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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Odontologia Dissertação CITOTOXICIDADE, GENOTOXICIDADE E PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICAS DE UM CIMENTO EXPERIMENTAL DUAL FOTOATIVÁVEL À BASE DE MTA Laura Siqueira Pintado Pelotas, 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Odontologia

Dissertação

CITOTOXICIDADE, GENOTOXICIDADE E PROPRIEDADES

FÍSICO-MECÂNICAS DE UM CIMENTO EXPERIMENTAL DUAL

FOTOATIVÁVEL À BASE DE MTA

Laura Siqueira Pintado

Pelotas, 2011

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LAURA SIQUEIRA PINTADO

Citotoxicidade, genotoxicidade e propriedades físico-

mecânicas de um cimento experimental dual

fotoativável à base de MTA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Odontologia da Universidade

Federal de Pelotas como requisito parcial à

obtenção do título de mestre em Odontologia,

Área de concentração em Dentística.

Orientadora: Dra. Adriana Etges

Co – Orientador: Dr. Fábio Renato Manzolli Leite

Co – Orientador: Dr. Rodrigo Varella de Carvalho

Pelotas, 2011

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Dados de Catalogação da Publicação

P659c Pintado, Laura Siqueira

Citotoxicidade, genotoxicidade e propriedades físico-mecânicas

de um cimento experimental dual fotoativável a base de MTA / Laura Siqueira Pintado ; orientador: Adriana Etges ; co-orientador: Fábio Renato Manzolli Leite, Rodrigo Varella de Carvalho. – Pelotas: UFPel, 2011.

79 f. ; fig. ; tab. Dissertação (Mestrado) Dentística. Faculdade de Odontologia. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas.

1. MTA. 2. Citotoxicidade. 3. Genotoxicidade. 4. Cultivo celular. 5. Fibroblastos pulpares. I. Etges, Adriana (orient.) II. Leite, Fábio Renato Manzolli (co-orient.) III. Carvalho, Rodrigo Varella de (co- orient.) IV.Título.

D2

Bibliotecário: Fabiano Domingues Malheiro CRB -10/1955

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Banca examinadora:

Profa. Dra. Adriana Etges

CD. Dra. Beatriz Farias Vogt

Prof. Dr. Rogério de Castilho Jacinto

Profa. Dra. Fernanda Geraldes Pappen (Suplente)

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Dedicatória

À Deus,

Aos meus pais Eliana e Ricardo

Ao meu noivo Vitor,

Com amor e carinho

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Agradecimentos

À Universidade Federal de Pelotas por meio do seu Magnífico Reitor, Prof.

Dr. Antônio César Gonçalves Borges.

À Faculdade de Odontologia através de sua Diretora, Profª. Drª. Márcia

Bueno Pinto.

Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia, em especial ao seu

coordenador Prof. Dr. Flávio Demarco.

A minha orientadora, Adriana Etges, por proporcionar a realização desta

dissertação, por ter me acolhido e aceitado receber uma nova orientanda, por

mostrar-me os caminhos a serem seguidos para a finalização desta jornada.

Obrigada pela confiança, ensinamentos e amizade.

Ao meu co-orientador Fábio Renato Manzolli Leite, pela sua presença em

todos os momentos de desenvolvimento deste trabalho, sempre disponível a ajudar,

independente do horário ou do dia da semana. Obrigada por fazer parte deste

trabalho e juntamente com a Adriana ter aceitado assumir a minha orientação e a

realização deste projeto. Obrigada pela confiança, ensinamentos e amizade.

À minha colega Eliana do Nascimento Torre, agradeço pelo

companheirismo, pela amizade, pelos conselhos, pelo ombro amigo, pelos

ensinamentos e pela ajuda. Obrigada por estar sempre comigo, participando e

colaborando no desenvolvimento desta pesquisa, pela paciência e pela amizade.

À todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia

pela convivência e pelo aprendizado.

Ao laboratório de Cultivo Celular, a todos os professores e funcionários

que nele trabalham. Obrigada pelos ensinamentos e ajuda.

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A colega Sônia, pela colaboração, ajuda, ensinamentos em diversas etapas

deste trabalho. Sempre com palavras acolhedoras , obrigada pela amizade

A Fernanda Nedel., obrigada pelos ensinamentos na área de cultivo celular,

pela paciência, dedicação, amizade e compreensão de mesmo em horários

“alternativos” se mostrar sempre disponível para me ajudar.

Ao professor César Zanchi, pela contribuição com o material testado neste

experimento.

À Josiane Silva, secretária do Programa de Pós-Graduação em Odontologia

(PPGO), por sua dedicação ao PPGO e aos alunos do programa.

A todos os colegas do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da

Universidade Federal de Pelotas, pela agradável convivência e amizade.

À toda minha família, em especial aos meus pais Eliana e Ricardo, obrigada

pelo apoio, compreensão, carinho, conforto e amor. Vocês são os grandes

responsáveis por eu estar hoje concluindo este curso de mestrado.

Aos meus avós, Estela, Marli e Selmar, e a minha mana Letícia obrigada

pelo apoio, amor e carinho e por sempre acreditarem em mim.

Ao meu companheiro, Vitor, por estar sempre ao meu lado em todos os

momentos da minha vida, sempre me apoiando e confortando. Obrigada pelos

momentos de paciência, pelos conselhos, pelo amor, pelo companheirismo e por

acreditar e mim.

A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização

deste trabalho.

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“... Não me abraçaste só no peito

Puseste a mão na minha mão

Eu pequenino- tu, eleito

Poeta, pai! Áspero irmão. ”

Vinicius de Moraes

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Notas Preliminares

A presente dissertação foi redigida segundo o Manual de Normas para

Dissertações, Teses e Trabalhos Científicos da Universidade Federal de Pelotas de

2006, adotando o Nível de descrição 1. Estrutura tradicional, que consta no

Apêndice A do referido manual. Disponível no endereço eletrônico:

(http://www.ufpel.edu.br/prg/sisbi/documentos/Manual_normas_UFPel_2006.pdf)

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Resumo

PINTADO, Laura Siqueira. Citotoxicidade, genotoxicidade e propriedades físico-mecânicas de um cimento experimental dual fotoativável à base de MTA. 79f. 2011. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Visando o sucesso do tratamento conservador da polpa, o MTA (agregado trióxido mineral) tem sido considerado o produto de primeira escolha para a realização de capeamento pulpar direto. Apresenta características como biocompatibilidade, capacidade de estimular a formação de dentina e proliferação celular, entre outros. No entanto, os inconvenientes como a dificuldade de manuseio após a manipulação e longo tempo de presa tem estimulado novas pesquisas na tentativa de melhorar essas características. Assim, um novo cimento fotopolimerizável baseado em MTA (MTA F) foi desenvolvido na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. Sugere-se que a presença de monômeros resinosos pode ter um efeito deletério sobre a polpa dentária. Baseado neste fato, o estudo avaliou a citotoxicidade e genotoxicidade do MTA F em comparação ao convencional disponível no mercado bem como suas propriedades físico-mecânicas. Foram utilizadas culturas primárias de fibroblastos de polpa humana (FPH) e uma linhagem de fibroblastos de camundongo 3T3/NIH. Polpa extraída de terceiros molares humanos íntegros foi utilizada para a cultura de fibroblastos pulpares. Os corpos de prova de ambos os materiais foram embebidos em 1 mL de DMEM para a obtenção do eludato teste. Para citotoxicidade, as células foram incubadas por 24 ou 48 horas com o eludato e avaliado pelo ensaio de MTT [3 - (4,5-dimetil-2-il) -2,5-brometo difeniltertrazolim]. Para avaliar a genotoxicidade dos produtos através da técnica de micronúcleos, foi utilizada a técnica de coloração de Feulgen após a incubação de células por 24 horas com o eludato. Para a avaliação das características físico-mecânicas do MTA experimental foram realizados os testes de resistência a tração diametral e sorção e solubilidade. Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e Kruskal Wallis considerando p<0,05. O MTA fotopolimerizável apresentou efeitos citotóxicos semelhantes ao MTA convencional nas duas linhagens celulares. O percentual de micronúcleos foi diferente entre os materiais, porém ambos foram semelhantes ao controle. A resistência a tração diametral do MTA experimental foi inferior ao MTA comercial. O MTA convencional foi mais solúvel e ambos tiveram o mesmo comportamento em relação à sorção de água. Os resultados sugerem que o MTA experimental fotopolimerizável teve comportamento e biocompatibilidade semelhante ao MTA disponível comercialmente, sendo um material promissor para o capeamento pulpar.

Palavras-chave: MTA, citotoxicidade, genotoxicidade, cultivo celular, fibroblastos pulpares.

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Abstract

PINTADO, Laura Siqueira. Cytotocity, genotoxicity, physical and mechanical properties of an experimental MTA based light-cure cement. 79f. 2011. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Aiming at the success of conservative pulp treatment, the MTA (mineral trioxide aggregate) has been considered the first choice product for performing direct pulp capping. It has features such as biocompatibility, ability to stimulate the formation of dentin and cellular proliferation, among others. However, drawbacks such as difficulty of handling after the manipulation and extended setting times stimulated new researches in an attempt to improve such characteristics. Thus, a light-cured cement-based MTA was developed at the CDC-BIO in the Faculty of Dentistry of the Federal University of Pelotas. It is suggested that the presence of resin monomers may have a deleterious effects on the dental pulp. Based on this fact, the study evaluated the cytotoxicity and genotoxicity of the experimental MTA compared with the conventional commercially available as well as their physical and mechanical properties. Primary cultures of human pulp fibroblasts (HPF) and one strain of mouse fibroblasts 3T3/NIH were employed. Pulp of extracted sound human third molars was used for the pulpal fibroblast cell culture. Specimens were made from the two materials and embedded in 1 mL of DMEM for obtaining the test eluate. For cytotoxicity, cells were incubated for 24 or 48 hours with the eluate and evaluated by the MTT assay [3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-Diphenyltetrazolium Bromide]. To assess the genotoxicity of the products through micronucleus development the Feulgen staining technique was employed after cell incubation for 24 hours with the eluate. For the evaluation of physical and mechanical properties of the experimental MTA diametral tensile strength and sorption and solubility tests were performed. The results were analyzed by ANOVA and Kruskal Wallis tests considering p <0.05. The light-curing MTA showed cytotoxic effects similar to conventional MTA in the two cell lineages. The percentage of micronuclei was different between the materials, but both were similar to control. The diametral tensile strength was lower for the experimental MTA. The conventional MTA was more soluble and both had the same behavior in relation to water sorption. The results suggest that the experimental light-cured MTA had similar behavior and biocompatibility comparable to the commercially available MTA and is a promising material for pulp capping

Keywords: MTA, cytotoxicity, genotoxicity, cell culture, pulp fibroblasts.

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Lista de Figuras

Figura 1 Ensaio de compressão diametral (DTS). Força compressiva aplicada na lateral do disco que produz uma fratura por tração..................................................................................................

. .

. 28

Figura 2 Estruturas moleculares do Bis-EMA com 4, 10 e 30 óxidos etilenos e a estrutura molecular do Bis-GMA... ..........................................................................

. .

32

Figura 3 Explants (setas brancas) e início da migração dos fibroblastos pulpares (a e b); FPHs em baixa confluência (c) e em 70% de confluência (aumento de 40 X) (d)..................... ...........................................................

. .

. 37

Figura 4 a) Células 3T3 no inicio do cultivo (aumento 40X); b) 3T3 com 100% de confluência (20X); c, d) células com 70% de confluência(40X), observa-se a morfologia celular............................

. .

. 39

Figura 5 Matriz metálica utilizada para a confecção dos corpos de prova...................................................................................... .......................................

. . 42

Figura 6 Corpo de prova imerso em 1 ml de DMEM para obtenção do eludato teste...................................................................... ............................................

. . 42

Figura 7 Núcleo e micronúcleo corados pela técnica de Feulgen ............................................... 46

Figura 8 Matriz metálica individual utilizada para a confecção dos corpos-de-prova. Na foto se observa a confecção de um corpo-de-prova com o MTA convencional...................................................................

. . .

47

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Figura 9 Viabilidade celular dos materiais testados com os FPHs, letras iguais resultados sem diferença estatistica, letras diferentes resultados estatisticamente diferentes……………………………............

51

Figura 10 Viabilidade celular dos materiais testados com as 3T3, letras iguais resultados sem diferença estatistica, letras diferentes resultados estatisticamente diferentes…………………………….........................

51

Figura 11 Média de MN encontrados por grupo em 1.000 células e comparação entre os grupos. Letras diferentes, grupos estatisticamente diferentes.................................................................

52

Figura 12 Resistência a tração diametral comparada entre os grupos............... 53

Figura 13 Padrão de fratura apresentado. Foi semelhante nos dois grupos, apresentando fratura em apenas duas partes. MTA experimental e MTA convencional, respectivamente..................................................

53

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Composição química do MTA experimental fotoativável dual testado...........................................................................................

. . . . .

41

Tabela 2 Média e desvio padrão de sorção e solubilidade para o MTA convencional e para o MTA experimental. Análise realizada por coluna. Diferentes letras subscritas indicam diferença estatística entre os grupos (p< 0,05)..............................................................

. . . . 54

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Lista de Abreviaturas e Siglas

% Percentual

µm Micrômetro

µl Microlitro

< Menor

> Maior

et al. e outros

°C Graus Celsius

ANOVA Análise de Variância

Bis-EMA Bisfenol A polietileno glicol dimetacrilato

Bis-GMA Bisfenol glicidil metacrilato

CaOH Hidróxido de Cálcio

CP Corpo–de-prova

CQ Canforoquinôna

DHEPT Dihidroxi-etil-p-toluidino

DMEM Meio Essencial de Eagle Modificado por Dulbecco’s

DMSO Dimetil sulfóxido

DNA Ácido desoxirribonucléico

DTS Resistência à tração diametral

EDAB Etil 4-dimetilamino benzoato

EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético

EGDMA Etilenoglicol Dimetacrilato

FPH Fibroblastos pulpares humanos

FO Faculdade de Odontologia

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h Hora

HEMA 2-hidróxietil metacrilato

ISO Organização Internacional para Padronização

mg Miligrama

min Minuto

ml Mililitro

mm Milímetro

MMP Metaloproteinase da matriz extracelular

MN Micronúcleos

MPa Mega Pascal

MTA Mineral Trióxido Agregado

MTA F MTA dual fotoativável

MTT Sal tetrazolium [3-(4,5-dimetltiazol-2-yl)-2,5 difeniltetrazolium brometo]

PBS Tampão fosfato salino

pH Potencial hidrogeniônico

ROS Espécies reativas de oxigênio

s Segundo

SFB Soro fetal bovino

TEGDMA Trietilenoglicol dimetacrilato

UDMA Dimetacrilato uretano

UFPel Universidade Federal de Pelotas

V Volume

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Sumário

1 Introdução ........................................................................................................... 17

2 Objetivo ............................................................................................................... 20

2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 20

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 20

3 Revisão de literatura ........................................................................................... 21

3.1 Fisiologia pulpar ................................................................................................ 21

3.2 Materiais capeadores ........................................................................................ 23

3.2.1 MTA ................................................................................................................ 23

3.2.2 Limitações do MTA ......................................................................................... 28

3.3 Monômeros resinosos ....................................................................................... 30

4 Materiais e métodos ............................................................................................ 35

4.1 Ensaios Biológicos ............................................................................................ 35

4.1.1 Técnica de cultivo primário de fibroblastos pulpares humanos ........................ 35

4.1.2 Cultivo da linhagem celular 3T3 ...................................................................... 38

4.1.3 Contagem celular ............................................................................................ 39

4.1.4 Preparo dos corpos de prova a partir do MTA convencional e fotoativado ..... 40

4.1.5 Teste de citotoxicidade .................................................................................... 42

4.1.5.1 Teste de viabilidade celular (MTT) .............................................................. 42

4.1.6 Teste de genotoxicidade ................................................................................. 43

4.1.6.1 Contagem de micronúcleos ......................................................................... 43

4.2 Ensaios Físico- mecânicos ............................................................................... 46

4.2.1 Resistência à tração diametral ........................................................................ 46

4.2.2 Sorção e solubilidade ...................................................................................... 48

4.3 Análise estatística ............................................................................................. 49

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5 Resultados .......................................................................................................... 50

5.1 Citotoxicidade ................................................................................................... 50

5.1.1 Fibroblastos pulpares ..................................................................................... 50

5.1.2 3T3 ................................................................................................................. 50

5.2 Genotoxicidade ................................................................................................. 52

5.3 Resistência à tração diametral ......................................................................... 53

5.4 Sorção e solubilidade ....................................................................................... 54

6 Discussão ........................................................................................................... 55

7 Conclusões ......................................................................................................... 64

Referências ............................................................................................................... 65

Anexos ...................................................................................................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

O tratamento pulpar conservador tem por objetivo tratar injúrias reversíveis e

manter a vitalidade e a função da polpa dentária. Dependendo do tipo de injúria dois

tipos principais de tratamentos podem ser realizados, o capeamento pulpar direto e

o indireto. O capeamento pulpar indireto é realizado em cavidades profundas, sem

exposição pulpar, enquanto o capeamento pulpar direto e a pulpotomia são

realizados em casos de exposição pulpar. O sucesso do tratamento depende do tipo

e da localização da injúria, qualidade do tecido pulpar, idade dentária, tipo de

material capeador utilizado e da integridade da cavidade restauradora (TZIAFAS,

2004).

Por muitos anos, o hidróxido de cálcio ocupou o posto de material de

primeira escolha para a proteção e indução da polpa dentária em casos de

exposição pulpar e cavidades profundas. Atualmente, no entanto, em casos de

capeamento pulpar direto o material de primeira escolha tem sido o cimento mineral

trióxido agregado (MTA) (PARIROKH e TORABINEJAD, 2010b), visto que, é um

material biocompatível (CAMILLERI e PITT FORD, 2006; ROBERTS et al., 2008;

PARIROKH e TORABINEJAD, 2010a), que apresenta resultados clínicos

satisfatórios e até mesmo superiores ao hidróxido de cálcio (AEINEHCHI et al.,

2003).

O MTA é um material efetivo para a realização de capeamento pulpar, pois

estimula a formação de dentina reparativa formando tecido mineralizado osteóide no

local do capeamento (TZIAFAS et al., 2002; CHACKO e KURIKOSE, 2006).

Apesar das favoráveis qualidades comprovadas em diversos estudos,

defendendo a aplicação clínica do MTA, algumas de suas características têm sido

citadas como limitantes por dificultarem sua aplicação. As limitações do MTA estão

relacionadas à dificuldade de manipulação do material (ALANEZI et al., 2010;

PORTER et al., 2010), tempo de trabalho reduzido (MATT et al., 2004; CHNG et al.,

2005) e o tempo de presa considerado prolongado (CHNG et al., 2005; CHIANG e

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DING, 2010; PARIROKH e TORABINEJAD, 2010b), variando em 50 minutos

(KOGAN et al., 2006) até três horas (TORABINEJAD et al., 1995; PORTER et al.,

2010). Neste sentido diversos autores sugeriram alterações na formulação do MTA

convencional para diminuir o tempo de trabalho (BORTOLUZZI et al., 2006; KOGAN

et al., 2006; BER et al., 2007; WATTS et al., 2007; BORTOLUZZI et al., 2009).

Alguns trabalhos podem ser encontrados na literatura objetivando melhorar

as propriedades do MTA citadas anteriormente através da formulação de um MTA

fotopolimerizável, os quais apresentam diferenças na composição como a adição de

monômeros resinosos (GOMES-FILHO et al., 2008; GOMES-FILHO et al., 2010;

GANDOLFI et al., 2011; GOMES-FILHO et al., 2011).

Com propriedades semelhantes ao MTA e buscando melhorar as

propriedades clínicas de trabalho, como manipulação e tempo de presa, um cimento

experimental à base de MTA foi desenvolvido na Faculdade de Odontologia da

UFPel com a proposta de ser fotoativável e manter a sua reação de presa

tradicional, sendo assim um cimento dual. O MTA dual fotoativado (MTA F) é

composto por duas pastas, uma catalisadora e a outra ativadora, que ao serem

misturadas iniciam o processo de presa química que pode ser concluída com a

utilização do fotopolimerizador. Esse material foi desenvolvido para a realização de

capeamento pulpar direto.

Porém, esse novo material apresenta em sua composição monômeros

resinosos como o Bis-EMA 10 e o Bis-EMA 30, que entrarão em íntimo contato com

a polpa dentária no momento do capeamento, podendo desencadear alguma reação

de potencial citotóxico ou genotóxico sobre as células deste tecido, visto que esta é

uma característica dos metacrilatos (GEURTSEN et al., 1998; SIDERIDOU e

ACHILIAS, 2005; CHANG et al., 2010; NOCCA et al., 2010; KRIFKA et al., 2011).

Ensaios como resistência a tração diametral e sorção e solubilidade são

testes freqüentemente empregados para a avaliação mecânica e física de materiais

odontológicos (MORAES et al., 2010; GANDOLFI et al., 2011). A sorção de água e a

solubilidade podem levar a uma variedade de processos físicos e químicos na

estrutura dos monômeros que podem levar a efeitos deletérios na função e na

estrutura dos polímeros dentais, incluindo sua capacidade retentiva na adesão

dentária (MALACARNE et al., 2006).

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Nesse sentido, o presente estudo pretende avaliar em cultivo primário de

fibroblastos pulpares de dentes humanos e em uma linhagem celular imortalizada de

fibroblastos de camundongo 3T3/NIH, as propriedades biológicas através do ensaio

de citotoxicidade e genotoxicidade deste cimento experimental fotoativado à base de

MTA comparando-o com o MTA comercialmente disponível, bem como avaliar as

propriedades físico - mecânicas através do teste de resistência à tração diametral e

sorção e solubilidade.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

O objetivo do presente estudo é avaliar a biocompatibilidade de um cimento

experimental à base de MTA dual fotoativável através de cultivo primário de

fibroblastos pulpares humanos e de fibroblastos de camundongo 3T3/NIH e suas

propriedades físico-mecânicas, comparando as com o MTA comercial.

2.2 Objetivos específicos

Avaliar se, tanto o MTA comercialmente disponível quanto o MTA dual

fotoativável experimental apresenta potencial citotóxico sobre os fibroblastos

pulpares cultivados e em uma linhagem celular imortalizada de fibroblastos de

camundongo 3T3/NIH.

Avaliar se, tanto o MTA comercialmente disponível quanto o MTA dual

fotoativável experimental apresenta potencial genotóxico sobre os fibroblastos de

camundongo 3T3/NIH.

Avaliar o valor de resistência à tração diametral do MTA dual fotoativável

experimental comparado ao MTA comercial.

Avaliar o comportamento de sorção e solubilidade do MTA dual fotoativável

experimental comparado ao MTA comercial.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Fisiologia pulpar

A polpa é um tecido conjuntivo não mineralizado e especializado originário

da papila dentária e cercado por dentina. Durante a formação do órgão dental,

células ectomesenquimais da periferia da papila dentária diferenciam-se em

odontoblastos, as quais são as células responsáveis pela formação da dentina. A

secreção de dentina ocorre ao longo de toda vida, sendo a dentina primária aquela

secretada até a formação do ápice radicular; a dentina secundária, a camada

formada após o fechamento do ápice radicular e, a dentina terciária, que pode ser de

dois tipos: reacional e reparativa (TEN CATE, 2001; KATCHBURIAN e ARANA,

2004)

A secreção de dentina terciária reacional é estimulada frente a fatores como

atrição e cárie, constituindo uma tentativa dos odontoblastos de formar uma barreira,

restabelecendo a espessura de dentina e afastando a polpa do estímulo agressor. A

dentina terciária do tipo reparativa é formada por células indiferenciadas da polpa,

originando um tecido tipo osteóide (TEN CATE, 2001; KATCHBURIAN e ARANA,

2004). A dentina terciária do tipo reacional apresenta características anatômicas,

químicas e funcionais semelhantes às dentinas primárias e secundárias (SMITH,

2002).

A polpa dentária é constituída pelos odontoblastos e uma região

subodontoblástica que se divide na Zona Pobre em Células, Zona Rica em Células,

além da Região Central da polpa. A Zona Pobre em Células é construída por

prolongamentos das células subjacentes, vasos sangüíneos e fibras nervosas. A

Zona Rica em Células é formada por fibroblastos (quase todos em estado de

repouso) e células indiferenciadas (stem cells). A Região Central da polpa é

constituída por um tecido conjuntivo frouxo, com abundância de fibroblastos,

presença de células indiferenciadas, células do sistema imunológico e colágeno

(TEN CATE, 2001; KATCHBURIAN e ARANA, 2004).

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A polpa dental apresenta também, células dendríticas que se localizam logo

abaixo dos odontoblastos estendendo seus prolongamentos na Zona Pobre em

Células. Possuem a função de capturar e apresentar o antígeno ao linfócito T. São

mais numerosas em dentes cariados e estão em maior número que os macrófagos

(TEN CATE, 2001). A identificação das células dendríticas pulpares levou a

pesquisas sobre a atividade de resposta pulpar. Essas células não são capazes de

identificar os antígenos estranhos, mas enviam sinais que ativam os linfócitos T, que

irão desencadear o processo de defesa imunológico pulpar (JONTELL et al., 1998).

Os odontoblastos são células pós-mitóticas responsáveis pela secreção da

dentina. São células sintetizadoras e secretoras de proteínas, principalmente de

colágeno tipo I. Os odontoblastos permanecem funcionais e continuam secretando

dentina ao longo da vida, porém em quantidade reduzida, mantendo sua capacidade

de responder a estímulos ambientais leves. Quando estimulados, apresentam um

aumento de sua atividade secretora levando á regeneração dentinária, podendo o

estímulo ser de natureza exógena ou endógena (SMITH et al., 1995).

Em preparos cavitários com exposição pulpar, no quais ocorre lesão

tecidual, foi comprovada a proliferação, migração e diferenciação de células

semelhantes a odontoblastos, levando a secreção de dentina reparadora (TECLES

et al., 2005). Neste caso, as células endoteliais injuriadas são responsáveis pelo

recrutamento de células semelhantes à odontoblastos para a região afetada

(MATHIEU et al., 2005), uma vez que os odontoblastos primários são destruídos. O

reparo se tornará possível quando novas células semelhantes aos odontoblastos

forem recrutadas secretando dentina terciária na presença de material de

capeamento pulpar (TZIAFAS et al., 2001).

Nesses casos, quando a polpa está livre de contaminação bacteriana e

apresenta condições de reparo as células pulpares em contato com o material

capeador proliferam e elaboram um novo colágeno em contato com a região pulpar

necrótica iniciando a formação de dentina reparativa. Uma camada de células

semelhantes à odontoblastos é formada em associação com uma calcificação

superficial, secretando uma matriz mineralizada como pré-dentina (TZIAFAS, 2004).

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23

3.2 Materiais capeadores

3.2.1 MTA

O MTA, mineral trióxido agregado, foi lançado no mercado na década de 90,

desenvolvido com a função de material retro-obturador endodôntico, sendo

seqüencialmente usado para capeamento pulpar, pulpotomia, vedamento de

perfurações radiculares entre outras funções (PARIROKH e TORABINEJAD, 2010a).

O MTA é comercializado nas cores branca ou cinza, sendo o MTA branco composto

por cálcio, sílica, bismuto e oxigênio, enquanto o MTA cinza é composto por cálcio,

sílica, alumínio, ferro, bismuto e oxigênio (CAMILLERI et al., 2005). Ambos

apresentam pH básico variando de 10 – 12, apresenta pouca solubilidade

(TORABINEJAD et al., 1995) e excelente capacidade seladora na presença de

umidade (TORABINEJAD et al., 1994; DANESH et al., 2006; MAROTO et al., 2007).

O hidróxido de cálcio é um material odontológico de capeamento pulpar

amplamente utilizado na odontologia, considerado padrão ouro (HORSTED-

BINDSLEV et al., 2003) porém apresenta algumas desvantagens como presença de

canais na barreira de dentina formada, obliteração da câmara pulpar, alta

solubilidade nos fluidos orais, falta de adesão e degradação após condicionamento

ácido (COX et al., 1996; COX et al., 1998; COX et al., 2001). Além de apresentar

comportamento instável no capeamento pulpar de dentes permanentes mais velhos

(TZIAFAS et al., 2002).

A utilização do MTA para capeamento elimina algumas desvantagens do

hidróxido de cálcio como solubilidade e infiltração. Sendo portanto, o MTA

apropriado para o capeamento pulpar direto (DAMMASCHKE, WOLFF, et al., 2010).

O MTA é rico em óxidos de cálcio, que são convertidos em hidróxido de cálcio

em contacto com fluidos dos tecidos (CAMILLERI, 2008). O hidróxido de cálcio

se separa em íons de cálcio e hidróxido, resultando em aumento do pH e liberação

dos íons cálcio. Os íons de cálcio podem atravessar a membrana celular por

despolarização ou ativação dos canais de cálcio ligado à membrana, portanto, é

provável que esse íon apresente um papel no processo reparador melhor do que a

hidroxila iônica, presente no hidróxido de cálcio. Os íons cálcio são necessários para

a diferenciação e mineralização de células pulpares (TAKITA et al., 2006).

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Quando comparado in vivo, o capeamento pulpar direto com MTA e hidróxido

de cálcio, foi observado que o MTA cicatrizou o tecido pulpar mais rapidamente,

porém em 60 dias ambos os materiais foram efetivos no tratamento capeador

(ACCORINTE MDE et al., 2008).

Recente estudo in vivo, mostrou que o capeamento pulpar direto com o MTA

apresenta biocompatibilidade, induz a formação de fibrodentina e dentina reparadora

na superfície pulpar em contato direto com o material. Observaram que houve

diferença significativa entre a resposta da polpa ao MTA após duas semanas e oito

semanas de capeamento pulpar. Após duas semanas, as polpas capeadas com

MTA mostraram a formação de matriz de dentina reparadora. Gradativamente, essa

matriz foi calcificada com padrão tubular e as células odontoblástica se organizaram

em forma paliçada, consituindo efetiva ponte de dentina. Após oito semanas havia

menos inflamação no grupo do MTA, com um padrão em paliçada das células

odontoblástica e uma espessa barreira de tecido duro com um padrão mais tubular.

Este estudo ocmparou as propriedades do MTA com um cimento endodôntico

(ZARRABI et al., 2010).

Outro estudo atual comparou histologicamente a resposta do hidróxido de

cálcio, do MTA e da própolis em capeamento pulpar de pré-molares humanos. Seus

resultados confirmaram a superioridade do MTA em relação ao CaOH, relacionada a

produção de menor inflamação pulpar e formação de ponte de dentina com melhor

qualidade. A própolis apresentou comportamento semelhante aos materiais

capeadores comparados (PAROLIA et al., 2010).

Avaliando após seis meses o tratamento capeador em macacos, as polpas

dos dentes capeados com MTA apresentavam ausência de processo inflamatório e

a formação de ponte de dentina, em contraste com os dentes capeados com

hidróxido de cálcio, nos quais as polpas apresentaram inflamação, não havendo

formação de pontes de dentina em todos os casos (FORD et al., 1996).

O uso de MTA em caninos com cavidades classe V com exposição pulpar

induziu mudanças citológicas e fisiológicas nas células pulpares, resultando na

formação de dentina reparadora na região exposta da polpa dentária. O MTA

oferece um substrato biologicamente ativo para as células pulpares, capaz de

regular os eventos da dentinogênese. O efeito inicial do MTA na superfície da polpa

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exposta foi a formação de uma camada superficial de estruturas cristalinas em

contato com o material capeador. Células colunares com polarização nuclear e

citoplasmática organizaram ao longo das estruturas cristalinas. Esta reação de curto

prazo indica claramente a estimulação da atividade biossintética das células

pulpares pelo processo de capeamento (TZIAFAS et al., 2002).

Outro estudo em roedores comparou a proliferação celular em molares de

roedores com capeamento pulpar com MTA e hidróxido de cálcio. Em análise

imunoistoquimica (DAMMASCHKE, STRATMANN, et al., 2010) e histológica

(DAMMASCHKE, WOLFF, et al., 2010) observaram qua ambos os materiais

obtiveram resultados similares.

Estudos recentes, in vitro, demonstraram que o MTA apresenta menor

citotoxicidade quando comparado ao cimento de hidróxido de cálcio em cultivo

celular, além de estimular a formação de tecido ósseo (DE SOUZA COSTA et al.,

2008; YASUDA et al., 2008; SEPET et al., 2009), bem como, maior capacidade de

liberar íons cálcio e de induzir proliferação celular (MOGHADDAME-JAFARI et al.,

2005; TAKITA et al., 2006). Porém o cimento de silicato dicálcio com óxido de

bismuto apresentou maior viabilidade celular que o MTA branco em células humanas

semelhantes à osteoblastos imortalizadas (MG63) (CHIANG e DING, 2010).

Crescente volume de estudos in vitro com o teste de citotoxicidade tem sido

realizado por diversos autores com a finalidade de verificar a biocompatibilidade de

um produto experimental através da comparação com o MTA comercialmente

disponível. O ensaio de citotoxicidade foi realizado com o MTA, o Endo-COM-Sealer

e o Sealapex em fibroblastos de rato (L929). Nenhum dos materiais inibiu a

viabilidade deste tipo celular (GOMES-FILHO et al., 2009), bem como o material

obturador biocerâmico EndoSequence (ALANEZI et al., 2010).

Um cimento poliuretano à base de óleo de mamona teve sua citotoxicidade

comparada ao MTA e ao cimento de hidróxido de cálcio. Foram utilizadas células

pulpares de uma linhagem celular estabelecida. O cimento a base de mamona

apresentou menor citotoxicidade que o MTA e o CaOH apresentou maior

citotoxicidade que o MTA. O material testado apresentou maior proliferação celular

quando comparado ao grupo controle, sem tratamento (CAMARGO et al., 2009).

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O MTA foi capaz de permitir adesão, proliferação e migração de células

mesenquimais cultivadas (hMSCs), apresentando após 14 dias proliferação celular

maior que o grupo controle (D'ANTO et al., 2010). Em contato com células pulpares

humanas, o comportamento biológico se repetiu com presença de

biocompatibilidade e proliferação celular (TAKITA et al., 2006; PARANJPE et al.,

2010).

Em cultura primária de fibroblastos do ligamento periodontal o MTA

demonstrou diminuição da viabilidade celular em relação ao grupo controle, o que

pode estar relacionado aos íons bismuto e alumínio, presentes no material, que

podem ser tóxicos a este tipo celular (YAN et al., 2010).

Utilizando o teste de genotoxicidade, um ensaio in vitro, é possível avaliar as

concentrações subletais que podem causar danos hereditários ao DNA celular. O

dano ao DNA é o primeiro passo na carcinogênese (DA SILVA et al., 2006; RIBEIRO

et al., 2006). O teste de genotoxicidade é de grande importância de ser realizado

antes da utilização de um material, visto que, muitos materiais dentários

permanecem em contato com os tecidos orais por longos períodos. As propriedades

do material e o tempo que permanecem em exposição podem ser fatores

importantes que às atividades nocivas (RIBEIRO et al., 2004).

O MN consiste em massas de DNA com aparência de um pequeno núcleo

localizado no citoplasma celular dependente da divisão celular, da quantidade e

proliferação e da morte celular (DE ALMEIDA et al., 2004).

Materiais odontológicos resinosos têm sido identificados por apresentar algum

potencial mutagênico. Contudo, a mutagenicidade não significa carcinogenicidade

(capacidade de causar tumores) porque muitas mutações são reparadas e outras

são até irrelevantes para causar doenças (ANUSAVICE et al., 2005).

O ensaio de MN é utilizado como um marcador biológico para avaliar o grau

de comprometimento das células. Eles somente se expressam em células que

completaram pelo menos uma divisão celular, após sofrerem ação do agente

genotóxico. Freqüentemente a não incorporação destes fragmentos ocorre por não

possuírem centrômero, e por isto não conseguirem migrar em direção aos pólos do

fuso, permanecendo atrasados na anáfase. Estes fragmentos de DNA deixados para

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trás são incorporados dentro de núcleos secundários, permanecendo no citoplasma

celular (FENECH, 2000).

O MTA e o Cimento Portland tiveram seus efeitos genotóxicos testados em

linfócitos periféricos humanos, que apresentam a vantagem de serem células

humanas com cariótipo normal, pela técnica cometa. Ambos os materiais não

aumentaram o nível de lesões ao DNA nesse tipo celular, segundo a técnica do

ensaio cometa (BRAZ et al., 2006). Outros estudos semelhantes comprovaram que

o MTA não apresenta efeito genotóxico (DA SILVA et al., 2006; RIBEIRO et al.,

2006; ZEFERINO et al., 2010).

Um cimento de resina natural à base de óleo de mamona teve sua

genotoxicidade comparada ao MTA e ao cimento de hidróxido de cálcio através do

teste de contagem de MN. Foram utilizados fibroblastos de hamister chinês V79.

Nenhum efeito genotóxico foi encontrado nos materiais testados (CAMARGO et al.,

2009).

Assim como avaliações biológicas, como a citotoxicidade e a genotoxicidade,

testes mecânicos também são amplamente realizados com os materiais.

O teste mecânico de resistência à tração diametral (DTS) avalia em mega

pascal (MPa) a resistência à tração apresentada pelo material. Denominado teste de

compressão diametral o método consiste na transferência de uma carga

compressiva por uma placa plana na lateral de um corpo-de-prova (CP) curto, e

cilíndrico (disco) no qual a força compressiva vertical ao longo da lateral do disco

produz uma tensão de tração perpendicular ao plano vertical que passa pelo centro

do disco, onde ocorre a fratura (Figura 1). O resultado confiável ocorre quando o CP

se fragmenta em apenas duas partes (ANUSAVICE, 2005).

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Figura 1. Ensaio de compressão diametral (DTS). Força compressiva aplicada na

lateral do disco que produz uma fratura por tração (ANUSAVICE, 2005).

Chiang e Ding, em 2010 realizaram o teste DTS com o MTA branco

comparando-o com um cimento de silicato dicálcio com ou sem a adição de óxido de

bismuto. Os CP apresentavam 6mm x 4mm e foram armazenados em 100% de

umidade a 37°C por 24h. O MTA convencional apresentou maior valor de DTS 7.4

MPa; os outros materiais apresentaram valores de 2.1 MPa e 1.8 MPa

respectivamente (CHIANG e DING, 2010). Outros estudos encontraram o valor

médio de DTS para o MTA branco após 24h de 4.4 MPa (HUANG et al., 2008; KAO

et al., 2009) e imediatamente (0h) (SHIE et al., 2009). Após imersão em pH 6.4 por

sete dias o valor de DTS para o MTA foi de 11.2 MPa e 7.9 MPa quando imerso em

pH 4.0 por sete dias (SHIE et al., 2009).

3.2.2 Limitações do MTA

Algumas características do MTA têm sido citadas como limitantes por

dificultarem sua aplicação. As limitações do MTA estão relacionadas à dificuldade de

manipulação do material, tempo de trabalho reduzido e o tempo de presa

prolongado. O pó do MTA é misturado com água destilada produzindo uma pasta

com aspecto arenoso, sendo esta, difícil de ser aplicada no sitio desejado e de se

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conseguir boa adaptação e compactação (KOGAN et al., 2006). Diversos autores

sugerem alterações na fórmula do MTA convencional visando melhorar estas

propriedades (KOGAN et al., 2006; BER et al., 2007; BORTOLUZZI et al., 2009;

GANDOLFI et al., 2011; GOMES-FILHO et al., 2011)

Para diminuir o tempo de presa e melhorar as características de manipulação

do material, um estudo adicionou ao MTA, lidocaína 2%, gel de hipoclorito de sódio

3%, gel de digluconato de clorexidina, gel K-Y e cloreto de cálcio 3% e 5%,

comparando com água estéril. O tempo de presa do MTA com água estéril foi de 50

minutos, o hipoclorito, o gel K-Y e o cloreto de cálcio 5% diminuíram o tempo de

presa para 20 minutos. A combinação MTA com gel de hipoclorito foi apresentou

melhores características de manipulação, se assemelhando ao IRM (KOGAN et al.,

2006).

Outros estudos, com os mesmos objetivos anteriores testaram a adição do

cloreto de cálcio ao MTA, em associação com metilcelulose (BER et al., 2007),

verificando que o cloreto de cálcio não interfere na sua capacidade seladora

(BORTOLUZZI et al., 2006), diminui a solubilidade e aumenta o pH do MTA

(BORTOLUZZI et al., 2009).

Gomes-Filho et. al., em 2008, publicaram um estudo com um MTA

experimental fotoativável com propriedades semelhantes ao MTA convencional,

porém com melhores propriedades de trabalho. Apresenta facilidade de aplicação e

a polimerização permite secagem imediata. Constituído por aerosil 8%, resina 42%,

MTA 44,5%, Basulfate 5%, componentes resinosos (Bis-GMA 20%, resina própria

biocompatível [FDA] 77,25%, modificador 2,4%, iniciador 0,32% e estabilizador de

iniciador 0,032%). Neste estudo, os autores avaliaram a capacidade e a habilidade

do MTA experimental, comparado com o MTA (Angelus), em simular a mineralização

em tecido subcutâneo de ratos. O MTA experimental apresentou moderada

inflamação crônica em 30 dias enquanto o MTA (Angelus) apresentou leve

inflamação crônica; em 60 dias apresentaram reação inflamatória semelhante. O

MTA convencional promoveu calcificação distrófica nos tecidos adjacentes,

formados pelos óxidos de cálcio presentes no material, enquanto o MTA

experimental não estimulou formação de tecido ósseo (GOMES-FILHO et al., 2008).

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Em 2010, foi feita uma avaliação do comportamento do MTA fotoativável em

tubos de polietileno no alvéolo de ratos, comparando-o com o MTA (Angelus). Em 30

dias ambos os materiais, inclusive o controle apresentaram leve inflamação crônica.

O grupo controle (sem material) não apresentou formação óssea, o MTA (Angelus)

apresentou áreas de calcificação distrófica em contato íntimo com o material nos

períodos avaliados e o MTA experimental não estimulou a formação de calcificação

óssea, porém o tecido ósseo cicatricial estava em contato com o material separado

por um tecido não-mineralizado. Bis-GMA presente no MTA experimental não

interferiu na cicatrização alveolar após 90 dias (GOMES-FILHO et al., 2010). A

mineralização pode ser retardada pela presença do bisfenol-alfa-metacrilato, um dos

principais componentes do material, o qual é altamente solúvel, ou pelo

aprisionamento dos óxidos de cálcio do MTA (GOMES-FILHO et al., 2011).

Gandolfi, et. al., em 2011, apresentaram um cimento fotopolimerizável de

MTA com silicato de cálcio, voltado para utilização como material retro-obturador em

cirurgia parendodôntica e aplicação em defeitos ósseos, buscando suprir a limitação

do cimento de MTA de longo tempo de presa. O material desenvolvido é constituído

por silicato de cálcio que constitui o pó e a parte líquida que é formada pelos

monômeros HEMA e TEGDMA, mais CQ e EDAB. Neste estudo realizaram diversos

testes tais como o ensaio de citotoxicidade, sorção e solubilidade, liberação de

cálcio entre outros. No teste de citotoxicidade o MTA fotopolimerizável apresentou

aumento da viabilidade celular como os demais grupos (ProRoot e controle) após

24horas, porém após três dias a viabilidade celular do ProRoot foi maior. O MTA

fotopolimerizável apresentou baixa solubilidade e absorveu mais água que os

demais materiais. Apresentou liberação de cálcio e estimulou a formação óssea

(GANDOLFI et al., 2011).

3.3 Monômeros resinosos

O MTA experimental fotoativável é composto por duas pastas uma pasta base

e uma ativadora. Cada uma destas pastas apresenta em sua composição 40% de

Bis-EMA, sendo 20% de Bis-EMA 10 e 20% de Bis-EMA 30.

Monômero é denominado um composto químico capaz de reagir para formar

um polímero. Os polímeros consistem em grandes moléculas orgânicas e quanto

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31

mais longa a cadeia do polímero, maior é a quantidade de tramas entre as cadeias,

portanto, mais difícil se torna distorcer o material polimérico, e assim, as

características como rigidez, resistência e temperatura de fusão aumentam com o

aumento da cadeia. Quanto maior a cadeia, maior o seu peso molecular

(ANUSAVICE, 2005).

Biologicamente, a polimerização dos polímeros raramente é inteiramente

completa, e desta forma, as moléculas dos monômeros residuais podem ser

lixiviadas (devido seu baixo peso molecular) e causar reações adversas, como as

reações alérgicas. Essa perda de monômeros leva a diminuição do peso molecular

do polímero (ANUSAVICE, 2005).

Os polímeros são dissolvidos lentamente e raramente são solúveis ou

insolúveis em algum líquido e quanto mais longa a cadeia mais lentamente um

polímero dissolve. Os polímeros tendem mais a absorver um solvente, inchar e

amolecer, do que a dissolver. As ligações cruzadas impedem a completa separação

da cadeia e retardam a dissolução portanto polímeros com grande quantidade de

ligações cruzadas não podem ser dissolvidos. As moléculas absorvidas afastam as

cadeias poliméricas e facilitam o escorregamento das cadeias, esse efeito

plastificante é chamado de plastificação. A ligação cruzada provê um número

suficiente de pontes entre as macromoléculas lineares, para formar uma rede

tridimensional que diminui a sorção de água e a solubilidade e aumenta a resistência

e a rigidez da resina (ANUSAVICE, 2005).

Os dimetacrilatos surfactantes, apresentam dois grupos polimerizáveis

formando polímeros com ligações cruzadas (C=C). Estes materiais têm a

característica de reduzir a tensão de superfície, tornando mais fácil a mistura entre

dois líquidos. São componentes orgânicos ambifílicos, pois contém tanto grupos

químicos hidrofílicos quanto hidrofóbicos, sendo solúveis em água e solventes

orgânicos. Este comportamento bipolar é muito importante para a melhora dos

sistemas adesivos, pois possibilita menor hidrólise devido à formação das ligações

cruzadas, sem a perda de massa, produzindo propriedades melhoradas de

penetração nas fibrilas desmineralizadas de colágeno na camada hibrida (ZANCHI

et al., 2011).

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O monômero Bis-EMA (bisfenol A etoxilado dimetacrilato) é um análogo

dimetacrilato do Bis-GMA (2,2-bis [4 - (2-hidroxi-3-methacryloyloxypropyl) fenil] –

propano) que pode apresentar diferentes tamanhos de cadeias e peso molecular, se

caracterizam basicamente pela presença de dois radicais metacrilatos

correspondendo ao grupo hidrofóbico e longas cadeias de óxido de etileno ([-CH2-

CH2-O-]n) que são a parte hidrofílica da molécula. Estas longas cadeias estendidas

de óxido de etileno propiciam grande flexibilidade a estes materiais, melhorando a

mobilidade de todo o sistema (Figura 2).

Figura 2 - Estruturas moleculares do Bis-EMA com 4, 10 e 30 óxidos etilenos e a

estrutura molecular do Bis-GMA (OGLIARI et al., 2008).

O Bis-GMA consiste em um monômero dimetacrilato amplamente utilizado

para criar a base de resinas de materiais dentários, apresenta rígida estrutura

aromática a qual fornece adequadas propriedades mecânicas para os materiais, o

que é necessário para obtenção de bons resultados clínicos. Porém a alta

viscosidade do Bis-GMA diminui o grau de conversão dos monômeros na ausência

de outros monômeros de baixa viscosidades. No entando, quando se adiciona

monômeros de baixa viscosidade como o TEGDMA ocorre aumento na contração de

polimerização e absorção de água, o que pode prejudicar o desempenho clínico do

material (OGLIARI et al., 2008).

O Bis-EMA apresenta menor viscosidade que o Bis-GMA, uma característica

favorável para o desempenho dos materiais odontológicos. Neste estudo os autores

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33

avaliaram a influência do tamanho da cadeia de monômeros do Bis-EMA sobre os

perfis de polimerização. O Bis-EMA 30 apresentou maior taxa de converção (82%)

que os monomeros Bis-EMA 10 e Bis-EMA 4 (78, 3% e 59,4% respectivamente).

Com relação a sorção de água o Bis-EMA 30 apresentou valor mais elevado (622,3)

quando comparado ao Bis-EMA 4 e 10. Em relação a solubilidade o comprimento da

cadeia foi significativo, o Bis-EMA 4 e 10 foram semelhantes (5,6 e 7,4,

respectivamente) e inferiores ao Bis-EMA 30 (16,36). Os monômeros Bis-EMA 10 e

30 apresentaram alta elasticidade (OGLIARI et al., 2008).

O monômero HEMA, amplamente utilizado na composição de adesivos

dentários, é um monômero pequeno, formado por apenas um grupo polimerizável o

que o torna mais suscetível a hidrólise, podendo diminuir a resistência mecânica dos

materiais e se difundir pelos túbulos dentinários causando inflamação pulpar

(ZANCHI et al., 2010).

Com base nisto, um estudo buscou substituir o HEMA, de adesivos

experimentais auto-condicionantes, pelo Bis-EMA 30, que por apresentar mais

óxidos etilenos pode apresentar melhor comportamento biológico. A molécula do

Bis-EMA apresenta dois extensores de cadeia longa de unidades de óxido de etileno

que produzem um comportamento bi-polar, atuando como um agente de monômero

de superfície ativa ou surfactante depende da relação de unidade polar/apolar.

Quando foi utilizado em uma concentração de 40% do Bis-EMA 30 o adesivo

experimental apresentou comportamento mecânico (micro tensão) semelhante ao

adesivo comercial controle. A citotoxicidade diminui neste caso por diminuição da

penetração do Bis-EMA nos túbulos dentinários (ZANCHI et al., 2010).

Um estudo avaliou as propriedades de diversas associações dos monômeros

Bis-GMA, TEGDMA e Bis-EMA 4, buscando substituir o TEGDMA e em seu lugar

associar o Bis-EMA 4 ao Bis-GMA. Dentre os ensaios, realizaram a tração diametral

(DTS). Os autores observaram que formulações compostas por 30% ou mais de Bis-

EMA em substituição ao TEGDMA diminuíram a resistência mecânica. O valor de

DTS quando usado 100% de Bis-EMA foi de 28.9 MPa. Outro resultado que se

mostrou bastante diferente do comportamento do TEGDMA associado com o Bis-

GMA foi o teste de sorção, onde conforme o TEGDMA foi sendo substituído pelo

Bis-EMA a sorção de água foi diminuindo (MORAES et al., 2010).

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34

Geurtsen em 1998 avaliou a citotoxicidade de 35 monômeros resinosos em

fibroblastos 3T3 e em cultivo primário de fibroblastos pulpares, gengivais e do

ligamento periodontal. Os monômeros mais citotóxicos foram o UDMA, o Bis-GMA e

o TEGDMA. O Bis-EMA apresentou menor citotoxicidade que estes monômeros

acima mencionados (GEURTSEN et al., 1998).

A citotoxicidade de quatro resinas compostas (Z100, Solitaire 2, Filtek P60 e

Synergy) foi avaliada nos fibroblastos 3T3, através do contato direto com as células

por 72hs e com o eludato do extrato obtido pelo etanol destes compósitos. O teste

colorimétrico MTT foi utilizado. O material mais citotóxico no contato direto foi a

resina Solitaire 2 (Bis-GMA, TEGDMA, UDMA) e a menos citotóxica foi a Synergy

(Bis-GMA, Bis-EMA, TEGDMA). No outro teste a resina Synergy apresentou maior

citotoxicidade, não havendo diferença estatística entre os outros grupos. Esses

resultados se devem devido à composição de cada material (DARMANI et al., 2007).

Em outro estudo foi avaliada a qualidade e a quantidade dos monômeros Bis-

GMA, TEGDMA, UDMA e o Bis-EMA 4 extraídos com etanol das resinas Z100 e

Z250. O monômero Bis-EMA de presa de 60s apresentou liberação crescente do

monômero durante 30 dias. O Bis-EMA de presa de 100s apresentou liberação

somente nos três primeiros dias, sendo semelhante ao TEGDMA e UDMA. Quando

extraídos os monômeros das resinas observaram que quanto maior o tempo de

polimerização menor a liberação dos monômeros. O Bis-EMA está presente

somente na Z250, sendo liberado por 30 dias (SIDERIDOU e ACHILIAS, 2005).

Estudo com cultura primária de fibroblastos pulpares avaliou a citotoxicidade

de 4 adesivos odontológicos, CMF Bond (Adesivo), Prime&Bond, Clearfil S (adesivo)

e XP Bond. O adesivo CMF Bond foi o único que apresentou viabilidade celular

semelhante ao grupo controle após 72h de teste, permitindo proliferação celular, o

que pode ser explicado por este adesivo ser livre de TEGDMA e HEMA (TRUBIANI

et al., 2010).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

O projeto de pesquisa do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas

(Parecer Nº 162/2010).

4.1 Ensaios Biológicos

4.1.1 Técnica de cultivo primário de fibroblastos pulpares humanos

Através do cultivo primário foi estabelecida uma linhagem celular de

fibroblastos pulpares humanos (FPH), pela técnica de explants (FRESHNEY, 2000),

para a avaliação da biocompatibilidade do MTA dual fotoativável experimental (MTA

F) comparado com o MTA comercial (Angelus, Soluções Odontológicas, Londrina,

PR, Brasil). Figura 3.

A linhagem celular foi estabelecida no Laboratório de Cultivo Celular da

Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas (NCT-Bio/FOUFPel).

Terceiros molares hígidos com rizogênese incompleta e com o ápice aberto,

apresentando indicação de extração por motivos terapêuticos, foram extraídos na

Unidade de Cirurgia de Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de

Pelotas e utilizados nessa pesquisa, para os quais os pacientes efetuavam doação,

assinando termo de doação dos dentes para a pesquisa. Dois dentes,

primeiramente, foram extraídos e imediatamente transportados para o laboratório,

sob refrigeração em um falcon de 15ml contendo meio de transporte composto por

Meio de Eagle modificado por Dulbecco (DMEM, Gibco/Invitrogen–Lote: 563487)

com 10% de soro fetal bovino (SFB, Gibco/Invitrogen- Lote:210120) e 1% de

antibiótico (estreptomicina/penicilina, Gibco/Invitrogen-Lote: 847143). Na capela de

fluxo laminar vertical (Quimis/ Série 041109) cada dente teve a sua polpa removida

através do ápice radicular com o auxílio de curetas estéreis (Dentsply, n° 17). Após,

os fragmentos pulpares foram lavados por duas vezes em PBS (Gibco/Invitrogen-

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Lote:558182) e imersos em um meio de cultivo (DMEM + 10% de SFB + 1% de

antibiótico).

Logo, em uma placa de Petri estéril o tecido pulpar foi fragmentado com o

auxílio de duas lâminas de bisturi n° 15, em várias partes de aproximadamente 1

mm2 cada. Esses fragmentos foram colocados em uma garrafa de cultivo celular

(Techno Plastic Products) de 25 cm2, de modo que se mantivessem aderidos ao

fundo da garrafa. Nesta garrafa de cultivo com os fragmentos foi adicionado 1ml de

meio de cultivo (DMEM + 10% de SFB + 1% de antibiótico) e logo foi levada a

incubadora (estufa 5% CO2 e 95% de O2, Thermo Electron Corporation). Nas

primeiras 72 horas, os fragmentos permaneceram em repouso, no interior da garrafa

de cultivo, sem nenhum movimento nos frascos. Após este primeiro período, as

garrafas foram monitoradas a cada 48/72 hs em microscópio de luz invertida

(AAKER) para a observação da migração das células a partir dos explants. Nesse

período, 1ml de meio de cultivo era adicionado, cuidadosamente a cada garrafa de

cultivo. Os fragmentos não aderidos foram removidos. Após o início da migração das

células, os explants foram descartados, e as células mantidas até a sua confluência

na garrafa de cultivo, sempre em atmosfera de 5% CO2 a 37°C.

O meio de cultura foi trocado a cada dois ou três dias, de acordo com o

metabolismo celular observado através da alteração de coloração do meio. As

células foram subcultivadas quando atingiam uma quantidade maior que 70% da

área cultivável do frasco, o que se denomina subconfluência. Para o subcultivo, a

garrafa foi levada à capela de fluxo laminar, logo o meio de cultura do frasco foi

removido com pipeta Pasteur estéril acoplada à bomba a vácuo (AspiraMax/

Indústria de Aparelhos Médicos Ltda). A pipeta foi apoiada no fundo da garrafa na

parede oposta a área de cultivo para a sucção do meio. A monocamada celular foi

lavada uma vez com 3 ml de PBS, pH 7,2. Em seguida, o PBS foi sugado e as

células separadas entre si e do fundo do frasco com a adição de 2 ml de solução de

tripsina a 0,25% com ácido etilenodiaminotetracético 1 mM (Gibco/Invitrogen –Lote:

794994) durante 5 minutos, a 37ºC. Passados os 5 minutos a tripsina foi inativada

com 4ml de meio de cultura contendo SFB reservado anteriormente e, as células em

suspensão transferidas para um falcon de 15 ml. Com uma pipeta volumétrica o

conteúdo do falcon foi ressuspenso para homogeneização. Alíquotas dessa

suspensão de células foram distribuídas em duas novas garrafas de 25 cm2

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contendo 5 ml de meio de cultivo suplementado com SFB a 10% e na garrafa de

origem. Os frascos foram mantidos em estufa à temperatura de 37ºC e atmosfera

úmida contendo 5% de CO2. Cada procedimento de subcultura originou nova

passagem da linhagem celular. As células usadas para os testes de citotoxicidade

estavam entre a 5ª e 10ª passagem.

Figura 3. Explants (setas brancas) e início da migração dos fibroblastos pulpares (a

e b); FPHs em baixa confluência (c) e em 70% de confluência (aumento de 40 X) (d).

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4.1.2 Cultivo da linhagem celular 3T3

Fibroblastos de camundongo de uma linhagem estabelecida 3T3/NIH, foram

descongelados, provenientes do Laboratório de Cultivo Celular da Faculdade de

Odontologia (NCT-Bio/FOUFPel). Figura 4.

Para o descongelamento um tubo de criogenia graduado de 4,5ml (Techno

Plastic, ref 89050) contendo a linhagem celular 3T3/NIH foi levado à temperatura de

37ºC através da parcial imersão em banho-maria (Biopar, Mod BM 03) por cinco

minutos e a seguir, dentro de capela de fluxo laminar vertical, o conteúdo foi

adicionado a uma garrafa de cultivo celular de área de superfície 25cm2 (Techno

Plastic Products), a qual já continha 5ml de DMEM completo à temperatura de 37ºC.

A garrafa de cultivo foi colocada em estufa de 5% CO2 à 37ºC e permaneceu

por um período de três horas para promover a adesão celular no fundo da mesma.

Após este período, o meio de cultura contendo DMSO (protetor criogênico) foi

removido da garrafa com pipeta Pasteur estéril acoplada à bomba a vácuo

(AspiraMax/Indústria de Aparelhos Médicos Ltda). Novo meio de cultura (DMEM,

completo) foi adicionado à linhagem celular e esta permaneceu em atmosfera úmida,

à 37ºC, até obter-se a confluência de aproximadamente 70% da superfície cultivável

da garrafa.

Procedimentos semelhantes aos descritos anteriormente de troca de meio de

cultura e subcultivo foram realizados até a obtenção de um número satisfatório de

células para realização dos experimentos com esta linhagem celular como explicado

no item anterior para cultivo dos FPHs.

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Figura 4. a) Células 3T3 no inicio do cultivo (aumento 40X); b) 3T3 com 100% de confluência (10X); c, d) células com 70% de confluência (40X), observa-se a morfologia celular.

4.1.3 Contagem celular

Antes da realização dos experimentos foi determinado o número de células

existentes nos frascos de cultivo. A finalidade da contagem foi conhecer o número

de células para uma divisão igualitária de células por grupo experimental. O número

de células semeadas em cada placa de 96 poços foi de 2 x 104 , para o teste de

citotoxicidade, e na placa de 24 poços de 4x104 células por poço, para o teste de

genotoxicidade.

Para a determinação do número (contagem celular), o meio foi sugado com a

pipeta Pasteur, as células foram lavadas uma vez em PBS e ressuspensas do seu

substrato utilizando solução de tripsina a 0,25% em PBS e 1% de EDTA

(Gibco/Invitrogen –Lote: 794994) por aproximadamente 5 minutos. Para inativação

da tripsina 4 ml de meio com SFB foram adicionados às garrafas, como descrito na

técnica de subcultivo. Após, o conteúdo total da garrafa utilizada no experimento foi

removido e colocado em um falcon de 15ml. O volume de células com meio foi

ressuspenso com a pipeta volumétrica para homogeneização das células no

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40

sobrenadante. Dessa suspensão celular, 20 µL foram pipetados e em um

hemocitômetro (Câmara de Neubauer Espelhada Melhorada/ Labor Optik), que logo

foi levado ao microscópio invertido de fase para realização da contagem. As células

com aspecto brilhante e formato arredondado foram consideradas viáveis, enquanto

as células escurecidas com formato distorcido foram consideradas mortas, não

sendo contabilizadas na contagem dos 4 quadrantes das extremidades. O cálculo foi

feito com base na fórmula onde o número total de células viáveis contadas foi

multiplicado por 104. Esse valor foi dividido pelo número de quadrados contados (4)

e multiplicado pelo fator de diluição (6ml). A partir da fórmula obtivemos a

quantidade aproximada de células presentes em cada frasco.

O número total de células presentes no frasco foi obtido através da equação

abaixo:

Após a determinação do número de células, uma quantidade de DMEM foi

adicionada a suspensão para obter-se a quantidade desejada de células por volume

para cada poço testado.

4.1.4 Preparo dos corpos-de-prova a partir do MTA convencional e do

fotoativado

O MTA convencional (Angelus, Soluções Odontológicas, Londrina, PR, Brasil)

e o MTA experimental fotoativado (MTA F) foram divididos em dois grupos e

manipulados de acordo com as recomendações dos fabricantes. O MTA

convencional (MTA C) foi espatulado em uma placa de vidro na proporção pó/líquido

de 3:1, com o auxilio de um medidor. A tabela 1 mostra a composição química do

MTA F. Para o MTA F, foram manipulados 4g de cada pasta do material, cada um

dos ingredientes foi pesado, em balança de precisão, nas porcentagens indicadas.

Logo após, foram confeccionados os corpos-de-prova em formato de pastilhas

apresentando 5,5 mm de diâmetro e 1 mm de espessura estabelecidos com o auxílio

de uma matriz metálica circular (figura 5), os corpos-de-prova foram polimerizados

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por 40s de cada face com fotopolimerizador (Radii Cal SDI). Uma matriz de poliéster

foi colocada sobre os corpos de prova na matriz metálica circular antes da

fotopolimerização, de ambos os lados do corpo-de-prova. O MTA convencional ficou

estocado em um tubo plástico, a temperatura ambiente sem umidade, por 24 horas

até a presa total, enquanto o MTA F ficou em média 20 horas estocado.

Tabela 1. Composição química do MTA dual fotoativável experimental testado.

MTA dual fotoativável

Pasta A Pasta B

60% MTA 60% Itérbio

20% Bis-EMA 10 20% Bis-EMA 10

20% Bis-EMA 30 20% Bis-EMA 30

Iniciadores Iniciadores

DHEPT 1% Peróxido de benzoila 1,5%

EDAB 0,8%

CQ 0,4%

Após tal período os corpos-de-prova foram esterilizados através da exposição

à luz ultravioleta (MODARESZADEH et al., 2010; DAMAS et al., 2011) por duas

horas (CHIANG e DING, 2010) sendo 60 minutos para cada lado da pastilha. Após,

cada um dos materiais foi colocado em DMEM sem soro, em um volume de 1 ml

cada, durante 24 horas, em tubos de criogenia (2ml, Eppendorf) (MODARESZADEH

et al., 2010; YAN et al., 2010) em estufa a 37°C para o condicionamento do meio

(DAMAS et al., 2011) (Figura 6). Passado o período, no interior da capela de fluxo

laminar, os corpos-de-prova de ambos os materiais foram removidos dos tubos, com

auxílio de pinça clínica para algodão estéril (Golgran). Os eludatos obtidos foram

congelados em freezer - 80ºC (Indrel/ IULT 335D) para posterior utilização nos

testes de citotoxicidade e genotoxicidade (GOMES-FILHO et al., 2009; ALANEZI et

al., 2010).

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Figura 5. Matriz metálica utilizada para a confecção dos corpos-de-prova.

Figura 6. Corpo de prova imerso em 1 ml de DMEM para formação do eludato teste.

4.1.5 Teste de citotoxicidade

4.1.5.1 Teste de viabilidade celular (MTT)

As condições de tratamento incluindo o cultivo e tempo de exposição foram

baseadas nas especificações de International Standards Organization (1997).

A suspensão das células foi plaqueada em uma concentração de 2 x 104

células por poço e distribuídas em placas de cultivo celular (ELISA/ Techno Plastic

Products) de 96 poços. Cada poço recebeu 200 µl de DMEM suplementado com

10% de SFB e 1% de antibiótico, onde se obteve o número de células descrito. As

placas foram então incubadas à 37ºC, em ar a 5% de CO2, por 24 h com os

fibroblastos 3T3/NIH e por 48h com os FPH, para promover a adesão celular ao

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fundo dos poços (FRESHNEY, 2000). Passado o período, os 200µl de meio foram

removidos e logo adicionados 200µl dos meios condicionados pelos materiais

experimentais, com adição de 20µl de SFB por poço, em contato com as células nas

placas de 96 poços (GOMES-FILHO et al., 2009; ALANEZI et al., 2010). Após a

adição do eludato a placa foi colocada por cinco minutos no agitador Shaker

(Biomixer/ TS-2000A UDRL Shaker) para homogeneização dos meios

condicionados. As células do experimento ficaram em contato com o meio teste por

24 horas na incubadora de CO2. Poços com DMEM sem a adição de células foram

usados como controles brancos.

Após a remoção dos produtos teste, 20 µl de MTT (sal tetrazolium [3-(4,5-

dimetltiazol-2-yl)-2,5-difeniltetrazolium brometo] (Sigma/Aldrich) diluídos em 180 µl

de DMEM foram adicionados em cada poço sendo as placas incubadas em

ambiente sem luminosidade por quatro horas à 37ºC (GOMES-FILHO et al., 2009). A

solução contendo MTT diluído em DMEM foi aspirada e 200 µL de dimetilsulfóxido

(DMSO/ Synth) foram adicionados a cada poço e as placas novamente levadas à

mesa agitadora a uma velocidade de 150 rpm por dez minutos para a solubilização

dos cristais de formazan. Tais cristais são produzidos pela redução do MTT pela

enzima desidrogenase succínica da respiração celular. Subseqüentemente, a

absorbância foi aferida usando o espectrofotômetro (Termoplate/TP-Reader) em um

comprimento de onda de 540 nm.

Foram utilizados três poços da placa para cada material teste e para o

controle, nos quais foram adicionadas células com o meio de cultura, não sendo

realizada troca pelo meio condicionado.

O experimento foi repetido três vezes com cada tipo celular em momentos

independentes para confirmação dos resultados.

4.1.6 Teste de genotoxicidade

4.1.6.1 Teste de contagem de micronúcleos (MN)

OS ensaios de genotoxicidade foram realizados somente com a linhagem

celular 3T3/NIH.

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No interior da capela de fluxo laminar foram adicionadas 400µl de DMEM com

SFB, após a contagem celular, onde se obteve 4x104 células/poço, em seis poços de

uma placa de 24 poços (Techno Plastic Products). Antes da realização do

plaqueamento, em cada poço a ser utilizado foi adicionada uma lamínula de vidro

circular previamente esterilizada com 13 mm de diâmetro (G13C Glasscyto), onde a

célula realizou a sua adesão, e posteriormente foi feita a contagem dos MN no

microscópio. Todos os procedimentos foram realizados no interior da capela de fluxo

laminar para manter a esterilidade. Após, a placa foi levada à estufa 37°C com 5%

CO2 e 95% O2 por 24 horas com as 3T3. Passado o período de incubação o meio foi

substituído em dois poços por 400µl do eludato formado pelo MTA F com adição de

40 µl de SFB, outros dois poços por 400µl do eludato do MTA convencional, com

adição de 40µl de SFB e nos outros dois poços denominado grupo controle foram

adicionado 400 µl de novo meio de cultivo (DMEM + 10% SFB), novamente a placa

foi levada a incubadora, após ter ficado 5 minutos na mesa agitadora (Biomixer/ TS-

2000A UDRL Shaker), por mais 24horas.

Passado o período de incubação, fora da capela de fluxo, os meios foram

sugados dos poços e a cada um foi adicionado 300µl de PBS por 10s, para lavagem

das lamínulas. As células foram fixadas, dentro do próprio poço, com 300µl de

solução constituída por três partes de metanol (Vetec) para uma parte de ácido

acético (Synth) e imediatamente foram levadas ao freezer -20ºC (Consul 220) por 30

minutos. O protocolo utilizado para fixação e coloração foi adaptado de

(FERNANDEZ et al., 2010).

Passados os 30 minutos, o fixador foi sugado e adicionado ácido clorídrico 1N

(Vetec) a temperatura ambiente durante um minuto, logo após, este foi substituído

por ácido clorídrico pré-aquecido em banho-maria a 63°C (Techno Plastic, BMD01),

a placa foi levada a estufa a 60 °C (Fanen) por dez minutos. Em temperatura

ambiente aguardou-se dez minutos o resfriamento natural do conjunto para

prosseguir. Sugou-se o ácido clorídrico e novamente se adicionou acido clorídrico

1N a temperatura ambiente por cinco minutos. O ácido foi sugado e foram feitas

duas passagens de cinco minutos de água destilada. Feito isto, a água foi sugada e

as lamínulas foram mantidas em repouso até a completa secagem.

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Iniciou-se então a coloração com a Técnica de Feulgen, que consiste na

coloração de todos os elementos celulares que contenham DNA. O DNA após

hidrólise ácida moderada, quando tratado pelo reagente de Schiff, dá lugar à

formação de um produto que cora num tom de vermelho arroxeado.

A coloração do material nuclear foi realizada com Reagente de Schiff (ácido

periódico de Schiff) por duas horas e trinta minutos à temperatura ambiente, em

ambiente escuro. Após, o reagente foi removido e as lamínulas cobertas por água

tamponada por quatro minutos sem luminosidade, a água tamponada foi removida e

realizada lavagem com água destilada e remoção das lamínulas dos poços. Foi feita

identificação das mesmas e repouso para secagem. Vinte e quatro horas depois as

lamínulas foram imersas no corante Fast Green (Sigma-Aldrich) por 10 segundos,

para obtenção da contra coloração do citoplasma, e depois lavadas em álcool (96%)

por três vezes durante três segundos cada passagem. Para a visualização da

reação em microscopia as lamínulas foram montadas em lâminas histológicas com

Entellan (Merck KGaA), após 24h de secagem.

Os micronúcleos foram visualizados em microscópio óptico comum (CX 21

Olympus), com objetiva de 40x e oculares de 10x em lâminas identificadas de forma

a cegar a leitura. A determinação da proporção de micronúcleos ocorreu mediante a

contagem manual de micronúcleos em 1000 células por campo. Os experimentos

foram repetidos por três vezes e analisados por dois avaliadores cegos.

Os critérios utilizados para caracterizar a formação dos micronúcleos foram os

seguintes: (a) deve ter contorno regular, redondo ou oval e estar dentro do

citoplasma da célula; (b) apresentar coloração semelhante ao núcleo principal; (c)

seu diâmetro deve ser menor que 1/3 do diâmetro do núcleo principal; (d) deve estar

no mesmo plano de foco do principal; (e) deve estar separado ou marginalmente

justaposto ao núcleo principal, de modo que haja identificação clara do limite nuclear

de ambos (COUNTRYMAN e HEDDLE, 1976).

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Figura 7. Célula micronucleada, MN (seta) de forma arredondada (a); um dos

critérios de exclusão: cromatina condensada em duas células-filhas, pós –mitose (b).

Foi contado um número de 1.000 células por cultura e realizados dois cultivos

por cada grupo testado, assim como preconizado por Kirsch-Volders et al., 2003

(KIRSCH-VOLDERS et al., 2003).

4.2 Ensaios Físicos - Mecânicos

4.2.1 Resistência à tração diametral

Os corpos de prova foram preparados com o auxilio de uma matriz

metálica circular bipartida tendo dimensões de 4 mm de altura e 2 mm de espessura

(Figura 8).

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Figura 8. Matriz metálica individual utilizada para a confecção dos corpos-de-prova.

Nota-se um CP com o MTA convencional em processo de confecção.

O MTA Angelus foi espatulado com água destilada na proporção pó/líquido

3:1. Os CP foram preparados individualmente e cada um permaneceu 15 minutos na

matriz para posterior remoção, evitando a sua fratura. O MTA F foi preparado na

quantidade de quatro gramas de cada pasta. Para a confecção de cada CP foi

pesado 0,060g (Balança de precisão, AW220D; Shimadzu) de cada pasta. Os

espécimes foram polimerizados por 40 segundos de cada lado, cobertos com uma

matriz de poliéster.

Depois de removidos da matriz, os CP, de ambos os materiais foram

individualmente armazenados em solução de água destilada a 37°C por 24 horas.

Os espécimes do MTA F foram lixados e polidos em lixa 600 (Norton S.A., São

Paulo, SP, Brasil). As dimensões dos CP foram medidas, considerando diâmetro e

espessura, com um paquímetro digital (Mitutoio, Tokio, Japão, 0.01mm precisão) e

então submetido ao teste.

Os valores de resistência à tração diametral foram realizados em uma

máquina universal (Emic DL-500, São José dos Pinhais, PR, Brasil) com uma carga

de 1000 N e velocidade de 0.5mm/minuto. Foram testados 11 espécimes de cada

grupo. Os espécimes foram posicionados verticalmente na máquina para aplicação

da carga compressiva.

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4.2.2 Sorção e solubilidade

Para realização dos testes foram confeccionados dez CP do MTA C (Angelus)

e dez CP do MTA F, com as mesmas proporções, características de manipulação e

matriz metálica de cinco unidades cilíndricas de 5,5mm X 1mm descritas no item

4.1.4.

Depois de preparados, todos os CP tiveram seus quatro cantos e o centro

medidos com um paquímetro digital (Mitutoio, Tokio, Japão, 0.01mm precisão), na

qual uma média foi calculada para determinar o volume (V) em mm3. Cada CP foi

armazenado individualmente em tubo de criogenia (Eppendorf) aberto em um

dessecador contendo sílica a 42°C. Foram repetidamente pesados em intervalos de

24horas, em uma balança analítica digital (AW220D; Shimadzu) até a estabilização

da massa, obtendo-se o valor de m1.

Após, cada CP foi imerso em 1 ml de água destilada e armazenado a 37°C

durante sete dias. Ao final dos sete dias os espécimes foram removidos e secos com

papel absorvente e novamente pesados para obtenção da massa úmida (m2). Então

os espécimes foram recolocados no dessecador a 42°C até nova estabilização da

massa para obtenção de m3.

A sorção de água (WS) e a solubilidade (SL) foram calculadas em mg/mm3,

através das seguintes fórmulas:

WS = (m2 - m3)

V

SL = (m1 - m3)

V

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49

4.3 Análise estatística

Os resultados dos testes de citotoxicidade e genotoxicidade foram submetidos

ao método estatístico baseado no modelo de distribuição normal e igualdade de

variância considerando-se o valor de p < 0,05 como estatisticamente significante.

O programa utilizado foi o Sigma Stat 3.5, e o teste utilizado ANOVA e

Kruskall Wallis.

Para os testes de resistência a tração diametral e sorção e solubilidade o

teste estatístico utilizado foi a análise de variância One-way ANOVA e Tukey para

realizar a análise comparativa entre os grupos (p< 0,05).

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5 RESULTADOS

5.1 Citotoxicidade

Os ensaios foram realizados em triplicata e repetidos independentemente três

vezes para cada tipo celular (FPH e 3T3/NIH). Em todos os ensaios os valores foram

expressos em porcentagem nos quais o valor do controle (sem tratamento) foi

equivalente a “1”, sendo os demais grupos comparados a este através dos dados

normalizados.

Os dados são apresentados como a percentagem média das absorbâncias

para cada sistema de teste e o valor da mediana de cada triplicata foi dividido pelo

valor da absorbância do controle do respectivo teste, obtendo-se assim, as

percentagens de cada MTA testado dentro dos independentes experimentos.

5.1.1 Fibroblastos pulpares humanos

A viabilidade celular entre o MTA C e o MTA F não apresentou diferença

estatisticamente significante, porém o MTA F apresentou desempenho mais

favorável quando comparado ao grupo controle (Figura 9).

5.1.2 Fibroblastos 3T3

A viabilidade celular entre o MTA C, o MTA F e o grupo controle não

apresentaram diferença estatisticamente significante (Figura 10).

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Figura 9. Viabilidade celular dos materiais testados com os FPHs, letras iguais

resultados sem diferença estatistica, letras diferentes resultados estatisticamente

diferentes.

Figura 10. Viabilidade celular dos materiais testados com as 3T3(NIH), letras iguais

resultados sem diferença estatistica.

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5.2 Genotoxicidade

A contagem de micronúcleos (MN) obteve 1.000 células por lamínula,

começando da parte superior esquerda do campo e seguindo no sentido horizontal.

As lâminas foram cegadas e contadas por dois examinadores diferentes para

confirmação dos dados. Foram realizados três experimentos independentes com

duas lamínulas cada.

O MTA C e o grupo controle (sem tratamento) apresentaram média de MN

semelhantes de seis e oito por 1.000 células, respectivamente. O MTA F apresentou

maior formação de MN quando comparado ao outro grupo controle, bem como ao

MTA C, porém, estatisticamente não apresentou diferença do grupo controle. A

quantidade média de micronúcleos para o MTA F foi de onze em 1.000 células

(Figura 11).

Figura 11. Média de MN encontrados por grupo em 1.000 células e comparação

entre os grupos. Letras diferentes, grupos estatisticamente diferentes.

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5.3 Resistência à tração diametral (DTS)

Os resultados da DTS dos dois cimentos testados foram estatisticamente

diferentes (p < 0,0001). O MTA C apresentou valor superior de 7.6 MPa e o MTA F

de 4.8 MPa (Figura 12).

Figura 12. Resistência a tração diametral comparada entre os grupos.

A imagem abaixo mostra o padrão de fratura dos corpos-de-prova (Figura 13).

Figura 13. Padrão de fratura apresentado. Foi semelhante nos dois grupos,

apresentando fratura em apenas duas partes. MTA F e MTA C, respectivamente.

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5.4 Sorção e Solubilidade

A tabela 2 mostra os valores obtidos de sorção e solubilidade para os

materiais testados com seu desvio padrão.

O MTA C e o MTA F apresentaram comportamento estatisticamente

semelhante em relação à absorção de água (p = 0,04559) e estatisticamente

diferente em relação a solubilidade na qual, o MTA C apresentou maior valor (p=

0.0002).

Sorção de água

(WS)

Solubilidade

(SL)

MTA C 11.3 + 3.0a 5.8 + 1.8a

MTA F 12.2 + 0.5a 2.9 + 0.2b

Tabela 2. Média e desvio padrão de sorção e solubilidade para o MTA C e para o

MTA F. Análise realizada por coluna. Diferentes letras subscritas indicam diferença

estatística entre os grupos (p< 0,05).

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6 DISCUSSÃO

O MTA é um material recomendado para capeamento pulpar direto, pois é um

material bioativo, biocompatível que conduz e induz a formação de tecido

mineralizado (PARIROKH e TORABINEJAD, 2010a).

A produção de um MTA fotoativável com presa dual (como proposto no

presente estudo) pretende reduzir os problemas relacionados à dificuldade de

manipulação do MTA convencional, que são amplamente relacionados na literatura.

As propriedades físicas do MTA podem ser influenciadas por diversos fatores, dentre

os quais podemos citar a proporção pó/líquido, o método de manipulação, pressão

de condensação e o tempo de manipulação (PARIROKH e TORABINEJAD, 2010a).

Além disso, a incorporação de uma maior quantidade de água no momento da

manipulação leva ao aumento da porosidade e, conseqüentemente, ao aumento da

solubilidade do cimento, o que pode desencadear uma maior liberação de cálcio.

Entretanto, o aumento da quantidade de cálcio liberada deve ser controlado, pois a

maior disponibilidade deste elemento diminui a proliferação celular em cultivo (MIDY

et al., 2001)

O MTA F, proposto no presente estudo, é composto por duas pastas em

seringas distintas que são dispensadas e homogeneizadas em quantidades iguais,

diminuindo assim a probabilidade de erros na proporção das duas pastas, o que

poderia provocar diminuição das propriedades mecânicas, físicas e biológicas. A

proposta de um produto que seja conduzido à cavidade através de seringas,

fotoativado por 40s e com a possibilidade de realização de uma restauração

definitiva imediata resolveria grande parte dos problemas ainda existentes no MTA.

A metodologia escolhida no presente estudo buscou avaliar a resposta

biológica do cimento experimental proposto através do cultivo de fibroblastos

pulpares humanos e células de uma linhagem celular amplamente utilizadas para

esse fim. Trabalhos prévios, avaliando a citotoxicidade de materiais odontológicos

usam linhagens celulares imortalizadas, como os fibroblastos 3T3 ou L949, que são

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células mais resistentes que as células humanas, porém apresentam um

metabolismo diferente do fibroblasto pulpar humano frente ao material testado.

Sendo assim, com o cultivo primário de fibroblastos pulpares humanos buscou-se

sensibilidade específica do teste mais próximos da realidade clínica, visto que a

célula pulpar é o objetivo do material que está sendo desenvolvido (CHANG et al.,

2010).

Um dos problemas associados com às linhagens celulares, pode ser

relacionado ao rearranjo extenso do material cromossômico, no qual alguns dos

principais genes envolvidos na viabilidade celular sofrem alterações (DA SILVA et

al., 2006; RIBEIRO et al., 2006). Para facilitar a reprodutibilidade do experimento e

comparação dos resultados optou-se pela utilização dos fibroblastos 3T3/NIH, visto

que, a utilização de uma linhagem celular também é recomendada pela ISO (SEPET

et al., 2009). Além disso as células 3T3 são amplamente utilizadas para os

experimentos de citotoxicidade e genotoxicidade (SEPET et al., 2009; FERNANDEZ

et al., 2010; NOCCA et al., 2010; ZEFERINO et al., 2010).

Muitos autores têm realizado seus experimentos com a utilização de culturas

primárias (PEREZ et al., 2003; BRAZ et al., 2006; TAKITA et al., 2006; YASUDA et

al., 2008; CHANG et al., 2010; TRUBIANI et al., 2010; YAN et al., 2010; DAMAS et

al., 2011). A vantagem desse tipo de cultivo celular é que possui características

muito similares às células dos doadores, e por isso a resposta obtida in vitro simula

de forma mais fiel o que aconteceria in vivo. Como desvantagem pode-se citar a

dificuldade de reprodutibilidade, já que as células perpetuam as características do

doador, e assim cada cultivo primário terá fenótipo e genótipo similares aos dos seus

doadores (FRESHNEY, 2000).

Pérez em 2003 comparou o comportamento de duas linhagens celulares,

uma imortalizada (MG-63) e outra de cultivo primário (osteoclastos de feto de ratos)

frente ao ProRoot e o MTA branco. A MG-63 teve crescimento e adesão celular mais

rápido que os osteoclastos no MTA, porém quanto ao ProRoot não houve diferença.

O processo de adesão celular é complexo e dinâmico, o que representa um

papel crítico de cicatrização, crescimento, proliferação e diferenciação celular. A

maioria das células de cultura primária adere-se a matriz protéica para sobreviver e

proliferar e quando essas células são cultivadas em condições que dificultam a

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proliferação e a adesão, elas param de crescer e perdem a viabilidade. Estas

características são bem diferentes nas linhagens estabelecidas, as quais

apresentam ancoragem independente à semelhança de um tumor in vivo,

crescimento e metástase (PEREZ et al., 2003).

Pérez, 2003 demonstrou que osteoblastos de cultivo primário mostraram

formação de nódulos ósseos enquanto a linhagem celular MG-63 não formou, sendo

os osteoblastos mais sensíveis que a MG-63. Desta forma, comprovou que células

de culturas primárias apresentam um melhor comportamento para testar os materiais

endodônticos.

O ensaio com MTT é considerado o método padrão para determinar a

citotoxicidade de materiais dentários em culturas celulares (JAFARNIA et al., 2009;

ALANEZI et al., 2010), além de ser um método simples, rápido e preciso (GOMES-

FILHO et al., 2009) que apresenta reprodutibilidade, capacidade de testar materiais

frescos e fixados em diversas fases.

Uma forma de disponibilizar o material para a execução da reação é o

eludato, que se obtém de através da solubilização das substâncias tóxicas do

material que potencialmente inibem a atividade e o crescimento celular (DARMANI et

al., 2007; ALANEZI et al., 2010; GANDOLFI et al., 2011).

Em nosso estudo foi possível observar que o MTA F obteve resposta

semelhante ao MTA C, ou seja, os monômeros utilizados na composição do material

experimental não interferiram inicialmente na citotoxicidade do material quando o

experimento foi realizado nos FPH. Na análise da figura 9 pode-se observar que o

MTA F promoveu maior proliferação celular que o MTA C e apresentou

estatisticamente maior viabilidade celular que o grupo sem tratamento (controle).

Contudo, quando o mesmo teste foi realizado com os fibroblastos 3T3/NIH, todos os

grupos apresentaram comportamento estatisticamente semelhante, no qual o MTA C

apresentou viabilidade celular semelhante ao grupo controle, como verificado por

Sepet, 2009 bem como o MTA F. Gomes-Filho, 2008, 2010 e 2011, utilizou um MTA

fotoativável semelhante ao testado neste estudo, avaliado através da técnica de

biocompatibilidade subcutânea in vivo, no qual o material experimental demonstrou-

se biocompatível, semelhante ao MTA convencional.

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O monômero resinoso utilizado no material experimental (MTA F) foi o Bis-

EMA. Sabe-se que a maioria dos metacrilatos são altamente citotóxicos

(GEURTSEN et al., 1998). Entretanto o Bis-EMA apresentou comportamento menos

citotóxico em FPH e 3T3 no estudo de Geurtsen em 2008, no qual o Bis-GMA foi um

dos monômeros mais citotóxicos. Em contra partida, o Bis- GMA foi o monômero

utilizado no experimento de Gomes-Filho, 2008, e não demonstrou citotoxicidade.

No estudo de Darmani, 2007, a resina Synergy que apresenta Bis-EMA em

sua composição apresentou melhor compatibilidade que as outras resinas testadas

quando em contato direto com os fibroblastos 3T3, além de maior efeito citotóxico

quando em eludato de etanol, justificando os resultados pela alta liberação deste

monômero no eludato. A resina P60 que também apresenta Bis-EMA em sua

fórmula teve comportamento intermediário. Esses resultados podem ser

relacionados a interação dos vários componentes de cada material liberados no

meio. Em outro estudo foi observado que o monômero mais liberado das resinas foi

o TEGDMA e o menos liberado foi o Bis-GMA (DARMANI et al., 2007).

Zanchi et. al., 2010, propôs um adesivo livre de HEMA substituindo-o pelo

monômero Bis-EMA, visto que este poderá apresentar menor efeito citotóxico do

adesivo pela diminuição da penetração do adesivo nos túbulos dentinários, uma vez

que a difusão das substâncias liberadas dos materiais dentários podem reagir com o

tecido pulpar após a difusão através da dentina, principalmente em cavidades

profundas (KRIFKA et al., 2011).

Sabe-se que o efeito citotóxico dos monômeros nas células está relacionado

ao potencial de induzir a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), o que

vai ao encontro da biocompatibilidade do MTA, visto que este material não produz

aumento de ROS nas células (CAMARGO et al., 2009). Em concordância, estudos

recentes tem comprovado a citotoxicidade dos monômeros amplamente utilizados

na composição de adesivos dentários e resinas compostas, como o TEGDMA, o

HEMA e o Bis-GMA, através da produção de ROS (CHANG et al., 2010; NOCCA et

al., 2010; KRIFKA et al., 2011). Devidos estes fatores o teste de citotoxicidade

realizado torna-se necessário uma vez que os monômeros utilizados na composição

do MTA F podem causar inflamação pulpar (GEURTSEN et al., 1998).

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Poucos estudos testam o Bis-EMA isoladamente, aparecendo em trabalhos

na formulação de algum material odontológico. Krifka, 2011, avaliou a citotoxicidade

de materiais livres de TEGDMA e HEMA, no qual dois materiais testados

apresentavam Bis-EMA em sua fórmula, entretanto tais materiais apresentaram

citotoxicidade pela formação de ROS.

Portanto, torna-se difícil comparar nossos resultados de citotoxicidade do

MTA experimental com os de outros estudos, porque estes testam materiais com

Bis-EMA que apresentam outros componentes associados, podendo a citotoxicidade

de determinado material ser relacionada a associação química dos demais

componentes (SIDERIDOU e ACHILIAS, 2005; DARMANI et al., 2007; SEISS et al.,

2009).

Em nosso experimento utilizamos matriz de poliéster sobre o CP antes da

polimerização, este recurso pode diminuir o efeito citotóxico do material, uma vez

que diminui a interferência na polimerização da superfície da resina pela presença

dos radicais livres de oxigênio (KRIFKA et al., 2011), o oxigênio livre interfere na

polimerização completa das resinas, ficando monômeros livres, que podem se

difundir pela cavidade bucal ou pela dentina (SEISS et al., 2009).

O teste de genotoxicidade utilizado foi o ensaio pela detecção de

micronúcleos (MN), o qual é considerado um indicador de danos cito-genéticos em

células humanas (COUNTRYMAN e HEDDLE, 1976).

O principal mecanismo responsável pela indução de micronúcleos é a quebra

da fita dupla de DNA, durante a divisão celular, levando à formação de pequenos

núcleos, bem menores que o original com fragmentos acêntricos e falha dos

aparatos mitóticos, resultando em MN com fragmentos de cromossomos ou

cromossomos inteiros em seu interior. O MN é resultado de um fragmento ou perda

cromossômica durante a mitose ou meiose celular (EVANS, 1997; KIRSCH-

VOLDERS et al., 2003).

O experimento de genotoxicidade foi realizado somente com a linhagem de

fibroblastos 3T3/NIH. A técnica de genotoxicidade com os FPH apresentou-se

bastante crítica, com dificuldades de adesão e de crescimento celular sobre a

lamínula no interior do poço de cultivo para realização do experimento, além de

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problemas de fixação e coloração. Estes problemas sugerimos, relacionar-se ao

cultivo primário, visto que, para o ensaio de MN existem relatos de linhagens

celulares imortalizadas ou utilização de linfócitos humanos ou ainda células

humanas pela técnica de citologia esfoliativa (KIRSCH-VOLDERS et al., 2003; BRAZ

et al., 2006; DA SILVA et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006; FENECH et al., 2011).

Em nosso estudo o MTA C não apresentou efeito genotóxico, apresentando

baixa formação de MN em 1.000 células, sendo o número de MN obtidos inferior aos

encontrados no grupo controle, de 6MN e 8 MN, respectivamente, o que corrobora

com os relatos da literatura. Portanto o MTA não apresenta genotoxicidade (BRAZ et

al., 2006; DA SILVA et al., 2006; RIBEIRO et al., 2006; CAMARGO et al., 2009;

ZEFERINO et al., 2010). O MTA F apresentou a formação de 11 MN em 1.000

células, o que representa um aumento em relação aos outros grupos, porém não

apresentou diferença estatística do grupo controle, porém foi estatisticamente mais

genotóxico que o MTA C.

Fernandez et. al., 2010, realizaram ensaio de genotoxicidade com o mesmo

grupo controle utilizado neste estudo, em condições metodológicas semelhantes,

com a utilização de fibroblastos 3T3/NIH e obtiveram em média 7 MN a cada 1.000

células. Os demais grupos compostos por agentes clareadores, sendo o material

mais genotóxico o peróxido de hidrogênio, que é um material comercialmente

disponível amplamente utilizado na clínica odontológica, apresentando uma média

de 22,3 MN em 1.000 células.

Camargo et al., 2009, realizaram o ensaio de genotoxicidade pela técnica de

MN, encontrando valores em torno de 10MN para o MTA C e para o seu grupo

controle, somente com meio de cultura, 11,25 MN, o que os torna semelhantes, ou

seja, não genotóxico. Utilizaram a linhagem celular V79, o que pode ser a causa da

diferença no número de MN, pela diferença de metabolismo celular.

Visto que, o MTA não apresenta efeito genotóxico, a maior formação de MN

no grupo do MTA F pode ser justificada pela presença de outro componente do

material como o monômero Bis-EMA, que pode apresentar efeito genotóxico, ou

pela associação dos componentes do material.

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Alguns estudos têm demonstrado que alguns monômeros como o TEGDMA e

o HEMA, provocam estresse oxidativo na célula-alvo, produzindo mutagenicidade e

apoptose celular, estando à quantidade de MN formada relacionada à concentração

do monômero (LEE et al., 2006; SCHWEIKL et al., 2007). Contudo, nenhum estudo

de genotoxicidade foi realizado com o Bis-EMA, portanto, mais testes de potencial

mutagênico serão necessários.

Se o dano ao DNA causado pelo produto químico carcinogênico é reparado

ou persiste é um fato importante para o destino da células-alvo. No entanto, o

desenvolvimento de tumores nestas células não é depente somente dos danos

iniciais induzidos no DNA e de sua reparação, mas também de

outros fatores, como a produção de metabólitos reativos, a sua distribuição, e seus

efeitos sobre a proliferação celular. Neste contexto, os testes de genotoxicidade nem

sempre refletem a carcinogenicidade (FENECH, 2000; SASAKI et al., 2002).

Com base nos resultados encontrados nos FPHs e nos fibroblastos 3T3,

podemos sugerir diferenças metabólicas entre as linhagens celulares, visto que os

produtos testados, as condições experimentais e laboratoriais foram as mesmas,

tendo como diferença apenas o tipo celular plaqueado, uma vez que a concentração

tóxica de determinado monômero pode variar de acordo com o tipo celular e sua

capacidade de desintoxicação (GEURTSEN et al., 1998; NOCCA et al., 2010;

DAMAS et al., 2011).

Os testes físicos-mecânicos realizados neste estudo foram necessários para

que avaliássemos o comportamento físico de solubilidade e absorção de água, visto

que o material estará em contato com a polpa dentária, na presença de umidade,

bem como sua resistência mecânica, para que seja determinada a espessura de

material que pode ser aplicada na cavidade dentária.

O ensaio de resistência a tração diametral nos indica a resistência mecânica

vertical do material, in vitro, frente à aplicação de uma carga compressiva. Consiste

em um teste mecânico de fácil reprodutibilidade e alta confiabilidade (ANUSAVICE,

2005).

Neste estudo o valor encontrado de DTS para o MTA F foi significantemente

menor que o MTA C. Porém a maioria dos autores relatam em seus trabalhos o valor

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médio de DTS para o MTA de 4.4 MPa (HUANG et al., 2008; KAO et al., 2009; SHIE

et al., 2009), o que se assemelha com o valor encontrado no nosso grupo

experimental (MTA F:4.8 MPa). Assim, pode-se afirmar que com relação à

propriedade mecânica de resistência à tração diametral o MTA F pode ser aplicado

como agente capeador pulpar.

Chiang e Ding, 2010, também relataram valores de DTS ao redor de 7MPa

para o MTA convencional como o encontrado nesta pesquisa.

Ogliari et. al., 2008, relataram que os monômeros Bis-EMA 10 e 30

apresentam grande flexibilidade devido à extensão de sua cadeia, o que inviabilizou

a realização do teste mecânico de resistência a flexão, na sua forma isolada. No

entanto a presença da longa cadeia flexível formada por oxietilenos dos monômeros

Bis-EMA 10 e 30 permite que o grau de polimerização dessas cadeias chegue a

100%. A presença de um maior número de unidades de óxido de etileno pode agir

como um solvente aprótico e levar a diminuição da concentração de espécies

reativas de oxigênio. Estas características dos monômeros utilizados no material

experimental (MTA F) podem justificar a viabilidade celular positiva observada no

ensaio de citotoxicidade e o baixo valor de resistência a tração diametral.

O MTA apresenta baixa solubilidade (TORABINEJAD et al., 1995), porém

essa solubilidade pode aumentar com o tempo do ensaio e pode ser influenciada

pelo aumento da razão pó/liquido do material. O óxido de bismuto presente no

material é responsável pela diminuição da solubilidade, além de conferir

radiopacidade ao material (PARIROKH e TORABINEJAD, 2010a). A perda de peso

do MTA após sete dias ocorre pela liberação de cálcio e o aumento de peso visto

após 30 dias de estocagem em solução fisiológica pode ser justificado pela

deposição de cristais de apatita sobre a superfície do material (SHIE et al., 2009).

A solubilidade dos grupos foi diferente, onde o MTA F apresentou menos

solubilidade que o MTA C. Como no estudo de Gandolfi, et. al., 2011, seu MTA

fotoativável composto por HEMA e TEGDMA também apresentou menos

solubilidade que os grupos comparados.

Esse resultado pode ser atribuído a característica dos dimetacrilatos de

insolubilidade devido à formação das ligações cruzadas, que dificultam a

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solubilidade (ANUSAVICE, 2005). No estudo de Ogliari et. al., o Bis-EMA 30,

apresentou alta solubilidade, porém o Bis-EMA 10 apresentou solubilidade

significantemente menor, o que pode ter gerado um equilíbrio no material

experimental e o tornado menos solúvel que o outro grupo formado somente por

MTA e água destilada.

A absorção de água apresentada pelos dois grupos testados foi semelhante,

portanto as características de expansão e comportamento em ambiente úmido não

alteraram as propriedades do material experimental.

Os monômeros dimetracrilatos apresentam a característica de absorver algum

líquido. O número de ligações cruzadas forma uma rede tridimensional que diminui a

sorção (ANUSAVICE, 2005). A sorção do Bis-EMA 30 é maior que o Bis-EMA 10 e

que o MTA (OGLIARI et al., 2008), porém quando se manipula o material se obtém,

no CP, ou no caso do capeamento, 20% Bis – EMA 10, 20% Bis – EMA 30,

totalizando 40% de composição resinosa, 30% de MTA, além dos outros

componentes do material, portanto a maior porcentagem do material não apresenta

a característica de alta sorção de água.

O Bis-EMA é um dimetacrilato aromático como o Bis-GMA, que apresenta

ligações éter em sua estrutura molecular, mas não apresenta grupos hidroxilas que

formam um veículo forte de ligação com a molécula de água, o que pode levar a

diminuição da sorção de água deste monômero (MORAES et al., 2010).

Além disto, o teste de sorção e solubilidade foi realizado como preconizado

pela ISO4049, de imersão em água por sete dias, que pode ser um tempo curto para

a liberação completa dos produtos do material composto pelos monômeros no

ambiente. Portanto avaliações neste tempo podem ser consideradas (MORAES et

al., 2010). Contudo, altos valores de absorção de água não são desejáveis, pois

pode afetar a estabilidades dos compostos resinosos e favorecer a degradação da

interface dente restauração (MALACARNE et al., 2006).

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7 CONCLUSÕES

Apesar das limitações de um estudo in vitro, podemos concluir que:

MTA convencional é um material biocompatível, que não interfere na

viabilidade celular, podendo estimular a proliferação celular, portanto não é um

material citotóxico e não apresenta potencial genotóxico pela formação de

micronúcleos.

O MTA experimental fotoativável dual (MTA F) pode ser considerado

biocompatível com as células pulpares humanas, capaz de estimular a proliferação

celular neste tipo celular como o MTA convencional (MTA C).

Com a linhagem celular de fibroblastos 3T3/NIH o MTA F mostrou-se

biocompatível, mas não promoveu proliferação celular.

O MTA F apresentou maior genotoxicidade em comparação ao MTA C, menor

resistência a tração diametral e menor solubilidade. A sorção de água de ambos foi

semelhante.

Com base nos dados obtidos neste estudo, in vitro, o MTA experimental

fotoativável dual apresenta-se como uma alternativa promissora para a realização de

capeamento pulpar. Contudo, outros testes precisam ser realizados para avaliação

de outras propriedades do material experimental antes de sua utilização in vivo.

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