LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA...

26
LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA CULTURA ROMANA ANTONIO FONTÁN

Transcript of LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA...

Page 1: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA CULTURA ROMANA

ANTONIO FONTÁN

Page 2: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

Ti to Livio c ons t i t uye una excepc ión en t r e los h is to­r iadores r o m a n o s , p o r q u e es de los p o c o s q u e se pus i e ron a escribir h is tor ia sin haber la h e c h o n u n c a . Su vida pare­ce haber sido la de un c u l t o , a c o m o d a d o , ingenuo y labo­r ioso p rov inc iano q u e pasó casi m e d i o siglo l e y e n d o y es­c r ib iendo sin pa ra r en t re las c u a t r o pa redes de su b ib l io te ­ca ' . La regular y per iódica apar ic ión de sus h b r o s ^ le hizo famoso en t o d o el o r b e l a t ino , c o m o mues t r a la deli­ciosa a n é c d o t a de aquel a n ó n i m o gad i t ano q u e , según cuen ta Plinio el Joven , h izo u n viaje desde su c iudad a R o ­m a exc lus ivamente para c o n o c e r d i r e c t a m e n t e a u n perso­naje al q u e adm i r aba t a n t o . El prest igio d e T i t o Livio le in t rodu jo en los c í rcu los d i r igentes de la vida r o m a n a y en la amis tad personal d e A u g u s t o . Pe ro n u n c a in te rv ino en la po l í t i ca , n i e m p r e n d i ó , c o m o t a n t o s de sus c o n t e m p o ­ráneos y colegas de épocas an te r io res o s iguientes , una ac­t ividad po l í t i ca o mil i tar .

Por el con t r a r io , César h a b í a sido el p ro t agon i s t a de su siglo y de los pos te r io res , has ta ident i f icar su p r o p i o n o m b r e con la c u m b r e del p o d e r p o l í t i c o . Salus t io y Tá-

' FONTAN Tito Livio, historiador de Roma, en Humanismo romano, Barcelona, 1974, 100-114.

^ FONTAN Continuidad y articulación del relato en la Histo­ria de Livio, en prensa en Cuad. Filol. O.

133

Page 3: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

134

c i to real izaron su ob ra li teraria sobre la base d e la previa o s imul tánea exper ienc ia admin is t ra t iva y mi l i ta r d e sus res­pect ivas carreras en la vida públ ica r o m a n a . Cicerón , q u e , sin cult ivar p e r s o n a l m e n t e la his tor ia c o m o escr i tor , d o ­m i n ó es te género más q u e n ingún o t r o r o m a n o en los pla­nos de la t e o r í a y de la p royecc ión cu l tura l y social, fue a lo largo de su vida, an t e s q u e nada , u n p o l í t i c o . Inc luso la m a y o r í a d e los anal is tas e h i s to r i adores r o m a n o s de la época repub l i cana , desde Q u i n t o F a b i o P ic to r (finales del siglo III) has ta Q u i n t o Elio T u b e r ó n o Asinio Pol ión , con­t e m p o r á n e o s r e spec t i vamen te d e César y d e A u g u s t o , está in tegrada po r personajes q u e in te rv ienen a c t i v a m e n t e en la vida públ ica de su t i e m p o .

Sin e m b a r g o , a p r inc ip ios del R e n a c i m i e n t o , an t e s de q u e se pus iera d e m o d a T á c i t o en la segunda m i t a d del siglo X V I y de q u e fueran, p o r as í deci r , r edescub ie r to s Salust io y César c o m o fuentes e i n t é rp re t e s de la ex is ten­cia h u m a n a colect iva, es T i t o Livio q u i e n inspira a los pri­m e r o s pensado re s po l í t i cos m o d e r n o s , c o m o Maquiave lo y Guicc iard in i , a los q u e sirve de p u n t o de pa r t ida y ofre­ce un arsenal de e jemplos para sus re f lex iones y po lémi ­cas d e h u m a n i s t a s e s tud iosos de la fi losofía po l í t i ca .

Casi d o s siglos an tes , desde el p r imer R e n a c i m i e n t o i t a l i ano , Livio, de q u i e n hay m u y pocas no t ic ias q u e reve­len una ve rdadera y d i rec ta u t i l ización d e su ob ra en los siglos o scu ros y en la Al ta Edad Media , es m e n c i o n a d o , y p r o b a b l e m e n t e l e í d o , p o r lo m e n o s desde los d í a s d e Dan­te . Es te le ci ta r e p e t i d a m e n t e , r emi t i éndose en t é r m i n o s m u y vagos a la p r imera década , e spec ia lmen te al l ibro I, y

Page 4: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

^ Dante cita a Livio en varios pasajes del Convivium (III 11, 3; IV 5, 11-19), De vulgari eloquentia (II 6, 7) y De Monarchia (U 3 , 6 ; 4 ,5-10; 5, 9-15; 8, 8; 10,4-7), además del verso del/n/erno en la Commedia (cf. infra). Demuestra un conocimiento de las dé­

cadas I y III (llamando a ésta Bellum Punicum y a aquella, o por lo menos al libro I, prima pars).

El pasaje de Alejandro, en Liv. IX 17-19.

135

a la tercera , Bellum Punicum ^. La imprec is ión de las ci­tas de D a n t e y a lgunos d e los e r rores m á s obvios q u e co­m e t e al leerlo o in te rp re ta r lo p o n e n d e mani f ies to las de ­ficiencias del t e x t o q u e mane jaba o su de fec tuosa com­prens ión del l a t ín d e Livio. T a m b i é n es pos ib le q u e Dan­te , q u e escribió casi s iempre en el exilio sin t e n e r segura­m e n t e a m a n o los l ibros q u e h a b í a e s t u d i a d o , c i tara a Li­vio de m e m o r i a o t o m a n d o la referencia d e o í d a s o d e se­gunda m a n o . El más grueso d e los e r rores q u e c o m e t e Dan te en re lación con Livio es t a n cur ioso c o m o expres i ­vo d e esas l imi tac iones y de la visión d e la h is tor ia de la Ant igüedad q u e t en í a el h o m b r e más cu l to d e E u r o p a a finales del siglo XI IL

Para Dan te , R o m a era el m o n u m e n t a l imper io en tor ­no al cual h a b í a g i rado t o d a la h is tor ia e u r o p e a y m e d i t e ­r ránea del m u n d o an t iguo en v i r tud de la acc ión combi ­nada de los g randes h e c h o s de los r o m a n o s y d e los mis te­riosos y firmes dec r e to s del de s t i no . E n el l ibro IX d e su obra , Livio nar ra las hazañas d e Papir io Cursor , el m á s br i l lante general r o m a n o de los años 2 0 del siglo IV a. J . C , es decir , u n c o n t e m p o r á n e o d e Ale jandro Magno , rey de Macedonia y c reador del p r i m e r imper io d e or igen eu­ropeo y vocación universal . Livio i n t e r r u m p e su re la to

Page 5: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

136

con una digresión d e varias páginas ded icadas a especular sobre lo q u e p o d r í a h a b e r o c u r r i d o si Ale jandro n o m u e r e tan j o v e n y , t r as conqu i s t a r el O r i e n t e , hub ie ra dir igido su a t enc ión al O c c i d e n t e p i d i e n d o , p o r e j emplo , la sumis ión d e los r o m a n o s aun a riesgo d e u n a guer ra .

Con esta cons iderac ión de lo q u e h a b r í a pasado en ta ­les c i rcuns tanc ias , ociosa pa ra u n h i s to r i ador , consigue Li­vio una br i l l an t í s ima pieza l i teraria q u e , p o r la vía indi rec­ta de la recusatio, es una especie d e c a n t o a la gloria mili­ta r y a la g randeza po l í t i ca de la R o m a repub l i cana . Por­q u e el h i s to r i ador conc luye , po r s u p u e s t o , q u e los roma­n o s h a b r í a n venc ido a Ale jandro , p o r q u e eran un p u e b l o f rente a un h o m b r e , p o r q u e les h a b r í a r e spa ldado t o d a Italia y po r la super ior idad h is tór ica y mora l de la const i ­t uc ión republ icana , i n t r í n s e c a m e n t e m á s sólida y eficien­te q u e una m o n a r q u í a abso lu ta , en la q u e t o d o d e p e n d e d e la vida de un h o m b r e solo q u e , p o r genial q u e fuera, no p o d í a escapar a los azares del des t i no ni a las conse­cuencias der ivadas de sus p r o p i o s e r rores y vicios.

En mi o p i n i ó n , el l l amado pasaje d e Ale jandro del li­b r o IX d e Livio n o es, c o m o se suele decir , un a larde de la capacidad d e creación l i teraria del a u t o r o u n ejercicio magistral d e habi l idad re tór ica . Es un ensayo de filoso­fía po l í t i ca , n e t a m e n t e r o m a n o en su p l a n t e a m i e n t o y en el desar ro l lo d e su l ínea a rgumen ta l . Nada d e general iza­c iones abs t rac tas sobre la b o n d a d teór ica d e la m o n a r q u í a o de la repúbl ica . Los s is temas cons t i tuc iona le s son com­pa rados y m e d i d o s en su opera t iv idad prác t ica en los t r e s ó r d e n e s de la po l í t i ca in te r io r , ex t e r io r y mil i tar .

El e r ror d e D a n t e consis t ió en n o e n t e n d e r q u e Livio

Page 6: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

' Dante {De Mon. II 8, 8) dice que "Alejandro, el rey de Ma­cedonia, el que más se acercó entre todos los reyes a la cumbre de la monarquía, después de haber intimado a la rendición a los roma­nos por medio de una embajada y antes de la respuesta de los ro­manos, ut Liuius narrât, sucumbió en Egipto in medio quasi cur-su". Evidentemente el poeta florentino, como quizá sus contempo­ráneos, entendía la digresión de Livio a modo de relato histórico.

^ Inf. XXVIII 12.

137

estaba e x p o n i e n d o un futur ible imaginar io y, consiguien­t e m e n t e , en leer el pasaje c o m o si fuera una verdadera na­rración his tór ica . Según D a n t e , T i t o Livio cuen ta ^ q u e Ale jandro , el rey de Macedonia , t ras conqu i s t a r Eg ip to , hab ía i n t i m a d o la rendic ión a los r o m a n o s y m u r i ó an t e s d e recibir la respuesta d e és tos . Para el p o e t a f lo ren t ino el ep isodio es un e jemplo d e c ó m o los azares del des t i no t r u n c a r o n el p r o y e c t o de Ale jandro de es tablecer u n a m o ­na rqu í a universal . En Livio la imaginaria digres ión era un p r e t e x t o para d e m o s t r a r la super io r idad po l í t i c a d e la re­pública r o m a n a sobre las au tocrac ias m o n á r q u i c a s or ien­tales o helenís t icas .

Pero p u e d e af i rmarse q u e para D a n t e el n o m b r e d e Li­vio era equivalente a una ga r an t í a de verac idad . Lo cual se co r r e sponde p e r f e c t a m e n t e con el f amoso verso del c a n t o XXVII I del In f ie rno , en la Divina Comed ia , q u e di­ce come scrive Livio che non erra ^.

Livio h i s to r iador es una conqu i s t a de l p r e h u m a n i s m o rep resen tado po r D a n t e , an t e r io r a la q u e se p r o d u c i r í a en las generac iones s iguientes. Por obra de Lando l fo de Co­lonna y, sobre t o d o , po r la p iadosa cons tanc ia con q u e Petrarca se ded icó a busca r y r econs t ru i r los Hbros perdi -

Page 7: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

' Cf. B i L L A N O v i c H Petrorch and the Textual Tradition of Livy, en Journ. Wartb. Court. Inst. XIV 1951, 137-208. Cf. otros trabajos del mismo autor en hai. Med. Um. y el prefacio de McDo­nald a la edición de Livio, libros XXXI-XXXV (Oxford, 1965).

^ Lw.Praef.iO.

138

dos ^ , q u e d ó f r anqueado el paso a la nueva e tapa de la re­cuperac ión de un Livio más c o m p l e t o , en el q u e se veía n o sólo al fiel tes t igo d e his tor ias e jemplares , sino al g ran escr i tor . Un sigio después se p roduc i r í a la e laborac ión más p ro funda an tes a lud ida , q u e c o n d u c e al T i t o Livio de la p len i tud del h u m a n i s m o , fuente e inspiración del pen­samien to p o l í t i c o . Livio r e c o b r a d o ofrecía un caudal de exper ienc ias del juego h is tór ico de las g randes personal i ­d a d e s y de las clases sociales en el seno de una organiza­c ión po l í t i ca c o m o la u r b e r o m a n a , tan parec ida , en cier­to sen t ido , a las c iudades i tal ianas del R e n a c i m i e n t o . En él se veía , c o m o en u n l abo ra to r io , la in te racc ión de ar­mas y po l í t i ca en la vida in te rna y en la ob ra ex te r io r de un es tado-c iudad , o , s i m p l e m e n t e , de un e s t a d o , c o m o aparece en Maquiavelo .

Así , a los mil q u i n i e n t o s años de la m u e r t e del au to r , la historia de T i to Livio seguía c u m p l i e n d o la pr incipal de las f inal idades q u e , desde el m i s m o y f amos í s imo prefa­cio, le asignaba el escr i tor de Padua * : "of recer , a la br i­l lante luz de una nar rac ión m o n u m e n t a l , m o d e l o s d ignos de ser imi tados por los h o m b r e s y p o r los e s t ados y suce­sos, desas t rosos por sus causas o p o r sus consecuenc ias , que d e b e n ser e v i t a d o s " .

Page 8: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

HISTORIOGRAHA ANTIGUA V MODERNA

Los an t iguos carec ían del sen t ido h i s tó r ico carac te r í s ­t ico d e la cu l tura m o d e r n a , cuya conqu i s t a en el siglo XIX ha p o d i d o ser c o m p a r a d a al d e s c u b r i m i e n t o y aplica­ción de la perspect iva que logran en su época los p in to r e s del R e n a c i m i e n t o . En las na r rac iones h is tór icas de los au­to res an t iguos , e incluso de los medievales y de los mode r ­nos hasta el siglo XVII I , los h e c h o s del pasado apa recen c o n t e m p l a d o s con la m i s m a i n m e d i a t e z , y con el m i s m o lenguaje, q u e los que son c o n t e m p o r á n e o s del escr i tor que los relata. Este aplica su p rop ia exper ienc ia cul tura l y h u m a n a y mide y juzga con su p rop ia escala de valores ideológica y mora l , sin adecua r su visión a la lejanía del o b j e t o , c o m o está a c o s t u m b r a d o a b a c e r e i h o m b r e cu l to de la ac tua l idad , q u e ha a p r e n d i d o a s i tuar cada época his­tór ica en el a m b i e n t e y en las d imens iones q u e fueron propias de ella. El h i s to r iador an t iguo sólo es capaz de percibir d i ferencias tecnológicas y de magn i tud en t r e los t i empos más pr imi t ivos y los q u e él m i smo vive. La inves­t igación científ ica de los h i s to r i adores m o d e r n o s se es­fuerza por recons t ru i r una imagen del pasado tal c o m o éste fue, en un dob le i n t e n t o d e c o m p r e n d e r l o y expresar­lo en los t é r m i n o s d e la é p o c a en cues t ión , m i d i e n d o los da to s mater ia les , los h e c h o s y las c o n d u c t a s según la esca­la de valores y d e c o n c e p t o s cul tura les y sociales vigentes en tonces .

El h i s tor iador an t iguo , po r el con t r a r i o , escribe una historia lineal o p lana , q u e resul ta salpicada de anacronis ­mos . El a u t o r se expresa en el lenguaje de su t i e m p o e imagina el pasado a la mane ra del p resen te . Para él una

139

Page 9: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

' FONTAN o. c. en n. 1, 104.

'° T a c . / í « « . i y 3 4 , 4 . " Tac. /. c.

140

época pr imit iva - p a r a Livio, p o r e jemplo , la R o m a arcaica d e los reyes y de los p r imeros siglos republ icanos— es co­m o la R o m a d e su t i e m p o a escala r educ ida ; c o n u n pe r í ­m e t r o u r b a n o más e s t r echo , m e n o s dioses , m e n o s pob la ­ción V m e n o s r iquezas , t e m p l o s más m o d e s t o s y m e n o s legiones d e so ldados . Pero con su p e r í m e t r o o pomerium, su pob lac ión r o m a n a y su l a t í n , sus d ioses , t e m p l o s y le­g iones semejantes en t o d o a los d e los años en q u e escri­b í a el a u t o r ^ .

Este t i p o d e his tor ia ofrece un caudal d e exper ienc ias d i r e c t a m e n t e válidas para el análisis de l p resen te y la p ro ­yecc ión po l í t i ca del fu tu ro , sin neces idad de que el l ec tor haya de t r aduc i r m e n t a l m e n t e los t e x t o s y los d a t o s a o t r o lenguaje cu l tu ra l . La h is tor ia así es c o m o un labora­tor io d e la vida en el q u e se han rea l izado p rev i amen te las más variadas e imaginables exper ienc ias h u m a n a s .

El más br i l lan te y expres ivo d e los elogios q u e en la Ant igüedad se hacen de la ob ra de Livio es el f o r m u l a d o por Tác i to en el Hbro IV de los Anales, c o m o i n t r o d u c ­ción a la a n é c d o t a de q u e Augus to , q u e era su amigo per­sonal , le e n c o n t r a b a ' ° t an pa r t ida r io de P o m p e y o frente a César q u e le l lamaba " m i p o m p e y a n o " . La i m p o r t a n c i a del elogio reside en q u e su a u t o r era un gran h i s to r i ador y sus palabras p u e d e n , por lo t a n t o , ser e n t e n d i d a s c o m o el ap lauso profesional a una reahzac ión y a u n m é t o d o de trabajo : eloquentiae ac fldei praeclarus in primis ' '.

Hay o t r o s elogios más an t iguos t odav í a q u e los d e Tá-

Page 10: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

Otros elogios de Livio en Quint. VIII 1, 3 y X 1, 101; Sen. Controu. X 2; Suas. VI 22; Ep. mor. C 9, etc.

Las referencias de Cicerón a la teoría y práctica de la his­toria como género literario y ocupación propia de un político e in­telectual romano son numerosas, así como las que hace a la función

c i to , c o m ò los de los dos Sénecas , Pl inio , Qu in t i l i ano , F lo ro , e t c ' ^ , que alaban cual idades persona les o rasgos que subrayan la individual idad propia de Livio e n t r e sus colegas, los o t r o s g randes h i s to r iadores griegos y r o m a n o s . Pero la expres ión de Tác i to acerca al q u e ref lexiona sobre ella a los cr i ter ios con q u e la cu l tu ra ant igua en su época de madurez juzgaba una ob ra his tór ica y los ideales c u y o in t en to de real ización jus t i f icaba el esfuerzo de e m p r e n ­der la : el esti lo l i terario y la credibi l idad de la na r rac ión , t a n t o en lo que afecta a la imparcia l idad del a u t o r c o m o a su fidelidad a las fuentes .

De esta doc t r i na historiográfica par t ic ipaba , siglo y m e d i o an tes de Tác i t o , el p rop io T i t o Livio. c o m o pro­clama ent re m o d e s t o y p re t enc ioso en el famoso prefacio general con q u e abre su his tor ia , t i que se p r o p o n e escri­bir historia para t r a t a r en ella a sun tos q u e yan han sido expues to s por o t r o s escr i tores , o r d i n a r i a m e n t e aspira, di­ce Livio, a una de estas d o s cosas, o a a m b a s a la vez: a apo r t a r m a y o r e s precis iones en el o r d e n de los hechos o a superar con su esti lo l i terario la rudeza arcaica. La con­jugación de a m b o s e l e m e n t o s es cons iderada en la cu l tura de la R o m a clásica c o m o indispensable para q u e una obra his tór ica resul te merecedo ra d e ese n o m b r e . Cicerón ha­b ía desar ro l lado a m p h a m e n t e esta doc t r i na en sus escr i tos de teor ía de la L i te ra tura y en sus ensayos po l í t i cos

141

Page 11: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO I-ONTAN

de esta disciplina en De legibus, De oratore. Orator, Tusculanas, De Finibus y algunas cartas (cf. Fam. V 12, 2; Att. XIV 4, XVI 13 b. etc.).

142

Una dil igente investigación d e las fuentes es imprescindi­ble en el c a m p o d e los h e c h o s -res~\ y el nivel d e digni­dad Uteraria a lcanzado po r la lengua lat ina exige del his to­r iador que se esfuerce p o r hacer su obra legible y convin­cen te m e d i a n t e el a d e c u a d o emp leo d e las técnicas que se a p r e n d e n con la lec tura d e los b u e n o s a u t o r e s y la ense­ñanza de las escuelas de re tór ica -uerba-

El lado Uterario del p rob l ema no se reduce a aque l los a spec tos q u e en el lenguaje c o m ú n y en una cons iderac ión superficial se p u e d e n cons iderar c o m o p rop io s de la Esti­l ís t ica: las o p c i o n e s s in táct icas , la selección del léxico , el o r d e n de las pa labras , las figuras del lenguaje. T iene una m a y o r a m p h t u d y a lcanza a la compos ic ión general de la ob ra , a la de los pasajes individuales , a la o r d e n a c i ó n del re la to , e tc . Si se t ra ta de nar ra r un episodio - p o r ejem­p lo , una batal la o una ope rac ión p o l í t i c a - , el o r d e n de la nanatio, c o n f o r m e enseñaban para los d iscursos los maes­t ros de Re tór ica , debe ser c rono lóg ico y su f i c i en temente expl icat ivo, de m o d o q u e el t e m a aparezca s i tuado en su m a r c o topográf ico y p rosopográf ico m e d i a n t e la descr ip­c ión d e los lugares en q u e los h e c h o s ocu r r en y la presen­tac ión de las personas o colect iv idades - e j é r c i t o , asam­b l e a - q u e en ellos t o m a n pa r t e . Segu idamen te han de expone r se , p o r su o r d e n , p r imero los p r o y e c t o s , de spués los a c o n t e c i m i e n t o s y al fin las consecuenc ias . Respec to de los p r imeros , el h i s to r i ador p u e d e emi t i r ju ic io t écn ico y / o m o r a l ; en los h e c h o s d e b e ser ob je t ivo ; en el análi-

Page 12: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

En un códice de la Bibl. Nac. de París, llamado el Anecdo-ton o Excerptum Parisinum (Lat. 7530).

143

sis de las consecuencias ha d e e x a m i n a r el papel q u e en ellas ha d e s e m p e ñ a d o el azar y los f ru tos q u e se d e b e n a la p rudenc ia o t emer idad de los ac tores .

Con t o d a esa labor el h i s to r i ador cumple la p r imera pa r t e d e la función a la q u e está l l amado . Un t e x t o anó­n i m o de la An t igüedad t a r d í a conse rvado p o r azar en u n manusc r i t o misce láneo d e la Bibl io teca Nac iona l d e Par í s l lama al r esu l t ado d e t o d a esa labor , al e x p o n e r la ve rdad , el officium del h i s to r i ador . P e r o , j u n t o a este offi-cium, señala un flnis o finalidad del h i s to r i ador y d e la ob ra his tór ica: a leccionar a los lec tores con la na r rac ión d e los h e c h o s del pasado . Lo p r i m e r o , el officium, es lo que dis t ingue al h i s to r i ador del p o e t a . Lo s egundo , el fl­nis, es lo q u e le diferencia del r ecop i l ador de e rud ic iones , al q u e los an t iguos d a b a n el n o m b r e d e antiquarius.

Cicerón ya h a b í a enseñado a los r o m a n o s q u e el obje­tivo fundamen ta l de la his tor ia es la u t i l idad , o la ense­ñanza individual y colect iva d e las personas o c o m u n i d a ­des a q u e a lcance con sus ob ra s . La his tor ia n o p u e d e re­ducirse a ser una m e r a ac tua l izac ión de l p a s a d o , n i a u n a acumulac ión d e hechos , ni s iquiera o r d e n a d o s en u n a cier­ta l ínea de in t e rp re t ac ión causal . T a m b i é n el an t i cua r io se p r o p o n e una r econs t rucc ión veraz , pe ro sin p r e t e n d e r pa­sar de a h í a una apl icación prác t ica d e las d imens iones mora l y po l í t i ca , q u e resu l tan inseparables de la verda­dera his toria .

Page 13: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

LOS CRITERIOS DE LA HISTORIOGRAFÍA ROMANA

T o d a la t eo r í a his toriográfica r o m a n a está c o m p u e s t a d e e l e m e n t o s griegos. Casi se p u e d e asegurar q u e cada una de sus a f i rmaciones doc t r ina l e s o real izaciones prác t i ­cas t iene u n a fuente helénica . Pe ro n o p o r eso el c o n j u n t o d e la t eo r í a y la prác t ica deja de t e n e r u n inconfundib le carác te r nac iona l r o m a n o . Con la h is tor ia o c u r r e algo pa­recido a lo q u e pasó con la poes ía . La pr imit iva épica griega es un m u n d o , p o t e n c i a l m e n t e universal , p o b l a d o d e dioses y d e héroes . La r o m a n a p r o c e d e d e la griega po r vía de imi tac ión , p r imero de e s t ruc tu ra y concepc ión - N e v i o - y , después , de forma mét r ica , con la t ras lac ión p o r E n n i o al la t ín del h e x á m e t r o h o m é r i c o . Pero en con­t ras te con la griega, la épica r o m a n a pr imi t iva es, a d e m á s de tosca y p o b r e , a c u s a d a m e n t e nac iona l , conc re t a y na­rrativa de h e c h o s acaec idos en la his tor ia o q u e el p o e t a admi t e c o m o tales in t eg rándo los en la t r ad ic ión nac iona l . P o d r í a hablarse de u n a expresa universal idad griega en con t r a s t e con el par t i cu la r i smo nac iona l r o m a n o .

Tucídides h a b í a d i cho que el obje t ivo de la h is tor ia era lograr unas "adqu i s i c iones p e r m a n e n t e s " para el acervo d e la cu l tu ra humana. N o sólo en el o r d e n de los hechos , q u e el h i s to r iador d e b e fijar de f in i t ivamente mediante su invest igación, sino en el p lano general de la c o n d u c t a hu­m a n a y del deveni r p e r p e t u o d e los a c o n t e c i m i e n t o s q u e p u e d e n ocur r i r a los h o m b r e s . La his tor ia , q u e p o r princi­p io es una casuís t ica , encierra una po tenc ia l idad univer­sal. Pos tu lado fundamen ta l d e esta doc t r i na es que en cond ic iones similares y p o r m o t i v o s pa rec idos p u e d e n p roduc i r se sucesos semejan tes a los q u e alguna vez ocu-

144

Page 14: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

Cf. Tuc. I 22 y WALSH Livy, his Historical Aims and Me­thods, Cambridge, 1970, 23 s.

145

r r ieron. El r a z o n a m i e n t o viene a consis t i r en una aplica­c ión a la his tor ia del m é t o d o empí r ico- rac iona l i s ta desa­r ro l lado po r la b io logía y la med ic ina j on i a de la escuela h ipocrá t ica . El f ru to del t rabajo del h i s to r i ador , d ice Tu­c íd ides , consis te en lograr la c o m p r e n s i ó n " t a n t o d e los a c o n t e c i m i e n t o s que han suced ido , c o m o d e aque l los o t ro s q u e en algún m o m e n t o del fu tu ro han de presen ta r ­se de la misma o d e semejante m a n e r a " .

La exper ienc ia his tór ica es as í e n t e n d i d a c o m o repe t i -ble . Por lo t a n t o , su c o n o c i m i e n t o y análisis poseen u n a capacidad de p royecc ión sobre el fu tu ro q u e la conv ie r t en en i n s t r u m e n t o d e especial u t i l idad para el p o l í t i c o , c o m o en fá t i camen te subraya casi t res siglos d e s p u é s el t a m b i é n griego Pol ibio .

En la cu l tu ra r o m a n a t o d a esta d o c t r i n a revis te u n ca­rác ter más i n m e d i a t a m e n t e p rác t i co y c o n c r e t o . Por u n lado a t ravés del mora l i smo . Por o t r o , m e d i a n t e la con­cen t rac ión de la a t enc ión y la vo lun ta r ia l imi tac ión del h o r i z o n t e de la exper ienc ia y del c a m p o d e ap l icac ión d e la prognosis al t e r r i to r io h is tór ico-cul tura l r o m a n o .

Los h i s to r iadores r o m a n o s salpican t a m b i é n cons tan ­t e m e n t e sus obras con breves ju ic ios y cal if icaciones d e carácter filosófico y m o r a l . Pe ro , más q u e po r la vía d e las digresiones teór icas , p o r la de suc in tas apost i l las a la descr ipc ión d e un personaje o d e una s i tuac ión m e d i a n t e incisos co r tos q u e a veces son def in ic iones y a veces p r o ­ceso de in tenc iones , con u n a imagen expres iva o br i l lan te

Page 15: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

146

O cosa parec ida .

No o b s t a n t e , desde Salus t io , es c o s t u m b r e d e los his­t o r i ado re s abr i r sus ob ra s con i n t r o d u c c i o n e s o prefacios m á s o m e n o s largos en los q u e el a u t o r se e x t i e n d e en re­flexiones sobre el sen t ido general d e la h is tor ia - y d e la h is tor ia d e Roma— y sobre los fac tores q u e han in f lu ido d e m o d o más d e t e r m i n a n t e en los a c o n t e c i m i e n t o s . El p e n s a m i e n t o n o s i empre sigue u n curso claro y c o h e r e n t e . Pero se p u e d e dis t inguir en él el r e c o n o c i m i e n t o d e t res e l e m e n t o s q u e o p e r a n en la h is tor ia al l ado d e los fac tores mater ia les - r i q u e z a , pob lac ión y fuerza d e los p u e b l o s -y d e la sagacidad d e los d i r igentes p o l í t i c o s . Es tos t res e l e m e n t o s son los d ioses , el d e s t i n o y las c o s t u m b r e s , mo­res, o mora l de los h o m b r e s .

Los dioses n o son , d e h e c h o , m u y i m p o r t a n t e s y , des­d e luego, n u n c a decisivos para u n h i s to r i ador r o m a n o . La re lación con los d ioses se conc ibe c o m o u n negoc io j u r í ­d ico . El p u e b l o r o m a n o c u m p l e su p a r t e del c o n t r a t o rin­d iéndoles h o n o r y cu l to y r e s p o n d i e n d o al mensaje d e los dioses, q u e se expresa en los prodig ios , m e d i a n t e las co­r r e spond ien t e s ce remon ias religiosas. Los d ioses , en con­t r ap res t ac ión , c u m p l e n con sus ob l igac iones de tu t e l a , q u e o r d i n a r i a m e n t e consis ten en dejar las cosas c o m o es­t á n , d i scur r i endo a su aire, sin in terveni r en ellas. Aque ­llos religiosissumi mortales n o l legaron casi n u n c a a una concepc ión religosa más p r o f u n d a o compl i cada .

El des t ino o fatum es a n c o n c e p t o eno joso y d e m a ­siado sutil para la m e n t a l i d a d r o m a n a , q u e n o llegó a d o ­mina r lo n u n c a y con el q u e ni h i s to r i adores ni f i lósofos ni p o e t a s acaba ron de encon t r a r s e n u n c a a gus to . Lo em-

Page 16: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

Liv. Praef. 9. Desde otra perspectiva, ve en la obra de Li-vio un crecimiento orgánico RU CH Le thème de la croissance or­ganique dans le livre I de Tite-Live, en St. Q. X 1968, 123-131.

147

plean con frecuencia , p o r q u e lo h a b í a n l e ído en los grie­gos y p o r q u e les l lenaba d e orgul lo y levantaba el á n i m o pensar q u e su c iudad es taba des t inada a u n fu tu ro e t e r n o y a una prosper idad i l imitada.

En c a m b i o , la mora l h u m a n a es para los r o m a n o s su t e r r eno y su lenguaje. Hay , a q u í t a m b i é n , una t ransferen­cia a la his tor ia del p e n s a m i e n t o b io lógico y de la e x p e ­riencia médica . La vi r tud es c o m o la p l en i tud de la salud y del vigor físico. Los vicios son las e n f e r m e d a d e s d e los individuos y d e los pueb los . O p e r a n c o m o las infecciones —pestis— y se cu ran c o m o los males físicos, con medic i ­nas, remedia. Incluso p u e d e a lcanzarse un m o m e n t o d e t a n acusada gravedad q u e el o rgan i smo nacional no sea ya capaz de sufrir ni los vicios q u e lo a r ru inan ni la medica-cación po l í t i ca q u e h a b r í a d e cu ra r lo : nec uitia nec reme­dia pati possumus .

Al m i s m o t i e m p o , los h i s to r i adores r o m a n o s conf inan su in terés a la exper ienc ia nac iona l , d e tal m a n e r a q u e los o t ro s pueb los y exper ienc ias —no sólo bá rba ras , sino in­cluso griegas— sólo les in te resan c u a n d o conf luyen con el curso lineal de la his tor ia d e los r o m a n o s .

César y Tác i to ofrecen be l los e s tud ios m e d i o e tnográ­ficos, m e d i o sociológicos sobre los pueb lo s d e la Galia, de Britania y los ge rmanos . Livio habla d e los car tagineses , galos e h i spanos , Salust io d e los n ú m i d a s y casi t o d o s ellos, r e p e t i d a m e n t e , de los griegos, c u a n d o u n o s u o t r o s en t r an en el h o r i z o n t e nac ional r o m a n o a la m a n e r a c o m o

Page 17: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

148

los a f luentes de u n r ío d e s e m b o c a n en el curso pr inc ipa l . C o m o el h o r i z o n t e del h i s to r i ador y sus apa ra to s d e per­cepc ión y d e m e d i d a son r o m a n o s , y n u n c a v e r d a d e r a m e n ­te universales, los p u e b l o s nuevos son desc r i tos d e fo rma expl íc i ta o impl í c i t a en re lación con los r o m a n o s . A una c iudad rival y casi equ iva len te desde los p u n t o s d e vista p o l í t i c o y mil i tar , c o m o la Car tago d e las guer ras Púnicas , se le a t r i buye una organizac ión semejante a la r o m a n a : con Senado , vo tac iones , d iscursos , t e m p l o s , d ioses . Los pue ­blos p r imi t ivos son vistos c o m o una pieza de c o n t r a s t e . T ienen las v i r tudes q u e p rec i s amen te e n t o n c e s fal tan a los r o m a n o s ; y sus vicios, q u e los s i túan en nivel casi infrahu­m a n o o, en t o d o caso, subcivi l izado, se c o n t e m p l a n con ge­nerosa c o m p r e n s i ó n , p o r q u e no se a d m i t e el riesgo de q u e p rec i samen te esos vicios, en las fo rmas q u e p re sen tan , con­t a m i n e n al p u e b l o r o m a n o .

Lo q u e la his tor ia escri ta p o r los a u t o r e s r o m a n o s pue ­de pe rde r de d imens ión universal con esta l imi tac ión y esta ac t i t ud , lo gana , en el o r d e n de la p royecc ión sobre la cien­cia y la prác t ica po l í t i cas de su p rop ia é p o c a y de la cul tu­ra pos te r io r , po r el rigor con q u e se ve obl igada a ceñirse a una exper iencia concre ta y po r la concen t r ac ión sobre ella q u e se i m p o n e al esp í r i tu del h i s tor iador . Escribir h is tor ia en R o m a , c o n f o r m e a es tos e squemas m e n t a l e s y a esta ac­t i tud espir i tual , t e n í a q u e ser, de h e c h o , una ta rea labor io­sa y esforzada q u e r eque r í a el oc io de q u e carec ía Cicerón y la plena ded icac ión del t i e m p o q u e le consagra ron Salus­t io y Tác i t o , al t é r m i n o o en los parén tes i s de sus act ivida­des pol í t icas , o Ti to Livio a lo largo d e casi m e d i o siglo d e no hacer p r á c t i c a m e n t e n inguna o t r a cosa. Este m i s m o au­t o r se confiesa en algún m o m e n t o fa t igado de la ta rea . C o n

Page 18: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

En un pasaje perdido de algún prólogo de Livio, según Plin. yV. H. praef. 16.

149

ella ha cumpl ido ya con su d e b e r d e c i u d a d a n o y ha alcan­zado la gloria q u e buscaba , pe ro se declara al m i smo t i em­po casi m o r b o s a m e n t e abso rb ido p o r su ob ra , hasta el p u n ­to de n o p o d e r abandona r l a y no ser capaz de e n c o n t r a r sa­tisfacción en o t r a cosa q u e en el e m p e ñ o de proseguir la .

El r o m a n o es un p u e b l o m e n t a l i z a d o p o r la h is tor ia y para la historia, y m u y c o n c r e t a m e n t e po r la his tor ia nacio­nal. La suya es, po r excelencia , la cu l tu ra del p r e c e d e n t e y del e jemplo , u n o y o t r o r ea lmen te e n c a r n a d o s en la vida. Pero e n t e n d i e n d o bien que para los r o m a n o s la vida es a n t e t o d o la vida públ ica o pol í t ica . Muy i lustrat iva, a es tos efectos , resul ta la cons iderac ión de la l i t e ra tura filosófico-mora l q u e au to re s c o m o Cicerón y Séneca i n t r o d u c e n en la órb i ta r o m a n a s iguiendo los m o d e l o s griegos, no sólo en c u a n t o al género o los pr inc ip ios doc t r ina les , sino m u y fre­c u e n t e m e n t e hasta en la t ras lación d e los c o n c e p t o s con­cre tos y de sus apl icac iones prác t icas .

Al proseguir , imi tar o aun t r aduc i r ta les m o d e l o s , la ex­posición teórica se a p o y a , igual q u e en los or iginales helé­nicos o he len ís t icos , en una e n u m e r a c i ó n de e jemplos . Los r o m a n o s repi ten y t r aducen el a n e c d o t a r i o d e la t r ad ic ión griega, cuyos p ro tagon i s t a s son los p rop ios fi lósofos capi ta­les de las diversas escuelas q u e , de una mane ra u o t r a , rea­lizaron en sus vidas el ideal mora l desc r i to en la t eo r í a : los siete sabios, Sócra tes y sus d i sc ípu los , los m a e s t r o s pos te ­riores de las escuelas estoica, académica , ep icúrea , e t c . Lo carac te r í s t i co de Cicerón y d e Séneca es a l te rnar esos ejem-

Page 19: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

150

plos y ese a n e c d o t a r i o con o t r o s p r o c e d e n t e s de la t rad i ­ción r o m a n a . Los p ro tagon i s t a s en es tos casos son casi s iempre figuras e x t r a í d a s de la his tor ia po l í t i ca r o m a n a . Al e jemplar griego del sabio q u e realiza en su vida pe rsona l el ideal t eór ico de su filosofía, c o r r e s p o n d e en la exper ienc ia r o m a n a el hé roe nac iona l —aristócrata, mag i s t r ado , po l í t i ­co y militar— q u e ha c u m p l i d o en su vida, gene ra lmen te m u y a la r o m a n a , sin previas fo rmulac iones doc t r ina les , el m i s m o p r o y e c t o ideal tan l abo r io samen te c o n s t r u i d o po r los pensadores griegos.

Mientras que el sabio griego de los e jemplos de la filo­sofía mora l es el asceta e s tud ioso que aphca una t eo r í a , el hé roe nac ional d e los e j emplos r o m a n o s —como C a t ó n , q u e resul ta , por así decir , el " p a r t e n a i r e " de Sócrates— ser ía c o m o la fuente his tór ica a par t i r de lá q u e se p u e d e e labo­rar por inducc ión una filosofía mora l q u e resul te universal-m e n t e válida.

LA HISTORIA COMO SABIDURÍA POLITICA

Un c u a d r o aná logo al de la filosofía mora l se ofrece en el c a m p o de la doc t r i na pol í t ica . Los r o m a n o s , c o m o se ha r econoc ido m u c h a s veces, carecen de in te rés o de capaci­dad para la teor izac ión pol í t ica abs t rac ta . Para el p o l í t i c o de la época republ icana la po l í t i ca era una cues t ión perso­nal y social, arraigada en las enseñanzas de la his tor ia y en los e jemplos de los an t epasados .

Esta pecul iar men ta l i dad his tór ica n o ha de ser con­fundida con el sen t ido h is tór ico de la época m o d e r n a , del que se diferencia casi lo m i s m o q u e un p lano b id imens iona l de un vo lumen p r o y e c t a d o en el espacio d e t res d imens io -

Page 20: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

151

nes. La más fácil v ía de acceso para una c o m p r e n s i ó n in­med ia t a de ella es un a c e r c a m i e n t o a lo q u e r e p r e s e n t a b a para las clases d i r igentes r o m a n a s la re lac ión con los an t e ­pasados y has ta con los fu tu ros descend ien te s .

Unas veces los q u e u n r o m a n o ilustre cons idera a n t e p a ­sados suyos lo son r e a l m e n t e . O t r a s bas ta la c o m u n i d a d d e n o m b r e —el n o m b r e genti l ic io de alguna de las familias nobles , patr ic ias o p lebeyas , c o m o los Fab ios , Claudios , Valerios, Corne l ios , etc.— para q u e se es tablezca una espe­cie de sol idaridad afectiva e incluso po l í t i ca e n t r e el m o ­d e r n o supues to de scend ien t e y los f amosos p r e s u n t o s an­tepasados .

Pocas veces aparece más i lus t rado es te f e n ó m e n o q u e en t re los analis tas q u e l levaron a lguno d e aque l los i lustres n o m b r e s . Fab io Pic tor , Valer io Ant ias , Claudio Quadr iga-r io, Corne l io Sisena, son h i s to r i adores d e los siglos III a 1 que se s ienten ident i f icados con la gloria y con la h is tor ia d e los viejos personajes nac ionales del m i s m o n o m b r e gen­tilicio hasta el p u n t o d e d e f o r m a r en su favor los d a t o s de la historia y p o n e r el a c e n t o del pr incipal m é r i t o en la po l í ­tica que s imbol izan las respect ivas gen tes : el r anc io pat r i -ciado superar i s tocrá t ico de los Valer ios , el conserva t i smo de los Fabios , el progres ismo i lus t rado de Corne l ios y Emi ­lios, el popu la r i smo t rad ic iona l de los nob les de or igen ple­b e y o que fueron en su pr inc ip io los Claudios .

El griego Pol ibio un í a a su cu l tu ra y a su gran t a l e n t o de h is tor iador u n o s ojos nuevos y una capac idad d e pers­pect iva para c o n t e m p l a r la his tor ia r o m a n a de q u e na tu ­ra lmente carecían los nac ionales . De ese m o d o p u d o ad-

Page 21: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

Pol. VI 53 S. Cf. EARL The Moral and Political Tradition of Rome, Ithaca, N.Y., 1967, 26-27.

152

vertir mejor q u e n ingún o t r o h i s to r i ador la fuerza q u e ese género d e v inculac ión con los m a y o r e s t e n í a para la con­formac ión de la men ta l i dad r o m a n a . En el l ibro VI descri­b e con r igurosa minuc ios idad , nac ida del a s o m b r o , las ce­r emon ia s funerarias q u e a c o m p a ñ a b a n al sepelio de un n o ­ble r o m a n o d e una de las familias i m p o r t a n t e s La p r o ­cesión con el cadáver a t ravés de la c iudad , la fabr icación d e la máscara del m u e r t o q u e vend r í a a engrosar la colec­ción d e las imagines maiorum q u e se conservar ían en la ca­sa, el d iscurso del hijo sobre las glorias familiares y las vir­t u d e s del d i fun to , el cor te jo en q u e j ó v e n e s p o r t a d o r e s de las máscaras o imagines de los o t r o s glor iosos a n t e p a s a d o s s imbol izaban la presencia en el r i to , d e la c o m u n i d a d espi­r i tual y famiUar de los m a y o r e s .

La vida persona l d e u n o de es tos a r i s tóc ra tas r o m a n o s es sent ida c o m o un des t ino en el q u e t i enen pa r t e las ge­nerac iones p r e c e d e n t e s y q u e en c ie r to m o d o cond ic iona y d e t e r m i n a lo q u e el fu tu ro personaje vaya a ser. A d e m á s o c u r r e q u e las t r ad ic iones de los abue los se in tegran en la t rad ic ión nac iona l de t o d o el p u e b l o . Hay u n a i n t e rpene ­t r ac ión de sagas familiares, l eyendas topográf icas o religio­sas y h e c h o s reales con el c o n j u n t o d e la h is tor ia . Y lue­go , de m o d o t a n eficaz c o m o e s p o n t á n e o , c o n el c o n j u n t o d e la l i t e ra tura .

T o d o este p roceso , cuyos episodios a veces se encade ­nan suces ivamente y a veces se a c u m u l a n en u n t i e m p o más co r to de los m o m e n t o s m á s in t ensos de la vida nac iona l ro­m a n a , c o m o o c u r r e en los cien años q u e t r anscu r r en d e s d e

Page 22: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

WALSH o. c. 167.

153

la p r imera guerra Pùnica has ta la des t rucc ión final d e Car-tago y la conqu i s t a d e Hispania en Occ iden t e y del o r b e griego en el Med i t e r ráneo o r ien ta l , a lcanza una especie d e cu lminac ión en la época de A u g u s t o .

C o m o sucede t a n t a s veces en la h is tor ia , n o p o d r í a ase­gurarse f o r m a l m e n t e y con carác te r a b s o l u t o q u e la época d e Augus to sea v e r d a d e r a m e n t e una cu lminac ión . Lo q u e ocur re con ella es q u e se t r a ta del p e r í o d o h i s tó r ico más ené rg icamente i l uminado po r u n a gran L i t e r a tu r a - V i r g i ­l io , Horac io , los e legiacos . T i t o L i v i o - . Es , p o r t a n t o , el q u e ha o b t e n i d o m á s br i l lan te expres ión , conv i r t i éndose p o r esta c i rcuns tancia , y p o r h a b e r r e su l t ado a d e m á s el pr inc ip io del nuevo rég imen, en el p u n t o d e referencia obli­gado para t o d a la cu l tu ra , la po l í t i ca y la his tor ia r o m a n a pos ter ior . Es el p e r í o d o en q u e se a c u ñ ó de f in i t i vamen te la imagen d e R o m a q u e iba a ser opera t iva c o m o fuen te d e inspiración y m u c h a s veces c o m o m o d e l o de c o n d u c t a o de real izaciones en t o d a la cu l tu ra pos t e r io r d e ra íz la t ina.

Al p r imer h i s to r i ador d e esta época , n u e s t r o T i t o Livio, le fa l taban en efecto la exper ienc ia po l í t i c a y mi l i ta r y has ta la cu l tu ra geográfica y el e sp í r i tu c ien t í f ico q u e ca­rac te r izaban a Pol ib io , p e r o , c o m o d ice u n o d e los p r ime­ros especialistas m o d e r n o s en el e s t u d i o d e este a u t o r , mues t r a u n in te rés i n t e n s o , mer i t o r io y con tag ioso en la vi­da po l í t i ca de la R o m a r epub l i cana y t r a n s m i t e su entus ias­m o a los c í rcu los m á s in f luyen tes d e la R o m a d e Augus to con la esperanza d e q u e no se l leguen a d e s c o n o c e r las lec­c iones del pa sado , al q u e , t a n t o c o m o la ve rdadera real idad

Page 23: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

VOEGELIN Order and History I. Israel and Revektion, Louisiana State Univ. Press. 1958, 5 s.

154

d e lo q u e fue, ha d a d o fo rma él en el t r anscurso d e su larga ob ra .

Pese al c amb io de las c i rcuns tanc ias po l í t i cas sobreveni­d o con el e s t ab lec imien to del Impe r io m o n á r q u i c o en el lu­gar q u e h a b í a q u e d a d o vac ío con la d i so luc ión de la repú­blica ol igárquica d e los siglos del g o b i e r n o senator ia l , la ac­c ión del escr i tor p rodu jo sus consecuenc ias . Y, a e fec tos d e opera t iv idad sobre la h is tor ia , la R o m a q u e r e a l m e n t e fue y q u e , con n o t a b l e s éx i tos , p u g n a p o r descubr i r la in­vest igación his tór ica m o d e r n a , resu l tó d e h e c h o reemplaza ­da por la imagen d e R o m a q u e d e T i t o Livio rec ibe la t r ad i ­c ión ant igua , medieval y m o d e r n a desde el viejo Séneca o T á c i t o has ta los m o d e r n o s Maquiave lo , G i b b o n s o Max We­ber .

Suele repet i rse q u e u n a d e las ca rac te r í s t i cas d e la cul­t u r a clásica es el h u m a n i s m o o la d i m e n s i ó n h u m a n a o hu­man í s t i ca . A la ho ra de expUci tar el c o n t e n i d o d e esta de­finición es f recuente q u e inc luso fi lólogos o h i s to r i adores avezados se p ie rdan en u n a vaga nebu losa d e genera l izac io­nes abs t rac tas . Quizá sean los h i s to r iadores , m á s q u e los a u t o r e s de o t r o s géne ros l i terar ios , q u i e n e s i l uminen m á s d i r e c t a m e n t e el ve rdade ro sen t ido del h u m a n i s m o d e la cu l tu ra clásica.

Un escr i tor de fi losofía po l í t i ca t an agudo y p r o f u n d o c o m o Eric Voegel in ^° ha d i cho q u e las diversas cu l tu ras his tór icas d e la h u m a n i d a d se d i s t r i buyen en t r e d o s diversas concepc iones del m u n d o y del h o m b r e . Una ser ía la q u e , t o m a n d o c o m o p u n t o d e par t ida el un iverso , conc ibe al ser

Page 24: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

155

humano como un "microcosmos"; y otra, la que partiendo del hombre entiende el universo como una especie de "ma-croanthropos". Ambas se expresan, respectivamente, en dos órdenes de simbolizaciones, el cosmológico y antropo­lógico. La cultura clásica y, desde ella, la cultura occiden­tal, antes y después de su penetración por el cristianismo, se hallarían del lado antropológico.

Los historiadores lo confirman al enfocar el desarrollo de la existencia colectiva de las comunidades humanas co­mo un proceso biológico con su nacimiento, crecimiento —educación comprendida—, madurez, decadencia y even­tualmente muerte. A lo largo del proceso, las crisis histó-ricopolíticas hacen el papel de las enfermedades o acciden­tes en la vida humana. Como ocurre en tantos aspectos de la cultura griega, y en consecuencia romana, el pensamien­to biológico ofrece una metodología adecuada al trata­miento de los problemas: no sólo en la historia, como he señalado antes al mencionar a Tucídides y en relación con algunos ejemplos romanos, sino en la filosofía, especial­mente en la filosofía política, de Aristóteles y en algunas variantes de las escuelas helenísticas. La historia se vierte en la política de modo semejante a como la historia clíni­ca, por ejemplo —otra vez la medicina jónica—, ilumina el diagnóstico, el pronóstico y la terapéutica.

A este mismo resliltado contribuyen —de hecho, segu­ramente sin haber sido inventadas para e l l o - las técnicas historiográficas que encauzan el relato de los grandes escri­tores romanos de este género. Los romanos escribieron la historia enmarcándola en el esquema cronológico de la ana­lítica, es decir, de la fijación de hechos y problemas bajo el

Page 25: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

ANTONIO FONTAN

Gelio (V 18, 7) transmite la distinción que hace Sempronio Aselio entre anmles y res gestae.

156

epígrafe de los cónsules, que dan nombre al año y articulan el relato.

Los romanos escriben historias generales —historíae perpetuae— o bien desde el principio mismo —la fundación de la ciudad- o bien desde la fecha en que terminó su rela­to el historiador precedente, de quien quieren ser continua­dores. También refieren episodios —carptim-, historias monográficas ceñidas a un asunto, como los comentarios de César o las dos obras de Salustio sobre Catüina y Yu-gurta . Pero unas y otras combinan en la práctica las técnicas propias de ambos géneros. Livio lo hace de una manera tan destacada que no es preciso analizarla ante quien se haya asomado a cualquiera de los treinta y cinco libros que de él se conservan.

El relato cobra interés y alcanza un relieve capaz de vencer la monotonía mediante la habilidad de la composi­ción, en la que alternan, dentro del rigor cronológico del marco analístico, las técnicas de la narración continuada, propia de la historia perpetua, y las del episodio, dramáti­camente presentado conforme a los cánones de la llamada historia trágica. Esta variada y ágil combinación de recur­sos diversos es lo que le otorga la variedad y la riqueza que lo convierten en un depósito de sabiduría al servicio del pensamiento y la imaginación de los hombres públicos en el análisis de las situaciones y las prognosis de futuro que constituyen ia tarea de los filósofos y profesionales de la política.

De este modo el pasado se convierte en norma para juz-

Page 26: LA HISTORIA COMO SABER POLITICO EN LIVIO Y EN LA …interclassica.um.es/var/plain/storage/original/... · 2013-06-10 · ción política como la urbe romana, tan parecida, en cier

LA HISTORIA EN LIVIO

gar el presente y delinear las posibilidades del futuro. Se trata de una norma empírica, susceptible de elaboración intelectual, extraída de la experiencia misma. Tal cosa ocurre con los buenos ejemplos, de los que, en opinión de Livio, ninguna historia es más rica que la del pueblo ro­mano. Pero lo mismo sucede con el examen de los desas­tres e incluso, al llegar a la edad contemporánea, con la contemplación de la magnitud de los males del presente. La conciencia de ellos permite, también en opinión de Li­vio, presentar el pasado como un modelo atractivo y efi­caz. Desconociendo la historia nadie puede aspirar a ser adulto, porque, como dice Cicerón, ignorar las cosas que ocurrieron antes de nacer uno es condenarse a ser siempre niño.

Pero ese conocimiento del pasado que ofrece la histo­ria y que convierte al hombre en un adulto, no es para el romano ni una especulación ociosa ni una mera satisfac­ción de la curiosidad. Es la integración personal de una experiencia, a partir de la cual se vive, se razona y se to­man decisiones igual que se hace con la experiencia indivi­dual adquirida a lo largo de la vida. Escribir historia, por lo tanto, no es alejarse de la realidad del momento presen­te, sino aportar a ella nuevos elementos que son como nuevos miembros que completan el organismo vivo de un pueblo enfrentado con los problemas reales de su vida en un determinado momento de su existencia colectiva.