JULIEMA GISELE INOCENCIO ASPffiAc;:AO DE MECONIO -...
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JULIEMA GISELE INOCENCIO
ASPffiAc;:AO DE MECONIO
r.,·lonogmfia ~prcs"'lad.1 C\>mo rC<luisito I'ar"jal "
de Cllrdiorr<."'pirnloria. S•.1or de Ci",das da Sa,idc da
Univ •..,silbdcTlIiutidol'amn3.
Qricnta<k>r: Walid S31Qm~o :-'Iousfi
CURITlBA
2001
SUMAAIO
RESUMO ...
ABSTRACT ....
INTRODU(AO.
I. REVISAO DA LlTERATURA ..
2. MATERIAL E METODO.
3. AI'RESENTA(AO DOS DADOS E SUA ANALlSE. .....
,..... v
............................................ vi
. .... 1
. 2
4. INTERPRETA(AO DOS RESULTADOS ...
5. CONCLUSAO .....
ANEXO ...
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ....
. 6
. 7
. 8
. ~ ~ ~ 9
. 10
. 11
RESUMO
A aspirayao de meconio e uma pato]ogia respirat6ria que pode ocorrer em alguns
recem-nascidos devido a vilrias causas. E quando Deorrc podcmos encontrar Ires situacoes: 0
recem-nascido if a obilO, pode ficar corn seqUel as neurol6gicas au se tratado adequadamente
ficar bem. Por isso a necessidade de saber suas causas, como tcntar evita-Ias e 0 tratamenla
fisiotenipico que pode auxiliar esses recem-nascidos acometidos por esta patologia.
ABSTRACT
The meconio aspiration is a breathing pathology that may happen to some new-borns
due to several reasons. Whenever it happens we can have three situations: the new-born ends
up dying, the new-born may have neurologic sequels and the new-born can be propirly treated
and gets well so, it is necessary to know its causes, how to prevent it and the physical
therapeutic treatment that can help these new-borns who develop such pathology.
vi
INTRODU<;AO
As patoJogias respiratorias muitas vezes impossibilitam as pessoas de fazer varias
alividades, seja em casa, no trabalho ou no lazcr.
I-Ia varios tipos de doen~as respiratorias, bern como suas caus,as tambem sao diversas.
E podem afetar pessoas de todas as idades.
Uma delas e a aspira~ao de meconio, onde 0 recern-nascido aspira 0 liquido amni6tico
com meconio, intra utero au durante 0 nascirnento(mais camum), 0 que pode desencadear
tranStomas respiratorios, neurol6gicos, Oll leva-los a abito. E uma patologia que nem sempre
podemos prevenir, mas que, quando acontece, se bern tratada, 0 recem-nascido tera maiores
possibilidades de ficar sem seqOelas.
Par isso e interessante verif1carmos sua incidencia, bern como causas e 0 tratamento
utilizado, pois 0 prognostico destes recem-nascidos e melhor quando associa-se 0 tratamento
medico ao fisioterapico.
1 REVISAo DA LlTERATURA
"0 lerma meconic derivado da palavra grega mecol1ium-arion, significa "apia-smile"
Arist6teles dell este nome ao meconio pais acreditava que ele induzia 0 sono fetal".(COSTA;
VAZ; RAMOS et al; 1997, p.386)
A aspiracao de meconio consiste na aspirac;:ao do Iiquido amni6tico meconial para os
pulmoes durante 0 movimento de "gasp" intra-uteri no au nos primeiros movimentos
respiratorios.
[3em como coloca CLOHERTY e STARK (1982), a hip6xia aguda au cronica pode
resultar na eliminac;:ao do meconio in utero.
Segundo CUELLO; AQUIM; MASCI ANTONIO (1993) e CLOHERTY e STARK
(1982) os recem-nascidos com esta patalogia sao frequentemente pos-maturos, au entaD
estiveram sujeitos it asfixia antes do parto au durante 0 mesma. A cor do Iiquido diz a epoca
em que houve 0 acidente, pois 0 meconio velho costuma ser amarelado, ja 0 meconio verde
trata-sc de um acidente mais recentc.
Como diz MURAHOVSCHI (1995) a asfixia intra-uterina atua a nlve! intestinal
propiciando a elimina9ao do meconio para 0 liquido amniotico e , a nivel central aumenta os
movimemos respiratorios, 0 que leva 0 meconio do Iiquido amni6tico as por90es iniciais das
vias aereas. A amplitude respiratoria do bebe dentro do utero nao e suticiente para levar 0
liquido meconial ate por90es mais inferiores do trato respiratorio, mas apos 0 nascimento a
pressao que e gerada pelos movimentos respirat6rios torna-se suficiente para levar 0 Iiquido
para por90es mais inferiores
A gravidade dos sintomas e sinais respiratorios parece ser diretamente proporcional it.
quantidade e espessura do meconio.
Segundo colocam TREZZA (1993) e COSTA; VAZ; RAMOS el.1 (1997), 0 meconio
e a combinavao de produtos do trato gastrointestinal, que aparece no intestino fetal entre a
IO~. e 163 semanas de geslayao. Sendo farmada por urna mistura de celulas de descamayao
cuUinea, vernix caseoso, lanugo, Jiquido amniotico, bile, celulas gastrointestinais e muco.
Apresenta tambem mucopolissacarideos, poucos lipidios, proteinas e ah'1la. Sao 05 sais biliares
que Ihe dao a cor esverdeada. Ete fica retida no intestino por urna especie de rolha de
meconio, pelo tonus do esfincter anal e peJa ausencia de peristalse intestinal.
Os autores KNUPPEL e DRUKKER (1996) tambem concordam com a ideia acima,
relatando que 0 meconio e urn produto nannal da funvao gastrointestinal fetal. Sua passagem
pelo utero parccc acontecer quando nao hit urn born fornecimento de oxigenio aos museu los
lisos do [rato gastrointestinal, provocando 0 relaxamento do estincter anal e a passagem de
meconio.
Como relalam fILHO; CORREA (1995) e BARBOSA (1998) a incidencia dessa
patologia acontece na maioria dos casos em recem-nascidos que sofreram algum problema
intra-uteri no, pas-maturos e de termo pequeno para a idade gestacional, apgar menor que 6 no
primeiro ou quinto minuto. E pode OCOITer tanto em partos normais au peivicos
(principal mente neste).
Bern como dizern FIORI~ PITREZ~ GALV}-\O (1986) e TREZZA (1993) 0 meconio
pode ser eliminado em quantidade pequena e no final do periodo expulsivo, assim com menos
chances de produzir danos ao recem-nascido. Ou apresentar-se em grande qllantidade, dilliido
em pequenas particulas, produzindo urn liquido espesso, com aspecto de "sopa de erviihas"
Esta eliminavao de meconio intra-utero pode ser por estimulo intestinal hip6xico, por
estimulo renexo vagal, espontanea indicando maturidade fetal e outros como: infecvao,
compressao medinica das alvas intestinais no canal do parto
o meconio na via aerea produz irrita9ao, edema alveolar, inflama9ao e aumenta 0 risco
de coloniza9ao bacterianiJ. Devido a esta agressao pulmonar, pode haver uma resposta
inflamatoria local com Icucocitos polimorronuc\earcs c macr6ragos.
Portanto observamos que sua evolu9ao e varia vel, dependendo do comprometimento
pulmonar e do sistema nervoso central.
Segundo COSTA; VAZ; RAMOS et al (1997) e CARVALHO; FASCINA;
MOREIRA (\996) a prcven9ao pode sc, feita no pre· natal, onde a gcstantc de alto risco
recebe cuidados. Observa·se se a gestante tem doenQa hipertensiva especifica da gravidez,
retardo de crescimento intra·utero • sao ftlmantes, gestayao prolongada, infec9ao via geniial
materna.
No pos·natal, quando 0 bebe nasce com prcscnQa dc meconio, dcvc·sc fazcr a limpcza
da boca, nariz e aspira·lo antes do desprendimcnto do torax.
Os sintomas desta patologia, segundo FILHO; CORREA (1995), BARnOSA (1998),
MURAHOVSCHI (1995) e CUELLO; AQUIM; MASCIANTONlO (1993), sao diversos,
dcntrc clcs: taqurpncia, tiragem, cianosc, aumcnto do diametro antero·posterior ~,o torax, pode
auscuhar eSlell(li"es e diminuiy"ao do murmurio vesicular. p:}pira9ao prolopgada, abafamento
das bulhas cardiacas, queda dos nivets.de oxigenio arterial, aeidose metabolica, diminui9110 da
complacencia pulmonar. E tamb6m ,,;.erificamos· pele, unhas e cordao umbilical impregnados
de meconio.
Pode te, ainda, pneumomediastino, pncumotorax, pneumonites quimicas e infec9ao
baeleriana secundil.ria.
Ao raio x pode ser vista: hiperinsutf1a.cao, infiltrados grosseiros irregulares uni au
bilatcrais (atclcctasia)" pneumotorax, pneumomediastina, cnfisema intersticial, dcrrame
cisural.
o tratamento segundo COST A~VAZ~ RAMOS (1997), consiste em aspira\=ao da naso
e orofaringe, e posteriormente pode-se fazer usc do suporte ventilatono
o aquecimento correto e import ante para diminuir 0 consumo de oxigcnio e os riscos
de hipotermia.
Visto que 0 meconio favorece 0 crescimento de bacterias, usa-se antibi6ticos de amplo
espcctro, mas existe controversa em rela\=30 ao seu uso. As vczes faz-se necessario 0 uso de
corticoides, para 0 tratamenlo de pneumonites quimicas.
Quanto a fisioterapia respiratoria, FASCTNA; MOREIRA; SOUTO (1996), COSTA;
VAZ; RAMOS (1997), e MURAJ-IOVISCHI (1993) concordam com seu beneficio e efidcia.
Onde a flsioterapia previne 0 acumulo de secre\=ao, melhora sua mobilizac;ao das vias aereas
com a linalidade de aumentar a oxigena~ao. Tambem e realizacla drenagem postural, mudan\=a
frequente de decubito, percussao, vibra\=ao e aspirac;ao de orof~ringe e lraqueia
Emao, como pudemos ver, a aspirayao de meconio e urna patologia grave, que em
alguns casos pode ser prevenida, ou cnlao, confonne 0 tratamento realizado 0 prognostico
PQde ser mais favoravel.
2 MATERIAL E METODO
Esta pesquisa roi realizada na UTI neo-natal do hospital Pequeno Principe, oode
observamos pDr urn periodo de um ano e meio a incidencia de recem-nascidos que chegaram
ao hospital com 0 diagn6stico de aspira~ao de meconic, eo tratamento fisiotenipico utilizado
nestes casas.
Os recem-nascidos foram avaliados atraves dos seguintes itens: sexo, peso,
diagnostico, examc fisico, conduta realizada oeste hospital, RX e resolu~ao do quadro (vcr
anexo I).
Atraves destes itens pudemos observar os recem-nascidos que tern urn prognostico
melhor, quais as consequencias dessa patologia, tanto a nivel respiratorio quanta neurol6gico
au ate mesma 0 abito.
3 APRESENTA(:AO DOS DADOS E SUA ANALISE
A pesquisa nos mostrou que dos 1328 recem-nascidos que passaram par esta UTf neo-
natal durante 0 periodo da pesquisa, au seja, urn ano e meio, apenas seis foram acometidos
pela aspirayao de meconio
3.1 gratico demonstrativo dos recern-nascidos acometidos par esta patalogia
.--------------------------------~2,20%
97,80%
o Recem-nascidos com aspira980 de meconic
II Re_~em-nascidos com outras patologias
receberam tratamento fisioten'tpico
3.2 gnifico demonstrativo dos recem-nascidos com aspiray30 de meconio, que
100%
sells progn6sticos
3.3 gni.fico demonstrativo dos recem-nascidos com aspiray30 de meconio, mostrando
!
:El Faram a 6bita ~\51Ficaram com sequela neurologica
o Ficaram bern
3.4 grMico demonstrativo desta patologia em rela~ao ao scxo dos recem nascidos
•50% 50%
10Sexo feminino iii Sexo masculino I
4 lNTERPRETA<;:Ao DOS RESULTADOS
Como pudcmos observar, a aspirayao de meconio e uma patologia que afeta recem-
nascidos de ambos os sex OS, sem que urn sexo tenha maior au menor predisposiyao
Os recem-nascidos quando recebem urn tratamento adequado e dependendo tambem
das condi90es em que nasceram, tern um prognostico favoravel, embora em alguns casos, par
melhor e mais precoce que 0 tratamento seja realizado, acaba par deixar 0 recem-nascido com
seqlielas DU ate mesmo vir a abito
Como foi obscrvado, 0 tratamento fisiotenipico foi realizado em 100% dos casas,
mostrando que a fisioterapia c uma boa aliada para a recuperayao destes recem-nascidos.
Devido a maioria dos prontuiuios nao contarem a historia pregressa das macs e do
momemo do parto, nao observamos na pnitica quais as principais causas desta patologi~,
entao ficamos restritos ao que a lileralura nos diz.
5 CONCLUSAO
A aspirayao de meconio e uma patologia que pode seT tratada com recursos medico e
fisioterapico, mas quando estes sao associ ados, a evolUf~ao da doenr;a pode seT mais favoravel
aD recem-nascido
Por isso devemos trata-los utilizando todos os recursos disponiveis, pois e uma doenya
grave, porem que pode teT urn born prognostico.
Embora nem sempre podcndo seT prevenida, algumas precauyoes padem seT tamadas,
como por exemplo, incentivar e orientar as gestantes para que favam 0 pre-natal, pois muitas
nao 0 fazem, e as vezes tern serios problemas de sallde, que na hora do parto pode afctar tanto
elas quanta 0 bebe.
ANEXO
Ficha de avaliayao dos recem-nascidos.
Sexo:
Peso:
Diagnostico:
Exame fisico:
RX
CondUla realizada:
Qutdro final:
REFEltENCIAS BlBLiOGRAFICAS
I BARBOSA, Luiz Torres. Holinos do Serviqo de Pediofria do HO'\lJifal dos SerJlidores do
ESfado. 6:1 ed. Rio de Janeiro. Ed. Revinter Ltda, 1998.
2 CARVALHO, Werther B. de; FASClNA, Linus P.; MOREIRA, Gustavo A. et at lv/allilal
de Terapia III/cushYI Pedialrica. Rio de Janeiro. Ed. Atheneu, 1996.
3 CLOHERTY, John P. e STARK, Ann R. Mallllal de Assisfcllcia ao Recelll-IIGscido. Sao
Paulo. Ed. Manole, 1982.
4 COSTA, Maria Tereza; VAZ, Flavio A. c., RAMOS, Jose L. A. et al. Pedlalria Modema.
Vol XXXIII. Junho, 1997.
5 CUELLO, Alfredo F.; AQUIM, Esperidiao E.; MASCI ANTONIO, Laura. Terapihllica
Fill/ciollal Re.\piraIOria Del Recif:II-NwiCido. Buenos Aires. Ed. intermedica, 1993.
6 FILHO, Navantino A. c CORREA, Mario Dias. Malllla! de Perilla/%gia. 2:1 ed. Rjo de
Janeiro. Ed. Medica e Cientifica, 1995.
7 FIOR.I, Renato M., PIETREZ, Jose L. B. e Galvao, Nilo M. Prellica Pedialrico de
Urgellcio. 3~ ed. Rio de Janeiro. Ed. Medsi, 1986
8 KNUPPEL, Robert A.; DRUKKER, Joan E. Alto Risco em Obstelricia: [Jill EIIJolJlIe
A411ltidisciplillor. 2a ed. Porto Alegre. Ed. Artes Medicas, 1996
9 MURAHOVSCHJ, Jayme. EmerKellcias em Pediafrio. 6a• ed. Sao Paulo. Ed. Sarvier, 1993.
10 MURAHOVSCHl, Jaymc. PedjaMa: Diagflosfico e Tralamellfo. Sa. ed. Sao Paulo. Ed
Sarvier, 1995.
11 TREZZA, Ercilia Ma Carone. PacJrolliza¢o de COlldufos em Ped;alria. la . .cd. Sao Paulo.
Ed. Pliblica~5es Cientificas Ltda, 1993.