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DIDÁTICA Professor-Aluno Leandro Couto, M. 1

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DIDÁTICAProfessor-Aluno

Leandro Couto, M.

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I ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE DIDÁTICA (1972)

• Realizado no período pós-64: a Educação passa a ser vista como fator de desenvolvimento e, portanto, como investimento individual e social.

– O modelo educacional centra-se na racionalização, eficiência e eficácia do processo.

• O documento final do Encontro destaca:

– A “necessidade da integração dos professores de Didática no processo de expansão e atualização do ensino brasileiro”, e, ainda, como exigência para a formação “de um novo professor”, uma “preparação Didática embasada em conhecimento científico e vinculada às contingências nacionais”.

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I ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE DIDÁTICA (1972)

• Dessa perspectiva, o professor competente corresponde

– a um bom executor de tarefas, que observa sua posição no interior da organização do trabalho na escola.

– a um bom executor de um bom planejamento, que passa a ocupar lugar de destaque nos manuais e programas de ensino da Didática do período.

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I SEMINÁRIO A DIDÁTICA EM QUESTÃO (1982)

• O período é marcado pela abertura política do regime militar instalado em 1964 e pelo acirramento das lutas de classe no país.

• Enfatiza-se a necessidade de formar educadores:– Críticos e conscientes do papel da educação na sociedade.

– Comprometidos com as necessidades das camadas populares.

• “Partir da prática” passou a ser elemento central de discussão sobre o ato pedagógico. 4

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I SEMINÁRIO A DIDÁTICA EM QUESTÃO (1982)

• Comprometidos com a visão crítica da Educação, os intelectuais da área apresentaram uma multiplicidade de enfoques para a questão da Didática e seu papel na formação do educador

• Pioneira nesse movimento, a Didática fundamental, proposta por Vera Candau, “foi um amplo movimento de reação a um tipo de Didática baseada na neutralidade”. O movimento avançou para a busca de alternativas e a reconstrução do conhecimento da área.5

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• Ao longo da década de 1980, a discussão da Didática, iniciada por Candau, estava centrada no campo da instrumentalidade, dividida em dois grupos:

• 1. Um grupo desejava formar uma consciência crítica nos professores, para que estes, articulados aos interesses e necessidades práticas das camadas populares, garantissem a sua permanência na escola pública. Do ponto de vista didático, a aprendizagem se faz fundamentalmente a partir do domínio da teoria, daí a importância do racional, do cognitivo, do pensamento.

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• 2. Por outro lado, encontravam-se grupos mais radicais, voltados para a alteração dos próprios processos de produção do conhecimento, das relações sociais. A ênfase era sobre a prática social dos envolvidos, chegando ao nível da alteração das relações sociais. A questão fundamental passa pelas formas organizacionais assumidas pelas práticas de luta dos trabalhadores. Passa-se a discutir a importância de se romper com o eixo transmissão-assimilação dos conteúdos, ainda que críticos, e buscar um processo de ensino que altere, na prática, suas relações básicas na direção da sistematização coletiva do conhecimento. O elemento central é a ação prática.

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Interação Professor-Aluno• Sabemos que a atividade pedagógica implica sempre

um movimento de trocas entre professores, alunos e conteúdos de ensino. Segundo Freire (1996, p. 96),

– o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. 8

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AS FORMAS E PRÁTICAS DE INTERAÇÃO NO “APRENDER A APRENDER”

• O ensino voltado para o eixo do “aprender a aprender” encontra suas raízes no movimento da Escola Nova (final do século XIX e início do século XX).

• Mais importante do que aprender o conteúdo transmitido pelo professor é o aluno dominar o método de se chegar ao conhecimento.

• Ao professor cabe o papel de orientador, facilitador, criador de desafios, para estimular a investigação do aluno, como agente de sua aprendizagem. 9

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AS FORMAS E PRÁTICAS DE INTERAÇÃO NO “APRENDER A FAZER”

• A Revolução Industrial (final do século XIX e início do século XX) passa a exigir maior sincronização do trabalho. Questão central: o aluno deve aprender a fazer, dar respostas específicas definidas nos objetivos operacionais.

• Dessa perspectiva, à interação entre professores e alunos acresce-se o planejamento, que passa a ser o centro do processo.

• O professor passa a ser um executor de tarefas e o aluno, um receptor responsivo, que executa tarefas prescritas no planejamento.

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AS FORMAS E PRÁTICAS DE INTERAÇÃO NA SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO

• No final dos anos 1970 e princípio dos anos de 1980, ocorre uma mudança de paradigma decorrente dos movimentos sociais. No âmbito da Didática, o próprio processo de fazer (a forma) passa a ser considerado fundamental como elemento educativo.

• Nessa abordagem, a interação entre professor e alunos se dá pela atuação do professor como mediador entre o saber sistematizado e a prática social de ambos. 11

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PRINCÍPIOS ORIENTADORES DE FORMAS E PRÁTICAS DE INTERAÇÃO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS

• Um princípio fundamental para a Didática:

– Ao se trabalhar com professores problematizando e analisando suas práticas, está-se produzindo um novo conhecimento, que não vai se constituir num guia da ação prática, mas apontará possíveis formas de novas práticas. Esse é um princípio fundamental para a Didática.

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• Processo de trabalho em que o professor caracteriza e problematiza sua prática pedagógica:– No próprio processo de trabalho, os professores criam e

produzem novos conhecimentos; são atores e autores que ensinam a si próprios e aprendem num processo coletivo, redefinindo a prática.

• A mudança nas formas de relação social:– A mudança nas formas de relação social possibilita a

realização do ensino, uma vez que ultrapassa a relação linear entre conteúdo e forma e pontua uma perspectiva de conteúdo e forma numa relação de causalidade complexa.13

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• Processo individual como um elemento fundamental

– Esta é a questão do indivíduo, do individual no processo coletivo. Esse processo, ao mesmo tempo que incentiva o trabalho coletivo, considera a individualidade dos agentes, que, em razão da sua prática “individual”, constituem um campo ideológico individual e têm condições de criar, de produzir.

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A importância do diálogo na relação pedagógica

• a construção do conhecimento é um processo interpessoal. O ponto principal desse processo interativo é a relação educando-educador. E esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que constrói seu conhecimento. É verdade que o aluno, através desse processo interativo, assimila e constrói conhecimentos, valores, crenças, adquire hábitos, formas de se expressar, sentir e ver o mundo, forma ideias, conceitos (e por que não dizer preconceitos?), desenvolve e assume atitudes, modificando e ampliando suas estruturas mentais.

• Mas também é verdade que o professor é atingido nessa relação. De certa forma, ele aprende com seu aluno, na medida em que consegue compreender como este percebe e sente o mundo, e na medida que começa a sondar quais os conhecimentos, valores e habilidades que o aluno já traz de seu ambiente familiar e de seu grupo social para a escola.

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Autoridade versus autoritarismo

• Crítica à liberdade ampliada

• Crítica ao poder extremo do professor

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A questão da disciplina na sala de aula• a) Em relação ao ensino, disciplina é um conjunto ou corpo

específico de conhecimentos com suas características próprias e métodos particulares de trabalho. Nesse sentido, corresponde à matéria de ensino, conteúdo ou componente curricular.

• b) Em relação ao indivíduo, disciplina é uma regra de conduta ou um conjunto de normas de comportamento que podem ser impostas do exterior (heterodisciplina), ou que podem ser aceitas livremente pelo indivíduo, regulando o seu comportamento (autodisciplina).

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Sugestões• Estabeleça, em conjunto com os alunos, os padrões de comportamento

a serem seguidos, permitindo que eles analisem e discutam as normas de conduta propostas, expressando sua opinião a respeito de cada uma delas e contribuindo com sugestões.

• Use procedimentos positivos de orientação da conduta, visando sempre desenvolver o autoconceito positivo dos alunos.

• Procure explicar a razão de ser das regras de conduta adotadas, mostrando por que elas são necessárias. No caso de uma repreensão em particular, explique ao aluno por que seu comportamento é inadequado.

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Sugestões

• Respeite e leve em conta a história pessoal do aluno.

• Incentive e permita que os alunos participem ativamente da organização escolar e da dinâmica da sala de aula.

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Motivação e incentivo da aprendizagem

• Faça a articulação e a correlação do que está sendo ensinado e aprendido com o real.

• Apresente os novos conteúdos partindo de uma questão problematizadora ou situação-problema,

• Use procedimentos ativos de ensino-aprendizagem, condizentes com a faixa etária e o nível de desenvolvimento dos alunos.

• Incentive o aluno a se autossuperar gradualmente, através de atividades sucessivas de progressiva dificuldade.

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Motivação e incentivo da aprendizagem

• Planeje as atividades do dia ou da semana em conjunto com a classe.

• Esclareça o objetivo a ser atingido com a realização de certa atividade ou o estudo de determinado conteúdo,

• Mantenha um clima agradável na sala de aula, estimulando a cooperação entre os membros da classe, pois as relações humanas que se estabelecem na sala de aula influem na aprendizagem.

• Informe regularmente os alunos dos resultados que estão conseguindo, analisando seus avanços e dificuldades no processo de construção do conhecimento.

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Direção de classe• planejar as aulas;

• selecionar e estruturar os conteúdos;

• prever e utilizar adequadamente recursos incentivadores e materiais audiovisuais;

• organizar atividades individuais e grupais interessantes e bem dosadas, que auxiliem o aluno na construção do conhecimento;

• avaliar continuamente os progressos realizados pelos alunos, mostrando os seus avanços e dificuldades, e como podem aperfeiçoar o seu conhecimento.

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Sugestões

• Faça uma previsão dos conteúdos a serem desenvolvidos e das atividades a serem realizadas.

• Faça os alunos participarem no planejamento do trabalho diário da classe, contribuindo com sugestões.

• Esclareça o que se pretende alcançar com a aprendizagem de determinado conteúdo ou com a realização de certa atividade, pois conhecendo os objetivos a serem atingidos, os alunos tendem a manifestar mais interesse pelo trabalho e a empreender esforços no sentido de alcançar esses objetivos.

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Sugestões

• Procure adotar uma atitude dialógica na sua prática docente em sala de aula, para facilitar a construção coletiva do conhecimento por parte dos alunos.

• Incentive a participação ativa dos alunos na situação de aprendizagem, propondo-lhes atividades desafiadoras que acionem e mobilizem seus esquemas operativos de cognição.

• Ao introduzir um conteúdo novo, verifique o que os alunos já sabem sobre o mesmo, 24

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Sugestões

• Mantenha os alunos sempre ocupados, em constante atividade.

• Observe os avanços de seus alunos no processo de construir o conhecimento e avalie continuamente os progressos por eles realizados nos estudos.

• Ao avaliar, não demore muito para corrigir as provas

• Incentive os alunos a avaliar o próprio trabalho.

• Procure enfatizar os progressos realizados pelos alunos no seu processo de construção do conhecimento

• Distribua funções e divida tarefas 25