Lagar de Azeite

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-1"Lagar de azeite" "(...) Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca." Marcos 14:37, 38. Já tinha anoitecido. A lua brilhava com intensa claridade, iluminando o caminho. Jesus tinha celebrado a Sua última Páscoa com os Seus discípulos e agora encaminhavam-se para o Getsémani, um lugar retirado no sopé do Monte das Oliveiras. Este recanto natural era um dos Seus lugares preferidos para orar e meditar. Mas neste lugar tão agradável e tranquilo, Jesus estava angustiado. "E Lhes disse: a minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai." (Marcos 14:34) Um dia destes li num dicionário bíblico que Getsémani significa "lagar de azeite". Isto despertou-me a atenção e trouxe-me algumas recordações da minha infância. Havia um lagar em frente à casa dos meus pais; várias vezes lá entrei. Impressionava-me todo o processo de produção do azeite, mas sobretudo o momento em que as azeitonas caíam dentro do moinho e eram esmagadas pelo peso de enormes pedras. Aterrorizava-me o pensamento de que caísse lá dentro e fosse esmagado por aquelas pedras! Aproximava-se o momento de Jesus sofrer por cada um de nós e de, tal e qual como uma azeitona, ser "moído pelas nossas iniquidades". (Isaías 53:5) Jesus angustiou-se profundamente não tanto pelo temor de algum sofrimento físico mas porque "...o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos." (Isaías 53:6) Jesus começou a sentir-se separado de Seu Pai, "aflito, ferido de Deus e oprimido." (Isaías 53:5) Por três vezes orou ao Pai: "...passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres." (Marcos 14:36). Por três vezes Jesus se aproximou dos Seus discípulos e os encontrou dormindo em vez de estarem a orar e vigiar como Ele lhes ordenara. Jesus repreendeu-os: "Não pudestes vigiar nem uma hora?". Chegara o momento da prova para Jesus, e os Seus discípulos, em breve a sofreriam. "Se aquelas horas no horto tivessem sido passadas em vigília e oração, Pedro não teria ficado à mercê das suas débeis forças. Não teria negado o seu Senhor. Se os discípulos tivessem velado com Cristo na sua agonia, estariam preparados para contemplar os seus sofrimentos na cruz. (...) Entre as sombras da hora mais difícil, alguns raios de esperança teriam dado luz e sustido a sua fé." D.T.N pág. 606. Vivemos em tempos solenes! Muito em breve sobrevirão grandes provas a cada um de nós. Teremos que passar pelo "lagar" da aflição e, a menos que o eu seja completamente esmagado e seja feita em nós a vontade de Deus, não poderemos permanecer em pé. Estamos nós orando e vigiando como Jesus ordenou? Ou estamos nós comodamente adormecidos?!

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-1"Lagar de azeite"

"(...) Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca." Marcos 14:37, 38.

Já tinha anoitecido. A lua brilhava com intensa claridade, iluminando o caminho. Jesus tinha celebrado a Sua última Páscoa com os Seus discípulos e agora encaminhavam-se para o Getsémani, um lugar retirado no sopé do Monte das Oliveiras. Este recanto natural era um dos Seus lugares preferidos para orar e meditar. Mas neste lugar tão agradável e tranquilo, Jesus estava angustiado. "E Lhes disse: a minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai." (Marcos 14:34)

Um dia destes li num dicionário bíblico que Getsémani significa "lagar de azeite". Isto despertou-me a atenção e trouxe-me algumas recordações da minha infância.

Havia um lagar em frente à casa dos meus pais; várias vezes lá entrei. Impressionava-me todo o processo de produção do azeite, mas sobretudo o momento em que as azeitonas caíam dentro do moinho e eram esmagadas pelo peso de enormes pedras. Aterrorizava-me o pensamento de que caísse lá dentro e fosse esmagado por aquelas pedras!

Aproximava-se o momento de Jesus sofrer por cada um de nós e de, tal e qual como uma azeitona, ser "moído pelas nossas iniquidades". (Isaías 53:5)

Jesus angustiou-se profundamente não tanto pelo temor de algum sofrimento físico mas porque "...o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos." (Isaías 53:6) Jesus começou a sentir-se separado de Seu Pai, "aflito, ferido de Deus e oprimido." (Isaías 53:5)

Por três vezes orou ao Pai: "...passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres." (Marcos 14:36). Por três vezes Jesus se aproximou dos Seus discípulos e os encontrou dormindo em vez de estarem a orar e vigiar como Ele lhes ordenara. Jesus repreendeu-os: "Não pudestes vigiar nem uma hora?".

Chegara o momento da prova para Jesus, e os Seus discípulos, em breve a sofreriam. "Se aquelas horas no horto tivessem sido passadas em vigília e oração, Pedro não teria ficado à mercê das suas débeis forças. Não teria negado o seu Senhor. Se os discípulos tivessem velado com Cristo na sua agonia, estariam preparados para contemplar os seus sofrimentos na cruz. (...) Entre as sombras da hora mais difícil, alguns raios de esperança teriam dado luz e sustido a sua fé." D.T.N pág. 606.

Vivemos em tempos solenes! Muito em breve sobrevirão grandes provas a cada um de nós. Teremos que passar pelo "lagar" da aflição e, a menos que o eu seja completamente esmagado e seja feita em nós a vontade de Deus, não poderemos permanecer em pé. Estamos nós orando e vigiando como Jesus ordenou? Ou estamos nós comodamente adormecidos?!