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Kernicterus, ainda um desafio

Paulo R. Margotto

[email protected] Realização:Marta D.Rocha

O Kernicterus é devastador, porém, evitável

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ACHADOS AUDIOLÓGICOS EM UM PACIENTE PORTADOR DE KERNICTERUS ...

OBJETIVO:“Kernicterus é somente prevenível, mas a severa hiperbilirrubinemia é

prevenível e tratável” (Buthani VK, Johnson L, 2006)

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A Academia Americana de Pediatria (AAP)

recomenda:

Encefalopatia Bilirrubínica aguda

Manifestações agudas da toxicidade da bilirrubina nas

1as semanas

Kernicterus

Seqüelas clínicas permanentes da toxicidade

bilirrubínica

AAP, 2004www.paulomargotto.com.br

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Toxicidade da bilirrubina a ganglia basal e diversos núcleos do tronco cerebral

Gânglia Basal Núcleos Subtalâmicos Córtex Hipocampal

Fatores que predispõem: Hipoglicemia - Acidose Hipotermia - Hipoxia Infecção Bacteriana - Hipoalbuminemia Drogas: Benzoatos, ceftriaxona, sulfixazol, ibuprofeno

(competição da albumina/bilirrubina)

Maisels (2002), Hallamek (1997), Volpe (1995)www.paulomargotto.com.br

Áreas de maior uso de O2

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Anos 40 e 50: Alta freqüência/associada a eritroblastose e ocasionalmente a Doença

Hemolítica ABO - Uso de Exsanguineotransfusão (ET) significativa do KernicterusAGORA: -Uso de Imunoglobulinas Rh: prevenção da sensibilização -Uso de fototerapias mais potentes Significativa da realização da Exsanguineotranfusão (T): RNT e

RNPT 1957 – 1961/1980 – 92: 43/10000 – 5/10000 < 1500g: 1983 (Holanda): ET - 2,8% 1985 – 1989 (Carolina): ET – 0,24% 1988 – 1997 (Michigan): ET – 0%

Maisels (2002), Maisels (2001), Valaes (1996), Keenan (1983)

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Kernicterus, ainda um desafioO kernicterus reapare

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Características dos 5 casos de Kernicterus no período de Janeiro/2003 a Dezembro/2004.

ALTA HOSPITALAR

24 horas de vida – 2 casos

48 horas de vida – 3 casos

INÍCIO DOS SINTOMAS

2 dias de vida – 1 caso

3 dias de vida – 1 caso

4 dias de vida – 2casos

6 dias de vida – 1 caso

SINTOMAS MAIS FREQUÊNTES

Hipertonia Generalizada – 5 casos (100%)

Opistótono – 3 casos (60%)

Choro Neurológico – 2 casos (40%)

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0

10

20

30

40

50

60

Bilirrubinemia (mg/dl)

Caso 1

Caso 2

Caso 3

Caso 4

Caso 5

Nível máximo de Bilirrubina em cada caso

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Amamentação ao Seio: Alterou a História Natural da Icterícia

O pico da bilirrubina é atingido com 96 h (não mais com 72h)

Os níveis de risco: não antes de 7 dias

59 de 61 RN c/ Kernicterus (Johson e

Butani):amamentavam

Inadequada ingesta – Circulação enterohepática da

bilirrubina

RN próximo ao termo: - Alta nas 1ª 48 h de vida

(nos anos 60- 70: 3 a 4 dias)

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RN próximo do termo:

35, 36, 37 semanas

Sistema de Conjugação de bilirrubina imatura

Não se alimentam/vigorosamente

(ingerem menos calorias)

Risco de 5% para bilirrubinas > 20mg% x 1%

(RN 40 sem)

Se receberam alta com 48h:

• Revisão com 2 – 3 dias e não com 1 – 2 sem

Newman (1999), Maisels (2002)

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Risco de readmissão para fototerapia 30000 altas de

bebês saudáveis (1988 – 1994): 4,2/1000 – readmissão

para fototerapia

Fator de Risco Odds Ratio

≤ 36 sem 13,2

36 – 38 sem 7,5

Seio Materno 4,2

Ictericia no Berçário 7,8

Alta com < 72 h 3,2

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Maisels, MJ 1998www.paulomargotto.com.br

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Poland (2002): 2 publicações influenciaram o modo de pensar dos Pediatras sobre icterícia

1983 (Watchko e Oski): Bil > 20mg% - vigintifobia (Bilirrubina > 20 mg% - em RNT saudável – sem fundamento) 1992 (Newman e Maisels): Bilirrubina entre 0 – 29,2mg% semcorrelação com o desenvolvimento neurocomportamental (no RN a termo- ET > 25 mg%) 1994 – AAP – ET > 25 mg% a 30 mg% para RNT saudáveis s/

hemólise Aparente desvio do Pediatra - RN com hemólise oculta - RN prematuro - RN não se alimentando adequadamente

Tratados como iguais

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Maior atenção: Bilirrubina entre 6-8 mg%: 20 – 40% não vêem icterícia (o olho é relativamente insensível ao amarelo) TcB (Bil transcutânea):

-BiliChek (menor acurácia >15mg%e <35sem);

-JM 103: sobrestima; menor acurácia <35sem) Estimativa Bilirrubina: Extensão Caudal

Face: 5mg% Tórax: 10 mg% Abdômen: 12mg% Palmar e Solar: > 15 mg%

Maisels (2002), Gartner (2001), Poland (2002), Porter (2002),Stevenson,2004

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ICTERÔMETRO

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Paula Cristina Margotto

Bilgen H et al, 1998r=0,83 (bilirrubinômetro)r=0,78 (icterômetro)

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase inicial:

Leve estupor ( letargia, sonolência). Leve hipotonia, pobreza de movimentos. Sucção pobre, leve choro estridente. Apnéia com bradicardia (1ª semana de vida)

(resposta auditiva evocada: medida neurofisiológica não

invasiva da neurotoxicidade da bilirrubina; proximidade do

sistema neural auditivo com o centro respiratório): a disfunção do tronco cerebral explicando a apnéia

Encefalopatia bilirrubínica e apnéia no recém-nascido prematuro

  Autor (s): Amin SF, et al. Resumido:Dr. Paulo R. Margotto

                           

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase intermediária:

Estupor moderado: irritável. Tônus variável, geralmente aumentado, alguns com

retrocolo-opistótono. Alimentação mínima e choro estridente.

GMA Felix e VGB. Amorim/ESCS/SES/DFGMA Felix e VGB. Amorim/ESCS/SES/DF

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase avançada:

Estupor profundo a coma. Tônus geralmente aumentado; retrocolo-

opistótono pronunciado. Sem alimentação,

choro histérico.

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www.paulomargotto.com.br GMA Felix e VGB. Amorim/ESCS/SES/DFGMA Felix e VGB. Amorim/ESCS/SES/DF

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Fase crônica: Paralisia cerebral atetóide Anormalidades extrapiramidais: atetose (acometimento do globo

pálido) Anormalidades no olhar: olhar fixo para cima.

Após período de aparente melhora: Paralisia cerebral grupo globo pálido e núcleos subtalâmicos (severa

hiperbilirrubinemia):espasticidade,movimentos atetóticos grupo tálamo-putamen (asfixia): menor habilidade mental,

convulsões intratáveis Inteligência: usualmente, é normal(são bons em matemática)

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Em (A), hemorragia subependimal. Em (B), com 50 dias de vida, hiperecogenicidade bilateral e simétrica em ambos globos

pálidos (setas) (Govaert e cl. Pediatrics. 2003 Dec;112(6 Pt 1):1256-63)

A

B

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Lesão nos núcleos subtalâmicos. (A) Paciente 8 aos 12 dias evidenciando sinal de alta intensidade anormal no globo pálido (seta horizontal) e subtálamo (seta vertical). (B): RM (fluid attenuated inversion recovery-FLAIR-) no paciente 3, aos 22 meses, evidenciando sinal de alta intensidade anormal subtalâmico (seta vertical) e globo pálido (seta horizontal) (Govaert e cl. Pediatrics. 2003 Dec;112(6 Pt 1):1256-63)

Neuroimagem no Kernicterus Autor (s): Paulo R. Margotto

                           

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RNT (39sem e 5dias);84 hs de vida. Deu entrada na EM de Pediatria com 84 hs-Bilirrubina de 57mg%, Opístótono, Hipertonia. Exsanguineo (2)Deficiência de glicose 6 fosfato?

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(Paulo R. Margotto/HRAS-junho de 2006)

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Mecanismo da lesão neuronal:

A bilirrubina prejudica a homeostase do Ca ++ intracelular:

do Ca++ inicio da apoptose (morte celular programada)

MRPI ou glicoproteina P → remove a bilirrubina da célula

(Estruturas auditivas do tronco cerebral – baixa expressão ou menor

atividade da MRPI)

Shapiro SM et al, 2006

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A entrada da bilirrubina ao cérebro aumenta nas

seguintes condições:

Alterações na permeabilidade da BHE

Hiperosmolaridade

Asfixia

Rompimento da BHE (asfixia severa) bilirrubina – albumina para o

espaço extracelular cerebral

Prolongado trânsito: aumento da pressão venosa

Aumento do fluxo sanguíneo: hipercapnia

Dissociação da bil/alb (RN doentes)

Buthani V, 2006

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Bilirrubina Total(BT),Bilirrubina Direta (BD)?

Há evidência que é a BI livre que é neurotóxica

(altos níveis podem produzir kernicterus)

Na ausência de icterícia obstrutiva, a BI é melhor estimada pela medida

da BT

Calcular a BI descontando da BT a BD, pode ser enganoso

(altos níveis de BI pode aumentar em 10% a BD)

Diretrizes da AAP: BT tem sido relatado kernicterus em RN com:

BT de 18mg% e BD de 4,1mg%;

BT de 27mg% e BD de 8,7mg%

Buthani V, 2006

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RN com BD > de 3-4mg% - competição com BI na albumina com aumento de BL (bilirrubina livre)

Assim, não descontar da BT a BD (exceção: BD maior que 50% da total)

Relação BT/Albumina: correlação com a medida da BL

A BL está em função da BT e Albumina e aumenta assim que a relação BT/A aumenta

(Filho Alves, Jr. Reis, 2006;Ahlfors, 1994)

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Relação entre Bilirrubina Total e a Albumina sérica

Wennberg RP et al, 2005

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Relação entre Bilirrubina Total e a Albumina sérica

Wennberg RP et al, 2005

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Albumina sérica e relação bilirrubina/albumina:

Considerar albumina sérica < 3g%: fator de risco para diminuir nível

para a fototerapia

Se considerar exsanguineotransfusão

A relação B/A deve ser usada com a bilirrubina total e

outros fatores na decisão Nas 1as 72 h, limitação nas propriedades de ligação da albumina (assim, a

bilirrubina é mais tóxica) ↓ ligação da albumina com a bilirrubina: 35 - < 38 sem

< 34 sem

Buthani V, 2004

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≥ 38 sem 8,0

35 – 36,6 sem ou hemólise

≥ 38 sem se alto risco ou doença hemolítica ou deficiência de G6PD

7,2

35 – 36 sem alto risco ou doença hemolítica ou deficiência de G6PD

6,8

Kernicterus, ainda um desafioRelação BT/Albumina (Indicação de

exsanguineotransfusão:analisar em conjunto com os níveis de BT)

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Susceptibilidade do SNC a toxicidade bilirrubínica

Vias auditivas amadurecem mais precocemente

que as vias motoras:

Diferentes padrões de lesão bilirrubínica em RN

prematuros em relação aos RN a termo.

Shapiro SM et al, 2006

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• Buthani e cl (1999): 2840 RN normais a termo/próximo do termo

• CD negativo – Bili-mapa: risco de hiperbilirrubinemia

• Zona de alto risco: > P95: Risco: 14

• Zona Intermediaria: P75 – P95

• P 75 – P95 – Alto Risco : Risco: 3,2

• P40 – P75 – Baixo Risco : Risco: 0,48

• Zona de Baixo Risco: < P40 : Risco: 0

O Bili-mapa permite a individualização do segmento do RN

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Tratamento da Hiperbilirrubinemia neonatal nos RN ≥ 35 sem : Diretrizes da Academia Americana de Pediatria para fototerapia

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Tratamento da Hiperbilirrubinemia neonatal nos RN ≥ 35 sem : Diretrizes da Academia Americana de Pediatria para ET

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  Nível de Bilirrubina Total Plasmática até 48 h (mg/dl)

Nível de Bilirrubina Total Plasmática ≥ 96 h (mg/dl)

Risco para DNIB* (segundo AAP**)

Fototerapia Exsanguineo Fototerapia Exsanguineo

Alto Risco (presença de risco para DNIB em RN de 35 – 37 sem IG)

11 18 15 19

Moderado Risco (35 – 37 sem IG sem risco de DNIB)

13 20 18 22,5

Baixo Risco (RN de termo sem risco para DNIB)

15 22 21 25

 

OS NÍVEIS DE BILIRRUBINA TOTAL SÉRICA QUE DEFINEM INTERVENÇÃO EM RNPT 

*DNIB: disfunção neurológica induzida pela bilirrubina**anemia hemolítica isoimune,deficiência de G6PD, significante letargia, sepses,

acidose, asfixia, instabilidade de temperatura e albumina sérica <3g%

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(Buthani,2005;AAP, 2004),

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Bebê bronzeado: BT no nível de fototerapia intensiva e não ocorrendodiminuição rápida, considerar ET. NÃO SUBTRAIR DA BT A BD (exceto se >50% da BT)

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Outras IntervençõesGamaglobulina endovenosa:

Bloqueio de receptores Fc do Sistema reticuloendotelial - ↓velocidade de hemólise

Associar com fototerapia eficaz 1g EV (única): ET (RR = 0,23 – Rh / 0,38 – ABO)

Fototerapia Usamos no RN com doença hemolítica com CD +

Fenobarbital: Sem valorCom a fototerapia: não mais eficaz que a fototerapia isolada

Metaloporfirina:Inibição competitiva da hemo-oxigenase6 μmol/Kg/dose: Elimina a necessidade de foto em RN de risco

Ergaz eArad (1993), De Carvalho (2001)Gottstein e Cooke (2003), Kappsa (2001)

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• Outras Intervenções:

• Terapia Ocupacional

• Terapia da Fala: leitura labial e ou sinais

• Implante coclear: 12 crianças (quanto mais precoce,

melhor o resultado)

• Estimulação cerebral profunda (promissor)

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www.paulomargotto.com.brShapiro SM, 2006

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• Uso de Albumina: Tratamento de Choque

• Hosono S et al (Japão): 2001

• 58 RN (39,4 sem; peso: 3245 g):

• 20 – fototerapia apenas

• 38 – fototerapia + albumina (1g/Kg) – 2h• Resultado:

• Sem diferença na Bilirrubina Total

• Menor nível de bilirrubina livre no grupo com albumina (de 0,4 µg% → 0,2 µg%)

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www.paulomargotto.com.brShapiro SM, 2006

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Uso de Albumina: Tratamento de Choque

• Hosono S, et al (Japão): 2002

58 RN ( 39,4 sem; peso 3245g):

Bilirrubina Livre ≥ 0,9 µg%

20 – fototerapia apenas

38 – fototerapia + albumina

Potencial evocado (6 meses):

Anormal: 3 (albumina) x 6 (fototerapia)

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www.paulomargotto.com.brShapiro SM, 2006

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FOTOTERAPIA

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Fototerapia intensiva: irradiância >30µW/cm2/nm Efeito do tipo de luz e distância

AAP,2004Bilitron

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• Fototerapia • A Academia Americana de Pediatria recomenda:

Realizar a medida da irradiância periodicamenteHá uma relação direta entre irradiância e a taxa da queda de bilirrubina

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www.paulomargotto.com.br Tan, 1996

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• Fototerapia na Unidade de Neonatologia do HRAS

Monografia Dra Jussara Velasco de Oliveira evidenciou:

• 36 % não ascendem

• 50% 1 ou mais lâmpadas queimadas

• (40% com 5 ou mais lâmpadas queimadas)

• 49% com irradiância < 4 µw/cm2/nm

• 12,8% > 16 µw/cm2/nm

Procedimento de Emergência em situação calamitosa

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Avaliação técnica dos aparelhos de fototerapia do Serviço de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul, Brasília, Distrito Federal

Autor: Jussara Velasco de Oliveira

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• Modelo de Segurança de aviação

Estamos 20 anos atrasados!

• Avaliação da bilirrubina e suporte para a lactação: para

todos (cinto de segurança)

• Fototerapia procedimento de emergência

(O2 que cai no avião)

• Exsanguineotransfusão: casos extremos

(pouso de emergência)

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www.paulomargotto.com.brBulhani V, 2006

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• Causa da volta do Kernicterus

(AAP, 2004)

• Alta precoce (menos de 48h) sem seguimento ambulatorial dentro das

48 h seguintes, especialmente em RN perto do termo (35 – 37 sem de

gestação)

• Falha em conhecer aos níveis de BT em RN ictérico nas 1as 24 h de vida.

• Falha em reconhecer a presença de fatores de risco para

hiperbilirrubinemia

• Subestimar a gravidade da icterícia, utilizando apenas a avaliação clínica

(visual)

Kernicterus, ainda um desafio

www.paulomargotto.com.br Tan, 1996

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• Causa da volta do Kernicterus

(AAP, 2004)

• Deixar de diagnosticar a presença de icterícia clínica

• Deixar de medir a BT em RN ictéricos francos ou de instalar fototerapia na

presença de niveis elevados

• Utilizar aparelhos de inadequados para fototerapia

• Deixar de utilizar bilirrubinômetros transcutâneos, de fácil manipulação por

todos os profissionais de saúde envolvidos. Eles apresentam uma

correlação linear com as dosagens invasivas.

• Falha em valorizar queixas familiares de icterícia, pobre sucção ou letargia.

Kernicterus, ainda um desafio

www.paulomargotto.com.br Tan, 1996

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ConclusõesA volta do Kernicterus : alta precoce do RN próximo ao termo (35, 36

semanas) e RN de 37 sem Icterícia pelo leite Materno X Icterícia pela amamentação ET – para RN c/ hiperbilirrubinemia extrema que não respondem a

fototerapia intensiva Vigintofobia:deve ser mantida para os seguintes grupos

Doença hemolítica RN de baixo Peso RN doentes RN com fatores de risco: Bil – neurotoxina

Avaliar 1 – 2 dias após a alta precoce de RN próximo ao termoAvaliar a Bilirrubina Total no contexto da concentração de albumina sérica

Mudança de atitude: temos que nos preocupar com a icterícia

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Manuseio da hiperbilirrubinemia no recém-nascido pré-termo

Autor: Vinod K. Buthani (EUA).Realizado por Paulo R. Margotto

       

Prevenção da injúria cerebral pelo kernicterus

Autor: Vinod K Buthani (EUA). Reproduzido por Paulo R. Margotto

        

Consultem:

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Investir no conhecimento rende sempre melhores juros. (Benjamim Franklin, cientista norte americano) 

O Kernicterus é devastador, porém, evitável