Julieta lima biografia

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Julieta Lima nasceu em Olhão em 1949. Fez o curso geral dos Liceus em Faro. Começou a sua vida profissional no Banco Espírito Santo Em Faro, onde chefiou durante quase vinte anos o Departamento de Estrangeiros. Simultaneamente for agente da Companhia de Seguros Tranquilidade. Foi mãe de uma menina em 1972 e mãe de trigémeas em 1977. Nesta altura teve que «jogar mão» a trabalhos extras, imobiliário etc… porque as despesas com a educação de quatro crianças eram de monta. No ano lectivo de 1976/1977 ainda frequentou o 1º. Ano do curso de direito, mas devido à violência da gravidez tripla teve de abandonar os estudos universitários. Julieta frequentou a escola da Cavalinha, em Olhão, onde fez a Primária e aí onde começou a descobrir o encanto das palavras para lá dos seus significados reais. Aprendeu a enamorar-se delas, muitas vezes mais pelos seus sons do que pelo que significavam. Daí começou a nascer uma poesia ainda menina – como ela naquela altura – e uma prosa marcada já pela força de quem co -meça do zero, mas não desiste. Publica em 1989 um pequeno livro de poesia – esgotado – No Orvalho das Horas, prefaciado por David Mourão Ferreira.

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Julieta Lima nasceu em Olhão em 1949.Fez o curso geral dos Liceus em Faro.Começou a sua vida profissional no Banco Espírito SantoEm Faro, onde chefiou durante quase vinte anos o Departamento de Estrangeiros.Simultaneamente for agente da Companhia de Seguros Tranquilidade.Foi mãe de uma menina em 1972 e mãe de trigémeas em 1977.Nesta altura teve que «jogar mão» a trabalhos extras, imobiliário etc… porque as despesas com a educação de quatro crianças eram de monta. No ano lectivo de 1976/1977 ainda frequentou o 1º. Ano do curso de direito, mas devido à violência da gravidez tripla teve de abandonar os estudos universitários. Julieta frequentou a escola da Cavalinha, em Olhão, onde fez a Primária e aí onde começou a descobrir o encanto das palavras para lá dos seus significados reais. Aprendeu a enamorar-se delas, muitas vezes mais pelos seus sons do que pelo que significavam.Daí começou a nascer uma poesia ainda menina – como ela naquela altura – e uma prosa marcada já pela força de quem co -meça do zero, mas não desiste.Publica em 1989 um pequeno livro de poesia – esgotado – No Orvalho das Horas, prefaciado por David Mourão Ferreira.Adoece em 1991 e reforma-se do Banco. Continua a escrever, convive com Natália Correia nas célebres tertúlias do Botequim e ao longo de uma vida cheia de muita vida (doença, contratempos, divórcios) não deixa nunca de escrever pelo que tem uma extensa obra inédita, que está agora (timidamente) a sair do cárcere de quem vive só, escreve só, mas de repente se rebela contra o anonimato e decide dizer: «Olhão, estou aqui. Chamaram-me poeta da ria! Serei a poeta da ria, a poeta de todos vós, a pregoeira das vossas orações, das vossas dores, das vossas proezas, das vossas pragas.Ajudem-me a ser a sucessora do poeta João Lúcio! Não tenho palácio nem bens, sou apenas uma das cinco filhas do Sr. Joaquim Amador com quem aprendi o apego a esta terra, a esta ria, e o prazer inexplicável de fazer dançar as palavras na minha prosa e nos meus versos que vos dedico.»