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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL QUI147 APOSTILA PARA AULAS PRÁTICAS VERSÃO 1/2020 JUIZ DE FORA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL – QUI147

APOSTILA PARA AULAS PRÁTICAS

VERSÃO 1/2020

JUIZ DE FORA

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1 QUI147 – Laboratório de Química Geral

PREFÁCIO

Este manual de Laboratório de Química Geral apresenta as aulas experimentais

destinadas aos alunos do curso de Farmácia. Tem por objetivo auxiliar e possibilitar ao aluno

uma situação de maior aproveitamento.

O trabalho que se realiza em um curso prático requer, além de grande dedicação e

interesse, muito cuidado e atenção. Para melhor aprendizagem, torna-se necessário o

aproveitamento substancial do tempo. O volume de informações é enorme e a quantidade

de conceitos é muito grande.

À medida que as aulas ocorrem, procure fixar muito bem os conceitos básicos,

deixando-os cada vez mais solidificados e vivos na memória; isto lhe dará mais segurança

e uma maior capacidade de raciocínio. Com certeza, quando um aluno consegue entender

e assimilar claramente os problemas relacionados à separação e identificação dos íons ou

elementos de um grupo analítico, se sentirá mais firme, hábil e com maior determinação ao

procurar o entendimento do trabalho analítico.

O tempo de laboratório é importantíssimo, quanto mais, melhor. Tenha sempre

presente que a Química é uma ciência experimental, por isso aproveite ao máximo o tempo

de laboratório.

Anote tudo o que observar e procure representar por meio de equações de reação

todos os fenômenos químicos processados. Reserve um tempo para estudar e explore a

literatura.

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Aula 1: Noções de Segurança em Laboratório Químico e Reconhecimento de Vidrarias.

INSTRUÇÕES GERAIS

O trabalho que se realiza em um curso prático de química geral, requer, além de

grande dedicação e interesse, muito cuidado e atenção. Para facilitar esse trabalho, serão

dadas algumas instruções que, devidamente observadas, auxiliarão na obtenção de bons

resultados, fator muito importante no aprendizado dessa disciplina.

a) O laboratório é um lugar de trabalho sério. Evite qualquer tipo de brincadeira;

b) É indispensável o uso de avental e de óculos de segurança;

c) O aluno deverá estudar as experiências antes de executá-las, registrando, no manual de

laboratório, as observações e conclusões que fez, após as execuções das mesmas;

d) Trabalhar com pequenas quantidades de substâncias. Quando as provas forem realizadas

em tubo de ensaio, o volume da solução problema, bem como os de cada um dos reagentes

adicionados, deve ser de aproximadamente 5 gotas (0,25 mL);

e) Deve-se evitar o desperdício de soluções, reativos, reagentes sólidos, gás e água

destilada;

f) Deve-se sempre usar água destilada, ao se preparar uma solução ou ao se proceder a

uma diluição;

g) Deve-se tomar o máximo cuidado para não contaminar os reagentes sólidos e as

soluções. Não introduzir conta-gotas nos frascos de solução-estoque;

h) O material de vidro deve ser lavado logo após a sua utilização. Em geral, lava-se primeiro

com água corrente e depois se enxágua com pequenos volumes de água destilada; quando

necessário, usar sabão ou detergente; em certos casos, podem-se usar pequenas

quantidades de ácido muriático (ácido clorídrico comercial) na limpeza do material;

i) Ao se aquecer um tubo de ensaio, deve-se fazê-lo de maneira adequada, caso contrário o

conteúdo do tubo poderá ser projetado para fora, atingindo o operador ou outra pessoa;

j) Todas as operações nas quais irá ocorrer desprendimento de gases tóxicos devem ser

executadas na capela, bem como as evaporações de soluções ácidas, amoniacais, etc;

k) É indispensável tomar o maior cuidado possível ao se trabalhar com ácidos concentrados,

especialmente se for necessário aquecimento. Nunca se deve adicionar água ao ácido;

deve-se sempre fazer a operação contrária, isto é, adicionar ácido na água;

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l) No estudo das reações de cátions, empregam-se, de preferência, soluções de seus

cloretos ou nitratos; para o estudo dos ânions, usam-se soluções de seus sais de sódio ou

potássio;

n) Dar tempo suficiente para que um vidro quente resfrie. Lembre-se que o vidro quente tem

o mesmo aspecto do vidro frio. Não o abandone sobre a bancada, mas sim sobre uma tela

de amianto;

o) Informe o Professor de qualquer acidente que ocorra, mesmo que seja um dano de

pequena importância;

A seguir estão relacionados os acidentes mais comuns que ocorrem nos laboratórios

e as iniciativas a serem tomadas e/ou primeiros socorros que devem ser realizados:

INCÊNDIO

• Para que haja fogo são necessários os seguintes elementos:

1. CUIDADOS PARA EVITAR INCÊNDIOS • Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica.

• Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações especificadas em “normas básicas para uso de equipamento elétrico”.

• Armazenamento dos botijões de gás em local bem ventilado fora do prédio. Tolera-se o uso de botijões de até 13 kg no interior do prédio em áreas seguras.

• Solventes químicos não podem ser armazenados próximos a fornos, estufas e locais aquecidos.

2. EQUIPAMENTOS PARA CONTROLAR INCÊNDIOS • Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de fácil

acesso, como por exemplo, nos corredores.

• Conforme IT16 do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, os extintores devem estar localizados a uma distância de caminhamento de 15 metros, no máximo, um do outro. No máximo, a 5 metros da entrada principal de cada pavimento ou da edificação deverá existir um extintor.

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3. COMO PROCEDER EM CASO DE INCÊNDIO • Se forem percebidos indícios de incêndio (fumaça, cheiro de queimado, estalidos,

etc.), aproxime-se a uma distância segura para ver o que está queimando e a

extensão do fogo.

• Mantenha a calma.

• Dê o alarme pelo meio disponível aos responsáveis.

• Se não souber combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local, fechando

todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a eletricidade,

alertando os demais ocupantes do andar e informando os laboratórios vizinhos da

ocorrência do incêndio.

• Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida.

• Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a desidratação.

• Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr.

• Jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar

parado, sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas.

• Telefone para o Corpo de Bombeiros, 193.

• É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer os disjuntores e suas

instalações.

Classes de Incêndios:

• Classe “A”: Materiais que queimam em superfície e em profundidade. Exemplos:

madeira, papel, tecido.

• Classe “B”: Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Exemplos: álcool,

gasolina, querosene.

• Classe “C”: Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Exemplos:

computadores, televisores, motores.

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• Classe “D”: Materiais que requerem agentes extintores específicos. Exemplos: pó de

zinco, sódio, magnésio.

Tipos de Extintores:

•Extintor de pó para classes ABC • É o extintor mais moderno no mercado, que atende a todas as classes de incêndio.

O pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em materiais sólidos,

líquidos inflamáveis e equipamentos energizados.

• É o extintor usado atualmente nos veículos automotivos.

• Extintor de água pressurizada-gás: • Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contraindicado para as

Classes “B” e “C”.

• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo.

• Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o registro

da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo.

• Processo de extinção: Resfriamento.

• Extintor de espuma: • Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado para

a classe “A”. Contra indicado para a classe “C”.

• Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a posição

do extintor (posicione-o de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de

modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta.

• Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento

(umidificação).

• Extintor de pó químico seco • Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência

para a classe “A”. Não possui contra-indicação.

• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do fogo.

• Processo de extinção: Abafamento.

• Extintor de gás-carbônico • Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”.

• Não possui contra indicação.

• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do

fogo. Não toque no difusor, pois com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e

agarrar a pele ao ser tocado.

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• Processo de extinção: Abafamento.

• Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo, em alguns

casos, ser utilizado o de gás carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS).

COMO SE DEVE PROCEDER AO USAR UM EXTINTOR

• • Fonte: http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetcb/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf

PRIMEIROS SOCORROS:

QUEIMADURAS:

a) Queimaduras causadas por calor seco (chama ou objetos aquecidos): Queimaduras leves, refrescar com água fria. No caso de queimaduras graves, refrescar com água fria e cobrir com gaze esterilizada umedecida, sem tocar o local com as mãos. Procurar um médico imediatamente. Nunca cubra a pele queimada com pasta de dente, manteiga, creme hidratante, maisena, etc., pois isso pode agravar o caso.

b) Queimaduras por ácidos: Lavar imediatamente o local com água corrente em abundância durante cinco minutos. Em seguida, lavar com solução saturada de bicarbonato de sódio a 10% e novamente com água.

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OBS: No caso de a queimadura ser muito severa lavar apenas com bastante água e procurar um médico.

c) Queimaduras por álcalis: Lavar a área atingida imediatamente com bastante água corrente durante cinco minutos. Tratar com solução aquosa de ácido acético 1 % e lavar novamente com água. OBS: No caso da queimadura ser grave lavar apenas com água e procurar um médico.

ÁLCALIS OU ÁCIDOS NOS OLHOS: Lavar os olhos abundantemente com água limpa e após manter a pálpebra fechada. Não esfregar os olhos, não pingar colírios. Consultar um profissional de saúde, se necessário.

INTOXIDAÇÃO POR INALAÇÃO DE GASES: Remover a vítima para um ambiente arejado, deixando-a descansar.

INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: Consultar a Ficha de Informação de Produtos Químicos (FISPQ*) do produto ingerido ou ligue para o CEATOX (0800 0148110). Siga as instruções e procure atendimento médico imediatamente. Identificação da substância e transporte ao hospital de referência o mais rápido possível.

Antes de iniciar qualquer experimento em um laboratório químico, é importante familiarizar-se com os equipamentos disponíveis, conhecer seu funcionamento, indicação de uso e a maneira correta de manuseá-lo.

A grande maioria dos equipamentos utilizados nos laboratórios é de vidro, portanto é necessário muito cuidado ao manuseá-los. Estes podem ser de vidro comum, borossilicato (pirex) ou de quartzo fundido. As vidrarias volumétricas, como bureta, pipeta volumétrica e pipeta graduada, são calibradas e portanto não devem ser aquecidas.

A seguir apresentaremos alguns equipamentos básicos utilizados rotineiramente em laboratórios de química e suas funções.

VIDRARIAS

Tubo de ensaio: execução de reações químicas em pequena escala

Béquer: dissolução de sólidos e

aquecimento de líquidos.

Erlenmeyer: aquecimento

de líquidos e titulações.

Funil comum: filtração simples, com o auxílio de um papel de filtro e transferência de líquidos.

Kitassato: filtração a pressão reduzida (ou filtração a vácuo)

Proveta: medida volumes de líquidos sem grande precisão.

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Balão volumétrico: preparo de soluções com volumes precisos e prefixados.

Balão de fundo redondo: sistemas de destilação, refluxo e evaporação a vácuo.

Balão de fundo chato: aquecimento de líquidos em sistemas de destilação.

Vidro de relógio: pesagem, secagem de sólidos e cobertura de cápsula de porcelana ou béquer.

Dessecador: utilizado para guardar substâncias em atmosfera com baixa umidade com auxílio de um agente de secagem (dessecante).

Funil de separação ou decantação (funil de bromo): separação e extração líquido-líquido.

Pipeta graduada: medida de volumes variáveis de líquidos com boa precisão dentro de uma determinada escala.

Pipeta volumétrica: medidas precisas de volume fixo de líquidos.

Bureta: utilizada em titulações na medida precisa de volume de líquidos através do escoamento controlado do líquido.

Condensador: condensação de vapores produzidos no processo de destilação ou aquecimento sob refluxo. Existem condensadores de tubo reto (Liebig), de bolas etc..

Bastão de vidro/baqueta: agitação de soluções e de líquidos e no auxílio para transferência de líquidos de um recipiente para outro.

Placa de Petri: secagem de substâncias e cultura de microrganismos.

50

40

30

20

10

0

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UTENSÍLOS DE PORCELANA

Funil de Büchner: utilizado em filtrações a vácuo em conjunto com o kitassato.

Cadinho: aquecimento de sólidos a altas temperaturas, calcinações. Pode também ser constituído de metal.

Almofariz e pistilo: trituração e homogeneização de materiais de sólidos. Pode também ser constituído de ágata.

Cápsula: evaporação de líquidos. Pode ser aquecida na chama.

UTENSÍLOS GERAIS

Garra metálica Suporte universal

Suporte universal: utilizado para dar sustentação aos materiais de laboratório. Garra metálica: fixação de vidrarias. Argola ou anel: suporte de funil de vidro em montagens de filtração, decantação, etc.

Mufa: fixação de garras metálicas ao suporte universal.

Tripé: sustentação à tela de amianto ou ao triângulo de porcelana.

Tela de amianto: utilizada para distribuir uniformemente o calor recebido da chama do bico de Bunsen para todo o recipiente.

Pisseta ou frasco lavador: lavagem de diversos materiais. Em geral, contém água destilada, mas outros solventes podem também ser armazenados.

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Pinça metálica: utilizado para segurar objetos aquecidos.

Espátula: usada na transferência

de substâncias sólidas.

Suporte para tubos de ensaio: sustentação de tubos de ensaio na posição vertical.

Pinça de madeira: utilizada para segurar tubos de ensaio.

Trompa de vácuo: utilizada para reduzir a pressão no interior de um frasco, principalmente durante a filtração sob pressão reduzida.

Pipetador de borracha ou pêra: utilizado para encher pipetas por sucção.

EQUIPAMENTOS Agitador magnético: agitação de líquidos com auxílio de uma barra magnética movida por um campo magnético rotativo.

Manta aquecedora: aquecimento de líquidos inflamáveis contidos em um balão de fundo redondo.

Balança: utilizada para pesagem. Deve estar nivelada e ter manutenção e calibração periódica.

Centrífuga: separação de misturas imiscíveis do tipo sólido-líquido, quando o sólido se encontra disperso no líquido.

Estufa: secagem de materiais em geral, principalmente vidrarias.

Capela: Usada para manusear substâncias gasosas, tóxicas, irritantes, etc.

Bomba de vácuo: redução da pressão no interior de um recipiente.

Bico de Bunsen: aquecimento de materiais não inflamáveis

0.000 g

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O BICO DE BUNSEN O bico de Bunsen, figura 1, utiliza como combustível o gás liquefeito de petróleo (GLP)

que é uma mistura de hidrocarbonetos e como comburente o gás oxigênio do ar atmosférico. Possui na sua base um regulador de entrada de ar, quando a chama é amarela, a combustão é incompleta e a chama apresenta temperatura relativamente baixa. Com o aumento da entrada de ar a chama torna-se azul, mais quente e forma um cone interior distinto, mais frio.

Figura 1: O bico de Bunsen e as zonas da chama Zona redutora: é uma zona intermediária, luminosa e forma um pequeno "cone", onde se inicia a combustão dos gases. Nesta zona forma-se monóxido de carbono, que se decompõe por ação do calor dando origem a pequenas partículas de carbono, que, sendo incandescentes, dão luminosidade à chama e espalham-se sobre a tela de amianto na forma de "negro de fumo". Região da chama de temperatura intermediária (530 ºC a 1540 ºC). Zona oxidante: zona externa de cor violeta-pálido, quase invisível, que compreende toda a região acima e ao redor da zona redutora. Os gases que são expostos ao ar sofrem combustão completa, formando gás carbônico e água. Região de maior temperatura (1540 ºC). Para acender o bico de Bunsen, segue-se o seguinte procedimento:

I. Fechar completamente a entrada de ar

II. Abrir lentamente a válvula de entrada de gás e aproximar a chama de um fósforo.

III. Abrir lentamente o anel de regulagem para entrada de ar até se obter uma chama

azulada (indicativo de combustão completa).

TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

Transferência de sólidos: não utilizar a mesma espátula para transferir amostras de substâncias diferentes. Este procedimento pode contaminar os reagentes. Transferência de líquidos: pode-se usar conta-gotas, bastão de vidro, funil de vidro e pipetas.

Anel de regulagem

de entrada de ar

Válvula de controle

do gás

entrada

do gás

região mais fria

300 a 530 oC

Zona oxidante

região mais quente

1540 oCZona redutora

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Leitura do nível de um líquido - menisco: a medida do volume de líquidos é feita comparando-se o nível do líquido com as marcações nas paredes da vidraria. Para ler corretamente o nível de um líquido, é importante olhar pela linha tangente ao menisco, que é côncavo no caso de líquidos que aderem ao vidro, e convexo no caso de líquidos que não aderem ao vidro (mercúrio), figura 2. O menisco consiste na interface entre o ar e o líquido a ser medido. Para líquidos incolores ou transparentes o seu ajuste deve ser feito de modo que o seu ponto central fique horizontalmente tangente ao plano da linha do traço de graduação, mantendo o plano de visão coincidente com esse mesmo plano para evitar o erro de paralaxe, figura 3. Para líquidos escuros, a leitura é feita na parte superior do menisco. Figura 2: A – menisco côncavo, B - menisco convexo, C – leitura do menisco para soluções

transparentes e D – leitura do menisco para líquidos escuros.

Figura 3: Forma correta de se ler o volume de um líquido com a linha de visão tangencial ao centro do menisco.

Pipetador de borracha de três vias (pera): Possui três válvulas para a passagem de ar: A, S e E. Quando de pressiona a válvula A, ela se abre permitindo a retirada de ar do bulbo. Ao se pressionar a válvula S, o líquido, por sucção, entra para dentro da pipeta. A pipeta pode ser esvaziada pressionando-se a válvula E.

água mercúrio

transpare

nte

escuro

A B C D

A

S

E

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Filtração simples e a vácuo: a filtração é o processo usado para a separação de uma mistura heterogênea sólido-líquido. A figura 4 representa o esquema dos dois tipos de filtração.

Figura 4: Esquema da filtração simples (por gravidade) (A) e filtração à vácuo (B)

Papel de filtro dobrado liso: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais lenta e o filtrado (líquido) é o que mais interessa no processo. Papel de filtro pregueado: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais rápida e o sólido é o que mais interessa no processo. O papel pregueado apresenta maior superfície de contato entre a mistura e o papel. Na figura 5 são mostrados o modo de preparo para o papel de filtro liso e pregueado.

um pequeno rasgo confere maior aderência ao papel

A B

Figura 5: Modo de preparo para o papel de filtro liso (A) e pregueado (B).

Bastão de

vidro

Mistura

sólido-líquido

Suporte

universal

funil

Papel de

filtro

sólido

béquer

Solução

filtrada

Funil de Buchner

Papel de filtro

Kitassato

vácuo

A

B

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OBJETIVOS

• Reconhecer os principais equipamentos e vidrarias de uso corrente em laboratório químico.

• Realizar técnicas básicas de laboratório.

PARTE EXPERIMENTAL

Materiais e Reagentes: Proveta de 50 mL, Erlenmeyer de 50 mL, pipeta graduada de 10 mL, suporte

universal, bureta de 50 mL, tubo de ensaio, pera de borracha, balão volumétrico de 25 mL, funil de

vidro, papel de filtro, anel ou argola, almofariz com pistilo, vidro de relógio, espátula, bastão de vidro,

béquer de 100 mL e pisseta com água destilada.

Procedimento:

1) Medidas de volume e utilização da pêra:

a) Com o auxílio de uma proveta de 50 mL, meça 20 mL de água destilada e transfira para um

erlenmeyer de 50 mL. Compare os resultados obtidos. Eles são coincidentes? Explique.

b) Com auxílio de uma pipeta graduada, meça 10 mL de água destilada e transfira para uma proveta

de 50 mL. Compare os resultados obtidos. Eles são coincidentes? Explique.

c) Meça 25 mL de água numa proveta e transfira-a quantitativamente para um balão volumétrico de

25 mL. Os resultados são coincidentes? Explique.

d) Complete com água destilada um tubo de ensaio.

e) Transfira a água para um erlenmeyer de 50 mL e meça o volume. V= ____________________

f) Complete novamente com água destilada o mesmo tubo de ensaio.

g) Transfira a água para uma proveta de 50 mL e meça o volume. V= ____________________

h) Utilizando uma garra, prenda uma bureta de 50 mL a um suporte universal;

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i) Com o auxílio de um béquer, preencha uma bureta com água destilada. Acerte o zero. Deixe escoar

água para o mesmo tubo de ensaio usado nos itens c) e e) até completar todo o tubo com água. Leia o

volume de água escoado pela bureta. V= ____________________

Compare os resultados obtidos nos itens e), g) e i) . Eles são coincidentes? Explique.

2) Utilização da balança e preparo de misturas:

a) Utilizando um almofariz com pistilo, triture bastões de giz branco (CaSO4) até a completa

pulverização do mesmo;

b) Utilizando a balança disponível e com o auxílio de um vidro de relógio e uma espátula, pese cerca

de 0,3 g do giz pulverizado. Anote o valor da massa pesado:____________________

c) Transfira o pó de giz pesado para um béquer e adicione, com o auxílio de uma proveta, 25 mL de

água destilada. Agite a mistura com um bastão de vidro;

d) Classifique essa mistura como homogênea ou heterogênea e guarde essa mistura para o próximo

procedimento.

3) Realização de uma filtração simples:

a) Faça uma montagem para a realização de uma filtração simples utilizando o seguinte material:

suporte universal, anel ou argola, funil de haste longa, papel de filtro dobrado corretamente e béquer;

b) Filtre a mistura de CaSO4 e água preparada anteriormente.

EXERCÍCIOS

1) A extração de substâncias químicas - como as que apresentam atividade farmacológica, obtidas

a partir de qualquer material de origem natural, seja ele vegetal ou animal - envolve diversas

operações de laboratório. Nesse sentido, numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª, relacionando

as operações de laboratório com os respectivos equipamentos utilizados.

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16 QUI147 – Laboratório de Química Geral

(i) secagem ( ) funil de Büchner

(ii) filtração a vácuo ( ) pipeta

(iii) destilação ( ) estufa

(iv) medidas de volume de líquidos ( ) almofariz e pistilo

(v) trituração ( ) condensador

2) Em um laboratório químico trabalha-se com diversos tipos de vidrarias e materiais. Conforme

a operação a ser feita, é indicada uma determinada vidraria. Que vidraria deve ser utilizada

para transferir um determinado volume de uma solução, de um recipiente para outro, de

maneira que o volume transferido seja o mais exato possível?

3) Em uma destilação simples, qual é a vidraria usada para transformar vapor em

líquido?

4) Para cada uma das sentenças abaixo, classifique-as como Verdadeiro ou Falso e justifique as falsas:

a) O béquer é utilizado para medir volumes de líquidos com grande precisão.

b) O balão volumétrico é utilizado na preparação e diluição de soluções.

c) O condensador é um dos componentes da aparelhagem da destilação.

d) A pipeta volumétrica serve para medir volumes variáveis.

e) A pinça de madeira é usada para segurar tubos de ensaio durante o aquecimento.

f) O funil de decantação é usado na separação de líquidos imiscíveis.

g) O triângulo de porcelana é usado juntamente com o kitassato na filtração à vácuo.