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LEIA NO EDITORIAL A importância do frio para a agricultura LEIA NESTA EDIÇÃO Trigo: área semeada chega aos 95% da prevista no Estado. N.º 1.459 20 de julho de 2017 Aqui você encontra: Editorial Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Analises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. EDITORIAL A importância do frio para a agricultura O frio intenso dos últimos dias tem gerado queixas de muitas pessoas, em especial porque ocorre após um longo período de calor em pleno inverno. Mas é importante destacar que o frio neste período é fundamental para as culturas de inverno, como o trigo, e para frutíferas, como pessegueiros, videiras, ameixeiras e macieiras. Trigo, cevada e aveia são culturas de inverno que toleram baixas temperaturas e a geada neste período é muito benéfica porque, se ocorrer alguma queima superficial das plantas, a recuperação é rápida. Além disso, o frio, associado a um clima seco e com bastante sol, como se mantém nesta semana, é uma condição climática bastante positiva, pois impede a propagação de doenças fúngicas, como manchas foliares, oídio e ferrugem. Mas se ocorrer geada em meados de setembro pode ser fatal, pois é quando as culturas estão em fase reprodutiva (floração, espigamento e formação de grãos), não tolerante ao frio. O risco neste caso é o congelamento da seiva, rompendo os vasos da planta e a estrangulando até a morte. Por enquanto, a fase inicial das culturas de inverno é considerada muito boa, porque no último final de semana (dias 15 e 16), com a ocorrência de chuvas, foi retomada a umidade do solo e o frio desta semana vem num momento muito favorável, o que aponta para uma boa safra das culturas de inverno, caso as temperaturas normais para a época se mantenham baixas e com clima seco e com chuvas abaixo da média. Já na fruticultura, em especial na região da Serra gaúcha, este novo pico de frio em pleno inverno é comemorado por técnicos e produtores, que também se dizem apreensivos com a possível confirmação de calor novamente sobre o Estado a partir da próxima semana. Para a maioria das variedades de frutíferas, o problema está na ocorrência de calor fora de padrão e de época, que “desperta” as plantas, tirando-as da dormência, período este muito importante para a regularidade na brotação das gemas de flor e de folhas, que produzem, através da fotossíntese, todos os nutrientes necessários para a frutificação. Como ainda temos mais uns 60 dias de inverno, é considerável a chance de ocorrer no mínimo mais uma frente fria, repetindo o estrago de dois anos atrás, quando, segundo dados do Cadastro Vitícola da Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves (CNPUV), tivemos sobre o Estado apenas 145 horas de frio de até 7,2ºC, muito abaixo da média estadual para o período, que é de 410 horas de frio. Importante ressaltar que em 2016 foram 530 horas de frio contínuo e neste ano, até agora, são em torno de 100 horas de frio. Para termos boas produções de frutas e mesmo de trigo, cevada e aveia, precisamos ter frio em quantidade e qualidade. Como as oscilações de temperatura têm sido bruscas, recomendamos que os produtores posterguem ao máximo a realização das podas. No caso de pessegueiros e ameixeiras, os carregadores, que são os ramos com até um ano, medindo entre 60 centímetros e 1 metro de comprimento, nos quais a planta floresce em até 20 dias, o aconselhável é não encurtar esses galhos. Já nas parreiras e macieiras, é preciso retardar a poda, que “desperta” a brotação, pois a antecipação da brotação pode gerar perdas e redução da produção, em caso de geadas tardias, se refletindo na demanda e no aumento dos preços para os consumidores. Precisamos respeitar o frio e, por que não, saudá-lo, por todos os benefícios para as culturas de inverno e para a economia do nosso Estado. Lino Moura Diretor técnico da Emater/RS e superintendente técnico da Ascar

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LEIA NO EDITORIAL A importância do frio para a agricultura LEIA NESTA EDIÇÃO

Trigo: área semeada chega aos 95% da prevista no Estado.

N.º 1.459

20 de julho de 2017

Aqui você encontra:

Editorial

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões.

EDITORIAL

A importância do frio para a agricultura O frio intenso dos últimos dias tem gerado queixas de muitas pessoas, em especial porque ocorre após um longo período de calor em pleno inverno. Mas é importante destacar que o frio neste período é fundamental para as culturas de inverno, como o trigo, e para frutíferas, como pessegueiros, videiras, ameixeiras e macieiras. Trigo, cevada e aveia são culturas de inverno que toleram baixas temperaturas e a geada neste período é muito benéfica porque, se ocorrer alguma queima superficial das plantas, a recuperação é rápida. Além disso, o frio, associado a um clima seco e com bastante sol, como se mantém nesta semana, é uma condição climática bastante positiva, pois impede a propagação de doenças fúngicas, como manchas foliares, oídio e ferrugem. Mas se ocorrer geada em meados de setembro pode ser fatal, pois é quando as culturas estão em fase reprodutiva (floração, espigamento e formação de grãos), não tolerante ao frio. O risco neste caso é o congelamento da seiva, rompendo os vasos da planta e a estrangulando até a morte. Por enquanto, a fase inicial das culturas de inverno é considerada muito boa, porque no último final de semana (dias 15 e 16), com a ocorrência de chuvas, foi retomada a umidade do solo e o frio desta semana vem num momento muito favorável, o que aponta para uma boa safra das culturas de inverno, caso as temperaturas normais para a época se mantenham baixas e com clima seco e com chuvas abaixo da média. Já na fruticultura, em especial na região da Serra gaúcha, este novo pico de frio em pleno inverno é comemorado por técnicos e produtores, que também se dizem apreensivos com a possível confirmação de calor novamente sobre o Estado a partir da próxima semana. Para a maioria das variedades de frutíferas, o problema está na ocorrência de calor fora de padrão e de época, que “desperta” as plantas, tirando-as da dormência, período este muito importante para a regularidade na brotação das gemas de flor e de folhas, que produzem, através da fotossíntese, todos os nutrientes necessários para a frutificação. Como ainda temos mais uns 60 dias de inverno, é considerável a chance de ocorrer no mínimo mais uma frente fria, repetindo o estrago de dois anos atrás, quando, segundo dados do Cadastro Vitícola da Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves (CNPUV), tivemos sobre o Estado apenas 145 horas de frio de até 7,2ºC, muito abaixo da média estadual para o período, que é de 410 horas de frio. Importante ressaltar que em 2016 foram 530 horas de frio contínuo e neste ano, até agora, são em torno de 100 horas de frio. Para termos boas produções de frutas e mesmo de trigo, cevada e aveia, precisamos ter frio em quantidade e qualidade. Como as oscilações de temperatura têm sido bruscas, recomendamos que os produtores posterguem ao máximo a realização das podas. No caso de pessegueiros e ameixeiras, os carregadores, que são os ramos com até um ano, medindo entre 60 centímetros e 1 metro de comprimento, nos quais a planta floresce em até 20 dias, o aconselhável é não encurtar esses galhos. Já nas parreiras e macieiras, é preciso retardar a poda, que “desperta” a brotação, pois a antecipação da brotação pode gerar perdas e redução da produção, em caso de geadas tardias, se refletindo na demanda e no aumento dos preços para os consumidores. Precisamos respeitar o frio e, por que não, saudá-lo, por todos os benefícios para as culturas de inverno e para a economia do nosso Estado.

Lino Moura Diretor técnico da Emater/RS

e superintendente técnico da Ascar

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PANORAM A GERAL

Aqui está frio, mas ondas de calor ameaçam milhões de pessoas

Um estudo mede a probabilidade de o calor extremo atingir as principais cidades do planeta e conclui que a frequência desses eventos aumentará mesmo que o aquecimento se mantenha abaixo de 1,5°C. As temidas ondas de calor, como as que mataram cerca de 3.400 pessoas no sul da Ásia em 2015, nas cidades de Karachi (Paquistão) e Kolkata (Índia), onde as temperaturas bateram os 48ºC, devem se tornar ainda mais intensas, mesmo que a temperatura média do planeta se mantenha abaixo dos 1,5°C, limite ideal estabelecido pelo Acordo de Paris. Este estudo, publicado pela revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences, analisou o estresse térmico de 44 cidades e identificou a capacidade de cada uma delas de registrar eventos de calor extremos. No Brasil, o Rio de Janeiro se torna suscetível às ondas de calor se o aumento médio da temperatura ultrapassar os 4°C até o final deste século. O estresse térmico é um fenômeno que une duas variáveis explosivas: o aumento da temperatura do ar e o aumento do vapor de água da atmosfera. Juntos, eles diminuem a capacidade de o ambiente dissipar o próprio calor, elevam a sensação térmica a níveis perigosos para o ser humano e geram as perigosas ondas de calor. Uma vez que o aumento da temperatura média global do ar não é linear, estas ondas acontecem com mais frequência em alguns lugares do que em outros. De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisas em Mudanças Climáticas e Fiocruz, os países mais pobres que não se prepararem para essas ondas de calor podem registrar um grande número de óbitos em poucas horas, a exemplo do que já ocorreu em 2015. Em pouco tempo, o corpo não consegue regular a própria temperatura e entra em um processo crítico que pode gerar a perda de funções vitais. No mercado de trabalho, as perdas causadas pelo calor já foram medidas. Até 2009, a América Latina já havia perdido 2% de suas horas de trabalho por estresse térmico. Hoje em dia, cerca de 10% a 15% das horas de trabalho no mundo já são quentes demais para manter a produtividade. As iniciativas ainda são poucas, mas já existem planos para mitigar os efeitos das ondas de calor em cidades onde elas devem se tornar mais frequentes. A cidade de Ahmadabad (Índia) implementou o primeiro plano abrangente de aquecimento da Ásia, que está servindo de exemplo para cidades vizinhas e

outras, que além de pobres, sofrem com o aumento populacional. Fonte: Observatório do Clima

Os biomas brasileiros: o cultivo e a

preservação do meio ambiente Quando a fauna e a flora interagem entre si e com o ambiente, eis um bioma: um conjunto de diferentes ecossistemas, comunidades biológicas, homogeneidade e particularidades bem desenhadas. Bioma é relacionamento de seres. Biomas influenciam o clima, o ar e a água. Vive-se nos biomas sob a constante influência e ação do homem. Neste caso, o passivo é o meio ambiente. A água, o clima, as matas, os rios, nascentes e florestas de um lado. Do outro, o homem e o assoreamento, o desmatamento, a poluição. Com a ação do homem, muitas características entranhadas começam a sofrer impactos que podem ser irreversíveis na continuidade da espécie humana. Cada bioma tem fauna e flora específicas definidas pelas condições físicas, climáticas, geográficas e litológicas (das rochas). Ou seja, cada bioma tem uma diversidade biológica própria. No Brasil, temos seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Cada um deles com sua importância. Existem vários desafios e eles passam pela questão cultural. A produção sustentável é a bandeira da agricultura familiar em favor dos biomas. É incentivar o uso do solo como meio de produção, mas com zelo. Com preocupação e um olhar regenerativo. A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) foca nesse trabalho e apoia diretamente ações e projetos como certificação de produção orgânica, trabalho com ervas medicinais e parcerias como a da agência alemã Deustche Geselischaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). Um outro projeto apoiado e executado pela Sead é a Arca do Gosto, do movimento Slow Food Brasil, uma iniciativa para preservar produtos ameaçados de extinção, mas que ainda têm potenciais produtivos e comerciais. Já existem cerca de 150 alimentos catalogados. Todo alimento relacionado a um bioma tem uma história, uma cultura, uma referência afetiva. E quando se preserva o bioma, mantém-se isto. Fala-se em agricultura regenerativa, aquela que não só tira, mas também repõe os recursos naturais. A inclusão produtiva dos agricultores, dos povos e das comunidades tradicionais ajudam a preservar esse universo. Fonte: Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead)

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GRÃOS Trigo – A pouca chuva registrada durante o fim de semana em zonas produtoras foi suficiente apenas para que os triticultores pudessem semear áreas já preparadas para a finalidade, fazendo com que o percentual de área plantada chegue, neste período, a 95% do total, aproximando-se da média que é de 96% para esta época. As áreas a finalizar se encontram principalmente nos Campos de Cima da Serra, região cujo período preferencial para o plantio se encerrado em 31 de julho. As lavouras, de maneira geral, se ressentem de umidade mais elevada no solo para um desenvolvimento mais efetivo e vigoroso, apresentando plantas amareladas e com crescimento aquém do desejado em muitos casos. O trabalho de controle de plantas concorrentes e a aplicação de fungicidas têm se mostrado ineficazes devido à baixa umidade do ar registrada nos últimos dias. A aplicação de adubos nitrogenados, que poderiam acelerar o processo de recuperação dessas lavouras, segue o mesmo caminho. As temperaturas negativas registradas a partir de segunda-feira (17 de julho), que provocaram geadas por todo o Estado, em nada afetam a cultura. No atual estágio em que se encontram as lavouras (100% em desenvolvimento vegetativo/perfilhamento), os eventuais danos por crestamento de folhas são perfeitamente recuperáveis, desde que a fertilidade e a umidade do solo se encontrem em níveis adequados. Esta última, por sinal, tem sido a grande preocupação dos triticultores. Em muitas regiões produtoras, o déficit hídrico acumulado durante este mês de julho é bastante expressivo, ultrapassando, em alguns casos, 90% a menos de chuva prevista para o período (Ijuí 95% e Erechim 92%). Segundo prognósticos sobre a meteorologia, esses índices devem permanecer até o final o final do mês, com pouca probabilidade de chuvas mais abundantes nos próximos dias. Canola - Plantio concluído no Estado. A falta de chuvas provocou estresse hídrico, com plantas de porte inferior ao normal e aspecto amarelado, principalmente nas primeiras folhas (basais). Os tratos culturais foram suspensos até a retomada da umidade ideal no solo, principalmente para a aplicação de nitrogênio em cobertura. O estresse pelo excesso de chuvas no plantio e pela escassez de umidade no crescimento deverá refletir em perdas na produtividade e na lucratividade da lcultura. Alguns agricultores estão

solicitando Proagro das lavouras que apresentam dificuldade de desenvolvimento. A pequena área que já está em estágio de floração deverá ter problemas com a geada do início da semana em boa parte das regiões produtoras. Preços de referência nas áreas de produção variam de R$ 57,00 a R$ 60,80/sc 60 kg. Cevada – A lavoura se encontra em desenvolvimento vegetativo lento, sendo necessárias precipitações para recuperar o potencial produtivo. A indisponibilidade de nutrientes causada pelo estresse hídrico torna as plantas frágeis, oportunizando o aparecimento de doenças, como manchas na cevada. Lavoureiros estão utilizando boa tecnologia que alinhada com clima favorável, poderá render ainda boa produtividade. Preço referencial - balcão R$ 34,00/sc 60 kg. Aveia branca – Algumas lavouras já se encontram em início de reprodução, com baixa produção de massa seca, folhas amareladas e pouco perfilhamento. As inflorescências apresentam poucas flores. Essa situação poderá afetar as estimativas iniciais de produção, em razão do período de estiagem ocorrido e devido à lixiviação de nutrientes no período das fortes precipitações ocorridas nos dois últimos meses.

HORTIGRANJEIROS Situações Regionais O clima mais seco nas últimas semanas nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste ajudou no desenvolvimento das olerícolas folhosas, nos tratamentos fitossanitários e nas práticas culturais. Em geral toda a produção da região é absorvida pelo comércio local; na grande maioria dos municípios, os agricultores familiares estão vendendo suas produções para o PNAE. A comercialização também ocorre através das feiras livres semanais e direto aos consumidores. Em Hulha Negra já estão sendo finalizados os plantios nas lavouras para produção de sementes de cebola e coentro. Os produtores estão realizando a aplicação de herbicidas e adubação em cobertura dos fertilizantes nitrogenados. Em Rosário do Sul estão sendo realizados os tratos culturais nos pomares de citros, sendo que as plantas estão em fase de desenvolvimento dos frutos e início de colheita das tangerinas variedade Clemenules e da laranja Navelina. As atividades

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de beneficiamento e comercialização estão em andamento. Em São Gabriel os produtores de bergamotas encerraram a colheita nos pomares; realizam podas de limpeza, roçada do pomar e fertilização. As rosáceas estão em período de dormência, sendo realizado o tratamento de inverno com calda sulfocálcica e caldas cúpricas. Nas regiões Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí, o clima quente e seco beneficiou o desenvolvimento das olerícolas, mas com intenso uso da irrigação. Temperaturas altas aceleram o ciclo das hortaliças. Produtores encontram dificuldades no preparo de canteiros nos cultivos a campo devido à baixa umidade do solo, tornando-o muito duro e compactado. Com clima seco, diminui a pressão de doenças. As folhosas apresentam bom desenvolvimento e boa oferta; é baixa a incidência de pragas e doenças. Temperatura elevadas dos últimos períodos beneficiaram o cultivo do tomate. Na fruticultura, as bergamotas variedades comum e Ponkan estão em final de comercialização; frutos restantes com baixa quantidade de suco. Bergamota variedade Montenegrina com baixo grau Brix. Início da poda dos pessegueiros e início da produção de mudas de melancia. Na região Norte do Estado (Alto Uruguai), produtores realizam tratos culturais, e as temperaturas e condições climáticas favorecem o desenvolvimento de olerícolas. O frio que chegou, conforme previsto pela meteorologia, deverá prejudicar principalmente as folhosas cultivadas a campo. Para as frutas, o frio com temperaturas abaixo de zero graus favorece as culturas das videiras, do pêssego, da maçã, da pereira e da ameixa com a quebra de dormência. Em Erechim e na Barra do Rio Azul, respectivamente em 19 e 20 de julho, ocorreram dois dias de campo para incentivar a fruticultura na região e capacitar agricultores e técnicos. Olerícolas Alho - O calor e a ausência de chuvas que predominaram até o dia 17 na região da Serra vinham tornando difícil o avanço planejado no estabelecimento da cultura. A secura do solo dificultava a confecção dos canteiros e, principalmente, a colocação dos bulbilhos-semente na terra. Nas áreas implantadas, foi necessária a

imediata suplementação hídrica através da irrigação; com esta prática precocemente feita, mais um item foi acrescentado aos custos da cultura. Além disso, as plântulas ficaram expostas a temperaturas inapropriadas para um bom enraizamento e manutenção da sanidade. O retorno do frio e das chuvas trouxe alívio junto à classe produtora, haja vista serem estas condições típicas para o inverno na Serra gaúcha, propícias para um bom arranque das lavouras. Na região colonial, embora com umas semanas de retardamento, o plantio das áreas está concluído. Na região dos Campos de Cima da Serra, tradicionalmente implantada mais tarde por estar numa maior altitude, com término previsto até o final deste mês, também deverá estar finalizada, caso não houver impedimentos mais sérios, principalmente quanto ao clima e às equipes de plantadores. Frutícolas Uva - Após mais uma semana de clima completamente adverso às condições tradicionais para a estação do ano, o retorno das chuvas e especialmente do frio na última segunda-feira, veio abrandar os ânimos dos viticultores da região Serrana. Na segunda quinzena desse mês, tradicionalmente começa o período efetivo da realização da poda de inverno e da aplicação de caldas para a redução futura de fitopatias e pragas. O calor e a secura inviabilizavam os tratamentos de inverno, assim com vinham precipitando o início da brotação das videiras. Alguns produtores tiveram que abandonar a aplicação das caldas nos vinhais de cultivares superprecoces, haja vista que as vinhas em poucos dias já demonstravam as gemas na fase de ponta verde. O próprio plantio de mudas, em áreas novas ou de renovação, vinha sendo postergado pela escassa umidade que o solo retinha. As plantas de cobertura do solo também deverão ser beneficiadas pela chuva e queda da temperatura, pois demonstravam crescimento e desenvolvimento pífios; além disso, a coloração verde amarelecido evidenciava o estresse que vinham suportando. Pêssego - Os cultivos dos municípios de Ibiraiaras e David Canabarro, na região Nordeste do RS, encontram-se na entressafra, esperando o início da poda. Os cultivos de pêssegos apresentaram maior movimentação nas gemas florais e vegetativas; porém a partir do dia 17 último, baixas temperaturas e ocorrência de geadas e até mesmo

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neve poderão ocasionar na queima das gemas, com consequente diminuição da produção, o que preocupa os produtores. Pomares encontram-se em fase de repouso vegetativo. Podas devem iniciar no final de julho, estendendo-se até meados de agosto, dependendo da incidência de baixas temperaturas. Maracujá - Finalizada a colheita no Litoral Norte. Os produtores de maracujá amarelo azedo ampliaram a área de plantio nesta safra 2016/2017 que em Torres chegou a 120 hectares, com 73 agricultores familiares envolvidos. Na safra ocorreu pequena quebra de produtividade, ao redor de 10%. A qualidade da produção foi baixa em função da infestação pelo vírus do endurecimento dos frutos, e a média geral de preços durante a safra também foi baixa: R$ 14,00 por caixa do tipo 4. Vários agricultores construíram estufas teladas com tela antiofídio para produção de mudas grandes de maracujá, conforme preconizam as instituições de pesquisa para a convivência com o vírus do endurecimento do fruto. A equipe do escritório municipal de Torres realizou quatro reuniões nas principais comunidades produtoras de maracujá para conscientizar os produtores sobre o impacto que o vírus do endurecimento do fruto pode causar; o impacto é de tal ordem que há necessidade de obedecer ao vazio sanitário, produzir mudas limpas e controlar plantas hospedeiras do vírus. Preço da semana, pós-safra para caixa de 12 quilos: R$ 6,00/cx. Comercialização de Hortigranjeiros Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da CEASA/RS, no período entre 11/07/2017 a 18/07/2017, tivemos 20 produtos estáveis em preços, 13 em alta e 02 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Nenhum produto destacou-se em baixa. Um produto destacou-se em alta: Milho verde – De R$ 1,30 para R$ 1,80 / Bandeja 3 espigas (+ 38,46%). Com as temperaturas ocorridas nos últimos dias próximas a zero grau na maior parte das zonas produtoras, a safra gaúcha de Milho Verde está praticamente finalizada. O volume de oferta está

bastante reduzido obrigando aos canais de abastecimento a trazerem o produto principalmente da Região Sudeste do Brasil. É digno de nota que com a entrada da frente fria naquela Região as temperaturas tambem se reduziram diminuindo a velocidade de aprontamento da cultura, elevando assim suas cotações de atacado.

OUTRAS CULTURAS Fumo – No Vale do Rio Pardo e nos Altos da Serra do Botucaraí seguem os trabalhos de classificação do fumo nos galpões e comercialização. Está sendo finalizada a operação de preparo convencional dos camalhões para o plantio das mudas de fumo. Também estão sendo dessecadas áreas com cobertura de aveia para o plantio direto de mudas de fumo em camalhões, preparados antes da semeadura da aveia. Em baixas altitudes iniciou o plantio de fumo a campo. Neste período alguns agricultores realizam práticas conservacionistas nas áreas de fumo; apesar de necessárias, ainda são poucos que fazem essa prática. Com a previsão de fortes geadas na semana, as mudas já transplantadas a campo poderão sofrer danos. Erva-mate - Está em plena colheita na Serra do Botucaraí. A erva-mate está sendo comercializada com valores em torno de R$ 8,00 a R$ 10,00/arroba. Inicia a colheita em toda a região. Novos plantios não são observados; apenas replantes e reposição de plantas em ervais formados.

CRIAÇÕES Pastagens - O campo nativo está com menos

massa, fibroso e com qualidade reduzida, mas

como ainda não ocorreram frios de alta

intensidade, ainda mantém pastejo. Esta

pastagem dá suporte para manter animais que não

estão em produção de leite ou para os que estão

na fase de recria. Os produtores complementam a

alimentação dos animais com silagem e ração.

A semana anterior de temperaturas amenas e

ensolarada favoreceu o desenvolvimento das

pastagens de inverno, como azevém, aveia,

cornichão e trevos, com razoáveis condições de

pastoreio. As pastagens nas restevas de soja

estão com bom desenvolvimento, suportando o

pisoteio de até 400 kg vivo/ha.

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No caso do gado leiteiro, a oferta de forragem do

período melhorou devido ao clima mais seco e a

temperaturas favoráveis. As pastagens de inverno

estão sendo utilizadas para animais em produção.

Continuam os trabalhos de implantação de

pastagens de inverno, principalmente de azevém,

aveia, cornichão e trevos. Os produtores

continuam realizando limpeza nas áreas de

pastagens nos potreiros.

Bovinocultura de Corte - A pastagem natural

está um pouco reduzida em volume e as

pastagens implantadas começam a ser mais

exigidas, sendo considerado bom o

desenvolvimento das mesmas.

Os animais estão apresentando redução das

condições corporais, perda de peso, devido à

queda na qualidade das áreas de campo nativo.

Período de engorda animal; porém com o baixo

desempenho das pastagens, a comercialização

tem sido menor. Alguns produtores utilizam o sal

proteinado para melhorar a conversão dos

animais. Há pastoreio nas áreas de pastagem de

inverno, principalmente as restevas de soja. As

pastagens cultivadas, favorecidas pela condição

climática, estão com bom desenvolvimento, o que

proporciona uma boa condição nutricional para os

animais.

Época da realização dos diagnósticos de

gestação. Os produtores estão vacinando as

terneiras de três a oito meses contra a brucelose.

Carrapatos sob controle; embora a diminuição do

uso de carrapaticidas, os campos continuam

infestados. Os dias mais frios com ocorrência de

geadas deverá baixar a infestação do carrapato.

Comercialização

A comercialização continua lenta, pois os

frigoríficos não conseguem repassar a carne. Os

preços continuam estabilizados, e os produtores

estão preocupados com o custo da alimentação,

com o agravante da capacidade de suporte que as

pastagens temporárias de inverno terão a oferecer

aos animais, já que as mesmas sofreram

duplamente a influência de adversidades

climáticas - num primeiro momento, chuva

excessiva ocasionando pisoteio; num segundo

momento, a estiagem, que tem dificultado as

operações de manejo da adubação nitrogenada

em cobertura destas pastagens.

Gado gordo e vaca gorda:

comercialização continua fraca, com pouca procura

para animais prontos para o abate, com preço

médio de R$ 4,99/kg vivo. Os preços pagos pelo boi

gordo estão na faixa de R$ 4,70 e R$ 5,40/kg vivo.

A vaca para abate está com preços entre R$ 4,00 e

R$ 4,80/kg vivo e preço médio de R$ 4,36/kg vivo.

Gado de reposição: poucas operações

de compra e venda de novilhos para engorda. O

preço baixo do quilo vivo faz produtores reterem

seus animais, preocupados com a incerteza do

mercado. Em municípios como Jaguarão,

Arroio Grande, o preço dos bovinos sofre uma

pressão para queda, sob a influência da pouca

comercialização de soja.

Preços e prazos praticados em Bossoroca

(R$/kg vivo)

Categoria animal Preços Prazos

Terneiro 4,80 a 5,00 à vista

Terneira 4,60 à vista

Novilha 1,5 anos 4,60 à vista

Novilha 2,0 anos 4,80 a 5,00 à vista

Novilho 1,5 anos 4,80 a 5,00 à vista

Novilho 2,0 anos 5,00 à vista

Boi gordo 4,40 30 dias

Boi gordo 4,30 à vista

Vaca magra 3,80 a 4,00 à vista

Vaca gorda 4,00 a 4,20 30 dias

Touro descarte 3,50 a 3,70 à vista Observações: 1) Vaca com cria ao pé - R$ 1.700,00/cabeça,

com prazo de pagamento à vista. 2) Os preços acima são

do início da semana e podem variar a qualquer momento,

conforme oportunidade dos negócios.

Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Santa

Rosa.

Preços do boi gordo nas principais praças de

comercialização do Estado (R$/kg vivo)

Município Boi gordo Vaca gorda

Alegrete 5,10 4,40

Bagé 4,80 4,25

Bom Jesus 5,30 4,40

Cachoeira do Sul 5,10 4,23

Canguçu 4,70 4,50

Dom Pedrito 4,90 4,00

Encruzilhada do

Sul

4,90 4,20

Frederico

Westphalen

5,00 4,50

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Jaguarão 5,20 4,50

Júlio de Castilhos 5,00 4,30

Lagoa Vermelha 5,40 4,20

Palmeira das

Missões

5,00 4,20

Pelotas 5,05 4,55

Santa Maria 4,80 4,27

Santa Vitória do

Palmar

5,00 4,80

Santiago 4,75 4,60

Santo Antônio da

Patrulha

5,00 4,30

Santo Antônio das

Missões

5,00 4,00

São Borja 5,20 4,50

São Gabriel 4,90 4,40

Teutônia 4,90 4,65

Uruguaiana 4,85 4,25

Média 4,99 4,36

Mínimo 4,70 4,00

Máximo 5,40 4,80 Fonte: Relatório de preços semanais recebidos pelos

produtores no período de 17/07/2017 a 21/07/2017 – Núcleo

de Informações e Análises – GPL/Emater-RS/Ascar.

Bovinocultura de Leite - Há um quadro de

redução da produção e produtividade devido ao

período de vazio forrageiro, ainda observado em

algumas propriedades.

Com as condições climáticas de tempo seco,

ensolarado e temperatura elevada para o inverno

que vinham ocorrendo, a umidade do solo reduziu

muito, não permitindo a aplicação de adubação

nitrogenada em cobertura nas pastagens anuais

de inverno (aveia e azevém). Assim, o

desenvolvimento destas forragens é lento e com

baixa capacidade de rebrote, necessitando de

chuva para melhorá-lo, pois já sofriam antes deste

período com as chuvas excessivas. As

propriedades já possuem disponibilidade de

forragem de inverno para pastejo; porém

apresentam crescimento desuniforme devido às

oscilações do clima. As pastagens ainda não

atingiram o desempenho esperado para o período.

Também estão sofrendo para se desenvolverem

as pastagens de inverno semeadas diretamente

sobre as pastagens perenes de verão, porque

ainda não ocorreram geadas de intensidade

suficiente para controlar a pastagem de verão, que

favoreceria o desenvolvimento das forrageiras de

inverno.

Houve melhoras no manejo (condições de higiene)

e na lida com os animais, uma vez que reduziu o

barro nas proximidades das estrebarias e salas de

alimentação.

Nesta época do ano ocorre a maior taxa de

natalidade, aumentando o número de vacas em

lactação e consequentemente a produção leiteira.

Entretanto a produção diária ainda é mais baixa

que a do mesmo período do ano passado, reflexo

das dificuldades de desenvolvimento das

pastagens.

O consumo de silagem e ração se mantém

elevado, devido à baixa oferta de pastagens de

aveia e de azevém, que começa a despontar do

solo. Para suplementação da dieta, são utilizadas

áreas com forrageiras nativas, silagens, feno,

milho, sorgo e rações, aumentando assim os

custos de produção. As vacas de leite apresentam um bom estado

sanitário e alimentar. A infestação de carrapatos e

a dificuldade de controle atormentam os

produtores, pois evidencia-se a resistência dos

carrapatos a alguns princípios ativos utilizados nos

carrapaticidas.

Comercialização

Apesar da redução do volume de produção, os

preços apresentam-se em queda. Alguns

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municípios registraram queda de 08 a 10 centavos

por litro no preço base. Preço é variável de acordo

com o volume e a qualidade do produto. Na região

de Ijuí, temos informações da saída de empresa

na comercialização. Na região de Pelotas,

seguem os atrasos de pagamento a produtores

cooperados. Na região de Santa Rosa, produtores que vendem leite para algumas

empresas receptoras relatam a diminuição do

preço do leite pago ao produtor. O aumento dos

animais em lactação no período, porém com

menos pastos de qualidade à disposição, tem

mantido os plantéis com produtividades médias

baixas, com repercussão no faturamento mensal

da propriedade.

Preços do leite recebido pelos produtores em

alguns municípios do Estado (R$/L)

Município Preços

Aceguá 1,20

Alegrete 1,15

Antônio Prado 1,19

Bagé 1,08

Canguçu 1,10

Carlos Barbosa 1,32

Chapada 1,26

Dr. Maurício Cardoso 1,36

Encruzilhada do Sul 1,18

Erechim 1,06

Frederico Westphalen 1,20

Ibiraiaras 1,15

Júlio de Castilhos 1,13

Lagoa Vermelha 1,18

Palmeira das Missões 1,00

Passo Fundo 1,20

Pelotas 1,08

Rio Grande 0,98

Santa Maria 1,15

Santa Rosa 1,20

Santo Augusto 1,32

Santo Cristo 1,10

São Lourenço do Sul 1,20

Teutônia 1,25

Tupanciretã 1,18

Venâncio Aires 1,10

Média 1,17

Mínimo 0,98

Máximo 1,36 Fonte: Relatório de preços semanais recebidos pelos

produtores no período de 17/07/2017 a 21/07/2017 – Núcleo

de Informações e Análises – GPL/Emater-RS/Ascar.

Ovinocultura - Os rebanhos apresentam boa

condição corporal, sob condições nutricionais

razoáveis. Em Jaguari, os produtores estão

suplementando a alimentação no cocho. Os rebanhos têm a condição melhorada com o uso de

pastagens temporárias de inverno, sendo que

borregos conseguem um bom ganho de peso

diário.

Fase predominante ainda é a gestação. Ocorrem trabalhos de limpeza de úbere, olhos e entrepernas das fêmeas gestantes. O clima favorece a parição das ovelhas para os produtores que planejaram a produção para o cedo; as matrizes que estão no terço final de gestação apresentam bom estado corporal devido ao inverno estar mais ameno em sua fase inicial. A parição do rebanho, no entanto, ainda continua e deverá estar encerrada somente em agosto, visto que o encarneiramento ocorre desde novembro até março. A esquila pré-parto é um manejo que alguns produtores adotam com objetivo principal de nascimento de cordeiros mais viáveis, melhorando não só a produção de cordeiros como também a qualidade da lã das matrizes. Alguns produtores estão assinalando os cordeiros nascidos no cedo. O clima da semana anterior foi mais favorável ao

nascimento dos cordeiros e à melhora do aspecto

9

sanitário em geral dos rebanhos. Porém alguns

produtores se queixam de bicheiras (miíases) que

ainda vêm ocorrendo devido ao baixo número de

horas de frio.

As condições estavam favoráveis a uma maior

incidência de parasitas; os produtores realizaram

manejos estratégicos para o controle da verminose

ovina com dosificações de acordo com a

necessidade ou conforme a condição corporal do

rebanho. Continua o monitoramento das

verminoses, ectoparasitas e da doença do casco.

É época dos banhos para controle obrigatório da

sarna ovina e piolho, que devem ser informados às

inspetorias sanitárias dos municípios.

Comercialização

Lã - a indústria tem preço bom para lãs finas e

baixos para as médias e grossas; pouca

comercialização, mas normal para a época.

Preços estáveis pagos pela lã Corriedale, mas

pouco movimento (entressafra).

Carne - baixa oferta de animais para

comercialização; a produção é para subsistência.

O preço médio do cordeiro ficou em R$ 5,81/kg

vivo, considerado estável.

Preços praticados na comercialização de

cordeiros (R$/kg)

Município Preços

Alegrete 6,10

Bagé 5,25

Dom Pedrito 5,00

Encruzilhada do Sul 6,00

Jaguarão 6,00

Júlio de Castilhos 5,50

Santiago 6,20

Santo Antônio das Missões 5,50

São Borja 5,50

São Gabriel 5,70

Uruguaiana 5,80

Preço médio 5,69

Preço mínimo 5,00

Preço máximo 6,20 Fonte: Relatório de preços semanais recebidos pelos

produtores no período de 17/07/2017 a 21/07/2017 – Núcleo

de Informações e Análises – GPL/Emater-RS/Ascar.

Suinocultura - Os produtores continuam

apreensivos em relação ao retorno econômico

obtido com a atividade, mesmo com a redução dos

custos de matérias-primas das rações. O relatório

do Núcleo de Informações e Análises –

GPL/Emater/RS-Ascar, relativo aos preços

semanais recebidos pelos produtores entre 17 e

21/07/2017, o valor foi de R$ 3,20/kg vivo. Este

valor fica levemente abaixo do custo de produção

divulgado pela Embrapa Suínos e Aves, que

mesmo tendo uma redução de 30% nos últimos 12

meses, chega a um custo de produção de R$

3,23/kg de suíno produzido.

No entanto, segundo levantamento da Associação

Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o

mercado está movimentado, já que os frigoríficos

estão à procura de animais para abate. “Outro

fator que impulsiona o preço do animal é o

aumento dos custos de produção. Com as notícias

sobre o clima nos Estados Unidos, que pode

impactar negativamente nas lavouras, os preços

do milho e farelo de soja já tiveram ligeiras

elevações no Brasil”, explicou em nota.

Segundo a mesma fonte, o mercado dá sinais de

boa procura por animais vivos e abatidos. “A

tendência é de novos reajustes no decorrer da

10

semana, motivados pela relação mais apertada

entre oferta e demanda”, avaliou. O preço do

suíno se manteve estabilizado, confirmando uma

cotação média de R$ 3,20/kg vivo, conforme a

tabela abaixo:

Preços praticados em alguns municípios do

Estado (R$/kg vivo)

Municípios Preços

Aceguá 3,23

Anta Gorda 3,20

Carlos Barbosa 3,65

Charrua 3,00

Cruz Alta 3,60

Erechim 3,00

Marau 2,98

Santa Cruz do Sul 3,50

Santa Rosa 2,90

Preço médio 3,20 Fonte: Relatório de preços semanais recebidos pelos

produtores, no período de 17/07/2017 a 21/07/2017 – Núcleo

de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar.

Piscicultura - Período de entressafra na atividade,

em virtude das quedas de temperaturas. Nesse

período recomenda-se a redução da oferta de

alimento concentrado para evitar transtornos

alimentares e por consequência a morte de peixes.

Na semana anterior, as condições ambientais

foram normais para a época, temperatura média e

baixa em dois dias com sol, o que caracteriza

condições climáticas adequadas à atividade, se

considerarmos a época. A presença de sol

favorece em parte a produção de fitoplâncton e

também o aumento médio das temperaturas,

durante o dia, que influencia o metabolismo dos

peixes, melhorando a ingestão de alimentos.

Apesar do período de estiagem em algumas

regiões do Estado, os reservatórios estão com

bons níveis de água, mas nos horários onde

ocorrem as baixas temperaturas, observa-se que

os alevinos estão com dificuldade para subir à

superfície para o consumo da ração. O frio desta

segunda-feira e dos próximos dias certamente

deverá mudar este quadro, já que a baixa

temperatura da água reduz o apetite dos peixes e

por consequência seu desenvolvimento.

Preços praticados na região de Porto Alegre (R$/kg)

Produto/espécie Mínimo Máximo

Carpa capim (vivo) 5,50 7,00

Carpa prateada (vivo) 5,50 7,00

Carpa cabeça grande (vivo)

5,50 7,00

Carpa húngara (vivo) 5,50 7,00

Tilápia (vivo) 5,00 6,00

Carpa capim (feira - vivo)

13,00 14,00

Carpa prateada (feira - vivo)

13,00 14,00

Carpa cabeça grande (feira - vivo)

13,00 14,00

Carpa húngara (feira - vivo)

13,00 14,00

Tilápia (filé) 27,00 32,00

Carpas em geral (eviscerada)

14,00 15,00

Carpas em geral (postas)

22,00 25,00

Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre. Pesca artesanal Torres - Espécies com pesca proibida: Cação, Cação-viola, Arraia e Garoupa. Os pescadores artesanais de cabo estão pescando, mas a produção é muito baixa devido à temperatura da água do mar estar elevada neste período de outono. Preços praticados pelos pescadores artesanais do município de Torres (R$/kg)

Espécies Preços Produção

Tainha 12,20 boa produção

Anchova 12,60 boa produção

Abrótea (filé) 12,40 média produção

Peixe-anjo (filé) 13,40 média produção

Peixe-rei 9,80 baixa produção

Sardinha 9,60 baixa produção

Pampo 8,00 boa produção

Papa-terra 12,00 média produção

Pescada (filé) 12,80 boa produção

Bagre (filé) 10,00 boa produção

Corvina 10,30 baixa produção

Linguado (filé) 24,80 boa produção

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Tilápia (viva) 10,00 boa produção

Tilápia (eviscerada)

12,00 boa produção

Tilápia (filé) 20,00 boa produção Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre.

Xangri-lá e Capão da Canoa

Pesca na lagoa: ocorre normalmente a

captura de Traíra, Jundiá, Cará e Tainha,

sendo comercializados a R$ 12,00/kg

inteiro e R$ 20,00/kg filé.

Pesca de cabo: mar com boas condições

para a pesca e captura das espécies

Papa-terra, Pescada branca e Linguado,

sendo comercializadas a R$ 14,00/kg

inteiro e R$ 20,00/kg filé.

Pesca de bote: ocorre com pouca

frequência, com captura das espécies

Pescada branca, Linguado e Tainha,

comercializadas a R$ 14,00/kg inteiro e R$

20,00/kg inteiro e R$ 20,00/kg filé,

respectivamente.

Cidreira e Balneário Pinhal Preços praticados entre os pescadores de Cidreira e Pinhal (R$/kg)

Peixe Eviscerado Filé

Camarão R$ 10,00 R$ 40,00 (limpo)

Corvina R$ 13,00 R$ 20,00

Linguado - R$ 25,00 Merluza - R$ 18,00

Tainha R$ 16,00 R$ 28,00

Violinha - R$ 18,00

Peixe-rei R$ 15,00 -

Traíra R$ 10,00 R$ 16,00

Jundiá R$ 6,00 -

Papa-terra R$ 12,00 R$ 16,00

Pescada R$ 10,00 R$ 15,00

Observações A pesca do bagre continua proibida.

Período de sazonalidade do Camarão

(período reprodutivo). Fonte: Escritório regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre.

Na região de Santa Rosa, a atividade pesqueira

vem melhorando durante a semana; pescadores

relatam bons resultados e intensificam as

atividades. Os preços de comercialização variam

entre R$ 10,00 e R$ 12,00/kg para Piava pequena

e grande, respectivamente.

Apicultura - Após concluir uma das melhores

safras de colheita de mel dos últimos anos, os

apicultores estão se movimentando para manejar

seus enxames a fim de permitir a sobrevivência

das famílias no período de inverno, que exige

apoio maior do apicultor. Neste período invernal o

clima está sendo positivo para os enxames das

abelhas. A pouca chuva, aliada a dias não muito

frios e ensolarados do último período, permitiu que

as famílias se mantivessem ativas, buscando o

alimento necessário para a sua manutenção neste

período, bem como se mantendo com boa

população acima do normal. Há várias espécies de

plantas que florescem neste período, como

algumas variedades de eucalipto, nabo, trevos,

astrapeia, entre outras. O que impede o trabalho

normal das abelhas não é a falta de flores na

natureza, mas sim o fator climático adverso na

maioria dos anos.

Apesar do clima favorável no momento, que

estimula o fortalecimento dos enxames, a chegada

de períodos chuvosos e frios na sequência podem

trazer prejuízos à apicultura. Enxames fortes e

falta de alimentos são fatores que ocasionam a

morte de abelhas pela fome. E é neste momento

que o apicultor deve estar atento para ajudar as

colmeias, oferecendo alimentação extra no

momento certo.

Apesar das boas colheitas da última safra, a maior

parte do mel foi comercializado para o consumidor

final ou a granel para os exportadores.

Apicultores se mobilizam para aquisição de

colmeias a fim de ampliar seus apiários em função

das perspectivas positivas da atividade. O preço

do quilo do mel varia de R$ 12,00 a R$ 20,00,

dependendo do destino do produto.

Comercialização do mel – preços praticados

nas regionais da Emater/RS-Ascar (R$/kg)

Regional A granel Embalado

Erechim - 20,00 e 25,00

Lajeado 12,00 20,00

Passo Fundo - 20,00 e 25,00

Pelotas 9,50 e 14,00 15,00 e 22,00

Porto Alegre - 15,00 e 20,00

Santa Rosa - 20,00 e 25,00

Soledade 9,00 e 10,00 15,00 e 20,00 Fonte: Escritórios regionais da Emater/RS-Ascar.

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2012/2016

20/07/2017 13/07/2017 22/06/2017 21/07/2016 GERAL JULHO

Arroz em Casca 50 kg 39,62 39,43 39,15 51,47 42,39 42,77

Feijão 60 kg 143,00 140,00 143,60 212,71 172,04 181,56

Milho 60 kg 22,42 22,27 22,75 46,36 32,66 32,21

Soja 60 kg 62,35 64,32 60,57 79,31 76,19 78,13

Trigo 60 kg 32,10 32,04 30,81 42,13 37,22 36,72

Boi para Abate kg vivo 4,99 4,99 5,00 5,69 5,00 5,23

Vaca para Abate kg vivo 4,36 4,36 4,37 5,10 4,49 4,69

Cordeiro para Abate kg vivo 5,69 5,69 5,62 5,78 5,34 5,49

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,20 3,20 3,33 3,36 3,72 3,50

Leite (valor liquido recebido) litro 1,17 1,18 1,20 1,22 1,02 1,06

17/07-21/07 10/07-14/07 19/06-23/06 18/07-22/07 - -

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica , são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2012-2016 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2012-2016.