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JOSUÉ MACHADO DUTRA LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO. MONOGRAFIA DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA PASTORAL Matéria Especifica de Liderança Rio de Janeiro 2017.

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JOSUÉ MACHADO DUTRA

LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.

MONOGRAFIA

DEPARTAMENTO DE TEOLOGIA PASTORAL

Matéria Especifica de Liderança

Rio de Janeiro

2017.

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JOSUÉ MACHADO DUTRA

LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.

Orientador: Professor Reverendo João Batista

Rio de Janeiro

2017.

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JOSUÉ MACHADO DUTRA

LIDERANÇA CENTRADA EM CRISTO.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________Reverendo João Batista Borges – Orientador

Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton

______________________________________________________________________Reverendo Fabiano Almeida de Oliveira – Presidente da Banca

Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton

______________________________________________________________________Reverendo Paulo Roberto Muniz Gomes – Representante do Presbitério PRNT

Presbitério Rio Norte

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ouparcial do trabalho sem autorização do autor e do orientador.

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JOSUÉ MACHADO DUTRA

Ficha Catalográfica

Ficha Catalográfica

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Aos meus pais, João e Dorcas, aos meus avós Walter e ConceiçãoPelo amor e carinho que tiveram sempre comigo.

À minha amada esposa Rafaely e meus amados filhosIsaque e Laura pelo amor, paciência e compromisso. Ao Reverendo Adalberto pelo exemplo de Liderança.

AGRADECIMENTOS:

Ao meu Amado e Querido Pai Celeste, autor e sustentador da minha fé, por suasmisericórdias que se renovam a cada manhã e que não tem fim sobre a minha vida.

À minha Amada esposa Rafaely Pinheiro da Silva Dutra e meus filhos Isaque PinheiroDutra e Laura Pinheiro Dutra, por toda a dedicação, paciência e compreensão nasdificuldades.

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Aos meus avós e tios, pela educação, atenção, carinho e amor durante a minha vidacristã nas horas necessárias.

Ao senhor Darly Mendes da Silva, agradeço pelo carinho e o sustento financeiro. Atodos os familiares que me deram todo apoio para a conclusão do curso.

A tia Nena, pelo apoio, motivação e dedicação no cuidar dos meus filhos ao longo dessecurso.

Ao meu amado orientador Professor Reverendo João Batista Borges pelo estímulo eparceria na realização deste trabalho.

Aos professores do Seminário Presbiteriano Reverendo Ashbel Green Simonton, pelaformação acadêmica e apoio em todo tempo.

Ao Capelão Reverendo Adelino Barros, grande amigo de todas as horas, que tevegrande carinho e amor pastoral na condução de minha jornada acadêmica, como um paina minha formação. Ao Conselho das Igrejas Presbiteriana de Brás de Pina pelo amparo e motivação emtempo oportuno, e por suas portas abertas para eu e minha família.

Ao Conselho da Igreja Presbiteriana II de Ramos, no Complexo do Alemão na Grota,pelo amparo e motivação em tempo oportuno, e por suas portas abertas para eu e minhafamília.

Ao Reverendo Paulo Roberto Napoleão Ferreira e o conselho da Igreja Presbiteriana deOlaria, por todo apoio, dedicação e amizade que demonstrou desde que nosconhecemos.

Ao Presbitério Rio Norte, que me recebeu em minha candidatura, me acolhendo deportas abertas e me ajudou no sustento espiritual.

Ao Reverendo Adalberto Ribeiro, Pai, Amigo e Conselheiro de todas as horas. AoReverendo Paulo Roberto Napoleão Ferreira, que desde que nos conhecemos, possodizer um amigo pastoral de todas as horas.

Ao bibliotecário Marcos Cardoso pela compreensão e dedicação que realiza seutrabalho e me ajudou sempre que precisei.

E a todas as pessoas que direta e indiretamente me ajudaram nesta caminhada.

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“O maior líder da história demonstrou que...É a humilhaçãoque nostorna grande, pessoas humildes agem como águias,

Antes de grandes voôs abaixam a cabeça.”

Somente o líder que reconhece a autoridade de Jesus Cristo pode mostrar o caminho que leva aos valores verdadeiros.

John Haggai, Seja um líder de verdade.RESUMO

Dutra, Josué Machado; Borges, João Batista. Liderança Centrada em Cristo. Riode Janeiro, 2017 94 páginas. Monografia – Teologia, Seminário TeológicoPresbiteriano Ashbel Green Simonton.

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Liderança Centrada em Cristo é uma matéria de relevante importância na

pesquisa da Teologia. A liderança de Cristo ultrapassou os limites do tempo e de espaço

e trabalho no ser humano na cosmovisão, promovendo libertação de seus próprios

conceitos e preconceitos errados. Derruba antigos modelos de paradigmas, produzindo

ao homem uma visão nova de melhor compreensão da sua própria vida e de sua

liderança que é capaz de influenciar de forma positiva, levando as pessoas a cumprirem

a missão de pregar o evangelho e gerando benefício para a comunidade que exercer

liderança. Nessa monografia é proposta a defesa da hipótese de que Cristo trabalhava a

liderança ao mesmo tempo criava um relacionamento com pessoas entre a Trindade e o

homem. Nesse relacionamento de comunhão Cristo realizava uma condução

proporcionava o cumprimento de sua missão na terra. Em sua vida de liderança Cristo

desenvolve pela prática do ensino uma ação tão poderosa, que permanece até os dias

atuais. Jesus Cristo ensinou e continua ensinando sobre seu exemplo de liderança

através de discípulos que o seguem e Ele exerce uma importante liderança pela lição do

prazer de realizar o serviço na Mordomia Cristã. Cristo transmitiu o melhor modelo de

humilhação, não se importando com a condição social das pessoas, mas com a

preocupação atender as necessidades do próximo, mostrando seu grande amor e levando

pessoas e se achegarem cada vez mais a Ele.

Palavras-chave:

Serviço; Liderança de Cristo; motivação; influência; comunhão; ensino;autoridade; mordomia cristã; caráter.

SUMÁRIO:

1. Introdução................................................................................................10

2. Liderança de Cristo, na Comunhão dos Liderados..................................16

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2.1 A Vocação do Líder, Chamado e Confirmado por Deus....................18

2.2 A Ação do Relacionamento de Cristo com as Pessoas......................21

2.3 A Comunhão de Jesus Cristo com a Trindade...................................23

2.4 A Comunhão Edificada pelo Amor....................................................24

2.5 A Liderança estimula, a realização conjunta da sua Missão..............30

2.6 A Liderança de Cristo e os Padrões de Relacionamento...................36

3. Liderança de Cristo, Produz Ensino aos Oficiais da Igreja.....................40

3.1 O Caráter de Cristo Apresentado Pelo Ensino...................................43

3.2 O Ensinamento Para um Lar Abençoado..........................................48

3.3 Jesus Ensina no Sermão do Monte....................................................53

3.4 Autoridade: Importante Atributo para os Oficiais da Igreja..............61

4. Liderança de Cristo no Serviço...............................................................66

4.1 Liderança Cristã, Serve nos Relacionamentos..................................69

4.2 Liderança Cristã, Humildade no Serviço..........................................71

4.3 Liderança Cristã, Serve ao Pai Celeste..............................................78

4.4 Liderança Cristã, Lidera Servindo aos Seus Liderados.....................81

5. Considerações Finais...............................................................................85

6. Bibliografia..............................................................................................92

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1. INTRODUÇÃO

O homem, do momento de seu nascimento tem a tendência de observar uma figura

ilustre, e fazer dessa figura o exemplo para seguir em sua vida. Existem homens que

nasceram com o poder de influenciar pessoas. Sendo que as pessoas podem ser

influenciadas logo cedo a partir da infância, e isso ocorre no ambiente familiar, escolar,

eclesiástico e na sociedade que o homem vive. Por estas razões apresentadas, que essa

monografia se propõe a apresentar o exemplo de autoridade da liderança de Cristo, e

como Ele desenvolveu e colocou em prática a sua liderança na vida das pessoas. Este

trabalho deseja focar no aspecto realizado na vida e no ministério de Jesus Cristo em

relatos no Novo Testamento, principalmente nas palavras dos Evangelhos.

Este trabalho acadêmico, demostra o conceito da Autoridade da Liderança Centrada em

Cristo. Onde Cristo observa o homem, no olhar como um todo: parte física-espiritual.

Demostra e trabalha na área de conhecimento da Teologia Pastoral, disciplina especifica

da Liderança. Contudo dando início ao estudo será importante salientar a compreensão

do verdadeiro significa, do que é Liderança e porque usar a pessoa de Jesus Cristo para

esse trabalho.

Segundo comentário de John Haggai: “Liderança é o esforço de exercer

conscientemente uma influência especial dentro de um grupo no sentido de levá-lo a

atingir metas de permanente benefício que atendam às necessidades reais do grupo”1.

Haggai declara que é importante cada palavra no contexto sobre o conceito de

Liderança. Nos ensina que a pessoa não nasce líder, com o tempo, aprendizado e

esforço se tornará um bom líder. Portanto aquele que deseja o exercicio da Liderança

presisa se empenhar no esforço para se tornar um verdadeiro líder. Deve ter dedicação

total, e consciência em seu objetivo para exercer a Liderança.

Influênciar pessoas, segundo Haggai é desenvolvido no amor, confome (Jo 14.15). E

que o verdadeiro líder que tem amor aos seus liderados se entrega em sacrificio de todos

os modos, na família, no pastorado, na escola, no trabalho e na sociedade com a

finalidade de suprir as necessidades reais de todo grupo. Haggai afirma que as

necessidades reias do grupo são percebidas pelo olhar sensível da percepção do líder.

Que as necessidades reais do grupo, em algumas vezes não é a mesma vontade do líder

e esse aspecto é importantíssimo na administração de conflitos e na boa condução do

direcionamento para as metas na vida da igreja.

1 HAGGAI, John. Seja um líder de Verdade, pag. 20

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O escritor James Hunter em seu livro, faz o seguinte comentário : Há uma diferenciação

entre a vontade e a necessidade. Segundo James Hunter, pais que fazem todas as

vontades de seus filhos, criam pessoas sem limites2. Criar os filhos com limites e suprir

suas necessidades de forma adequada é colaborar para um crescimento saudável, e irão

se tornar pessoas maduras para enfrentar as dificuldades da vida e se tornarem pessoas

responsáveis. Contudo, suprir as necessidades necessárias de um grupo significa

proporcionar as pessoas um ambiente com responsabilidades e limtes, com padrões pré

estabelecidos, para levar os liderados a um espaço que se sintam de forma seguros e

confortaveis a fim de apresentarem e dar o melhor que puderam de si mesmo.

Outro escritor conceituado Eugene Habecker, define em seu livro que liderança é: “

Defino como lider quem acredita que pode deve desempenhar o papel importante na

empresa, na família, e na comunidade e que realmente faz em conformidade com os

princípios bíblicos” 3 Habecker também em seu livro trata de dois aspectos importante, a

liderança positiva e negativa. 4 Ele menciona que ser lider é estar conduzindo pessoas a

glorificar a Deus e desejar em sua vida o cumprimento dos propósitos e a vontade de

Deus que é boa, perfeita e agradável, tomando rumos para a vida eterna.

Definido por Habecker, posso destacar Hitler na História como exemplo de liderança

negativa e Jesus Cristo o exemplo perfeito de liderança positiva. 5 Por esta razão posso

definir que existe um modelo de pefeição na obra e na vida de Jesus Cristo. Outros

relatos na História revelam Cristo como exemplo de liderança perfeita a ser seguido.

Leighton Ford,6 em sua obra comenta em uma de suas viagens à Austrália, levando

consigo um livro de Beniss, resolveu tomar um café. Entretando um acontecimento

interessante acontece com ele: um jovem barbudo, com uma guitarra, senta-se ao seu

lado e se interessa pelo que estava lendo. Então Ford lhe pergunta sobre quais qualidade

deveria ter um lider? E o rapaz lhe reponde: um verdadeiro líder dever ter em sua vida,

paciência, determinação e fé. A interessante resposta do jovem lhe deu, levou a Ford a

perguntar-lhe: quem você considera um líder? E o rapaz reponde: “Eu digo que Jesus

Cristo é o melhor líder a ser seguido”.

2 HUNTER, James C. – O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança, p. 52.

3 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 11.

4 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 12.

5 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a alma da Liderança, p. 12.

6 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 23 e 24.

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O comentarista Ford, declara que Jesus Cristo, teve uma participação importante e clara

na liderança de modo muito prático. 7 Mahatma Gandhi, o líder dos direitos civis

indianos, embora não sendo um crente, adminirava-se de Jesus, tendo Jesus Cristo

como um grande exemplo, utilizando de seu exemplo de liderança de várias maneiras.

Um dos maiores elogios aos habitantes da India ou um hindu, era compará-lo com a

pessoa de Cristo. 8 Muitas pessoas entendem que aconteceu um tempo antes de Jesus

Cristo, e depois Dele um novo tempo de história na humanidade. Ao ponto do período

histórico se dividir no período antes e depois de Jesus Cristo.

Alguns autores abordam no Novo Testamento da Bíblia, o estudo de pesquisa deste

tema. Isso irá nos favorecer como instrumento de pesquisa ao estudo Histórico, que nos

motivará a compreender sua trajetória.

De acordo com a pesquisa do assunto abordado neste trabalho, a dinâmica pode parecer

ora subjetiva e experimental, mas o autor não tem a pretensão de estabelecer normas e

regras ou modelos de paradigmas, mas o desejo da obra feita é de proporcional ensino e

conhecimento que podem ser refutadas segundo o olhar e perspectiva na visão de cada

leitor desta obra.

Na visão do agente pesquisador, é trazer para a liderança da igreja nos dias atuais, maior

conhecimento a ser aplicado na vida eclesiastica da igreja, fazendo com que liderança e

liderados possam se conhecer melhor e viverem um respeito mútuo, olhando para a

Autoridade da Liderança Centrada em Cristo, afim de contribuir para pesquisa cientifica

e para o crescimento do Reino de Deus. “A liderança de Cristo foi relevante, tanto

culturamente no seu tempo, quanto transculturalmente” 9, nos dias atuais, motivando

vidas a imitarem o seu caráter nos dias atuais. Jesus Cristo foi o divisor das àguas que

mudou a história da humanidade.

O assunto estimulou o autor dessa obra, e visualizou a necessidade desta àrea tão vasta

de conteúdo, motivar aqueles que aspiram a liderança, podem se espelhar no estilo de

liderança de Cristo, que é o autor e consumador da fé cristã, o grande líder Jesus Cristo.

O agente investigador, e escritor dessa obra teve o Espírito Santo como agente

influenciador e como agente humano os influenciardores foram o mestres e professores

Eurípedes da Conceição e o João Batista Borges, ambos docentes do Seminário

7 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.

8 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.

9 FORD, Leighton – Jesus, o Maior Revolucionário, pp. 28.

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Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simoton durante as aulas os professores

estimularam com seu ensino a desenvolver o trabalho nesta àrea tão da Teologia

Pastoral.

Neste trabalho, pretendo apresentar a influencia de Jesus Cristo, em sua ação de lideraça

na sociedade, com aplicação na vida de seus discipulos, mostrando que a liderança de

Jesus Cristo é ad infinitum, sendo uma liderança que permanece até a consumação dos

séculos.

Mostra-se-á o que é a Liderança na vida e obra de Cristo, o estudante interessado nesta

área de liderança desenvolverá leitura e será motivado a se espelhar e imitar a liderança

de Cristo, que foi e continua sendo líder de caráter.

Os líderes e os que desejam tornar-se líderes poderão refletir sobre o tema e fazer uma

abordagem de como os autores pesquisados falam sobre este assunto. Poderão se

posicionar os leitores e interessados sobre a pesquisa desta matéria. Poderão refletir em

suas vidas e sobre a liderança que exercem.

O material literário disponível no campo da Teologia Pastoral, serve de base para várias

argumentações. Os livros dessa área teológica interagem na formulação e organização

de dados, mostrando as outras áreas que serve a Telogia Pastoral.

Na confecção dessa obra, foi utilizado com ferramentas de fontes de pesquisa , diversas

obras literárias no campo da Teologia Pastoral, que falam de forma específica do

exemplo da lidrança de Jesus Cristo. Para o estudo do trabalho concluido foi utilizado

diversas obras no campo que envolve algumas partes de liderança, como artigos e

revistas teológicas e também do campo de estudo de nossa confissão de fé.

São três problemas de destaque que o agente escritor desse trabalho, buscará responder,

com início das questão principal: Como é a Liderança Centrada em Cristo?

Desta questão transcorrem as principais questões corolárias:

1 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu para que houvesse comunhão entre osliderados por Ele?2 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu com aspectos no ensino, para os novoslíderes eclesiásticos?3 - De que modo a liderança de Cristo contribuiu para que houvesse espírito de serviçopor parte dos liderados por ele?Essas três questões acima levantadas, leva o autor a propor a Hipótese Central: Modelo

de Liderança na Visão Cristologica é ad infinitum e holistico. Com tal pesquisa

realizada, podemos de forma crítico-bibliográfica chegar ao estudo aprofundado do

tema. Apresenta-se as seguintes hipóteses corolárias:

1 – Que a liderança de Jesus se amplia, crescem os seus discipulos num relacionamento

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interpessoal de comunhão, e com demais seguidores, demonstrando que Jesus sabia

conviver com vários tipos de pessoas com suas diferentes personalidades, inclusive

muitas das vezes pessoas com posições contrárias a Dele. E continua através da

comunhão com os santos, evidenciada nos primeiros séculos na primeira Igreja

Primitiva, suportando e ultrapassando as barreiras dos tempos na continua comunhão

pela santa presença de Jesus Cristo, na vida da Igreja, seu organismo vivo.

2 – A Liderança de Cristo desenvolve um dos principais pontos relevantes na sua vida e

obra, o ensino, seu conceito de Liderança, e o que é ser um líder para seus liderados,

discipulos e seguidores. Esse ponto 2 pretende monstrar como Cristo apresenta sua

metodologia de ensino e quais as aplicações que esse ensino proporciona na vida

daqueles que são influenciados e se deixa influênciar na convivência de viver uma

intimidade profunda com a pessoa de Cristo. Desenvolverá neste trabalho acadêmico as

características de Jesus no ensino no lar; que o ensino de Jesus Cristo compreende um

mega conceito de liderança que é a autoridade, e isso Jesus demonstrou de forma clara

em sua vida e obra ministerial, e que o ensino de Cristo desenvolve firmemente

exemplo através do seu caráter.

3 – Importante salientar é o aspecto que modelo de liderança de Cristo tem uma forte

característica, sobre o fundamento da mordomia cristã, o serviço cristão. Segundo tais

ensinamentos do próprio Cristo é muito dificil ao homem, execer liderança cristã, sem

desenvolver a humildade no desenvolvimento do serviço cristão. A prática da mordomia

cristã é a base da chegada ao topo da liderança. Que subsistindo em forma de Deus, não

julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, se esvaziou-se de si mesmo assumindo

a forma de servo....(cf. Fl. 2.6-7); que o Filho do homem não veio para ser servido, mas

sim para servir... (cf. Mt. 20.28).

No presente momento, de relevantes mudanças que ocorrem a todo tempo real na vida

da Igreja, a justificação deste tema nos leva a pensar sobre a modelo de liderança que os

oficiais da Igreja aplicam na prática para atender melhor às necessidades das pessoas

que compõem a Igreja de Cristo. Com base na pesquisa literária e estudo ao longo dos

anos, o autor propõe oferecer um trabalho para aperfeiçoar, ensinar e treinar grupos,

levando a prática do serviço dos Líderes Cristãos que compõem a Liderança da Igreja,

seguindo o exemplo da Liderança Centrada em Cristo para a vida no ministério.

Considerando que o assunto é vasto de informações. É comentado por diversos

escritores e sua abrangência e solicita escrever sobre o tema, o autor sugere escrever

sobre a importância e relevância de enfatizar as necessidades dos liderados, pessoas que

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carecem de bons líderes e que venham exercer sua liderança seguindo o exemplo

maravilhoso de Cristo em sua obra e vida de um grande líder, para proporcionar melhor

vida a Igreja do Senhor Jesus Cristo e a sociedades que vivemos. A Liderança Centrada

em Cristo, gera em cada um que aspira ser um líder com excelência e com

responsabilidade, a mostrar de não só cuidar da Igreja, mas também de cuidar da própria

família, aprendendo a liderar seu próprio lar.

A Liderança Centrada em Cristo, será observado dentro da perspectiva, demosntrando

que para se tornar um grande líder cristão é preciso ter humildade como Cristo teve e

demostrou aqui na terra, que é preciso se identificar com a pessoa de Cristo. Esse

trabalho acadêmico, pretende alcançar um progresso de um estudo sobre o exemplo de

liderança no foco em Jesus Cristo, abordando o caráter da humanidade como base uma

boa liderança.

2. LIDERANÇA DE CRISTO, NA COMUNHÃO DOS LIDERADOS.Durante a pesquisa que ensejou esta obra, surgiram em minha mente algumas perguntas

sobre como está o relacionamento entre os santos: nos dias atuais, como tem sido o

relacionamento de comunhão na vida da igreja? Como os liderados, os santos chamados

por Deus, estão se relacionando? A Liderança da Igreja tem despertado em seus

membros um relacionamento com Deus e com o próximo?

Essa, e muitas outras perguntas têm me levado a pensar sobre a comunhão dos santos,

que é vivida na igreja por meio de seus membros. Sobrevém da parte do nosso Deus a

comunhão entre as pessoas que se relacionam entre si devido a graça de Deus. O cristão

quando recebe Cristo em sua vida, se torna aproximado de Deus por intermédio do

sangue de Cristo, e essa aproximação gera na vida de cada pessoa o amor uma pela

outra, que se relacionam entre si mesmo, despertando uma preocupação sincera com o

nosso próximo.

A Confissão de Fé de Westminster, descreve a comunhão dos santos da seguinte forma:Todos os santos que, pelo Espírito de Deus e pela fé, estão unidos a JesusCristo, seu Cabeça, têm comunhão com ele nas suas graças, nos seussofrimentos, na sua morte, na ressurreição e na glória, e, estando unidos unsaos outros em amor, participem dos mesmos dons e graças estão obrigados aocumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o seu

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mútuo proveito, também no homem interior e exterior (capítulo XXVI. 1).10

Sobre esse assunto a Confissão de Fé de Westminster, continua da seguinte maneira: Os santos são, pela profissão de fé, obrigados a manter uma santa sociedade ecomunhão no culto de Deus e na realização de outros serviços espirituais quecontribuem para sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outrosem coisas materiais, segundo as suas várias habilidades e necessidades; estacomunhão, conforme oferecer ocasião, deve estender-se a todos aqueles que,em todo lugar, invocam o nome do Senhor Jesus Cristo (capítulo XXVI. 2).11

Concluindo sobre este assunto, a Confissão de Fé de Westminster, finaliza seguintemaneira:

Esta comunhão que os santos têm com Cristo não os torna de modo algunsparticipantes da substancia de sua divindade, nem iguais a Cristo em qualquersentido; afirmar uma ou outra coisa é ímpio e blasfemo. A comunhão que ossantos mantem entre si não destrói nem de modo algum enfraquece o títuloou domínio que cada homem tenha sobre os seus bens e possessões.(Capítulo XXVI. 3).12

Percebo no examinar da nossa Confissão de Fé de Westminster, que não deixa dúvidas

que todo relacionamento entre os cristãos, só será possível pela ação do Espírito Santo e

pela fé. Sendo relevante salientar, para se entender que a união entre Jesus Cristo e as

pessoas se alcança pela prática no amor. E que essa comunhão entre líderes e liderados,

Senhor e santos, o fruto de união é o amor Supremo de Deus, que amou o homem de tal

maneira entregou a vida de seu Filho em resgate de muitos. Contudo para se viver

comunhão entre irmãos é necessário viver a comunhão no amor de Deus.

A comunhão dos santos nos faz enxergar o lado do modelo holístico no relacionamento

que Jesus Cristo, na sua vida e seu ministério, que viveu ao lado dia a dia com seus

discípulos, ensinando a ideia que de que Ele foi um construtor de novos

relacionamentos e deixando esse legado para cada um de nós nos dias atuais. Cristo

supria a necessidade de cada pessoa como nos dias de hoje, inclusive necessidades

materiais como no caso no grande milagre dos 5 pães e dois peixes.13 E também na

passagem em que Jesus Cristo ordena a Pedro fisgar um peixe e tirar do interior um

estáter.14

Reforçando o que a Confissão de Fé de Westminster nos diz, que todo comunhão entre

os santos, separados de Deus, provém de um profundo relacionamento com o Espírito

Santo e pela fé, tendo como Cristo o intermediador dessa relação, na Liderança

Centrada em Cristo. Mas para melhor entender esse assunto é necessário relatarmos

10 A Confissão de Fé de Westminster, página 202.

11 A Confissão de Fé de Westminster, página 203.

12 A Confissão de Fé de Westminster, página 204.

13 Citado na Bíblia no Evangelho de Mateus 14. 13-21.

14 Citado na Bíblia no Evangelho de Mateus 17. 27.

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uma pesquisa nos textos originais da Santa Escritura.

Citando neste trabalho acadêmico alguns ensinamentos do Dicionário Bíblico Universal,

a palavra koinon que vem das origens do grego, traduzido comum, colocar em uso

comum a todos, e de onde provem a comunhão, como posso citar o texto de Atos 4.32

em que os cristãos vendiam suas propriedades e distribuíam e davam aos pobres

conforme a necessidade de cada um.·

A palavra koinon adquiri crescimento e volume como a palavra koinonia que estabelece

a paz na sociedade, que se estabelece entre os irmãos (Gl. 2.9), depois a comunidade de

fé (Tt.1.4), de salvação (Jd 3). 15

O legado de ensinamentos do Apóstolo Paulo nos remete a ser bem apresentado, quando

fala de comunhão, formado junto com a ação do Espírito Santo (2 Co.13.13; Fl 2.1),

com Cristo e os próprios irmãos, mostrando a única maneiro do Corpo de Cristo dar um

brilhante testemunho sobre a comunhão com a Trindade.16

A palavra comunhão não é uma palavra que demonstra o interesse pessoa. O termo

deriva para o sentido de partilha, compartilhamento. A comunhão é um assunto bíblico

que os santos compartilham do mesmo Espírito e dos mesmo Senhor (Rm. 12), na

mesma proporção da salvação em Cristo Jesus, o único Autor e Consumador da nossa fé

e do trabalho que é realizado pela liderança na vida diária da igreja, que deve ser

assumido com grande responsabilidade e compromisso, de forma espontânea, e não por

sendo um fardo pesado.

Jesus em sua vida nesta terra, revelou a seus discípulos uma intima comunhão do Pai

com o Filho, ensinando a cada cristão exerçam essa comunhão, buscando a santificação

e o perdão dos pecados pelo resgate do derramar do sangue de Cristo (1 Jo. 1.3, 6-7).

Esta mesma comunhão é expressa pelo verbo “morar”, que também tem o significado

“habitar”. 17

Segundo o Dicionário Crítico, de Teologia, 18 nenhuma pessoa da Trindade fornece

testemunho de si mesma. No assunto comunhão, podemos fazer uma ligação à origem

hebraica shalam tendo seu sentido primário como plenitude. O termo vem da derivação

hebraica shalom. A paz mencionada nas Escrituras Sagradas, nos dá um entendimento

15 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.

16 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.

17 MONLOUBOU, L. DU BUIT; F. M. – Dicionário Bíblico Universal, páginas 142-143.

18 MLACOSTE, Jean- Yves – Dicionário Crítico da Teologia; páginas 389-399

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18

do sentido de uma felicidade completa (Sl. 122.8-9). Este sentimento de felicidade, não

existe por uma ação individual, mas por uma relação de partilhar tudo com o próximo.19

Contudo do mesmo modo que Jesus Cristo foi confirmado nos céus e na terra sua

liderança através da comunhão, também será necessário preciso para o líder ocorrer a

confirmação de Deus em sua liderança, sempre tendo em sua vida, que a total

dependência de Deus será importante para o ótimo exercício do cumprimento do

ministério de sua liderança.

2.1. A VOCAÇÃO DO LÍDER, CHAMADO E CONFIRMADO POR DEUS.

Seja qual for, todo líder é instituído por Deus. Mas o líder que exerce função eclesiástica

é confirmado por Deus, e deve-se entender que no caso dos pastores e líderes precisam

ter a vocação, o chamado e instituído por Deus. Não podemos visualizar essa liderança

sem confirmação com um simples direito que é concebido a pessoa de liderar uma

instituição. A resposta ao chamado de confirmação para o ministério se dá através de

uma experiência de resposta com Deus individualmente, pelo testemunho interno e pelo

testemunho de confirmação pela vida da igreja, inclusive os de fora (I Tm 3.7).

Sobre Liderança quando falamos desse assunto é necessário haver confirmação, para ser

um líder entende-se que houve um chamado de Deus. Existem pessoas que desejam do

seu próprio coração exercer um título de Liderança, sem se quer se preocupar sem esse

desejo está dentro da vontade de Deus para sua vida e isso pode ser muito perigoso, pois

ocupar a posição de Liderança não apenas dar ordens mais fazer com as pessoas possam

ter uma vida melhor em conformidade a direção e o chamado de Deus para a vida de

cada um.

Segundo o comentarista Michael Youssef,20 em seu livro “ O Estilo de Liderança de

Jesus”, toda liderança deve ser confirmada por Deus. E Youssef comenta que alguns

depois creram na obra messiânica de Cristo, passaram então a testemunhar sobre a vida

Dele. Cristo teve a confirmação do Pai, conforme palavras de Cristo em João 5.37: “ O

Pai me enviou, esse é quem tem dado testemunho de mim”. O texto referido diz: “este é

o meu Filho Amado em quem tenho muito prazer” também é um texto célebre que

mostra a confirmação do Pai. “Jesus não precisou dizer ao mundo que tinha o direito de

ser um líder”. O Pai o instituiu claramente.21

19 MLACOSTE, Jean- Yves – Dicionário Crítico da Teologia; páginas 389-399.

20 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 13.

21 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 14.

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19

Em uma de suas falas Jesus declarou que “Ele e o Pai eram um” (Jo. 10.30). “ Cristo

não apenas alegou ter uma razão com Deus. Tudo em sua vida, demonstrava a

confirmação de sua Liderança.

Outra pessoa que Deus usou para confirmar a instituição da Liderança e do Ministério

de Cristo foi João Batista que foi o seu antecessor. João Batista, conhecido como a voz

do que clara no deserto. Ao se encontrar com Jesus, João declara: “eis o Cordeiro de

Deus que tira todo o pecado do mundo” (Jo. 1.29). Youssef comentando em seu livro

sobre a vida de João Batista, diz que não foi somente o seu precursor, mas ele tinha total

ciência do seu grande ministério, confirmar ao mundo a verdadeira identidade da

Liderança de Jesus Cristo.22

Ser Líder, é ser servo como Cristo foi em seu ministério.

Na narrativa das Escrituras Sagradas, observa-se que Jesus Cristo no momento do seu

Batismo, o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba e pousou sobre Ele. Nesse

fato ocorrido na vida de Jesus Cristo, no ato de seu batismo o Pai confirmou a

autorização do Filho ao início do seu ministério de Liderança. O texto dessa palavra

citada, nos mostra que o ministério de Jesus Cristo aconteceria pela ação poderosa do

Espirito Santo de Deus. “Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito Santo, esse

é o que batiza com Espírito Santo”.

As Escrituras Sagradas revelam e confirmam no Antigo Testamento e no Novo

Testamento, sobre o ministério de Liderança de Jesus Cristo. No Livro do profeta Isaias

9.6 diz que sobre o nascimento do Messias. No capítulo 53. 4-10 descreve o sofrimento.

No capítulo 42. 1-4 descreve seu desempenho e atuação como exemplo de servo de

YHWH. No capítulo 40. 3, diz sobre o anuncio de quem viria antes da vinda do

messias, ou seja, aquele que iria preparar o caminho para o ministério e obra de Cristo. 23

De forma é importante salientar, e não posso deixar de registrar nessa obra, das

realizações dos grandes milagres realizados por Jesus confirmam o chamado de sua

Liderança. O texto de Jo. 2.11 se refere aos milagres como sinais, sobre a instalação e

implantação do Reino de Deus sobre a Terra, e esse reino jamais teria fim.

Segundo comentário do escritor Youssef,24 não era da vontade de Cristo se exibir no

operar de seus milagres, mas seus sinais confirmavam o agir do seu poder e a

22 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 15.

23 Os textos citados neste parágrafo, estão registrados na Escritura Sagrada do Antigo Testamento.

24 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.

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confirmação de sua missão nesta terra, abrindo os olhos dos cegos, e apregoando o ano

aceitável do Senhor. Segundo Youssef declara em sua obra: “Cristo não realizou sinais

de milagres para se exibir”. 25 Antes seus sinais confirmavam a sua missão de abrir os

“olhos” 26

E por fim dessa parte Youssef, 27 diz que o próprio Cristo tinha a confirmação do

chamado de sua liderança na vida de seus discípulos. E completa seu discurso dizendo

sobre a confirmação de Jesus com as palavras de Pedro: “Não tenho para onde ir, pois

só Tu, meu Senhor, é que tens as palavras de vida eterna”, (Jo. 6.68). Pedro não estava

dizendo que Jesus não apenas conhecia as regras, mas também Ele o Cristo era o doador

da Vida Eterna. E isso nos dias atuais deve acontecer na vida dos líderes da igreja do

Senhor, com todo pastor, líder, precisam ser confirmados por Deus para ocupar posições

de Liderança na casa de Deus. Dessa forma a pessoa irá mostrar que é um líder da igreja

que faz parte, com o Seminário, as Igrejas, Presbitérios, Sínodos e o Supremo Concílio.

Percebe-se na declaração de Youssef é verdadeira e concordo que a maioria das igrejas,

por seus meios próprios de ordenar seus pastores e líderes e que são pessoas do seu

próprio convívio com a vida da igreja e que sobre o seminário está uma enorme

responsabilidade de exercer e cuidar da confirmação do chamado de líderes para

atuarem na obra e na vida ministerial. 28

Posso afirmar com total certeza pelos anos de conivência com Liderança, que para as

pessoas se tornem líderes e pastores na casa de Deus, tem que se preparar para uma vida

de dificuldades, renuncias e sofrimentos. E que devem ser chamadas e confirmadas

primeiramente por Deus, pois dessa forma Deus irá cuidar em todos os aspectos que o

ministério se desenvolva em meio às dificuldades e também essa confirmação do

chamado deve ser também pelas pessoas da própria igreja e também pelos de fora do

ambiente da igreja conforme nos mostra o texto da primeira Epistola do Apostolo Paulo

a Timóteo 3.7 que fala conselhos ao jovem pastor Timóteo que deveria ter um bom

25 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.

26 Certamente os sinais de milagres que Jesus realizava, não eram simplesmente para terminar com osofrimento das pessoas que chegavam até Ele, mas prefiguravam a vinda e implantação de seus Reino.Jesus a curar um cego, queria que as pessoas entendessem que ele estava retirando as traves espirituaisdos olhos das pessoas que pudessem enxergar a beleza de seu Reino e da manifestação da sua Glóiria navida e na obra de Jesus.

27 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 17.

28 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 16.

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testemunho dos de fora.

Nenhuma pessoa chega um dia para um líder em exercício e diz que irá assumir um

caráter. Você que está lendo esse trabalho, colocaria alguém que não teve nenhuma

indicação, ou que não conhece para pregar ou liderar em sua igreja? Conheço certo

jovem que vive uma situação bem parecida, e que buscar em sua comunidade uma

indicação de sua liderança para obter uma oportunidade de ser indicado para ter uma

oportunidade de poder ajudar e ser um pastor auxiliar. Portanto o pastor, o líder deve e

precisa ter confirmação de Deus e de sua Liderança, como Jesus Cristo teve todas

exigências de confirmação necessárias para exercer o seu ministério de Liderança.

Entendo a confirmação da Liderança de Cristo e vou desenvolver nessa obra vários

tipos de comunhão que Jesus Cristo desenvolveu no período que exerceu sua liderança

nesta terra. Minha proposta de Jesus Cristo com as pessoas.

2.2. A AÇÃO DO RELACIONAMENTO DE CRISTO COM AS PESSOAS

Cristo com seus discípulos tem um relacionamento forte, e por ser um excelente líder,

nada pode destruir esse relacionamento até os dias atuais. Posso citar o texto de João 15.

4-5 que o discípulo deve permanecer nele, pois o discípulo que permanece Nele dará

fruto, e, acrescenta: “sem mim nada podeis fazer”.

Eugene B. Habecker cita em seu livro Redescobrindo a Alma da Liderança alguns de

seus principais pontos de manter firme uma comunhão sadia:

Primeiro: comunicar-se regularmente, falando e ouvindo.Segundo: manifestar interesse genuíno pelas pessoas. Terceiro: whatsap, se relacionar pessoalmente. Quarto: ter refeições juntos Quinto: partilhar alegrias e tristezas. 29

Do que foi escrito através do Novo Testamento podemos perceber que Jesus Cristo

sempre foi uma pessoa que ensinou e colocou em prática a comunhão. Ele comia com

pecadores, lidava com todo e qualquer tipo de pessoas. E sempre mostrando a seus

discípulos essa lição da comunhão e compartilhando da sua vida, de forma mutua. Jesus

participava tento das alegrias, quanto das tristezas e essa lição que Jesus nos ensinou é

para cada um de nós líderes, que precisamos estar presentes nos momentos alegres e

tristes na vida de nossos liderados.

No episódio que Jesus foi convidado para participar de um casamento, em Caná da

Galileia, estava participando do início da alegria de uma boda matrimonial. E Jesus

29 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 270.

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Cristo, também participou de um momento tensão daquela festa. O Grande líder Jesus

de Nazaré realizou um de seus poderosos milagres, quando o vinho acabou. Em

determinados momentos da vida das pessoas líderes tem que estar cheios da presença de

Cristo e no Nome Dele operar verdadeiro milagres em momento difíceis. Jesus em meio

todo aquele desespero e vexame, transforma um momento de tristeza e tamanha alegria

e operando o milagre de transformar água em vinha, e um grande milagre Jesus operou

naquela família.

Outra grande obra que o Mestre dos Líderes realizou foi no episódio da mulher

Samaritana que Jesus teve sede e pediu água aquela mulher, e conversou com ela por

um bom período de tempo. Jesus nesta passagem nos ensina que líderes precisam

investir tempo e dar atenção, se preocupar com a vida das pessoas, mantendo uma

comunhão sadia, proveitosa e não se preocupar com o status, posição social ou religiosa

que as pessoas venham a ter.

Jesus Cristo ensinou a seus discípulos a seguir seus passos e também para os líderes dos

dias atuais, “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”. Jesus tinha

uma missão a realizar construir relacionamentos com as pessoas e esse relacionamento

primeiramente estava firmado com o Pai e o Espírito Santo e consequentemente esse

relacionamento era gerado na vida das pessoas. Líderes precisam ter um relacionamento

íntimo com o Pai, o Filho e o Espírito Santos, então as pessoas serão atraídas para esse

relacionamento.

Pastores e líderes que tem o chamado de Deus para a Liderança, devem ter um

relacionamento interpessoal, visando almas para serem alcançadas no Reino de Deus. E

assim obterá um excelente resultado em seu ministério e em sua caminhada cristã.

Líderes devem buscar relacionamentos sadios, sinceros, verdadeiros e não

relacionamentos por interesse, olhando para o outros apenas com intenção suprir suas

necessidades pessoais.

O apóstolo Paulo ensina muito bem sobre relacionamento e descreve aos Filipenses, que

o desejo dele era que os crentes vivessem uma vida de amor uns para com o outro, vida

de humildade, olhando e buscando sempre em atender as necessidades reais do próximo.

Concluindo, a comunhão nos relacionamentos como o nosso próximo, se torna

imprescindível como característica na vida entre Líderes e Liderados e que o Mestre da

Liderança, ensina e incentiva seus seguidos, seus discípulos a realizarem ao seu lado

toda essa Missão que o Pai confiou a cada um de nós.

Outra proposta desta monografia, sobre comunhão é a seguinte:

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2.3. A COMUNHÃO DE JESUS CRISTO COM A TRINDADE.

Essa Trindade na comunhão, formado pelo Pai, Filho e Espírito Santo. E nessa escreve a

respeito da comunhão no relacionamento entre as pessoas que compõem a Trindade que

são três substancias, que não são três deuses, apenas um só Deus que subsiste nas três

pessoas da mesma essência:

Por esta causa se diz que o Filho é produto da Pai e que Espírito Santo éproduto de ambos, Pai e Filho. E repetido de forma frequentemente nasEscrituras, de forma bem clara em Romanos 8, que em nenhuma outrapassagem. No texto citado, o Espírito Santo é chamado indiferentemente, orao “Espirito de Cristo”, ora “Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre osmortos”. E com justiça, pois o apóstolo Pedro também dá testemunho de peloEspírito de Cristo falarem os profetas, sendo que frequentemente a Escrituranos ensina que Ele é o Espírito do Pai. Ora, tão longe está a distinção está dese contrapor à unidade de Deus que bem expressa se pode provar que o Filhoe o Pai são um; visto que ambos têm um mesmo Espírito; e que o Espíritonão é uma substancia diferente do Pai e do Filho, visto que é o Espírito deles.Porque em cada pessoa deve-se subentender toda a natureza divina, com apropriedade que lhe compete. O Pai está totalmente no Filho, e o Filhototalmente no Pai, como o próprio Filho afirma dizendo: “eu estou no Pai e....o Pai está em mim... o Pai é Deus, o Filho é igual a Deus, e também oEspírito Santo”. 30

A cerca da comunhão da Santíssima Trindade, escreve Leonardo Boff em sua obra que

“A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade”:

Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo em comunhão recíproca e verdadeira.Eles existem desde de toda a eternidade; ninguém é anterior, nem posterior,nem superior ao outro. Cada pessoa envolve as outras, todas se interpenetrammutuamente e moram umas nas outras. É a realidade da comunhão Trinitária,tão infinita e profunda que os divinos três se unem e são, por isso, um sóDeus. A unidade Divina é comunitária, porque cada pessoa está, emcomunhão com a outras duas. 31

Na Encarnação de Cristo podemos perceber uma ação Trinitária. O Pai, o Filho e o

Espírito Santo trabalhando no mundo, conforme nos mostra o texto de João 3.16, o

Filho sendo gerado pelo Espírito Santo na vida de Maria e sendo entregue ao mundo

conforme o texto de Mateus 1.20, como o Salvador para a vida dos homens pecadores.

Na passagem de João Batista, pode-se perceber a ação do Espírito Santo da Trindade,

quando Cristo é batizado por João Batista no Rio Jordão, onde já mostrava o que veio

realizar, faria no relacionamento da comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Com o

texto citado, posso comentar nada Jesus Cristo fazia sozinho. De todas as ações que o

Senhor Jesus realizava, sempre a Trindade estava acompanhando e até mesmo quando

Ele orava ao Pai e fazia na força do Espírito Santo.

30 CALVINO, João – As Institutas, volume 2 páginas 52 e 53.

31 BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade, páginas 28.

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Foram mostradas pelo Pai todas as obras realizadas por Jesus Cristo. “Então lhes falou

Jesus dizendo: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada poderá fazer de si

mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo que este fizer, o Filho

semelhantemente faz”. 32 O Pai demonstrava que o que veio realizar na sua obra Jesus

Cristo, realizou na comunhão Trinitária, em conjunto. Isso pode nos mostrar com

profunda clareza que a Liderança é Ministério dado por Deus ao homem e deve ser

desenvolvido numa obra conjunta com a ação da Trindade, promovendo uma ação

espiritual na vida de Líderes e liderados, para realizarem a obra perfeita de comunhão

Divina, sendo Deus como o principal agente direcionador e o homem se submetendo as

ordens de Deus.

As Escrituras Sagradas declaram que as obras, foram realizadas pelo Espírito do Pai:

“Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino

de Deus sobre vós”. 33

Cristo no momento de sua morte ofereceu sua vida, sem mácula, pelo Espírito de Deus

Eterno, conforme escrito em Hebreus 9.4, a ressureição de Cristo foi realizada pelo Pai

conforme texto escrito no livro de Atos 2.24; e ao mesmo tempo um ato do próprio

Cristo pelo qual Ele demostra a prova fiel e real de ser o Filho de Deus segundo o

Espírito de Santidade conforme inscrição de Romanos 1.4; Jesus o Pai e o Espírito

Santo vieram para cumprir uma missão em unidade, na comunhão Trinitária. 34

Na Liderança do Modelo na Visão Cristologico, o relacionamento entre as pessoas da

Trindade, é uma marca inerente de Jesus. Aceitar Jesus como líder é aceitar seu

relacionamento com a Trindade.

Através desses testemunhos citados neste ponto desse trabalho acadêmico, é enxergar a

essência do relacionamento de Cristo com Deus Pai e o Espírito Santo, este

relacionamento era fortalecido pela oração. Em uma das passagens que podemos ver

esse comentário é quando Jesus viveu a experiência do Getsêmane, Ele orou ao Pai

suplicando que se fosse possível que afastasse dele o cálice, contudo prevaleceu a

vontade do Deus Pai.

Podemos ver de forma transparente, a capacitação do Espírito Santo e a confirmação do

Pai, mostrando que Jesus é o Filho Amado de Deus, e no qual grande prazer existia no

32 Conforme o texto escrito nas Escrituras do Evangelho de João 5.19

33 Conforme o texto das Escrituras Sagradas no Evangelho de Mateus 12.28

34 BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a Melhor Comunidade.

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coração de naquele momento, conforme citado no evangelho de Mateus 3. 16-17; em

seu livro “Jesus, o Maior Revolucionário” Leighton Ford, cita o comentário desta

passagem feita por J. Ramsey Michaels:

Pode ter acontecido que, no batismo de Jesus, o grande coração do PaiCelestial simplesmente tenha transbordado e ele, não aguentando, teve quedizer, Meu Filho, eu te amo. Eu sou tão grato, porque és meu Filho.... Sintouma imensa alegria por tudo o que és, o que dizes e o que fazes. Somos umsó em nosso Espírito, em nosso amor e em nosso propósito. 35

Simultaneamente, Jesus trabalhava sua relação com as pessoas das quais conviveu,

expressando o seu desejo de que o exemplo de sua relação com o Pai, os seus discípulos

deveriam viver um relacionamento de comunhão mútua, suprindo um as necessidades

do outro.

O outro tópico deste capítulo irá falar sobre o amor da essência de Cristo.

2.4. A COMUNHÃO EDIFICADA PELO AMOR.

O que foi ensinado e estabelecido, pelo mestre Jesus Cristo foi adotado por seus

discípulos e seguidores até os dias atuais na vida da igreja, que Ele formou, não porque

Jesus é um líder déspota, líder que obriga seus liderados a cumprirem as suas tarefas e

vontades do líder. Mas o modelo de liderança de Cristo é desenvolvido pela comunhão

alicerçada com a essência do ensino e a prática do amor.

No modelo de Liderança de Cristo, Ele faz de seus servos, seus discípulos se tornarem

grandes líderes, destemidos, fortes, cheios de unção do Espírito, transbordantes no

amor. O apóstolo Paulo escreve a Timóteo, dando seu testemunho das verdades

ensinadas pelo Cristo dizendo: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia,

mas de poder, de amor e moderação” (2 Tm.1.7).

Haggai cita as palavras de Napoleão Bonaparte, particularmente, seu tributo a liderança

fundamentada no amor: “Alexandre, Cesar, Carlos Magno, e eu fundamento grandes

impérios; mas, sobre que fundamentos criaram nossos gênios? Sobre a força. Somente

Jesus fundou e alicerçou seu império e seu ministério de liderança sobre o amor, e até os

dias atuais milhões de pessoas morreriam por Ele”. 36

O melhor exemplo de amor ao liderados, discípulos e cristãos é o nosso Senhor Jesus

Cristo. Nas Escrituras Ele é intitulado o exemplo Pastor de ovelhas. 37 Jesus chama pelo

35 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 43-44.

36 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade. Página 74.

37 Conforme está escrito no texto de João 10.

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nome cada ovelha do seu rebanho e elas ouvem a sua voz e lhe obedecem, porque

reconhecem a sua voz, porque sua voz é de amor. Jesus ainda nesse capítulo diz: “Eu

sou o bom Pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem a mim, assim como o

Pai me conhece, eu também o conheço; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas.

Ninguém é capaz de dar sua própria vida ao seu próximo, mas eu dou” (conforme João

10.14,15,17).

O segredo de Liderança de Cristo é devido sua vida estar alicerçada no amor, pois Ele se

entregou a si mesmo em prova de amor, por aqueles que Ele ama e diz na sua Palavra

em João 15.13 diz que: “ninguém tem amor maior do que este: de dar alguém a sua vida

pelos seus amigos”. O amor de Jesus é sem interesse, que visa o benefício do outro.

Amor voluntário, que Jesus mostra no texto acima, espontaneamente deu sua vida por

amor.

Esse amor é verdadeiro, e que jamais podemos pensar no amor de Cristo, sem que seja

realizado por uma forma de relacionamento de comunhão deste grande amor de Deus.

Somente no amor os liderados obedecem com espontaneidade. Em seu ministério, em

sua liderança Jesus não precisava gritar para que seus discípulos, o ouvissem. Ele

apenas chamava, e para ser um verdadeiro líder nos dias atuais, deve ocorrer o chamado

para aqueles que se interessam no assunto liderança. Este chamado também é

importante na vida do cristão, porque o amor de Cristo é muito grande, que Ele conhece

aqueles que tem um chamado de Liderança e conhece suas ovelhas pelo nome de cada

uma, e as chama pelo nome, deu a sua vida, o seu amor em resgate das ovelhas.

Percebemos que no relacionamento Jesus conhece a humanidade, pois Ele se relaciona o

ainda podemos o conhece-lo como uma pessoa de relação de comunhão, com seus

liderados. E essa relação de dá através a pessoa do Consolador, o Espírito Santo, como

Ele nos prometeu que teria a presença desta pessoa da Trindade conosco, presença

inefável até a consumação dos séculos.

Por essa razão, deve ser o exemplo de vida de cada cristão, cada líder, ser imitador do

modelo de Liderança de Cristo, demonstrando o dom supremo de um para com o outro,

o amor.

O amar de cada cristão, deve seguir o exemplo de Jesus Cristo, conforme o modelo do

resumo da lei que diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua

alma, e de todo o teu entendimento, este é o grande e primeiro mandamento. O segundo

semelhante a esse é: Amarás teu próximo, como a ti mesmo. Destes dois mandamentos

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27

dependem toda a lei e os profetas. 38

Este texto é indicado para todos aqueles que desejam ser seguidores e líderes de Jesus

Cristo, conforme diz Haggai:

Expressando em amor genuíno, o líder motiva seus seguidores, a se moverempara aquilo que beneficamente permanente e atende suas reais necessidades.Só o amor é permanente. A parte final do maior texto já escrito acerca doamor diz: “Agora permanecem a fé, a esperança e o amor, esses três, porém omaior destes é o amor” (1 Co. 13.13). O amor é maior porque somente ele épermanente. A fé, finalmente será consumada no céu; a esperança, tambémserá consumada no céu. Entretanto, o amor continuará por toda a eternidade.A prática do amor é sumamente importante para o líder porque ele lida compessoas. Diferentemente do mecânico que lida com peças de automóveis, quesão coisas, ou do matemático que lida principalmente com ideias, o líder comlida com ideias na mente de pessoas. Os seres humanos precisam ser tratadoscom amor. A prática da essência verdadeira do amor é muito importante navida de relacionamento entre Líderes e liderados, e porque a motivação porameaça ou influencia não condiz com a verdadeira liderança. Essa é a formade atuar no detentor do poder, do ditador. Mas o fator que mais condiz com averdadeira liderança é o amor. 39

O verdadeiro Líder Cristão tem a responsabilidade de discernir o que é o amor. O

sentimento amor que está sendo falando, uma expressão emocional, mas, uma

inclinação da mente, um empreendimento de vontade. Uma pessoa pode não estar

sentido nenhum sentimento por outra pessoa, e não gostar de suas atitudes, mas pode ter

amor por essa pessoa. Assim é o modelo de Cristo em sua Liderança, Cristo não

concorda com as atitudes de erro e pecado de cada cristão, cada líder, mas Ele tem um

grande amor pelas pessoas.

O comentarista e escritor, James c. Hunter fala em seu livro “O Monge e o Executivo –

Uma história da Essência da Liderança, nos sugere algo que é importante salientar: “...

amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como você se comporta em

relação aos outros”. 40

Outro comentarista e escrito, Jonh Haggai mostra sua expressão sobre o amor:

O amor ágape é divino. A palavra ágape é um termo essencialmente cristão.Jesus usou para expressar sua própria atitude, o amor verdadeiro envolve atotalidade da essência de uma pessoa. Deus e somente Ele, expressaperfeitamente a verdadeira essência do amor, porque vem Dele. Ele se deu deforma total, o amor a que me refiro é feito de atenção, de companheirismos,filantropia e benevolência inabaláveis. Não importa o que alguém possa fazerpara humilhar, maltratar ou ofender o líder, se ele é verdadeiramente cristão,agirá sempre buscando o melhor para aquela pessoa. Sem essa espécie de

38 Esta citação é do texto do Evangelho de Mateus 22. 37-40, mas se encontra também nos textos deMarcos12. 30-31 e no Evangelho de Lucas 10.27;

39 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, páginas 83-84.

40 HUNTER, James C. O Monge e o Executivo – Uma História sobre a Essência da Liderança, página95.

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amor, a liderança falha na prova suprema, a permanência. 41

Jesus Cristo permanece vida na história da humanidade, porque derramou seu amor sem

limites. O seu Modelo de Liderança foi, é e sempre será permanente, por toda a

eternidade da história da humanidade, porque cumpriu tudo o que prometeu, tudo está

consumado. E também Ele instruiu seus liderados a serem seus imitadores, não por

obrigação, mas por espontaneidade, olhando para o seu modelo de amor. “Novo

mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, também

vos ameis uns aos outros”. 42

A Liderança de Jesus Cristo enquanto esteve no mundo, não foi limitada no período de

atuação. Sua liderança ultrapassou os limites do tempo em que Ele viveu na terra e nos

trouxe lições até os dias de hoje. Sua Liderança e contínua e permanente, e realizada

através dos seus discípulos e líderes. E todos os discípulos que professam a sua fé em

Jesus todos os dias até a consumação dos séculos.

Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. 43 A

influência de Jesus era tão maravilhosa, que permanece até os dias atuais deste século

como ele mesmo prometeu: “...Eis que estou convosco todos os dias até a consumação

dos séculos” 44

A Liderança Centrada em Cristo, mostra para todo líder que deseja uma Liderança

permanente na história, deve colocar a sua vida à disposição do Senhor Jesus e deixar

que ele exerça sua influência pelo Espírito Santo em sua vida por inteiro. O líder que

deseja ser bem-sucedido deve desenvolver em sua vida o caráter de Jesus.

Portanto o líder que deseja construir uma história de Liderança forte e permanente, sem

ao menos ser interrompido pela morte, porque a morte não interrompe a influência de

uma pessoa que exerceu sua liderança de modo eficaz, deve demonstrar amor por seus

liderados e por todos aqueles que foram colocados por Deus a frente para serem

influenciados por sua Liderança. Ao mesmo tempo, deve desejar que os seus liderados

desenvolvessem esse tipo de amor. Fazendo assim, o líder discipulador, seguidor

exemplo de Cristo também perpetuará na história e impactará a vida de várias pessoas

que serão influenciadas pelo exemplo de sua Liderança.

41 HAGGAI, Jonh . Seja um Líder de Verdade. Página 76.

42 Conforme João 13.34.

43 Conforme Apocalipse 22. 13.

44 Conforme Mateus 28.20

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Jesus Cristo estando vivo ou morto nesta terra, sempre viverá na memória e no

prosseguimento do seu modelo de Liderança na vida das pessoas, dando sequência a

liderança desenvolvida por Jesus, pelo poder do Espírito Santo, manifestando a Glória

de Deus Pai o Todo Poderoso.

Existem líderes que já morreram e ainda continuam com grande influência na vida das

pessoas, como exemplo podemos citar João Calvino continua influenciando vidas até os

dias de hoje, e muitas. A IPB do Brasil, tem um desenvolvimento no seu regime

doutrinário e bíblico, graças à luz da interpretação calvinista. Calvino, foi um bom líder,

destemido, forte e com grande amor as pessoas, a ponto de querer a elas um sumo

benefício: ter acesso às Sagradas Escrituras a ponto de poderem lê-la em sua própria

língua, não sendo mais enganadas por interpretações tendenciosas.

O ensino recebido por Paulo em Damasco pela influência do seu chamado,

permanecendo alguns dias com os discípulos.45 , Paulo esteve na companhia de Pedro

por três anos, conforme escrito em Gálatas 1.18 que diz: “Decorridos três anos, então,

subi a Jerusalém, para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias”. 46

De acordo com a tradução do termo grego para o verbo avistar, significa avistar alguém

com o propósito de obter informações, (conforme Bíblia de Estudos de Genebra). 47 Os

Apóstolos junto com o Pedro, passam influências de Jesus a Paulo, e nesse contexto

Paulo começa a conhecer o caráter de Cristo. Aprende que o amor se desenvolve na

comunhão do amor com os santos, expressando unidade no corpo de Cristo.

O apóstolo Paulo, compreende bem esse aspecto da comunhão, coloca isso na prática

através do ensino em diversas de suas cartas. Escreveu uma carta importantíssima aos

Romanos, que trata no capítulo 12 versos 5 que somo um só corpo. Continuando esse

assunto, Paulo escreve a igreja em Corinto, na primeira carta, capítulo 12 versículos 12

sobre a unidade do corpo de Cristo e a importância de cada um deles.

Paulo escrevendo sua carta aos Filipenses, chama a atenção daqueles cristãos manterem

sua base de vida sustentado no pensamento da unidade, baseado no amor de Cristo, e na

consolação do Espírito Santo. Fazendo um apelo à Igreja mantenha a vida da mesma

forma, tendo unidade de alma, tenho o mesmo sentimento, vivendo no amor de Cristo.

Jesus Cristo expressa essa unidade, facilmente, que os cristãos devem ter unidade de

45 Conforme escrito em Atos os Apóstolos 9.19, parte b.

46 Conforme escrito na Epistola de Paulo ao Gálatas 1.18;

47 Bíblia de Estudos de Genebra.

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propósito à qual falei anteriormente.

2.5. A LIDERANÇA ESTIMULA, A REALIZAÇÃO CONJUNTA ATRAVÉS DE

JESUS SUA MISSÃO.

Cristo durante o período de sua vida na terra realizou uma missão. Jesus saberia o que

fazer e como fazer a missão que teria que realizar? Jesus Cristo realizou o cumprimento

e muito bem a missão que o Pai Celeste o concedeu. Como Cristo mesmo disse: “A

minha comida consiste em realizar a vontade e os desejos de meu Pai o Todo Poderoso,

aquele que me enviou a realizar a sua obra”. 48

O propósito de vida que Jesus veio cumprir, podemos entender que Ele obedeceu à

vontade e o desejo da missão que o Pai lhe confiou. Jesus não veio de forma alheatória,

porque simplesmente quis vir, mas apenas para dar uma passada na terra para “tirar uma

onda”, Ele veio por algo muito sério e veio pela vontade eterno de Deus com propósito,

havia traçado esta missão pelo Pai.

O comentarista Leighton Ford, comenta em seu Livro sobre o senso de Jesus com

respeito ao seu propósito, diz:

Nossas palavras refletem o nosso caráter, e no caso de Jesus, aquele sensointerior de destino aparece no uso frequente das fases, ‘eu fui enviado’ e, ‘euvim’. O evangelho de João escolhe, especialmente, a ideia de enviar: A minhacomida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a suaobra; a obra de Deus é esta: que creias naquele que poe ele foi enviado; assimcomo o Pai me enviou, eu também vos envio (João 4.34; 6.29; 20.21). Estassão as palavras de alguém que está diligenciando uma visão e nãosimplesmente passando pela vida. 49

Jesus é o cumprimento da profecia. O Servo Sofredor comentarista de YHWH

(conforme Isaías 55). Jesus é o mediador da Nova Aliança feita através do derramar de

seu sangue. O propósito estabelecido pelo Pai era Cristo assumir a forma humana, para

dar vida plena a todo ser humano, e definitivamente, concretiza o plano de salvação na

grande obra de Deus na criação e salvação da humanidade. (Descrito em Romanos 8.18-

25). Jesus Cristo permanecia na visão e obediência de concretizar tudo que o Pai queria

fazer na vida do homem e no momento de sua criação.

Segundo o comentarista HAGGAI,50 em seu livro Seja um Líder de Verdade, para que

se realizaria a missão como sucesso devemos desenvolver a visão.

48 Conforme escrito no Evangelho de João 4.34;

49 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.

50 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 31.

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A visão é que distingue uma Líder, 51 A visão é a imagem clara de algo que o líder quer

que seu grupo seja ou faça. 52 Deve haver uma dedicação em agir em função. A isso se

chama missão. Para cumprir a missão é preciso desenvolver metas que tornarão a visão

realidade. 53

Jesus Cristo foi e deixou o exemplo de ser um Líder Visionário. Sua visão não se tratava

de uma experiência estática. Jesus Cristo tinha “uma imagem clara”, conforme expressa

Haggai. Jesus tinha essa imagem clara e motivava seus discípulos a enxergarem, qual

era a sua missão neste mundo. Jesus tinha uma visão totalmente clara do que Ele viria

fazer em seu tempo, e essa visão era uma visão escatológica das coisas que ensinaria no

seu tempo e se tornaria permanente até a consumação dos séculos.

Em sua oração modelo, em Mateus 6.9; Jesus ensina seus seguidores a orarem “venha o

teu Reino”, de maneira que expressa a dinâmica do Reino de Deus de forma perspectiva

presente e futura. O Reino de Deus virá, ou seja, a plenificação do Reino veio com a

vinda do Filho do Homem na sua parusia, mas Jesus enxergou que o Reino, mesmo que

em sua plenitude, veio em pessoa, especialmente quando afirma “ o Reino de Deus está

no meio de vós”.

Conforme a visão do enxergar de Cristo sobre o seu Reino, será importante destacar

dois aspectos: o primeiro, que o Reino veio e estpa nomeio de vós; e em segundo lugar

o Reino de Deus virá em toda sua plenitude, com poder e Glória, e finalmente dar a

sentença e julgamento final a cada ser humano.

O autor desse trabalho de forma modesta faz a citação da expressão de Ford “ Jesus foi

capaz de articular e comunicar uma visão compelidora, mudar o que se pensa e o que se

sonha; fazer com que seus seguidores transcendessem o seu interesse próprio;

capacitando-os a ver a si mesmo e o seu mundo de forma diferente” 54

A visão clara de Jesus Cristo iniciou, seu ministério que estava por realizar. Ao ser

tentado no deserto, submeteu-se a autoridade de Deus.55 Naquele momento Jesus nos

ensina que o que nos alimenta a nossa vida espiritual é a palavra de Deus; também diz

que não se pode tentar a Deus; e a adoração é devida somente a Deus.

51 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 31.

52 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.

53 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.

54 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 152.

55 Conforme escrito no Evangelho de Mateus 4.1-11;

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Tecendo um comentário sobre este texto de Ford, que diz: O líder surge de forma, das

águas do Jordão e sai do deserto conhecendo suas prioridades: ouvir a voz de Deu;

adorar a grandeza de Deus e esperar no tempo de Deus. 56

No momento em que Cristo estando presente no templo, declara a leitura de um texto

das Sagradas Escrituras no livro do Profeta Isaías57, e transcrito no Evangelho Segundo

Lucas: 58

O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu a evangelizar ospobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e restauração davista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o anoaceitável do Senhor.

Após a leitura do texto das Sagradas Escrituras, o olhar das pessoas estava na pessoa de

Jesus, então o Mestre declarou com autoridade e firmeza: “Hoje se cumpriu as

Escrituras que acabais de ouvir”. 59 E tendo causado uma rebelião por parte dos que

ouviam, os quais o quiseram precipitar do cume do monte estava edificada a cidade,

saiu do meio deles e foi para Cafarnaum cumprir sua missão. 60

Jesus sabia claramente a visão do que teria que realizar em sua missão. Saiu daquela

cilada e foi para Cafarnaum. Logo que chegou neste lugar, curou um homem que estava

possesso de um espírito de demônio imundo. 61 O nosso Amado e Querido Jesus Cristo

tinha conhecimento de quais eram suas prioridades como Filho de Deus e, se dedicou

integralmente a cumprir a missão que o Pai a Ele determinou.

No comentário do escritor Ford disse que: “ Jesus um líder atento: visão para Jesus era

viver a verdade mostrada pelo Pai” 62 Volto a afirmar que Jesus Cristo sabia muito bem

qual era o propósito de sua missão neste mundo: “Não vim para julgar o mundo, mas

vim para salvá-lo. (Conforme João 12.47).

Outro Comentarista e Escritor importante Haggai, chama essa dedicação integral de

missão. 63 Como esse ensinamento de Haggai, posso dizer que assim devem ser os

líderes que são a imagem de Deus, dedicados a integramente no que diz respeito ao

56 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 55.

57 Conforme escrito no Livro do Profeta Isaías 61. 1-2;

58 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.18-19;

59 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.21.

60 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.30- 31.

61 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 4.31-37.

62 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 155-156.

63 HAGGAI, Jonh. Seja um Líder de Verdade, página 33.

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cumprimento da missão daquele vos chamou para serem líderes, o Pai Celeste. Devem

ser líderes que refletem a imagem de Cristo e não sua própria imagem. Devem a ter a

imagem clara do que Deus quer e deseja realizar, classificando isso na mente de seus

liderados.

Também o comentarista Ford,64 define ser um líder em Cristo é cuidar para que a visão

da Liderança deve ter como a origem as orientas da Palavra de Deus, na mente e na

imaginação cheias do Espírito para perguntar: “como Cristo vê esse mundo, minha vida,

e as pessoas ao meu redor? ” Deve-se as estratégias de Deus e como Ele irá realizar na

vida dos pastores e líderes e de seus liderados. Citando o comentário de Terry Fullam

diz: A visão é um produto do trabalho de Deus em nossas vidas. Ele cria as visões e nós

as recebemos. É algo que extrai uma resposta de nós, e se sou parte do corpo de Cristo a

questão não é onde eu quero ir, mas, ao contrário, onde Deus quer que eu vá.65

O ministério de um Líder terá um segredo insensível em sua vida, quando vê como

Jesus vê. O ministério de “Cristo em vós, esperança da Glória”, conforme Colossenses

1.27, então enxergando e agindo dessa forma o bom líder terá um ministério abençoado.

O Mestre Jesus Cristo, nos ensinou com seu modelo de Liderança nos ensinou

influenciando seus discípulos e seguidores, a caminharem neste ideal de vida, como Ele

mesmo disse: “Qualquer um que fizer a vontade de meu Pai Celeste, esse é meu irmão,

irmã e mãe”. (Conforme Mateus 12.50).

Através do comentário do escritor Celito Meiér, em seu livro A Educação à Luz as

Pedagogia de Jesus, “. Os discípulos, na companhia e no seguimento de Jesus, são

envolvidos na missão, despertados em sua sensibilidade para ver as necessidades e

reconhecer a primazia da vida do povo sobre toda e qualquer lei e formalidade ritual e

circular”. 66

Cristo em seu propósito no seu ministério e na obra de sua vida de fazer que tantos os

seus discípulos quanto os outros seguidores, entenderam que Ele tinha uma missão para

realizar e incentivou a cada um a fazer junto o cumprimento da missão. Interessante em

comentar que cada discípulo não foi aprender com Jesus Cristo por apenas sua própria

vontade, mas o próprio Jesus é que faz um chamado a cada discípulo e comissiona a

64 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 156.

65 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 156-157.

66 MÉIER, Celito. A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus, página 49.

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desenvolver a missão que o Pai lhe confiou. 67

O comentarista José Comblin, em seu Livro Jesus Cristo e Sua Missão diz: “ A

iniciativa pertence ao Pai, que os chamou para colocá-los, em movimento”.68 E Comblin

ainda declara que, em nome do Pai Jesus chama seus discípulos com autoridade e os

discípulos os seguiam e até os dias atuais os discípulos ainda continuam a segui-lo.69 E

com o passar de muitos tempos, de acordo com o aprendizado do ensino do modelo de

Jesus Cristo, são enviados a missão, com a instrução de deixar tudo e viver como Jesus

viveu, numa vida de simplicidade e humildade, pois como entende o autor.70 “Seguir é

imitar a Jesus na submissão total a vontade de Deus Pai”. 71

O Sermão do Monte,72 que confirma o relato de ensinamentos de Jesus, no modelo de

sua oração, Jesus ensinou aos seus discípulos e seguidores que a vontade do Pai Celeste

deve ser realizada, assim na terra como nos céus conforme escrito em Mateus 6.10.

Jesus ensina que seus discípulos deveriam submeter suas vidas totalmente à vontade do

nosso Amado Pai Celeste, o todo Poderoso, que está nos altos céus.

John Haggai,73 comentarista e escritor, fala sobre relevante ponto interessante no

assunto da Liderança, não é ter uma nacionalidade, origem educacional, mas, é ter

unidade de propósito com o Modelo do Senhor da Igreja. Jesus Cristo é um grande

exemplo no seu modelo de Líder, para o seu povo, os seus discípulos, em todos os

tempos e épocas e de todos os povos, línguas e nações, compartilhando o seu objetivo.

No Modelo de Liderança de Jesus Cristo, segue-se o ensinamento de Cristo registrado

nas Escrituras Sagradas, conforme em Deuteronômio 6. 7, nos diz que é uma orientação

para o seu povo, e, principalmente aos pais. Fala aos pais, que se deve ensinar, na mente

de seus filhos as Escrituras Sagradas sentados nas casas, andando pelo caminho, ao

deitar e ao levantar. Pois irá desenvolver-se na comunhão com seus discípulos.

De acordo com o Dicionário Bíblico,74 o termo discípulo aparece no Novo Testamento,

duzentos e cinquenta vezes, e, na maior parte das vezes mostra referência aos discípulos

67 Texto para referência; Mateus 11.27; 16.17; 28.19-20; João 17.6; 11-12.24; Romanos 1.1; Gálatas 1.1;2.15-16.

68 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 130-131.

69 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 131.

70 COMBLIN, José. Jesus Cristo e Sua Missão, páginas 131.

71 Textos para referência: Mateus 4.8-22; 9.9; 8.19-22; 13.10-13; 19.16-29; João 13. 12-16; 15.16.

72 O Sermão do Monte se encontra escrito no Evangelho de Mateus 5.1-7-29.

73 HAGGAI, John, Seja um Líder, e Verdade, página 21.

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de Cristo.

Esse mesmo dicionário bíblico, continua a dizer que o relacionamento de Cristo com

seus amados discípulos, era semelhante aos rabinos e discípulos.75 Quando reunia junto

com seus discípulos e seguidores e ensinava a doutrina. Da mesma forma os rabinos, e

discípulos que continuariam o ensino das tradições que aprenderam de Jesus Cristo,

quando mestre fosse para junto assentar-se a destra do Pai.

O autor desta monografia em modesta contribuição comenta que é importante salientar

que no caso do relacionamento de Jesus, era um relacionamento mais intenso

comparado ao relacionamento dos rabinos com seus discípulos. Os discípulos de Jesus,

sentiam o desejo de largar tudo e segui-lo, (Mt. 10.37; Lc 14.26;). E deixando registrado

neste trabalho o pensamento de MACKENZIE, “Apesar de passar pela escola

profissionalizante com o Mestre dos mestres, não se tornariam Mestre, Doutores, mas

sim discípulos por toda vida”. 76 O melhor discípulo do rabino, era aquele que não

acrescentava nada a sua tradição. Mas os discípulos de Jesus não eram somente fiéis as

palavras, mas também quanto ao testemunho. Os discípulos de Jesus são mais

testemunhas do que veículos de tradição verbal. 77

Concluindo mais essa etapa deste tópico, posso afirmar que o exemplo do modelo de

Cristo foi uma pessoa que exercia e exalava na essência de sua vida o perfume na

liderança pela comunhão com seus discípulos. Ele ensinava sentado, andando pelo

caminho, comendo e até mesmo dividindo o mesmo teto com seus discípulos e com

essas simples e humildes ações e atitudes nos transmitiu no passar dos séculos esse

exemplo de modelo de modelo para todo cristão, líder e servo possa também vencer

como Ele venceu. Jesus Cristo juntamente com seus discípulos formaram uma família

na fé das doutrinas de Cristo e um corpo com a mesma finalidade. De acordo com a

citação do texto que diz que a família de Cristo era aquela que persistia em fazer a

vontade do Pai Celeste. Portanto Jesus Cristo realizou a missão que recebeu do Pai, no

que dizia respeito com o relacionamento com seus discípulos e o faz não como um líder

opressor, mas o líder que tem o supremo amor.

2.6. A LIDERANÇA DE CRISTO E OS PADRÕES DE RELACIONAMENTO:

74 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.

75 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.

76 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.

77 MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico, páginas 241-242.

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Durante o período dos 33 anos de vida do nosso Mestre Jesus, que viveu e habitou nesta

terra, andou por diversas localidades, e povoados apregoando o Reino de Deus. E nesse

tempo lidou com diversas pessoas, de relacionamentos diferentes, e soube lidar e

ensinou como lidar com cada uma delas. Jesus Cristo se relacionou com o grupo

chamado de “as multidões”, conforme escrito no Evangelho de Mateus 7.28.

No registro do evangelho de Mateus 5-7, Jesus mostrou que construiu firmes pontes de

relacionamento interpessoal, através do ensino, demostrando através do seu amor de

forma intensa, que através desse grande Amor Cristo é capaz de suprir todas as

necessidades reais de uma multidão de pessoas. Como relatado no episódio do milagre

da multiplicação de cinco pães e dois peixes, registrado no evangelho de Mateus 14.21.

Esse não foi um dos milagres que Jesus operou para atender as necessidades físicas

daquela multidão, mas também para os sinais do Reino de Deus fossem concretizados,

significando que Jesus é o pão da vida e quem dele comer não mais terá fome. É um dos

sinais do que Cristo estaria por realizar até dos dias de hoje.

Através de curas, milagres e libertações, que se dava pelo poder da ação de Jesus grande

multidão o seguia. Podendo ser utilizado o exemplo da narrativa de uma mulher que

sofria de uma hemorragia de fluxo de sangue a doze anos, passou entre a multidão,

tocando nas vestiduras de Cristo, ficou curada instantaneamente, conforme nos mostra o

evangelho de Marcos 5. 25-34.

Jesus em seu ministério de Liderança, se relacionou interpessoalmente com os setenta.

Registrado no evangelho de Lucas capítulo 10, que Cristo enviou os setenta para que

conduzissem em cada cidade onde Ele haveria de passar, e, os orientou quanto ao

comportamento que deveriam se portar de ter ao chegar nas cidades. O que é importante

de salientar nesse fator que ocorria de se observar que Cristo não somente envia, mas

ensina e instrui. Quando os setenta retornaram do momento de terem submetido os

demônios no nome de Jesus, mas por terem o nome arrolado no livro da vida.78 Por isso

vemos que a obra de Cristo é progressiva e realizadas por confrontos de ideias e não por

uma visão unilateral.

Logo posterior aos escolhidos setenta, podemos citar os doze discípulos. Estes eram os

seguidores que estavam bem próximos de Jesus no seu ministério. Jesus revelou seu

ensino, suas lições de vida através de parábolas, para que as outras pessoas não

soubessem, e este grupo dos doze era mais achegado a Ele.

78 Conforme escrito no Evangelho de Lucas 10.20;

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Depois do grupo dos doze discípulos, Jesus Cristo particularizou ainda mais. Escolheu

três de seus discípulos, que participaria de seus ensinos de forma mais intima, Pedro,

Tiago e João.

Comentando sobre esse assunto, Ford diz o seguinte:

Podemos visualizar um número de círculos ao redor de Jesus: um externo,composto pelas multidões as quais ensinava, alimentava e curava (numaocasião, cinco mil; em outra quatro mil); um outro círculo menor, de setenta,os quais enviou de dois a dois, como a sua primeira força missionária; umcírculo ainda menor, de doze, selecionados para serem mais chegados a ele, e,deste, extraio um pequeno grupo de três, Pedro, Tiago e João, que vieram a seconstruir no seu íntimo círculo interno. Chega um tempo em que um líder deum movimento deve se concentrar em poucos. Ele não pode lidar com todasas coisas; assim, outros devem ser instituídos. A oposição que não possa serconvertida deve ser enfrentada por um grupo leal, que levará adiante, nãoobstante ao que possa acontecer com o líder. Um líder deve tambémcertificar-se de que haja outro bem côncios de missão, qualquer que esta seja,para que o movimento não se dissipe ou se desvie através de umentendimento incorreto ou incompleto.79

Apesar de Cristo do seu modelo de se relacionar com as diversas formas de grupos, o

chamado universal: segue-me, Jesus não faz acepção de pessoas. Escolheu os doze para:

“sentar-se nas cadeiras de sua sala de aula” com a finalidade de desenvolver entre eles

um “Colegiado de Apóstolos”.

De acordo com o pensamento do escritor Ford, “Sua estratégia de minoria poderia ser

chamada de infiltração” 80 Ford continua dizendo que as metáforas que Jesus Cristo usou

para os seus discípulos sobre o sal da terra e a luz do mundo”. 81 (Declaração inserida no

Sermão do Monte do Evangelho segundo Mateus capítulo 6, são metáforas de

infiltração). O sal infiltrado no alimento conserva a sua qualidade. De mesma maneira é

o que acontece com a citação da luz na escuridão. Não será preciso de um facho de luz

grande para que se posso enxergar.

Portanto Ford, completa esta parte declarando:

Tais metáforas sugerem que os ensinamentos de Jesus não eram cartilhasvoltadas para a maioria, mas uma estratégia voltada para a minorias. Omundo... Seria mudado por uma minoria pacata, “pequenos contingentes” dehomens e mulheres que haviam estado com Jesus, cujos os corações e menteshaviam sido transformados, os quais viviam pelo seu Espírito, como“pequenos Cristos” nas estradas e atalhos da vida cotidiana; aqueles querestringiriam, por dentro das instituições, os exércitos, as legislaturas, oslares, os templos, e os postos de comercio das nações... Pense na igreja emsua forma dispersa, invisível, penetrando nas estruturas sociais econômicas epolíticas do mundo entre domingos. Pense no potencial desta dispersão. 82

O escritor e comentarista Eugene B. Habecker, em seu livro Redescobrindo A Alma da

79 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 86-87.

80 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 91.

81 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 91.

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Liderança diz: que uma das tarefas do líder é conquistar uma unidade executável.83

Outro escritor e comentarista John Gardner, diz que alcançar uma unidade executável

não é ter “absoluta uniformidade na organização ou ausência total de conflitos”. 84

Gardner diz que alguns conflitos são inevitáveis: “ De fato pode-se dizer que a vontade

de enfrentar uma batalha, uma vez necessária, é condição para Liderança... essa implica

disposição e habilidade para resolver conflitos e a necessidade de gerar confiança na

organização”. 85

Nesse subponto é importante informar que Jesus sustenta uma busca pela comunhão e

unidade de propósito, ao olhar para as Sagradas Escrituras, podemos perceber que são

diferentes cada um dos discípulos que o Mestre chamou para tal comunhão.

Comentando esse assunto dessa diferença de personalidade de cada discípulo, temos

Ford que diz:

O grupo que Ele chamara era de impressionante diversidade, tanto empersonalidade, quanto em lealdade. Pedro era um homem de atitudes; Joãoera um homem de pensar e quietude; Mateus um coletor de impostos, quetrabalhava para as forças armadas ocupantes; Simão, o zelote, tinha sido bemsemelhante a um guerrilheiro, lutando contra os romanos. Tais lealdadesdiferentes poderiam ser mantidas juntas, apenas por uma grandepersonalidade e uma causa ainda maior. Era a marca de Liderança de Jesusque conseguiria trazer diferentes padrões de liberdade e talento, juntos, numapaixão unificadora que afloraria o melhor na maioria das vezes... Jesus tinhauma paixão por unidade. Ele estava preparando para dar a sua vida pelas suasovelhas, para que houvesse “um rebanho e um pastor”.86

É impressionante como o Mestre Jesus Cristo consegue interagir e trabalhar com a

diversidade de várias personalidades, de pensamento, de postura e tantos outros

aspectos com o melhor que as pessoas poderiam fazer. O maior exemplo que Jesus pode

mostrar até os dias de hoje é que esse aspecto de Liderança é muito importante e em

parte de sua oração sacerdotal ora ao Pai dizendo:

Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer emmim, por intermédio de sua palavra; a fim de todos sejam um, e como, és tu,ó Pai, em mim e eu em ti, também seja eles um em nós, para que o mundocreia que tu me enviaste. Eu lhe tenho transmitido a glória, para que sejamum, como nós somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejamaperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os

82 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 92.

83 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo Alma da Liderança, página 24.

84 GARDNER, John W. The Tasks of Leadership (Washington, D.C.: Independent sector, 1986), 5 op citiHABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 24.

85 GARDNER, John W. The Tasks of Leadership (Washington, D.C.: Independent sector, 1986), 5 op citiHABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 24.

86 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 92.

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amastes, como também amastes a mim.87 No coração do Mestre, creio que esteja o desejo para todos os seus seguidores uma

união integral. O exemplo é o próprio relacionamento com o Pai. “Assim como” é a

expressão utilizada por Jesus expressando que o seu anseio é que seus seguidores sejam

unidos. Cristo exerceu sua Liderança de forma eficaz, porque exerce na comunhão com

o Pai e com o Espírito Santo de Deus e com as diferentes pessoas que o seguiram. Ele

sempre cumpriu os seus propósitos eternos do Pai pelo Espírito Santo. Seu modelo de

liderança através da comunhão é o maior modelo que se pode ter.

Concluindo a escrita deste primeiro, penso que o modelo de liderança de Cristo pode ser

seguido e aplicado no dia a dia da igreja na atualidade e posso ver que os apóstolos

entenderam esse modelo de liderança e deram esse continuar neste processo de modelo

de liderança. A igreja de Atos dos Apóstolos entendeu esse princípio de liderança de

Jesus que teve como base o convívio da comunhão e de liderança de Cristo, e deu

continuidade. 88 A igreja primitiva observou tão bem esse assunto de ensinamento de

Jesus Cristo que conquistou um bom testemunho dos não cristãos, contando com a

simpatia de todo povo. 89 O Senhor Jesus Cristo implementou um modelo de Liderança

através da comunhão com seus discípulos e seguidores que professavam sua fé nele.

Assim, a igreja cresce e se aprofunda numa comunhão alicerçada pelo princípio do amor

com pastores, presbíteros, lideres, diáconos e membro da igreja que refletem o caráter

do Modelo da Liderança na Visão Cristológica.

3. LIDERANÇA DE CRISTO, PRODUZ ENSINO PARA OSOFICIAIS DA IGREJA.A Liderança que busca e preza pelo ensino alcança resultados surpreendentes. O ensino

87 Conforme João 17. 20-23.

88 Conforme Atos 2.42.

89 Conforme Atos 2.47

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desde de os tempos da antiguidade, sempre foi algo de real importância para todo

judaísmo. A educação era algo de cunho religioso, moral e ético, tendo como finalidade

preservação da família no caminho do Senhor e sua justiça e juízo. 90

No Livro de Deuteronômio está escrito no capítulo 6.6-7 está registrado que os pais

deveriam ensinar na mente de seus filhos a lei do Senhor em todos os momentos de suas

vidas: sentados em casa, andando pelo caminho, ao deitar-se, e ao levantar-se.

O Novo Dicionário da Bíblia reforça a ideia citada no parágrafo anterior, que diz: “ A

criança sempre foi refutada na maior importância do judaísmo, como o Mishnah e o

Talmude demostram claramente. 91 O Senhor Jesus Cristo, ensinou nas Escrituras

Sagradas a valorização do ensino, tratando as crianças com amor e carinho, e ensinando

o respeito delas.92 O melhor lugar ainda de se ensinar a educação é o lar. Logo nos

primeiros anos de vida da criança e não deixar que espere o tempo de chegar o período

de creche, ou escola. Os tutores e mestres devem ser os próprios pais 93 e o ensino no lar

foi desenvolvido durante todo período bíblico. 94

Contudo, o desenvolvimento do povo foi-se consagrando as sinagogas como lugar de

instrução. 95 Essa informação de base bíblica no que Jesus Cristo ensinava no que

percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas. 96

O ensino dentro de cada lar visa proporcionar à instrução moral, de sua mãe, e um

ofício, de cunho agrícola e conhecimento religioso e ritual com seu pai 97 , pois “A

função total da educação judaica era tornar um judeu santo e separado de seus povos

vizinhos, transformando o religioso numa prática de vida”. 98

90 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

91 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

92 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

93 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

94 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

95 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455-456.

96 Conforme registro nas Escrituras Sagradas do Evangelho segundo Mateus 4.23

97 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 456.

98 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 457.

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Entretanto, havia uma instrução no estilo grego. Havia escolas helenistas até mesmo no

Palestina, mas em maior número nas comunidades judaicas no exterior, especificamente

na Alexandria. 99

No estudo da história do exemplo da igreja primitiva, o embrião da igreja. Eram

ensinando as instruções as crianças de seus pais de como deviam se comportar uns com

os outros.100 Os oficiais da igreja deveriam também ser aptos para governar sua própria

casa, criando seus filhos sob a disciplina do Senhor. 101 Os oficiais da igreja de Cristo

também são líderes e devem exercer bem a liderança em seu lar da melhor forma

possível, dando exemplo aos filhos e esposa.

Segundo comentário lido no Dicionário Bíblico, 102 também não havia escolas cristãs

naquele primeiro período no tempo da igreja primitiva, tendo em vista que os primeiros

cristãos não tinham recursos financeiros para financiar as primeiras escolas. Com

certeza os pequeninos eram inseridos nos ensinamentos incluídos no meio da comunhão

que os cristãos realizavam entre o povo de Deus, e recebiam seus ensinamentos e

treinamentos a partir do convívio da própria casa, seu lar. Assim a Palavra de Deus se

multiplicava e crescia através do ensino nos lares, e Jesus também exerceu dando

exemplo de modelo de Liderança através do ensino.

Existem vários ensinamentos que Jesus mostrou no Novo Testamento, mas a proposta

de intensão do escritor do trabalho de monografia é falar de que é necessário para

embasar o foco do Modelo de Liderança na Visão Cristológica, baseada no ensino.

3.1. O CARÁTER DE CRISTO APRESENTADO PELO SEU ENSINO:

Alguns escritores reconhecidos, mostrando seu comentário sobre o Sermão do Monte,

tem a responsabilidade de mostrar que o ensino de Cristo tem honestidade para cumprir

o que diz. Podemos ver que, quando o evangelista, destaca que a multidão se

maravilhava quando recebia os ensinamentos de Jesus por sua autoridade, que é

totalmente diferenciada da autoridade dos escribas, e fariseus, está completando o

99 O Novo Dicionário da Bíblia, Editado em Português por R.P. Sheed, página 455.

100 Conforme escrito nas Escrituras Sagradas na Epístola de Paulo aos Efésios 6.1,4.

101 Conforme escrito nas Escrituras Sagradas na Epístola de Paulo aos I Timóteo 3. 4,12.

102 O Novo Dicionário da Bíblia, editado em Português por R.P. Sheed, página 457.

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caráter de Jesus Cristo em sua Liderança através do ensino.

Para se desenvolver melhor o estudo aprofundado neste estudo, devemos fazer a

seguinte pergunta: Qual a definição de Caráter?

É para responder essa pergunta, fui pesquisar no Dicionário do Novo Testemunho Grego

de Willian Carey Taylor que nos sinaliza de duas formas através de duas palavras gregas

para designar caráter: a primeira destaco caragma (caragma) que significa “marca”,

“coisa gravada”, “escultura”; a segunda é carakter (carakter) que tem o significado

“instrumento usado em gravar”, “imagem expressa”, “exata correspondência com

reprodução perfeita”.103

Segundo Conceição, Paul Goedecke afirma que “o caráter é o conjunto de qualidades

impressas pela natureza, ou hábito que distingue uma pessoa da outra”.104 Conceição

completa com o comentário de Goedecke:

Outra importante palavra usada para denotar caráter é imagem. Quando Deusfez Adão, ele fez a sua imagem (Gêneses 1.26). A palavra hebraica é tselem,que significa “figura representativa”, “semelhança”. A Palavra grega usadaalém de carakter, é eikon, que significa “uma semelhança”, “umarepresentação”; “forma” “aparência”. Ambas as palavras são utilizadas deforma figurada para dar significado que a imagem detém a semelhança dooriginal. Daí a forte razão das Escrituras Sagradas afirmarem: “Portanto osque de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes àimagem de seu Filho”. Romanos 8.29. 105

Compreende-se então, que em diversos pontos Jesus Cristo no seu modelo de Liderança

diz que Ele é a representação do Pai aqui na terra. Quando Felipe pedi a Jesus para que

mostre a eles o Pai, Jesus responde da seguinte maneira: “quem vê a mim vê o Pai”. 106

Através da pessoa de Jesus Cristo é revelado a imagem de Deus, que podemos dizer o

perfeito caráter de Deus.

Neste ponto do capítulo o escritor e comentarista, Willian Hendriksen, em seu

Comentário sobre os Evangelho de João, fala que “... o tipo de reconhecimento que

Jesus tem em mente é espiritual em caráter ... Porque no Filho temos a revelação última

103 TAYLOR, Willian Carey, Dicionário de Novo Testamento Grego, página 241.

104 CONCEIÇÃO, Eurípedes da, Ensinando Através do Caráter, página 11 op cit GOEDECKER, Paul –Radical Christianity: Biblical Principles for Renewing of the Mind, página 71.

105 CONCEIÇÃO, Eurípes da, Ensinando Através do Caráter, página 11-12.

106 Texto registrado nas Escrituras Sagradas no Evangelho de João 14 8-9.

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do Pai” 107

Neste assunto o comentarista, Hendriksen, 108 interpreta de forma aceitável, mostrando

que Jesus revela o Pai em sua comunhão com seus discípulos, quando diz que “estou

convosco a tanto tempo” 109 através de sua conduta, mostrando o caráter de seu Pai.

Em diversas outras citações nas Escrituras Sagradas, Jesus Cristo, também descreve a

imagem do Pai em sua vida, como, por exemplo, quando diz que sua comida e fazer a

vontade de seu Pai.110 O nosso Mestre Jesus é aquele que nos ensina através de sua vida

e obra ministerial, a vontade do Deus Pai Todo Poderoso. Nos ensinando a vontade do

seu Pai, automaticamente, Cristo revela o caráter do Pai. Portanto, Jesus pode afirmar,

com toda a categoria, que o Pai está representado na pessoa de Cristo.

O comentarista da autoria de Hebreus, escreve o que Jesus nos passou nesse

ensinamento, de forma perfeita no aspecto de liderança, isto é, sua liderança através da

revelação do caráter do Pai. Assim descreve o autor de Hebreus:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiuherdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é oresplendor de glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas ascoisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dospecados, assentou-se à direita da sua Majestade, nas alturas, ...111

Por isso, podemos visualizar que o possível autor de Hebreus, descreve de forma muito

perfeita, mostrando o que Jesus é na realidade. Expressando a imagem do Ser do Pai. E

sobre esse assunto o comentarista João Calvino, no seu comentário aos Hebreus diz que

a palavra utilizada para “expressão exata” é carakter (caráter), que segundo Calvino

quer dizer “a forma viva de uma substância oculta”. 112 Calvino continua declarando que

a palavra traduzida pela RA por “Ser” (upostasis) ele a traduz por substância que,

denota, “não o ser ou a essência do Pai, e, sim a sua Pessoa”. 113 Segundo Calvino:

107 HENDRIKSEN, Willian – João – Comentário do Novo Testamento, página 657.

108 HENDRIKSEN, Willian – João – Comentário do Novo Testamento, página 657.

109 Conforme João 14.9.

110 Conforme João 4.34

111 Conforme Hebreus 1.1-3

112 CALVINO, João – Hebreus, página 36.

113 CALVINO, João – Hebreus, página 35.

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Seria um absurdo dizer que a essência de Deus é impressa em Cristo, vistoque uma e a mesma é a essência de ambos. Entretanto é correto e apropriadodizer que tudo quanto é peculiar ao Pai é igualmente expresso em Cristo, demodo que, quem o conhece, também conhece tudo quanto está no Pai. 114

O comentarista e escritor Kistermaker, fala sobre este texto, exatamente do registro “e

expressão exata do seu Ser”, comenta:

O filho é a perfeita representação do ser de Deus, isto é, o próprio Deusimprimiu em seu Filho a forma divina de seu ser. A palavra traduzida como“expressa exata” refere-se a moedas cunhadas que levam a imagem de umsoberano ou presidente. Refere-se a uma reprodução precisa do original. OFilho, então, é completamente o mesmo em seu ser como o Pai. No entanto,ainda que a impressão seja o mesmo que o tipo que faz a impressão, ambosexistem separadamente. O Filho, que tem “a mesma marca” (RSV) danatureza de Deus, não é o Pai, mas procede do Pai e tem uma existênciaseparada. Mas, aquele que vê o Filho, vê o Pai, como Jesus explicou a Felipe(João 14.9). 115

Kistemaker continua o seu comentário, expressando que sere glória de são paralelos, e,

ambas as palavras refletem a essência de Deus. Diz que o Filho vive separadamente

como exata representação do Pai. Expressa-se com muita propriedade da quando fala

que antes mesmo de assumir o papel de mediador, Jesus, o Filho Unigênito, já tinha a

glória do Pai. Que o Filho carrega a exata impressão do ser do Pai antes da fundação do

mundo, desde a eternidade.

Na leitura desse assunto, podemos observar que Jesus teve uma missão, como se viu no

primeiro capítulo, de também de expressar a glória do Pai. O texto do Evangelho de

João que diz que o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, e,

vimos a sua glória, glória como do Unigênito Filho do Pai. 116 Portanto podemos

entender que o testemunho do exemplo de Jesus, e o milagre do seu nascimento da

virgem Maria proporcionaram o testemunho perfeito da glória do Pai, da expressão

exata do ser de Deus.

Neste capítulo, podemos perceber que Jesus demostrou em todo tempo a glória do Deus

Pai através do seu caráter e Ele assim expressa porque um dos seus princípios de vida é

o viver naquilo que ensinava. Sobre esse assunto, o comentarista Fox, declara como se

viu em suas colocações citadas, disse que a verdade não muda, e que “Jesus resumiu

essa verdade, ensinou-a completa de forma integral e, acima de tudo, demonstrou-a em

114 CALVINO, João – Hebreus, página 36.

115 KISTEMAKER, Simon – Hebreus, página 47-48.

116 Conforme João 1.14.

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sua própria pessoa.117

O comentarista Wilson Lopes, relata que “Mateus escreve nos capítulos 5-7 sobre os

ensinos de Jesus, procurando mostrar aos judeus que Jesus é o Messias da palavra e o

Messias da ação”.118

O conceito de Miranda, em relação ao assunto sobre o Sermão da Montanha diz que os

ensinamentos a respeito da pessoa de Cristo correspondem a situações reais que foram

vivenciadas na companhia dos discípulos, que segundo Miranda, tinham mais interesse

em sua causa e que já estavam mais escolados. 119

Por isso, podemos visualizar que em relevância a ser destacado, que os autores

reconhecem que os ensinos de Cristo, não eram apenas ensinados por Ele, mas vividos

na prática por Ele numa forma de demonstrar e deixar claro o exemplo do seu caráter. O

comentarista Wilson Lopes escreve a seguinte interessante referência:

A referência de Cristo nos Evangelhos e seu ensino aponta para a identidadeentre vida e ensino, que nele tem a mesma conotação. Há plena harmoniaentre Mestre e seu ensino .... Os que viam ensinando, sentiam a transparênciaplena que havia nele e no seu ensino. Tudo o que o seu ensino continha eraencontrado também na sua vida. Sempre foi comprometido com seu ensino,cujos os padrões e valores da sua vida respaldava.120

O comentarista Conceição, declara a seguinte reflexão em seu livro sobre o testemunho

das atitudes de Jesus comentando da seguinte forma:

Jesus de Nazaré tinha o próprio caráter de Deus, e o que diferenciava a suaproposta das demais propostas da sua época era o testemunho de massas. Diza Bíblia que as multidões exclamavam: “ninguém jamais falou com estehomem” (João 7.46). (o sistema educacional de Jesus) era um convite a entrarem um relacionamento íntimo e pessoal com Deus. No ensino de Jesus haviauma profunda relação entre palavra e vida.121

Logo, Cristo nos transmite e ensino profundamente pelo seu caráter, mostrando o

primeiro líder a cumprir com todas as determinações das Escrituras Sagradas. Não

cobrando de seus discípulos além do que eles poderiam suportar.

117 FOX, Emmet – O Sermão da Montanha, página 23.

118 LOPES, Wilson de Souza – Aos pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43.

119 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 348.

120 LOPES, Wilson de Souza, – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 37.

121 CONCEIÇÃO, Eurípedes – Ensinando através do Caráter, página 84.

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Quero chamar sua atenção amado e querido leitor, sobre o comportamento que Jesus

denuncia no procedimento dos religiosos hipócritas de sua época, conforme descrito no

Evangelho segundo Mateus: “Atam fardos pesados, que quer diz difíceis de carregar, e

os põe sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem

movê-lo”.122

Contrariando essa palavra acima, Cristo vem desfazer esse fardo dizendo que seu fardo

é suave e o seu jugo é leve.123 Visualizamos que a pretensão de mostrar que Jesus não é

apenas uma religiosidade com diversos fardos de muito peso na vida das pessoas, sem

nenhum valor diante de Deus. Mas, uma religiosidade totalmente baseada na ação do

maior dos sentimentos, o amor. E Jesus vem mostrar no Sermão do Monte que cada um

de nós devemos carregar as cargas uns dos outros. 124

No próximo capítulo desta obra, irei mostrar que Jesus Cristo é um líder que lidera

através da ação do serviço, e, solicita através da sua palavra e pedido que seus

discípulos o imitem em seu comportamento e testemunho de ser um servo a serviço da

humanidade.

Baseado neste assunto quero fazer a seguinte pergunta. Como os líderes da atual época

tem ensinado sobre Liderança? Suas palavras, atos e ações correspondem serem de

verdadeiros líderes? Podemos em sua vida um exemplo de Liderança como o de Jesus?

Com essas perguntas podemos saber o quanto é importante o conhecimento, e, que faz

falta ao ministério de ensino, seja na igreja ou em qualquer outra instituição. Por isso,

não se pode preocupar somente com ortodoxia. 125 Sendo também de suma importância a

ser citado a ortopraxia.126 Não se pode citar ortodoxia sem falar de ortopraxia, e vice-

versa.

Portanto, de que forma os líderes atuais podem desenvolver esses dois aspectos de

liderança em seu ministério?

122 Conforme Evangelho de Mateus 23.4

123 Conforme Evangelho de Mateus 11.33

124 Conforme Evangelho de Mateus 5.41

125 Ortodoxia é a palavra grega que significa “doutrina correta”

126 Ortopraxia é a palavra grega que significa “prática da doutrina”

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Mediante o que estamos estudando nesta obra de pesquisa acadêmica para leitores,

declaro que os líderes precisam e devem desenvolver em seu ministério o caráter que

Jesus Cristo tinha em sua vida e seu ministério. Da forma que Cristo afirma como

exemplo a Nicodemos “é preciso nascer da água e do espírito”. 127 Todo líder que quer

seguir o exemplo de Cristo em seu ministério deve abandonar os laços com o pecado e

deixar as coisas antigas que ficaram no passado, pois tudo em Cristo se fez novo,

Aquele que está em Cristo é nova criatura.

Ainda nesse assunto o conhecido escritor e comentarista Conceição, diz que Jesus

Cristo não estava preocupado com um modelo específico de liderança para as

comunidades cristãs. Segundo Conceição a verdadeira preocupação de Cristo era formar

o caráter cristão profundo em seus discípulos. Conceição completa que: “Os verdadeiros

líderes cristãos são formados a partir do caráter”. 128 A partir desse momento, a formação

do caráter do cristão se dá quando este reflete “exata impressão” de Jesus. E para se

refletir sobre os ensinamentos de Jesus é necessário passar pela conversão e

transformação da ação da obra do poder do Espírito Santo, como escrito acima

informado no texto da narrativa do Evangelho de João.

E a esse respeito, mas uma vez cito Conceição pela sua fala que Kevin Giles diz o

seguinte: “Ele (o Cristo) não dava recomendações práticas para situações específicas,

mas informava e ensinava princípios tão grandiosos e radicais que somente aqueles

cujas vidas tinham sido transformadas pela sua presença poderiam esperar cumprir os

seus mandamentos”. 129

Então, quero aconselhar aos líderes que é preciso que o líder cristão desenvolva em sua

vida pessoal e ministerial, os aspectos de liderança que Jesus deixou como exemplo no

ensino através do caráter. E esse caráter é desenvolvido no cristão de maneira geral de

forma de progressão, e se plenificará na parousia, volta de Cristo.

Como se estuda a priori “Jesus proferiu o sermão para aqueles que já eram seus

discípulos... O alto padrão que estabeleceu só é apropriado para tais pessoas...” 130 Com

127 Conforme João 3.

128 CONCEIÇÃO, Eurípedes da Conceição – Ensinando através do Caráter, página 83.

129 CONCEIÇÃO, Eurípedes da Conceição – Ensinando através do Caráter, página 84.

130 STOTT, John W.W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 17.

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isso não podemos afirmar que os líderes não estão isentos de errar. Mas, o que se exige

“é uma decisão pessoal da parte de quem quer fazer a vontade de Deus. Deixa, sem

dúvida, aberta a possibilidade de se cometerem erros, pois não é perfeccionista. O erro

cometido, contudo, não deve levar o errado ao desespero”. 131

Com isso a intenção do coração de desenvolver o caráter de Cristo. E como diz as

escrituras: “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o

Justo”. 132

3.2. O ENSINAMENTO PARA UM LAR ABENÇOADO:

No crescimento em seu lar Jesus se institui a ponto de ser chamado de mestre até

mesmo por homens instruídos doutores da lei. Em uma linguagem mais atual, alguém

poderia dizer que Jesus foi um “menino de sorte” porque sua primeira escola foi o seu

próprio lar. Sua base para crescer em sabedoria e graça foi seu pai e sua mãe. Maria, sua

mãe, foi chamada de bem-aventurada e cheia de graça aos olhos do Pai (Lucas 1.28), e,

José, seu pai, foi chamado de justo (Mateus 1.19). Seu lar era bem ajustado, de pessoas

tementes a Deus e trabalhadores e sua educação certamente teve base religiosa,

profissional e ético-moral.

No episódio em Jesus ainda bem jovem foi ao templo, deixou os líderes “boquiabertos”

com sua sabedoria das doutrinas da lei. Segundo comentário de Conceição em seu livro

Ensinando Através do Caráter:

É no seio da família que o ser humano recebe os primeiros inputuseducacionais destinados a formar o seu caráter. É nela que ele aprende aslições básicas de como viver em sociedade, as primeiras noções sobre Deus, erecebe os ensinamentos e valores que formam o caráter cristão.133

No comentário de Conceição, que trabalha neste tópico que o caráter da pessoa

normalmente é formado primeiramente no seio da família. Os valores que formam o

caráter cristão formados no convívio da família tanto para o bem quanto o mal. Caso os

pais não investam na educação e formação dos seus filhos, trabalhando na formação de

um bom caráter e educando-os para o bem, automaticamente estarão educando-os para o

131 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.

132 Conforme I João 2.1

133 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22.

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mal, devido à sua influência negativa. Ainda neste paragrafo deste tópico, Conceição

cita, na verdade, a opinião de Elaine Cruz, em seu livro A difícil Arte de Criar Filhos,

que mostra em ênfase como funciona a família na formação do caráter e qual o seu

papel. Ela diz que:

A família ocupa um lugar privilegiado no plano divino.... Ela é o elo entre oindivíduo e a sociedade, e transmite a cultura, o modo de vida, e oscomportamentos do grupo social. A família é formadora do sujeito; eladetermina, em parte, o desenvolvimento e organiza a vida efetiva e social dacriança... que se desenvolve, se capacita e se forma sempre se espelhando nosque a cercam.134

O escritor Meier, comenta em seu livro A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus, ele

enfatiza como o comportamento dos pais de Jesus o ajudou em sua caminhada para

cumprir sua missão:

... O amor e a justiça o acompanharam desde a mais tenra idade no ninhoacolhedor da família. Até completar 30 anos, Jesus pôde consolidar sua opçãode vida graças ao ambiente familiar que lhe possibilitou as saúdes interior eexterior necessários. A família lhe possibilitou a “inteireza do ser”.135

Na composição de escrita deste tópico o que podemos perceber é que ministério docente

de Cristo se insere principalmente nos lares. A começar pelo seu próprio lar, como já

citado anteriormente, onde Jesus Cristo deu seu exemplo de bom filho, respeitador e

submisso e ensinável.136 Em Lucas 2.52 está escrito que Jesus Cristo crescia em

conhecimento, estatura e graça.

André Luiz Ramos em seu livro Educação Cristã no Lar, comenta está passagem da

seguinte forma:

No evangelho de João lê-se: “Ao cair da tarde naquele dia, o primeiro dasemana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medodos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: paz, sejaconvosco”. O ensino de Jesus não aconteceu dentro de um espaço vazio, mascomeçou no lar, aonde o próprio Cristo retornou para revalorizá-lo. Elesempre procurou honrar o lar com suas costumeiras visitas e é provável quenessas visitas Ele não poderia deixar de ensinar. Ele começou o ensino noslares a partir do próprio exemplo que deu como filho amoroso e obediente(Lc. 2.51), e responsável (João 2.1-11 e 19.26, 27). Pode-se tambémencontrá-lo no lar de Betânia, onde esteve ensinando (Lucas 10.38-42) e os

134 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22 op cit CRUZ, Elaine – ADifícil Arte de Criar Filhos, páginas 33, 42.

135 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22.

136 Texto de referência, Evangelho de Lucas 2.51.

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discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24.13-32).137

Ramos trabalha a questão do ensino de Jesus no lar desde a sua gênese, destacando sua

instrução ético-moral herdada de seus pais. A percepção da cultura de Cristo é

demonstrada numa festa de casamento em Cana da Galileia indo ao encontro das

necessidades imediatas e urgentes (João 2.1-11), sinalizando que “ele não veio para tirar

a alegria e o prazer dos seres humanos, ”138 mas, sim, identificar-se ao máximo com os

seres humanos em sua encarnação. Jesus veio trazer alegria de uma vida plena, cheia de

amor, justiça e paz. Um amor pleno e verdadeiro sem interesses.

Na narrativa de João em que Jesus transformou água em vinho não era um mero

milagre, mas o marco inicial de seu ministério ali fortalecendo os laços de um

casamento, o embrião de uma família. Com essa ação em seu ministério ele estava

sinalizando que veio para restaurar a estrutura do lar. Que o lar é um lugar que a alegria

deve estar presente.

De acordo comentário de Hendriksen,139 “o vinho era um elemento indispensável à

alimentação” 140 pois o caráter do sinal de Jesus é a “honra aos laços matrimoniais” 141

Destaca que o próprio testemunho de João (3.29), coloca Jesus como noivo que tem a

noiva.142 Que por sua encarnação ligado à sua busca para um perfeito relacionamento

com a noiva, que é a igreja, santa e abençoada. De acordo com os comentários de

escritor posso acrescentar que a proposta do ensinamento de Cristo nos lares tem como

base fundamental a reconstrução dos princípios elementares da família criada segundo o

padrão perfeito de Deus e não o padrão inserido nos meios de comunicação da

atualidade, que vivemos. O padrão atual vem tentar desconstruir tudo que Deus criou

em sua obra de perfeição na criação do homem e sua família.

Na narrativa do Evangelista Lucas, quando Cristo visitou o lar de Maria e Marta,

reconstrói os valores importantes na vida do ser humano como o conhecimento

137 RAMOS, André Luiz – Educação Cristã no Lar, página 46.

138 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 162.

139 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 157.

140 Textos de referência: Gêneses 14.18; Números 6.20; Deuteronômio 14.26; Neemias 5.18; Mateus11.19.

141 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 161.

142 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 161.

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libertador. Não se fala do que Jesus estava conversando com Maria, mas somente que

ela estava aos pés de Jesus recebendo ensinamentos. Um ensino libertador, como Cristo

sempre ensinava. 143 Ainda nesta passagem é revelada, quando Marta indaga Jesus sobre

o comportamento da irmã, Jesus a confronta de uma maneira muito amorosa dizendo:

“Marta, Marta... uma coisa só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, que não lhe

será tirada. ”

Conforme escrito na narrativa de João 4.34, Jesus declara que a sua comida consiste em

fazer a vontade do Pai. Ao mesmo tempo, nos escritos de João 6.35 Jesus declara que é

o pão da vida. Só ele alimenta de verdade. Somente Ele sacia completamente a fome e a

sede das pessoas que se achegam a Ele. E Maria se coloca humildemente aos pés de

Jesus para se alimentar do pão que sacia a fome de verdade. Ela quer receber de Jesus o

verdadeiro ensino libertador. Ela não faz acepção de pessoas. Não tem preconceito. Seu

ensino liberta o homem do pecado e da morte eterna.

Mais um episódio na narrativa do Evangelho de Marcos importante de se citar é quando

um chefe da sinagoga, chamado Jairo,144 pede a Jesus que cure sua filha de uma

enfermidade mortal. Jesus é interrompido no meio do caminho pela multidão que o

espremia, que é o episódio da cura da mulher com o fluxo de sangue.

O Evangelista Marcos declara que, enquanto Jesus falava, alguns da casa de Jairo,

disseram que a Filha já havia morrido.145 Jesus, então, disse a Jairo: “Não temas, crê

somente” 146 Vai à casa de Jairo, e, no aconchego do seu lar manda que todos saiam e

fique somente Jairo e sua esposa no quarto, e os que vieram com Jesus. Jesus toma

menina que tinha doze anos pela mão e manda que se levante. A menina imediatamente

coloca-se de pé e começa a andar. Daquele momento então Jesus não estava apenas

fazendo um simples milagre, mas Cristo estava ensinando através de sua atitude.

Provavelmente chama Jairo e sua esposa para entram para o lar e começa a ensinar

sobre vários aspectos da vida da menina e sua convivência no lar.

143 Relato do Evangelho de Lucas 10.38-42.

144 Relato do Evangelho de Marcos 5.21-24.

145 Relato do Evangelho de Marcos 5.35.

146 Relato do Evangelho de Marcos 5.36.

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Jesus liberta de dentro para fora através de seu ensino. Começa no lar para desencadear-

se no imenso mundo da sociedade. Cristo começou sua obra e seu ministério de

Liderança como docente no próprio lar, onde é obediente aos seus pais e também os

ensina. Percorre as aldeias e diversos povoados visitando outros lares para ensinar com

o propósito de ser um líder que veio para libertar de forma exclusiva. Quando se assenta

para ensinar uma mulher, está incluindo-a no contexto da sociedade alguém que se quer

era contado (Mateus 14.21).

Com respeito disso, Conceição cita Barclay, em seu livro The Letters to the Galatians,

que diz:

Os judeus tinham um baixo conceito a respeito de família. As mulheres ecrianças não eram contadas. A esposa não tinha qualquer direito: vivia sob ocontrole total do marido e o divórcio era permitido. Mas apesar disso osjudeus tinham um elevado padrão de fidelidade conjugal em comparação comos gentios. 147

John R. Sttot, em seu livro A Mensagem de Efésios, ensina algumas verdades acerca do

ensinamento de Jesus a respeito sobre a família:

À luz do ensino de Jesus e dos seus apóstolos, podemos afirmarconfiantemente e repetir pelo menos três verdades relevantes: primeiro, adignidade da condição da mulher, da criança e do servo; em segundo lugar, aigualdade diante de Deus de todos os seres humanos, independente da raça,de posição, de classe, de cultura, de sexo ou idade, porque todos são feitos asua imagem; e a unidade ainda mais profunda de todos os crentes cristãos,como membros em comum da família de Deus do corpo de Cristo. 148

Jesus ensina às pessoas, mesmo indiretamente a perceberem os sinais do Reino de Deus

através dos seus ensinamentos nos lares.

João Batista veio como precursor de Jesus para converter os corações dos pais aos filhos

e dos filhos aos pais, e, acrescenta o evangelho de Lucas149 para converter os

desobedientes à prudência dos justos.

Como bem expressa a palavra “precursor” Jesus veio e deu continuidade a este

ministério com seu ensino, com vista à restauração do relacionamento familiar, visto

que plenificará esse relacionamento quando vier e buscar a sua amada igreja.

147 CONCEIÇÃO, Eurípedes da – Ensinando Através do Caráter, página 22 op cit BARCLAY, Willian –The Letters to the Galations and Ephesians.

148 STOTT, John R. – A Mensagem de Efésios, página 61.

149 Conforme o Evangelho segundo Lucas 1.17.

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Há como ver a sociedade bem estruturada se não for por meio da restauração dos

princípios da família? Para responder essa pergunta é preciso ver que Jesus começa seu

ministério na família resgatando os princípios de respeito e unidade, e fazendo nova

leitura dos princípios utilizados para os que eram menosprezados. Contudo isso, o

ensino de Jesus no que tange a família não ficou limitado às paredes do lar. Jesus

também estruturou seu ensino através de outras formas, como por exemplo no Sermão

do Monte.

3.3. JESUS ENSINA NO SERMÃO DO MONTE:

Jesus ensinou o Sermão do Monte, registrado no Evangelho segundo Mateus, é com

certeza o maior sermão de Jesus registrado nos Evangelhos. Certamente o que é

registrado em Mateus é mais completo para analisar e discutir o que se propõe neste

capítulo.

Para que possa ficar bem claro neste trabalho acadêmico, é que não se pretende fazer

uma análise profunda, mas o que é pertinente de Mateus ou Lucas, ou em qual dos

lugares foi pregado este Grande Sermão de Jesus Cristo. Se foi na montanha como

registra Mateus ou se foi numa planície como se registra em Lucas, o objetivo desta

obra é analisar e pesquisar os valores do ensino de Jesus Cristo no Sermão do Monte

registrado em Mateus.

Quero destacar um primeiro aspecto importante uma questão: Como se comprova que

Jesus exerceu seu modelo de liderança no Sermão do Monte? E através da sugestão

deste aspecto surgi outro ponto interessante: Qual era o ensinamento de Jesus Cristo no

Sermão do Monte? Nesse registro revela algum princípio de Liderança?

O Sermão do Monte é uma coletânea de vários ensinamentos que Jesus apresentou em

seu ministério. É um texto riquíssimo para se tratar assunto por assunto. Mas o que esse

trabalho de pesquisa propõe é fazer uma análise simplificada dos ensinos de Jesus

Cristo no Sermão do Monte. Que nos leva a entender melhor sobre o assunto do

Liderança Centrada em Cristo.

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Santo Agostinho comenta em seu livro O Sermão do Monte diz:

Quem quiser meditar com a piedade e recolhimento o sermão que nossoSenhor Jesus Cristo pronunciou na montanha, tal como lemos no Evangelhosegundo Mateus, encontrará aí, creio eu, um programa perfeito da vida cristãdestinado à direção dos costumes. Ousamos fazer tal afirmação, semtemeridade, pois nos baseamos nas próprias palavras do Senhor. Comefeito, ... A conclusão deste sermão (7.24-27), ... Ele declara se encontraremaí todos os preceitos necessários à perfeita vida cristã.150

O texto mencionado por Agostinho é do homem sensato, que ouve estas palavras de

Jesus e as põe em prática, e, que não é levado por tempestades, porque sua casa foi

construída em fundamento sólido; e, do homem insensato que ouve, mas não coloca em

prática estas palavras de Jesus, onde sua construção acontece na areia e a tempestade

derruba tudo.

Segundo Agostinho comenta, estas minhas palavras, expressão o ensinamento que nosso

Mestre Jesus realmente gostaria que fosse colocado em prática na vida de Liderança dos

seus discípulos. Declara de forma expressa que “essas palavras pronunciadas na

montanha contém uma doutrina de tal maneira perfeita para o dirigir a vida cristã, que

aqueles cujo intento seja toma-las como norma de vida, como razão, serão comparados

ao homem que edifica sua casa sobre a rocha”151 Agostinho ainda afirma que o Sermão

do Monte “contém todos os preceitos da perfeição, próprios a guiar a vida cristã”152

Na pesquisa feita pelo autor da obra, entende-se que Agostinho vê o Sermão do Monte

como um guia da vida cristã para aqueles que querem tomá-lo como norma de vida.

Podemos visualizar claramente, que, segundo ele, o Sermão do Monte é um guia de

caráter cristão. Já Emment Fox, em seu livro O Sermão da Montanha diz:

... A mensagem que Jesus trouxe tem um valor único porque é a verdade e aúnica declaração perfeita da natureza de Deus e do homem, da vida, domundo e das relações que existem entre eles. Mas do que isso, veremos queos seus ensinamentos não são um simples cômputo abstrato do universo, oque teria pouco mais do que um mero interesse acadêmico, mas constituemum método prático para desenvolver a alma transformar nossas vidas enossos destinos naquilo que realmente queremos que eles sejam.153

O comentarista citado acima Emment, apesar de uma linha teológica não corresponder

150 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 23.

151 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 23-24.

152 AGOSTINHO, Santo – O Sermão do Monte, página 24.

153 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 12.

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totalmente ao cristianismo, refere algumas verdades quando diz que os ensinos de Jesus

não se tratam de teologia, mas de espiritualidade e metafisica.154 Fox ainda diz que Jesus

Cristo “desencorajava observâncias exteriores e, também às regras e aos

comportamentos rígidos de qualquer espécie” 155 Segundo ele, Jesus insistiu num certo

“espírito na conduta dos homens, e teve o cuidado de ensinar apenas princípios, sabendo

que, quando o espírito está certo, os detalhem se encaminham por si mesmos e que,

realmente, ‘a letra mata, mas o espírito vivifica’, como ficou mostrado pelo triste

exemplo dos fariseus”.156

Continuando ainda com o mesmo comentarista Fox, que apresenta que Jesus tem a

preocupação com as tomadas de decisões. Segundo ele, em essência, o que Jesus

ensinou foi que o ser humano vive em consciência de suas escolhas. Que o ser humano

determina sua própria vida.157 Fox continua dizendo que a verdade não muda, e que

“Jesus resumiu essa verdade, ensinou-a completa e integralmente e, acima de tudo,

demonstrou-a em sua própria pessoa.158 Entende-se que o Sermão do Monte como uma

série de conferências, ou sermões, que se entenderam, provavelmente, por vários dias.

Jesus já havia aproveitado para sistematizar sua mensagem, para proclamar aquilo que é

pertinente à vida do ser humano.159

Portanto, Fox traduz o Sermão da Montanha como um guia para quem deseja ser bem-

sucedido. Para ele o ser humano pode mudar sua vida e modificar-se partir de um

envolvimento maior com o Sermão da Montanha, e, ter saúde e paz de espírito e

desenvolvimento espiritual, que Jesus mostra claramente em seu ensino do Sermão do

Monte. 160

Como contribuição modesta o autor dessa monografia, comenta o grande ensinamento

de Jesus de Nazaré não é simplesmente uma preocupação com a conduta ética e moral

154 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 13.

155 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16

156 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16.

157 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 22.

158 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, 1938 página 23.

159 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 23.

160 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 23.

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do ser humano. Ver-se-á abaixo como os outros autores se posicionam a esse respeito.

J. Jeremias, em seu livro O Sermão da Montanha diz: “O Sermão da Montanha possui

uma estrutura bem clara. Seu tema acha-se exposto em Mateus 5.20 ‘Se vossa justiça

não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus’161. Ele

considera como introdução Mateus 5. 3-19 e como enunciado do tema Mateus 5.20.

Depois diz que ‘a primeira parte do Sermão da Montanha mostra a controvérsia de Jesus

e os teólogos sobre a interpretação das Escrituras em Mateus 5. 21-48, em suas seis

grandes antíteses: eu, porém vos digo...”. 162

J. Jeremias continua dizendo que, na segunda parte (Mateus 6. 1-18), Jesus se opõe à

justiça dos fariseus, e, essencialmente, a esmola, a observância das três horas de oração

e o jejum que caracterizavam esses piedosos grupos leigos. 163

A última parte, segundo J. Jeremias, expõe a nova justiça dos discípulos de Jesus.

Segundo este autor, “O tema desta didaquê tripartida é, portanto, o comportamento do

cristão em oposição ao dos seus contemporâneos judeus. ”164

J. Jeremias diz que se descobre no “Sermão da Montanha” uma coleção de palavras de

Jesus com a finalidade parenética (visando à formação cristão), o que permite concluir

que este Sermão era utilizado na instrução de catecúmenos ou na doutrinação dos recém

batizados. ” 165 Ele concluiu de modo muito importante que: “se o Sermão da Montanha

é um catecismo para uso dos aspirantes ao batismo ou dos neófitos, é necessário que

alguma coisa o tenha procedido. O que o procedeu foi a proclamação do Evangelho; o

que o procedeu foi a atração vitoriosa da Boa-nova, foi a conversão”. 166

De acordo com a pesquisa do autor, percebe-se que na interpretação de J. Jeremias, o

Sermão da Montanha compõe-se de uma coletânea de ensinamentos de Cristo, que

caracterizam numa didaquê para a igreja primitiva. É o querigma de Jesus que se

161 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 38.

162 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 38-39.

163 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.

164 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.

165 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 39.

166 JEREMIAS, J. – O Sermão da Montanha, página 40.

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transforma na didaquê da igreja do primeiro século.

Em A Mensagem do Sermão do Monte, John W. W. Stott diz que “o Sermão do Monte

descreve arrependimento (metanóia, total transformação da mente) e a retidão, que

fazem parte do Reino; isto é, descreve como ficam a vida e a comunidade humana

quando se colocam sob o governo da graça de Deus”. 167

Segundo Stott, o Sermão do Monte, é uma contracultura cristã. Que confronta os

conceitos da ideologia religiosa da época. Stott escreve que Jesus sempre coloca os

discípulos em contraposição com algumas comunidades de indivíduo. 168

Seja quando confrontado os gentios em suas vãs repetições, sempre ressaltando “vós,

porém não orareis assim”, contrastando o comportamento dos discípulos que não

deveria ser igual, seja quando utiliza o exemplo dos hipócritas religiosos que gostavam

de ser vistos e condecorados, e Jesus diz aos discípulos: tu, porém não farás assim”. 169

Stott diz que “não há dúvida de que o principal objetivo de Jesus ao subir uma colina ou

montanha para ensinar era fugir das ‘numerosas multidões’ ... Jesus precisava fugir, não

só para ter uma oportunidade de ficar sozinho e orar, mas também para dar uma

instrução mais concentrada aos seus discípulos. 170

Stott continua seu discurso acerca do Sermão do Monte afirmando Jesus como um

Mestre. Diz ele: “... Jesus assentou-se, assumindo aposição de rabi ou legislador, e seus

discípulo aproximaram-se dele para aprender seus ensinamentos. Então ele passou (uma

expressão que indica a solenidade do seu pronunciamento) a ensiná-lo”. 171

No pensamento de Stott, verifica-se as implicações do Sermão do Monte. As

declarações são implicações práticas para o cristianismo hoje. Mas que, resumidamente

expressam a mensagem do Sermão do Monte, sobre o que Jesus queria ensinar aos seus

discípulos, e que posteriormente, foi sintetizado no evangelho de Mateus para a

catequese da igreja do primeiro século.

167 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 5.

168 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 3-5.

169 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 3-5.

170 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 6.

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Stott resume desta forma:

O caráter do cristão (5.3-12) – As bem-aventuranças enfatizam oito sinais deconduta e do caráter cristãos, especialmente em relação a Deus e aos homens,e as bênçãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes sinais.A influência do Cristão (5.13-16) – As duas metáforas de sal e luz indicam ainfluência que os cristãos devem exercer para o bem da comunidade semantiverem o seu caráter distinto, conforme descrito nas bem-aventuranças.A justiça do cristão (5.17-48) – Jesus deu seis ilustrações desta justiça cristãmelhor... Em cada antítese rejeitou a acomodada tradição dos escribas,reafirmou a autoridade das Escrituras do Velho Testamento e apresentou asdecorrências plenas e exatas da lei moral de Deus.

Ele continua dizendo ainda que:

A piedade do cristão (6.1-18) – Em sua “piedade” ou devoção religiosa, oscristãos não devem se acomodar nem com o tipo de hipócrita dos fariseus,nem com o formalismo mecânico dos pagãos. A piedade cristã deve-sedestacar acima de tudo pela realidade, pela sinceridade dos filhos de Deusque vivem na presença do seu pai celestial.

A ambição do cristão (6.19-34) – Os cristãos devem ficar livres destasansiedades materiais egocêntricas e, em lugar disso, devem dedicar-se àexpansão do governo e da justiça de Deus... A nossa ambição deve ser aglória de Deus.

No dizer de Stott:

Os relacionamentos do cristão (7.1-20) – Quando nos relacionamosdevidamente com Cristo, os nossos demais relacionamentos são todosafetados... Assim não devemos julgar o nosso irmão, mas servi-lo, (1-5) ...Evitar oferecer o Evangelho aquele que decididamente o rejeitam, (6) ...Continuar orando ao nosso Pai celestial (7-12) e tomar cuidao com os falsosprofetas, que impedem muita gente encontre a porta estreita e o caminhodifícil (13-20).

Uma desejável dedicação cristã (7. 21-27) - ... Não basta chama-lo de“Senhor” (21-23) ou ouvir seus ensinamentos (24-27) A questão básica é ...só que obedece a Cristo como Senhor é sábio... está edificando sua casa sobreo alicerce da rocha, que as tempestades da adversidade e juízo não sãocapazes de solapar. 172

Portanto, segundo John Stott, é possível obedecer às palavras de Jesus no Sermão do

Monte somente ao discípulo de Jesus, que a graça de Deus já opera em seu coração.

Ainda com respeito a esse assunto, Osmundo Afonso Miranda, em seu livro Estudos

Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, diz que “o material do Sermão da Montanha

encontrado em Mateus 5. 21-48; 6.1-18, etc. Trata de conduta cristã, quer tenha tido

dado por Jesus, quer tenha sido formulado pela igreja primitiva. ” 173

172 STOTT, John W. W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 11-13.

173 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, páginas 350-351.

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Miranda continua dizendo:

Note-se que o Sermão não despreza a lei, mas não é um legalismo. Nem éuma casuística, no sentido de cada caso e situação é claramente descrito oudeterminado. Exige uma decisão pessoal da parte de quem quer fazer avontade de Deus. Deixa, sem dúvida, aberta a possibilidade de se cometeremerros, pois não é perfeccionismo. O erro cometido, não deve levar o errado apdesespero. 174

O que se percebe no comentário de Miranda é que ele caracteriza o Sermão do Monte

como um tratado de conduta cristã. Que o homem ou mulher pode, por uma decisão

pessoal, cumprir as exigências feitas por Jesus nesse sermão. Como ele mesmo se

referiu, quer seja uma elaboração de Jesus ou da igreja primitiva.

Conforme comentário de Wilson Souza Lopes em seu livro Aos Pés de Jesus – O

Sermão do Monte para o 3 Milênio, faz algumas declarações importantes sobre o

conteúdo de ensino de Jesus no Sermão do Monte. Diz Lopes que “Mateus condena

nesses capítulos (5-7) os ensinos de Jesus, procurando mostrar aos judeus que Jesus é o

Messias da palavra e o Messias da ação” 175

Lopes faz uma boa citação de C. H. Dodd que diz: “O conteúdo do ensino de Jesus,

mostra que nos primórdios do Cristianismo o conteúdo tinha dupla forma, ou seja,

proclamando e ensinando, também entendidos teologicamente como kerigma e

didaquê”. 176

Lopes concorda com J. Jeremias, quando diz que o tema está exposto em 5.20. Lopes

continua dizendo que depois da introdução Jesus debate com os “teólogos” a respeito da

hermenêutica das Escrituras nas suas grandes antíteses177 – eu, porém vos digo.

Lopes ainda diz: “Em seguida, ele impõe novo conceito de justiça, oposto à justiça dos

fariseus, em relação as esmolas, à oração e ao jejum, e, ao final, apresenta aos discípulos

a justiça do Reino”.178

174 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.

175 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43.

176 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 43 opcit DODD, C. H. – The Apostolic Preaching and its Devolopments, Londres, 1936.

177 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.

178 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.

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Lopes conclui essa parte dizendo: “Destarte, é óbvio que o ensino pretende a instrução e

a forma dos súditos do Reino dos Céus. Os grandes valores do Reino teriam de ser

inculcados. O processo de inculcação dos grandes valores era de ordem pedagógica e

isso não pode ser diferente hoje”.179

Destarte, percebe-se que, com respeito à conduta cristã, todos os autores concordam que

o ensino de Jesus é caracterizado por uma doutrina que conduz ao comportamento

perfeito do cristão, naquele período, pela igreja do primeiro século.

Assim, como já foi citado, Agostinho diz que o Sermão do Monte é “um programa

perfeito de vida cristã destinado a direção dos costumes”. 180 Fox também concorda com

este aspecto quando diz que: “Jesus insistiu num certo “espírito na conduta dos

homens”.181

Comentando sobre a justiça dos escribas e dos fariseus J. Jeremias diz este sermão

revela a nova justiça dos discípulos de Jesus (Mateus 6. 19; 7.27). Segundo este autor,

“O tema desta didaquê é, portanto, o comportamento do cristão em oposição ao dos seus

contemporâneos judeus”.182

Stott continua nesta concepção de interpretação dizendo que o Sermão do Monte

descreve como ficam a vida a comunidade humana quando se colocam sob o governo da

graça de Deus. 183 Descreve neste sentido, como fica o caráter daquele que obedece estas

palavras de Jesus, ou seja, como Jesus mesmo compara, é como o homem sensato

constrói sua casa na rocha. Em comum acordo Miranda concorda dizendo que “o

material do Sermão da Montanha encontrado em Mateus 5. 21-48; 6.1-18; etc. trata de

conduta cristã”. 184 Por último, Lopes conclui essa parte dizendo: “Destarte, é óbvio que

o ensino pretende a instrução e a formação dos súditos do Reino dos Céus”. 185

179 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.

180 AGOSTINHO, Santo – O Sermão da Montanha, página 23.

181 FOX, Emment – O Sermão da Montanha, página 16.

182 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.

183 STOTT, John W.W. – A Mensagem do Sermão do Monte, página 5.

184 MIRANDA, Osmudo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 350-351.

185 LOPES, Wilson de Souza – Aos Pés de Jesus – O Sermão do Monte para o 3 Milênio, página 44.

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Vê-se que, em comum acordo, os autores concordam que os ensinamentos de Jesus do

Sermão do Monte são princípios de conduta para a vida dos cristãos. É um absurdo

teológico e, não se deseja entrar nesses méritos, dizer que Jesus deu ordenanças ali quer

não tinha cabimento de o ser humano cumprir. É o mesmo que dizer que Deus é maluco.

Pois não tem cabimento dar ordens que não se pode cumprir.

O que se deve analisar é o que Miranda escreve. Segundo ele as ordenanças de Jesus no

Sermão do Monte são para serem observadas sim, mas isso não quer dizer que o ser

humano está isento de erros, pois o que se ensina não é o perfeccionismo. 186

Se o Sermão do Monte tem essa característica de ensinar os cristãos do primeiro século

a como se comportarem diante da lei do Senhor, estudar-se-á outro tema oriundo dos

comentários os teólogos acima, sobre a Liderança Centrada em Cristo que se

desenvolve no seu ensino de caráter.

3.4. AUTORIDADE: IMPORTANTE ATRIBUTO PARA OS OFICIAIS DA IGREJA:

O modo como termina o Sermão do Monte revela um dos maiores princípios de

Liderança. Diz o texto: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as

multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem

autoridade e não como os escribas”. 187

Esta frase é fenomenal para a pesquisa que se propõe. Um dos princípios mais

importantes da Liderança é atributo a Jesus nesta passagem que foi citada. Atribui a

Jesus a autoridade para falar. Este é um dos princípios mais importantes da Liderança da

Igreja. Há diversos exemplos de comentários que falam a respeito sobre o assunto da

autoridade na liderança e na maior parte das vezes os autores divergem em sua opinião

sobre autoridade de poder.

Comentando sobre essa distinção, Eugene B. Habeker, em seu livro Redescobrindo a

Alma da Liderança, faz citação o comentário de Charles Colson que diz:

Poder e autoridade não podem ser confundidos. Poder é a habilidade deimpor fins ou propósitos ao mundo. Autoridade não é apenas o poder (força),mas o direito de influir nas intenções. O poder geralmente mantido na força

186 MIRANDA, Osmundo Afonso – Estudos Introdutórios nos Evangelhos Sinóticos, página 360.

187 Conforme Evangelho de Mateus 7. 28-29.

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bruta; a autoridade brota de uma base moral. 188

É importante descrever nesta monografia o comentário de Habecker que cita em seu

livro que ele faz de Pascale e Athos que vale a pena destacar:

A imagem mais comum do verdadeiro líder é a que retrata o estilo de um“grande discípulo”, que atua com a benção e o consentimento de seusdiscípulos e é capaz de influenciá-los por atender suas necessidades epreocupações. Poder, nesse contexto, significa a capacidade de conseguir ascoisas, de gerar recursos, e recorrer ao que for necessário para atingir osobjetivos. O poder está, portanto, mais próximo do ‘comando” do que da“dominação” ou do “controle”. 189

Acima foram feitas duas citações e pode-se perceber uma diferença de interpretação. A

de Colson, poder de autoridade. A outra, de Pascale, e Athos, aproxima poder à

interpretação que Colson dá a autoridade. Essa interpretação de poder de Colson não

está vinculada à postura de Jesus. Jesus não utiliza o poder de forma opressora ou como

quem dá ordens para suprir suas necessidades pessoais. Jesus, antes de tudo, está

preocupado com as reais necessidades das pessoas que se achegam a ele.

Por uma outra cosmovisão, a interpretação de Pascale e Athos está bem clara e é que

Jesus trabalhava em sua liderança. Jesus não utilizava o poder para mandar em

ninguém. Jesus não usava o poder para controlar ou dominar uma situação ou alguém.

No livro de Habecker, há também uma citação bem interessante de Gardner, referida em

seu livro Leadership and Power, que traz um trecho de Acton que diz: “O poder tende a

corromper, o poder absoluto corrompe de modo absoluto”.190

Gardner sustenta que, ao contrário de muitas pessoas dizem sobre o poder, interpretam

erroneamente o texto de Acton. Dizem que o “poder corrompe” em vez de o “poder

tende a corromper”. 191

A pessoa que é um verdadeiro líder usa o poder e a autoridade com cuidado e de modo a

188 HABECKER, Eugene B.- Redescobrindo a Alma da Liderança, página 35 op cit COLSON, Charles,Who Speaks for God? Crossway Books, 1985, página 40.

189 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 35 e 36 op cit, PASCALE,Richard T. e ATHOS, Anthony – The Art of Japanese. New York: W Books, 1981, página 246.

190 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.

191 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.

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contento, que quer dizer, da maneira que venha a satisfazer as necessidades reais do

todo o grupo. Para comentarista Gardner, que finaliza com as seguintes palavras:

“Quando os líderes responsáveis são privados do poder, os liderados também perdem o

poder”. 192 Os líderes devem se colocar na representatividade de seus liderados. Quando

o líder tem boas intenções, os liderados são supridos em suas principais necessidades.

Mas, infelizmente quando é o contrário o líder é privado de suas responsabilidades e

fica m suas funções, aqueles a quem lidera ficam privados em suas necessidades.

Na ficção de O Monge e o Executivo, de James Hunter, há também uma definição de

poder e autoridade. Diz assim:

Poder: é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, porcausa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer.Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o quevontade o que você que quer por causa de sua influência pessoal. 193

Entendendo a interpretação do comentarista Hunter, autoridade e poder são distintos.

Ele desenvolve a liderança de modo que o poder é a força e a autoridade sendo a

capacidade de influenciar as pessoas a fazerem de boa vontade.

A definição do comentarista Youssef, também de poder em seu livro O Estilo de

Liderança de Jesus:

Quando me refiro a poder, estou pensando na capacidade de influenciar ouinduzir o comportamento de outros. Há duas espécies de poder, humanamentefalando: O poder, da posição refere-se à influência que o líder tem, queresulta da sua posição na igreja, nos negócios ou na família. O poder pessoalé exercido através do carisma, da personalidade ou da capacidade do líder. 194

Segundo Youssef o poder pessoal é a capacidade de motivar as pessoas a fazerem o que

se deseja pela influência. A influência será alcançada pela confiança que os liderados

têm no líder. Um dos exemplos citados foi o presidente Franklin Roosevelt com sua

célebre frase: “Não temos nada a temer a não ser o nosso próprio medo. ”195 Continua

192 HABECKER, Eugene B. Redescobrindo a Alma da Liderança, página 34 op cit, GARDNER, JohnW. – Leadership and Power. Washigton, D.C.: Independent Secort, 1986; página 3.

193 HUNTER, James C. – O Monge e o Executivo: uma História sobre a Essência da Liderança, página26.

194 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 93-94.

195 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 94.

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dizendo que “com a força da sua personalidade, transferiu ao seu país no futuro”. 196 A

interpretação de Youssef encaixa com o que Hunter e Colson escrevem sobre a

autoridade.

Se faz uma distinção segundo as interpretações de Colson e de Hunter entre o poder e

autoridade. Essa distinção, está para o mal-uso do poder. As interpretações de Gardner,

Pascale e Athos trazem uma definição de poder diferenciado o lado bom e o lado ruim

do poder.

O poder em suma não é ruim. O problema não está no poder, mas no mau uso do poder.

Quando alguém chega ao cargo de Gerência em uma empresa tem o poder de decisão

em suas mãos. O poder de fazer as coisas como deseja, usando o poder tanto para o bem

quanto para o mal.

Na vida de uma pessoa se o poder é usado como força para obrigar a fazer o que se

quer, agindo sobre pressão como demissão, deve-se haver entre o poder e autoridade. A

diferença na boa liderança é o uso correto do poder e a autoridade, conforme Jesus o

Grande Líder faz o uso correto da autoridade e poder que lhe foram perdoados

confiados.

Na narrativa do Evangelho de Mateus, certa vez Jesus disse ao paralítico: “estão

perdoados os teus pecados”. Ao ser indagado sobre quem lhe deu autoridade para lhe

perdoar os pecados, Jesus cura aquele homem, que segue andando para casa. A seguir

Jesus diz que o milagre feito: “para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra

autoridade para perdoar pecados”. 197

Em outro episódio, na narrativa nos Evangelhos, Jesus demonstra autoridade e poder

contra o demônio na cidade de Cafarnaum. 198 Jesus não diz nada a respeito de si, mas o

evangelho de Lucas diz que todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre

si sobre a autoridade e poder que saíra da sua boca.

Quando Jesus perdoa os pecados daquele que o busca, Jesus está se importando como o

196 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 94.

197 Conforme o Evangelho de Mateus 9.1-8.

198 O Texto de referência: Lucas 4. 31-37.

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que realmente tem importância. Pois o pecado faz separação entre a humanidade e

Deus199, e, quando Jesus ressuscita leva com ele toda a iniquidade daquele que confessa

o seu nome e vive na comunhão da luz, e o seu sangue purifica de todo o pecado. 200

Após o evento da Ressureição Jesus diz: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.201 E depois de dizer estas palavras, envia os discípulos a proclamarem por todas as

nações batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

A autoridade e poder concedidos a Jesus são usados para satisfazer as necessidades de

todos os que precisam de sua intervenção. Quando Jesus reivindica sua autoridade não

faz como quem deseja obrigar alguém a fazer o que ele quer, nem como quem deseja

estar pela simples motivação do poder. Ao contrário, ele deseja suprir as necessidades

daquele que busca com fé: “vendo-lhes a fé”. 202

4. LIDERANÇA DE CRISTO NO SERVIÇO

A marca principal de destaque no ministério de Liderança de Cristo sem dúvidas foi o

serviço. Cristo veio a esse mundo desenvolver seu ministério através do serviço para

construir relacionamentos. Em Mateus 20.28 diz que: ”o Filho do homem não veio para

ser servido, mas para servir e dar a sua própria vida em resgate por muitos”.

Jesus nos apresenta um exemplo de líder, que é de grande importância entre os

discípulos, o líder apresentado como servo. Entre os discípulos no corpo de Cristo os

líderes não estão acima, não são governantes, mas servos, que não são servidos, mas

199 Conforme Isaías 59.2

200 Conforme I João 1.7

201 Texto de referência: Mateus 28.18-20.

202 Conforme Mateus 9.2.

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servidores. Se quisermos compreender a natureza e a função da liderança na igreja,

precisamos levar a sério o exemplo de líder como servo integralmente. O servo é aquele

que está entre, não acima daqueles que lideram.

Jesus está mostrando qual é a característica da missão que veio realizar. A sua missão,

ao contrário do que pensava os judeus, não tinha cunho governamental, no sentido de

ser Jesus um rei que conquistaria uma hegemonia para o povo.

Ao nascer de uma família humilde em uma manjedoura emprestada, sendo filho de um

carpinteiro e de uma simples “dona de casa”, Jesus sofre a rejeição dos mestres da lei

que não admitem ser ele o “rei dos judeus”. Interessante pensar na obra e vida de Jesus,

demonstra que seu reinado é de serviço e que sua missão na terra irá muito além do que

uma simples conquista territorial.

Em um modesto e simples comentário do autor da monografia, o que Jesus estava para

fazer nenhum outro homem nesta terra e no universo poderia fazer em seu lugar. No

Novo Testamento declara: “Portanto há um só Deus um só mediador entre Deus e os

homens, Cristo Jesus, homem”. 203 Declaro que só Jesus poderia cumprir essa missão um

relacionamento consubstancial204 entre o Pai e o Filho: como Ele mesmo diz: “eu estou

no Pai e ... o Pai está em mim”. 205

Exclusivamente Jesus, e somente ele poderia salvar a humanidade da perdição eterna.

Salvar o homem da separação de Deus, pois como diz o profeta: “Mas as vossas

iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus”. 206 Portanto, o que Jesus veio

fazer é uma libertação integral. Veio transformar a história da humanidade, tornando o

ser humano mais humano, através da vivencia na prática de construção de

relacionamentos com os homens na terra.

O autor deste trabalho em sua opinião modesta, conforme o estudo analisado durante a

obra cita que em todo tempo Jesus realiza o chamado de Deus mostrando através do

serviço e motiva os seus discípulos a caminharem nesse sentido. Certo momento da vida

de Jesus é interpelado por Thiago e João se podiam se sentar um à direita e outro à

203 Texto escrito em I Timóteo 2.5;

204 Este termo significa segundo João Calvino, nas Institutas, volume 2, página 57-58, que o Filho éconsubstancial ao Pai, o que quer dizer da mesma substancia, da mesma essência. Segundo Calvino trata-se da unidade de essência e propriedades diversas.

205 Texto de Referencia: João 14.11;

206 Conforme o texto de referência de Isaías 59.2.

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esquerda, e, Jesus falando sobre as autoridades dos governadores, que tem domínio

sobre eles, responde: “Mas, entre vós não será assim; pelo contrário, quem quiser

tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro

dentre vós, será servo de todos”.207

O autor deste trabalho cita O Novo comentário da Bíblia, editado por F. Davison “Jesus

estava preocupado com Sua Paixão, sabendo os que seriam colocados a sua esquerda e a

sua direita dentro em breve”. 208 Mas os discípulos só conseguiam olhar para as coisas

terrenas. O Novo Comentário da Bíblia completa de forma esplêndida:

Jesus os toma à parte novamente para recapitular a lição (Marcos 9.33) eexplica-lhe, nos termos mais simples a diferença essencial entre a grandezado mundo e do espírito. No mundo os homens de todos os tempos e de todosos séculos procuram sua satisfação em governar para conseguir sua própriavantagem. No Reino de Deus, a verdadeira grandeza se exibe em humildade eserviço voluntário. 209

Conforme o tema deste trabalho que é proposto, uma Liderança Centrada em Cristo

termina sua prédica quanto ao serviço se colocando em primeiro lugar como líder/servo

e diz: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a

sua vida em resgate por muitos.

Entretanto, para se falar do serviço da liderança de Cristo é preciso entender,

primeiramente, qual a definição de serviço e qual a origem dessa palavra. Segundo o

Dicionário Vine210 a palavra serviço, é um substantivo que vem da origem grega da

palavra transliterada diakonia. É encontrada em Romanos 15.31 como “administração”

e em Lucas 10.40 como serviços”.

Para também se traduzir a palavra serviço existem outras palavras que são transliteradas

no grego. Uma delas é leitourgia que é traduzida na epistola de Paulo aos I Coríntios

por serviço como “administração” “para suprir as necessidades dos santos”; em

Filipenses 2.17 é traduzida como “serviço a fé” 211

Mais uma palavra que vem do grego é a palavra latreia, que é cognato de latreuõ, que

significa “serviço contratado”, que é usado como o “serviço” de Deus com relação ao

serviço sagrado (Hebreus 9.1); também conota o “serviço” inteligente dos crentes ao

207 Conforme texto de referência bíblica de Marcos 10. 35-44.

208 DAVIDSON, F. – O Novo Comentário da Bíblia, página 1010.

209 DAVIDSON, F. – O Novo Comentário da Bíblia, página 1010.

210 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.

211 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.

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apresentarem o corpo a Deus, em sacrifício vivo (Romanos 12.1). 212

O verbo designado para servir é uma palavra derivada do substantivo diakonia que tem

como transliteração a palavra grega diakoneo que significa “ministrar”, “auxiliar”,

“prestar qualquer tipo de serviço”, “servir” (conforme nos mostra o evangelho de Lucas

10.40; 12.37; 17.8; 22.26; 22.27;). 213

Mais algumas palavras são utilizadas neste trabalho acadêmico pelo autor, para designar

o verbo servir, como por exemplo a palavra grega douleuõ. Que dentre as traduções tem

como significado “servir como a palavra grega doulos”, ou seja, escravo; primeiramente

a Deus, e a impossibilidade de servir a Mamon (conforme Mateus 6.24; Lucas 16.13;

Romanos 7.6); na Epistola de Paulo (conforme Filipenses 2.22); servindo ao Senhor

(Atos 20.19; Romanos 12. 11); escravo da lei de Deus (conforme Romanos 7.25) e

dentre outros significados servos uns aos outros pelo amor (conforme Gálatas 5.13).214

No Novo Testamento é utilizado a palavra grega latreuõ que significa “trabalhar por

aluguel”. Significa também “adorar, servir, ” é utilizada último sentido com o sentido de

serviço: a Deus (conforme Mateus 4.20; Lucas 1.74); a Deus e a Cristo (conforme

Apocalipse 22.3); no Tabernáculo (conforme Hebreus 8.5; 13.10). 215

E fechando essa série de palavra, o autor desta monografia, demonstra a última palavra

para o verbo servir na língua grega é hipereteõ que tem como tradução “servido”, tem

como base o serviço que Davi prestou, que durou por um tempo, em contraste com o

ministério de Jesus Cristo, que não houve corrupção, e, Deus o ressuscitou para ser o

Eterno, (conforme Atos 13. 36).216

O Dicionário da Bíblia, tem como significado ministro. Refere-se também aos

discípulos que assistiam a Jesus como ministros (Lucas 1.2; Atos 26.16). Este termo se

refere ao serviço prestado a alguém com o fim de auxilia-lo, de servir.

O autor desta pesquisa percebe que Jesus irá ora utilizar o termo diakonia e em outras

passagens hy’ peretes. Mas o que o autor pretende neste trabalho de monografia é ver

como foi o desenvolvimento da liderança de Jesus no aspecto serviço, e, quais as suas

implicações para os seus discípulos e mais tarde na compreensão da igreja.

212 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 990.

213 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.

214 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.

215 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.

216 VINE. W. E. UNGER, Merril F., WHITE JR, Willian – Dicionário Vine, página 991.

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Concluindo essa introdução deste capítulo a intenção do autor desta monografia é

mostrar quais sãos os aspectos principais de uma liderança servir nos relacionamentos?

Como Jesus desenvolveu sua liderança através do serviço? Porque a pessoa que ocupa a

posição de liderança precisa servir? Respondendo essas questões, a pesquisa dará início

esclarecendo que para servir é preciso servir nos relacionamentos.

4.1. LIDERANÇA CRISTÃ, SERVE NOS RELACIONAMENTOSPor que afirmar que Jesus serve enquanto se relaciona? Sem construção de

relacionamentos em nossa vida não há como servir e principalmente na vida ministerial

e de Liderança. As pessoas não servem a coisas, e sim a pessoas. Contudo se torno

muito importante a declaração de Meier que comenta sobre Jesus ensina através do

encontro, “motivando pela lógica do amor.217

Continua o comentarista Meier, declarando que “Jesus não alimenta o pessimismo e

muito menos e crítica pela mera crítica, mas o objetivo de Jesus é captar as condições

em que a vida se encontra para melhor colocar-se a serviço”. 218

No texto da narrativa do Evangelho de João 5.1-18, conta-se a história de um homem

enfermo a trinta e oito anos, que estava em Jerusalém, no tanque de Betesda, onde uma

vez por ano o anjo descia em certo tempo agitando a água, e, o primeiro que

conseguisse se jogar no tanque ficava curado. Jesus chega perto desse homem e lhe faz

uma pergunta: “Queres ser curado? ”. E o enfermo conta-lhe que não tem ninguém para

ficar esperando com ele para o colocar no tanque quando a água é agitada. Então Jesus

diz aquele homem: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. Aquele homem na mesma

hora levantou-se e ficou curado.

O autor da monografia escrita comenta de forma modesta que ao fazer uma leitura do

texto acima citado pode-se falar que Jesus é o líder que serve, e cura aquele homem.

Mas o evangelista é claro em colocar no verso nove, que aquele dia era sábado. Qual

seria o mal em se realizar uma cura no dia do sábado?

Não há nenhum tipo de problema nessa questão para os ocidentais, porque para os

judeus que zelavam pelo cumprimento da lei, não era permitido fazer nada no sábado.

Os judeus ficavam irritados com a ação de Jesus e o perseguiram porque ele fazia estas

coisas no dia do sábado. Mas Jesus lhe respondeu: “Meu Pai trabalha até agora e eu

trabalho também”.

O comentarista Hendriksen, em seu comentário de João, declara que Jesus ao ver esse

217 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.

218 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.

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homem, está olhando com os olhos de simpatia, sondando a própria alma dele,219

Hendriksen a respeito do sábado diz:

Em vez dos judeus entenderem esse dia como um dia de consagração especialpara a prática de obras pela salvação que Deus lhe havia dado, eles o veemcomo um dia para interromper todo o trabalho ordinário com o objetivo debuscar a salvação que seria dada a todos os que merecessem. Para eles osábado, significava inatividade; para Cristo, ele significava trabalho. Paraeles, o sábado representava sofrimento; para Cristo, descanso. Na visão deles,o homem foi feito para o sábado; na de Jesus, o sábado foi feito para ohomem. 220

No texto da narrativa do Evangelho de Marcos 2.27 Jesus diz que sábado foi

estabelecido por causa do homem e não ao contrário. Segundo Youssef, Jesus rompe

com o costume do tempo.

Aos olhos dele, Jesus havia cometido um dos piores pecados. Havia violado alei do Sabath, e eles não podia deixar passar em branco uma coisa dessa.Jesus tentou mostrar-lhe a diferença entre fazer bom uso das regras e abusardelas, entre ajudar as pessoas e escravizá-las, e aproveito a ocasião parainformar os seus ouvintes do seu relacionamento exclusivo com o Pai. 221

Continuando o comentário de Youssef, Jesus em seu relacionamento exclusivo com o

Pai e faz questão de dizer que “... se o Pai trabalha até agora, eu também trabalho”.

Nos textos dos Evangelhos de Lucas e Mateus, Jesus Cristo acrescenta uma história

perguntando qual deles, se uma ovelha cair numa cova, não fariam todo esforço para

tirá-la dali. Então, sabiamente, Jesus lhes responde: “Oram, quanto mais vale um

homem do que uma ovelha? Logo, é lícito, no sábado, fazer o bem”. 222

Jesus valoriza a vida mais do que as tradições. Em alguns momentos ele usa a expressão

“eu, porém vos digo”, dando uma nova interpretação à lei e demonstrando que a

importância da lei da vida.

O comentarista Youssef diz a esse respeito: “O Estilo de Liderança de Jesus coloca as

pessoas em primeiro lugar e os regulamentos em segundo. As necessidades humanas

vêm primeiro, as tradições depois. O Reino de Deus vem primeiro e tudo mais vem

depois” 223 Em seu relacionamento com as pessoas, Jesus andava pelas ruas, conversava

com as pessoas, gastava tempo servindo no relacionamento com as pessoas. Outro

exemplo da mulher do fluxo de sangue que toca na orla da veste de Jesus. Em meio a

uma multidão que o apertava e o empurrava, Jesus sente que foi tocado de um modo

219 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 254.

220 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 254.

221 YOUSSEF, Michael – O Estilo de Liderança de Jesus, página 61.

222 Conforme Mateus 12. 11-12.

223 YOUSSEF, Michael – O Estilo de Liderança de Jesus, página 65.

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diferente.

O comentarista e escritor Hendriksen, em seu comentário de Marcos, diz que o fato que

aconteceu é que alguém tocou Jesus intencionalmente. Acrescenta que aquela mulher

não tocou apenas com os dedos, mas com a fé e esperança de ser curada, e com certeza

não passaria desapercebido por Jesus uma vez que ele se importava com a fé das

pessoas.224 O comentarista Meier também faz um comentário desta passagem relatando

que Jesus tocas nas pessoas e é tocado por elas. Ao ser tocado por aquela mulher, Jesus

assimila as suas condições de vida. Meier diz que:

A pedagogia de Jesus é a pedagogia do encontro, motivado pela lógica doamor. É somente na lógica do amor é que podemos compreender a expressãode Jesus diante da mulher do fluxo de sangue: “Quem tocou na minha roupa?” (Marcos 5.30) diante de uma multidão que esbarrava nele e o empurrava, oMestre diz: “Quem tocou em minha roupa? ”. Vejam ao sentir-se tocado édiferente de perceber empurrões. Diante da violência, da omissão, do corre-corre cotidiano sem direção, podemos não nos sentir tocados. 225

O autor deste trabalho, objetiva-se em escrever que Jesus sempre atende às necessidades

reais das pessoas, e quando se relaciona com elas descobre a ansiedade de todos que se

achegam para tocá-lo e serem tocados por Ele.

No evangelho de Marcos 6.30-44 está relatado da primeira multiplicação de pães e

peixes. O texto sagrado diz que Jesus olhou para as multidões e compadeceu-se.

Hendriksen afirma que a palavra usada para compadeceu-se em grego é traduzida,

literalmente, por “tocado em suas entranhas” ou “em seu íntimo”. Hendriksen ainda faz

a afirmação em seu comentário que diz:

Em sua mente, ele sonda o coração deles. Ele os entende. Ele assume, em seucoração, os pesos de seus fardos. Ele a ama. Com sua vontade, ele removesuas aflições. Ele a cura. Na pessoa de Jesus, a simpatia não é somente umsentimento; é também um mover compassivo, que se reflete em ações úteis.É, tanto quanto possível, uma identificação. Não é apenas uma emoção, masuma obra; ou melhor, uma série de obras. Ele ensina, cura e alimenta amultidão.226

O autor desta monografia nesta citação quer que o leitor observe que na pessoa de Jesus

na obra de Deus é completa. É holística, como se pode perceber no comentário de

Hendriksen, trabalha o ser humano de forma integral: fisicamente, intelectualmente e

espiritualmente.

Jesus se retira para repousar e é interrompido por uma massa carente de pessoas. Jesus

encarnou e viveu como homem, suportando as dores como ser humano. Sentiu-se

224 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: Marcos, página 268.

225 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 45.

226 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: Marcos, página 321.

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penalizado com a situação daquele povo em busca de uma liderança que suprisse suas

reais necessidades.

Meier diz que na vida do líder:

Há cansaço, sim! Expressão de compromisso libertador, contudo, cansaçonão pode ser sinônimo de pessimismo, desistência, frustação. A tarefa éárdua; não é de resultado imediato. Na verdade, o que parece um casuloestático e morto é a própria vida em processo de metamorfose. Sendo oprocesso longo e nas estratégias de longo alcance, a mobilização, precisa serimediata, mas sem pressa que tudo atropela. Mas do que a pressa em quererchegar, o importante é o horizonte para o qual nossos passos, guiados comdiscernimento, hão de nos levar. É preciso pensar o processo e repensar amaneira de pensar.227

O líder necessita de descanso para seu corpo, porém, deve ter em mente que a sua tarefa

não pode ser adiada, pois não lidamos com coisas, mas com pessoas de “carne e osso”,

com necessidades reais a serem supridas.

No período que Cristo viveu em seu exemplo de liderança, aquelas pessoas que o

seguiram estavam sem rumo. Não tinham um pastor que as conduzissem em suas vidas

com honestidade, amor, cuidado e autoridade. Neste caso, Jesus se compadece delas e

supre as suas reais necessidades, que certamente, não era o pão material que alimenta

temporariamente. Além do pão material, Jesus dá também o alimento espiritual de suas

vidas.

A pessoa do líder que desejar ter uma liderança bem-sucedida deve utilizar o exemplo

de Cristo para servir enquanto se relaciona, com as pessoas. Deve se preocupar com as

mais simples e complexas necessidades da vida das pessoas, ou seja, daqueles que estão

à sua volta e não deve deixar o desanimo interferir em sua missão.

O comentarista e escritor Youssef, diz que: “Assumir o ‘comando’ é apenas um dos

aspectos que compõem a liderança, porque os verdadeiros pastores e líderes servem e

dão tudo de si mesmos. 228 O líder deve fazer tudo para que na comunhão com as

pessoas possam desenvolver sua liderança servil.

4.2. LIDERANÇA CRISTÃ, HUMILDADE PARA O SERVIÇO.Para se obter uma Liderança Centrada na humildade no servir, é imprescindível

entender e aplicar na prática o exercício do serviço na humildade. O nosso grande líder

Jesus Cristo nos ensina e incentiva a aprender com Ele que é manso humilde de coração

(Mateus 11.29) Segundo Wilkes: “Aprendemos a humildade da mesma forma que

aprendemos da vida cristã: seguindo a Jesus”. Wilkes diz:

Você não deve espantar-se com a relação entre serviço e humildade. Uma

227 MEIER, Celito – A Educação à Luz da Pedagogia de Jesus de Nazaré, página 85.

228 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

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gera a outra. Ambas beneficiam os outros e não você mesmo. O serviçogenuíno – um ato iniciado para o benefício de alguém oculto da audiência –sempre levará a humildade.229

The Signature of Jesus, de como desenvolver a humildade. Ele diz:

Aprendemos humildade diretamente do Senhor e de tudo o que ele desejaensinar-nos. Na maioria das vezes aprendemos humildade mediante ahumilhação. O que é humildade? É a compreensão plena e a aceitação do fatodo que dependo totalmente do amor e da misericórdia de Deus. Ela cresce amedida de que nos despojamos de toda auto-suficiência. A humildade não éobtida repetindo frase de piedade. Ela é a realidade pela mão de Deus. É Jónovamente no monturo, à medida que Deus nos lembra de que ele é a nossaúnica força e verdadeira esperança.230

Wilkes diz que um dos meios mais eficazes de desenvolver a humildade é servir a

outros.231 Wilkes cita também o comentário de Richard Foster que diz: “A graça da

humildade é trabalhada em nossa vida mediante a disciplina do serviço, mais do que

qualquer outro meio”. 232 Wilkes completa dizendo: “Servir a outros é dentre todas as

coisas espirituais clássicas a que mais promove o crescimento da humildade”.233

Acerca da humildade e serviço Haggai234 diz que aprendemos acerca da humildade

através de Jesus em seu ensino, exemplo e caráter. O líder transparente e humilde,

reflete em seu ministério a pessoa de Cristo. Quando a pessoa de Cristo não é revelada

no seu ministério parece o eu, que na verdade, conforme Efésios 2.10 é vangloria, e

Deus não divide sua glória com ninguém235, por que tudo o que temos e somos vem de

Deus e por sua maravilhosa graça e não temos de que nos gloriarmos.

A esse respeito Youssef diz o seguinte:

Todo talento e capacidade é dom de Deus, João se expressou muito bemsobre isso: “O homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe fordada” (João 3.27). Ele sabia que ter vindo como precursor de Jesus não tinhasido iniciativa sua; Deus o tinha dotado para essa missão. Conscientizar-nosde que só temos capacidade de liderança porque Deus no-la deu, torna-nosmais humildes. 236

Se alguém se glória glorie-se na cruz de Cristo. 237 Aquele que se inspira na Liderança de

229 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

230 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

231 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

232 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

233 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

234 HAGGAI, John – Seja um Líder de Verdade, página 95.

235 Conforme Isaías 42. 8;

236 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 25.

237 Texto escrito na 2 Epistola de Paulo aos Coríntios 10.17

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Jesus apaga sua autoimagem para que Jesus brilhe através da sua vida, como o apóstolo

Paulo diz: não sou mais eu quem vive, mas, Cristo vive em mim. 238

Haggai diz que nada pode tirar o foco da atenção de Jesus Cristo, atraindo a atenção das

pessoas para aquele que está na liderança, pois “é desagradável a Deus e viola a

humildade. Promove a presunção e dá projeção à vaidade”.

Haggai239, continua dizendo:

Não pode haver amor genuíno sem humildade. Porque Deus “O Alto,Sublime... o qual tem o nome de Santo” (conforme Is. 57.15) habita ocoração humilde. Agostinho disse que, em importância, a humildade é aprimeira, a segunda e a terceira. O líder humilde está mais perto de alcançaros seus objetivos. Seu objetivo é beneficiar a todo grupo, e não o seuengrandecimento pessoal. A alegria do líder humilde é ver o grupo caminhare atender as suas reais necessidades. O líder que quer ser igual a Cristo orapedindo a Deus humildade e busca, pois sabe que ela é uma característica quepróprio Cristo demonstrou e que espera que os seus seguidores a possuamtambém. A humildade favorece a serenidade. Atividades frenéticas causamincertezas, angústias e medos. Em contraste o líder humilde mostraserenidade e equilíbrio. Está ocupado demais servindo ao se semelhante comtoda humildade para se preocupar com ofensas reais ou imaginárias. 240

Ser humilde não é estar fechado aos novos conhecimentos. As pessoas confundem o ter

com o ser humilde. Não podemos confundir humildade com pobreza, falta

conhecimentos.

Algumas pessoas até se expressam mal quando dizem: “ aquela pessoa não tem muitos

recursos financeiros. Ela é uma pessoa muito humilde”, considerando que a humildade

daquela pessoa é o ter e não o ser. Humildade não é um estado na vida, mas uma

condição interior.

Segundo o comentário de Haggai, “a humildade guia o sucesso... O sucesso é uma meta

legítima. Deus recomendou a Josué que meditasse na palavra dia e noite, para que

tenhas o cuidado de fazer tudo quanto nela está escrito; então farás prosperar o seu

caminho e serás bem-sucedido” (conforme Josué 1.8). 241

A humildade faz reconhecer que a fraqueza. Isso facilita abrir os horizontes para a vida.

Muitos pensam que a limitação é algo depreciativo do ser humano. Quando se

reconhece a limitação, acende-se a luz da sabedoria no intelecto, que faz perceber que

há muito mais para se conhecer do que os meros olhos orgulhosos podem enxergar.

Percebendo a limitação consegue-se entregar um profundo conhecimento que antes não

238 Texto escrito na Epistola de Paulo aos Gálatas 2.20

239 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 97.

240 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 98-99.

241 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 101.

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podia ver como os olhos vidrados no seu eu.

Ser humilde não tem nada a ver com a imagem que com a imagem que fazem da

humildade. A pessoa conhece suas limitações, mas sabe quem é. Sabe quais são as suas

qualidades. Sabe se impor com autoridade e dizer quem é.

Jesus soube ser humilde, e, quando precisou, se impor com autoridade. “Quem dizes

quem eu sou. Chama-me de Mestre e bem dizeis porque eu sou”.

Paulo também se impôs quando alguns queriam obriga-lo a seguir um regime antigo da

lei para os novos crentes em Cristo, como a circuncisão, por exemplo, e ele mostrou

pelas qualidades de religioso ele poderia ainda mais se apoderar da lei do que qualquer

daqueles que ali estavam.242

Haggai diz que: “O ponto a se lembrar é que a humildade não leva à supressão de nossa

personalidade e ao abandono de metas conquistadas. Nem sufoca a liderança. Ao

contrário, a humildade é o meio pelo qual podemos desenvolver a nossa personalidade,

e atingir, com o poder de Deus, as metas que Ele nos deu e ampliar nossa liderança”. 243

Portanto, é possível desenvolver a humildade? Há, no entanto, alguns paradoxos. Se se

falar de humildade a pessoa torna-se menos humilde, como desenvolver a humildade?

Primeiramente, é preciso desenvolver a humildade. Deve-se conhecer os meios que

levam à humildade. Concentrar-se na humildade como um fim em si mesma é cultivar a

falsa humildade.

Segundo o comentarista Haggai, é preciso que a humildade seja desenvolvida

indiretamente.244 É preciso que os caminhos que levam à humildade estejam impressos

em nossa mente.

Os caminhos para desenvolvimento da humildade devem ser expressos em nosso

cotidiano. Não se podem fazer as coisas para parecer humilde. Isso é falsa humildade,

que o próprio Cristo condenou e disse que as pessoas que assim procedem já receberam

sua recompensa. 245 Deve-se conhecer o que é ser humilde e como se desenvolve a

humildade, para depois reproduzi-la com naturalidade.

O Livro Seja um Líder de Verdade, de Haggai apresenta seis meios de se desenvolver a

humildade. Primeiramente, deve-se entronizar Cristo no coração. Se Cristo vive no

242 Conforme Filipenses 3.4-6.

243 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.

244 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.

245 Conforme o texto do Evangelho de Mateus 6.2,5.

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coração do líder, a humildade brotará nele na proporção de nossa entrega pessoal e ele.246 Entende-se que o desenvolvimento do caráter de Cristo na pessoa do líder. Haggai

continua a chamar atenção à obediência a Cristo. “Se me amais guardareis os meus

mandamentos”. (João 14.15). No Evangelho de João diz que Jesus é o exemplo de

humildade e diz que os seus discípulos devem imitá-lo.247

Mais um conceito importante de se destacar sobre o desenvolvimento da humildade é

assumir a atitude e o comportamento de uma criancinha. Cristo disse que o ideal de

discípulo era igual a uma criancinha. A criança é confiante e inocente, e não arrogante.

Sabe que os outros são mais importantes do que ela, mas possui crença firme em sua

própria capacidade de fazer as coisas. A criança é obediente. 248

O quarto meio é seguir o exemplo de Jesus Cristo em oração. 249 Cristo ensinou aos seus

discípulos a simplicidade e a humildade da oração. E o que lhes ensinou também

praticou. Frequentemente se retirava para um lugar afastado para orar, submetendo-se, o

Filho, a Deus o Pai.250

Na oração sincera e humilde o líder se esvazia de si mesmo e mostra que é dependente

de Deus. Jesus se humilhou na presença de Deus, o Pai, para fazer um pedido: se

possível for que passe de mim este cálice.

Uma quinta consideração diz que o líder que deseja desenvolver a humildade deve

seguir o exemplo de Cristo nas relações pessoais.251 Cristo mostrou humildade também

por sua simpatia com as criancinhas, e com os indivíduos de modestas condições que

lhe rogaram auxílio. Demonstrou uma apreciação por uma pequena oferta e pelo

simples serviço (no Evangelho de Mateus 10.42).

Não se pode esquecer que Jesus também se relacionava com os ricos da mesma forma

que se relacionava com os pobres.

Em último lugar, o líder que deseja buscar a humildade deve servir os outros252 Jesus

lava os pés dos discípulos; inclinou-se sobre um poço para pedir água à uma samaritana;

246 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 102.

247 Texto de referência no Evangelho de João 13.15;

248 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 104.

249 Textos de referência nos Evangelhos de Marcos 1. 35; 6.46; Lucas 6.12.

250 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 104.

251 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 105.

252 HAGGAI, John. Seja Um Líder de Verdade, página 106-108.

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passou a noite na casa de Simão; caminhou com os pés doloridos.

O autor desta monografia tem o objetivo de fazer o leitor entender, então, que a

humildade não é um fator nato. É desenvolvida desde o nascimento até a morte. A

melhor maneira de se desenvolver a humildade é através do caráter de Jesus.

Desenvolvendo-se o caráter de Jesus na vida do líder, naturalmente este estará

desenvolvendo a humildade. Estará se colocando a serviço do outro, e favor do seu

próximo, em amor irá até as últimas consequências.

4.3. LIDERANÇA CRISTÃ, SERVE AO PAI CELESTEJesus não veio ao mundo aleatoriamente, mas com um propósito de vida preordenado

pelo Pai. Ford escreve a esse respeito o seguinte comentário:

Nossas palavras refletem nosso caráter, e no caso de Jesus, aquele sensointerior de destino aparece no uso frequente das frases, “eu fui enviado”, e euvim”. O evangelho de João escolhe, especialmente, a ideia de enviar: Aminha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizarsua obra; a obra de Deus é esta: que creias naquele que por ele foi enviado;assim como o Pai me enviou, eu também vos envio (João 4.34; 6.29; 20.21).Estas são as palavras de alguém que está diligenciando uma visão e nãosimplesmente passando pala vida.253

Jesus se submete à vontade do Pai. Ele mesmo diz que o Filho nada pode fazer de si

mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho

semelhantemente o faz.254 Ele não foi forçado a cumprir a missão que o Pai lhe

diligenciou, mas o fez voluntariamente. João Calvino diz que: “Foi Jesus Cristo que, em

sua humanidade, quis manifestar-se como servo, submetendo-se a Deus, seu Pai”.255

Ford diz que a autoridade de Jesus Cristo como líder está fundamentada por ter sido

enviado como Filho de Deus, subjugando-se à missão do Pai”. 256 George McDonald diz

que esse assunto:

Os verdadeiros líderes cristãos são pessoas movidas no caminho de Deus, notempo de Deus; não porque tem imaginado isto, mas porque foram arrastadospara isto. Os líderes mais fortes são aqueles que receberam uma forteafirmação de sua própria personalidade de modo libertador, não apenas paraliberar uma causa, mas também para servir a outros.257

wilkes258 diz que a liderança cristã para Jesus estava centralizada no serviço. Jesus

jamais serviu a si mesmo. Ele sempre estava preocupado em servir àquele que o enviou.

253 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.

254 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 66.

255 CALVINO, João. As Institutas, volume 2, página 42.

256 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 38-40.

257 FORD, Leighton. Jesus: O Maior Revolucionário, página 38.

258 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 22.

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Acerca disso Wilkes declara:

Num primeiro momento, Jesus liderou como servo do Pai celestial, o qual lhedera a missão. Se observarmos a vida de Jesus de um nível mais elevado,veremos que tudo que Ele fazia estava a serviço da missão. Sua missãopessoal era servir, não à sua própria vontade, mas à vontade do Pai. Jesusdisse: “Porque eu desci lá do céu, não para fazer a minha própria vontade; e,sim, a vontade daquele que me enviou” (João 6.38).259

Conquanto, Jesus nesta passagem citada por Wilkes completa o desejo ou missão de

Deus, concluindo que a vontade de Deus é que nenhum se perca daqueles que o Pai os

deu, mas que todos os que virem o Filho do homem e crerem no seu nome tenham a

vida eterna.260

O interesse de Cristo era fazer simplesmente a vontade do Pai Celeste. Jesus obbeceu

totalmente se Pai de forma que a carta aos Hebreus diz que Ele aprendeu pela

obediência. O texto na integra diz assim:

Ele Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor elágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sidoouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediênciapelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o autor dasalvação eterna para todos que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deussumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.261

Habecker comentando esta passagem diz que Cristo foi perfeito porque em tudo foi

obediente ao Pai. Mesmo sofrendo, Jesus continuou obediente até a morte. O que o faz

perfeito Mestre e discipulador.262

Em outro momento muito importante Jesus não negocia a sua missão. Na passagem de

Mateus 4.1-4, quando o tentador se aproxima de Jesus, depois de quarenta dias em

Jejum, e lhe propõe que transforme as pedras em pães, para que se confirmasse que Ele

era o Filho de Deus, Jesus responde com um categórico “não” e se reporta a palavra

dizendo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da Deus”.

Com isso Jesus deixa bem claro que não veio para fazer a sua vontade, mas para

obedecer aquele que o enviou. Jesus mostra que a obediência a Palavra de Deus é muito

importante para a própria vida. Na verdade, é mais importante que o alimento material.

Jesus está dizendo que o maior papel de obediência que poderia mostrar era oferecer o

verdadeiro alimento da vida. Na verdade, é mais importante do que o alimento material.

Jesus está dizendo que o maior papel obediência que poderia mostrar oferecer o

259 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 22.

260 Textos de referência nos Evangelhos de João 6.39-40.

261 Textos de referência em Hebreus 5.7-10.

262 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 254.

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verdadeiro alimento da vida, ou seja, o Pão da vida. Segundo William Hendriksen, “a

expressão toda palavra que sai da boca de Deus se refere à palavra de seu poder. É a

onipotência de Deus exercida na criação e preservação. É a sua palavra de ordem eficaz;

por exemplo: E disse Deus: haja luz e houve luz (Gêneses 1.3); pela palavra do Senhor

os céus foram feitos”. 263

Ainda o comentarista Hendriksen declara: que pela Palavra de Deus todas as coisas

foram criadas e Ele manifestou o seu cuidado ativamente na criação e preservação de

todas as coisas. Como Filho de Deus, Jesus entende esse propósito de Deus em sustentar

todas as coisas por sua palavra, e manifesta total obediência a palavra de seu Pai.

Portanto, entende-se para realizar a sua missão, Jesus precisou de obediência. Jesus

sabia quão importante era a missão que o Pai o destinou. Jesus percebeu que não

poderia perder a visão da missão porque esse era o alvo da sua vida.

A este respeito Wilkes declara:

A missão é tudo para o líder-servo. A missão que Deus ou alguém comautoridade confia ao seu líder é o centro de cada decisão e ação. A verdadeiraliderança servil começa quando o líder se humilha para cumprir a missão quelhe foi confiada, em vez de servir aos seus interesses pessoais.264

Jesus teve coragem para levar a missão do Pai até o fim. Jesus não desiste pelo meio do

caminho, mas caminha como ovelha muda para o abatedouro.265

Jesus preocupado com as circunstancias que se encaminhavam para a sua subida, pede

ao Pai que passe esse cálice dele, contudo se coloca debaixo da vontade de Deus. Não

como eu quero, mas como tu queres.266

O comentarista e escritor Hendriksen declara em suas palavras sobre Marcos que “É

evidente que Jesus estava se submetendo completamente a vontade de Deus”.267 Jesus se

submeteu a vontade do Pai porque tinha a consciência de sua missão.

Sua missão, como Ele mesmo disse é buscar e salvar o perdido.268 Então Jesus vai as

últimas consequências por amor e submissão à vontade do Pai. Youssef diz que “o líder

sabe que agradar a Deus deve ser prioridade máxima em sua vida”.269 E Jesus priorizou

263 HENDRIKSEN, William - Mateus. Comentário do Novo Testamento, página 318.

264 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 30.

265 Conforme o texto de referência em Isaías 53.7-8.

266 Conforme o texto de referência em Marcos 14.36; Mateus 26.39; Lucas 22.42.

267 HENDRIKSEN, William - Marcos. Comentário do Novo Testamento, página 743.

268 Conforme o texto de referência em Mateus 18.11; Lucas 19.11.

269 YOUSSEF, Michael. O Estilo de Liderança de Jesus, página 47.

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ao máximo a vontade de Deus Pai. Ao se encontrar com um homem de posição social,

como Nicodemos, não faz como alguns líderes fariam.

Talvez o marketing diria que Jesus fez tudo errado. Jesus não falou palavras que

agradassem a Nicodemos, tais como, você está no caminho certo e eu também, ambos

vão dar no mesmo lugar. Pois Jesus não deu “tapinha nas costas” de Nicodemos, antes o

confrontou a se libertar nascendo de novo.270

Jesus realizou a missão que o Pai lhe confiou de maneira plena, deu a vida como havia

dito aos seus discípulos e ressuscitou sendo exaltado por Deus nas alturas. No entanto,

não há como se falar do serviço de Jesus na missão de Deus sem se falar do serviço de

Jesus aos que conviviam com ele.

4.4. LIDERANÇA CRISTÃ, LIDERA SERVINDO AOS SEUS LIDERADOS.Neste ponto da pesquisa, o autor desta monografia aponta que Jesus estabeleceu um

íntimo relacionamento com seus discípulos. Em alguns períodos do seu ministério Jesus

interpreta as parábolas secretamente aos seus discípulos e diz: “Porque a vós outros é

dado o conhecer os ministérios do reino dos céus, mas àqueles não lhe é isso

concedido”. 271 Jesus compartilha a sua missão com seus discípulos.

Na narrativa do Evangelho de Mateus 16.21 Jesus esclarece sua missão de ir até

Jerusalém para sofrer, ser morto e ressuscitado ao terceiro dia. E a partir desse momento

Jesus faz declarações que o “Filho do homem veio para salvar o que estava perdido”.272

Ao relatar estas coisas, Jesus compartilha a sua missão com seus discípulos. Wilkes diz

que “um líder servo é o servo da missão e lidera servindo os que estão na missão com

ele”.

Wilkes continua seu comentário da seguinte forma:

O líder-servo é também daqueles que colaboram com ele na missão.Enquanto a missão, os líderes servos, recrutam ativamente e preparam outrospara juntar-se a eles. O líder se torna servo de seus colaboradores quandooferece visão, direção, correção e recursos adequados para realizar a missãoconfiada ao grupo. O líder serve quando prepara outros formando uma equipupara atingirem juntos o alvo da missão.273

Jesus não somente instrui aos seus liderados como também os serve. Em João 13, o

evangelista relata u, suprema lição da liderança de Jesus que serve os seus liderados.

Após ter ceado, Jesus Cristo tira suas vestes superiores e cinge-se com a toalha,

270 Conforme o texto de referência no Evangelho de João 3.

271 Conforme o texto de referência no Evangelho de Mateus 13.11.

272 Conforme o texto de referência no Evangelho de Mateus 18.11

273 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 31.

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passando a lavar os pés dos seus discípulos. Depois deixa a grande lição: “Ora, seu eu,

sendo o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos

outros. Porque eu dei o exemplo, para que como eu vos fiz, façais vós também”.274

Ao observar esta passagem, percebe-se que os discípulos e o próprio Jesus estavam com

os pés sujos. Mas, quem iria pegar a toalha, e lavar os pés como servo? Parece a

discussão não era para ver quem lavaria os pés. Ao contrário, os discípulos de Jesus não

haviam entendido o cerne questão.

No Evangelho de Lucas 22.24 a narrativa nos fala que havia uma discussão entre os

seus os discípulos sobre quem parecia ser o maior. Percebe-se durante a pesquisa que

Jesus tem uma memória muito curta. Em Lucas 14.7-14, Jesus ensina que não se deve

almejar os primeiros lugares. Segundo Wilkes, Jesus aplicou o ensinamento de que os

assentos na mesa principal só são ocupados “mediante convite”, em vez de “a qualquer

custo”. E quando os discípulos Tiago e João pedem para um se sentar à esquerda e outro

a direita, Jesus diz que entre eles não seria como no mundo, mas que o maior seria o

servo de todos.

Mas os discípulos não entenderam a mensagem de que o filho do homem não veio para

ser servido em sim para servir. Assim, Jesus tem que novamente ensinar como é o

comportamento do líder no Reino de Deus.

Hendriksen diz que a atitude de Jesus de tirar a vestimenta é a mesma de um escravo

oriental usando apenas uma tanga275. E um dos textos que vem logo à mente quando se

pena em Jesus como servo é Filipenses 2.7, que diz que escravizando-se a si mesmo,

assumiu a forma de servo.

Jesus é interrompido por Pedro que não consegue entender os princípios de sua

liderança. Jesus diz a ele: “ O que eu faço não o sabes agora; compreendê-los-ás

depois”. Pedro responde a Jesus com indignação: “nunca me lavarás os pés”. Mas, Jesus

que é o dono de toda a sabedoria mostra-lhe que é preciso completar a obra de

humilhação, e que se Pedro não fosse lavado, não teria parte com ele.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, Pedro desenvolveu seu apostolado e entende

perfeitamente a mensagem de Jesus. Ele escreve: “cingi-vos todos de humildade, porque

Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede sua graça. Humilhai-vos sob

274 Conforme texto de referência do evangelho de João 13.14-15.

275 HENDRIKSEN, William – Comentário do Novo Testamento: João, página 606.

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a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte”.276 E assim fez

conforme Jesus havia ensinado: assim como eu vos fiz façais vós também. E, eu vos dei

exemplo.

Wilkes diz que: “os líderes-servos pegam a toalha de serviço de Jesus a fim de suprir as

necessidades de outros”.277 Wilkes cientifica que: “O evento da toalha de serviço de |

Jesus virou símbolo físico da liderança servil. Seu ato de satisfazer as necessidades

físicas e espirituais dos seus seguidores nos mostra o que fazem os líderes-servos”. 278

Assim, vê-se que Jesus, chamado de Mestre, vê que a missão não está sendo entendida

por seus discípulos, resolve pegar a toalha para servir como escravo para, através de sua

atitude, ensinar as riquezas do Reino de Deus.

Uma pergunta que é preciso se fazer ao leitor: como o Mestres, Jesus não poderia ter

pedido a alguém que fizesse o trabalho? Mas Jesus preferiu confundir a mente de seus

liderados e ensiná-los uma profunda lição: que os líderes devem servir às necessidades

dos seus liderados.

Wilkes continua em seu comentário:

Jesus demonstrou que os líderes-servos suprem as necessidades do grupo afim de executar a missão. Os pés dos discípulos de Jesus estavam sujos eninguém se dispusera a lavá-los. O grupo tinha uma necessidade, masninguém quis sair do seu lugar para satisfazê-la. Eles estavam ocupadosdemais comparando-se uns aos outros. 279

A mais importante lição que se percebe é que “Jesus mostrou que os líderes com as

toalhas nas mãos estão dispostos a suprir qualquer necessidade existente sem levar em

conta a quem cabe a tarefa”.280 Qual é a postura daqueles que pretendem assumir a

liderança? E exemplo de Jesus, aquele que deseja liderar precisa ser humilde e servir.

A humildade não é algo que se tem da noite para o dia. A humildade é desenvolvida na

vida diária do líder. A humildade não deve ser desenvolvida inconscientemente no

serviço, e, o que se faz com a intenção de ser humilde, pode soar como “falsa

humildade”. A melhor maneira de se desenvolver a humildade é através do serviço.

O líder deve se preocupar com a missão que lhe foi designada a cumprir. E deve

cumprir esta missão servindo enquanto se relaciona. Segundo Ford “ Jesus operava num

276 Conforme referência de Pedro 5.5-6;

277 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 166.

278 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 166.

279 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 167.

280 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 161.

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mundo real, entre pessoas de carne e osso com problemas de verdade”. 281

De mesmo modo que Jesus viveu em seus dias, no seu ministério, na atualidade existem

pessoas que necessitam de serem supridas as suas necessidades. E como líder-servo,

deve haver um esforço para imitar o exemplo de Jesus Cristo, através dos seus

ensinamentos sobre o relacionamento suprir as necessidades reais dos seus liderados. E

nesse modo de vivencia os nossos pastores, presbíteros e diáconos devem procurar

imitá-lo e aplicar toda essa experiência na vida ministerial que se encontram.

5. CONSIDERAÇÕES FINAISEste trabalho de pesquisa teve o objetivo de examinar sobre o exemplo da liderança de

Cristo e incentivar os leitores quanto ao interesse em sua realidade como está sendo o

desenvolvimento no lar, na igreja, na escola e na sociedade de forma geral.

No estudo desenvolvido sobre o assunto da Liderança Centrada em Cristo, entende-se

que o líder não se torna líder de uma hora para outra. Que a pessoa que deseja alcançar a

liderança precisa de uma confirmação para estar na posição de liderança. Precisa

mostrar competência e influência em sua vida.

Jesus, em sua obra e vida ministerial, mostrou sua confirmação para liderar a missão

que recebeu do seu Pai. Jesus foi confirmado em seu batismo com na voz do Pai e com

a presença do Espírito Santo. Jesus também teve a confirmação do seu precursor que

disse “eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Quando proferiu estas

palavras, João foi convincente em suas palavras, que seus dois discípulos passaram a

caminhar com Jesus. Perceberam com clareza, o que João havia ensinado a eles.282 O

próprio Jesus declarou certa vez que Ele e o Pai são um. Em outras ocasiões Jesus diz

281 FORD, Leighton – Jesus: O Maior Revolucionário, página 73.

282 Conforme texto de referência de João 1.35-42

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que nada pode fazer se não vir o Pai fazer. Jesus também diz que “quem vê a mim vê o

Pai” 283.

A Bíblia testemunha claramente acerca da Liderança de Jesus. O profeta Isaías no livro

9.6 relata sobre o nascimento do Messias; Isaías 53.4-10 descreve seu sofrimento, Isaías

42. 1-4 diz sobre o desempenho como servo de Deus Pai. Em Isaías 40.3, assim como

Malaquias 4.5, prediz sobre a vinda daquele que viria antes dele (do messias) para

anunciar sua vinda.

Os milagres de Jesus Cristo confirmam sua obra e sua liderança nesta terra, enquanto

aqui esteve e fala a cada um de nós até os dias atuais através da Escritura. Revelam os

sinais do Reino de Deus em Jesus. Certamente os milagres de Jesus não eram realizados

somente para acabar com o sofrimento das pessoas, mas prefiguram a vinda do Reino de

Deus.

Ao curar uma pessoa Jesus não estava acabando com o sofrimento de uma pessoa. A

pessoa curada, ao continuar sua vida não estava imune as enfermidades. A pessoa

curada fisicamente não estava imune a morte. Com tudo, os milagres de Jesus são sinais

do Reino que está próximo. Reino que está no meio do povo.

Jesus, ao curar um cego, queria que as pessoas entendessem que ele estava tirando as

traves espirituais dos olhos das pessoas para que elas pudessem ver o Reino de Deus

estava sendo manifesto na vida e na obra d Cristo Jesus.

Jesus teve a confirmação como líder porque se percebeu que só ele tinha palavras de

vida, proclamando que só Jesus supri de forma completa as necessidades reais de cada

pessoa que está debaixo de sua liderança.

Em vista disso, as pessoas que desejam a liderança devem ser confirmadas por Deus, em

seu coração, pela família, pela igreja, e pela sociedade, conforme o apóstolo Paulo

escreve a Timóteo para ter bom testemunho dos de fora.

Com a pesquisa dessa monografia, da confirmação do líder, surge alguns

questionamentos: os líderes atuais estão dando prova reais do seu chamado? Estão

mostrando para os de dentro e os de fora o bom testemunho de Cristo? Tem refletido

sobre a vida o caráter de Cristo?

A liderança, principalmente eclesiástica deve demonstrar em sua vida, o exemplo do

ministério de Jesus Cristo, bom conhecimento nas Sagradas Escrituras e do

conhecimento geral. Jesus foi o homem que conhecia as Sagradas Letras e viveu

283 Conforme texto de referência de João 14.9.

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inteirado com a cultura do seu povo e dos povos vizinhos, e, que ensinou através das

histórias que estavam interligadas com a cultura de seu povo.

Na perícope, de Mateus 13.44, por exemplo, Jesus discursa quanto o valor dos Reino

dos Céus. Jesus usa a metáfora de um tesouro que estava oculto no campo, porque

estava bem interagido com seu tempo. Jesus estava inteirado em seu contexto de vida.

Devido às guerras e invasões de outros poderes políticos, ficava difícil guardar em

tesouro dentro de casa. Por isso, os homens de posse daquela época escondiam seus

tesouros enterrando-os no campo. 284

Com tudo isso, os que pretendem formar liderança com base em Jesus Cristo devem

demonstrar conhecimento. Precisam estar ligados com as notícias e preparados a fala

com o povo de modo que entenda e esteja disposto a segui-lo por ver em sua pessoa, a

confirmação do seu chamado.

Demonstrou-se nesta pesquisa que Jesus desenvolveu sua liderança na comunhão.

Primeiramente a comunhão com a Trindade. No relacionamento do Pai, do Filho e do

Espírito Santo é que todas as coisas vieram a existir. O Pai dá o Filho ao Mundo285, e

enquanto isso o Filho é gerado pelo Espírito Santo em Maria286. E assim o ministério de

Jesus é desenvolvido.

Jesus sempre foi uma pessoa de comunhão. Ele jamais realizou sua missão sozinho, mas

a realizou na companhia dos seus discípulos. Ele comia com pecadores. Jesus

participava tanto das alegrias quanto das tristezas das pessoas.

Jesus realizou a missão do Pai em amor. Conforme o texto de João 15.13: “Ninguém

tem maior amor do que este: de alguém dar a sua própria em favor de muitos, dos seus

amigos”. Jesus realizou sua missão por amor. Por amor de Jesus supri as necessidades

daqueles que estavam debaixo de sua liderança.

O amor de Jesus é sem interesses, que visa o benefício do outro. Amor voluntário, que

como o texto de João, supracitado, Jesus espontaneamente se seu por seu amor.

Transcrevendo a lição de liderança de Habecker287, o líder que deseja ter sucesso em sua

vida deve manter uma comunhão pessoal com a Trindade. Através da oração o líder que

284 HENDRIKSEN, William – Mateus – Comentário do Novo Testamento, página 104.

285 Conforme texto de referência de João 3.16.

286 Conforme texto de referência de Mateus 1.20

287 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 270.

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se espelha em Jesus mante comunhão com o Pai, em nome de Jesus e na força do

Espírito Santo.

Foi assim que Jesus desenvolveu seu ministério e teve sucesso. Este sucesso é diferente

do sucesso que se vê nos dias de hoje. Não foi um sucesso de ser levantado como um

“superstar” ou como alguém que obteve riquezas e muita fama.

Mas, este sucesso é referente ao desenvolvimento de sua liderança no colegiado

apostólico. O sucesso da sua continuidade de sua missão. Por isso é que podemos

afirmar que a liderança de Jesus é add infinitum, porque permanece para sempre.

E é assim que o líder que deseja ter bom êxito em seu ministério deve caminhar. Precisa

manter a comunhão com a Trindade e com as pessoas, desenvolvendo em amor uma

comunhão vertical, para horizontalizar-se. Por amor continuar, a missão que o Pai lhe

designou em comunhão interpessoal, visando suprir as reais necessidades das pessoas

que estão presentes no ministério da liderança.

O presente objeto de estudo desta monografia, mostrou que Jesus desenvolveu sua

liderança através do ensino. Que o ensino de Jesus começou no lar, a partir do seu

próprio relacionamento familiar como filho obediente e responsável.

No ensino de Jesus no Sermão do Monte há uma descrição de um dos principais

atributos da liderança que é a autoridade. Sua autoridade de ensinos concretos das

Escrituras Sagradas e do seu relacionamento de caráter com as pessoas.

O ensino de Jesus Cristo no Sermão do Monte revela um caráter unificador entre os

comentaristas. Os autores estudados, para a pesquisa do Sermão do Monte, caracterizam

o ensino de Jesus no Sermão do Monte como um convite a conduta cristã, que conduz

ao comportamento perfeito do cristão, assinalado, naquele período, pela igreja do

primeiro século.

O ensino de Jesus é perfeito porque é transmitido através do seu caráter. Jesus é aquele

que cumpri o que diz. A esse respeito, Fox, como se viu em suas colocações citadas,

disse que a verdade não muda, e que “Jesus resumiu essa verdade, ensinou-a

completamente e integralmente e, acima de tudo, demonstrou-se em sua própria pessoa”288.

Conforme foi estudado nesta pesquisa em citação do comentarista Conceição, “no

ensino de Jesus havia uma profunda relação entre a palavra e a vida” 289

288 FOX, Emmet – O Sermão da Montanha. Rio de Janeiro Editora Record, 1938, página 23.

289 CONCEIÇÃO, Eurípedes – Ensinando Através do Caráter, página 84.

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Em razão disso, os líderes têm ensinado atualmente? Suas palavras têm correspondem

seus atos? Pode-se ver em sua vida aquilo que se ensina?

O que se propõe é que os líderes devem expressar em suas vidas o caráter de Jesus. Que

demonstra ortodoxia e ortopraxia, ao passo que ensina. Mostra conhecimento e caráter

para cumprir o que se ensina.

E por último, o que essa pesquisa de monografia sugere é que os líderes que pretendem,

a partir deste estudo, continuar neste exemplo de liderança de Jesus precisam se dedicar

no serviço.

Jesus foi um líder servo. Servia enquanto liderava e liderava enquanto servia. E para

servir é preciso ter humildade. E que para aprender a humildade, o líder deve se

espelhar em Jesus como foi estudo nesta pesquisa em Wilkes: “Aprendemos que a

humildade da mesma forma que aprendemos qualquer outro aspecto da vida cristã:

seguindo a Jesus” 290

Estudou-se nesta pesquisa também que Cristo veio destinado a cumprir uma missão.

Jesus, portanto, serve primeiramente à missão que recebeu do Pai em obediência. Que

segundo Habecker, comentando esta passagem, diz que Cristo foi o perfeito porque em

tudo foi obediente ao Pai. Mesmo sofrendo, Jesus continuou obediente até a morte. O

que faz perfeito Mestre e discipulador.291

Jesus também serve enquanto se relaciona. Sobre este sub-tópico aprendeu-se que não

há serviço sem relacionamento. E que através do serviço de Jesus supre as reais

necessidades das pessoas que se relacionam com Ele.

Durante a vida e e obra de Jesus Cristo ocorreu uma preocupação pelo Mestre sobre a

interpretação da lei. Pois em Jesus há uma atenção maior sobre as necessidades com as

pessoas mais do que as tradições religiosas. Jesus em certo momento de seu ministério

rompe com as tradições em sus interpretação da lei. Jesus não veio para revogar a lei,

mas para cumpri-la. Então Jesus fez uma nova interpretação da lei dizendo que o sábado

está a serviço da humildade e não o contrário.

Por último Jesus lidera enquanto serve aos seus liderados. Jesus ensina aos seus

discípulos que o Reino de Deus é para os humildes que estão prontos a servir. Jesus é

aquele que pega a toalha e se veste de escravo para atender as necessidades de seus

discípulos, que estavam preocupados com quem seria o primeiro. Jesus diz então que

290 WILKES, C. Gene – O Último Degrau da Liderança, página 60.

291 HABECKER, Eugene B. – Redescobrindo a Alma da Liderança, página 254.

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quem quer ser o primeiro que seja servo de todos. E o que se humilha será exaltado.

Qual tem sido a preocupação dos líderes da atualidade? Tem servido em sua própria

causa? Tem o interesse de servir para à missão do Reino de Deus? E seus

relacionamentos, tem se preocupado em servir às pessoas e aos seus liderados?

Em detrimento a essas questões levantadas acima é que a pesquisa procurou a analisar o

comportamento do Líder dos liderados. Os que desejam ser bem-sucedidos em sua

missão devem permanecer numa Liderança Centrada em Cristo. Que mesmo subsistindo

em forma de Deus não usurpou ser igual a Deus, antes, se escravizou assumindo a

forma de servo, humilhando-se até a morte de cruz. 292

Consequentemente, o ministério de Jesus não terminou em sua vida e obra. Jesus

continuou a liderar através de todos os que colocam à sua disposição, seja homem ou

mulher, sem distinção de cor ou status social.

Comblin293 diz que “Jesus envia seus discípulos como apóstolos e missionários para que

continuem sua obra, anunciando o Reino e concretizando-o em ação, mostrando o seu

começo na comunidade cristã e em suas obras e realizando os mesmos sinais feitos por

Jesus”. 294

Jesus não somente envia os seus discípulos, mas também os capacita com o poder do

Espírito Santo, concedendo autoridade para obras iguais ou ainda maiores.

Assim também o considera Comblin295 Jesus confere aos seus missionários o mesmo

poder que ele tinha: está com eles e neles; a obra que fazem é a obra do próprio Jesus.

Por isso podem falar com autoridade e tem a força de Deus para realizar os sinais

semelhantes aos sinais de Jesus” 296

Por esta razão o modo de vida dos líderes que querem continuar esta missão deve estar

consciente de que devem revelar em suas vidas o caráter de Cristo. Por conseguinte, a

obra de Jesus continua através dos escolhidos para a liderança. De pessoas

compromissadas com o Reino de Deus.

A ênfase deste prosseguimento da obra iniciada por Jesus é comentada por Comblin297

292 Conforme texto de referência de Filipenses 2.5-8.

293 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 132.

294 Textos de referência: Evangelho de Mateus 4.19; 10.1-8, 11-13; 28.19-20; Marcos 16.15-18.

295 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 132.

296 Textos de referência: Evangelho de Mateus 10.1,12-15; 10.40-41; 18.18-20; 28.18-20; Evangelho deJoão

297 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 134-135.

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da seguinte maneira:

A continuação e o crescimento do Reino deveriam se fazer pela imitação e oseguimento. Jesus chamou os homens para que o seguissem livremente e oimitassem. O meio escolhido pelo Pai foi a imitação, a repetição livre porpessoas humanas livres. O Reino de Deus é constituídos pelos discípulos emação. O fundamento desse Reino não seria uma organização baseada emfatores humanos e sociais, mas sim a livre adesão dos homens: nãoorganização, mas seguimento e imitação – essa é a lei da extensão do Reinode Deus. É por isso que Jesus chama ao seguimento e à imitação, comotambém o faz a igreja. Não há outro modo de dar continuidade do Reino deDeus em todos os tempos.298

Chegando ao final nas considerações finais, Comblin299 diz o seguinte no comentário de

seu livro que:

O Reino de Deus é constituído por uma corrente de discípulos. E o discípulode Jesus imita Jesus no fato de suscitar novos discípulos. Estes por turno,suscitam novos discípulos. E assim o Reino de Deus vai crescendo,multiplicando e sendo construído. Ser discípulo é de Jesus, que prepara seusdiscípulos. 300

Portanto, a Liderança Centrada em Cristo não fica no tempo. Jesus continua liderando

através de seus discípulos, pelo Espírito Santo, como ele prometeu: “Eis que estou

convosco todos os dias até a consumação dos séculos” 301

O que se precisa fazer, então, é manter um relacionamento íntimo com a presença de

Jesus Cristo através de suas palavras e de uma vida de oração. O líder que se espelha e

faz de sua Liderança Centrada no exemplo do ministério de Cristo revelada no seu

caráter, tem o compromisso de formar novos líderes que darão continuidade à obra do

Reino de Deus até o dia da sua grande volta quando virá buscar sua amada igreja.

E por fim, Jesus continua o seu reinado através dos líderes e de sua santa igreja, que

revelam a identidade do seu caráter nas Escrituras Sagradas como completa Comblin302:

“o que está subjacente à definição de discípulos é que ele é um pobre e de pequeno que

é fiel ao essencial da lei: o amor a Deus e ao seu próximo” 303

Soli Deo Glória!!!

6. BIBLIOGRAFIA

298 Referências de Textos: Mateus 4.14-22; 9.9; 8.19-22; 19.16-29; João 13.12-16; 15.16.

299 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 136.

300 Referências de Textos: Mateus 4.19; 10.1-8,11-13; 28.19-20; Marcos 16.15-18; Lucas 9.1-6; 10.1-9;João 20.21.

301 Referências de Textos: Mateus 28.20.

302 COMBLIN, José – Jesus Cristo e Sua Missão, página 136.

303 Textos de Referencias no Evangelho: Mateus 6.24-34; 18.23-35; 20.24-28; 19.16-28.

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