JÉSSICA SOUSA DE JESUS ANÁLISE DA GESTÃO DE VENDAS …...J58a Jesus, Jéssica Sousa de Análise...

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS JÉSSICA SOUSA DE JESUS ANÁLISE DA GESTÃO DE VENDAS DA PEDREIRA ITATIBA FORTALEZA 2013

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  • CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

    FACULDADE CEARENSE

    CURSO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

    JÉSSICA SOUSA DE JESUS

    ANÁLISE DA GESTÃO DE VENDAS DA PEDREIRA ITATIBA

    FORTALEZA

    2013

  • JÉSSICA SOUSA DE JESUS

    ANÁLISE DA GESTÃO DE VENDAS DA PEDREIRA ITATIBA

    Monografia submetida à aprovação Coordenação do curso de Administração de Empresas do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de graduação. Professor orientador: Luis Carlos Alencar

    FORTALEZA

    2013

  • Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274

    J58a Jesus, Jéssica Sousa de

    Análise da gestão de vendas da pedreira Itatiba / Jéssica Sousa

    de Jesus. Fortaleza - 2013

    45f. Orientador: Prof.° Luis Carlos Alencar.

    Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade

    Cearense, Curso de Administração, 2013.

    1. Vendas. 2. Administração da força de vendas. 3. Gestão de vendas. I. Alencar, Luis Carlos. II. Título

    CDU 658.4

  • JÉSSICA SOUSA DE JESUS

    ANÁLISE DA GESTÃO DE VENDAS DA PEDREIRA ITATIBA

    Monografia como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharelado em Administração de Empresas, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de Aprovação:_____/______/______

    BANCA EXAMINADORA

    _______________________________________________

    Professor (a):

    _______________________________________________

    Professor (a):

    ________________________________________________

    Professor (a):

  • À minha mãe que sempre me ensinou e me incentivou a sempre priorizar os estudos, à minha avó que mesmo sem instrução, sempre me apoiou, ao meu avô in memorian, ao meu futuro esposo, pelos conselhos e críticas construtivas e apoio de sempre, e a toda minha família que mesmo longe, sempre demonstraram o carinho e atenção.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus acima de tudo, por me permitir a vida e a força de vontade para

    buscar meus objetivos.

    Aos meus colegas de classe, os quais estiveram juntos comigo durante

    essa caminhada, e que sabem tanto quanto eu, o quanto é sacrificante se dedicar

    aos estudos da faculdade, principalmente a grande maioria que trabalha o dia inteiro

    e faz o curso à noite, abdicando de muitas outras atividades para se dedicar à

    faculdade. Em especial a Cris, Joélia e Milena, pela oportunidade de construir

    grandes amizades e sempre que possível, sermos companheiras de equipe nos

    trabalhos da faculdade.

    Aos professores do curso de Administração, em especial aos professores

    (as): Phryné, Queiroz, Filipe Queiroz, Falcão, Jerry David, Jorge, Paulo Barbosa,

    Mônica Machado, Mônica Gurgel, Almeida, Kelly Brasil, Belizário, Rosângela Soares,

    Eloisa (in memorian), Rosiberto, Ricardo, Clara, Eugênio, Paulo Henrique, por nos

    prepararem para sermos futuros administradores e enfrentar os desafios da nossa

    profissão.

    Ao meu professor orientador Luis Carlos Alencar por aceitar a me ajudar

    na construção desse trabalho.

    Ao meu gerente Alexandre Farias, que permitiu a realização deste

    trabalho na Pedreira Itatiba.

    Ao Professor Dr. Luciano Thomé e Castro, que me ajudou na escolha do

    modelo de gestão da força de vendas.

  • “Ser vendedor é: Desconhecer o significado da palavra impossível Saber que um Não às vezes é um Sim disfarçado Saber que a palavra “Fechado” é a sua principal meta de vendas Saber que todo Pedido é uma Ordem (de compra) Saber que todo dia é dia de “matar um leão” Saber Ouvir mais do que Falar Saber ser independente, pois tudo sempre só depende de você Saber que você decide quanto quer ganhar por mês Saber que Clientes não são números, são Pessoas Saber que venda é como DNA; não existe uma igual a outra Saber que vender está no sangue e no espírito Saber que o(a) Vendedor(a) é que faz a “máquina girar” Saber que quem é Vendedor (a), VENDE!”

    Eduardo Santos

  • RESUMO

    Com a evolução do mercado e do comércio em geral, a tarefa de gerenciamento da força de vendas se tornou uma importante ferramenta de gestão na busca por resultados que satisfaçam tanto a empresa, o consumidor, quanto à equipe de vendas. A utilização das ferramentas estratégicas de marketing aliadas a uma eficiente gestão de vendas, permitem à empresa uma força competitiva no mercado. A gestão da força de vendas envolve muitas atividades, que estão relacionadas com todos os setores da empresa, que em conjunto, satisfazem as necessidades uns dos outros. Administrar bem a força de vendas é permitir que a empresa aumente sua receita e sua lucratividade, tendo em vista que a equipe de vendas é uma potencial geradora de receitas para a empresa. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar a gestão de vendas da Pedreira Itatiba, fazendo um paralelo entre a teoria e a prática, baseado em um modelo de gestão de vendas de Castro e Neves (2012), ou seja, analisar se a empresa segue uma correta administração da sua força de vendas de acordo com a literatura especializada. O método de pesquisa utilizado foi pesquisa aplicada, qualitativa, exploratória, bibliográfica, e um estudo de caso aplicado na Pedreira Itatiba. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma entrevista com o gerente comercial da empresa. Como resultado, foi considerado como satisfatório a gestão de vendas da empresa, com alguns pontos a serem melhorados e melhor aplicados. Palavras-chave: Vendas. Administração da força de vendas. Gestão de vendas.

  • ABSTRACT

    With the evolution of the market and trade in general, the task of managing the sales force has become an important management tool in the quest for results that meet both the company, the consumer, as the sales team. The use of strategic marketing tools combined with an efficient sales management, allow the company a competitive force in the market. The management of the sales force involves many activities that are related to all sectors of business, which together meet the needs of each other. Successfully manage the sales force is to allow the company to increase its revenue and profitability, given that the sales team is a potential generator of revenue for the company. Therefore, the aim of this work is to analyze the sales management of Quarry Itatiba, drawing a parallel between theory and practice, based on a model of sales management and Castro Neves (2012), ie to examine if the company follows a proper administration of its sales force in accordance with the literature. The research method was applied research, qualitative, exploratory, literature, and a case study applied to the Quarry Itatiba. The instrument used for data collection was an interview with the marketing manager of the company. As a result, it was considered satisfactory management of the company's sales, with some points to be improved and better enforced. Keywords: Sales. Management of the sales force. Sales management.

  • LISTA DE FIGURAS E QUADROS

    FIGURA 1. Etapas de Planejamento e administração da força de vendas ......... 20

    QUADRO 1. Tópicos para análise da concorrência em vendas ........................... 24

    QUADRO 2. Tipos de quotas e objetivos de vendas ............................................ 25

    QUADRO 3. Argumentos a favor de representantes, vendedores, e argumentos

    contingenciais ...................................................................................................... 30

    QUADRO 4.Comparação entre o nível fixo e variável da remuneração em vendas.

    ............................................................................................................................. 34

    QUADRO 5. Características procuradas em vendedores dependendo do tipo do

    vendedor. ............................................................................................................. 39

    QUADRO 6. Avaliação de treinamentos: objetivos, informações e métodos. ...... 40

    QUADRO 7. Medidas complementares para avaliação de desempenho ............. 44

    QUADRO 8. Modelo de auditoria em vendas ...................................................... 45

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10

    2 A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO ....................................................................... 12

    3 A ADMINISTRAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS .............................................. 17

    4 MODELO DE PLANEJAMENTO DA FORÇA DE VENDAS DE CASTRO NEVES

    (2012) .................................................................................................................. 20

    4.1 Planejamento e organização estratégica da força de vendas ....................... 21

    4.1.1. Análise de necessidade do comprador e compreensão do papel vendas em

    marketing ............................................................................................................. 21

    4.1.2. Análise ambiental da concorrência benchmarking .................................... 22

    4.1.3. Potencial de vendas e definição das quotas/objetivos quantitativos de vendas

    ............................................................................................................................. 24

    4.1.4. Organização de vendas: desenho de território .......................................... 26

    4.1.5. Definição do “formato de entrada” da força de vendas – análise dos modos de

    governança (interno, externo) e remuneração .................................................... 29

    4.2 Implementação de vendas. ............................................................................ 35

    4.2.1. Administração de clientes e informações .................................................. 35

    4.2.2. Gerenciamento do território: recrutamento, seleção, treinamento e motivação

    ............................................................................................................................. 37

    4.3 Controle de vendas ........................................................................................ 41

    4.3.1. Administração de conflitos ......................................................................... 41

    4.3.2. Formas de controle e auditoria em vendas ............................................... 43

    5 METODOLOGIA ............................................................................................. 47

    5.1 Conceitos de pesquisa. .................................................................................. 47

    5.2 Natureza da pesquisa. ................................................................................... 47

    5.3 Forma de abordagem. .................................................................................... 48

    5.4 Objetivos da pesquisa. ................................................................................... 48

    5.5 Procedimentos técnicos. ................................................................................ 48

    5.6 Sujeito da pesquisa. ....................................................................................... 50

    6 RESULTADOS ................................................................................................. 51

    7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 56

    REFERÊNCIAS .................................................................................................... 58

    APÊNDICE ........................................................................................................... 60

  • 10

    1 INTRODUÇÃO

    Toda organização que tenha como objetivo vender produtos ou serviços

    necessita de ter um acompanhamento gerencial eficiente. O gerente de vendas que

    se preocupa basicamente em fechar pedidos, que acha que atua em um mercado

    estável, sem concorrência, está completamente desatualizado, fora do contexto, e

    poderá perder espaço no mercado. O profissional de vendas tem que estar

    preparado para os novos desafios que surgem a cada instante, necessita estar

    antenado com novos cenários mercadológicos, necessita saber lidar com estratégias

    de campo, planejamento estratégico, tomar decisões, conhecer sobre marketing e

    principalmente saber gerenciar a sua equipe de vendas. Tudo isso levando em conta

    o mercado atualmente instável e concorrido.

    A Gestão de vendas pode ser considerada um processo novo nas

    organizações, tendo em vista que o surgimento do marketing se deu por volta de

    1910, trazendo consigo uma infinidade de estratégias voltadas para a descoberta

    conquista e fidelização dos consumidores.

    Estará sendo abordado neste trabalho a gestão de vendas da pedreira

    Itatiba, e se dará um enfoque na venda pessoal, que é uma das ferramentas usadas

    na promoção de vendas para a conquista do público-alvo, tendo como problemática

    descobrir se: A gestão de vendas da empresa segue os processos/padrões

    necessários e de acordo com a literatura especializada, para uma boa administração

    da força de vendas?

    Como hipótese, pressupõe-se que a empresa pratica a gestão de vendas

    conforme a literatura de maneira parcial, ou seja, em alguns aspectos a empresa

    segue o que a literatura estabelece, mas em alguns casos ainda não está de acordo.

    Os objetivos propostos pra este trabalho são, como objetivo geral analisar

    a gestão de vendas na empresa Pedreira Itatiba, fazendo um paralelo entre teoria e

    prática, ou seja, através do modelo de gestão de vendas de Castro e Neves (2012),

    analisar se a empresa segue uma correta administração da força de vendas, e como

    objetivo específico analisar qual o nível de incidência praticada pela empresa em

    relação à sua gestão de vendas e o modelo apresentado.

  • 11

    Tem-se como justificativa para a realização do trabalho, o interesse por

    esse tema que está ligado diretamente com a profissão exercida pela pesquisadora,

    e a identificação com a área comercial, como também o intuito de poder ajudar a

    melhorar os processos e procedimentos realizados no setor comercial da empresa

    para o alcance de melhores resultados tanto quantitativos como qualitativos. Outro

    fato determinante para essa escolha é a facilidade de poder obter informações para

    desenvolver o trabalho, já que será utilizado como procedimento um estudo de caso

    com a característica exploratório na empresa que a pesquisadora trabalha.

  • 12

    2 A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO

    A evolução do comércio inicia-se desde a expansão marítima quando na

    Europa surgia a necessidade de expansão econômica. Por volta do século XV o

    crescimento econômico fica ameaçado, há uma decadência na produção agrícola

    enquanto nas cidades a produção aumentava. Com a alta dos preços dos produtos

    vindos da índia e a falta de metais precisos, a procura para outros mercados fora da

    Europa se apresenta como a solução mais emergente. Assim as grandes

    navegações permitem a expansão do comércio europeu surgindo a burguesia

    mercantil com o objetivo de expandir os lucros. Portugal dominava a expansão,

    seguido da Espanha e posteriormente dominada pela Inglaterra. Já no mercantilismo

    os países sustentavam-se na teoria do absolutismo estatal e da empresa privada,

    onde era dividido em duas etapas: a fase do metalismo, onde a riqueza de um país

    era medida pela quantidade de metais preciosos que possuía; e a fase da balança

    comercial favorável, onde a riqueza de um país era medida pela quantidade maior

    de exportações do que importações. Outro aspecto bastante relevante para a

    evolução do comércio foi a revolução industrial em meados do século XVIII que

    trouxe grandes transformações industriais e econômicas para a sociedade (NUNES;

    SILVA, 2011).

    A evolução da comunicação também tem um papel fundamental para o

    desenvolvimento do comércio, primeiramente com o surgimento do rádio,

    posteriormente da televisão, e mais recentemente da internet. A venda por catálogo

    surgiu nos Estados Unidos para um alcance a cidades e vilas mais distantes. Por

    volta dos anos 60 a preocupação das empresas era somente com a produção,

    somente a partir dos anos 80 o foco passa a ser o cliente que passa a ser o centro

    das atenções.

    Para Santos (2009), o comércio surgiu com as trocas feitas primeiramente

    entre os familiares, e somente depois surgiram as feiras, onde os produtores

    buscavam trocar os produtos que sobravam pelos produtos que faltavam, não

    necessitando da presença de um vendedor. Com o surgimento das civilizações,

    foram sendo criados os armazéns, as lojas, os depósitos, em paralelo ao

    crescimento das metrópoles. Os fenícios eram os principais transportadores de

  • 13

    mercadoria através das navegações, e podem ser considerados os primeiros

    vendedores, pois compravam e vendiam as mercadorias. A autora destaca ainda

    que naquela época existiam duas características importantes deste momento

    econômico: a produção era menor que a demanda e havia pouca ou nenhuma

    concorrência. Ou seja, não era preciso muito esforço para conseguir vender as

    mercadorias, pois faltavam produtos e existiam poucos concorrentes.

    Bryto et al. (2012) destacam que os armazéns estavam situados em

    pontos estratégicos entre as caravanas e as estações ferroviárias, e que os

    consumidores encomendavam suas mercadorias através dos caixeiros viajantes. As

    mercadorias passavam meses para chegar ao destino final, mas mesmo assim o

    ciclo não parava, pois era a única maneira de se conseguir comprar as mercadorias.

    Nos pontos em que os comerciantes estavam situados, foram surgindo as vilas e

    posteriormente as cidades. Com o passar do tempo os comerciantes foram sentindo

    a necessidade de ampliação da variedade dos produtos e já desejavam possuir

    outros artigos como roupas, sapatos, objetos para as casas e assim o comércio foi

    se expandindo. Posteriormente, surgiu a venda por catálogo, com o objetivo de

    expandir e aumentar a diversidade de produtos para os comerciantes, mas

    juntamente com essa expansão, começaram a aparecer os problemas de logística,

    onde o número de devoluções aumentava progressivamente e então houve a

    necessidade de uma logística de devolução.

    O comércio varejista surge paralelamente às vendas por catálogo devido

    ao aumento da quantidade de produtos. Surgem também as drugstore uma

    combinação de farmácia com loja de varejo, surgem também as lojas de

    departamentos com uma diversidade maior de produtos à venda. Esses tipos de

    comércio estavam situados nos centros das grandes cidades trazendo consigo o

    serviço de entrega em domicílio e a necessidade de depósitos de mercadorias para

    a obtenção de estoques. Logo depois é a vez dos supermercados, que além de

    alimentos, frutas, verduras, ofertam também roupas, eletrodomésticos,

    eletroeletrônicos, móveis e utensílios para as residências, sendo os primeiros a se

    instalarem nas periferias das grandes cidades. Os Shopping Centers vieram para

    facilitar ainda mais a vida dos consumidores, reunindo uma diversidade de lojas de

    varejo, além de cinemas, teatros, exposições, parques infantis, brinquedos

  • 14

    eletrônicos, praça de alimentação, e até bares, tudo em um só lugar (BRYTO et al.,

    2012).

    Segundo Mendes (2006), com o avanço da tecnologia e a expansão da

    internet no país, surge mais uma modalidade de compra para os consumidores, o

    comércio eletrônico ou e-commerce que surgiu no Brasil na década de 90, mais

    precisamente em 1995 quando a internet foi liberada para as empresas privadas.

    Nesse contexto do e-commerce podemos destacar as modalidades de transações

    feitas eletronicamente: B2B – BUSSINES-TO-BUSSINES – são as negociações

    feitas entre duas empresas, o B2C – BUSSINES-TO-CONSUMERS - negociação

    eletrônica entre empresas e consumidores, C2B – CONSUMERS-TO-BUSSINES –

    negociação eletrônica feita entre consumidores e empresas, e o C2C –

    CONSUMER-TO-CONSUMER - negociação Eletrônica entre consumidores. O

    comercio eletrônico se torna cada vez mais uma forma de se obter produtos e

    serviços com uma certa comodidade, e no Brasil os números vem crescendo

    paralelamente, já se chegou a 67bilhões de reais de movimentação com o e-

    commerce no país.

    Cobra (2012) fala da evolução da função de vendas destacando que ela

    evoluiu em decorrência natural das mudanças ocorridas nos negócios. E que desde

    a Grécia antiga a atividade de vendas já estava presente, revelada através de

    escritos de Platô, era realizada em formas de troca e o termo vendedor já era

    praticado. No entanto, a profissão de vendedor como é conhecida hoje, surgiu na

    era da Revolução Industrial na Inglaterra em meados dos séculos XVIII e XIX, e

    antes disso quem fazia o papel de vendedor eram os artesãos e os mercadores. Já

    na fase da idade média, surgiram os vendedores porta-a–porta conhecidos como

    peddlers. Eles coletavam os produtos do campo e comercializavam na cidade e os

    produtos manufaturados das cidades eles comercializavam no campo.

    Cobra (2012) faz uma análise da função de vendas desde a era da

    Revolução Industrial, onde a produção já superava o consumo e então era essencial

    o trabalho do vendedor que precisava ir para áreas geográficas mais dispersas,

    aumentando também o número de vendedores. Na era Pós- Revolução Industrial

    somente após o ano de 1850 é que se intensifica o crescimento da função de

    vendas com a industrialização chegando nos Estados Unidos e também no Brasil.

    Com a implantação das estradas de ferro no Brasil surge a figura do caxeiro-viajante

  • 15

    que levava para as cidades do interior as mercadorias e novas informações do

    mundo industrial. Já na era das guerras e da depressão a figura do vendedor ficou

    estática, pois foi uma época de pouco crescimento econômico e todas as atenções

    eram voltadas para as guerras, e somente aquelas empresas com vendedores

    agressivos conseguiram se sobressair à derrocada econômica. Somente no pós-

    guerra é as empresas voltam as suas atividades normais. A era moderna, a partir da

    metade dos anos 40 é que a venda se torna mais profissional, principalmente nos

    Estados Unidos onde a exigência dos compradores por mais informações

    aumentava. É a era da profissionalização onde os vendedores cada vez mais tem

    que estar preparados para atender as diversas exigências dos clientes antes,

    durante e após a venda.

    Atualmente, o comercio está em plena expansão, são diversas as

    modalidades de compra, a diversidade de produtos e serviços, a quantidade de lojas

    de varejo, supermercados, hipermercados, lojas de atacado, centros comerciais,

    shopping centers, lojas virtuais, feiras populares, mercados, tele-entregas, enfim,

    cada vez mais cresce as facilidades para os consumidores efetuarem suas compras,

    seja ele consumidor final ou indústria. E nesse contexto é onde entra a gestão de

    vendas para atuar no mercado, que cada dia se torna mais competitivo, e, uma boa

    administração da força de vendas, aliada com as estratégias de marketing e uma

    gestão estratégica bem desenvolvida, são fundamentais para ser um diferencial no

    mercado.

    Podemos destacar as tendências do comercio varejista através de uma

    pesquisa apresentada por Bryto et al. (2012):

    No setor varejista um estudo feito pela PSFK - Cia. de Pesquisa e inovação, SEBRAE/RS (apud, PSFK: 2010), aponta as 10 principais tendências que, segundo a consultoria, impactarão o varejo de 03 a 05 anos, que são: 1 - O mundo como experiência de varejo, é a possibilidade de comprar qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar, diz o relatório; 2 - Pré-visualização da compra; com aparelhos móbile mais inteligentes e tecnologia GPS aprimorada, o consumidor terá acesso a detalhes sobre o ambiente de varejo, antes mesmo de visitar a loja; 3 - Serviços habilitados para tablets, a introdução de aparelhos móbile com acesso à internet, como iPhone e o iPad no ambiente de varejo está possibilitando aos varejistas oferecerem um nível mais alto de serviço aos seus consumidores; 4 - A venda do ideal, busca por produtos e experiências com uma imagem ideal em mente de como eles vão se encaixar na sua vida; 5 - Toda a loja como principal, é o nível mais alto de experiência em todos os pontos de contato; 6 - Curadorias complementares, os varejistas estão aumentando suas ofertas centrais ao trazer outras marcas e serviços relevantes para suas lojas; 7 - Decoração mutável, para manter as lojas sempre renovadas e

  • 16

    relevantes, os varejistas estão construindo seus ambientes com a mudança em mente; 8 - Levando as lojas até o consumidor, em esforço para conectar de forma melhor com consumidores fora do ambiente tradicional de varejo, vários varejistas estão viajando até seu público; 9 - Show & Tell Instantâneo, as redes sociais móbile e tecnologias para conexão dentro das lojas estão possibilitando aos consumidores receber, em tempo real feedback de amigos e estranhos com gostos parecidos; 10 - A força do grupo, os consumidores estão usando as redes online para fazer compras colaborativas que ajudam a aumentar seu poder individual de consumo. (SEBRAE/RS, Apud PSFK, 2010, p. 4 a 58). (BRYTO et al., 2012, p.14)

  • 17

    3 A ADMINISTRAÇÃO DA FORÇA DE VENDA

    Para começar a entender melhor como funciona a gestão de vendas, tem-

    se a primeira indagação: Como se define venda? Lusíadas apud Cobra (2007)

    define “Venda: ato de induzir alguém a trocar algo – basicamente, a trocar

    mercadorias ou serviços por dinheiro. Em marketing, a venda é definida como o

    encontro do agente de oferta com o agente de procura”. Ou seja, vender é

    influenciar o outro a adquirir seus produtos ou serviços em troca de dinheiro, ou em

    alguns casos por outros produtos ou serviços, são as conhecidas permutas.

    Las Casas (2006) destaca com relação à venda que:

    [...] a atividade de venda exerce papel de extrema importância para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma atividade isolada, ela depende de uma estratégia de marketing bem elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e outras atividades promocionais. Portanto qualquer estudo de vendas exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de seus relacionamentos. (LAS CASAS, 2006, p.409).

    Outra definição para vendas bastante interessante é a de Souza (2010):

    O conceito de vendas é tão antigo e universal quanto as relações entre os seres humanos. Das simples trocas de mercadorias às avançadas técnicas de persuasão do comprador, percorreu-se um longo caminho. Atualmente, o mero ato de vender depende de uma série de fatores, como o local e a circunstancia na qual a negociação ocorre e o tipo de relação estabelecida entre cliente e vendedor. Tal variedade de referenciais torna a atividade complexa e fascinante. Cabe, portanto, que para desempenhar o papel de um bom executivo, é necessário ser aquele individuo que tem bastante discernimento para escolher pessoas que façam o que ele quer que seja feito e suficiente autocontrole para não interferir enquanto elas o estão realizando. Além de praticar parâmetros ou estabelecidos pela própria teoria administrativa. (SOUZA, 2010, p.2).

    Como pode-se perceber, são várias as definições para a atividade de

    vendas, desde as mais simples até as mais complexas. O importante é que fique

    claro que a atividade de vendas depende de vários fatores, primeiramente os fatores

    pessoais, ou seja, motivação, conhecimento, habilidades, técnicas de negociação,

    como também fatores organizacionais, como treinamento, reconhecimento,

    valorização, remuneração, estrutura organizacional, entre outros.

  • 18

    Entendendo o que vem a ser vendas, pode-se entender como

    administração da força de vendas, a obtenção e a administração de todos os

    recursos necessários para que se torne possível o alcance do objetivo maior, que é

    o sucesso nas vendas e consequentemente o alcance das metas estabelecidas. É

    muito importante que o gerente de vendas saiba trabalhar com as principais

    ferramentas administrativas, a saber, planejamento, direção, controle e avaliação,

    pois são a base para qualquer gestor que busque ter sucesso com a sua equipe e

    com a empresa. Com o uso dessas ferramentas, com as habilidades necessárias de

    gestão e liderança, e principalmente com a técnica de “saber vender”, o gerente de

    vendas alcançará resultados bastante positivos para a organização.

    Para Kotler (1998) a administração de venda é a junção das atividades de

    recrutamento e seleção, treinamento, direção, motivação e avaliação da equipe de

    vendas. O planejamento de força de venda são os objetivos, as estratégias, a

    estrutura, o tamanho e a remuneração. Já o desenvolvimento da força de vendas

    seria o treinamento, as habilidades de negociação e a construção de

    relacionamentos.

    Las Casas (2006) menciona o conceito de administração da força de

    venda da seguinte maneira:

    A associação americana de marketing, através de seu comitê de definição, definiu administração de vendas como “planejamento, direção e controle de venda pessoal, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, providencias de recursos, delegação, determinação de rotas, supervisão, pagamento e motivação, à medida que essas tarefas se apliquem à força de vendas”. Na verdade, hoje administração de vendas não somente trata da força de vendas, mas também se ocupa com a inovação, pesquisa, planejamento, orçamento, preço, canais, promoção, produção e de até localização de fábricas. (LAS CASAS, 2006, p.409).

    Lima (2006) fala sobre administração de vendas usando o termo

    “atendimento ao cliente” e destaca quais as principais atividades relacionadas às

    vendas são: a seleção de vendedores, o treinamento, a liderança, a motivação, a

    organização dos processos e procedimentos e o uso da tecnologia como ferramenta

    a favor do incremento nas vendas.

    Para Ogden e Crescitelli (2007) a venda pessoal está diretamente ligada

    com a CIM (comunicação integrada de Marketing), uma vez que as vendas

    dependem das estratégias desenvolvidas pelo marketing para que possa fazer a

  • 19

    comunicação com o comprador. Para os autores, uma grande vantagem da venda

    pessoal é o fato de o vendedor poder modelar o seu modo de apresentação ao

    cliente de acordo com as características de cada cliente, o que em outras

    ferramentas de comunicação se torna impossível.

    Cobra (2012) nos ensina que a administração da força de venda é tida

    como um processo que gerencia todas as funções organizacionais da venda

    pessoal, e que inclui as tarefas de descrição das funções da venda pessoal,

    definição do papel estratégico da função de vendas, configuração da organização de

    vendas, desenvolvimento da força de vendas, direcionamento da força de vendas e

    determinação do modelo de avaliação de desempenho da força de vendas.

    Além de todas as atividades principais que um gestor de vendas executa,

    Las Casas (2006) lista outra atividades em que ele poderá estar envolvido, tais

    como, planejar a atividade de vendas, manter harmonia organizacional com os

    demais departamentos da empresa, participar das atividades de marketing

    fornecendo e recebendo informações, satisfazer aos clientes e ter certeza da

    obtenção de resultados positivos, desenvolver vendedores para promoções futuras,

    delegar autoridade, estabelecer prioridades, formar e manter uma equipe de vendas

    com funcionários adequados, auxiliar os vendedores na execução de sua tarefas,

    motivar a equipe de vendas, treinar constantemente seus funcionários, controlar as

    atividades de vendas, procurando atingir melhores resultados a custos menores e

    preparar os orçamentos.

    Como pode-se perceber a gestão de vendas envolve muitas outras

    atividades além do gerenciamento da equipe. Hoje não basta mais o gestor entender

    apenas da sua área de atuação, ele tem que star preparado para comunicar-se com

    todos os setores da sua empresa e assim poder fazer com que eles colaborem com

    os resultados propostos.

  • 20

    4 MODELO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DA FORÇA DE VENDAS DE

    CASTRO E NEVES (2012)

    O modelo proposto pelos autores é dividido em três etapas: (1) Planejamento

    e organização estratégica da força de vendas, (2) Implementação da força de vendas e

    (3) Controle da força de vendas. Cada uma dessas etapas engloba uma sequencia de

    atividades a serem desempenhadas pelo gestor da força de venda, como se vê no

    quadro a seguir.

    ETAPAS DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS

    PANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

    ESTRATÉGICA DA FORÇA DE VENDAS

    1. Análise de necessidade do comprador e

    compreensão do papel de vendas em marketing; 2. Análise ambiental da

    concorrência e benchmarking;

    3. Potencial de vendas e definição das quotas;

    4. Organização de vendas: desenho de

    territórios, especialização de vendas e número de

    vendedores; 5. Definição do "formato de

    entrada" da força de vendas- análise do modo de governança (interno, externo) remuneração.

    IMPLEMENTAÇÃO DA FORÇA DE

    VENDAS 6. Administração de

    clientes e informações; 7.

    Gerenciamento do território:

    recrutamento e seleção dos agentes

    de vendas; 8. Gerenciamento do território: treinamento

    e motivação

    CONTROLE DA FORÇA DE VENDAS 9. Administração de

    conflitos; 10. Controles e

    auditoria de vendas

    ____________________________________________________________________

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves (2012)

    Agora será abordado cada uma das etapas e suas respectivas atividades

    mais detalhadamente.

  • 21

    4.1 Planejamento e organização estratégica da força de vendas

    Nessa etapa o objetivo é que se tenha uma visão de mais longo prazo e

    que de forma ampla e estratégica o gestor consiga entender e determinar as

    direções gerais de uma função de vendas. A seguir são descritas cada uma das

    fases compostas nessa etapa.

    4.1.1 Análise de necessidade do comprador e compreensão do papel de vendas em

    marketing

    É necessário que se consiga entender o papel das vendas dentro da

    transação com o cliente e também dentro do esforço de marketing. É do

    conhecimento de todos que um comprador realiza diversas atividades para efetuar

    uma compra, e que o preço não é somente o valor agregado ao produto. Existe

    também todo um desgaste físico e psicológico, como também a demanda de tempo.

    Todas essas atividades representam custos para a compra e venda, e o papel do

    vendedor é fazer com que esses custos se reduzam durante a transação com o

    cliente. Estando atento à essas atividades e sabendo distinguir e variações de cada

    perfil consumidor, o papel do vendedor ficará mais fácil de ser estabelecido. O papel

    de um vendedor pode ser decomposto a partir do momento em que ele fornece

    informações antes mesmo da compra ser efetuada, durante a negociação com o

    cliente e posteriormente com atividades de acompanhamento e manutenção da

    satisfação do cliente. Cada empresa poderá estabelecer o papel do seu vendedor

    de acordo com a venda que ela pratica.

    Após a definição do papel, o objetivo agora é fazer uma integração maior

    entre os esforços das vendas e do marketing. Isso será possível com a coordenação

    entre os esforços dos vendedores e com as iniciativas de marketing abrangendo as

    áreas de comunicação, canais de distribuição, concepção de produtos e

    precificação. É bem provável que a junção dessas características com algumas

    ações de aumentar conveniência, expandir serviços, melhorar atributos dos

    produtos, reduzirá os custos da transação entre comprador e vendedor. Mas para

    que isso se torne possível é necessário que a empresa adote os estímulos

    coordenados e coerentes para a realização da venda.

  • 22

    Assim destacam os autores:

    O papel que vendas tem no marketing mix, que é o conjunto de atividades que a empresa emprega para motivar a venda de um produto, depende do próprio programa de marketing, dos recursos disponíveis da empresa e das características do mercado consumidor. (CASTRO; NEVES, 2012, p.48).

    Com relação ao produto, o papel de vendas será de acordo com as

    características e especificidades do produto, quanto mais complexo e necessário

    serviços de apoio, maior será a importância do papel de vendas dentro do

    marketing, pois se torna essencial a explicação dos atributos e serviços agregados

    por um vendedor. Na estratégia de distribuição “empurrada”(onde o esforço de

    vendas se dá sobre os distribuidores) maior será a importância da força de vendas.

    Já com relação ás características dos consumidores, a importância da

    força de vendas relaciona-se com a quantidade de informações necessárias ao

    processo de compra, e quando a compra é grande e muito importante para o

    comprador, é essencial a presença de um vendedor para motivar a venda. Portanto,

    o estudo do consumidor, do mercado atuante e das próprias características da

    empresa no que tange à recursos disponíveis e o composto de marketing utilizado

    servem de base para a empresa reconhecer a importância que a força de vendas

    deve ter.

    4.1.2 Análise ambiental da concorrência e Benchmarking

    A análise ambiental em planejamento de marketing tem sido amplamente

    discutida, mas de uma forma geral a análise ambiental serve para a empresa

    descobrir as tendências de ameaças e oportunidades através da compreensão de

    suas variáveis incontroláveis. Após essa análise, a empresa poderá alterar sua

    estratégia de variáveis controláveis com o intuito de potencializar suas

    oportunidades e evitar as ameaça à organização que poderão afetar a sua

    competitividade.

    Na administração de vendas, o posicionamento tem sido o mesmo, sendo

    os impactos refletidos na organização de vendas. As tendências dos ambientes

    político-legal, econômico-natural, sociodemográfico e tecnológico devem ser

  • 23

    compreendidos e os impactos voltados para as estratégias de organização de

    vendas, implementação e controle.

    No tangente à análise da concorrência, a empresa deverá fazer um

    mapeamento das práticas e elementos da administração de vendas dos principais

    concorrentes, comparando os pontos fortes e os pontos fracos com a sua

    organização.

    A seguir são relacionados alguns indicadores de cada ambiente mais

    importantes para a organização:

    Político-legal – Legislação quanto à embalagens; lei trabalhista; legislação

    quanto à representantes comerciais; alterações tributárias; lei de proteção ao

    consumidor; restrição do uso de ferramentas de comunicação; outros.

    Econômico Natural – Aumento da renda do consumidor; crise/expansão

    de determinados seguimentos; aumento da exportação; disponibilidade de

    financiamento para clientes; concentração de clientes/fornecedores; outros;

    Sociodemográfico e cultural – Profissionalização de clientes; necessidade

    de proximidade cultural com determinados seguimentos; crescimento do

    associativismo; crescimento da ética; outros.

    Tecnológico – Novas tecnologias de informação; novos softwares de

    gestão; aumento de complexidade tecnológica de clientes; novos produtos; uso de

    internet; outros.

    Dessa forma a compreensão do ambiente externo, juntamente com seu

    impacto e a reação da empresa, deve fazer parte da estratégia de planejamento de

    vendas. É importante ter o envolvimento da equipe de vendas na análise critica do

    ambiente externo, pois eles são fonte importante de informações, principalmente no

    ambiente externo.

    Com relação à análise da concorrência em vendas e benchmarking,

    alguns questionamentos podem ser feitos em análise com os principais

    concorrentes:

  • 24

    Quadro 1 – Tópicos para análise da concorrência em vendas

    Itens de comparação com principais concorrentes

    Papel estratégico da função vendas (principais funções e atividades)

    Formato de entrada utilizado (representantes comerciais, vendedores controlados,

    franquias, distribuidores exclusivos, distribuidores não exclusivos).

    Especialização da equipe de vendas (por produto, por território, por cliente, por

    função, hibrida).

    Quotas e objetivos de vendas (quais os principais itens de quotas de atividades,

    volumes, financeiras).

    Estrutura organizacional de vendas (como é a estrutura da empresa)

    Como são desenhados os territórios de venda da concorrência e por qual critério?

    Qual o numero de vendedores da concorrência e qual o critério para a sua

    determinação?

    Quais os critérios para a administração de clientes (número de visitas, frequência,

    desenvolvimento de relacionamentos, classificação de clientes em categorias, entre

    outras praticas existentes)?

    Tipos de relatórios de informações de mercados existentes.

    Existência de conflitos entre vendedores, vendedores e empresas, vendedores e

    ouros canais de distribuição e como esses conflitos são resolvidos ou minimizados.

    Formas de recrutamento e seleção utilizados e técnicas de motivação para a equipe.

    Formação do plano de remuneração do concorrente.

    Tipos de controle utilizados pela administração de vendas como atividades de

    resultados, relatórios existentes, entre outros.

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves (2012)

    Esse quadro permite à organização um roteiro para analisar as

    estratégias usadas pelos seus principais concorrentes.

    4.1.3 Potencial de vendas e definição das quotas /objetivos quantitativos de vendas

    Ao compreender o papel de vendas em marketing e a análise ambiental e

    da concorrência, as quotas e objetivos quantitativos das vendas podem ser

    definidos. Essa fase inicia-se com a previsão de demanda, ou seja, a empresa

    buscará o tamanho do mercado em que deseja atuar, e qual público alvo desejará

    atender, para que possa mensurar o seu potencial de vendas.

  • 25

    Após a definição da previsão de vendas a empresa poderá estipular as

    quotas de vendas apropriadas para seus vendedores, que podem ser por volumes

    de vendas (baseadas apenas em resultados financeiros ou volume físicos vendidos),

    quotas de atividades (baseadas em atividades que não esteja diretamente

    relacionadas com a venda a curto prazo, como visitas, treinamentos de clientes,

    encontros organizados etc.) e, por ultimo, as quotas financeiras, baseadas em metas

    de resultados alcançados pelos vendedores, como (despesas de vendas, margem

    bruta ou mesmo líquida).

    O quadro abaixo mostrará os tipos de quotas e objetivos de vendas.

    Quadro 2 – Tipos de quotas e objetivos de vendas

    Tipos de quotas

    Quotas de resultados

    Volume financeiro de vendas;

    Volume físico de produtos vendidos;

    Venda de produtos específicos;

    Vendas a clientes específicos (novos clientes, clientes atuais, outros segmentos);

    Total de pontos conseguidos.

    Quotas de atividades

    Visitas a clientes;

    Cartas a potenciais clientes;

    Propostas enviadas;

    Demonstrações de campo;

    Serviços realizados a clientes;

    Relatórios enviados à empresa;

    Arrumação de displays de venda;

    Convenções organizacionais;

    Treinamento e aperfeiçoamento próprio;

    Treinamento de balconistas nos canais de distribuição;

    Palestras a clientes.

    Quotas financeiras

    Despesas de venda;

    Margem bruta;

    Lucro líquido;

    Prazo de vendas;

    Inadimplência.

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves (2012)

  • 26

    As quotas de resultado proporcionam um maior volume de vendas,

    enquanto que as de atividades influenciam os vendedores a fazerem suas atividades

    de maneira mais eficiente e organizada, e as financeiras proporcionam uma visão

    sobre os resultados positivos e negativos de cada vendedor referente às suas

    receitas e despesas.

    Cada empresa definirá qual o melhor tipo de quota deve ser

    implementada para seus vendedores, inclusive fazendo um mix de tipos de quotas

    diferentes, basta que seja uma escolha adequada e de acordo com a realidade da

    empresa. Para ajudar nesse processo de decisão de quotas e objetivos de vendas,

    os autores listam três passos a serem seguidos: 1. determinar o tipo de quota; 2.

    determinar a importância relativa de cada tipo; e, por ultimo 3. determinar o nível de

    cada tipo de quota. Os autores sugerem ainda que os gerentes podem estar

    utilizando para os cálculos as médias simples das porcentagens de cada critério, ou

    médias ponderadas alterando a importância de cada um dos objetivos de vendas.

    Esses cálculos devem ser baseados em levantamentos históricos, o potencial do

    território, experiência dos gerentes e os objetivos de lucratividade da empresa.

    Para finalizar essa fase os autores destacam que:

    É de fundamental importância que o alcance dos objetivos e quotas estabelecidas esteja vinculado ao plano de remuneração, de forma que seja montado um plano de incentivo completo. [...] como o vendedor busca maximizar a sua receita, ele irá trabalhar na direção do alcance dos objetivos estabelecidos pela empresa, caso estejam bem formulados e baseados em uma análise completa. Assim, ocorrerá um alinhamento total da estratégia da empresa com a estratégia do vendedor. De fato, um plano de incentivo bem feito (análise da função vendas- determinação das quotas e objetivos- plano de remuneração) diminui os custos de supervisão e controle, além de fazer convergir os objetivos da empresa e do vendedor. (CASTRO; NEVES, 2012, p.86)

    4.1.4 Organização de vendas: desenho de territórios, especialização de vendas e

    número de vendedores

    Nessa etapa a empresa precisará definir como será o formato do território

    de vendas, e definir qual critério utilizar para essa divisão, como quantidade de

    horas ou número de visitas necessárias, entre outros.

    O desenho de territórios quando é bem feito proporciona algumas

    vantagens para a empresa como: a boa moral para a força de vendas, boa cobertura

  • 27

    dos clientes, prestação de melhores serviços para os clientes e melhor avaliação e

    controle. O desenho de um território ideal é uma atividade difícil de ser realizada,

    pois, o principio para essa escolha é a igualdade de potencial e carga de trabalho

    para os vendedores, e isso se torna difícil porque existem territórios com poucos

    clientes potenciais e territórios com muitos clientes de baixo potencial. Por isso a

    importância de se fazer uma previsão de demanda e potencial de mercado para

    cada território.

    Os autores sugerem os passos para a formação de territórios, que são:

    1º passo: selecionar uma unidade básica de controle: essa será a menor unidade possível para que o potencial de vendas e, depois, a quantidade de trabalho sejam calculados. Poderá ser um bairro, cidade, região, estado, região do país, entre outros. 2º passo: estimar o potencial de mercado em cada uma dessas unidades de controle. Para isso, uma ou mais variáveis de potencial de mercado devem ser estimadas. 3º passo: tentar agrupar unidades menores de controle em territórios de venda com potenciais semelhantes. 4º passo: fazer a análise de quantidade de trabalho (workload) nos territórios formados, determinado o numero de vendedores por território. 5º passo: fazer ajustes finais (as tentativas são com relação a tentar balancear quantidade de trabalho com potencial de vendas, alem de considerar condições físicas do desenho). 6º passo: enviar vendedores aos territórios. (CASTRO; NEVES, 2012, p. 101-102).

    Após algum tempo do desenho, os territórios podem apresentar

    mudanças, e então se tornará necessário um redesenho de territórios seguindo os

    mesmos passos anteriores, sendo gerados custos decorrentes dessas mudanças, e

    é claro, vários obstáculos apareceram diante desse redesenho, como, a resistência

    dos vendedores, o plano de remuneração, a interrupção da relação cliente-

    vendedor, por isso essa decisão deve ser tomada com o máximo de cuidado

    possível para não gerar altos índices de quedas nas vendas.

    A especialização diz respeito a que tipo de especialização será definida

    para os vendedores, como especialistas de diferentes tipos de clientes, especialistas

    em linhas especificas de produtos ou especialistas em territórios, podendo ser feito

    arranjos para essa definição. São destacadas pelos autores as seguintes

    especializações: especialização por produto, especialização por tipo de cliente,

    especialização por território, especialização por processo e especialização híbrida.

    Não existe uma regra para a escolha da especialização, deve ser

    escolhida aquela em que os benefícios superem as demais, deve-se levar em

  • 28

    consideração nessa fase os tipos de clientes, os tipos de produtos, os tipos de

    territórios e os recursos disponíveis pela empresa. Outro aspecto a ser observado é

    quanto maior a especialização, maiores serão os resultados e maiores serão as

    despesas com transportes, supervisão, recursos, treinamentos, por isso a

    importância de fazer um equilíbrio entre especialização e custos pelos processos de

    coordenação.

    Já para a definição do número ótimo de vendedores, existem vários

    métodos elaborados pelos autores de vendas, mas essa decisão deve-se levar em

    conta os objetivos da empresa e os dados disponíveis para o calculo. É considerada

    uma das principais atividades de gestão de vendas, pois determinará o tamanho da

    força de vendas e o volume a ser atingido pela a empresa, juntamente com as

    estratégias de marketing utilizadas. Para a determinação do número de vendedores

    são sugeridos três métodos:

    Método da divisão de metas (breakdown) - de acordo com esse método, o

    total de vendas previsto pela empresa ou que objetiva atingir é dividido pelo

    potencial de um vendedor intermediário, ou seja, pela sua produtividade, dessa

    maneira o objetivo é que cada vendedor tenha e alcance uma meta, e

    consequentemente a empresa também alcançará a sua. Resumindo:

    Número de vendedores = volume total de vendas/ produtividade de um

    vendedor mediano.

    Método da divisão do trabalho (workload) - o principal objetivo desse

    método é a divisão de igualdade de carga de trabalho para cada vendedor, essa

    carga de trabalho deve ser entendida como o mesmo número de clientes em cada

    território, a frequência de visitas e o tempo de duração de cada visita. Para a

    elaboração desse método sugere-se os seguintes passos: 1. Classificar os clientes

    em categoria, por tipos de clientes como lucro, volume ou valor de vendas; 2.

    Determinar a quantidade de vistas que cada cliente deve receber e a duração da

    visita; 3. Calcular a quantidade total de trabalho necessário, ou seja, quanto tempo

    precisará para atender os clientes; 4. Determinar o tempo disponível por um

    vendedor para realizar as visitas, sabendo que ele também realizará outras

    atividades indiretas de vendas, e que disponibilizará 30% ou menos do seu tempo

    com visitas. 5. Dividir o total de horas pela capacidade de visitas de um vendedor,

    obtendo o número de vendedores necessários.

  • 29

    Método incremental - esse método tem como objetivo principal que o

    número de vendedores deve ser de acordo com a receita marginal gerada seja

    maior que o custo marginal, gerando lucros.

    Os autores acrescentam ainda outros métodos citados pela literatura em

    vendas, que são: Modelo de Lodish, Modelo de programação linear, Método “mesmo

    nível do ultimo ano”, Método paridade com a concorrência, Método do recurso

    disponível, Método do lucro esperado. As empresas devem fazer a escolha do

    tamanho da sua força de vendas de acordo com os custos envolvidos e o resultado

    que espera da sua equipe de vendas.

    A especialização estará diretamente ligada ao número de vendedores e

    divisão de territórios, pois, quanto maior for a especialização, maior será o número

    de vendedores e territórios.

    4.1.5 Definição do “formato de entrada” da força de vendas- análise do modo de

    governança (interno, externo) e remuneração

    Nessa fase a empresa deverá decidir entre “fazer” seus vendedores ou

    “comprar” serviços de representantes comerciais. Deve-se levar em conta nessa

    decisão à relação entre o vendedor e a empresa, considerando-se as

    especificidades de ativos envolvidos e a necessidade de controle sobre o processo

    de vendas e atenção a possibilidade de imperfeição em ambas as partes, onde a

    empresa deverá lidar com essas imperfeições.

    A empresa tem como opção vendedores contratados, representantes

    comerciais, agentes de vendas e franquias de vendas, sendo os dois primeiros os

    mais utilizados. Nessa escolha deve ser considerado o critério econômico,

    analisando os custos de cada opção, análise das estratégias de cada uma levando

    em consideração todos os aspectos, e por fim será apresentada a visão da

    Economia dos Custos de Transação (ECT).

    No entanto, são diversos fatores que influenciam essa decisão e precisam

    ser analisados, como os custos de uma transação, que são os custos decorrentes

    de uma transação para a obtenção de informações, negociação, elaboração de

    contratos, solução de problemas, cobranças, entre outros, ou seja, são custos antes

    e depois de uma transação. E cada transação possui os ativos específicos,

  • 30

    frequência e incerteza. A especificidade dos ativos pode ser representada por:

    natureza da empresa, produtos, informação confidencial, natureza dos

    consumidores, fidelidade dos consumidores e concentração de vendas em grandes

    clientes. Portanto, quanto maior for a especificidade dos ativos em um

    relacionamento vendedor-empresa, quanto maior for a incerteza nesses

    relacionamentos e quanto maior for a frequência das relações, a ECT indicaria que

    seria mais viável a integração vertical, ou seja, a contratação de vendedores ao

    invés de representantes comerciais.

    Os autores elaboraram dois quadros para auxilio a essa escolha. O

    primeiro é formado por argumentos a favor de representantes, vendedores e

    argumentos contingenciais, como se vê no quadro abaixo:

    Quadro 3 – Argumentos a favor de representantes, vendedores e argumentos

    contingenciais

    Argumentos para o uso de representantes

    Argumentos para o uso de vendedores

    Argumentos contingenciais

    Ao combinar diferentes linhas de produtos de diferentes fabricantes, o representante pode gerar sinergias e pode realizar visitas que um vendedor não realizaria.

    Ao usar um representante, o fabricante pode obter uma força de vendas treinada, relacionamentos locais já estabelecidos com nenhum custo fixo.

    Custos de administração d vendas podem ser reduzidos, já que representantes são responsáveis pela sua própria supervisão.

    Não é provável que eles sejam promovidos ou transferidos, mantendo o seu

    Eles permitem um maior controle (ao contrario dos representantes) que pode ser fundamental quando o cliente se torna fiel ao vendedor e não à empresa.

    São mais dispostos a desempenhar ações não relacionadas as vendas (diferentemente dos representantes, que teriam uma visão mais no curto prazo).

    Eles podem estar mais dispostos a vender produtos que estão na fase de introdução no ciclo de vida ou produtos em que o ciclo de vida é muito longo.

    Comprometem-se mas com a empresa porque provavelmente querem progredir dentro dela.

    Eles podem Sr muito mais influenciados do

    Tamanho: - Se uma empresa é mio pequena, ela deve usar representantes, porque não tem como pagar os custos fixos de uma equipe de vendas; - Se uma empresa tem um tamanho médio, deve mudar para vendedores; - Se a empresa continuar a crescer, atingindo um tamanho extremamente grande, em função de burocracia e lentidão, El provavelmente estará melhor se mudar de novo para representantes;

    Uma empresa deve usar vendedores quando os pedidos médios são altos e menos frequente comprados.

    Uma empresa deve usar vendedores quando os produtos são complexos, menos padronizados ou estão na sua fase inicial do ciclo de vida, demandando muito esforço e comprometimento.

    Relacionamentos com

  • 31

    trabalho em determinado território. A presença estável permite continuidade e conhecimento sobre os consumidores.

    São empreendedores responsável pelo seu negocio e faturamento, podendo ser mais motivados.

    Se sobrevivem na atividade é porque provavelmente provaram a sua competência.

    Maio flexibilidade é permitida já que é fácil substituir um representante caso ele não esteja atendendo às expectativas.

    A ameaça da substituição é um incentivo a mais para o desempenho superior.

    que representantes. clientes com mais investimentos específicos levam a maiores vantagens na integração vertical da função de vendas.

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves (2012) com base em Anderson (1985) Shapiro (1995), Coughlan (2002), Churchill et al. (2000), Albers (2000b), Anderson e Weitz (1986), Zoltners et al. (2001), Ingran e LaForge (1992)

    E o segundo quadro em que são colocadas perguntas que de acordo com

    a ECT unificam diversas variáveis isoladas e mesmo argumento sobre controle e

    eficiência. As variáveis chaves seriam: a competição em mercados fornecedores,

    especificidades de ativos, economias de escala, incerteza ambiental na presença de

    ativos específicos, incapacidade de monitorar o desempenho, potencial de free-

    riding e o tamanho potencial da transação. Dentro de cada uma dessas variáveis -

    chaves são feitos questionamentos e dada a resposta para representantes e

    vendedores empregados.

    A remuneração de uma equipe de vendas deve ser bem elaborada a fim

    de se obter bons resultados dos vendedores. A remuneração financeira e não

    financeira é na maioria das vezes responsável pela motivação dos vendedores. O

    plano de remuneração deve estar alinhado com o que a empresa espera do

    vendedor, com os esforços desenvolvidos por eles nas diversas atividades de

    vendas. Os incentivos proporcionam uma motivação extrínseca quando envolvem

  • 32

    valores monetários e não monetários, o plano de remuneração e benefícios é o fator

    mais determinante para a motivação dos vendedores.

    Para a elaboração de um bom plano de remuneração a empresa deve

    levar em conta os seus objetivos de vendas, o que ela espera da sua força de

    vendas, quais as atividades e serviços devem ser desempenhados pelos

    vendedores, e assim poder alinhar os seus objetivos com os objetivos dos

    vendedores. Os indicares de desempenho devem ser bastante claros para que os

    vendedores tenham conhecimento em que estão sendo avaliados.

    Utilizar o benchmarking é uma maneira de dar o pontapé inicial e saber o

    que o mercado está oferecendo para a categoria de vendas, para se ter uma ideia

    do salário total pago a um vendedor. Esse salário deve estar de acordo com a

    política salarial da empresa e deve ser levado em conta os salários de outras áreas

    para não ficar tão desproporcional, deve ser desenvolvido para atrair, reter e motivar

    os vendedores. Usa-se três questionamentos para o plano de remuneração: Qual

    será a renda de um vendedor? Que componentes devem ser usados no pacote de

    remuneração? Quanto cada um desses componentes deve representar em termos

    de porcentagem sobre o total da renda?

    Um salário bastante alto pode atrair os melhores vendedores do mercado,

    mas em contrapartida existem alguns riscos como, reduzir a motivação das pessoas

    fora da área de vendas, incluindo a alta administração, e o impedimento de

    promoção de vendedores para cargos gerenciais. Além do mais, altos salários não

    garantem a total motivação, como também salários muito baixos proporcionam a

    desmotivação, rotatividade elevada e pouco comprometimento.

    Os componentes de um plano de remuneração e seus objetivos segundo

    Castro e Neves (2012) apud Churchill et al. são:

    Concursos de vendas – estimulam esforço adicional para um objetivo de

    curto prazo.

    Pagamentos de Incentivos – direcionam o esforço para objetivos

    estratégicos, estabelecem recompensas adicionais para melhores vendedores,

    encorajam o sucesso em vendas.

    Comissões – motivam um alto nível de esforço de vendas, encorajam o

    sucesso em vendas.

  • 33

    Salário – motiva o esforço em atividades não relacionadas ás vendas,

    pode ajustar diferenças entre territórios com diferentes potenciais de venda,

    recompensa a experiência e a competência.

    Benefícios – satisfazem a necessidade de segurança dos vendedores,

    previnem ofertas dos concorrentes para contratação.

    Muitas são as formas de se usar os incentivos, os concursos e os

    benefícios pelas empresas, mas os mais usados são somente salário, somente

    comissão ou salário mais comissão agregados com incentivos e benefícios, sendo

    este ultimo o mais utilizados nas empresas.

    O nível de esforço do vendedor deve ser levado em consideração de

    acordo com as alternativas e oportunidades de desenvolver o trabalho, e assim a

    empresa poderá escolher o plano de remuneração que maximiza os seus lucros.

    Quando a decisão é saber o quanto será representado pela parte fixa e

    parte variável, deve ser considerados a questão da aversão ao risco do vendedor,

    pois tem um impacto direto na atratividade do plano de remuneração, a incerteza

    ambiental e a eficácia do vendedor na relação esforços de vendas e resultados de

    vendas. Para facilitar melhor o entendimento os autores construíram um quadro

    onde são comparados o nível fixo e variável da remuneração de vendas como se

    mostra a seguir:

  • 34

    Quadro 4 – Comparação entre o nível fixo e variável da remuneração em vendas

    Condição A proporção do salário fixo em relação ao

    total da remuneração deve ser

    Menor Maior

    Importância das habilidades do vendedor em realizar vendas

    Considerável Pequena

    Reputação ou reconhecimento da empresa no mercado

    Pouca Muita

    Nível de investimentos em outras atividades de comunicação como propagandas ou promoções

    Baixo Alto

    Vantagem competitiva Pequena Alta

    Importância em oferecer serviços aos consumidores

    Pequena Alta

    Significância do volume total de vendas como um objetivo principal de vendas

    Maior Menor

    Complexidade técnica ou existência de vendas em equipes

    Baixa Alta

    Existência de fatores fora do controle do vendedor influenciando vendas

    Baixa Considerável

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves(2012) com base em Basu et al. (1985)

    Por fim, o plano de remuneração de vendas deve estar relacionado com o

    alcance das quotas estabelecidas na organização de vendas, modificando o plano

    de remuneração e agregando benefícios e incentivos com o intuito de gerar

    satisfação e aumentar a motivação. Para uma melhor visualização de todo o

    processo de plano de remuneração foram identificadas as seguintes etapas e suas

    variáveis a serem consideradas:

    Etapa 1. Valor total da remuneração - Nível de vendedor desejado;

    Formação requerida; Valor pago pela concorrência; Valor do salário em outras

    funções na empresa (administrativas), Nível de rotatividade tolerado.

    Etapa 2. Parte fixa - Nível de segurança; Montante de atividades

    administrativas; Incerteza ambiental;Controle do vendedor sobre a atividade de

    venda; Necessidade de controle da empresa sobre os esforços de venda.

  • 35

    Etapa 3. Parte variável Necessidade de motivação extrínseca;

    Direcionamento do esforço de vendas.

    Etapa 4. Uso de incentivo não financeiro - Necessidade de

    reconhecimento.

    Para a remuneração de representantes comerciais é utilizado somente a

    comissão, e os demais fatores são atribuídos mais especificamente em contrato

    entre a empresa e o representante comercial. Em algumas atividades a empresa

    consegue ter um controle, já em outras se torna pouco provável.

    4.2 Implementação de vendas

    Após a definição de todas as decisões referente a planejamento e

    organização da força de vendas, é necessário determinar as direções e padrões aos

    vendedores, utilizando critérios para desenvolvimento de trabalho do vendedor

    dentro de um território. A seguir as duas atividades dessa etapa.

    4.2.1 Administração de clientes e informações

    Nessa atividade constará um quadro no qual determinará os tópicos

    importantes da atuação do vendedor em seu território, que deverá ser considerado o

    “Manual do vendedor”. No manual mostrará o relacionamento entre as diferentes

    atividades relacionadas com as vendas, a discussão estratégica, o gerenciamento

    de territórios e trabalho realizado em campo pelo vendedor. Será uma formalização

    do que a empresa estabeleceu estrategicamente com o que o será feito

    operacionalmente. E nada adiantará a empresa ter definido todas as etapas

    anteriores e somente jogar seus vendedores nos territórios.

    A troca de informações é um processo critico nas organizações e não

    seria diferente com a equipe de vendas. O método propõe uma sistematização do

    fluxo de informações e comunicações com o intuito de aproximar os agentes

    envolvidos, para um melhor aproveitamento dessa aproximação e facilitação de

    alinhamento de objetivos entre empresa e vendedor.

    Os vendedores são os responsáveis por levar e trazer informações dos

    clientes, dos territórios, dos concorrentes e do mercado, a função de administração

  • 36

    de vendas pode ser analisada por uma perspectiva diferente em que administra

    informações sobre os clientes, os vendedores, os gerentes de vendas, os produtos,

    os concorrentes, a empresa e outros fatores ambientais. A administração de

    informações de clientes é saber levar e coletar as informações corretas no momento

    correto para que auxiliem no processo de tomada de decisão. Se esse processo de

    comunicação entre os vendedores e o mercado não chegar até os gerentes,

    certamente estes tomarão decisões erradas por falta de informações. Quando os

    vendedores detém informações dos clientes que não são repassadas para a

    empresa, ela fica impedia de acompanhar o desempenho dos vendedores.

    Os autores propõem um processo de sistematização dos fluxos dessas

    informações que vão desde a empresa para o mercado e do mercado para a

    empresa passando pelos vendedores, revendedores e gerentes. São listadas em um

    quadro ações de comunicação e troca de informação com o mercado como:

    - Ações da empresa para o mercado;

    - Dos gerentes regionais para o mercado (o que os gerentes devem fazer

    para atuar bem no mercado, cabe ao diretor comercial a liderança neste fator, bem

    como a cobrança;

    - Dos vendedores para o mercado (o que os vendedores devem fazer

    para atuar bem no mercado, cabe ao gerente a liderança neste fator, bem como a

    cobrança do vendedor);

    - Da Empresa (diretoria de marketing e comercial) para os gerentes

    regionais: o que a empresa deve fazer para os gerentes regionais ( são ações para o

    diretor comercial;

    - Dos Gerentes regionais para os vendedores: o que os gerentes

    regionais devem fazer aos vendedores para atuar bem no mercado (função do

    gerente, monitorado pelo diretor comercial);

    - Dos gerentes regionais para a empresa: o que os gerentes regionais

    devem fazer em termos de informações para a empresa (função do gerente,

    monitorado pelo diretor comercial.);

    - Dos Vendedores para os gerentes regionais: o que os vendedores

    devem fazer em termos de informações para gerentes regionais (função do

    vendedor, monitorada pelo gerente e diretor comercial);

  • 37

    - Do mercado para a empresa: o que a empresa deve fazer em termos de

    informações (função do diretor comercial);

    - Informações do mercado para os gerentes regionais: o que o gerente

    regional deve saber do mercado e passar à empresa (função do diretor comercial

    cobrar);

    - Informações do mercado para os vendedores: o que o vendedor deve

    saber do mercado e passar ao seu gerente regional (função do vendedor cobrar).

    Esse fluxo de informações deve ser de extrema importância para as

    empresas, e os gestores dessa área tem que ter em mente sempre o uso dessa

    ferramenta independente da estrutura organizacional da empresa e das dificuldades

    decorrentes desta.

    4.2.2 Gerenciamento do território: recrutamento, seleção, treinamento e motivação

    Esse conjunto de atividades é um dos principais papéis de um gerente de

    vendas, é a partir de um recrutamento e seleção bem feitos que a empresa reduz

    custos com alta rotatividade e a contratação de uma equipe de alta qualidade e

    potencial. Dentro do marketing a área de recursos humanos atuará com a equipe de

    vendas em busca de recrutar, selecionar, treinar e motivar os vendedores.

    No processo de recrutamento e seleção de vendedores existem diversas

    variáveis que podem ser utilizadas pelo gestor, mas existem especificamente

    algumas que são de extrema importância para esse processo. O primeiro passo será

    escolher as variáveis que devem ser utilizadas em todo o processo e a partir daí

    definir o perfil do vendedor desejável pela empresa. Abaixo serão listadas as

    principais variáveis e as características que as compõem:

    a) Físicas e demográficas: idade, sexo, estado civil, religião, aparência

    física (peso, altura, aparência geral);

    b) Formação educacional e experiência profissional: formação pessoal e

    dados de formação de familiares (contexto familiar), nível educacional alcançado

    (graduação, pós, cursos de especialização), experiência na área de vendas

    anteriores, outras experiências que não na área de vendas;

    c) Estilo de vida e status atual: vida familiar (atividades do cônjuge e

    filhos), número de dependentes, status financeiro, atividades (hobbies);

  • 38

    d) Aptidões (inerentes à pessoa): inteligência, habilidades cognitivas,

    inteligência verbal, habilidade matemática, aptidão para o trabalho como vendedor;

    e) Habilidades (podem ser apreendidas): apresentação oral, habilidades

    interpessoais (relacionamentos), habilidades administrativas, conhecimento da

    atividade e do negócio;

    f) Personalidade: responsabilidade, sociabilidade, autoestima,

    criatividade, flexibilidade, necessidade de realização pessoal (motivação intrínseca),

    necessidade de busca de resultados (motivação extrínseca).

    O processo de recrutamento deve ser feito de forma a atrair bons

    candidatos, e para isso a divulgação deve ser feita com cuidado à essa exigência,

    alguns lugares para buscar candidatos são universidades, faculdades, agências de

    empregos, empresas não concorrentes, empresas concorrentes, indicação da

    equipe atual de vendas.

    Após recrutados os candidatos devem ser selecionados, e o que ajudará

    muito é a diferenciação entre os vendedores de maior e menor sucesso profissional,

    buscando as principais diferenças entre eles.

    A ação agora é selecionar dentre o grupo, aqueles que apresentam as

    características críticas para o sucesso dentro da empresa, que podem ser a

    formação, as experiências em vendas, idade entre outras.

    No entanto, segundo os autores, mesmo depois de diversos estudos e

    tentativas de descobrir o perfil ideal do vendedor, chegou-se a conclusão de que as

    diferenças dentre as diversas características eram pouco variáveis, e que, o perfil

    ideal para cada empresa dependerá de diversos fatores, como produtos, clientes,

    mercado, habilidades técnicas referentes aos produtos, dentre outras.

    No quadro abaixo mostrado pelos autores, o objetivo é mostrar que para

    cada tipo de vendedor as características são diferentes.

  • 39

    Quadro 5 – Características procuradas em vendedores dependendo do tipo de

    vendedor

    Tipo de vendedor Características relativamente importantes

    Características relativamente pouco importantes

    Trade selling, vendedor de canais

    Idade, maturidade, empatia, conhecimento dos consumidores e métodos de negócio.

    Agressividade, habilidade técnica, conhecimento do produto, persuasão.

    Missionário Jovialidade, energia, habilidade verbal, persistência.

    Empatia, conhecimento dos consumidores, maturidade, experiência previa em vendas.

    Venda Técnica Educação, conhecimento de produtos e clientes, normalmente adquirido através de treinamento e inteligência.

    Empatia, persuasão, agressividade, idade.

    Vendedor de novos negócios Experiência, idade e maturidade, agressividade

    Conhecimento do consumidor, conhecimento do produto, educação e empatia.

    Fonte: Elaborado por Castro e Neves (2012) adaptado de Churchill et al. (2000)

    Com relação às técnicas de seleção, algumas são utilizadas para se

    buscar as informações desejadas, como entrevistas, checagem de informações

    passadas, utilização de formulários, testes de habilidades, simulações de venda,

    entre outras. Sendo a simulação de venda uma das que mais apresentam resultados

    satisfatórios, pois colocam o candidato em uma situação real de negociação com

    alguns fatores complicadores e são analisadas a reação à essas situações.

    A seguir são listados os passos para a elaboração do processo de

    recrutamento e seleção:

    1º passo: Quem participará do processo?

    2º passo: Quem tem autoridade de tomar decisões de contratação?

    3º passo: Definição do perfil do candidato buscado.

    4º passo: A atração de candidatos internos e externos através de

    recrutamento.

    5º passo: Definição das práticas de seleção e escolha de candidatos.

    Várias características foram descobertas como sendo um insucesso para

    um perfil de um bom vendedor, são elas, pouca habilidade de escuta, incapacidade

    de planejar e priorizar as suas atividades, desperdício de tempo, falta de esforço

    suficiente, falta de habilidade em determinar necessidades dos clientes, falta de

    planejamento para a apresentação de vendas, conhecimento inadequado sobre

  • 40

    produtos e serviços, insistência, falta de confiabilidade, conduta não profissional e

    otimismo ilimitado com o cliente. Essas características devem ser evitadas no

    processo de recrutamento e seleção de vendedores.

    No treinamento é preciso que a empresa faça uma análise sobre quais

    conhecimentos específicos o vendedor precisa ter dentro do processo de venda,

    como produto, cliente, mercado, da própria empresa, processos, técnicas de venda

    e assim poder definir suas necessidades de treinamento tanto para novos

    vendedores quanto para veteranos.

    No processo de treinamento serão aplicadas mudanças em algumas

    características suscetíveis à mudanças, como motivação, técnicas e habilidades,

    pois algumas delas são de personalidade e dificilmente consegue-se mudar, por isso

    a importância de selecionar vendedores com as características mais próximas

    desejadas pela empresa.

    Os autores sugerem no quadro abaixo algumas informações que devem

    ser buscadas com base no objetivo do treinamento.

    Quadro 6 – Avaliação de treinamentos: objetivos, informações e métodos

    Nível de avaliação: qual a questão?

    Informação: que informação buscar?

    Método: como coletar?

    Reação Os participantes gostaram do programa?

    Opinião Avaliação; Questionários; Comentários; Entrevistas com participantes.

    Aprendizagem Os participantes aprenderam conceitos ou habilidades?

    Entendimento de conceitos, habilidade pra usar técnicas.

    Testes feitos antes e depois do treinamento.

    Comportamento Os participantes mudaram seu comportamento no trabalho?

    Comportamento no trabalho Índices comportamentais, antes e depois, séries temporais.

    Resultados Quais os resultados pessoais ou organizacionais que ocorreram?

    Mudanças em vendas, produtividade, ou outro índice de desempenho.

    Métodos de custos e benefícios, procurando o índice de retorno.

    Fonte: Castro e Neves apud Atkinson e Higgins (1988)

    É preciso saber qual o objetivo do treinamento para poder buscar a

    avaliação dos resultados de cada um.

  • 41

    Já na motivação é preciso que se reavalie o plano de remuneração para

    poder alinhar os objetivos da empresa com os da equipe de vendas em busca da

    direção esperada. A motivação em vendas pode ser considerada como o esforço

    que o vendedor está disposto a fazer para realizar suas visitas, fazer relatórios, fazer

    o pós – venda entre outros.

    Para que a empresa consiga motivar sua força de vendas é preciso que

    ela saiba identificar quais recompensas são esperadas e valorizadas por eles, e

    depois relacionar essas recompensas a metas claras de desempenho para que se

    torne claro a maneira de atingi-las. E para complementar é necessário que a

    remuneração seja financeira e não financeira acompanhada de metas alinhadas e

    motivadoras.

    Algumas ações administrativas influenciam o desempenho das vendas,

    abaixo segue uma relação apresentada por Castro e Neves (2012) apud Churchill et

    al. (2000) e Albers (2000).

    Políticas de recrutamento e seleção – Aptidão: habilidades naturais e

    persistência de traços pessoais relevantes para a performance das atividades no

    trabalho.

    Políticas de recrutamento e seleção – Características pessoais: traços

    pessoais, experiência familiar, educação, experiência de trabalho e de vendas, estilo

    de vida, entre outras.

    Treinamento e Supervisão- Nível de habilidades: competências

    aprendidas ao realizar atividades de trabalho.

    Treinamento e supervisão e políticas de administração das contas –

    Percepção de função: percepções da demanda de emprego expectativas da função

    do parceiro.

    Compensação e sistemas de recompensas – Motivação: desejo de

    empregar esforço em atividades de trabalho específicas.

    Organização das forças de vendas, desenho do território, programas de

    marketing – Fatores organizacionais e ambientais: potencial de vendas dos

    vendedores da região, autonomia do vendedor, forças competitivas da empresa.

    Como pode-se perceber são várias as atividades que influenciam o

    desempenho e consequentemente a motivação dos vendedores, nesse sentido a

  • 42

    empresa deve estar voltada para desenvolver estratégias que vá de encontro com

    os interesses da força de vendas.

    4.3 Controle de vendas

    A última etapa que o modelo apresenta diz respeito ao monitoramento

    das atividades desempenhadas pela equipe de vendas. São considerados os

    esforços de venda e selecionados os melhores itens de se avaliar o sucesso que

    está sendo adquirido. São estabelecidos dois mecanismos para esses controles:

    4.3.1 Administração de conflitos

    Na administração de conflitos pode-se buscar referência nos canais de

    distribuição para que facilite a identificação dos conflitos, a minimização e a criação

    de critérios para que pudessem ser bem encaminhados. Muitas das identificações

    poderão ser feitas no momento da integração entre os canais de distribuição e

    vendas, o objetivo é poder entender os conflitos de forma mais ampla e assim poder

    estabelecer critérios para que possam ser solucionados ou melhor administrados,

    tendo em vista que conflitos sempre existirão.

    A maioria dos conflitos são decorrentes das diferenças entre vendedores

    e empresas e tem sua origem nas metas, percepções da realidade, conflitos de

    domínio e incongruência de papéis. No entanto, alguns conflitos são considerados

    positivos tanto para a empresa quanto para os vendedores, pois trazem para

    discussão assuntos que podem ser melhor solucionados através de um consenso

    entre ambas as partes. Já a incidência de muitos conflitos levam à desmotivação ou

    acomodação por ambas as partes, desfavorecendo a eficiência das atividades.

    Alguns tipos de conflitos são colocados pelos autores, o primeiro seria

    com relação às políticas de vendas, em que na maioria das empresas não é bem

    definido a punição ao descumprimento das regras estabelecidas.

    O segundo conflito seria a existência de canais múltiplos de vendas, para

    o fornecedor esse fator é interessante porque permite uma maior penetração no

    mercado, mas para os representantes, revendedores e vendedores não seria, pois

    há a possibilidade de disputa pelo mesmo cliente.

  • 43

    Outro conflito existente é relacionado à venda direta do fabricante para

    revendas de grande potencial, mesmo que essa seja uma questão difícil de evitar,

    os vendedores e representantes precisam estar preparados para esse tipo de

    situação ou “competição”.

    Um conflito de fundamental importância diz respeito às regras, onde o

    excesso de regras leva à burocracia que por sua vez pode ser entendida como

    desconfiança e assim prejudicando a parceria. Mas em contrapartida a ausência de

    regras abrem espaço para o aparecimento de conflitos em que não são bem

    definidas as regras, prejudicando assim a empresa, os vendedores e os

    distribuidores.

    Para a minimização dos conflitos citados, os autores sugerem algumas

    alternativas, como:

    [...]comunicar-se mais frequente e efetivamente, estabelecer canais para expressar insatisfações, fazer uma revisão critica das ações passadas, inventar e implementar divisão equilibrada dos recursos do sistema, desenvolver uma distribuição mais balanceada de poder em seus relacionamentos, desenvolver padrões de atuação para serem seguidos em eventuais futuros conflitos.

    Nesse contexto, cada empresa deve buscar a origem ou o problema raiz

    que estão causando os conflitos, e assim poder criar soluções para minimização ou

    erradicação destes.

    4.3.2 Formas de controle e auditoria em vendas

    Nesse ponto serão consideradas as medidas de controle e avaliação das

    atividades e resultados relacionados á área de vendas. A grande dificuldade nessa

    fase é conseguir um resultado do desempenho de um vendedor isoladamente das

    variáveis do marketing mix da empresa, variações no território, em que fazem as

    vendas variar independente do esforço do vendedor. E também outro fator é que

    trabalham longe da matriz e dos olhos do gerente. No entanto, os autores destacam

    que estu