor sbio, deus est no seu corao.Ele conversa com o seu prprio corao.Ele pe a divindade em todas as coisas.

    Provrbio Nahuatl

    Enquanto a Viso dos antigos pintores mexicanos e maias me guiava durante a pintura dessas Portas daPercepo, foi o estudo do I Ching que me proporcionou a percepo da estrutura primria da mudana,que era ta; tambm a estrutura primria de cada um dos oito painis. Os painis estavam divididos emtrs partes. Enquanto os teros superior e inferior eram estruturalmente espelhos um do outro, a partecentral representava a zona de mudana ou transformao. Essa estrutura de transformao tambmapresentava uma simetria bilateral completa. Muitos anos depois, descobri que a estrutura bsica dessasPortas da Percepo eram as mesmas da Configurao Trplice Binria, a imagem-chave incrustada naMatriz do Calendrio Sagrado dos maias, o cdigo-chave do meu livro Earth Ascending.Como estivesse seguindo um caminho visionrio quando fiz outra visita ao Mxico, em 1968, tambmestava melhor preparado para aquilo que iria ver. Alm da visita ao novo Museu de Antropologia, o pontoalto dessa aventura foi a viagem para Monte Alban, a cidadela zapoteca, ou do povo das nuvens,localizada nas montanhas de Oaxaca. Datando de pelo menos 600 a.C., Monte Alban representa uma

    fuso das influncias maias e mexicanas em seu singular estilo cultural. L se encontram as esculturasdos Danzantes, os danarinos sacerdotes-xams extticos com cabea de animal, cujo interior do corpoest assinalado com hierglifos. Porm, ao lado deles, encontramos marcaes notacionais do sistemamatemtico maia, sinais do Calendrio Sagrado. Aqui, tambm, na, grande praa do centro cerimonial,est o Observatrio, peculiarmente disposto de forma oblqua. Ponderando sobre a identidade dosdanarinos e sobre o significado dos sinais constantes no calendrio, recebi sugestes de presenas -seres estalares, guardies. Quem eram eles?No longe de Monte Alban, na pequena cidade de Teotitlan del Valle, ainda so celebradas antigascerimnias, e ainda se tecem tapearias de um sofisticado refinamento geomtrico e simblico. Oproprietrio de

    uma pequena loja, que falava ingls (seu irmo, o tecelo, s falava zapoteca), me surpreendeu. Seurecurso era puxar dois tecidos de vermelho e preto, o outro azul e laranja. O desenho desses tecidos eranotvel, pois consistia numa nica linha que se espiralava e se projetava de maneira tal que, dividindo otapete em duas partes iguais, tambm criava a imagem de uma mandala. Como eu olhasse admirado, oproprietrio piscou para mim e disse, "Veja, os antigos mexicanos tambm conheciam o Yin e o Yang." Porcausa da cintilao das cores complementares, azul e laranja, comprei aquela pea, e, tomando umacerveja cerimonial com o proprietrio, senti que tinha passado por uma outra interseco de faixastemporais.

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    Contudo, era1968, umapoca deinquietao eviolncia portoda parte.

    Quandosaamos daCidade do

    Mxico,ouvimos as

    notcias dordio sobre ostumultos de

    Tlaltelolco,onde cerca de

    400estudantes

    foram mortos.Meus

    pensamentosvoltavam-se

    cada vezmais, noapenas para

    as injustiasno mundo,mas paraaquela visodistorcida que

    predominavaem toda partea respeito do

    TerceiroMundo. Essa

    preocupaocomeou a

    inspirarminhas aulas

    de histria daarte, e emDavis, onde

    eu lecionava na Universidade da Califrnia, participei dos esforos iniciais para criar uma faculdade Ame-ricana Nativa - a Universidade Deganawida-Quetza1coatl.Foi atravs desses esforos que conheci dois americanos nativos renegados, Tony Shearer e Sun Bear.Tony estava muito envolvido com as profecias de Quetza1coatl e com o Calendrio Sagrado, sobre osquais ele escreveu em seu livro Lard af the Dawn. Um livro seu anterior, Beneath the Maan and Under theSun, descreve o Calendrio Sagrado e contm a imagem que eu chamo de Configurao Trplice Binria, odesenho mgico de 52 unidades dentro da matriz de 260 unidades do Calendrio Sagrado. Foi atravs dainspirao de Tony que vim a interessar-me mais tarde pelos estudos do Calendrio Sagrado, ou Tzolkin,como tem sido chamado. Foi tambm Tony que me falou sobre a importncia da data de 1987 relativa sprofecias referentes volta de Quetzalcoatl.Os esforos de Sun Bear para fundar a Tribo do Urso e o seu claro apelo para o retorno terra e ao modo

    de vida tradicional muito mc inspiraram naquela poca, a ponto de eu me envolver na organizao doPrimeiiro Festival da Terra, em Davis. Aquele foi o Dia da Terra, 1970, o lanamunto do movimentoecolgico. Essas atividades e interesses persistiram enquanto eu lecionava no Evergreen State College. Foil, no inverno de 1972, que eu tambm encontrei o tradicional porta-voz dos hopis, Thomas Banyaca, quecompartilhava das profecias desse povo. Sempre lembrarei de Thomas dizendo que "somente aquelesespiritualmente fortes sobrevivero passagem no Quarto Mundo e a vinda do Quinto". Entendi queaquele. momento estava intimamente relacionado com a data de 1987, que Tony havia me revelado.Os estudos sobre o pensamento maia e sobre os antigos mexica nos exerceram grande influncia naelaborao do meu livro, The Transformative Vision (1975). Essencialmente uma crtica da civiizaoocidental, empregando a metfora dos hemisfrios direito e esquerdo do crebro, utilizei o "Grande Ciclo"maia de 5.125 anos, que comeou em 3113 a.C e termina em 2012 d.e., juntamente com o conceito hindudas quatro idades ou Yugas e o conceito de Yeats dos cones e matizes, como estrutura para pr emperspectiva a moderna "tirania do hemisfrio esquerdo". Todavia, a nica anlise da "Transformative Vision"que apareceu em um jornal de arte desprezava os meus esforos, pois eu tivera a audcia de avaliar o

    Renascimento e a moderna civilizao ocidental a partir de perspectivas cosmolgicas to "alienigenas"como a hindu e a maia.

    HUNAB KUHUNAB KUHUNAB KUHUNAB KU

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    No vero de 1974, enquanto dava aulas sobre arte mexicana nativa e pr-colombiana, no Instituto Naropa,conch uma grande verso do Calendrio Sagrado, utilizando o sistema de notao' maia. Uma outraverso desse calendrio aparece como Mapa 9, em Earth Ascending. 0 que me impressionou nessa versofoi o efeito rtmico das vinte repeties das notaes, de um at treze. Esta foi a primeira indicao quetive de que o Calendrio podia ser mais do que aquilo. Seria algum tipo de cdigo?

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    Durante esse tempo, nos meados dos anos 70, quario vivia em Berkeley, participei de um efmero projetoeducacional chamado Fundao Shambhal-Tollan. Enquanto Shambhala referia-se ao mstico reino dasia Central, to fundamental para os ensinamentos e conhecimentos profticos do Budismo Tibetano,Tollan (Tula) representava a cidade mtica e fonte da sabedoria dos maias e dos antigos mexicanos.

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    Segundo minha intuio, existia alguma conexo; conquanto obscura, entre esses dois domnioslegendrios, ,uma conexo no tanto no plano terreno, mas no corpo etrico do planeta. Houve, em algumtempo remoto, uma congruncia e uma sincronizao de tradies profticas entre a gente de Shambhalae a de Tollan? A volta dos "guerreiros, de Sham bhala" e o retorno de Quetzalcoatl estariam de algumaforma relacionados?Enquanto a viso da Fundao Shambhala-Tollan ultrapassava minha capacidade de implementar algo deprtico com ela, encontrei nos ensinamentos do Budismo Tibetano uma base importante para a minhamente. Dedicando-me intensamente a prticas de meditao tornada acessvel por meio do meu instrutor,ChgyamTrungpa Rinpoche, descobri na doutrina Vajrayana um vasto contexto para dar prosseguimentos minhas investigaes sobre os maias. Em particular, os ensinamentos sobre a mente-nica pareciammuito teis para consideraes ulteriores a respeito do calendrio maia, suas origens e especialmente sua

    base filosfica ou cientfica. D mesmo modo que nas cosmologias budistas (e hindu), os maiasdescrevem um universo de ciclos infinitos de tempo e de ser. Antes, os maias so mais precisos noscmputos desses ciclos.' Em todo caso, a contemplao de ciclos de grande alcance e que tudo encerramleva inevitavelmente a considerarmos o fato de que no estamos ss, de que existe uma infinidade deoutros mundos, mais evoludos do que o nosso prprio sistema. E se quisermos alcanar um grau maiorde conhecimento e de comunicao, de que outra forma poderia ser seno por meio do desenvolvimentoda mente, atravs do esclarecimento e da expanso da conscincia?Ainda nos meados dos anos 70, publicaram-se dois outros livros que estimularam minhas reflexescosmolgicas sobre os maias e seu calendrio, Time and Reality in the Thought of the Maya, do filsofomexicano Miguel Len-Portilla e Mexico Mystique, de Frank Waters. Embora complacente com a poticada imaginao maia, e apresentando uma comparao do pensamento maia com o taosmo chins, oestudo de Len-Portilla no consegue penetrar na cincia real que est por trs do calendrio e da"obsesso dos maias com o tempo. Por outro lado, o estudo de Frank Waters possui a virtude deapresentar as tradies profticas dos maias e dos antigos mexicanos num contexto de certa forma

    contemporneo. Ele focaliza, especialmente, a data final do Grande Ciclo, que ele determina para 24 dedezembro de 2011 d.C., como o momento de uma grande transformao na conscincia planetria, "AFutura Sexta Era da Conscincia".Em 1976, viajei para o Mxico mais uma vez. Nessa ocasio, aventurei-me em solo maia e visitei o antigostio de Palenque. Quando eu e minha famlia chegamos a Palenque, desabou uma verdadeira tempestadetropical. Escalamos os nove nveis da Pirmide das Inscries e procuramos abrigo no templo, que selocaliza no alto. De l vimos um duplo arco-ris que parecia sair do Templo dos Ventos, no longe de ondeestvamos.No h dvida sobre a magia de Palenque, com duplo arco-ris ou no. Aqui foi descoberto o tmulo dolder Pacal Votan, em 1947 o nico tmulo em pirmide, no Mxico, de estilo egpcio. No hnada emPalenque que no seja harmonioso. As esculturas em baixo-relevo da Cruz Folhada e da Cruz do Sol soincomparveis, assim como a tampa do sarcfago do tmulo de Pacal Votan. Contudo, o que mais mecativou foram os vestgios de afrescos pintados no Templo dos Ventos. Sim, eu j os tinha visto. Eleshaviam ocupado a minha mente quando comecei a pintar as Portas da Percepo uns dez anos antes.

    Devido presena do tmulo de Pacal Votan, cuja cmara funerria decorada com o simbolismo dosNove Senhores da Noite, ou Nove Senhores do Tempo, o mistrio de Palenque profundo. O sentimentode abandono e de silncio humano est em toda parte. Ao mesmo tempo, a sinfonia da selva flui emondas e crescendos de um contnuo xtase de insetos. Tpica dos grandes centros clssicos dos maias,Palenque redama a pergunta: Por que Palenque foi abandonada? Para onde foram os sacerdotes, osastrnomos, os artesos? Que conhecimento levaram com eles, e por qu?No mais do que cem milhas distante de Palenque, no alto das Serras de Chiapas, perto da fronteira com aGuatemala, localiza-se a cidade de San Cristobal. Outrora um grande centro colonial, agora San Cristobalparece um tanto desolada, longnqua. Porm, ocasionalmente, possvel v-los nas ruas: os maiaslacandnios. Longos cabelos negros, descendo at abaixo dos joelhos, vestindo tnicas brancas simples,os lacandnios conseguiram manter sua integridade, levando uma vida sedentria nas terras baixas dafloresta, onde conservam o calendrio e a riqueza de seus sonhos. Revelando poucos segredos, eles vm aSan Cristobal para fazer algum comrcio e depois voltam novamente para o seu refgio.Ao v-los, fiquei impressionado. Que papel os atuais lacandnios, esses descendentes dos antigos

    astrnomos, representam no grande drama do mundo? Ser como sugere o filme Chac, simplesmentepara conservar o sonho, o esprito aborgine, sem o qual o mundo se arruinaria mais cedo do que seespera? O que ocorre na psique do nativo, que ns nunca vemos ou sabemos, e que entretanto mantmum necessrio equilbrio com a Terra?Pegamos um txi em San Cristobal, num domingo, e fomos visitar uma vila afastada. Na velha igreja, queera uma igreja s na aparncia, os ndios dirigiam seus cultos. O cheiro de incenso de copal era forte.Periodicamente, o canto atingia uma estranha harmonia e depois passava para uma suave cacofonia. Dolado de fora, os jefes, os lderes locais, passavam um basto com ponta de prata entre eles, decidindosobre questes levantadas pela comunidade. Observando tudo isso, fiquei pensando - quem fala por essaspessoas? Ou ser que eles falam da e pela Terra, e isso tudo o que importa?O abismo aparente que existe entre os maias atuais e os arquitetos das antigas cidades no pode ser

    julgado pelos nossos critrios de progresso material. Refletindo sobre essa questo, lembro-me do mitohopi referente a Palat-Kwapi, a Misteriosa Cidade Vermelha do Sul. A histria conta as migraes para asterras quentes do sul e a construo da cidade-templo de Palat-Kwapi, com seus quatro planos. Porm, o

    objetivo da construo apenas o de obter e consolidar um sistema de conhecimento. A ordem de osconstrutores abandonarem a cidade, deixando-a como um memorial desse conhecimento, depois determinada a obra. Esquecendo a ordem, os habitantes comeam a entrar em decadncia, mas umarivalidade entre cls faz com que despertem. Recordando-se de sua misso, as pessoas finalmenteabandonam Palat-Kwapi, a Misteriosa Cidade Vermelha do Sul.Esse mito se ajusta bem aos maias. O objetivo deles era codificar e estabelecer um sistema de

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    conhecimento, uma cincia, e, tendo-o codificado em pedra e em texto, ir embora. A civilizao tal qual aconhecemos, uma forja de armas de destruio e paralelamente uma coleo de bens materiais, noserviria de forma alguma para os seus propsitos ou sistema de conhecimento. Um outro fator surgenesse cenrio: uma vez que o sistema de conhecimento e a cincia maia interessavam-se tanto por ciclosde tempo, eles divisaram no horizonte um perodo de trevas, e por esta razo viram que era hora de dar ascoisas por encerradas e partir. Dadas as condies do mundo atual, quem poder dizer que estavamerrados?Pelo menos, esse era o meu raciocnio no final dos anos 70, quando ento passei por uma crise pessoal epor um colapso alcolico. Ao sair dessa desordem psquica, em 1981, olhei ao meu redor pareceu-me quea crise global dos anos 60 agora tinha-se tornado endmica, tanto assim que no era reconhecida. Minhasprprias pesquisas tinham-me levado a uma posio de sntese, em que via a Terra como um todo

    orgnico. Porm, eu sentia que o mpeto da civilizao moderna estava conduzindo as coisas a um pontoonde, ou li divindade intervm ou deixamos como legado a nossa extino.Para mim, significava dar um salto, desviar-me do abismo, por assim dizer, na direo daquele territriomental considerado extinto ou tabu pelos padres culturais vigentes.Pela primeira vez em quase uma dcada, adotei uma forma visual de expresso como vazo principal paraaquilo que eu precisava aprender. Atravs de uma srie de colugons e de pinturas com tinta, desaparecidetrs de grandes punhados de ouro ou prata - as sries de Arte 'Planetria. Entrei numa elevada sintoniacom a Terra.Havia chegado a hora de levar a srio a idia de uma mente ou conscincia planetria. Em razo de meusestudos' de histria da arte e de minhas prprias investigaes pessoais, eu estava convicto de que no sa Terra era um organismo vivo, mas tambm de que o seu padro de vida na verdade anima, do geral ato particular, todos os aspectos de sua evoluo, inclusive os processos que chamamos de civilizao. totalidade da interao entre a vida mais abrangente da Terra e as respostas individuais e de grupo a essavida define a "arte planetria". Neste processo maior, percebi vagamente que. os maias foram os

    navegantes ou mapeadores das guas da sincronizao ga1ctica. Por outro lado, os egpcios, uns. trsmil anos antes, tinham firmado e definido o curso da Terra, no oceano da vida galctica, atravs daGrande Pirmide.A expanso do pensamento, da percepo e do sentimento resultou numa srie de exploraes, encontrose coincidncias surpreendentes. No outono de 1981, .depois de ter conhecido e me envolvido comLloydine Burris, uma danarina e visionria, escrevi um texto de "fico cientfica" intitulado Crnicas daArte Planetria - A Confeco do Quinto Anel. A perspectiva real desse conto imaginrio de "arteplanetria", localizado em alguma poca do futuro, provinha do sistema este1ar de Arcturus. Qualquer queseja o mrito dessa histria no publicada, parecia imperativo desenvolver uma conscincia que seocupasse das nossas questes planetrias distncia, de modo que pudesse surgir alguma coerncia daconfuso dos noticirios do dia-a-dia e do terrorismo nuclear. Descobri, ento, que essa atitude eratambm fundamental para penetrar mais profundamente no mistrio dos maias. Ser que o sistema maiaera uma matriz codificada, em sincronia com um conhecimento de nvel galctico, adotado para asidiossincrasias deste planeta?

    Essa linha. de pensamento inevitavelmente levou-me ao compndio de matrizes codificadas, EarthAscending. A princpio, um texto de geomancia, de "adivinhao telrica", o ponto de partida desse livrotinha sido a coincidncia de identidade entre o I Ching e os 64 cdons, as palavras-cdigo do DNA, isto ,o cdigo gentico. Quanto a mim, a descoberta sincrnica de que cada uma das fileiras, horizontais everticais, do quadrado mgico de oito, de Ben Franklin, produz a soma 260, levou-me a considerar arelao entre a matriz do Calendrio Sagrado dos Maias, o Tzolkin de 260 unidades, e o I Ching. O que seseguiu foi o fluxo espontneo de "mapas" ou matrizes que constituem Earth Ascending, a figura-cdigoprincipal sendo a "configurao trplice binria", cuja base o Calendrio Sagrado dos Maias.Tenho plena conscincia de que, para muitos, os mapas de Earth Ascending so. como uma lnguaestrangeira. Isso no me causa surpresa, pois a compreenso efetiva desses mapas, mesmo para mim, socorreu depois da publicao do livro em 1984. Aos poucos, comecei a perceber que os mapas, bem comoo prprio sistema maia, vinham de longe. Ora, at o incio dos anos 80, realmente eu no havia ponderadoa respeito da natureza dos OVNls ou das inteligncias extraterrestres. Mas com o fenmeno do"direcionamento" do material de Earth Ascending, eu tinha sido levado a um outro nvel de possibilidade. A

    obra de fico cientfica que precedera Earth Ascending, com sua perspectiva arcturiana, seria tanto umapista para a origem da informao quanto para o mistrio dos maias? Se fosse, estava claro para mim quea transmisso de informao de diferentes pontos da galxia no dependia de variveis espao-temporais,mas, em vez disso, apontava para um princpio de difuso ressonante.A hiptese de vida e inteligncia em outros mundos recebeu um grande impulso no final de 1983, quandoconheci Paul Shay do Stanford Research Institute e Richard Hoagland, que j fora cientista da NASA.Hoagland participara dos trabalhos que envolviam as sondas Viking com destino a Marte, em 1976. Porexemplo, ele no ficou satisfeito quanto ao modo com que a NASA havia tratado a descoberta de certosfenmenos em Marte, incluindo uma grande "face" que aparecia esculpida no topo de uma meseta. Ao veras fotos realadas por computador, com as quais Hoagland estava trabalhando, fiquei perturbado. Algocomo uma. memria me abalou, mas era mats ampla, mais profunda e infinitamente mais obsessiva doque qualquer outra que j me ocorrera. A minha primeira impresso foi de que a civilizao- a vidaevoluda - havia se desenvolvido em Marte, e que essa civilizao havia encontrado um fim trgico.Simultaneamente ao reconhecimento instantneo desse fato, tambm percebi que o conhecimento desse

    evento ainda estava de alguma forma presente e ativo no campo de conscincia da Terra.Na manh do Natal de 1983, fiz uma descoberta fortuita. Querendo partilhar com minha famlia as"novidades de Marte", para meu encanto, encontrei uma foto da face marciana num livro, The New SolarSystem, que eu tinha desde h muitos anos, mas que nunca havia examinado mais cuidadosamente.Ento, devido semelhana das capas, apanhei um exemplar de Overlay: The Influence o[ Primitive Art onContemporary Art, de Lucy Lippard, que eu havia comprado para dar de presente, em Los Angeles, um dia

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    antes do meu encontro cOm Hoagland. Abrindo O livro de Lippard aleatoriamente, na pgina 144, fuisurpreendido por uma foto que aparecia no canto superior esquerdo: uma face persistentemente familiar,um modelo para escultura de Isamu Noguchi feito em 1947, 29 anos antes da misso Viking, intituladoThe Sculpture to be Seen from Mars.Se a informao da NASA havia evocado a realidade da vida em outros mundos, a descoberta do trabalhode Noguchi, que teria tido o mesmo tamanho da face marciana, se tivesse sido concludo, evocou em mim,com a mesma chocante preciso, a transmisso de informao pelo princpio da difuso ressonante, umprocesso que eu descrevi como rdio-gnese: transmisso universal de informao atravs da, ou como,luz ou energia radiante. E claro, novas questes surgiram. Qual a relao entre conhecimento erecordao? Pode o futuro ser tambm o nosso passado? Aquilo que est acontecendo agora em nossoplaneta pode ser de algum modo uma repetio de um drama que j ocorreu em outros mundos, e se

    assim for, como podemos evitar o perigo da extino?Numa obra potica intitulada Earth Shaman, escrita em 1984, tentei analisar essas questes e, ao mesmotempo, narrar a histria da Terra como um organismo consciente, utilizando como componente mtico adescrio hopi da passagem que existe entre os trs primeiros mundos e o atual, e a passagem iminentepara um quinto mundo. A imagem da Terra que desenvolvida em Earth Shaman, li "terra de cristal", devemuito ao meu encontro com a ndia cherokee portadora da linhagem, a notvel Dhyani Ywahoo, que co-nheci na primavera de 1984. Foi ela que, olhando para Lloydine e para mim, disse: "Suas mentes estomuito fechadas; deviam estar trabalhando com cristais." Comeamos a fazer isso imediatamente, e noscristais encontramos um instrumento preciso para a sintonia. pessoal e para a coleta de informaes.Intuindo que a prpria Torra cristalina em sua natureza, deparei com pesquisas tanto da Unio Soviticaquanto de mapeadores como Elizabeth Hagens e William Becker, confirmando essa possibilidade. .Dealgum modo, a imagem da Terra como um cristal parecia ser condizente com a idia de transmisso dainformao galctica atravs do princpio da difuso ressonante, uma chave, para a compreenso daorigem e natureza da matriz maia.

    No incio do ano de 1985, fui contatado por um maia chamado Humbatz Men. Quem lhe havia indicado o..meu nome fora Toby Campion, membro de uma organizao chamada Grande Fraternidade Universal, cujaatividade est centrada principalmente no Mxico e na Amrica do Sul. Durante uma srie de hilarianteschamados noturnos conduzidos em um espanhol simplificado, fiquei sabendo que Humbatz estavaoperando com 17 dos "calendrios" maias. A maioria dos arquelogos, aceita a possibilidade de cerca demeia dzia desses calendrios. Humbatz havia escrito tambm um pequeno texto chamado Tzol 'Ek,Mayan Astrology. Por obra de perseverana e magia, finalmente Humbatz Men apareceu em Boulder, emmaro de 1985, quando deu uma palestra intitulada "A Astrologia Maia.A chave para tudo o que "Humbatz havia apresentado, e que ele mesmo tinha recebido ,atravs detransmisso oral;,',foi uma observao final. "O nosso sistema solar", declarou Humbatz, " o stimo ,dossistemas registra dos pelos maias." No h dvida de que o meu encontro com Humbatz foi, o evento maiscrucial de minha longa histria de investigao sobre os maias. Conversas posteriores com Dhyani

    Ywahoo, alm de um encontro com Harley Swiftdeer, confirmaram-me que Humbatz havia me dado apista mais importante at agora para a compreenso ir da natureza do sistema de pensamento dos maias.

    Realmente, a informao maia vinha de longe. Mas como, exatamente, e com que finalidade?Foi numa assemblia intitulada .conselho de Quetzalcoatl, que aconteceu em um instituto neoxamnico, aFundao Qjai, em abril de 1985, que a presena do fenmeno que agora chamo de Fator Maia confirmou-se para mim. Grosso modo, o Fator Maia aquele fator desprezado quando se considera o significado dahistria humana, e, em particular, o conhecimento cientfico como. um todo. Ao olharmos mais uma vezpara ele, vemos que o Fator Maia a presena de um padro galctico, um instrumento preciso que noscoloca em contato com a comunidade de inteligncia galctica. Verificado ainda mais de perto,microscopicamente at, o Fator Maia a observao de que estamos vivendo h cerca de 26 anos ummomento de grande sincronizao galctica. Ou encaramos isso seriamente agora, ou perderemos aoportunidade.Meu encontro com Terence McKenna, autor do fascinante Invisible Landscape, muito contribuiu para esseentendimento do Fator Maia, pois tambm ele, trabalhando com o I Ching, tinha sido conduzido at osmaias. Em particular, os seus fractais calendrios tinham-no levado concluso de que estamosenvolvidos comum ciclo final" de tempo, cujos 67 anos de durao vo de Hiroxima, em 1945, at a data

    de sincronizao maia de 2012 d.C., o fechamento do assim chamado Grande Ciclo, que comeou em3113 a.C. Aproximadamente no vero de 1985, eu estava certo de que o cdigo que estava por trs doGrande Ciclo era uma chave que revelaria o significado de nossa prpria histria - e de nosso dilema atual.Assim foi que me debrucei com renovada energia sobre o Fator Maia.Como preparao para a minha mais recente viagem ao Mxico, comecei a trabalhar intensamente com oshierglifos maias. Particularmente, dediquei-me aos vinte Signos Sagrados, os glifos-chave do CalendrioSagrado. O contato com os estudos analgicos da simbologia antiga dos egpcios em R.A. Schwaller deLubicz, me havia proporcionado um ponto de partida para os meus renovados estudos dos glifos maias.Deixar-me absorver nesses glifos, fazendo desenhos e vrios arranjos com eles, foi algo profundamenterevelador. Descobri que estava adquirindo informao atravs deles. Isso me demonstrava que o FatorMaia no era nada morto, ou pertencente ao passado, mas um sistema vivo.Em dezembro de 1985, Lloydine e eu estvamos no Yucatn, no imenso stio de Coba, na sua maior parteainda no escavado. O mais setentrional dos centros de civilizao maia pr-830 d.C., e tambm um dosmaiores. Coba possui uma presena que o prprio eptome do enigma maia. Invadida pela floresta, suas

    pirmides altamente escalonadas e suas praas fornecem o esteio para um vasto sistema de estradasretas e planas chamadas sacbeob, marcadas e caracterizadas por grandes esculturas hieroglficas,algumas contendo datas - ou so nmeros harmnicos? - referentes a eventos localizados em pontosinconcebveis do passado remoto, ou em algum outro sistema.

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    Coba foi o ponto inicial e final de uma peregrinao de um ms que terminou em 10 de janeiro de 1986.

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    Nesse perodo, passamos pela Cidade do Mxico, na ocasio seriamente atingida pelo terremoto,Teotihuacan e pelas montanhas vulcnicas dos lagos Patzcua'ro e Chapala. Retrnando ao Yucatn,partimos com nossos amigos do Grupo Cristaux, Francis Huxley, Adele Getty, Colleen Kelly e Robert Ott,para uma excurso que inclua visitas a Uxmal e Chichn Itz, bem como s fantsticas cavernas de Loltune Balankanche, finalmente voltando para a costa do Caribe e Coba.As visitas a Uxmal e Chichn Itz foram teis para definir o que tenho chamado de a ltima ou a segundarevelao de Kukulkan-Quetzalcoatl. Chegando ao Yucatn por volta de 987 d.C., com 40 anos de idade,Kukulkan revitalizou os centros de Uxmal e Chichn Itz e fundou a cidade de Maiapan, antes de partir em999 d.C. Cerca de um ano antes, eu tivera a oportunidade de ouvir o curandeiro Iakota, Gerald Red Elk,falar sobre a relao - e de fato a identificao entre Cristo e Quetzalcoatl. Meditando sobre o antigo stiode Chichn ltz, o harmonioso Templo de Kukulkan e as numerosas representaes simblicas associadas

    a Kukulka;ocorreu-me que Kukulkan-Quetzalcoatl,que em 999 d.C. profetizou a chegada de Corts e avinda da cristandade para o Mxico, foi ele mesmo uma encarnao do Cristo.

    luz de minha incipiente compreenso dos maias como navegadores planetrios e mapeadores docampo psquico da Terra, do sistema solar e da galxia, tais pensamentos ou insinuaes, como aidentidade entre Kukulkan e Cristo, pareciam cada vez menos chocantes. Ao descobrir o filsofo maia,Domingo Pardez, cujo livro, Mayan Parapsychology, li com avidez, minha viso dos maias como seresaltamente evoludos psquica, intelectual e espiritualmente, foi bastante estimulada. Porm, permanecia aquesto: de onde teriam vindo? Ou, pelo menos, de onde vinha sua informao, e como, exatamente, elaera aqui transmitida?Enquanto nossa excurso seguia pelo mar das Carabas, tive outras intuies referentes ao Fator Maia. Foinovamente em Coba, no alto da grande pirmide, o Nohoch Mul, que o significado do "culto solar" dosmaias (bem como dos egpcios e dos incas) comeou a fazer mais sentido para mim. De fato, o Sol no apenas literalmente a fonte e o sustentculo da vida, mas tambm o mediador da informao que chegaat ela de outros sistemas estelares atravs da energia radiante.

    A assim chamada adorao do sol, tal como atribuda aos antigos maias, , na realidade, oreconhecimento de que um saber mais elevado est sendo literalmente transmitido atravs do Sol, ou,mais precisamente, atravs dos ciclos de atividades binrias das manchas solares. O Tzolkin, ouCalendrio Sagrado, um meio de rastrear essa informao utilizando os ciclos das manchas solares. OTzolkin tambm a matriz da informao comunicada por pelo menos dois sistemas estelares, que criamum campo de comunicao binria atravs das manchas solares. Quanto s fontes de informao, parececlaro que as Pliades so uma delas; e muito provvel que Arcturus seja a outra.Nosso ltimo fim de tarde no Yucatn passamos em uma rstica hospedaria de teto de colmo chamadaChac Mool. As ondas do mar, em gestos contnuos, arrebentavam sobre a praia intemporal. noite, asestrelas espargiam seu plio de infinitas recordaes no cu enegrecido. Contemplando a geometria depadres estelares se interpenetrando, senti um bem-estar incrvel brotar em todo o meu ser. Ao som dovento, ao som das ondas, vista do deslumbrante esplendor das estrelas, um conhecimento profundo emaravilhoso espalhou-se por todas as clulas do meu corpo. Os maias estavam voltando, mas no comopoderamos t-los imaginado. Essencialmente, seu ser, como o nosso, transcende a forma fsica. E,

    precisamente por essa razo, seu retorno pode ocorrer dentro de ns, atravs de ns, agora.Acordamos para saudar o alvorecer em Chac Mool. Nu entre as ondas do mar, olhei pura cima. O cu,flamejante com nuvens cor-de-rosa, anunciava o novo dia. Despedimo-nos dos amigos e dos conhecidos efomos para Cancun, depois para o aeroporto, e finalmente para o falecido mundo industrial. Desta vez euretomava mais autntico do que nunca, e ao mesmo tempo como se fosse outro. O Fator Maia tinha sidorecuperado. Talvez o ciclo mundial ainda marcasse o seu encontro com o destino da galxia .

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    OS MAIOS MAIOS MAIOS MAIAS: ADIVINHOS DA HARMONIAAS: ADIVINHOS DA HARMONIAAS: ADIVINHOS DA HARMONIAAS: ADIVINHOS DA HARMONIA

    Felizmente, o caminho pessoal que me levou at o Fator Maia floresceu em virtude de interessessemeados pelo estudo da histria das artes, resultando finalmente em maravilhosas reflexes e ins-piraes surpreendentes de natureza galctica. De fato, o conhecimento que temos dos maias deve-se aofato de nossa imaginao ter sido impressionada pelos objetos de arte e pelos textos arqueolgicosdeixados por essa civiliiao. Embora recentemente a National Geographic Society tenha trazido os maiasa pblico atravs de pginas coloridas mostrando runas misteriosas e trabalhos em pedra nas florestas daAmrica Central, preciso ter em mente que as informaes atuais disponveis sobre esse povo datam depouco mais de 140 anos.

    Quando a equipe artstica e arqueolgica de John Stephens e Frederick Catherwood publicou livrosprimorosamente ilustrados que documentavam suas viagens pelo Yucatn e pela Amrica Central, nadcada de 1840, o resultado foi nada menos que sensacional. Aquilo significava a descoberta virtual deuma civilizao "perdida", com todo o romance e fantasia que essa imagem pode evocar. Escritores-exploradores do sculo XIX, como Charles Brasseur de Beaubourg, Lord Kingsborough e Auguste LePlongeon, enquanto traziam luz algumas questes de interesse arqueolgico, tambm se apressaram emrelacionar os maias com os antigos egpcios e com os atlantes. Outros escritores como JamesChurchward e Lewis Spence aproveitaram ao mximo a aura atlante-Iemuriana, que eles atribuam srunas e s escrituras hieroglficas dos maias.Ao mesmo tempo, no fmal do sculo XIX, arquelogos e pensadores mais "cientficos", como Alfred P.Maudslay, Ernest Willem Frstemann e Herbert J. Spinden, tinham-se debruado sobre o sistemamatemtico e astronmico dos maias, que, claro, para a mente cientfica era o aspecto mais fascinantedessa civilizao. Por volta de 1927, foi concluda a chamada correlao Goodman Martinez Hernandez-Thompson entre as cronologias maia e crist. Isso significava que o "comeo" do "Grande Ciclo" maia tinha

    sido localizado entre 6 e 13 de agosto de 3113 a.C. no calendrio cristo. Na cronologia maia a data es-crita: 13.0.0.0.0. Essa mesma data, 13.0.0.0.0, se repetir novamente em 21 de dezembro de 2012 d.C.

    Isso quer dizer que, entre a primeira data 13.0.0.0.0 c a segunda, 13 ciclos de poucomenos de 400 anos cada um se passaram. Esses grandes ciclos de 394 anos so cha-mados de baktuns pelos maias; Uma vez que o coeficiente 13 na data 13.0.0.0.0 dizrespeito ao trmino de um Grande Ciclo de treze baktuns, o primeiro baktun do novociclo na verdade o Baktun O, o segundo ciclo, Baktun 1, e assim por diante. Portanto,a data correspondente a 2993 a.C. seria escrita: 0.1.0.0.0. O que se chama decivilizao maia clssica ocorre em sua maior parte no dcimo ciclo, Baktun 9, 435-830d.C., e portanto, quando escritas em nosso sistema de notao, a maioria da