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Rui Oliveira Rui Miguel de Araújo Oliveira 2018-2019 Laboratório Militar De Produtos Químicos e Farmacêuticos

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Rui Oliveira

Rui Miguel de Araújo Oliveira

2018-2019

Laboratório Militar De Produtos Químicos e Farmacêuticos

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Rui Oliveira

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos –

Sucursal do Porto

agosto de 2019 a novembro de 2019

Rui Miguel De Araújo Oliveira

Orientador: Dr. Paulo Cruz

Tutor FFUP: Prof. Doutor Paulo Lobão

Novembro de 2019

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

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Rui Oliveira

Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi

utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de

outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias,

pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição

e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências

bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho

consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um

ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 19 de novembro

de 2019

Rui Miguel de Araújo Oliveira

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Rui Oliveira

I Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Agradecimentos No final de um curso, tenho mais a agradecer do que palavras numa A4 possam transportar.

Não sabendo o que o futuro me reserva, sinto que estes anos foram chave para me tornar no

“Rui” que sou hoje. Foram anos repletos de emoções fortes, momentos bons e outros… menos

bons; mas sem dúvida, cheios de aventuras que só valem a pena ser contadas por terem sido

partilhadas com as pessoas que levo comigo no peito.

Com isto, gostava de deixar os meus sinceros agradecimentos a quem me possibilitou que esta

viagem terminasse da forma que tinha de ser:

Em primeiro lugar, agradeço à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e em si, os seus

professores, funcionários, trabalhadores e colaboradores, por me darem os melhores anos da

minha vida.

Ao Dr. Paulo Cruz, por me ter permitido ter permitido fazer parte da equipa de trabalho do

LMPQF, pelas palavras, apoio e por me ter inspirado a ter um papel ativo na minha profissão.

À Drª Rita Pereira, por todo o apoio prestado, simpatia e calma. Obrigado por me mostrar que o

papel de um farmacêutico de uma forma exemplar e inspiradora.

À Susana Queiroz e à Susana Barros, por me apoiarem nos meus primeiros passos da farmácia

comunitária e por todos os momentos de riso.

À Cármen, por aturar o meu humor, pelas histórias e me ajudar em momentos de embaraços.

À Anabela, para além de tudo o que me ensinou sobre o backoffice, por me corrigir sempre com

o intuito de eu melhorar e por ser a pessoa que é. Muito obrigado por todos os momentos e por

me ter ajudado, mesmo sem saber.

À Dona Rosa, porque não conheci alguém com um coração de ouro tão valioso como o seu.

Ao pessoal do Armazém, por trazer uma energia e alegria muito própria ao dia-a-dia da

farmácia e por me ajudarem em tudo o que precisei.

À Dr. Helena, por sempre me ter feito sentir em casa durante estes 3 meses.

Ao resto do pessoal do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos Sucursal do

Porto, com o qual tive o prazer de me cruzar e que só tenho coisas boas para contar.

Ao Prof. Dr. Paulo Lobão e à Comissão de Estágios, por tornarem esta experiência possível e

apoiarem os alunos de uma forma tão pessoal e preocupada.

Aos meus amigos, por me suportarem nos momentos menos bons e me darem tantas alegrias.

À minha família e a quem ficou por agradecer, muito obrigado.

E por fim, aos meus pais, irmã e avó,

Dedico este relatório, símbolo de mais uma etapa que passámos juntos. Que este amor

incondicional continue a transbordar e que continuemos a apoiar-nos uns aos outros como mais

ninguém sabe. Obrigado, amo-vos.

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II Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

INTRODUÇÃO

Na etapa final do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), na unidade curricular

“Estágio”, concluí o meu último grande desafio no Laboratório Militar Produtos Químicos e

Farmacêuticos Sucursal Porto (LMPQFsP).

Três meses em farmácia comunitária permitiram que, aplicando conhecimentos teóricos

do MICF e práticos do estágio hospitalar, integrasse a equipa profissional de uma farmácia

comunitária e pudesse contactar com utentes, desempenhando o papel dum profissional de

saúde.

Um profissional de saúde é cientificamente qualificado para zelar pela saúde dum país tanto

diretamente (através do contacto pessoal com os pacientes) como indiretamente através da

promoção de bons atos de saúde pública.

No caso do farmacêutico, ele(a) é dotado da competência científica que o permite ser

considerado um perito do medicamento, usando desse conhecimento para garantir que os

utentes da sua farmácia atinjam o objetivo terapêutico desejado.

Para que isto aconteça, o(a) farmacêutico(a) durante o aconselhamento e dispensação de

medicamentos, comunica de forma clara, empática e correta garantindo que os utentes estão a

tomar o medicamento indicado, na dose certa, no timing correto e sem qualquer interferência

que prejudique a sua condição.

Graças ao seu valor e importância, o farmacêutico é um profissional de saúde em que os

portugueses respeitam e confiam, tendo um impacto na vida dos utentes que atende diariamente.

Assim, após 3 meses, divido este relatório em duas partes diferentes que mostram o meu

crescimento enquanto futuro farmacêutico:

A primeira, onde descrevo o LMPQFsP, conhecimentos importantes sobre a farmácia

comunitária e a minha opinião sobre experiências que tive durante este estagia, e a segunda,

onde desenvolvo e relato duas temáticas desenvolvidas por mim durante este período.

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III Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Índice

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................. I

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ II

1. HISTÓRIA ....................................................................................................................................... 1

1.1. SUCURSAL DO PORTO .............................................................................................................................. 2

2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO ....................................................................................................... 4

2.1. MEDICAMENTOS EM STOCK ..................................................................................................................... 5 2.2. AQUISIÇÃO ........................................................................................................................................... 5 2.3. RECEÇÃO DE ENCOMENDAS ............................................................................................................... 6 2.4. ARMAZENAMENTO ........................................................................................................................... 8 2.5. ARTIGOS COM MAIOR VISIBILIDADE E SATISFAÇÃO DO CLIENTE ................................................................... 9

3. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS FARMACÊUTICOS .................................................... 9

3.1. MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ............................................................................................ 10 3.2. RECEITAS ............................................................................................................................................ 11 3.3. ESTUPEFACIENTES E PSICOTRÓPICOS .................................................................................................. 14

4. COMPARTICIPAÇÕES ................................................................................................................... 15

4.1. CONFERÊNCIA DE RECEITUÁRIO ............................................................................................................... 16

5. MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ....................................................................... 16

6. DISPOSITIVOS MÉDICOS ................................................................................................................... 18

7. MEDICAMENTOS MANIPULADOS ..................................................................................................... 18

8. CUIDADOS FARMACÊUTICOS ........................................................................................................... 19

8.1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ....................................................................................................................... 19

9. FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM ........................................................................................................ 20

TEMA 1: GENÉRICOS ............................................................................................................................ 20

10.1. ENQUADRAMENTO DO TEMA ........................................................................................................... 20 10.2. QUALIDADE, SEGURANÇA E EFICÁCIA DE MG ....................................................................................... 22 10.3. VANTAGENS DOS MG ..................................................................................................................... 22 10.4. PANFLETO INFORMATIVO SOBRE OS GENÉRICOS .................................................................................. 23 10.5. ESTUDO TOP4 DA FARMÁCIA ........................................................................................................... 24

TEMA 2: DOENÇAS CARDIOVASCULARES ............................................................................................. 26

12.1. PREVENÇÃO E ACONSELHAMENTO ......................................................................................................... 26 12.2. RASTREIO CARDIOVASCULAR ................................................................................................................ 28 12.3. PANFLETO SOBRE ATIVIDADE FÍSICA ....................................................................................................... 29

OUTROS PROJETOS .............................................................................................................................. 30

13.1. BOLETIM FARMACOTERAPÊUTICO .......................................................................................................... 30

14. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 31

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IV Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Lista de Abreviaturas

ADM – Assistência na Doença aos Militares

ADMG – Assistência na Doença aos Militares da Guarda

AIM – Autorização de Introdução no Mercado

CCF – Centro de Conferência de Faturas

DCI – Designação Comum Internacional

DCV – Doenças Cardiovasculares

DFA – Deficiente das Forças Armadas

DM – Dispositivos Médicos

DT – Diretora Técnica

HFAR/PP - Hospital das Forças Armadas – Polo do Porto

IMC – Índice de Massa Corporal

LMPQF - Laboratório Militar Produtos Químicos e Farmacêuticos Sucursal do Porto

LMPQFsP - Laboratório Militar Produtos Químicos e Farmacêuticos Sucursal do Porto

MICF – Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

MNSRM - Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

P.V.F. – Preço De Venda à Farmácia

PRM – Problemas Relacionados com a Medicação

RCM – Resumo das Características do Medicamento

SAD/PSP – Polícia de Segurança Pública

SNS – Sistema Nacional de Saúde

SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde

Lista de Tabelas

Tabela 1: Cronograma das atividades realizadas entre agosto e novembro 2019 no LMPQFsP

Tabela 2: Escalões de Comparticipação

Tabela 3: Resultados do estudo TOP4

Tabela 4: Tabela de SCORE para populações de baixo risco

Tabela 5: Classificação da obesidade no adulto em função do IMC e risco de comorbilidades

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V Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Tabela 6: Tabela SCORE adaptada aos jovens

Lista de Anexos:

Anexo 1: Equipa de Trabalho Do LMPQFsP

Anexo 2: Modo de preparação do manipulado fabricado durante o Estágio

Anexo 3: Panfleto Informativo Sobre os Medicamentos Genéricos

Anexo 4: Disposição Dos Panfletos Informativos na Farmácia

Anexo 5: Póster Publicitário do Rastreio Cardiovascular

Anexo 6: Folha entregue aos participantes no rastreio cardiovascular

Anexo 7: Dados Obtidos no Rastreio Cardiovascular

Anexo 8: Panfleto Informativo sobre a Prática de Exercício Físico

Anexo 9: Cartaz de Promoção do Boletim Farmacoterapêutico

Anexo 10: Boletim Farmacoterapêutico

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1 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Parte I

1. História

Com sede em Lisboa e fundado em 1918, o Laboratório Militar de Produtos Químicos e

Farmacêuticos (LMPQF) é um estabelecimento fabril do exército previamente designado por

Farmácia Central do Exército [1].

De acordo com o decreto nº3864, de 16 de fevereiro de 1918, onde se encontram também as

origens das sucursais de Porto e Coimbra, a criação do LMPQF visava suprimir necessidades

dos serviços de saúde do Exército de forma a que estes fossem mais rápidos e mais económicos.

Curiosamente, esta ação foi despoletada pós 1ª Guerra Mundial onde, em Flandres, devido à

falta de apoio farmacêutico organizado e centralizado, as ações sanitárias na frente de combate

se viram escassas.

Aquando a sua génese, este organismo enquadrou-se como parte dos Estabelecimentos

Produtores do Ministério da Guerra e a sua missão consistia na manipulação e fabrico de

medicamentos e outros produtos químicos necessários ou requeridos pelos serviços de saúde

militar bem como o estudo de produtos referentes à guerra química e bacteriológica ou resposta

a esses meios químicos. Durante este tempo, toda a sua gestão científica, técnica, económica e

financeira foram delegadas, na totalidade, aos Oficiais Farmacêuticos do Exército.

O País passou a dispor desde então, de uma estrutura logístico-farmacêutica autónoma

que, adaptando-se à evolução do Exército e das ciências e técnicas farmacêuticas, perdura até

hoje, desempenhando a sua missão agora com a designação de Laboratório Militar de Produtos

Químicos e Farmacêuticos.

De salientar é também a sua capacidade técnico-científica dos seus laboratórios de análise que

serviram como base à IV Farmacopeia Portuguesa (1ª ed. 1936 e 2ª ed. 1946) e a atuação como

catalisador da indústria farmacêutica em Portugal sendo atualmente um centro de atividade

farmacêutica apto para resposta em situações de crise ou de emergência nacional como foi o

caso da preparação Oseltamivir durante a crise da Gripe A ou na produção de medicamentos em

situações de suspensão/ausência no mercado nacional.

Atualmente, os Serviços Industriais do LMPQF são ainda responsáveis pelo fabrico de

medicamentos de interesse para as Forças Armadas e outros com interesse a nível nacional,

como a metadona, pasta de cocaína, vaselina esterilizada, solução de clorohexidina, pó e

pomada antimicóticos, tendo a Lei n.º 33/2018, de 18 de julho, estabelecido mais recentemente

que o LMPQF pode contribuir para a produção de medicamentos, preparações e substâncias à

base da planta da canábis.[2]

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2 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Atualmente, é liderado pela Diretora Coronel Sá [1] e conta com sete sucursais: a

sucursal do Lumiar, Oeiras e da Sede (em Lisboa), sucursal de Santa Margarida, Sucursal de

Évora, sucursal de Coimbra e sucursal do Porto [3]. Estas estruturas são responsáveis pela

prestação de serviços de saúde e cuidados farmacêuticos aos militares e seus familiares,

encontrando-se sob a tutela do Ministério da Defesa. A missão desta estrutura militar consiste

em garantir apoio logístico à aquisição, produção e distribuição de medicamentos e outro

material de consumo sanitário; constituição de reservas estratégicas para situações de

emergência, prestação de serviços analíticos de cariz sanitário; formação de quadros militares

no ramo farmacêutico; apoio farmacêutico aos militares e seus familiares em medicamentos e

análises clínicas.

Apesar da farmácia militar estar sujeita a regras e regulamentos internos às Forças Armadas, o

ato de dispensa farmacêutica está sujeito às mesmas normas e orientações característicos da

profissão farmacêutica.

1.1. Sucursal do Porto

A sucursal do Porto do LMPQF encontra-se na Avenida da Boavista (coordenadas GPS:

41.157689, -8.625897), dentro do perímetro militar do Hospital das Forças Armadas – Polo do

Porto (HFAR/PP), perto da entrada principal (com condições que permitam o acesso de

cidadãos portadores de deficiência como dita o Decreto-lei nº 307/2007, de 31 de agosto), e

aberta de segunda a sexta (exceto feriados) das 8:30 às 16h30 com pausa para almoço entre as

13h00 e as 14h00.

A sucursal é chefiada pelo Dr. Paulo Cruz, Major Farmacêutico que lidera a equipa do

Porto com o apoio direto de duas farmacêuticas, a Dra. Rita China Pereira, diretora técnica

(DT), e a Dra. Isabel Moreira, e sendo constituída também por duas ajudantes técnicas de

farmácia, duas assistentes técnicas e uma assistente operacional (Anexo 1).

O armazém do LMPQF, também sobre a chefia do Dr. Paulo Cruz, conta com uma equipa

constituída por um assistente técnico, um encarregado operacional e um assistente operacional.

Para além do staff supramencionado, o LMPQFsP serve de casa a um número variável de

estagiários nacionais e estrangeiros que diversifica a equipa que trabalha diariamente nesta

sucursal.

No que toca ao espaço físico, o LMPQFsP distribui-se essencialmente por dois pisos.

1. O piso superior é constituído por gabinetes destinados a trabalhos administrativos,

lavabos e sala de convívio.

2. O piso inferior é onde se encontra a farmácia de venda ao público e também onde se

encontra o armazém da farmácia.

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3 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

A farmácia pode ser dividida em diferentes sectores:

• Uma sala de espera ampla com cadeiras e sistema de senhas de papel onde também

se encontra uma balança para medição da massa corporal. Nesta zona está também

situado um frigorífico que alberga os artigos que necessitam de conservação a

temperatura inferior à temperatura ambiente.

• Gabinete de Aconselhamento Farmacêutico que consiste em uma sala privada onde

se processam as medições dos parâmetros bioquímicos como tensão arterial,

colesterol, glicemia, triglicerídeos e dá-se aconselhamento farmacêutico.

Esporadicamente, serve também como sala de trabalhos e reuniões.

• A zona de atendimento. Composta por um balcão em L com três postos de

atendimentos (sendo um deles prioritário) e que separa a zona de espera dos

expositores e backoffice da farmácia. Nestes balcões encontram-se também

folhetos informativos ou expositores sazonais.

• Os expositores que contém medicamentos sazonais (e.g. protetores solares durante

a época balnear) e que são Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

(MNSRM), produtos de cosmética e suplementos alimentares.

• A zona de armazenamento de medicamentos que funciona também como zona de

receção de encomendas e área administrativa.

• Área de preparação de manipulados

Graças à sua localização, funciona como local de passagem para utentes dos serviços

hospitalares, funcionários do hospital, funcionários de transportadoras e outros, significando que

a farmácia se encontra num sítio estratégico para responder às necessidades das pessoas que

passam pelo LMPQFsP.

Em baixo, encontra-se o cronograma das atividades que realizei durante o meu tempo no

LMPQFsP.

Tabela 1: Cronograma das atividades realizadas entre agosto e novembro 2019 no LMPQFsP

Atividades AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO

Apresentação das

instalações e equipa

Verificação de

Validades

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4 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

2. Circuito do medicamento

Até o medicamento ser entregue ao utente, há um conjunto de etapas (do ponto de vista da

gestão da farmácia) pelas quais terá de passar. Desde a sua seleção, à compra, armazenamento e

dispensa do medicamento, um conjunto de variáveis como “stock”, “preço”, “espaço” e

“frequência de saída” deverão ser consideradas de forma a haver uma sustentabilidade

económica e uma diminuição no desperdício (por danos ou validade expirada) resultando assim

num serviço que preza pelo bem-estar e segurança dos utentes ao dispensar medicamentos

inalterados, que atuem segundo o seu propósito e diminuindo os custos para a farmácia.

De modo a tornar este processo mais fluído, o LMPQFsP (à semelhança de todas as outras

sucursais do LMPQF) utiliza um programa informático e intuitivo, que facilita todo o circuito

do medicamento na farmácia comunitária e que é permitido pela legislação em atual [4].

Armazenamento e

Receção de

Encomendas

Acompanhamento e

Apoio do Atendimento

ao Público

Determinação de

Parâmetros

Bioquímicos

Formação Pharmacy

Academy

Atendimento Ao

Público

Realização de

Encomendas

Participação no “Fecho

do mês”

Desenvolvimento do

Tema 1

Desenvolvimento do

Tema 2

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5 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

2.1. Medicamentos em Stock

Como seria de esperar, na farmácia encontram-se diversas famílias de medicamentos e

produtos farmacêuticos para ser possível atender às várias necessidades dos doentes.

Os artigos mais dispensados são os de uso humano, sujeitos a receita médica ou não,

suplementos alimentares, dispositivos médicos e produtos de dermocosmética e higiene pessoal

bem como alguns produtos de puericultura.

Noutra instância, produtos de uso exclusivo veterinário, apesar de não fazerem parte do

stock, podem ser adquiridos mediante encomenda ao fornecedor e consistem, maioritariamente,

em produtos antiparasitários.

Os medicamentos com mais unidades em stock são os de toma continuada e crónica e

que são utilizados para tratamento das doenças mais comuns no perfil de utentes da sucursal do

Porto.

A grande fatia dos utentes é composta por idosos (maioritariamente do sexo masculino)

com patologias como a hipertensão arterial, diabetes, doenças coronárias, dislipidemias, doenças

do foro mental, reumatismais e urológicas. Medicamentos antihipertensores, antidiabéticos,

medicamentos com ação no aparelho cardiovascular, antidislipidémicos, medicamentos com

ação no sistema nervoso central, medicamentos com efeito no aparelho locomotor, tiroide e

medicamentos com ação no aparelho urinário são os mais dispensados. A nível de dispositivos

médicos: fraldas, cuecas e produtos com utilização oftálmica são os mais vendidos.

Apesar de as marcas usadas e a quantidade em stock se manterem consistentes, poderia

haver alturas em que as marcas variavam ou havia uma maior aquisição de um produto

(aumentando o seu stock). Isto poder-se-ia dever a:

• Medicamentos rateados que precisavam de alternativas

• Promoções do fornecedor em aquisições de grande volume

• MNSRM ou Dispositivos Médicos (DM) sazonais

• Médicos prescreverem um novo tipo de tratamento

2.2. Aquisição

A gestão eficiente de todos os produtos vendidos na farmácia está a responsabilidade do

farmacêutico (neste caso, da diretora técnica) que fazia as encomendas de maior volume

consoante o que se vendeu e o número ideal máximo e mínimo de unidades stockáveis de cada

artigo. Estas encomendas são feitas, a partir dum computador, antes da hora do almoço e antes

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do fecho da farmácia, a um distribuidor grossista que faz duas entregas diárias (uma de manhã e

outra ao fim do dia).

No entanto, caso um utente precisasse de um produto mais específico que não houvesse na

farmácia, uma grande quantidade de um artigo ou outra razão satisfatória, poder-se-ia proceder

à encomenda por via telefónica ou através dum programa de computador denominado de

gadget.

A sucursal do Porto, tem também um sistema de organização no backoffice talhado para

estas encomendas esporádicas que permitem a quem trabalha ao balcão ter um acesso mais

rápido aos artigos aquando o levantamento pelo utente, permitindo assim uma melhor gestão de

tempo e espaço.

Graças à existência de uma rede de sucursais do LMPQF e de um Armazém logístico central,

era possível em ruturas de stock ou situações em que se considerasse necessário, realizar-se uma

encomenda ao Armazém Logístico Central do LMPQF ou as outras sucursais.

O gadget surge como uma ferramenta rápida e fácil que nos permite pesquisar o artigo por

Código Nacional de Produto, Designação Comum Internacional (DCI) ou designação do

produto e nos divide a disponibilidade em 3 níveis: vermelho, amarelo e verde.

Verde significa imediatamente disponível e chegará à farmácia na próxima entrega de

medicamentos, amarelo e vermelho são tratados como indisponíveis, sendo que o sinal amarelo

indicava que há possibilidade de haver algum stock disponível.

Caso isto aconteça, apesar de ser um processo mais moroso, a via telefónica permite-nos

saber se é possível encomendar artigos com sinal amarelo, e até vermelho, na próxima

encomenda permitindo assim satisfazer as necessidades do utente durante o atendimento.

No meu estágio, tive a oportunidade de fazer várias encomendas tanto por via telefónica como

por via gadget o que me permitiu assim ajudar os utentes com medicação que precisavam.

2.3. Receção de Encomendas

Tendo as encomendas chegado à farmácia, é necessário rececionar, verificar e arrumar nos

locais corretos.

O representante da empresa de distribuição entrega os medicamentos devidamente

acondicionados em recipientes de plástico que protegem os medicamentos de agressões externas

desde o armazém até à farmácia.

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7 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

No caso de medicamentos que necessitam de ser mantidos a temperaturas inferiores à

ambiente, vêm alocados numa caixa térmica dentro dos recipientes de plástico, para garantir que

mantém as propriedades farmacológicas. Neste caso e no de medicamentos psicotrópicos e

estupefacientes (e.g. Palexia©), na parte exterior da caixa, vem anexado uma folha com a

indicação de que aquela caixa contém medicamentos que necessitam dum cuidado especial.

Com os medicamentos, vêm também as faturas da encomenda respetiva, com a

informação do número da encomenda, data, o fornecedor, a identificação dos produtos e

quantidades pedidas e enviadas, o valor unitário de cada produto, o IVA e o preço de venda à

farmácia (P.V.F.).

Faz-se o cruzamento entre os conteúdos das caixas e os que constam como enviados na

fatura, anota-se a menor data de validade para cada grupo do mesmo produto e regista-se na

cópia da fatura original. Esta informação vai servir para informaticamente atualizar a

informação do stock e tornando possível monitorizar as datas de validade de cada artigo.

Durante este processo, dá-se prioridade às caixas que contêm medicamentos de conservação a

frio para poderem ser prontamente armazenados no frigorífico. Os estupefacientes e

psicotrópicos vêm acompanhados de documentação legal e são guardados num cofre com

código e chave.

Devido à organização do LMPQF, toda a faturação de encomendas é arquivada para

posteriormente ser enviada para a Sede.

Se os produtos se encontrarem com sinais de que a sua qualidade pode ter sido afetada

ou tenha havido um engano, estes são devolvidos ao fornecedor.

Apesar de poder parecer trivial, tanto todos os registos feitos durante a receção da

encomenda como o tratamento informático dessa informação são cruciais para o bom

funcionamento da farmácia e a correta e ética dispensação de medicamentos, não dispensando

artigos de preço desajustado, fora de validade ou passiveis de se encontrarem adulterados.

Enquanto executava esta tarefa, tive a possibilidade de me passarem pelas mãos todo o tipo de

artigos vendidos na farmácia, permitindo que eu pudesse aprender sobre nomes comerciais,

medicamentos com mais saída e os locais onde eles eram guardados (o que me permitiu ser

mais célere durante o atendimento).

Pelas mais diversas razões, o utente poderia não saber qual a sua medicação ou o laboratório

que a fabrica e, sabendo o design, cor ou tamanho da caixa era-me mais fácil descobrir qual o

laboratório ou a medicação usada pelo doente. O manuseamento das embalagens e a fotografia

mental que criei delas, durante a receção das encomendas, permitiram-me associar as

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substâncias ativas à forma em como são comercializadas, permitindo-me ser a ponte entre o

medicamento e o utente, nestes casos de dúvida.

2.4. Armazenamento

Devido à sensibilidade dos seus constituintes, os medicamentos podem ser afetados (e,

consequentemente, a sua atividade farmacológica) se as corretas condições de temperatura, luz,

humidade, higiene, ventilação e acomodação forem comprometidas.

Segundo as boas práticas de farmácia “As condições de iluminação, temperatura e humidade

devem respeitar as exigências específicas dos medicamentos, de outros produtos farmacêuticos,

químicos, matérias-primas e materiais de embalagem.” e “Estas condições devem ser

verificadas periodicamente.” [5]

No LMPQFsP, os medicamentos dispensados são os da data de validade mais próxima

de forma a que se siga o sistema de rotação de stock FEFO (First expired, First out). Caso não

se vendam até 2 meses antes do prazo de validade, são realocados noutra estante para serem

mais facilmente devolvidos ao fornecedor, se expirarem.

As condições de temperatura (<25ºC) e humidade (<60%) são medidas e registadas diariamente

e controladas, garantindo que as condições ideais de conservação dos medicamentos são as

adequadas.[6]

Os medicamentos que não precisam de condições especiais de armazenamento são

guardados de acordo com os grupos farmacoterapêuticos do Prontuário Terapêutico, por ordem

alfabética, da menor para a maior quantidade de unidades contidas na caixa e por ordem

crescente de dosagem. Esta organização permite, durante um atendimento, acesso rápido à

embalagem pretendida.

Injetáveis encontram-se separados, por ordem alfabética de nome comercial, bem como

os suplementos alimentares. Os MNSRM encontram-se noutra estante, separados dos

Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM).

Os medicamentos de frio (como referidos anteriormente) são guardados num frigorífico

sendo maioritariamente, insulinas e vacinas.

Os produtos com maior visibilidade ao público, encontram-se nas estantes visíveis por

detrás do balcão de atendimento e são ocupadas pelos produtos de higiene corporal, dispositivos

médicos, cosméticos, estando agrupados por marca, sazonalidade, frequência de venda e

visibilidade.

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9 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

2.5. Artigos com maior visibilidade e satisfação do cliente

Do que pude experienciar, estes produtos são tanto adquiridos de forma premeditada,

como numa compra secundária inesperada, onde se pode aplicar cross-selling e up-selling pois

são produtos que se apresentam em diversas gamas e com diferentes particularidades, podendo

beneficiar o utente de uma forma personalizada e trazendo uma margem líquida maior para a

farmácia.

No entanto, este tipo de venda personalizada exige um conhecimento extensivo e constante

atualização, sobre os produtos expostos visto que são produtos com muitas alternativas com

variações por vezes muito subtis, entre elas.

Para além disso, é necessário uma sensibilidade e visão para poder avaliar o cliente e oferecer

um produto que se adeque às suas necessidades.

Durante o meu tempo de estágio, consegui observar a venda destes produtos que deixaram

clientes satisfeitos e trouxeram lucro para a farmácia sendo uma forma de proporcionar um

bom atendimento e um serviço de qualidade como se é esperado das farmácias portuguesas.

3. Dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos Apesar de todas as outras funções, o farmacêutico é vulgarmente conhecido pela população

por ser o profissional encarregue da dispensa de medicamentos.

Essa dispensa de medicamentos é definida pelas Boas Práticas Farmacêuticas como:

“O ato profissional em que o farmacêutico, após avaliação da medicação, cede medicamentos

ou substâncias medicamentosas aos doentes mediante prescrição médica ou em regime de

automedicação ou indicação farmacêutica, acompanhada de toda a informação indispensável

para o correto uso dos medicamentos. Na cedência de medicamentos o farmacêutico avalia a

medicação dispensada, com o objetivo de identificar e resolver problemas relacionados com os

medicamentos (PRM), protegendo o doente de possíveis resultados negativos associados à

medicação.”[5].

É aqui que um farmacêutico comunitário tem oportunidade para ter um impacto na saúde do

utente (e pública) acrescentando valor. Assim, o farmacêutico pode muitas vezes ser o

profissional que evita deslocações desnecessárias e gastos maiores perante transtornos de saúde

menores. É também função do farmacêutico, promover a educação da população devendo usar o

contacto direto com os utentes para o fazer.[6]

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10 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Foi no LMPQFsP que me apercebi da importância que quem está atrás do balcão tem aos

olhos do doente e que um atendimento vai muito mais para além do aviamento de uma

prescrição médica.

É certo que não é possível impactar a vida de toda a gente, mas esta foi sem dúvida, a

parte mais desafiante e interessante do meu estágio.

Aprender a lidar com pessoas com diferentes personalidades e reações, perceber a importância

da minha profissão enquanto discutia sobre os medicamentos (seja a indicação deles ou o

preço!), a vontade de aprender mais para poder dar um melhor atendimento ao cliente a

seguir… Tudo isto acontece de um lado para o outro do balcão e foi o atendimento que me

motivou, como futuro farmacêutico, a querer ser melhor na minha profissão, para poder

impactar da melhor forma a vida de quem interagia comigo diariamente.

Toma de Medicamentos É logico pensarmos que mais do que qualquer outra pessoa, somos nós quem se

preocupa mais com a nossa saúde visto que quando há um desequilíbrio, é a nossa qualidade de

vida que é diretamente afetada.

Um estado debilitado é algo que queremos que cesse o mais rapidamente possível para que

possamos voltar a nos sentirmos bem; é algo inerente ao ser humano que desde “chá” e

“mézinhas” procurava soluções para os seus problemas.

Com o avanço da ciência e o aparecimento de medicamentos com diferentes objetivos

terapêuticos e dosagens, houve a necessidade de regulamentar a sua toma consoante os

problemas que podem advir da sua toma não supervisionada.

Assim sendo, divide-se os medicamentos dispensados na farmácia em dois grandes

grupos: Os MSRM e MNSRM.

3.1. Medicamentos Sujeitos a receita médica

Este grupo engloba a maior parte dos medicamentos e para a sua dispensa é necessário a

apresentação duma receita médica, devidamente preenchida, validada e válida.

Segundo o artigo 114º do Decreto-Lei n.º 176/2006, são MSRM os medicamentos que:

“a) Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando

usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

b) Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com

frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

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11 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

c) Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja, atividade ou reações

adversas seja, indispensável aprofundar;

d) Destinem-se a ser administrados por via parentérica.”

Os medicamentos sujeitos a receita médica podem ainda ser classificados como: Medicamentos

de receita médica renovável, Medicamentos de receita médica especial e Medicamentos de receita

médica restrita, de utilização reservada a certos meios especializados e têm as suas definições

previstas nos artigos 115º, 116º e 117º do mesmo Decreto-Lei.

3.2. Receitas

Desde o dia 1 de junho de 2012 foi instituída a prescrição e dispensa de medicamentos

por Denominação Comum Internacional (DCI)[8].

Isto permite ao utente optar pelo medicamento (com a mesma substância ativa, dosagem e

forma farmacêutica) sendo a farmácia obrigado a ter pelo menos três medicamentos que

correspondam aos cincos preços mais baixos de cada grupo homogéneo. [8]

A prescrição de medicamentos pode ainda incluir uma denominação comercial, por marca ou

indicação do nome do titular da autorização de introdução no mercado. Para tal, o médico

prescritor deverá indicar, na receita, de forma expressa, clara e suficiente, as justificações

técnicas que impedem a substituição do medicamento prescrito com denominação comercial,

aplicando-se as exceções previstas na lei [8]:

“a) Prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico estreito, de acordo com

informação prestada pelo INFARMED

b) Fundada suspeita, previamente reportada ao INFARMED, de intolerância ou reação adversa a

um medicamento com a mesma substância ativa, mas identificado por outra denominação

comercial;

c) Prescrição de medicamento destinado a assegurar a continuidade de um tratamento com

duração estimada superior a 28 dias.” (Para esta exceção, é possível o exercício de direito de

opção do utente, caso exista algum similar ao prescrito que tenha um preço mais baixo.)

Graças a esta mudança, a prescrição médica centra-se agora na atividade farmacológica

do medicamento contribuindo assim para que a escolha do mesmo se foque no impacto que a

substância ativa tem na resolução do problema diagnosticado no doente.

Numa farmácia comunitária, tornou-se então possível dispensar medicamentos através de

prescrição eletrónica desmaterializada, prescrição eletrónica materializada e prescrição manual.

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12 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

No entanto, salvo exceções, as prescrições devem ser todas feitas pela via eletrónica

desmaterializada [9] sendo estas as que perfazem a grossa parte do receituário das farmácias.

3.2.1. Prescrição manual

A prescrição manual tem se tornado obsoleta sendo só permitida segundo a legislação,

em situações excecionais, quando se verificam situações de falência do sistema informático,

inadaptação comprovada do prescritor, prescrição ao domicílio (excluindo prescrições efetuadas

em lares de idosos) ou outra qualquer situação, desde que com um limite máximo de 40 receitas

por mês e têm a validade de 30 dias[8].

O farmacêutico quando deparado com este modelo de prescrição deverá estar atento a vários

pontos de forma a considerar a receita válida para dispensa.

A receita deverá especificar o utente a quem se destina (nome e número de

beneficiário), a entidade responsável pela comparticipação (caso se aplique), a identificação do

médico prescritor através da sua vinheta e da vinheta do local de prescrição (caso possível), a

assinatura do médico prescritor, a data do preenchimento e assinalada a razão de emissão da

prescrição no canto superior direito.

Não poderá ter rasuras, tintas de caneta ou caligrafias diferentes e nas linhas de prescrição

deverá estar indicada a DCI da substância ativa, a dosagem, a posologia prescrita, a

apresentação e o número de unidades do medicamento sendo apenas possível prescrever 2

unidades da mesma linha de prescrição, até um máximo de 4 unidades de medicamentos (exceto

nos casos de medicamentos de embalagem unitária onde é possível a prescrição até 4 unidades).

Caso todos estes parâmetros estejam validos pelo farmacêutico e a receita não tenha expirado

deverá dispensar-se os medicamentos ao utente, de acordo com as condições supracitadas.

No fim do atendimento, é impressa (no verso) toda a informação codificada que identifica a

receita, juntamente com uma declaração que confirma a dispensa dos medicamentos ao utente,

assinada pelo mesmo. Deve ainda constar uma assinatura do farmacêutico responsável pela

dispensa, juntamente com o carimbo da farmácia.

Foram várias as receitas que me passaram pelas mãos durante o meu estágio e foi, sem

dúvida alguma, o modelo de receita mais sujeito a erros, tanto do ponto de vista do prescritor

como do farmacêutico.

A fraca legibilidade de algumas caligrafias e a falta de elementos validadores das receitas

manuais (assinaturas, data da prescrição, etc…) foram entraves à fluidez de vários

atendimentos que poderiam ter corrido de forma bem mais célere.

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É também de referir o número baixo de medicamentos possíveis de prescrever numa receita

manual e que pode causar transtornos a quem não tem possibilidades de se deslocar

regularmente a um médico.

3.2.2. Receita Eletrónica Materializada

O ato de dispensa das receitas eletrónicas materializadas tem umas nuances diferentes

das receitas manuais que tornam o processo mais rápido e com menos probabilidade de erros.

Um código de barras, presente no topo da receita, permite através da sua leitura, o acesso à

receita com todos os produtos descritos na quantidade prescrita.

Estas são receitas renováveis e com uma validade até 6 meses e a emissão de 3 vias, desde que a

prescrição tenha incluído medicamentos de longa duração [10].

Podem ser prescritas até 12 unidades de medicamentos de embalagem unitária de longa duração

[11]. O utente poderá conservar uma Guia de Tratamento que acompanha a prescrição e deverá

ser destacada pelo farmacêutico.

Durante o meu estágio, este foi o tipo de prescrição com que menos lidei em relação a

medicamentos, tendo sido mais presente no caso dos artigos de estomatologia – algo típico do

LMPQF e não existente em outras farmácias comunitárias.

3.2.3. Receita eletrónica desmaterializada

A receita eletrónica desmaterializada é uma (r)evolução no circuito do medicamento e

um exemplo de como a tecnologia pode ser aplicada na saúde para melhorar (e muito) a vida de

quem trabalha no setor e de quem usufrui dele.

Permite uma diminuição de custos na prescrição, uma monitorização do sistema de prescrição e

dispensa e uma maior racionalização do medicamento o que levou a tornar obrigatória esta via

no seio do Sistema Nacional de Saúde (SNS), pelo Despacho N.º 2935-B/2016.

Para ter acesso à prescrição, o farmacêutico precisa de um Código de Acesso, o Código de

Dispensa e o Código de Direito de Opção visto que todas as prescrições se encontram integradas

nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

As linhas de prescrição são independentes permitindo que se receite diferentes medicamentos na

mesma prescrição desde que não ultrapasse as 6 unidades (com validade de 6 meses) para

medicamentos de longa duração e as 2 unidades para medicamentos de curta duração (com

validade de 60 dias).

Para o utente, uma das maiores vantagens, é a possibilidade de aviar só uma parte da

medicação desde que seja dentro do prazo de validade de cada linha.

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14 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Felizmente, durante o meu tempo de estágio, lidei maioritariamente com este formato e,

comparando com as receitas manuais que ocasionalmente me chegavam, pude confirmar as

vantagens que trazem, tanto para o farmacêutico como para o utente.

A eliminação do erro humano permite que a duração do atendimento seja encurtada, mas

nunca na qualidade. Muito pelo contrário, o rácio entre tempo útil e tempo de atendimento é

nitidamente maior, permitindo ao farmacêutico focar-se no atendimento, aconselhando e

respondendo às dúvidas dos utentes com a sua máxima e devida atenção.

3.3. Estupefacientes e Psicotrópicos

“Uma substância psicotrópica é qualquer substância medicamentosa que atua sobre o

psiquismo, sem distinção entre os seus efeitos estimulantes e depressivos. Por outro lado, um

estupefaciente pode ser classificado como uma substância que, geralmente, provoca habituação

e cujos efeitos são a supressão da dor e alterações do sistema nervoso, tendo consequências

nocivas para a saúde tanto a nível físico como mental.” [12]

Os estupefacientes, muitas vezes vistos com maus olhos, são substâncias que podem trazer

efeitos terapêuticos benéficos em diversos utentes, se forem utilizados corretamente e com o

controlo e acompanhamento necessário.

A sua regularização encontra-se descrita no Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, visando

impedir o abuso e comercialização ilícita dos mesmos, levando a que a sua dispensa seja

exclusiva do farmacêutico e tenha de passar por diversos checkpoints e registo de informação

prévios à sua dispensa.

Para a dispensa destes medicamentos, o farmacêutico regista a identidade de quem adquire

(nome, data de nascimento, número e data do bilhete de identidade ou da carta de condução, ou

o nome e número do cartão de cidadão, ou, no caso de estrangeiros, do passaporte),

identificação da prescrição através do número de prescrição, identificação da farmácia e

identificação medicamento ( número de registo, data da dispensa e quantidade)[9] sendo

posteriormente emitido um “Documento do Psicotrópico” que deverá ser arquivado e mantido

durante 3 anos.

3.3.1. Prescrição de Estupefacientes ou Psicotrópicos

Os medicamentos que contêm substâncias ativas classificadas como estupefacientes ou

psicotrópicos (contidas nas tabelas I e II do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro, e n.º 1 do

artigo 86.º do Decreto-Regulamentar n.º 24 61/94, de 12 de outubro) seguem as mesmas regras

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dos restantes medicamentos não podendo constar em receita materializada ou por via manual,

onde sejam prescritos outros medicamentos ou produtos de saúde. [9]

Tive a oportunidade de realizar esta tarefa (com supervisão) e é certo que há um cuidado

especial durante este ato, devido à burocracia e responsabilidade associada a estes

medicamentos. Julgo ser importante para um farmacêutico em formação, lidar com este género

de casos, respeitando sempre o ato da dispensa e as consequências da entrega destes

medicamentos para estar consciente do seu papel como farmacêutico.

4. Comparticipações No ano transato, o estado investiu mais de 18.345,1 milhões de euros [13] na Saúde (o

equivalente a 9,1% do PIB) sendo que desse valor, 1.255 milhões foram gastos em

comparticipações de medicamentos [14].

A saúde é um direito estando o Estado incumbido constitucionalmente de “Garantir o acesso

de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina

preventiva, curativa e de reabilitação”.[15]

Para isto, o Sistema Nacional de Saúde criou regimes de comparticipação de forma a facilitar o

acesso da população à medicação, fazendo com que esta fique um preço mais reduzido

culminando numa maior adesão à terapêutica.

O Decreto-Lei n. º48-A/2010, de 13 de maio prevê a comparticipação de medicamentos através

de um regime geral e um regime especial que se aplica a situações específicas e abrangendo

certas patologias ou grupos de doente [16].

A comparticipação do Estado sobre o preço dos medicamentos de venda ao público

encontra-se dividida em quatro escalões:

Tabela 2: Escalões de Comparticipação

A B C D

90% 69% 37 15

Estes escalões variam consoante a indicação terapêutica do medicamento prescrito, das

entidades que o prescrevem e ainda com o consumo acrescido para doentes com determinadas

patologias [16] (como é o caso da Esclerose Múltipla [17]

Os grupos e subgrupos farmacoterapêuticos comparticipáveis estão presentes na Portaria n.º

195-D/2015 de 30 de junho.

São vários os subsistemas de saúde e, de entre eles, apenas os beneficiários de

Assistência na Doença aos Militares (ADM), Assistência na Doença aos Militares da Guarda

(ADMG), Polícia de Segurança Pública (SAD/PSP), ADSE (se funcionários das Forças

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16 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Armadas ou familiares de titulares dos subsistemas já mencionados) e funcionários do LMPQF

podem usufruir dos serviços de farmácia comunitária do LMPQF.

No LMPQF, os Deficientes das Forças Armadas (DFA) que se encontram ao abrigo da Portaria

n.º 1034/2009 de 11 de setembro são o regime especial mais comum.

Os DFA [18] são militares ou ex-militares que devido à prestação de serviços militares obtiveram

um grau de incapacidade que lhes garante que as suas despesas em cuidados de saúde sejam

suportadas pela ADM.

No entanto, apesar de puderem usufruir desta condição para a obtenção de medicamentos em

qualquer outra farmácia, só no LMPQF conseguem obter também outros produtos não

qualificáveis como medicamentos a custo zero (dispositivos médicos, produtos de higiene,

etc…), mediante apresentação de receita médica.

4.1. Conferência de Receituário

Esta tarefa surge como resposta aos erros humanos que possam acontecer durante a

dispensa de medicamentos.

No LMPQFsP este procedimento acontece durante o atendimento e através do software

SPharm, onde os medicamentos a ser dispensados têm de possuir o código idêntico ao presente

no programa ou o farmacêutico é impedido de aviar o medicamento não correspondente ao

presente no programa.

No final do mês é emitido um verbete de identificação de lote e emite-se as faturas às entidades,

sendo posteriormente enviadas para a sede do LMPQF, em Lisboa, seguindo depois para o

CCF. No caso das receitas desmaterializadas, o SPharm comunica diretamente os dados ao

SPMS.

Isto é necessário porque, nos medicamentos comparticipados, é unicamente cobrado ao

utente o valor não comparticipado do medicamento. Ou seja, as entidades de comparticipação

pagam uma percentagem do medicamento sendo o resto do valor satisfeito pelo utente. O “fecho

do mês” permite que, seguindo os procedimentos legais, a farmácia receba o valor das

comparticipações após as receitas dispensadas sejam conferidas e validadas.

5. Medicamentos não sujeitos a receita médica MNSRM (vulgarmente chamados de “medicamentos de venda livre”) são

medicamentos que não preenchem as condições acerca dos MSRM.

Estes medicamentos não são comparticipáveis, salvo casos excecionais em que os MNSRM

ficam sujeitos ao regime dos preços estabelecidos para os MSRM [20].

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17 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

A partir de 2005, foi autorizada a sua comercialização fora das farmácias, em locais autorizados

pelo INFARMED tendo sido estabelecido um regime de preços livre [20].

Contudo, MNSRM de dispensa exclusiva em farmácia, abrangidos pela Deliberação nº

24/CD/2014, 26 de fevereiro, embora possam ser comercializados sem receita médica, têm a sua

venda sujeita à intervenção farmacêutica e a protocolos de dispensa.

Não devendo ser utilizados por um período superior a 5 dias, sem consultar um médico

ou farmacêutico [21], os MNSRM permitem libertar recursos do SNS, que podem ser utilizados

para tratar doentes mais graves pois evitam consultas desnecessárias e permitem aos médicos e

profissionais de saúde focarem-se em casos mais complicados.

Noutro ponto de vista, os MNSRM dão autonomia às pessoas de resolverem problemas

de saúde menos graves de uma forma mais rápida, mais barata e com menos complicações na

sua vida diária, processo ao qual designamos por “automedicação” (onde também se inclui o

uso dos MSRM). [22]

O Grupo de Consenso sobre Automedicação define a automedicação como: «a utilização de

Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) de forma responsável, sempre que se

destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a

assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde». [23]

Temo que o desconhecimento das consequências da toma indevida dos MNSRM e o

fato de haver muita informação disponível – correta e incorreta- mal interpretada, sejam os

fatores que mais contribuem para problemas graves associados à automedicação.

De modo a evitar problemas maiores, a compra de MNSRM deverá ser acompanhada por

aconselhamento farmacêutico personalizado para que a decisão seja a mais apropriada à

condição do doente, fator esse que só está presente nas farmácias comunitárias.

No meu caso, tendo estagiado entre agosto e novembro, presenciei duas épocas

propícias à venda de diferentes tipos de MNSRM: Verão (e.g.: venda de protetores solares) e

Inverno (e.g.: prevenção de sintomas de gripes e constipações).

O aconselhamento destes produtos é desafiante devido às subtis diferenças entre os produtos e

o baixo número de informação -confirmada e de fontes fiáveis- comparativamente aos MSRM.

No entanto, de forma a dar um bom aconselhamento, procurei estudar para responder a

perguntas que me colocavam durante os atendimentos e outras que julgava que me pudessem

ser feitas, de modo a executar um trabalho digno dum farmacêutico em que as pessoas confiam.

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18 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

6. Dispositivos médicos Dispositivos médicos é a designação atribuída a “Qualquer instrumento, aparelho,

equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou combinado, incluindo o

software destinado pelo seu fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico

ou terapêutico e que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo

principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos,

imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, destinado

pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de: diagnóstico, prevenção, controlo,

tratamento ou atenuação de uma doença; diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou

compensação de uma lesão ou uma deficiência; estudo, substituição ou alteração da anatomia ou

de um processo fisiológico; controlo da conceção”. [24]

A distinção entre dispositivo médico e medicamento reside no facto de os primeiros

atingirem os seus fins através de mecanismos que não traduzem ações farmacológicas,

metabólicas ou imunológicas [25].

No LMPQF, estes DM perfazem uma grande quantidade dos produtos dispensados na

farmácia graças aos DFAs, uma vez que lhes são dispensados sem encargo económico mediante

a apresentação de uma receita médica do HFFAR /PP e se abrangidos pela legislação.

São comuns os produtos ortopédicos, canadianas, resguardos, fraldas, pensos, luvas, sacos de

ostomia, algálias, entre muitos outros.

Como previamente referido, no HFFAR/PP, ao contrário de outras farmácias comunitárias, há

uma colaboração entre a farmácia militar e o serviço de estomatologia e medicina dentária para

facilitar aos doentes, a aquisição de material dentário como próteses dentárias e implantes.

Apesar da maior parte dos DM entregues serem a DFA, fez-me pensar no dinheiro

investido pelas pessoas desta faixa etária para fazerem o seu dia-a-dia, pensamento que era

reforçado quando ouvia queixas dos baixos rendimentos mensais que eram parcialmente

deixados numa fatura de farmácia.

7. Medicamentos Manipulados Considera-se medicamento manipulado todo aquele que, sendo fórmula

magistral ou preparado oficinal, é fabricado e dispensado por um farmacêutico e a sua

dispensa deve seguir a indicações da dispensa de qualquer outro medicamento, sendo

fundamental fornecer ao utente todas as informações relevantes, posologia, modo de

administração, condições de conservação e prazo de validade. [26]

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19 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

O LMPQF produz vários medicamentos manipulados como vitamina A composta, pasta de

cocaína, metadona sendo os seus preços de venda ao público, calculados segundo os critérios da

769/2004 de 1 de julho.

No caso da pasta de cocaína, o LMPQF é o único produtor em todo o país e tive a

oportunidade de perceber a importância da sua produção pelo LMPQF quando representantes

de unidades hospitalares externas se dirigiam à farmácia para adquirir a pasta.

Tive também a chance de reviver os meus tempos de aulas práticas quando, com a ajuda da DT,

produzimos “Álcool Iodado Salicilado”, para venda a um utente, seguindo o Formulário

Galénico do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Anexo 2).

8. Cuidados farmacêuticos

O conceito de Cuidados Farmacêuticos refere-se a um “conjunto de atitudes,

comportamentos, compromissos, inquietudes, valores éticos, funções, conhecimentos,

responsabilidades e aptidões na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de atingir

resultados terapêuticos concretos em saúde e na qualidade de vida do doente”. [27]

O farmacêutico tem sempre como foco o doente e a sua saúde devendo atender às suas

necessidades e expectativas.

Assim sendo, para além de conhecimento teórico e prático- atualizado-, o farmacêutico deverá

desenvolver a sua componente emocional para, através da empatia que cria com os doentes,

consiga o melhor resultado para a saúde dos utentes promovendo o uso adequado e responsável

do medicamento de modo a obter o melhor resultado possível com o mínimo de reações

adversas.

Deste modo, almeja-se um tratamento eficaz, com o mínimo de reações adversas ou

toxicidade, económico e simples para o doente.

Tal como os outros profissionais de saúde, na sua área, os farmacêuticos são indispensáveis para

uma melhor adesão terapêutica sendo uma mais valia ao país e aos seus habitantes.

8.1. Prestação de serviços

No Gabinete de Aconselhamento Farmacêutico do LMPQFsP é possível medir

parâmetros bioquímicos e fisiológicos dos utentes e, devido à sua privacidade, é possível usar

como espaço para situações que exigem uma maior delicadeza.

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20 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Neste espaço, é possível a medição de três parâmetros bioquímicos, através da análise capilar,

sendo eles o colesterol, a glicemia e os triglicerídeos e, esta de forma gratuita, é também

possível a medição da tensão arterial sistólica e diastólica (e frequência cardíaca).

São vários os utentes que procuram este serviço tendo sido me pedido bem mais

frequentemente para realizar a medição das tensões e, na maior parte, são entendedores dos seus

valores e valores de referência, sabendo até, em algumas situações, o que pode ter provocado o

valor lido no caso de ele se encontrar acima do normal.

9. Formação e Aprendizagem

O meu estágio no LMPQFsP foi diversificado e teve um impacto enorme no meu

crescimento como farmacêutico.

Entregar uma equipa de farmácia comunitária permitiu que crescesse através de desafios diários

que me deram ferramentas para executar a minha tarefa procurando sempre, com a DT ou

autonomamente, solucionar os problemas com que me deparava.

Tive também a oportunidade de alargar o meu conhecimento através da “Pharmacy

Academy”[28] onde pude me instruir através de apresentações e resoluções de questionários em 6

módulos de temáticas diferentes, sendo elas:

“Doença venosa crónica”, “Doença Hemerroidária”, “Adesão à Terapêutica”,” Rentabilização

da venda ao balcão – Cross-selling e Up-selling”,” Comunicação ao Utente” e “Rentabilização

do Negócio: margens vs volume”.

Parte II

TEMA 1: Genéricos

10.1. Enquadramento do Tema

Efeitos adversos indesejáveis, custo do medicamento ou omissão da toma do

medicamento são as três razões mais prováveis de um doente abandonar o esquema de

tratamento que lhe foi receitado pelo médico.

Os portugueses estão cada vez mais a gastar dinheiro em medicamentos [29], inclusive muito

portugueses deixam [30] de seguir o seu esquema posológico por impossibilidades económicas o

que leva a uma falha na adesão à terapêutica trazendo graves consequências para o doente.

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Os medicamentos genéricos (MG) apresentam a mesma qualidade, eficácia e segurança

dos medicamentos de marca e são 20 ou 35% mais baratos. Esta vantagem económica

possibilita uma melhor gestão dos recursos disponíveis tanto para o utente como para o SNS.[31]

“Um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância ativa, forma

farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação terapêutica que o medicamento original, de

marca, que serviu de referência.” [31]

“Os medicamentos genéricos são distinguíveis dos medicamentos originais ou de marca através

da sigla (MG) que se encontra na embalagem exterior do medicamento. A prescrição de MG é

feita pela DCI das substâncias ativas, seguida da dosagem e forma farmacêutica, sendo que o

médico pode acrescentar o nome do respetivo titular da autorização de introdução no mercado

(AIM) ou marca”.

A utilização de genéricos está a crescer a nível mundial, permitindo que muitos países em

desenvolvimento tenham acesso a tratamento graças à maior acessibilidade à medicação. [32]

Em Portugal, segundo Paulo Lilaia (ex-presidente da APOGEN) o uso de medicamentos

genéricos e biossimilares no SNS significaria uma poupança potencial de 416 milhoes de euros

entre 2018 e 2020 [33], permitindo canalizar os recursos economizados para o tratamento de mais

doentes.

Consequentemente, a crescente utilização dos genéricos aplica pressão no mercado para reduzir

o preço dos medicamentos de marca e permite investir na pesquisa e desenvolvimento de

medicamentos inovadores. [34]

Apesar da informação disponível, fiável e acessível que há sobre os MG, desde o início

do meu estágio que notei uma desconfiança de muitos utentes (e até profissionais de saúde)

sobre a eficácia e valor dos genéricos.

Mesmo havendo medicamentos onde a discrepância de preços era notória e impactante na fatura

final, os utentes descredibilizavam os genéricos afirmando que “não é a mesma coisa” e “com a

minha saúde, prefiro não arriscar”.

Apercebi-me que, apesar da quantidade de percentagens, números e justificações,

quando se fala da saúde, a verdadeira diferença acontece quando o profissional ouve e faz por

educar o doente, criando-se um ambiente fértil à discussão e que, com as palavras certas, se

semeia a curiosidade e o interesse.

Com isto, quis criar algo que servisse como iniciador e catalisador de conversa para -

transparentemente- explicar a vantagem dos genéricos, dando aos utentes do LMPQFsP

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22 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

liberdade para fazer as suas escolhas sem estarem acorrentados a rumores e ideias pré-

concebidas.

No entanto, mesmo após esta interação farmacêutico-utente, há fatores que podem agir

como entrave à utilização dos genéricos. Sair da zona do conforto nunca é fácil e a quantidade

de alternativas para uma só DCI pode ser avassaladora para quem já receava mudar. A alteração

da imagem associada ao medicamento pode também gerar confusão e desorganização e ser um

impedimento à mudança.

10.2. Qualidade, segurança e eficácia de MG

De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, a AIM de medicamentos

genéricos está sujeita às mesmas disposições legais dos outros medicamentos.

No caso dos MG não é necessária a apresentação de ensaios pré-clínicos e clínicos se for

demonstrada a bioequivalência baseada em estudos de biodisponibilidade, ou quando estes não

forem adequados, for demonstrada equivalência terapêutica através de estudos de farmacologia

clínica apropriados, ou outros solicitados pelo INFARMED [35].

Os MG, assim como os medicamentos originais, estão sujeitos à autorização da Agência

Europeia do Medicamento ou pelas autoridades nacionais de saúde (e.g. INFARMED) para

poderem ser comercializados na União Europeia. A aprovação por estas entidades é concedida

quando o fabricante prova (através de um estudo de bioequivalência) que os parâmetros

farmacocinéticos são comparáveis aos do original, e ainda que a composição do genérico é

equivalente à do original no que respeita à segurança e qualidade [36].

10.3. Vantagens dos MG

Pelos MG serem baseados em substâncias ativas com muito tempo de mercado, a

informação associada a essas mesmas substâncias ativas garante um perfil de segurança e de

efeito muito maturado.

Para serem considerados genéricos, estes medicamentos têm de apresentar a mesma segurança e

eficácia que os medicamentos originais, garantida pela bioequivalência demonstrada através dos

estudos de biodisponibilidade (Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto) [31].

Isto leva a que a obtenção de AIM seja um processo mais rápido, uma vez que dispensa a

presentação de relatórios dos peritos acerca ensaios farmacológicos, toxicológicos e clínicos e

pré-clínicos (Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto), o que simplifica todo o processo [36,31].

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Todas as vantagens anteriormente apresentadas podem resumir-se ao menor preço de

custo dos MG relativamente aos medicamentos originais mantendo a mesma qualidade, eficácia

e segurança que os de marca [31].

10.4. Panfleto Informativo Sobre os Genéricos

Objetivos - Fomentar a discussão sobre os genéricos entre os utentes, profissionais de saúde e

trabalhadores do hospital durante o período do estágio

- Elucidar as pessoas sobre os genéricos e desmitificar ideias erradas

Modo de ação -Distribuição de panfletos informativos (Anexo 3)

- Colocação dos panfletos na zona de atendimento de forma a chamar a atenção do utente ao

dirigir-se ao balcão (Anexo 4)

Resultados Graças à sua disposição, os panfletos eram praticamente impossíveis de serem

ignorados durante um atendimento e, não havendo uma forma de medir o verdadeiro impacto da

atividade, consigo afirmar com toda a certeza que os panfletos informativos foram o mote para

discutir a temática que apresentavam.

Perguntas como, “Mas qual é a diferença?” e “eles fazem mesmo a minha coisa?” estavam entre

as mais comuns, apesar de respondidas no panfleto, os utentes gostavam de as ver respondidas

por um farmacêutico – facto que me fez pensar sobre a importância da palavra dum

farmacêutico – e que surgiam como o início para outras dúvidas e perguntas.

Tentei responder sempre da forma menos tendenciosa possível, baseada em artigos

científicos que consultem para a elaboração do panfleto, acompanhada de comparações de

preços de produtos e análise do design das embalagens exteriores dos medicamentos de marca e

dos genéricos.

Conclusão Os custos exorbitantes associados à medicação gastos pelo país só tendem a aumentar

com o envelhecimento da população portuguesa e os MG surgem como uma hipótese viável à

sustentabilidade do SNS e à possibilidade dum maior acesso à terapia, visto que são sujeitos aos

mesmos requisitos exigidos aos medicamentos de referência e estão sujeitos ao controlo por

entidades competentes, estando disponíveis a um preço mais reduzido [34].

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A maior parte dos afetados por esta ação revelam que ainda têm desconfianças sobre a

bioequivalência dos medicamentos genéricos, mas que o custo dos genéricos é o ponto mais

atraente para a escolha dos mesmos.

No entanto, a crença que “se é mais caro, é melhor” impede muitos utentes de acreditar

que esta “bioequivalência” existe mesmo, optando pelos de marca porque, apesar de pagarem

mais, sentem que lhes dá mais garantias de terem resultados farmacoterapêuticos mais

favoráveis.

Sinto que esta atividade teve um impacto positivo, havendo inclusive quem decidisse

dar uma oportunidade aos genéricos na sequência da conversa iniciada, graças aos panfletos.

10.5. Estudo TOP4 da farmácia

Objetivo A título de curiosidade, decidi fazer um estudo económico a comparar os 4

medicamentos mais vendidos (em 1 ano) no LMPQFsP e calcular custos associados à toma

continuada do mesmo (durante o período de 1 ano) para avaliar se há uma diferença que

justifique a troca de medicamentos de marca por genéricos.

Modo de ação Recolhida a listagem dos medicamentos mais vendidos desde setembro 2018 até

setembro de 2019 foi-se verificado quais os 4 medicamentos mais vendidos que apresentassem,

no LMPQFsP, pelo menos 2 opções de genéricos.

A seguir, recolheu-se através dos Resumo das Características do Medicamento, a posologia para

cada um e calculou-se o custo do medicamento de marca e do genérico, para um ano.

Considerações

1. Os genéricos usados para a comparação teriam de ter a mesma substância ativa, a

mesma dosagem e o mesmo número exato de comprimidos por caixa.

2. No caso de haver dois medicamentos de marca para a mesma indicação terapêutica,

mesmo substância ativa, mesma dose, mesmo número de comprimidos, o critério de

escolha foi o número de caixas vendidas em maior número, eliminando-se o outro do

estudo.

3. Excluíram-se os medicamentos que podiam ser tomados em SOS. Avaliando-se só os

de toma continuada sem opção de SOS.

4. Excluiu-se, quando aplicável, a contagem dos comprimidos utilizados durante a

iniciação da toma.

5. O valor do custo total dos medicamentos nunca seria afetado por promoções ou

descontos por compras em grande volume.

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6. De referir também o facto de muitos dos utentes do LMPQF serem DFA e da

medicação lhes ser dispensada sem encargo monetário, podendo afetar o número de

vendas de artigos de marca.

7. No caso do RCM indicar diferentes posologias escolhe-se uma que seja comum aos dois

e usa-se para efeitos de cálculos, a menor dose possível.

8. No caso de a dose mínima ser inferior ao total de um comprimido, contabiliza-se a dose

mínima como um comprimido.

9. Se, a equação (número de comprimidos tomados durante um ano/ número de

comprimidos por caixa) não resultar em número certo, arredonda-se em excesso.

Resultados:

Tabela 3: Resultados do estudo TOP4

Conclusões Este breve estudo mostra-nos, de uma forma mais adaptada à realidade do LMPQFsP,

quanto é possível poupar com a escolha dos genéricos nos medicamentos mais vendidos no

período de tempo de 1 ano.

Ainda que nem em todos os genéricos disponíveis no LMPQFsP se verificasse uma poupança,

nestes 4 casos, os genéricos ficavam mais em conta – e alguns com grandes margens.

No pantoprazol, o medicamento de marca é 4,85 mais caro que a sua alternativa dos laboratórios

Ciclum®, diferença que pode afetar as poupanças dos utentes a longo prazo.

Pondo numa perspetiva anual, conseguimos ver o impacto que a escolha dos genéricos

tem, para um utente na toma de um medicamento.

Segundo o jornal Público, a população idosa toma 7,2 medicamentos por dia [37] e tendo em

conta que, segundos dados de 2011[38], contamos com mais de 2.010.064 idosos em Portugal e

que este número tende a aumentar, pode-se imaginar o impacto que teria caso os genéricos

fossem escolhidos no lugar dos medicamentos de marca.

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26 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Tema 2: Doenças cardiovasculares A nível mundial, as doenças cardiovasculares (DCV) apresentam-se como a principal

causa [39] morte da população (31%), com uma contabilização de 17,9 milhões de mortes anuais

[40]. Portugal espelha este cenário com cerca de 35 mil mortes anuais associadas às doenças

cardiovasculares [41].

Doenças Cardiovasculares são um grupo de distúrbios do coração e vasos sanguíneos que

provocam uma variedade de doenças e que são causadas por uma combinação de fatores de

risco como o tabagismo, dieta desequilibrada, sedentarismo, obesidade, ingestão abusiva de

álcool, hipertensão artéria, diabetes e dislipidemia [42].

Felizmente, são também preveníveis e através de mudanças de estilo de vida é possível

eliminar fatores de risco que contribuem para o aparecimento destas doenças [42].

12.1. Prevenção e aconselhamento

As DCV são doenças silenciosas e que raramente se denunciam com sintomas o que

torna a prevenção crucial para evitar danos maiores, tendo ou não doença cardiovascular

conhecida.[42]

As medidas preventivas devem ser dirigidas a todo o espectro da população e deve ser

promovido um estilo de vida saudável e eliminado fatores de risco que contrariam esse estilo de

vida, como o tabagismo, sedentarismo e dieta desequilibrada. (80% das DCV podem ser

prevenidas eliminando esses comportamentos) [43].

Existem também fatores imutáveis (e.g. raça, sexo [42,43]) que contribuem para o aparecimento de

DCV logo é imperativo uma avaliação do indivíduo para avaliação do risco pessoal.

Com isto, são vários os parâmetros possíveis de se usar para avaliar o risco de DCV. O

Índice Massa Corporal (IMC) e perímetro abdominal são medições uteis e simples, mas

podemos também recorrer à tabela SCORE [44].

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27 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Tabela 4: Tabela de SCORE para populações de baixo risco

A tabela SCORE (aconselhada pela Sociedade Europeia de Cardiologia), é uma

ferramenta usada para estimar o risco absoluto a 10 anos de falecer por DCV ( em indivíduos

aparentemente saudáveis) que se baseia nas variáveis: sexo, idade, tabagismo, pressão arterial

sistólica e colesterol total (mg/dl ou mmol/l)[44].

Isto permite ao doente, ter um indicador para o nível de intervenção e intensidade dos cuidados

clínicos, quer na prevenção da doença quer no seu tratamento.

Assim, a importância da atividade farmacêutica na prevenção das DCVs é fulcral não só

na promoção de serviços e atividades que promovam o rastreio das mesmas, mas num

aconselhamento eficaz, pessoal e correto que molde a motivação do doente para que este

alcance hábitos de vida mais saudáveis.

Durante o aconselhamento, a interação atenta, amigável e positiva, correta e baseada em

conhecimento científico é importante para criar empatia, perceber as preocupações, historial de

doenças/tratamentos, hábitos quotidianos e, muita das vezes, ler nas “entre-linhas” para

aumentar a disponibilidade do doente em aderir a mudanças de estilo de vida que o beneficiem.

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28 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

12.2. Rastreio Cardiovascular

A ideia do rastreio cardiovascular surgiu após notar que havia uma preocupação muito

grande dos doentes com os seus níveis de colesterol e de pressão arterial e que, após a sua

medição, havia muitas perguntas que me eram colocadas sobre os seus resultados.

Assim, com o apoio da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), -a quem agradeço pela

disponibilidade e apoio prestado- realizou-se um rastreio cardiovascular entre as 9h-13h e as

14h-16h30 do dia 11 de novembro.

Preparação e Aplicação do Projeto A atividade foi publicitada com uma semana de antecedência com a colocação de dois

cartazes informativos (Anexo 5) e por via oratória após a realização de atendimentos.

Os rastreios tinham a duração (variável) de 30 minutos e foram realizados no Gabinete de

Aconselhamento Farmacêutico mediante a chegada de interessados, havendo um total de 10

vagas por restrições de tempo e de tiras para medição de colesterol.

Primeiramente, começava-se por medir a massa corporal, a altura do utente e calcular o seu

IMC (kg/m2), depois, cruzava-se o valor obtido com a tabela abaixo e discutia-se hábitos

alimentares.

Tabela 5: Classificação da obesidade no adulto em função do IMC e risco de comorbilidades

Seguia-se a medição da pressão arterial sistólica e diastólica (mmHg) e níveis de colesterol total

(mg/dl) e comparação com níveis de referência, finalizando-se com a medição do perímetro

abdominal. Depois de todas as medições, era apurado o SCORE do utente (quando possível) e

comparava-se o resultado com cenários hipotéticos de outros valores de colesterol e pressão

arterial.

Durante as medições (exceto na pressão arterial) e discussão de resultados, eram averiguados

fatores importantes como hábitos tabágicos, idade, história familiar de DCV, hábitos de

exercício, medicação atual e outras informações relevantes. Todos estes dados e medições eram

depois registadas numa folha (Anexo 6) que era entregue ao participante em conjunto com um

panfleto da FPC que incentivava um estilo de vida saudável.

A promoção da adesão à terapêutica, do correto uso dos medicamentos, promoção da atividade

física, instrução alimentar foram possíveis e mais eficientes graças à proximidade com o doente

permitida por estes eventos que permite ao doente experienciar o efeito dos seus hábitos

quotidianos na sua saúde cardiovascular.

O rastreio contou com a presença de 10 pessoas, com idades compreendidas entre os 25-69

anos. Para o utente de 25 anos [44], foi utilizada a tabela 6 (em baixo) que avalia o risco

cardiovascular para adultos com idade inferior a 40 anos, igual para sexo feminino e masculino.

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29 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Tabela 6: Tabela SCORE adaptada aos jovens

Para os utentes com idade superior a 65 anos, era-lhes feito uma comparação dos seus valores

caso tivessem 65 anos com outros valores hipotéticos, de forma a instruir sobre a importância de

prevenir as DCV.

Apesar do número não ter impacto estatístico suficiente sinto que a realização deste

evento foi benéfica para os participantes e para a minha formação, tendo sido também uma boa

forma de estreitar relações com os utentes abrindo portas para um atendimento mais pessoal e

personalizado.

No Anexo 7, encontram-se os dados resumo desta atividade.

12.3. Panfleto sobre Atividade Física

É de conhecimento geral que o exercício físico traz benefícios à saúde, no entanto, há

uma certa resistência à sua prática, pelos mais diversos motivos, levando a problemas de saúde

associados ao sedentarismo.

Portugal encontra-se entre os 11 países mais sedentários do mundo [45], por isso, à semelhança

do panfleto sobre os Medicamentos Genéricos, desenhei um panfleto com o objetivo de

informar sobre os benefícios do exercício e algumas informações importantes para desmistificar

a sua prática. O panfleto pode ser visto no Anexo 8.

O exercício é muitas vezes visto como algo fatigante e que necessita de se despender muito

tempo para a sua realização, porém, são necessários apenas 150 minutos [46] de atividade física

semanal para termos benefícios associados à sua prática.

É também de notar que a prática de exercício físico deveria ser a primeira medida de tratamento

para diversos problemas de saúde, sendo inicialmente testada a alteração de hábitos sedentários

em detrimento do uso de fármacos [47].

O objetivo deste panfleto era alertar para a necessidade da prática de exercício físico,

instilando nos utentes a ideia de que o exercício não é um “bicho de sete cabeças” e traz outras

vantagens para além da redução de gordura corporal (muito associada com a atividade física).

Resultados e Opinião Curiosamente, estes panfletos despertaram nos utentes muito mais interesse que o

panfleto sobre os genéricos.

Os utentes com quem pude conversar sobre os benefícios desta prática confessaram que os seus

maiores problemas eram a falta de tempo, o desconhecimento de qual exercício praticar e da

forma como devem iniciar.

Sinto que consegui relembrar algumas pessoas da importância da prática de exercício físico e

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30 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

motivei os utentes para se aplicarem um pouco mais no desporto, encaminhando sempre para

outros profissionais de saúde quando não me sentisse academicamente capaz de os aconselhar

da forma mais correta.

Durante o rastreio, tive a oportunidade de aprofundar e completar a informação presente

no panfleto, usando-o como ferramenta para complementar o aconselhamento em medidas não

farmacológicas.

Outros Projetos

13.1. Boletim Farmacoterapêutico

Cedo notei que era grande o número de utentes que desconhecia qual as indicações da

sua medicação, o laboratório que produzia, a dosagem e, em alguns casos, a substância ativa do

medicamento.

A utilização de laboratórios diferentes que produzem a mesma substância ativa pode ter efeitos

prejudiciais[48], não demonstrando o mesmo efeito ou podendo até criar reações alérgicas.

No que toca à dispensa de medicamentos, esse desconhecimento torna o atendimento muito

mais longo e moroso pois muitas vezes, a única referência que o utente tem é da cor da caixa ou

do comprimido. Tanto a caixa como o comprimido podem ter sido esteticamente alterados ou

pode existir mais do que uma caixa/comprimido que encaixe na descrição fornecida,

dificultando o entendimento entre o farmacêutico e o utente.

Por outro lado, para o médico prescritor, um atendimento com um utente informado sobre a sua

medicação, impede erros de prescrição dupla ou de dosagem ou substância ativa errada [49].

Para resolver estes problemas e para uma melhor organização, são alguns os doentes que trazem

parte das caixas dos medicamentos recortadas ou uma lista onde descrevem tudo o que tomam.

No entanto, muitas vezes a lista está desatualizada, incompleta ou desorganizada.

De forma a tentar mitigar estes problemas e educar o doente, criei um boletim

farmacoterapêutico que pudesse ser facilmente transportado pelo doente e que contivesse toda a

informação necessária, podendo até ser utilizado nas consultas do hospital do HFAR/PP.

Os Anexos 9 e 10 são fotografias dos cartazes de promoção do boletim e do boletim,

respetivamente.

Resultados Infelizmente, este projeto não teve o impacto que julguei que fosse ter.

A farmácia tem um registo das compras do utente o que o leva a não ter interesse no boletim

tendo sido só distribuído 2 boletins no decorrer do meu 2º mês de estágio.

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31 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

14. Conclusão O estágio no LMPQFsP conclui a minha formação enquanto estudante do MICF

permitindo-me aplicar o que aprendi durante estes últimos 5 anos, num ambiente profissional e

real.

Durante 3 meses, pude experienciar o trabalho dum farmacêutico comunitário. Algo que vai

muito para além de todo o conhecimento científico adquirido já que os utentes não estão nos

livros e artigos.

Sem dúvida que foi uma experiência enriquecedora, que me permitiu confirmar que a farmácia

comunitária é um espaço de excelência no que toca à prestação de cuidados de saúde e

confiabilidade para os portugueses sendo sempre estes o foco da atividade do farmacêutico.

Os desafios que me foram lançados durante estes meses, permitiram acrescentar valor ao

LPMQFsP bem como contribuir para a minha formação e, independentemente, do que o futuro

me reservar, levo a certeza de que este estágio foi mais uma pedra basilar na minha construção

enquanto farmacêutico e cidadão.

É com orgulho que me sinto parte duma profissão que se preocupa não só com o utente, mas

com a preservação da Saúde Publica, munida de conhecimento e com vontade de afetar

positivamente a vida das pessoas que nela confiam diariamente. No entanto, nada destas

palavras bonitas seriam aplicáveis se não houvesse uma equipa de trabalho motivada,

qualificada e com um espírito de entreajuda que diariamente trabalha para providenciar um

serviço de qualidade, diferenciado e digno de quem quer melhorar a vida de pessoas. E essa,

encontrei aqui no LMPQFsP.

É o fim de uma época, mas o início de outra e acredito que saiu deste estágio com mais

maturidade, responsabilidade e esperançoso para novos desafios que virão.

Gostaria só de finalizar com uma frase que escrevi, após um belo dia na farmácia:

O conhecimento científico e a inteligência emocional característica da bata branca, permitem

quebrar barreiras de comunicação e auxiliar os doentes no seu tratamento através dum ouvido

atento, que compreende e que urge em ajudar, desmistificando dúvidas, aconselhando e, se

necessário, confortando.

Muito Obrigado,

Rui

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32 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Bibliografia:

[1] História do LMPQF https://www.exercito.pt/ [Consultado a 5/10/2019].

[2] Decreto-Lei n.º 102/2019

[3] Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos

https://pt.wikipedia.org/wiki/Laborat%C3%B3rio_Militar_de_Produtos_Qu%C3%ADmicos_e_

Farmac%C3%AAuticos [Consultado a 15/11/2019].

[4] SoftReis,SPharm http://www.sier.pt/services/softreis/ [Consultado a 15/11/19)

[5] Boas Práticas de Farmácia Comunitária https://www.ordemfarmaceuticos.pt/ [Consultado a

15/11/2019]

[6] Decreto-Lei n.º 307/2007

[7] Farmácia Comunitária https://www.ordemfarmaceuticos.pt/pt/areas-profissionais/farmacia-

comunitaria/a-farmacia-comunitaria/ [Consultado a 15/11/2019]

[8] Portaria n.º 137-A/2012

[9] Portaria n.º 224/2015 de 27 de julho

[10] Deliberação N.º 173/CD/2011 do INFARMED

[11] Normas relativas à prescrição de medicamentos e produtos de saúde

https://www.infarmed.pt/documents/15786/17838/Normas_Prescri%C3%A7%C3%A3o/bcd0b3

78-3b00-4ee0-9104-28d0db0b7872 [Consultado a 15/11/19]

[12] Jacinto, A. and S. Oliveira-Martins, Substâncias psicoativas: problemática, estudo da

legislação atual e da sua adequação face à realidade. Revista Portuguesa De Farmacoterapia,

2015. 7(2): p. 110-116.

[13] Gastos em Saúde https://eco.sapo.pt/2019/07/04/gastos-em-saude-em-2018-tiveram-o-

maior-aumento-numa-decada/ [Consultado a 5/10/2019]

[14] Gasto do Estado com Medicamentos https://expresso.pt/sociedade/2019-10-10-Gastos-do-

Estado-com-medicamentos-atingiram-em-2018-o-valor-mais-alto-dos-ultimos-sete-anos

[Consultado a 7/10/2019]

[15] Decreto de Aprovação da Constituição

[16] Decreto-Lei n.º 48-A/2010

[17] Portaria n.º 330/2016 de 20 de dezembro

[18] Portaria n.º 1034/2009 de 11 de setembro

[19] Manual de Relacionamento das Farmácias com o Centro de Conferência de Faturas do SNS

https://www.ccf.min-

saude.pt/portal/page/portal/estrutura/documentacaoPublica/ACSS/Manual%20de%20Relaciona

mento%20de%20Farm%C3%A1cias%20VF%201.13.pdf [Consultado a 15/11/2019]

[20] Decreto-Lei n.º 134/2005

[21] Medicamentos de Venda Livre

https://www.apifarma.pt/tratardemim/Medicamentos%20de%20Venda%20Livre/Paginas/defaul

t.aspx [Consultado a 15/11/19]

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Rui Oliveira

33 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

[22] Automedicação https://www.farmaciasportuguesas.pt/menu-principal/doencas-

cronicas/automedicacao-e-bom-senso.html [Consultado a 15/11/19]

[23] Despacho n.º 17 690/2007

[24] Dispositivos Médicos https://www.infarmed.pt/web/infarmed/perguntas-frequentes-area-

transversal/dm [Consultado a 15/11/19]

[25] Proposta para a regulação do Parlamento Europeu e do Conselho nos Dispositivos médicos

https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX%3A52012PC0542 [Consultado a

15/11/19]

[26] Portaria n.º 594/2004, de 2 de junho

[27] FIP. El Papel del Farmacéutico en el Sistema de Atencíon a la Salud: Atención

Farmacéutica. Informe de la Reunión de la OMS Tokio, Japón, 31 de Agosto al 3 de Septiembre

1993. Buenas Práticas de Farmácia: Normas de Calidad de Servicios Farmacéuticos. Tóquio:

FIP, 1993-1994.

[28] Pharmacy Academy https://www.pharmacy-academy.pt/ [Consultado a 15/11/19]

[29] Gastos Com Medicamentos https://www.sabado.pt/dinheiro/detalhe/gastos-com-

medicamentos-sao-os-mais-altos-desde-2011) [Consultado a 15/11/19]

[30] Portugueses deixaram de comprar medicamentos por falta de dinheiro

(https://www.publico.pt/2018/03/06/sociedade/noticia/em-2017-11-dos-portugueses-deixaram-

de-comprar-medicamentos-por-falta-de-dinheiro-1805512) [Consultado a 15/11/19]

[31] Medicamentos Genérico Infarmed https://www.infarmed.pt/web/infarmed/perguntas-

frequentes-area-transversal/medicamentos_uso_humano/muh_medicamentos_genericos

[Consultado a 15/11/19]

[32] Rana, P. and Roy, V., 2015. Generic medicines: issues and relevance for global

health. Fundamental & clinical pharmacology, 29(6), pp.529-542.

[33] Poupança com Medicamentos Genéricos https://www.netfarma.pt/apogen-preve-

poupanca-de-416-milhoes-ate-2020-com-medicamentos-genericos-e-biossimilares/)

[Consultado a 15/11/19]

[34] Minas, R., 2014. Regulamentação Farmacêutica na garantia da qualidade, eficácia e

segurança dos medicamentos genéricos. Ordem dos Farm, p.52.

[35] Decreto-Lei n.º 176/2006

[36] Quem verifica a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos genéricos

https://www.zentiva.pt/products/generic-faq [Consultado a 15/11/19]

[37] Idosos tomam mais de sete medicamentos por dia

https://www.publico.pt/2009/04/24/sociedade/noticia/idosos-tomam-mais-de-sete-

medicamentos-por-dia-em-media-1376559 [Consultado a 8/11/19]

[38] População Idosa 2011

https://www.pordata.pt/Portugal/Popula%c3%a7%c3%a3o+residente+segundo+os+Censos+tota

l+e+por+grandes+grupos+et%c3%a1rios-512-2541 [Consultado a 8/11/19]

[39] Santulli, G. (2013). Epidemiology of cardiovascular disease in the 21st century: updated

numbers and updated facts. J Cardiovasc Dis, 1(1), 1-2.

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Rui Oliveira

34 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

[40] Doenças Cardiovasculares https://www.who.int/news-room/fact-

sheets/detail/cardiovascular-diseases-(cvds) [Consultado a 15/11/19]

[41] Doenças Cardiovasculares matam Portugueses https://observador.pt/2017/09/29/doencas-

cardiovasculares-matam-35-mil-portugueses-por-ano/ [Consultado a 15/11/19]

[42] Doenças Cardiovasculares https://www.jaba-recordati.pt/areas-terapeuticas/doencas-

cardiovasculares [Consultado a 15/11/19]

[43] Prevenção de Doenças Cardiovasculares https://controlaradiabetes.pt/eventos/preveno-das-

doenas-cardiovasculares--o-que-estamos-a-fazer-bem-e-o-que-precisamos-de-fazer-mais

[Consultado a 15/11/19]

[44] Avaliação do Risco Cardiovascular SCORE https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-

e-circulares-normativas/norma-n-0052013-de-19032013-jpg.aspx [Consultado a 15/11/19]

[45] Portugal entre os 11 países mais sedentários https://www.tsf.pt/sociedade/portugal-entre-

os-11-paises-mais-sedentarios-do-mundo-10484297.html [Consultado a 5/11/19]

[46] Atividade Física em Adultos https://www.heart.org/en/healthy-living/fitness/fitness-

basics/aha-recs-for-physical-activity-in-adults [Consultado a 15/11/19]

[47] Seth, A., 2014. Exercise prescription: what does it mean for primary care?.

[48] Levy, G. and Nelson, E., 1961. Pharmaceutical formulation and therapeutic

efficacy. JAMA, 177(10), pp.689-691.

[49] Velo, G.P. and Minuz, P., 2009. Medication errors: prescribing faults and prescription

errors. British journal of clinical pharmacology, 67(6), pp.624-628.

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Rui Oliveira

35 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Anexos

Anexo 1: Equipa de Trabalho Do LMPQFsP

Anexo 2: Modo de preparação do manipulado fabricado durante o Estágio

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36 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Anexo 3: Panfleto Informativo Sobre os Medicamentos Genéricos

Anexo 4: Disposição Dos Panfletos Informativos na Farmácia

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37 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Anexo 5: Póster Publicitário do Rastreio Cardiovascular

Anexo 6: Folha entregue aos participantes no rastreio cardiovascular

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38 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Anexo 7: Dados Obtidos no Rastreio Cardiovascular

Anexo 8: Panfleto Informativo sobre a Prática de Exercício Físico

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Rui Oliveira

39 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

Anexo 9: Cartaz de Promoção do Boletim Farmacoterapêutico

Anexo 10: Boletim Farmacoterapêutico

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Rui Oliveira

40 Relatório de Estágio Em Farmácia Comunitária | LMPQF

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University Hospital Galway

Rui Miguel de Araújo Oliveira

2018-2019

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

University Hospital of Galway

Maio a Agosto de 2019

Rui Miguel de Araújo Oliveira

Orientador: Mr. Peter Kidd

Novembro 2019

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Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso

ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações,

ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se

devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de

referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito

académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 20 de Agosto de 2019

Rui Miguel de Araújo Oliveira

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Rui Miguel de Araújo Oliveira I University Hospital of Galway

Acknowledgments:

I don’t believe words are a good enough currency to reimburse everyone that made this possible

but the truth is that a young man like me couldn’t have done any of this alone and if I can’t give anything

else, I would like the following people to accept my words of appreciation and thank for giving me this

chance.

To all the pharmacy staff in the Galway University Hospital, for welcoming and allowing me to

feel like home in a country that’s not mine. Thanks for the laughs, the patience and the good times (and

cakes and sweets) we had! You guys are truly wonderful people.

To Peter Kidd, a hardworking leader with a gigantic heart.

More than being the person that made this possible, you were the one that kept us excited and curious

about pharmacy and a whole lot of other things that we didn’t have a clue how important they were.

Thanks for the patience, the unrestfulness, for keeping our minds racing with new ideas and problems and

for being part of my growth as a pharmacist.

To the University of Porto, for giving me this opportunity and supporting me while I was abroad.

To my friends, for the advices, laughs, conversations and for making me smile no matter how far

the distance was.

To my parents, for encouraging me to go on adventures even if it makes their hearts tremble a

little bit. Thanks for the video calls, the messages and for the unconditional love and support.

Lastly, a big thanks to my sister! For making me laugh all the time, for the support in everything I

was unsure about and for speaking a language that only us two can understand. I love you.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira II University Hospital of Galway

Summary I have a strong belief that being able to interact with different people and embrace new cultures

and points of views are the keys to become a better professional and to better understand how we can

make the world progress in the right way.

Living and working abroad was something that started to grow on me the past years and I was lucky

enough to be part of an Erasmus Exchange Program in Ireland that let me live the life of a hospital

pharmacist for 3 months and see the inner works of a health care system that’s in many ways different

from my country.

Galway surpassed my expectations in a numerous of ways and for twelve weeks I managed to work with a

pharmacy team, dealing with problems that appear daily in hospitals and learning how to be a better

healthcare provider.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira III University Hospital of Galway

Table of Contents

1. INTRODUCTION 1

2. PORTUGAL AND IRELAND 2

2.1 NUMBERS 2 2.2 PHARMACY EDUCATION IN IRELAND 2

3. THE HOSPITAL 2

3.1 THE PHARMACY 3 3.2 DISPENSARY 3 3.3 PASU 3

4. CLINICAL PRACTICE 4

4.1 MEDICATION HISTORY/ RECONCILIATION 5 4.2 DRUG CHART 7 4.3 RISK MANAGEMENT SHEET 8 4.4 H SCORE 9 4.5 TOOLS 9

5. WARDS 9

5.1 EMERGENCY WARDS 10 5.1.1 ACCIDENTS AND EMERGENCY (A&E) 10 5.1.2 EMERGENCY SURGICAL UNIT (ESU) 10 5.2 SURGERY 10 5.2.1 ST. NICHOLAS’ 10 5.3 INFECTION DISEASES 12 5.3.1 SHANON’S 12 5.4 NEUROLOGY AND STROKE 13 5.4.1 ST ANNE’S 13 5.5 INTENSIVE CARE UNITS 14 5.5.1 CCU 14

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Rui Miguel de Araújo Oliveira IV University Hospital of Galway

5.5.2 ICU AND HSU 14 5.6 EYES, EARS, NOSE AND THROAT 15 5.6.1 ST MICHAELS’ 15 5.7 CANCER WARDS 15 5.7.1 CLADDAGH 16 5.7.3 CORRIB 17

6. PROJECTS: 17

6.1 LUNCH SESSIONS 18 6.2 CLERKING 18 6.3 VALUE STREAM MAPPING 19 6.4 RECYCLING 19 6.5 MEROPENEM ROUNDS 19

7. CONCLUSION 20

8. REFERENCES 21

9. APPENDIX 25

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Rui Miguel de Araújo Oliveira V University Hospital of Galway

List Of Abbreviations

A&E - Accidents and Emergency

ACE – Angiotensin-Converting Enzyme

AMU - Acute Medical Unit

aPPT - Activated Partial Thromboplastin Time

CCU - Coronary Care Unit

CPE - Carbapenemase Producing Enterobacterae

DAPT - Double Antiplatelet Therapy

DOAC - Direct Oral AntiCoagulant

DOB - Date of Birth

HSE - Health Service Executive

HSU - High Dependence Unit

ICU - Intensive Care Unit

ID - Infectious Diseases

INR - International Normalized Ratio

LMWH - Low Molecular Weight Heparin

MedRec - Medicines Reconciliation

MI - Myocardial Infarction

MPUH - Merlin Park University Hospital

MRSA - Methicillin-resistant Staphylococcus aureus

MUH - Mayo University Hospital

NSAID - Nonsteroidal anti-inflammatory drug

NUIG - National University of Ireland Galway

OTC - Over the Counter

PASU - Production and Aseptic area

PRN - Pro Re Nata

PUH - Portiuncula University Hospital

RMS - Risk Management Sheet

RUH - Roscommon University Hospital Roscommon

SSW - Short Stay Ward

TB - Tuberculosis

TDS - Ter Die Sumendum

TIA - Transient Ischemic Attacks

UH - Unfractioned Heparin

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Rui Miguel de Araújo Oliveira VI University Hospital of Galway

UHG - University Hospital of Galway

UK - United Kingdom

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 1 University Hospital of Galway

PART 1

1. Introduction

When I was in my teenager years, there was this saying from Robert Baden-Powell that has stuck with me

since then:

“Try and leave this world a little better than you found it…”

And for that I knew that I had to become the best version of myself I could be, learn more with everyone

and everywhere so bby the time I had half of my course done it was already instilled in my mind that the possibility

of working abroad was not as insane as I thought it could be.

There was always this urge to learn new interesting stuff and being able to do that in a country that was

ahead of mine in my field of studies was so thrilling that when the opportunity came, it took me under 5 seconds to

decide.

That’s how I ended up taking a three-month internship in the University Hospital of Galway (UHG), in Ireland.

Nowadays, the health sector faces difficulties that weren’t a concern a few decades back.

We live in an age where new problems like antibiotic resistance1 and unexpected complications of an astonishing

growth in life expectancy2 among others issues have surfaced and stimulated a will for a continuous improving in

healthcare systems worldwide.

From policies to health programs3, Ireland is working towards a better healthcare system that contributes to the

wellbeing of their people and where pharmacists have a major role.

Pharmacists are known to assume the role of the experts on medicines, a definition that is vulgarly used but carries a

need for lot of knowledge and responsibility.

The patient side, the economic viewpoint and care for public health are among the responsibilities the pharmacist

needs to take into account in her/his daily work and that can be often underappreciated.

During my time in Galway, I managed to practice my first steps in clinical pharmacy which can be seen as the

“health science discipline in which pharmacists provide patient care that optimizes medication therapy and promotes

health, wellness, and disease prevention”4.

I evolved as a pharmacist during this process by integrating a hospital pharmacy team that was always keen to teach

and answer queries with a humble spirit as well as developing projects to improve future patient care and learning a

little bit of everything with everyone I came across with.

I visited different wards (my rota can be found in Appendix 1) with different specialities and their own peculiarities;

I was able to risk score and talk to patients, analysing lab results and learn a lot about a pharmacist duty and role.

This broadening experience gave me tools to become a better pharmacist and the difficulties imposed by the

language (and accent), culture and customs forced me to overcome daily life problems allowing me to grow as an

individual.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 2 University Hospital of Galway

This report describes what I’ve done in this period of time as well as other information I found relevant for my

growth as a pharmacist.

2. Portugal and Ireland

2.1 Numbers

As for 2018, Ireland had a population of 4,848,2425 people comparing to the 10,253,7436 of Portugal

making Ireland a country with less than half the population my country has.

That stirred up my curiosity about the number of pharmacists that were working in Ireland in comparison to Portugal.

I found out that as for 2016, there were 5,636 registered pharmacists7 (10% in hospital7) and 1,8857 registered

pharmacies in Ireland comparing with the 14,423 registered pharmacists8 (8% in hospital9) in Portugal and 2,923

pharmacies10 meaning that there’s 1 pharmacist per 860 people in Ireland comparing to 1 per 711 in Portugal.

2.2 Pharmacy Education in Ireland

In terms of education, the Master in Pharmacy in Ireland is a 5 year course11 that has subjects relevant to the

profession.

Apart from the laboratory classes and lectures the future pharmacist must work in community pharmacy, hospital,

industry or regulatory organizations during the course.

There will be a one-day placement in first year, two weeks in second year, two months at the end of third, four

months in fourth year and eight months in the final year.

The final eight months must be carried out in a patient-facing setting and when completed the student will have

practice exams that evaluates the student ability to handle hypothetical patient-pharmacist interactions ensuring that

they are ready to assist patients in every working environment they then choose.

3. The Hospital

On the 2nd of March 1842, in Newcastle Road, a county infirmary for the poor opened for reception. Only

later, it became The University Hospital Galway (Ospidéil na hOllscoile Gaillimh)12.

Today, the UHG is composed of 4 buildings divided in a total of 33 wards with more than 693 beds and other

commodities like bars, canteen, chapel and classrooms.

The hospital belongs to the Saolta University Health Care Group composed of 7 University Hospitals making Saolta

group the main group of Health Service Executive (HSE) hospitals in Western Ireland.

UHG is a Model 4 hospital providing 24/7 acute surgery, acute medicine, tertiary care, and critical care

recognised as one of the major academic teaching hospitals in all specialities being closely connected to the National

University of Ireland Galway (NUIG).

In 2017, the hospital had 276,217 outpatients and 39,148 inpatients with over 3,400 people working making it the

busiest hospital in the Saolta group13.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 3 University Hospital of Galway

3.1 The pharmacy

The pharmacy department in Galway University Hospitals is responsible for the provision, organization and

control of medications of the whole hospital.

It’s open 5 days a week, always trying to provide a safe, efficient and cost-effective service.

Every morning the pharmacists check the white board with the assigned wards or activities for the day as well as

who’s on holidays and who’s the troubleshooter for the day. There’s always one person assigned as the

troubleshooter whose job is to help with any unforeseen event or situation that can happen throughout the day and

help other ward pharmacists doing their wards.

The department is divided in 2 areas: the main dispensary and office (located on the ground floor of the

Hospital) and the Production and Aseptic Area (PASU) and the staff is composed of pharmacists (with clinical,

managing and administrative functions), pharmacy technicians, auxiliary technicians and porters.

3.2 Dispensary

The dispensary is located in the ground floor of UHG and it is core for medicines’ distribution to the whole

hospital being only responsible for providing medicines to the wards and not to any outpatients’ services.

It’s divided in areas for a better organisation allowing to cover for all the services the dispensary can give.

There is an “extemporaneous preparations and controlled drugs” area where medicines that aren’t cancer-related can

be prepared and controlled drugs (e.g. methadone and morphine) can be safely stored.

A refrigerated area to store medicines that need to be at lower temperatures, an area to receive new orders, a

work/flow area where technicians move freely to deliver and accept stock, an office/purchasing area and a shoot tube

that receives containers with new orders.

There’s also a dispensing area with bags labelled for each ward that the pharmacy technicians pack with the wards’

needs. There’s also a small window for sporadic medicines requests.

Around twelve people work daily to keep the dispensary working: 1 pharmacist, 1 healthcare assistant, and

9 pharmacy technicians being 1 of the technicians the one in charge of ordering new stock.

Each ward possesses a “green book” where it’s written down the order for the day and then it’s delivered to

the dispensary.

Over 1,200 orders are put up daily in those books and the technicians make sure to have everything ready before the

11:00 a.m. nurses drug route.

After that, every request comes as a “supplementary order” and will be evaluated on its priority hence high priority

supplementary requests can be firstly delivered even if they came later.

There’s also a “query book” where medicine-related queries are written down by the staff on the ward and would

then be answered by the pharmacist assigned to that ward.

3.3 PASU

PASU is the hospital department for chemotherapy and immunotherapy medicines manufacturing and

distribution.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 4 University Hospital of Galway

PASU works from Monday to Friday starting the production and delivering of cancer treatment medicines at 7:30

a.m..

On Tuesdays and Wednesdays, PASU also makes medicines related to other conditions as is the case of

bevacizumab used for age-related macular degeneration, enabling the hospital to save money by producing its own

medicines.

PASU has one office, one storing room, two changing rooms, two preparation, checking and labeling

rooms, two “clean” rooms and two isolated producing rooms.

These areas are consecutively cleaner, and the staff is also better protected with the two last rooms having laminar

flow cabinets with HEPA filters which stops organic and inorganic debris from contacting and contaminating the

medicines that are being manufactured therefore assuring the medicines are made in aseptic conditions.

The staff in PASU is composed by pharmacists and technicians, the former check the prescriptions (doses,

dates, patients’ health information, etc...) and confirm when a medicine is ready to be made and the latter are

responsible for the cleaning, production and labeling of the product.

There are a lot of checkpoints before a medicine is administered to a patient and they’re checked by

pharmacists to confirm the medicine has passed all the requirements of safety, stability and quality.

After those being verified, the medicines are taken either to the outpatients (people who come to the hospital just to

undergo chemotherapy) or to the ward where the patient who needs the drug is.

Every other cancer related drug that the hospital buys or that’s being used in clinical trials also has to pass through

PASU approval and labeling.

Patients in cancer treatment have their oncology treatment written down in a special sheet (Appendix 2) by

the doctors and sent to PASU and the doses are calculated based on the patient’s Body Surface Area (BSA)14 using

the Du Bois method apart from drugs with established doses.

The cheaper drugs are usually made in the morning to speed up the process and higher cost drugs are only made after

the patient has done a blood test and the doctor approves the patient for treatment in that day, keeping waste, and

therefore costs, to a minimum.

Storage of the medicines is another big concern in PASU since a lot of cancer medicines are unstable and

will lose effect quickly if not stored properly (some can only last 45 minutes at room temperature) and pharmacists

keep a close eye on the drugs expiring date as well as how long the drug will be at room temperature during the time

it’s being administrated

4. Clinical Practice

The ever-growing number of medicines and new complex molecules available for the patient combined

with the increasing amount of therapies and procedures make the healthcare system, a field where workers need to be

continuously up to date with the news on the sector. Adding that the increasing awareness that the rational,

economical and quality usage of medicines is needed now more than ever, gives pharmacists a key role in this

volatile sector.

That’s where ward pharmacists come into play.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 5 University Hospital of Galway

Ward pharmacists have an important responsibility in the evaluation of each patient medication (being it pre-

admission or after being seen by a doctor) keeping a close eye and doing follow-ups to make sure from the day the

patient gets into the hospital until the day they’re discharged, they are given what they need, in the dose they need,

for their specific condition. They do this by working alongside nurses, doctors, healthcare assistants and even

patient’s kin.

Pharmacists work from Monday to Friday starting at 8:30 a.m. and finishing the day at 5:00 p.m. (with

exception of Thursdays when the day finishes at 4:30 p.m.) meaning that there’re no pharmacy services during

weekends.

The day starts by checking the board in the dispensary, where each pharmacist will have one or more wards

assigned to him/her for the day.

After that, each pharmacist heads for their ward to check the patients that need to be seen that day and that is done

using Risk Management Sheets (RMS) (Appendix 3).

Arriving at the ward, the pharmacist will check the patients’ board for new admissions being those the ones that

weren’t yet seen by a pharmacist and are more likely to have some of their pre-admission medications omitted or

wrong.

They will interview the patient to assure the personal details like allergies, medical conditions and current therapeutic

scheme is as accurate as possible and H Score her/him accordingly.

When all the information was gathered, pharmacists would analyze every medicine regarding its pre-admission

status, doses, need, interaction, frequency, miscellaneous information regarding a specific medicine (e.g. having to

take the pill while standing up) and the patient condition (e.g. renal or hepatic impairment, inability to swallow, etc).

They would then write down any observation on the drug chart so other healthcare providers may be informed and

act on it, if needed. Those observations could be for the medical team (e.g. review use of anticoagulant) or the

nursing staff (e.g. make sure patient takes the tablet 2 hours before eating) and it would be written in green so it

could be quickly linked to pharmacy.

If there was something of major importance that needed to be recorded, pharmacists would write on the patient

clinical notes.

After the most recent patients were seen, pharmacists would then look at the patients that needed to be seen

that day based on their HScores and the last time they were seen, checking for changes in the medication or condition

and lab results and then proceeding to write on the drug chart, if something needed intervention.

In some wards, pharmacists were able to communicate well with the nursing staff and medical teams

therefore solving issues on the spot and thus making the resolution of problems quicker, creating an improved

patient-centered care.

4.1 Medication History/ Reconciliation

Medication reconciliation (MedRec) was where I could see the biggest impact of ward pharmacists.

For a numerous of reasons, patients could be admitted into the hospital and be put on medicines that differ

from the ones they were taking at home. Obviously, this poses a big problem to one’s health so a MedRec allows the

pharmacists to cross-check newly prescribed drugs with the old ones15.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 6 University Hospital of Galway

A large portion of the problems are medicines that were not charted upon admission but were being used prior to

hospital admission with the patient stable on them (e.g. Inhaler for asthma not charted).

Medicines can also be wrong (e.g. doctor based their pre-admission meds on an old prescription), doubled, not

needed any more or being under dosed or overdosed.

With that in mind, pharmacists can solve this problem in a numerous of ways and should adapt to each patient.

Pharmacists start by checking the medication charted, the reason why they are in the hospital and previous

medical conditions so they can have a general idea of the situation.

Secondly, they’ll go to the interview phase which is the most important step for medicines reconciliation.

This is the phase where the pharmacist’s ability to mold herself/himself to the patient’s situation comes into play and

it’s on the pharmacist to choose the best way to get the most accurate information about the patient previous

medicines, allergies status, things the patient should avoid, previous medical history and even correct use of the

medicines.

The patient is the first one to be addressed if he’s available at that moment and has no conditions that can

limit the conversation (e.g. dementia or speaking impairment).

The reason why the patient is the first one to be addressed is solely because he/she’s the final stage of medicines’

administration and therefore the most reliable source to know what he/she is taking.

The patient should have an active role on her/his health, knowing what they’re taking, what’s the therapeutic

indication for each medicine, the dose and posology as well as correct form of administration.

Unfortunately, this archetype of versed patient rarely makes her/his appearance in a hospital environment leaving the

pharmacists with the need to search for other sources less preferable.

The pharmacist would then check with relatives, blister packs, the community pharmacy, geral practitioner letter or

any other source that can be accurate enough and would sometimes be used as an add-on to the patient information.

The interviewer has a script (Appendix 4) that can mutate along the conversation depending on the

questions that need to be answered and the patient’s response.

It should focus on the medicines that were being steadily taken prior to hospital admission, over the counter (OTC)

sporadic buys (e.g. ointments or anti-histamines), allergies or other conditions that could affect medicines or

alimentation, important past medical history (e.g., stents or chemo) among other details that can be crucial for

patient’s well-being.

It’s not uncommon for patients to forget about information that could be important and to avoid that risk,

the questions should be clear and specific with answers that are sometimes hidden between the lines.

More than just collect facts, the pharmacist has a direct and proximal approach while interviewing and should use

that chance to educate and clarify the patient on his queries and question her/him if they don’t seem secure on why or

how to take a medicine and by doing so, educating the patient on their medicines.

After this phase, the pharmacist would check for medicines interactions, under or overdoses, adverse

reactions, renal or hepatic impairment and other information that could affect the patient medicines then H Score the

patient.

Even though MedRec may sound like a simple concept it’s an enormous asset for the pharmacist, the

hospital and most importantly: for the patient.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 7 University Hospital of Galway

It gives the patient a safer therapeutic regimen tailored and reviewed for her/his situation saving her/him unnecessary

costs, hassles, health harms and problems while reducing costs for the hospital, promoting drug safety and preventing

waste.

MedRec is the patient’s shield and good communication between healthcare providers is the sword to fight

the adversities a patient may encounter, allowing everyone to work alongside and building a safer and healthier

world.

4.2 Drug Chart

The drug chart is the main tool used by the hospital healthcare staff regarding a patient actual therapeutic

scheme (Appendix 5). It’s personal and has all the drugs he/she is or was taking while on his/her current hospital

admission.

On the top of the first page, it contains information about patient board number, date of birth (DOB) and gender.

There’s also a height, weight and renal function table that should be kept updated by the hospital staff with the most

current data.

The middle area is for allergies and things to avoid with the reasons or reactions experienced while taking the agent

that caused it. This allows the staff to know what to avoid with the patient and keep an eye on dietary restrictions, the

use of certain medicines or even with hospital material.

For example:

• Someone who’s in warfarin should avoid grapefruit juice

• If they’ve a peptic ulcer Non Steroid Anti-Inflammatory Drugs (NSAIDs) should be avoided to prevent

increasing the problem

• Patients with latex allergy may not be suited for some medical equipment

• Someone with previous allergic reaction to penicillin shouldn’t be given benzyl-penicillin and second line

antibiotics should be the choice.

Lastly, in the bottom of the first page, there’s a tick table where pharmacists tick the reason for that patient to be

followed and the alarming factors surrounding his situation.

There’s also a “Clinical Pharmacist Log” where ward pharmacists sign after they reviewed the patient. That helps

pharmacists to know the last time the patient was seen, their risk score and the last ward the patient was in.

The drug chart has a total of 28 pages and the inside is divided in the fourteen parts however, I will only highlight the

ones I consider most important.

Firstly, The Medication History page allows the pharmacists to record if the patient’s MedRec was already done and

where was the information gathered from.

Pharmacists make the most of this page, writing down all the information that can be relevant being medicines’

related, contacts from the community pharmacy or the patient carer/relative pointed as the emergency contact.

The Gentamicin and Vancomycin is a really important one if the patients are on it and it’s never skipped by a

pharmacist’s keen eye.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 8 University Hospital of Galway

In that page it’s recorded the doses, dates, time, prescriber and levels of the two antibiotics.

Gentamicin needs to be prescribed every day and the page holds information regarding the use of the two antibiotics

and information on dose, levels and frequency.

The GAPP app® is the best tool for this type of scenario. It’s a phone application that can be easily accessed from

any mobile phone connected to the hospital network.

The phone application contains all the guidelines about dosing, administration and guidelines as well as how to

interpret the drug levels and a dose calculator that based on your sex, height, weight, age and serum creatinine gives

you the most adapted dose to your case.

The “Warfarin” page is another page that should be carefully checked if warfarin was prescribed. It contains the

reason why it’s being used, when it was given, the target International Normalized Ratio (INR), the planned duration

and if it was pre-admission.

It also contains information on dose changes for different INR levels.

The INR is a standardized international value that measures the prothrombin time and therefore how long it takes for

you blood to clot and is conveniently used for warfarin monitoring16.

The “VTE prophylaxis and regular medicines” pages are the most used and where most information is.

There, the medicines are charted with information about the drug generic name, dose, frequency, route, dates and

times and if the drug is new or not.

These pages are used by doctors to prescribe drugs, pharmacists to review and leave notes and nursing staff to sign as

they administer the medicines.

The pharmacist should be attentive to the description of the drug prescription, check if the medicines are being given

at the right time and leave notes that may be useful for the nursing staff or medical team.

Regarding the “VTE Prophylaxis”, the pharmacist checks if there is a double anticoagulant therapy charted and if the

doses are correct for the patient renal function and weight.

The “PRN” page is where medicines that are only sometimes required are listed. The most commons would be

paracetamol, opioids and other painkillers, laxatives and sleep-inducing drugs.

In this page, there’s still a need to check for interactions and problems that can come up. A common one was the

PRN use of paracetamol when the max dose was already charted in the “regular medicines” pages making it a higher

dose than the daily 4g17.

The “Therapeutic Anticoagulation” pages have useful information for anticoagulants use that are within the hospital

guidelines.

4.3 Risk Management Sheet

These sheets are a double sided printed A4 and are a handy tool for pharmacists to keep track of whom they

have to see during the week or, in case they were assigned a different ward on the next day it allows the handover of

wards to be done smoother and more efficiently.

Each ward has its own RMS with the number of beds and, for all the sheets, there’s space for patients name, H Score

scoring and the day of the week they were last seen.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 9 University Hospital of Galway

4.4 H score

“H score” was an evaluating system used by the pharmacists (and some technicians) in GUH to risk patients

based on prescribed drugs and comorbidities.

It acts has a priority marker for the patient follow up and gives pharmacists information on the severity of patient

condition as well as a picture of how frequent that follow up should be, saving time and helping the pharmacist

knowing when to review patients’ drug charts.

This system consisted in rating the patients from 1 to 5, being 1 the ones that would need less supervision

and 5 the ones that should be checked more often. (e.g. a patient with a H score of 3 would be seen Monday,

Wednesday and Friday and a H1 would be seen Monday and Friday, if possible.).

H Scores were registered on drug charts and RMS for quick accessibility and were based on a list (appendix

6) and on the pharmacists’ evaluation of the situation.

4.5 Tools

Pharmacists on UGH have a set of tools that help to make their work faster and more precise such as

Medinfo® , UpToDate® for medicines interactions check and provides guidelines on different subjects, GAPP app®

for antimicrobials usage, platforms to access patient correspondence and lab results, among others.

Some wards possess handover sheets that contain a table with the patient’s name, previous medical history,

the reasons why they’re in the hospital and what’s in store for them in terms of treatment and surgery.

In terms of communication, the use of pagers and WhatsApp® were the main channels of communication for

pharmacists to be in touch with other pharmacists and healthcare providers.

There was also Pharmabot®, a cellphone application that permitted ward pharmacists to photograph

alarming mistakes on drug-charts and send them to the medical team with a brief description attached.

For cancer patients and their treatment, HSE National Cancer Control Programme (NCCP) and National

Comprehensive Cancer Network (NCCN) were the main sources of information regarding oncology treatment.

5. Wards

In GUH I worked in the following areas:

• Emergency: A&E and ESU

• Surgery: St. Nicholas’

• Infection Diseases: Shanon’s

• Neurology and Stroke: St. Anne’s

• Intensive Care Units: CCU, ICU and HSU

• Eyes, Ear, Nose and Throat: St. Michaels’

• Oncology and Hematology: Corrib and Claddagh

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 10 University Hospital of Galway

5.1 Emergency Wards

5.1.1 Accidents and Emergency (A&E)

A&E was one of the first wards I visited and one of the best to understand the importance of the large

spectrum of knowledge a pharmacist should have.

Everyday A&E would provide assistance to patients with wide range of different diseases, medicines and

reasons to be hospitalized, making it crucial for the pharmacist to have a first contact with the patients in order to

avoid medication related problems.

A&E was a good steppingstone to hospital pharmacy because it allowed me to risk score patients and deal

with a variety of cases giving me a broad starting experience in an hospital setting.

5.1.2 Emergency Surgical Unit (ESU)

ESU is a 12 bedded ward that hosts patients who are admitted for an emergency surgery and were mild

cases in ambulatory condition.

I spent some time in this ward and since it harbors different cases it made a good learning environment.

My main learning point was leaning how to cross the patient’s medication with their reason for

hospitalization giving me a better understanding of their therapeutic scheme. This revealed to be a great skill to use

in every ward and helped me have a more holistic notion of the patient status and his/her future in the hospital.

In the last month, I was able to risk score patients and discover some inconsistencies in the drug charts

giving more space to the other pharmacists to focus on higher priority wards.

The most common mistakes were anticoagulant prophylaxis misdosing thanks to patients’ weight and renal

function being overlooked and pre-admission medicines missing.

There were also two cases in two following days in which a 17 year old girl and a 65 old man were both

being administrated 1,2g TDS (Ter Die Sumendum) of benzyl-penicillin for tonsillitis and that wasn’t according to

the guidelines. The correct amount should be 1,2g 4-hourly and without any indication for the former dosing, the

problem was solved after the ward pharmacist spoke to the medical team.

5.2 Surgery

5.2.1 St. Nicholas’

Saint Nicholas’ was the ward where I was able to grow faster and felt more comfortable.

It’s composed of 8 single bedrooms, 1 three bedroom, 1 seven bedrooms, 2 four bedrooms and 2 two

bedrooms.

St. Nicholas’ Ward is a surgical/ vascular ward, where patients are going for an operation or are being

assisted in their recovery therefore the main points of observation are bleeding and thromboembolic risk, pain

management and risk of infection.

Most of the patients present themselves with complications of peripheral vascular diseases, critical limb

ischemia, venous ulcers and other complications of that nature making medicines like Pentoxifylline (Trental®) and

Naftidrofuryl Oxalate (Praxilene®) the most commonly used in St Nicholas.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 11 University Hospital of Galway

As a ward that deals with patients before and after surgery the bleeding and thromboembolic risk

assessment is something that conveys the pharmacist to take a closer look at the patient drug chart looking for

medicines that could affect a surgery of unwinding wrongly.

However, managing anticoagulation therapy is challenging and tricky.

Patients generally stop their anticoagulant before surgery to avoid bleeding but if they’ve a high thromboembolic

risk, knowing when to restart the anticoagulant is key for patient’s safety18.

However, there’re a lot of things to consider before and after surgery such as the type of surgery, patient

previous medical history, patient anticoagulant therapy among others and it is part of the pharmacist function to keep

a close eye on their use to avoid health threatening situations.

The anticoagulants used vary from vitamin-K antagonists like warfarin, thrombin inactivators like low

molecular weight heparins (LMWH) and unfractioned Heparin (UH) and Direct Oral AntiCoagulants (DOACs)19,

each with their pros and cons.

There are also a lot of patients that are in opioid analgesics since they’re the most effective option in pain

management. Drugs like Palexia® (Tapentadol) or Oxynorm® (Oxycodone hydrochloride) are either charted or PRN

(pro re nata, when required) and stool softeners (Movicol®) and laxatives (mostly Senna®) are used to balance

opioid constipation side-effects.

Since most pre or post-surgery can have high chances of developing infections, the use of antibiotics is very common

to prevent additional problems.

Case:

During my time in Nicholas, there was a patient charted for aspirin and clopidogrel.

After ringing the community pharmacy, the ward pharmacist found that the patient wasn’t taking clopidogrel for the

past year.

A quick alert to the medical team made them reconsider the prescription for clopidogrel since patient was due to

surgery in 4 days which would increase his bleeding risk during surgery, postponing the surgery for patient’s safety.

5.2.2 Bridging

There are also patients that have a higher risk of thromboembolism and need to minimize the time they’re

on anticoagulation to avoid any preoperative or postoperative risk.

Bridging is the use of a short-acting anticoagulation agent, normally UH or a LMWH, while a long-acting

agent is being held and that’s called “bridging”.

For patients on UH, a green sheet (Appendix 7) is used to monitor the intravenous infusion and they are

automatically scored as H5 patients making the sheet a daily check for pharmacists.

In this sheet there’s information on the patient initial infusion rate which is based on their weight.

After the initial infusion, the activated partial thromboplastin time (aPTT) is checked and the infusion rate is

adjusted, along with additional bolus or holding the infusion for 1 hour, depending on the case.

aPTT measures the time it takes plasma to clot when exposed to substances that activate the contact factors and its

values should be higher than a healthy person since we’re using UH to reduce the patient coagulation capacity,

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 12 University Hospital of Galway

however the times used as intervals for infusion rates changes can vary from other hospitals using different bridging

guidelines20.

The aPTT is checked every 4 to 6 hours until stable and after a rate change/bolus and it’s part of the pharmacists duty

to check for missteps and keep an eye in the platelet count since UH can provoke Heparin Induced

Thrombocytopenia21.

5.3 Infection Diseases

5.3.1 Shanon’s

This ward focuses on infectious diseases and is composed by 23 rooms and 2 negative pressure rooms.

Infectious diseases are disorders caused by organisms ( such as bacteria, viruses, fungi or parasites) that can

be normally harmless but under certain conditions can pose a threat to our health and are easily passed on from

person to person.

Because of the damage and spreadability22 of this type of disorders the staff and the rooms are ready to handle

different types of infectious diseases being the most common Tuberculosis (TB), carbapenemase-producing

Enterobacteriaceae (CPE), and Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA).

Tuberculosis is spread through the air23 meaning that TB patients (and patients with other air spreading

illnesses) are dealt with extra caution and allocated in negative pressure rooms.

Negative pressure rooms24 have a system that keeps the air in the room inside and prevents the air to passively

transfer to the outside with the bacteria mingled in.

To get to the negative pressure room, you’ve to go through a dedicated changing room that connects to the negative

pressure room and adds an extra safety to the other patients and medical staff. While on the changing room, you’re

obligated to put on a plastic apron or a long sleeved blue gown, a mask, gloves and to have your hands cleaned after

and before entering the room.

There are also a lot of CPE infected patients coming to Shannon’s since it’s a big antibiotic resistance

concern in Ireland at the moment.

During discharge, patients with CPE are given a sheet with useful information about CPE in hopes of decreasing

spread and teaching patients how to deal with their situation25.

Case:

CPE most common transmission route is fecal so basic hygiene and extra care while using the toilet can

prevent spreading.

However, in Shannon’s I came across a 30 year old patient who was on tigecycline and meropenem to treat for a

CPE infection.

This patient had to attend a conference two days after he was first admitted to the hospital and was taking a flight in

two days.

This would mean that the infection wouldn’t be controlled by that time and he could spread the infection just by

sharing the airplane’s toilet. Before flagging the issue to the nursing staff, the pharmacist tried to enlighten the

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 13 University Hospital of Galway

patient about his status to avoid further spread. I couldn’t follow the case further but it goes to show the importance

of being able to teach patients for public health sake.

5.3.2 Antibiotic Resistance and CPE

The misuse and overuse of antibiotics is an increasing worldwide public health concern26.

The bacteria resistance to antibiotics narrows the spectrum of possible antibiotics that can be used to fight back

certain types of infections and we may be heading to a period where there won’t be other options.

The patient, health professionals and even policy makers can all work to reduce the impact and increase of

resistance and that’s what the Irish Minister for Health did in 2011 for CPE27.

At the moment spreads of CPE are mainly a problem in the acute hospital setting and it’s already a big problem in

Ireland and worldwide28 with its first outbreak in a Irish hospital occurring in 2011 in Limerick and leading the

Minister for health to roll a 60€ million plan in October of the same year against CPE, declaring national Public

Emergency29.

CPE are bacteria30 that are usually found in human intestines and are harmless if they don’t deviate to another place

like the bladder, kidneys or bloodstream where they can have some life threatening consequences.

However, some of these bacteria developed mechanisms of resistance that include production of β-lactamases, efflux

pumps, and mutations that alter the expression and/or function of porins and penicillin-binding proteins31 and

managed to acquire protection against a type of antibiotics called carbapenems therefore making it impossible to be

treated with them.

The reason why this is alarming is because carbapenems are considered highly effective antibiotics with the broadest

spectrum of activity and strongest potency against Gram Positive and Negative bacteria and are used as last resort for

infections with no resolution.

For over 30 years, meropenem was the go-to solution for seriously ill Enterobacteriaceae infection but CPE

problem means the use of meropenem must now be controlled to keep a resistance of being built and leaving no

answer against the previously treatable bacteria.

I was able to learn more about meropenem use in UHG during the meropenem rounds I talk about further down in

my report.

5.4 Neurology and Stroke

5.4.1 St Anne’s

St. Anne’s ward focus in neurology disorders and stroke patients.

It consisted mostly in elderly patients who were long term stays and had different types of strokes, being it

hemorrhagic, ischemic or transient ischemic attacks (Tia’s) which results of a temporary blockage of blood flow to

the brain and can be taken as a pre-warning of a stroke.

The type of stroke would be accessed with a CT-scan and that would help the medical team decide what

medicines the patient should be put on.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 14 University Hospital of Galway

This is extremely important because different types of strokes require different treatments hence an ischemic stroke31

that’s provoked by an artery blockage would require clot dissolving medicines like heparin or DOACs, or antiplatelet

medicines like aspirin or clopidogrel (that would inhibit thrombocyte formation and decrease platelet aggregation)

allowing for a blockage reducing and on the other hand, the use of this medicines in an hemorrhagic stroke would

worsen the patient condition since this type of stroke is based on blood leaking out of blood vessels32.

Coming to this ward you would expect medicines that would prevent a second stroke (especially since a

second stroke is more probable after a first one occurred) therefore anticoagulants, antiplatelets, cholesterol-lowering

medicines and reducing blood pressure medicines were part of most patients’ drug charts.

5.5 Intensive Care Units

5.5.1 CCU

CCU is a small ward with only 6 beds and 2 single rooms and it’s designed for patients in need for intensive

care and continuous monitoring.

Since it’s a ward that treats patient with cardiac pathologies, most patients had a previous cardiac related

issue that can vary from severe heart failure, angina, myocardial infarction (MI), deep vein thrombosis, collocation

of stents, among others.

Medicines consist in anticoagulants, antiplatelets, angiotensin converting enzyme inhibitors (ACE

inhibitors) to lower blood pressure, β-blockers to slow down heartbeat (there was a lot of bisoprolol use) and statins.

It’s common to see patients in pre-admitted anticoagulation treatment or double antiplatelet therapy (DAPT)

and heart related conditions are expected to be present.

DAPT is common on patients that had stents put in33.

Stent thrombosis is a serious complication that can come with MI and death therefore prevention is highly

recommended.

It consists on aspirin (normally 75mg once daily) and a platelet P2Y12 receptor blocker (mainly Clopidogrel -

Plavix®) to prevent platelet aggregation around the stent and consequential cardiac problems.

This therapy can range from 6-12 months and most patients will be kept on aspirin after that time interval.

5.5.2 ICU and HSU

These are the wards that host the patients that need a closer and highly intensive care and a constant

monitoring.

ICU and HSU stand for Intensive Care Unit and High Dependence Unit being the former the unit that treats

patients with multiple organ failure, life-threatening illnesses and conditions requiring the uttermost care and closest

supervision, while HDU harbors patients that aren’t in a situation as critical as ICU patients but still need the care

and attention other wards can’t provide.

Every patient in ICU has a nurse designated to them and in HDU there is a nurse for each two patients thus

enabling the permanent close care needed for these patients.

There is also a Coronary and Thoracic Care Unit attached to ICU that looks after patients that had major procedures

like, for example, a coronary bypass.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 15 University Hospital of Galway

These patients are in a harsh therapeutic regimen and interactions are highly probable so these fragile conditions are

carefully looked into by pharmacists through the only electronic prescribing system in the hospital.

The system allows the pharmacy team to look at the patients’ drug charts in the pharmacy office for a quick

overview but since changes can be made on the spot by nurses and doctors, pharmacists still go to the ward to check

on queries and problems that cannot be translated into the electronic prescribing system.

The electronic system has two major positive aspects that prevent the most common mistakes on traditional

drug chart writing prescribing: it has a minimum and maximum dose alert and it has an electronic font.

The most common dose related prescribing problem is tenfold dosing (e.g. doctor prescribing 75.0mg aspiring

actually writes down 750mg) and with this system it pops an alert that stops the doctor from exceeding the maximum

dose.

The other positive aspect is the electronic font that prevents errors associated with unintelligible handwriting that can

be a time waster or bring problems if the wrong medicines are being administered.

The main downside to the system is the need to be manually updated in case new regulations are approved or there

are adjustments to the medicines’ use. These changes need to be done by a pharmacist and require a big investment

of time to search for changes and applying them to the system.

5.6 Eyes, Ears, Nose and Throat

5.6.1 St Michaels’

This ward is for eyes, ears, nose and throat related illnesses and also functions as an eye clinic.

There's a high bed rotation since a lot of these patients have a short length of stay and most are in low risk medicines

being usual to see drops for the eyes and chloramphenicol charted.

Case:

One morning on Michael’s, I contacted with a patient that was on Paracetamol 1g 4 times a day, and on

Ixprim 37.5mg TDS that consists of a combination of paracetamol and tramadol. Due to the low length of stay that’s

characteristic of this ward, the patient had already been discharged by the early of the afternoon when the pharmacist

was on his way to correct the mistake. Fortunately, the patient was discharged only on paracetamol therefore there

was no risk of overdosing on the active substance.

5.7 Cancer Wards

The two hospital’s cancer wards are Corrib and Claddagh and each can host up to 25 patients. They’re

situated in a new building in the hospital, with staff that’s prepared to handle these cases and with stronger

precaution measures since the oncology patients are in more fragile situations.

There’s a lot to be aware when talking about cancer treatment and pharmacists have an important role when it comes

to the medicines used in these complex regimens.

In these wards, I learned about regimens, medicines used (and how to combat their adverse effects), prophylactic

drugs, types of cancer, address emetogenic potential and conditions that are common to oncology patients like

Tumor Lysis Syndrome34 (TLS) and Pneumocystis jirovecii pneumonia35 (PJP).

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 16 University Hospital of Galway

TLS is a life threatening emergency, where thanks to chemotherapy a large number of cancer cells may lyse

and result in the release of their intercellular content creating a life-threatening chemical imbalance.

Since TLS is more likely to occur in the first cycle of anticancer therapy the early recognition of patients at risk is

crucial for having the right precautions specially in higher risk tumors like Acute Lymphocytic Leukaemia.

In those cases, hydration is given to patients and rasburicase or allopurinol are given to help excrete excessive uric

acid with rasburicase being only used for 3-4 days before changing to allopurinol.

Other prophylactic agents can be given to patients receiving chemotherapy and that are more susceptible to

infections so anti-virals, usually valaciclovir and co-trimoxazole (Septrin®) are often used as prophylaxis for

Pneumocystis jirovecii pneumonia (PJP).

When choosing the treatment, the medical team will use the NCCP and NCCN for regimens and

prophylactic drugs guidelines however, if those can´t provide a regimen for the patient’s needs the medical team and

the pharmacists would turn to the United Kingdom (UK) or Canadian regimens and guidelines.

As most chemotherapy drugs have a emetogenic potential, the choice for the anti-emetic regimens were as

per hospital guidelines that would take into account costs and the medicines emetogenic risk.

It’s also important to say that before every therapeutic cycle, being inpatients or outpatients, their bloods

would be tested in different parameters like renal function, hemoglobin, white blood cells and platelets and the

treatment wouldn’t continue unless there were no problems after the blood tests results came (e.g. low platelet count

could mean a high bleeding risk while administering IV chemotherapy).

5.7.1 Claddagh

Claddagh is one of the two wards that focus on treatment of cancer patients, specializing in hematology.

The pharmacist in Claddagh joins the medical team early in the morning before the patient gets her/his treatment to

screen for errors or omissions: the regimen, the medicines doses, the interactions, the supportive care medicines,

allergies, prophylactic anti-fungal, prophylactic anti-viral and tumor lysis prophylaxis among many other parameters

are taken into account as part of the daily work a pharmacist does with the medical team.

During my time in Claddagh I was able to learn about different regimens, what we should look for when

dealing with cancer patients and gather some knowledge about cancer medicines that you would never see in other

wards.

I also gained interest in learning more about the use of corticosteroids in oncology since they had a lot of benefits but

also side effects that were needed to be close monitored.

In terms of benefits, corticosteroids could be used as cancer curative treatment, pain management, dyspnea,

gastrointestinal tract occlusion, bowel obstruction, among others.

Their effect as anti-cancer drugs were mainly seen in leukemias and lymphomas36 so they would be a recurrent

appearance in patients’ pink chemotherapy charts (e.g. as prednisolone, dexamethasone or hydrocortisone) and they

would be administrated in higher doses than used for anti-inflammatory purposes.

On the other hand, corticosteroids in long term use should be avoided and should be closely monitored for adverse

effects. There’s a big range of problems associated with long term use of corticosteroids being the most common

osteoporosis, weight gain, thin skin and Cushing’s syndrome37.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 17 University Hospital of Galway

Case:

I came across an interesting case of a patient that was previously treated for high risk Acute Promyelocytic

Leukaemia (APL) and therefore was treated with Idarubicin38.

Idarubicin belongs to a group called anthracyclines. A group of anti-cancer medicines that keeps being a big slice of

the medicines used in oncology patients especially in breast cancer and lymphoma patients.

Anthracyclines cumulative use has high risk of cardiac toxicity that can manifest in cardiac failure, arrhythmias or

cardiomyopathies and others making therefore when a patient enrolls in a regimen where there’s an anthracycline the

pharmacist sums the quantity of previously used anthracycline to confirm if the patient can enroll in the new

treatment regimen.

Fortunately, according to the used guidelines39 this patient was under the maximum recommended cumulative dose

and was able to get the treatment, however those levels would always be checked if she had to undergo another

treatment.

5.7.3 Corrib

Corrib is the other cancer ward where I spent some time learning about how cancer treatment is done. This

ward focuses in “solid” tumors (e.g. lung cancer, sarcomas, colorectal) in contrast with leukemia and myeloma

cancers treated in Claddagh.

I came across an interesting case of a 62-year-old woman with an uterine carcinosarcoma standing as a highly

aggressive yet rare occurrence with poor prognosis40.

When choosing the treatment, there was no regimen for that case in NCCP nor there was a treatment being used in

the UK or Canada so the oncology team had to research for a clinical trial study to be applied to the case.

After finding one clinical study case41, the medical team met with the pharmacist to further discuss the application of

the study to the patient.

The patient ended up being treated with cisplatin, doxorubicin and paclitaxel like the study said but instead of seven

cycles the decision was to give 6 cycles plus radiotherapy therefore this means there was a need for cooperation of a

multi-disciplinary team to make a custom treatment that better suits the patient needs.

PART 2

6. Projects:

We live in a world that forces us to be constantly innovating and to always be on the look for improvement,

searching for better and more efficient methods to do our job and since the beginning of my course I came to the

realization that pharmacists are more than just experts in medicines.

Pharmacists need to have a wide set of skills and valences that make them good professionals and that bring an

improvement to the actual system.

Value added, they call it42.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 18 University Hospital of Galway

During my time in UHG I was able with my two colleagues to be part of various projects that focused in improving

the hospital services and the lives of those who work there and those who use them.

6.1 Lunch Sessions

Every two weeks, on Wednesday people from different hospital areas would meet and have lunch together

while discussing problems they were facing in their area in order to improve.

The meetings ranged from problem solving, sharing opinions on different subjects or even watching videos with new

ways to approach a problem.

I learned a lot about setting up goals for projects, explaining and presenting new problems and ideas, brainstorming

and sketching solutions and working as a team.

We learned and applied 4N43 and A344 methods in our projects and problems we would come across during our stay

in Galway allowing for a smoother and more proliferative learning.

6.2 Safety Cross/Clerking

The Acute Medical Unit (AMU) is a short-stay ward from where patients are transferred to other wards that

better suit their needs.

In the AMU, one pharmacist works daily with the medical team to provide accurate MedRec of the patient upon

arriving at the hospital.

In that sense, the pharmacist manages to gather information regarding patient allergies status, pre-admission

meds and other useful information, writes down on the patient drug chart and then hands the drug chart to the

medical team to sign off the medicines and prescribe new meds, if needed. This was refered to as “Clerking”.

This contrasts with the model on other wards because the pharmacist takes action in the begging of the patient stream

during her/his hospital stay meaning that when doctors are ready to prescribe new drugs, they know what the patient

was on prior to be admitted and can adjust them or prescribe the same drugs the patient was used to.

On other wards, only after the medicines have been prescribed the pharmacist would do a MedRec and the whole

process of alerting the doctors to chart the medicines pre-admission would be slower and therefore not beneficial for

the patient.

During my time in Galway, with my colleagues we came up with a system to evaluate the effectiveness of

this method.

The charts on AMU were improved versions of the drug charted used in UHG and it allowed us to follow patients

admitted in AMU using the steps on Appendix 8 and record the data at the end of each day.

We ended up gathering data about the number of incorrect or omitted prescriptions (medicines that should

but weren’t prescribed) as you can see on Appendix 9 and analyze what was the effect of being pharmacists the first

ones admitting the patients and their medicines (appendix 10)

This project couldn’t be finished in 3 months, but we ended up creating a reliable system to be used by future

students to more effectively evaluate the impact that clerking can have on patients.

I deeply hope the future interns pick up this project and perfect what we left so we can gather more and more

trustworthy information that can help future patients have better treatment and less problems upon hospitalization.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 19 University Hospital of Galway

6.3 Value Stream Mapping

This was another project done in AMU in cooperation with the nursing staff and Dr. David Gallagher.

The study consisted in mapping and timing the path of a small number of patients in ambulatory condition that go

through the ward daily.

As patients arrived, they were asked to hold on to an A4 sheet (Appendix 11) with a table and hand it to

every healthcare provider that had contact with them during the patient’s day at the hospital.

It took a collective effort of doctors, nurses, porters and patients to collect the times in which each patient started a

procedure, what was that procedure and for how long were they doing it.

After that, we collected all the A4s and in a spreadsheet we mapped the patient route during that time so we could

see the wasted time.

We then presented our first study in one of the Lunch Sessions and we hope the work carries on and blossoms into a

better flowing of patients in AMU allowing for a more productive use of patient’s and health care provider’s time.

The final work can be seen in Appendix 12 where the red bars represent the amount of wasted time that

needs to be shorted for a better use of patient’s time.

6.4 Recycling

The recycling of medicines allows the hospital to save a lot of money with reusing medicines that’re still

perfectly good to be used, therefore reducing medicines waste.

Each ward has their own stock of medicines that are fitted to the ward needs (for example, a stroke ward generally

uses more anticoagulants than a psych ward) but also has other medicines particular to each patient and that’s where

the money saving is!

Every week, a technician does a “top-up” for each ward meaning that they check the need for “stock medicines”

allowing the technicians to know how many of each medicine each ward has hence not dispatching more than

needed.

They also check the non-stock medication that is saved on the ward and check if they’re still being used

(e.g. patient could have been discharged or there’s no more need for him/her to be on it) and if there’s no use for that

medicine the technicians will take it back to the dispensary and put that medicine back to the system.

However, if for some reason the technician doesn’t think that the medicine can be reused (e.g. There’s no box), the

medicine will still go to waste ensuring only reliable medicines will be given and there will be no harm to the patient.

With this system, the technicians ensure there’s not an overflow of medicines to a ward and consequentially

waste and they get back some medicines that would get thrown out otherwise.

6.5 Meropenem Rounds

I was also part of meropenem rounds where the microbiology pharmacist would go to every ward in the

hospital to collect the number of patients on meropenem (and their needs) in each ward.

Meropenem is the only carbapenem used in UHG therefore extra care is taken when dealing with it to avoid

progress in CPE rise.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 20 University Hospital of Galway

For patients to be on meropenem, the infectious disease (ID) or the microbiology team must accept its use

and then text pharmacy with the patient board number and initials so meropenem can be dispensed (see Appendix

13).

If a ward has patients on meropenem, the nurses store it in a safe in the ward clinic room and if the patient

stops taking it, the extra doses are left in the safe so the pharmacist makes sure to recover all the extra doses to avoid

unnecessary use.

Each ward has three emergency doses that can be used by a consultant if he deems extremely necessary but will then

be reminded by the pharmacy that he must ring ID (they’re available 24/7) or the microbiology team to get the

second dose dispensed.

The microbiology pharmacist also looks out for red-light antibiotics, they are high risk antibiotics which use

must be controlled.

On Tuesdays and Thursdays, the microbiology pharmacist joins the microbiology and ID teams to check if patients

that are on meropenem or red-light antibiotics still need them.

7. Conclusion

3 months have gone by and Galway was a thrilling and fulfilling experience since day one!

I was extremely lucky I was given the support and the possibility to undergo an internship in such a proliferative

environment with the right team and tutor.

My daily life during this adventure was filled with new challenges and interesting things to do hence every day I was

learning and taking a step further to become a pharmacist with the tools needed to provide a sunnier day to other

people’s world.

I was working in a health care system where pharmacists use the knowledge they have in a more practical, clinical,

patient focused environment and were making a huge impact in the patient’s wellbeing and the hospital budget.

The pharmacy team showed me how a good communicative team where people support each other not only

feeds their members with motivation to improve but also inspires other future healthcare providers to always be

better, giving patients a better perspective for their present and future.

This made me understand that pharmacists have a major role in a patient focused setup and the need for a

continuous work and dedication is needed to improve the lives of people that are affected by the most varied illnesses

despite peoples’ status, gender or any other differentiating characteristic.

I can surely say I’ve developed my capacities as a future healthcare provider and that I’m walking the right

path to positively impact other people’s life and creating a better, healthier and happier world.

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 21 University Hospital of Galway

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 24 University Hospital of Galway

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 25 University Hospital of Galway

9. Appendix

9.1 Appendix 1

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 26 University Hospital of Galway

9.2 Appendix 2

9.3 Appendix 3

9.4 Appendix 4

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 27 University Hospital of Galway

9.5 Appendix 5

9.6 Appendix 6

9.7 Appendix 7

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 28 University Hospital of Galway

9.8 Appendix 8

9.9 Appendix 9

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 29 University Hospital of Galway

9.10 Appendix 10

9.11 Appendix 11

9.9 Appendix 12

0

1

2

3

4

5

6

7

8

AMU

Clerk

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 30 University Hospital of Galway

9.13 Appendix 13

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Rui Miguel de Araújo Oliveira 31 University Hospital of Galway