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i JUAN EDUARDO SAMUR SAN MARTIN FREQÜÊNCIA DA OBESIDADE E SEUS FATORES DETERMINANTES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA CAMPINAS-SP 2010

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JUAN EDUARDO SAMUR SAN MARTIN

FREQÜÊNCIA DA OBESIDADE E SEUS FATORES DETERMINANTES EM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN ATENDIDAS EM UM

CENTRO DE REFERÊNCIA

CAMPINAS-SP

2010

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JUAN EDUARDO SAMUR SAN MARTIN

FREQÜÊNCIA DA OBESIDADE E SEUS FATORES DETERMINANTES EM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN ATENDIDAS EM UM

CENTRO DE REFERÊNCIA

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação

da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade

Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre

em Saúde da Criança e do Adolescente, na área de

concentração Saúde da Criança e do Adolescente.

ORIENTADOR: PROF. DR. GABRIEL HESSEL

CAMPINAS-SP

2010

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“Quando temos vontade, amor, sabedoria, fé e

perseverança em nós e em tudo que desejamos concretizar, somos presenteados com a prosperidade”.

Juan Samur

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP

Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044

Título em inglês : Frequency of obesity and its determinant factors in children and adolescents with Down syndrome assisted at a Center of Reference

Keywords: • Down syndrome • Obesity • Childrens • Adolescents • BMI • Body weight • Physical activity

Titulação: Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente Área de concentração: Saúde da Criança e do Adolescente Banca examinadora: Prof. Dr. Gabriel Hessel Profº. Drº. Graciele Massoli Rodrigues Profª. Drª. Maria Ângela Reis de Góes Monteiro Antonio Data da defesa: 26-02-2010

Samur San Martin, Juan Eduardo Sa46f Freqüência da obesidade e seus fatores determinantes em crianças e

adolescentes com síndrome de Down atendidas em um Centro de Referência / Juan Eduardo Samur San Martin. Campinas, SP: [s.n.], 2010.

Orientador: Gabriel Hessel Dissertação ( Mestrado ) Universidade Estadual de Campinas.

Faculdade de Ciências Médicas. 1. Down, síndrome de. 2. Obesidade. 3. Crianças. 4.

Adolescentes. 5. Índice de massa corporal. 6. Peso corporal. 7. Atividade física. I. Hessel, Gabriel. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

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DEDICATÓRIA

A Deus e nosso Mestre

Jesus por seu Amor Supremo e Sabedoria Infinita para

conosco e tudo nesta existência e vida, dando-nos a

grandiosa oportunidade do aprimoramento moral,

intelectual e espiritual e da evolução do nosso ser.

A minha maravilhosa família,

meus pais Carlos e Margarita; Patricia, Mario e Beatriz;

Carlos, Mirian e Priscila por todo seu amor, sabedoria,

paciência, apoio, companheirismo e respeito, que me

motiva e incentiva a prosseguir nas conquistas dos meus

objetivos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus e ao Mestre Jesus por terem conduzido o Professor Dr. Gabriel Hessel à

Biblioteca da FCM e coincidentemente proporcionado o encontro de quem seria meu

guia e orientador. Que com sua sabedoria, respeito, carinho, paciência, dedicação e

sensatez me concedeu a oportunidade, por meio do seu ensinamento, amizade e

constante incentivo concretizar este trabalho. Maravilhoso ser humano que aprendi a

admirar e respeitar.

Ao Professor Dr. Roberto Teixeira Mendes pela competência, dinamismo, conhecimento

e incentivo na elaboração desta pesquisa científica, assim como na co-orientação deste

trabalho.

Aos membros da banca Professora Dra. Graciele Massoli Rodrigues e Professora Dra.

Maria Ângela Reis de Góes Monteiro Antonio por terem concordado em participar da

minha defesa, assim como pela valiosa contribuição nas sugestões dadas para a

finalização deste estudo.

Aos membros da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas, por meio do programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do

Adolescente.

Aos membros da diretoria, coordenação e profissionais do Centro de Educação

Especial Síndrome de Down, por sua autorização, apoio e contribuição neste trabalho.

Também aos pais e crianças e adolescentes com síndrome de Down por sua

contribuição carinhosa e importante para a elaboração deste estudo.

À Simone C. Ferreira, Tathyane Krahenbuhl e Eliene Sue Dupret Garcia pela paciência,

compreensão e ajuda, como também por estarem sempre à disposição para solucionar

e esclarecer as nossas dúvidas e solicitações. Obrigado pela sua amizade.

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Aos funcionários do Centro de Investigação em Pediatria (CIPED), pela ajuda e

amizade.

À Cleliane Silva, Estela Boccaleto, Daniella Camilo e Thalita Pereira pelo apoio e ajuda

intelectual e material inestimáveis.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por me

terem concedido a bolsa de estudo, valiosa contribuição pra minha formação

acadêmica.

Em especial aos meus familiares, pais Carlos e Margarita; Patricia, Mario R. Zúñiga

Cáceres e Beatriz; Carlos, Mirian e Priscila, Viviane, José Pin e Tainá pelo incentivo,

apoio, compreensão e amor de todos e por estarem sempre ao meu lado. Mario R.

Zúñiga Cáceres obrigado pela sua paciência e ajuda nos esclarecimentos de cunho

cientifico.

À Silene Montoro e ao Luiz Carlos Ramalho pelo privilegio de tê-los como meus amigos.

Grandes companheiros em todos os momentos.

Aos meus tios Eusebio e Estela, Mario e Nelly que sempre me incentivaram e apoiaram

na vida, assim como meus primos Andrés e Janaina, Maria Cecilia e Humberto pelo seu

amor, compreensão e respeito.

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RESUMO

A obesidade é definida como um excesso de gordura corporal em relação à massa

magra, sendo uma doença com aumento da prevalência nos últimos anos. O Objetivo

desse trabalho foi estudar a freqüência da obesidade e os fatores determinantes em

crianças e adolescentes com síndrome de Down. Casuística e Métodos: O estudo foi

realizado em 47 crianças e adolescentes matriculados no Centro de Educação Especial

Síndrome de Down, divididos em 3 sub-grupos, em faixas etárias, para a análise dos

resultados: A) de 5 a 10 anos; B) de 11 a 15 anos e C) de 16 a 20 anos de idade. As

variáveis estudadas foram: peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), dobra

cutânea triciptal (DCT), dobra cutânea subescapular (DCSE), circunferência da cintura

(CC), bioimpedância (BIA) e prática de atividade física com a interpretação pelo IPAQ

versão curta. Para comparação das proporções foi empregado o teste do Qui-quadrado

ou teste exato de Fischer. Para correlação entre o IMC e a DCT, DCSE, CC e BIA foi

utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. O nível de significância adotado foi de

5%. Resultados: A idade das crianças e adolescentes com SD variou de 5 a 20 anos

com média de 12,17 anos. Em relação à estatura, observou-se que empregando os

valores de referência do Center for Disease Control and Prevention (CDC), 25/47

(51,19%) apresentaram baixa estatura. Contudo, empregando-se uma curva especifica

para a síndrome de Down, curvas de Cronk et al., apenas 1/47 (2,12%) apresentou

baixa estatura. A freqüência da obesidade por meio dos diferentes indicadores foi: IMC

= 36,17%, DCT = 30%, DCSE = 62,50%, CC = 22,85% e BIA = 7,31%. A freqüência de

obesidade por meio do IMC não apresentou diferença estatisticamente significativa nas

seguintes faixas etárias: 5 a 10 anos, 11 a 15 anos e de 16 a 20 anos. O coeficiente de

correlação entre o IMC e os outros métodos de avaliação nutricional foi de: 0,67 com a

DCT, 0,71 com a DCSE, 0,95 com a CC e 0,55 com o percentual de massa gorda da

bioimpedância. Em relação à atividade física observou-se que 4/17 (23,52%) foram

classificados como sedentários, 1/17 (5,88%) foram classificados como insuficiente

ativo A, 5/17 (29,41%) foram classificados como insuficiente ativo B, 4/17 (23,52%)

como ativo e 3/17 (17,64%) como muito ativo. Quando esses resultados foram

comparados com o estado nutricional, não foi observada correlação significativa. Nas

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mães de crianças e adolescentes com síndrome de Down, observou-se sobrepeso em

4/10 e obesidade em 4/10. Conclusões: 1. Há baixa estatura na maioria das crianças e

adolescentes se for adotada como referência a curva do CDC. 2. É alta a freqüência de

obesidade nas crianças e adolescentes com SD na faixa etária de 5 a 20 anos, variando

de 22,85% a 62,50%, de acordo com o método adotado (IMC, DCT, DCSE e CC). 3.

Não há diferença da freqüência de obesidade em relação ao gênero nas diferentes

faixas-etárias avaliadas. 4. Observou-se correlação entre IMC e os diferentes métodos

aplicados para avaliação nutricional (DCT, DCSE, CC e BIA). 5. Não foi observada

relação entre obesidade e nível de atividade física em 17 questionários analisados.

Palavras-Chave: síndrome de Down, obesidade, crianças, adolescentes, IMC, peso,

atividade física.

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ABSTRACT

Obesity is defined as an excess of body fat relative to lean body mass, is a disease with

increasing prevalence in recent years. The objective of this work was to study the

frequency of obesity and its determinants in children and adolescents with Down

syndrome. Methods: The study was conducted in 47 children and adolescents enrolled

at the Centro de Educação Especial Síndrome de Down (Center for Special Education

Down Syndrome) divided into 3 sub-groups by age, for the analysis of the results: A)

from 5 to 10 years old, B) 11 to 15 years old and C) from 16 to 20 years old. The

variables studied were: weight, height, body mass index (BMI), triceps skinfold,

subscapular skinfold, waist circumference (WC), bioelectrical impedance analysis (BIA)

and physical activity with the interpretation the IPAQ short version. To compare

proportions, the chi-square or Fisher exact test were applied. For correlation between

BMI and triceps skinfold, subscapular skinfold, WC and BIA used the correlation

coefficient of Pearson. The level of significance was 5%. Results: The age of children

and adolescents with Down syndrome ranged from 5 to 20 years old with an average of

12.17 years. About height, it was observed that using benchmarks from the Center for

Disease Control and Prevention (CDC), 25/47 (51.19%) had short stature. However,

using an specific curves for Down syndrome, curves Cronk et al., Only 1 / 47 (2.12%)

had short stature. The frequency of obesity through the different indicators were: BMI =

36.17%, triceps skinfold = 30%, subscapular skinfold = 62.50%, WC = 22.85% and BIA

= 7.31%. The prevalence of obesity by BMI did not show a statistically significant

difference in the ages 5 to 10 years, 11 to 15 years and 16 to 20 years. The correlation

coefficient between BMI and other methods of nutritional assessment was: 0.67 with the

triceps skinfold, with subscapular skinfold 0.71, 0.95 to WC and 0.55 with percentage of

fat mass in elderly women. In relation to physical activity showed that 4 / 17 (23.52%)

were classified as sedentary, 1 / 17 (5.88%) were classified as insufficiently active A, 5 /

17 (29.41%) were classified as insufficient asset B, 4 / 17 (23.52%) as active and 3 / 17

(17.64%) as very active. When these results were compared with the nutritional status,

there was no significant correlation. In mothers of children and adolescents with Down

syndrome, overweight was observed in 4 / 10 and obesity in 4 / 10. Conclusions: 1.

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There's stature in most children and adolescents if adopted as a reference curve of the

CDC. 2. The high frequency of obesity in children and adolescents with DS aged 5 to 20

years, ranging from 22.85% to 62.50%, according to the method adopted (BMI,

skinfolds, and WC). 3. There is no difference in the frequency of obesity in relation to

gender in different age-groups studied. 4. A correlation between BMI and the various

methods used for nutritional assessment (triceps skinfold, subscapular skinfold, waist

circumference and BIA). 5. There was no relationship between obesity and physical

activity in 17 questionnaires analyzed.

Keywords: Down syndrome, obesity, childrens, adolescents, BMI, weight, physical

activity.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CDC = Center for Disease Control and Prevention

CEESD = Centro de Educação Especial Síndrome de Down

CELAFICS = Centro Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul

CEP = Comitê de Ética em Pesquisa

Cm = Centímetros

DEXA = absortometria de raios X de dupla energia

DP = Desvio Padrão

DRI = Dietary References Intakes

E = Estatura

E/I = Estatura/Idade

FCDS = Fundació Catalana Síndrome de Down

FCM = Faculdade de Ciências Médicas

I = Idade

IOTF = International Task Force

IPAQ = Questionário Internacional de Atividade Física

Kg = Quilograma

m = Metros

NANHES = National Health Nutrition Examination Survey

NCHS = National Center for Health Statistics

O = Obesidade

OMS = Organização Mundial da Saúde

P = Peso

P/E = Peso/Estatura

P/I = Peso/Idade

Ps = Percentil

SD = síndrome de Down

SP = Sobrepeso

TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Unicamp = Universidade Estadual de Campinas

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WHO = Word Health Organization

Avaliação Antropométrica

BMI = Body Mass Index

CB = Circunferência do Braço

CC = Circunferência da Cintura

DC = Dobra Cutânea

DCs = Dobra Cutânea

DCSE = Dobra Cutânea Subescapular

DCT = Dobra Cutânea Triciptal

IMC = Índice de Massa Corporal (Kg)

Bioimpedância

%AIntC = Percentual de Água Intracelular

%ExtC = Percentual de Água Extracelular

%MG = Percentual de Massa Gorda

%MM = Percentual de Massa Magra

ACT = Água Corporal Total

AExtC = Água Extracelular

AIntC = Água Intracelular

AngF = Ângulo da Fase

BIA = Bioimpedância Elétrica

Capacit = Capacitância

MG kg = Massa Gorda

MM kg = Massa Magra

Reatan = Reatância

Resist = Resistência

TMB = taxa Metabólica Basal

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LISTA DE TABELAS

TABELAS DOS RESULTADOS DO CAPÍTULO ÚNICO (ARTIGO) PÁG

Tabela 1 – Comparação de estatura em desvio padrão das crianças com

Síndrome de Down de 0 a 8 anos de idade (Mustacchi x NCHS). 36

Tabela 2 – Comparação do peso em desvio padrão das crianças com

Síndrome de Down de 0 a 8 anos de idade (Mustacchi x NCHS). 37

Tabela 3 – Comparação da estatura em desvio padrão das crianças com

Síndrome de Down de 0 a 8 anos de idade (Mustacchi x Cronk et al.). 38

Tabela 4 – Comparação do peso em desvio padrão das crianças com

Síndrome de Down de 0 a 8 anos de idade (Mustacchi x Cronk et al.). 39

Tabela 5 – Descrição dos principais estudos relacionados com o crescimento

de crianças e adolescentes com síndrome de Down. 40

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xvi

LISTA DE TABELAS

TABELAS DOS RESULTADOS DA DISSERTAÇÃO PÁG

Tabela 1 – Comparação do índice de estatura/idade das crianças e

adolescentes com síndrome de Down entre as curvas do CDC 2000 e as

curvas de Cronk et al (1988), segundo gênero.

70

Tabela 2 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes

com SD por gênero, baseada nos valores de referência do IMC definidas pelo

CDC 2000.

71

Tabela 3 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes

com SD de acordo com os valores de referência do IMC do CDC 2000

segundo gênero e faixas etárias.

71

Tabela 4A – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes

com síndrome de Down de acordo com a dobra cutânea tricipital (DCT)

segundo gênero e faixas etárias.

72

Tabela 4B – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes

com síndrome de Down de acordo com a dobra cutânea subescapular (DCSE)

segundo gênero e faixas etárias.

72

Tabela 5 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes

com SD de acordo com a circunferência da cintura (CC) segundo gênero. 73

Tabela 6 – Classificação do estado nutricional de acordo com a bioimpedância

elétrica. 73

Tabela 7 – Freqüência de obesidade e sobrepeso em crianças e adolescentes

com SD segundo diferentes índices. 74

Tabela 8 – Correlação entre o IMC e as dobras cutâneas, circunferência da

cintura e percentual de massa gorda obtida pela bioimpedância elétrica. 74

Tabela 9 – Classificação das mães das crianças e adolescentes com SD pelo

IMC. 77

Tabela 10 – Classificação do nivel de atividade física do questionário de

atividade física, IPAQ versão curta. 78

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICOS DOS RESULTADOS PÁG

Grafico 1 – Correlação entre o IMC e a dobra cutânea triciptal.

75

Grafico 2 – Correlação entre o IMC e a dobra cutânea subescapular.

75

Grafico 3 – Correlação entre o IMC e a circunferência da cintura.

76

Grafico 4 – Correlação entre o IMC e o percentual de gordura obtida pela

bioimpedância elétrica. 76

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xviii

SUMÁRIO PÁG

1. CAPÍTULO ÚNICO 20 2. ANTECEDENTE DA LITERATURA 41 2.1. Síndrome de Down

42

2.1.1. Um breve histórico da síndrome de Down

43

2.1.2. Primeiros estudos médicos e científicos sobre a síndrome de Down

43

2.1.3. Causa genética

44

2.1.4. Características da síndrome de Down

45

2.2. Obesidade

46

2.2.1. Diagnóstico da obesidade em crianças e adolescentes

47

2.2.2. Obesidade, composição corporal e síndrome de Down

48

2.3. Composição Corporal

49

2.3.1. Técnicas para determinar a composição corporal

50

2.3.1.1. Método Direto

50

2.3.1.2. Métodos Indiretos

50

2.3.1.3. Métodos Duplamente Indiretos

51

2.4. Atividade física e síndrome de Down

52

3. OBJETIVOS 55 3.1. Objetivo geral

56

3.2. Objetivos específicos

56

4. CASUÍSTICA E MÉTODOS 57 4.1. Casuística

58

4.1.1. Aspectos Éticos

58

4.1.2. População

58

4.1.3. Critérios de Inclusão

58

4.1.4. Critérios de exclusão

58

4.1.5. Amostra Final

58

4.1.6. Variáveis

59

4.1.6.1. Variáveis independentes 59

4.1.6.2. Variáveis dependentes 59

4.2. Método

59

4.2.1. Delineamento do estudo

59

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xix

4.2.2. Técnicas utilizadas

59

4.2.2.1. Primeira Fase

60

4.2.2.2. Segunda Fase 60

4.2.2.2.1. Elaboração das coletas 61

4.2.2.2.1.1. Peso 61

4.2.2.2.1.2. Estatura

61

4.2.2.2.1.3. Índice de Massa Corporal

62

4.2.2.2.1.4. Dobras Cutâneas

62

4.2.2.2.1.4.1. Dobra Cutânea Triciptal 63

4.2.2.2.1.4.2. Dobra Cutânea Subescapular

63

4.2.2.2.1.5. Perímetros Corporais

64

4.2.2.2.1.5.1. Circunferência da Cintura

64

4.2.2.2.1.6. Bioimpedância Elétrica 64

4.2.2.2.1.7. Questionário Alimentar 65

4.2.2.2.1.8. Questionário IPAQ versão curta

66

4.2.2.2.1.8.1. Atividade Moderada 66

4.2.2.2.1.8.2. Atividade Vigorosa 66

4.2.2.2.1.8.3. Critérios de Freqüência e Duração

66

4.2.2.2.1.8.3.1. Sedentário 66

4.2.2.2.1.8.3.2. Insuficiente Ativo A 67

4.2.2.2.1.8.3.3. Insuficiente Ativo B 67

4.2.2.2.1.8.3.4. Ativo 67

4.2.2.2.1.8.3.5. Muito Ativo 67

4.2.2.2.1.9. Preenchimento do questionário de ingestão alimentar e atividade física 67

4.2.2.2.1.10. Atividades desenvolvidas com os pais das crianças e adolescentes com síndrome de Down

67

4.2.2.3. Terceira Fase

68

5. RESULTADOS 69 6. DISCUSSÃO 79 7. CONCLUSÕES 88 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 90 9. ANEXOS 103 10. APÊNDICES 109

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Capítulo Único 20

1. CAPÍTULO ÚNICO

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Capítulo Único 21

ARTIGO DE REVISÃO:

Indicadores do diagnóstico de obesidade em crianças e adolescentes com síndrome de

Down

Diagnostic indicators of obesity in Children and Adolescents with Down Syndrome

Autores: Juan Eduardo Samur San Martin1, Roberto Teixeira Mendes2, Gabriel Hessel3

Revista em que foi submetido o artigo: Revista Paulista de Pediatria

1 Aluno do Curso de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente do

Departamento de Pediatria, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp). 2 Professor Assistente Doutor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências

Médicas da Unicamp. 3.Professor Associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências

Médicas da Unicamp.

Endereço de Correspondência:

Juan Eduardo Samur San Martin

Rua Albatroz, 65 bloco F4 Apto. 23 – Jardim Londres

CEP: 13061-371 – Campinas/SP

E-mail: [email protected]

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Capítulo Único 22

RESUMO

Objetivo: Apresentar uma revisão dos indicadores diagnósticos de obesidade em

crianças e adolescentes com síndrome de Down.

Fonte de dados: Levantamento dos artigos realizado pela base de dados Medline,

Lilacs e Scielo. Os termos de busca utilizados foram: síndrome de Down, Trissomia 21,

relacionados com avaliação antropométrica, tabelas de crescimento, obesidade em

crianças e adolescentes.

Síntese dos dados: A obesidade é considerada como uma epidemia que acomete

também crianças e adolescentes com síndrome de Down e o seu diagnóstico é

dificultado por haver variabilidade em diferentes estudos dos índices antropométricos.

As pesquisas efetuadas em diferentes países revelaram que há um déficit da altura das

crianças e adolescentes com síndrome de Down quando comparadas com os dados

das tabelas publicadas pelo National Center for Health Statistics em todas as faixas-

etárias e em ambos os sexos, mas com variabilidade de intensidade. O estudo de

Mustacchi realizado em São Paulo com 174 crianças com síndrome de Down, revelou

um déficit importante de estatura aos 8 anos tanto em meninas como em meninos

quando comparou seus resultados com as curvas do National Center for Health

Statistics. Em relação ao peso, não observou diferença no sexo masculino aos 8 anos,

mas houve déficit significativo no sexo feminino.

Conclusões: Os dados antropométricos disponíveis em curvas pôndero-estaturais são

considerados relativos a uma determinada população e revela suas características

específicas porque expressam a influência dos fatores ambientais e determinantes

genéticos daquela população. Portanto, há necessidade de se definir curvas de padrão

de referência para crianças e adolescentes com síndrome de Down em diferentes faixas

etárias, regiões e etnias.

Palavras-chave: Síndrome de Down; obesidade, crescimento, peso, estatura,

antropometria.

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Capítulo Único 23

ABSTRACT

Objective: Present a review of obesity diagnostic indicators in children and adolescents

with Down Syndrome.

Data Source: Articles research on Medline, Lilacs and Scielo databases, the search

terms used were: Down syndrome, Trissomy 21, Anthropometric evaluation, growth

charts, obesity on children and adolescents.

Data Synthesis: Obesity is considered an epydemy that also affect children and

adolescents with Down syndrome and its diagnostic is difficult because of the variability

on different studies of anthropometric indexes. Studies performed on different countries,

revealed that there are a deficit on the height of children and teenagers with Down

syndrome when compared to the data on the tables published by the National Center for

Health Statistics on all ages and on both genders, but with differences on intensity. A

study from Mustacchi realized in São Paulo with 174 children with Down syndrome,

revealed an important deficit on height when they are 8 years old on boys and girls when

he compared his results to the charts of the National Center for Health Statistics.

Regarding weight, no difference was found on male gender at age 8, but there was an

important deficit on female gender.

Conclusions: The anthropometric data available on weight and height charts are

considered relative to a determined population and reveals its specific characteristics

because they express an influence on environmental factors and genetic determinants

of that population. Thus, there is a necessity to define standard reference charts for

children and adolescents with Down syndrome on different ages, regions and ethnic

groups.

Key-words: Down syndrome, obesity, growing, weight, stature, anthropometry.

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Capítulo Único 24

1. INTRODUÇÃO

O nome dado à síndrome de Down (SD) deve-se ao reconhecimento atribuído

ao pesquisador/estudante de medicina John Langdon Down que no ano de 1866

descreveu com clareza os pontos cardinais da síndrome, vindo a denominá-la de

mongolismo devido aos ligeiros traços faciais, semelhantes aos povos orientais. Porém,

Stratford destaca que o termo mongolóide, começou a ser muito criticado pelos

cientistas japoneses, chineses e mongóis que o consideravam ofensivo sendo

suprimido já na década de 70 pelos médicos e periódicos científicos. A sua incidência é,

em média, de 1 (um) a cada 700 nascimentos e acomete todas as raças e grupos sócio-

econômicos. A sua ocorrência aumenta de acordo com a idade materna, e o

diagnóstico é confirmado pelo exame do cariótipo 1-16.

A SD é considerada uma anomalia genética autossômica, resultante da

trissomia do cromossomo 21, e os portadores apresentam um dos seguintes tipos: a

trissomia livre ou não-disjunção, que é a mais comum (encontra-se em 95% dos

indivíduos afetados), ocorre em todas as células e é constituído de 47 cromossomos,

sendo que este cromossomo extra pode proceder da mãe ou do pai; trissomia por

translocação (acomete em aproximadamente 2% a 3% dos afetados) e nesse tipo o

cromossomo extra está associado a outro cromossomo, geralmente o cromossomo 14

ou a outro cromossomo 21; e o mosaicísmo do cromossomo 21 (varia entre 1% e 2%

dos casos), ocorre após a fertilização nas primeiras divisões celulares, e em parte das

células do indivíduo 1-16.

1.1. Obesidade e Síndrome de Down

A obesidade é vista atualmente como uma epidemia mundial, que acomete

crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo reconhecida como um dos maiores

problemas de saúde pública no mundo. A OMS descreve a obesidade como uma

doença crônica que se caracteriza pelo excesso do tecido adiposo no organismo e a

sua ocorrência facilita o aparecimento das diferentes alterações: dislipidemias, afecções

pulmonares, diabetes melitus, alguns tipos de câncer, problemas renais, doença da

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Capítulo Único 25

vesícula biliar, problemas nas articulações, músculos, hipertensão arterial e alterações

endócrinas. 17-22.

A etiologia da obesidade ainda não está totalmente definida, mas fatores

genéticos, bioquímicos, metabólicos, psicossociais e culturais contribuem para sua

gênese. Pode ser classificada quanto a sua origem em: endógena, que afeta 5% dos

casos e está relacionada a fatores genéticos, endócrinos, metabólicos e

neuropsicológicos; exógena, que acomete 95% dos casos e está relacionada com

fatores de origem comportamental, dietética e ambiental 19-22.

Em relação à etiologia, Schwatzman relata que não há total esclarecimento

sobre as causas da obesidade na SD, mas os seguintes fatores devem contribuir:

hábitos alimentares inadequados, ingestão calórica excessiva, menor taxa do

metabolismo basal, hipotonia muscular, baixo índice da pratica de atividade física.

Algumas doenças secundárias que acometem os indivíduos com SD, também podem

contribuir para o aumento de peso, tais como: hipotireoidismo não controlado,

anomalias intestinais, problemas ortopédicos e a apnéia do sono 1-16.

Por outro lado, Giaretta et al.23 apontam os pais como responsáveis pela

obesidade ou sobrepeso nas crianças com SD ao compensarem as vontades dos seus

filhos dando total liberdade na hora da alimentação, o que pode acarretar em sérios

problemas de saúde na infância, adolescência e na vida adulta.

Mendonça e Pereira 24 apontam que no passado, diversos pesquisadores

atribuíram o elevado índice de prevalência de obesidade e sobrepeso em indivíduos

com SD de ambos os sexos devido ao uso confuso das classificações de IMC, quando

classificados pelas diretrizes convencionais, já que os mesmos se diferenciam na

composição corporal em relação à população sem a prevalência da síndrome.

No entanto, na literatura especializada não se encontram estudos consistentes

que abordem os indicadores de diagnostico nutricional e a etiologia da obesidade na

SD.

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Capítulo Único 26

2. FONTE DE DADOS

Revisão dos estudos sobre síndrome de Down, Trissomia 21, relacionados com

avaliação antropométrica, tabelas de crescimento, obesidade em crianças e

adolescentes, sendo esses termos digitados nos idiomas Inglês, Português e Espanhol

nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Adicionalmente, alguns livros foram

empregados como referências bibliográficas.

3. REFERÊNCIAS ANTROPOMÉTRICAS NA SÍNDROME DE DOWN

As crianças com SD apresentam um déficit no crescimento que pode iniciar-se

no período pré-natal. Após o nascimento, a taxa de crescimento sofre uma redução de

20% do 3º ao 36º mês de vida para ambos os sexos; de 5% dos 3 aos 10 anos para

meninas e de 10% dos 3 aos 12 anos para meninos. Na faixa etária dos 10 aos 17

anos, para o sexo masculino e feminino, a taxa de crescimento se reduz para 50% e

27% respectivamente. Tal redução no crescimento linear resulta na baixa estatura que

demanda menor ingestão calórica e também pode interferir no cálculo do IMC para o

diagnóstico de obesidade 6,9-16.

Os estudos apresentados a seguir trazem o panorama da tentativa de

estabelecer padrões de crescimento da criança e do adolescente com SD e analise

critica dos indicadores de diagnostico de obesidade e sobrepeso nessa população.

3.1. Na América do Norte

Nos Estados Unidos, no ano de 1978, Cronk10 realizou um estudo com 90

crianças com SD, do nascimento até os 3 anos de idade em que avaliou o comprimento

e o peso. Verificou que ao nascer tanto no comprimento como no peso houve um déficit

de 0,5 desvio padrão (DP) da média em relação ao grupo controle. Com 3 anos de

idade, o déficit do comprimento foi de 2DPs da média e déficit de peso de 1,5DPs da

média em relação ao grupo controle. Observou também que a velocidade do

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Capítulo Único 27

crescimento, calculada em intervalos de 6 meses, foi deficiente em todos os intervalos,

principalmente entre 6 e 24 meses. Dessa forma, 30% das crianças apresentavam

excesso de peso em relação ao comprimento aos 3 anos de idade.

No ano de 1988, Cronk et al.11 aplicaram um estudo transversal para delinear

os índices de peso, estatura e crescimento em 730 crianças e adolescentes americanos

de 1 até 18 anos com SD, que posteriormente foram adotados pelo Center for Disease

Control and Prevention (CDC) e o National Health Nutrition Examination Survey

(NHANES) desse país. Foram elaboradas tabelas de percentil (P) de peso/idade,

estatura/idade e do perímetro cefálico por idade, possibilitando assim diagnosticar o seu

estado nutricional. A origem das amostras foi de 5 diferentes clínicas ou por dados

obtidos de prontuários, e foi baseada em 4650 observações. Por meio das avaliações,

concluíram que as crianças com SD apresentaram semelhança com as crianças sem a

síndrome na evolução do ganho de peso, desde a infância até a adolescência, mas

demonstraram durante o período de desenvolvimento redução na velocidade do

crescimento na comparação entre ambas, acreditando-se ser esta a fundamentação

para justificar o aparecimento do sobrepeso e/ou da obesidade. Compararam a média

da altura das crianças com SD com os dados das tabelas publicadas pelo National

Center for Health Statistics (NCHS) e constataram uma diferença estatisticamente

significativa na média da altura em todas as faixas-etárias e em ambos os sexos –

sendo que os índices de altura nas meninas com SD estavam entre 1,5-2,5DPs abaixo

da média até os 12 anos e inferior a 3DPs abaixo da média entre 12 e 17 anos. Nos

meninos, os valores de altura se situaram entre 2-3DPs abaixo da média até 13 anos e

entre 2-4DPs abaixo da média após essa idade. Posteriormente, essas tabelas foram

muito utilizadas como referência por pesquisadores de vários países e constantemente

citadas na literatura especializada.

No entanto, Styles et al.12 fizeram uma critica no estudo realizado pela equipe

de Cronk, enfatizando que a amostra da pesquisa não representa a população de

crianças americanas com SD porque não excluiu importantes doenças como as da

tiróide e cardiopatias, assim como a idade gestacional e também que não foi elaborada

nenhuma tabela com a relação peso/estatura.

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Capítulo Único 28

3.2. Na Europa

Por muito tempo, na Inglaterra assim como em outros países da Europa, as

tabelas de corte elaboradas por Cronk et al. (1988) são ou foram utilizadas como

modelo padrão de referência para se avaliar o peso/idade, estatura/idade e crescimento

de crianças e adolescentes com SD. Quando os dados das avaliações européias são

comparados com as curvas americanas, os resultados demonstram diferenças o que

propicia muitas controvérsias, pois como acontece na população em geral, a altura e/ou

o peso das crianças e adolescentes com SD varia de país para país. Um exemplo é o

índice de altura de crianças com SD holandesas, em relação às americanas e italianas,

que demonstrou ser mais elevado – sendo as holandesas mais altas do que as crianças

americanas e muito mais altas que as italianas12-14.

Desta forma, em 2002, Styles et al.12 realizaram um estudo na Inglaterra,

Republica da Irlanda, Irlanda do Norte e Escócia, no qual avaliaram 1089 crianças e

adolescentes com SD – 597 do sexo masculinos e 492 do sexo feminino, desde o

nascimento até os 18 anos de idade – sendo no total 5.913 observações. Houve a

exclusão dos prematuros e de quem apresentou alguma cardiopatia. Estabeleceram-se

novos padrões de referência em percentis (Ps), assim como novas curvas de

peso/idade, estatura/idade, IMC e perímetro cefálico para a idade dessa população,

sendo as curvas apresentadas em 9 divisões de Ps: 0,4;2;9;25;50;75;91;98;99,6.

Constataram: tendência para o sobrepeso, iniciando-se na infância até os 14 anos de

idade; e que 30% das crianças com 10 anos de idade apresentaram IMC acima do P91

e 20% superior ao P98 em relação à população geral.

Na Espanha, a Fundação Catalã de Síndrome de Down no ano de 1998

elaborou as primeiras tabelas de crescimento para crianças e adolescentes espanholas

com SD. Essas referências de altura e peso foram substituídas por uma nova versão

em 2004, com a utilização metodológica e estatística mais adequada e apropriada, que

assegurou maior precisão nas novas curvas. Esse estudo foi realizado por Pastor et

al.15 e abrangeu um número de 1718 crianças de ambos os sexos, desde seu

nascimento até os 15 anos e os resultados passaram a ser utilizadas como novos

parâmetros para estimar e avaliar o crescimento de crianças e adolescentes espanhóis

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Capítulo Único 29

com a síndrome – tendo como curvas os Ps: 3; 10; 25; 50; 75; 90 e 97 e como

parâmetros: peso, idade, peso/idade, estatura/idade e perímetro cefálico/idade. Essas

curvas vêm sendo empregadas tanto na Espanha como em alguns países latino

americanos sendo mais adequadas para o diagnostico de sobrepeso e obesidade.

Como exemplo, os estudos de Pinheiro et al. em 116 crianças com SD no Chile

observou que empregando a curva NCHS, obteve 0,9% de sobrepeso, empregando a

curva de Cronk et al. obteve 1,7% e empregando a curva da FCSD obteve 17,2% de

sobrepeso.

Na Suécia, em 2002, Myrelid et al.16 realizaram um estudo de antropometria

com 354 crianças e jovens com SD, de 0 a 18 anos de idade. A pesquisa se baseou em

4832 avaliações de prontuários das unidades pediátricas e foram excluídos os

pacientes que utilizaram hormônios de crescimento. Os dados antropométricos foram

comparados com as curvas americanas de Cronk et al. para a SD. A média final de

estatura para ambos os sexos foi de 2,5DPs abaixo da média da curva padrão; o IMC

observado aos 18 anos foi > 25 kg/m2 em 31% no sexo masculino e 36% no sexo

feminino. Em relação à comparação com os americanos, observou-se que as crianças

com SD do sexo masculino foram maiores do que as americanas do mesmo sexo. Por

outro lado houve pequena diferença em relação à estatura no sexo feminino. Os

pesquisadores consideraram essas alterações à diferença no tamanho das amostras

analisadas assim como à diferença étnica. Foram estabelecidas tabelas especificas

para as crianças e jovens com SD, por meio da criação de curvas para o

acompanhamento de peso, estatura, comprimento, perímetro cefálico, idade e IMC,

como também gráficos de estatura/idade, peso/idade, IMC/idade e perímetro

cefálico/idade.

Outros estudos podem ser destacados na Europa com a SD: 1) Na Sicilia

(Itália, 1990), onde Piro et al.13 elaboraram curvas de crescimento, peso/idade,

estatura/idade, comprimento/estatura e perímetro cefálico de crianças com SD de 0 a

14 anos nos anos de 1977 a 1988. Excluíram aquelas que apresentaram morbidades

associadas entre elas cardiopatias, doença celíaca, hipotireoidismo e diabetes. O

objetivo do trabalho foi desenvolver uma curva de crescimento normal para essas

crianças a fim de diagnosticar doenças que poderiam comprometer o crescimento; 2)

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Capítulo Único 30

Na Holanda, onde Cremers et al.14 realizaram um estudo com 295 crianças e

adolescentes de ambos os sexos do nascimento até os 20 anos de idade com SD, num

total de 2045 avaliações. Excluíram quem apresentou doenças associadas

diagnosticadas (doença celíaca, hipotireoidismo e doença congênita do coração). A

pesquisa foi publicada em 1996 e criou indicadores de peso, estatura e peso/estatura

por idade e sexo. Observaram que essas crianças foram maiores do que as americanas

com SD (P50 = P75) mas elas foram menores 2DPs do que as crianças holandesas

sem a síndrome.

3.3. Na America do Sul

Na Argentina, Altamirano et al.27, avaliaram crianças do nascimento até 1 ano

de vida, nos anos de 1996 a 1998. No estudo se obteve a curva peso/idade,

comprimento/idade e perímetro cefálico. Quanto ao crescimento das crianças,

observaram que foi adequado quando comparado com as curvas americanas para a

SD.

No Brasil, como os parâmetros americanos não comportavam a realidade da

população brasileira, o pesquisador/médico Mustacchi6, num estudo longitudinal de

1980 até 2000, avaliou o perímetro cefálico, peso e estatura de 174 crianças

caucasianas com SD de um dia de vida até os 8 anos residentes na região urbana de

São Paulo, e elaborou índices de peso/idade, estatura/idade e perímetro cefálico/idade.

Esse autor relatou a inexistência de padrões de referência de peso, estatura e

perímetro cefálico no país, relacionados à SD. A partir dos dados obtidos, o

pesquisador efetuou a comparação com os valores de referência do NCHS para

crianças do nascimento até os 8 anos de idade. Os resultados são apresentados na

tabela 1 e 2.

[inserir tabela 1}

[inserir tabela 2]

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Capítulo Único 31

Quando fez a comparação dos seus dados de peso e estatura com os valores

obtidos por Cronk et al observou variação entre as faixas etárias e entre os gêneros

(Tabela 3 e 4)

[inserir Tabela 3]

[inserir Tabela 4]

No Chile, em 2003, Pinheiro et al.28 realizaram um estudo para tentar

determinar quais das curvas americanas ou espanholas poderiam ser mais apropriada

para a população chilena com SD. Avaliaram crianças de 3 meses até 18 anos, sendo

no total 116 de ambos os sexos, tendo como indicadores peso/idade, estatura/idade e

IMC para a idade. Observaram que a curva espanhola da Fundação Catalã de

Síndrome de Down foi a mais apropriada para discriminar déficit e excessos, por ser

estabelecida para a população latina.

3.4. No Oriente Médio

Na Arábia Saudita, destaca-se o estudo realizado por Al-Husain29 com 785

crianças, que estabeleceu curvas de peso, comprimento/estatura, perímetro cefálico

para crianças de 0 a 5 anos de idade com SD. Quando realizou a comparação com

crianças da mesma idade sem a síndrome, constatou que nas crianças com SD houve

a prevalência de obesidade assim como déficit no seu crescimento, atribuindo esses

índices às dificuldades motoras, aos problemas de mastigação (devido à hipotonia

facial) e ao excesso na alimentação. Destacou que o déficit de peso é mais freqüente

em crianças menores de 2 anos com SD, havendo uma preponderância para o

sobrepeso depois dos 3 anos.

Na tabela 5, há um resumo dos principais estudos em diferentes países.

[inserir Tabela 5]

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Capítulo Único 32

4. CONCLUSÕES

1. Os dados antropométricos disponíveis em curvas pôndero-estaturais são

considerados relativos a uma determinada população e revela suas características

específicas porque expressam a influência dos fatores ambientais e determinantes

genéticos daquela população.

2. Por apresentarem crescimento menor do que as crianças sem síndrome, os

portadores de SD requerem menos calorias e nutrientes para o seu metabolismo

energético e esse é um dos fatores importantes na gênese da obesidade.

3. Há necessidade de se definir curvas de referência para crianças e

adolescentes com SD para identificar desvios do seu próprio padrão de crescimento.

4. Para as crianças brasileiras com SD, há necessidade de elaboração de

curvas de referência em diferentes faixas etárias e em diferentes regiões com variação

étnica.

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Capítulo Único 33

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Capítulo Único 35

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Capítulo Único 36

Tabela 1 - Comparação de estatura em desvio padrão das crianças com Síndrome de Down de

0 a 8 anos de idade (Mustacchi x NCHS).

Idade

Sexo Masc. 0-1anos 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-8anos

Resultado

-2DPs

-1DP

-1DP a

-2DPs -2DPs -3DPs

Sexo Fem. 0-1anos 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-8anos

Resultado Normal -1DP

a -2DPs

-1DP

-2DPs a

-3DPs

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Capítulo Único 37

Tabela 2 - Comparação do peso em desvio padrão das crianças com Síndrome de Down de 0 a

8 anos de idade (Mustacchi x NCHS).

Idade

Sexo Masc. 0-1 ano 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

-2DPs a

-3DPs

-2DPs e

-1DP -1DP

Sem ≠

Sexo Fem. 0-1 ano 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

-1DP a – 3DPs -2DPs a -1DP -1DP -1DP a -3DP

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Capítulo Único 38

Tabela 3 – Comparação da estatura em desvio padrão das crianças com Síndrome de Down de

0 a 8 anos de idade (Mustacchi x Cronk et al.).

Idade

Sexo Masc. 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

+ 1DP Sem ≠

Sexo Fem. 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

+ 1DP Sem ≠

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Capítulo Único 39

Tabela 4 - Comparação do peso em desvio padrão das crianças com Síndrome de Down de 0

a 8 anos de idade (Mustacchi x Cronk et al.).

Idade

Sexo Masc. 0-1 ano 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

Sem ≠ Sem ≠

Sexo Fem. 0-1 ano 1-2anos 2-3anos 3-4anos 4-5anos 5-6anos 6-7anos 7-8anos

Resultado

- 1DP Sem ≠ - 1DP - 2DPs

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Capítulo Único 40

Tabela 5 – Descrição dos principais estudos relacionados com o crescimento de crianças e

adolescentes com síndrome de Down.

Pesquisadores País

An

o

$ a

most

ra

Idade

Avaliação

de

ob

serv

açõ

es

Per

ímet

ro C

efá

lico

Pes

o/I

da

de

Est

atu

ra/I

da

de

IMC

/id

ad

e

Com

pri

men

to/i

da

de

Cronk EUA 1978 90 0 a 3 anos - - x x - x

Cronk et al. EUA 1988 730 1mês a 18 anos 4650 x x x - x

Styles et al. Reino Unido e República da

Irlanda 2002 1089 0 a 18 anos 5913 x x x x x

Pastor et al. Espanha 2004 1718 0 a 15 anos - x x x - x

Myrelid et al. Suécia 2002 354 0 a 18 anso 4832 x x x x x

Piro et al. Itália 1990 382 0 a 14 anos 1464 x x x - x

Cremers et al. Holanda 1996 295 0 a 20 anos 2045 - x x - x

Altamarino et al. Argentina 2000 - 0 a 1 ano - x x - - x

Mustacchi Brasil 2002 174 0 a 8 anos 4005 x x x - -

Pinheiro et al. Chile 2003 116 3 meses aos 18

anos - - x x x x

Al-Husain Arábia Saudita 2003 785 0 a 5 anos - x x x - x

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Antecedentes da literatura 41

2. ANTECEDENTES DA LITERATURA

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Antecedentes da literatura 42

2.1. Síndrome de Down

O nome dado à síndrome de Down (SD) deve-se ao reconhecimento atribuído

ao pesquisador/estudante de medicina John Langdon Down (apud Stratford, 1999) que

no ano de 1866 descreveu com clareza os pontos cardinais da síndrome vindo a

denominá-la de mongolismo devido aos ligeiros traços faciais, semelhantes aos povos

orientais. Porém, Stratford destaca que o termo mongolóide, começou a ser muito

criticado pelos cientistas japoneses, chineses e mongóis que o consideravam ofensivo

sendo suprimido na década de 70 pelos médicos e periódicos científicos (Stratford,

1999; Mustacchi; 2002; Schwartzman et al., 2003; Siegfried, 2003; Déa e Duarte, 2009).

A incidência da SD é, em média, de 1 (um) a cada 700 nascimentos e acomete

todas as etnias e grupos sócio-econômicos. A sua ocorrência aumenta de acordo com a

idade materna e o diagnóstico é confirmado pelo exame do cariótipo (Stratford, 1999;

Pogribna et al 2001; Mustacchi, 2002; Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al., 2003;

Lopes et al., 2006; Silva e Kleinhans, 2006; Déa e Duarte, 2009). No Brasil, de acordo

com os dados do IBGE (Censo de 2000), há em torno de 300 mil pessoas com SD, com

expectativa de vida de 50 anos de idade (Lima et al, 2009).

A SD é considerada uma anomalia genética autossômica, resultante da

trissomia do cromossomo 21 e os portadores apresentam um dos seguintes tipos: a

trissomia livre ou não-disjunção, que é a mais comum (encontra-se em 95% dos

indivíduos afetados), ocorre em todas as células e é constituído de 47 cromossomos,

sendo que este cromossomo extra pode proceder da mãe ou do pai; trissomia por

translocação (acomete em aproximadamente 2% a 3% dos afetados) e nesse tipo, o

cromossomo extra está associado a outro cromossomo, geralmente o cromossomo 14

ou a outro cromossomo 21; e o mosaicísmo do cromossomo 21 (varia entre 1% e 2%

dos casos), ocorre após a fertilização nas primeiras divisões celulares, e em parte das

células do indivíduo (Stratford, 1999; Moreira et al, 2000; Guerra, 2000; Mustacchi,

2002; Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al., 2003; Freeman et al., 2007; Lopes et

al, 2008; Kaminker et al, 2008; Déa e Duarte, 2009; Ghosh, 2009).

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Antecedentes da literatura 43

2.1.1. Um breve histórico da SD

Alguns estudiosos e pesquisadores acreditam que a primeira observação da

SD tenha sido datada dos tempos dos Olmecas que habitaram o Golfo do México

aproximadamente de 1500 a.C. a 300 d.C., pois foi por meio das descobertas

arqueológicas de alguns utensílios desse povo, que se encontraram esculpidas nas

esculturas e desenhos, representações da face semelhantes às características faciais

de uma pessoa com SD. Entretanto, não há noticias de descobertas de esqueleto

humano nesse período que possam contestar ou afirmar tais informações (Stratford,

1999; Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al. 2003; Déa e Duarte, 2009).

Outro registro antropológico que se deve destacar, em relação à SD, foi a

descoberta em escavações de um crânio saxônico, datado do século VII, que

apresentava características estruturais modificadas semelhantes às encontradas com

freqüência nas crianças com SD (Stratford, 1999; Schwartzman et al., 2003; Siegfried et

al., 2003; Déa e Duarte, 2009).

Aprofundando-se ainda mais na história, tanto na Idade Média, na Renascença

e em algumas civilizações antigas da Europa, destacando-se a Grécia, crianças que

nasciam com problemas de saúde, com alguma anomalia ou com deficiência eram

vistas como desgraça, não humanos ou filhos do diabo, sendo expostas à morte em

situações totalmente selvagens e desumanas. Nesses períodos, acredita-se que houve

a caracterização da SD por meio de obras de arte, em pinturas realizadas por artistas

como Mantega, Filippo Lippi, Jacob Jordeans e Castillo Hradek (Stratford, 1999;

Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al., 2003; Déa e Duarte, 2009).

2.1.2. Primeiros estudos médicos e científicos sobre a SD

A primeira descrição sobre a SD foi provavelmente realizada pelo médico

Francês Jean-Etienne-Dominique Esquirol que fez referências em um dicionário médico

publicado em 1838, “Maladies Mentales” e o “Dictionaire dês Sciences Médicales”.

Acredita-se que Robert Chambers, firme defensor da teoria da Degeneração e autor do

livro “The Vestiges of the Natural History of Creation” em 1844, foi quem se referiu ao

termo “idiota do tipo mongolóide”, como também escreveu uma alusão errada a respeito

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Antecedentes da literatura 44

da SD, dizendo que pais com parentesco demasiado próximo tendem a ter filhos do tipo

mongolóide. Nos anos de 1846 e 1866, Jean-Marc Itard (contemporâneo de Esquirol) e

Édouard Séguin (discípulo de Itard) conhecido como o apóstolo dos idiotas,

caracterizaram os traços clínicos da SD (Stratford, 1999; Schwartzman et al., 2003;

Siegfried et al., 2003; Visootsak e Sherman, 2007; Laffaire, 2008; Déa e Duarte, 2009).

Em um clima político, científico e social onde imperava a supremacia britânica,

John Langdon Down, em Londres, no ano de 1866, publicou no London Hospital

Reports a classificação das diferentes manifestações de deficiência mental –

“Observations on an ethnic classification of idiots” – cuja obra foi elaborada com as suas

investigações realizadas no Hospital de Earlsfield. No seu estudo, descreveu cinco

classes de pacientes, dando destaque à classe mongólica, detalhando minuciosamente

as características do paciente, desde sua pele, cabelo, face e estado mental que

atualmente são conhecidas na SD (Stratford, 1999; Schwartzman et al., 2003; Siegfried

et al., 2003; Déa e Duarte, 2009).

Em 1876, Fraser e Michel (apud Stratford, 1999) publicaram um trabalho com

as primeiras ilustrações médicas sobre a SD e chegaram às mesmas conclusões de

Langdon Down. Em 1877, Willian Ireland consegue demonstrar a diferença entre as

conotações de “idiota mongolóide” e “idiota cretinóide” (apud Schwartzman et al, 2003).

Anos mais tarde, entre 1880 e 1952, cientistas e pesquisadores buscaram por

meio de teorias, a etiologia da SD. Esses estudos tentaram vincular alguma doença

como agente causador (tuberculose, sífilis, alcoolismo, desequilíbrio endócrino e o

estresse emocional), como também relacionavam os problemas no aparelho reprodutor

feminino para tal acontecimento (apud Stratford, 1999).

2.1.3. Causa genética

Na década de 30, a comunidade cientifica começou a questionar se a SD era

um problema cromossômico. Nessas pesquisas, destacaram-se cientistas como

Waardenburg e Bleyer, Turpin, Penrose e Fanconi. No ínicio da década de 50, ainda

não havia consenso a respeito da quantidade de cromossomos numa célula. Contudo, a

cientista Mittwoch (apud Mikkelsen, 1971), ao investigar minuciosamente a quantidade

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Antecedentes da literatura 45

de cromossomos presentes nas células do ser humano numa placa fotográfica, deduziu

que não podia haver uma conta exata dos cromossomos, mas que em muitas células

havia aproximadamente a cifra de 48 cromossomos (sendo 23 pares autossômicos e

um par X-Y). Possivelmente, Mittwoch foi a primeira a observar, mesmo sem perceber,

o tal cromossomo extra na SD. Mas, foi somente em 1959 que o cientista francês

Jérome Lejeune e seus colaboradores Gauthier e Turpin se aproximaram de um

resultado satisfatório, avaliando três jovens com SD, no qual conseguiram encontrar a

quantidade de 47 cromossomos em cada um dos três, porém, fizeram ressalvas às

suas observações. Sete semanas após, Lejeune e sua equipe encontraram na maioria

das células examinadas de nove crianças com SD a quantidade de 47 cromossomos e

explicaram que talvez tivesse ocorrido a não-disjunção entre o par dos cromossomos

pequenos, no momento da meiose (apud Siegfried et al, 2003).

Foi o cientista francês Lejeune quem deu o nome à síndrome de “síndrome de

Down” em homenagem a John Langdon Down médico/cientista que observou e

divulgou pessoas que possuíam características específicas em comum (Stratford, 1999;

Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al., 2003; Déa e Duarte, 2009).

Segundo alguns autores, a SD é a causa genética mais freqüente de

comprometimento intelectual e do desenvolvimento motor (Stratford, 1999; Moreira et

al., 2000; Guerra, 2000; Pogribna et al., 2001; Mustacchi, 2002; Schwartzman et al.,

2003; Siegfried et al., 2003; Freeman et al., 2007; Lopes et al., 2008; Kaminker et al.,

2008; Déa e Duarte, 2009; Ghosh et al., 2009).

2.1.4. Características da SD

As principais características apresentadas nos indivíduos com SD são:

hipotonia, comprometimento intelectual, fáscies típica, retardo no desenvolvimento e

crescimento e a presença de diversas anomalias congênitas como cardiopatias que

acometem 40% dessa população (Stratford, 1999; Moreira et al, 2000; Guerra, 2000;

Mustacchi, 2002; Schwartzman et al., 2003; Siegfried et al., 2003; Freeman et al., 2007;

Lopes et al., 2008; Kaminker et al., 2008; Déa e Duarte, 2009; Ghosh et al., 2009).

Ainda são descritas outras características, como: braquicefalia; rosto arredondado;

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Antecedentes da literatura 46

língua hipotônica (protusa); prega epicântica; fissura palpebral oblíqua; pavilhão

auricular menor; nariz pequeno; boca e dentes pequenos e prega palmar transversal.

2.2. Obesidade

Conforme os dados fornecidos pela International Obesity Task Force (IOTF) e

pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, houve um acréscimo de

freqüência de obesidade em crianças, jovens e adultos, sendo considerada uma

epidemia mundial (WHO, 1998; WHO, 2003; Task Force, 2005; WHO, 2006).

A obesidade é definida como excesso de gordura corporal, sendo considerada

uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial e metabólica caracterizada

pelo desequilíbrio entre o consumo calórico e a redução no gasto energético (balanço

energético positivo). Sua ocorrência pode ser decorrente de fatores genéticos,

ambientais e comportamentais (Dâmaso, 2003 Sotelo et al., 2004; Barbosa, 2004;

Guedes et al., 2005; OMS, 2006; Rech et al., 2007; Setian et al., 2007; Souza et al.,

2007; Benjamin et al., 2008).

O que caracteriza a obesidade além do aumento de peso corporal é também o

aumento da massa adiposa no corpo que pode resultar tanto de fatores endógenos

como exógenos (Dâmaso, 2001).

Segundo Bouchard (2003) o sobrepeso e a obesidade são problemas que

afetam crianças, adolescentes e adultos, e a sua prevalência se altera de acordo com a

idade, sexo, etnia e situação socioeconômica dos países em desenvolvimento e dos

países desenvolvidos (Bouchard, 2003).

Essa situação, seguramente decorre do modo de vida adotado pelo conjunto

da população, combinando a facilidade de acesso a alimentos altamente calóricos à

redução da movimentação espontânea, como a locomoção e a atividade física presente

no lazer.

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Antecedentes da literatura 47

2.2.1. Diagnóstico da obesidade em crianças e adolescentes

Nas últimas décadas, observou-se, por meio de estudos epidemiológicos,

diminuição na prevalência da desnutrição infantil e um acréscimo da obesidade (Miller,

2004; Ricardo, 2009). Esse elevado índice de prevalência e incidência da obesidade na

população infanto-juvenil é considerado hoje como problema de saúde pública

(Tomkins, 2006; Rech et al., 2007; Panijkkaran et al., 2009). Esse fato tem gerado

grande preocupação entre os profissionais da área da saúde, mobilizando a sociedade

e o governo, na busca de se enfrentarem soluções para essa situação (Fisberg et al.,

2005).

A maioria dos estudos epidemiológicos destaca as profundas mudanças no

estilo de vida das crianças e adolescentes, como o aumento do sedentarismo

(inatividade física e baixo condicionamento físico), hábitos alimentares inadequados (de

alto conteúdo energético: gordura saturada e colesterol), assim como os fatores

ambientais e comportamentais que contribuem para esse quadro (Lima et al., 2004;

Carrel et al., 2005; Rech et al., 2007; Potestio et al., 2009; Martinez-Gomez et al.,

2009).

A obesidade infanto-juvenil está associada com uma variedade de

conseqüências adversas à saúde que se instalam nessa idade ou na vida adulta, como

comorbidades que podem incluir o diabetes mellitus tipo II, hipertensão arterial,

hiperlipidemia, hipercolesterolemia, asma, apnéia do sono, maturação precoce, baixa

auto-estima, problemas cardiovasculares e estresse psicossocial (Guillaume et al.,

1998; Miller et al., 2004; Tomkins, 2004; IOTF, 2005; WHO, 2006; Hidalgo et al., 2007;

Rech et al., 2007; Benjamin et al, 2008; Potestio et al., 2009).

Em razão disso, Serra et al. (2007) enfatizaram que avaliar a história clínica da

criança com sobrepeso e obesidade é de suma importância, pois ajuda a compreender

e identificar a etiologia, assim como quantificar a sua gravidade (Serra et al., 2007).

Em relação ao diagnóstico de sobrepeso e obesidade, tem-se adotado com

freqüência o índice de massa corporal (IMC), pela sua facilidade, praticidade e rapidez.

O IMC leva em conta o peso e a altura, onde sua equação consiste em: IMC = P: E²

(sendo P = Peso, em quilogramas; e E² = Estatura ao quadrado, representada em

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Antecedentes da literatura 48

metros). Por outro lado, outras técnicas também são empregadas como as medidas das

dobras cutâneas para se verificar a distribuição da gordura corporal; a medida da

circunferência da cintura para se verificar o acúmulo da adiposidade na região

abdominal (tipo: andróides); a circunferência do quadril para se averiguar o acúmulo de

gordura glúteo-femoral (tipo: genóides) e a circunferência do braço para se conferir a

gordura não visceral (Sotelo et al., 2004; Tomkins, 2004; Mello et al., 2004; Guedes,

2006; Rech et al., 2007; Ferreira et al., 2008).

Segundo Panjikkaran et al. (2009), durante o crescimento na infância, a

gordura corporal se deposita no tecido subcutâneo e intra-abdominal. Dessa forma, a

mensuração da circunferência abdominal em crianças e adolescentes pode ser tão útil

quanto o IMC como um meio de se identificar o sobrepeso e obesidade (Panjikkaran et

al., 2009).

2.2.2. Obesidade, composição corporal e síndrome de Down

Com relação à criança e ao adolescente com SD, na literatura não se

encontram estudos consistentes que abordem a etiologia da obesidade na SD, assim

como não há medidas e indicadores para sua análise e comparações (Guerra, 2000).

Conforme Schwartzman et al., os seguintes fatores podem comprometer o

desenvolvimento e o crescimento de crianças e adolescentes com SD: retardo mental

(comprometimento intelectual) e de crescimento, hipotonia, baixo índice da prática de

atividade física, alterações anatômico-estruturais e ambientais (Schwartzman et al,

2003)

Embora não hajam respostas adequadas, alguns dados científicos apontam

que o crescimento das crianças com SD difere das crianças sem a síndrome, devido à

precocidade no início do estirão de crescimento e na redução da velocidade do seu

crescimento linear, ocasionando como conseqüência um indivíduo de baixa estatura em

relação a outro individuo sem a síndrome. Dessa forma esse déficit de crescimento

pode ser um fator contribuinte para a obesidade, já que pode estar relacionado à

redução das necessidades energéticas (Cronk, 1978; Lopes et al., 2008).

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Antecedentes da literatura 49

No entanto, alguns autores, por meio de pesquisas cientificas, tentam associar

a obesidade nas crianças e adolescentes com SD ao sedentarismo, à alimentação

inadequada e à super-proteção (Pitetti, 1994; Luke et al., 1996; Kawana et al., 2000;

Lopes et al., 2006).

2.3. Composição Corporal

A composição corporal é a relação entre diferentes componentes corporais e a

massa total, sendo expressa pelo percentual de gordura e de massa magra. A

avaliação da composição corporal permite estimar o metabolismo basal, a reserva de

energia, o estado mineral da estrutura óssea, a massa protéica e o estado relativo de

hidratação, assim como permite verificar a variação na massa corpórea do tecido

muscular, adiposo e ósseo na distribuição anatômica. Por meio da avaliação da

composição corporal pode-se verificar o perfil de saúde e aptidão física de um individuo

(Costa, 2001; Heyward, 2004; Guedes e Guedes, 2006).

Outro ponto que se deve considerar em relação à avaliação da composição

corporal é que, pode-se perceber a adequação do desenvolvimento físico e crescimento

de crianças e adolescentes, assim como se observa nas crianças e jovens em geral que

os componentes corporais variam de acordo com a idade, sexo, etnia, momento e

tempo de maturação e impulso de crescimento (Costa, 2001; Guedes e Guedes, 2003;

Kiss, 2003; Guedes e Guedes, 2006).

Há varias técnicas para determinação da composição corporal, classificadas

em método direto, método indireto e método duplamente indireto.

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Antecedentes da literatura 50

2.3.1. Técnicas para determinar a composição corporal

2.3.1.1. Método Direto (necropsia)

É o método normalmente utilizado para a dissecação de cadáveres, onde

ocorre a separação e a pesagem de cada um dos componentes corporais separados

(Costa, 2001; Guedes e Guedes, 2003; Kiss, 2003).

2.3.1.2. Métodos Indiretos

É a técnica em que não ocorre a manipulação dos componentes

separadamente e há três formas para se estimar a composição corporal: 1) os métodos

químicos: propõem que a massa livre de gordura indica uma constância quanto à

quantidade de alguns elementos químicos como água, potássio, carbono, nitrogênio e

outros, sendo dosados o potássio radioativo, a diluição de óxido de deutério e a

excreção de creatinina urinária; 2) os métodos bioquímicos que utilizam amostras de

sangue e urina. 3) os métodos físicos: são os baseados em técnicas que avaliam

fenômenos físicos, sendo os mais conhecidos o ultra-som, raio X, ressonância nuclear

magnética, densitometria, impedância elétrica, interactância infravermelha, tomografia

computarizada, absormetria fotônica, condutividade elétrica, pesagem hidrostática,

absortometria de raios X de dupla energia (DXA) e as medidas antropométricas. Entre

as medidas antropométricas destacam-se: as equações experimentais de densidade

corporal, massa de gordura, massa muscular e massa óssea; e o modelo matemático

da proporcionalidade (Sigulem et al., 2000; Costa, 2001; Guedes e Guedes, 2003; Kiss,

2003).

Dentre os métodos indiretos, a Bioimpedância (BIA) é uma técnica não invasiva

indolor e de fácil manuseio, de precisão relativa. A BIA baseia-se numa corrente elétrica

alternada sensorial de baixa intensidade (500-800µA – imperceptível para o corpo) e de

alta freqüência (50khz) que mede os principais componentes denominados de

Resistência, medida de oposição pura ao fluxo de corrente elétrica, em qualquer meio,

através do corpo; Reatância, que é a oposição ao fluxo da corrente elétrica causada

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Antecedentes da literatura 51

pela capacitância – provocada pelas membranas citoplasmáticas; e Impedância, que é

a oposição ao fluxo da corrente elétrica no corpo, que é a conseqüência da soma

vetorial da Resistência e da Reatância (Costa, 2001; Rossi e Tirapegui, 2001; Rosada e

Bressan, 2002; Guedes e Guedes, 2003; Kiss, 2003; Heyward, 2004; Brandino e Picchi,

2007).

Já que os organismos vivos possuem voltagem, corrente e impedância, os

fluidos corporais (intracelulares e extracelulares) agem como condutores elétricos e as

membranas celulares atuam como condensadores elétricos. Os tecidos magros são

altamente condutores de corrente elétrica devido à grande quantidade de água e

eletrólitos e apresentam baixa resistência à passagem de corrente elétrica. Entretanto,

os ossos, a pele e a gordura constituem baixa condutividade apresentando elevada

resistência (Costa, 2001; Rossi e Tirapegui, 2001; Rosada e Bressan, 2002; Guedes e

Guedes, 2003; Kiss, 2003; Heyward, 2004; Brandino e Picchi, 2007).

2.3.1.3. Métodos Duplamente Indiretos

São constituídos por técnicas alternativas mais comuns, face às dificuldades

decorrentes da aplicação das outras técnicas. São responsáveis pelas medidas

antropométricas, que incluem circunferências corporais, proporções massa-estatura e

medidas de DCs. Costa (2001) afirma que os procedimentos duplamente indiretos são

validados por um método indireto, mais freqüentemente a pesagem hidrostática e a

absortometria de raios X de dupla energia (DXA) (Costa, 2001).

Porém, a conduta mais utilizada hoje em estudos de campo para a realização

da avaliação da composição corporal é a impedanciometria e a antropometria (peso,

estatura, perímetros, diâmetro ósseo e espessura de dobras cutâneas) em razão do

baixo custo, reprodutibilidade, aplicabilidade, facilidade de técnica e boa correlação com

os métodos indiretos (Costa, 2001; Guedes e Guedes, 2003; Kiss, 2003).

O método da avaliação da DC serve para medir indiretamente a espessura do

tecido adiposo subcutâneo, e por meio desta se estima a densidade corporal total para

se calcular a gordura corporal relativa (Heyward, 2004).

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Antecedentes da literatura 52

A utilização das medidas da circunferência em regiões especificas do corpo,

serve para se estimar a distribuição da gordura corporal (Costa, 2001). Pela avaliação

da CC e CQ, de acordo com Guedes e Guedes (2006, p216), pode-se estimar a

quantidade de gordura de indivíduos obesos com melhor qualidade.

2.4. Atividade física e síndrome de Down

Especialistas têm procurado definir os conceitos de aptidão física, atividade

física e exercício. Ainsworth, citado por Tritschler (2003, 528p), define atividade física

como “qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta

de um gasto energético”. Essa definição compreende atividades diárias como trabalho,

transporte, lazer, cuidar dos afazeres da casa, entre outros. Barbanti (2003, 53p) define

a atividade física como “a totalidade de movimentos executados no contexto do esporte,

da aptidão física, da recreação, da brincadeira, do jogo e do exercício”. MacArdle et al.

(2008, 888p) enunciam a aptidão física como “atributos relacionados à maneira pela

qual se executa uma atividade física”, e define o exercício como “atividade física

planejada, estruturada, repetitiva e intencional” (Barbanti, 2003; MacArdle et al., 2003,

Trischler, 2003).

Segundo Goldberg e Elliot mencionados por Guerra (2000), a utilização do

exercício para prevenir e tratar doenças é um conceito muito antigo, mas recentemente

tem aumentado a evidência cientifica que reconhece seus benefícios (Guerra, 2000).

Já nas palavras de Ramos (1982, 15p) “a prática dos exercícios físicos vem da

Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na

Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”. Na

Antiguidade, quatro civilizações do Oriente se destacaram na utilização da atividade

física como beneficio para a saúde (exercícios terapêuticos): os hindus com a ioga, os

chineses com o kung fu, os japoneses com o jiu-Jitsu e os persas com o pólo (Ramos,

1982).

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Antecedentes da literatura 53

Segundo Jacini (2007), os exercícios físicos produzem bons resultados no

sistema nervoso central, vindo sua idéia a se complementar com as palavras de

Herculano-Houzel (2006), que expõe que o exercício é bom para corpo e para a mente.

No entanto, a OMS (WHO, 2005) estima que a cada ano 1,9 milhões de

pessoas morram por causa da inatividade física, e que 2,6 milhões falecem devido ao

sobrepeso e/ou obesidade. Além disso, a OMS considera que a inatividade física e a

obesidade podem ser a causa de milhões de mortes de pessoas no mundo (Katzmarzyk

e Masson, 2008).

Para se avaliar o nível de atividade física, segundo Livingstone (1994), os

métodos habitualmente utilizados são os questionários, sensores eletrônicos de

movimento, monitor de freqüência cardíaca, e a água duplamente marcada.

Segundo Navas (2009), a principal diferença das crianças de hoje com as

crianças de algumas décadas atrás é o descaso com a atividade física. O mesmo autor

relata que o sedentarismo está intimamente ligado à obesidade infantil, devido à falta de

tempo dos pais para acompanharem as crianças no seu dia a dia (ambos trabalham

para sustentar o lar) e pela substituição das brincadeiras na rua pelos jogos eletrônicos

dentro de casa. Outro fator importante, que o mesmo autor cita, é a mudança do hábito

alimentar das crianças devido à grande oferta de alimentos gordurosos, ricos em

calorias, como batatas fritas, salsichas, hambúrgueres, que promovem a troca do prato

tradicional caseiro (com legumes, verduras, hortaliças e frutas) pelos alimentos

enlatados, fritos ou também pelo fast-food. Todas essas situações são adversas para a

saúde, que influenciam negativamente no crescimento e desenvolvimento da criança,

acarretando graves conseqüências na sua saúde nesse período, na adolescência e na

vida adulta (Navas, 2009).

Outro estudo realizado por Trost et al (2002) que avaliaram o peso das

crianças em relação à atividade física, cujos testes foram realizados por meio de

acelerômetros, câmeras de vídeo e um questionário, obtiveram como resultado que as

crianças obesas ou com sobrepeso, na idade pré-escolar, são menos ativas do que as

crianças sem obesidade ou sobrepeso. Concluíram que a inatividade física em crianças

com sobrepeso é fator predominante para ganhos adicionais de adiposidade e assim o

aparecimento da obesidade, devido ao pouco gasto de energia (Trost et al., 2002).

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Antecedentes da literatura 54

Em relação à atividade física e a SD, Ordonez et al (apud Ribeiro e Rodrigues,

2009) realizaram um estudo em 22 adolescentes com SD, na faixa-etária de 16 anos de

idade, do sexo masculino. Avaliaram o percentual de gordura antes e após a execução

de um programa de atividade física, com exercícios realizados no meio líquido e em

campo, com duração de 12 semanas, sendo três sessões de uma hora por semana.

Após o final do programa verificaram que houve melhora no nível de adiposidade dos

avaliados (Ribeiro e Rodrigues, 2009).

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Objetivos 55

3. OBJETIVOS

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Objetivos 56

3.1. Objetivo geral

Estudar a freqüência da obesidade e seus fatores determinantes em crianças e

adolescentes que freqüentam o Centro de Educação Especial Síndrome de Down

(CEESD) na faixa etária dos 5 aos 20 anos.

3.2. Objetivos específicos

� Avaliar o índice de massa corporal das crianças e adolescentes com síndrome

de Down e de seus pais;

� Avaliar a composição corporal das crianças e adolescentes com síndrome de

Down por meio das medidas das dobras cutâneas (DCT e DCSE);

� Avaliar a composição corporal das crianças e adolescentes com síndrome de

Down por meio das medidas da circunferência da cintura;

� Avaliar a composição corporal das crianças e adolescentes com síndrome de

Down por meio da bioimpedância;

� Determinar a correlação do índice de massa corporal com as dobras cutâneas, a

circunferência da cintura e o percentual de gordura obtido por bioimpedância.

� Avaliar a ingesta calórica das crianças e adolescentes com síndrome de Down

por meio de um questionário;

� Avaliar a prática de atividade física nas crianças e adolescentes com síndrome

de Down por meio de um questionário;

� Estudar a relação entre obesidade nas crianças e adolescentes com síndrome de

Down e a ocorrência de obesidade entre seus pais.

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Casuística e Métodos 57

4. CASUÍSTICA E MÉTODOS

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Casuística e Métodos 58

4.1. Casuística

4.1.1. Aspectos Éticos

A pesquisa foi realizada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, parecer nº 844/2007.

4.1.2. População

O estudo foi realizado em crianças e adolescentes com SD matriculados no

CEESD.

4.1.3. Critérios de Inclusão

Crianças e adolescentes com SD, com idade de 5 anos completos (idade

mínima para o estudo) até 20 anos de idade completos, que freqüentam o CEESD e

seus respectivos pais.

4.1.4. Critérios de exclusão

4.1.4.1. Exclusão das crianças e adolescentes com SD

Foram excluídos do estudo crianças e adolescentes com SD que:

• se apresentaram sob o uso de medicamentos, exceto o hormônio tireoidiano para

controle de hipotireoidismo;

• desistiram da avaliação no momento da coleta dos dados.

4.1.5. Amostra Final

Dos 60 matriculados no CEESD, na faixa etária de 5 até 20 anos de idade, de

ambos os sexos, 51 pais ou responsáveis autorizaram a pesquisa assinando o TCLE.

Desses 51 autorizados, quatro (educandos) se recusaram a serem avaliados porque

ficaram com medo, por já terem passado anteriormente por experiências dolorosas

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Casuística e Métodos 59

provocadas por métodos invasivos em consultas e/ou internações. A amostra final foi,

portanto, de 47 crianças e adolescentes com SD que foram divididos em três sub-

grupos na análise dos resultados de IMC: A) de 5 a 10 anos de idade, B) de 11 a 15

anos de idade e C) de 16 a 20 anos de idade. Dos 47 avaliados com SD, somente 10

mães participaram das avaliações do IMC.

4.1.6. Variáveis

A pesquisa consistiu em estudar a freqüência de obesidade e fatores

determinantes. As variáveis independentes e dependentes estudadas foram:

4.1.6.1. Variáveis independentes: sexo, idade, hábitos familiares, hábitos da

criança e dos jovens, hábitos alimentares, características antropométricas e prática de

atividade física.

4.1.6.2. Variáveis dependentes: IMC, peso, estatura, composição corporal,

medidas das dobras cutâneas triciptal e subescapular e circunferência da cintura.

4.2. Método

4.2.1. Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo descritivo, com delineamento transversal, com

amostragem de conveniência, realizado no CEESD, localizado na cidade de Campinas

do estado de São Paulo.

4.2.2. Técnicas utilizadas

O projeto foi estruturado em três fases para melhor desenvolvimento das

atividades.

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Casuística e Métodos 60

4.2.2.1. Primeira Fase (Aplicação)

O projeto de mestrado foi apresentado à diretoria, profissionais, pais e/ou

responsáveis com as devidas explicações do que seria desenvolvido na instituição por

meio de uma breve palestra. Após, houve a entrega do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE) e um questionário com perguntas abertas e fechadas, abordando

a identificação, os antecedentes patológicos, o nível de atividade física e a ingesta

calórica.

4.2.2.1.1. Plano de adaptação e aplicação do projeto:

• Foi enviada uma carta aos pais e/ou responsáveis que estavam ausentes

na palestra, cujo conteúdo informava e explicava a respeito do

desenvolvimento do projeto. Esta carta foi afixada nos cadernos de recados

pertencentes às crianças e adolescentes com SD da instituição;

• Foi enviado o TCLE aos pais e/ou responsáveis que estavam ausentes na

palestra, anexado nos cadernos de recados pertencentes às crianças e

adolescentes com SD da instituição;

• Foram realizados telefonemas aos pais e/ou responsáveis ausentes;

• Foram agendadas as avaliações nas crianças e adolescentes com

síndrome de Down e em seus pais;

• Foram enviados os protocolos de avaliação da ingesta alimentar e do nível

de atividade física IPAQ, versão curta aos pais e/ou responsáveis anexados

nos cadernos de recados pertencentes às crianças e adolescentes com SD;

4.2.2.2. Segunda Fase (Desenvolvimento)

Na segunda etapa, houve a coleta dos seguintes dados: peso, estatura, IMC,

dobras cutâneas (DCT e DCSE), CC e BIA. Para essa etapa, a amostra foi variável

porque nem todos os avaliados concordaram em participar de todos os procedimentos.

Dessa forma, o número de participantes nas avaliações é descrito abaixo:

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Casuística e Métodos 61

a) Mensuração da estatura, determinação do peso e o cálculo do IMC.

Foram avaliados 47 crianças e adolescentes com SD.

b) Coleta das dobras cutâneas (DCT e DCSE) no qual houve a

avaliação de 40 crianças e adolescentes com SD;

c) Coleta da CC em que houve a avaliação de 35 crianças e

adolescentes com SD;

d) Coleta da BIA no qual houve a avaliação de 41 crianças e

adolescentes com SD.

4.2.2.2.1. Elaboração das coletas

4.2.2.2.1.1. Peso

Para se determinar a massa corporal da criança e do adolescente com SD,

assim como dos seus pais, utilizou-se a balança antropométrica digital, com capacidade

de pesagem até 136 quilos com precisão de 100 gramas, modelo Tanita BF-680,

fabricante: Tanita Corporation – Tókio. A técnica consiste em o avaliado se posicionar

em pé, no centro da plataforma da balança, sem sapatos, com os braços ao longo do

seu corpo e com olhar num ponto fixo à sua frente para se evitar oscilações no

momento da leitura da medida que foi registrada em Kg.

4.2.2.2.1.2. Estatura

Para se avaliar a estatura se utilizou o Estadiômetro Portátil Profissional em

alumínio anodizado, com escala em centímetros e com precisão ± 2mm em 217cm.

Para se obter a medida das crianças e adolescentes com SD, assim como dos seus

pais, foi necessário que o avaliado se posicionasse em pé, sem sapatos e de forma

ereta, com os pés unidos (com os joelhos e calcanhares juntos) e os braços estendidos

ao longo do corpo. Posicionou-se a cabeça do avaliado no plano de Frankfurt, de forma

a deixá-lo olhar para a linha do horizonte. A medida correspondeu entre a região plantar

e o vértex. Nesta posição, o cursor do estadiômetro posicionou-se sobre o topo da

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Casuística e Métodos 62

cabeça e a medida foi registrada em centímetros, estando o dorso, as nádegas e a

cabeça em contato com escala do plano vertical do estadiômetro.

4.2.2.2.1.3. Índice de Massa Corporal

O Índice de Massa Corporal foi utilizado para determinar o estado nutricional do

avaliado. Calculou-se o IMC pela relação entre o peso em quilogramas (kg) e o

quadrado de altura em metros (m). O parâmetro de referência para os pontos de corte

neste estudo foram os propostos pelo CDC 2000. Sendo IMC ≤ P5 – Baixo Peso; IMC >

P5 e < P85 – Peso Adequado (eutróficas); IMC > P85 e < P95 – Sobrepeso; e IMC ≥

P95 – Obeso ou excesso de peso (CDC, 2000). Para avaliação da obesidade nas mães

foi adotado como parâmetro o IMC em adultos da OMS, sendo considerada obesidade

quando o IMC está entre ≥30 e ≥40 e sobrepeso para o índice entre ≥25 até 29,99. e

eutrófico entre 18,50 e 24,99.

4.2.2.2.1.4. Dobras Cutâneas

A avaliação das dobras cutâneas foi efetuada por meio de um compasso

cientifico da marca Lange, (Lange Skinfold Caliper) com precisão de medida de ± 1 mm

com escala variando entre 0-65 mm. Essa técnica não é invasiva, de fácil manuseio e

com alto grau de reprodutibilidade. As dobras utilizadas neste estudo foram: dobra

cutânea triciptal (DCT) e a dobra cutânea subescapular (DCSE). A mensuração das

dobras cutâneas foi realizada no lado direito do indivíduo, em repouso e em posição

ortostática. Foram realizadas três medidas sucessivas em cada dobra cutânea, na

mesma região demarcada, para haver maior precisão na sua leitura. Após, calculou-se

a média de cada dobra cutânea avaliada. Para esse procedimento, pinçou-se a pele e o

tecido celular subcutâneo com o auxílio do polegar e do indicador 1 cm acima do ponto

demarcado e aplicou-se o compasso por pelo menos 2-3 segundos no local definido,

um centímetro do ponto pinçado pelos dedos (Costa, 2001; Guedes, 2003; Heyward,

2004; Norton, 2005; Guedes, 2006). Para as dobras cutâneas, foi considerado

desnutrição o percentil menor ou igual a 5, para eutrófico percentil entre 10 e 85 e

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Casuística e Métodos 63

obesidade o percentil acima ou igual a 85 segundo critérios de Frisancho (Frisancho,

1990). O percentual de gordura corporal foi determinado, de acordo com as equações

preditivas propostas por Slaughter, (1988).

4.2.2.2.1.4.1. Dobra Cutânea Triciptal (DCT)

4.2.2.2.1.4.1.1. Procedimento:

a) Posição do avaliado: solicitou-se que a criança e/ou adolescente com SD

ficasse em posição ereta, com os braços ao lado do corpo e relaxados, e que

posteriormente flexionasse o cotovelo a 90º, marcando-se o ponto médio – o mesmo

que se utiliza para se medir a circunferência do braço (CB).

b) Execução da medida: a medida foi realizada sobre o músculo tríceps, na

dobra na face posterior do braço, na distância média entre a borda supero-lateral do

acrômio e a borda inferior do olécrano, seguindo o eixo longitudinal do braço que se

encontra na posição vertical e em repouso.

c) Direção da dobra: vertical (linha média), paralela ao eixo longitudinal.

d) Local anatômico: Processo acromial da escápula e processo do olecrano

da ulna, sobre o músculo tríceps.

4.2.2.2.1.4.2. Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)

4.2.2.2.1.4.2.1. Procedimento:

a) Posição do avaliado: solicitou-se que a criança e/ou adolescente com SD

ficasse em posição ereta, com os braços relaxados e ao longo do corpo e que

posteriormente realizasse o movimento de abdução e flexão do braço para trás para

proporcionar e elevação da escápula e assim facilitar a sua identificação.

b) Execução da medida: a medida foi executada obliquamente em relação ao

eixo longitudinal, seguindo-se a orientação dos arcos costais, localizada 2 cm abaixo do

ângulo inferior da escápula em posição diagonal.

c) Direção da dobra: diagonal e obtida obliquamente ao eixo longitudinal.

d) Local anatômico: ângulo inferior da escápula.

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Casuística e Métodos 64

4.2.2.2.1.5. Perímetros Corporais

A composição corporal pode ser estimada a partir dos perímetros, que são

úteis para determinar mudanças no padrão de distribuição de gordura de uma pessoa

no decorrer do tempo. As estimativas do percentual de gordura corporal são

fundamentadas nas razões das medidas de circunferências. No presente estudo, foi

avaliado o índice da circunferência da cintura (CC) com fita métrica flexível e inelástica,

com largura de 0,5 cm e escala em centímetros e milímetros. Essa medida é indicativa

do acúmulo de gordura na região central do corpo e representa um maior risco para a

saúde. (Costa, 2001; Guedes, 2003; Heyward, 2004; Norton, 2005; Guedes, 2006).

Para se classificarem os resultados obtidos nas avaliações da CC, utilizou-se a

tabela de referência dos valores de CC, que classifica como sobrepeso o indivíduo cuja

circunferência da cintura se situe entre o percentil 75 e 90 e obeso, o indivíduo cuja

circunferência da cintura se situe igual ou acima do percentil 90, segundo os critérios de

Fernández (Fernández et al., 2004).

4.2.2.2.1.5.1. Circunferência da Cintura (CC)

4.2.2.2.1.5.1.1. Procedimento:

a) Posição do avaliado: solicitou-se que a criança e/ou adolescente com SD

ficasse em posição ereta, com os braços relaxados ao longo do corpo.

b) Execução da medida: colocou-se a fita métrica em volta da cintura, no nível

da parte mais estreita do dorso, entre a margem costal mais baixa (costela) e a crista

ilíaca. A mensuração se fez no final da expiração normal da criança e/ou adolescente.

c) Posição da circunferência: no plano horizontal

d) Local anatômico: Parte mais estreita do dorso, nível da cintura, entre as

costelas e a crista ilíaca.

4.2.2.2.1.6. Bioimpedância Elétrica (BIA)

Nesse estudo, utilizou-se o aparelho de composição corporal por

Bioimpedância Biodynamics Moledo 310c, fabricado pela Biodynamics Corporation

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Casuística e Métodos 65

Seatle, Washington USA, para se determinar a composição corporal (massa magra e a

massa gorda). O aparelho analisador fornece os resultados da análise da composição

corporal por meio da determinação da impedância no fluxo da corrente entre a fonte e

os eletrodos detectores de voltagem e da conversão desta em densidade corporal,

sendo adicionados neste sensor os dados referentes à estatura, sexo e idade (Costa,

2001; Guedes, 2003; Heyward, 2004; Norton, 2005; Guedes, 2006). Os valores obtidos

pela BIA foram classificados segundo adaptação dos dados de Van Der Sluis (Van Der

Sluis, 2002), sendo considerado obesidade quando os valores se situaram acima do 2º

desvio padrão.

4.2.2.2.1.6.1. Procedimento:

a) Posição do avaliado: solicitou-se que a criança e/ou adolescente com SD

ficasse em posição de decúbito dorsal em uma mesa de cimento com colchonete.

b) Execução da avaliação: Posteriormente, foram colocados no lado direito do

corpo os eletrodos sensoriais (proximais) sobre a superfície dorsal do pulso e superfície

dorsal do tornozelo; e os eletrodos-fonte sensoriais (distais) na base das articulações

metacarpofalângicas da mão e metatarsofalângicas do pé.

c) Local anatômico: superfície dorsal do pulso direito e superfície dorsal do

tornozelo direito e na base das articulações metacarpofalângicas da mão direita e

metatarsofalângicas do pé direito.

4.2.2.2.1.7. Questionário Alimentar

O Inquérito Alimentar foi utilizado para se saber da ingestão calórica das

crianças e adolescentes com SD assim como dos seus pais. Para cálculo da ingestão

calórica foi empregado o programa computacional Dietpro, versão 5i. O padrão de

referência dos valores de adequação adotado para esse trabalho é o recomendado pela

“Dietary References Intakes” (DRI) do International Life Scienecs Institutes (ILSI/SBAN,

2001; Esteves, 2002). Esse padrão propõe uma variabilidade aceitável como normal

para ingesta alimentar, daquelas quantidades compreendidas entre +/- 2 desvio-padrão

da média para idade e sexo. Valores acima do padrão foram considerados como

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Casuística e Métodos 66

indicativos de ingesta calórica exagerada. Em anexo, o modelo do inquérito é

apresentado.

4.2.2.2.1.8. Questionário IPAQ versão curta

Foi utilizado para avaliação do nível de atividade física o Questionário

Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta (em anexo), com a interpretação

de acordo com Matsudo (2001) que a classifica com as seguintes descrições:

4.2.2.2.1.8.1. Atividade Moderada – aquela que necessita de algum esforço

físico que demanda uma respiração um pouco mais forte do que o normal e o coração

bate um pouco mais rápido. Exemplos: pedalar leve na bicicleta, caminhar, nadar,

dançar, carregar pesos leves, fazer ginástica aeróbica e fazer serviços domésticos

leves na casa (casa, quintal e jardim).

4.2.2.2.1.8.2. Atividade Vigorosa – aquela em que o indivíduo necessita de

um grande esforço físico e faz com que respire mais forte do que o normal e o coração

bata muito mais rápido. Exemplo: pedalar rápido na bicicleta, jogar futebol, correr, fazer

ginástica aeróbica, carregar pesos pesados e fazer serviços domésticos pesados na

casa (casa, quintal e jardim).

4.2.2.2.1.8.3. Critérios de Freqüência e Duração

Para critérios de freqüência e duração das atividades se utilizaram as

denominações recomendadas de acordo com o Center for Disease Control and

Prevention (CDC) e do Centro de Estudos do laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul (CELAFICS).

4.2.2.2.1.8.3.1. Sedentário – aquele que não realiza nenhuma atividade física

por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

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Casuística e Métodos 67

4.2.2.2.1.8.3.2. Insuficiente Ativo A – aquele que atingiu pelos menos um dos

critérios de recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade.

Freqüência de 5 dias por semana ou duração de 150 minutos por semana.

4.2.2.2.1.8.3.3. Insuficiente Ativo B – aquele que não atingiu nenhum dos

critérios da recomendação, quanto à freqüência e duração.

4.2.2.2.1.8.3.4. Ativo – Aquele que realiza atividade física vigorosa de 3 dias

ou mais por semana, de 20 minutos ou mais por sessão e/ou atividade física moderada

ou caminhada de 5 dias ou mais por semana e 30 minutos ou mais por sessão.

Também, qualquer atividade somada de 5 dias ou mais por semana e 150 minutos ou

mais por semana (caminhada + moderada + vigorosa).

4.2.2.2.1.8.3.5. Muito Ativo – Aquele que realiza atividade física de

intensidade vigorosa 5 dias ou mais por semana, de 30 minutos ou mais por sessão

e/ou vigorosa durante 3 dias ou mais por semana, de 20 minutos ou mais por sessão.

Além disso, acrescenta-se mais atividade de intensidade moderada e/ou caminhada de

5 dias ou mais por semana e 30 minutos ou mais por sessão.

4.2.2.2.1.9. Preenchimento do questionário de ingesta alimentar e atividade

física

Foram aplicados dois questionários aos pais e/ou responsáveis das crianças

e/ou adolescentes com SD, para serem preenchidos, relacionados ao consumo

alimentar da criança e ao nível de atividade física (anexos 1 e 2).

4.2.2.2.1.10. Atividades desenvolvidas com os pais das crianças e

adolescentes com síndrome de Down:

• Avaliação do peso, altura e IMC (da mãe e/ou do pai);

• O preenchimento do questionário de atividade física e do questionário do

consumo alimentar pela família.

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Casuística e Métodos 68

4.2.2.3. Terceira Fase (Análise Estatística)

Os tratamentos estatísticos de todas as informações coletadas foram efetuados

através do Programa SPSS (Statistical Package for Social Science). As análises

descritivas das variáveis foram apresentadas como: média, desvio padrão e mediana.

Para descrever os grupos foram apresentadas tabelas de freqüência das variáveis

categóricas e medidas de posição e dispersão das variáveis continuas (Fleiss, 1981).

Para comparação de proporções foi utilizado o teste Qui-quadrado ou o Teste Exato de

Fisher, quando necessário. Para comparação de medidas contínuas entre 2 grupos foi

utilizado o teste de Mann´Whitney e entre 3 grupos o teste de Kruskal-Wallis. O nível de

significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%. Para a análise da correlação

entre o IMC com as dobras cutanêas (DCT e DCSE), CC e com o %MG (obtido da BIA)

foi empregado o coeficiente de correlação de Pearson e o número de avaliados foi de

35 por apresentarem resultados de todos esses parâmetros. Foram consideradas

significativas diferenças com valor de “p” menor ou igual a 0,05.

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Resultados 69

5. RESULTADOS

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Resultados 70

Participaram do estudo 47 crianças e adolescentes com síndrome de Down,

com média de idade de 12,17 anos, sendo 19 do gênero feminino e 28 do gênero

masculino. Os valores individuais de peso, estatura e IMC são apresentados no anexo

1.

Na tabela 1, há uma comparação ponderal dos valores obtidos considerando

como referência as curvas do CDC 2000 e as curvas estabelecidas por Cronk et al.

(1988). Também, foram excluídos 5 adolescentes, sendo 3 do gênero masculino e 2 do

gênero feminino, porque as curvas de Cronk et al. (1988) representam os índices de

estatura até os 18 anos.

Tabela 1 - Comparação do índice de estatura das crianças e adolescentes com

síndrome de Down entre as curvas do CDC 2000 e as curvas de Cronk et al. (1988),

segundo gênero.

Variáveis Masculino Feminino Total

CDC Cronk CDC Cronk CDC Cronk N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) Estatura Normal 6 (24,00) 25 (100,00) 4 (23,52) 16 (94,11) 10 (23,80) 41 (97,61)

Estatura Baixa 19 (76,00) 0 13 (76,47) 1 (5,88) 32 (76,19) 1 (2,38)

Total 25 25 17 17 42 42

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Resultados 71

Na tabela 2, observa-se a classificação do estado nutricional de acordo com os

valores de referência de IMC estabelecidos pelo CDC 2000.

Tabela 2 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down por gênero, baseada nos valores de referência do IMC definidas

pelo CDC 2000.

Indicadores CDC

Masculino Feminino Total

N (%) N (%) Baixo Peso 1 (3,57) 0 1 (2,12) Eutrofico 10 (37,71) 7 (36,84) 17 (36,17) Sobrepeso 6 (21,42) 6 (31,57) 12 (25,53) Obeso 11 (39,28) 6 (31,57) 17 (36,17)

Total 28 19 47

p = 0,29 (teste Qui-Quadrado) Comparação de freqüência de obesidade em relação gênero

Se forem agrupados sobrepeso e obesidade, obtém-se uma freqüência de

29/47 (61,70%).

A classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com SD,

baseado no índice de massa corporal (IMC) em diferentes faixas etárias e gêneros é

mostrada na tabela 3.

Tabela 3 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down de acordo com os valores de referência do IMC do CDC 2000

segundo gênero e faixas etárias.

Indicadores CDC

Masculino (N=28) Feminino (N=19) Total

5–10 anos 11– 15 anos 16–20 anos 5–10 anos 11–15 anos 16–20 anos

N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%)

Baixo Peso 1 (7,69) 0 0 0 0 0 1 (2,12) Eutrofico 3 (23,07) 3 (37,50) 4 (57,14) 4 (40,00) 1 (25,00) 2 (40,00) 17 (36,17) Sobrepeso 2 (15,38) 4 (50,00) 0 4 (40,00) 1 (25,00) 1 (20,00) 12 (25,53) Obeso 7 (53,84) 1 (12,50) 3 (42,85) 2 (20,00) 2 (50,00) 2 (40,00) 17 (36,17)

Total 13 8 7 10 4 5 47

P valor = 0,29 Qui-Quadrado agrupando baixo peso + peso adequado.

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Resultados 72

Os valores individuais das dobras cutâneas triciptal (DCT) e subescapular

(DCSE) são apresentados no anexo 2.

Na tabela 4A e tabela 4B, observa-se a classificação do estado nutricional de

acordo com as dobras cutâneas.

Tabela 4A – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down de acordo com a dobra cutânea tricipital (DCT) segundo gênero e

faixas etárias.

Indicadores (DCT)

Masculino (N=23) Feminino (N=17) Total

5–10 anos 11– 15 anos 16–20 anos 5–10 anos 11–15 anos 16–20 anos

N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%)

Baixo Peso 1 (11,11) 0 0 1 (11,11) 0 0 2 (5,00) Eutrofico 2 (22,22) 4 (57,14) 2 (28,57) 5 (55,55) 1 (25,00) 2 (50,00) 16 (40,00) Sobrepeso 3 (33,33) 1 (14,28) 2 (28,57) 2 (22,22) 1 (25,00) 1 (25,00) 10 (25,00) Obeso 3 (33,33) 2 (28,57) 3 (42,85) 1 (11,11) 2 (50,00) 1 (25,00) 12 (30,00)

Total 9 7 7 9 4 4 40

Tabela 4B – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down de acordo com a dobra cutânea subescapular (DCSE) segundo

gênero e faixas etárias.

Indicadores (DCSE)

Masculino (N=23) Feminino (N=17) Total

5–10 anos 11– 15 anos 16–20 anos 5–10 anos 11–15 anos 16–20 anos

N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%)

Baixo Peso 0 0 0 0 0 0 0 Eutrofico 1 (11,11) 1 (14,28) 1 (14,28) 2 (22,22) 1 (25,00) 1 (25,00) 7 (17,50) Sobrepeso 2 (22,22) 3 (42,85) 1 (14,28) 2 (22,22) 0 0 8 (20,00) Obeso 6 (66,66) 3 (42,85) 5 (71,42) 5 (55,55) 3 (75,00) 3 (75,00) 25 (62,50)

Total 9 7 7 9 4 4 40

Os valores individuais da circunferência da cintura (CC) são apresentados no

anexo 3.

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Resultados 73

Na tabela 5, observa-se a classificação do estado nutricional de acordo com a

circunferência da cintura (CC).

Tabela 5 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down de acordo com a circunferência da cintura (CC) segundo gênero e

faixas etárias.

Indicadores (CC)

Masculino (N=19) Feminino (N=16) Total

5–10 anos 11– 15 anos 16–20 anos 5–10 anos 11–15 anos 16–20 anos

N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%)

Normal 4 (40,00) 4 (66,66) 1 (33,33) 4 (44,44) 1 (25,00) 2 (66,66) 16 (45,71) Sobrepeso 4 (40,00) 1 (16,66) 0 4 (44,44) 1 (25,00) 1 (33,33) 11 (31,42) Obeso 2 (20,00) 1 (16,66) 2 (66,66) 1 (11,11) 2 (50,00) 0 8 (22,85)

Total 10 6 3 9 4 3 35

Os valores individuais da bioimpedância elétrica (BIA) são apresentados no

anexo 4a e anexo 4b.

Na tabela 6, observa-se a classificação do estado nutricional de acordo com a

bioimpedância elétrica.

Tabela 6 – Classificação do estado nutricional das crianças e adolescentes com

síndrome de Down de acordo com a bioimpedância (BIA).

Indicadores (BIA)

Masculino (N=24) Feminino (N=17) Total

5–10 anos 11– 15 anos 16–20 anos 5–10 anos 11–15 anos 16–20 anos

N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%) N (%)

Normal 9 (90,00) 6 (85,71) 6 (85,71) 8 (88,88) 2 (50,00) 3 (75,00) 34 (82,92) Sobrepeso 0 0 0 1 (11,11) 2 (50,00) 1 (25,00) 4 (9,75) Obeso 1 (10,00) 1 (14,28) 1 (14,28) 0 0 0 3 (7,31)

Total 10 7 7 9 4 4 41

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Resultados 74

A freqüência de obesidade em crianças e adolescentes com síndrome de Down

(SD) é apresentada na tabela 7 de acordo com diferentes índices.

Tabela 7 – Freqüência de obesidade e sobrepeso em crianças e adolescentes com

síndrome de Down segundo diferentes índices.

Indicadores Obeso Sobrepeso Não obeso

N N (%) N (%) N (%)

IMC* 17(36,17) 12 (25,53) 18 (38,29) 47

DCT* 12 (30,00) 10 (25,00) 18 (45,00) 40

DCSE* 25 (62,50) 8 (20,00) 7 (17,50) 40

CC* 8 (22,85) 11 (31,42) 16 (45,71) 35

BIA* 3 (7,31) 4 (9,75) 34 (82,92) 41

*IMC = índice de massa corporal; DCT = dobra cutânea triciptal; DCSE = dobra cutânea subescapular;

CC = circunferência da cintura e BIA = bioimpedância elétrica.

A análise da correlação entre o IMC com as dobras cutâneas, CC e com a %MG

obtida por BIA é apresentada na tabela 8. A representação gráfica desses resultados é

mostrada nos gráficos 1 a 4.

Tabela 8 – Correlação entre o IMC e as dobras cutâneas, circunferência da cintura e

percentual de massa gorda obtida pela bioimpedância elétrica.

Comparação entre variaveis Índice de correlação (r) p

IMC x DCT 0,67 <0,00

IMC x DCSE 0,71 <0,00

IMC x CC 0,95 <0,00

IMC x %MG 0,55 <0,001

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Resultados 75

Grafico 1 – Correlação entre o IMC e a dobra cutânea triciptal. Uma significante

correlação positiva foi encontrada (r = 0,67; p=0,00).

Grafico 2 – Correlação entre o IMC e a dobra cutânea subescapular. Uma significante

correlação positiva foi encontrada (r = 0,71; p=0,00).

DCSE

50403020100

IMC

50

40

30

20

10

DCT

403020100

IMC

50

40

30

20

10

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Resultados 76

Grafico 3 – Correlação entre o IMC e a circunferência da cintura. Uma significante

correlação positiva foi encontrada (r = 0,95; p=0,00).

Obs.: PMG = %MG (BIA).

Grafico 4 – Correlação entre o IMC e o percentual de gordura obtida pela

bioimpedância elétrica. Uma significante correlação positiva foi encontrada (r = 0,55;

p=0,001).

PMG

403020100

IMC

50

40

30

20

10

CC

1301201101009080706050

IMC

50

40

30

20

10

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Resultados 77

Questionário Alimentar

Em relação à alimentação, houve pequena aderência na devolução dos

questionários e nos devolvidos havia informações incompletas e contraditórias em

relação à quantidade e proporção dos alimentos consumidos. Dessa forma, não foram

considerados os resultados.

Avaliação dos pais das crianças e adolescentes com SD.

Nesse item, também não houve uma aderência significativa. Algumas crianças

e adolescentes com SD são conduzidos ao CEESD por outras pessoas que não a mãe

ou pai, outros faltaram nos dias definidos para a avaliação, outros foram embora antes

da avaliação e alguns pais do sexo masculino se recusaram a serem avaliados. Assim,

a amostra desse item se resumiu em 10 mães. Os valores individuais do peso, estatura

e IMC dessas mães são apresentados no anexo 5. Na tabela 9, é apresentada a

classificação das mães das crianças e adolescentes com síndrome de Down de acordo

com os valores de IMC.

Tabela 9 - Classificação das mães das crianças e adolescentes com síndrome de

Down pelo Indice de Massa Corporal.

Indicadores IMC

Mães

N (%) Baixo Peso 0 Eutrófico 2 (20,00) Sobrepeso 4 (40,00) Obeso 4 (40,00)

Total 10

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Resultados 78

Atividade Física

Na análise e interpretação do questionário de atividade física se utilizou como

parâmetro valores abaixo de 10 minutos contínuos para a classificação de sedentário

de acordo com o IPAQ versão curta.

São apresentados por gênero na tabela 9, o nível de atividade física das

crianças e adolescentes com SD.

Tabela 10 – Classificação do nivel de atividade física do questionário de atividade

física, IPAQ versão curta.

Sexo Fisicamente Ativo Sedentário Total

N (%) N (%) N (%)

Masculino 10 (58,82) 3 (17,64) 13 (76,47)

Feminino 3 (17,64) 1 (5,88) 4 (23,52)

Total 13 (76,47) 4 (23,52) 17 (10,00)

Quando foi comparado o nível de atividade física com a presença ou ausência

de obesidade, não foi observada diferença estatisticamente significativa.

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Discussão 79

6. DISCUSSÃO

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Discussão 80

Nas duas últimas décadas houve um progresso de atenção à criança e ao

adolescente com SD incentivando e promovendo o programa de inclusão. O perfil de

atividade desses indivíduos até então era de confinamento, sem terapias, sem

atividades programadas, o que propiciava aumento da ingestão calórica, diminuição de

atividade física e como resultado o desenvolvimento da obesidade.

Por outro lado, considerando crianças e adolescentes sem a síndrome, nota-se

que houve um aumento da incidência de obesidade decorrente da mudança de hábito

alimentar, da inatividade física e de condições que propiciam o sedentarismo (Lima et

al., 2004, Carrel et al., 2005; Rech et al., 2007; Potesio et al., 2009; Martinez-Gomez et

al., 2009).

Segundo a OMS, a obesidade e o sobrepeso são definidos como acúmulo

anormal de gordura que pode ser prejudicial para a saúde. Podem ser vários os motivos

do aparecimento da obesidade e do sobrepeso, mas a causa fundamental é o

desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de calorias (WHO, 2006).

As causas do crescimento da prevalência de obesidade têm sido debatidas,

tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento e também a

preocupação em relação às complicações e co-morbidades associadas. A obesidade é

a principal causa de resistência à insulina em crianças e adolescentes e também está

associada às dislipidemias, diabetes mellitus tipo 2 e complicações vasculares (Miller et

al., 2004; IOTF, 2005; Tomkins, 2006; Rech et al., 2007; Potestio et al., 2009; Freitas et

al, 2009).

A definição do diagnóstico de obesidade é baseada em diferentes índices

sendo o IMC o mais empregado. Embora esse índice seja simples e prático, o resultado

não define entre massa gorda, massa magra e óssea (McCarthy, 2006). Dessa forma, a

interpretação desse índice pode levar a um erro do diagnóstico. Uma vez que nas

diferentes definições de obesidade, há referência de acúmulo anormal de gordura, o

ideal seria empregar métodos que avaliassem diretamente esse excesso.

Na SD, há ainda poucos trabalhos relacionados com os indicadores do

diagnóstico de obesidade. As publicações são concordantes em afirmar que há baixa

estatura na trissomia do cromossomo 21 se adotar como valores de referência as

diversas curvas elaboradas para a população normal. Em vista disso, Cronk et al

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Discussão 81

(1988), nos EUA, realizaram um estudo transversal para delinear peso, estatura e

crescimento de 730 crianças e adolescentes americanos com SD, na faixa etária de 1 a

18 anos. Foram então elaboradas tabelas de P/I, E/I e perímetro cefálico por idade e,

posteriormente, adotadas pelo CDC e o NHANES daquele país, possibilitando assim

diagnosticar o estado nutricional de crianças e adolescentes com SD naquela faixa

etária. Quando esses mesmos autores compararam os resultados obtidos com os

índices do CDC/NCHS, notaram que houve semelhança na evolução do ganho de peso,

mas redução na estatura das crianças e adolescentes com SD. Dessa forma, os

autores relacionaram o aparecimento da obesidade, em parte, à baixa estatura (Cronk

et al, 1988).

Contudo, outros trabalhos, incluindo o de Mustachi no Brasil (2000),

apresentam resultados diferentes de valores de referência em comparação com os de

Cronk et al. nas diferentes faixas etárias e entre os gêneros da mesma faixa etária

(Mustachi, 2000).

No presente estudo, observa-se que o diagnóstico de baixa estatura esteve

presente em 32/47 (76,19%) das crianças e adolescentes com SD de acordo com os

valores de referência do CDC. Quando os valores são comparados com os valores de

referência de Cronk et al (1988), observa-se que apenas um avaliado (2,12%)

apresentou baixa estatura. Esses resultados estão de acordo com a literatura (Cronk et

al, 1988; Cremers et al., 1996; Styles et al., 2002)

Em relação à freqüência de obesidade, no presente trabalho, observa-se que

os valores foram elevados, excetuando a freqüência obtida por BIA. De acordo com o

IMC foi de 36,17%, com a DCT foi de 30,00%, com a DCSE foi de 62,50%, com a CC

foi de 22,85% e de acordo com a BIA foi de 7,31%.

Os estudos realizados em diferentes países revelam um alto índice de

obesidade que vem progressivamente aumentando. Nos Estados Unidos, a taxa de

prevalência da obesidade infantil alcançou os 15%. Desse percentual, 26,2% são

crianças de 2 a 5 anos classificadas dentro do quadro de sobrepeso e obesidade

(Benjamin, 2008; CDC, 2009; The Obesity Society, 2009).

No Brasil, Campinas-SP, Troncon et al. (2007) estudaram a prevalência de

obesidade em crianças de seis a 14 anos de uma escola pública e de um ambulatório

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Discussão 82

geral de pediatria de hospital universitário. Nessa população, obtiveram índices de

prevalência de obesidade de 20,20% e 11,20% respectivamente. Na Bahia, Leão et al.,

2003, estudaram a prevalência de obesidade em escolares com idades entre 5 e 10

anos. Observaram maior prevalência de obesidade em estudantes das escolas

particulares em comparação com os estudantes das escolas públicas (30% X 8%).

Em relação à freqüência da obesidade na SD, há poucos estudos na literatura.

Em 2002, Styles et al. realizaram um estudo na Inglaterra, República da Irlanda, Irlanda

do Norte e Escócia, no qual avaliaram 1089 crianças e adolescentes com SD, sendo

597 do sexo masculino e 492 do sexo feminino, desde o nascimento até os 18 anos de

idade, perfazendo no total 5.913 observações. Esses autores excluíram os prematuros

e quem apresentasse alguma cardiopatia. Estabeleceram novos padrões de referência

em percentis (Ps), assim como novas curvas de peso/idade, estatura/idade, IMC e

perímetro cefálico para a idade dessa população, sendo as curvas apresentadas em 9

divisões de Ps: 0,4;2;9;25;50;75;91;98;99,6. Constataram: tendência para o sobrepeso,

iniciando-se na infância até os 14 anos de idade; e que 30% das crianças com 10 anos

de idade apresentaram IMC acima do P91 e 20% superior ao P98 em relação à

população geral (Styles et al., 2002).

No Brasil, São Paulo, Dalpicolo et al., 2004, realizaram avaliação do estado

nutricional em 32 crianças com SD na faixa etária de 1 a 8 anos. Empregaram para

essa avaliação o peso e a estatura e compararam os resultados com 3 curvas: 1ª) As

curvas de crescimento obtidas por Mustacchi, 2002, de padrão nacional e específica

para SD; 2ª) As curvas obtidas por Cronk et al., 1988, de padrão internacional e

específica para SD e 3ª) As curvas de crescimento do NCHS. O critério adotado para o

diagnóstico de obesidade foi do peso se situar acima do percentil 95 na curva

peso/idade. Esses autores obtiveram os seguintes percentuais de obesidade: 17,2%,

3,4% e 0% respectivamente. (Cronk et al., 1988; Mustacchi, 2002, Dalpicolo et al.,

2004).

Em adultos com SD, Lopes Silva et al., 2006, estudaram em Portugal 104

indivíduos com idades compreendidas entre 18 e 47 anos e, de acordo com os valores

de IMC, obtiveram um índice de 54,3% de freqüência de obesidade. (Lopes Silva,

2006).

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Discussão 83

Em relação à freqüência de obesidade obtida por meio das pregas cutâneas,

observaram-se, no presente estudo, valores superiores da DCSE (62,50%) em relação

à DCT (30,00%). Infelizmente, não há referência na literatura desses indicadores na

avaliação nutricional de crianças e adolescentes com SD. Na população sem a

síndrome, Chiara et al. (2003), obtiveram um resultado equivalente ao estudarem 502

adolescentes com idades de 12 aos 18 anos. Eles compararam a freqüência de

excesso de gordura por meio da DCSE e do IMC obtendo maior freqüência por meio da

DCSE (para o sexo masculino ≥15 anos, a freqüência foi de 34% para DCSE e de 13%

pelo IMC). A DCSE é tida como um indicador da gordura centralizada no tronco que

está associada às co-morbidades da obesidade (Goldbacher et al. 2005). Por outro

lado, a DCT é tida como um indicador do acúmulo de massa gorda periférica (Rolland-

Cachera, 1993; Dietz WH, 1994; Veiga et al., 2001; Chiara et al, 2003).

Em relação à CC, no presente estudo, a freqüência de obesidade foi de

22,85%. Da mesma forma, não há trabalhos que empreguem esse índice na SD.

Segundo Ferreira et al. (2007), De Ferranti et al. (2008) e Farias et al. (2009), esse é

um bom indicador de adiposidade subcutânea e visceral devendo ser empregado em

conjunto com outros indicadores antropométricos.

Dessa forma, é importante que haja uma padronização dos valores de

referência das dobras cutâneas e da CC pelo CDC ou WHO, como foi estabelecido para

o IMC (Maffeis et al., 2001, Sant’Anna, 2009).

Quanto à BIA, no presente estudo, a freqüência de obesidade foi de 7,31%.

Esse resultado foi inferior aos obtidos pelos outros indicadores. Não temos uma

explicação plausível. É necessário rever toda a metodologia da bioimpedância e/ou

realizar o mesmo estudo com esse aparelho em população sem a síndrome. Outra

dificuldade é que não é possível comparar com outro estudo realizado na população

com SD, o de Luke et al. 1996. Nesse trabalho, a casuística é pequena (n=10), o valor

obtido por meio da BIA é comparado a um valor de referência obtido por método de

diluição de deutério e os resultados apresentados são de massa livre de gordura.

Apesar de a BIA ser um instrumento útil para as pesquisas epidemiológicas,

até o momento não há um consenso a respeito dos valores de referência na faixa etária

pediátrica para adequada interpretação dos resultados. Pichard et al,, 2000, realizaram

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Discussão 84

um estudo na Suíça em 3.393 adolescentes e adultos (idade 15-64 anos), de ambos os

sexos, e estabeleceram percentis de normalidade. Em outro estudo, Sant’Anna et al,

2009, avaliaram a gordura corporal pelo método BIA em 205 crianças e adolescentes

de 6 a 9 anos. Utilizaram como parâmetros de excesso de gordura corporal valores

acima de 20% para o sexo masculino e no feminino valores acima de 25%. Na

comparação dos resultados da BIA com a CC medida na cicatriz umbilical, o coeficiente

de correlação foi de 0,49 para o sexo masculino e de 0,54 para o sexo feminino

indicando uma leve correlação.

Por conseguinte, a ausência dos valores de referência para a análise correta

dos resultados pelo método de BIA, constitui uma dificuldade na sua aplicabilidade,

ainda mais para a SD.

Tendo em vista os resultados do presente trabalho e das casuísticas já citadas,

em comparação com a freqüência de obesidade na população geral, observa-se que na

população com SD há uma maior porcentagem de excesso de gordura.

Em relação à correlação do IMC com os diferentes índices empregados para a

avaliação nutricional, observa-se uma correlação com todos eles (DCT, DCSE, CC,

%MG), sendo mais expressiva com a circunferência da cintura (r=0,95) e menos

expressiva com o percentual de gordura obtido por BIA (r=0,55). Não foi encontrado na

literatura trabalhos com esse tipo de análise para fazer a comparação. Essa informação

é importante porque há possibilidade de se empregar esses índices nos quais houve

boa correlação com o IMC em situações de dificuldade ou impossibilidade de se obter o

peso e/ou a estatura.

A etiologia da obesidade é multifatorial incluindo fatores genéticos, ambientais,

comportamentais ou decorrentes de fatores metabólicos. Na SD, é possível que todos

esses fatores estejam envolvidos com algumas particularidades.

A importância da herança tem sido demonstrada em estudos sobre peso

corporal incluindo gêmeos dizigóticos e monozigóticos e em indivíduos adotados e seus

irmãos biológicos. Os resultados desses estudos mostram uma concordância maior em

monozigóticos e entre irmãos (Guedes, 2005). A obesidade dos pais, particularmente a

da mãe é preditiva de obesidade infantil. No presente trabalho, observou-se uma alta

freqüência de obesidade das mães. De 10 mães avaliadas, 8 apresentaram excesso de

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Discussão 85

gordura e apresentavam 6 filhos com o mesmo diagnóstico. É importante ressaltar que

essa amostra é reduzida porque representa apenas 21,27% do total das mães, sendo

necessária a ampliação para se tirar conclusões mais precisas.

Em relação aos fatores ambientais, a sua importância é denotada pelo

aumento da freqüência de obesidade nos últimos 20 anos. Esses fatores incluem as

tendências de uma ingesta alimentar inadequada e baixo nível de atividade física, assim

como o sedentarismo. Infelizmente, a investigação das alterações da ingesta alimentar

não pôde ser verificada no presente trabalho. Há necessidade de uma melhor

orientação do preenchimento do questionário com informações detalhadas de algumas

medidas empregadas no consumo dos alimentos. O’Neill et al., 2005, compararam as

práticas alimentares de 36 crianças com SD, com idades entre 3 e 10 anos, com as

práticas de irmãos sem a síndrome. Como resultado, obtiveram que o z-escore do IMC

de crianças com SD foi maior em comparação com o z-escore dos irmãos com

diferença significativa. Adicionalmente, observaram que os pais empregaram práticas

controladoras mais freqüentes em crianças com SD e foram relacionadas, de alguma

forma, com o IMC da criança (O’Neill et al., 2005). Também, merece menção o fato de

alguns trabalhos relatarem menor gasto energético basal nas crianças com SD, o que

poderia contribuir na patogênese da obesidade (Tolmie, 1996 apud Kaminker e

Armando, 2008).

Em relação à atividade física, no presente trabalho, não se observou um

aumento de sedentarismo entre os indivíduos com obesidade e não houve correlação

entre o estado nutricional e a prática da atividade física. Esse resultado, a princípio,

parece contraditório, mas tem sido o mesmo relatado por Troncon et al., 2007, no seu

estudo com crianças sem a síndrome, na faixa-etária dos 6 aos 14 anos de ambos os

sexos. Esses autores verificaram maior prevalência de sobrepeso e obesidade no grupo

que praticava mais atividade física. Para essa situação, podem-se elaborar os seguintes

argumentos: 1) Os indivíduos que praticam atividade física foram orientados por causa

do sobrepeso e da obesidade. Infelizmente, não se pôde averiguar essa hipótese

porque o questionário não contemplou essa informação. 2) A freqüência e a intensidade

dessa atividade física não são suficientes para impedir o aparecimento do excesso de

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Discussão 86

gordura tendo em vista que os outros fatores como o aumento da ingestão calórica não

foi corrigido.

Por outro lado, na literatura, há uma série de publicações confirmando o valor

da prática da atividade física. Diante da situação de um aumento crescente dos índices

de obesidade e co-morbidades associadas, a OMS se mobilizou e incluiu a atividade

física no programa denominado “Estratégia Global de Alimentação, Atividade Física e

Saúde” (Hallal et al, 2007).

Conforme Hills et al (2007), os benefícios da atividade física na composição

corporal no desenvolvimento e no crescimento de crianças e adolescentes, quando

estabelecidas durante o inicio dos anos, podem proporcionar um maior impacto na

mortalidade e na longevidade. Claro que há a necessidade de se estabelecer

estratégias de atividade física habitual com uma constante pratica para se obter esse

resultado (Hills et al, 2007).

Nas crianças e adolescentes com SD, há um agravante das condições

obesogênicas, pois é natural a tendência para a super proteção, desde os primeiros

meses de vida, o que pode estar associado à superalimentação, e o freqüente

isolamento social, portanto a não participação em atividades lúdicas que exijam

desempenho físico ou que possam colocá-los em risco, ocasionando menos atividade

física e pouca atividade de alta intensidade.

Segundo Menear (2007), os indivíduos com SD têm baixos níveis de atividade

física associado ao sedentarismo e também às poucas oportunidades de recreação,

assim como pouca motivação para serem fisicamente ativos. O mesmo autor buscou,

por meio de questionários aplicados aos pais, saber se os seus filhos eram fisicamente

ativos e também do conhecimento e perspectivas que eles tinham da saúde e das

condições de prática de atividade física das suas crianças. Como resultado verificou

que os pais não praticam atividade física, mas reconhecem a necessidade dos filhos

estarem envolvidos em atividades programadas (Menear, 2007).

Em relação a esse assunto, percebe-se a necessidade presente de se criarem

programas de prevenção, intervenção e de reabilitação com atividades especificas para

cada criança e adolescente com SD, com exercícios adaptados coletivos e individuais,

de intensidade moderada a vigorosa, nas diferentes faixas etárias e realizado em

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Discussão 87

diversos ambientes, respeitando o potencial e a capacidade de cada um, assim como

seus limites.

Seria um método de inclusão social, já que ficam ociosos na maior parte do

tempo, para que se possa combater o sedentarismo e a obesidade e, por conseguinte,

melhorar o futuro dessa população. Pois, é importante evidenciar que atividades

adaptadas especificamente para o lazer, recreação, saúde e esporte ajudam na

melhoria do relacionamento social e na diversão dos portadores de SD, comumente

discriminados ou segregados.

Dessa forma, a atividade física regular propiciará, nos indivíduos com SD,

melhorias no quadro cardiorrespiratório, no condicionamento cardiovascular, no sistema

músculo-esquelético, no metabolismo lipídico, no metabolismo da glucose, no

metabolismo do ácido úrico, no sistema imunológico, no desenvolvimento neuro-motor,

na motricidade e no quadro psicossocial (Guerra, 2000; Schwartzman et al., 2003).

Como a expectativa de sobrevida na Síndrome de Down aumenta, é

fundamental a prevenção de obesidade nessa população para diminuir os riscos de

diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e outras co-morbidades relacionadas

à obesidade. É importante a realização de outros estudos, investigando com detalhes a

ingestão calórica, o percentual de obesidade em familiares como os irmãos e pais e um

estudo mais detalhado da composição corporal.

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Conclusões 88

7. CONCLUSÕES

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Conclusões 89

Baseado na presente casuística pode-se tirar as seguintes conclusões:

1. Há baixa estatura na maioria das crianças e adolescentes se for adotada como

referência à curva do CDC. Contudo, há estatura normal se for adotada como

referência à curva de Cronk et al (1988);

2. É alta a freqüência de obesidade nas crianças e adolescentes com SD na faixa

etária de 5 a 20 anos, variando de 22,85% a 62,50%. A freqüência variou de

acordo com o método adotado (IMC, DCT, DCSE e CC).

3. Não há diferença da freqüência de obesidade em relação ao gênero nas

diferentes faixas-etárias;

4. Observou-se correlação entre IMC e os diferentes métodos aplicados para

avaliação nutricional (DCT, DCSE, CC e BIA).

5. Não foi observada relação entre obesidade e nível de atividade física em 17

questionários analisados.

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Referências Bibliográficas 90

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Anexos 103

9. ANEXOS

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Anexos 104

ANEXO 1

Planilha de Valores individuais da idade (anos), peso (kg), estatura (cm), IMC (kg/m2)

de crianças e adolescentes com SD, segundo gênero, apresentados em média, desvio

padrão e mediana.

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Anexos 105

ANEXO 2

Valores individuais da dobra cutânea triciptal (DCT) e dobra cutânea subescapular

(DCSE) de crianças e adolescentes com SD, segundo gênero, apresentados em

média, desvio padrão e mediana.

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Anexos 106

ANEXO 3

Valores individuais da Circunferencia da Cíntura (CC) de crianças e adolescentes com

SD, segundo gênero, apresentados em média, desvio padrão e mediana.

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Anexos 107

ANEXO 4

Valores individuais da Bioimpedancia Eletrica de crianças e adolescentes com SD,

dividida por gênero, apresentados em média, desvio padrão e mediana.

Anexo 4a – Valores individuais da Bioimpedancia Eletrica de crianças e adolescentes

com SD, do gênero masculino, apresentados em média, desvio padrão e mediana.

Anexo 4b – Valores individuais da Bioimpedancia Eletrica de crianças e adolescentes

com SD, do gênero feminino apresentados em média, desvio padrão e mediana.

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Anexos 108

ANEXO 5 Valores individuais do IMC das mães dos filhos com SD.

N Idade Peso Estatura IMC 1 32 59,90 1,59 21,76 2 48 84,00 1,57 34,08 3 44 67,40 1,60 26,17 4 62 71,90 1,59 28,08 5 51 94,90 1,69 32,91 6 37 90,20 1,56 37,06 7 35 71,00 1,51 31,14 8 32 61,10 1,57 24,75 9 47 69,80 1,66 25,04 10 51 73,90 1,58 29,24 Soma (N=10) 439 744,10 15,92 290,23 Média 43,90 74,41 1,59 29,02 Mediana 45,5 71,45 1,58 26,99 Desvio Padrão 9,80 11,72 0,05 4,78

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Apêndices

109

10. APÊNDICES

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Apêndices

110

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (ADULTO – Pai ou mãe da criança ou jovem com síndrome de Down)

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Nome do projeto: “Freqüência de obesidade e seus fatores determinantes em crianças e adolescentes com síndrome de Down atendidas em um centro de referencia”. Responsável pelo projeto: Juan Eduardo Samur San Martin

Eu, __________________________________________________________, aceito

por livre e espontânea vontade participar deste estudo que será realizado para se saber a

freqüência e as causas da obesidade na síndrome de Down. Será necessário responder a um

questionário de hábitos alimentares a prática de atividade física. Também será realizado um

exame físico com medidas de peso, altura e outras equivalentes para avaliar a obesidade. Esta

investigação não acarretará gasto de dinheiro e nem riscos a minha saúde.

Estou ciente que posso desistir de participar a qualquer momento que desejar,

mesmo após a assinatura deste termo. Sei que a minha participação é voluntária e sem

obrigações financeiras e que não receberei remuneração nesta participação do estudo,

como também que as informações coletadas serão tratadas e mantidas em sigilo.

Em caso de qualquer esclarecimento ligar para:

Juan Eduardo Samur San Martin, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Prof. Dr. Gabriel Hessel, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Prof. Dr. Roberto Teixeira Mendes, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Secretaria da Comissão de Ética CEP – UNICAMP, (tel. 19 XXXX-XXXX).

Nome do adulto Responsável pela pesquisa

___________,______de _______ de 2009.

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Apêndices

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APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CRIANÇA E/OU JOVEM COM SÍNDROME DE DOWN)

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Nome do projeto: “Freqüência de obesidade e seus fatores determinantes em crianças e adolescentes com síndrome de Down atendidas em um centro de referencia”. Responsável pelo projeto: Juan Eduardo Samur San Martin

Eu, ________________________________________________________, declaro por livre e espontânea vontade permitir a _____________________________________________________________________, (nome da criança e/ou jovem), com idade de _______ anos que se encontra sobre a responsabilidade de ____________________________________________________, RG ______________________, telefone (____) ____________________, cujo grau de parentesco é _______________, a participar deste estudo que será realizado para se saber a freqüência e as causas da obesidade na síndrome de Down. Será necessário responder a um questionário de hábitos alimentares e prática de atividade física. Também será realizado um exame físico com medidas de peso altura e outras equivalentes para avaliar a obesidade. Apenas nas crianças e jovens com síndrome de Down será efetuada a medida da massa magra e gorda com um aparelho não invasivo. Esta investigação não acarretará gasto de dinheiro e nem riscos à saúde da criança, jovem e/ou familiares pesquisados.

Estou ciente que posso desistir de participar a qualquer momento que desejar,

mesmo após a assinatura deste termo. Sei que a minha participação é voluntária e sem

obrigações financeiras e que não receberei remuneração nesta participação do estudo,

como também que as informações coletadas serão mantidas e tratadas em sigilo.

Em caso de qualquer esclarecimento ligar para:

Juan Eduardo Samur San Martin, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Prof. Dr. Gabriel Hessel, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Prof. Dr. Roberto Teixeira Mendes, (tel. 19 XXXX-XXXX);

Secretaria da Comissão de Ética CEP – UNICAMP, (tel. 19 XXXX-XXXX).

Responsável pela criança Responsável pela pesquisa

___________,______de _______ de 2009.

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Apêndices

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Apêndices

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Apêndices

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Apêndices

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