José Roberto de Oliveira - Noções de Homilética.

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Srie CRESCER: Programa de Capacitao Bbuca-Teolgica-PrAtica

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Copyright 2009

Jos Roberto de Oliveira Chagas

CHAGAS, Jos Roberto de Oliveira Noes de Homiltica - Anlise Crtica, Histrica e Teolgica da Pregao Crist (Srie CRESCER: Programa de Capacitao Bblica-Teolgica-Prtica - Vol. 7)/ Jos Roberto de Oliveira Chagas. Campo Grande (MS): Gnesis, 2009 ndices para catlogo sistemtico: l.Pregao Bblica: Cristianismo - CDD 251

Responsvel pelo projeto editorial/grfico/capa: Egnaldo Martins dos Santos [email protected] Reviso de Arquivos: Mota Jnior

motajunior7@gmail. com Editor: Mrcio Alves Figueiredo ' impresso: Fevereiro de 2009 - Quantidade: 1.000 exemplares 2" impresso: Maio 2009 - Quantidade: 1.000 exemplares 3* impresso: Agosto 2009 - Quantidade: 1.000 exemplares

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Idealizao e Realizao do Projeto: Editoras Mundial, Kenosis e Gnesis Contato: Gnesis Editora -Rua: Albert Sabin, 721, Taveirpolis - Campo Grande/MS -fone: 67 3331-8493/3027-2797 www.genesiseditora.com.br

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Dedicatria:

A cada profissional/consultor de venda da Mundial Editora e Gnesis Editora, que faz seu trabalho com empenho, prazer e dedicao, que est ciente de que no apenas vende livro, mas, sim, espalha saber, fomenta a educao, ajuda o povo brasileiro a realizar sonhos:

"Oh! Bendito o que semeia Livros... livros mo-cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo nalma grmen - que faz a palma, E chuva - que faz o mar" (Castro Alves)

Contato com o IBAC: Fone: (67) 3028.1788/9982.3881: IBAC - Instituto Bblico-Teolgico Aliana Crist (A.B.K. Associao Beneficente Kenosis) Rua: Praa Cuiab, na 111, Bairro: Amamba -Campo Grande - Mato Grosso do Sul - CEP: 79.008-281

E-mail: [email protected]

Informaes Gerais:

Diretrizes do IBA C - Instituto Bblico-Teolgico Aliana Crist -, entidade vinculada a Associao Beneficente Kenosis, concernente a Srie CRESCER - Programa de Capacitao Bblica-Teolgica-Prtica:

Carter (Objetivo e Reconhecimento do Curso).

Matriz Disciplinar (Durabilidade do Curso).

Metodologia (Ensino Distncia).

Avaliao (Critrios Tericos e Avaliativos).

Concluso e Certificao (Regras Gerais).

/. Carter (Objetivo e Reconhecimento do Curso).

A Srie CRESCER - Programa de Capacitao Bblica- Teolgica-Prtica -,

oferecida em parceria com instituies srias que interessam pela construo e socializao da Teologia, de carter informativo, mo formativo. Desde que a Teologia tornou-se curso superior o M.E.C, formulou regras para reconhec-lo. A entidade que oferece o curso Bacharel em Teologia deve ser credenciada pelo M.E.C., ter carga curricular e horria de acordo com a portaria definida, cumprir periodizao e crditos, exigir escolaridade mnima dos interessados (ensino mdio completo), corpo docente especializado, etc. Tambm no h mais Curso Bsico ou Mdio em Teologia. Nossa instituio, crist e idnea, no tem a inteno de ludibriar o povo de Deus. Ratificamos, assim, que o nosso programa no oferece vantagens acadmicas. Nosso alvo auxiliar a Igreja Brasileira a se aperfeioar para servir a Deus e ao prximo. To-somente.

2.Matriz Disciplinar (Durabilidade do Curso).

A matriz disciplinar da Srie CRESCER, que visa aprimorar a comunidade de f no mbito bblico-teolgico-prtico, composta de 10 (dez) opsculos, cada um com disciplina especfica. 0/a aluno/a dever estudar sistematicamente as disciplinas conforme a proposta pedaggica da Direo do IBAC - Instituto BMico-Teolgico Aliana Crist. O corpo discente ter at 12 (doze) meses aps a aquisio do curso para finaliz-lo e, se quiser, solicitar seu certificado.

*Veja no final das diretrizes a matriz disciplinar.

3.Metodologia (Ensino Distncia).

A metodologia didtica empregada neste programa est fundamentada no modelo de ensino distncia, doravante, a Diretoria do IBAC - Instituto BMico-Teolgico Aliana Crist - recomenda ao corpo discente que estude cada disciplina regular e sistematicamente, com zelo e dedicao, tendo em vista que a sua capacitao bblica-teolgica-prtica depender nica e exclusivamente do seu prprio esforo. Cabe, ento, a cada aluno/a comprometer-se rigorosamente com o prprio crescimento e esmerar-se nos estudos das disciplinas.

4.Avaliao (Critrios Tericos e Avaliativos).

O/a aluno/a dever estudar o livro, conforme o contedo programtico, responder as questes tericas e avaliativas impressas no final de cada opsculo (ou, se preferir, tirar xerox ou fazer download no site da Gnesis Editora), guard-las em local seguro e, no final, se desejar receber o certificado, envi-las ao IBAC -Instituto Bblico-Teolgico Aliana Crist -, para correo, atribuio de notas e, estando de acordo com as normas da entidade, autorizar sua confeco e postagem. A Gnesis Editora, parceira exclusiva neste projeto, far contato com os/as alunos/ as para averiguar o interesse pelo certificado e as normas para receb-lo.

5.Concluso e Certificao (Regras Gerais).

O/a aluno/a que concluir as 10 disciplinas do mdulo e atingir pelo menos a nota mdia (6.0) poder, se desejar, receber seu certificado de concluso. O mesmo no obrigatrio. Mas, caso queira-o, mister efetuar o pagamento de R$ 50,00 (taxa nica); tal valor ser aplicado para sanar gastos com assessoria de contato, corpo docente (acompanhamento e reviso de provas), confeco e postagem do certificado e despesas afins. O prazo para solicit-lo de at 12 (doze) meses aps a compra do kit. A liberao em tempo menor ocorrer se o/a aluno/a tiver quitado o produto junto editora e enviado as provas ao IBAC.

*Matriz Disciplinar do Programa de Capacitao BMica-Teolgica-Prtica

1.Noes de Prolegmenos - Anlise Introdutria Relevncia, Natureza e Tarefa da Teologia.

2.Noes de Teologia - Anlise Bblica e Teolgica da Pessoa e Obra do Deus nico e Verdadeiro.

3.Noes de Cristologia - Anlise Bblica e Teolgica da Pessoa e Obra de Jesus Cristo.

4.Noes de Paracletologia - Anlise Bblica e Teolgica da Pessoa e Obra do Esprito Santo.

5.Noes de Hermenutica - Anlise Crtica, Histrica e Teolgica da Interpretao Bblica.

6.Noes de Liderana Crist - Anlise Bblica da Filosofia Ministerial de Liderana Crist.

7.Noes de Homiltica - Anlise Crtica, Histrica e Teolgica da Pregao Crist.

8.Noes de Gesto Ministerial - Como Fazer Projeto Eficiente e Eficaz Para Gerar Receita.

9.Noes de Histria da Igreja Crist - Anlise Histrica, Bblica e Teolgica da Eklesia (Primitiva e Medieval).

10.Noes de Teologia Econmica: Mordomia Crist - Anlise Bblica eTeolgica dos Princpios da Contribuio Crist (1).

*A Diretoria do IBAC pode, se julgar necessrio, alterar agrade curricular em kits futuros.

Primeira Parte: Pregao - e Pregadores - em Crise!

Li

Srie CRESCER: Programa de Capacitao Bbuca-Teolgica-Prtica

Pr. Jos Roberto de Oliveira Chagas

reludiarei esta disciplina de introduo Homiltica compartilhando algumas histrias interessantes (e talvez cmicas) a respeito de pregadores e suas pregaes. Poderia evidentemente empregar outro estilo de abordagem prefaciai. Acredito, todavia, que esta tambm ser indispensvel.

Uma vez um clrigo anglicano preguioso. H muito abandonara o trabalho de preparar seus sermes. Bastante inteligente e excelente orador por natureza, sua congregao consistia em pessoas simples. Assim, seus sermes despreparados eram razoavelmente bem aceitos. No entanto, para poder conviver com a prpria conscincia, fez um voto: sempre pregaria extemporaneamente e confiaria no Esprito Santo. Tudo corria bem at que, certo dia, poucos minutos antes de comear o culto matinal, quem entrou na igreja e sentou em um dos bancos? O bispo! Estava desfrutando de um domingo de folga. O pastor ficou constrangido. Durante anos, conseguiu blefar sua congregao inculta, mas estava bem menos seguro quanto capacidade de ludibriar o bispo. Foi, ento, dar boas vindas ao visitante inesperado e, num esforo para diminuir as possveis crticas da parte deste, contou-lhes sobre o voto solene que fizera no sentido de sempre pregar sermes extemporneos. O bispo parecia compreender, e o culto comeou. No meio do sermo, entretanto, o bispo se levantou e saiu, deixando o pregador muito consternado. E depois do culto, achou na mesa da sala pastoral um recado que o bispo rabiscara rapidamente: "Absolvo voc do seu voto!"

Havia, ainda, um jovem pastor presbiteriano americano, cujo pecado dominante no era a preguia, mas a presuno. Frequentemente, jactava-se em pblico que o nico tempo que precisava para preparar seu sermo de domingo eram os poucos momentos necessrios para andar at igreja, a casa vizinha. Talvez voc possa imaginar o que os presbteros fizeram: compraram para a igreja uma casa pastoral a oito quilmetros de distncia!1

Pregao - e Pregadores - em Crise!

As referidas histricas, compartilhadas pelo egrgio John Stott, um gigante do plpito dessas ltimas dcadas, reiteram duas grandes verdades nesta era ps-moderna:

1.A pregao evanglicas est em crise em muitas igrejas. E quais so os principais culpados? Deus? Jesus Cristo? O Esprito Santo? Ou seria Satans? Os demnios, talvez? A igreja? Ou os grandes culpados so, na verdade, os prprios pregadores? E ser que possvel, alm de identificar os culpados, encontrar a sada para esta terrvel tragdia que invade as comunidades de f?

2.Os pregadores evanglicos, pelo menos muitos deles, tambm vivem uma fase crtica. A crise na pregao, na verdade, deve-se irrefutavelmente a crise que atingiu os prprios expoentes da Palavra de Deus; uma coisa leva a outra, principalmente nesse caso, haja vista que pregador e pregao devem estar sempre coesos, em compasso, em perfeita harmonia.

As ilustraes supracitadas, embora cmicas, so terrivelmente trgicas. Elas refletem a indesejvel e preocupante realidade de vrios segmentos evanglicos atuais. A pregao tambm est em crise em outras ramificaes denominacionais. Conquanto Stott tenha citado a ttulo de exemplo pregadores de igrejas histricas, a situao similar no Pentecostalismo e, pior ainda, no Neopentecostalismo brasileiro. H, inclusive, quem vaticina o fim da pregao; dizem, alguns, que a prdica crist no ter vida por muito tempo. E esperar pra ver. Ressalto, porm, que o fracasso atual da pregao no est acontecendo por acaso. Vrios fatores esto comprometendo sua eficincia e eficcia.

Por que a Pregao Est em Crise? Quais So os Principais^Responsveis?

A crise da pregao no ficou circunscrita s denominaes tradicionalmente histricas. Atingiu em cheio tambm as comunidades de confisso pentecostal, especialmente aquelas de segunda gerao. Presumo, porm, que a situao mais grave nas igrejas neopentecostais; basta observar o contedo de tais mensagens para entender minha pressuposio.

Enquanto alguns pregadores de igrejas histricas engessaram suas mensagens porque no querem atualizar seus mtodos discursivos, alguns oradores pentecostais destacam-se exatamente porque so experts em inovao discursiva. Um problema grave, nesse caso, falta de contedo bblico e teolgico; quanto a vrios pregadores da ala neopentecostal (que segundo as ltimas estatsticas o que mais cresce no Brasil), a deficincia crucial tambm est no contedo da mensagem: suas "prdicas", se que posso assim classific-las, so meras citaes de textos fora do contexto que prometem ao povo sucesso financeiro, sade, felicidade plena, etc.

No sem razo que boa parte dos sermes pregados atualmente no ajuda a igreja a adorar a Deus (na vida e no culto!), no favorece a evangelizao, no edifica os santos nem incentiva ao social (ara esta imprescindvel num pas com tamanhas desigualdades sociais, como o Brasil). E qual a utilidade de um sermo que no traz memria da Igreja suas funes cruciais nem a capacita a realiz-las, conforme os propsitos de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador?

Aps pesquisar algumas obras de especialistas neste assunto cheguei a algumas concluses. As mesmas, conquanto tenha o respado de outros pesquisadores, podem ser percebidas por qualquer pessoa atenta. A seguir ressaltarei sucintamente quatro fatores que esto comprometendo a pregao crist. Confira-os:

1.Falta de converso genuna dos prprios pregadores.

2.Excesso de "espiritualidade" (e falta de preparo).

3.Desprezo capacitao bblica e teolgica.

4.Pluralismo e pragmatismo religioso: diluir a Palavra de Deus para no perder fiis.

1. Falta de Converso Genuna dos Prprios Pregadores

O descompasso entre a prdica e a vida do pregador um dos principais responsveis pelo fracasso da pregao evanglica em nossos dias. A sociedade est saturada de gente que prega mas no vive, fala mas no faz. E tolice pensar que todos aqueles que pregam a Palavra do Eterno tambm praticam-na. Grassa nas igrejas evanglicas os oradores profissionais, animadores de auditrios, pregando sermes com as piores motivaes possveis: ganncia, inveja, sede de poder, busca de popularidade, etc. E, uma motivao pecaminosa seguida de um comportamento similar, s poderia ser trgico.

Al Martin alertou que todos os fracassos na pregao de nossos dias envolvem, basicamente, as falhas do homem que prega e da mensagem que ele anuncia. E a menos que queiramos degradar a pregao ao nvel de mera arte da elocuo, nunca podemos olvidar-nos de que o solo onde medra a pregao poderosa a prpria vida do pregador. Essa a grande questo que faz a arte da pregao ser diferente de todas as demais artes de comunicao.2

Csar Czar reitera que no existe nada que pregue mais alto do que uma vida vivida segundo a vontade do Senhor, cheia de testemunho, repleta de experincias que enriqueam at o mais indouto ouvinte.3

Hans Ulrich Reifler, autoridade neste tema, arremata: O pior que pode acontecer ao pregador do evangelho proclamar as verdades libertadoras de Cristo e, ao mesmo tempo, levar uma vida arraigada no pecado e em total desobedincia aos princpios da Palavra de Deus. Por isso, Paulo escreveu: "(...) esmurro o meu corpo, e o reduzo escravido, para que, tendo pregado a outros, no venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Co 9.27).4

O Dr. Russel Shedd, pregador raro, ao destacar a autoridade da Palavra, diz: "Mostre-me um crente que vive santa e piedosamente e eu lhe mostrarei uma pessoa que leva a Bblia a srio. Karl Rahner disse que os cristos so a razo de existirem ateus no mundo. "Aqueles que proclamam Deus com a boca e o negam com o estilo de vida o que mundo incrdulo, acha incrvel".5

2. Excesso de "Espiritualidade" - Desculpa Para No Estudar a Palavra de Deus com Zelo e Constncia!

Este fator oposto ao anterior. Se h, de um lado, pregador das Boas Novas fracassando na exposio da mensagem por falta de genuna converso de vida, tambm h, de outro, um grupo igualmente significativo tornando-a infrutfera por se achar "espiritual", "santo", "puro" demais a ponto de no precisar estudar a prpria Bblia.

H, sim, curiosa e lamentavelmente, "pregador" que presume erroneamente que sua "santidade" basta para transform-lo num "gigante do plpito". Imagina que quando tiver a oportunidade de pregar uma mensagem precisa somente abrir a boca e as palavras divinas, inspiradas pelo Esprito Santo, sairo naturalmente. Pensa que, mesmo jamais fazendo sua parte, o Esprito Santo lhe dar uma uno especial e o sermo ser um sucesso retumbante. Ledo engano! Esta mentalidade displicente precisa ser corrigida urgentemente!

No h dvida de que a "santidade" uma exigncia de Jesus Cristo a qualquer pessoa que, tocada pelo Esprito Santo, confessa-o como Senhor e Salvador e decide servi-lo. Em Lucas 14.25-33 h algumas condies imprescindveis para o discipulado:

1.Um amor sem rival (afeies do corao).

2.Levar a cruz (a conduta no viver).

3.Uma entrega sem reservas (bens pessoais).6

Novidade de vida , sobretudo, caracterstica de quem de fato renasceu. O xito na prdica bblica, no entanto, depende tambm de outros fatores: um deles o estudo minucioso das Escrituras.

John Calvino, o egrgio reformador, declarou com veemncia: "Ningum chegar a ser bom ministro da Palavra de Deus a no ser que seja, em primeiro lugar, um estudioso da mesma". Charles H. Spurgeon, um dos maiores pregadores de todas as pocas, acrescentou: "Aquele que cessou de aprender cessou de ensinar. Aquele que j no semeia na sala de estudos, no mais semear no plpito".7

Pregador algum ter a aprovao de Deus se no for santo; e, pregador algum, ter a legitimao do pblico se preparar! Junte, ento, as duas coisas! Faa, pregador, uma juno de zelo e inteligncia, santidade e capacidade, poder e saber, pregao e prtica...

3. Falta de Capacitao Bblica e Teolgica

Durante muitas dcadas parte considervel das igrejas evanglicas brasileiras desprezou a capacitao bblica e teolgica. Julgava tais prticas irrelevantes e, em alguns casos, perniciosas manifestao do Esprito Santo.

Presumindo que a "letra" poderia sufocar a espiritualidade do rebanho (e por ainda no ter conseguido se libertar de algumas idias oriundas do catolicismo romano, principalmente aquela que alegava ser exclusividade da liderana religiosa a capacidade de estudar, assimilar e ensinar a Palavra de Deus), repudiou-se categoricamente o estudo bblico e teolgico e disciplinas afins.

Tal postura no atenuou a expanso quantitativa da Igreja no Brasil; revelou, no entanto, sua profunda deficincia bblica, teolgica e prtica. A Bblia, conforme foi dito na disciplina de Hermenutica, ainda um livro desconhecido para muitos evanglicos. Falta leitura sistemtica, interpretao correta e prtica condizente. O numericismo, em suma, no favoreceu o conhecimento bblico-teolgico.

Pastores, telogos, socilogos, entre outros, concordam que o vertiginoso crescimento numrico da Igreja Evanglica Brasileira revelou sua capacidade de arregimentar novos sditos, bem como sua visvel fragilidade bblica, teolgica, doutrinria e prtica.8

O Dr. Wander de Lara Proena, pesquisador deste tema, cita alguns dos principais fatores que ocasionam tal situao:

1.Facilidade para se exercer o pastorado no Brasil (pessoas ainda nefitas ou sem o mnimo de preparo bblico e teolgico auto-intitulam-se pastores/as, alugam um salo e logo passam a ter um grupo de seguidores).

2.Interesse em fazer a igreja crescer a qualquer preo (lderes, seduzidos pela tentao dos nmeros, tornam superficial o ensino da Palavra).9

Imagina, ento, o que acontece quando h facilidade para se exercer o pastorado (alm de fcil acesso, promitente), o clima marcado pela competio e a concorrncia, os pressupostos capitalistas (nmeros so indicadores de sucesso) moldam a viso e ao dos pregadores? O resultado est diante dos olhos de quem quer ver.

4. Pluralismo e Pragmatismo Religioso: Diluir a Mensagem de Deus Para No Perder Fiis!

Outro problema gravssimo que a pregao autntica da Palavra de Deus enfrenta em nossos dias movimento filosfico-teolgico; mencionarei, apesar da existncia de outros, o pluralismo. Seus pressupostos adentraram sorrateiramente os portais cristos e, alteraram, inclusive, o contedo da prdica. A mensagem, que deveria preservar os ensinos de Jesus e dos apstolos, no passa de um discurso que apenas promete sucesso econmico, sade fsica e bem-estar pessoa que assume o papel de herdeira de Deus. Este um dos fatores que esto no subsolo da converso em massa nas igrejas evanglicas brasileiras atualmente.

Para piorar a situao parte da liderana crist, que infelizmente j ingressou no ministrio tendo uma motivao pecaminosa (ganhar dinheiro, ter visibilidade, projeo social, etc), vendo que o homem ps-moderno tem a disposio vrias opes e pode fazer suas escolhas preferenciais, entrou pra valer na competio. No aceita perder fiis para os seus concorrentes seja ele tradicional, pentecostal ou neopentecostal. Parece que vale tudo: desconstruir a imagem do concorrente atravs de programas radiofnicos e televisivos, jornais, revistas, livros... e, simultaneamente, usar os recursos miditicos, para exaltar a eficincia e eficcia da sua prpria marca no af de manter os seus, atrair novos, e arrancar alguns adeptos que esto vinculados concorrncia. Ademais, como diz Rubem Amorese, perder um pssimo negcio, afinal o desligamento de uma pessoa da igreja traz vrios prejuzos: perde-se em animao e movimento; perde-se prestgio diante de outros ministros da cidade; perde-se sua capacidade de influir na poltica local; perde-se, na gerao de receita.10

As principais minudncias do pluralismo, mesmo o religioso, so as vastas alternativas oferecidas ao homem. O problema quando o pregador dilui a mensagem de Deus para "fidelizar" a clientela. Logo igreja vira empresa, plpito vira balco, crente vira cliente, sacerdcio vira negcio, vocao vira profisso, pastor vira mero gestor... A busca por nmeros a qualquer preo tem levado runa milhares de oradores. E no somente no Brasil.

Warren W. Wiersbe exortou que so numerosos os erros cometidos quando o objetivo do lder apenas "conseguir resultados".

Em primeiro lugar, a pessoa preocupa-se com nmeros. Depois comea a substituir a realidade espiritual por estatsticas, o que semelhante a algum ler a receita em vez de alimentar-se. Quantas pessoas estiveram presentes? Quantas se decidiram? Quantas se tornaram membros? De quanto foi a oferta? Todas essas coisas eram mais importantes do que se estvamos ou no glorificando a Deus durante a reunio. No demorou muito para que a igreja deixasse de ser considerada pessoas em assemblia; tornou-se nomes e nmeros num arquivo e, mais tarde, num computador. As pessoas j no eram uma finalidade em si mesmas; tornaram-se meios para um fim - conseguir multides maiores e mais resultados".11

Howard Crosby, chanceler da Universidade da Cidade de Nova Iork, h dcadas j havia denunciado que as as igrejas estavam cheias de apelo aos desejos carnais e aos paladares estticos; oratria brilhante, msica cientfica, tpicos sensacionais e bancos de igrejas modernos so iscas para atrair as pessoas; e, pior, uma igreja chamada prspera quando esses dispositivos miserveis fazem sucesso.

"(...) Expedientes humanos so muito ilusrios e atrativos, mas, infelizmente, muitos pregadores os empregam. Eles pensam que atrairo multides e enchero os bancos da igreja; e, na verdade, isso at pode acontecer, mas estes no so os objetivos para os quais o Senhor enviou seus arautos. O sucesso no deve ser calculado por meio de casas cheias e aplauso popular, mas por meio de coraes convictos e convertidos, assim como pelo fortalecimento da f e da piedade do povo de Deus".12

Esses so, em suma, alguns fatores responsveis pela crise.

Segunda Parte: Prefcio Homiltica e Pregao

vrias razes, o ministrio da pregao da Palavra de Deus est em crise em muitas igrejas evanglicas atualmente. Alguns sermes so infrutferos porque os seus expoentes simplesmente no vivem o que pregam. Outros fracassam porque os ministros, presumindo que a inspirao vir no altar, deixam de meditar regular e sistematicamente na Bblia. Outros, porque o pregador no tem boa fundamentao bblica e teolgica. Outros, porque a mensagem de Deus foi diluda para agradar o povo quando deveria transform-lo!

Esta , por mais que seja desagradvel, a decadente realidade de algumas pregaes e de alguns pregadores em nossos dias. Ambos, se permanecerem desse jeito, no tero um futuro promissor. Cresce a passos largos o abismo entre a Igreja e o mundo secular em parte porque a mensagem bblica, por no ser bem pregada, deixou de ser a ponte atravs do qual esses dois mundos podem se conectar. No raro h quem acusa a sociedade ps-moderna de no ter fome de Deus. Mas ser que no h mesmo fome de Deus? O Dr. Hernandes Dias Lopes afirma que h, sim, fome de Deus na atualidade; muitas pessoas, doravante, vo casa de Deus procura de po, mas em algumas no conseguem encontr-lo; outras, embora no tendo, esto substituindo o po do cu por outro alimento, pregando o que o povo quer ouvir e no o que o povo precisa ouvir, pregando para agradar, no para alimentar, dando palha em vez de trigo ao povo (Jr 23.28); outras tm comercializado e mercadejado o Evangelho, alm de adulter-lo; e algumas j esto dando veneno em vez de po ao povo.14

O Dr. Luiz Wesley de Souza ressalta que hoje em dia, nossos plpitos esto cheios de tudo, menos de forte contedo bblico. H plpitos altamente prejudiciais f. Isto , h muita pregao esvaziada da supremacia de Deus, da centralidade de Cristo, do poder do Esprito e da relevante consistncia bblica.15

O Dr. Russel Shedd vai mais alm: reitera que os dias so difceis para aqueles que abrem a Bblia para proclamar a vontade de Deus no plpito. Esta virada de sculo no se destaca particularmente pela pregao bblica poderosa. Nem tampouco se distingue pelo expositores, cujos nomes marcaro a histria. Ironicamente, os gigantes do ensino no plpito j morreram ou se aproximam do fim da vida. A exposio poderosa da Bblia definha-se exatamente quando as melhores ferramentas para auxiliar os mestres da Palavra so de fcil acesso.16

Quem ir substitu-los? Quanto? Como? Enquanto Deus cuida de eleger os pregadores da nova gerao, gostaria de mencionar alguns fatores que podem, pelo menos, atenuar a crise que lamentavelmente atingiu o ministrio da pregao nas ltimas dcadas. Que Deus suscite em nossa alma a mesma inquietao que havia na de Paulo no que tange ao peso desta obrigao: "ai de mim se no pregar o Evangelho" (1 Co 9.16).

Como Dirimir a Crise que Afeta o Ministrio da Pregao Crist Atualmente?

Apesar da evidente crise da pregao e dos pregadores hodiernos estou esperanoso. No perdi a f na prdica: algumas so mensagens dadas por Deus para levar o rebanho adorao (no culto e na vida!), proclamao do Evangelho, edificao dos santos, ao social! Nem perdi a f em todos os pregadores: alguns so mensageiros de Deus; ainda so e fazem a diferena: pregam e vivem, santificam-se e capacitam-se, oram fervorosamente e estudam laboriosamente, crescem em poder e em saber. Sim, Deus levantar novas geraes de pregadores! Assim, ciente de tal fato, gostaria de nesta disciplina:

1.Ratificar a importncia da homiltica.

2.Ajud-lo a elaborar um sermo eficiente e eficaz.

Definio e Conceituao de Homiltica

Claudionor Correia de Andrade define Homiltica como arte de elaborar e apresentar sermes; a disciplina que nos leva a falar com elegncia, desenvoltura e propriedade bblica e evanglica.17

Os telogos Grenz, Guretzki e Nordling tambm resumem: "disciplina que busca compreender o propsito e o processo da preparao e apresentao de sermes". Acrescentam que a mesma visa entender e integrar os papis do pregador, da mensagem e do pblico.18

O termo "homiltica" deriva do substantivo grego homilia, que significa literalmente "associao", "companhia", e do verbo homileo, que significa "falar", "conversar". O Novo Testamento emprega o substantivo em 1 Corntios 15.33.19

A Evoluo Histrica da Homiltica

A Homiltica est inserida na ampla categoria da Teologia Prtica, junto com outras disciplinas igualmente significativas.20 Esta teologia (a prtica, evidentemente) abrange a homiltica, o aconselhamento pastoral, a educao religiosa e outras disciplinas relevantes.21

Vale lembrar ainda que, a ttulo de esclarecimento, a Teologia Prtica muito mais do que a teologia da prtica do pastor. Estudiosos da mesma afirmam que devido uma concepo errada ainda h problemticas quanto pastoral, de carter eclesiolgico, missiolgico e praxiolgico. A princpio, observo que a prtica pastoral no somente a prtica do pastor, mas de toda a comunidade de f. Mais informaes quanto Teologia Prtica esto na disciplina de Prolegmenos. Revise-a. Leia-a novamente, se julgar necessrio.

Agora, voltando ao nosso tema, como surgiu a Homiltica?

Alguns estudiosos afirmam que a homiltica, de certa maneira, surgiu como oratria pictogrfica (uma espcie de sistema primitivo de escrita no qual as idias so expressas por meio de desenhos das coisas ou figuras simblicas). Assim sendo, correto presumir que deva ter se originado nas imediaes da Mesopotmia primitiva h pelo menos 3.000 anos a. C.

H vrios nomes clebres que aparecem na lista dos notveis retricos da antiguidade. O filsofo Empdocles (cerca de 440 a. C.) teria sido o primeiro a sistematizar um estudo sobre o poder da linguagem (persuaso). Tambm h meno a Crax e Tsias, os possveis autores da primeira obra/tratado de retrica em escrita ainda rudimentar. Aps a queda de Trasbulo, tirano de Siracusa, surgiram vrias causas para a restituio, aos legtimos proprietrios, cujas terras foram outrora extorquidas. Os dois oradores se notabilizaram na defesa das vtimas de Trasbulo). Os mestres peripatticos (itinerantes), tambm conhecidos como "sofistas", esto na lista: Protgoras (481-420 a. C), Grgias (483-376 a.C), Iscrates (436-338 A.C.)...

O discurso retrico que visava a ao levou os sofistas a menosprezar a cincia daquilo que discutiam, contentando-se com simples opinies, concentrando a sua ateno nas tcnicas de persuaso. Os dois grandes sbios gregos, Scrates e Plato, se opuseram a este ensino, reiterando que a Retrica era uma espcie de negao da prpria Filosofia. Plato, no Grgias e no Fedro, distinguiu um discurso argumentativo dos sofistas que atravs da persuaso procura manipulao os cidados, e o discurso argumentativo dos filsofos que procuram atingir a verdade atravs do dilogo. J Aristteles foi o primeiro filsofo a expor uma teoria da argumentao, nos Tpicos e na Retrica, no af de encontrar um meio termo entre Plato e os sofistas; viu a retrica como uma arte que visava descobrir os meios de persuaso possveis para os vrios argumentos. A concluso de Aristteles culminou, depois, numa arte de compor discursos primando pela sua organizao e beleza (esttica), desvalorizando-se a dimenso argumentativa (preconizada pelos sofistas).

A referida arte expandiu-se na fase helenstica. Mas foi em Roma que sistematizou suas bases, graas a Ccero e Quintiliano. No sistema imperial romano a retrica no teve tanto espao para perpetuar-se, pois a essncia do homem comum era viver em funo do Estado e no question-lo (como os gregos faziam). A retrica foi, assim, copiada e aperfeioada em forma de oratria. A mudana de rumos (de retrica orattia) deve-se ao contexto em que as duas tcnicas se encontraram: a Retrica grega existiu em contexto democrtico e a Oratria desenvolveu-se em ambiente totalitrio.

As escolas argumentativas gregas tinham algumas diferenas das romanas. Os gregos primavam pela valorizao do contedo da mensagem, a utilizao de estratgias de argumentao, apelo razo comum (haja vista que a comunicao concebida como meio de persuadir pessoas e obter influncia), enquanto os romanos priorizavam a forma, utilizao marcante de figuras de estilo, apelo constante emotividade do ouvinte (pois a comunicao concebida como meio de destacar a supremacia intelectual). Durante a Idade Mdia a argumentao adquiriu enorme divulgao, principalmente entre os clricos, ocupando um lugar central na educao - Trivium.

Voltando homiltica, foi durante o Iluminismo, entre os sculos 17/18, quando as principais disciplinas teolgicas receberam nomes gregos, como por exemplo, dogmtica, apologtica e hermenutica, que a mesma ficou assim definida. O termo "homiltica" firmou-se e foi mundialmente aceito para referir-se disciplina teolgica que estuda a cincia, a arte e a tcnica de analisar, estruturar e entregar a mensagem do Evangelho.22

Definio e Conceituao de Pregao

J foi dito anteriormente que a Homiltica busca entender e integrar os papis do pregador, da mensagem e do pblico. Pois bem, vamos analisar, embora sucintamente, a histria da prpria pregao. Antes, porm, vamos definir e conceituar o que pregao. O prximo passo ser pesquisar luz das Escrituras sagradas a historificao da pregao eficiente e eficaz.

A pregao tem tido uma conotao pejorativa para muitas pessoas. David Larsen mencionou que o dicionrio Webster da lngua inglesa, em sua terceira edio, apresenta uma acepo da palavra "pregar" com o significado de "exortar de maneira instrusiva e enfadonha". Tal definio se reflete na cultura popular, como se pode ouvir na msica de Madonna "Papa, don't preach" (Papai, no pregue). At os freqentadores de igreja fazem coro ao desdm secular quando dizem "Ora, no me venha com sermo!". A conotao pejorativa do termo clara e dolorosamente incisiva.24

Mas o que , de fato, a pregao?

Para Philips Brooks, pregador norte-americano famoso no sculo 19, a "pregao a comunicao da verdade aos homens pelos homens. Contm em si dois elementos essenciais: a verdade e a personalidade. No pode omitir-se a nenhum dos dois e ainda ser pregao". A pregao, diz Ernest Pettry, tambm tem sido descrita como "a verdade divina que passa pela peneira da personalidade humana".25 Ronald F. Youngblood resume: "proclamao da obra salvadora de Deus".26 Charles W. Koller enfatiza: "aquele processo nico pelo qual Deus, mediante seu mensageiro escolhido, se introduz na famlia humana e coloca pessoas perante Si, face a face".28 Stott avalia que a pregao no somente exposio, como tambm comunicao; no somente a exegese de um texto, mas a transmisso de uma mensagem dada por Deus a pessoas vivas que precisam escut-la.29 Em o Novo Testamento, a pregao "a proclamao pblica do Cristianismo ao mundo no cristo". No se trata de um discurso religioso para um grupo fechado de iniciados, mas antes a proclamao aberta e pblica da atividade redentora de Deus, em e atravs de Jesus Cristo.30 John Piper ainda acrescenta outro detalhe relevante acerca da pregao: o alvo da pregao: a glria de Deus; a base da pregao: a cruz de Cristo; o dom da pregao: o poder do Esprito Santo!31 Vamos conhecer mais a histria da pregao.

Anlise do Incio e Evoluo Histrica da Prdica nas Pginas das Escrituras Sagradas

A histria da pregao no comea com o surgimento da retrica grega nem com a sistematizao da oratria romana. Comea, sim, nas pginas da Bblia. David L. Larsen assevera que o sermo no um acidente histrico. Embora tenha sido culturalmente moldado de modo a alcanar sua forma, o sermo, foi dado por Deus para a instruo e a inspirao de seu povo e para a propagao do Evangelho at os confins da terra. "No devido tempo, ele trouxe luz a sua palavra, por meio da pregao a mim confiada por ordem de Deus, nosso Salvador" (Tt 1.3). De modo, no podemos considerar o sermo um acontecimento fortuito e incidental. O sermo faz parte do mandamento de Deus, vindo da sua notvel e extraordinria longevidade.32

A arte de transmitir a Palavra de Deus antiga. Deus, na verdade, desde o incio, segundo a Bblia, comunicou pessoalmente sua vontade e propsitos s suas criaturas (Gn 1-3). Depois vieram outros mensageiros. Enoque foi, na opinio de alguns, o pregador pioneiro (Jd 14). No tambm, pois alertou sobre o dilvio iminente e proclamou a arca da salvao de Deus, foi conhecido como o "pregador da justia" (2 Pe 2.5).33 Moiss, em Dt, fez um discurso homiltico, apesar de desconhecer os procedimentos atuais de tal cincia. Mas os principais pregadores do Antigo Testamento parece que so os profetas; alguns passaram pela "escola de profetas", outros no, contudo, tanto uns como os outros, desempenharam com eficincia e eficcia o egrgio ministrio da pregao.

No ministrio proftico do Antigo Testamento, vemos exemplos dos profetas falando como arautos de Jeov (Yahweh) e servindo como seus embaixadores. Por exemplo, Jeremias disse repetidas vezes: "Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo..." (Jr 1.4; 2.1,5). Ele e outros profetas falaram uma mensagem ao povo que revelava a atitude de Deus para com as condies existentes. Elias, Isaas e Osias esto entre aqueles que proclamavam como arauto a mensagem de Deus no mbito do Antigo Testamento e representavam fielmente a Deus diante do seu povo Israel. O ministrio deles serviu para conclamar a nao ao arrependimento e ao servio fiel, e para inspirar confiana em Deus para a salvao.34

John Stott reitera que a historificao da "fala" de Deus:

1.Deus falou por meio de profetas e interpretou para eles o significado das suas aes na histria de Israel, e, ao mesmo tempo, mandou transmitir sua mensagem ao povo, quer pela palavra falada, quer quer pela escrita, quer por ambas juntas.

2.Depois, e de modo supremo, falou por intermdio do Filho, sua "Palavra que se tornou carne". As palavras da sua Palavra foram transmitidas quer diretamente, quer mediante os apstolos.

3.Fala por meio do seu Esprito, que pessoalmente d testemunho de Cristo e das Escrituras, tornando-os reais para o povo de Deus hoje. Essa relao trinitria do Pai, do Filho e do Esprito Santo, que falam mediante a Palavra de Deus que bblica, encarnada e contempornea fundamental para a religio crist. 35

Na fase intertestamentria, com o surgimento da sinagoga, o sermo judaico assumiu sua forma. H quem diga que foi Joo Batista o arauto que fez a ponte entre Antigo e Novo Testamento (Jo 1.8). Jesus Cristo, aps cumprir certas normas religiosas, tambm comeou a pregar (Mt 4.17,23), cheio do Esprito Santo (Lc 4.16-21; Is 61) e, por fim, deu a msma ordem (Mc 16.15). A liderana apostlica, como Jesus, dedicou-se pregao (At 6.4). O sermo de Pedro, no Pentecostes (At 2), resultou numa "colheita" em torno de 3 mil vidas! Tambm pregou poderosamente na casa de Cornlio (At 10). E Paulo, o notvel apstolo, pregou na sinagoga de Antioquia da Psdia (At 13), no Arepago, em Atenas (At 17), em Mileto (At 20), testemunhou em Jerusalm (At 22) e para Agripa (At 26); suas epstolas/cartas ratificam sua a eficincia e eficcia como pregador.

Na histria da Igreja h grandes pregadores. Do final do sculo quarto e incio do quinto - poca de Crisstomo, Ambrsio e Agostinho - foi um tempo fantstico de pregao que antecedeu sete sculos de declnio.36 Os frades, antes da Reforma, desempenharam papel crucial na rea da pregao. Eles, dizem, revolucionaram o nobre ofcio. Comenta-se que o prprio Francisco de Assis (1182-1226), alm do desprendimento, dedicou-se pregao. Domingo (1170-1221), Humberto de Romans (1277), Bernardino de Siena (1380-1444) no foram menos empenhados na arte da pregao.

J na Reforma destaco Lutero e Calvino. Martinho Lutero foi um gigante da tribuna. Via no ofcio privilgio raro. Disse que "Se hoje pudesse me tornar rei ou imperador, ainda assim no renunciaria ao meu ofcio de pregador". Walther Von Loewenich disse que ele foi um dos maiores pregadores da histria da cristandade; pregou cerca de trs mil sermes. Fred Meuser finaliza: ele nunca tirou frias do trabalho de pregao, ensino, estudo individual, produo, escrita e aconselhamento.37 H quem diga que John Calvino, o reformador, era grande telogo, mas no bom pregador. Outros, porm, repudiam tal afirmao. Calvino pregou por todo o livro de Gn, Dt (200 sermes), J (159 sermes), Jz, 1 e 2 Sm (194 sermes), 324 sermes sobre Is e 174 sobre Ez, os quatro Evangelho, At (189 sermes), etc. Outrossim, foi sob a pregao de Calvino que Genebra se tornou, nas palavras de Knox, "a mais perfeita escola de Cristo na terra".38

Terceira Parte: A Relevncia da Pregao Expositiva

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Pr. Jos Roberto de Oliveira Chagas

prdica, em muitas comunidades evanglicas, est em crise. Algumas razes, inclusive, foram citadas nesta disciplina. Mas tambm fato que Deus levantou grandes pregadores para anunciar a Palavra: Hugh Latimer, Richard Baxter, Cotton Mather, John Wesley, George Whitefield, John Henry Newman, Charles H. Spurgeon, Martin Lloyd-Jones, Billy Graham, etc. H outro nmero maior de arautos annimos que propagaram - e propagam ainda! - a Palavra de Deus, com eficincia e eficcia, levando milhares de vidas a Jesus Cristo, fundamentados em motivao santa, atitudes coerentes e convincentes, sem perder a elegncia e a desenvoltura.

A Homiltica, disciplina ligada categoria da Teologia Prtica, cuja finalidade auxiliar o pregador "a elaborar e apresentar sermes"39 com elegncia, desenvoltura, propriedade bblica, teolgica e relevncia, imprescindvel na labuta para transformar a decadente situao. A disciplina est voltada anlise e prtica dos fundamentos e princpios da arte preparar e proferir sermes, em especial, nos cultos cristos, logo deve ser conhecida e praticada corretamente, pois desta forma a crise no ministrio da pregao ser atenuada.

Os trs principais objetos de anlise homiltica so: o pregador, a mensagem e o ouvinte. Acerca do pregador, como j disse, parto do pressuposto que o mesmo est ciente de que sua vida deve estar em compasso com a sua pregao. Acerca da pregao, procurei defini-la sucintamente, e citar em parte sua evoluo histrica. E, agora, para finalizar, ressaltarei, alguns Fundamentos Teolgicos da Pregao Crist e, a seguir, destacar a importncia da Pregao Expositiva.

Anlise de Algumas Convices Teolgicas Fundamentais da Prdica Crist

John Stott esclarece que os segredos da pregao no so tcnicos, mas teolgicos e pessoais, ou seja, a teologia precede e mais importante que a metodologia; o segredo essencial no dominar certas tcnicas, mas ser dominados por determinadas convices. Stott ainda diz que a Homiltica pertence apropriadamente ao departamento da teologia prtica e no pode ser ensinada sem um fundamento teolgico slido. Enfim, "a tcnica pode somente nos tornar oradores; se quisermos ser pregadores, da teologia que precisamos". Os cinco argumentos teolgicos que subjazem prtica da pregao como exposio que sero apresentados, a seguir, so propagados pelo prprio John Stott:

1.Uma convico a respeito de Deus - Sua existncia, atuao e Seu propsito. O tipo de Deus no qual voc cr determina o sermo que voc prega! Destarte o cristo, antes de aspirar ser um pregador, deve ser, no mnimo, um telogo amador.

Trs afirmaes categricas e imprescindveis a respeito de Deus, o Supremo Senhor do Universo:

a)Deus Luz (1 Jo 1.5), smbolo da santidade, pureza, mas, no texto citado, representa a verdade (Jo 8.12; Mt 5.14-16). Tambm significa que Deus quer se revelar (Mt 11.25,26) para banir as trevas e seu principal expoente - Satans (2 Co 4.4-6).

b)Deus tem agido - Ele tomou a iniciativa para se revelar em aes; tambm conhecido na Bblia por sua atividade libertadora.

c)Deus tem falado - Ele se comunicou com o seu povo mediante a fala, diferente dos deuses pagos (SI 115.5; Is 40.5; 55.11) e atravs das aes histricas (Am 3.8).

2.Uma convico a respeito das Escrituras Sagradas. A doutrina de Deus leva natural e inevitavelmente doutrina das Escrituras. Embora tivesse dado a esta seo o ttulo de "uma convico a respeito das Escrituras", trata-se na realidade, de uma convico mltipla que pode ser analisada em pelo menos trs crenas distintas, porm mutuamente correlatas.

a)A Escritura a Palavra de Deus escrita - a ao, a fala e a escrita, juntas fazem parte integrante do propsito de Deus; na autoria da Bblia h o fator divino e o humano, ou seja, ela a Palavra de Deus escrita, a Palavra de Deus atravs das palavras dos homens, falada por meio da boca humana e escrita por meio de mos humanas.

b)Deus continua falando atravs daquilo que Eleja disse - A Bblia no simplesmente um compndio de documentos antigos, cheirando a mofo, nem um museu, nem uma relquia ou fssil. E sim a Palavra viva oriunda do Deus vivo para pessoas vivas, cuja mensagem contempornea para o mundo contemporneo! O Dr. J. I. Packer, aps estudar a doutrina das Escrituras por muito tempo, arremata: " A Bblia Deus pregando".

c)a Palavra de Deus poderosa - ela cumpre o propsito divino (Is 55.11); sua Palavra tem poder (SI 33.9), viva e eficaz (Hb 4.12)

3.Uma convico a respeito da Igreja - A Igreja depende da Palavra de Deus; no superior a ela; antes de existir igreja Deus j estava falando e fazendo. Outrosssim, a Palavra o cetro mediante o qual Cristo a governa, sustenta, santifica, guia, insipira. Tambm fato que o declnio da pregao seguido de perto pela decadncia espiritual da igreja. Logo, compete aos pregadores proclamar a Palavra de Deus e a igreja ouvi-la e pratic-la!

4.Uma convico a respeito do pastorado - H incerteza na igreja moderna atinente natureza e s funes do ministrio cristo profissional. Jesus, o Bom Pastor, cujas marcas incluem sacrifcio, liderana, proteo, cuidado... sempre ser modelo de ministrio pastoral. A funo principal do pastor alimentar as ovelhas - ensinar a igreja (At 20.28; 1 Pe 5.2), etc.

5.Uma convico a respeito da pregao - Se o pastor pregador e mestre, qual sermo deve pregar? As listas de opes nos manuais de Homiltica so vrias. Stott lembra que dizem existir sermes temticos e textuais; alguns so evangelsticos, apologticos ou profticos; outros so devocionais, ticos ou exortativos. Ainda acrescentam os sermes "exegticos" ou "expositivos". Para o nobre autor "toda pregao genuna pregao expositiva".40

Sntese de Classificao dos Sermes

Primeiro vamos relembrar os demais tipos de sermes que existem, classificando-os quanto forma.

Sermo temtico. E o que expe a. verdade bblica num tema utilizado pelo pregador. Aps a escolha ele faz a diviso do sermo para enfatizar o texto lido. O esboo do sermo deriva do tema. Esse tipo de pregao oferece algumas vantagens quando bem aproveitado e pode contribuir para trazer clareza aos ouvintes. O pregador deve ter cuidado para no se exceder no uso de sermes desse tipo, porque pode inclinar-se a falar demais em conquistas, em ocorrncias da vida poltica, da tcnica, e da cincia, e passar a apresentar suas prprias opinies, perdendo a capacidade de dizer; "Assim diz o Senhor". Falar bem, como socilogo, psiclogo, mas no como mensageiro de Deus.

Sermo textual. a exposio da verdade contida num texto bblico escolhido. Suas divises derivam do texto tomado, e no do tema do sermo.

Sermo expositivo. Suas divises vm do texto tomado e ainda apoiadas por referncias bblicas. uma anlise pormenorizada, lgica, aplicada ao texto lido.

Sermo ocasional. o preparado para ocasies especiais, como inaugurao de templo, ceia, Natal...41

Anlise do Sermo Expositivo

O sermo expositivo recebeu uma ateno nesta disciplina de noes de Homiltica. Isso significa que tal "metodologia" est totalmente imune a erros? No. Alguns estudiosos, inclusive, dizem que o sermo expositivo tem vantagens e desvantagens. As vantagens da pregao expositiva so vrias: tem menos probabilidade de deturpar a legtima mensagem de Deus, honra as Escrituras, proporciona alimentao saudvel comunidade de f, favorece consideravelmente a capacitao bblica e teolgica do prprio pregador. Outros, quanto s desvantagens, so categricos - ele apresenta alguns desafios ao mensageiro que se dispe a aderi-la. Destacarei dois pelo menos.

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O primeiro dificuldade para prepar-la: mensagens divorciadas da Bblia so facilmente fabricadas, mas uma bblica, sria, doutrinria e teologicamente correta, d trabalho; no se faz em alguns minutos um sermo que transformar a vida das pessoas!

O segundo desafio o tempo para sua elaborao que o sermo expositivo exige do pregador, afinal, entre outras coisas, precisar identificar o autor/narrador, os provveis destinatrios, a datao do texto, tempo/espao, ocasio, objetivo, assunto, etc. Conseguir agregar todas essas informaes, de fato, trabalhoso. O pregador que quer agradar a Deus, porm, no teme o labor!

E o que o sermo expositivo? Como defini-lo e empreg-lo?

George O. Wood esclarece que na pregao temtica, o pregador pode escolher seu esboo; na pregao textual, os pontos principais so regidos pelo texto, e o pregador pode colocar entre os pontos o que quer que se sinta levado a colocar; na pregao expositiva, porm, o texto rege inteiramente o contedo da mensagem: no se tem a liberdade de buscar ou escolher o que se quer enfatizar ou deixar passar. Pregao , em suma, diz Wood, tomar um trecho das Escrituras - um versculo, um pargrafo, um captulo, um livro) e responder duas perguntas: (1) O que disse? e: (2) O que diz? A primeira pergunta - "O que disse?" envolve exegese e hermenutica. Entretanto, nenhum sermo estar completo se tivermos respondidos apenas a primeira pergunta. Tambm devemos considerar: "O que diz?" Em outras palavras, tenho de passar da exegese para a aplicao. De que forma essa clssica Palavra viva se relaciona com as necessidades contemporneas das pessoas a quem pregarei? Pregar sempre implica em se ter um p plantado firmemente na exegese e o outro na aplicao.42

O Dr. Shedd alerta: "Pregar expositivamente significa, acima de tudo, que ns nos comprometemos com a Palavra inspirada. Faltando este compromisso, camos no subjetivismo e abrimos espao para noes prprias, falhas e interesseiras. Misturar idias humanas com as Escrituras torna a pregao leite adulterado' (1 Pe 2.2). As limitaes pecaminosas da mente humana so tamanhas que, qualquer heresia ou doutrina falsa, pode facilmente ser propagada, caso no seja mantido este compromisso com o texto bblico".43

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John Stott diz que exposio refere-se ao contedo do sermo (verdade bblica) mais do que ao seu estilo (comentrio)", ou seja, fazer exposio das Escrituras aproveitar aquilo que j est no texto e exp-lo vista de todos, destampar o que parece fechado, tornar claro o que parece obscuro. Stott complementa: "Quer o texto seja longo, quer breve, nossa responsabilidade como expositores desvend-lo de tal maneira que sua mensagem seja falada de modo claro, compreensvel, exato, relevante, sem acrscimos, sem omisses e sem falsificao". O nobre autor ainda faz as seguintes ressalvas:

1.A exposio nos prescreve limites -a pregao expositiva restringe-se Bblia.

2.A exposio exige integridade - o pregador no pode corromp-la e nem manipul-la a seu bel-prazer. De modo algum. Antes o faz primar pelo significado verdadeiro e fiel de todos os texto da Palavra.

3.A exposio identifica as armadilhas que o pregador deve evitar a todo custo; so elas: esquecimento e deslealdade; no primeiro caso o pregador segue a prpria imaginao; no segundo, o estica e o fora, deteriorando seu significado original e natural.

4.A exposio da confiana ao pregador - por estar pregando a Palavra de Deus com respeito e integridade, torna-se muito mais corajoso.44

Portanto, se voc deseja ser um pregador fiel s Escrituras, prepare-se para nela meditar!

Como Preparar Sermes Expositivos?

No suficiente alegar que a pregao expositiva recomendvel aos pregadores da Palavra. E mister mostrar passos para elabor-la. O sermo expositivo no fabricado por acaso nem acidentalmente. H etapas para sua preparao, explanao e aplicao. George Wood, para citar exemplo, compartilhou algumas dicas importantes. Veja:

1.Leia minuciosamente, medite e ore a respeito do texto das Escrituras sobre o que vai pregar. Faa isso sem o auxlio de qualquer estudos externos - s voc e a Bblia. Anote pensamentos e perguntas que tiver.

2.Consulte seus comentrios. Use ampla seleo de recursos de estudo. Tome abundantes notas.

3.Desenvolva o ttulo, o assunto e o esboo. A mensagem inteira pode ser expressa em uma s frase? O ttulo fiel ao texto e desperta interesse?

4.Considere a introduo minuciosamente e em detalhes (ponha as pessoas no texto e o texto nas pessoas). Prende a ateno?

5.Medite longamente na concluso. Que tipo de apelo voc est fazendo? Que reao est buscando? O que voc deseja que as pessoas faam com a mensagem que foi pregada?

6.0 sermo tem janelas? As ilustraes se ajustam suavemente ou so foradas ou soam artificiais? Conte uma histria para chegar ao ponto desejado, no a conte s por contar.

7.Prestou ateno nos conectivos? As pessoas sero capazes de seguir com clareza sua linha de raciocnio? Os pontos esto relacionados uns com os outros? Emanam do assunto? Manteve os pontos principais sucintos e fceis de lembrar?

8.Sua mensagem banhada em orao? Voc sente que est ungido? Sua sensao ao pregar a de que est cumprindo funo proftica, que est conclamando a verdadeira Palavra de Deus a essas pessoas para essa ocasio?45

Preparar uma pregao expositiva eficiente e eficaz d trabalho. A recompensa, porm, ser satisfatria. Ademais, como escreveu Ramesh Richard, preparar um sermo uma arte, uma cincia, uma disciplina e um relacionamento; um sermo eficaz filho da unio dinmica espiritual com a mecnica da diligncia; a dinmica do preparo do sermo surge do relacionamento do pregador com o Senhor do texto. Ele um exerccio srio que precisa ser regado com orao e engendrado pelo Esprito Santo desde o primeiro contato do pregador com o texto.46

Para concluir este prefcio Homiltica gostaria de transcrever trs exemplos de sermo expositivo elaborados por Hans Ulrich Reifler. H, em outras obras, mais modelos. Incentivo cada leitor/a a buscar em outras publicaes mais propostas a respeito de como elaborar e expor pregaes expositivas. Este um hbito indispensvel: estudar modelos de sermes expositivos.

1.TEMA: A Verdadeira Adorao e os Verdadeiros Adoradores.

2.TEXTO: Joo 4.19-24.

3.ESBOO: Introduo: A problemtica da adorao em nossas igrejas.

I. O significado da adorao

1.No grego clssico

2.No Antigo Testamento

3.No Novo Testamento

O lugar da adorao (4.20,21):

1.Para os samaritanos: Gerizim

2.Para os judeus: Jerusalm

3.Para os cristos: no importa o lugar.

A Atitude de adorao (4.21-24):

1.TEMA: A Orao Sacerdotal de Cristo.

2.TEXTO: Joo 17.1-26.

3.ESBOO: Introduo: a importncia da vida de orao

1.O nome desta orao (Jo 17.1).

2.O valor desta orao (Jo 17.1).

3.O motivo desta orao (Jo 17.2,3).

4.O tempo desta orao (Jo 17.1).

5.O receptor desta orao (Jo 17.1,5,11,21,24,25).

6.O contedo desta orao:

-A orao de Jesus por Si mesmo (Jo 17.1-5).

-A orao de Jesus por Seus apstolos (Jo 17.6-19).

-A orao de Jesus por Sua Igreja (Jo 17.20-26).

7.O propsito desta orao:

-A revelao de Sua glria (Jo 17.1-5).

-A converso dos Seus (Jo 17.6-16).

-A santificao dos Seus (Jo 17.17-19).

-A unificao dos Seus (Jo 17.20-23).

-A glorificao de Sua pessoa (Jo 17.24-26).

8.Concluso desta orao (Jo 17.25,26).47

1.O verdadeiro adorador adora o Pai (4.21,23).

2.O verdadeiro adorador adora em esprito (4.23,24).

3.O verdadeiro adorador adora em verdade (4.23,24).

TEMA: No Sejas Incrdulo, Mas Crente TEXTO: Joo 20.24-29

ESBOO: Introduo: Dados biogrficos do evangelho de Joo a respeito de Tom (Jo 11.16; 14.5; 20.24-29; 21.2).

I.O Ceticismo de Tom (20.24-26).

1.Apesar dos encontros anteriores com Cristo.

2.Apesar do testemunho dos apstolos (20.25).

3.Apesar de oito dias de reflexo (20.26).

4.Superado pela presena real do Cristo (20.26).

5.Superado pela presena real do Cristo que o desafia a colocar seu dedo em Suas mos (20.26).

6.Superado pela palavra de encorajamento do Cristo: no seja mais incrdulo, mas crente (20.27).

II.A Confisso de Tom:

1.Uma confisso pessoal: "Senhor meu, Deus meu!

2.Uma confisso do Senhorio de Cristo: "Senhor meu".

3.Uma confisso da divindade de Cristo: "Senhor meu, Deus meu!"

III.O Compromisso de Tom

TITULO: Por Esta Bno Orava Eu!

TEXTO: 1 Sm 1.27

/. Os Graves Problemas de Ana:

1.Esterilidade de Ana e fecundidade de Penina (1 Sm 1.2).

2.Provao de Deus e humilhao (1 Sm 1.6).

3.Incompreenso do marido (1 Sm 1.8).

77. As Atitudes de Ana Para Alcanar o Milagre:

1.Ana levantou-se e, mesmo aflita, orou a Deus (1 Sm 1.9,10).

2.Compartilhou com Deus sua necessidade (1 Sm 1.11).

3.No teve pressa de sair da presena de Deus (1 Sm 1.12). III. AS A titudes de ana ApS orao:

1.Seguiu seu rumo com alegria (1 Sm 1.18).

2.Adorou a Deus (1 Sm 1.19).

3.Tentou novamente (1 Sm 1.19).

4.Cuidou da bno e consagrou-a a Deus (1 Sm 1.22).

1.O grande apstolo mencionado 4 vezes no Ev. de Joo.

2.O grande apstolo que levou o Evangelho ndia.47

Notas

STOTT, John. Eu Creiom Pregao. So Paulo: Vida, ps.225,226. -MARllX, AL O que Hde Errado Com a Pregao deHojerSzo Paulo: Fiel, p.7.

;CEZAR, Csar Augusto Arruda. Socorro!!! Tenho que Preparar um Sermo - Manual de pregao dinmica - Pregador crizvo. Curitiba: A. D. Santos Editora, 2001, p.36.

^RETFLER, Hans Ulrich. Pregao ao Alcance de Todos. So Paulo: Vida Nova, p.15 -'SHEDD, Rssel P. Palavra Viva. So Paulo: Vida Nova, 2000, p.13. *SANDERS, J. Oswald. Discipulado Espiritual. Rio de Janeiro: JUERP, 1995, ps. 17-23. "STOTT, John, Op. Cit, ps.191,192.

sPROENA, Wander de Lara. "De Casa de Profetas a Seminrios Teolgicos". In KOHL, Manfred W & BARRO, Antnio Carlos (orgs). Educao Teolgica Transformadora. Londrina: Descoberta, 2004, p.29.

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12 TORREY., Reuben Archer (ed.). Os Fundamentos. So Paulo: Hagnos, 2005, p.461.

13ZABTTERO, Jlio P. T. "Novos Desafios da Leitura Bblica no Pastorado Contemporneo". In KOHL, Manfred Wc BARRO, Antnio Carlos (orgs). Ministrio Pastoral Transformador. Londrina: Descoberta, 2006, p.13.

"LOPES, Hemandes Dias. Fome de Deus. So Paulo: Hagnos, 2004, ps.20,21.

15SOUZA, Lus Wesley. "Uma Igreja Sem o Propsito da Pureza e da Santidade". In BARRO, Jorge, Op. Cit., p.94.

"SHEDD, Russel, Op. Cit., p.ll.

"ANDRADE, Claudionor Corra. Dicionrio Teolgico. Rio de Janeiro: CPAD, 11 ed., 2002, p.178. GRENZ, Stanley J., GURETZKI, David e NORDILING, Cherith Fee. Dicionrio de Teologia. So Paulo: Vida, 2002, p.68.

"REIFLER, Hans Ulrich, Op. Cit., p.ll.

20BENTHO, Esdras Costa. Hermenutica Fcil e Descomplicada. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, ps.31,32. ''FERREIRA, Franklin & MYATT, Alan. Teologia Sistemtica. So Paulo: Vida Nova, 2007, p.23. 22REIFLER,idem,p.ll.

23GRENZ & GURETZKI & NORDILING, Op. Cit., p.68. 24REIFLER, idem.

2SLARSEN, David L. Anatomia da Pregao. So Paulo: Vida, 2005, ps.11,12. 26PETRY, Ernest. Ministrando a Palavra de Deus - Homiltica. Campinas: I.C.I., 2007, p.87. 27YOUNGBLOOD, Ronald (org.). Dicionrio Ilustrado da Bblia. So Paulo: Vida Nova, 2004, p.1.155. 2sKOLLER, Charles W. Pregao Expositiva Sem Anotaes. So Paulo: Mundo Cristo, 1984, p.9. 2'STOTT, idem, p.146.

DOUGLAS, J. D. (ed.) & (SHEDD, Russel P.). O Novo Dicionrio da Bblia. So Paulo: Vida Nova, 2006, 3 ed. rev., p.1.088.

31PIPER, John. A Supremacia de Deus na Pregao. So Paulo: Shedd Publicaes, 2006, p.19.

32LARSEN, David L. Anatomia da Pregao. So Paulo: Vida, 2005, p.13.

33YOUNGBLOOD, Ronald, Op. Gt, p.1.155.

34PETRY, Ernest, Op. Cit.,ps.l00,101.

35ST0TT, ps.15,16.

"LARSEN, David L., Op. Cit., p.18.

"PIPPER, John. O Legado da Alegria Soberana. So Paulo: Shedd Publicaes, 2005, p.92. 3SHANKO, Ronald. Artigo: "Calvino, o Pregador". In http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_ calvinpreacher.htm (16/07/2008).

"ANDRADE, Claudionor Correia de, Op. Cit., p.178. "STOTT, idem, ps.97-133.

"SANTANA, Rodrigo Silva. Noes de Homiltica - Coleo Ensino Teolgico (5). Rio de Janeiro: CPAD, 3a ed., 1983, ps.67,68.

tWOOD, George O. "Prioridades na Vida do Pastor - Pregao Expositiva". In Pastor Pen recostai. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, 5' ed.,p.84-89.

"SHEDD, Russel P., Op. Cit., p.55. "STOTT, idem, ps.133-141. ^OOD, George O., Op. Cit., p.96.

4PJCHARD, Ramesh. Homiltica - Curso Vida Nova de Teologia - Vol.5. So Paulo: Vida Nova, 2005,

p.18.

*RErFLER,ps.l08,109.

Questionrio Homiltica

*Nome:

Sexo: ( ) Data Nasc.__/__/_Natural:.*End.:

_, Bairro:

Cidade:UF.

CEP:Fone: ()

Nome completo, sem rasuras, conforme constar no certificado. Endereo correto para o qual ser enviado o certificado.

I. Questes Tericas:

1. A pregao evanglica est em crise. Por qu? Cite algumas razes expostas nesta disciplina.

Resp.

2. Defina Homiltica.Resp.

3. Cite alguma definio de Pregao.Resp.

4. Quais so os trs principais objetos de anlise homiltica?Resp.

5. Defina Pregao Expositiva, segundo o Dr. Shedd.Resp.

II. Questes Avaliativas:

1. Voc gosta da mensagem proferida por algum pregador? Qual e por qu?

Resp.

2. Qual sua opinio sobre o contedo desta disciplina?Resp.

3. Como voc avalia o seu aproveitamento deste mdulo - tempo dedicado ao estudo da disciplina, comentrios importantes suscitados, possveis descobertas?

Resp.

4. De que maneira voc pretende aplicar em sua vida e ministrio o que aprendeu nesta disciplina?

Resp.

5. Como voc avalia a forma como as informaes foram transmitidaspelo professor-escritor: voc conseguiu compreender o que ele quislhe passar ou teve dificuldades? O que poderia ser melhorado?Resp.