Jurema digital 4 2014

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JANEIRO | FEVEVEREIRO | MAR ÇO 2014 R$ 10,00 www.revista jurema.com.br Refazenda Editorial 1 00 Santa Cruz FUTEBOL TURISMO ÉTNICO Valda de Pirapama MÃE ANOS DO JUREMA ECONOMIA HENRIQUE BARBOSA COMPLEXO DE SUAPE POLÍTICA MAGNO MARTINS A MULHER NA POLÍTICA ARTE C AVANI ROSAS GARANHUNS JAZZ FESTIVAL 7 ª edição

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A revista jurema chega até você em sua 4ª edição, e mais uma vez traz uma série de textos que inspiram e disseminam práticas bem sucedidas de arte plásticas, literatura, música, empreendedorismo, inclusão social, psicanálise, moda, turismo, economia, política. A direção de arte trabalha a imagem em sua construção conceitual e materialização por meio da fotografia. Nesta edição, comemoramos o primeiro aniversário. Como presente, matérias cuidadosamente selecionadas. Ainda em clima de festa, brindamos a criação de uma Editoria Geral de Comunicação e Imprensa, sob a direção do jornalista Henrique Barbosa. Os artigos, na sua maioria, são frutos de reflexões nascidas no entorno dos colaboradores. Entendemos que esta continuidade reflete a seriedade e demonstra o reconhecimento de uma equipe disposta a solidificar um trabalho feito com muito profissionalismo e carinho. Caminhamos para fortalecer nossa linha de pensamento e consolidar o trabalho.

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JANEIRO | FEVEVEREIRO | MAR ÇO 2014

R$ 10

,00

www.revista jurema.com.br

RefazendaEditorial

100Santa Cruz

FUTEBOL

TURISMOÉTNICO

Valda de PirapamaMÃE

ANOS DO

JUREMAECONOMIA

HENRIQUEBARBOSACOMPLEXO DE

SUAPEPOLÍTICA

MAGNOMARTINSA MULHER NAPOLÍTICA

ARTECavaniROSASGARANHUNS

JAZZ FESTIVAL7ª edição

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Informações e Vendas: Fone: 81. 3244 9769 | 9622 6991

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publicação CEL EDITORA

Livro Ilustrado COM FIGURINHAS

CENTENÁRIO

Arte

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Por

tella

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Índice JAN | FEV | MAR | 2014 | Nº 04 | ANO II | PERNAMBUCO

05CARTA DA EDITORA

12“SUAPE É UMA OBRA COM COMEÇO, MEIO

E SUCESSO”por Henrique Barbosa

20O DETALHISMO DE

CAVANI ROSASpor Cecília Falcão

08LÉA

por Luciana Araújo

14CABEÇAS COROADAS

24REFAZENDO A ALEGRIA

30RECIFE FASHION NEWS

por Cecília Falcão

32A INSUSTENTÁVEL

LEVEZA DO DESENVOLVIMENTO

por Leopoldo Nóbrega

34CARRO INCLUSIVO:ULTRAPASSANDO

BARREIRAS PARA IR MAIS LONGEpor Tarcisio Dias

42UMA PAIXÃO SEM LIMITES

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44REMÉDIOS

PARA A ALMApor Bione

O RETRATO DA FÉpor Luciana Araújo

39JO FEVEREIRO

40O AMIGO DA ONÇA

38“CONFIANÇA GRANDE

REPRESENTAÇÃO BAIXA”por Magno Martins

52A ENERGIA DE LIV MORAES

por Luciana Araújo

54A REDE DE INCUBADORAS

BRASIL CRIATIVOpor Roberto Azoubel

56A OUSADIA EM FORMA

DE MÚSICApor Cecília Falcão

58A TERAPIA FLORAL E O

EQUILIBRIO DAS EMOÇÕESpor Lara Couto

60GARANHUNS COMEMORA

FESTA DE MOMO AO SOM DO JAZZ E DO BLUES

por Anna Katia Cavalcanti

64MULHERES E VINHOS

por Luciana Araújo

66ORQUESTRAS & BAILES, UMA

HISTÓRIA DE GLAMOURpor Luciana Araújo

70ACUPUNTURApor Walney Neves

72POESIA PARA A ALMA

73“ACABAR EM PIZZA”

74O GÊNIO DAS OITO

por Fernando Portela

CAPA:Fotografia:

Roberto PortellaModelo:

Bruna Bloise(EP Models)

Veste RefazendaProdução de Moda:

Cecília FalcãoAssistente de

Fotografia:Renato Joia Cha:

Styling:Rafael Cietto:

Beleza:Gedson Moreno

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www.revistajurema.com.br

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J U R E M A

Luciana Araújo

Prezado (a) Leitor (a)

revista jurema chega até você emsua 4ª edição, e mais uma vez traz uma série de textos que inspiram e disseminam práticas bem sucedidas de arte plásticas, literatura, música, empreendedorismo, inclusão social, psicanálise, moda, turismo, economia, política. A direção de arte trabalha a imagem em sua construção conceitual e materialização por meio da fotografia. Nesta edição, comemoramos o primeiro aniversário. Como presente, matérias cuidadosamente selecionadas. Ainda em clima de festa, brindamos a criação de uma Editoria Geral de Comunicação

e Imprensa, sob a direção do jornalista Henrique Barbosa. Os artigos, na sua maioria, são frutos de reflexões nascidas no entorno dos

colaboradores. Entendemos que esta continuidade reflete a seriedade e demonstra o reconhecimento de uma equipe disposta a solidificar um trabalho feito com

muito profissionalismo e carinho. Caminhamos para fortalecer nossa linha de pensamento e consolidar o trabalho.

Em Relatos de Boas Práticas, apresentamos as seções de Política, Economia e Turismo, que engloba dois interessantes artigos e uma

matéria: a primeira busca conceituar o papel da mulher na política, o jornalista Magno Martins afirma que “a confiança

é grande, mas a representação é baixa”; em Economia, Henrique Barbosa faz uma retrospectiva da construção de SUAPE e sua importância para Pernambuco; para fortalecer as ações voltadas ao turismo étnico–afro e divulgar os potenciais do

segmento, a Revista Jurema lançou a Seção Turismo Étnico, iniciando com o Terreiro de Mãe Valda de Pirapama.

Para comemorar a data com sofisticação, a revista mostra um editorial de moda com personagens da Cultura Popular de Pernambuco, pintada pelo

artista plástico Ricardo Cavani Rosas, criadas especialmente para a Coleção de Verão/2014 REFAZENDA. Leá Lucas é a celebridade que participa do “Editorial de Luxo”. Os músicos Josildo Sá e Liv Moraes,

e as Orquestras Montreal, Só Mulheres e Maia, nos presentearam com suas histórias de sucesso.

Podemos dizer que o que marca esta edição é a Diversidade Cultural.

Boa Leitura!

ACARTA DAEDITORA

Luciana Araújo

Diretora Presidente

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PresidenteLuciana Araújo

Editor GeralHenrique Barbosa

Projeto Gráfico & Direção de ArteRoberto Portella

REVISÃOAffonso Rique

COLUNISTASMagno Martins, Henrique Barbosa,

Fernando Portela, Manoel Bione de Souza, Tarcisio Dias e Roberto Azoubel

COLABORADORES DA EDIÇÃOfotografia: Roberto Portella e Rinaldo Santos( Rei San)

Cecília Falcão (Assistente de Direção), Rafael Cietto (Styling), Renato Joia Cha (Assistente de Fotografia) e Rosário de Holanda

texto: Luciana Araújo, Leopoldo Nóbrega, Cecília Falcão, Walney Neves e Lara Couto

CORRESPONDÊNCIACEL — Casa dos Escritores, Livros e Editora LTDA. CNPJ. 13.044.894/0001–63

Rua da Hora, 34, apto. 12, Espinheiro, CEP. 52.020–010 Recife/PE

Atendimento ao leitor e assinaturas: (81) 3244 [email protected]

Gráfica: CCS GráficaDistribuição exclusiva no Brasil (bancas): Distribuidora Carneiro

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Matérias e sugestões de [email protected]

[email protected]

A revista JUREMA é uma publicação trimestral da Editora CELOs textos e artigos assinados não refletem necessáriamente a opinião da revista.

É proibida a reprodução de textos e fotos sem autorização expressa.

JUREMA

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Arte

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LÉA LUCASPersonalidade

Fugindo dos padrões de uma avó, Léa da Silva Lucas, uma personagem da vida real, contradiz todas as definições da terceira idade. Amante do carnaval, das cores e da alegria, ela transborda vitalidade em plena 84 primaveras. Teve uma criação rígida dos seus pais, assim como era ditado na época. Carioca de nascença, Léa mudou–se para o Recife quando os filhos eram crianças. Há dois anos ganhou o título de cidadã pernambucana e não mede elogios ao Estado que considera de coração.Casou nova e também ficou viúva nova. Aos 30 anos Léa perdeu

o marido, criou e educou os filhos sozinha. Batalhou para lhes dar a devida educação. Fala com orgulho dos dois filhos, dos dois netos e dois bisnetos. Vive cantarolando pelos cantos e não consegue parar um minuto quieta. Não se considera uma pessoa velha. Justifica suas ações todo o tempo ressaltando que é uma pessoa jovem de espírito. Costuma dizer que passa por cima da idade. “Feliz é quem tem idade. É um sinal de que se está vivendo”, ressalta.

“Feliz é quem tem idade. É um sinal de que se está vivendo”

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Por Luciana Araújo

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J U R E M A

Solidária, Léa faz trabalhos sociais em asilos. Joga de vez em quando na mega–sena, mas garante, ficando milionária ou não, pretende com-prar uma casa bem grande e abrigar todos os idosos que moram nas ruas, abandonados por suas famílias. Essa é sua meta de vida. Trabalhou na AACD, fez terapia do riso e não abre mão de ajudar as pessoas. Gosta e fala com todo mundo. Não tem inimizades e não sabe o que é ódio nem rancor.

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Recebeu uma homenagem da Câmara dos Vereadores pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março/2012). Chamou blocos e amigos para participar da homenagem. Guarda em casa oito fai-xas de concursos que venceu. Já foi miss simpatia e musa da boa idade, diversas vezes. Para ela nunca tem tempo ruim. Diz que não sabe o que é tristeza. Felicidade para ela é viver.Léa diz que a maior invenção do homem foi o avião e a pior, a guerra e as drogas. A comemoração dos seus 80 anos foi o que ela vivenciou de mais inesquecível.

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Em tom de brincadeira diz que ela é mulher que é a cara do Recife é ela. É fã do cantor Cauby Peixoto, e seus atores prediletos são: Antônio Fagundes, José Wilker, Fernanda Montenegro e Patrícia Pilar. O destino turís-tico de sua cidade que Léa reco-mendaria a um turista — Porto de Galinhas e ao Alto da Sé de Olinda.

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HENRIQUE BARBOSA Natural de Recife, Jornalista, Pós Graduado em Marketing e Gestão Estratégica, Fundador e Editor Geral da Folha de Pernambuco de 1998 à 2013. Assessor de Imprensa do Ministério Público, Editor Geral da Revista Jurema.Eco n o m ia

Na vida política brasileira, é muito difícil você encontrar uma obra que seja continuada pelo próximo executivo. Todo prefeito, governador ou presidente da república quer fincar a sua bandeira (ou placa) no solo em que está administrando, temporariamente, pois o cargo não é vitalício e o povo tem o poder de mandá–los para casa democraticamente através do voto. Inúmeras obras estão paralisadas por falta de prioridade ou má–vontade mesmo do gestor de plantão. Pior, fica por isso mesmo. A população continua a pagar, ninguém é punido e o dinheiro vai para

o ralo desaguar sabe Deus onde.Porém, como pernambucano, sinto orgulho em ver uma obra no meu Estado que já dura 54 anos e não para de crescer e gerar desenvolvimento. É o Complexo Industrial Portuário de Suape. Mas, sinto vergonha ao ver uma rodovia que iria integrar o País e formar um corredor de exportação pelo Oceano Pacífico, passando pelos paises vizinhos Peru e Equador ficar no papel. Um projeto de Integração Nacional, sonhado pelo ex–presidente Emílio Garrastazu Médici, consumiu o equivalente a US$ 7,7 bilhões, durou 43 anos, utilizou cinco mil colonos para a construção de 4.076 quilômetros de estrada. Para se ter uma ideia, rodovia equivaleria a uma distância da cidade de Olinda, em Pernambuco ao município de Jordão, no Acre. Seu nome: Transamazônica.A controladoria Geral da União, também, constatou outro péssimo exemplo do abuso com o dinheiro público. Para a nossa decepção, envolve o Nordeste. Em dezembro de 2011, uma auditoria constatou que, somente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas contribuiu para um prejuízo ao erário da ordem de R$ 312 milhões na contratação e execução de obras sob a sua responsabilidade. Voltando ao nosso mundo, o certo é que em maior ou menor contribuição, cada governo estadual colocou um pouco de dinheiro na obra. Nada mais nada menos, 15 governadores passaram por ali. Começou por Cid Sampaio, em 1960, que deu início aos estudos para a implantação de um porto para exportar nossos produtos e instalar indústrias que deveriam atender as demandas econômicas e sociais da Região. Depois veio Miguel Arraes, (63/64); Paulo Guerra,(64/67); Nilo Coelho, (67/71); Eraldo Gueiros, que lançou o plano diretor e a Pedra Fundamental do Porto, (71/75); Moura Cavalcanti, (75/79); Marco Maciel, ( 79/82); José Ramos, ( 82/83 ); Roberto Magalhães, que determinou a transferência dos tanques de combustíveis do Recife para Suape, (83/86); Gustavo Krause, (86/87); Miguel Arraes, (87/90); Carlos Wilson, ( 90)91 ); Joaquim Francisco, ( 91/95); Miguel Arraes, ( 95/99 ). No governo de Jarbas Vasconcelos, Suape tomou a dimensão de Complexo Portuário,( 1999/2006 ); Mendonça Filho, deu continuidade, ( 2006 ) e Eduardo Campos o tornou maior porto privado do País.Em 2013, o porto contou com a conclusão de obras de infraestrutura cujos investimentos somam quase R$ 200 milhões. Foram R$ 165 milhões no reforço dos cabeços, que protegem os arrecifes nas operações dos navios no porto interno, e R$ 33 milhões na requalificação do Cais de Múltiplos Usos (CMU), estratégico no escoamento de cargas. A empresa Suape também terá fechado o maior número de acordos com posseiros que ocupavam terras do Complexo em zonas industriais ou de proteção ecológica. Ao longo do ano, foram realizadas 526 negociações com R$ 34 milhões de indenizações pagas. Ai, o Governo Estadual deverá cumprir um dever de casa que é o de recuperar a Mata Atlântica.

“SUAPE é UmA obrA com comEço, mEio E SUcESSo”

COMPLEXO DE SUAPE

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Fotografia /CG Roberto Portella

FLORESEditorial

Sem pressa, em seu tempo,A natureza desperta, rainha das estações.

Suavemente vai se mostrando a cada desabrochar.Da terra, herdou a força;

Dos galhos, a possibilidade de multiplicar-se.Essência feminina, jeito de mulher.

A delicadeza, soberana, é mestra de todas as espécies.Colorida e particular alcança até

mesmo os tipos mais exóticos.Joias refinadas perdem seu valor

Diante da imposição de sua primazia natural. Cabeças coroadas, atitudes transformadas.

Valorizar o que realmente importa É ir ao encontro do mais belo adorno.

CABEÇ

CORO

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Modelos:Miss Helena Rios

NatáliaTavares(EP Models)

Produção de Moda:Cecília Falcão

Assistente de Produção e Fotografia:

Renato Joia ChaStyling:

Rafael CiettoBeleza:

Gedson MorenoAcessórios:

Lapidar

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BICO DE PENAARTES

C“Cavani se destaca por minuciosos trabalhos em bico de pena.

Segundo o escritor Bráulio Tavares, o artista constrói um mundo de grão em grão e, com fervor pontilhista, “desfaz uma montanha

com se estivesse usando apenas uma agulha”.

CAVANI ROSAS O DETALHISMO DE

Por Cecília Falcão

avani rosas é escultor, desenhista, pintor e ilustrator de livros, jornais, revistas, quadrinhos e desenho animado.A arte entrou na sua vida ainda criança, quando ele tinha 05 anos. Gostava de desenhar e confessa: “Observava muito os quadrinhos. Mandrake, por exemplo, não possuía uma ana-tomia muito boa”, recorda. Com o passar dos anos, interessou-se em ser ouvinte na faculdade de Medicina, a fim de aprender sobre anatomia humana e perceber seus detalhes. “Logo depois, fui ilustrador de gastrocirurgia, de cirurgia de câncer. Depois fui fazer ilustrações para cirurgiões.”Dessa forma, passou a entender a complexidade do funcionamento interno do corpo humano. A nível profissional foi no extinto “Sobrado Sete”, em 1969, que realizou a primeira exposição de seus trabalhos artísticos, na Praça de São Pedro em Olinda. No ano seguinte expôs na Academia Pernambucana de Letras. Nessa época, suas criações causavam grande impacto por possuírem muita dramaticidade e certa angústia. Uma das primeiras portas a se abrir para exibir seu talento foi o caderno “Júnior”, do Diário de Pernambuco, onde ilustrava quadrinhos. Cavani também criou a decoração de carnaval em vários

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clubes do Recife, como o Cabanga Iate Clube, Clube Português do Recife e Country Club. Fazendo um paralelo entre as obras anteriores e as atuais, afirma que permanece coerente com sua linha central: bico de pena. Já a temática é modificada de acordo com que lhe é proposto.

“A qualidade técnica melhorou muito, mas eu tenho uma diretriz que nunca deixei.” Preocupado com a manutenção de antigas estru-turas prediais da cidade, desabafa: “Quando comecei a fazer trabalhos para arquitetura, ilustrando esses projetos, me interessei por preser-vação e sítios históricos.” Atualmente existe um desenho de sua autoria em frente ao Palácio do Campo das Princesas. Outros desenhos da mesma categoria já foram encomendados estão em fase de construção. Descendente do pernambucano Carneiro Vilela, que em 1864 escreveu a obra “A emparedada da Rua Nova”, Cavani pensa em realizar um trabalho inspirado nesse conto. “Talvez uma história em quadrinhos.”, dispara. Décadas passadas despertam seu interesse. Existe certo saudosismo em sua fala quando se recorda do

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Esboços inspirados no regionalismo. Figuras típicas

do Maracatu e Caboclinho remetem à valorização

cultural de Pernambuco.

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tempo em que via os carros do corço passando na Rua Imperial, lugar onde em que nasceu. Revela que deseja também poder fazer algo com essa temática, a fim de retratar iconograficamente o referido cenário. O maior desafio que o artista se propôs a fazer foram as estátuas gigantes de Nazaré da Mata. Seis esculturas medindo em média 4 metros de altura, feitas em mosaico, compõem o Parque dos Lanceiros, monumento idealizado pela própria população local, homenageando o Maracatu. O projeto foi financiado pela prefeitura do município juntamente com o governo do Estado. A moda está na vida de Cavani desde a época da extinta “Arte Nossa”, onde criava as estampas. Também colaborou com a “Vagamundo”, desen-volvendo gravuras para camisetas. Em 2013 surgiu o convite da Refazenda para que seus desenhos estampassem peças da coleção a ser lançada

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próximo ao período carnavalesco, inspirada nos personagens folclóricos Mateus e Catirina. Outra abordagem marcante do artista é o erotismo. Mas, apesar da força das imagens, os desenhos com essa temática não foram objeto de censura por parte das pessoas. Curiosamente, em contrapartida, o facebook acabou forçando-o a retirar da rede alguns de seus trabalhos.Cavani também transmite seu conhecimento, assumindo o papel de professor. Criou um método específico para ensinar a desenhar, onde a consciência espacial do aluno é estimulada, fazendo-o a produzir desenhos com perspectiva. O curso “Desenho e Consciência Espacial“ será ministrado no NAP, ao longo de todo o ano. Enfático, ele afirma sem titubear que em Pernambuco existem bons escultores. Citando nomes como Bibiano Silva, Abelardo da Hora e Francisco Brennand, o artista nos faz refletir sobre a valorização desse tipo de profissional e o potencial artístico que nosso Estado possui.

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Fotografia /CG Roberto Portella

Em sua exclusiva coleção “Brincantes”, a Refazenda traz a influência das cores e movimentos dos personagens Mateus e Catirina, valorizando nossa

cultura popular. As estampas foram desenvolvidas pelo artista plástico Cavani Rosas e remetem à alegria típica do período carnavalesco, sem perder a essência e identidade da marca. Neste ensaio, uma pitada de

charme tempera a já conhecida simplicidade dos looks. Tempo de brincar, mas de perder a elegância... jamais!

BRINCANTEEditorial

REFAZENDO A ALEGRIA

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Frente única e saia longa em Jersey estampada.

Sandália Jaílson Marcos.

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Vestido manga longa de tricoline listrado. Sandália Jaílson Marcos.

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Blusa estampada em jersey. Calça estampada em sarja leve, com detalhes laterais. Sandália colorida Jaílson Marcos.

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Blusa de jersey estampada com babado frontal. Pantalona listrada em

tricoline. Sandália Jaílson Marcos. Colar Refazenda.

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Modelo:Bruna Bloise(EP Models)

Veste Refazenda

Produção de Moda:Cecília Falcão

Assistente de Produção e Fotografia:

Renato Joia ChaStyling:

Rafael CiettoBeleza:

Gedson Moreno

Jardineira de sarja leve com detalhes estampados em jersey. Sapato Jaílson Marcos. Colar Refazenda.

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DOLCE & GABANNA NO RECIFE

TUFI DUEK

CASA 208

CECÍLIA FALCÃO é Formada em Designer de Moda pela Uninassau. Consultora de Imagem. Produtora de Eventos de Moda, e Cinema.

Re c i feFa s h io n

N ews

3 No finalzinho de 2013, Eduardo Ferreira retornou às passarelas e após um período de 10 anos de jejum, voltou a criar uma

coleção. Exibida no Aurora Eco Fashion, evento de moda que aconteceu no centro do Recife, teve como inspiração além da antropofagia obras de Albert Eckout e Franz Post. Os looks possuíam os croquis estampados e silhuetas com cintura marcada. Que esta seja a primeira de muitas outras criações do artista.

4 Com 300 metros quadrados de pura sofisticação, a grife italiana Dolce e Gabanna aporta na capital pernambucana. Presente no Brasil até então somente na capital federal, dessa vez o público de Recife poderá conferir no shopping

RioMar todo o luxo que a marca oferece. Prevista anteriormente para o final de 2013, a inauguração oficial será em março, criando certa inquietação entre os fashionistas mais antenados. Burburinhos à parte, quem acompanha e conhece sabe exatamente o que encontrará por lá, mas claro, ver de perto é outra história.

1 A Tufi Duek, no shopping RioMar, é o endereço cer-to pra mulher que busca

qualidade nas peças que com-põem seu guarda–roupa. Da preocupação com a modelagem ao fino acabamento dos detalhes, a marca prima pelo atendimento diferenciado e dispõe dos serviços de pessoal especializado na área para suas clientes. É pra ficar linda e bem informada.

2Com o objetivo de capacitar profissionais na área de moda, a

Casa 208 oferece cursos de corte e costura, consultoria de imagem, tecidos e aplicações e modelagem. Tudo isso minis-trado pela sapiência e descon-tração de Izabel Carvalho.

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RETORNO ESPERADO

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AURORA ECO FASHION

Em novembro a Rua da Aurora se fez versátil, transformando–se em palco, galeria e passarela. Permanecendo o enfoque principal na questão da sustentabilidade, a terceira edição do Aurora Eco Fashion contou com o apoio do Governo do Estado, através do FUNCULTURA.Reunindo marcas do cenário pernambucano como Calma Monga, Cidiz, Acre, Anunciada, Etiqueta Verde e Club Noir, o evento destacou também as criações de Eduardo Ferreira, Xuruca Pacheco, Manoel Ozi e Patrícia Moura. O espaço foi aproveitado de forma dinâmica, onde o público deslocava–se até os pontos previamente definidos e orientados

pela logística. A rampa de skate, assim como o monumento Tortura Nunca Mais e a escultura do caranguejo deixaram os desfiles ainda mais interessantes, criando uma sintonia entre o que foi apresentado e a beleza existente no local. Destaque para os banquinhos de papelão. Pequenos, porém incrivelmente resistentes, foram alvo de comentários surpresos e curiosos da plateia.Moda, música, arte e gastronomia reunidas. O Aurora Eco Fashion sem dúvida é um convite aos olhares mais antenados e uma prova de que ideias boas produzem bons frutos. Esperamos, em 2014, saboreá–los de forma ainda mais intensa.

Manoel Ozi.

XurucaPacheco no Rio Capibaribe.

Calma Monga eRecife Bike.

Idealizador do Evento Nestor Mádenis e

Ariella Dias daAttiva Comunicação

EtiquetaVerde, na Pista de Skate.

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LEOPOLDO NÓBREGA é Artista Plástico, Designer, Ativista e Consultor de Moda e Mercado.

M e rc a d o

...E já se passaram quase quatro décadas... Emendando panos, reciclando modas, dando novo sentido aos retalhos de Helanca e sobras das fábricas do sul. Ironicamente, precursores do que hoje chamamos de Fashion Upcycling, ou seja: o aproveitamento de resíduos para composição de outros produtos de moda, eis que me refiro ao Polo de Confecção do Agreste. Promovido oficialmente como: Polo de Confecção de Pernambuco, na tentativa de inclusão do segmento no cenário de desenvolvimento econômico do

Estado. Uma história de coragem, empreendedorismo e sobrevivência, ameaçada pelos novos tempos.Das formas simples, cores fortes e acabamentos rústicos surgem diariamente os produtos que abastecem predominantemente o norte e o nordeste do país através de revendedores e sacoleiros, herança dos cacheiros viajantes do século passado. Com ou sem exageros, é possível garimpar todos os estilos das estações já consolidadas nas novelas e revistas de moda com precinhos que só perdem para China, Índia, Coreia e África. O que não contávamos é que esses gigantes chegariam tão perto. Hoje a concorrência direta já disputa espaços nas feiras e vitrines locais. E o tempo não para! Memórias da Sulanca se transformam em promessas de desenvolvimento através de quase 20.000 indústrias e novos empreendimentos familiares do ramo de confecção responsáveis pela produção de 842,5 milhões de peças/ano. A informalidade, ainda predominante, é responsável pela invisibilidade política do segmento. Com menos de 10% dos empreendimentos formais, o Polo se fragiliza gradativamente com a concorrência global e falta de informação, tecnologia, infraestrutura básica de água/saneamento, comunicação e planejamento mercadológico. A falta de políticas públicas para interiorização do desenvolvimento do Estado e investimentos efetivos na preservação ambiental vem retardando e distanciando os arranjos produtivos locais do tão sonhado Desenvolvimento Sustentável. A passos curtos, empresários, designers, ativistas e centros acadêmicos tentam de forma criativa, remediar a insustentável realidade dos novos tempos. Seria um fardo original ou um pecado intencional, continuar a dormir em berço esplêndido? Há doze anos dei início ao que carinhosamente chamei de Aventuras no Cangaço da Moda! Pois era comum ser tratado como um forasteiro pelos empresários locais, castigados por muitos prestadores de serviço sem qualificação e mal intencionados que chegavam à região oferecendo “moldes” milagrosos para a confecção do jeans e “riscos da moda”. Profissões como: Design, Styling, Direção de Arte ou Consultor de Moda e Mercado eram absolutamente desconhecidas e a gestão de produto se limitava ao multifuncional e

“milagroso” modelista. Entre tantas peculiaridades, fui aprendendo sobre o funcionamento do Polo, seus trâmites políticos, fluxos de produção, dificuldades sazonais e como lidar com as pessoas que ao longo do tempo me acolheram como um “visionário”. Inquieto, comecei a me envolver com várias ações locais como: Desfiles, Revista de moda, Campanhas, Festival do Jeans, laboratórios criativos, Câmara Setorial dos Profissionais da Moda, coletivo dos Ativistas da Moda e vários mecanismos que pudessem expandir os conceitos de moda, arte e desenvolvimento sustentável, missão quase impossível aos olhos da capital.Agregar valor aos produtos, predominantemente inseridos nas classes C, D e E. Muitas tentativas se transformaram em marco político e ideológico em busca do desenvolvimento sustentável. Recentemente, em 2012, criamos o Ciclo Pernambucano de Moda, Arte e Sustentabilidade, realizado durante três dias no Espaço Multicultural Arte Plenna em Recife. A aproximação de vinte agentes estratégicos além do público expectador, promoveu uma mesa redonda valiosa sobre o tema: Pernambuco Sustentável que deu início ao documentário (em desenvolvimento). Tal iniciativa, inscrita e contemplada no edital do Funcultura, acontecerá pela segunda vez de 18 a 21 de Março deste ano na cidade de Caruaru durante a AgresteTex — Feira de Componentes Têxteis. Uma grande oportunidade para sensibilizar a sociedade e despertar novos caminhos mais integrados com as necessidade dos novos tempos.

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CRÔNICAS DO AGRESTE PERNAMBUCANO

“São precisamente as perguntas para as quais não existem respostas que marcam os limites das possibilidades humanas e que traçam as fronteiras da nossa existência.” —Milan Kundera

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+55 81 9985 8777 | 8813 4894 | [email protected]

STUDIO | PHOTOGRAPHER | FASHION RETOUCHER

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TARCISIO DIAS é Profissional e Técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecatrônico e Radialista, é gerente de conteúdo do Portal Mecânica Online® (www.mecanicaonline.com.br) e desenvolve a Coleção AutoMecânica.E-mail: [email protected]

“Pessoas com deficiência têm direito a descontos na compra de veículos. Saiba quais os caminhos para ter as isenções e os melhores veículos”

Carro

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Não há dúvidas do papel importante do automóvel como sinônimo de indepêndencia na sociedade contemporânea. Por meio dele temos a autonomia de nos locomover para onde for necessário. As pessoas com deficiência física têm, por lei, isenções de impostos como IPI,

ICMS, IOF e IPVA para adquirir um carro e fazer as adaptações.Em vigor a 18 anos, a lei 8.989 que tem sua vigência prevista até o final de 2014, garante que portadores de deficiência física, ainda que menores de 18 anos, têm o direito de adquirir diretamente ou por intermédio de seu representante legal, veículos sem a cobrança do IPI. Em 2003, o auxílio também passou a valer para pessoas com deficiência visual, mental severa ou profunda e autistas.Só a partir de 2007 veio a isenção do ICMS, que por enquanto pode ser solicitada até 31 de dezembro deste ano — provavelmente haverá pror-rogação. A Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com validade indeterminada, já concedia a isenção de IOF (Imposto sobre Operação de Crédito, Câmbio e Seguro).Em muitos Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Paraná, os portadores de deficiência contam ainda com outra desobrigação,

a do pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Na capital paulista o benefício é concedido desde 2008 e não tem prazo para ser encerrado.Mas no Brasil apenas a lei não é suficiente. Talvez aqui seja um dos poucos países no mundo que além

da lei é preciso ver se ela “pega”. E mesmo assim, o fator burocrático pode ser uma grande barreira para quem já tem tantos desafios e difi-culdades para serem ultrapassados.O processo para obtenção das isen-ções é bastante demorado (pode passar de seis meses) e cheio de

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CARRO INCLUSIVO: Ultrapassando barreiras para ir mais longe

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exigências. O primeiro passo é pedir ao médico um laudo com a CID (Classificação Internacional de Doenças) da enfermidade e as restrições provocadas por ela.Em seguida, se o próprio soli-citante for o condutor, ele tem de procurar uma autoescola

especializada para obter a troca da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mas a mesma só será emitida após a realização dos exames médico, psicotécnico e prático.A próxima etapa é requerer junto ao Departamento Estadual de

de documentos, como declaração de disponibilidade financeira ou patrimo-nial, cópia da CNH, do RG e do CPF e prova de contribuição ao INSS (holerite ou extrato da aposentadoria são algumas aceitas), além dos formulários de pedido de dispensa do pagamento dos impostos fornecidos pela própria Receita Federal.Após essa primeira liberação, o postulante tem 180 dias para procurar a Secretaria da Fazenda e pedir o benefício do ICMS. Entre os documentos exigidos estão os mesmos determinados pela Receita Federal, o que inclui os laudos médicos, além de declaração da concessionária onde será feita a compra do automóvel. Se defe-rido, o que normalmente ocorre em 30 dias, será dada a licença, também válida por 180 dias a partir da data de emissão.Já a petição da isenção do IPVA só é feita após a aquisição do carro. O prazo para a solicitação, também junto à Secretaria da Fazenda, é de até 30 dias da data do documento fiscal.

Trânsito (DETRAN), ou nas clínicas credenciadas, o Laudo para Condutor. Nele, o médico indicado atestará o tipo de deficiência, a eventual incapacidade física para dirigir veículos com câmbio manual, e indicará o tipo de carro ideal, com suas características e adaptações necessárias. Caso o pleiteante não seja o condutor do veículo, no laudo deverá constar apenas o código CID e o grau de deficiência física ou visual.Com tudo isso em mãos, o solici-tante deve ir até a Receita Federal, responsável pela concessão da isenção de IPI e IOF, e apresentar uma série

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As isenções de IPI e ICMS valem para automóveis de passageiros ou de uso misto, fabricados no Brasil ou nos países do MERCOSUL, e com preço até R$ 70 mil. Elas podem ser solicitadas a cada dois anos, tanto pelo condutor quanto por seu representante legal.Caso o portador da deficiência não seja o condutor do carro, este será dirigido por motorista autorizado pelo requerente (podem ser indi-cadas até três pessoas). Para o IPI, as alíquotas mudam de acordo com o tipo de veículo a ser adquirido e, até 31 de dezembro deste ano, vão de 2% (carro 1.0) a 25% (carro a gasolina acima de 2 litros).Já o valor do ICMS muda em cada Estado. Em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro é de 12%; na Bahia, de 17%. No caso do IOF existem algumas restrições para se conseguir a dispensa do pagamento: a potência do carro não deve ultrapassar 127 cavalos e o benefício só pode ser usufruído uma vez — e somente pelo condutor.Assim como no IOF, a isenção do IPVA vale apenas para o condutor do automóvel. As alíquotas atuais variam entre 3% e 4%, depen-dendo do tipo de veículo e do Estado onde será feita a compra.

OS MELHORES CARROS PARA PESSOAS COM  DEFICIÊNCIA A Revista Nacional de Habilitação realizou recentemente uma pesquisa com seus leitores, que ajudaram a eleger o melhor carro para a pessoa com deficiência.De acordo com a revista, para eleger os modelos são anali-sados itens como acessibilidade aos comandos de painel, espaço interno, capacidade do porta-

-malas, funcionalidade, conforto,

visibilidade, preço, condições de compra e atendimento da rede de concessionárias. Confira quais são os modelos eleitos:1º lugar: Honda Civic com 23% dos votos.2º lugar: Fiat Doblò e Nissan Livina. Ambos com 17%.4º lugar: Toyota Corolla recebeu 15% da pontuação.5º lugar: Chevrolet Cruze aparece com 13%, assim como Honda Fit.

FABRICANTES AJUDAM Para conseguir as isenções, o solici-tante pode fazer todo o processo

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sozinho, procurando o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) e os postos locais da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda, ou então contratar os serviços de um despachante. As próprias fabricantes podem ser boas alterna-tivas neste processo.Atualmente, muitas oferecem programas que orientam os portadores de deficiência a conseguir os benefícios. A Honda, por exemplo, oferece o Conduz. O serviço foi criado em 1997 e inclui o treinamento das equipes de vendas, orientações com relação à obtenção das isenções e informações detalhadas sobre a preservação da garantia oferecida.Outra fabricante que investe no auxílio aos deficientes para escolher o carro adequado e solicitar isenções fiscais é a Fiat. O Autonomy nasceu em 1994, na Itália, e chegou ao Brasil dois anos depois.Além de atendimento diferenciado, a montadora oferece descontos no valor final do carro (que pode chegar a 5%), certificação das empresas adaptadoras, um ano de garantia adicional e assistência estendida. Volkswagen, Renault, Peugeot e Toyota também têm programas de assistência aos portadores de deficiência. Devido a preço e origem, nem todos os modelos podem receber isenções: o ideal é consultar a marca de preferência e conhecer as opções.

tiPoS De DefiCiÊnCia

1 fíSiCa Apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções

2 viSual Acuidade visual igual ou menor que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º, ou ocorrência simultânea de ambas as situações.

2 mental Incluindo severa ou profunda: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifes-tação anterior aos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas.

3 autiSmo Transtorno autista ou autismo atípico.

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MAGNO MARTINS é Pernambucano de Afogados de Ingazeira, Jornalista, Pós Graduado em Ciência Política. Trabalhou no Correio Brasiliense, Diários Associados, Agência O Globo, Agência Meridional, Folha de Pernambuco. Hoje tem o Blog do Magno.

Po l í t i c a

Embora o brasil figure entre os quatro países na América Latina em que as mulheres alcançaram a chefia de seus Estados por meio de eleições, está muito distante de ser um exemplo para o mundo de que o gênero feminino na política esteja bem representado.O Brasil está em 119º entre os 146 países analisados pela União Interparlamentar (IPU) em representação da mulher no poder. Trata-se de uma das taxas mais baixas do mundo. Na Câmara dos Deputados, nas últimas eleições de 2010, apenas 45 mulheres foram eleitas para as 513 cadeiras disputadas — 8,7% do total.

Nas Prefeituras, a proporção é um pouco maior: 12% são comandadas por mulheres, um recorde histórico, mas longe de representar a composição feminina na população adulta brasileira, de 53%. Nos Estados, apenas duas mulheres foram eleitas governadoras em 2010 — Roseana Sarney, no Maranhão, e Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte.As eleições de 2010, aliás, interromperam um ciclo de crescimento da mulher nos Estados. Quatro anos antes, em 2006, foram eleitas três mulheres, mas Ana Julia, no Pará, não conseguiu ser reeleita. Para a Câmara dos Deputados, o tamanho da representação se manteve, mas no Senado houve uma pequena queda — de oito para sete senadoras.A baixa representatividade contrasta com a participação cada vez maior das mulheres nas disputas eleitorais desde os anos 90. Para reforçar essa presença feminina, inclusive, a reforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado fez uma pequena mudança na legislação no que se refere às “cotas” para mulheres.Antes, a lei determinava que os partidos reservassem no mínimo 30% e no máximo 70% das vagas para as candidaturas de cada sexo às Assembleias Legislativas, Câmaras municipais e à Câmara dos Deputados. Agora, a expressão utilizada é a de que os partidos devem “preencher” esses mesmos percentuais. Apesar disso, essa regra nem sempre é seguida (às vezes pela própria falta de mulheres dispostas a concorrer).A participação feminina na política no Brasil pode ser contada a partir de 1928, quando Luiza Alzira Soriano Teixeira se tornou a primeira mulher eleita para uma prefeitura no Brasil, na cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte.Já a paulista Carlota Pereira de Queiroz foi pioneira em 1933, ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados. No Senado Federal, a primeira eleita foi Eunice Michilles, do Amazonas, em 1979, que assumiu o cargo após a morte de João Bosco Ramos de Lima.Mas, o que pensa o brasileiro em relação à mulher na política? Recente pesquisa do Ibope revela que 41% dos brasileiros acreditam que o mundo seria um lugar melhor se as mulheres fossem maioria no mundo político. Essa proporção é quatro vezes maior do que os que acham o contrário — ou seja, que seria pior caso houvesse maior participação do sexo feminino (9%).A proporção de brasileiros que gostaria de mais mulheres na política é similar à dos moradores de países com a maior taxa de representação feminina nos seus parlamentos, segundo o IPU. Na África do Sul e na Suécia, 3.º e 4.º no ranking, 55% e 48%, respectivamente, acham que o mundo seria melhor se as mulheres fossem maioria no poder.Em países muçulmanos como a Tunísia, essa taxa é de apenas 21%, enquanto 59% dizem que o mundo ficaria pior nessa situação. Na Arábia Saudita, em que as mulheres nem sequer podem votar ou serem votadas, essa pergunta nem chegou a ser feita aos entrevistados.O Tribunal Superior Eleitoral fará este ano uma ampla campanha institucional nas rádios e tevês em prol da maior participação da mulher na política, o que é legítimo e fundamental à construção de uma democracia mais justa e igual entre homens e mulheres.

“Confiança grande, representação baixa…”

MULHER NA POLÍTICA

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Página feita para um blog de amigos, tendo

Muammar Ghadaffi como tema. Na época,

ele acabara de sumir no disco voador.

Desenha desde a pré–escola e ainda insiste até hoje aos 63 anos. Começou

profissionalmente com seu mestre

Nico Rosso, fazendo quadrinhos, passou

pela publicidade para criar os

filhos, voltou aos quadrinhos

pelo prazer.

ALI

EN

JO FEVEREIRO

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Entre outubro de 1943 e feve-reiro de 1962, um desenhista se destacou através de um perso-nagem irônico, aparentemente gentil e simpático mas que era insensível ao sofrimento dos outros. O desenhista foi Péricles de Andrade Maranhão

(1924–1961) e seu personagem, o Amigo da Onça, que divertiu muitos brasileiros entre as décadas de 40 e 60. Péricles, cujo nome completo era Péricles de Andrade Maranhão, nasceu no dia 14 de agosto de 1924, no bairro do Espinheiro, em Recife, Pernambuco. Estudou no Colégio Marista e desde cedo já mostrava seu talento para o desenho. Conseguiu publicar suas primeiras charges, no Diário de Pernambuco. Foi apresen-tado, mediante carta de recomendação (Péricles era ainda menor de idade) ao chefe Leão Gondim de Oliveira, um dos braços direitos do “velho capitão” Assis Chateaubriand.Iniciou na empresa no dia 6 de junho de 1942 e passou a publicar “As Aventuras de Oliveira Trapalhão” na revista “A Cigarra”. Quase um ano depois, foi chamado pelos diretores da revista “O Cruzeiro” para desenvolver o projeto do perso-nagem “Amigo da Onça”… Foi ali que o cartunista Péricles criou um homem sem pescoço e com cara de fuinha que eternizou a expressão “Amigo da Onça”, ao mesmo tempo que concebeu o embrião genealógico do humor negro dos Fradinhos de Henfil e dos Skrotinhos de Angeli. O “Amigo da Onça”, surgiu de uma famosa piada da época, envolvendo dois caçadores e uma onça.

— O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?

— Ora, dava um tiro nela.— Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?— Bom, então eu matava ela com meu facão.— E se você estivesse sem o facão?— Apanhava um pedaço de pau.— E se não tivesse nenhum pedaço de pau?— Subiria na árvore mais próxima!— E se não tivesse nenhuma árvore?— Sairia correndo.— E se você estivesse paralisado pelo medo?Então, o outro, já irritado, retruca:

— Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?Através das sacanagens que o Amigo da Onça

PÉRICLES MARANHÃOHumor

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O amigo da ONÇA“sem maldade nenhuma” aprontava para outras pessoas, a charge fez sucesso estrondoso por representar uma crítica à hipocrisia social, ao jogo das aparências observado em vários costumes sociais. Em muitos casos, o Amigo da Onça também aproveitava os fatos jornalísticos para, através de seu comportamento boçal, expressar suas críticas. O sucesso crescente, no entanto, começou a incomodar Péricles, que também era compositor, além de ter sido boêmio quanto qual-quer jornalista na época. Sem deixar

outra marca profissional que não o Amigo da Onça, Péricles sofria por se

“confundir” com o próprio personagem, através de muitas piadas que recebia.Em 31 de dezembro de 1961, ator-mentado com as repercussões do seu personagem, Péricles escreveu dois bilhetes reclamando da solidão, e depois fechou todas as janelas de seu apartamento. Decidiu então ligar o gás de cozinha, não sem antes deixar outro bilhete avisando “Não risquem fósforos”. Morreu asfixiado pelo próprio gás. Com os desenhos que

deixou, Péricles ainda pôde ter obras do Amigo da Onça publicadas na revista O Cruzeiro até fevereiro de 1962. Com a morte de seu amigo, Carlos Estevão (outro pernambucano de talento), foi convidado pela revista “O Cruzeiro” a continuar a desenvolver as charges do “Amigo da Onça”. Permaneceu criando as charges do personagem até sua morte em 1972. Depois disso o

“Amigo da Onça” foi tentado ser reavi-vado novamente, mas todas as tentativas não deram o resultado esperado e parou de vez de ser publicada.

“O amigo da onça tornou-se célebre por sua cordial ironia”.

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O Santa Cruz representa a inclusão de negros e pobres no futebol de Pernambuco e tem nas suas cores as três etnias

da nacionalidade brasileira: o negro do africano, o branco do europeu e o vermelho do índio nativo. Da origem neste local, no bairro da Boa Vista, em frente à Matriz do Bom Jesus do Santa Cruz, à sede definitiva no bairro do Arruda — Recife, o Santa Cruz atravessou o século XX lutando ao lado da sua grande multidão para não só conquistar glórias no gramado, mas sobretudo, galgar o acréscimo patri-monial na concretização da tão desejada mobilidade social — ideal maior de justiça do povo brasileiro, carregando na sua história uma natural similitude com a disseminação e desenvolvimento da sua apai-xonada torcida, cada vez maior na região e no país e, com forte inserção em todas as classes sociais.O Santa Cruz Futebol Clube chega ao seu cente-nário, detentor da hegemonia do futebol de Per-nambuco, com o tricampeonato 2011/2012/2013; comemorando sua 1ª conquista de Campeonato Brasileiro — 2013; participando das Divisões Supe-riores do Campeonato Brasileiro, promovido pela Confederação Brasileira de Futebol — CBF. Como

“Santa Cruz Futebol Clube e a Matriz do Bom Jesus do Santa Cruz. E tudo começou aqui.”

SANTA CRUZEsportes

100 LIMITES!

Uma paixão

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José Luiz Vieira

Ata da fundaçãodo Santa Cruz Futebol Clube, em 3 de fevereiro de 1914.

Antonio Luiz da Silva Neto

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Pela primeira vez nos seus 100 anos de história, o Tricolor do Arruda celebra a conquista de um título nacional. sagrando–se campeão da Série C.

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proprietário do 4º Maior Estádio Particular do Mundo (reconhecido pela FIFA); considerado o Fita Azul Nacional desde 1980, por ser o clube Brasileiro que passou mais tempo invicto em excursão no exterior; conforme consta nas esta-tísticas da FIFA/CBF, campeão da Taça Norte/Nordeste — 1967; Pentacampeão Pernambucano 1969/1970/1971/1972/1973 (Maior sequência de títulos); único Trissupercampeão Pernambucano

— 1957/1976/1983, em razão da conquista de campeonatos nos quais venceu o triangular final, após cada um dos turnos ter sido conquistado por um clube diferente: nos últimos 14 (catorze) anos, Maior Público dos Campeonatos Pernambucanos e; numa demonstração inequívoca de ser um dos mais populares Clubes do Brasil e do Mundo, hoje situa–se em 39º lugar, com a torcida reconhecida entre as 100 (cem) Maiores do Mundo e, entre as 3 (três) Maiores do Brasil, conforme ranking da FIFA, mantendo sempre o primeiro ou segundo lugar na Média de Público dos Campeonatos Bra-sileiros de Futebol, promovidos pela CBF, em todas as divisões.

“Há 100 anos, jovens que ousaram sonhar, fun-daram o Santa Cruz Futebol Clube, amado por uma torcida imensa e apaixonada que continua a construí-lo a cada jogo, a cada grito de gol.”Desde fevereiro de 1914, quando o Santa Cruz nasceu, o Recife e o Estado de Pernambuco, ama-nhecem mais lindos e felizes!

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MANOEL BIONESaúde

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REMÉDIOS

Por Manoel Bione

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Manoel Bione é Jornalista e Médico Psicoterapeuta

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Você já deve ter notado que os objetos mais levados aos velórios e enterros são flores, velas e caixas de tranquilizantes. Nos tempos atuais é proibido chorar. Não é à toa que o medicamento mais vendido no Brasil seja um psicotrópico. Ele tem o nome de Rivotril, denomi-

nação comercial do clonazepam, um tranquilizante do grupo dos benzodiazepínicos.Mas não é só ele. O mercado farmacêutico oferece muitos outros. Como os Somalium, os Anafranil, os Dienpax e os Prozac da vida. Curiosamente, este último, quando surgiu, em 1986, foi batizado de “a pílula da felicidade”. Segundo dados da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária —, só no ano de 2012, os brasileiros compraram 42,3 milhões de caixas de antidepressivos. Um mercado que cresceu 16,3% em relação a 2011 e movimen-tou 1,85 bilhão de reais. Com certa frequência eu sou abordado por pessoas que me pedem receita de um medica-mento que ajude a mudar o comportamento de algum fami-liar. Seja uma filha caladona, seja um marido briguento ou uma mãe depressiva. Peço pra conversar, se possível, com essa pessoa. E muitas vezes não bate a descrição do parente incomodado. Comportamento não se muda com remédio de farmácia. A ansiedade, a depressão, o pânico, a angústia, são as dores da alma.Se você tem um prego no sapato e anestesia o pé como solução, o resultado vai ser um ferimento cada vez maior no seu pé. A dor é um sinal de alarme que deve levar a uma ação. Se alguém encosta, acidentalmente, um cigarro em seu braço, sua ação imediata é puxar o braço. No caso do prego, sua ação é tirar o sapato e arrancar o prego. Do mesmo modo, se temos uma tristeza que não sabemos de onde vem, uma ansiedade da qual desconhecemos o motivo, elas estão querendo lhe dizer que alguma coisa vai mal na sua vida e pedem uma ação de mudança. Mas você prefere anestesiar sua alma. Para isso dispõe de uma vasta gama de “anestésicos” nas prateleiras da farmácia mais próxima.

EMOÇÕES AUTÊNTICAS E DISFARCES Cada família tem um padrão emocional próprio. E nós vamos aprendendo, já nos primeiros anos de vida, que tipos de emoção devemos vivenciar e quais devemos reprimir. As emoções são descargas energéticas do nosso organismo, produzidas por vivências do dia a dia. Se eu estou sob uma ameaça, sinto medo; diante de uma perda, advém a tristeza; se tenho algum de meus instintos básicos saciado, uma emoção prazerosa toma conta do meu ser. Tudo isso é pro-piciado por hormônios chamados de neurotransmissores. Estas substâncias são jogadas na corrente sanguínea e,

quando chegam a uma parte do cérebro chamada hipotálamo, produzem essas descargas emocionais. A adrenalina, por exemplo, produz excitação, estresse, desencadeia o instinto de luta/fuga. As endorfinas pro-duzem sensação de repouso e tranquilidade — semelhante à da morfina. As dopaminas levam ao prazer da saciedade, depois de uma boa refeição, a degusta-ção de um belo vinho, etc. E são dezenas de neurotransmissores circulando em nosso corpo. Ocorre que, na infância, de acordo com seu padrão familiar — e até cultural —, a pessoa vai apren-dendo a vivenciar ou a reprimir determinadas emoções. Se a menina não tem permissão para sentir raiva porque é a “prince-

sinha do papai” ou o menino não pode expressar tristeza porque “homem não chora”, na vida adulta, em momentos de raiva, vai chorar. Já o varão, por exemplo, se é demitido, vai chegar em casa, e em vez de mostrar tristeza e pedir ajuda, vai dar um berro na mulher, um cascudo no menino e um chute no cachorro. Isto pra usar dois exemplos bem simplórios. O resultado desses episódios de se substituir uma “emoção autên-tica” pelo que o psiquiatra americano Eric Berne chamava de “emoção disfarce” é o aparecimento das doenças psicossomáticas, das depressões e das ansiedades. “Doutor, é uma tristeza que não sei de onde vem”. “É uma ansiedade, um medo, que não sei qual é a causa”, são essas frases comuns que ouvimos no consultório. E tome Rivotril, e tome Somalium, e tome Prozac. Mas a dor da alma está apenas anestesiada. O estrago continua.

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ÉTNICOTurismo

“Defino o terreiro como um hospital espiritual, sempre com as portas abertas sem renegar ninguém, todos que batem a minha porta eu ajudo.”

—Mãe Valda de Pirapama

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I nteligência, energia, generosidade, iniciativa, conhecimento litúrgico. Cada um dá a sua lista de qualidades indispensáveis para que uma mulher se torne uma mãe-de-santo ou ialorixá. O certo é que a tarefa é repleta de responsabilidades e sacrifícios,

mas, se desempenhada com competência, traz a possibi-lidade de mudar a realidade das pessoas em volta. Não é à toa, então, que tantas mães e pais-de-santo, gozam de grande prestígio, sendo recebidos e visitados por políticos, artistas e intelectuais de todo o mundo. A escravidão,

Por Luciana Araújo

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VALA COMUM Lugar onde os escravos eram jogados quando morriam. O

Terreiro de Mãe Valda preserva até hoje como um cômodo da

Casa do Preto Velho.

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a pobreza, a perseguição, as surras e as prisões não foram suficientes para diminuir a altivez, o espí-rito empreendedor e a sabedoria dessas pessoas.Segundo Mãe Valda de Pirapama, todo terreiro é, em princípio, uma família, porque é uma família espiritual. Como elo maior que une a todos, a busca de contato com os elementos que nutrem a vida de todos os seres vivos: a força dos ventos, do fogo, das matas, da terra, das pedras, das águas.O Terreiro de Candoblé, Nação Ketu — Mãe Valda, está instalado em uma casa que pertenceu em 1910 ao Barão de Pirapama, a casa foi comprada em 1926 e ficou abandonada até 2009 quando a Yalorixa Valda de Sango se apaixonou pelo casarão e o reformou e instalou lá seu ILÊ ASÉ SANGO AYRA IBONA. Como esta casa já teve escravos, no ano de sua fundação fizeram um toque dedicado aos pretos velhos.

AIRÁ IBONÃÉ considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. . Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Airá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

Em carne e espírito.

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REVISTA JUREMA: Como iniciou a sua caminhada na Religião Afro–Brasileira? Com a senhora se descobriu espírita?MÃE VALDA: Eu tinha 7 anos quando fui brincar com algumas ervas que minha mãe plantava e recebi pela primeira vez meu Cabloco, não foi fácil e nem aceitei a vida espiritual, o candomblé facilmente, não queria perder meus sábados e domingos para doutrinar minhas entidades espirituais para ajudar terceiros, achava um fardo. Durante minha adoles-cência fugia das minhas responsabilidades e ficava doente, incorporava na rua, no trabalho e terminava voltando ao terreiro. Hoje acho uma maravilha poder com o meu axé ajudar uma pessoa a ser mais feliz.RJ: Nas comunidades religiosas nagôs, as mulheres têm um papel muito importante, diferente do que acontece em outras sociedades e outras organi-zações religiosas. Gostaria que a senhora falasse por que isso acontece. É uma tradição que veio da África? Em que a mulher é diferente do homem? Porque elas têm esse papel?MV: A diferença do papel da mulher vem da fertilidade, ela é a mãe, a criadora e provedora dos seus filhos. Ainda na África, Pierre Verger, ao remontar à importância da feira, especialmente para os Iorubás, mostrava a presença das mulheres como grandes comerciantes. Comparadas aos homens, era maioria e passaram

TOTEM SAGRADOTodos nós temos um animal, fazendo parte de nossa Medicina Pessoal. Os Totens, ou animais de poder são uma força que nos ajudam na busca de harmonia.

Bar para os Mestres e as Pombos Giras

OXUM Mãe senhora dos rios e cascatas.

Orixá das águas claras que lavam os males do mundo. Deusa do Amor.

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A rainha e seu trono.

ConGÁ A este espaço especificamente destinado a recepcionar um conjunto de peças litúrgico–magísticas, afixadas sobre certas bases, na Umbanda nomeamos de Congá .(Jacutá–Altar).

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JOGANDO BÚZIOSO jogo de búzios é um sistema oracular e está ligado a prática do Candomblé, devendo ser apenas jogado por pessoas iniciadas na religião. O aprendizado se dá à medida que o praticante adquire conhecimento e passa por certos preceitos. A forma mais comum é o jogo de 16 búzios ( jogo por odús). Cada odú tem ligação com um ou mais orixás, sendo que estão todos interligados.OS 16 ODÚS SÃO:1) Okaran ‘ Exu2) Ejiokomeji ‘Ogum e Ibeji3) Etaogundá ‘Ogum e Omulu4) Iorossum ‘ Iemanjá5) Oxê ‘Oxum6) Obará ‘Oxossi, Xangô e Logum Edé7) Odi ‘Oxossi, Obaluaiê e Oxanguiam8) Ejionilê ‘Oxalá e Oxaguiam9) Ossá ‘Iansã10) Ofum ‘ Oxalá e Oxalufan11) Oawarim ‘Ogum, Iansã e Exu12) Ejilonuborá ‘ Xangô13) Odiologan ‘ Nanã Buruku14) Iká ‘Oxumaré e Ossaim15) Obeogundra ‘ Ewá, Obá, Oxumaré e Omulu16) Alafra ‘ Oxalá, OxaguianOs búzios são lançados sobre uma peneira e de acordo com a sua caída (número de búzios abertos ou fechados) se faz a interpretação pelos sacerdotes. Os búzios são conchas que foram preparadas em diversos rituais, antes de serem utilizadas.Antes de se começar o jogo, o sacerdote faz uma série de orações e saudações aos orixás. Exú, Oxum e Oxalá são os orixás mais ligados ao jogo, além de Ifá que é o próprio orixá da adivinhação.Além do jogo de 16 búzios, há o jogo com 4 búzios (alafiá) e o jogo com 21 búzios.Na África a prática do jogo de búzios é concedida apenas aos homens, filhos de Oxum, Exu e Obaluaiê.

O QUARTO DO SANTO lugar onde na UMBANDA DA NATUREZA o yawo fica 5 (cinco) dias recolhido em comunhão com seu santo, e sendo preparado através dos fundamentos espirituais.

a dirigir a comunidade, mesmo tendo rituais exclusivamente mascu-linos, como os cultos aos Éguns.RJ: Além da parte espiritual, existe a parte social do terreiro.Como isso se dá?MV: Defino o terreiro como um hospital espiritual, sempre com as portas abertas sem renegar ninguém, todos que batem a minha porta eu ajudo.RJ: A senhora tem idéia de quantas são as pessoas ligadas á casa, os iniciados, os filhos–de–santo?MV: Ligadas a casa em torno de 100 pessoas, iniciadas 9.RJ: Na sua perspectiva, qual a melhor forma de lutar contra o preconceito e discriminação de que as religiões afro–brasileiras têm sido alvo?MV: Esclarecer que o preconceito vem da escravidão, o branco sempre se referiu a tudo o que vinha do negro como algo ruim.Quando as pessoas conhecem o candomblé descobrem que o que o imaginário popular fala não tem a ver com a realidade de um terreiro. A Lei 10.636 nas escolas é uma tentativa para que a verdade seja dita e aprendida, ou seja, só com a educação que estas situações podem ser exterminadas.RJ: Em que circunstâncias foi fundada o ILÊ ASÉ SANGO AYRA IBONA?MV: O terreiro foi fundado em 09/05/2009, nunca quis ter terreiro, aliás, até hoje não sei como abri e como sou mãe de tantas cabeças, mas é uma missão e missão não se escolhe se cumpre.RJ: Que princípios norteiam o seu terreiro?MV: Do respeito a individualidade de cada orixá, saber que ali dentro eu preciso receber os recados e os entender para assim saber o que devo fazer.RJ: Tem algum sonho que gostasse de ver realizado no seu Terreiro?MV: Que o terreiro seja também uma escola, não só de religio-sidade, mas de oficinas para ajudar a acabar o ciclo de miséria.RJ: Qual o maior ensinamento que o Candomblé já lhe trouxe?MV: Foi ser mãe do desconhecido, de receber, acolher pessoas que nunca vi, mas que tenho como missão amar e ajudar.

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Filha de Dominguinhos e da cantora Guadalupe, a música sempre esteve presente em sua vida. Estudou 10 anos de ballet clássico e sapateado no Ballet Stagium de São Paulo e fez cursos variados de danças populares. Cursou dois anos na escola de música Voice com base na Berkley onde estudou técnica

de voz com o professor Vainer Dias Gomes. Também fez cursos de interpretação com a atriz Imara Reis e com o respeitado e premiadíssimo diretor Roberto Lage. Fechou matrícula no 2º ano da Faculdade de Psicologia para se dedicar ao canto, abraçando de vez a carreira. Começou a cantar com Dominguinhos fazendo coro e participações em shows e turnês pelo Nordeste. Em 2002, fez a sua primeira participação gravando a música Desenho, no CD “Lembrando de você” de Dominguinhos. Convidada por Toninho Horta interpretou a canção “Te amar como te amo” no CD “Com o pé no forró”. Em 2007 parti-cipou do CD de Dominguinhos “Conterrâneos”, na faixa

“Doidinha pra dançar”.Lançou em 2007 o seu primeiro CD pela Gravadora Eldorado, produzido por sua mãe Guadalupe e pelo

multi-instrumentista Sandro Haick. Com um belo trabalho de apresentação, o CD trouxe um repertório variado de alguns dos melhores nomes da música brasi-leira como Fátima Guedes, Zeca Baleiro, Dominguinhos, Fausto Nilo, Djavan, Chico Buarque de Holanda, Belchior, Fabio Jr., Nando Cordel, Petrucio Amorim, Antonio Barros e Renato Barros. Da mais simples canção à mais bem elaborada, o CD “Liv Moraes” imprimiu um toque especial na harmonização e arranjos dos maestros Pepe Cisneros e Sandro Haick .REVISTA JUREMA: Como começou a Liv Moraes Cantora?LIV MORAES: A música sempre foi muito forte em minha vida, nasci e fui criada na música, ouvindo meu pai, minha mãe e convivendo com grandes nomes da MPB. Cursei psicologia e música, optando pela música já por ser tão forte em minha vida. Em seguida, gravei meu primeiro CD produzido por Sandro Haick e Guadalupe, com a participação de Chico Buarque, Dominguinhos e Guadalupe. Mais tarde fiz meu segundo trabalho dedi-cado ao meu pai com a participação dele e da minha mãe, produzido por Sandro Haick e Guadalupe.RJ: Você está passando por um momento único, cada dia mais ganhando espaço. A que se deve isso?

LIV MORAESHomenagem

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A energia de LIV MORAES“A música sempre foi muito forte em minha vida, nasci e fui criada na música, ouvindo meu pai, minha mãe e convivendo com grandes nomes da MPB.”

LM: Ao empenho, dedicação, disciplina, respeito pela música e o mais importante de tudo, tratá–la com amor e carinho, foi o que aprendi com os meus pais.RJ: É visível notar uma grande aceitação quando o público fica sabendo que você era filha de Dominguinhos. O que vc acha disso? LM: Sempre trabalhei com ele desde o início da minha carreira, participando ativamente do seu trabalho e sempre fui muito bem aceita pelo público. Meu pai era muito querido e esse carinho foi extensivo a mim. Acho isso incrível!RJ: Fale um pouco sobre a sua relação com o seu pai:LM: Melhor impossível! Ao lado da minha mãe meu pai sempre foi presente nos meus 32 anos de vida, tínhamos um relacionamento único. Viajávamos juntos desde o início da minha vida, o acompanhava nos shows pelo Brasil, éramos realmente companheiros, uma família. Parava em

cada restaurante para me apresentar aos amigos que ele fez durante todos esses anos de viagem. Foi um aprendizado e tanto vê–lo com os fãs, com os colegas de trabalho, amigos, no palco, muita humildade, foi incrível a nossa jornada. Tivemos momentos muito difíceis e muitas vitórias, e em cada um desses momentos estivemos juntos, eu, ele, minha mãe e meu filho, sendo um a fortaleza do outro, o nosso amor será sempre incondicional e incontestável.RJ: Conte–nos dos projetos futuros…LM: Está nos meus planos um grande projeto para a preser-vação da memória do meu pai. Mais para frente vocês saberão. Daqui pra frente estarei empenhada em mostrar a minha versatilidade como cantora, assim como meu pai transitava por vários gêneros tornando–o reconhecido no mundo inteiro. Aprendi com ele que a música não tem fronteiras. VIVA DOMINGUINHOS !!!

Por Luciana Araújo

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Na edição passada da revista (Jurema n° 3 — setembro/2013) escrevi sobre os Criativas Birôs, que funcionariam como escritórios públicos para atendimento e suporte a profissionais e empreendedores que atuam nos setores criativos brasileiros. Stop! Mudança nos planos! No mesmo mês em que meu texto foi publicado aqui, houve um câmbio na condução da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (SEC—MinC). Cláudia Leitão foi substituída pelo empreendedor cultural, músico e diretor artístico carioca Marcos André Carvalho, o atual secretário da pasta. Com a alteração dos nomes, algumas

modificações também nas políticas. No bojo das idéias do Criativa Birô temos agora o programa Rede de Incubadoras Brasil Criativo!Com investimento de R$ 19,4 milhões, o RIBC está sendo considerando o principal programa da SEC—MinC que deverá inaugurar, até junho de 2014, treze incubadoras de empreendimentos culturais nas capitais do Acre, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pará, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal (os mesmos Estados onde seriam implantados os antigos Criativas Birôs). São parceiros do programa, dentre outras instituições, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério da Educação, Ministério do Turismo, as secretarias estaduais e municipais de Cultura, secretarias de Desenvolvimento Econômico, APEX, SEBRAE, SENAC, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, e universidades.Incubadoras são espaços de oferta de qualificação, disponibilização de infraestrutura e geração de negócios para novos empreendimentos, contribuindo para a sobrevivência e crescimento destes durante os primeiros anos de atividades. Além disso, são espaços de convívio e interação multisetorial entre empreendedores criativos, compartilhamento de experiências e fortalecimento de redes e coletivos.As incubadoras do programa RIBC terão como princípios norteadores a diversidade cultural e a inclusão social. Elas ofertarão aos agentes culturais cursos e consultoria em inovação, empreendedorismo, planejamento estratégico, assessoria contábil, assessoria jurídica, de comunicação e marketing, e acompanhamento contínuo. Está prevista ainda em cada incubadora a instalação de balcões de crédito, formalização, formação técnica, realização de cursos, e também uma área para trabalho colaborativo. As atividades serão desenvolvidas por equipes locais, em diálogo com as potencialidades criativas de cada região. A primeira incubadora do RIBC já está funcionando e fica na região Norte do país. No dia 09 de janeiro a Incubadora Pará Criativo foi inaugurada na sede do Instituto de Artes do Pará (IAP), em Belém, numa solenidade que contou com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o governador do Estado, Simão Jatene, e o prefeito da cidade, Zenaldo Coutinho, além de representantes da cena cultural paraense. Esta incubadora nasceu com a missão de estimular os empreendimentos de música (do tecnobrega ao carimbó), de biomas amazônicos, gastronomia paraense, danças populares, biojoias, design indígena, games, dentre outros. Torçamos pela Pará Criativo enquanto esperamos as outras incubadoras do programa!

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ROBERTO AZOUBEL é antropólogo/pesquisador e atualmente trabalha como assessor técnico da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC).

Eco n o m iaCr ia t i v a

A REDE DE INCUBADORAS BRASIL CRIATIVO

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Q uem já viu irreverência e energia misturadas no palco, sabe exatamente quem é esse sertanejo. Natural da cidade de Floresta, o cantor Josildo Sá foi “adotado”, como ele mesmo define, pelo município de Tacaratu ainda criança. Sua vinda ao Recife se deu quando tinha 17 anos, para estudar. Como desejava não depender mais da família,

migrou para a capital baiana em busca de trabalho. “Não queria explorar meus pais”, confessa. Foi frentista e exerceu a profissão de vendedor de café, rede e chapéus, o que provavelmente o ajudou a desenvolver parte de sua personalidade destemida.Sua convivência com a música se deu desde cedo. Filho do sanfoneiro Agostinho do Acordeom, recorda–se que sempre cantava quando podia, em diversas situações, principalmente nas mais corriqueiras. Não podendo ser diferente, o envolvimento profissional teve início de uma forma descontraída, por meio de uma pequena demonstração num bar, provocada pela insistência de alguns amigos. A preocupação em não deixar de lado nenhum acontecimento referente ao princípio de sua trajetória é evidente. Da mesma forma, também reconhece as pessoas que o apoiaram e serviram de alicerce.Influenciado pelo som de Cazuza, Raul Seixas, Legião Urbana e U2 dentre outros, no princípio desejava aventurar–se nos caminhos do rock. Mas, por intermédio do cantor e compositor Anchieta Dali, que produziu seus dois primeiros álbuns, Josildo resolveu investir no forró enquanto ritmo base para sua trajetória musical. Veio assim, em 1998, seu primeiro CD intitulado “Virado num paletó veio”. Quatros anos mais tarde, o “Coreto” trouxe a verdadeira identidade do seu trabalho, o samba de latada. Segundo ele, corresponde ao samba do sanfoneiro, também considerada uma mistura de samba e forró. Assim como Luiz Gonzaga, admite que Chico Science foi fonte de inspiração para sua carreira, devido a capacidade de imprimir um estilo próprio e característico em suas composições. Os detalhes, que de imediato podem causar estranhamento, terminam por nos guiar para melhor compreendê–lo no espaço musical.

A ousadia em forma de

FORRÓMúsica

Por Cecília Falcão

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MÚSICA

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Auto analisa-se e desabafa: “Sou a liga”, referindo-se às fusões de diferentes vertentes que já apresentou como proposta.

Sempre procurando inovar, no ano de 2008 firmou uma parceria com o saudoso clari-netista e saxofonista paulista Paulo Moura, considerado um dos principais nomes da música instrumental brasileira. Com o objetivo de construir um projeto para a prefeitura do Recife, a ousadia em aliar elementos tão distintos, como o popular e o erudito lhe renderam elogios da crítica e foi um verdadeiro sucesso. Logo depois recebeu o 19o Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor cantor de música regional.Josildo é enfático ao falar sobre esse artista. Um grande carinho

e respeito são percebidos logo nas primeiras declarações acerca do músico. Tal afinidade está presente também nas imagens do show realizado no Teatro Santa Izabel, composto por canções curiosamente instigantes. Lembrando em alguns momentos o ritmo da gafieira, esse trabalho é um verdadeiro convite à dança, onde até mesmo quem não se considera forrozeiro deseja se arriscar e soltar o corpo. E tanta inovação adentrou até mesmo na folia de Momo, onde o frevo impera em Pernambuco. Sem medo de ousar, mais uma vez, foi vitorioso. Com a canção “Galo, frevo e folião” da autoria de Nuca e Eriberto Sarmento, apresentada em 2012, levou o primeiro lugar no concurso para eleger a música que conduziria o desfile do Galo da Madrugada, fato que se repetiu no ano seguinte. Auto analisa–se e desabafa: “Sou a liga”, referindo–se às fusões de diferentes vertentes que já apresentou como proposta. Bem planejados e direcionados da melhor forma, uniões ou pactos trazem enriquecimento e experiência, desde que guiados com uma boa pitada de atrevimento. A criatividade desse pernam-bucano parece não se limitar a regras e convenções. Mas talvez sua característica mais marcante seja a confiança em si mesmo e em suas convicções ou simplesmente na trilha que escolheu seguir. O cantor acredita que o forró sempre terá seu espaço no cenário musical e na mídia, pois “música boa não morre”, declara.

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Terapia

V ivemos em um tempo peculiar: apressado, em constante transformação e movimento, exigente, plural, tecnológico, virtual, imaginário, cheio de extremos, de desigualdades… e nós, humanos, habitamos nele buscando, como buscávamos há décadas, a felicidade e a paz. E essa busca aumenta cada vez mais, assim como se intensifica o anseio por uma vida simples, porém confortável; alegre, porém serena. É a busca pelo equilíbrio; e a percepção de que ele pode ser encontrado dentro, não fora. Nesse contexto, é

crescente o apoio dado pelas terapias holísticas, que tratam o ser, de forma natural, em sua integralidade e especificidade. E os Florais merecem destaque como importante chave para o equilíbrio emocional.Que são Florais? São essências vibracionais altamente diluídas, obtidas sobremaneira a partir de determinadas flores, com “qualidades” específicas e “elevadas”, ou seja, que têm frequências energéticas harmoniosas, correspondentes às qualidades da alma em harmonia. Por isso, são capazes de tocar nossa essência, estimulando o aparecimento de nosso verdadeiro “eu”, nossa vibração ideal e original; aí nos encontramos em paz.Os Florais foram desenvolvidos e sistematizados pelo médico bacteriologista inglês Dr. Edward Bach, entre 1928 e 1936, quando, preocupado em encontrar um método de cura natural, que beneficiasse as pessoas, largou sua bem sucedida ocupação e passou a dedicar todo o seu tempo aos estudos, conforme sentia ser sua missão. Bach percebeu que os diferentes estados emocionais desequilibrados reduzem a vitalidade do indivíduo e o tornam susceptíveis a doenças, assim como interferem decisivamente na recuperação. Era preciso, pois, tratar o indivíduo, e não a doença. Descobriu, então, 38 flores, correspondentes a 38 estados emocionais, e, através de um método simples, criou os Florais de Bach. Da unção de 5 deles, fez o Rescue, um remédio de “primeiros socorros” para situações emergenciais, e promove, dentre outras, consciência desperta, coragem, disposição, tranquilidade e clareza para agir. Qualquer pessoa, em qualquer idade, pode usar Florais, inclusive bebês. Podemos dar Florais, por exemplo, aos recém–nascidos que choram muito; a crianças carentes ou medrosas; a adolescentes em suas mudanças de humor e dúvidas; a jovens indecisos ou perdidos quanto à vocação ou caminho profissional; a aposentados insatisfeitos em sua atual condição; a pessoas que sofreram traumas de pequena ou grande amplitude; a impacientes ou intolerantes; para a mãe superprotetora; para o pai com dificuldade de dialogar ou de dar carinho aos filhos; para casais em fases de transição; para mulheres no climatério; para pessoas idosas com dificuldade diante de mudanças ou limitações; para pessoas com hiperatividade, depressão ou com déficit de atenção; enfim. Também são muito úteis para animais, que costumam responder rapidamente ao tratamento. Sim, eles possuem emoções e reagem de maneira semelhante aos humanos, por isso devem ser tratados, a fim de terem suas emoções equilibradas, tais como ciúme, tristeza, solidão, carência, traumas. Cães que foram maltratados, abandonados, deprimidos, os que latem muito, os apáticos... todos os animais podem ser bastante beneficiados com os remédios de Bach. Como funciona a Terapia Floral? Através do diálogo e observação entre Terapeuta e Paciente, são identificados os estados emocionais conflitantes, geradores de sofrimento, e definidos os Florais específicos para aquela pessoa, naquele momento, que fará uso sublingual do composto em gotas. A cada sessão, de acordo com o quadro apresentado, poderão ser feitos ajustes na fórmula. O indivíduo deve se tornar mais consciente de seus processos internos, do que lhe causa desconforto. É ele o responsável pela própria transformação e bem estar, enquanto o Terapeuta o orientará nessa caminhada. A duração do tratamento é variável, pois cada ser é único e complexo. Alguns procuram o alívio de sintomas simples, como impaciência eventual ou mesmo desconforto estomacal ou dor de cabeça recorrente, outros buscam o autoconhecimento, para uma mudança interna efetiva. Uma vez alcançado o equilíbrio emocional, alguns problemas físicos acabam sendo minimizados; mas, seu uso não substitui o tratamento médico, sendo um recurso complementar.

A Terapia Floral e o Equilíbrio das Emoções

LARA COUTO é Terapeuta Holística e estudiosa dos Florais há 10 anos. Realiza sessões de Terapia Floral e de Reiki. terapia-floral3.webnode.com

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O Garanhuns Jazz Festival (GJF), evento criado há sete anos como uma opção para quem deseja uma alternativa de diversão mais tranquila durante o Carnaval, chega em sua 7ª edição com uma série de novidades que vão trans-formar Garanhuns, município localizado no Agreste de Pernambuco, na capital do jazz e do blues entre os dias 1º e 4 de março. Serão diversos shows em palcos descen-tralizados, workshops e oficinas musicais, com conforto e

horários super democráticos. É importante ressaltar que toda a programação oficial do festival é inteiramente gratuita. A grade de atrações desta edição também merece destaque especial. Caprichada, a programação conta com diversos músicos pernambucanos, brasileiros – de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, Fortaleza, Paraíba, etc – e do exterior. Entre os nomes já confirmados, podemos citar Nasi, vocalista da banda de rock and roll Ira!. O músico se apresentará no palco principal do GJF antes de entrar em turnê nacional, depois de vários anos separados, com a banda que o consagrou. Outra participação aguardada é a do Blues Etílicos, uma das mais tradicionais bandas do gênero no Brasil. Durante o festival, o grupo apresentará canções do seu mais

Por Anna Katia Cavalcanti

GARANHUNS COMEMORA FESTA

DE MOMO AO SOM DO JAZZ E DO

BLUES

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Jimmy Burns

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recente álbum, “Puro Malte”, lançado em 2013 e que tem uma música de Alceu Valença no repertório. Também já está confirmada a participação do The Headcutters, banda oriunda de Santa Catarina que se inspira no timbre e na sonoridade do blues dos anos 50 e 60 para fazer som, e da dupla “Salimanga,” formada pelo guitarrista BC e pelo saxofonista Paulo Rogério, músicos que também integram a banda “Móveis Colonais de Acaju” e que mesclam ritmos brasileiros como samba, choro e baião com cadências latinas e com o jazz. Eles dividirão o palco com os pernambucanos Beto do Bandolim, Maestro Israel de França e Herick Faustino, que integra o Projeto Batuque.Ainda marcam presença o gaitista Jefferson Gonçalves, o trompetista Mark Rapp, grande revelação do jazz de Nova York e o também nova-iorquino Karl Dixon, cantor de jazz e soul do Harlem Jubilees Singers, um dos maiores grupos gospel dos Estados Unidos. O público ainda poderá conferir o guitar-rista Edu Ardanuy, da banda Dr. SIN, o virtuoso guitarrista argentino radicado no Brasil Victor Biglione, o também guitarrista e violonista pernambu-cano Wallace Seixas, Dudu Lima , parceiro musical de Stanley Jordan que o considera o melhor baixista do Brasil e a Contrabanda, um dos grupos instrumentais com maior destaque no cenário local. De acordo com Giovanni Papaleo, músico idealizador e curador do evento, ao lado da Mono Produções Artísticas, além de abrir espaço para os artistas iniciantes, o festival tem como objetivo promover parcerias entre eles e músicos já consagrados do Brasil e do exterior. “A ideia é que o GJF seja reconhecido pelo seu perfil democrático e inclusivo. Queremos gerar intercâmbios culturais e valorizar nossa música”, explica. Este ano, o festival também conta com dois super shows de grandes nomes do blues de Chicago, entre eles, o consagrado bluesman Jimmy Burns. A sétima edição do festival também marca a volta de Jasiel Leite, saxofonista de jazz de Garanhuns que retorna da Europa após anos de estudos musicais, e com a banda garanhuense “Valvulados”, que se apresenta pela primeira vez no palco Ronildo Maia Leite, na Praça Mestre Dominguinhos. Já entre as novidades do festival, realizado pela Prefeitura de Garanhuns, sob gestão do prefeito Isaías Régis, podemos citar o upgrade do palco Pau Pombo, montado no Parque Ruber Van Der Linden, que este ano vai contar com uma superestrutura de som, iluminação e acomodação. Outra novidade é que, pela primeira vez na história do festival, o GJF receberá um representante de peso da bossa nova, com nome ainda mantido em segredo. Nesta edição também acontece a estreia do show “Divas”, que levará ao palco grandes revelações do jazz, blues e soul music. Nanny Soul, musa paulistana dA black music, está entre as participantes e sobe ao palco para apresentar um repertório que vai além dos tradicionais grooves do gênero. Com larga experiência musical, Nanny atualmente integra a banda feminina do programa Altas Horas, apresentado por Serginho Groisman, na Rede Globo. A bela cantora de jazz e blues Dani Montuori, que se apresentou em 2012 no The Voice Brasil, também integra o time de musas do festival.Em 2014, o GJF inova ao lançar um concurso cultural, todo movimentado através das redes sociais, para dar mais espaço aos artistas iniciantes. A atração vencedora, eleita através do voto público e por uma banca de jornalistas especializados em música, irá se apresentar em um dos palcos principais do festival. Durante o evento, ainda haverá sorteios de instrumentos musicais. E, falando em instrumentos, os amantes do som potente das guitarras

Edu Arduney

Nanny Soul

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Wallace Seixas

Blues Etílicos

The Headcutters

Salimanga

Contrabanda

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Dani Montuori

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podem ficar sossegados, o Guitar Night está mantido na grade e mais uma vez contará com guitarristas consagrados, como o pernambucano Fred Andrade, Greg Wilson e Otávio Rocha, além de outros feras. Haverá também o tradicional concurso de frases, que premiará os vencedores com instrumentos musicais cedidos por grandes nomes da indústria musical, além do Jazz Kids, ministrado pelo baterista garanhuense Bruno Fonseca e pelo gaitista Jefferson Gonçalves, que oferece atividades culturais para as crianças. O grande homenageado desta edição será Dominguinhos, músico nascido em Garanhuns no ano de 1941. Em tributo ao mestre, que faleceu em 2013, um dos palcos principais do evento, o Ronildo Maia Leite, será montado na Praça Cultural Mestre Dominguinhos. Durante os quatro dias de festival, as atrações incluirão no repertório canções de Dominguinhos, interpretando-as em ritmo de jazz e blues. Josildo Sá, cantor

pernambucano de grande relevância na cena do forró, ritmo que em suas apresentações dialoga com diversas outras nuances musicais, e Liv Moraes, herdeira musical de Dominguinhos, são alguns dos artistas convidados para comandar a homenagem. Outras surpresas devem ser anunciadas com a divulgação completa da grade de atrações.Movimentando o turismo e a economia.Nesta 7ª edição, a expectativa da organi-zação do Garanhuns Jazz Festival é de que aproximadamente 30 mil pessoas visitem Garanhuns, também conhecida como a “Suíça Pernambucana” por causa de seu clima ameno durante o verão e das baixas temperaturas durante o inverno. O grande fluxo de turistas deve injetar cerca de R$ 2,5 milhões na economia do município, localizado a 228 km da capital pernam-bucana, durante os dias de Carnaval. Mais de 800 empregos diretos e 500 indiretos estão sendo gerados pelo GJF. E os benefícios não param por aí. A rede hoteleira da cidade, por exemplo, formada atualmente por 22 empreendimentos,

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Giovanni Papaleo, Tia Carrol e Izaías Régis, Prefeito.

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Josildo Sá

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entre hotéis e pousadas, deve atingir 100% de ocupação durante o festival. Com opções para todos os bolsos e gostos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Garanhuns oferecerá durante o festival serviço de hospedagem, do tipo albergue, com diária de R$ 40 e café da manhã incluso. O valor arrecadado será destinado ao pagamento de gastos básicos da instituição e à participação em congressos nacionais.Uma superestrutura está sendo montada para garantir o conforto e a segurança das pessoas que irão assistir aos shows. Toda a área reservada para o evento terá cobertura e iluminação especial, além de contar com cadeiras e mesas totalmente gratuitas. “Nossa área coberta terá capacidade para oito mil pessoas sentadas. O palco e a estrutura de som também estão maiores”, diz o prefeito Isaías Régis. Além disso, o público contará com minipraças de alimentação – com quiosques de alguns dos melhores bares e restaurantes da cidade –, banheiros químicos e surpresas relacionadas à decoração. “Quem chegar a Garanhuns vai se surpreender com a decoração alusiva ao jazz”, afirma Isaías.O GJF é considerado atualmente um dos maiores e melhores festivais de jazz e blues do país, rece-bendo, inclusive, elogios de bandas e de críticos musicais de vários lugares do mundo. “O festival já é uma referência para o segmento. E, está tomando proporções cada vez maiores, graças também a força da internet. Através das redes sociais recebo inscrições, mensagens e elogios do mundo inteiro, o que demonstra o alcance que a boa música tem”, explica Papaleo, que vê no fenômeno uma oportunidade de forta-lecer ainda mais o jazz e o blues. Pioneiro, em 2009, o projeto GJF foi o vencedor do II Prêmio Mestre Salustiano, concedido pelo Governo do Estado aos melhores trabalhos que fomentam o turismo nos municípios de Pernambuco. “Isso é uma grande satisfação. Mostra que estamos indo pelo caminho certo. Porém, a responsabilidade de fazer um festival maior e melhor a cada ano também aumenta”.

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VINHOSGastronomia

As mulheres, que, como lembrou Virginia Woolf,

“desde a Antiguidade até o tempo presente, geraram toda a população do planeta”, estão provando que o vinho tanto quanto

um assunto de homens, é um assunto de mulheres. O vinho chegou a ser, em muitas civi-lizações da antiguidade, formalmente proibido às mulheres, o que não impediu que a presença delas tenha sido constante e fundamental na história do nobre fermentado. Vide nomes como Antonia Ferreira (1811–1896), a Ferreirinha, e Nicole-Barbe Clicquot–Ponsardin (1778–1867), mais conhecida como “viúva Clicquot”. As diferenças entre os gêneros, embora tenham uma base biológica, são também o sedimento de milênios de opressão machista. O femi-nino encontrou no vinho um terreno fértil para sua expressão, já que enquanto a sensi-bilidade masculina privilegia o visual o lado feminino e tátil é ligado aos odores. Hoje uma legião de saias está presente em todas as áreas desta indústria: são vinhateiras, sommeliers em restaurantes, jornalistas especializadas, presidentes de associações e enólogas. As mulheres preferem mesmo é o vinho tinto. Esta foi a conclusão de um estudo feito com 10.500 pessoas, em cinco diferentes países (França, EUA, Reino Unido, Alemanha e Hong Kong). O mesmo estudo concluiu que seis em cada dez mulheres costumam provar

Aline Leite (3ª pessoa á direita), a fundadora do Confraria Mulheres e Vinhos.

Confreiras em momento de descontração.

“Mulheres amantes da vida e do vinho e de todo o prazer proporcionado por ele...”

“O restaurante é um lugar onde há movimento, calor humano e as pessoas podem compartilhar, elevando o astral entre elas. E o vinho é um acompanhamento que potencializa tudo isso”

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pelo menos uma taça da bebida por semana. Apesar do que se dizia que as mulheres tendiam a gostar de vinhos mais leves, em especial brancos e rosados, o resultado da pesquisa não deixou dúvidas quanto à prefe-rência feminina: 51,1% das entrevistadas apontaram o vinho tinto como sendo a bebida favorita. Em segundo lugar, bem atrás, com 26,4% das respostas veio o vinho branco. Entre as mulheres com mais de 46 anos, a supremacia dos tintos é ainda maior: 58% das entrevistadas apontaram este tipo de bebida como a favorita delas. A pesquisa

foi feita entre março e abril de 2011, com inglesas, alemãs, francesas, norte-americanas e chinesas de Hong Kong. Os rosados, tidos por muita gente como um vinho tipicamente feminino, não foram de todo mal. Na França, 18,1% das entrevis-tadas declaram preferir este tipo de vinho. Na média internacional, 16% do voto feminino foi para o vinho rosado. Outro interes-sante dado revelado pela pesquisa foi que 58% das entrevistadas disseram entender tanto ou mais de vinho do que os homens.

Entre as norte-americanas, a confiança no taco foi ainda maior: 67% das mulheres apostam que sabem o mesmo que eles. Na hora de escolher o rótulo a ser bebido, cada povo tem o próprio hábito. Na França, 70% das mulheres disseram se guiar pela região de onde o vinho vem. Nos Estados Unidos, é a uva que determina a escolha para a maioria das entrevistadas. Pragmáticas, as inglesas decidem o que irão beber principalmente por conta do preço. Mas se a pesquisa for separada apenas por idade, uma tendência fica bem clara: entre as mais jovens (18 a 30 anos), o preço é o principal determinante na hora de escolher o rótulo. Já na faixa entre 46 e 60 anos, é a região o fator principal na hora de decidir o que comprar.Em Pernambuco foi fundado em março de 2013 a Confraria, Mulheres e Vinhos “é um espaço criado para promover encontros de mulheres apaixonadas pelo mundo do vinho. Entretenimento, aprendizado e Networking feminino. Essa é a proposta da Confraria Mulheres e Vinhos. É uma confraria pernambucana, com encontros marcados nos melhores restaurantes/points da cidade, entre mulheres que apreciam degustar um bom vinho, de forma moderada, lúdica…

Mulheres E VInhos

“O feminino encontrou no vinho um terreno fértil para sua expressão, já que enquanto a sensibilidade masculina privilegia o visual o lado feminino é tátil e ligado aos odores.”

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Por Luciana Araújo

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DANÇAMúsica

“Os primeiros bailes de máscaras aconteceram na França, em plena Idade Média, chegando a ser reali-

zados três vezes por semana; haja vista o longo período do carnaval, que tinha seu início em 1º de janeiro.

Nos séculos XV e XVI, surgiram, na Itália, os mascarados nas ruas, e faziam sucesso

os bailes da Ópera, em Paris.”

ORQUESTRAS & BAILES, UMA

HISTÓRIA DE GLAMOUR

Por Luciana Araújo

Orquestra Montreal

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No Brasil, os bailes de máscaras apareceram com o intuito de civilizar o entrudo, tendo o primeiro acontecido em 1840 no Rio de Janeiro, promovido pela mulher de um hoteleiro, sendo ele situado no Largo do Rossio, segundo noticia O Jornal: “Hoje, 22 de janeiro, no Hotel Itália, haverá baile mascarado com excelente orquestra, havendo dois cornets à pinton”.O sucesso do primeiro baile fez com que a promoção se repetisse, em 20 de fevereiro do mesmo ano, sendo assim anunciada: “Baile de Máscaras como se usa na Europa, por ocasião do carnaval”. Esses bailes, bem à moda dos carnavais de Veneza, Nice ou Paris, tiveram sucedâneos no Recife. O primeiro deles veio acontecer na Passagem da Madalena (Rua Benfica), sendo objeto de correspondência publicada pelo Diário de Pernambuco de 13 de fevereiro de 1845, subscrita por “Um Mascarado”: “o divertimento inocente, inteiramente novo para esta Província, teve estas feições: ordem, decência, regozijo e bom gosto. Para o primeiro ensaio, força confessar que o baile teve belas feições. Entre os 33 mascarados que apareceram, dez trajando com gosto, propriedade e elegância é alguma cousa”...Em sua edição de 19 de fevereiro de 1846, o Diário de Pernambuco traz o convite para a festa que tinha o título de “Carnaval Campestre”, prevista para a segunda-feira, dia 23, na casa–grande do sítio do sr. Brito no Cajueiro (local hoje ocupado pelo Real Hospital Português de Beneficência), pedindo o “mestre-sala” aos convidados o comparecimento “com suas famílias no trajo mais simples possível. Este pedido é para comodidade e liberdade dos mesmos convidados. Adverte o mestre–sala que os srs. convidados que quiserem ir ao baile mascarados o poderão

fazer, participando–lhe com antecedência”. Parecia haver um sensível cuidado com os “penetras”, sobretudo no que diz respeito à segurança do chamado sexo frágil.O primeiro baile de máscaras mediante cobrança de ingressos, vem a ser anunciado pelo Diário de Pernambuco de 18 de fevereiro de 1848, sob o título “Um Baile Mascarado”. “No ano de 1844 teve lugar no Teatro São Pedro de Alcântara da Corte do Rio de Janeiro o 1º Baile Mascarado pelo tempo do carnaval. (…) Pernambuco, cuja capital rivaliza em luxo e polidez com a Corte deste Império, não deve ser vítima dos prejuízos (preconceitos) do século XVIII. É contando com a civilização e polidez dos habi-tantes desta segunda capital do Império que vai se dar este ano o primeiro Baile de Máscaras público debaixo das condições seguintes que serão religiosamente guardadas…”O baile aconteceu na Estância — área da antiga estância de Henrique Dias (sec. XVII) hoje ocupada pelas Ruas Henrique Dias, das Fronteiras, parte da Rua Dom Bosco e Praça do Chora Menino — na casa do sr. José Batista Ribeiro de Farias, segundo noticia o mesmo jornal em sua edição daquele ano.Os bailes mascarados passaram a ser uma constante na vida social da cidade do Recife, durante o período carnavalesco, transferindo–se das residências para os teatros, como o Santo Antônio e o Santa Isabel, e este, no carnaval, de 1869, recebeu “um batalhão de máscaras, cada um dos quais fazia no vestuário uma letra garrafal do alfabeto romano” (Diário de Pernambuco, 10.02.1869). Neste mesmo ano, a 19 de setembro, o Teatro de Santa Isabel vem a ser destruído por um incêndio, o que deu lugar ao aparecimento na Rua das Florentinas (primeiro trecho da atual Avenida Dantas Barreto) do Teatro Santo Antônio, construído pelo empresário José Duarte Coimbra, que inaugurou em 26 de fevereiro do ano seguinte.Com o aparecimento das sociedades recreativas, os bailes de máscaras deixaram o recinto dos teatros e se adentraram nos salões atapetados com folhas de canela e decorados com motivos carnavalescos. No Clube Internacional de Regatas, fundado em 17 de julho de 1885, no Largo do Corpo Santo (bairro do Recife) e, posteriormente, transferido para o prédio n.º 53 da Rua da Aurora; no Juventude, no Pátio de São Pedro; no Philomonos, clube carnavalesco de alegorias e críticas, com sede na Rua da Imperatriz; no Club Carlos Gomes; na Sociedade Recreativa 10 de Março; no Atheneu Musical Pernambucano, dentre outros, aconteciam bailes nas quatro noites dedicadas ao carnaval, com prêmios para as máscaras que mais se destacavam, mesa de iguarias no intervalo das danças,

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orquestras afinadas, mestres–de–cerimônia, e tudo o mais que mandava o figurino.Já com o título de Bail Masqué, o Club Internacional promovia animados bailes carnavalescos, descritos pelo cronista Pierrot (Osvaldo de Almeida) na edição do Jornal Pequeno de 22 de fevereiro de 1909, precursores dos Bailes da Saudade dos nossos dias. Sucesso na década de 90, o Dançando na Rua foi um dos projetos que incluiu a Dança de Salão (bolero, valsa e samba) na pauta dos grandes bailes em Recife. Ressurgindo as orquestras com um novo repertório, e o que antes era só machinha de carnaval, hoje, pode ser visto também como atividade cultural que desenvolve a auto–estima e aproxima grupos de pessoas na melhor idade.

“Voltado para um público acima dos 50 anos, um Clube de Dança tem tudo que um baile requer. Uma big band vai tocar clássicos da MPB e da música internacional das décadas de 1950 a 1990, com os músicos vestidos a caráter. Os idosos não gostam muito de forró. Dos ritmos dançantes, eles preferem salsa, bolero, MPB, serta-nejo e marchinhas. As Orquestras não reclamam, já que de domingo á domingo, tem trabalho, seja nos clubes fechados com contratos permanentes, eu em festas parti-culares, casamentos, formaturas, aniversários.” Edson Gomes — Orquestra MontrealCom a mudança dos Bailes, uma nova profissão foi criada,

o PERSONAL DANCER, pessoa que se especializou em conduzir os freqüentadores, normalmente são rapazes que acompanham as senhoras que os contratam para passarem toda festa dançando com elas, o que garante o sustento desses profissionais.

ONDE DANÇARO mais famoso dos bailes dançantes é o do Clube da SUDENE, lançando o projeto com a Orquestra de Baile MONTREAL, há alguns anos; hoje, encerrou suas atividades nesse espaço e partiu para uma temporada na AKRÓPOLIS (Caxangá

– Recife/PE), todos os domingos a partir das 17h30, com a participação especial do cantor MARCELO ANDRADE.Na região sul, mas precisamente no bairro de Boa Viagem, temos o Clube da Aeronáutica — SALA DE DANÇAR, este, promove baile dançante todas ás sextas. Com banda local, o grupo passeia por ritmos como bolero, tango e músicas latinas.

Um dos grandes cantores dos bailes em Recife é Adilson Ramos, que, sempre, se apresenta em restaurantes e festas da cidade e em outras da região nordeste. Uma novidade é a inserção da mulher como musicista em Orquestra Baile. A Orquestra Só Mulheres está presente a mais de quatro anos prestando serviços na área musical, sendo liderada pela Maestrina Lourdinha Nóbrega onde exerce seu papel principal na Orquestra, além de tocar Saxofone ela desenvolve novos arranjos diferenciando–a das demais Orquestras existentes no mercado local.A Orquestra Só Mulheres, possui gêneros musicais que vai do Frevo de Rua, a Palco e Baile. Conta ainda com uma Banda de Forró. Realiza eventos para diversos públicos, entre eles estão os Eventos Coorporativos, Empresariais, Beneficentes, Casamentos (Cerimonial e Receptivo), Bailes de Formatura e Debutantes, entre outros. O trabalho visa atender as expectativas dos mais variados públicos, desde o jovem à terceira idade, fazendo o sucesso de qualquer Evento.A Orquestra é formada exclusivamente por Mulheres e tem o intuito de inovar o cenário musical do Recife, abrindo espaço para o trabalho Feminino e divulgando a cultura Pernambucana com sua grande diversidade de ritmos. “Sendo assim, nos tornamos aptas para atender e abrilhantar o seu evento de forma personalizada, com glamour e eficiência.” Diz uma das integrantes.

Orquestra Só Mulheres

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MEDICINA TRADICIONALAcupuntura

a partir da observação dos sábios taoístas antigos (5.000 AC), a respeito das influências causadas nos seres vivos pela interação

das energias celeste (Yang) e terrestre (Yin). Sua intenção era fazer o ajuste de sua vibração com essas forças e assim poderem

gozar de boa saúde. O fizeram através de estímulos em pontos especiais do corpo, com objetivo de dirigir a energia vital (chi)

para as partes necessitadas de equilíbrio.Os sábios taoístas possuíam um conhecimento vasto do universo,

no tocante às influências energéticas ao planeta Terra e todos os seres vivos, pois chegava a eles a visão de também serem

um Universo. Daí surge a ideia de Macrocosmo (universo) e Microcosmo (o homem).O chi circula no organismo através de

condutos chamados meridianos. São 12 principais, sendo seis Yin e seis Yang. Cada meridiano está ligado a um órgão que lhe dá o nome. Exemplo, meridiano do pulmão. Esses meridianos

percorrem a superfície do corpo ao longo dos membros, do tronco e da cabeça; em sua trajetória situam–se os pontos de acupuntura.

Para existir saúde é imprescindível um perfeito equilíbrio entre a energia do céu e da terra. Portanto, curar uma enfermidade

significa restabelecer o equilíbrio energético alterado, que pode ter também como causa a alimentação errada ou alterações

emocionais prolongadas.

A acupuntura surgiu

AC UPUNTU R A

Formado em Medicina Chinesa — técnica taoísta agulha de ouro, pelo Centro de Es-tudos de Medicina e cultura Chinesa (SP) — Mestre Liu Chi Ming.Certificação internacional — Pós–graduação em Auriculomedicina — Drª. Li Chuan Huang.blog: medicina–chinesa6.webnode.com

Por Walney Neves

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O homem atual adoece porque não sabe viver e desfrutar a vida, porque perdeu essa conexão, com seu universo, com instinto de se harmonizar com a energia cósmica, com as estações do ano terrestre. Essa falta de conexão e inter–relacionamento com o meio é o que faz ficar doente. Perdeu a relação com seu universo e com os demais.O aumento das doenças auto-imunes, auto–agressivas, congénitas e degenerativas, entre outras marcam claramente os sinais de uma espécie enferma desconectada do universo e de seu universo.Através de um diagnóstico energético como

exame do pulso, língua e outras técnicas holísticas, identificamos os desequilíbrio e os corrigimos através da terapia adequada para cada caso: acupuntura, moxa, ventosa, guasha, tuiná, fitoterapia etc.

A estimulação de pontos específicos na superfície corporal com a intenção de se obter efeitos terapêuticos específicos tem sido usada em muitos sistemas de cura tradicional. Há numerosas técnicas antigas e modernas que são aplicadas nesses pontos com o propósito

de influenciar a capacidade funcional do corpo para corrigir disfunções físicas e energéticas.

Quando picamos ou manipulamos uma agulha de acupuntura provocamos uma inter-

ferência energética que se estende ao longo do meridiano e muito mais.Segundo a antiga filosofia chinesa, o homem,

síntese do Universo é um microcosmo submetido às leis de um macrocosmo que por sua vez depende

da ação de forças essenciais opostas entre si e ao mesmo tempo complementares, que condicionam

a qualidade das coisas e dos fatos que por si consti-tuem um todo e têm propriedades pré–formativa e

que, no seu conjunto, não são mais que a condição funcional bipolar de uma energia cósmica primária denominada Chi, a qual entra na constituição de todas as coisas, seres ou eventos que

são, foram, ou hão de ser.Todos nós possuímos uma energia pessoal, chamada de energia correta, que pode ser mensurada em termos de Yin Yang. O ideal é que essa energia exista em igual proporção.Quem tem uma energia correta ou desiquilibrada, pode ter um yin ou yang em maior ou

menor proporção, e apresentar determinados sintomas gerais. Aquele que tiver mais energia yang do que yin, normalmente é hiperativo, calorento, poucas horas de sono lhe bastam, seu pulso pode apresentar–se forte e acelerado. Aquele que tiver mais energia yin do que

yang, normalmente é preguiçoso, friorento, dorme muito, seu pulso pode ser frágil e lento.Ambos casos são considerados como anormalidades energéticas e precisam de um equilíbrio.O que nos deixa ativo durante o dia é a energia yang. O que nos faz dormir durante a noite é a energia yin. Quem tem uma energia yin–yang em equilíbrio é ativa durante o

dia e dorme bem durante a noite.O objetivo maior da Medicina Chinesa é o alinhamento do homem com as energias cósmica e telúrica, mantendo o yin e yang em equilíbrio, o aconselhando a se harmo-

nizar consigo mesmo, com seus semelhantes e com a natureza.

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O escritor Paulo Caldas, nos primeiros momentos da

carreira, contemplou as fases das fábulas, cujos personagens

eram bichos humanizados e a das fantasias, de 1982 até

1993, com o lançamento de Flores para Cecília, quando

penetrou no universo dos leitores adolescentes. No seu

currículo literário constam ainda publicações como a Anatomia do Baixa Renda

(Edições Pirata), Reflexões sobre a terceira idade(Edição

do autor) e No tempo do nosso tempo, uma volta aos

anos 60 (Edições Bagaço), em parceria com Evaldo Donato.

Poeta pernambucano, oriundo de Jaboatão.

Publicou três livros de poesia e participou de várias antologias. Mora

no Recife e costuma encontrar–se com os amigos

nos bares da Rua Mamede Simões. Também vai muito à Livraria Cultura do Paço

Alfândega, abastecer–se de livros para ler nas

encarnações que lhe restam pela frente, apesar de estar

mais para o materialismo que para o espiritismo.

Pisciano com rastros econômicos, outrora,

perseguidor do sonho americano, pai feliz, crente

ainda na bondade dos seres humanos e incorrigível

sonhador com um mundo onde as pessoas respeitem–se e acarinhem–se mais. Nascido

em 20.03.2013, às 22h:30m, o que explica, em parte, meus hábitos noturnos…

Paulo Caldas

Domingos Alexandre

Jorge Modesto

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SENHORA DOS SEGREDOS

No colo da brisa vindosVersos adormecidosFalam de nós e do amorEm todos os ventos da terraSenhor dos sonhosguardo comigo o cuidar dessas cançõesDe ti em mim permanentesMissão do amorDeixo ao teu zelo, senhora dos segredos,Em fiel vigília, o cuidar d’antiga chama.

SOMETHING

O amor é o dobre infindoDe uma canção na solidão do vento,Um concerto de máscarasFugindo.É um traço de luzLuzindo azul no fundo da cavernaOnde a sombra do mundoHiberna.O amor é o logro que devastaA paz e o coraçãoE que morre exaurido numa esquinaEsquecido

TEMPODe tudo que conheço só o tempo segue linear, sem surpresas. O resto se modifica, às vezes, em segundos. Ele não, sem paixão nem arroubos, segue em frente.Não muito frequentemente, faz de conta que para, e é exatamente Quando achamos que ele passou mais rápido; Após o prazer do instante que o arrepio lhe atinge, Causando o torpor da boa sensação: De uma boa companhia, de uma lua clara, de um beijo ou Mesmo por estar só, em paz. Apressados, tranquilos, alvoroçados, pacientes, felizes e descontentes, Caberão todos na mesma ampulheta. Tempo… Bom amigo para se ter. Mas, fique certo: é amigo pra se ter sem apego, Como ele, por nós.

POESIA PARA A ALMALiteratura

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Os criadores da pizza foram mesmo os italianos. Mas existem várias hipóteses para

explicar a chegada do ancestral da pizza à Itália. A principal delas conta que, três séculos antes de Cristo, os fenícios costumavam

acrescentar ao pão coberturas de carne e cebola. Só que o pão deles era parecido com o pão sírio, redondo e chato como um disco. A mistura também foi

adotada pelos turcos, que preferiam cobertura à base de carne de carneiro e iogurte fresco. “Durante as Cruzadas, no século XI, o pão turco foi levado para o porto italiano de Nápoles”,

conta o sociólogo Gabriel Bollaffi, da USP. Os napolitanos tomaram gosto pelo petisco e foram aperfeiçoando-o com trigo de boa qualidade para a massa e coberturas variadas, especialmente queijo.

Nascia, então, a pizza quase como a conhecemos hoje. Faltava só o tomate, introduzido na Itália no século XVI, vindo da América, e incorporado como ingrediente tão básico quanto o queijo. A mais antiga pizzaria

que se conhece está em Nápoles e foi fundada em 1830. A pizza Margherita também surgiu nessa cidade, em 1889, feita de encomenda para o rei Umberto I e a rainha Margherita.

ACABAR EM PIZZAEspecialmente na cidade brasileira de São Paulo, que tem uma grande colônia italiana, o consumo de pizzas é grande e sofisticado, com o ato de reunir–se numa pizzaria sendo frequentemente significado de celebração e acordo. Deste costume, surgiu a expressão, comumente usada no país, associando um processo que envolva ações de ética ou legalidade duvidosa a esta celebração. Quando apenas alguns dos envolvidos de menor importância são penalizados ou existe um movimento de acomodação, terminando em mesa de negociação, ou “terminando em pizza”, como se as partes envolvidas, acusados e acusadores, se sentassem numa pizzaria e, apreciando a saborosa iguaria, celebrassem o acordo durante uma “rodada de pizza”.Outra explicação para a origem do termo vem do futebol paulistano, mais precisamente da tradicional

equipe do Palmeiras, já que sempre foi grande a disputa política dentro do clube de origem italiana e sempre existiam brigas com trocas de acusações entre os diretores da agremiação. Na década

de 1960, alguns conselheiros palmeirenses se reuniram para resolver problemas que haviam trazido uma crise ao clube. Após 14 horas de discussões, os dirigentes sentiram fome e

resolveram ir a uma pizzaria. Várias rodadas de chope, várias garrafas de vinho e 18 pizzas gigantes depois, a paz voltou a reinar. O jornalista Milton Peruzzi, que

trabalhava no jornal A Gazeta Esportiva e era setorista do Palmeiras, acompanhou todo o encontro e ditou a seguinte manchete

no jornal do dia seguinte: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.

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FERNANDO PORTELA é escritor, jornalista e roteirista. Um dos fundadores do mítico Jornal da Tarde, de São Paulo, Fernando Portela é autor de boa parte das grandes reportagens que marcaram aquele jornal. Ainda como jornalista, foi o responsável pela comunicação da Fiat do Brasil, entre 1989 e 2008. O autor chegou ao seu 46 livro, entre ficção e jornalismo. Mantém o blog “Literatura de Fernando Portela”: http://fernandoportela.wordpress.com/

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O gêniO das OitOCrônica

Não vou dizer que nunca conheci homem. Conheci, sim, o Geraldinho. Foi em 1967, nós éramos quase crianças, ele me enganou dizendo que gostaria apenas de um carinho, mas eu queria ser enganada, eu queria. Acho que aquela foi uma das três ou quatro vezes na vida em que perdi a razão. As outras duas foram de raiva mesmo, mas no geral sou muito calma.O Geraldinho foi tão delicado comigo e com minha inexperiência, naquela única vez, que eu jamais havia imaginado quanto um homem pode ser violento — e

quanto uma relação sexual pode magoar, despedaçar uma mulher frágil, sozinha no mundo.Eu disse “um homem”, mas não sei se aquilo era — era não, é — exatamente um homem, ou se já fora homem, bem, eu estou confusa.Faz quinze dias. De noite, quase nove horas, o último capítulo da novela das oito estava no fim, quando Amância revelou ao doutor Clésio que fora ela que matara Fidalga, a esposa dele, a doentinha. Meu Deus! O doutor Clésio tão apaixonado por Amância… Eu fiquei com lágrimas nos olhos, mas aí vi uma sombra perto da porta do banheiro, achei que era a lágrima atrapalhando a vista, enxuguei os olhos, olhei de novo — e lá estava ele.Corpo escuro, mas não era negro. Um rosto sem expressão, um rosto sério, com cabelo, lábios, nariz, olhos, tudo da mesma cor, um marrom, uma cor esquisita — a cor dos demônios?Aí ele veio se aproximando, eu paralisada, saltou em cima de mim, eu gritei “fui operada da vesícula!”, mas ele rasgou minhas roupas e as jogou longe, cada puxão e lá se ia uma peça, e aí sua violência me sufocou, e eu cedi, cedi, mesmo porque não tinha outra coisa a fazer. Não deu nem tempo de desligar a televisão.Chorei no chão, aniquilada, mas ele se satisfez, levantou-se e sumiu — nem uma palavra, nem um gemido, nada.Passei três dias sem ir à repartição. Só chorava pelos cantos do apartamento, imaginando que a qual-quer momento ele apareceria com sua violência. O ataque fora na segunda–feira; na terça ele não veio, nem na quarta, mas na quinta, na mesma hora… brutalidade, dor, angústia!Procurei Cleonides, que é professora, é casada, espiritualista, estudada, viajada, e ela me explicou tudo. “É um íncubo!”, ela disse.

“Um…?”“Íncubo. Ín–cu–bo. É um espírito maligno masculino que ataca mulheres… como você. O contrário, o espírito feminino que faz a mesma coisa com os homens, chama–se súcubo. Sú–cu–bo.”

“Mas por que eu, Cleonides?”Aí ela me olhou com uma cara de desdém que não gostei, como se dissesse “eu acho que motivo ele nem tem”, mas ela consertou, muito inteligente, e veio com uma história de carma, que eu devo ter feito alguma coisa horrível em outra encarnação, e agora estou pagando...Sei lá. O homem... a coisa, ou o gênio — é um gênio, não é? — tem uma consistência de borracha, ou isopor, só que pesado, isso eu não pude deixar de sentir. Como não sentir? Veio quinta, na sexta me deixou em paz, voltou sábado e domingo… Nem uma palavra, nem um gesto: aparece de repente, salta sobre meu pobre corpo e…Tenho chorado muito todos esses dias. Li na revista do dentista que a solidão afeta a mente das pessoas. Que elas chegam a ficar roucas de não falar. A solidão é a maior praga do mundo ocidental. É um vírus… E até ele, o fantasma, o gênio… ataca mulheres sozinhas, desamparadas. Sem ter outra coisa a fazer no mundo… Com toda sinceridade, acho que ele é uma pessoa muito só, também.

Do livro ‘Allegro”, Editora Terceiro Nome, São Paulo, 2003

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BUFFET LEBLANC para quem ainda não conhece, o buffet nasceu da aptidão de sua proprietária, Anna Telma, em receber bem amigos e familiares em sua residência na cidade de serra talhada desde o ano de 1989, com criações gastronômicas contemporâneas, sempre aliadas às misturas de cores, temperos e sabores.Após o sucesso e repercussão de um grande evento por ela organizado em sua cidade natal, o Leblanc voou mais alto e decidiu explorar o mercado pernambucano a partir de 2004. hoje está entre os melhores buffets de Recife contando a qualidade e um cardápio diversificado e personalizado.

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