Krishna Mur t 1034 i

59
Monografia Pública O PENSAMENTO METAFÍSICO-INICIÁTICO DE Krishnamurti Pelo Prof. Dr. R. D. Pizzinga, 7Ph.D. (*) Membro dos Iluminados de Kemet http://ordoilluminatorum.net/

Transcript of Krishna Mur t 1034 i

  • Monografia Pblica

    O PENSAMENTO METAFSICO-INICITICO DE

    KrishnamurtiPelo Prof. Dr. R. D. Pizzinga, 7Ph.D. (*)

    Membro dos Iluminados de Kemet http://ordoilluminatorum.net/

  • Krishnamurti, apresentado ao mundo pela SociedadeTeosfica como o Novo Messias, em um ato desuprema renncia abriu mo publicamente dessa

    condio e de tudo o que ela significava. O cerne dosseus ensinamentos parte da premissa de que anecessria e urgente mudana fundamental da

    sociedade s pode acontecer atravs datransformao da conscincia individual, sem

    delimitaes impostas por organizaes humanas.

    Jiddu Krishnamurti

    Citao Fundamental

  • Eu chorei, mas no desejo que os demais chorem; mas se o fizerem, agora sei oque isso significa. (...) preciso que se libertem, no por minha causa, mas

    apesar de mim. Toda esta vida e, especialmente nos ltimos meses, tenho lutadopara ser livre livre de meus amigos, dos meus livros, de minhas associaes.

    Vocs devem lutar pela mesma liberdade. Deve haver uma constante inquietaointerior. Segurem um espelho constantemente sua frente. Se houver algo

    indigno do ideal que criaram para si mesmos, mudem-no. No faam de mimuma autoridade. Se eu me tornar uma necessidade para vocs, o que faro

    quando eu partir? Alguns de vocs acreditam que eu possa lhes dar uma bebidaque os tornar livres, que posso lhes dar uma frmula que os libertar mas no

    assim. Eu posso ser a porta, mas vocs devem passar por ela e encontrar alibertao que est alm dela... A verdade chega como um ladro quando

    menos se espera por ela. Gostaria de poder inventar uma nova lngua; como noposso, gostaria de destruir a velha fraseologia e antigos conceitos. Ningum

    pode lhes dar a libertao. Tero de encontr-la dentro de si, mas porque eu aencontrei, eu lhes mostrarei o caminho... Aquele que atingiu a libertao tornou-

    se um instrutor. Cada um de vocs tm o poder de entrar na chama, de setornarem a prpria chama... Porque eu estou aqui, se me tiverem em seus

    coraes, eu lhes darei a fora para alcan-la. A libertao no se destina aospoucos, aos escolhidos, aos eleitos.

    Jiddu Krishnamurti

    Objetivo do Trabalho

    UITO JOVEM, antes mesmo de entrar para aAMORC, li alguns livros de Krishnamurti (11 demaio de 1895, Madanapalle, ndia 17 de fevereiro

    de 1986, Ojai, California), e, sinceramente, na poca, pensei t-losM

  • entendido. Hoje retomo, via Web, esse contato inicitico com aspalavras de um mstico que entendeu muito bem a necessidade dehaver dialtica sobreposta Tradio na constituio de Ordens eFraternidades destinadas a encaminhar o ser humano no rumo daLuz Maior. Fiz isto prazeroso e no como uma obrigao, pois oestudante sincero do oculto necessita sempre se reciclar,amadurecendo conceitos e digerindo enunciaes metafsicas. Hdiversos websites e diversas pginas que seriamente divulgam opensamento e as obras de Krishnamurti. Este o lado bom daInternet, no nque toca aos estudantes e praticante de todas asvertentes do esoterismo no comercial. Foi a que comecei minharevisitao do pensamento de Krishnamurti, e, ento, resolvi listar(do que eu li) alguns de seus mais significativos ensinamentos(segundo meu filtro Rosacruz do que significativo para aevoluo por harmonizao com o pensamento de outrem quecaminhe na Senda) para finalmente poder oferecer esta MonografiaPblica da IOK-BR para reflexo de todos os interessados no tema.Este estudo, obviamente, est incompleto, e, portanto, norepresenta exatamente a linha filosfica do pensamento do Autor,principalmente porque os fragmentos listados no se encontram emordem cronolgica de publicao. Em raros casos fiz algumaspequenas edies (exigncia deste tipo de estudo) semcomprometer ou adulterar o que Krishnamurti exps. Um resumoda sua biografia, tambm aqui apresentada, foi editada eligeiramente ampliada de um website (fonte devidamentemencionada).

    Enfim, como sei que muitas pessoas no conhecem o pensamentofilosfico de Krishnamurti, penso que esta modesta contribuio

  • ser bastante til. Provavelmente, os fanticos coloridos de sempree os ortodoxos cinzentos de no sei quando no gostaro do queiro ler, se lerem. Mas aqueles com mente aberta para o ilimitado,que ainda no conhecem o pensamento de Krishnamurti, tenhocerteza de que aprofundaro seus estudos na obra deste eminentepensador do sculo passado. Finalmente, penso que se no sequiser dizer nada sobre Jiddu, que no se diga; mas no se podedeixar de admitir, no mnimo, que ele foi um homem corajoso. Asua biografia demonstra isso.

  • Pequena Biografia de Krishnamurti(Editada da fonte: http://www.krishnamurti.org.br/ )

    IDDU KRISHNAMURTI nasceu na ndia em 1895. Reza atradio brmane, qual sua famlia era vinculada, que ooitavo filho deve receber no batismo o nome Krishna, em

    homenagem ao Deus Sri Krishna, de quem sua me, Sanjeevamma,era devota; foi o que aconteceu com Krishnamurti, a quem foi dadoo nome de Krishna, juntamente com o nome de famlia, Jiddu.

    JA partir dos treze anos de idade, Jiddu passou a ser educado pelaSociedade Teosfica, que o considerava o veculo para o Instrutordo Mundo, cujo advento proclamavam. Krishnamurti logo emergiucomo um poderoso, descompromissado e inclassificvel instrutor,cujas palestras e escritos no estavam vinculadas a nenhumareligio especfica, no sendo do Oriente nem do Ocidente, maspara o mundo todo. Todavia, repudiando com firmeza a imagemmessinica que tentaram lhe impor, em 1929 dissolveudramaticamente a grande e rica organizao que havia sido criada sua volta, e declarou ser a verdade uma terra sem caminhos, qual nenhuma religio formalizada, filosofia ou seita daria acesso.Em certa ocasio afirmou: O homem no pode atingir a verdadepor intermdio de nenhuma organizao, de nenhum credo. Temde encontr-la atravs do espelho do relacionamento, atravs dacompreenso dos contedos da sua prpria mente e atravs daobservao. E assim, rejeitou o insistentemente o estatuto de guiaespiritual que alguns tentaram lhe atribuir. Entretanto, continuou a

  • atrair grandes audincias por todo o mundo, mas recusandoqualquer autoridade, no aceitando discpulos e falando semprecomo se fosse de pessoa a pessoa.

    A linha mesta dos ensinamentos de Krishnamurti consiste naafirmao de que a necessria e urgente mudana fundamental dasociedade s pode acontecer atravs da transformao daconscincia individual, sem delimitaes que sejam impostas pororganizaes humanas. A necessidade do autoconhecimento e dacompreenso das influncias restritivas e separativas das religiesorganizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentosforam por ele constantemente realadas em suas conferncias e noslivros que publicou. Um de seus iluminados momentos estcontido neste excerto: Para que o homem possa se transformarradicalmente, fundamentalmente, torna-se necessria uma mutaonas prprias clulas cerebrais de sua mente. Dizem-nos quedevemos mudar, que devemos agir, que devemos transformarnossa mente, nosso corao, tornar-nos uma coisa totalmentediferente. Isso vem sendo pregado h milhares de anos por homensmuito srios, muito ardorosos, e tambm por charlatesinteressados em explorar o povo. Mas, agora, chegamos ao pontoem que no h mais tempo a perder. Compreendei isto por favor.No dispomos de tempo para efetuar gradualmente taltransformao. Os intelectuais de todo o mundo estoreconhecendo que o homem se acha beira de um abismo, naiminncia de se destruir a si prprio. Nem religies, nem deuses,nem salvadores, nem mestres, nem as lengalengas dos gurus,podero impedi-los. Dizem os intelectuais ser necessrio inventaruma nova droga, uma 'plula dourada' capaz de produzir uma

  • completa transformao qumica; e os cientistas provavelmentedescobriro esta droga. No sei se estais bem a par dessas coisas.Ora, conquanto o organismo fsico seja um produto bioqumico,pode uma droga, uma superdroga, fazer-vos amar, tornar-vosbondosos, generosos, delicados, no-violentos? No o creio;nenhum preparado qumico pode fazer os homens se amarem unsaos outros. O amor no um produto do pensamento; tambm no cultivvel, como a flor que plantamos em nosso jardim. O amorno pode ser comprado em uma drogaria, e o amor a nica coisaque poder salvar o homem e no os artifcios das religies, nemseus ritos, nem todos os exrcitos do mundo. Podemos fugir,assistindo a concertos, visitando museus, entregando-nos adivertimentos de toda ordem debalde! porque o homem se achahoje em dia em presena de um tremendo problema: tem apossibilidade de se transformar radicalmente, de efetuar uma totalmutao de sua conscincia, no amanh, nem daqui a alguns anos,mas agora! Eis o problema principal: o homem, em qualquer pasque viva, com todas as suas belezas naturais, capaz de operaruma mudana radical em seu interior. Imediatamente. E no podeisresolv-lo com vossas crenas, vossas ideologias, vossos deuses,salvadores, sacerdotes e rituais. Essas coisas j no tm o menorsignificado. De qualquer forma, mesmo tendo rompido com aSociedade Teosfica, parece que Jiddu jamais negou o intensopreparo inicitico recebido dos Mestres Morya e Kut-Hu-Mi, e hquem admita que ele foi veculo de Maitreya.

    Logo que desfez a organizao que havia sido criada para t-locomo Instrutor do Mundo, um reprter, considerando um atoespetacular dissolver uma organizao com milhares de membros,

  • perguntou-lhe quem se interessaria em escut-lo, se no queriaseguidores? Krishnamurti respondeu: Se houver apenas cincopessoas que queiram escutar, que queiram viver, que tenham a facevoltada para a eternidade, ser o suficiente. De que servemmilhares que no compreendem, completamente imbudos depreconceitos, que no desejam o novo? Gostaria de que todos osque queiram compreender sejam livres, no para me seguir, nopara fazer de mim uma gaiola, que acabe se tornando uma religio,uma seita. Devero estar livres de todos os temores (...), do medoda espiritualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medoda prpria vida.

    No decorrer de sua longa vida, Krishnamurti, decidida einsistentemente, rejeitou a posio de guru que tentaram lhe impor.Continuou a atrair grande audincia atravs do mundo, mas noreivindicava autoridade, no queria discpulos e falava semprecomo um indivduo fala a outro. No cerne do seu ensinamentoestava a conscientizao de que possvel produzir mudanasfundamentais na sociedade apenas pela transformao daconscincia individual. Enfatizava constantemente a necessidadede autoconhecimento e da compreenso da influncia restritiva eseparativa dos condicionamentos religiosos e nacionalistas.Apontava sempre para a necessidade urgente de abertura, do vastoespao no crebro no qual h inimaginvel energia, comocostumava dizer. Isto parece ter sido a fonte de sua prpriacriatividade e a chave para seu impacto cataltico sobre uma amplagama de pessoas.

    Krishnamurti continuou peregrinando e falando mundo afora at

  • sua morte, em 1986, aos noventa anos de idade. Suas palestras edilogos, dirios e cartas, tm sido preservados em livros egravaes. Falou em vrias universidades a professores e a gruposde estudantes, nos EUA, na Europa e na ndia. Foi freqentementeprocurado por pensadores e cientistas, com os quais estabeleceudebates.

    Desde muito jovem, a educao constituiu sua principalpreocupao, tendo fundado vrias escolas. Foi, indiscutivelmente,uma espcie de World Teacher. Hoje, estes centros educacionaisso renomados e recebem jovens de todas as partes do mundo. Asmais famosas so as de Brockwood Park, na Inglaterra, para jovensa partir de quatorze anos, a de Rishi Valley, na ndia, que recebecrianas a partir de sete anos, e a de Oak Grove, nos EUA, comalunos a partir de trs anos e meio de idade.

    Krishnamurti cumpriu o que se props a cumprir. Quantos tmessa disposio e essa energia?

    Livros publicados

    Dentre os mais de 60 livros que publicou, alguns ttulos so: ABusca (Poemas), Cartas s Escolas, Comentrios Sobre Viver, ODespertar da Sensibilidade, Dilogos Sobre a Vida, DilogosSobre a Viso Intuitiva, Dirio de Krishnamurti, Vida e Morte deKrishnamurti, A Educao e o Significado da Vida, A Eliminaodo Tempo Psicolgico, Ensinar e Aprender, A Essncia daMaturidade, Fora da Violncia, O Futuro da Humanidade, O

  • Futuro Agora, Libertao dos Condicionamentos, Liberte-se doPassado, O Mistrio da Compreenso, O Mundo Somos Ns, NovoAcesso Vida, Novo Ente Humano, Novos Roteiros em Educao,Onde Est a Bem-Aventurana, O Passo Decisivo, Palestras comEstudantes Americanos, A Primeira e ltima Liberdade, AQuesto do Impossvel, A Rede do Pensamento, Reflexes Sobre aVida, Sobre o Amor e a Solido, Sobre o Aprendizado e oConhecimento, Sobre o Conflito, Sobre Deus, Sobre Liberdade,Sobre o Medo, Sobre a Mente e o Pensamento, Sobre a Natureza eo Meio Ambiente, Sobre Relacionamentos, Sobre a Verdade,Sobre a Vida e a Morte, Sobre o Viver Correto, Uma NovaManeira de Agir, O Verdadeiro Objetivo da Vida, O Vo da guia

  • Ensinamentos Selecionados de Krishnamurti

    PRESENTO a seguir uma seleo dos principaisensinamentos de Krishnamurti, voltados para a evoluoda conscincia humana atravs da liberdade, do pleno

    exercicio do livre arbtrio e no exerccio da razo plena. AOs ensinamentos so importantes por si mesmos e intrpretesou comentadores apenas os distorcem, sendo aconselhvel irdiretamente fonte, os prprios ensinamentos, e no se valer denenhuma autoridade.

    O homem que vive alegre, verdadeiramente feliz, est livre detodo esforo. Viver sem esforo no significa se tornar estagnado,embotado, estpido; ao contrrio, s os homens sensatos,altamente inteligentes, esto verdadeiramente livres do esforo eda luta.

    O importante no o objeto da luta, porm, sim, compreender aprpria luta.

    Poderemos ir longe, se comearmos de muito perto. Em geralcomeamos pelo mais distante, o 'supremo princpio', 'o maiorideal', e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamentoimaginativo. Mas quando partimos de muito perto, do mais perto,que ns, ento o mundo inteiro est aberto pois ns somos omundo. Temos de comear pelo que real, pelo que est aacontecer agora, e o agora sem tempo. (Grifos meus).

  • Aprender no um mero processo de acumular conhecimentos,porm de descobrimento de extraordinrias riquezas existentesalm do alcance da mente.

    Se observardes vossa mente, com serenidade e sem dardesexplicaes, se deixardes simplesmente que vossa mente estejacnscia de sua prpria luta, vereis que muito depressa surgir umestado no qual nenhuma luta haver, um estado de extraordinriavigilncia. Nessa vigilncia, no h idia de 'superior' e 'inferior',no h homem importante nem homem insignificante, no h guru.Todos esses absurdos desapareceram, por que a mente estinteiramente desperta. E a mente de todo desperta est cheia dealegria.

    Descontentamento a luta pela consecuo de mais, e ocontentamento a cessao dessa luta; mas, no se chega aocontentamento, se no se compreende todo o 'processo' relativo aomais, e por que razo a mente o exige.

    Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos parainvestigar se essa coisa digna de lutarmos por ela. Nuncaperguntamos a ns mesmos se ela merece nossos esforos... Squando tivermos compreendido inteiramente o significado do mais que deixaremos de pensar em termos de fracasso e de xito.

    Aqueles que realmente desejam compreender, que estobuscando o eterno sem incio nem fim caminharo juntos commaior intensidade e sero uma ameaa para tudo que no

  • essencial, para as irrealidades, para as sombras.

    Meditao libertar a mente de toda desonestidade. Opensamento gera desonestidade. O pensamento, no seu esforopara ser honesto, comparativo e, portanto, desonesto. Meditao o movimento dessa honestidade no Silncio.

    Tudo o que importa ao homem inteligente perceber os fatos ecompreender o problema e isso no significa pensar em termosde xito ou de fracasso. S quando no amamos o que fazemospensamos nesses termos.

    Esperamos sempre que algum nos diga o que conduta justaou injusta, pensamento correto ou incorreto, e, pela observnciadesse padro, nossa conduta e nosso pensar se tornam mecnicos enossas reaes automticas.

    Consoante a histria teolgica, garantem-nos os guiasreligiosos que, se observarmos determinados rituais, recitarmoscertas preces e versos sagrados, obedecermos a alguns padres,refrearmos nossos desejos, controlarmos nossos pensamentos,sublimarmos nossas paixes e se nos abstivermos dos prazeressexuais, ento, aps torturar suficientemente o corpo e o esprito,encontraremos uma certa coisa alm desta vida desprezvel. issoo que tm feito, no decurso das idades, milhes de indivduos ditosreligiosos, quer pelo isolamento nos desertos, nas montanhas,numa caverna, quer peregrinando de aldeia em aldeia a esmolar,quer em grupos, ingressando em mosteiros e forando a mente aajustar-se a padres estabelecidos. Mas, a mente que foi torturada,

  • subjugada, a mente que deseja fugir a toda agitao, que renunciouao mundo exterior e se tornou embotada pela disciplina e oajustamento essa mente, por mais longamente que busque, o queachar ser em conformidade com sua prpria deformao.

    A causa primria da desordem existente em ns estarmosbuscando a realidade prometida por outrem.

    Estou apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qualpodeis ver-vos como sois. Depois, podeis deitar fora o espelho; oespelho no importante.

    A compreenso de si prprio o comeo da sabedoria.

    Qualquer espcie de filosofia e qualquer espcie de teologiarepresentam, meramente, uma fuga realidade do que .

    No podeis depender de ningum. No h guia, no hinstrutor, no h autoridade. S existe vs, vossas relaes comoutros e com o mundo, e nada mais.

    Normalmente, gostamos de culpar os outros, o que umaforma de autocompaixo.

    O intelecto no constitui o campo total da existncia. Ele umfragmento, e todo fragmento, por mais engenhosamente ajustado,por mais antigo e tradicional que seja, continua a ser uma parteinsignificante da existncia, e ns temos de nos interessar pelatotalidade da vida. Quando consideramos o que est ocorrendo no

  • mundo, comeamos a compreender que no h processo exteriornem processo interior; h s um processo unitrio, um movimentointegral, total, sendo que o movimento interior se expressaexteriormente, e o movimento exterior, por sua vez, reage aointerior.

    No esforo para ajustar-vos a uma ideologia, recalcais a vsmesmo e, no entanto, o que realmente verdadeiro no aideologia, porm aquilo que sois.

    A ordem imposta de fora gera sempre, necessariamente, adesordem.

    Tenho de mudar completamente, desde as razes de meu ser;no posso mais depender de nenhuma tradio, porque foi atradio que criou essa colossal indolncia, aceitao e obedincia;no posso contar com outrem para me ajudar a mudar, comnenhum instrutor, nenhum deus, nenhuma crena, nenhum sistema,nenhuma presso ou influncia externa.

    No perca esse tempo. Olhe a sua vida, d tudo para acompreender.

    Necessitamos de grande abundncia de energia, e a dissipamoscom o medo. Mas, quando existe a energia que vem depois de noslivrarmos de todas as formas do medo, essa prpria energia produza revoluo interior, radical.

    A mente sem medo capaz de infinito amor. E o amor pode

  • fazer o que quer.

    No podemos depender de nenhuma autoridade exterior parapromover a revoluo total na estrutura de nossa prpria psique...

    A compreenso de ns mesmos no requer nenhumaautoridade, nem a do dia anterior nem a de h mil anos, porquesomos entidades vivas, sempre em movimento, sempre a fluir ejamais se detendo. Se olhamos a ns mesmos com a autoridademorta de ontem, nunca compreenderemos o movimento vivo e abeleza e natureza desse movimento.

    Livrar-se de toda autoridade, seja prpria, seja de outrem, morrer para todas as coisas de ontem para que a mente sejasempre fresca, sempre juvenil, inocente, cheia de vigor e depaixo.

    Esquecei de tudo o que sabeis a respeito de vs mesmos.Esquecei de tudo o que pensastes a vosso respeito. Vamos iniciar amarcha como se nada soubssemos... Iniciemos juntos a jornada,deixando para trs todas as lembranas de ontem, e comecemos acompreender-nos pela primeira vez.

    Se no h compreenso do sofrimento, no h sabedoria; o fimdo sofrimento o comeo da sabedoria. Para se compreender osofrimento e dele se ficar livre completamente, requer-secompreenso, no s do sofrimento individual, particular, mastambm do imenso sofrer humano.

  • Tempo sofrimento, no s sofrimento do passado, mastambm sofrimento que inclui o futuro a idia de chegar, aesperana de algum dia nos tornarmos algo, com sua inevitvelsombra de frustrao. A mente superficial aquela que se refugia na igreja, emalguma concluso, em algum conceito, em alguma crena ou emalguma dia. Tudo isso so refgios para a mente em sofrimento.E, quando nenhum refgio encontrais, construs em torno de vsuma muralha e vos tornais acrimoniosos, duros, indiferentes, oubuscais a fuga em alguma reao neurtica, fcil. Todas essasfugas ao sofrimento impedem a investigao mais aprofundada [doque seja o sofrimento].

    A mente superficial no pode resolver o problema dosofrimento porque sempre procura evitar o sofrimento... Qualquerespcie de entretenimento, seja uma cerimnia religiosa, seja umapartida de futebol, essencialmente a mesma coisa, mera fuga vossa aflio, ao vosso vazio interior; e isto o que estamosfazendo em toda a parte: buscando em diferentes formas deentretenimento o auto-esquecimento.

    Ora, quase todos nos satisfazemos com palavras, smbolos,idias, e com as nossas reaes a essas palavras, de modo quenunca estamos em intimidade com o fato. Quando subitamente nosvemos frente a frente com o fato do sofrimento, isso nos causa umchoque, e nossa reao a fuga a esse fato.

    Se desejo compreender profundamente, completamente, o fatodo sofrimento, no posso ter um motivo a ditar minha reao ao

  • fato. S posso viver com o fato e compreend-lo, quando nenhummotivo tenho.

    Compreender o sofrimento [con]viver com ele, olh-lo,conhec-lo como ele realmente ; mas no tendes possibilidade deconhec-lo quando o olhais com um motivo que supe o tempo.A mente superficial, incessantemente ocupada em se melhorar, emse lastimar, em se torturar numa dada relao, desejosa de selibertar do sofrimento sem enfrentar o fato essa menteprosseguir sofrendo indefinidamente. Para se ser livre do sofrimento, necessrio compreender,consciente e inconscientemente, todo o seu processo', e isso s possvel vivendo-se com o fato, olhando-o sem motivo. Deveisperceber as manhas de vossa mente, suas fugas, as coisasaprazveis a que estais apegado e as coisas desagradveis de quedesejais vos livrar com rapidez. Cumpre observar o vazio, oembotamento e a estupidez da mente que s trata de fugir. E poucadiferena faz, se se foge para Deus, para o sexo ou para a bebida,porquanto todas as fugas so essencialmente a mesma coisa.

    Existe uma imensidade que ultrapassa todas as medidas, masnesse mundo no ingressareis sem a prvia e total extino dosofrimento.

    No encontraremos sada de nossa confuso, angstia, conflito,pela constante repetio do 'Gita', do 'Upanishads' e demais livrossagrados; isso poder levar hipocrisia, a uma vida deinsinceridade, de interminvel pregao moral, porm nunca aenfrentar realidades.

  • Temos de enfrentar-nos assim como somos e no comodeveramos ser, segundo um certo padro ou ideal. Temos de verrealmente o que somos e, da, iniciar a transformao radical.

    A vida inteira, a partir do momento em que nascemos, umprocesso de aprendizado.

    Se realmente entendemos o problema, a resposta vir dele,porque a resposta no est separada do problema.

    A verdadeira revoluo no revoluo violenta, mas a que serealiza pelo cultivo da integrao e da inteligncia de enteshumanos, os quais, pela influncia de suas vidas, promoverogradualmente radicais transformaes na sociedade.

    No h nada que conduza verdade. Temos que navegar pormares sem roteiros para encontr-la.

    No existe conscincia individual; s h Conscincia, da qualsomos uma parte. O Eu est relacionado com o todo, esse Eu no separado.

    Entendo por 'vida religiosa', no uma vida ritualista, deajustamento a determinado padro, porm a vida religiosaresultante da autocompreenso. Porque, sem o conhecimento dens mesmos o que realmente somos, por mais desonestos, falsos,astutos, hipcritas e ignbeis que sejamos no teremos base paranenhuma ao ou pensamento religioso.

  • Se no h autoconhecimento, se no h compreenso do eu no do 'Eu superior', do Eu com 'E' maiscula porm do 'euordinrio', do homem que freqenta diariamente o escritrio, que apaixonado, irascvel, violento, cruel, hipcrita, acomodatcio, seno h essa compreenso total, completa, de todo o nosso ser,nesse caso, toda ao, todo pensamento e toda idia s conduziroa mais confuso e a mais angstia.

    O conflito o principal fator de deteriorao. A compreensodos conflitos compreenso no parcial, porm total a maisimportante tarefa da mente humana. Porque s com a completaterminao do conflito podem acabar todas as iluses; s ento amente tem a possibilidade de penetrar fundo na investigao daVerdade, no investigar se algo existe alm do tempo. E s essamente capaz de descobrir o que o amor e de descobrir o estadomental criador, porque tudo o mais, em qualquer forma que seja, pura especulao. A mente religiosa no especula; move-se to-somente, de fato para fato. E no possvel observar o fato quandoh conflito ou tenso de qualquer espcie... A vidaverdadeiramente religiosa aquela que vivemos com compreensodo conflito e libertados do conflito. O conflito surge, decerto, quando h contradio contradiode diferentes desejos, diferentes exigncias, tanto conscientescomo inconscientes... S h possibilidade de se resolverem osconflitos quando a mente capaz de compreender a si prpria.

    No momento em que se comea a acumular, deixa-se deaprender. Pois s a mente que est fresca, que nova, s a mente

  • que observa com ateno, aprende.

    Quando a mente est sempre acumulando, acrescentando algo asi prpria e de tal base observando, ento, tudo o que ela observarecebe o colorido do que antes foi aprendido, do conhecimentoprvio. Essa mente, por conseguinte, incapaz de compreender umfato novo. .

    S podeis compreender alguma coisa quando lhe aplicaisvossas mente, vosso corpo, vossos sentidos, vossos olhos, vossosouvidos, tudo. E dessa compreenso resulta a ao total, e no aofragmentria, contraditria.

    Psicologicamente, vemo-nos inseguros. Por essa razo criamosdeuses, deuses que se tornam nossa segurana permanente! Issogera conflitos.

    A funo da mente religiosa descobrir o verdadeiro. E averdade [ainda que relativa] no pode ser encontrada num temploou num livro, por mais venerando que seja. Vs tendes dedescobri-la por vossos prprios meios. No podeis compr-la comlgrimas, com oraes, com repeties, com rituais; por essecaminho se vai ao absurdo, iluso, insnia.

    A mente se torna sobremodo alertada quando escutamossimplesmente isto , no interpretando o que ouvimos, notentando traduzi-lo, no o identificando com o que j conhecemos pois isso nos impede de escutar. Mas, se escutardessimplesmente, escutardes vossos pensamentos, vossas exigncias,

  • o desespero de vossa existncia, no tentando interpretar, traduzirnada, no tentando fazer alguma coisa em relao ao que se escutavereis que vossa mente se tornar sobremodo lcida.

    A primeira coisa que nos cumpre fazer observar com ateno,todas as murmuraes, todos os temores, iluses e desesperos denosso prprio ser. E vereis ento, por vs mesmos e para issono se necessita de provas, nem de gurus, nem de livros sagrados se a Realidade existe. E encontrareis, ento, um extraordinriosentimento de libertao do sofrimento. A existe a claridade, abeleza e aquela coisa que est faltando hoje mente humana: oamor, a afeio. .

    A religio, evidentemente, perdeu o seu significado, poissempre houve guerras religiosas. Ela no resolve os nossosproblemas. As religies separaram os povos. Podero ter exercidodeterminada influncia civilizadora, mas no transformaramradicalmente o homem.

    Ao desejarmos experincias no terreno religioso, ns asdesejamos porque no resolvemos os nossos problemas, nossasnsias, desesperos, temores e tristezas de cada dia; por essa razopretendemos algo 'mais'. Nessa pretenso de 'mais' encontra-se ailuso.

    As pessoas so facilmente influenciveis, excessivamentecrdulas, ainda que sejam 'sofisticadas' e muito sabedoras; masesto sempre ansiando por alguma coisa, sempre a desejar e, poressa razo, crem.

  • Pensamos saber, pelo menos um pouco, e esse o comeo davaidade.

    H vasta diferena entre estar isolado e estar completamente s,ser um todo no fracionado. O isolamento um estado de espritoem que cessaram as relaes e, em nossa vida e atividades dirias,erguemos (consciente ou inconscientemente) uma muralha emtorno de ns para no sofrermos danos. Esse isolamento,naturalmente, impede qualquer espcie de relao. 'Estar s'implica que a pessoa no depende de outra, psicologicamente; noest apegada a ningum. Isso no dizer que no h, ento, amor;o amor no apego. 'Estar s' significa que, profundamente,interiormente, no existe nenhum movimento de medo e, porconseguinte, nenhum movimento de conflito.

    A ordem uma coisa viva, e no uma coisa mecnica; a ordem,por certo, virtude. Na mente que se acha confusa, que se ajusta,que imita, no existe ordem, porm conflito. E em conflito a mentese acha em desordem e, deste modo, sem virtude. J a ordem virtude... Como pode a pessoa confusa, que apenas sabe obedecerou imitar, ter qualquer espcie de ordem, qualquer espcie devirtude? (...) A mente em desordem no tem possibilidade decompreender o que virtude.

    necessrio estarmos livre de toda crena de toda e qualquerligao porque ns estamos ligados ao todo da vida, e no a umfragmento dela.

  • Necessitamos da liberdade para ligarmos o nosso ser a nossaenergia, a nossa vitalidade e a nossa paixo totalidade da vida eno a uma de suas partes... Os sistemas tornam a mente mecnica,no libertam ningum; podero prometer a liberdade no fim detudo, mas a liberdade est no comeo e no no fim.

    O pensamento, em si, no pode ser livre, embora fale sobreliberdade; em si prprio, ele o resultado das 'memrias',experincias e conhecimentos trazidos do passado. Emconseqncia, ele velho.

    Meditao descobrir se existe um campo ainda nocontaminado pelo conhecido. Se, meditando, continuo com o queantes aprendi, com o que j sei, estou, ento, vivendo no passado,no campo de meu condicionamento. Nesse campo no hliberdade... Meditao expurgar a mente da vontade.

    S a mente tranqila pode compreender que, em sua quietude,h um movimento bem diverso, de diferente dimenso, de outraqualidade. Esse movimento, sendo inefvel, no pode ser expressoem palavras. O que pode ser descrito s nos leva at este ponto: oponto em que, tendo lanado a base correta, percebemos anecessidade, o valor e a beleza da serenidade espiritual.

    A beleza, com efeito, o total abandono do 'eu'.... Isso acontecequando no existe nenhum centro constitudo pelo 'eu'.

    Na Eternidade, no existe tempo.

  • Vs, homens, como indivduos, desenvolveis vossos sentidospela luta social, pela autopreservao, e dais incio, assim, conscincia de separao. Desde a infncia vos foi incutida a idiade que sois uma entidade separada; e desta iluso provm a divisoentre 'vosso' e 'meu', no que pensais e no que sentis, no quepossuis... e em todas as cosias. E desta conscincia separadasurgem cobia, inveja, dio, sentimento de posse, vaidade, alegriaspassageiras, tristezas transitrias e transitrios prazeres.

    A verdade pode ser uma das coisas mais devastadoras edesconfortveis. O homem que busca o conforto no deseja averdade: deseja apenas segurana, proteo, um refgio onde noseja perturbado. J o homem que busca a verdade tem de abrir aporta s perturbaes e s tribulaes, porque s nos momentos decrise h o estado de alerta, h vigilncia, ao. S ento aquilo que pode ser descoberto e compreendido.

    Enquanto existir dualidade (o experimentador e a coisaexperimentada, o observador e a coisa observada), haverdeformao, porque o experimentador o passado com todos osconhecimentos e memrias nele acumulados. Insatisfeito com asatuais experincias, deseja ele uma experincia muito maisgrandiosa. 'Projeta-a' como idia e trata de alcanar essa 'projeo':mais uma vez dualidade e deformao.

    Para mim, revoluo sinnimo de religio. Com a palavra'revoluo' no me refiro a imediatas reformas econmicas ousociais, porm a uma revoluo na prpria conscincia. Todas asoutras formas de revoluo, seja comunista, seja capitalista, seja

  • qual for, so puramente reacionrias. Uma revoluo na mente que significa total destruio do que foi, para que a mente se tornecapaz de ver sem deformao e sem iluso o que verdadeiro essa a ao prpria da religio.

    A mente religiosa aquela que no est ligada a nada; s elapode descobrir o que verdadeiro e o que falso. S ela podedescobrir se h, ou no, uma Realidade, Deus, uma coisaAtemporal mas no a mente ligada a alguma coisa, a mente quecr ou que no cr. Por certo, no tem mente religiosa o homemque vai igreja... A mente religiosa, ou mente nova, a menterevolucionria. Porque, ento, a mente j no ambiciosa,invejosa; percebeu o significado da inveja, da ambio, daautoridade, e, por conseguinte, livrou-se delas no no fim, pormno presente, imediatamente. E essa negao prpria dameditao. Meditao no essa coisa simplria consistente emrepetir palavras, sentado frente de uma imagem, procurando tervises e todas as correspondentes sensaes; meditao , sim, opercebimento constante que nos faz ver o falso e neg-lototalmente. Essa negao prov energia no a energia que nascedo conflito, no a energia recomendada pela chamada gentereligiosa que nos manda ser celibatrios toda a vida etc. Tudo issoso formas de resistncia e, por conseguinte, contradio.

    No sentido da palavra 'religioso', necessria uma revoluoem cada um de ns revoluo total e no parcial. Toda reao parcial, e a revoluo a que nos referimos no parcial e, sim, umacoisa total. E s essa mente pode ter intimidade com a Verdade. Sessa mente pode ter 'amizade' com Deus ou o nome que

  • preferirdes. S essa mente pode participar da Realidade.

    Estamos to absorvidos em nosso trabalho e em nossasmisrias que no temos um momento de lazer para sentir o que amar, para ser bom, para ser generoso. E, no entanto, desprovidosde tudo isso, queremos saber o que Deus!

    Interiormente, psicologicamente, somos em geral muitovulgares e limitados sob o peso de nossa ilustrao e do nossosaber. Temos tantos problemas (problemas de relao, problemasque surgem em nossa vida de cada dia, o que se deve fazer, o quese no deve fazer, o que se deve crer, o que se no deve crer) nessainterminvel busca de conforto, busca de e segurana e busca deum meio para fugir ao sofrimento. Temos tantos problemas que seos vssemos todos em conjunto poderamos perder as esperanas.Assim, evidentemente, o que se torna necessrio, o desejvel eessencial uma mente nova, porque, em verdade, tudo o quetocamos faz surgir um novo problema.

    A verdade no uma coisa contnua que se possa mantermediante prtica ou disciplina, mas algo que se percebe numlampejo. A percepo de uma verdade [relativa] no surge atravsde qualquer forma do pensamento condicionado, razo pela qual opensamento no pode imaginar, conceber e nem formular o queseja a verdade.

    Ordem significa estado mental em que no h contradio e,portanto, nenhum conflito. Isso no implica em estagnao ou emdeclnio. A ordem que obedece a uma frmula preestabelecida, a

  • um ideal ou a um conceito , simplesmente, desordem. Se um entehumano se ajusta a um padro de pensamento uma certa coisaideal que ele deveria ser nesse caso, est meramente a imitar, a seajustar, a se disciplinar, a se forar, a fim de se adaptar a ummolde. Assim fazendo (como na vida em sociedade vem sendoforado a fazer h sculos e sculos, porquanto a sociedade tratasempre de o controlar mediante diferentes sanes religiosas, leisetc.), naturalmente, est sempre a se produzir uma grandedesordem.

    A moralidade social no moral mas imoral. Temos de serextraordinariamente morais porque, afinal, moralidade apenascriar ordem, tanto dentro como fora de cada um de ns. Mas estamoralidade deve estar na ao, no sendo uma moralidademeramente baseada em idias ou conceitos, mas termos umaconduta verdadeiramente moral.

    Atravs da histria, o homem percebendo que sua vida breve, acidentada e sujeita ao sofrimento e morte certa sempreformulou uma idia chamada 'Deus'.

    A meditao tem tudo o que ver com a vida [e a Vida]. No abandonar-nos a um certo estado exttico, emocional. H umaqualidade de xtase que no prazer; s vem esse xtase quandoexiste em ns mesmos aquela ordem matemtica, que absoluta. Ameditao o caminho da vida [e a Vida]. S com ela pode surgir,em nossa existncia, o imperecvel, o eterno.

    Aprender no mero cultivo da memria ou acumulao de

  • conhecimentos, porm, a capacidade de pensar clara e smente,sem iluses, partindo de fatos e no de crenas e ideais.

    A transformao que se opera no nvel consciente no passa deuma simples continuidade modificada, pois nesse nvel a menteopera de modo superficial, calculando, julgando, pensando; masesse processo de calcular, de pesar e de julgar a continuidade deuma coisa condicionada. Por conseguinte, por esse meio no seresolve qualquer problema de modo algum. O que se faz apenasmodific-lo, alterar a sua direo; todavia, a nova direo confusa, do mesmo modo... To-somente ao compreendermos oprocesso do nosso pensar e vermos o quanto esto condicionadasas nossas mentes, s ento h uma possibilidade de descobrir o que a Verdade, a qual, s ela, pode nos libertar dos nossos problemas.

    A verdade no-continuidade. A verdade de ontem no averdade de hoje. A verdade no do tempo e, portanto, no damemria. No algo que se possa experimentar, lembrar, ganhar,perder ou mesmo realizar. Perseguimos a verdade porquedesejamos ganh-la e dar-lhe continuidade; e logo que percebemosisso, realmente o padro se quebrar, pois a mente, ento, j cortoutodas as amarras.

    A liberdade no est no fim, mas no comeo, porque o fim e ocomeo no so diferentes... so idnticos. O comeo da sabedoria a compreenso do processo total de ns mesmos, e esseautoconhecimento, essa compreenso, meditao.

    Uma mente equilibrada sbia; no moldada por juzos e

  • opinies.

    S podemos compreender algo se repararmos no que esse algo, e no se tratarmos de fugir disso ou se tentarmos de convert-loem outra coisa.

    Quando condenais uma coisa ou sobre ela tendes uma opinio,essa opinio ou preconceito deforma a observao.

    Ns, em geral, gostamos de conversas fteis. As conversasfteis so extraordinariamente estimulantes, quer tratem deMestres e Devas, quer tratem de nossos vizinhos. Quanto maisembotados estamos, tanto mais adoramos uma conversa ftil.Quando estamos enfadados da tagarelice social, desejamostagarelar a respeito de algo superior. Estamos interessados, no noproblema da desigualdade, mas, sim, nas guloseimas servidas nasconversas sobre estranhas entidades que no vemos, que nosproporcionam um meio de fugirmos nossa superficialidade.Afinal de contas, os Mestres e os Devas so nossas prpriasprojees; quando os seguimos, estamos seguindo nossas prpriasprojees. Se eles nos disserem 'abandonai vosso nacionalismo,abandonai vossas sociedades, no sejais gananciosos, no sejaiscruis', trataremos imediatamente de substitu-los por outros quepossam nos dar satisfao.

    A dificuldade, pois, no est em fazer uma pergunta ou obteruma resposta, mas, sim, em ver o problema claramente. E quandoh clareza, j no h necessidade de perguntas nem de respostas.

  • Assim como o Sol aparece lmpido e brilha atravs das nuvensescuras, assim, atravs do vosso prprio discernimento e da purezada vossa ao advir a realizao daquela Vida que est sempre serenovando a si mesma.

    O que vos libertar o que livrar a todos ns do pecado e dosofrer aquele sentimento, aquela percepo do que . oconhec-lo exatamente e no traduzi-lo, explic-lo, p-lo de lado o conhec-lo exatamente, o perceb-lo livremente, que traz aliberdade. E s pela liberdade que se d a conhecer a Verdade.

    Seguimos a autoridade de outro, a experincia de outro, edepois duvidamos dela. Esse desejo de autoridade e a suaconseqncia, a desiluso, constitui um processo penoso para amaioria de ns. Censuramos ou criticamos a autoridade, o guia, omestre, que uma vez aceitamos, mas no examinamos o nossoprprio anseio por uma autoridade que nos guie e conforte. Umavez compreendido esse anseio compreenderemos tambm osignificado da dvida.

    Se o homem explorado em nome de Deus ou em nome doGoverno vem a dar no mesmo. Mas como o homem humano,chega o dia em que ele deita abaixo o sistema. Enquanto aeducao for a serva do Governo, no h esperanas... Para setransformar o mundo necessria uma regenerao dentro em nsmesmos.

    A mente em conflito jamais descobrir o verdadeiro. Podertagarelar incessantemente acerca de Deus, da bondade, da

  • espiritualidade e de tudo mais, mas s a mente que compreendeude maneira completa a natureza do conflito e, por conseguinte, seacha fora dele, s ela pode perceber aquilo a que se no pode darnome, aquilo que no pode ser medido.

    O contentamento pode ser encontrado? A paz uma coisa quepossa ser achada pelo processo do intelecto? A felicidade coisaadquirvel pela compreenso ou pela criao do seu oposto? Essesofrimento, esse descontentamento, essencial em nossa vida? Ofato que estamos descontentes com o que , descontentes com ascoisas que temos, descontentes com o que somos; e odescontentamento surge por causa da comparao. Estoudescontente porque vejo que sois ilustrado, rico, feliz, poderoso. essa a causa do descontentamento? Ou vem existncia odescontentamento quando estou em busca de um caminho por ondepossa me afastar do que ? Se eu puder compreender o caminho dodescontentamento, talvez possa haver felicidade, talvez possahaver satisfao. No h caminho para a felicidade, para ocontentamento. Aquele contentamento e aquela felicidade noconstituem um processo de 'estagnao'. Pois, se me vejodescontente e desejo estar contente, esse caminho me conduz aocontentamento, que estagnao; e isso o que deseja a maioriade ns.

    Ns necessitamos de uma mente nova, uma mente jovem, umnovo corao, uma mente purificada, juvenil, decidida. E para seter essa mente tem de haver destruio; tem de haver criaosempre nova.

  • A madureza da mente-corao advm quando ela se liberta desuas prprias limitaes, e no quando se apega lembrana deuma 'experincia' espiritual. Se se apega memria, ento elahabita com a morte e no com a vida. Uma experincia profundapode abrir a porta para a compreenso, para o autoconhecimento epara o reto pensar. Mas, para muitas pessoas ela se torna apenasum estmulo agitante, uma lembrana, perdendo logo o seusignificado vital, e impedindo a continuao da 'experincia'.

    S poder haver uma radical transformao interior e exteriorquando o pensamento-sentimento se desprender dos valoressensuais geradores de conflito e sofrimento.

    A resistncia mero isolamento, e a mente do homem que,consciente ou inconscientemente, est sempre procurando seisolar, torna-se embotada por causa dessa resistncia.

    S pelo pensar correto pode haver ao correta.

    Uma revoluo dentro das muralhas de isolamento no revoluo. A verdadeira revoluo s ser possvel depois dedestruirdes as muralhas de isolamento, e isso s ocorrer quandono mais estiverdes em busca de poder.

    Enquanto houver conflito, haver poder de criar iluses, e coma total cessao do conflito todo medo ter cessado, e, portanto,no h mais busca.

    Tenho de conhecer a mim mesmo tal como sou, e no como

  • acho que devo ser. Tenho de me conhecer como o centro a partirdo qual estou agindo, a partir do qual estou pensando, o centroformado pelo conhecimento acumulado, por pressupostos, pelaexperincia passada, que so coisas que impedem uma revoluointerior, uma radical transformao de mim mesmo. E como temosum to grande nmero de complexidades no mundo atual, comtantas mudanas superficiais acontecendo, necessrio que hajaessa mudana radical no indivduo, porque s o indivduo, e no ocoletivo, pode criar um novo mundo.

    Para descobrirdes o que falso, cumpre perceb-lolucidamente, observar todas as coisas que estais fazendo, pensandoe sentindo; e, como resultado disso, no apenas descobrireis o que falso, mas vir tambm uma nova vitalidade, uma nova energia, eessa energia determinar que espcie de trabalho deveis ou nodeveis fazer.

    Quando h competio, o esprito est nublado pelo temor. Htemor quando no se sabe enfrentar o vasto e complexo problemado viver. Enfim, h temor quando h ambio. O homem feliz no ambicioso; s os ambiciosos so infelizes.

    Certamente o professor no um simples distribuidor deinformao; o professor algum que aponta o caminho para asabedoria. E aquele que aponta o caminho para a sabedoria no oguru. A verdade muito mais importante do que o professor;portanto, quem est em busca da verdade deve sersimultaneamente estudante e professor.

  • Para se perceber qualquer coisa na vida, tem que haver umacerta calma na mente, no uma calma disciplinada nesse caso no calma, uma mente sem vida. Ora, uma mente em conflito nodeixa observar nada, observar eu prprio. Portanto, se estou empermanente conflito, em constante movimento, a mexer, a falar,eternamente a fazer perguntas, a explicar; a no possvel haverqualquer observao. isso que a maior parte de ns faz, quandoestamos perante 'o que '. Portanto, vemos que s pode haverobservao quando no h conflito. Para no haver conflito,podemos tomar um tranqilizante, um comprimido, para ficarmostranqilos, mas no isso que d percepo, isso apenas nos faz dormir; e isso provavelmente o que a maior parte de ns quer.Ora, para observar, tem que haver uma certa tranqilidade namente; e se se v ou no o que a verdade, depende da qualidadeda mente.

    Para conhecerdes a Deus, vs no O deveis buscar. Se Obuscais, estais fugindo do que , e esta a razo por que perguntaisse h ou no h Deus. Quereis escapar do vosso sofrimento,refugiar-vos numa iluso. Vossos livros esto cheios de Deus,vosso templo est cheio de imagens feitas pela mo; mas Deus noest nessas coisas, porque todas elas so fugas do vosso sofrimentoreal. Para encontrarmos a realidade, ou, melhor, para que arealidade se nos manifeste, deve cessar o sofrimento. E e a merabusca de Deus, da imortalidade, uma fuga do sofrimento.

    Todos somos invejosos de diferentes maneiras. No h um sque no seja invejoso. Mas a inveja no apenas umamanifestao superficial; ela aquele senso de comparao que

  • penetra to fundo e ocupa uma to grande poro da mente. Paraficarmos radicalmente livres da inveja tem de deixar de existir o'observador' da inveja que quer se libertar da prpria inveja.

    A vida um todo completo, sem comeo nem fim. essextase, essa sabedoria, que produz a plenitude do viver nopresente.

    Compreender o isolamento no um ato burgus; no podeiscompreend-lo enquanto houver em vs a dor daquelainsuficincia no revelada que acompanha o sentimento de vazio efrustrao. 'Estar s' no isolamento, e nem tampouco, o seuoposto; um 'estado de ser' em que h completa ausncia daexperincia e do conhecimento.

    A nossa conscincia o resultado de nossas reaes, de nossascrenas, de nossa f, de todos os nossos preconceitos, damultiplicidade de opinies, dos medos, da insegurana, da dor, doprazer e de todo o sofrimento que os seres humanos tmexperimentado h milhares de anos... Compartilhamos daconscincia de toda a Humanidade, pois, nossos sofrimentos,nossos prazeres, nossas crenas, nossas concluses e nossasopinies, como tambm todos os dogmas religiosos e todas asdoutrinas, so compartilhados por todos os seres humanos naTerra... Todavia, interiormente, continuamos mais ou menos comoramos h milhares de anos.

    O pensamento criou Deus, as ideologias, as guerras e oassassnio de milhes de pessoas em nome de Deus. Tambm criou

  • todas as coisas das igrejas, dos templos, das mesquitas e as nossasprprias relaes.

    Os problemas surgem porque estamos condicionados.

    Para perceber o verdadeiro, a mente deve estar livre de todocondicionamento, de sua particular cultura, livre de toda equalquer crena. Porque toda crena se baseia no desejo deconsolao, de segurana ou no medo. Vs no credes que o Sol seerguer amanh; sabeis que ele se erguer. S a mente que, vendo-se incerta e confusa, busca segurana e consolao. Em umapalavra: cr. Deveis, pois, estar totalmente livres de crenas, valedizer, livres de concluses e ideais.

    A mente deve tornar-se pura, nova. No pode ser nova e purase h acumulao de saber ou a mera repetio das palavras de uminstrutor ou o resultado final de uma certa prtica.

    Para estarmos cnscios, temos de observar.

    A mente religiosa difere sobremodo daquela que cr nareligio. No sentido psicolgico, a mente religiosa est livre dasociedade, livre tambm de todas as formas de crena, todas asformas de exigncia de experincia e auto-expresso. O homemsempre criou, atravs das idades, um conceito a que deu o nome de'Deus'. Para o homem, a crena nesse conceito chamado 'Deus'sempre foi necessria, porque v que a vida desgraada umasucesso de batalhas, conflitos e aflies com uma ocasionalcentelha de luz, de beleza e de alegria... No Ocidente, h um

  • Salvador; s por meio Dele pode se achar aquela Coisa Suprema.Todos os sistemas do Oriente e do Ocidente implicam em umconstante controle, uma constante deformao da mente a fim deajust-la ao padro fixado pelo sacerdote, pelos livros sagrados,por todas essas coisas deplorveis que constituem a essnciamesma da violncia. Sua violncia no consiste apenas emrenunciar carne, mas, tambm, em renunciar a toda forma dedesejo, a toda forma de beleza, por meio do ajustamento adeterminado padro.

    A supresso nunca resolve um problema. Nem a autodisciplinao faz. Isto apenas substituir um problema por outro.

    Voc memria; sem memria voc no nada. Memria deseu nome, memria de sua famlia, memria de matemtica,memria de subir aquela colina, memria de seu amigo. Certo?Ento, voc memria. Memria algo morto, que se foi.

    A Realidade est presente aqui neste momento, imediatamenteao nosso alcance. O eterno, o atemporal existe agora, e no pode oagora ser compreendido por aquele que est preso na rede dotempo. Para se libertar o pensamento do tempo requer-se ao,porquanto a mente preguiosa, indolente, razo por que estsempre a criar novos obstculos. Essa libertao s possvelmediante a meditao correta que significa ao completa eno ao contnua, e a ao correta s pode ser realizada quando amente compreende o processo de continuidade, que a memria,no a memria 'fatual' (relativa aos fatos) mas a memriapsicolgica...

  • O amor uma coisa nova, fresca, viva. No tem ontem nemamanh. Est alm da confuso do pensamento. S a menteinocente sabe o que o amor... S possvel encontrar o amor essa coisa maravilhosa que o homem sempre buscousequiosamente por meio de sacrifcios, de adorao, das relaes,do sexo, de toda espcie de prazer e de dor alcanando acompreenso de si prprio. O amor no conhece o oposto, noconhece conflito.

    Quando puderdes ver a beleza da rvore, quando puderdes vera beleza de um sorriso, quando puderdes ver o Sol a deitar-se atrsdos muros da cidade ver totalmente sabereis, ento, o que oamor.

    , pois, a vigilncia constante que nos d autoconhecimentoprofundo e vasto.

    A palavra nunca o real, mas facilmente nos deixamosarrebatar ao alcanarmos o segundo grau do percebimento, aqueleem que o percebimento se torna pessoal e, por influncia dapalavra, nos tornamos emocionais. Temos, pois, o percebimentosuperficial da rvore, do pssaro, da porta, e temos a reao a essepercebimento, ou seja, o pensamento, o sentimento, a emoo.

    Na bem-aventurana do Real no existe 'experiente' nem'experincia'. Uma mente-corao sobrecarregada das lembranasdo passado no pode viver no Eterno Presente. Deve a mente-corao morrer a cada dia para que haja Eternidade.

  • O pensamento fragmentrio; faa o que fizer, ele trarfragmentao.

    Para vivermos de acordo com os princpios morais verdadeirose a virtude temos de estar profundamente integrados no mbito daordem. Se formos plenamente srios, interessados de verdade nofenmeno da existncia como um todo, importante descobrirmossozinhos se h algo inominvel fora do tempo, que no tenha sidoformado pelo pensamento, que no seja mera iluso da mentehumana ansiando por experincias do alm.

    A liberdade dar vida um significado diverso; o sexo terdiferente significao, haver paz no mundo, e no diviso entre oshomens. Mas deveis possuir a energia necessria para olhar; querdizer: olhar com a Mente e o Corao, e no com olhos cheios demedo. S h transformao total quando o observador a coisaobservada, pois o observador nada pode fazer em relao quiloque observa.

    O pensamento a origem do medo. Se no houvessepensamento, no haveria medo. Se nenhum pensamentotivssemos a respeito da morte (como, por exemplo, 'queaconteceria se eu morresse?') e a morte ocorresse neste mesmoinstante, no tereis medo nenhum. o pensamento a respeito damorte que vos infunde temor, temor proveniente da experincia dopassado e 'projetado' no futuro... Quando o medo deixa de existir,quando o medo finda, no h mais sofrimento.

  • A potncia criadora surge quando estamos livres da servidodo anseio, com o seu conflito e seus pesares. Pelo abandono do'eu', com sua positividade e crueldade, com suas lutas incessantespor vir-a-ser, surge a Realidade criadora. Na beleza de um pr desol ou de uma noite calma, j no sentistes uma alegria intensa ecriadora? Em um momento desses, estando o 'eu' temporariamenteausente, ficais suscetveis, abertos Realidade. Essa umaocorrncia rara, no-buscada, independente de nossa vontade, maso 'ego', havendo-a provado uma vez, em toda a sua intensidade,quer continuar a se deleitar com ela, e por isso comea o conflito.

    A existncia dolorosa e complexa. Para compreendermos ospesares que nos invadem a existncia, devemos pensar-sentir deuma maneira nova, devemos enfrentar a vida de maneira simples edireta; se possvel, devemos comear cada dia renovados.Devemos ser capazes, em cada dia, de fazer uma nova avaliaodos ideais e dos padres que criamos. A vida s pode sercompreendida, profunda e justamente, tal como existe em cada umde ns; vs sois essa vida, e sem a compreenderdes no pode havertranqilidade e alegria permanentes.

    Sede serenos, tranqilos. Vede as rvores, os pssaros, o cu, abeleza, as riquezas da existncia humana. Observai silenciosa evigilantemente. Nesse Silncio se manifesta aquela Coisaindefinvel, imensurvel, atemporal.

    No fundo, geralmente, a nossa vida confuso, desordem,aflio e agonia. Quanto mais sensveis somos, tanto maior o nosso

  • desespero a nossa ansiedade e o nosso 'sentimento de culpa'. Edessa vida desejamos naturalmente fugir, porque nela noencontramos nenhuma soluo... Desejamos fugir para um outromundo, para uma outra dimenso. Fugimos por meio da msica, daarte, da literatura; mas, trata-se sempre deuma fuga, e a coisa paraque fugimos sem realidade, em comparao com aquilo queestamos buscando. Todas as fugas so iguais, no importa sefugimos pela porta de uma igreja em busca de Deus ou de umSalvador ou pela porta da bebida ou de diferentes drogas. No stemos de compreender o qu e porqu estamos buscando, mastambm temos de compreender essa necessidade de experinciasprofundas e duradouras, porque s a mente que nada busca, queno exige experincias de nenhuma forma, poder ingressar emuma esfera ou dimenso inteiramente nova.

    A grandeza da liberdade a verdadeira liberdade, a dignidade,a sua beleza est em ns mesmos quando a ordem completa. Eessa ordem s vem quando somos uma luz para ns mesmos.

    S a mente livre pode dar ateno a uma coisa e depois 'solt-la' e isso bem diferente de ficar ocupado com ela. A menteocupada jamais poder ser livre.

    Os opostos sempre trazem conflito. Eu gostaria de fazer isso,mas no tenho vontade de faz-lo. Eu gostaria de agir dessaforma, mas no posso. Ento, deve-se perceber claramente estefato: existe to-somente o que e no o seu oposto... A mentesem clareza sempre escolhe; a mente confusa vai, inevitavelmente,escolher. Para a mente que v claramente no h qualquer escolha.

  • Portanto, clareza no o oposto de o que . A compreenso de oque e a transcendncia disso produzem clareza.

    A vida um contnuo movimento de relaes, e s quandocompreendermos essas relaes como um todo e nofragmentariamente poderemos resolver nossos problemasindividuais.

    O tempo trar compreenso? Tereis compreenso amanh? Ous h compreenso no presente ativo, agora? Compreenso veruma dada coisa totalmente, imediatamente. Mas essa compreenso impedida pela avaliao, sob qualquer forma. Verbalizar,condenar, justificar etc. impedem o percebimento.

    A sabedoria a compreenso do fluxo contnuo da Vida ou daRealidade e somente apreendida quando a mente est aberta, isto, quando a mente no mais est embaraada pelos seus prpriosdesejos de autoproteo, reaes e iluses. Nenhuma sociedade,nenhuma religio, nenhum sacerdote e nenhum lder podero dar,jamais, a sabedoria. s pelo nosso prprio sofrimento e pelaateno dada causa do sofrimento ao qual tentamos escaparaderindo a corporaes religiosas e mergulhando em teoriasfilosficas que a sabedoria nasce natural e suavemente.

    necessria uma revoluo total do nosso pensar, para que oAtemporal possa acontecer.

    A mente deve achar-se completamente s, no-influenciada,no-contaminada e, portanto, livre do tempo, pois s ento pode se

  • manifestar o Imensurvel, o Atemporal.

    Pode-se ver muito claramente como tem incio ocondicionamento, como, no mundo cristo, dois mil anos depropaganda levaram venerao da cultura crist, enquanto amesma coisa sucede no Oriente. assim que a mente, em virtudeda propaganda, da tradio, do desejo de segurana, comea acondicionar a si prpria.

    Pois tal o propsito da vida: partir, como centelha de umaChama, para colher experincia, e, a seu tempo, voltar a se juntar aessa Chama.

    Para onde quer que fordes, por onde quer que andeis, existe oanseio de descobrir uma morada onde possais habitarpacificamente e em tranqilidade, onde vs pensais em se tornaruno com o Reino da Felicidade. H muitos modos de buscar eatingir essa Felicidade, porm, o fim, a meta, a mesma paratodos, pertena o homem a que temperamento ou tipo pertencer.Seja qual for o seu meio de atividade no mundo, a meta para ele aconquista da Felicidade e da Libertao. Pois uma vez que tenhaispercebido este fim, para atingi-lo deixareis de lado todas as coisastransitrias, todas as causas que passam com o contato da tristeza.

    Se vedes que sois preguiosos, que sois estpidos, e secompreendeis a preguia e olhais de frente a estupidez, semprocurar mud-la noutra coisa, ento, nesse estado, encontrareisextraordinria liberdade, grande beleza, vasta inteligncia.

  • A questo no de como se ter menos [ou mais] mestres emuma escola, mas, sim, de como fazer nascer em nossas relaesuma inteligncia no-limitada, no-temerosa, mas realmenterevolucionria e criadora.

    A mente que est s encontra-se liberta de todo o seucondicionamento.

    O professor no o 'esclarecedor', no o 'inspirador', no o'guia', no o 'heri' e no o 'exemplo'. A verdadeira funo deum professor completamente diferente: a de ajudar o estudantee educ-lo para perceber todos os problemas. Nenhum estudantepode perceber os problemas, se existe medo medo de ordemeconmica, social ou religiosa.

    O Silncio no apenas uma virtude verbal ou uma asseroverbal que procura se realizar. Do Silncio decorrem todas asaes. Quando O compreendemos profundamente, percebemos oque somos. S nesse Silncio se pode ver o que totalmente'novo', aquilo em que no h lugar para o pensamento, porque opensamento reao do 'velho'. O pensamento funciona sempre naesfera do conhecido. S a mente silenciosa aquela que estcompletamente vazia do conhecido pode perceber o que 'novo'.S essa mente pode se encontrar com algo para o qual no hpalavra nem medida de tempo.

    Quando a mente est ocupada [agitada], seja com Deus, sejacom assuntos culinrios, com uma pessoa, com uma idia, comuma virtude, sua ocupao, inevitavelmente, tende de criar

  • problemas.

    A nica coisa que tem importncia que propineis a gua queextinguir a sede do povo o povo que no est aqui, que est nomundo. E a gua que haver de dar satisfao, que purificar oscoraes e que enobrecer as mentes esta: encontrar a Verdade eo estabelecimento na mente e no corao da Libertao e daFelicidade.

    Religio, no verdadeiro sentido da palavra, no cria separao.

    S a mente realmente humilde no est explorando... Acha-se amente no estado de 'no-explorao' quando est em Silncio,sozinha, quando no adquire, nem busca xito, nem galga osdegraus da popularidade. S essa mente pode trazer a sanidade aeste mundo to cheio de crueldade e explorao.

    S haver reconciliao do homem e do cidado quando oprocesso psicolgico do homem for compreendido.

    H medo, deteriorao e destruio da mente quando ela estconstantemente a buscar segurana ou quando est onerada dodesejo de se preencher.

    Deus s poder ser encontrado quando a mente no mais buscavantagem para si.

    Releva, pois, investigar profundamente a questo docondicionamento, sem nos limitarmos a aceitar a assero de outro

  • sobre se a mente pode ou no se libertar. Cabe a cada uminvestigar e libertar a si prprio. Penso que, ento, algo sedescobrir alm de todas as palavras, algo verdadeiramenteincomunicvel. O homem que realizou, que experimentou por simesmo essa coisa, um homem verdadeiramente religioso, porquej no est sob a influncia da sociedade essa estrutura deambio, aquisio, inveja e atividade egocntrica.

    Qualquer escolha entre diferentes influncias denota sempreum estado de mediocridade. A mente que escolhe entre duasinfluncias e comea a viver em conformidade com a influnciapreferida, continua a ser medocre, pois essa mente nunca se achaem um estado de revolta [indignao], e a revolta essencial paraque se possa descobrir algo.

    O impulso de buscar a verdade nasce a partir do sofrimento; nosofrimento radica a causa da insistente investigao e busca daverdade.

    Quando algum realmente ouve e mergulha em si mesmo comprofundidade uma purificao. E aquilo que est purificadorecebe uma bno que no a bno das igrejas.

    O pensamento o resultado do passado a atuar no presente; asvagas do passado esto continuamente submergindo o presente. Opresente, o novo, est sempre sendo absorvido pelo passado, oconhecido. Para se viver no eterno presente, necessrio morrerpara o passado, para a memria; nesta morte h renovao, sem alimitao do tempo.

  • Todos ns, velhos e jovens, desejamos ser altamenterespeitveis, no verdade? Respeitabilidade implica emreconhecimento por parte da sociedade; e a sociedade s reconhecequem teve xito, quem se tornou importante e famoso, e[cruelmente] despreza o resto. Por isso, adoramos o xito e arespeitabilidade. S quando pouco vos importar se a sociedade vosconsidera respeitvel ou no, quando no mais buscardes o xito,quando no mais desejardes vos tornar algum, ento, passar aexistir intensidade. Isso significa que no existir mais medo, nemconflito, nem contradio interior. Por conseguinte, passareis adispor de abundante energia para acompanhardes o fato 'at o fim'.

    O nosso problema est no fato de a nossa vida ser vazia e deno conhecermos o amor; conhecemos as sensaes, conhecemos apublicidade, conhecemos as exigncias sexuais, mas no h amor...A fuga um processo de isolamento, e a verdade que s poderhaver comunho quando houver amor. S ento ser resolvido oproblema da solido.

    Apenas a mente realmente simples pode observar e amar.

    Sendo a vida aquilo que geralmente muito superficial,vazia, tortuosa, sem grande sentido tenta-se inventar umsignificado, dar-lhe um sentido. Se se tem uma certa habilidademental, o significado e o sentido dessa inveno tornam-sebastante complicados. E ao no encontrarmos a beleza, o amor ouo sentido da imensidade, isso pode nos tornar cticos e descrentesde tudo. claro que absurdo e ilusrio, sem qualquer significado,

  • inventar uma ideologia, uma frmula, afirmar que h Deus ou queno h, quando a vida no tem qualquer significado o que verdade vivendo da forma como vivemos... Temos de pr delado todas as teologias e crenas. Se assim procedermos, ento,deixa de haver qualquer forma de medo.No se pode encontrar a verdade, ou a faculdade divina dacompreenso, enquanto estivermos apegados famlia, tradioou ao hbito. Ela s poder ser encontrada quando estiverdes emplena nudez, despidos de vossos desejos, das esperanas e dascautelas. Nessa simplicidade direta est a riqueza da vida.

    S a mente religiosa pode promover a ordem neste mundocheio de confuso e sofrimento. E vossa obrigao vossa e deningum mais promover, enquanto estais vivendo neste mundo,aquela vida criadora. S essa a mente religiosa, a mente bem-aventurada.

    Se uma pessoa sabe que a verdade no pode ser achada porintermdio de ningum, de nenhum livro, de nenhuma religio; seuma pessoa sabe que a Realidade s se torna existente quando amente est tranqila; que a tranqilidade s pode vir com oautoconhecimento e que o autoconhecimento no lhe pode serdado por ningum, mas tem de ser descoberto por ela prpria,momento por momento, ento, por certo, aparece umatranqilidade mental, que no morte, mas uma paz realmentecriadora, e s ento pode surgir o Eterno.

    Para enfrentar uma coisa inteiramente desconhecida,necessitamos de muita energia, no? E tal s possvel quando j

  • no existe mais vontade, j no existe mais resistncia, j noexiste mais escolha e j no existe mais dissipao de energia. Paraenfrentar o que desconhecemos temos de contar com a maisintensa energia, e, quando ocorre essa energia total, haverporventura medo da morte? Ou haver medo de continuar? Squando vivo uma vida de resistncia, de vontade e de escolha quetenho medo de no Ser ou de no Viver. Mas, quando a mente estdiante do desconhecido e livre de tudo mais, h uma enormeenergia. E nessa Suprema Energia, que Inteligncia, h morte?Verifiquem.

  • Concluso, uma pergunta e a resposta

    STE DESPRETENSIOSO estudo est inacabado, isto ,no pde ser concludo. Motivo: a obra de Krishnamurti monumental. Por isso mesmo no apresentarei nenhuma

    considerao final. Isso seria, em um certo sentido, apocopar seupensamento. Creio que para deixar bem claros os conceitos deKrishnamurti sobre a instruo da mente humana atravs deorganizaes esotricas o que considero muito importante para amelhor compreenso de sua filosofia libertria torna-seinteressante apresentar nesta Monografia um debate que foi feitoem torno de uma famososa pergunta endereada a Krishnamurtiem 7 de Dezembro de 1947, em Madras: A organizao se tornamais importante que a busca da realidade?

    E

    Prestem ateno na longa resposta de Krishnamurti e meditemsobre ela...

    Pergunta: Voc foi anunciado pela Sociedade Teosfica comosendo o Messias e o Instrutor do Mundo. Por que voc saiu daSociedade Teosfica e renunciou ao papel de Messias?

    Krishnamurti: Vamos examinar a questo das Organizaes.Existe uma histria bem engraada que conta que o diabo e umamigo estavam passeando quando viram, a sua frente, um homem

  • abaixar-se e pegar algo brilhante do cho. Ele olhou para aquilocom deleite, colocou-o no bolso e continuou caminhando.

    O amigo perguntou: "O que aquele homem achou que otransformou tanto?" O diabo respondeu: "Eu sei, ele encontrou averdade." "Por Deus!"- exclamou seu amigo: "Isto deve ser ummau negcio para voc!". "De jeito nenhum"- o diabo respondeucom um sorriso malicioso: "Vou ajud-lo a organiz-la, ainstitucionaliz-la, voc vai ver s!"

    Pode a verdade ser organizada? Voc pode encontrar a verdadeatravs de uma organizao institucional? Para encontrar averdade, voc no deve ir alm e acima de todas as organizaesmundanas?

    Afinal de contas, por que todas as organizaes espirituaisexistem? Elas esto baseadas em diferentes crenas, no? Vocacredita em uma coisa e o outro acredita nisso tambm e em voltadessa crena vocs formam uma organizao, uma associao. Equal o resultado?

    Crenas e organizaes esto sempre separando as pessoas,excluindo umas das outras; voc um hindu e eu sou ummulumano, voc um cristo e eu sou um budista. Crenas, aolongo de toda Histria, atuaram como uma barreira entre os sereshumanos, e qualquer organizao, baseada em crena, deveinevitavelmente produzir guerra entre os seres humanos; e issotem acontecido vezes sem conta. Ns falamos de fraternidade, mas

  • se voc tem uma crena diferente da minha, estou pronto paracortar sua cabea; ns temos visto isso acontecer inmeras vezes.

    As organizaes so necessrias? Voc entende que no estoufalando das organizaes formadas para convenincia mtua dosseres humanos na sua existncia cotidiana, como Correios, etc.Estou falando das organizaes psicolgicas e das chamadasorganizaes espirituais.

    Elas so necessrias?

    Elas existem na suposio que iro ajudar o ser humano aencontrar a verdade, ou Deus, ou seja l o que voc queira. Elasso um meio de propaganda, para converter o outro, paraaumentar o nmero de adeptos, etc; voc quer falar para osoutros o que voc pensa, ou o que voc aprendeu, o que parece serverdadeiro para voc. E a verdade pode ser propagada? O que verdade para algum, quando propagado, certamente deixa de serverdade para o outro. No?

    Certamente, a realidade, Deus ou seja l o nome que voc der aisso, no para ser propagado. Cada um deve experimentar por simesmo e essa experincia no pode ser organizada; no momentoque organizada, propagada, ela cessa de ser verdade, ela setorna uma mentira, portanto, um impedimento realidade,porque, afinal de contas, o real, o imensurvel, no pode serformulado, no pode ser colocado em palavras, o desconhecidono pode ser medido pelo conhecido, pela palavra, e quando voc

  • o mede, ele cessa de ser verdade, deixa de ser real e, portanto, uma mentira - e somente uma mentira que pode ser propagada.

    E organizaes, que supostamente esto baseadas na busca daverdade, fundadas para a busca do real, tornam-se instrumentosdos propagandistas, e assim elas deixam de ter qualquersignificado; no apenas a organizao que est em questo, mastodas as organizaes espirituais, elas se tornam meios deexplorao.

    Elas adquirem propriedades e a propriedade se tornatremendamente importante; passam a procurar mais membros ecomea todo aquele negcio; as pessoas no vo encontrar averdade porque a organizao se torna mais importante que abusca da realidade. E nenhuma verdade pode ser encontradaatravs de qualquer organizao porque a verdade vem quandoexiste liberdade, e liberdade no pode existir quando existecrena, pois crena apenas o desejo de segurana, e a pessoaque est presa na sua necessidade de segurana nunca podedescobrir a verdade.

    Agora, a respeito do papel de messias, muito simples. Eu nuncaneguei isso e no penso que tenha grande importncia se euneguei ou no. O que importante para voc se o que eu digo verdade. Assim, no se prenda ao rtulo, no d importncia aonome. Se eu sou o instrutor do mundo ou messias, ou qualqueroutro, certamente sem importncia.

  • Se o nome se tornou importante, ento voc vai deixar escapar averdade do que estou dizendo, porque voc ir julgar pelo rtulo,e o rtulo inconsistente. Algum vai dizer que eu sou o messias,e outro vai dizer que no sou, e onde voc fica? Fica na mesmaconfuso e na mesma misria, no mesmo conflito.

    Assim, certamente a questo tem muito pouco significado. Sintomuito desperdiar seu tempo com essa questo. Se eu sou ou no omessias de muito pouca importncia. Mas o que importante, sevoc realmente srio, descobrir se o que digo verdade, e vocs pode descobrir se o que eu digo verdade, examinando-o, eestando agora atento ao que estou dizendo e descobrindo se o queestou dizendo pode ter efeito na sua vida diria.

    O que estou dizendo no to difcil de entender. O intelectual irachar muito difcil porque sua mente est distorcida, e o devototambm ir achar extremamente difcil, mas a pessoa que estrealmente procurando ir entender por causa da suasimplicidade.

    E o que estou dizendo no pode ser posto em poucas palavras eno vou tentar diz-lo em poucas palavras. As vrias palestrasque eu tenho dado e minhas respostas s perguntas iro revelarisso, se voc est interessado no que estou dizendo.

    Um dia, farei um segundo volume ou um ensaio mais consistentesobre um tema especfico das concertadas reflexes sobreKrishnamurti e seu pensamento mstico-inicitico.E finalmente: se

  • eu tivesse que escolher trs palavras para definir a essncia dostextos de Krishnamurti que li, escolheria: LIBERDADE MSTICAATESTA.

    Janeiro de 2007,

    RodolfoR+C

    -----------------------------------------------------------------------------------------

    NOTAS DO AUTOR

    Pginas da Internet e Websites Consultados:

    Lista Christian Rosenkreutz na Yahoo, mensagens de Robespierre e Alexandre David(Hercules): http://br.groups.yahoo.com/group/christianrosenkreutz/ http://www.impactconsulting.co.uk/Coaching/conflict-management.htm http://tuljo.store20.com/krishnamurti/portuguese/index.php http://www.katinkahesselink.net/kr/ http://en.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti http://pt.wikiquote.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti http://www.kfa.org/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Jiddu_Krishnamurti http://www.j-krishnamurti.org/JKrishnamurti.html http://www.sacred-texts.com/time/index.htm http://www.astrosurf.com/cidadao/animations.htm http://www.cuidardoser.com.br/coletanea-krishnamurti.htm http://www.krishnamurti.org.br/

    Principal Website Consultado:

  • http://www.cuidardoser.com.br/coletanea-krishnamurti.htm

    Entre outras fontes, foram consultados os seguintes textos e palestras deKrishnamurti:

    A alegria de viver, A busca do homem, A casa est pegando fogo, A compreenso dosofrimento, A deteriorao do homem, A experincia religiosa da meditao, A iluso deseparatividade, A importncia da crise, A importncia de um crebro completamentequieto, A mentalidade religiosa, A mente religiosa, A mente religiosa e a mentecientfica, A mente revoltada, A mente sofredora, A natureza da liberdade, A ordeminterior, A real funo da educao, A realidade transcendental, A verdade libertadora, Averdade no individual e nem coletiva, A verdadeira revoluo, A verdadeira revoluo(texto 2), Como que as pessoas se tornam neurticas?, Como conhecer a si mesmo?,Compreendendo a percepo, Conversas fteis, Crenas, preconceitos, dogmas e idias,Dilogos sobre a busca de segurana, Dilogo sobre a crena e a confiana, Dilogo sobrea dependncia dos guias, Dilogo sobre a educao, Dilogo sobre conflito, Dilogosobre descontentamento, Dilogo sobre desordem mental, Dilogo sobre experinciaespiritual, Dilogo sobre mudana interior, Dilogo sobre o trabalho, Dilogo sobreprofisso, Dilogo sobre relacionamentos, Dilogo sobre solido, Dilogos sobre asolido II, Dilogos sobre mudanas, Dilogos sobre o meio de vida correto, Educaosem disciplina, Educar o educador, possvel a mente humana perceber a verdade?,Existe ou no existe Deus?, Existe uma razo para a nossa existncia?, Existe uma vidafutura?, Isolamento e estar s, Krishnamurti em Los Alamos, Levando a mensagem,Liberdade Mental, Liberdade religiosa, Liberte-se das influncias, Mentalidade religiosa,Mente livre, Nada condenvel, No importa se voc morrer, O alcanar da Realidade, Oamor, O amor um sentimento?, O desenvolvimento do correto pensar, O entendimentofundamental, O fim do conflito, O florescer interior, O homem no mundo, O maiorproblema do homem, O observador e a coisa observada, O pensamento a origem domedo, O poder criativo, O problema da insegurana, O problema da transformao, Oque buscamos todos ns?, O que liberdade?, O que uma mente medocre?, O queexiste alm indescritvel, Os problemas humanos, Perenidade espiritual, Perguntas erespostas, Pode a mente medocre se preencher?, Pode a mente ultrapassar a conscinciacoletiva?, Pode o homem mudar?, Porque autoridade Captulo 1, Porque autoridade Captulo 2, Porque tenho dio de mim?, Qual a funo de um mestre?, Qual a relao doindividuo com a sociedade?, Qual a verdadeira funo de um educador?, Que buscamosns?, Que o amor?, Que so sonhos?, Que significa ser religiosamente livre?, Quesou eu?, Quem traz a verdade, Religio, Sanidade mental e meditao, Ser livre, Ser um

  • bom cidado ou ser um bom homem?, Sobre a deteriorao da mente, Sobre aimportncia dos retiros, Sobre a libertao dos condicionamentos, Sobre a mediocridade,Sobre a realizao espiritual, Sobre a solido, Sobre a solido 2, Sobre a solido 3,Sobre conflitos, Sobre o morrer todos os dias, Sobre o sofrimento, Sobre o vazioexistencial, Texto representativo da obra de Krishnamurti, The Voice of Intuition, Ummodo de viver plenamente, Uma dimenso diferente, Uma nova maneira de viver, Umaradical revoluo, Verdade e Conforto, Vida criadora, Viver sem temor, Vontade eenergia.

    -----------------------------------------------------------------------------------------

    NOTA DO EDITOR: (*) O Professor Dr. Rodolfo Domenico Pizzinga Doutor emFilosofia, Mestre em Educao, Professor de Qumica, Membro da Ordem de Maat,Iniciado do Stimo Grau do Fara, Membro dos Iluminados de Kemet, Membro daOrdem Rosacruz AMORC e Membro da Tradicional Ordem Martinista. autor dedezenas de monografias, ensaios e artigos sobre Metafsica Rosacruz. Seu web sitepessoal : http://paxprofundis.org

    Visite o Site Oficial dos Iluminados de Khem, que disponibiliza Monografias

    Pblicas para a Nova Era Mental: http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html

    Monografia produzida por IOK-BR com OpenOffice.org/LinuxDistro: Mandriva 10.2/KDE 3.4

    Publicada em Janeiro de 6247 AFK (2007CE)Distribuio (gratuita) permitida