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    Sesc | Serviço Social do Comércio

    Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer

    Lazer e educação:a experiência doprojeto Dançar éLazer

    ResumoNo intuito de trabalhar o processo de cada indivíduo buscando não privilegiar

    os resultados, mas sim os caminhos trilhados, as atividades que envolvemdança propiciam a descoberta de um novo modo de ver e viver o lazer comoum momento de aprendizagem, de desenvolvimento cultural e social. Des-se modo, o projeto de extensão Dançar é lazer deu início a suas atividadesem abril do de 2011 com sua primeira turma; no segundo semestre foramoferecidas duas turmas abertas para a comunidade em geral. Sua equipe éformada por alunos bolsistas do curso de Desporto e Lazer, alunos de outroscursos do Instituto Federal do Ceará e por prossionais de dança de Forta-leza. O projeto faz menção ao lazer como ação educativa em atividades dedança de salão, tendo como proposta oferecer um espaço para o desenvolvi-mento das dimensões humanas, congurando-se ainda como oportunidadede vivência prática, pesquisa e extensão para alunos do curso de GestãoDesportiva e de Lazer.

    Palavras-chave: Lazer. Educação. Dança.

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    IntroduçãoNo intuito de trabalhar o processo de cada indivíduo, buscando não privilegiar

    os resultados, mas sim os caminhos trilhados, neste olhar, as atividades queenvolvem dança propiciam a descoberta de um novo modo de ver e viver o lazer.Considerando-o não somente como um tempo para nada fazer ou para repor as

    energias para o trabalho, mas sim como um momento de aprendizagem, possi-bilitando o desenvolvimento cultural e social, sendo assim uma oportunidade deencontro pessoal e com o outro.

    Desse modo, o projeto de extensão Dançar é Lazer tornou-se um espaço parao ensino e aprendizagem, 1 assim como para prática da dança de salão comoatividade de lazer, nos oportunizando oferecer aulas de dança gratuitas para acomunidade, dando acesso a um direto social constituído por lei. 2

    No que se refere à formação prossional Tecnólogo em Lazer, o projeto atua comoum espaço de vivência prática, pesquisa e extensão para alunos do curso, estimu-

    lando a participação e o desenvolvimento de projetos dentro e fora da instituição.De acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (BRASIL,

    2006), o tecnólogo em Gestão Desportiva e de Lazer é o prossional apto a ge-renciar, implantar e avaliar planos estratégicos de desenvolvimento humano eminstituições públicas e privadas.

    Poderá criar produtos e serviços ligados ao lazer, esporte, folclore, arte e cultura,sendo capaz de desenvolver projetos e programas de políticas inclusivas e arma-tivas de integração social por meio de atividades sociais, lúdicas e desportivas.

    Este prossional se preocupa em identicar oportunidades de fazer comunicação

    entre organizações e seu respectivo público, através de atividades desportivase de lazer. Por meio das ferramentas de gestão, busca dar assessoria no geren-ciamento de recursos humanos, materiais e nanceiros de projetos, no caso,projetos de desenvolvimento social.

    Na esfera governamental, de ilustre desconhecida, a extensão passou a ser soli-citada como instrumento de política pública, em projetos e programas sociais,principalmente voltados para as populações carentes. E as atividades que en-volvem o lazer estão dentre diferentes ações presentes nos projetos de extensãouniversitária.

    Além das aulas, os participantes do projeto, contam ainda com outras atividadessocioculturais e recreativas como Sextas Dançantes, que ocorrem ao nal decada módulo. Respeita-se o caráter lúdico de tais atividades, visando o convíviosocial e a troca de conhecimentos e experiências entre os praticantes, inician-tes ou mais avançados na prática da dança.

    Procedimentos metodológicosComo metodologia de pesquisa, utilizamos do método bibliográco e documen-

    tal. Embasamos nosso trabalho em estudos de autores sobre o assunto. Esteestudo é um relato de experiência sobre as atividades do projeto de extensãoDançar é Lazer, no Instituto Federal do Ceará.

    O projeto oferece semestralmente duas turmas com 50 vagas cada, para a co-munidade em geral. Uma de iniciantes, que recebe pessoas que nunca tiveramcontato com dança ou que já possuem alguma noção, e uma turma de inicia-

    dos, para alunos remanescentes da primeira turma, dando assim continuidadeao trabalho inicial.

    As aulas estão dispostas em módulos de quatro ritmos, com quatro aulas porritmo e uma prática ao nal de cada módulo. A escolha dos ritmos para cadasemestre se dá em reuniões de planejamento onde os colaboradores, prossio-nais de dança ou ex-alunos do projeto, se disponibilizam para dar aulas do ritmode seu domínio.

    Ao nal de cada módulo ocorrem as práticas de dança chamadas de Sexta Dan-çante, estas funcionam como um baile, onde os alunos terão oportunidade de

    pôr em prática o que foi aprendido nas aulas, sendo também um momento deinteração entre as turmas.

    Em maio deste ano houve a I Mostra de dança do projeto, onde os alunos zeramapresentações de dança em grupo ou em pares. A mostra se tornará uma açãoanual, onde os alunos, por livre adesão, poderão compartilhar seus avanços naaprendizagem da dança.

    Atualmente, o projeto conta com 12 pessoas em sua equipe de trabalho, sendooito alunos do curso de Gestão Desportiva e de Lazer de diferentes semestres,um aluno da Licenciatura em matemática, um aluno do curso de Engenharia

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    Mecatrônica, ambos alunos da instituição e dois colaboradores voluntários,sendo um deles arquiteto formado pela Universidade Federal do Ceará e o outro,aluno do curso de Bacharelado em Dança também da UFC.

    Fundamentação teóricaOs projetos de extensão têm garantido o acesso à comunidade a atividades de

    desenvolvimento social, que em muitos casos, de outra forma não lhes seriapossível obter. Deste mesmo modo, ter a oportunidade de desenvolver essasatividades é de grande importância para capacitação prossional do estudantena graduação.

    Araújo Filho e Thiollent (2008) apontam que graças à atuação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 3 aos esforços dosgrupos de extensão nas universidades e a uma melhor compreensão por partede órgãos do governo, houve um longo trabalho de estruturação, de avaliação e

    de consolidação.Entre os autores que se dedicam ao estudo do lazer, conforme Marcellino (1987),

    não existe acordo sobre seu conceito. Existem duas linhas de pesquisa, ondeuma enfatiza o lazer como estilo de vida e a outra que privilegia mais o aspectodo tempo como liberado ou livre das obrigações.

    O lazer considerado como atitude está relacionado à experiência vivida e à sa-tisfação que esta provoca ao indivíduo. Nessa perspectiva, Bramante (1998)caracteriza o lazer como uma dimensão privilegiada da expressão humana deum tempo conquistado, materializado por uma experiência pessoal criativa, de

    prazer e que não se repete no tempo/espaço, cujo eixo principal é a ludicidade.Calvino (1990), citado pela pesquisadora Marques (2001), arma que nada mais

    somos do que a combinação de todas as experiências que nos são proporcio-nadas e fruto também de nossas buscas pessoais. Quem somos nós? Quem écada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações deleituras, de imaginações?

    Para o autor cada vida é uma biblioteca, uma enciclopédia, um inventário de obje-tos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido ereordenado de todas as maneiras possíveis. Desse modo, quanto maior o núme-

    ro de experiências e oportunidades de vivenciar, aprender e praticar, maior seránosso repertório cultural e social.

    Libanio (2012) arma que é na experiência diária que as disposições corporais aju-dam ou impedem o funcionamento da mente. Assim, cuidar do organismo e debom funcionamento faz parte do seu aprendizado intelectual. No entanto aindadesconhecemos o nosso real potencial, que pode ser aumentado ou inibido. O

    corpo aprende e o corpo ensina.Segundo Miller (2007), o corpo é o nosso instrumento e, antes de saber tocar um

    instrumento, é necessário conhecê-lo. Não existe dança se não houver primeiroo corpo. Ocorre por muitas vezes uma falta de intimidade com o próprio corpoe uma diculdade em aceitar o toque do outro. A dança vem contribuir com adescoberta das possibilidades inatas de uma pessoa levando-a a relacionar-secom outras e deste modo, melhorar problemas de timidez, distorção da própriaimagem e de sentimentos de inadequação.

    Para Marques (1997), mesmo com a apreciação de dança como arte e de sua im-

    portância e reconhecimento, tendo seu valor no desenvolvimento humano e seureconhecimento como direito social, o que se vê é a permanência de um pensa-mento cristalizado. Nessa visão, a dança deve servir para algo, o que importa é asua nalidade. A dança neste contexto também serve para dividir os aptos dosnão aptos, criando pensamentos preconceituosos.

    Desse modo, a dança de salão ganha, através do tempo, novas congurações,deixando de ser somente uma forma de entretenimento para atuar como ummodo de cuidado com o corpo, de ampliação dos círculos de amizades ou aindana manutenção do relacionamento a dois.

    Sendo muito apreciada por jovens e adultos, como atividade social, constitui-setambém como um importante aspecto cultural estando presente nas tradiçõesde diferentes sociedades mundo a fora, servindo segundo Laban (1990), comoimportante meio de comunicação e como forma de conhecimento.

    A dança, como forma de expressão e comunicação, estimula as capacidades hu-manas e pode ser incorporada à linguagem oral, por exemplo. Assim como aspalavras são formadas por letras, os movimentos são formados por elementos, aexpressão estimula e desenvolve as atividades psíquicas de acordo com os seusconteúdos e forma de ser vivida, tanto quanto a palavra (LABAN, 1990).

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    Observa-se uma série de ganhos com a atividade de dança de salão. Na partefísica, com o ganho de equilíbrio, coordenação e consciência corporal, na parteafetiva por estímulo ao convívio social e no campo sociológico pela apreensãode regras de etiqueta e convívio social.

    Mesmo pessoas com problemas cognitivos ou que possuam alguma limitaçãofísica, como no caso de pessoas com alguma deciência ou que usam próteses,

    podem experimentar grande satisfação e sensação de prazer com a dança, sesentirem mais autônomas e felizes pela superação de tabus e dos limites dopróprio corpo.

    Resultados e discussãoBuscando trabalhar o processo individual de cada aluno e não os resultados, o en-

    sino de dança propicia a descoberta de um novo modo de ver e viver o lazer, nãosomente como um tempo para não se fazer nada ou para repor as energias para

    o trabalho, mas sim como um momento de aprendizagem, desenvolvimento ede encontro consigo mesmo e com o outro.

    O projeto de extensão Dançar é Lazer deu início a suas atividades no dia 8 de abrildo ano de 2011 com uma turma de iniciantes com cinco ritmos a serem traba-lhados no primeiro semestre: forró, bolero, samba, salsa e bachata. No segundosemestre foram oferecidas duas turmas, uma de iniciados, para os alunos re-manescentes da primeira turma e uma nova turma de iniciantes.

    Sua equipe de instrutores é formada por alunos do Instituto Federal do Ceará –IFCE e por pessoas da comunidade, alunos de outras instituições ou graduados,

    prossionais de dança da cidade de Fortaleza. As aulas ocorrem às sextas-feirasdas 19h às 21h no Campus Fortaleza. As turmas são formadas pela comunidadeacadêmica e comunidade em geral.

    O projeto faz menção ao lazer como ação educativa em atividades de dança desalão, tendo como proposta oferecer um espaço para o desenvolvimento dasdimensões humanas de seus participantes. Marcelino (1987) arma que os au-tores ligados aos estudos do lazer reconhecem o seu duplo aspecto educativo,tratando-se de um veículo privilegiado de educação.

    [...] para a prática das atividades de lazer é necessário o aprendizado, o es-tímulo, a iniciação aos conteúdos culturais que possibilitem a passagem deníveis menos elaborados, simples, para níveis mais elaborados, complexos,procurando superar o conformismo, pela criticidade e pela criatividade (MAR-CELLINO, 1987).

    Congura-se ainda como um espaço de vivência prática, pesquisa e extensão paraalunos do curso de Gestão Desportiva e de Lazer, bem como para o cumprimen-to de carga horária das disciplinas de Projeto Social e Práticas Prossionais.Os alunos interessados em prestar serviço à comunidade através do projetorecebem ao nal do semestre declaração via Diretoria de Extensão com a cargahorária correspondente ao período trabalhado.

    O projeto está em seu sexto semestre de atividades oferecendo à comunidadeaulas de dança de salão gratuitas, sendo de grande relevância no desenvolvi-mento cultural e social de seus participantes, por seu caráter lúdico, educativoe inclusivo com as aulas e práticas dançantes.

    Os participantes demonstram, no decorrer das atividades do semestre, mudançaspositivas, adquirindo mais autonomia, uma maior desinibição e consequente-mente a perda da timidez. O ato de colaboração e interação do grupo gera nosalunos um maior respeito pelas diferenças e diculdades do outro, propiciandoassim a criação de novos ciclos de amizades.

    Além das aulas, os alunos contam ainda com outras atividades socioculturais erecreativas como as Sextas Dançantes, que ocorrem ao nal de cada módulo,sempre respeitando o caráter lúdico de tais atividades, visando o convívio sociale a troca de conhecimentos e experiências entre os praticantes, sendo eles ini-ciantes ou mais avançados na prática da dança.

    Segundo Ried (2003), por se tratar de uma dança bastante acessível, a dança desalão pode ser praticada por qualquer pessoa, por não exigir um alto condicio-namento físico. Mesmo um par que domina somente alguns poucos passos,em alguns ritmos básicos, com a condição física de um sedentário, pode expe-rimentar o prazer de uma prática com satisfação.

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    Considerações naisA abordagem lúdica no ensino de dança apresentou bons resultados no trabalho

    com as turmas durante os dois anos de atividade, por dispensar a técnica ouvisar outra nalidade senão o processo de aprendizagem de cada um. A cadasemestre a procura pelas turmas tem aumentado signicativamente, tanto por

    parte da comunidade quanto por colaboradores interessados em contribuircom as aulas de dança.

    A atenção dos professores está no processo de aprendizagem do aluno e no seudesenvolvimento. Esse procedimento busca minimizar ou mesmo anular qual-quer tipo de competição, cobrança ou sentimento de impotência. Dessa ma-neira deseja-se que todos possam cooperar entre si, evoluindo dentro de suaspossibilidades.

    Existe a preocupação em que todos interajam, no entanto por vontade própria, po-dendo assim descobrir as suas próprias potencialidades. Desse modo, alguns

    alunos que se identicam com a proposta têm se tornado, após algum tempo,colaboradores no próprio projeto.

    Conhecer a dança de salão acaba por agregar novos valores culturais e sociaisà vida de seus praticantes, podendo vir a tornar-se um novo estilo de vida. Oconvívio com pessoas de mesmos interesses torna o aprendizado agradável e oslaços de amizade acabam por ir além da sala de aula, parcerias são formadas apartir de então, dentro e fora da instituição.

    O projeto se compromete a dar acesso ao lazer de forma inclusiva e educativa,se empenhando no atendimento das necessidades de seu público. Este espaço

    vem ainda possibilitar a experiência das práticas prossionais e contribuir coma formação do tecnólogo em lazer na área de desenvolvimento social. Deseja-seque mais iniciativas como esta se concretizem dentro da instituição, favorecen-do os discentes e a comunidade.

    Notas1 A orientação humanística vê o ser que aprende primordialmente como pessoa. O importante é a autorrealizaçãoda pessoa, o crescimento pessoal.2 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, aprevidência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma destaConstituição (BRASIL, 1988).3 Fórum pela Política nacional de extensão universitária, Manaus – AM, 2012.

    ReferênciasARAÚJO FILHO, Targino; THIOLLENT, Michel Jean-Marie.Metodologia para projetos deextensão : apresentação e discussão, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). SãoCarlos: Cubo Multimídia, 2008.

    BRAMANTE, A. C. Lazer: concepções e signicados.Licere , Curitiba, v. 1, p. 9-17, 1998.

    BRASIL. Constituição (1988). Dos direitos sociais. In: BRASIL. Constituição (1988).Constituição Federal . Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Cap. 2, art. 6º.

    BRASIL. Ministério da Educação.Catálogo nacional dos cursos superiores de tecnologia .Brasília, DF, 2006.LABAN, R. V.Dança educativa moderna . São Paulo: Ícone, 1990.

    LIBANIO, João Batista. A arte de formar-se . 5. ed. São Paulo: Loyola, 2012.

    MARCELLINO, N. C.Lazer e educação . 11. ed. Campinas: Papirus, 1987.

    MARQUES, Isabel A.Ensino de dança hoje : textos e contextos. 2. ed. São Paulo: Cortez,2001.

    MILLER, Jussara. A escuta do corpo : sistematização da técnica Klaus Vianna. São Paulo:Summus, 2007.

    MOREIRA, Marco Antonio.Ensino e aprendizagem enfoques teóricos . 2. ed. São Paulo: Ed.Moraes, 1985.RIED, Bettina.Fundamentos de dança de salão : Programa Internacional de Dança de Salão:dança esportiva internacional. Londrina: Midiograf, 2003.