Legislacao de Transito e Direcao Defensiva CFS e CFC Ten Eidt

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1 ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DIRETORIA DE ENSINO CENTRO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE CONDUTORES CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA 

Transcript of Legislacao de Transito e Direcao Defensiva CFS e CFC Ten Eidt

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    ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE SEGURANA PBLICA E DEFESA DO CIDADO

    CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DIRETORIA DE ENSINO

    CENTRO DE EDUCAO E FORMAO DE CONDUTORES

    CURSO ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE VECULOS DE EMERGNCIA

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    1. APRESENTAO

    Uma das manifestaes de violncia mais significativas na sociedade brasileira, muito embora com visibilidade e ateno mascarada a violncia no trnsito, em que vidas humanas so ceifadas rotineiramente, e muitas outras sofrem com seqelas irreparveis, sem contar, tambm, com os enormes prejuzos materiais que trazem aos envolvidos, direta ou indiretamente.

    To igual ao objetivo Constitucional outorgado aos Corpos de Bombeiros de proporcionar segurana e tranqilidade as pessoas, o novo Cdigo de Trnsito Brasileiro (Lei n 9.503/1997) - CTB trouxe um novo direcionamento voltado educao e formao de condutores e pedestres, destinadas a proteger este direito, ou seja, o direito vida.

    Diante dessa complexidade de proteger e salvar vidas, o condutor Bombeiro Militar, quando no desempenho de suas atividades de socorro, no af de fazer em tempo resposta adequada o atendimento, muitas vezes o faz de maneira automatizada, deixando de observar os cuidados indispensveis segurana do trnsito, comprometendo a prpria segurana e dos transeuntes, e ainda, muitas das vezes, comprometendo as aes de socorrimento.

    Este trabalho visa conhecer as relaes existentes entre o nmero de acidentes de trnsito envolvendo viaturas do Corpo de Bombeiros, com base de pesquisa nos Inquritos Tcnicos instaurados, no perodo de 2003 a 2005, Regio da Grande Florianpolis, e sua relao com as circunstncias e causas determinantes, objetivando, principalmente, orientar o Comando do 1 Batalho de Bombeiros Militar, sobre as necessidades de se estabelecerem medidas educativas que garantam a eficcia e a segurana dos servios prestados, contribuindo desta forma, para um trnsito mais humano e seguro.

    Alm disso, a abordagem que se pretende focar foi motivada pela formao do autor da pesquisa em curso de nvel superior em Administrao e Segurana de Trnsito, permitindo, assim, a formao de uma base terica prvia sobre o tema, na tentativa de alterar paulatinamente condutas inadequadas em comportamentos adequados segurana do trnsito.

    Buscou-se, num primeiro momento, conhecer atravs da origem histrica, a complexidade de atribuies delegadas ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, bem como na legislao vigente, Constituio Federal e Estadual, e outros dispositivos legais que permeiam a execuo das atividades finalsticas e de formao do condutor Bombeiro Militar, voltadas segurana e proteo da coletividade;

    Foram abordados, os aspectos referentes aos acidentes de trnsito, explicando as circunstncias e fatores delineadores de tais acontecimentos, evidenciando a fragilidade e responsabilidade do ser humano diante da violncia no

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    trnsito.

    Em seguida, identificou-se nas normas legais contextualizada pelo Cdigo de Trnsito Brasileiro, o que diz respeito responsabilidade dos rgos componentes do Sistema Nacional de Trnsito. Alm deles, tambm foram abordados os princpios aplicveis conduo de veculos emergenciais, princpios estes expressos na Resoluo do CONTRAN n 168/2004 do Cdigo de Trnsito Brasileiro.

    Na seqncia, procurou-se identificar atravs da coleta de dados, junto aos Inquritos Tcnicos instaurados no perodo de 2003 a 2005, as causas e circunstncias que determinaram o envolvimento das viaturas do 1 BBM em acidentes de trnsito, como forma de sensibilizar a alta gerncia, no sentido de se alcanar a curto, mdio e a longo prazo, medidas de preveno, capacitando continuadamente os bombeiros militares como condutores de Viaturas Emergenciais.

    Ao final pretende-se demonstrar, considerando os diagnsticos colhidos e pesquisas realizadas, quais as medidas e aes que possam vir a minimizar as probabilidades de transtornos administrativos e operacionais nas Organizaes de Bombeiros Militares no que tange conduo de veculos emergenciais, alinhando o binmio eficincia X segurana.

    A metodologia aplicada neste estudo, caracterizar-se- pela pesquisa exploratria, desenvolvida por intermdio da tcnica de anlise documental, bibliogrfica e legal. O mtodo de abordagem utilizado o dedutivo, partindo de temas tericos, constantes em livros, artigos cientficos e outros documentos e, ainda, de leis, estabelecendo uma fundamentao para ponderar as competncias, a eficincia do servio realizado e as caractersticas do processo de ensino no CBMSC, no que tange formao e capacitao de condutores.

    Apesar deste trabalho de pesquisa monogrfica no esgotar o assunto abordado, todavia propicie aos leitores um maior discernimento dos riscos decorrentes das aes realizadas pelos condutores de veculos emergenciais, quer pela misso de prestar o socorro adequado, quer pela responsabilidade de ter sob seu controle uma mquina que pode ocasionar danos irreparveis a vida humana.

    Texto extrado da introduo da Monografia apresentada como requisito parcial para obteno do Ttulo de Especialista em Segurana Pblica, no Curso de Ps Graduao Lato Sensu em Segurana Pblica, Universidade do Sul de Santa Catarina do Capito Bombeiro Militar Reinaldo Valmiro Correia.

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    2. SUMRIO INTRODUO............................................................................................................7 MDULO 1 LEGISLAO DE TRNSITO....................................................................................9 1. Introduo...................................................................................................10 2. Trnsito.......................................................................................................10 3. Como conseguir um trnsito seguro...........................................................12 4. O Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB).......................................................13 5. O Sistema Nacional de Trnsito (SNT).......................................................13 6. A principal responsabilidade dos rgos do SNT.......................................13 7. Das norma gerais de circulao e conduta.................................................13 8. Da sinalizao de trnsito...........................................................................14 9. Da segurana dos veculos.........................................................................15 10. Do licenciamento.......................................................................................15 11. Da habilitao...........................................................................................15 12. Das infraes............................................................................................16 13. Das penalidades.......................................................................................16 14. Das medidas administrativas....................................................................16 15. Do processo administrativo.......................................................................17 16. Dos crimes de trnsito...............................................................................18 17. Legislao Especfica para veculos de Emergncia................................19 17.1 Responsabilidade do Condutor de Veculos de Emergncia .................19

    MDULO 2 DIREO DEFENSIVA.............................................................................................22 1. Introduo...................................................................................................23 2. O veculo.....................................................................................................23

    2.1 Manuteno peridica e preventiva.........................................................24 2.2 Funcionamento do veculo.......................................................................24 2.3 Pneus.......................................................................................................24 2.4 Cinto de segurana..................................................................................25 2.5 Suspenso...............................................................................................25 2.6 Direo....................................................................................................26

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    2.7 Sistema de iluminao.............................................................................26 2.8 Freios.......................................................................................................26

    3. O condutor..................................................................................................27 3.1 Como evitar desgaste fsico relacionado a maneira de sentar e dirigir....27 3.2 Uso correto dos retrovisores.....................................................................27 3.3 O problema da concentrao: telefones, rdios e outros mecanismos que

    diminuem sua ateno ao dirigir...............................................................28 3.4 O constante aperfeioamento..................................................................29 3.5 Dirigindo ciclomotor e motocicleta...........................................................29

    4. Via de trnsito.............................................................................................30 4.1 Fixao de velocidade.............................................................................30 4.2 Curvas......................................................................................................31 4.3 Declives...................................................................................................31 4.4 Ultrapassagem.........................................................................................32 4.5 Estreitamento de pista.............................................................................32 4.6 Acostamento............................................................................................32 4.7 Condies do piso da pista de rolamento................................................33 4.8 Trechos escorregadios............................................................................33 4.9 Sinalizao..............................................................................................33 4.10 Caladas ou passeios pblicos............................................................34 4.11 rvores/vegetao...............................................................................34 4.12 Cruzamento entre vias.........................................................................34

    5. O ambiente..................................................................................................35 5.1 Chuva........................................................................................................35 5.2 Aquaplanagem ou hidroplanagem...........................................................36 5.3 Neblina ou cerrao.................................................................................36 5.4 Vento........................................................................................................36 5.5 Fumaa proveniente de queimadas.........................................................37 5.6 Condio de Luz......................................................................................37

    6. Outras regras gerais importantes................................................................38 MDULO 3 NOES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVVIO SOCIAL NO TRNSITO..........................................................................41 1. Primeiros socorros......................................................................................42

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    1.1 Sinalizao do local do acidente...............................................................42 1.2 Verificao das condies gerais da vtima.............................................42 1.3 Cuidados com a vtima.............................................................................43

    2. Meio ambiente.............................................................................................52 2.1 O trnsito e o meio ambiente...................................................................52 2.2 Garantias constitucionais.........................................................................52 2.3 O trnsito e poluio................................................................................53 2.4 Emisso de gases e partculas................................................................53 2.5 Emisso sonora.......................................................................................53 2.6 Regulamentao do CONAMA................................................................54 2.7 Aes do proprietrio e do condutor de veculos automotores para a

    preservao do meio ambiente.................................................................54 2.7.1 Do proprietrio.................................................................................54 2.7.2 Do condutor.....................................................................................55

    3. Convvio social............................................................................................55 3.1 O indivduo e a sociedade.......................................................................55 3.2 Educando com valores............................................................................56 3.3 Responsabilidade civil e criminal do condutor perante o CTB................56

    MDULO 4 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL.....................................................................59 1. tica, cidadania e trnsito...........................................................................60

    1.1 tica.........................................................................................................60 1.2 Diferentes contextos, diferentes conceitos..............................................62 1.3 tica no trnsito.......................................................................................64 1.4 Educao de trnsito para a cidadania...................................................64

    2. Relacionamento interpessoal......................................................................66 2.1 Aspectos do comportamento e de segurana de veculos emergncia...67 2.2 Comportamento solidrio no trnsito.......................................................67 2.3 Responsabilidade do condutor em relao aos demais usurios via......68 2.4 Papel dos agente de fiscalizao de trnsito..........................................68 2.5 Atendimento as diferenas e especificidade dos usurios da via...........69 2.6 Caractersticas dos usurios de veculos de emergncia........................69

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICA.............................................................................71

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    3. INTRODUO

    Em 23 de setembro de 1997 promulgada pelo Congresso Nacional a Lei n 9.503 que instituiu o Cdigo de Trnsito Brasileiro, sancionada pela Presidncia da Repblica e entrando em vigor em 22 de janeiro de 1998, estabelecendo, logo em seu artigo primeiro, aquela que seria a maior de suas diretrizes, qual seja, a de que o trnsito seguro um direito de todos e um dever dos rgos e entidades do Sistema Nacional de Trnsito.

    No intuito de qualificar os Bombeiros Militares como Condutores de Veculos de Emergncia, baseado no que preconiza a Resoluo n. 168 do Conselho Nacional de Trnsito CONTRAN, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, atravs de um projeto pioneiro com apoio do rgo Executivo de Trnsito do Estado de Santa Catarina DETRAN/SC, viabilizou a insero do curso terico-tcnico Especializado para Condutores de Veculos de Emergncia.

    Entendeu-se, ainda, que o currculo proposto alm de atender a legislao de trnsito em vigor, possibilita uma capacitao continuada dos Bombeiros Militares na conduo dos veculos de emergncia, de modo a identificar situaes de risco, estimulando comportamentos e condutas adequadas a segurana do trnsito.

    Contedos

    O objetivo da primeira unidade Legislao de Trnsito refletir sobre o conceito de trnsito. Conhecer os dispositivos legais contidos no Cdigo de Trnsito Brasileiro e sua Resolues, sedimentando uma nova cultura organizacional em ter um trnsito mais seguro e responsvel.

    A segunda unidade Direo Defensiva trar informaes sobre os riscos e perigos que circundam a dirigibilidade de um veculo de emergncia. Reconhecer que qualquer ao defensiva no trnsito constitui num aspecto de fundamental importncia vida, sade e ao meio ambiente.

    A terceira Unidade - Respeito ao Meio Ambiente e Convvio Social no Trnsito proporcionar uma maior compreenso sobre a complexidade do trnsito, o qual est baseada na cooperao e no respeito mtuo. o princpio fundamental para compreender a natureza do trnsito.

    Na quarta unidade Relacionamento Inter-Pessoal oportunizar uma reflexo sobre as atitudes e a capacidade de mant-las como indivduo consciente de seu papel na sociedade.

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    Ao final deste curso, os Bombeiros Militares sero capazes de:

    - contextualizar a importncia do trnsito nas atividades de pronto atendimento emergencial;

    - refletir sobre a necessidade de se mudar comportamentos inadequados em atitudes adequadas a segurana do trnsito;

    - respeitar a legislao de trnsito vigente em harmonia com a misso constitucionalmente atribuda ao Corpo de Bombeiros Militar;

    - cooperar nas aes de defesa vida, sade e ao meio ambiente, solidificando a cultura organizacional de salvar vidas.

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    MDULO - 1

    LEGISLAO DE TRNSITO

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    LEGISLAO DE TRNSITO

    1. Introduo

    O Art. 5, inciso XV da Constituio Federal, define que livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

    O direito constitucional de Ir e Vir a raiz do trnsito, que complexo e exige um conjunto de normas para disciplin-lo, ou seja, uma lei de Trnsito.

    A prpria Constituio Federal estabelece em seu Art. 22, inciso XI, que de competncia privativa da Unio legislar sobre trnsito e transporte. Para atender ao desejo da populao, que clamava por mais segurana no trnsito, foi promulgado o Cdigo de Trnsito Brasileiro, Lei 9503 de 23/09/97, a qual passou a vigorar a partir de 22 de janeiro de 1998 em substituio ao antigo Cdigo Nacional de Trnsito.

    2. Trnsito

    Mas, o que TRNSITO?

    O Cdigo de Trnsito em seu pargrafo 1 do Art. 1, define o trnsito como a utilizao das vias por pessoas, veculos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada, estacionamento e operao de carga e descarga.

    Essa definio de carter legal tecnicamente correta, mas no abrange toda a interao e complexidade que h no trnsito.

    A vida em sociedade nos impe o cumprimento de certas normas de condutas para que haja uma convivncia pacfica entre os integrantes desta sociedade. Cumprimos diariamente estas normas, muitas vezes sem notarmos, mas cumprimos seja por imposio do Estado organizado ou pelo costume passado de gerao para gerao.

    Entre as necessidades de organizar a convivncia humana existem as normas de trnsito que regulam a circulao das pessoas, sejam a p, de nibus, de bicicleta, de automvel, enfim seja qual for o modo utilizado para este deslocamento.

    As pessoas tm a necessidade de deslocamento, seja para ir para a escola, seja para ir ao trabalho, qualquer que seja a motivao, as pessoas alm de

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    precisar, tem o direito de se locomover e, frise-se, que este deslocamento deve ser de modo seguro, da caracterizado a importncia das normas de circulao.

    Estes deslocamentos ocorridos e que iro ocorrer chamam-se trnsito. H, no entanto, um equvoco quando associamos o trnsito exclusivamente aos deslocamentos de veculos. As pessoas vestem um modo de transporte para suprir sua necessidade de deslocamento. Equivocadamente dizemos que ali vem uma motocicleta, um automvel, etc., o correto seria dizer ali vem uma pessoa em uma motocicleta, em um automvel, etc.. So as pessoas que se deslocam, elas apenas utilizam um modo de transportes para esta finalidade.

    Voltando ao significado de trnsito Eduardo Vasconcelos o define como ... o conjunto de todos os deslocamentos dirios, feitos pelas caladas e vias da cidade, e que aparece na rua na forma de movimentao geral de pedestres e veculos (O que trnsito, p. 11). Neste aspecto trnsito significa deslocamento feito pelas pessoas utilizando-se de forma natural ou artificial qualquer forma de deslocamento.

    Estes deslocamentos algumas vezes no so realizados de forma pacfica, podendo haver conflitos de interesses e ocasionando o famoso acidente de trnsito. Ento como resolver? Voltamos ao ponto inicial, que a necessidade do cumprimento das normas para que haja a circulao das pessoas de forma harmnica ou menos conflituosa possvel.

    Marcos Oriqui define trnsito como ... um processo contnuo de negociao pelo direito de ocupao dos espaos (Direo Preventiva, p.14), este conceito complementa o de Vasconcellos, pois para a realizao dos deslocamentos dirios as pessoas necessitam negociar a ocupao do espao, sob o risco da ocorrncia de acidentes de trnsito.

    Justificando o seu conceito Oriqui discorre com muita propriedade argumentando que Para ocupar o espao seguinte ao que voc est ocupando neste momento, voc ter que negocia-lo com outras pessoas que porventura tambm tenham a inteno de ocup-lo.

    Quem ir ocup-lo primeiro? Seguindo-se as regras e sinalizaes, de quem a prioridade? Mesmo sendo minha a prioridade, seguro ocupar aquele espao naquele momento?(Op. Cit., p.14). Ento para que haja os deslocamentos das pessoas de forma segura necessrio que ocorra esta negociao para ocupao do espao, sob o risco da ocorrncia dos acidentes de trnsito.

    Abordamos sobre deslocamento e negociao para a ocupao dos espaos, que nos conduz a idia de movimento. Mas trnsito s movimento? Com certeza no. Alm de movimento, o trnsito est relacionado tambm a parada ou imobilizao.

    Resumindo os conceitos dos autores pr-citados e a definio legal, podemos dizer que trnsito nada mais do que a movimentao e imobilizao das pessoas, veculos e animais em via pblica, para tanto h necessidade dos usurios da via negociarem para a ocupar os espaos, observando-se as normas circulao e conduta, a educao e o bom senso.

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    Pelo que verificamos at agora, pode haver trnsito sem veculos? Se analisarmos os conceitos e a definio legal, podemos afirmar sem medo de errar que pode, pois o trnsito no somente veculos, o trnsito pode ser composto por pessoas que podem circular com ou sem veculos.

    Ento, vem mais um equvoco das pessoas ao associar trnsito aos grandes centros urbanos, em especial a circulao de veculos, esquecendo que so as pessoas que esto operando estes veculos. Entendemos que o trnsito existe em qualquer aglomerao humana, isto , trnsito existe em cidades de pequena, mdia e grande porte. O trnsito existe independentemente da frota veicular e quantidade de vias. E para administrar o trnsito o ordenamento jurdico do pas criou o Sistema Nacional de Trnsito (SNT).

    3. Como conseguir um Trnsito Seguro?

    As Autoridades responsveis pelo trnsito, dentro de sua circunscrio (rea de atuao) e suas competncias, devem criar condies para um trnsito seguro, orientar e educar as pessoas para o exerccio desse direito de forma correta, e fiscalizar o cumprimento a essas regras, tendo, tambm, a ingrata misso de punir aqueles que no se adequarem e obedecerem s regras estabelecidas em favor de toda coletividade.

    Essas atribuies para o alcance de um trnsito seguro se do fundamentalmente em trs reas, conhecidas popularmente como os 3 E do Trnsito:

    Engenharia

    Para que se consiga um trnsito seguro, necessrio que os locais onde h trnsito (vias terrestres) dem condies fsicas de segurana aos usurios, e para isso os conhecimentos e normas tcnicas de engenharia de trfego devem ser implantados.

    Educao

    Educao para o trnsito muito mais que gentileza e cortesia. Vai alm do mero conhecimento da Lei ou do aprendizado necessrio para habilitao na conduo de veculos. Significa o papel de cada um no comportamento dirio no trnsito diante das diversas situaes que surgem. Significa ter conscincia da responsabilidade individual e coletiva com o objetivo de preservar a prpria segurana e dos demais.

    Esforo legal

    A expresso seria originada do ingls Enforcement, cujo sentido est relacionado com as atividades de fiscalizao ao cumprimento das regras, para que na excepcionalidade de seu descumprimento, seja exercida a coao atravs da aplicao das penalidades previstas em Lei, coao esta que visa restabelecer a ordem.

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    4. O Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB)

    A diviso formal da Lei n. 9.503/97, que instituiu o Cdigo de Trnsito Brasileiro, compreende um total de 341 artigos, divididos em 20 Captulos, ao final dos quais se encontram 2 Anexos, sendo o Anexo I de Conceitos e Definies e o Anexo II relativo Sinalizao de trnsito (alterado, mais recentemente, pela Resoluo do CONTRAN n. 160/04).

    5. O Sistema Nacional de Trnsito (SNT)

    o conjunto dos rgos e entidades da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios que tem por finalidade o exerccio das atividades de planejamento, administrao, normatizao, pesquisa, registro e licenciamento de veculos, formao, habilitao e reciclagem de condutores, educao, engenharia, operao do sistema virio, policiamento, fiscalizao, julgamento de infraes e recursos e aplicao de penalidades.

    6. A Principal Responsabilidade dos rgos do SNT

    J sabemos que ir e vir um direito constitucional que deve ser exercido mediante a obedincia a regras de trnsito.

    O TRNSITO SEGURO direito de todos e DEVER dos rgos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trnsito (Cdigo de Trnsito Brasileiro, Art. 1, 2).

    7. Das Normas Gerais de Circulao e Conduta

    Deveres de todos os usurios:

    Todos os usurios das vias terrestres (condutores, pedestres, passageiros) devem contribuir para a boa fluncia do trnsito, evitando cometer todo e qualquer ato que possa constituir perigo ou obstculo (Art. 26 CTB);

    Deveres dos condutores:

    Antes de circular com o veculo, os condutores devem cuidar da existncia e do bom funcionamento dos equipamentos de uso obrigatrio, bem como de que haja combustvel suficiente para trafegar. Ao trafegar, devem ter o domnio do veculo em todo o momento, conduzindo-o com ateno e os cuidados indispensveis a segurana do trnsito (Art. 27 e 28 CTB).

    Para o trnsito dos usurios nas vias abertas circulao, o CTB prev as seguintes normas, se no vejamos:

    - Normas bsicas de circulao (lado direito, pista com vrias faixas no mesmo sentido, dar passagem, distncia de segurana, trnsito de veculos sobre passeios...); - Preferncia de passagem;

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    - Cruzamentos; - Prioridade de passagem, livre circulao, parada e estacionamento; - Ultrapassagem; - Manobras deslocamento lateral; - marcha r; - Luzes; - Buzina; - Velocidade; - Transporte de passageiros; etc.

    8. Da Sinalizao de Trnsito

    O Cdigo de Trnsito Brasileiro define sinalizao de trnsito como sendo um conjunto de sinais de trnsito e dispositivos de segurana colocados na via pblica com o objetivo de garantir sua utilizao adequada, possibilitando melhor fluidez no trnsito e maior segurana dos veculos e pedestres que nela circulam.

    Gestos do condutor: os condutores podem efetuar sinais regulamentares de brao, vlidos para todos os tipos de veculos.

    Sinais sonoros: alm da sinalizao sonora utilizada pela autoridade de Gestos do agente da autoridade de trnsito: (prevalecem sobre as regras de circulao e as normas definidas por outros sinais de trnsito).trnsito, h tambm a sinalizao sonora que tem como funo auxiliar na travessia de pessoas portadores de deficincia visual. Essa sinalizao, sincronizada com o semforo, geralmente instalada em locais estratgicos prximos hospitais, institutos de cegos, clnicas e lugares especficos de movimentao de deficientes visuais.

    Outro tipo de sinalizao sonora aquela instalada nos cruzamentos de vias frreas, que visa alertar os motoristas sobre a passagem de trens no local.

    Sinalizao Vertical:

    Placas de indicao:

    Tem por finalidade identificar as vias, os destinos e os locais de interesse, bem como orientar condutores de veculos quanto aos percursos, os destinos, as distncias e os servios auxiliares, podendo tambm Ter como funo a educao do usurio. Suas mensagens possuem um carter meramente informativo ou educativo, no constituindo imposio.

    Placas de regulamentao:

    Tem por finalidade informar aos usurios das condies, proibies, obrigaes ou restries no uso das vias. Suas mensagens so imperativas e seu desrespeito constitui infrao.

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    Placas de advertncia:

    Tem por finalidade alertar aos usurios da via para condies potencialmente perigosas, indicando sua natureza. Suas mensagens possuem carter de recomendao.

    Sinalizao Horizontal:

    um subsistema da sinalizao viria que se utiliza de linhas, marcaes, smbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das vias. Tm como funo organizar o fluxo de veculos e pedestres; controlar e orientar os deslocamentos em situaes com problemas de geometria, topografia ou frente a obstculos; complementar os sinais de regulamentao, advertncia ou indicao.

    9. Da Segurana dos Veculos

    No trnsito, o veculo deve ser um instrumento seguro a servio da vida. Inmeros artigos do Cdigo dispem sobre a segurana dos veculos, e muitas resolues regulamentam esses artigos. Os veculos s podero trafegar nas vias se atenderem ao que est disposto em lei.

    Os veculos em circulao tero suas condies de segurana, de controle de emisso de gases poluentes e de rudos avaliadas mediante inspeo de segurana veicular (Art. 140 CTB) Resoluo n 84 de 19 de Novembro de 1998 e suspensa pela Resoluo n 107/99.

    10. Do Licenciamento

    O Certificado de Registro e Licenciamento do veculo (CRLV), um documento renovvel anualmente e que comprova que o veculo tem licena para trafegar nas vias abertas a circulao. documento de porte obrigatrio (no admite cpia - Art. 3 Cpia autenticada pela repartio de trnsito do Certificado de Registro e Licenciamento Anual CRLV ser admitida at 15 de abril de 2007 - Resoluo do CONTRAN n. 205 de 20 de outubro de 2006).

    O licenciamento um processo anual que envolve pagamento de taxas, multas e seguro obrigatrio.

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    11. Da Habilitao

    Segundo legislao de trnsito vigente, em seu Art. 143 do CTB, os candidatos a obteno da Carteira nacional de Habilitao (CNH), podero habilitar-se obedecendo a seguinte gradao: Categorias A - Para condutores de veculos de duas ou trs rodas, que contenham ou no um carro lateral.

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    B - Para condutores de carros de passeio e outros veculos cujo peso no exceda a 3.500 kg e cuja lotao no ultrapasse a 8 lugares, excluindo-se o motorista. C - Para condutores de caminhes e veculos utilizados em transporte de carga com peso acima de 3,5 toneladas. D - Para condutores de nibus e veculos utilizados no transporte de passageiros. E - Para condutores de veculos articulados com reboque ou semi-reboque, cujo peso ultrapasse a 6 toneladas ou cuja lotao ultrapasse a 8 lugares, excluindo-se o motorista. Esta a categoria para puxar trailers, independente do peso ou da lotao dos mesmos. A Resoluo n. 168, de 14 de Dezembro de 2004, estabeleceu Normas e Procedimentos para a formao de condutores de veculos automotores e eltricos, a realizao dos exames, a expedio de documentos de habilitao, os cursos de formao, especializados, de reciclagem e d outras providncias, dentre elas os requisitos para renovao da Carteira Nacional de Habilitao.

    12. Das Infraes

    Infrao de trnsito a inobservncia de qualquer preceito estabelecido pelo Cdigo de Trnsito Brasileiro, da legislao complementar e/ou das Resolues do Conselho Nacional de Trnsito CONTRAN, sendo o Infrator sujeito s penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, alm das punies prevista no captulo XIX do CTB.

    13. Das Penalidades

    a punio prevista em lei pela infrao cometida. Segundo o artigo 256 do Cdigo de Trnsito Brasileiro CTB, so as seguintes as penalidades a que fica sujeito o infrator:

    - Advertncia por escrito; - Multa; - Suspenso do direito de dirigir; - Apreenso do Veculo; - Cassao da Carteira Nacional de Habilitao; - Cassao da permisso para dirigir; - Freqncia obrigatria em curso de reciclagem.

    14. Das Medidas Administrativas

    a providncia prevista em lei e que deve ser adotada pela autoridade de trnsito ou seus agentes frente a uma infrao, a fim de regularizar a situao anormal. Possui carter complementar a uma infrao.

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    Segundo o artigo 269 do CTB, so as seguintes as medidas administrativas:

    - Reteno do veculo; - Remoo do veculo; - Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitao; - Recolhimento da Permisso para Dirigir; - Recolhimento do Certificado de Registro (CRV); - Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual (CRLV); - Transbordo do Excesso de carga; - Realizao de teste de dosagem de alcoolemia ou percia de substncia entorpecente ou que determine dependncia fsica ou psquica; - Recolhimento de animais soltos nas vias e restituio a seus donos; - Realizao de exames de aptido fsica e mental, de legislao, de prtica de primeiros socorros e de direo veicular.

    15. Do Processo Administrativo

    VOC TEM DIRETOS E PODE RECORRER

    O Cdigo de Trnsito Brasileiro no foi feito para prejudicar voc. Pelo contrrio, uma iniciativa que visa a garantir a sua integridade e a integridade de todos os brasileiros que trafegam pelas vias e rodovias do Pais. Mas saiba que voc tambm tem direitos e sempre deve exerc-los, pois assim estar ajudando a aperfeioar o sistema. Quando voc achar que foi autuado de forma injusta ou puder justificar suas infraes com as devidas provas, voc pode recorrer. Mas como? Conhea todo o processo que envolve o motorista e as autoridades competentes nos casos em que alguma infrao de trnsito for cometida.

    Voc autuado pelo policial ou agente de trnsito; Lavrada a autuao, voc recebe uma notificao em casa. Mantenha o

    seu endereo atualizado, porque se a notificao voltar, voc vai perder o direito de defesa;

    A partir da, voc tem de 15 a 30 dias para se defender - verifique o prazo na notificao. Para tanto, voc no precisa de advogado. O pedido de defesa pode ser feito mo e deve ser entregue ao rgo emissor da notificao;

    Se a autoridade concordar com as suas alegaes, a notificao arquivada. Se no concordar, voc novamente notificado e, dessa vez, multado;

    A partir de ento, voc tem o direito de recorrer s JARIs, juntas Administrativas, que podem julgar o ato da autoridade;

    Se voc perdeu tambm nessa instncia, voc deve pagar a multa embora ainda reste a chance de recorrer aos Conselhos de Trnsito; estaduais, se a multa foi imposta por autoridade municipal ou estadual, ou ao CONTRAN, se a multa for federal;

    Concluda a instncia administrativa, se voc ainda no estiver de acordo,

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    deve ento recorrer Justia.

    16. Dos crimes de Trnsito

    No cap. XIX do Cdigo de Trnsito Brasileiro esto definidos os crimes de trnsito. Est ele dividido em duas sees: disposies gerais e crimes em espcie.

    Disposies Gerais: inaugurada com a norma que submete a Lei s regras gerais do Cdigo Penal, do Cdigo de Processo Penal e da Lei n. 9.099, de 26/09/95 (Art. 291 do CTB).

    Nos demais artigos submete-se a regramento a pena de suspenso de permisso ou habilitao para dirigir veculo automotor (Art. 292 do CTB); tempo de durao (Art. 293 do CTB); a possibilidade de decretar-se a suspenso cautelar (Art. 294); prev-se o recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo, da deciso que a decretar (Art. 294, pargrafo nico), institui-se a multa reparatria (Art. 297) e as agravantes (Art. 298).

    Crimes em Espcie: homicdio culposo (Art. 302); leso corporal culposa (Art. 303); omisso de socorro (Art. 304); afastar-se do local de acidente (Art. 305); embriaguez ao volante (Art. 306); violao de suspenso para dirigir (Art. 307); omisso na entrega de permisso ou habilitao no prazo legal (pargrafo nico do Art. 307); competio no autorizada (Art. 308); dirigir veculo sem permisso ou habilitao (Art. 309); confiar veculo a pessoa sem condies (Art. 310); velocidade incompatvel (Art. 311) e inovao artificiosa de local do acidente (Art. 312).

    As penas previstas so: deteno, suspenso de permisso ou habilitao para dirigir veculo automotor e multa.

    Prev-se, ainda, a multa de carter reparatrio do prejuzo causado vitima.

    Vejamos os dois casos em que nos socorremos da legislao penal, alis aplicvel expressamente aos crimes de trnsito previstos no CTB:

    Alm das normas gerais aplicveis aos crimes de trnsito, at mesmo os conceitos devem ser importados, para compreenso, por exemplo, do significado dos crimes dos artigos 302 e 303 do CTB:

    Art. 302. Praticar homicdio culposo na direo de veculo automotor. Art. 303. Praticar leso corporal culposa na direo de veculo automotor.

    Vejam que, diferentemente do que ocorre na legislao penal, o legislador de trnsito deixou de relacionar a conduta praticada por aquele que comete os crimes dos artigos 302 e 303, utilizando o ttulo do crime como discriminante da prpria ao adotada.

    Ou seja, na verdade, quem pratica homicdio responde por matar algum, da mesma forma que quem pratica leso corporal responde por ofender a integridade

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    corporal ou a sade de outrem, trazendo-se a lume as descries previstas nos artigos 121 e 129 do Cdigo Penal.

    De igual maneira, torna-se necessrio o conhecimento do vocbulo culposo, porquanto o mesmo faz parte da configurao dos crimes de trnsito, mas no se conceitua no CTB.

    Para tanto, vejamos o que dispe o artigo 18 do Cdigo Penal, com a redao dada pela Lei n. 7.209/84:

    Art. 18 - Diz-se o crime:

    Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia.

    Modalidades de culpa:

    Imprudncia: a forma de agir com precipitao e insensatez. Ex. o motorista que fura o sinal.

    Negligncia: a inao, a inrcia, a passividade, corprea ou psquica, um comportamento negativo, em que o agente deixa de tomar as precaues devidas. Ex. motorista que no troca os pneus do seu veculo mesmo sabendo que estes no tem mais condies de rodar.

    Impercia: falta de aptido tcnica, terica ou prtica, s pode ser atribuda a algum no exerccio de arte ou profisso. Ex. motorista profissional sem o preparo para dirigir veculo de grande porte.

    Enfim, nessa simples amostra do contexto legal em que se insere o CTB, interessante perceber a relao e a dependncia da legislao de trnsito com os diversos ramos do Direito, especialmente quando se discute a existncia ou no do ramo autnomo denominado Direito de trnsito, que, como comprovado, necessita de conceitos pr-determinados e desenvolvidos por outras searas do conhecimento jurdico.

    17. Legislao Especfica para Veculos de Emergncia

    17.1 Responsabilidade do Condutor de veculos de Emergncia

    A conduo dos veculos de emergncia est sujeita as normas tipificadas no Cdigo de Trnsito Brasileiro, onde esto listados os artigos que tratam diretamente das atividades do condutor de veculo de emergncia, estando estes sujeitos s mesmas conseqncias legais, aplicadas aos demais condutores e proprietrios de veculos automotores.

    Um dos princpios do Cdigo de Trnsito Brasileiro consiste na sua aplicabilidade a QUALQUER veculo, conforme determina o seu artigo 3, o que

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    inclui, logicamente, os veculos prestadores de servios pblicos, neste caso os de emergncia, os quais devem obedecer aos preceitos estabelecidos para os veculos em geral e, caso cometam infraes de trnsito, estaro sujeitos s mesmas conseqncias legais que estes.

    Excetuadas as condies especiais acima declinadas, que excluem a aplicao de multas de trnsito, os veculos prestadores de servios pblicos (genericamente assim denominados) estaro sujeitos, como j exposto, fiscalizao de trnsito comum, com a conseqente aplicao de penalidades e medidas administrativas.

    Prova maior de que tais veculos podem perfeitamente serem multados, como qualquer outro, que o legislador chegou a prever, no artigo 222 do CTB, uma infrao de trnsito especfica, por exemplo, aos veculos de emergncia.

    Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situaes de atendimento de emergncia, o sistema de iluminao vermelha intermitente dos veculos de polcia, de socorro de incndio e salvamento, de fiscalizao de trnsito e das ambulncias, ainda que parados:

    Infrao mdia. Penalidade multa.

    Art. 230. Conduzir o veculo:

    XIII com o equipamento do sistema de iluminao e de sinalizao alterados; XXII com defeito no sistema de iluminao, sinalizao ou lmpadas queimadas;

    Infrao mdia; Penalidade multa.

    Entretanto, o Art. 29 do CTB disciplina sua correta utilizao nas vias terrestres, onde os servios efetuados sejam realizados de modo a preservar a vida e a segurana dos demais transeuntes.

    VII Os veculos destinados a socorro de incndio e salvamento, os de polcia, os de fiscalizao e operao de trnsito e as ambulncias, alm de prioridade de trnsito, gozam de livre circulao, estacionamento e parada, quando em servio de urgncia e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminao vermelha intermitente, observadas as seguintes disposies:

    a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veculos, todos os condutores devero deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessrio;

    b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, devero aguardar no passeio, s atravessando a via quando o veculo j tiver passado pelo local;

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    c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminao vermelha intermitente s poder ocorrer quando da efetiva prestao de servio de urgncia;

    d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento dever se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurana, obedecidas as demais normas deste Cdigo.

    VIII os veculos prestadores de servios de utilidade pblica, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestao de servio, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN.

    Art. 189. Deixar de dar passagem aos veculos precedidos de batedores, de socorro de incndio e salvamento, de polcia, de operao e fiscalizao de trnsito e s ambulncias, quando em servio de urgncia e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminao vermelha intermitentes:

    Infrao gravssima; Penalidade multa.

    Art. 190. Seguir veculo em servio de urgncia, estando este em prioridade de passagem devidamente identificado por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminao intermitentes:

    Infrao grave; Penalidade multa.

    Consideraes sobre o uso da sirene

    O alarme sonoro que caracteriza o deslocamento em servio de veculo de emergncia, conhecido como sirene, emite o som em linha reta, tanto para a parte dianteira quanto para a traseira do veculo.

    Quanto maior a velocidade do veculo de emergncia, menor o alcance da sirene. Assim, em curvas ou cruzamentos a velocidade dever ser reduzida, porque o som da sirene ainda na chegou e, quando chegar, os demais motoristas ainda no tero identificado de onde vem (calcula-se que o crebro leva um tero de segundo para codificar o estmulo e mandar a resposta, por exemplo, para atravessar a rua, frear, etc.).

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    MDULO 2 DIREO DEFENSIVA

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    DIREO DEFENSIVA

    1. Introduo

    O trnsito em condies seguras um direito de todos e um dever dos rgos e entidades do Sistema Nacional de Trnsito, aos quais cabe adotar as medidas necessrias para assegurar esse direito. Considera-se trnsito a utilizao das vias por pessoas, veculos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada, estacionamento e operao de carga ou descarga (Art. 1 2 do CTB).

    Direo defensiva, ou direo segura, a melhor maneira de dirigir e de se comportar no trnsito, porque ajuda a preservar a vida, a sade e o meio ambiente. Mas, o que a direo defensiva? a forma de dirigir, que permite a voc reconhecer antecipadamente as situaes de perigo e prever o que pode acontecer com voc, com seus acompanhantes, com o seu veculo e com os outros usurios da via. Para isso, voc precisa aprender os conceitos da direo defensiva e usar este conhecimento com eficincia. Dirigir sempre com ateno, para poder prever o que fazer com antecedncia e tomar as decises certas para evitar acidentes. A primeira coisa a aprender que acidente no acontece por acaso, por obra do destino ou por azar. Na grande maioria dos acidentes, o fator humano est presente, ou seja, cabe aos condutores e aos pedestres uma boa dose de responsabilidade. Toda ocorrncia trgica, quando previsvel, evitvel. Os riscos e os perigos a que estamos sujeitos no trnsito esto relacionados com:

    Os Veculos; Os Condutores; As Vias de Trnsito; O Ambiente; O Comportamento das pessoas.

    Vamos examinar separadamente os principais riscos e perigos.

    2. O VECULO

    Seu veculo dispe de equipamentos e sistemas importantes para evitar situaes de perigo que possam levar a acidentes, como freios, suspenso, sistema de direo, iluminao, pneus e outros. Outros equipamentos so destinados a diminuir os impactos causados em casos de acidentes, como os cintos de segurana, o air-bag e a carroaria. Manter esses equipamentos em boas

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    condies importante para que eles cumpram suas funes.

    2.1 Manuteno peridica e preventiva

    Todos os sistemas e componentes do seu veculo se desgastam com o uso. O desgaste de um componente pode prejudicar o funcionamento de outros e comprometer a sua segurana. Isso pode ser evitado, observando a vida til e a durabilidade definida pelos fabricantes para os componentes, dentro de certas condies de uso.

    Para manter seu veculo em condies seguras, crie o hbito de fazer periodicamente a manuteno preventiva. Ela fundamental para minimizar o risco de acidentes de trnsito. Respeite os prazos e as orientaes do manual do proprietrio e, sempre que necessrio, use profissionais habilitados. Uma manuteno feita em dia evita quebras, custos com consertos e, principalmente, acidentes.

    2.2 Funcionamento do veculo

    Voc mesmo pode observar o funcionamento de seu veculo, seja pelas indicaes do painel, ou por uma inspeo visual simples:

    Combustvel: veja se o indicado no painel suficiente para chegar ao destino;

    Nvel de leo de freio, do motor e de direo hidrulica: observe os respectivos reservatrios, conforme manual do proprietrio;

    Nvel de leo do sistema de transmisso (cmbio): para veculos de transmisso automtica, veja o nvel do reservatrio. Nos demais veculos, procure vazamentos sob o veculo;

    gua do radiador: nos veculos refrigerados a gua, veja o nvel do reservatrio de gua;

    gua do sistema limpador de pra-brisa: verifique o reservatrio de gua; Palhetas do limpador de pra-brisa: troque, se estiverem ressecadas; Desembaador dianteiro e traseiro (se existirem): verifique se esto

    funcionando corretamente; Funcionamento dos faris: verifique visualmente se todos esto

    acendendo (luzes baixa e alta); Regulagem dos faris: faa atravs de profissionais habilitados; Lanternas dianteiras e traseiras, luzes indicativas de direo, luz de freio e

    luz de r: inspeo visual.

    2.3 Pneus

    Os pneus tm trs funes importantes: impulsionar, frear e manter a dirigibilidade do veculo.

  • 25

    Confira sempre:

    Calibragem: siga as recomendaes do fabricante do veculo, observando a situaes de carga (vazio e carga mxima). Pneus murchos tm sua vida til diminuda, prejudicam a estabilidade, aumentam o consumo de combustvel e reduzem a aderncia em piso com gua.

    Desgaste: o pneu dever ter sulcos de, no mnimo, 1,6 milmetros de profundidade. A funo dos sulcos permitir o escoamento de gua para garantir perfeita aderncia ao piso e a segurana, em caso de piso molhado.

    Deformao na carcaa: veja se os pneus no tm bolhas ou cortes. Estas deformaes podem causar um estouro ou uma rpida perda de presso.

    Dimenses irregulares: no use pneus de modelo ou dimenses diferentes das recomendadas pelo fabricante para no reduzir a estabilidade e desgastar outros componentes da suspenso.

    Voc pode identificar outros problemas de pneus com facilidade. Vibraes do volante indicam possveis problemas com o balanceamento das rodas. O veculo puxando para um dos lados indica um possvel problema com a calibragem dos pneus ou com o alinhamento da direo. Tudo isso pode reduzir a estabilidade e a capacidade de frenagem do veculo.

    2.4 Cinto de segurana

    O cinto de segurana existe para limitar a movimentao dos ocupantes de um veculo, em casos de acidentes ou numa freada brusca. Nestes casos, o cinto impede que as pessoas se choquem com as partes internas do veculo ou sejam lanados para fora dele, reduzindo assim a gravidade das possveis leses.

    Para isso, os cintos de segurana devem estar em boas condies de conservao e todos os ocupantes devem us-los, inclusive os passageiros dos bancos traseiros, mesmo as gestantes e as crianas. Faa sempre uma inspeo dos cintos:

    Veja se os cintos no tm cortes, para no se romperem numa emergncia;

    Confira se no existem dobras que impeam a perfeita elasticidade; Teste o travamento para ver se est funcionando perfeitamente; Verifique se os cintos dos bancos traseiros esto disponveis para

    utilizao dos ocupantes.

    2.5 Suspenso

    A finalidade da suspenso e dos amortecedores manter a estabilidade do veculo. Quando gastos, podem causar a perda de controle do veculo e seu capotamento, especialmente em curvas e nas frenagens. Verifique periodicamente o estado de conservao e o funcionamento deles, usando como base o manual do

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    fabricante e levando o veculo a pessoal especializado.

    2.6 Direo

    A direo um dos mais importantes componentes de segurana do veculo, um dos responsveis pela dirigibilidade. Folgas no sistema de direo fazem o veculo puxar para um dos lados, podendo levar o condutor a perder o seu controle. Ao frear, estes defeitos so aumentados. Voc deve verificar periodicamente o funcionamento correto da direo e fazer as revises preventivas nos prazos previstos no manual do fabricante, com pessoal especializado.

    2.7 Sistema de iluminao

    O sistema de iluminao de seu veculo fundamental, tanto para voc enxergar bem o seu trajeto, como para ser visto por todos os outros usurios da via e assim, garantir a segurana no trnsito. Sem iluminao, ou com iluminao deficiente, voc poder ser causa de coliso e de outros acidentes.

    Confira e evite as principais ocorrncias:

    Faris queimados, em mau estado de conservao ou desalinhados: reduzem a visibilidade panormica e voc no consegue ver tudo o que deveria;

    Lanternas de posio queimadas ou com defeito, noite ou em ambientes escurecidos (chuva, penumbra): comprometem o reconhecimento do seu veculo pelos demais usurios da via;

    Luzes de freio queimadas ou com mau funcionamento ( noite ou de dia): voc freia e isso no sinalizado aos outros motoristas. Eles vo ter menos tempo e distncia para frear com segurana;

    Luzes indicadoras de direo (pisca-pisca) queimadas ou com mau funcionamento: impedem que os outros motoristas compreendam sua manobra e isso pode causar acidentes. Verifique periodicamente o estado e o funcionamento das luzes e lanternas.

    2.8 Freios

    O sistema de freios desgasta-se com o uso do seu veculo e tem sua eficincia reduzida. Freios gastos exigem maiores distncias para frear com segurana e podem causar acidentes. Os principais componentes do sistema de freios so: sistema hidrulico, fluido, discos e pastilhas ou lonas, dependendo do tipo de veculo.

    Veja aqui as principais razes de perda de eficincia e como inspecionar:

    Nvel de fluido baixo: s observar o nvel do reservatrio; Vazamento de fluido: observe a existncia de manchas no piso, sob o

    veculo;

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    Disco e pastilhas gastos: verifique com profissional habilitado; Lonas gastas: verifique com profissional habilitado.

    Quando voc atravessa locais encharcados ou com poas de gua, utilizando veculo com freios a lona, pode ocorrer a perda de eficincia momentnea do sistema de freios. Observando as condies do trnsito no local, reduza a velocidade e pise no pedal de freio algumas vezes para voltar normalidade.

    Nos veculos dotados de sistema ABS (central eletrnica que recebe sinais provenientes das rodas e que gerencia a presso no cilindro e no comando dos freios, evitando o bloqueio das rodas) verifique, no painel, a luz indicativa de problemas no funcionamento. Ao dirigir, evite utilizar tanto as freadas bruscas, como as desnecessrias, pois isto desgasta mais rapidamente os componentes do sistema de freios. s dirigir com ateno, observando a sinalizao, a legislao e as condies do trnsito.

    3. O CONDUTOR

    3.1 Como evitar desgaste fsico relacionado maneira de sentar e dirigir

    A sua posio correta ao dirigir evita desgaste fsico e contribui para evitar situaes de perigo.

    Siga as orientaes:

    Dirija com os braos e pernas ligeiramente dobrados, evitando tenses; Apie bem o corpo no assento e no encosto do banco, o mais prximo

    possvel de um ngulo de 90 graus; Ajuste o encosto de cabea de acordo com a altura dos ocupantes do

    veculo, de preferncia na altura dos olhos; Segure o volante com as duas mos, como os ponteiros do relgio na

    posio de 9 horas e 15 minutos. Assim voc enxerga melhor o painel, acessa melhor os comandos do veculo e, nos veculos com air bag, no impede o seu funcionamento;

    Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veculo e evite apoiar os ps nos pedais, quando no os estiver usando;

    Utilize calados que fiquem bem fixos aos seus ps, para que voc possa acionar os pedais rapidamente e com segurana;

    Coloque o cinto de segurana, de maneira que ele se ajuste firmemente ao seu corpo. A faixa inferior deve passar pela regio do abdome e a faixa transversal passar sobre o peito e no sobre o pescoo;

    Fique em posio que permita enxergar bem as informaes do painel e verifique sempre o funcionamento de sistemas importantes como, por exemplo, a temperatura do motor.

    3.2 Uso correto dos retrovisores

    Quanto mais voc enxerga o que acontece sua volta enquanto dirige, maior

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    a possibilidade de evitar situaes de perigo. Nos veculos com o retrovisor interno, sente-se na posio correta e ajuste-o numa posio que d a voc uma viso ampla do vidro traseiro. No coloque bagagens ou objetos que impeam sua viso atravs do retrovisor interno;

    Os retrovisores externos, esquerdo e direito, devem ser ajustados de maneira que voc, sentado na posio de direo, enxergue o limite traseiro do seu veculo e com isso reduza a possibilidade de pontos cegos ou sem alcance visual. Se no conseguir eliminar esses pontos cegos, antes de iniciar uma manobra, movimente a cabea ou o corpo para encontrar outros ngulos de viso pelos espelhos externos, ou atravs da viso lateral. Fique atento tambm aos rudos dos motores dos outros veculos e s faa a manobra se estiver seguro de que no vai causar acidentes.

    3.3 O problema da concentrao: telefones, rdios e outros mecanismos que diminuem sua ateno ao dirigir

    Como tomamos decises no trnsito?

    Muitas das coisas que fazemos no trnsito so automticas, feitas sem que pensemos nelas. Depois que aprendemos a dirigir, no mais pensamos em todas as coisas que temos que fazer ao volante. Este automatismo acontece aps repetirmos muitas vezes os mesmos movimentos ou procedimentos.

    Isso, no entanto, esconde um problema que est na base de muitos acidentes. Em condies normais, nosso crebro leva alguns dcimos de segundo para registrar as imagens que enxergamos. Isso significa que, por mais atento que voc esteja ao dirigir um veculo, vo existir, num breve espao de tempo, situaes que voc no consegue observar.

    Os veculos em movimento mudam constantemente de posio. Por exemplo, a 80 quilmetros por hora, um carro percorre 22 metros, em um nico segundo. Se acontecer uma emergncia, entre perceber o problema, tomar a deciso de frear, acionar o pedal e o veculo parar totalmente, vo ser necessrios, pelo menos, 44 metros.

    Se voc estiver pouco concentrado ou no puder se concentrar totalmente na direo, seu tempo normal de reao vai aumentar, transformando os riscos do trnsito em perigos no trnsito.

    Alguns dos fatores que diminuem a sua concentrao e retardam os reflexos:

    Consumir bebida alcolica; Usar drogas; Usar medicamento que modifica o comportamento, de acordo com seu

    mdico; Ter participado, recentemente, de discusses fortes com familiares, no

    trabalho, ou por qualquer outro motivo; Ficar muito tempo sem dormir, dormir pouco ou dormir muito mal; Ingerir alimentos muito pesados, que acarretam sonolncia.

  • 29

    Ingerir bebida alcolica ou usar drogas, alm de reduzir a concentrao, afeta a coordenao motora, muda o comportamento e diminui o desempenho, limitando a percepo de situaes de perigo e reduzindo a capacidade de ao e reao.

    Outros fatores que reduzem a concentrao, apesar de muitos no perceberem isso:

    Usar o telefone celular ao dirigir, mesmo que seja viva voz; Assistir televiso a bordo ao dirigir; Ouvir aparelho de som em volume que no permita ouvir os sons do seu

    prprio veculo e dos demais; Transportar animais soltos e desacompanhados no interior do veculo; Transportar, no interior do veculo, objetos que possam se deslocar

    durante o percurso.

    Ns no conseguimos manter nossa ateno concentrada durante o tempo todo enquanto dirigimos. Constantemente somos levados a pensar em outras coisas, sejam elas importantes ou no.

    Force a sua concentrao no ato de dirigir, acostumando-se a observar sempre e alternadamente:

    As informaes no painel do veculo, como velocidade, combustvel, sinais luminosos;

    Os espelhos retrovisores; A movimentao de outros veculos sua frente, sua traseira ou nas

    laterais; A movimentao dos pedestres, em especial nas proximidades dos

    cruzamentos; A posio de suas mos no volante.

    3.4 O constante aperfeioamento

    O ato de dirigir apresenta riscos e pode gerar grandes conseqncias, tanto fsicas, como financeiras. Por isso, dirigir exige aperfeioamento e atualizao constantes, para a melhoria do desempenho e dos resultados.

    Voc dirige um veculo que exige conhecimento e habilidade, passa por lugares diversos e complexos, nem sempre conhecidos, onde tambm circulam outros veculos, pessoas e animais. Por isso, voc tem muita responsabilidade sobre tudo o que faz no volante.

    muito importante para voc, conhecer as regras de trnsito, a tcnica de dirigir com segurana e saber como agir em situaes de risco. Procure sempre revisar e aperfeioar seus conhecimentos sobre tudo isso.

    3.5 Dirigindo ciclomotores e motocicletas

    Um grande nmero de motociclistas precisa alterar urgentemente sua forma

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    de dirigir. Mudar constantemente de faixa, ultrapassar pela direita, circular em velocidades incompatveis com a segurana, circular entre veculos em movimento e sem guardar distncia segura tm resultado num preocupante aumento no nmero de acidentes envolvendo motocicletas em todo o pas. So muitas mortes e ferimentos graves que causam invalidez permanente e que poderiam ser evitados, simplesmente com uma direo mais segura.

    Se voc dirige uma motocicleta ou um ciclomotor, pense nisso e no deixe de seguir as orientaes abaixo:

    Regras de segurana para condutores de motocicletas e ciclomotores:

    obrigatrio o uso de capacete de segurana para o condutor e o passageiro;

    obrigatrio o uso de viseiras ou culos de proteo; proibido transportar crianas com menos de 7 anos de idade; obrigatrio manter o farol aceso quando em circulao, de dia ou de

    noite; As ultrapassagens devem ser feitas sempre pela esquerda; A velocidade deve ser compatvel com as condies e circunstncias do

    momento, respeitando os limites fixados pela regulamentao da via; No circule entre faixas de trfego; Utilize roupas claras, tanto o condutor quanto o passageiro; Solicite ao carona que movimente o corpo da mesma maneira que o

    condutor para garantir a estabilidade nas curvas; Segure o guidom com as duas mos.

    Regras de segurana para ciclomotores:

    O condutor de ciclomotor (veculo de duas rodas, motorizados, de at 50 cilindradas) deve conduzir este tipo de veculo pela direita da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais direita ou no bordo direito da pista sempre que no houver acostamento ou faixa prpria a ele destinada;

    proibida a circulao de ciclomotores nas vias de trnsito rpido e sobre as caladas das vias urbanas.

    4. VIA DE TRNSITO

    Via pblica a superfcie por onde transitam veculos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. Podem ser urbanas ou rurais (estradas ou rodovias). Cada via tem suas caractersticas, que devem ser observadas para diminuir os riscos de acidentes.

    4.1 Fixao de velocidade

    Voc tem a obrigao de dirigir numa velocidade compatvel com as condies da via, respeitando os limites de velocidade estabelecidos.

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    Embora os limites de velocidade sejam os que esto nas placas de sinalizao, h determinadas circunstncias momentneas nas condies da via trfego, condies do tempo, obstculos, aglomerao de pessoas que exigem que voc reduza a velocidade e redobre sua ateno, para dirigir com segurana. Quanto maior a velocidade, maior o risco e mais graves so os acidentes e maior a possibilidade de morte no trnsito.

    O tempo que se ganha utilizando uma velocidade mais elevada no compensa os riscos e o estresse. Por exemplo, a 80 quilmetros por hora voc percorre uma distncia de 50 quilmetros em 37 minutos e a 100 quilmetros por hora voc vai demorar 30 minutos para percorrer a mesma distncia.

    4.2 Curvas

    Ao fazermos uma curva, sentimos o efeito da fora centrfuga, a fora que nos joga para fora da curva e exige certo esforo para no deixar o veculo sair da trajetria. Quanto maior a velocidade, mais sentimos essa fora. Ela pode chegar ao ponto de tirar o veculo de controle, provocando um capotamento ou a travessia na pista, com coliso com outros veculos ou atropelamento de pedestres e ciclistas.

    A velocidade mxima permitida numa curva leva em considerao so aspectos geomtricos de construo da via.

    Para sua segurana e conforto, acredite na sinalizao e adote os seguintes procedimentos:

    Diminua a velocidade, com antecedncia, usando o freio e, se necessrio, reduza a marcha, antes de entrar na curva e de iniciar o movimento do volante;

    Comece a fazer a curva com movimentos suaves e contnuos no volante, acelerando gradativamente e respeitando a velocidade mxima permitida. medida que a curva for terminando, retorne o volante posio inicial, tambm com movimentos suaves;

    Procure fazer a curva, movimentando o menos que puder o volante, evitando movimentos bruscos e oscilaes na direo.

    4.3 Declives

    Voc percebe que frente tem um declive acentuado: antes que a descida comece, teste os freios e mantenha o cmbio engatado numa marcha reduzida durante a descida.

    Nunca desa com o veculo desengrenado. Porque, em caso de necessidade, voc no vai ter a fora do motor para ajudar a parar ou a reduzir a velocidade e os freios podem no ser suficientes.

    No desligue o motor nas descidas. Com ele desligado, os freios no funcionam adequadamente, e o veculo pode atingir velocidade descontroladas.

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    Alm disso, a direo poder travar, se voc desligar o motor.

    4.4 Ultrapassagem

    Onde h sinalizao proibindo a ultrapassagem, no ultrapasse. A sinalizao a representao da lei e foi implantada por pessoal tcnico que j calculou que naquele trecho no possvel a ultrapassagem, porque h perigo de acidente.

    Nos trechos onde houver sinalizao permitindo a ultrapassagem, ou onde no houver qualquer tipo de sinalizao, s ultrapasse se a faixa do sentido contrrio de fluxo estiver livre e, mesmo assim, s tome a deciso considerando a potncia do seu veculo e a velocidade do veculo que vai frente.

    Nas subidas s ultrapasse quando j estiver disponvel a terceira faixa, destinada a veculos lentos. No existindo esta faixa, siga as mesmas orientaes anteriores, mas considere que a potncia exigida do seu veculo vai ser maior que na pista plana.

    Para ultrapassar, acione a seta para esquerda, mude de faixa a uma distncia segura do veculo sua frente e s retorne faixa normal de trfego quando puder enxergar o veculo ultrapassado pelo retrovisor.

    Nos declives, as velocidades de todos os veculos so muito maiores. Para ultrapassar, tome cuidado adicional com a velocidade necessria para a ultrapassagem. Lembre-se que voc no pode exceder a velocidade mxima permitida naquele trecho da via.

    Outros veculos podem querer ultrapass-lo. No dificulte a ultrapassagem, mantendo a velocidade do seu veculo ou at mesmo reduzindo-a ligeiramente.

    4.5 Estreitamento de pista

    Qualquer estreitamento de pista aumenta riscos. Pontes estreitas ou sem acostamento, obras, desmoronamento de barreiras, presena de objetos na pista, por exemplo, provocam estreitamentos.

    Assim que voc enxergar a sinalizao ou perceber o estreitamento, redobre sua ateno, reduza a velocidade e a marcha e, quando for possvel a passagem de apenas um veculo por vez, aguarde o momento oportuno, alternando a passagem com os outros veculos que vm em sentido oposto.

    4.6 Acostamento

    uma parte da via, mas diferenciada da pista de rolamento, destinada parada ou estacionamento de veculos em situaes de emergncia, circulao de pedestres e de bicicletas, neste ltimo caso, quando no houver local apropriado.

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    proibido trafegar com veculos automotores no acostamento, pois isso pode causar acidentes com outros veculos parados ou atropelamentos de pedestres ou de ciclistas.

    Pode ocorrer em trechos da via um desnivelamento do acostamento em relao pista de rolamento, um degrau entre um e outro. Nestes casos, voc deve redobrar sua ateno. Concentre-se no alinhamento da via e permanea a uma distncia segura do seu limite, evitando que as rodas caiam no acostamento e isso possa causar um descontrole do veculo.

    Se precisar parar no acostamento, procure um local onde no haja desnvel ou ele esteja reduzido. Se for extremamente necessrio parar, primeiro reduza a velocidade, o mais suavemente possvel para no causar acidente com os veculos que venham atrs e sinalize com a seta. Aps parar o veculo, sinalize com o tringulo de segurana e o pisca - alerta.

    4.7 Condies do piso da pista de rolamento

    Ondulaes, buracos, elevaes, inclinaes ou alteraes do tipo de piso podem desestabilizar o veculo e provocar a perda do controle.

    Passar por buracos, depresses ou lombadas pode causar desequilbrio em seu veculo, danificar componentes ou ainda fazer voc perder a dirigibilidade. Ainda voc pode agravar o problema se usar incorretamente os freios ou se fizer um movimento brusco com a direo.

    Ao perceber antecipadamente estas ocorrncias na pista, reduza a velocidade, usando os freios. Mas, evite acion-los durante a passagem pelos buracos, depresses e lombadas, porque isso vai aumentar o desequilbrio de todo o conjunto.

    4.8 Trechos escorregadios

    O atrito do pneu com o solo reduzido pela presena de gua, leo, barro, areia ou outros lquidos ou materiais na pista e essa perda de aderncia pode causar derrapagens e descontrole do veculo.

    Fique sempre atento ao estado do pavimento da via e procure adequar sua velocidade a essa situao. Evite mudanas abruptas de velocidade e frenagens bruscas, que tornam mais difcil o controle do veculo nessas condies.

    4.9 Sinalizao

    A sinalizao um sistema de comunicao para ajudar voc a dirigir com segurana. As vrias formas de sinalizao mostram o que permitido e o que proibido fazer, advertem sobre perigos na via e tambm indicam direes a seguir e pontos de interesse.

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    A sinalizao projetada com base na engenharia e no comportamento humano, independentemente das habilidades individuais do condutor e do estado particular de conservao do veculo. Por essa razo, voc deve respeitar sempre a sinalizao e adequar o seu comportamento aos limites de seu veculo.

    4.10 Caladas ou passeios pblicos

    As caladas so para o uso exclusivo de pedestres e s podem ser utilizadas pelos veculos para acesso a lotes ou garagens.

    Mesmo nestes casos, o trfego de veculos sobre a calada deve ser feito com muitos cuidados, para no ocasionar atropelamento de pedestres.

    A parada ou estacionamento de veculos sobre as caladas retira o espao prprio do pedestre, levando-o a transitar na pista de rolamento, onde evidentemente corre o perigo de ser atropelado.

    Por essa razo, proibida a circulao, parada ou estacionamento de veculos automotores nas caladas.

    Voc tambm deve ficar atento em vias sem caladas, ou quando elas estiverem em construo ou deterioradas, forando o pedestre a caminhar na pista de rolamento.

    4.11 rvores/Vegetao

    rvores e vegetao nos canteiros centrais de avenidas ou nas caladas podem esconder placas de sinalizao. Por no ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a fazer manobras que tragam perigo de colises entre veculos ou do atropelamento de pedestres e de ciclistas.

    Ao notar rvores ou vegetao que possam estar encobrindo a sinalizao, redobre sua ateno, at reduzindo a velocidade, para poder identificar restries de circulao e com isso evitar acidentes.

    4.12 Cruzamento entre vias

    Em um cruzamento, a circulao de veculos e de pessoas se altera a todo instante. Quanto mais movimentado, mais conflito haver entre veculos, pedestres e ciclistas, aumentando os riscos de colises e atropelamentos.

    muito comum, tambm, a presena de equipamentos como orelhes, postes, lixeiras, banca de jornais e at mesmo cavaletes com propagandas, junto s esquinas, reduzindo ainda mais a percepo dos movimentos de pessoas e veculos.

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    Assim, ao se aproximar de um cruzamento, independentemente de existir algum tipo de sinalizao, voc deve redobrar a ateno e reduzir a velocidade do veculo.

    Lembre-se sempre de algumas regras bsicas:

    Se no houver sinalizao, a preferncia de passagem do veculo que se aproxima do cruzamento pela direita;

    Se houver a placa PARE, no seu sentido de direo, voc deve parar, observar se possvel atravessar e s a movimentar o veculo;

    Numa rotatria, a preferncia de passagem do veculo que j estiver circulando na mesma;

    Havendo sinalizao por semforo, o condutor dever fazer a passagem com a luz verde. Sob a luz amarela voc dever reduzir a marcha e parar. Com a luz amarela, voc s dever fazer a travessia se j tiver entrado no cruzamento ou se esta condio for a mais segura para impedir que o veculo que vem atrs colida com o seu.

    Nos cruzamentos com semforos, voc deve observar apenas o foco de luz que controla o trfego da via em que voc est e aguardar o sinal verde antes de movimentar seu veculo, mesmo que outros veculos, ao seu lado, se movimentem.

    5. O AMBIENTE

    Algumas condies climticas e naturais afetam as condies de segurana do trnsito. Sob estas condies, voc dever adotar atitudes que garantam a sua segurana e a dos demais usurios da via.

    5.1 Chuva

    A chuva reduz a visibilidade de todos, deixa a pista molhada e escorregadia e pode criar poas de gua se o piso da pista for irregular, no tiver inclinao favorvel ao escoamento de gua, ou se estiver com buracos.

    bom ficar alerta desde o incio da chuva, quando a pista, geralmente, fica mais escorregadia, devido presena de leo, areia ou impurezas.

    , tomar ainda mais cuidado, no caso de chuvas intensas, quando a visibilidade ainda mais reduzida e a pista recoberta por uma lmina de gua podendo aparecer muito mais poas.

    Nesta situao, redobre sua ateno, acione a luz baixa do farol, aumente a distncia do veculo sua frente e reduza a velocidade at sentir conforto e segurana. Evite pisar no freio de maneira brusca, para no travar as rodas e no deixar o veculo derrapar, pela perda de aderncia. Se o seu veculo tem freios ABS (que no deixa travar as rodas), aplique a fora no pedal mantendo-o pressionado at o seu controle total.

    No caso de chuvas de granizo (chuva de pedra), o melhor a fazer parar o

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    veculo em local seguro e aguardar o seu fim. Ela no dura muito nestas circunstncias.

    Ter os limpadores de pra-brisa sempre em bom estado, o desembaador e o sistema de sinalizao do veculo funcionando perfeitamente aumentam as suas condies de segurana e o seu conforto nestas ocasies.

    O estado de conservao dos pneus e a profundidade dos seus sulcos so muito importantes para evitar a perda de aderncia na chuva.

    5.2 Aquaplanagem ou hidroplanagem

    Com gua na pista, pode ocorrer a aquaplanagem, que a perda da aderncia do pneu com o solo. quando o veculo flutua na gua e voc perde totalmente o controle sobre ele. A aquaplanagem pode acontecer com qualquer tipo de veculo e em qualquer piso.

    Para evitar esta situao de perigo, voc deve observar com ateno a presena de poas de gua sobre a pista, mesmo no havendo chuva, e reduzir a velocidade utilizando os freios, antes de entrar na regio empoada. Na chuva, aumenta a possibilidade de perda de aderncia. Neste caso, reduza a velocidade e aumente a distncia do veculo sua frente.

    Quando o veculo estiver sobre poas de gua, no recomendvel a utilizao dos freios. Segure a direo com fora para manter o controle de seu veculo.

    O estado de conservao dos pneus e a profundidade de seus sulcos so igualmente importantes para evitar a perda de aderncia.

    5.3 Neblina ou cerrao

    Sob neblina ou cerrao, voc deve imediatamente acender a luz baixa do farol (e o farol de neblina se tiver), aumentar a distncia do veculo sua frente e reduzir a sua velocidade, at sentir mais segurana e conforto. No use o farol alto porque ele reflete a luz nas partculas de gua, e reduz ainda mais a visibilidade.

    Lembre-se que nestas condies o pavimento fica mido e escorregadio, reduzindo a aderncia dos pneus.

    Caso sinta muita dificuldade em continuar trafegando, pare em local seguro, como um posto de abastecimento. Em virtude da pouca visibilidade, na neblina, geralmente no seguro parar no acostamento. Use o acostamento somente em caso extremo e de emergncia e utilize, nestes casos, o pisca - alerta.

    5.4 Vento

    Ventos muito fortes, ao atingir seu veculo em movimento, podem desloc-lo

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    ocasionando a perda de estabilidade e o descontrole, que podem ser causa de colises com outros veculos ou mesmo capotamentos.

    H trechos de rodovias onde so freqentes os ventos fortes. Acostume-se a observar o movimento da vegetao s margens da via. uma boa orientao para identificar a fora do vento. Em alguns casos, estes trechos encontram- se sinalizados. Notando movimentos fortes da vegetao ou vendo a sinalizao correspondente, reduza a velocidade para no ser surpreendido e para manter a estabilidade.

    Os ventos tambm podem ser gerados pelo deslocamento de ar de outros veculos maiores em velocidade, no mesmo sentido ou no sentido contrrio de trfego ou at mesmo na sada de tneis. A velocidade dever ser reduzida, adequando-se a marcha do motor para diminuir a probabilidade de desestabilizao do veculo.

    5.5 Fumaa proveniente de queimadas

    A fumaa produzida pelas queimadas nos terrenos margem da via provoca reduo da visibilidade. Alm disso, a fuligem proveniente da queimada pode reduzir a aderncia do piso.

    Nos casos de queimadas, redobre sua ateno e reduza a velocidade. Ligue a luz baixa do farol e, depois que entrar na fumaa, no pare o veculo na pista, j que com a falta de visibilidade, os outros motoristas podem no v-lo parado na pista.

    5.6 Condio de Luz

    A falta ou o excesso de luminosidade podem aumentar os riscos no trnsito.

    Ver e ser visto uma regra bsica para a direo segura. Confira como agir:

    - Farol Alto ou Farol Baixo Desregulado

    A luz baixa do farol deve ser utilizada obrigatoriamente noite, mesmo em vias com iluminao pblica. A iluminao do veculo noite, ou em situaes de escurido, por chuva ou em tneis, permite aos outros condutores, e especialmente aos pedestres e aos ciclistas, observarem com antecedncia o movimento dos veculos e com isso, se protegerem melhor.

    Usar o farol alto ou o farol baixo desregulado ao cruzar com outro veculo, pode ofuscar a viso do outro motorista. Por isso, mantenha sempre os faris regulados e, ao cruzar com outro veculo, acione com antecedncia a luz baixa.

    Quando ficamos de frente a um farol alto ou um farol desregulado, perdemos momentaneamente a viso (ofuscamento). Nesta situao, procure desviar sua viso para uma referncia na faixa direita da pista.

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    Quando a luz do farol do veculo que vem atrs refletir no retrovisor interno, ajuste-o para desviar o facho de luz. A maioria dos veculos tem este dispositivo. Verifique o manual do proprietrio.

    Recomenda-se o uso da luz baixa do veculo, mesmo durante o dia, nas rodovias. No caso das motocicletas, ciclomotores e do transporte coletivo de passageiros, estes ltimos quando trafegarem em faixa prpria, o uso da luz baixa do farol obrigatria.

    Penumbra (ausncia de luz)

    A penumbra (lusco-fusco), uma ocorrncia freqente na passagem do final da tarde para o incio da noite ou do final da madrugada para o nascer do dia ou ainda, quando o cu est nublado ou se chove com intensidade.

    Sob estas condies, to importante quanto ver, tambm ser visto. Ao menor sinal de iluminao precria acenda o farol baixo.

    - Inclinao da Luz Solar

    No incio da manh ou no final da tarde, a luz do sol bate na cara. O sol, devido sua inclinao, pode causar ofuscamento, reduzindo sua viso. Nem preciso dizer que isso representa perigo de acidentes. Procure programar sua viagem para evitar estas condies.

    O ofuscamento pode acontecer tambm pelo reflexo do sol em alguns objetos polidos, como garrafas, latas ou pra-brisas.

    Em todas estas condies, reduza a velocidade do veculo, utilize o quebra-sol (pala de proteo interna) ou at mesmo um culos protetor (culos de sol) e procure observar uma referncia do lado direito da pista.

    O ofuscamento tambm poder acontecer com os motoristas que vm em sentido contrrio, quando so eles que tm o sol pela frente. Neste caso, redobre sua ateno, reduza a velocidade para seu maior conforto e segurana e acenda o farol baixo para garantir que voc seja visto por eles.

    Nos cruzamentos com semforos, o sol, ao incidir contra os focos luminosos, pode impedir que voc identifique corretamente a sinalizao. Nestes casos, reduza a velocidade e redobre a ateno, at que tenha certeza da indicao do semforo.

    6. Outras regras gerais importantes

    Antes de colocar seu veculo em movimento, verifique as condies de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatrio, como cintos de segurana, encosto de cabea, extintor de incndio, tringulo de segurana, pneu sobressalente, limpador de pra-brisa, sistema de iluminao e buzina, alm de observar se o combustvel suficiente para chegar ao seu local de destino.

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    Tenha, a todo o momento, domnio de seu veculo, dirigindo-o com ateno e com os cuidados indispensveis segurana do trnsito.

    D preferncia de passagem aos veculos que se deslocam sobre trilhos, respeitadas as normas de circulao.

    Ao dirigir um veculo de maior porte, tome todo o cuidado e seja responsvel pela segurana dos veculos menores, pelos no motorizados e pela segurana dos pedestres.

    Reduza a velocidade quando for ultrapassar um veculo de transporte coletivo (nibus) que esteja parado efetuando o embarque ou desembarque de passageiros.

    Aguarde uma oportunidade segura e permitida pela sinalizao para fazer uma ultrapassagem, quando estiver dirigindo em vias com duplo sentido de direo e pista nica, nos trechos em curvas e em aclives. No ultrapasse veculos em pontes, viadutos e nas travessias de pedestres, exceto se houver sinalizao que permita.

    Numa rodovia, para fazer uma converso esquerda ou um retorno, aguarde uma oportunidade segura no acostamento. Nas rodovias sem acostamento, siga a sinalizao indicativa de permisso.

    No freie bruscamente o seu veculo, exceto por razes de segurana.

    No pare seu veculo nos cruzamentos, bloqueando a passagem de outros veculos. Nem mesmo se voc estiver na via preferencial e com o semforo verde para voc. Aguarde , antes do cruzamento, o trnsito fluir e vagar um espao no trecho de via frente.

    Use a sinalizao de advertncia (tringulo de segurana) e o pisca - alerta quando precisar parar temporariamente o veculo na pista de rolamento.

    Em locais onde o estacionamento proibido, voc dever parar apenas durante o tempo suficiente para o embarque ou desembarque de passageiros. Isso, desde que a parada no venha a interromper o fluxo de veculos ou a locomoo de pedestres.

    No abra a porta nem a deixe aberta, sem ter a certeza que isso no vai trazer perigo para voc ou para os outros usurios da via. Cuide para que os seus passageiros no abram ou deixem abertas as portas do veculo. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calada, exceto no caso do condutor.

    Mantenha a ateno ao dirigir, mesmo em vias com trfego denso e com baixa velocidade, observando atentamente o movimento de veculos, pedestres e ciclistas, devido possibilidade da travessia de pedestres fora da faixa e a aproximao excessiva de outros veculos, que podem acarretar acidentes.

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    Estas situaes ocorrem em horrios pr estabelecidos, conhecidos como horrios de pico. So os horrios de entrada e sada de trabalhadores e acesso a escolas, sobretudo em plos geradores de trfego, como shopping centers, supermercados, praas esportivas, etc.

    Mantenha uma distncia segura do veculo da frente. Uma boa distncia permite que voc tenha tempo de reagir e acionar os freios diante de uma situao de emergncia e haja tempo tambm para que o veculo, uma vez freado, pare antes de colidir. Em condies normais da pista e do clima, o tempo necessrio para manter a distncia segura de, aproximadamente, dois segundos.

    Existe uma regra simples regra dos dois segundos que pode ajudar voc a manter a distncia segura do veculo da frente:

    1. Escolha um ponto fixo margem da via; 2. Quando o veculo que vai sua frente passar pelo ponto fixo, comece

    a contar; 3. Conte dois segundos pausadamente. Uma maneira fcil contar seis

    palavras em seqncia cinqenta e um, cinqenta e dois. 4. A distncia entre o seu veculo e o que vai frente vai ser segura se o

    seu veculo passar pelo ponto fixo aps a contagem de dois segundos. 5. Caso contrrio, reduza a velocidade e faa nova contagem. Repita at

    estabelecer a distncia segura.

    Para veculos com mais de 6 metros de comprimento ou sob chuva, aumente o tempo de contagem: cinqenta e um, cinqenta e dois, cinqenta e trs.

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    MDULO - 3

    NOES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVVIO SOCIAL

    NO TRNSITO

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    NOES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVVIO SOCIAL NO TRNSITO

    1. PRIMEIROS SOCORROS

    So procedimentos imediatos e temporrios prestados a algum, em caso de acidente ou mal sbito, com a finalidade de manter as funes vitais e evitar o agravamento das leses, at ocorrer um atendimento mais especializado e posterior conduo ao hospital mais prximo.

    Por ser uma atividade realizada pelos Bombeiros Militares, quando do atendimento as vtimas, estes estaro sempre expostos aos riscos de acidente de trnsito, pois no af de realiz-las, no observam cuidados importantes na prestao deste servio.

    1.1 Sinalizao do local do acidente

    Em primeiro lugar, deve-se atentar para os eventuais perigos que possam surgir em decorrncia da ausncia de sinalizao durante o atendimento, e de imediato, verificar sempre a presena de Policiais Militares ou Rodovirios, objetivando um apoio e, por conseqncia uma maior segurana, evitando que novos acidentes ocorram durante o evento.

    1.2 Verificao das condies gerais da vtima

    Nos acidentes com vtimas necessrio verificar as condies em que elas se encontram, agindo da seguinte forma:

    se a vtima estiver consciente, converse com ela, procurando tranqiliz-la. Pergunte seu nome, seu telefone, etc. Preste ateno se as respostas so lgicas;

    observe a respirao, alm de seu estado de conscincia; verifique a sensibilidade corporal; em caso de acidente violento, atente-se para as leses de coluna,

    evitando-se movimentao desnecessria at a chegada de socorro especializado.

    Em caso de vtima inconsciente, a verificao dos sinais vitais deve ser feita da seguinte maneira:

    verifique a respirao, a pulsao e a temperatura sem movimentar a vtima, utilizado as tcnicas adotadas no APH;

    observe os movimentos do trax e abdmen.

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    Vtimas fatais, quando constatada deve-se ter um tratamento diferenciado, solicitando a presena do IML, cobrindo sempre que possvel a vtima, de forma a preservar o local e inibir a presena de curiosos, a fim de evitar aglomeraes no local do acidente.

    1.3 Cuidados com a vtima

    So necessrios alguns cuidados bsicos nas diversas situaes de emergncia, os quais podem variar de acordo com o estado das vtimas:

    Hemorragia:

    Hemorragia ou sangramento significa a mesma coisa, isto , sangue que escapa de artrias, veias ou vasos capilares. A hemorragia pode ser definida como a perda do volume sangneo circulante. O sangramento pode ser interno ou externo e em ambos os casos perigoso.

    Artrias: Transportam o sangue oxigenado e nutrientes em nosso corpo. So de diferentes dimetros, algumas calibrosas (aorta), outras medianas (radial) e, tambm pequenas (artrias de um dedo). So os vasos que saem do corao.

    Veias: Recolhem o sangue sem oxignio e resduos dos vasos capilares e clulas do corpo. No tem tanta presso como as artrias. Conduzem o sangue venoso de retorno para o corao.

    Capilares: Cada artria se divide em novas artrias mais e mais finas, formando finalmente os vasos capilares. Atravs de suas finssimas paredes o oxignio, o dixido de carbono e outras substncias so trocadas entre as clulas do corpo e o sangue.

    Sangue: Lquido vermelho, viscoso, composto por plasma, clulas vermelhas (hemcias), clulas brancas (leuccitos), e plaquetas. O plasma (parte lquida) transporta as clulas e nutrientes para todos os tecidos. Tambm conduz os produtos de degradao para os rgos excretores. As clulas vermelhas fornecem cor ao sangue e transportam oxignio. As clulas brancas atuam na defesa do organismo contra as infeces. As plaquetas so essenciais para a formao de cogulos sangneos, necessrios para est