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e Condição cias CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS. Um anno . Nove mezes. Seis mezes Tres mezes. 12*000 10*000 7*000 455.000 O CEARENSE é destinado a sustentar as idéas do partido liberal; toma a respon- sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados, vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im- mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha; ou o que se convencionar.—Os assignantes pagarão metade.—Numero avulso SOOréis! Todas as pagas serão adiantadas. ¦___— Typographia Brasileira—93—RUA FORMOZAL— »$. i ... ii..- -._._.-.i ¦ -i L _... _____¦_______¦¦____¦¦¦.,, ¦___.—__.., Condição das assignaturas. INTERIOR E PROVÍNCIAS. « .• ¦ ' . : - ¦-.¦¦ ti ' Vão Um anno ^M%WT^^^M Novemezes. . .,:; .,, .,:. . nfloGO Seis mezes. . . ^^. - . 8^000 Tres mezes. . . . ¦¦ . •; >**^ 5^000 ANNO XXV.QUARTA-FEIRA 9 DE AGOSTO DE 1871.~ N 9! K Fortaleza, 9 de agosto de 1871. As peças officiaes.que S. Exc. o Sr.barão de Taquary fez publicar sobre as eleições municipáes do Acarape, longe de justifica? Io, vieram ao contrario aggravar-lhe a posição. Tanta era a convicção, de que a defeza do delegado de Baturité, si defeza se pôde chamar a esse mixto de contrariedades e inexictidões,importava o mais frio desprei soas ordens do governo, que S. Exc. por muitos dias hesitou em dar-lhe publicida- de. Somente quando se tornou demasiado forte a pressão exercida pela opinião, que impaciente interrogava, si por acaso esta** vamos vivendo sob o domínio do absolu- tismo, vieram a lume as informações, qüe a presidência por mera formalidade exigiu sobre os acontecimentos do Acarape. Estamos realmente n'uina epocha de verdadeira decadência. Os liberaee íoram de facto expellidos das urnas naquelía localidade, e nem.se- quer o governo mostrou empenho em ma- nifeslar.que não havia procedência na ac- cusação gravíssima.que a imprensa forinu- Iara; derramou-se, o sangue no conllicto, que se deu ali, e è para admirar a iner« cia do presiden te confiando cegamente na conducla do delegado de Baturilé, dessa autoridade,que acintosamente interveio no pleito eleitoral, havendo recebido uma or- dem ostensiva para não se envolver no processo da eleição. JNâo se pôde fácil menle torcer a verdade. Ainda que por um momento pro- cnrem empanal-a, ella surgirá mais tarde para esmagar com uma força irresistível os que ousam illndira opinião. E' esle o phenomeno.que actualmente se observa.^ Os thuriferarios do governo se esforção por justificaLó diante dos lucluosos acon__ tecimentos do Acarape, e S.Exc.o Sr.barão de Taquary, como que obedecendo á for- ça imponente da verdade a si próprio se condenaria, fazendo publicos os docu- menlos de sua fraqueza e condescenden- cia criminosa. O delegado em sua informação falta ver- dade do modo o mais cynico, quando pro- cura justificar se de haver lançado mão da força publica para intervir no pleito eleito- rui. Elle que ali se apresentou por ordem do chefe de policia para assistir ao processo da eleição,e teve recommendação expressa dessa autoridade para, segundo disse o presidente, manter a ordem unicamente «com sua presença e prestigio do cargo; nega que tivesse recebido participação offi-- ciai a respeito da eleição quer do presideu _ le quer do chefe de policia. Ter S9 ia por ventura dado o cazo de que o delegado de Balurité apenas rece- beo alguma «confidencial» do governo para assistir ao pleito eleitoral do Acarape? Que foi urna burla essa declaração feita ao juiz de paz de que nenhuma força se prestaria para o vencimento da eleição ? Não o acreditamos. E' ao contrario nossa convicção de que a paixão partidária desvairou o delegado, que no desespero de salvar.se não duvida cpmprofnetter, a adminislração. Depois da publicação das peças oíficiaes o Sr. barão de Taquary eslá mais que nun ca no dever de defender-se. A justificação que offereceo é conlrapro- ducente, comprometie-o em lugar de ab* solvcl-o. A opinião publica tem exigências, que dão podem ser illudidas a capricho. Que confiança pode inspirar o gover- no, que se deixa escarnecer por uma au- toridade policial ? S, Exc. pode favorecer o grupo a cujos interesses se acha ads.riclo mas sem o sas orifício de sua dignidade. _$ nevts conquista de Canindé. Para a villa de Canindé acaba de seguir um forte destacamento sob o commando do capilão Barroso. A sentença do cruel Verres vae ser fie!- menle cumprida—o Curú será povoado de nova genie. O que vae fazer essa expedição a Canin_. ? Capturar criminosos? Não o acreditas mos; de oulra vez quando esteve o Sr Examinemos os faclos do Acarape á luz, -Lnc«ua' íoi lbe apresentada uma lista de qne vieram derramar as peças oíficiaes. Das informações ministradas ao 'presi- dente sobre aquelles factos, a única que merece ser tomada em consideração é a do delegado. Foi esta autoridade, que, como confessa a presidência, recebeo ordem do chefe de policia, para assistir à eleição no Acarape, afim de manter a ordem «com sua presen- çae prestigio do cargo.» O presidente havia negado ao juiz de paz força por elle soilicilada, em razão de se achar disposto a «manter a liberdade do voto» no pleito eleitoral,que devia cor- rer unicamente entre os partidos. Foi aquella mesma auloridade que não obstante a ordem, que lhe fora transmitiu da mandou vir deBaiurilé um deptacainen- to commandado por um inferior, por enN tender, que sem tropa não pôde assistir a uma eleição. E' por tanto a informação do delegado a única, pela qual se pode aferir o procedi.» mento do presidente e julgar da sincerida de de seo pregramma, que sellou com ura uramento. 10 funccinoras que moravam de publico nas circumvisinhanças de Canindé, como apaniguados da família Cruz. mas nenhuma attenção prestou a isso S. S.a, convivendo anles com alguns delles. Salta pois aos olhos de Iodos que essa expedição não leva outro fim que perse- guir aos liberaes, levaLos ao desespero. Cj Sr. Lucena vergado ao peso dos remorsos que lheaguilhôam noute e dia a conscien- cia, condemnado pela opinião publica, que o aponta como o algoz de tantos pães de familias aquém o deshumano déspota ar- raslou ao cárcere, somente para satisfazer os inslinclos perversos de uma família de quem se constituiu instrumento cego, pre- medila novos planos de vingança de qne está sedento. Conlando com a condescendência passi- va do Sr. liarão de Taquary, cuja vontade conseguiu subordinar a seus caprichos, es- pera desta vez tirar bons resultados, De anle mão lamentamos a sorle que aguarda aquelle desvenltuado povo. Que recomiuendações reservadas não levaria na patrona o famoso soldado que foi comman- dando essa colamna de janizaros que se dirigiu aCaoindél Que scenas de horror na"o se irão repro- duzir naquelle lermo I Ao Sr. barão de Taquary não são certai mente estranhos os aclos vandalicos de re" quintada ferocidade corametlidos em Ca- nindé pelo Sr. Lucena e seus esbirros. A. lüctuosa historia dessa horrorosa con* quisla.foi publicada nos jornaes da corle. A impressão dolorosa deixada no espi> rito daquelle infeliz povo pela passagem devastadora do Sr. Lucena naquelía villa não se apagou ainda. Tornamos por tanto o Sr. barão de Ta- quary responsável pelas novas scenas de que vae talvez ser theatro a villa de Ca- nindé. NOTICIÁRIO Assemblêa provincial.—Na ses- são de ante-hontem a assemblêa approvou os se- guintes projectos d'este anno : N.° 21 (l.a discussão) derogando a resolução n.° 1,380 de 23 de dezembro de 1870, na pafte re- lativa a creação do officio do 2.° tabeílião do ter- mo Ào Cascavel; N.° 22 (l.a discussão) extinguindo o lugar de contador da thesouraria provincial, creado pela lei n.° 1,353 do anno passado; NT° 18 Í2.a discussão) concedendo privilegio a Antônio Mendes da Cruz Guimarães e outros para construírem uma estrada de ferro d'esta cidade para Soure; N.° 12 (3.a discussão) creando comarca no ter- mo de S. Bernardo; N.u 13 (3.a discussão) concedendo ao Dr. Fran- cisco d'Assys Bezerra, sua mulher e filhos a fa- culdade de serem sepultados na capella de Santa Anna de Quixeramobim; N.° 14 (3.a discussão) restaurando os limites da freguezia e termo de Maranguape, na parle em que foram alterados pela lei n.° 1,242 de 5 de dezembro de 18(58; N.° 16 (3.a discussão) restaurando as cadeiras de latim do Icó e Baturité; N.° 17 (3.a discussão) approvando o compromis- so da irmandade do SS. Sacramento da matriz do Limoeiro. —Foram approvados na sessão de hontem os projectos de ns, 23, regulando os limites da fre- guezia e município de Varzea.-Alegre, pra Ia dis.- cussão; 24, creando freguezia-em Monte=,Mor, em Ia discussão, 25, lixando força policial, em Ia diácu.são; 19, annexando ao districto de paz da Cachoeira, o Riacho dos Porcos, em 2a discus» são; 20, approvando arligos de postura da ca* mara municipal doCasóayel, em 2a discussão; 15, elevando a um conto do reis, a subvenção con- cedida á casa üe caridade de Milagres, em 3a di9u cussão. A ordem do dia para a sessão de hoje, consta da Ia discussão do projecio n. 32 de 1866, dos de ns. 21 e 22, 3a dos de ns. 14 e*,18, todos do corrente anno, e mais pareoeres adiados. Anle hontem, S. Exc. o Sr. barão de Taqua* ry, devolveu sanecionados os projectos ns. 3, creando oito cadeiras de instrucçâo primaria paru o sexo femenino nas povoações de Mucuripe, Ju* baia, Mulugu* Hoa-Visia, Jaguaribe-mirira, Alio Sanlo da Viuva, Sao da Orelha, Bom Jesus, e Porteiras; 4, creando tres cadeiras de instrucçâo elementar pjra o sexo masculino, nas povoaçOes do Retiro, Alto Santo da Viuva, e São João de Jaguaribe; e 5, creando orna freguezia na povoas çãu ile Marrecas desmembrada da freguezia de S João do Príncipe no Inhe.muns; Culto publico.-O Revd. Francis- co Casimiro de Souza foi reconduzido na oceu- pação de coadjuetor da freguezia do Jardim, por tempo de um anno. lubtrucçuo primaria.—Foi re- movido da cadeira do ensino primário do sexo masculino da povoação de S. José para a do Jacú Leandro Gomes da Silva. Não ha cadeira que sirva para este indi.. viduo. Desde que foi nomeado que anda n'uma verdadeira contradança. Parece que é a 4.° remoção que obtém. Não ó assim que se ha de reformar a instrucçâo publica entre nòs. —Foi concedida ao padre Joaquim Ma- noel de Oliveira, professor interino da ca- deira do ensino primário da povoação de Caxoçó a effectividade da mesma cadeira. Essa nomeação não está de accordo com a lei. E' verdade que o § 7.° do art. í.° da resolução provincial n.° 1:381 de 23- de dezembro do anno passado,autoriza o presidente a nomear professor primário a qualquer bacharel, clérigo de ordens sa- eras etc, independentemente de exame; mas essa lei parece quesq pode ter inteiro vigor depois de confeccionado o respectivo regulamento de que ella trata. O Sr. barão do Taquary vae mal assim... —Foi remo.vido o professor do ensino primário da povoação da Boa Vista.Deodalo José de Castro e Silva, par,a a. cadeira do mesmo ensino' da da Pendência, do termo deBaiurilé. Conselho naval.-Para membro do conselho de policia naval foi nomeado o juiz de direilo desta comarca Dr. Julio Barbosa de Vasconcellos que servira de au*, ditof. Destacamentos.—Foi mandado re- colher ao respectivo corpo o alferes Francisco Pe- dro dos Santos, que commanda o destacamento de S. Francisco sendo rendido n'esse posto pelo alferes Joaquim Alves da Rocha Carestia, que para ali seguiu; —O tenente Itriclio, que se acha em Sobral foi mandado para o Ipú afim de assumir o commando do destacamento d'aquella villa. Tentativa de suicídio.—Ante- hontem á noute tentou suicidar-se dando dous golpes com um canivete no pescoço a escrava Lu- zia, pertencente a Ovidio Paes Bo*tão de Jaguari- pe-merim. Essa infeliz escrava andava foragida- rio seu desespero para não voltar mais ao poder de seu senhor, tentou dar fim a seus dias. Os fe- nmentos são graves, e por isso acha-se em Dentro devida.B. Mostrou arrependimento do acto que praticou e pediu confissão. Inquisição administrativa. —O Sr. barão de Taquary vae revelando o seu iesui- tismo. Governo das trevas, o Sr. Taquary foge ã pu- bheidade, porque teme a justa censura de seus actos, movidos não pelo bom senso de que S. Exc parecia susceptível, attentaasua idade avançada' em que se manifesta sempre a reflexão, mas pela paixão partidária que o cega e o faz descarrear-se da verdadeira senda do dever. No Acarape foi festejada com foguetes a ap- provação da escandalosa e immoralissima farça ali forgicada pelos satellites do Sr. Taquary; en- tretanto nada ainda publicaram os jornaes, per- manecendo tudo encubado, envolto no mvste- rio.J Esse acto somente basta para caracterisar a ad- ministração desastrada do Sr. Taquary. E' verdade que S. Exc. não tem imputação, di- rígido por duas azas negras, dous homens de maus instinetos, não poderá obrar de outra sorte. No estado de caducidade em que se acha S. Exc. devia ter escolhido curadores mais bem' intencionados. Em outro numero apreciaremos detidamente este acto de immoralidade do Sr. Taquary. Negócios da Pacatuba.—Publi- camos em outro lugar uma declaração de nosso amigo Juvenal Galeno, protestando contra uma no- ticia dada pelo Jornal da Fortaleza sobre perse- guições da policia de Pacatuba. O nosso amigo não prestou bem attenção nara essa noticia. O collega do Jornal da Fortaleza nao falia de perseguições aos liberaes d'aquella vil.a; refere apenas um facto gravíssimo de que a policia não procurou tomar serio conhecimento deixando impune o autor do bárbaro espancamen- to, praticado na pessoa de uma infeliz mulher. Nessa parte somos solidário cora o Jornal da fortaleza. Estamos sempre prontos a profligar os abusos e desvarios da autoridade pertença ella a esta ou aquella parcialidade. Portanto permitta o nosso amigo que divirja- mos nesse ponto de sua opinião sobre a policia de Pacatuba, que não está isenta de peccado. Eis o facto a que alude essa declaração : LE6

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eCondição cias

CAPITAL E POVOADOS PRÓXIMOS.

Um anno .Nove mezes.Seis mezesTres mezes.

12*00010*0007*000455.000

O CEARENSE é destinado a sustentar as idéas do partido liberal; só toma a respon-sabilidade dos artigos da redacção, devendo todos os mais para serem publicados,vir competentemente legalisados. Publica-se diariamente com excepção dos dias im-mediatos aos santificados.—As publicações particulares pagarão 80 réis por linha;ou o que se convencionar.—Os assignantes pagarão metade.—Numero avulso SOOréis!Todas as pagas serão adiantadas.¦___—

Typographia Brasileira—93—RUA FORMOZAL— »$.i ... ii..- -._._.-.i ¦ -i _... _____¦_______¦¦____¦ ¦¦.,, ¦___.—__.., —

Condição das assignaturas.

INTERIOR E PROVÍNCIAS. «.• ¦ ' . : - ¦-.¦¦ ti ' Vão

Um anno ^M%WT^^^MNovemezes. . .,:; .,, .,:. . nfloGOSeis mezes. . . ^^. - . 8^000Tres mezes. . . . ¦¦ . •; >**^ 5^000

ANNO XXV. QUARTA-FEIRA 9 DE AGOSTO DE 1871. ~ N 9!

K

Fortaleza, 9 de agosto de 1871.

As peças officiaes.que S. Exc. o Sr.barãode Taquary fez publicar sobre as eleiçõesmunicipáes do Acarape, longe de justifica?Io, vieram ao contrario aggravar-lhea posição.

Tanta era a convicção, de que a defezado delegado de Baturité, si defeza se pôdechamar a esse mixto de contrariedades einexictidões,importava o mais frio despreisoas ordens do governo, que S. Exc. pormuitos dias hesitou em dar-lhe publicida-de.

Somente quando se tornou demasiadoforte a pressão exercida pela opinião, queimpaciente interrogava, si por acaso esta**vamos vivendo sob o domínio do absolu-tismo, vieram a lume as informações, qüea presidência por mera formalidade exigiusobre os acontecimentos do Acarape.

Estamos realmente n'uina epocha deverdadeira decadência.

Os liberaee íoram de facto expellidosdas urnas naquelía localidade, e nem.se-quer o governo mostrou empenho em ma-nifeslar.que não havia procedência na ac-cusação gravíssima.que a imprensa forinu-Iara; derramou-se, o sangue no conllicto,que se deu ali, e è para admirar a iner«cia do presiden te confiando cegamente naconducla do delegado de Baturilé, dessaautoridade,que acintosamente interveio nopleito eleitoral, havendo recebido uma or-dem ostensiva para não se envolver noprocesso da eleição.

JNâo se pôde fácil menle torcer averdade. Ainda que por um momento pro-cnrem empanal-a, ella surgirá mais tardepara esmagar com uma força irresistívelos que ousam illndira opinião.

E' esle o phenomeno.que actualmente seobserva. ^

Os thuriferarios do governo se esforçãopor justificaLó diante dos lucluosos acon__tecimentos do Acarape, e S.Exc.o Sr.barãode Taquary, como que obedecendo á for-ça imponente da verdade a si própriose condenaria, fazendo publicos os docu-menlos de sua fraqueza e condescenden-cia criminosa.

O delegado em sua informação falta ver-dade do modo o mais cynico, quando pro-cura justificar se de haver lançado mão daforça publica para intervir no pleito eleito-rui.

Elle que ali se apresentou por ordem dochefe de policia para assistir ao processoda eleição,e teve recommendação expressadessa autoridade para, segundo disse opresidente, manter a ordem unicamente«com sua presença e prestigio do cargo;nega que tivesse recebido participação offi--ciai a respeito da eleição quer do presideu _le quer do chefe de policia.

Ter S9 ia por ventura dado o cazo deque o delegado de Balurité apenas rece-beo alguma «confidencial» do governopara assistir ao pleito eleitoral do Acarape?

Que foi urna burla essa declaração feitaao juiz de paz de que nenhuma força seprestaria para o vencimento da eleição ?

Não o acreditamos.E' ao contrario nossa convicção de que

a paixão partidária desvairou o delegado,que no desespero de salvar.se não duvidacpmprofnetter, a adminislração.

Depois da publicação das peças oíficiaeso Sr. barão de Taquary eslá mais que nunca no dever de defender-se.

A justificação que offereceo é conlrapro-ducente, comprometie-o em lugar de ab*solvcl-o.

A opinião publica tem exigências, quedão podem ser illudidas a capricho.

Que confiança pode inspirar o gover-no, que se deixa escarnecer por uma au-toridade policial ?

S, Exc. pode favorecer o grupo a cujosinteresses se acha ads.riclo mas sem o sasorifício de sua dignidade.

_$ nevts conquista de Canindé.

Para a villa de Canindé acaba de seguirum forte destacamento sob o commandodo capilão Barroso.

A sentença do cruel Verres vae ser fie!-menle cumprida—o Curú será povoado denova genie.

O que vae fazer essa expedição a Canin_.dé ? Capturar criminosos? Não o acreditasmos; de oulra vez quando lá esteve o Sr

Examinemos os faclos do Acarape á luz, -Lnc«ua' íoi lbe apresentada uma lista deqne vieram derramar as peças oíficiaes.

Das informações ministradas ao 'presi-dente sobre aquelles factos, a única quemerece ser tomada em consideração é ado delegado.

Foi esta autoridade, que, como confessaa presidência, recebeo ordem do chefe depolicia, para assistir à eleição no Acarape,afim de manter a ordem «com sua presen-çae prestigio do cargo.»

O presidente havia negado ao juiz depaz força por elle soilicilada, em razão dese achar disposto a «manter a liberdadedo voto» no pleito eleitoral,que devia cor-rer unicamente entre os partidos.

Foi aquella mesma auloridade que nãoobstante a ordem, que lhe fora transmitiu

da mandou vir deBaiurilé um deptacainen-to commandado por um inferior, por enNtender, que sem tropa não pôde assistir auma eleição.

E' por tanto a informação do delegado aúnica, pela qual se pode aferir o procedi.»mento do presidente e julgar da sinceridade de seo pregramma, que sellou com urauramento.

10 funccinoras que moravam de publiconas circumvisinhanças de Canindé, comoapaniguados da família Cruz. mas nenhumaattenção prestou a isso S. S.a, convivendoanles com alguns delles.

Salta pois aos olhos de Iodos que essaexpedição não leva outro fim que perse-guir aos liberaes, levaLos ao desespero. CjSr. Lucena vergado ao peso dos remorsosque lheaguilhôam noute e dia a conscien-cia, condemnado pela opinião publica, queo aponta como o algoz de tantos pães defamilias aquém o deshumano déspota ar-raslou ao cárcere, somente para satisfazeros inslinclos perversos de uma família dequem se constituiu instrumento cego, pre-medila novos planos de vingança de qneestá sedento.

Conlando com a condescendência passi-va do Sr. liarão de Taquary, cuja vontadeconseguiu subordinar a seus caprichos, es-pera desta vez tirar bons resultados,

De anle mão lamentamos a sorle queaguarda aquelle desvenltuado povo. Querecomiuendações reservadas não levaria napatrona o famoso soldado que foi comman-

dando essa colamna de janizaros que sedirigiu aCaoindél

Que scenas de horror na"o se irão repro-duzir naquelle lermo I

Ao Sr. barão de Taquary não são certaimente estranhos os aclos vandalicos de re"quintada ferocidade corametlidos em Ca-nindé pelo Sr. Lucena e seus esbirros.

A. lüctuosa historia dessa horrorosa con*quisla.foi publicada nos jornaes da corle.

A impressão dolorosa deixada no espi>rito daquelle infeliz povo pela passagemdevastadora do Sr. Lucena naquelía villanão se apagou ainda.

Tornamos por tanto o Sr. barão de Ta-quary responsável pelas novas scenas deque vae talvez ser theatro a villa de Ca-nindé.

NOTICIÁRIOAssemblêa provincial.—Na ses-

são de ante-hontem a assemblêa approvou os se-guintes projectos d'este anno :

N.° 21 (l.a discussão) derogando a resolução n.°1,380 de 23 de dezembro de 1870, na pafte re-lativa a creação do officio do 2.° tabeílião do ter-mo Ào Cascavel;

N.° 22 (l.a discussão) extinguindo o lugar decontador da thesouraria provincial, creado pelalei n.° 1,353 do anno passado;

NT° 18 Í2.a discussão) concedendo privilegio aAntônio Mendes da Cruz Guimarães e outros paraconstruírem uma estrada de ferro d'esta cidadepara Soure;

N.° 12 (3.a discussão) creando comarca no ter-mo de S. Bernardo;

N.u 13 (3.a discussão) concedendo ao Dr. Fran-cisco d'Assys Bezerra, sua mulher e filhos a fa-culdade de serem sepultados na capella de SantaAnna de Quixeramobim;

N.° 14 (3.a discussão) restaurando os limites dafreguezia e termo de Maranguape, na parle emque foram alterados pela lei n.° 1,242 de 5 dedezembro de 18(58;

N.° 16 (3.a discussão) restaurando as cadeirasde latim do Icó e Baturité;

N.° 17 (3.a discussão) approvando o compromis-so da irmandade do SS. Sacramento da matriz doLimoeiro.

—Foram approvados na sessão de hontem osprojectos de ns, 23, regulando os limites da fre-guezia e município de Varzea.-Alegre, pra Ia dis.-cussão; 24, creando freguezia-em Monte=,Mor, emIa discussão, 25, lixando força policial, em Iadiácu.são; 19, annexando ao districto de paz daCachoeira, o Riacho dos Porcos, em 2a discus»são; 20, approvando arligos de postura da ca*mara municipal doCasóayel, em 2a discussão; 15,elevando a um conto do reis, a subvenção con-cedida á casa üe caridade de Milagres, em 3a di9ucussão.

A ordem do dia para a sessão de hoje, constada Ia discussão do projecio n. 32 de 1866, 2» dosde ns. 21 e 22, 3a dos de ns. 14 e*,18, todos docorrente anno, e mais pareoeres adiados.

Anle hontem, S. Exc. o Sr. barão de Taqua*ry, devolveu sanecionados os projectos ns. 3,creando oito cadeiras de instrucçâo primaria paruo sexo femenino nas povoações de Mucuripe, Ju*baia, Mulugu* Hoa-Visia, Jaguaribe-mirira, AlioSanlo da Viuva, Sao da Orelha, Bom Jesus, ePorteiras; 4, creando tres cadeiras de instrucçâoelementar pjra o sexo masculino, nas povoaçOesdo Retiro, Alto Santo da Viuva, e São João deJaguaribe; e 5, creando orna freguezia na povoasçãu ile Marrecas desmembrada da freguezia deS João do Príncipe no Inhe.muns;

Culto publico.-O Revd. Francis-co Casimiro de Souza foi reconduzido na oceu-pação de coadjuetor da freguezia do Jardim, portempo de um anno.

lubtrucçuo primaria.—Foi re-movido da cadeira do ensino primário dosexo masculino da povoação de S. Josépara a do Jacú Leandro Gomes da Silva.Não ha cadeira que sirva para este indi..viduo.

Desde que foi nomeado que anda n'umaverdadeira contradança. Parece que é a4.° remoção que obtém.

Não ó assim que se ha de reformar ainstrucçâo publica entre nòs.—Foi concedida ao padre Joaquim Ma-

noel de Oliveira, professor interino da ca-deira do ensino primário da povoação deCaxoçó a effectividade da mesma cadeira.

Essa nomeação não está de accordo coma lei. E' verdade que o § 7.° do art. í.°da resolução provincial n.° 1:381 de 23-de dezembro do anno passado,autoriza opresidente a nomear professor primário aqualquer bacharel, clérigo de ordens sa-eras etc, independentemente de exame;mas essa lei parece quesq pode ter inteirovigor depois de confeccionado o respectivoregulamento de que ella trata.

O Sr. barão do Taquary vae mal assim...—Foi remo.vido o professor do ensinoprimário da povoação da Boa Vista.DeodaloJosé de Castro e Silva, par,a a. cadeira domesmo ensino' da da Pendência, do termodeBaiurilé.

Conselho naval.-Para membrodo conselho de policia naval foi nomeadoo juiz de direilo desta comarca Dr. JulioBarbosa de Vasconcellos que servira de au*,ditof.

Destacamentos.—Foi mandado re-colher ao respectivo corpo o alferes Francisco Pe-dro dos Santos, que commanda o destacamentode S. Francisco sendo rendido n'esse posto peloalferes Joaquim Alves da Rocha Carestia, quepara ali seguiu;

—O tenente Itriclio, que se acha em Sobral foimandado para o Ipú afim de assumir o commandodo destacamento d'aquella villa.

Tentativa de suicídio.—Ante-hontem á noute tentou suicidar-se dando dousgolpes com um canivete no pescoço a escrava Lu-zia, pertencente a Ovidio Paes Bo*tão de Jaguari-pe-merim. Essa infeliz escrava andava foragida-rio seu desespero para não voltar mais ao poderde seu senhor, tentou dar fim a seus dias. Os fe-nmentos são graves, e por isso acha-se em Dentrodevida. .

Mostrou arrependimento do acto que praticou epediu confissão.

Inquisição administrativa. —OSr. barão de Taquary vae revelando o seu iesui-tismo.

Governo das trevas, o Sr. Taquary foge ã pu-bheidade, porque teme a justa censura de seusactos, movidos não pelo bom senso de que S. Excparecia susceptível, attentaasua idade avançada'em que se manifesta sempre a reflexão, mas pelapaixão partidária que o cega e o faz descarrear-seda verdadeira senda do dever.

No Acarape já foi festejada com foguetes a ap-provação da escandalosa e immoralissima farçaali forgicada pelos satellites do Sr. Taquary; en-tretanto nada ainda • publicaram os jornaes, per-manecendo tudo encubado, envolto no mvste-rio. J

Esse acto somente basta para caracterisar a ad-ministração desastrada do Sr. Taquary.E' verdade que S. Exc. não tem imputação, di-rígido por duas azas negras, dous homens demaus instinetos, não poderá obrar de outrasorte. No estado de caducidade em que se achaS. Exc. devia ter escolhido curadores mais bem'intencionados.Em outro numero apreciaremos detidamente

este acto de immoralidade do Sr. Taquary.Negócios da Pacatuba.—Publi-

camos em outro lugar uma declaração de nossoamigo Juvenal Galeno, protestando contra uma no-ticia dada pelo Jornal da Fortaleza sobre perse-guições da policia de Pacatuba.

O nosso amigo não prestou bem attenção naraessa noticia. O collega do Jornal da Fortalezanao falia de perseguições aos liberaes d'aquellavil.a; refere apenas um facto gravíssimo de que apolicia não procurou tomar serio conhecimentodeixando impune o autor do bárbaro espancamen-to, praticado na pessoa de uma infeliz mulher.Nessa parte somos solidário cora o Jornal dafortaleza. Estamos sempre prontos a profligar osabusos e desvarios da autoridade pertença ella aesta ou aquella parcialidade.

Portanto permitta o nosso amigo que divirja-mos nesse ponto de sua opinião sobre a policiade Pacatuba, que não está isenta de peccado.Eis o facto a que alude essa declaração :

LE6

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2« No dia 30 do passado,na povoação da Pacatu-

ba, a infeliz Maria José, foi barbara e horrível-mente espancada por um aggregádo do majorChrysanto, de nome Vicente de tal.

A infeliz Maria José apanhou durante três dias;no íim do 3.° foi encontrada quasi morta, amar-rada, e procedendo o subdelegado o competentecorpo de delido, os ferimentos recebidos foramjulgados leves, sendo ó major Chrysanto um dosperitos, e o subdelegado o agente e instrumentodo dito major Chrysanto.

E' horrível o estado da Pacatuba, e depois dese deixar morta uma desgraçada mulher, não ha-ver jüstíçà ijue puna os perversos, é cousa que sóestava r"eseívàda pará o governo estéril do Sr. Ta-quary, e a policia desmoralisada do Sr. Lucena. »

<L. legada — Acham-se n'esia' capitalos nossos amigos Dr. Anicmio Saboia de Sá Lei-tão,, Domingos Francisco Braga, da Imperatriz,tenedtè João Lui. da Roclia Vianna do Arraial ete'neri_è_corone! Vicente Gomes Ferreiro Torres,do Ipú, jos quaes cumprimentamos.

poposito.—Foi mandado addir aodeposito de praças para o exercito n alferes ho-nornri. Joaquim Alves da Róchã Cãríslià.

Cvedito supplentetitttr — A pre-siderais abriu um credito da quantia de29i064$518';_'&&"seguintes rubricas- por conta doministério da guerra: corpo de saúde e hospitans, exercito, cqmmiissõís militares de 1870 —1871, para decorrer as despezas das mesmas ru-bricas.

Guarda ààèhiúâ. —A presidênciaordenou ao commandante superior da guarda ria*cional de Sobral que üzesse destacar n'aquellacidade 1 cabo e 10 praças para a guarda da cadeia,visto ter sido retirado o destacamento de policiaque ali eslava.

No mé.mO sentido livarahi ordens os comman»-dantes supédorjes do Crato e Lavras.

Concurso.-—Acham se em concursoas cadeiras dó ensino pru.ario do sexo mascu»liao da povo. ção da Jubaia e do sexo femeninoda do M ücWipe, ulli ntaoienle crèatla.

Ci__rg'0f.iioIi_.ii.es --Foram nomeadó. páía lugares Üe subdelegado de policiade Maria Pereira, 3ose Felix de Carvalho,l,»e 3.° suppiehtè^o mòsriio JeronymoJosé de Almeida e-Delâüd Delgado Perdi-gâo; subdelegado da Barbalha FranciscoIlòd'riguès Vieira.

'Oílittfiéo IIetváes. - Ari tè^tiontema_naívhec.tí!em nosso' porto o «üdoricoMendes» procedente do Maranhãjp eescàJás

Parifc'.—Pè\p «Jeròme» recefrèmos jornaes desi'a província.

m dia '22

âô passado tornara pesse daclief atuía'de qÒlíòia da provincia o Dr.Francisco de Souza Ciroe Lins..

—Cdlebi iram-se ha capital exéquias so-lenines pelo repouso da alma da princezaD. Leopoldina.

4^-A 'febre amarela continuava a victi-mar,, ..,.,.. /. •....,

! — Havia faíta de carnes verdes no mer-cado.

UàrailiiSo: --A réceila Üà provínciapára o anno financeiro de 1871 — 1872 foiorçada em 752:906#000 e a despesa em?9í:558#558.

-^'Pdlh sdçiedáde mànumissora fora nbdia 2f8 de

"julho, entregues cartas de liber-'dade ã 15^escravos.

-No mesmo "difct a Exm. Sra. D. Candida R. Mendes alforriou um escravo, D.Roza J. 'Viíiira.im, JõáéFerreira da SilvaJtiWiòra Uni e Francisco G. Reis á urn.

O Sr. Luiz Carlos Pereira de Castro à'l-for. ioii lambem a um seu escravinlio.

. -—Em S. Bento continuavam a grassaras b^xigbs.

Lteíríòs táPaiz;. ., .,.,. De üma brincadeira entre Antônio Nu-:

nes da Silva e Daniel Augusto Pilar de OIL-veira, rapazes de viole é lantos anríos, cai-xeiros dbYSrs. Yiuva Ehnes (. Belchior,resultou a niorle do primeiro; anle-hontemdomingo.'Esfavitoeüesno^iiarto tífa que mora-vam a conversar ámigavelmenle, pois erammuito amigos, quando armaramsse baniulde um íewoiver, que julgou descarrega-do, e Silva de uma;bengala dè estoque, ep.sèramse a siinular um alaqee pira y^rqual das duas armas era superior. Nistovai Daniel disparando os1 liros do re wolvératé qoe acerta em um que estava carrega-do, e como linha a arma apontada p:ira oseu companheiro e amigo, cravou-lhe .'bala, ácim:i do umbigj, em parte tão tnãq' quatro horas depois eslava o potíre rapazmorto, apezar de ler sido pnimplamenlesoecorrido pelos Srs. -Drs. Saulnier, SantosSacintho e 'Maltas.

PiÜliliy — A assembléa provincial "es^

laiva ítín ccionando com 16 membros. Pre-sidente Dr. Eneas José Nogueira, 1.° seerelario Dr. Agezilau Pereira da Silva e2.° Antônio Gentil da Souza Mendes.

— ^aáessãóde 10 do passado regei louo projecto quesngeü.ra os |depíomas dos

deputados a regisiro mediante o pagámea -: j»íz continua a appelhr em todos os crimes só*to de .0_ 000 sob pena de multas

—Em S. Raimundo Nonato installou^seuma sociedade mamimissora.

— Fallecera em Campo Maior o majorJoão Rodrigues Magalhães

Incesiüio ssaliteSTasaeí?.—A po*pulai;, o da grande cidade de Shoílield, In-glalerrajoi lia d ias surprehendidá por umhorroroso e ao mesmo lempo singular, in»cendio porque é subierraneo e lavra nocenlro da cidade. Em uma fabrica de ÈyreCtreet rtotousse que. tendo-se apagado asfornalhas nos:.bbado, .scaldeiraseslavamcheias de vapor na segunda feira seguinte.Tratou-se logo de averigu.tr a ciosa destephenomeno e feitas algumas exeavaçõesconhecensse que por debaixo de uma ca-mada de terreno arenoso havia minas decarvão de pedra, que estivam ardendo;quiz se apagar o fogo, mas descobriu seque elle lavrava por dèb:iixo de grandeparte da cidade, e que as bombas traba-lhariam em vão para extinguir; o que sópor exeavações se poderá conseguir, sen0do preciso construir primeiramente grau-des abobadAs oara as casas não caírem.E' grande o susto que reiüa em tnda a cida-de,segundoasssévera a «La Conslitucion»,de Madrid, d'onde extraliimes a noticia.

SE ADO

Discurso pronunciado em sessão do 1 de julhode 1871.

Reforma judiciaria¦ i,.

O Sr. Pompeu [continuando) : —Também quanto whabeas-corpusnão possonegarque 6s emendas do nobre minislro melhorara oomjpcto que veio da câmara dus deputados. S.Exc. ampliou esse beneficio, egiendendo. se aléaos detidos para o recrutamento; foi um grandebenficio; mas por outro lado restringe-o, pelaexcepção posta ao § 2o art. 15 do projeclo, eó n'essa restricção que não posso concordar,porqne limita ã jurisprudência, até hoje em usonos 'tribunaes, d. conceder habeàs>corpus nocaso de pronuncia oii de sentença,- e V. É|xc sa •be ;qúe eáta ofaimfâm tido iug .r constontéméi.Hte rioS' t. ibòliaés da corte. Êü citarei sòdous ex-emplos recentes que vi occòrreV no Rio de Ja«neiro, que conürrnam a pralica adnptad» pelosuibühae. superiores.Jcoin grande vantagem paraa liberdade iridmdüal. Em 1867 o I. r. Severinode Carvalho, juiz. de direito da comarca de Ja*jíiiarão, ho Rio Grande do Sul, havia sido con«demnado em um processo crime pelo juiz mu*nicipòldo termo; o supremo íribíihal de justiçaboncedeu habeas-corpus e annullou o processo.'Ainda ba pouco li üô Jornal do Commercioque o Sr. Dr. C P. da Fonseca, daco-narca deItábira, em Minas, qué tinha sido pronunebdo

51 elo crime deestellionato, obteve habeas-corpusi rebição da òorte.

Portanto, a jurisprudência de que estão doposse os tribunaes superiores é mais ampla doqbe a que o nobre minislro quer hoje conceder,b não vejo motivo para qüe se restrinja, ou seVolte atiBZ de uma pratica liberal, confiada atribunaes que até.hoje d*fila não teem abusado.

E' verdade que nas emendas falla-se de -juizbòmpeteritè. Mas, senhores, não sabe o senadoque ás vezes lia grande questão a respeito dabompetencis de juiz ? Até hoje, por exemplo,hão esta declarado em lei, não é explicito queíis magistrados lenhas piiviliigio do foro e que,por conseguinte, esl,ejam fóia da aJçada da poli»cí.i nos crimes communs ? Entretanto siiscila.seit quesião a se a autoridade policial hoje, ou seas auln.ridades processantes pela nova lei sãocompetentes para formar processos nos crimescommuns prateados pelos magistrados »

Mas, não é só a respeito da competência dojuiz que muitos processos reseotem^se de gran*'de nullidade. O nobre ministro, que tem vividosempre na corte, talvez ignore o que se passano interior'de muitas províncias; ahi formam-seprocessos clandestinos, sem que o paciente ouvictima d'elle tenha a menor noticia, e com todas'as formalidades; só sabem os rccosadng quandoos processos lhes são intimados em termos quenão dão lugar a recuiso o.j appellação. Ora, porque em taes casos recusar aos tribunaes superio-res o direito de conceder habeas-corpus aospacientes ou victimas de taes processos ? Ao me-nos, qusndo subsista a sentença de pronuncia oude c• ndemipçso, possa o tribunal superior'con-ceder os recursos ordinários ás parles.

Também, Sr. presidente, não posso admittir aeminda do nobre minislro ao art. 12 § 4° doprojeeto vjndo da oulra c-maia, a respeito daapp.ellação dos juizes de d reito no caso do art-^ § Io da lei de 8 de dezembro de 1841 O pro^jecto da câmara, comquanto não restabelecesseem.jj/tjo o preceito constitucional, que manda queos juizes de facto julgue ro p conheçam do facto,o que o juiz d'! direilo applique .1 lei, comtudoha^ia em grande'parte se approxiovado d'esteprincipio, melhorando a'íéi de 3 de dezembro,¦? esse i'b. pejlo, rendendo assim homenagem à na^tureza ou indile do jury, porque deixava ?ó«

mente com effeito 6uspensivoda sentença absolutoria unanime.

Ora, é uma grande differença que estabelecea enenda do nobre ministro ao artigo do projecto da câmara dos deputados; e porque S. Exc.considera como tão urgente e necessária essa tu*tela do juiz de direito sobre o tribunal popular ?O honrado senador pela Bahia, o Sr. bVrâo deS. Lourenço, deu uma razão que não me pareceprocãdenle; S. Exc. allegou que nas comarcas dointerior muitas vezes acontecia que 03 podero-sos influíam, no animo dos jurados para decidirem pró ou contra os accusados; eque era misternm correctivo a esse poderio ou influencia male-fica dos mandões da {ildêà. MastíStãTãd os juizesde direilojnleirameiite isentos da influencia d'esKses mandões ? Por ventura elles também nào(iodem ser susceptíveis de sugestões, do terrorque po.lem eneulir essas influencias maléficas ?Epor vezes não tem isto acontecido? Suppõe o no-bre senador que so' os jurados eram susceptíveisdainfluencia perniciosa d'esses homens;mas,se as*sim fosse, era o caso de repetir, se com o nobreministro: cada povo é digno da sorte que tem;seria um defeito que recahiria sobre os própriosjuizes, cidadãos, moradores na localidade que,faltando ao dever da sua consciência, compro-mettem sua própria segurança e pagam caro suafalta.

Cmcebo, Sr. presi lente, que em 1841, quan.do se fe_ a loi de 3 de dezembro, houvesse mo*li vo justificado para impor essa conecção aotribunal popular; o jury linha sido instituído em1833, e em sele annos de experiência apenasporque tinha passado, o nosso paiz, não estàh-do ainda preparado para esla instituição, nàopodia dar um resultado satisfatório. A experi*-eucia era curta, a educação ia se fazendo, aindaque com difíiculdade, quando se apressaram emdar-lhe o golpe que o desnaluróti, a titulo decorrectivo. Ahi veio a mão do governo tutelan-dp o povo; isto é, arrancandóvlhe uma attribui..ção que a constituição lhe garantira, atè queaprenda a usar d'ella. Mas já este menor, estepupillo do governo, nào estará hoje, depois de30 annos, habilitado para entrar no goso de seudireito ? Alé quando se ha d» prolongar esseiulerdicto ?

As idéas retrogradas, qua em 1841 ganharammuito terreno, exageravam os abusos, aliás con-sideraveis, da inexperiência dos tribunaes po-pubires, e deram o correctivo da appellação desuas decisões, que importa sua nuílificação.

Mas boje, Sr. presidente, depois de um tiro*cinio tão longo, quáfijo o nosso povo está maisou menos instruído e adestrado no jogo de rios-sas instituições, nao vejo razào para guecontinueessa tulella que desnatura a indole do jury._Mas disse o honrado ministro; a As appella-

ções do juiz de direito das decisões do jury sãosempre fundados, tanto as.im que as relaçõessempre a. confirmam.»

Porque não, Sr. presidente, se as appellaçôesdo juiz de direilo, levadas as relações, só teempor fundamento as provas dos autos «o allegadoe provado» e as razões que aduz o juiz appeUlanle ? Colados ) Se a relação se collocasse nomesmo ponto de vista qu_ o jury, isto é, sejulgasse de consciência, se mesmo ouvisse as ra-zões porque os jurados proferiram seu veredicl,talvez julgasse por outrB maneira, mas, no pontode vista em que ella se colloca, tendo somentepor fundamento as provas dos autos e as ra*zões eseriptos do juiz de direito, è quasi impôs,sivel que não dê sempre provimento ás appidla*.-ções interpostas. [Apoiados.)Também não posso approvar a emenda dohonrado minislro ao art. 6° do projeclo da ca-mara dos Srs. deputados S. Exc. não quer quéo jury tenha competência para todos os delidosde liberdade de imprensa. As razões que S. Exc.apresentou nao me convenceram, porque pro-vam de mais, S. Exc. diss*'que « seria augmen-lar a afflicção ao afflicto ter de levar ao debatepublico do jury a injuria que a victima quer vin^g:'r.» Mas, senhores, se' esta razão procede aa respeito do particular também deve prevalecera respeito do funccionario/ entretanto, como<abe o senado, em conseqüência da maior pena»lidade n'este segundo caso, o funccionario vê-seobrigado a levar a injuria qne pretende vingar aesse tribqnaj de publicidade, a que S. Exc. nãoquer que chegue a injuria feita ao particular.Também a respeito da calumnia. que não èmais do que a injuria especificada, dá-se o mes-mo inconveniente que S- Exc. allega, porque acalumnia lem de ser levada ao tribunal do jury ;e entretanto o nobre ministro nào propoz, comodevia piopor para ser cohorenle, que o crime d^calumnia não fosso julgado pelo jury.

ii___wartgrjii«iiii«miiiiltT_ri>.i»i. ím

CORRESPONDEM DO CEARENSE,

Acuracti, 2 do agosto ile 1891.

No dia 22 do mez próximo passado.abrioso a 1." sessão do jury neste lermo.

Presidio o tribunal o honrado juiz de direilo da comarca. Dr. Francisco Urbano daSilva Riboiro; occupou a cadeira dapromo-loria, o Dr. Primiüvo de Miranda SouzaGomes, moço intelligente, qne proraelte serbom orador e honrar a carreira que abra-cou.

Nesse mesmo dia (22), foi submetlido ajulgamento o réo Francisco Gomes da Silva,

.incurso no arl. 192 do cod crim. combh

gamento os réos Francisco Vieira Dias eJoanna Maria Perpetua, os quaes foramcondemnados no gráo minimo do art. 201do cod. crim.

Os réos li veram por defensores, o advo-gado Ignacio Ribeiro Pos?oa,e o acedemi-co João Gualberto Pereira e Souza.

—Na sessão de 25 entraram etn julga-menlo os réos Manoel Antônio de SouzaMagalhães, incurso no art. 265 do cod.crim., e Antônio Thomaz de Souza, no arl.178; foram absolvidos.

- A. 26 submelleuse a julgamento o réoJosé Ferre-ra Fontanelles, incurso no art.205 do cod. crim.; fui absolvido, leve pordefensor o advogado Ignacio Ribeiro Pes>«soa.

Nesse dia encerrou.se o tribunal.—Chegou a esla villa o juiz municipal

ür. Antônio Borges da Fonseca Júnior, queaqui veio residir o resto do tempo que lhefalta para completar o qualriennio. A re-solução desse cavalheiro nos alegrou bas-tanle, pois este termo sentia a falta de umjuiz que tivesse responsabilidade de seusactos. Esjjeramos, que, sua presença farádesaparecer certos abusos que se davamneste foro, principalmente no que diziarespeito, ás custas...

Esse juiz veio mui satisfeito do lermode Santa Anna, onde residio 2 annos e 9mezes; diz elle, que, não conhece nm povomais amante da ordem e respeito da auto-*ridade como o de Sanla Anna; mostra-semui agradecido ao partido liberal d'aquelnlá localidade, principalmente a seu dignochefe, tenente-coronel Manoel Joaquim de.Souza e Vasconcellos.

—Consta-nos que nosso amigo majorFrancisco Theofilo Ferreira pretende orga-nisarnesta villa, uma sociedade emanei-padora, que deverá inslalli_r.se no dia 7de setembro do corrente anno;se esse dis-lindo liberal levar avante seus desejos,prestará um grande serviço não só a estalocalidade como ao paiz.

Si quizer, realisará sua nobre e gênero asa idéia; «querer é poder».

Lemos o discurso do padre Ia vier Nosgueira em resposta ao do illustre liberalOliveira Sobrinho; achamos interessante,principalmente o «pedaçe de ouro» quese segue; — «Tenho sido victima de atroses'pesseguições (deveras I que diz a isto Sr.José .Martiniano ?) e «calumniosas impu>tações estou cançado de lutas» (não pa-rece I)

«O Sr. Gustavo:—((Felizmente estamacabadas; j. se restabeleceu a hormonia»(se foramos deputado, diriamos muitobeml)

«O Sr. Xavier Nogueira:—«O que sediz ter havido è uma falsidade: fez^se ape-nis, justiça, e eu não posso continuar nalula» (nem deve I) «desde que sé deu apaz á um perseguido» (parabéns ao povode Sanla Anna)

«Hodie mihi eras libi» I I—Em Santa Anna estam sendo proc^sados por crime de falsidade, o escrivão

ürcisino Xavier de Castro Mügalhães e con..lador José Bernardino Ferreira Gomes doMaria.

—Visitamos o armazém que o Sr. PauloJosé Rodrigues, digno agente da compa-nhia dos vapores de Pernambuco, mandoufazer no porlo das cacimbas; é uma obraimportante, que servirá de muita utilidadeaos negociantes desta ribeira, principal-mente aos da cidade de Sobral.

O Sr. Paulo Rodrigues é um brasileirodislineto, digno de Ioda consideração; osserviços que ora nos presta, obriga-nos a'colocal-o no numero d'aqnelles que dese-jam o progresso do seu paiz.

Fazemos votos a Providencia para qtreS. S a sempre resida no meio de nós.

Alé breve.X.

mente a faeuldade de appellar o juiz de direito ; nado com O arl, 34 do mesmocod.; Sahionos crimes inafiançáveis, e ainda mesmo n«esso | condemnado no fíráo minimo do art. 205.3iiso restricla essa facu.lade guando a absolvição n-,r____ i _ t • _,•fosse por unanimidade do conselho de jury. EnJ ^müeü a reo, O advogado ignacio Ri-tretanto que a emenda do nobre ministro versa ]'beiro 1 essoa.somei)te sobre defeitos da appellação; por ella o —No dia 24, foraIB Sübtüeltidos a juls

PUBLICAÇÕES SOLLICITAD_:_.

Pacatuba.

Como membio do partido libf.ral da Pat,catuba, não devo deixar passar sem reparoa aceusação injusla, que ern seu noticiáriode hontem faz o «Jornal da Fortaleza» àsautoridades policiaes d'aqueíla povoação,cujo estado declara horrível !

Não é exacto o que a respeito asseverao «Jornal». O partido liberal da PacatubaDão lem soffndo perseguição alguma da

LEGÍVEL

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policia, qua felizmente acha-se ali confiadaa çoüservalores moderados e incapazesde. praticarem violências contra os seusadversários.

E except'uando.«?.e E-Uevão, e mais doisoa Ires turbulentos einimigas ile quilqueraulhoridade q'se empenhe ne cumprimen-te de seus deveres,—Iodos na Pacatuba,quer d'um partido quer d'ouiro,estão saptisíeilos com o procedimento di policia.

Eis a verdade, e proval-a-hei se for ne-cessario.

J. Galeno.Fortaleza 7 de agoslo de 1871.

O GUribftldí quer fallar.

Sr.Redactor. -Com surpreza fui citado,á requerimento do Sr. José Barroso, eporque essi citação pò ie abalar o creditoe o conceito que presumo gosar do publi..co, não lenho oulro remédio senão vir aimprensa protestar contra esse procedi-meuto d'aquelle Sr.

A minha boa fé nunca foi posta em du.,vida; o meu procedimenlo.como negòciansle, tem sido applaudido pelos homenssensatos; nunca faltei aos meus pagamem>tos, e pela minha pontualidade julgo ter aestima dos negociantes honrados.

Não tenho divida vencidar O Sr. Jo-sé Barroso não] me quiz comprehenderno modo porque eu ajustei a sua conta.

Estou disposto a pagarihe o resto, que'lhe devo, mais é preciso que S. S.a acorri-mode se i não lenho medo do juiz queme hade julgar, porque elle me fará jusli»ça, e coUvençàssé disto o Sr. José Barro-so, a quem compro a muitos mezes, e aquem não desgostava.

Dada esta satisfação por amor ao publi?co, fico esperando que a minha reputaçãonão'soflfra, e Deus permilta que o Sr. JoséBarroso seja muito feliz em sua vida com"mercial'". é um desejo para mim o melhor.

Fortaleza 8 de agoslo de 1871.Jozé Fernandes de Magalu\es.

Perseguição aos liberaes deCanindé.

O público já deve tornar-se enfadonhoem ler as calumnias e mentiras argnidaspaios conservadores desta infeliz villa deCanindé, digna de melhor sorte, conlra ospacíficos e honrados liberaes.

Aclaalmenle neste termo póde-se darsurras, tantas se queira, psrque quem pi-ga o faclo é José Aníonio.

Ha poucos dias, Manoel Ferreira Ferro,morador no Arraial do Jacú, deste termo,levou meia duzía de sipuadas que elleManoel Ferro, mesmo não pôde atlribuirquem as deu, porque entrigádo como elleé, não pôde atlribuir quem fosse.

O Sr. Manoel Ferro em caminho do Ja-cü, para esta villa, dissera que allribuia asurra qne linha levado á um lal João deAlmeida, um perverso que vive surrandoe roubando nas estradas-a quem quer quepasse. pfis não se deve duvidar que JoãoAndré praticasse desles actos, porque Ma-noel Ferro dissera, que se encontrandocom João André o pegava. Teve a infelizsorte deste encontro, o que apenas poudepegar meia dúzia de sipuadas, islo por elledizer que era o Espirito Santo; mas étanta a:perversijlade dos Cruzes, que che.>garam a obrigar o pobre Ferro, a dizerque tinha sido José Antônio, para poresle meio puder pedirem uma grande for.,ça ao Sr Lucena para vir acabar o restodas ovelhis e cabras dos fazendeiros daribeira do Curú.

Não acreditamos mesmo que o lllm. Sr.presiJenle preste se a paixões iníquas doSr. Lucena, vil instrumento da canalhaCruzes. Adeos breve voltarei.

Do Cego Annibal.Canindé 21 de julho üe 1871. .

Um appelioá administração docorreio.

O abaixo assignado chama a atlençãodo Sr. administrador Irineo. e pede pro-videncias tendentes a regularidade dos es-tafetas que conduzem as malas para estavilla. Sei que a maior censura cabe a ageu-cia do lcó, onde se contraiam os indivi-duos para conduzirem as malas, e issocom tanlo vagar que só explica falta desollicilude aos interesses públicos.

No lcó chegam os eslafetas, que parlem

da capital, e mais ou menos em dias certos—4, 14, e 24^de cada mez, devendoas malas desta villa chegarem a 10, 20,e 30. No correnteianno ainda não aconte-ceo uma só voz semelhante cousa, assim é,que a mala á chegar a 20 do corrente mez,se esta a espera delia na presente data2o de julho.

A correspondência official, por via deregra, sò nos vêm ao conhecimento commais de 30 dias depois de expedida.

A villa do Assaré até hoje ainda esperauma agencia, e tudo o mais resentesse detal abandonno I

Domingos Antônio Alves Ribeiro.

Uma menina enferma e aaiys-teriosa.

Sob esla epigraphe escreveu, o tenenteReginaldo de Barros Alencar, algumas li-nhas na Constituição de 10 de ab'il proxi-mo passado nas quaes se divisa ainda seudespeito contra mim.

Tenho procurado não dar rcsposta.sem.,pre que sei que este senhor se occupa deminha vida; mas agora querendo dar maiscurso as suas investidas, forçoso me é,contradizendo^, explicar o facto tal qualeile se deu.

No Brejo Secco chegou um indivíduo denome Benedicto Pinto condusindo umamenina, que se dizia doente.

Esta menina, ou por sua má índole, ouã força de insinuações, representou umtriste papel naquella povoação.

Dizia ella, ver uma alma, a de meu fi-nado genro Benedicto Penita de Alencar,e ahi procurava explicar a causa de suamorte.

Accrescentava.ser de veneno essa monle; e que tivera sido posto veneno emcafé e lingüiça por Francisco'Ferreira e amando meu : assim explica lambem o ar-licülista da «Constituição» n.° 56 desteanno no seu—apedido.

Devera o articulista accrescenlar o quese passou até o fim do drama.

Essa menina que se affirma, que dn-rante 13 dias nada comeo nem bebeo foide ordem do subdelegado Bernabé Pereirade Alencar, então em exercício, e genrodo articulista, e de combinação com o Rvd.missionário Henrique José Cavalcante,em uma casa honesta e de confiança dasquellas autoridades; isto pela manhã, ordenando o mesmo subdelegado a dona dacasa que não lhe desse comer, sem prece-der ordem do missionário.

Logo depois da chegada da referida me-nina, de uma para duas boras, principioua chorar, pergunlandoJhe a dona da ca-sa o que sentia, nada lhe respondeo; per-gunlando-lhe de novo, se queria comer,deu signal afíirmativo.

Manda a dona da casa dizer 'ao missio-

nano, que a menina chorava e queria co^mer,

0 missionário prohibe que se lhe dêalimento alé que elle fosse ali,

Ao meio dia chorou de novo e seguindo-se a mesma exigência da dona da casa leveem resultado o mesmo signal de querercomer.

Repeliu se isto ainda as 5 horas da tar*de: sendo, porém, o choro maior, avisoua dona da casa ao missionário e esle com-parecendo perguntou-lhe :

« Porque não falia ?« Porque lenho um peso nalingua, disse

a menina.E desde então principiou a conversar.« Como se deo isto ? Pergunta o missio*

naiío.« Responde a menina. Estando eu em

uma noite a ralar mandioca, minha avómanda-me deitar, e obedecendo, ao dei*-tar-me apago a luz e me assombro, porquelive medo d'alma do finado Benedicto.

« O que veiu ver aqui ? Falia o padre.a Meu pae,diz a menina.queriaq' viesse

porque o missionário me punha boa.« Passou sempre sem comer durante os

dias que se diz assombrada?c Responde a menina Eu comia o que

me dava uma moça.Emfim de 8 para 6 horas estava com*

plelamenle boa, comia, conversava, e casminhava, voltando em companhia de seuspães a pé d'onde havia chegado em umarede.

Toda povoação presenciou estupefactaesla scena lão vilmentc urdida e tambémdesfeito o embusle.

w*,1

Outro ponto merece resposta. 4s com*cidencias do facto.

Se não fora o tenente Reginaldo, o sub-delegado processanle de Francisco Ferreira, mulher, tílho e de mim, onde mostroutanto desejo de criminar.-me, que faltassenessas coincidências, por certo que nãoadmirava; mas sendo, como foi, o própriojuiz que me julgou hoocente no summarioa despeito de seu interesse na causa : èadmirável.• Nada mais natural, que uma menina,cujo pae se presta a. manejos tão baixosinsinuada, vir repelir o ecco de meus dentractores: vir recitar a oração aprendidaem casa para por era pratica na scena;

Se o processo em que o Sr. tenenteme fez estar preso alguns .dias tivesse pas"sado desapercebido, e não tomasse o vultoque tomou, ella não tocaria naquillo queignorava; mas sendo publica e noloriamen"te discutido, até que a verdade triumphou;procürão de novo urdir uma rede" paraencommodarao adversário. Triste gosto.E' verdade que Francisco Ferreira, suamulher e filho se achão pronunciadosjmasque rumo tomarão? IVonde se evadirão?

Que providencia tomou a autoridade eu-carregada de sua segurança ?

Com negócios desta ordem não é quese mancha a reputação do homem debem.

Não quero justilicarame porque nãotenho de que; mas não convém deixar pas>,sar desapercebido um artigo, cujo fim ègerar contra mim uma suspeita, è fazer-me uma accusaçâo.

Fique o publico sabendo do facto e esátou satisfeito.

Breginho 15 de julho de 1871.Sebastião Pereira d'Alencar.

Âo meu amigo c protector José Correia doAmaral.

O mundo é uma mentira, a gloria fumoA morte um beijo, e esta vida um sonboPesado, um doce que s'esvae na campa.

Read Cabral.

Minha alma túqueanceías. por outra melhpr pátria. e outra vida,

quebra as frágeis cadeiaspor onde á letra estás tao mui unid8,

e remonta.-te acs céos,patri» do leu Deus.

Que vale de conlinoandar, andar por esta senda escura,

sem rumo e sem destino,procurando de balde essa ventura

que somente ha nos cèospátria do teu Deus ?

Pfra que sonhar deliciasonde marlyriosè realidade ;

e affagos e cariciaso que são os enganos da maldade ?

Minha alma, busca os cèospátria do teu Deus.

Para que aohelar gloriase com a mortejudo alGm se esquece?Oh I não resta memória

da flor que junto ao tronco se emmurchece,busca a gloria dos céospátria do teu Deus.

Ai que valem riquezasseo coração jamais se nos sacia?

se por tanlas tristezaspoucos são os momentos dhlegria

pátria do teu Deus?/

Minha alma, tu que anceiaspor oulra melhor pátria, e outra vida,

quebra as frágeis cadeiaspor onde à ter.ra estás tão mal unida,

e remonta-le aos céuspátria do teu Deus.

Ceará. * .*

VARIEDADE.Cousas e lousas.

•—Pois é possivel ?—E' como lhe digo, o Machado não sabe nem

ao menos cuspir. '—Isto é graça, Seu Portugual.—Ora... ora"... ora I você é um tolo I Você não

viu como ainda agora fugi de conversar com elle ?E' porque quando cospe ou espuma as barbas,ou os pés, ou a pessoa â quem falia I E' uma bo-ca de caídeirinhal...

*Os poucos alfaiates da nossa capital tôm se vis-

to atrapalhados com as encbmmendas de cazacaspara os deputados. Todos querem se apresentarempavesados e chibantes na grande festanca doSr. São Gonçalo.

D. Carapeba mandou fazer uraa cazaca que éum traste especial;—nas abas tem uma infinidadede bolsinhos que em forma de pratileira de hode-ga destinam-se para guardar separadamente o

meuron e o caco, o fumo de mascar e os cigarri-,nhos de 5 por um vintém, o lenço de tabaco e ode rosto etc. etc. ha um bolso especial que ellechama bolso mestre, em que guarda um rezumodas obras litterarias, scientificas e philosophicasde Mr. Savant e um tratado que escreveu sobrea cultura da maniva. Os botões, são dourados eem todos lê-se .—O pâpa-angú do Coelho.—'¦ O Sr. José Cordeiro acabou as rendas do Arêas.Encommendouuraa cazaquinha â Benoiton comanquinhas em vez de abas, e cintura â Marie-An-toinette.

O Sr. Firmino Cavalcanti mandou que se lhefizesse um cavour furta-còres, de veíudo preto ebranco para ter perfeita paricencia com a onçado Ribeiro. Encommendou em casa do flarcíyuns botões com a inscripção :—Cavalcanti e Ca-padori—visto não os encontrar feitos em casa doBlum onde foi procurar.

Das outras toüettes nada sei—porque ps homenstôm feito mysterio e querem vestil-as de impro-viso no almejado dia 12.

O espectaculo do Camara inspirou no Carapebauma forte paixão pela arte de Goeth é Schillerque o demoveu a dar nos entervaltos, um passeiopela caixa e fazer um estudo pelos bastidores, sei-entifico, harmonioso, phUosóphico, lyricq, exdru-xolo e escapafernetico. O orgulho das glorias nu-manas, estava passando na fértil imaginação doillustre representante da Serra-Grande I Raphael,Miguel Ângelo, tinham eloqüentemente raanifes-do n'aquella vista de fundo, a arte que os en-grandeceu. S. S.a passava o dedo n'um trasso'«para ver se sentia o relevo da pintura 1 D. Fran-gísco foi consultado, mas pungido pelas recorda-çoes, deu um suspiro

Quasi que fica transferido metade do especta-culo do Camara: Quando este vinha desempenharo—Rocambole—o Sr. Carapeba achava-se ha cai-xa do theatro, e como não tinha sido prevenidodo novo personageni, espanta-se I corre l e cae noboraco do ponto l Sinos 1 bombas 1 cometas 1 tro-voadas 1 apitos I campainhas I e bumbas; tudo sefez ouvir I—Gente a postosU-grita o çontrarregra.Graças a arte do Foster meia hora depois estavafora do boraco o homem I Como engenho e com aarte do Sr. Camara e todo o seu pessoal, meiahora mais, tinham encontrado o seu lenço detabaco. Ficaram contratados os mergulhadores:Taninho, Paurillo, Macieira para, procurarem, nofundo d'aquelle abismo a caixa do rape.

*O Soares, foi reeleito vice-presidente, e os votos

que dicidiram foram os votos carcarás.Como tomará o Sr. Soares essa votação? Pen-

sara que é uma prova de adhesão ?Todos sabem de suá ultima diserção para o

acampamento graüdo, mas todos desejam ver siMoysés morre cóm effeito a vista de Chanaam.

O Dr. Soares, tem sido umfurtja còr em poji-tica, mas sem nunca eleyár-se. Fez agora um ul-timoappello à religião;eram os recursos do3 fradesjesuítas.x E como os jesuítas o vão deixando passar,cumprindo o triste fadario de um verdadeiro Ja-nus do paganismo.

i'í ¦'..'¦'

O Carapeba ouvindo ler o projecto no qual oUr. Assis Beserra pedia faculdade para ser sepul-tado na capella de Santa Anna de Quixeramobim,hA mu*to esPan*ado e perguntou ao coronel Ma-chado se o Dr. Assis ia ser enterrado vivo.

Frei Caminada de Ias Dolores jâ vae soffrendoseus biliscões na assembléa. Na sessão de 38 fal-lando o Sr. Theodulfo sobre a má organisaçãodo orçamento provincial na competente reparti-çao, o Sr. Gustavo deu-lhe este aparte :—dEstâ de harmonia com a capacidade de quemdirige a repartição.

Mais adiante deu este outro :—Está me parecendo que tudo ali anda á ma-troca.

Deu-se um tiroteio de apartes entre o Sr. Gus-tayoe Mattos em que se trocaram muitas ama-bilidades. Fallando do Sr. Caminhas assim quali-ucouo apropriadamente o Sr. Gustavo—Ex su-lore medicus.—

—E realmente o Sr. Caminha pode ser tudo atémedico de sapateiro, mas nunca um bom fiscal dafazenda, murmurou o Sr. Portugal.

•Carapeba, você. que idéa faz de estrada de ferro?—Hòme, a le fallar sem rebuço, eu tenho pramim que é buzão, pro que o povo inorante veve

de acreditar em bruxarias——Pois você não ouvio fallar no grito da loeo-

motiva ?-~F'deser também outra asneira; hòme, Sêo

Zê Cordeiro, você fique bem corrente; que isso deestradas com ferro de locomestiva, uns taes debalões que navega nos ares, umas pistolinhas demuitos tiros, que chamão reboldes, são umas bô-bagens que nós é de vê por um bino—

*

Projecto sobre a instrucçâo publica apresentadopelo deputado Carapeba.

Art. 1.°—E todo mestre deve dar escola até nasquintas-feiras; que isso de feriados na semana éxuxadeira, e o dinheiro da nação não é peito devacca;

Art. 2.°—As leituras se fará de diecionarios, li-vros de rezas, anedoctas, historias sem ser de tran-coso, como Donzella Theodora, princeza Maga-lona, C. Magano etc. e tudo que aproveitar possaao espirito imberbe dos meninos.

Art. 3.°—Haverá para o mestre, um livro gran-de, lombo de couro, capa de pano—onde se abri-rà a marticla..,l1,0~n,e5se,'vroPÒ8 o mestre—1.° o nomeidade, filiatura e naturalisacão dos meninos—2."quantos filhos tem, o pai e' de que veve—3.° quecarreira quer seguir, que lei professa, que meiostem; '."

§ 2.°—para ser marliculado, deve o meninoapresentar uma folha corrida, que prove não sóqufc não tem crimes, como que está qualificadona parochia; etc.

LEGÍVEL

Page 4: LE6 - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709506/per709506_1871_00091.pdf · O CEARENSE é destinado a sustentar as idéas do partido liberal; só toma a respon- sabilidade dos artigos

\

4

art. precedentecommercio de

Art. 3.°—Todo mestre fica prohibido de ser ma-ção—

Arl. 4.°—Haverá na escola um pote d'agua, eum caneco para matar a sede dos disciplos—

§ 1.°—esse pote será lavado e esfregado Iodosos sabbados—

§ 2.°—dito pote terá uma tampa, que o gover-no contractará cota quem melhor tiser.

Art. 5'.°—A escola será barrida Iodos os mezesno dia 30, pelo menino mais atrazado.

§ único—a bassoura será fornecida pela secre-laria do governo—

Art. 6.°—o mestre se apresentará na aula—Sen-do cidade : de palito pardo, gruvata e caturnos :Sendo villa—de jaqueta e tamancos; Sendo po-voação : de chambre (cosido na frente, ou aberto,vestindo seroula), e sorvias.

Art. 7.°—O castigo constará de puxavante deorelhas e biliscões no imbigo para os pequenosdelidos; de bolos até 12 para os malhores; e dexicote para os mais grandes attentados.

Art. 8.°—Nos sabbados haverá argumento.§ 1.°—os que nada responderem farão 3 vezes

o passo de Manoel da Hora.§ 2.°—os que se houverem bem, terão uma me-

renda que será de tapióca e cocada.—üo Licêo—

Art. 9—Criarâ-se-ha mais duas cadeiras no li-cêo d'esta cidade

§ 1.°—uma : de comerçologia.§ 2.°—outra de fazendologia.Art. 10—a cadeira do § 1.° do

constará; de explicações sobre otodos os generos,tanto o de cambotagem como o denão cambotagem, onde se ensinará bem à contar,bem a medir, e bem a pezar pelo systema metro.

§ 1.°—o governo fornecerá pezos, medidas, ebalanças.

Art. 11—A cadeira de fazendologia, será oceu-pada por quem bem souber criar gados, vaceunse cavallares; conhecer de pastos, de mal triste,tingui, barba timão, travagens, ovas, bixigas,mataduras, rengue etc.

Art. 12—fica revogado o contrario.Carapéba.

- - *

¦«

Movimento do porto:Navio entrado de Baturité lanchâo «Castello-

no-ar», mestre Antônio Pereira. Manifestou o se-guinte:

Um sacco de discursos contra o Dr. Bigode de—tram-road, e tijollos de laranjas â diversos.

Vamos ter tempestade na salinha dos 32. O de-pulado Castello chegou faiscando como um eu-risco, dizem que vae botar Mattos abaixo.

O illustre Chateau-noir já sollicitou da presi-dencia licença para defender-se nao só da impren-sa como do alto da tribuna, isto affirma o JoséNunes.

Santa Barbara, S. Jeronymo!• Magnificat anima mea Domine l

Que Radamantho acalme seu furor; que Jupi-ter tonante suspenda o braço que fulmina.

O Sr. Carapéba e o bilheteiro do espectaculode sabbado.

—Tem biôtes ?—Sim senhor. Quer camarote,cadeira ou platéa—Quanto custa uma camarote ?—Oito mil reis—Xi... i... i... é muito charo. E uma cadeira

meu senho?—Dous mil reis—Nanje eu que dé meus dous mil reis por essa

porqueira e a outra couza?-Platéa? 18000—Então dê-me uma palatéa, mas patrão veja se

abale alguma cousinha, ao menos pelos cinco tus-lãos.

—N'esl,pas possible, mnusieur.—Aluvai, se quer o negocio bem, senão quer

adeus, mas trate mais serio a um nobre depu-tado.

—Pardonnez ?not'v monsieur.—Sò cachorro não arrepita, porque do contra-

rio vou-lhe a freguesia dos queixos.N'esse Ínterim chega D. Francisco.—Que é isso Carapéba, V quer brigar—Esse patife está me desautorisando com suas

poucas vergonhas.—Aquiete-se,o rapaz não está lhe descompondo.Deu-lhe o braço e sahiram.

Pergunta-se ao inspeçtor Caminada por que ra-zão não foi ainda collectada a lingua do Sr. Bi-gode de Ferro, visto ser ella considerada comouma das armas prohibidas mais perigosas até hojedescobertas; fere e mata a reputação alheia com avelocidade do raio.

* »Modinha remettida do Icó pelo professor Sim-

plício ao canário da Boa-Vista.

Esta gente do BrazilNão tem par, é papafmaE' gente que não descamba,Não é gente pequenina.

E' povo gigante, é povoQue sempre avança, não teme,Embora sinta avariaA barca, quebrar o leme.

Vejam, vejam da salinhaQue boas leis vão sahindoPara que em toda parteSe vá o povo instruindo.

Uma cadeira primariaAqui, ali, acoláUni professor afilhadoEm cada pé dejuá.

Que se mirre, esgote, escoeDo thesouro todo suco,En avunl—que o CearáNão é lerra de cutruco.

Scevola.

Em virlude do disposto no arligo 36 doRegulamento Geral dá Instrucção Publica,e a requerimento de D. Maria Amélia deSouza, manda o Illmo. Sr. Director Geralinlirino da Instrucção Publica, Dr. JoséLourenço de Castro Silva, annunciar á con-curso por 60 dias, a contar desla data, acadeir.i do ensino primário do sexo femi-nino da povoação do Mitcuíipe, creada pelare^olucção provincial. n°. 1,403 de 2 deagoslo de 1871.

Secretario da Directoria Geral da Ins.tiucção Publica do Ceará 7 de agoslo de1871.

O secretario.F. F. Barroso

Em virtude do disposto no Reg. geralda instrucção publica desla provincia man-da o Illm. Sr. Dr. José Lourenço de Cas-tro Silva.director geral interino da mesma.annunciar á concurso por 60 dia?,a contardesla daU, a cadeira do ensino primáriodo sexo mascolino.da povoação da Jobaiavaga pela remoção concedida ao respectivoprofessor.

Directoria gera1 da instrucção publicado Ceará 7 de agoslo de 1871.

O secretarioF. F. Barroso. ¦

| , .

U-3j

Thesouraria de fazenda.

Concessão de terreno de marinha.

De ordem do Sr.inspeclor se faz publicoq' por despacho da presidência da provin-cia.de 10 do corrente mez, foi concedidoa Mossnró & Companhia meia légua deterreno de marinha, na margem occidentaldo RioMossoró, pertencente a esla provin.cia, confinando com lerras de José Viceo*le Ferreira, sua mulher e outros.

E para que chegue lal concessão ao co-uhecimento dos interessados, se ha mar-cadn o praso de 60 dias, contado desladala, alim de que possam apresentar suasreclamações, na fôrma do §1.° do arl.014 do decreto n.° 4105 de 22 de fevereKro de 1868.

Secretaria da thesouraria de fazenda dodo Ceará, em 13 de ju:ho de 1871.

Servindo de ofiicialQuintino Augusto Pamplona.

(12-30)

•j

I I I. IM . I ... mn.ii.i.

Na villa do Canindé em caza de Francisco Sabino Lopes Brandão um moço quegoza muito bom conceito roubou um reloogio de praia com a cadeia de ouro e umacassuleia de plaque, contendo um retratoda.mani do mesmo Brandão.

Pede.se a este moço que occullamenleenlreguo o relógio ao Sr. Anlouio Ramíro,sob pena senão o fizer de ver seu nomepublicado oeste jornal.

Canindé 12 de julho de 1871.Francisco Sabino Lopes Brandão.

U-3)

Deciaro que em niiu» c poderdos Srs Luiz Ribeiro da Cunha & Sobri-nhus ficou uma letra da quantia de2*.527$410 réis, acceilapelo Sr. José Fer-reira da Luz, e afiançada, da qual eu sousacador e dono. Nada lenho convencionadoainda com aquelles Srs. sobre a mesma lesIra e peço esla declaração sómenie paraàcantelar os meus direitos.

Ceará, 7 de agoslo de 1871.Jeronymo Francisco Filelia.

Companhia União €earen§e.

A directoria convida aos Srs accionistasda 2.a emissão, a effecluar uma entradade 10 °/0 (10$ rs pnr acção) alé 15 docorrente, no escriptorio do thesoureiro oSr*. Ricardo P. Hughes á rua da Palma n.°

6Fortaleza 6 de agosto de 1871.

V. A. Borges.Presidente.

Miguel Severo de Souza Pereira.Secretario.

LOJA DO ARÊASO respeitável publico encontrará esle

estabelecimento de mau effeito a vista daactualidade, mas breve offerecerá umacombinação de novo syslema que agradaráaos concurrenles.

O Arêas convida a virem a seu estabe-lecimeüto, não para distracção de idéas so*bre a magnificência da decoração do raes^mo, e sim para apreciarem artigos de va»riados gostos, e superiores em qualidades,como passa a narrar,Sedas bordadas, lavradas, listadas, lisas e

matisadas.Dilas pretas lavradas e lisas da melhor que

tem vindo a este mercado.Chalys com finos traços de seda, tecido

forte e perfeita novidade.Cories de popelinasde feilo agradável, vas

riadas cores, inclusive brancas.Brilhantina branca fina de novos padrões,

e de um brilho assetinado,Franjas de seda, apurado goslo, e variadas

larguras e cores.Ditas de lã, com finos matizes.Grande variedade de vivos e trancas para

guarnições de vestidos, de seda, de lã,de algodão, tudo perfeita novidade.

Chapéos para cabeça de homem, e meni-nos differentes modellos.

Chapéos de sol para senhoras, e meninassendo uns cobertos de seda e outros dealgodão.

Bonets bordados, e simples para homem.Botões para vestidos de senhora cobertos

de seda, variados feiljos, inclusive lisos.Crepes, e escomilhas, de supanor qualida-

de.Filo branco e prelo lavrado a flores de

seda.Bicos de seda, cores finas.elegantes feitios.Finos tapetes para sofaz de sallas, ditos

pequenos para diversos usos.Finas lãs para bordar, cores lindas.Costureiras e caixas para jóias, estojos

etc.Grande sortimento de chupêlas e cachim-

bos para homem. Aromaticos sabone-tes com feilio de frutas, fatias de pão,etc.

Finos extraclos, e novo meluodo de vidrospara despejar o liquido.

Variados em gostos, punhos, collarinhos,golas, gravatas de cambraia transparem*tes bordadas, e crochè cousa nova, lu-do para senhoras e meninas, etc.

Superiores luvas de pelicas brancas parahomens, e senhoras, (a 2#500 o par).

Balões da ultma moda.Elegantes brincos próprios para bailes.Fitas de nobresa de superior qualidade,

sorlidas em laiguras e cores.Dilas de velludo lisas e estampadas, som0

breadas, -perfeita novidade.Continua o'sortimento de muiios arti-

gos que já o publico tem perfeito conhe-cimento, além do que espera receber dediversas praças da Europa.

RUA FORMOZA N. 52.

BOM PONTOPARA. NEGOCIO

Traspassa-se a chave do sobrado silona rua da Palma n. 77 com armação deloja e gaz; quem pretender entènda>secom

Bento Pereira Mendes.

Para relojoeiro. -

Vende-se uma banca com um completosoílimenio de ferramenta para um reio»joeiro poder Irabalhar.tudoem muito bomeslado oo quasi novo, á tralar na rua daPalma com

João Vilhr.(4-6)

Aluga-se uma bda casa dequina, pata loja recentemente acabada, narua Formosa confronle ao e.-labelecimenlodo Sr. Anlonio Joaquim Pereira Façanha.Quem a pi elender dirija se a

Manoel Francisco da Silva Albano.(2-3)

Letra perdida.Desappareceu do escriptorio do abaixoassignado uma letra de um conto de rs.,vencivel a 10 do corrente, a qual tem co-mo aceitanle o Sr. Antouio de Souza Mar-lins, do Assaré, e sacadores—Paula Barros

& Irmão.O annunciante faz em tempo esta pu-blicação como recurso e reserva de seusdireitos.Ceará, 5 de agoslo de 1871.

Francisco de Paula Barros.(2-3/

AO COMMERCIOOs abaixo assignados fazem publico quederam sociedade ao'Sr. Bernardino Driarte

de Carvalho Provensa e Theolonio Evansgelista de Abreu em um estabelecimentocommercial na cidade de Baturité. o qualgirará sob a firma de Provença Abreue C.a.

Ceará 2 de agoslo de 1871.Viuva Salgado Souza & Comp.

GRANDE LEILÃO

AMANHAE' por falta de dinheiro I ! aproveite quempoder comprar,

Na loja do Messias da Feiras VelhaN.-45e47.

ATTENCÃOO abaixo assignado pede a Iodos os seuscredores o obséquio de lhe apresentarem .suas conlas ornais breve possível, na casade sua residência, para serem satisfeitas.P«de igualmente (pela ultima vez) a to,dos os seus devedores qneirão ter a bon-dade de satisfazer os seus débitos, poislenciona retirar-se até ao dia 12 do cor-rente mez.

, Ceará, 1.° de agosto de 1871Joaquim Infante da Camara.

O abaixo assignado na qualidade de pro-curador do Exm. Sr. conselheiro José Mar-liniano de Alencar, previne áò_ inquelinosdos prédios do mesmo.Exm. Sr. na PraçaMunicipal desta cidade, que não consentea transferencia das chaves e posses dasmesmas casas; e qne por ia nio o subrocan*te e subrogado sem previa licença do abai*xo assignado pagarão, alem dos alugueisvencidos e por vencerem-se mais uma ara-Uíicação de 1008 por cada um. °

Ceará, 2 de agoslo de 1871.io.è Luiz de Souza^

CONSOLOS.N'esta typographia se diz quem vende por ba-

rato preço, ura jogo de consolos em bom es-tado,

53—Rua da Palmo -53FORTUNATO VIANNA

Vende manteiga em laias de 1—2—4 li-brasa 1 $200 por libra.¦

___ (5-5)

AO PUBLICO.Na rua do Rozario caza n. 34 continua a em-

palhar-se cadeiras e sofás com toda perfeição epresteza, por menos do qne em outra qualquerparte.

ilauiadeiras.

Vende-se a 2^500 e 1I500.-A' rua daPalma n. 113. .

constituição" do império.Nesta typographia ha á venda a constituição

do império, seguida do acto addicional.CEARA'—1871—Imp. por F. V. da CD.

Perdigão.

i

LE6IVEL