Kòltés B.M. - Na Solidão Dos Campos de Algodão

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    .rEArR )) EBERN i\H.l ivli\I{1 EOLf S

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    ROBEI{rrC) Z l J C ~ C ~ ) BATABAo RErI ORNO 1 0 ~ S r o

    N S()LII))\O DOS Ci\lvlP()S I)E AI-lGOOf\O ~ O t \ i 1 B A T E DE N l ~ G I { C ) ~ DE CES

    EAl RC) DEBE RN l\RI)- tvl \RI ::,OLT S

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    t > 1994 bv Le s ditions de Minuit. Direitos de traduo (de, pelaordem em que aparecem nesta ed io, RoertZucco, Taatao, LeRt lour nu Drrt Dans l o l i t l d ~ dt S-C/ltll lpS Colo c Combm t/tN;grr. dt Chiem ) e de publicao reservado pela Editora deHumanismo, Cincia e Tecnologia ucirec Ltda ., Rua GilEanes, 713---04-601-042SoPaulo,Brasil.Telefones: 01 l 5309,?OR 5,13 0( 53. Fac-smile: Ol1)535-41R7ISBN 85.271.0289.7Foi feito o depsito legai.

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    BEATRIZ AZEVEDO / LETCIA COURACABARET BABEL

    lt'I'IJIIlt/-iJf{Jfie KO/I()S, nascido na Frana, fo i um europeu/)1'1 10 e apaixonado pela J\/'1' e pelas Amricas. SUf I.i ) f I , i/1'11/1111/ qnrstrs qu 1/0S dizem respeito muito riirrtamentc; e/eronhrreo Brasil comoningu1l/,

    11 1 ;11/ ('011/0 Bn;cht ofoipara fl tI/mr/tI til' fiO, acreditamos quc15olll/ld-,JlI/I1e Kolts ser 1111/11/(// (0 jJflm oteatrobrasiteirodl/d 11( tI r/l' {:1 {,'ia . (.'{J/Jflr('t B(//){'/, moolda por Il/lla pflix(lo ti pl1mt'imIcirma quc aconteceu II{J Espanha em 99J realizou 1/0ano se-

    ,f ,l l i l / / t o (;ido til ' Leitura e PI:'Sq//II da obra de I\o/tes 1/(/ i l / i l l l / l I 1- '(/1/((.1 11 til' S(IO PIIU O. Traduzimos e t'1I/0S todas fI i .fIl(IS1)('(11.1' /J,'{/JIimr/fls 11a Frana. Partiriparam do tido' atores. ar -/;S/IISpids/i(os, msicosf inrclcctuois, e o rntusiasmo J/llgir/o /lOS

    ~ O I I (I Paris ('11/ /JIISUI de mais i / ~ r O m l I / j I S solno (////01'./';11/ UII/ I I ~ i pcnonrmos J / I'II/IOS ondr JI/IIS o lmjr hllVilllll

    .Iir/o ( /lO'/lII r/IIS, recolhemos artigos, ('I/t/ {Y)faS, fotos, fomos/Urlio Francc CU fure OI/de suas petas esto graoadas, reali-

    ;,III/lO.\' rnnrcistas com profissionais que IItJ ){J/h(I/ (I/ / rom SI/(/ohra. ( ;o/lh('({'/ /os 11m pouco mais sobre o III'Vt'/ :W til' A'o /hpercorrendo os (fIfs rabes que ele /I (;'qtiefl/m..J , o bfli/TO ondeI l/OmV(I, o II/{'/,./i que /0 maca, flmb/m/eJ que marcam profun-dnmcntr .W (/ r/mmflturgifl.Seu inn.io Franois Kotts nos presenteou ('(} II suas obrasmediras. f flillr/fl em Paris 1/lIVflmOS o primeiro contara tom:11. JirIJ/C I.indo 11 , editor de Ko lfJ I/ J Frana ((difioll.\ ' r/(,J i f l l l i/), o q/lI'j)o.\Si Ji itOIl estapublim{r1o.Dr 'i..'O//11 rIO Rmsi WIJ/ lodo f sse matcria] 11(1 IJ/r/O rrtoma11/0.1' O Cido r inirinmos os t'II'\ (/OS d(J r)pOt' { :'tf}(1JI1I IU f lO ,espet culo '.I'II /(Jr o desse mergulho pl ojlldo 11(1 obm r/f\o /h-.

    f,fll/((u/OJ simultnnramcnt, pr'((/ r l icrofnsrn: rI(1 r.'irl, (,' b(l1 (/ Na/)I' r drl Fdilom f l u r i t r : )oll/as-dr- (I /(I 111'.1 .1'11 oll,wdir/ncressdria: jJII/JIimr jJl' (/ primrirn vez 110 /lIf/.l'i (I 0/ / / r/('Rt/7/(II { - .II(//ie Ko /J ,

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    I; ERNI\NDO PEIXOTO

    IJM DR \ TlJRGI Q l R r r I J R ] ~ A I ROVOCAI { I ~ V B : L A , Q l J r ~ S I I ) N A 1 ~ A S C ~ I N A

    -o dia 10 de maio de 1990>rlli (/O teatro ,)challiihlle, e/llRn /i/ll, assistir a mais recente encena o de 11m dos mais exp res.l L'OS diretores contemporneos, por q/lem sempre rioe grande/u11lira(r1o ~ P ~ ~ F v E u J f 7 conhecia nemo texto, RobertoZucco, nem o autor, o francs Bernard-Mnrie Kolts. DesdeasjJrilllras cenasfiquei fascinado e surpreso: eu jr havia oistodn .crsos lral/fllhos de S/ei1J e evidente que o vigor e a fO FI da/illg/lf/grlll cnica noforam II1f1a novidade, mas a permanente ei//(/ lIir((/ inocno e criatividade do texto, a sucesso de cenasil/t'sjJt' f/dfls construindo uma narmtiua de drmna/lllgia im/i/tl j)(}/(im, (()11/ instantes de t l l l realismo crI/t i em seguida snstiII t O S por l l l l quase teatro de absurdo, a mescla conturbada erontraditria entre lima temdtica social e individual, a luta derlassrs e a intimidade da famlia, criando imagens feitas desimbolos e mitos, do cotidiano e do imngindrio, me deixaramrcalmrnt perplexo. Algumas seqncias so para mim al hojeinrsurcioeis, assim como me marcou muiro fi pOHibilidade dl'uma dramaturgia ques oezesparecia lima rigorosareproduon'(t/islfl,ris Vi US pareciaprxima do universo potico emoraldeO/J/ i S dt Jean_peneI, s oezes trazia fiam (J rena o realismo(lfIdit'iulIal 0/1 o rralismo dirJ ili(() dr Brcdu. Sf l do teatro(fIlTfg(l Jdo o impacto e a dilacerantetem tica como algo vivo e

    /J t'lll1rbtldor:f'm/lro q/lt'por fi ~ t ; U 111 instanresfiueimesmoolhali -do flSPCSSOflJ uI/afjuelemomentopassavampelflLr/miner PlatUI/de cstd [ocalizada ,1 casa de espetriculos, no centro do que emento Berlim Uridenta], efiquei examinando cada um, sobretudoosmaisjooens.pensando que a ~ t ; l m poderia sercomoo personngem quehavia cisto em cena: um jovem quecomete uma sriedeassassinatos com a/l.wlula tra11fjilidade, COIIIO fi/OS cotidianos11ormais, sem motivos, sem dio, sem ser provocar/o, flfI verdadese1l/ ser (/qui/o quenormalmente classificamos COIIIO doente0/1 assassino.No dia segl/inle /lem cedo corri parti I Livraria Fran cesa deRedim Ptlrtl ver seencontrava outros textos do mesmo autor. Aleitura atenta do excepcionalprograma distribudo aosespectadorrs da Sch(wbiihne j me havia dado as primeiras informa essobre Kolrs e SI/ f i obra. l11gl/flS companheiros do teatro alemofl(Jfjl/tla mesma noitehaoinm me/aladosobresua obracomoumanUda(tlo nirrt, e /flllI/lm que Koltis, nascido em Alcrz. (11/ f deabril de 1 948 havia[aleado em Paris em 15 de a/lril de 1989.Comprei trs liv I OS o quehavia,jllstammte as outras trsPt'(flSqUf, j /fll /{'1//t' ('() II oberto Zucco e ( 0 111 o IJlroiuimo masadmirrice didlogo Tubutaba, esro agora reunir/os aqu] nestevolume: O R et or no ao Deser to , Na Sol id o dos ampos de

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    . , 1 \ i il ..T d C , . J IAlgodo e . ~ } m ) ; m ; , < : e l e g r o . c c e s. .omccn a aeoora-tosno mesmo tii;' lI: ml'/kotl\n c e r l r ~ de que estaua diant do mais

    tl 'nmillj,rgv tio ft {/ ro/ill cscontem-p I; / i / l lev . Em'- OJ {ex/os, e ~ l o m / 1 { f o 1I111f1 temrit ica sempredi(tlnlle i : inesprraria, Koltis conseglle IIItrgulh{/r (/ f undo , ,(1'i.'{ 'f (/ f l t /f ' m il tl i/di}/ / e r ;/f/rf / 'fllltc rioser h11111m/v , .Ilia {'x isth /d,_.. _ _ ._ - - 1 .. . - -- . . - .- . - - - . - - .. . ..('/lll /um to .rlJdi.,Jr(II,o cenquanto par t e de uma estrutura social,/OI1 IfJ i fI ,k c oiolnda, ,'1l1f lJ ( ; r/t';,/r;//vt /wlqlll' rmj )( IJ I/ l l / f 'I l /(, d I :semdv;r 11 estes trxtos, mil/o 1/ / vf'l'f fldetOr/i l fi O JIt1 de K()/(h', s/io i J IJlIl/OS oigorosos para fi ronstruo\ . .,,- . . . -_ -- .til' (>>d tm o.\ onde r/ imaginao e t i im){;'Il(/o necessariamente((lrlO que . i / t / s i l l I / ~ q l l ; l i q ; ~ t , h d l l U : i ; ; ; ; c ; ~ / J 1 0 .concencionai./)('.i(o/m Itlt l lb/lil ofnsctnio de HeitlerJfii//i.'I'[Jor Kalrs. Af l'Smom io .filiando {mA ces , qUf' (.'(lUSO/ l po/e m;(.'(l 11t1 t:/)(){'ll . . .lfNI/f r,

    I:o/( Snasceu ePI IUc tz : no interiorda Fra1J(II, elll .9 deabril deI tf / ,\'. Itcixou (I d(/de com dezessete, dezoito (ms, Viajo em/1(/1 (10 ( rI11f1dd epara Novo Yorl: Em 970, com ointe

    \ ( rioisanos.foipela primeira vez (10 teatroeficouemocionadocom. . I o I/ f 'V i I I , ,(;ob,re ltdo com 'a atriz illaria Casares . comeou em,l'f :'. ..lI i d fl (I cscrroer-sn iprimeira pt'(fl, Lcs Arncrtumcs npartirdo romance I lf ncia de G,rki,o'texto Ioienrenndo em Estrasbur..go nomesmo fI,no. C014v;t ndo por/Jubel1GigJlollx ,ql le(lSS t iU fiO{'.ljJc ldn t /o, ingresJo////o Teatro Nno1JaldeEJ/nlsl 'rgoeescrcuell'l ri l'lJ.I I('xtos f { I I e . f { ; / ~ n mOfltadosj)e/os flIO rtJ (JlII1WJ. Estudofl{F/ ter/o lia l'SCO/(J do : \ f L \ e em {971 ele IIlt:.rmo montou . flaqur/a( idar/e, r ,a ~ L ~ i t Ivre. No f i l IO seguinte f i rddio 'nl11cc( .'I / I II I i ' //{lJisl1li/ i l l perfiL Hdtage . f(' ldo i Jf t l ?fI Dl/Jaris (:01f/O

    p ril ljJal.' 01111 1 textos JelJs st10 ena:llar OJ 011 fnl lsmitidospor /i/rlio. Fui 19?7, /lO Fe.fliva/ Q[l de il vigllOI1 , t's/rim, (01n. I .\I I ft' dm '[/ io, L ;l N uir Jliste Avan t Les Forrs: elthf1'l.';f/ paJsadoI I

    12

    II

    trndusi par o a/mujo a pera Cai s Oeste {It? Koltis (fllid.\', .1 .'/(/pr mm ptraencenada 1/0 IJrnsi], 1IIr/O t'stn {/t/o ('1lJ Sdo / 'f I / t iO 110Teatro Pf';O/ em 8 dt' figoslo rll' IlN.,t) ;'1 1 /mr/II(r lo r/t I';flli/;o ri;Biasi (d in j l 70 de. Jfarcdo iJfan:h;oro). Itliillt:r afirma qt /\o/ h'f to (,);{'/11p/o ra /O /1(/ dra marlJ .il/ r onIfm/)()r /1[(1: /is /Jt '(t1J do.'(){III'O S autores grl'tI /IIJt'II C possuan fI /IC/ /( / , IIlIJa rs t r u t ttr dri / l ln : ,tl l ' f i / ~ , ( / ( '(I /.W /;;) ( / no teatr o . /m{el'li d tornarobsrur r ;; /I/;/l f/I'{'s/a rsrrura r/t } ( h', ( / 0 ('f) 11 trrir i o,hr1111/(/ estrutura df.jrJ ;L Isso lfilf' ' (;;';.:('1'fl C o (111/01 rst. mais 0 11

    ; - ; ; i ~ ; ; ~ - ~ : j ; / { J ; / / re{,/1 / Si 'fIS textos, cinseusjJCI :W l rl , ,tl i S. I,;/Ial'ho isso /lI1I;/O imponanre. fi 0l' jllt' neste momento rr t t /ld/flgera] t:1/ {'x t i l/ {r lOdo ali/OI'. f i e.\ jJ l t i,r7o doantordo tesro ( 1t 1I1/1// 1IIdo M11'0 . l por isso fjl le A.o// nofu I/dor o I 11;1'0 filie // /1' in/rrrss11(/ I/O CV/ d l i ' lIl/( l l l I Igia .

    tris (11/ 0.1' .\'(11/ esa rocr nada c, num rutrroisra a L. l' . l ln, t i l /OSdt/ )(/:\', afirma: q ll flllr/O 1 ;01/ ; I1 ('S(.I'I.1.'('I', [ oi ('fJIII/JII '/fllJ/f'Illf '

    t I ~ k rrntr ..VOano S( ,lIill ( oinjo par a I / N':i;li(/, r/(:jJois jJ f l l ' l l oarios

    OIl I'f),\ pn/srsda ,.(/iimechtxolI( I passarseis meses 1/(/g t) fII'.f l /fI,1979, OI/de csrrece ~ ~ . ~ l t C de Negro c .\f gUll t ioele, 1111 povoado onde nrlo .lf17(,vrwifie7;;(,.jJ(' itol.E'/IJ 1981,jJassou qll{//I'O meses em Nova Yod. t lestemesm o Imo .l IIfI pe(fI rN li ir JLIste ~ l I H Les f f la:I/ar a f l lJ jJtlIis, /lO Pc iOr/O)//, por.ll'al/.. I.llc /Jo/ / ( R;ml'd FOl/lfIl lfl . Reg reSJOu/lO f/1/0segu;lItt (I rod' eem 7983 f i l lal l l l l'll/t' es/ti;rl 1111 F Ii'I/l{f I , (0111rlirq,'(/o r/f' 1),/11';((' Chl l ('{/II, Comb ate de Negro e de Ck s, /lOThi//(:r es : i l l l{/ ll d i et:l de fI/fllllr.n r , tendo IIIiche/P;rmli ( j JhilljJ/J(Lof lleI . liC:II/e do t /tllro. N U l ll fI t:1ltl t 'JJta a Nj(/l 1i SiIllO//, em1983, Ko//ts der/tlroll : N refi/idade, essa obrfl l l f lJ('t:1I rle U1II(/visdo ji Ji..'f'1 i 'l nd , / l/lS e l1()/'II l l ' lI Ie11/l ' ('I lO01/{ lf l le : l IIill:}a /Jli -

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    Imrirn 'uiVlo dfl l / i ic f I Q//fllldo descido aoio, me senti ag,.u/ido.w /Jf CI dopdo tremendocalor q//e 1IIepesaoa 11f1 11uca, quearrasa ,r 11/I(,IIfIJ r l l ~ i 1 0 } S . i c i S pOI1t1S do aeroporto, todas as id/ias .W J/?fi lVi-im '1 /1( ctt trazia se solidificaram utuna cena: 11m policiaIIlgro fllifl com c iolncin em ,,11I ri r S'IIS irmos. Avr/1/rei e rleI r/H'IIlc I / ~ rnronrrr comessa l l n l t inois/oe', 1IIflJ oniprcsrntr,11/1 div'irlifl l l l Jo/imlllm,1' os RmwO.I c os Negros. Olh para os'v1:r:.ms , /0; sruria.,t'I :r:.0IlI,tl dos 11I1 111 .,'mas IIO\' olhos rlr/r In11/11/1. '111111/ rid i o I rll) 1/1/1 11.1 0 , 11/1( 11/(' I/.I'SIIJ/r i ( (1)1'11 fl ll I 'tI o /(u/o d osltrnnros .

    /-:11I (1) ; I \o/ Ih)oi pnm o ,..\emgtl . [ pII;' ;imll 1111I 1 01111/1/((',I,;I F l I i t ~ } C llev;I\ Trcs Loin Duns b Vitlc, IJ e hf lvi t'/ escritoem f f)7. Afirmo/l fJlIC seu grrl lrl(' sonho era o de escreoer romaurrs; II/flSn/lo rsarcin. /}()I'f{I{(' IIr/O /}()r trifl oiorr disso.

    1-:11I I f)SS I\/I/s crio no NmJi/ 1':sll'f)l ' noRIO d('.If l l( lm I' ( 111_ ___0_ 1 .__ . - . - - --- .-- . .... . - . . ..S(/I) I 1111I /0 , jJf' o menos.De SI/O l'au] ('S(I'( t'('/III1f/a mIM, dflladfldl' de dezembro de 1985, t i S('II 11 111r/o , onde comenta: SI/OPilldo /1(l/liIO 1/I(lho/': 1I1/1f1 NOVfI ror : lali l la , Jfll..,dhenlfl, ronf:sa, I /,(//)fl((' inl ; /)(11 (1 mim, ,fI/((' sou antrs ' 11 raro IJ' ' 111/1 /fI,f. ,III/0,1'1I me emociono mais jOgfll/rlO /II maquinas eletrniras 1III/IIfI(,S/I/(Il' rir' corrrdor srdido de bus f ) I 1 ~ 1 de St/O Pal//o do qll(,jJf/.l'sUllldo ao 101lgo r/OJquiimctros de praias do Rio ( ... .

    FlII f 986 t'.l'/Iiifl 110 l'ltii/rc deJ Amrl11r1iersrle Nr/ l l lerre ri perfiis Oe ste [01/1 dil C(t/o de Palr l[eG trill e lendo Alaria Casa-- ri./i i' I lINlo e/mro. (,'01l1enlrlKolles: 1\0 oeslede Novfl Yor.', ( 11/

    .I/ rll lhr/II /W , 1I111 1 [(/fIlo do Wesl E11ri, onde esl o velho pOll0,(,.\' /:'/111I f I ~ r . ; l I l 1 Itflllgfurs; h 11m empflltlr///flr, aballdollarlo, 11111gm ll r/c tfl l lgflrVfl.O, olldepflJJelrtlg'I1Ilt1J noill's escondirlo. 11111/lIgrl SI/1IlrNllflI e estmllho, 11m refgio rir 1/IfIlr/(f. ,OS, birhflJ , CflmeMs, 1ft run10 rle mlltflJ, 1111/ /lIgarollr r fi p'o/kifl lIrlo entra 111l11rf/,jJo/' obsmms mzes. Rf/sta mIm,. e voc se d c011 ta rle qlle eslrI I f l l l l / lIgarp,iv l legifltio Intl1ldo, IImfl eJpe de quadrado mIff70,flI1lenle flbandonado em meio f l l lm jardim, onde flS pltmtaspodC/iflm le r lfr,sr:ido de mfllleim d ~ l e r e h l e um 11Igflr onde nr/o

    existe fi ordem normal, IIf/Ssim uma outra ordem O,,70.W, quefoiseformando .E prossegue: Sentioontndedefaiardesrepeqllello((/1110 do mundo,qt excrprionale, apesar r/isso, 1Ir10 110.1 pnrcceestranho;eugostaria rlt'conla resta rstrnnlia impressoql leseS('II ter/OarraoessnresteeSpfl(Oimenso , apnrrntemente deserto,comri Il Iztjll(, va i 1/II/drlllrlo r/O passar ria 11oitc. os rntdos rios jJII.I'WS r ascozesql /e I'(SSO(/III. a(l.,TUllll a reu Iado. 1111/(/ /I/f/O qt .l1IiJil( l /l/m l( '11 agart r: . F tlll r/fl ( //1 I ()Sfi rstnin , I O F ,I t1i 'lt/ til ' .h )f'.. ol/,, .l ;ILIlLl, /1'tII1Sllti/ir/o j l t ' ll1'tr/IO rtn . 1 (Ir' tlgr JI'/II .

    f ()S7 / o ano r/l' rstn'ia rle Na Sol id;\ ) dlls : :lIl1POS de l g o d ~ o cnrNantrrr ('011I direorlePntrirr ( , 'hi( ' . S{glllr O opn5/Jl70 I\o/I{\ , e um n histrin de dois po 'SolJagt' /s, IIIIIt'/ roncrr-J{/ , 11m didlogo maneirado sculo .\ 1 '111 . Sobre .l1IfI cnrcnao,r:1t /n '(/1I rltr/fI1'01/1/1I/11f1 rntrroist fi Didir, I/('/'{'II':.(' ( 1/1 f f)S7: ru/)1'0011('1 ao 11I(.1'11/0 Iml/)(} /}('I'11If/ /((er 1/( / I{(/ f /OI r a'riror, sobrr-111r/O, /)('1'/ 11//1 '(('1'rr/riro. rf t amar Kolts por f/f/ui/o IJIII,.j,. /, r/ ttr ntri-] (,(JlI/O 1111/ fi 1110,. como 0 1 outros . Se ri/.e lf/II ('01.111 1Ir/1) 1/1('flgll/rirl, ~ . C J f l / _ m J U l o - J N g { / l 'I I sei que droo ///{ r/i.,,.,. 1

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    entrcuisra fi i ~ l . Ge1/S01l, afirma Kolts: Eu cstnua 1'I1l IJl t'/Z emI f}(O.Jll'lI pai era oficia]enaquela tJOCtI c oltan da Jlrgilia. fmdisso, m/gio ')ft l l l / -Clmcnl estaca situado 0 11 p/mo /;(tl'I'f)rim /I ', Fivi a lhegar/a do Genem] Mnssu, (/,1 t> p/OJiJ{,J nos { P(;1(1/1('.1' , t/lr/ode longe, sem lo ' uma opinio, e apenas meficarami /// I1l '.iW)('S , 1/.1opinies eus as tive mais tard. Nr70 qu;.'i escrecernmn pe(fIsobre f i guerr(/da il rgilia, 1IJ(1J, sim, mostrar como[Um

    (111oscocpode' sentir emoes ri partirde acontecimentos /fIlCse r/rm'{)o/'i.)tJfJ na exterior. No interior, utdo transcorria demodo(,,/m llho: a Argt lifl parecia n o existir e, apesar disso, os (afcoaoa:pdos arese osdraoeseramjogados no r/o.Haoia estetipo(/ L ,io/i1UI (1 que 11111(1 criana seusioel, ainda qu 11/10 a(OIll/) u ,t I N la . Entre os doz i: os 'dezesse rJuos as impressess.iodu is/vas. creio filiea/se decide tudo. Tudo. No mc ((/.1'0, eoidcntcntrnrc. raloez tenha sido isso () quemeIeoo I i me interessarmnis/n/ os cstra ngeiros tio que pe/os [rnnceses. (:0111prel'Jlrii tnli i/o ( f r iO(/ 111 (,/ f i /l l o snngi novo ria Frana. que se a Frana ciccsscsomente do sangue dosfrancesesse canoertcr ia nutn pcsadeto, em(/ ( f .lJ nnrecido li S II /( /I . A esterilidade /0/(/1 no plano nrttsticoeemlodoJ os n/I /l OSliFst f l uma temritica quase p enl/fl1lell/e em Kolts: os mnrgjI/ fI / , os fSIrrll1geiroJ, fi pol/tit't] { t i PO/fCifl, (I vio/llt.ia gml,ti/a( lI'. , lI l1/fl Ol/tr:,vistf l l l KI(ifIJGnmau e SrlIJi l l l' f ~ / t l f , e/tl : 1f tOltlU/ll'O de 1988, e/e/a z 1 ~ / i t 1 l l f i i i e J {JflSI(I1I/ec/tlI'IIS: l'.:II lilll/UI )mit)( I' id/flJpoHals lias millha.sj>t(fls, i1gentendo f .lO't;v e jJe('tl'; \( O/ li id(IS, t7 gente escn ve pe(as {Otn pessoas. Fu, Si' qU{:f' , eu \('.i O (',,'O ImPt1f1f/do pO/lico, fIlm eu lo fa(o panflelos polticos )IltlS minhas pefls. 1';/1 no lenho Ilfllhlllll l l I' lIziio jJlII'II f'SOl 'uer IlIIJ/fI f l t( f l , 1/ Il rl o sel'o/a/ot ieesu't ' tN:'I', o finico li E em 0 '1'0 l,.edlO i(/r. \J1/ tl .iUl l t l o '11ff 'dW / f I de mdios li: Sepre.w/I1I'III/rir IJ/ f l lgi l l f l is em lermos de violncia, srio eles. Os veniadeiros'/fl mrios s/lo os /Jllrgllescs do in/erior. Eu qll mOJ'lral' que S io\

    d . I flue (/ g e f l ~ e TlrlO considera COtn.o m f l l g i f 1 a ~ S , :/Il'.Jiio e l'J 0.1'IIJ i l / '().I', os {(JJaSSl1Ios. Quando mellClOfiflm ti 'V/Olt' l / f ' / f I 1/tlJ I f l f -j..J

    nhas fit'(/IS, e (/111 11I0 : :S/{/I l(}.I'cercados rldfl. Os 1 I%I ' S t{,\' rmseus amomooei: s.iode 1I/1l(/ f..Jio/tm:ill, de 1I 1/(/ mllldade trrrror],r -: /r /o />1 o.' los /1(1/(1 11/(//(/1' (/ i odo s . I':OJIIti1111: Osl'ill 'f)jlr'l/S rut.f 'I II , os O(itil'lI/tlis, s/io os vo (/atlro,\monstros. j';xis/(III SOJJ1('JI Ir OJ IJ/l l l f I,f, (ln t. i , (1'1(' ( (I (/(110 (/ / ; . ()/(I /1/111(// te ma, ,1I(fi).i /}(Jl'tjf lt/)()SSIIO) / [{Jl/O nohrcz, /111/(/ (1 iSloOllfl incrioe]. f lol l / lp.o / mef>tll tye f) nico po do 1JI1I11f o, assim ('()JlJO 1I1J/{/ ilha, /)(1/(1 mim.onder li :njilgimitt. (...) f'II tenho V() I/(lt lo l t j idal' lSO . jJois .1'mi /J(/J pr(flJ [alam disso. ( isso fi//( ' pot t' II I ( daI a id(/ tf tcsa rcer /111/(/ /Jt(tl. So tiS cezcs coler: tomo essa .t (liJlda em 191. /1.) que A'o th' cscreoc Roberto Zucco, semdl'l.i dr/ seu / i 'XIO/l la;sj(l.if/I/J/ t I: pt:ltlIrvflrlor. Trata-se rt' lIJ1JaO/Jlr/ J(IS t f r tl nn [atos reais, a o m enos lI/til/ /JeIJu (/, ,r/ll fJlttrralmcntr existi, {/IJI dia A'v//h' viu lllllJl mrtr nm / / // 'lrI Z rir JflJ((/ -SC COIll asfotosde1/IJIjovt'1J/ (I fiehavia assassinado , ( IJIPfi /';a. Firvf I /t/St/IIJo comorostor(/ IJt/rza riojO'()(,IJI, SO l tI rsrrcuoe tl l l l lqiii/o . l 'oucosdias rlr/Jois assistiu,)t tl /c/I'UiJr70 , a o mesmoI tlj>flZ, q//( ' I (i v';f/ sido preso, {J m /Ja ll t /o pelos /elhados riapliS(IO,soldo ji'llllflr/O/l t' fIS (rimarn s dr rlr:saj (wrlo o munrio,dugalldo afiouso de cuecas, ate ser n:mf1Ifl;,atio . VO//lfl/(/O a serf i l eso,cn(('ITar /o 1,'(/11 hospil a IpJi(/uir/rim r sIIitil, -sedo meslJlof iodo Iflle havia fOJlletido seu primeiro oimt' (o priJllriro rle /lilli 10.1 ou ro.) f jf l(IIIr/O maloll SO l pn/Jlio pai ('OtJj II/H'//tl.l (/flill:

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    i l jJ ()II (i t f I 11 0 criminoso, fjll t' f I /}() I I /r l SOl r cco i: ..r rpnra o V i (iJ (f ) rio1'('/ /111, t rm VO//fI o jJ/;/;(() Im / i l armir f i ({ I(, l(l/O /JOI ' lI/li ;IIS/flll/tc /1'1' ,1 1 /1 momento d('g l t i6fl , ( 111 / I /Oit l fl{tlO, I/f/S Idas dL /dl'i . islio, pb liro 'ter e.\ j h'l'i l fIS', Ospo breJ criminosos trrmlna: sendo 'CI timas:d rsSI l O os f i torrs l l t m oh'fI/ro, rir 's/flzf'lII() /I' flbfl/IJO pcio: outros.-t:o f i l l t ' t; contado Ih'S/rI cenade Roberto Zucco tlqllc/tI fjUi't'lI prefir o. a rrnn centro], fI m rl ;S oonita, l i II I f t .I' longa, n mnisOIl ,Wt fI, F /fi in //ll ol (i,'/ lot fI (I Il j i i ll 0';StlO ti a IH f1 ronto 1011IOdo , ,.

    SO I/'{' fi IM 11 0 r sun /ilizfI{tlo, soorc do fl /l('d I'/10(1('mil /(/1' . (. .. NtI 1 f.'(lIit m/t IIIr/O isso po(/trif l .1 (' resmi1 1/0St'II /im u l loqt tr a gm tejJ(J,iSII; til ' se srnrlt li flll/(, fl r 1111I gOl/fr/, ' au tor. I I lll l tlt.'/{Ullill fUlomomento, a gel/li' St' e J('(JI//,.fI no cro ncnr: rom (/ 1 mesmas /racs:fi tldlllitll(/if) c f/ ('.I'/l/j}('jfl(rlO , S o/ /os SI/ J/'t,t' /(lido.l' f}OI'tJI/(, S I/fiescritura m/O((I.1(/IIpI'e turra .1 / 1'/(' inumcrrit.c]til. ql/tS/ f)(,S. DI' (I l ldl 'V t'1II isso? COI IO d I' rscrccr? f lor (I r cxruamenrc isso / ( :i / (II.11/1/;' ; . .. ) F (I ,I ,O I / l ' f l fI / l f l oln j;l l /o 6 m ll l' I/ /(' .1 /11 n 's/iO\'/rl, 1/{'JllIOconhecendo Ht l ' l/ f l l r i -: I I f l l ie }:o//h' (0 11/0 f'II U JII /I t'( o . fj ll ( cu sei /f j l l i ' t i l f i le / i '(,II(()I//I'O PI' f/J(/ l I r l / l , 'Ol/( rm ff111 'sI/io , ( i l l O'jt 'l i l . 11(/1'r i/rl1lr/o (IJ 'I.'('Z('S r t.i i.'ffJr al' rsrc lI l'/ io , OU/UIS 11/10 , /-/11 ( ti / f imedir/a, esl tl , 'dfl (( IO IflIlIIJi l l / 1111I(1 r r /l l { i o d j idel ;r ot r. Mfls i1I11 11 fitldidm/e que 1ldo ri Ido' til fIJJeg ll l ' ( /r . Uma f i t ld idtldcd%l'o;t l , di/l . FOI ' r / l l f 11(10 pnso, ic,.rego t sfI,I,'erqll f St' es/ill I(J.\COIICt l i odo,l' tlt'qllt' I/II/tl tias pe((/J noboa, m/o devemos /O I/ lt-/a, P O ilj/((' , ,l'O/J / ( / l I t iO, se l I Io lf l l ' lm til/lo,. ( 'OIl /O I lj> Oli i l/ ({ ) l I i /o riI l l l lh l l el..' d l'll /i' j}()I' tic/ill i(t lo, is .iO t t i l ltia 11/('1/0.1 fjl/fll/do se I l f l latil' Ao/rh.lll /ll fw /orexl l f l l /fIlIlCtl/f r:Oll lp /t '. \'() , FII /O lh'':(O ls(ifll da disso ainda /l ' lrtl J{l/hfl /r/o tIIllll /) (,(1I mil/o Na Solid O d,sCa ll1pm de A got io .. . fllI fI/tltl, rtl/Ill do IlIflis, 1/lIIM/fio agori/

    sente-s sempre 110 desejo -- e 11(1 jlOs1(/io _.- de j>(lItijJ(Jrr tSi(' \ O / O,i criminosos. /':leI'raticamcmrforado a 'prlltiptlr'.;.: como uma (/; ' :Cllf/(f70. Tudo, em torno de ns, t: cilIlp/ia: desse('.1 /(/ ( / 0 de coisas. Nos aeroportos, oshomens te reoisram, rc tocam,If'/J 'f/Jrl f mn fisicamente/J 1/YI aesterroristas. Pensando nisso 011n.io, f 'Jf(/1I1()J mergulhados JltJJfJ tenso . (iNando a viagem ( / ( 01 / -11' sent urna hisrria, de uma certafo rtna , hd 111I;'1 d{'(cp( /io . St.(I (i ,1Im.t coisa acontece, esM-Jep resente com fi fmnra, nenhuma1/1-:./iO jJII/{1 rio sef l )foxil f l f lr , todas as I( IZiJ('1 para pf,' /ripa l',Trm-sr I l '.W lO n teutado de se colornrcm pt'ligo, l i (limara estd

    Fillftllllen/e, para cncerrur f stn ;I l /rodlt(/io f i uma ora /i/o(f}Il/Jlt'xa eto rica, f i uma dramaturgia ondeosocial eo indiv/rl osr II /{ 's dm ll numa fdf lCf70 OllfllllJf1r fI c rlitl l/ : i:Il, l' uj/(('I1Iln t rmnI (II // {; /, 1/11111 reiacionamento conturoaao f dilacerante,em eSI) J{O,f(: i/(' I / O\' e /rdlfldos, em qt p OSJv el a SI PI ' t'Sf l pel'fllt7llt'l l le de/(m /lhu '(/III os o 1/0.1 ,1 0 r/;/(Io.:mdo cotidianoque neme'Jt'llIjJ 't'.f{lfk k n em fl OJ.W dia-a-dia, nadn mclhor1 e as >alfl

    r/l' 111 gl//1ldr. con crcdor, qur encenou oririas dns IJf(' /J fft o///:r c rir quem foi gmllr/e amigo: Patrice ehtre/IU, N lIlIl rl 1fI uruist, on rJII/II/lro til' 1987, a Didirr Jilfrmzl' , SIII - ,t t i jJOglIlIra : /J'I /r i (1: (.'he(//{ , 1/11 // SI/li 'c/ll(do com f1l'l7ifll'rI-Jfm7t'Ko'ti? . F a resposta { t Chreflll: 'lia/o fico lI c/tiro tlt srle ojJIIO/' io, l ima r t frl(rJo a I Imf / eSDi/llrtl. Ou fJnlt'S, fi 11111(/I/ufdir/mle, a lil ltlfOl{a de utiliz..//(ode umfJ lngua - fi nossrl,o j fl l ld,i - - e (l O que Kol/i: S Ihe/n.zdizer, do que ( I pea rt fl/a. Ou.i,j d , a I't.'/fl ( o lI/ f }:o//es es/aelece elt' fI Ie.i l l iO ('OfII o mlllldo, (.'01'1(J /( ' i / / f'(). , l/t',i1ll0 qlle el l ntlo /t lJha fi flU'SJlla V {/ o 1ue de ,I'O/; I 'f t iI l't,' i'ir /a (/ t . t il 'mIJo fi impre,utlorlc fIlt'olimm/ardrs/f/ IdflCrlO.Semt O;t fI pO fl l t ' h fOr/fi tI IJtl t deJllt IY p l i ~ j m j J l S I/(/S fjil{//j( li 11/1 ' I 'f l 'OlI l /{'(o f qllt' ji na/lJIt: fll( c'tI /) (.'.i ':/lO fl .l' 1I1tJl Jf/.l' r/oid' lJ

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    .l;:() / O.J.IIJ,1/ 'oI Jl/J(f oI,\,., O.l .U / l i IJII /I / /1O , O l ) I ) ) . I . I ( / I ~ / I)/S,}P oP,U'iJ),I' o 'O . I; /S.I/I' o

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    'O.l Jj.I .. ) .W / - P ;J.J IU o -),J./{ ;7 ' .WPIJI/.J.JI{'} 1 l / , 7 . I ( ~ r w . J , } { , I . J . \,l/.I .\:} {I.r ;1 ,10 11/0) :. / IJ/ .I .\',} ,lf- / .JII J l /.II){/ O/-PP / iJ O,I, JJ.If 'O/ l U / l IO/ /11 ,}j-.IIJ.//.I OIl/ ().\p.J.lc/ ; 'IJ/XlJ. s .10/111) l I / l i 0pllIJ I J '0l / I I :./' IJ.J IIj.l.J/)/I I/ o .\' [) / IJ[(/11.1.1.1 ,J.J.U l l c / 0 ,1'1'/ '0/11.O/ l1/.1no lU0 / .J\ 0.11/1.1/1J.1lJc/.I.J.1r7.l.JJ,} I) l}//I,l/ IlIJ.J /l1 I .JI'-./IJ./iJI).WO.1 ,JF'.),}P ,m J 1I1;I 1 JiF ' . I)/ /(IIIJ/j XJ opu J.I'/JII J ,m J f . } ~ 0/111 ,1/11 1/ -.J.I'-.lJPOd .I:UO/ ll I) ,'(J) )/ (I( O/ /11 [(/,7/r .\ :./ '.7 II I / / . I0{/ II I O/ II I jl l) jJ ,JI/ J.l0d '' ;P I/jJ f-/ P / I) / ,I ,lP'Zp / II 0 /SJ us SI/ / f '()J .I ' l Ic/ OI) j

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    Umde l umatransao comercialbaseada emvaloresproibidosouestritamente controlados equeseconclui emespaos neutrosindefinidos e no preoistos para este lISO entre fornecedores epedintes por acordo tcito sinaisconvencionais 11conversaodedllplo sentido com o objetivo decontornar osriscos detrai-oe de trapaa qlle uma tal operao implica a qualquerhora do dia e t noite independentemente das horas regula-mentares dea Jtrturo doslIgamdecomlmo homulogados masdeprtftrlncia SAortlS l qlllesltSesto fechados.

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    o J)E/\LEHSe voc

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    desejo; eu serei obrigado a enumerar tudo o que eu possuopara satisfazer aqueles que pas sa m na minha frente desdeo tempo em que estou a qui e o tempo que seria necessrioa esta enumerao s ec aria o meu c ora o e c ansa ria semdvida a sua esperana

    o CLIENTEEu no estou andando em um certo lugar e a uma certahora; eu estou andando s6 isso indo de um ponto a outropara negcios privados que se tratam nesses pontose no emperCLirso; eu no conheo nenhum crepsculo nem nenhumtipo de desejo e eu quero ignorar os acidentes do meupercurso. Eu ia desta janela iluminada atrs de mim l noalto aessa outrajanela iluminada l em frente segundo uma .linha bem reta que passa atravs de voc porque voc est adeliberadamente posicionado. Acontece que no existe nenhum meio que permita a quem vai de uma a ltura a umaoutra altura evitar descer para ter de subir em seguida como absurdo de dois movimentos que se anulam e o risco entreos dois de esmagar a cada passo o lixo jogado pelas janelas;quanto mais no altose mora mais o espao so mas a queda mais dura; e quando o elevador te deixou embaixo ele tecondena a andar no meio de tudo isso que no quisemos lem cima no meio de uma pilha de lembranas podres comono restaurante quando um garom te p ~ p r a conta eenumera ao seu ouvido atento todos os pratos que voc jest digerindo h muito tempo

    Seria preciso alis que a escurido fosse ainda mais densae que eu no pudesse perceber nada do seu rosto; ento euteria talvez podido me enganar sobre a legitimidade da suapresena e do d es vi o que voc fazia para se c oloc ar no meucaminho e por minha vez fazer um desvio que se adaptasseao seu; mas qual escurido seria suficientemente densa parafazer com que voc parecesse menos escuro do que ela? noh noite sem lua que no parea ser meio-dia se voccaminha nela e esse m eio-dia me m os tra suficientementeque no foi o acaso dos elevadores que te colocou aqui mas92

    uma imprescritvel lei da fora da gravidade que p rp ri a avoc que voc carrega visvel sobre os ombros como umamochila e que te prende a esta hora neste lugar de ondevoc avalia suspirando a altura dos prdios.

    Quanto ao que eu desejo se ele fosse algum desejo doqua l cu pudesse me lembrar aqui na escurido do r ps-culo no meio de grunhidos de animais dos quais no vemosnem a cauda alm desse desejo garantido que cu tenho dete ver deixando cair a humildade e que voc no me d depresente a arrogncia - pois se eu tenho alguma fraquezapela arrogncia eu odeio a humildade em mim c nos outrose e ss a t roca me d es ag ra da o que eu desejaria voc comcerteza no teria. Meu desejo se ele mesmo um se eu oexprimisse a voc queimaria o seu rosto faria voc afastar asmos com um grito e v oc su mi ri a na e sc ur id o como umcachorro que corre to depressa que no se v nem a caudadele. Mas no a perturbao deste lugar e desta hora me fazesquecer se eu j tive algum dia algum desejo do qual eupudesse me lembrar no eu no tenho mais que ofe rta a tefazer e vai ser preciso que voc faa um des vio para que euno tenha o que fazer que voc se desloque do e ixo que euseguia que voc se anule porque essa luz l no alto no altodo prdio da qual se aproxima a escurido continua imper-turbavelrncntc brilhando; ela fura essa escurido como umfsforo a ce so fura o pano que pretende asfixi-loo DEALER

    Voc tem razo em pensar que eu no estou descendo denenhum lugar e que eu no tenho nenhuma inteno desubir mas voc se enganaria se acreditasse que eu sofro porisso. Eu evito os elevadores como um cachorro evita a gua.No que eles se recusem a me abrir a porta nem que eu tenhahorror a. me fec ha r neles ; mas os elevadores em movimentome f aze m c ce gas e eu perco ali m inha dignida de ; e se eugos to de sentir ccegas eu gosto de poder no mais s entilas desde que minha dignidade o exija. Tem elevadores queso como certas drogas o uso exagerado te deixa flutuando

    nunca em cima nunca embaixo tomando linhas curvas por dia nos lugares de comrcio homologados e iluminados com

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    linhas retas c congelando o fogo no seu centro. No entantodesde o tempo em que estou neste lugar eu sei reconheceras chamas que de longe atrs dos vidros parecem geladascomo crepsculos de inverno mas das quais basta se aproximar calmamente talvez afetuosamente para se lembrar deque no tem mesmo claridade definitivamente fria e meuobjetivo no te apag ar nus te abrigar do vento e s ecar aumidade l hora ao calor desta chama .

    Pois no importa o que voc disser a linha sobre a qualvo andaria de reta talvez que ela fosse ficou torta quandovoc percebeu a minha presena e eu percebi momentopreciso onde voc me percebeu pelo momento preciso ondeo seu caminho ficou curvo c no curvo para te distanciar demim mas curvo para vir at mim seno ns nunca teramosnos encontrado mas voc teria se disrunciudo mais ainda demim pois voc andaria veloc idade daquele que se deslocade um ponto a outro; e cu no teria nunca te alcanadoporque eu me desl oco lentamente tranq ilamente qua seimovclmcnte com o passo de quem no est indo de umponto aoutro mas de quem em um lugar invari vel espre itaaquele que passa na su a frente e esp e ra que ele modifiqueligeiramente seu percurso. E se e u d igo que voc fez umacurva c que sem duvida voc vai afirmar que foi um des vio

    p ~ l me ev itar c que eu afirmarei em resposta que foi ummovimento para se aproximar sem vi porque no finall s contas voc realmente no desviou que toda linha retaapenas existe relativamente a um plano que ns nos movemos segundo dois planos distintos c que no final de rodas ascontas s existe o fato de que voc me olhou e que eui nte rc ep tei esse olhar ou o inverso e q ue p ar tind o deabsoluta que era a linha sobre a qual voc se deslocava ficou relativa e complexa nem reta nem curva mas fatal.o CLIENTE

    Entretanto eu no tenho para te agradar desejos ilcitos.Meu prprio comrcio cu o fao nas horas homologadas do

    luzeltrica. Talvez eu seja put a mas se eu sou meubordelno d es te mundo; ele se e xp e o meti luz legal e fechasuas portas noite tirnbrado pela lei e i lu min ad o pela luzeltrica pois mesmo 1 luz do sol no confivel e temcomplacncias. O que voc espera voc de um homem queno d um passo l noseja homologado e timbrado e legale inundado de luz eltrica nos lugares mais insignificantes eescondidos? E se cu estou aqui em percurso na espera emsuspenso em deslocamento impedido fora d :1 vida provisrio praticamente ausente por assim dizer no aqui poisse dizemos de um homem que atravessa o Atlntico de avioque ele est em tal momento na Groenlndia ser que eleest mesmo? ali nocorao tumultuado do oceano? - e se eujz um desvio se bem que minha linha reta do ponto de ondecu venho ao ponto para onde eu vou no tenha motivonenhum de ser ent ortada de repente que voc cst.i mebarrando o caminho cheio de intenes ilcitas e de presune s em relao a mim de intenes ilcitas. Ora saiba que que mais me repugna no mundo mais mesmo que a intenoilcita mais que a prpria atividade ilcita o olhar daqueleque presume que voc est che io de intenes ilcitas ehabitu ado a t -Ias; no soment e por causa do prprio olharsuspeito entretanto ao ponto de tornar suspeita uma torrcnte de montanha - e o seu olhar faria subir de novo a lama nofundo ele um copo d gua mas porque unicamente pelopeso desse olhar sobre mim a virgindade quc csd em mimse sente subitamente violada a inocncia culpada e a linhareta su pos ta de me levar de um p on to l um ino so a um o utr oponto luminoso por sua causa fica curva e se transforma emum labirinto escuro no escuro territrio onde eu me perdi.o DEALER

    Y oc faz o possvel para enfiar um espinho .embaixodasela do meu cavalo para que ele se i rrit e e dis pare; mas semeu cavalo nervoso e s vezes indcil eu o mantenhocom urna rdea curta e ele no dispara to facil ment e: urn .

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    voc amim, nem que seja porquecu poderia, por orgulho, terandado sobre voc como uma b ( ) ~ esmaga um papel cnuor U r ~ d o pois eu sabia, por causa desse tamanho que z anossa diferena primeira - e a esta hora e neste lugars6otamanho faz a diferena ns dois sabemos quem a horue quem o papel engordur doo CLIENTESe no entanto cuo fiz, saiba que eu desejaria no terolhado para voc. O olhar caminha e se coloca e acredita csrr em terreno neutro e livre, como uma abelha em umcampo de flores, como o focinho de uma vaca dentro doespao cercado de uma pradaria. Mas o que fazer com oolhar? Olhar em direo ao cu me fZficarnosrlgico e fixaro me entristece, lamentar alguma coisa c lcmbrurqpens no a t mos so duas coisas igualmente inoportunas. nto preciso olhar diante de si, sua altura, qualquer queseja o nvel onde o p est provisoriamente colocado; porisso que quando eu andava aqui onde eu estava andando hpouco e onde eu estou agora parado, meu olhar devia batercedo ou tarde em todas as coisas que estivessem postas ouandando na mesma altura que cu; acontece que pela distncia e pelas leis da perspectiva, todo homem e todo animalest provisoriamente e aproximadamente mesma alturaque eu. Talvez, na verdade, a nica diferena que nos restapara nos dstngir -otia n c i ~ } ~ ~ ~ i ~ ~ e preferir, aquda que faz com que um tenha vagamente medo de umpossvel tapa do outro; e a nica semelhana, ou nica justiase voc preferir, a ignorncia onde estamos do grauscgun-do o qual esse medo compartilhado, do grau de realidadefuturo desses tapas, e do grau respect ivo de sua violncia.Assim no estamos fazendo nada alm de reproduzir arelao comum dos homens e dos animais entre eles nashoras e nos lugares ilcitos e tenebrosos que nem a lei nema e le tric idade invadiram; e por isso que por dio aosanimais e por dio aos homens , eu prefiro a lei e eu prefiroa luz eltrica e eu tenho razo em acreditar que toda luz

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    espinho no uma lmina, fQ U cavalo sabe a espessura de---sela couro e pode se adaptar coceira. No entanto quemconhece completamente os humores dos cavalos? s vezeseles suportam uma agulha enf iada no dorso, s vezes uma

    poeira que fica na sela pode faz-los empinar e girar sobreeles mesmos e derrubar o cavaleiro.Saiba ento que se eu falo com voc, a esta hora, assim,calmamente ta lvez ainda com respeito , no como voc :pela fora das coisas, segundo uma linguagem que te faz serreconhecido como aquele que tem medo, um pequeno

    medo agudo, insano, visvel demais, como aquele que umacriana tem de um possvel tapa de seu pai; eu tenho alinguagem daquele que no se deixa reconhecer, a linguagem desse territrio e dessa parte do tempo onde os homenspuxam a coleira e onde os porcos batem a cabea contra acerca; eu mantenho a minha lngua como um garanho mantido pela rdea para que ele no se jogue sobre a gua,porque se eu soltasse a rdea, se eu afrouxasse ligeiramentea pressodos meus dedos e a traodos meus braos, minhaspalavras desmontariam a mim mesmo e se jogariam emdireo ao horizonte com a violncia de um cavalo rabeque percebe o deserto e que nada mais pode frear. por isso que sem te conhecer desde a primeira palavraeu te tratei corretamente desde o primeiro passo que eu deina sua direo, um passo correto, humilde e respeitoso, semsaber se alguma coisa em voc merecia respeito, sem nadade voc que pudesse me fazer saber se a comparao de nossos dois estados autorizava que eu fosse humildee voc arrogante, eu deixei para voc a arrogncia por causada hora do crepsculo na qual ns nos aproximamos um dooutro, porque a hora do crepsculo na qual voc se aproximou de mim aquela onde a correo no mais obrigatriae passa a ser ento necessria, onde nada mais obrigatrio

    f o r ~ urna relao selvagem na escurido , e eu poder ia tercado sobre voc como um trapo sobre a chama de uma vela,eu poderia ter te puxado pela gola da camisa, de surpresa. Eesta correo, necessria mas gratuita, que eu te ofereci, liga

    natural e todoar no filtrado e a temperatura das estaes no rur de que tenho realmente um, esfregar minha lembrana

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    corrigjda faz o mundo ficar arriscado; pois no h paz nemdirc ito nos elementos naturais, nohcomrcio nocomrcioilcito, h apenas a ameaa e a fuga c o golpe sem objeto paravender e sem objeto para comprar c sem moeda vlida e semescala de preos, trevas, trevas dos homens que se abordamdurante a noi te; e se voc me abordou, porque na verdadevoc quer me bater; c se eu te p e r ~ l n t a s s e porque voc querme h.ucr, voc me responderia, eu sei, que por lima rnzosecreta sua, que no necessrio, sem dvida, que cuconbcn. I : n r ~ o eu no te pcrgunrurci nada. Por aC1SO a gemef:1L : 11111;1 telha que cai do teto e qu e vai quebrar a suacl e

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    Voc um bandido estranho demais, que no rouba nadaou demora demais a r ou bar, um l adr o excntrico que entra

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    tive mas eu terei pra v oc. E que venham me dizer: digamos riras que pov?am mundovem no.da.valiao Iespectivaque algum tenha um desejo que o confesse, e que voc no mforas, porque ento o mundo se dividiria muito simtenha nada para satisfaz-lo? eu direi: eu tenho o que plesmente entre os brutos e as senhoritas, rodo bruto sep reci so para sat isfaz-l o: se me d izem : i magi ne no entanto jogaria sobre cada senhorita e o mundo seria simples; mas 0 que voc no tem? - mesmo imaginando, eu tenho sempre. que mantm o bruto, e o manter ainda por eternidades aE que me d ig am : suponhamos que no fim das c ont as esse distncia da s e n h o r i t ~ o m i s t ~ ~ ~ ~ 0 U r l ~ ~ a i nf in it adesejo seja tal que absolutamente v oc no q ueir a nem ter estranheza das armas, como essas pequenas bombas que elasa id ia do que preciso para satisfaz-lo? Bom, mesmo no carregam em suas bolsas de mo, cujo lquido elas jogam nosquerendo apesar disso, eu tenho o que preciso, assim olhos dos brutos para faz-los chorar; e v-se bruscnmcutc osmesmo. . brutos chorando na frente das senhoritas, toda i ~ n i e

    Mas quanto m ai s um vendedor corr eto, mais o c om pr a- de st ru da , nem homem nem a nima l, p as sa re m a ser nada,d o r e r ~ ~ ; s t ~ d o vendedor procura satisfazerum desejo apenas lgrimas de vergonha na terra de um campo. porque ele ainda no conhece ao passo que o comprador isso que b ru to s e s en ho ri ta s se temem c d es co nf ia m t an tosubmete sempre seu desejo satisfao primeira de poder uns dos o ut ro s, porque s i mp om os os sofrimentos que nsrecusar o que lhe oferecido; assim seu desejo inconfessado mesmos podemos su porta r, e s tememos os sofrimentos exaltado p el a r ec us a, e el e esquece seu de se jo no pr az er O que ns mesmos no som os cap azes de i mp or .que ele tem em humilhara vendedor. Mas eu no sou da raa Ento no se r ec us e a me d iz er )objeto , cu te p e o, da suados comerciantes que invertem sua s placas para satisfaz er o fe br e, do seu olha r sobre mim, a razo, a diz-Ia a mim; e segosto dos clientes pe la cl er a e indignao, Eu no estou tr ata -se de no ferir absolutamente sua dignidade bom,aqui para dar prazer, mas para preencher o abismo do desejo, diga-a como a d iz em os a uma rvore , ou perante o muro derecordar o desejo obrigar o desejo a ter um nome arrast-lo uma priso, ou na solido de um campo de alg od o no qualat a t er ra, dar-lhe uma forma e um peso, com a crueldade se and a, nu, noite; a diz-Ia a mim sem nem me olhar. Poisobrigareia que existe em dar uma forma e um peso ao a verdadeira nica crueldade desta hora do crepsculo ondedesejo. E porque eu vejoo seu aparecer como saliva no canto ns dois nos mantemos no que um homem fira o outro , oudos seus lbios que seus lbios engolem eu esperarei que ele o mutile ou torture-o, ou lhe arranque os membros e acorra ao l on go do seu queixo ou que voc o c us pa antes de cabea, ou mesmo faa-o chorar; a verdadeira e te rr velte dar um l en o , porque se eu te der o l en o cedo demais, eu crueldade aquela do homem ou do animal que torna osei que voc o recusaria, e um sofrimento que eu definiti- homem Ol l o a ni ma l i na ca ba do , que o interrompe comovarnente no quero sofrer. reticncias no meio de lima frase, que se desvia dele depoisPois o que todo homem ou animal teme, a esta hora onde de t-lo olhado, que faz, do ani mal ou do homem um erro doo homem anda na mesma altura que o animal e onde todo . ol har, um err o do julgamento um erro, como uma carta queanimal anda na mesma altura que todo homem no o se comeou e que se amassa bruscamente logo depois de tersof ri ment o, p oi s o sofrimento se mede e a capacidade de escrito a data.i mpor e de t ol er ar o sofrimento se mede; o que ele temeacima de tudo a estranheza do sofrimento, e de ser levado O CLIENTEa suportar um sofrimento que no lhe seja familiar. Assimadistncia que se manter sempre entre os b ru to s e as senho-

    noite no pomar para balanar as rvores, e que vai embora Se assim, se voc se esfora, com o empenho suspeito

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    sem levar as frutas. Voc que o habituado a esses lugares,e eu sou o estrangeiro; eu sou aquele qu e t em medo e que

    tem razo em ter medo; eu sou aquele que no te conheceque no pode te conhecer que apenas imagina a sua silhue-ta na escurido. Era voc quem t inha de adivinhar, de nomear alguma coisa, e ento talvez, com um movimento decabea, eu teria aprovado, com um sinal , voc teria sabido;mas eu no quero qu e o me u desejo seja espalhado por nadacomo sangue sobre uma terra estrangeira. Voc no arriscanada; voc conhece de mim a inquietude e a hesitao e adesconfiana; voc sabe de onde eu venho e para onde euvou; voc conhece estas ruas, voc conhece esta hora, vocconhece os seus planos; eu eu no conheo nada, eu arriscotudo. Nasua frente eu estou Coma na frente desses homenstravestidos em mulheres que se fantasiam de homens nofim, no se sabe mais onde est o sexo.

    Porque sua mio se ps sobre .mim como aquela dobandido sobre sua vt ima ou como aquela da lei sobre Qbandido, e desde quando eu sofro, ignorante, ignorante daminha fatalidade, ignorante se eu sou julgado ou cmplicepor no saber do qu e eu sofro, eu sofro por no saber qualferida voc1me faze por onde corre meu sangue. Talvez naverdade voc no seja nada estranho mas astucioso; talvezvoc seja apenas um servidor disfarado lei como a leimantida secreta imagem do bandido para perseguir bandido; talvez voc seja, finalmente mais leal do qu e euE ento por nada por acidente sem q ue eu tenha dito nada nem desejado nada, porque eu no sabia quem voc ,porque eu sou o estrangeiro que no conhece a lngua, nemos costumes nem o que aqui mau ou conveniente o certoou o errado , e que age como deslumbrado perdido comose eu tivesse te pedido alguma coisa, como se eu tivesse tepedido a pior coisa possvel e fosse culpado por te r pedidoUm desejo como sangue aos seus ps correu fora de mimum desejo qu e eu no conheo e no reconheo qu e voc o nico a conhecer e que voc julga.

    do traidor, em me acuar a agir com ou contra voc para queem todos os casos, eu seja culpado se isso, ento reconheaao menos que cu r lm nt ainda no agi nem por nemcontra voc, que no h nada ainda a me criticar, que eu meconservei honesto at este instante Testemunhe a meufavor que eu no t ive prazer na escurido onde voc meparou, que eu apenas parei aqui porque voc colocou amo em cima de mim; te ste munhe que e u chamei a luz,que cu no me introduzi na escurido como um ladro, porminha prpria vontade e com intenes ilcitas, mas que eufui surpreendido aqui e que e u gritei, como uma criana nasua cama cuja lmpada qu e fica acesa a noite inteira se apagade repenteODEALER

    Se voc acredi ta que eu esteja animado por intenesde violncia em relao a voc - e talvez voc tenha razo no d cedo demais nem um gnero ne m um nome a estaviolncia. Voc nasceu com o pensamento de qu e o sexo deum homem se esconde em um lugar preciso e que ele fica l,e voc guarda cautelosamente este pensamento; entretantoeu sei, eu - apesar de nascido da mesma maneira que voc que o sexo de um homem com o t empo que el e passaesperando e esquecendo ficando sentado na solido, semovimenta calmamente de um lugar a outro nunca escon-dido em um lugar prec iso, mas visvel l onde no o procuram; e que nenhum sexo, passado o tempo onde o homemaprendeu a se sentar e a descansar tranqilamente na suasolido, se parece com nenhum outro sexo, no mais do qu eum sexo macho s parece com u m sexo fmeo; que no setrata de disfarce de uma coisa como esta mas uma docehesitao das coisas, como as estaes intermedirias queno so nem vero disfarado de inverno nem inverno devero.

    Entretanto uma suposio no merece que se perturbempor ela; preciso manter sua imaginao como sua pequena

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    Acontece que, da mesma forma que eu seis m explicarmascam uma certeza absoluta que a terra sobre a qual nsestamos colocados voc e eu e os outros est ela mesmacolocada e equilbrio sobre o chifre de um touro e mantidanesta posio pela mo da providncia, da mesma forma eume esforo, sem realmente saber por qu e mas sem hesitao,em ficar no limite do que conveniente, evitando o inconveniente como uma criana deve evitar se pendurar na beirado telhado antes mesmo de compreender a lei da queda doscorpos. E da mesma forma que a criana acredita que aprobem de se pendurar na beira do telhado para impedi-Iade voar, eu acreditei muito tempo que proibiam o meninode ceder suas calas para impedi-lo de descobrir o entusiasmo ou a melancolia de seus sentimentos. Mas hoje que eucompreendo mais ascoisas, que eu reconheo mais ascoisasque eu no compreendo, que eu fiquei neste lugar e nestahora tanto tempo, que eu vi passar tantos passanrcs, que euos olhei e que s vezes eu pus a mo nos braos deles, tantasvezes, sem compreender nada e sem querer compreendernada mas sem renunciar para tanto a olh -los e fazer opossvel para pr minha mo nos braos deles - porque mais fcil agarrar um homem que passa do que lima galinha no galinheiro eu sei bem que no h nada de inconveniente nem no entusiasmo nem na melancolia que sejapreciso esconder, e que preciso seguir a regra sem saberpor qu .

    Alm do mais, seja dito sem te ofender, eu esperava, aocobrir osseus ombroscom o meu casaco, tornar sua aparnciamais familiar aos meus olhos. Estranheza demais pode fazer. com que eu fique tmido, e, vendo voc vir em minha direo agora h pouco, eu me perguntei porque o homemno doente se vestia como lima galinha acometida poruma doena que faz cair as penas e que perde suas penas econtinua andando no galinheiro com as penas fixadas sobreela apesar de sua doena; e sem dvida, por timidez, eu teriame contentado em coar a cabea e f z ~ l l desvie para.tc.,evitar, se eu no tivesse visto, no seu olhar fixo em mim, o

    noiva: se bom v-la vagabundear, estpido deix-laperder osensodas convenincias. Eu no sou astucioso, mascurioso; eu t inha posto minha mo no seu brao por puracuriosidade, para saber se, a uma carne q ue tem aparnciadaquela de uma galinha depenada, corresponde o calor dagalinha viva ou o frio da galinha morta, e agora, eu sei. Vocsofre, seja dito sem te ofender, do frio como a galinha vivadepenada pela metade como a galinha acometida, no sensoestrito do termo, de uma doena que faz cair as penas; c,quando eu era pequeno eu corria atrs delas no galinheiropara tocar nelas e descobrir, por curiosidade pura, se suatemperatura era aquela da morte ou da vida. Hoje que eu tetoquei, eu senti em voc o frio da morte, mas eu sentitambm o sofrimento do frio como s6 um ser vivo podef t ve ,o b .so rer. por ISSO que eu te estendlmeu casaco para co riros seus ombros, j qu e eu no sofro, eu, do frio. E eu nuncasofri disso, ao ponto em que eu sofri por no conhecer essesofrimento, ao ponto em que o nico sonho que eu tinha,quando eu era pequeno - desses sonhos que no so objetivos mas prises suplementares, que so o momentoonde a criana percebe as barreiras de sua primeira priso,como aqueles que nascidos de escravos, sonham que sofilhos dos patres meu pr6prio sonho era conhecer aneve e o gelo, conhecer o frio que o seu sofrimento.

    Se eu te emprestei meu casaco apenas, no qu e eu nosaiba que voc sofre do frio no apenas rioalto do seu corpo,mas, seja dito se m te ofender, do alto at embaixo e talvezmesmo um pouco alm; e, no quo me diz respeito, eu tereisempre pensado qu e seria preciso ceder ao friorento a peade roupa correspondenteao lugar onde ele sente frio, com orisco de se encontrar nu, de alto a baixo e talvez mesmo umpouco alm; mas minha mie qu e no era de jei to nenhmavarenta mas dotada de senso das convenincias, me disseque se era vlido dar sua camisa ou seu casaco ou qualquercoisa que cubra o alto do corpo, preciso sempre hesitarlongamente I dar sapatos, e que em nenhum caso convenientee er calas.98

    vislumbre daquele que vai no senso estrito do termo pedir eu sou paciente porque no se of en de um homem qu e se

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    alguma coi sa e esse vislumbre me distraiu da sua rouparidcula.o CLIENTE

    O qu e voc espera tirar de mim? Todo gesto que eu tomopor UIl golpe acaba como uma carcia; inquietante se racariciado quando se deveria apanhar. Eu exijo qu e ao

    voc desconfie se voc quer que e u me demore. que voc pretende por acaso me vender alguma coisa porqu e no duvidar primeiro de que eu tenha co m o qu e pagar?meus bolsos talvez estejam vazios; teria s ido honesto qu evoc me pedisse primeiramente para expor meu dinheirono balco como se faz com os clientes duvidosos . Voc nome perguntou nada do tipo: qu e prazer voc tira do risco elese r enganado? Eu no vim a este lugar para encontrar douru: a doura corra em pedaos ela ataca por partes retalhaas foras com o um cadver numa sala de me d icin a. Eupre ciso da minha integridade: a hostilidade ao menos memanter inteiro. Fique com raiva: seno onde cu vali bu scarminha fora? Fique co m raiva: ns ficaremos mais prximos dos nossos negcios e ns teremos certeza de qu eesta mos t ratando ambos do me smo negcio. Pois se eucompreendo de onde eu tiro o meu prazer eu no com-preendo d e o nd e voc rira o seuo DE \LER

    Se eu tivesse por um instante duvidado d e q ue voc notives se o necessrio para pagar o qu e voc ve io procurar euter ia me desviado quando voc se aproximou de mim. Oscomrcios comuns exigem de seus clientes provas de queestes possam pagar mas as lojas de luxo adivinham e noperguntam nada ne m se rebaixam nunca para verificar omontante do cheque e a conformidade da assinatura. Soobjetos para vendere objetos para comprar cais qu e a questono se coloca de saber se o comprador ser capaz de quitar oprco nem quanto tempo el e gastar para se decidir. Assim

    distancia quando se sabe que ele vai retroceder. No se podevoltar atrs de um insulto enquanto se pode voltar atrs deum a gentileza e melhor abusar desta do qu e usar urna svez o outro. por isso qu e eu no ficarei com raiva aindaporque eu tenho o tempo de no ficar co m raiva e eu tenhoo tempo de ficar co m raiva e eu ficarei co m raiva talvezquando todo esse tempo tiver corrido.

    o CLIENTEE se - por hiptese - eu admitisse qu e s tinha usado

    a arrogncia - se m gosto - porque voc tinha me ped idopara us-Ia quando voc se aproximou de m im co m a lg umobjetivo que eu no adivinho ainda - pois cu no tenhomuito talento para adivinhar - e que me retm enquantoisso aqui? se por hiptese eu te dissesse qu e o qu e me ret maqui fosse a incerteza q ue e u ten ho dos seus objetivos e ointeresse que c u tenho nisso? Na estranheza da hora eestranheza do lugarc estranheza do seu avano em direoa mim eu teria avanado em direo a voc movido por essemovimento conservado na sua totalidade de maneira indel-vel at que um movimento contrrio lhe foi transmitido. Sefosse por inrcia qu e eu tivesse me aproximado de voc ?levado at embaixo no por vontade prpria ma s por essa

    . atrao qu e exper imentam os prncipes qu e vo se m isturar plebe nos albergues ou a criana qu e desce escondida ato poro. a atrao do objeto min sculo e solit.irio pela massaescura impassvel qu e est na sombra; eu teria vindo a tvoc medindo tranqilamente a moleza do ritmo do me usangue nas minhas veias com a questo de saber se essamoleza seria excitada ou esgotada completamente; lenta-mente talvez ma s cheio de esperana sem desejo formul-vel pronto a me satisfazer co m o .que me oferecessemporque qualquer coisa q ue m e oferecessem teria sido comoo sulco de um campo estril duran te tempo demais porabandono ele no diferencia os gros quando eles caemsobre o campo; pronto a me satisfazer co m tudo na estra

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    ouv rr, c, para tentar adivinhar , ele precisa tocar lhe um qu e fazemos melhores negcios sob o abrigo da familiarida

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    pouco pa ra rec onhece ro odor. O se u odor no me foi nem U1Hpou co familiar, ns na verdade no samos da mesma me .

    a fim de poder te abordar cu supus qu e voc bem qu esaiu de uma m e voc tambm como eu supondo qu e suame te fez irmos como ri mim, em um nmero incalculvelcomo uma crise de soluo depois de uma grande refeio, eque o qu e nos aproxima em todo caso, a ausncia derarid ade qu e nos caracteriza a ambos. E cu me agarrei a issodo pouco qu e ns ternos em comum pois podemos viajarmuito tempo no deserto com a condio de qu e tenhamosum ponto de referncia em algum lugar. se eu mee nganei, se voc no sa iu de uma me e ningum te fezirm os, c se voc no tem uma noivinha qu e acorda com vocpela manh nos seus lenis, paizinho , cu te peo perdo.

    Dois homens qu e se cruzam no tm outra es colha senobate r um no outro, com a violncia do inimigo ou a doura dafrate rnidade. E se eles es colhem no final, no deserto destahora, evocar aquele qu e no est aqui passado ou sonho oufalru, qu e no enfrentam d iretamente a estr anheza cxugc rudu. Diante do mistr io conveniente se abrirc se revel arinte iramente a fim de forar o mistrio a se revelar por suavez . As lembranas so as arma s se cretas que o homem

    com ele quando est de spido, a ltima franqueza queobriga a franqueza em retorno; a ltima nudez. Eu no tirodaquilo que cu sou nem glria ne m confuso mas porquevoc me desconhecido e mai s desconhecido ainda a cadainst ante bom como meu casaco q ue eu t irei c estendi paravoc , corno minhas mos que eu te mostrei desarmadas seeu sou cachorro e voc humano ou se cu sou humano e vocoutra coi sa alm disso, de alguma raa que eu seja e dealguma raa qu e voc seja, a minha , ao menos eu ofereo

    ~ l O S seus olhares eu deixo voc tocar nela, me apalpar e sehabituar n mim como um homem se deixa revistar parano esconder suas armas. por isso que eu te proponho prudentemente grave-mente tranqilamente olhar para mim com amizade por-

    de. Eu no procuro te enganar e no peo nada qu e voc noqueira dar. A nica camaradagem qu e vale a pena qu e nstenhamos implica ag ir de uma cer ta maneira mas noagir; eu te proponho a imobilidade a infinita pacincia e ainjustia cega do amigo. que h justia entre quemno se conhece e no h amizadeentre qeil1 scconn ecc~ ~ ~ tl mesempre me disse que era estpido recusar um guarda chu-va quando se sabe qu e vai chover. LI NT

    Eu preferia voc astucioso a amigvel. A amizade maispo dura do qu e a traio. Se fosse um sentimento do qualcu precisasse, cu teria dito a voc cu teria te perguntado opreo , e eu o teri a quitado . Mas os sentimentos se trocamapenas contra se us semelhantes; um falso comrc io comuma falsa moeda um comrc io ele pobre qu e imi ta o comr-cio. Por acaso trocamos um SJCO de arroz contra um saco dearroz? Voc no tem nada a oferecer, por isso qu e voc jogase us se ntime ntos no balco, como os maus comrcios fazemo abatimento sobre a mercadoria contrabandcad.r. e depoi sno mais possvel reclamar do produto . E u no tenhosent imento para te dar em retorno; de sta 111 ecLi cu estoude sprovido eu no pensei em traz-Ia comigo voc pode merevistar. E nto, guarde a sua mo no seu bolso, guarde a suame na sua famlia , guarde as suas lembranas para a suasolido , a coisa mais insignificante.

    Eu no vou querer nunca essa familiaridade qu e voc. tenta , escondido instaurar entre ns. Eu no quis a su a mono me u brao, cu no quis o seu casaco, eu no quero riscode ser confundido com voc. Pois saiba que se voc foisurpreendido h pouco pela minha roupa e voe no achouqu e era bom esconder a sua surpresa a minha surpresa foi aomenos to grande quando eu te olhei se aproximando de .mim. Mas, em terreno estranho o estrangeiro toma o hbitode mascara r o seu espanto porque para ele toda esquisitice

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    torna se costume local e ele precisa se habituar como ao ODE LER

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    clima ou ao prato regional. Mas se eu te levasse entre osmeus e que voc fosse voc o estrangeiro forado a escon-der o seu espanto e ns os nativos livres para expor o nossoespanto ns ficaramos em volta voc te apontando como dedo ns te temaramos com certeza por um carrossel deparque de diverses c me perguntariam onde se compramos bilhetes.

    Voc ni o est aqui para o comrcio. Voc est aqui maispara a mendicncia e para o roubo que a sucede como aguerra s discusses. Voc no est aqui para satisfazerdesejos. Porque desejos eu tinha eles caram em volta dens ns os pisoteamos; grandes pequenos complicadosfceis teria sido suficiente que voc se abaixasse para peg-los aos punhados; mas voc os deixou rolar para a sarjetaporque mesmo os pequenos mesmo os fceis voc no temcom o que satisfaz los. Voc pobre e voc est aqui nopor gosto mas por pobreza necessidade e ignorncia. Eu nofinjo que estou comprando imagens piedosas nem pagandoos acordes miserveis de uma guitarra num canto de rua. Eufaocaridade se eu quero fazer ou eu pago o preo das coisas.Mas que os mendigos mendiguem que eles ousem estendera mo e que os ladres roubem.

    Eu no quero nem te insultar nem te agradar; eu noquero ser nem bom nem mau nem bater nem apanharnem seduzir nem que voc se esforce para me seduzir. Euquero ser zero. Eu temo a cordialidade eu no tenho voca-o para parentesco e mais do que aquela dos golpes eu

    temo a violncia da camaradagem. Sejamos dois zeros bemredondos impenetrveis um ae outro provisoriamente jus-tapostos e que rolam cada um na sua direo. Aqui que nsestamos ss na infinita solido desta hora e deste lugar queno so nem uma hora nem um lugar definveis porque notem razo para que eu te encontre aqui nem razo para quevoc cruze por mim aqui nem razo para a cordialidadenem valor razovel para nos preceder e que nos d um sen-tido sejamos simples solitrios e orgulhosos zeros.102

    Mas agora tarde demais: a conta est cortada e serpreciso que ela seja liquidada. justo roubar de quem noquer ceder guarda com cime nos seus cofres para seuprazer solitrio mas grosseiro roubar quando tudo est paravender e tudo para comprar. E se provisoriamente conve-niente dever a algum o que apenas um justo prazocombinado obsceno dar e obsceno aceitar que te demgratuitamente. Ns nos encontramos aqui para o comrcio eno para a batalha ento no ser justoque haja um perdedore um ganhador. Voc no vai partir como um ladro com osbolsos cheios voc esquece o cachorro que guarda a rua eque vai te morder o cu.

    J que voc veio aqui no meio da hostilidade dos homense dos animais em clera para no procurar nada alcanvelj que voc quer ser machucado por no sei que razoobscura voc vai precisar antes dc virar as costas pagar eesvaziar seus bolsos para que no se fique devendo nada enada seja dado. Desconfie do comerciante: o comercianteque roubado mais ciumento do que o propr tr o que assaltado; desconfie do comerciante : seu discurso tem aaparncia do respeito c da doura a aparncia da humildadea aparncia do amor a aparncia apenas.O CLIENTEo que ento que voc perdeu e que eu no ganhei?porque eu posso fuar a minha memria eu no ganheinada eu no. Eu aceito pagar o preo das coisas; mas eu nopago o vento a escurido o nada que est entre ns. Se vocperdeu alguma coisa se a sua fortuna est mais leve depoisde ter me encontrado do que ela era antes onde ento pas-sou o que falta a ns dois? Mostre para mim. No eu nodesfrutei de nada no eu no pagarei nada.ODE LER

    Se voc quer saber o que esteve desde o incio inscrito nasua fatura e que voc vai ter de pagar antes de me virar as

    costas, eu te direi qu e a espera. e a pacincia, e a mercado distrado. Venha comigo; procuremos gente, pois a solido

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    ria que o vendedor cria para o cliente, e a esperana devender, a esperana principalmente, que faz com qu c todohomem qu e se aproxima de rodo homem com um pedido olhar seja de cara um dcvc.lur. Ik toda promessa devenda se deduz a promessa de comprar, e h.i a multa a pagarpara quem rompe ri promessa. ) CLIENTE

    N s no estamos, voc e cu, perdidos sozinhos no meiodos campos. Se eu ch .nnnssc deste lado, em direo a essaparede, no alto, em direo ao cu, voc veria luzes IHi-lhurcm, p:ISSOS se aproximando, socorro. Se duro odiarsozinho, para muitos isso se torna um prazer. Voc ataca oshomens mais do qu e as mulheres, porque voc teme o gritodas mulhe res, e voc supe que rodo homem achar indigno

    ~ r i t : l voc conta com a ,dignidade, a vaidade, a mudez doshomens. Eu te dou essa dignidade,ele presente. Se mal qu evoc me deseja, eu chamarei, cu gritarei , eu pedirei soco rro,CII vou te fazer ouvir rodas as maneiras qu e existem de pc d rs o c o r r o , pois eu conheo todas, ) I I ::\LER

    Se n o a desonra da fuga que te impede, por qu e vocno foge ? fuga um meio sutil de combate; voc sutil;\ iICl deveria fugir. Voc corno essas senhoras gordas nosS;lI ICS de ch qu e se metem entre as mesas entornando asc,fcreiras: voc caminha o seu cu atrs de voc como umpecado pelo qual voc tem remorso, e voc se vira em todosos sentidos para fazer crer qu e o seu cu no existe. f\, las nov.ii adi .mrur nada, vo te morder o cu assim mesmo. ) CI II:NTE

    I :u n o sou da raa daqueles qu e atacam primeiro. Eupeo tempo. Talvez fosse prefervel. finalmente, catarmosuns pio lhos em vez de ficarmos nos mordendo. Eu peotempo. Eu no quero ser ac iden tado como um cachorro

    nos cansa.o DEt\LI:n

    I l este casaco qu e voc n.io pegou quando cu o estendipara voc, e agora, vai ser preciso qu e voc se .ihaixc parapeg-lo. ) CLIENTE

    Se 110 e n t a n t o eu cuspi em algu/ll: cois ;I. eu () fiz sobregeneralidades, e sobre urna roupa que apenas urna roupa;c se csr.i nu sua direo , no contra voc, e voc no t inhunenhum movimento a fazer para se esquivar do escuro; ese voc faz um movimento para receb-lo na cara, por gosto,por perversidade ou por clculo, no impede q le seja .ipcnas por este pedao de pano qu e cu mostrei algum desprezo, c um peda\:o de pano no pede conta . N :-IO, cu nocurvarei as costas na sua frente, isso impossfvcl, cu notenho a flcxihi lidadc de um contorc ionista de feira. Temmovirncnros qu e o homem no pode fazer, corno o de l.uu bc r o SCII IH lIHio CII. no p ~ l g a r e i ; l C l [ ; I ~ ; i o qu e eun o tive .o DEALER

    No conveniente P:lf:\ homem deixar insultaremsua roupa. Pnrquc se a verdade r injusri dcste 111\11\ 10 aquela do acaso do nascimento de UIIl homem, do ~ l I S O dolugur e du hora, a nica just iu, a sua vestimenta, A roupade um homem , melhor do q ue e le mesmo, qu e e le te mde mais sagrado: ele mesmo qu e n o sofre; o ponto deequilbrio onde a justia compensa a injustia. e se devemaltratar esse ponto. por isso qu e preciso julg:lr umhomem pela SlI:I roupa, no pela sua CHa, nem pelos seu sbraos, nem pela sua pele. Se normal cuspir sobre onuscirucnto de um homem, perigoso cuspir sobre a suarebeli o.

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    eu no conheo.O CLIENTE

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    O DEALERNo h regra; s h meios; h apenas armas.

    ODEALERPor favor, na gritaria da noite, voc no disse nada que

    voc desejasse de mim, e que eu no tivesse ouvido?

    O CLIENTETente me alcanar, voc no conseguir; tente rnc fe

    rir: quando o sangue corresse, bom, seria dos dois lados e,inevitavelmente, o sangue nos unir, como dois ndios, nocanto do fogo, que trocam seu sangue no meio dos animaisselvagens. No h amor, no h amor. No, voc no poder alcanar-nada quej no tenha sido porqueum homem morre primeiro, depois procura sua morte e aencontra f inalmente, por acaso, sobre o tra jeto casual deuma luz a uma outra luz, e ele diz: ento, era s isso.

    O CLIENTEEu no disse nada; eu no disse nada . E voc , voc nome

    ofereceu nada, na noite, na escurido to profunda que clapede tempo demais para que a gente se acostume que euno tenha adivinhado?o DEALER

    Nada.Q CLIENT E

    Ento, qual arma?

    Bom, eu te ofereo a igualdade. Um casaco na poeira, eupago com um casaco na poeira. Sejamos iguais, na igualdade do orgulho, na igualdade da impotncia, igualmente desarmados, sofrendo igualmente do frio e do quente A suaserninudez, a sua metade de humilhao, eu as pago com ametade das minhas. Resta-nos outra metade bastante suficiente para ousar ainda se olhar e para esquecer o que perdemos todos os dois por inadvertncia, por risco, por espe-rana, por distrao, por acaso. A mim, vai me restar ainda ainquietude persistente do devedor que j reembolsou.

    O CLIENTEEu no tenho medo de brigar, mas eu temo as regras que

    O CLIENTEDesconfie do cliente: ele tem o ar de procurar uma coisa

    enquanto quer uma outra, da qual o vendedor no desconfia, e que el e obter finalmente.

    o DEALERPor que o que voc pede abstratamente, inalcanavelmente a esta hora da noite, por que isso que voc teria

    pedido a um outro, por que no ter pedido a mim?

    O DEALERSe voc fugisse, eu te seguiria; se voc casse com os

    meus golpes, eu ficaria perto de v para o seu despertar; ese voc decidisse no acordar, eu ficaria ao seu lado, no seusono, no seu inconsciente, alm. No entanto eu no dcscjo brigar com voc.

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