Julian Rodrigues – CORSA(SP)

II Encontro Regional Diversidade Sexual Noroeste Paulista

Projeto Tecendo LaçosCapacitação em DH LGBT

Movimento LGBT: breve histórico de um movimento social

Julian Rodrigues – CORSA(SP)


• A história se faz de movimento, contradição. Historicamente, sempre houve lutas, revoltas, movimentos que contestam a ordem. Espártaco (73 ac.), revolta escravos Império Romano.

• Marco das revoluções, começa com a Revolução Francesa (1789). Povo e burguesia derrubam regime feudal. Capitalismo nascente.

• Século XIX: movimentos dos trabalhadores. Luta por direito a voto. Luta por transformações, lutas revolucionárias. Socialismo.

• Final do século XIXX e início século XX: fortalecimento movimento socialista, organização do movimento das mulheres. Clara Zetkin propõe o Dia 8 de Março, como dia Internacional da Mulher, em 1910, no II Congresso das Mulheres Socialistas.


• Segunda Guerra. Perseguição a homossexuais. Triângulo Rosa. Dica de peça e filme: BENT

• Novo marco movimento de mulheres. Feminismo. Simone de Beauvoir (1906-1986) , filósofa existencialista, publica a obra seminal " O Segundo Sexo" (1949) : "não se nasce mulher, torna-se mulher" .


• Anos 60: efervescência social, cultural , política, filosófica. Consolidação revolução chinesa, revolução cubana (59), Rock and Roll (Beatles), mobilizações em todo mundo, impulso libertário. Revolução sexual, pílula anticoncepcional. Movimento feminista, juventude em marcha, maio de 68.

• EUA: movimento pelos direitos civis (Rosa Parks, em 1955 recusa-se a ceder lugar a um branco na frente do ônibus). Grandes marchas: Martin Luther King, líderes como Malcom X, Panteras Negras. BLACK POWER. Também protestos contra guerra do Vietnã, movimento hippie, drogas. Woodstock.

• 1969 – Stonewal. 28 de junho. Nova York. Grenwich Village. Marco inaugural movimento LGBT moderno



• Anos 70: EUA e Europa. Movimento LGBT. Paradas do Orgulho. San Francisco. Bandeira do Arco-Iris (78?). GAY PRIDE. Em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria deixa de considerar a homossexualidade uma doença – formulação pioneira no campo científico.

• E o Brasil? Ditadura militar. Censura. Repressão. Moralismo. Resistência armada à ditadura. Movimentos culturais (Cinema Novo, Tropicália, Chico, Poesia Marginal). Ascenso dos movimentos sociais na segunda metade dos anos 1970.


• Abril de 1978 - Jornal O Lampião da Esquina (intelectuais do RJ e SP, entre eles Aguinaldo Silva). Parte do movimento da "imprensa nanica". Minorias, meio-ambiente, discriminação racial, artes, machismo E, o principal, questão homossexual.

• Fundação do Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual: final de 1978 (dura até 1983). 6 de fevereiro de 1979: debate na USP, primeira atividade pública. João Silvério Trevisan.

• Somos: forte componente "comunitário". Acolhimento, sociabilidade. Prazer. Tensões. Luta geral x "luta específica". Desconfiança esquerda. Por outro lado, esquerda não absorvia essa pauta, com raras exceções como a Convergência Socialista.


• Primeiro EBHO – 1980. São Paulo. Grupos de vários estados. Passeata no centro contra delegado Richetti. Putas, gays, travas, etc. Contra malufismo higienista.

• Meados dos anos 80, refluxos do movimento. AIDS. Grande impacto. Peste Gay. Pânico. Ao mesmo tempo, tira gays do armário. Vencer conservadorismo e a tragédia. Dica: peça e minissérie Angels in America.

• Anos 80: outros grupos – GGB, Triângulo Rosa. GGB lidera campanha para tirar o "homossexualismo" do rol de doenças. Vitória: Conselho Federal de Medicina, 1985. 1987. Constituinte, João Antonio Mascarenhas. Incluir proibição de discriminação por "orientação sexual“).


• Reflorescimento na primeira metade dos anos 90. Início financiamentos. Luta contra a Aids. Resposta brasileira.

• 1990: Organização Mundial de Saúde retira homossexualidade no Catálogo Internacional de Doenças

• 1995: ano-chave. 8º EBGL. 32 entidades presentes. Fundação da ABGLT (80% das entidades presentes aderem). No mesmo ano: ILGA, RJ, com passeata. Marta Suplicy apresenta o PL 1151, propondo a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Debate nacional, um marco. Revista Sui Generis. Mercado GLS, Noite Ilustrada. Festival Mix Brasil (1993). SENALE. ANTRA.

• 1996: Manifestação na Praça Roosevelt, pelo 28 de junho. Corsa, Um Outro Olhar, Núcleo de Gays e Lésbicas do PT.

• 1997: 9º EBGLT em São Paulo, encerrado por uma passeata. 28 de junho: I Parada do Orgulho de Sampa.

• Final dos 1990: maior visibilidade na mídia. Fortalecimento dos grupos. Muito ainda ligados à Aids. Maior financiamento governamental, ABGLT, projeto Somos. Crescimento das Paradas.


• Anos 2000: movimento se institucionaliza mais e se empodera. Agenda se volta mais para as políticas públicas e reivindicações legislativas e políticas governamentais.

• 2003: criação da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual (hoje Pela Cidadania LGBT) – fruto do I Seminário de Políticas Afirmativas e Direitos da Comunidade LGBT, ocorrido em junho, promovido pela Ouvidoria da Câmara e Comissão de Direitos Humanos.

• 2004 – maio. Novo marco. Governo Federal lança programa Brasil sem Homofobia. Protagonismo da sociedade civil. 53 ações. Marco em políticas públicas


• Avanço. Mais mídia, mais visibilidade ( sobretudo novelas), mais capilaridade do movimento, mais Paradas, mais diálogo com o poder público, decisões judiciais.

• Ao mesmo tempo: fortalecimento e maior organização dos inimigos. Homofobia militante. Igrejas fundamentalistas, sobretudo evangélicas pentecostais e católicos carismáticos.

• 2008: novo marco. I Conferência Nacional LGBT, em junho. Estado brasileiro reconhece nossa população. Municípios e estados realizam encontros.


• 2009 – Plano Nacional LGBT• 2010 – Coordenadoria NacionaL LGBT• 2011:Conselho Nacional LGBT e II Conferência, em

dezembro. Rearticulação Frente Parlamentar LGBT . Votação no STF (ADIN e ADPF). Votação STJ. Recrudescimento da homofobia – consequencia campanha 2010?

• Bibliografia básica

• Regina Facchini e Julio Simões – Na trilha do Arco-Iris – Fundação Perseu Abramo

• Contatos:

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