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Jornal da Fruta Junho/2011 17 A necessidade de perseguir resultados ec0- nômicos, respeitando os recursos ambientais, estimulou na atual fruticultura progressivas mudanças, nas quais as formas de condução não ficaram imunes. Tais evoluções foram ditadas pela exigência deacelernr a entrada em produção do pomar e facilitar o manejo com redução do porte da planta, a fim de conter os custos e antecipar o retorno do capital investido. A poda do pessegueiro requer conhecimen- tos relativos à própria planta e à cultivar, e para executá-Ia racionalmente é necessá- rio, além da prática profissional, conheci- mentos de físíologia vegetal. Deve-se levar em conta, além dos objetivos a serem alcança- dos, a influência do clima, do solo, do porta- enxerto e até da idade da planta. Não há uma regra invariável para poda, sendo necessá- rio bom senso e conhecimento dos seus prin- cípios e finalidades e do hábito de frutifi- cação da planta. A poda é realizada anualmente com 0b- jetivos de desenvolver ramificações primárias fortes e bem inseridas, que permitam suportar pesadas cargas de frutos; manter o crescimento equilibrado com a produção. evitando a alter- nância entre boas e más colheitas e reduzindo o trabalho do raleio; estimular a formação de ra- mos novos e de gemas de flor, assegurando boa distribuição das gemas na copa da árvore; esta- belecer um equilibrio entre o sistema radicular e a parte aérea, de modo a garantir a produção frutífera; dislribufr a parte vegetativa de manei- ra tal que, além de facilitar a circulação do ar, consiga-se uma correta e uníforme penetração de luz no interior da copa; melhorar a qualidade e tamanho dos frutos e UoUOnTÚZar seu amadu- recimento; livrara árvore de ramos fracos, se- cos, "ladrões" e aqueles atacados por pragas e doenças; e controlar a altura da planta, facili- tando as própria operação de poda, o raleio, a colheita e outros tratos culturais. A época apropriada para a poda do pes- segueiro é durante O período de repouso. Não deve ser muito cedo, a fim de se evitar um estímulo à brotação precoce, nem muito tarde, para se prevenir a perda de reservas juntamen- te com a brotação eliminada pela poda. Quan- do a poda é realizada muito cedo, reduz-se o número de frutos por planta, embora eles se apresentem de bom tamanho. Plantas podadas após o período de dormência, com frutos em formação, produzem grande quantidade de frutos pequenos e têm seu desenvolvimento vegetativo reduzido, o que as leva ao definhamento. De um modo geral, pode-se dizer que a época ideal para a poda começa quinze dias antes da Ooração, es- tendendo-se até quando as plantas apre- sentarem cerca de 2S % de flores abertas. Em áreas caracterizadas por invernos modera- dos, a poda pode ser antecipada para o outo- no, desde que as plantas estejam próximas à fase de repouso vegetativo e os ramos apre- sentem-se bem Iignificados. Todavia, cortes muito antecipados, efetuados antes da queda das folhas. apresentam o inconveniente de im- pedir o acúmulo das reservas nas raízes e nos órgão perenes. Nas áreas sujeitas a redu- ção de temperatura invernal eJou riscos de geadas primaveris, convém esperar o início de abertura das gemas para poder verificar a floração e os eventuais danos por frio nas gemas. Basicamente O pessegueiro requer três tipos de poda: a poda de formação; a de fru- Pessegueiro: Poda e Condução - 'José Francisco Martíns Pereira tificação; e a poda verde (de verão). A poda de formação tem por finalidade propiciar altura de tronco e estrutura de ra- mos adequada à exploração conforme o siste- ma de condução adotado. Érealizada durante os dois primeiros anos de idade da planta. A poda de formação mais usada no pessegueiro, quando cultivado nos espaçamentos de 6m x 3m ou 6m x 4m, é conhecida como poda em cone (ou vaso) invertido. Nesse tipo de poda, as ramificações primárias (pemadas) po- dem se desenvolver em número de quatro a seis, distribuídas em diversas alturas, fican- do a mais baixa de 2S em a 30 em do solo. A poda nesse estádio deve ser conduzida com intensidade leve com a finalidade de se atingir a forma desejada, que é aquela que se aproxima de um cone invertido. Embora a forma de vaso seja a mais usual para condu- ção do pessegueiro, algumas outras têm sido usadas em pequenas extensões, especialmen- te em pomares de alta densidade. A poda verde é praticada durante o pe- ríodo de vegetação, florescimento, frutífi- cação e maturação dos frutos, tendo por fi- nalidade melhorar sua qualidade e manter a forma da copa através da supressão de partes da planta. Em árvores novas, é reco- mendada a poda verde, realizada durante o pe- ríodo de crescimento, para se eliminarem os ramos mal posicionados e "ladrões" ou para despontarem ramos, estimulando sua bifurca- ção e conduzindo a árvore à forma desejada. Nas plantas em produção, é realizada com a finalidade de se suprimirem ramos dirigidos para o interior da copa e ampliar-se a aeração e iluminação no interior da planta, promovendo- se o aumento de frutificação nas camadas infe- riores dos ramos e melhorando-se a coloração da película dos frutos. Na poda de frutificação, deixa-se um número limitado e equilibrado de ramos vegetativos e frutíferos, interferindo-se na tendência natural da planta de crescer de- masiadamente em altura. O pessegueiro produz frutos nos ramos do ano anterior, que, contudo, frutificam somente uma vez. Para nova frutificação, é necessário novo crescimen- to. Por isso, há tendência de os frutos localiza- rem-se cada vez mais longe dos ramos princi- pais, Oque é evitado com uma poda bem con- duzida. É comum a árvore adulta apresentar quantidade excessiva de gemas florais, o que leva à produção de um grande número de fru- tos pequenos. A elevada produção de frutos sem um correspondente desenvolvimento vegetativo leva, fatalmente, a planta ao en- fraquecimento. Por meio de uma poda ade- quada, associada a outras práticas, esse pro- blema é minimizado. O ramo de ano possui dois tipos de ge- mas: as vegetativas, que originam as fo- lhas, e as Iloríferas ou frutíferas, que se desenvolvem para frutos. As gemas vegetati- vas são menores, mais alongadas e pontudas, enquanto que as floríferas são quase esféricas, com escamas mais abertas e mais claras. As gemas podem desenvolver-se de forma isolada ou agrupadas num mesmo nó. Geralmente, pre- domina o agrupamento misto, no qual, em um mesmo n6, encontra-se uma gema vegetativa ladeada por uma ou duas floríferas. Em deter- minadas cultivares, as gemas floríferas desen- volvem-se na base dos ramos mistos. Em ou- tras, elas estão situadas na extremidade, mas podem também distribuir-se regularmente no ramo. Algumas cultivares frutificam sobre ra- mos fortes; outras, somente em ramos médios ou finos, Com a poda, podemos modificar a forma da planta: visando obter maior produção de frutos comercializáveis, criar novas áreas de produção; eliminar a dominância apical (possibilitando o desenvolvimento de ra- mos laterais), abrir a planta para a pene- tração de luz, viabilizar maior aeração e facilitar os tratamentos fitossanitários. O objetivo é induzir a frutificação nas plan- tas já durante sua fase de formação, assumindo ao mesmo tempo o desenvol vimento e a forma de condução definitiva. Mais que por motiva- ção técnica, a escolha é condicionada sobretu- do por aspectos econômicos e de organização da propriedade, de mão-de-obra e pela capaci- dade do fruticultor de gerenciaros vários siste- mas. Considerando a breve duração dos plantios, a tendência, tanto nas áreas onde as drupáceas são historicamente presen- tes quanto nas áreas onde começam a di- fundir-se, é a contenção dos custos de plan- tio, o rápido retorno financeiro e a simpli- ficação das operações culturais. Existem muitos sistemas de condução para o pessegueiro mas o mais utilizado é o sistema de condução em "vaso aberto", "taça" ou "cone invertido". Mais recentemente estão sendo adotados sistemas de maior densidade de plantas por área, como O sistema de con- dução em "Y". Existem também possibili- dades de condução no sistema de "líder central" e no "palmeta", A condução em "vaso aberto" é basea- da na basitonia natural dos pessegueiros jovens, e em consonância com os princípios de poda: poda mínima nos primeiros anos, sem desponte de ramos, permitindo a frutifi- cação como ferramentas para controlar o vi- gor da árvore. As vantagens do "vaso aber- to", ou árvore de centro aberto, é o núme- ro limitado de árvores por hectare (o que ajuda a reduzir os custos de plantío), a falta de um sistema de apoio (postes e ara- me), pelo menos para alguns deles, a baixa estatura, o que toma possível podar e ralear sem o uso de escadas. As desvantagens in- cluem baixa produtividade inicial (se as ár- vores estão sendo severamente podadas durante O período de formação), árvores baixas são mais propensas a danos causa- dos por geadas, e uma maior dificuldade para realizar algumas práticas culturais, tais como aplicações de herbicida e roçada, em razão da expansão dos ramos inferiores. O sistema em "Y" é adequado para al- tas densidades, até 2 mil árvoreslha. Esta forma de árvore foi adotada há muitos anos, mas o interesse pela mesma foi renovado por seu elevado potencial para intercepta- ção de luz (acima de 70%). O "Y" é uma forma regular com bifurcação da muda que gera duas pemadas transversalmente inclinadas a 35-45° em relação à vertical, formando uma planta provida de dupla parede longitudi- nal à fila. O esqueleto, por isso, é reduzido a só duas pemadas principais ortogonais ao eixo da fila e sem a possibilidade de dar origem a sub-ramos, por causa da densidade das plan- tas sobre a fila. O desenvolvimento linear das pemadas principais é impedido quando as suas extremidades atingem uma altura de cerca de 2,5 metros, de maneira tal a deixar um es- paço entre as duas filas adjacentes. Essa =>=>=> 19 FELCO 230 - FELCO 231 Distribuidor Felco Brasil Fone: 51.3222.0027 [email protected] 'o. www.ferramentasfelco.com.br Av. Berlim, 514, Porto Alegre - RS

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Jornal da Fruta Junho/2011 17

A necessidade de perseguir resultados ec0-nômicos, respeitando os recursos ambientais,estimulou na atual fruticultura progressivasmudanças, nas quais as formas de condução nãoficaram imunes. Tais evoluções foram ditadaspela exigência deacelernr a entrada em produçãodo pomar e facilitar o manejo com redução doporte da planta, a fim de conter os custos eantecipar o retorno do capital investido.

A poda do pessegueiro requer conhecimen-tos relativos à própria planta e à cultivar, epara executá-Ia racionalmente é necessá-rio, além da prática profissional, conheci-mentos de físíologia vegetal. Deve-se levarem conta, além dos objetivos a serem alcança-dos, a influência do clima, do solo, do porta-enxerto e até da idade da planta. Não há umaregra invariável para poda, sendo necessá-rio bom senso e conhecimento dos seus prin-cípios e finalidades e do hábito de frutifi-cação da planta.

A poda é realizada anualmente com 0b-jetivos de desenvolver ramificações primáriasfortes e bem inseridas, que permitam suportarpesadas cargas de frutos; manter o crescimentoequilibrado com a produção. evitando a alter-nância entre boas e más colheitas e reduzindo otrabalho do raleio; estimular a formação de ra-mos novos e de gemas de flor, assegurando boadistribuição das gemas na copa da árvore; esta-belecer um equilibrio entre o sistema radicular ea parte aérea, de modo a garantir a produçãofrutífera; dislribufr a parte vegetativa de manei-ra tal que, além de facilitar a circulação do ar,consiga-se uma correta e uníforme penetraçãode luz no interior da copa; melhorar a qualidadee tamanho dos frutos e UoUOnTÚZarseu amadu-recimento; livrara árvore de ramos fracos, se-cos, "ladrões" e aqueles atacados por pragase doenças; e controlar a altura da planta, facili-tando as própria operação de poda, o raleio, acolheita e outros tratos culturais.

A época apropriada para a poda do pes-segueiro é durante O período de repouso.Não deve ser muito cedo, a fim de se evitar umestímulo à brotação precoce, nem muito tarde,para se prevenir a perda de reservas juntamen-te com a brotação eliminada pela poda. Quan-do a poda é realizada muito cedo, reduz-seo número de frutos por planta, embora elesse apresentem de bom tamanho. Plantaspodadas após o período de dormência, comfrutos em formação, produzem grandequantidade de frutos pequenos e têm seudesenvolvimento vegetativo reduzido, o queas leva ao definhamento. De um modo geral,pode-se dizer que a época ideal para a podacomeça quinze dias antes da Ooração, es-tendendo-se até quando as plantas apre-sentarem cerca de 2S % de flores abertas.Em áreas caracterizadas por invernos modera-dos, a poda pode ser antecipada para o outo-no, desde que as plantas estejam próximas àfase de repouso vegetativo e os ramos apre-sentem-se bem Iignificados. Todavia, cortesmuito antecipados, efetuados antes da quedadas folhas. apresentam o inconveniente de im-pedir o acúmulo das reservas nas raízes e nosórgão perenes. Nas áreas sujeitas a redu-ção de temperatura invernal eJou riscosde geadas primaveris, convém esperar oinício de abertura das gemas para poderverificar a floração e os eventuais danospor frio nas gemas.

Basicamente O pessegueiro requer trêstipos de poda: a poda de formação; a de fru-

Pessegueiro: Poda e Condução - 'José Francisco Martíns Pereiratificação; e a poda verde (de verão).

A poda de formação tem por finalidadepropiciar altura de tronco e estrutura de ra-mos adequada à exploração conforme o siste-ma de condução adotado. É realizada duranteos dois primeiros anos de idade da planta. Apoda de formação mais usada no pessegueiro,quando cultivado nos espaçamentos de 6m x3m ou 6m x 4m, é conhecida como poda emcone (ou vaso) invertido. Nesse tipo de poda,as ramificações primárias (pemadas) po-dem se desenvolver em número de quatro aseis, distribuídas em diversas alturas, fican-do a mais baixa de 2S em a 30 em do solo. Apoda nesse estádio deve ser conduzida comintensidade leve com a finalidade de seatingir a forma desejada, que é aquela quese aproxima de um cone invertido. Emboraa forma de vaso seja a mais usual para condu-ção do pessegueiro, algumas outras têm sidousadas em pequenas extensões, especialmen-te em pomares de alta densidade.

A poda verde é praticada durante o pe-ríodo de vegetação, florescimento, frutífi-cação e maturação dos frutos, tendo por fi-nalidade melhorar sua qualidade e mantera forma da copa através da supressão departes da planta. Em árvores novas, é reco-mendada a poda verde, realizada durante o pe-ríodo de crescimento, para se eliminarem osramos mal posicionados e "ladrões" ou paradespontarem ramos, estimulando sua bifurca-ção e conduzindo a árvore à forma desejada.Nas plantas em produção, é realizada com afinalidade de se suprimirem ramos dirigidospara o interior da copa e ampliar-se a aeração eiluminação no interior da planta, promovendo-se o aumento de frutificação nas camadas infe-riores dos ramos e melhorando-se a coloraçãoda película dos frutos.

Na poda de frutificação, deixa-se umnúmero limitado e equilibrado de ramosvegetativos e frutíferos, interferindo-se natendência natural da planta de crescer de-masiadamente em altura. O pessegueiroproduz frutos nos ramos do ano anterior, que,contudo, frutificam somente uma vez. Paranova frutificação, é necessário novo crescimen-to. Por isso, há tendência de os frutos localiza-rem-se cada vez mais longe dos ramos princi-pais, Oque é evitado com uma poda bem con-duzida. É comum a árvore adulta apresentarquantidade excessiva de gemas florais, o queleva à produção de um grande número de fru-tos pequenos. A elevada produção de frutossem um correspondente desenvolvimentovegetativo leva, fatalmente, a planta ao en-fraquecimento. Por meio de uma poda ade-quada, associada a outras práticas, esse pro-blema é minimizado.

O ramo de ano possui dois tipos de ge-mas: as vegetativas, que originam as fo-lhas, e as Iloríferas ou frutíferas, que sedesenvolvem para frutos. As gemas vegetati-vas são menores, mais alongadas e pontudas,enquanto que as floríferas são quase esféricas,com escamas mais abertas e mais claras. Asgemas podem desenvolver-se de forma isoladaou agrupadas num mesmo nó. Geralmente, pre-domina o agrupamento misto, no qual, em ummesmo n6, encontra-se uma gema vegetativaladeada por uma ou duas floríferas. Em deter-minadas cultivares, as gemas floríferas desen-

volvem-se na base dos ramos mistos. Em ou-tras, elas estão situadas na extremidade, maspodem também distribuir-se regularmente noramo. Algumas cultivares frutificam sobre ra-mos fortes; outras, somente em ramos médiosou finos,

Com a poda, podemos modificar a formada planta: visando obter maior produção defrutos comercializáveis, criar novas áreas deprodução; eliminar a dominância apical(possibilitando o desenvolvimento de ra-mos laterais), abrir a planta para a pene-tração de luz, viabilizar maior aeração efacilitar os tratamentos fitossanitários.

O objetivo é induzir a frutificação nas plan-tas já durante sua fase de formação, assumindoao mesmo tempo o desenvol vimento e a formade condução definitiva. Mais que por motiva-ção técnica, a escolha é condicionada sobretu-do por aspectos econômicos e de organizaçãoda propriedade, de mão-de-obra e pela capaci-dade do fruticultor de gerenciaros vários siste-mas. Considerando a breve duração dosplantios, a tendência, tanto nas áreas ondeas drupáceas são historicamente presen-tes quanto nas áreas onde começam a di-fundir-se, é a contenção dos custos de plan-tio, o rápido retorno financeiro e a simpli-ficação das operações culturais.

Existem muitos sistemas de condução parao pessegueiro mas o mais utilizado é o sistemade condução em "vaso aberto", "taça" ou"cone invertido". Mais recentemente estãosendo adotados sistemas de maior densidadede plantas por área, como O sistema de con-dução em "Y". Existem também possibili-dades de condução no sistema de "lídercentral" e no "palmeta",

A condução em "vaso aberto" é basea-da na basitonia natural dos pessegueiros

jovens, e em consonância com os princípiosde poda: poda mínima nos primeiros anos,sem desponte de ramos, permitindo a frutifi-cação como ferramentas para controlar o vi-gor da árvore. As vantagens do "vaso aber-to", ou árvore de centro aberto, é o núme-ro limitado de árvores por hectare (o queajuda a reduzir os custos de plantío), afalta de um sistema de apoio (postes e ara-me), pelo menos para alguns deles, a baixaestatura, o que toma possível podar e ralearsem o uso de escadas. As desvantagens in-cluem baixa produtividade inicial (se as ár-vores estão sendo severamente podadasdurante O período de formação), árvoresbaixas são mais propensas a danos causa-dos por geadas, e uma maior dificuldade pararealizar algumas práticas culturais, tais comoaplicações de herbicida e roçada, em razão daexpansão dos ramos inferiores.

O sistema em "Y" é adequado para al-tas densidades, até 2 mil árvoreslha. Estaforma de árvore foi adotada há muitos anos,mas o interesse pela mesma foi renovadopor seu elevado potencial para intercepta-ção de luz (acima de 70%). O "Y" é umaforma regular com bifurcação da muda que geraduas pemadas transversalmente inclinadas a35-45° em relação à vertical, formando umaplanta provida de dupla parede longitudi-nal à fila. O esqueleto, por isso, é reduzido asó duas pemadas principais ortogonais ao eixoda fila e sem a possibilidade de dar origem asub-ramos, por causa da densidade das plan-tas sobre a fila. O desenvolvimento linear daspemadas principais é impedido quando as suasextremidades atingem uma altura de cerca de2,5 metros, de maneira tal a deixar um es-paço entre as duas filas adjacentes. Essa

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"janela" favorece a iluminação da pane infe-rior da parede frutífera. Tal fomi. necessitade repetidas intervenções de poda verde paraeliminar os chupões que surgem na parte in-terna dorsal das pemadas. Uma variantedeste sistema é o chamado 'V', onde as ár-vores são plantadas em um ângulo em re-lação à horizontal, alternando ao longo dafileira, de modo a formar um dossel emforma de "V", perpendicular ao eixo da li-nha. A densidade para este sistema pode ser

bastante alta, chegando a 2 mil árvoreslha.As plantações em fileiras foram introdu-

zidas em pomares comerciais no início do sé-culo XX na Itália. A forma em palmeta in-trodu.ziu o conceito de cerca viva na con-dução do pomar. É normalmente formada apartir de uma árvore bem brotada, plantadasem cortes ou com alguns cortes de desbasteno caso de existirem muitos ramos laterais ouforem muito adensados. A planta cresce livre-mente no primeiro ano, e se desenvolver rápi-do e suficientemente pode-se selecionar a pri-meira camada de ramos ainda durante o pri-meiro verão. Os andares (camadas) seguintessão escolhidos durante o segundo/terceiro ci-clos de crescimento, dependendo da velocida-de do desenvolvimento da planta. Os ramossão selecionados de acordo com a altura e oângulo entre pemadas, sem se preocupar comqualquer esquema geométrico. Tal sistema,embora mais custoso na fase de implantação,requer estruturas de sustentação e empregode mão-de-obra para a seleção e posiciona-rnento das pemadas. É relativamente mais

simples o manejo sucessivo, sobretudo no quediz respeito às intervenções de poda.

O pessegueiro é uma planta que não se adap-tada bem ao sistema de condução em líder cen-tral: as árvores se tomam muito grandes, per-dem rapidamente a área produti va na pane bai-xa e interior da copa, e não é fácil de manter aforma da planta.

Nos pomares modernos, tem-se enfatiza-do o encurtamento do período inicial improdu-tivo. Quanto mais cedo as plantas entra-rem em produção, mais cedo os custos deimplantação do pomar serão amortizados.O instrumental para isso constitui-se na ado-ção de altas densidades de plantio e nas técni-cas de poda adotadas na fase de formação dasplantas. Hoje há consenso de que O aspectomais importante durante a formação da plantaé a redução na poda nos primeiros anos, evitan-do cortes sempre que possível; adorando a podade verão em vez de poda de inverno; e permi-tindo a frutificação nos primeiros anos comoferramenta para reduzir o crescimento vegeta-tivo, desde que não existam porta-enxertos que

induzam um menor vigor. Em geral.-quantomenos intensa for a poda nos dois ou trêsprimeiros anos, mais rapidamente se daráa entrada da planta em produção. Na rasede condução é muito importante" gestãoda copa mediante intervenções de podaverde. Com as podas verdes se reduz asucessiva poda ínvernal, que geralmenteprevê numerosos cortes.

Novos sistemas de plantio e condução vêmsendo testados para aumentar a eficiência e aprodutividade dos pomares. Em maior consi-deração neste sistema está o nível de intercep-tação de luz no interior da copa da planta. Es-paçamentos entre plantas e as característicasda copa (altura, largura, forma e densidadefoliar) são elementos nos quais se pode inter-ferir para capturar maior proporção de luz quechega na planta para a produção de fotoassirni-lados, que resultarão em frutas de melhor apa-rência e qualidade. 'Eng. Agrônomo, M.&.,Pesquísador Embrapa Oima Temperado- BR392 Km 78, CP: 403- CEP 96001-970, Pelo-tas, RS [email protected]