Leishmania sp. - Leishmaniose
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Acadêmicas: Bettina K. Fuganti
Marina C. PolydoroTayse Y. Barbeta
Leishmania sp
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍCENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE MEDICINADISCIPLINA DE PARASITOLOGIA MÉDICA
Características Gerais
Reino:Protista
Filo:Sarcomastigophora
Sub-Filo:Mastigophora
Classe:Zoomastigophorea
Ordem:Kinetoplastida
Família:Tripanosomatidae
Gênero: Leishmania
Protozoários
Heteróxenos
Unicelulares
Trato digestivo de hospedeiros invertebrados
Sistema fagocítico mononuclear de
hospedeiros vertebrados
Forma promastigota
Forma amastigota
Hospedeiros Invertebrados
Hospedeiros Vertebrados
Roedores
Canídeos
Edentados
Procionídeos
Primatas
Marsupiais
Flebotomíneos
Homem
Epidemiologia em Santa Catarina
Primeiros casos ocorreram em 1987, Quilombo e Coronel Freitas Região Extremo Oeste
Epidemiologia em Santa Catarina
1997 - 2000
Epidemiologia em Santa Catarina
2001-2004
Camboriú, Blumenau, B. Camboriú e Itapema;Corupá,Jaraguá do Sul e Schroeder
Epidemiologia em Santa Catarina
2005 - 2011
37 municípios
Em 2007 primeiros casos em Florianópolis
Epidemiologia em Santa Catarina
Casos de Leishmaniose por município ocorrência da Macrorregião Vale do Itajaí – Santa Catarina, 2001a 2011:
Epidemiologia em Santa Catarina
Casos de Leishmaniose por município de ocorrência da Macrorregião Foz do Rio Itajaí – Santa Catarina, 2001 a 2011:
Epidemiologia em Santa Catarina
As regiões Foz do Rio Itajaí, Nordeste e Vale do Itajaí - áreas de risco para transmissão da doença (últimos 3 anos)
Epidemiologia em Santa Catarina
Epidemiologia em Santa Catarina
Epidemiologia em Santa Catarina
Percentual dos casos de Leishmaniose segundo sexo, em SC, de 2001 a 2011:
Epidemiologia em Santa Catarina
Percentual dos casos de Leishmaniose segundo idade, em SC, de 2001 a 2011:
Morfologia
Forma Amastigota
Forma Intracelular Obrigatoria
Encontrado no vacúolo digestivo
Diâmetro 1,5 a 3,0 x 3,0 a 6,5 um
Tem forma oval ou esférica
Núcleo grande e arredondado
Cinetoplasto em forma de bastonete
Não há flagelo livre
Proteína de membrana dp63
Forma alongada
Flagelo livre e longo
Forma Promastigota
Nucleo arredondado ou oval
Cinetoplasto em bastão
Diamêtro entre 10,0 a 40,0 x 1,5 a 3,0 um
Proteína de superfície LPG
Vetores
Ordem: Díptera
Família: Psychodidae
Gênero: Phlebotomus Gênero: Lutzomyia
Sub-família: Phlebotominae
Predominante na Ásia
Predominante na América
Transmissão
Fêmea hematófoga
Transmissão pela picada do inseto infectado
Não há transmissão de pessoa - pessoa
L. Cutânea
Hábitos Noturnos
L. Visceral
Hábitos Diurnos
Ciclo Biológico
PATOGENIA
Promastigota no intestino dos insetos
sofrem metaciclogênese
param de se reproduzir e tornam-se infectantes
migram para a faringe e
cavidade bucal
perdem a capacidade de adesão ao epitélio intestinal do flebotomo
Picada do mosquito
Promastigotas inoculadas na pele
adesão na superfície das células do sistema imune
fagocitose
promastigota transforma-se em amastigota
Células do Sistema Imune Pode haver infecção de:
Células de
Langerhans
Encaminha as amastigotas
aos linfonodos
apresentação dos antígenos
às outras células do
sistema imune
ativação de macrófagos
migram ao sítio de infecção
Macrófagosamastigotas
sobrevivem ao ambiente
reprodução e proliferação do
parasitalise celular
proliferação e liberação
de partículas antigênicas
Indução da resposta imune específica pelas partículas liberadas que participam do reconhecimento antigênico
Resposta imune específicaativa
macrófagos
Parasitas não internalizados pelas células morrem através da resposta inata
Padrões de respostas
Padrão Th1 Padrão Th2
Em casos de patógeno intracelular, o padrão de resposta Th2 leva ao agravamento da infecção
Atua contra patógenos intracelulares
Produção de IFN-gama, IL-12, TNF-alfa pelos linfócitos CD4 e CD8
Induzem resposta celular
Atua contra patógenos extracelulares
Produção de IL-4, IL-5, IL- 10 pelos linfócitos CD4 e CD8
Induzem resposta humoral
Classificação Taxonômica
Baseada principalmente nos aspectos clínicos da doença
Leishmaniose Visceral
Leishmaniose Tegumentar
Leishmaniose Cutânea
Leishmaniose Muco-cutânea
Manifestações clínicas:
Leishmaniose Cutânea
Lesões nodulares ou pápulas
Evoluem aumentando em tamanho e profundidade (lesões papulo-tuberosas) e ulcerando no vértice
Úlceras indolores em áreas expostas da pele
Arredondadas ou ovaladas
Base eritematosa, infiltrada e de consistência firme;
Bordas bem-delimitadas e elevadas;
Fundo avermelhado e com granulações grosseiras.
Deixam cicatrizes atróficas, deprimidas, com superfície lisa, áreas de hipo ou de hiperpigmentação e traves fibrosas.
Infecção bacteriana associada dor local e exsudato seropurulento.
Lesões tendem à cura espontânea em período de alguns meses a poucos anos
Formas clínicas:
Localizada
Disseminada
Recidiva cutis
Cutânea difusa
Localizada
Acometimento primário da pele
Lesões ulceradas
Únicas ou múltiplas (até 20 lesões)
Tendência à cura espontânea
Apresenta boa resposta ao tratamento
Disseminada
Leishmania (V.) braziliensis
Leishmania (L.) amazonensis
Múltiplas lesões papulares, aparência acneiforme envolvendo face e tronco
Inicia com lesões localizadas com em forma de úlceras de fundo granuloso e bordas elevadas
Posteriormente ocorrem lesões distantes do local da picada, provavelmente por disseminação do parasito por via hemática ou via linfática
Recidiva cutis
Geralmente a IDRM apresenta-se positiva
Evolui com cicatrização
espontânea ou medicamentosa
da úlcera
Reativação localizada geralmente na borda da lesão.
Resposta à terapêutica pobre ou ausente
Difusa
Geralmente a IDRM apresenta-se negativa.
Leishmania (L.) amazonensis
Forma clínica rara, porém grave
Pacientes com deficiência específica na resposta imune celular a antígenos de Leishmania
Inicia com lesão única e má resposta ao tratamento
Evolui de forma lenta com formação de placas e múltiplas nodulações não ulceradas recobrindo grandes extensões cutâneas
A resposta à terapêutica é pobre ou ausente
Diagnóstico Diferencial
Paracoccidioidomicose
Carcinoma Epidermóide
Carcinoma Basocelular
Linfomas
Hanseníase Virchowiana
Granuloma médio Facial
Sífilis terciária
Sarcoidose
Rinite alérgica
Leishmaniose Muco-cutânea Introdução
Tem como agente principal a Leishmania (Viannia) braziliensis
Decorrente de metástase após lesão cutânea não tratada
Local de acometimento: Septo nasal e região da
orofaringe
Junto com a lesão cutânea ou décadas após cicatrização espontânea da lesão
Epidemiologia
Prevalente em Homens
Em idade acima de 40 anos
Cerca de 3% a 8% dos pacientes que tiveram lesão cutânea e não foram submetidos a tratamento adequado, apresentarão Leishmaniose mucosa.
Sinais e Sintomas
Epistaxe
Formação de Crostas
Saída de Secreção
Hiperemia da Asa Nasal
Deformidade local ou de regiões adjacentes
Doença progressiva
Septo Nasal
Palato
Laringe
Seios da Face
Ducto Lacrimal
Córnea
Lesões Granulomatosas
Rouquidão
Aspiração de alimentos e líquidos para os pulmões
Traqueomalacia
Diagnóstico Diferencial
Paracoccidioidomicose
Hanseníase
Rinoscleroma
Bouba
Sífilis Terciária
Granuloma médio Facial
Neoplasias
Leishmaniose Visceral
CALAZAR
Introdução
Não se restringe apenas na pele, vão para as vísceras Baço, fígado, medula óssea – 37 graus Celsius
Doença sistêmica de evolução crônica
Leishmania do complexo domini
L. donovani
L. infantum
L. chagasi
Epidemiologia
Faixa etária pediátrica até 10 anos
Indivíduos infectados X sinais e sintomas
Primeiro relato – Paraguai 1913
A Leishmania é encontrada no sangue periférico em 60 a 80% dos casos
18:1
Focos da doença em todos os continentes, exceto Oceania
500 mil casos por ano notificados
1,5 e 2 milhões de novos casos por ano e 200 mil óbitos a cada ano
90% dos casos Brasil, Bangladesh, Índia, Nepal e Sudão
Endêmica: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua e Venezuela
Leishmaniose Visceral(L. chagasi)
Restrita às Américas
Vetor Lutzomya longipalpis
Cão é o principal reservatório
Leishmaniose Visceral(L. infantum)
Bacia do mediterrâneo, península árabe, União Soviética
e Índia
Vetor Phlebotomus perniciosus
Cão e roedores (R. rattu)
Leishmanias no sangue pariférico
Camadas superficiais da pele
Leishmaniose Visceral(L. donovani)
África oriental e sudeste asiático Vetores Phlebotomus
Martini, P. orientalis e P. argentipes
Único reservatório não humano – Rato do Nilo (Arvicanthis niloticus)
Sinais e SintomasDeve-se suspeitar clinicamente de LV:
Febre há mais de 2 semanas
Anemia
Adinamia
Esplenomegalia
Hepatomegalia
Sinais e Sintomas
Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Programa de
Controle de Leishmanioses do Ministério da Saúde:
Inaparentes
Aparentes
Sinais e Sintomas
INAPARENTES
Assintomáticas
Áreas endêmicas
Não há indicação terapêutica
Sinais e SintomasAPARENTES
PERÍODO INICIAL
Febre irregular (menos de 4 semanas)
Palidez cutâneo-mucosa
Esplenomegalia discreta (5cm do rebordo costal esquerdo)
Tosse seca
Diarreia
Obs: Raramente evolui para cura espontânea
Sinais e Sintomas
APARENTES PERÍODO DE ESTADO
Febre irregular com 1 a 2 picos diários
Adinamia
Emagrecimento progressivo evidente
Mucosas descoradas
Hepatoesplenomegalia
Abdome globoso
Sinais e Sintomas
APARENTESPERÍODO FINAL
Febre contínua
Edema dos membros inferiores Anasarca
Desnutrição protéico-calórica
Cabelos quebradiços
Cílios alongados
Pele seca
Sinais e SintomasAPARENTES
PERÍODO FINAL
Icterícia
Distúrbios hemorrágicos
Ascite
Enterorragias
Epistaxes
Gengivorragias
Petéquias
ÓbitoSecundário à infecções bacterianas e
sangramentos
Pneumonias
Sepses
Insuficiência cardíaca
Gastroenterites
Hemorragias digestivas agudas
Leishmaniose Visceral como doença oportunista
Neoplasias (linfomas)
Uso de corticosteroides
Lúpus Eritematoso Sistêmico
HIV Transplantes Renais
Co-infecção LV-HIV
Dos 88 países endêmicos, 22 já relataram casos
Europa 25 a 70% associados a HIV
1,5 a 9% dos casos de AIDS desenvolvem LV
Tratamento ainda impreciso
No Brasil, o número de casos ainda é pequeno, mas tende a aumentar
Co-infecção LV-HIV
SINTOMAS podem ser mascarados
Febre (84 a 91%)
Esplenomegalia (54 a 91%)
Hepatomegalia (34 a 82%)
Linfoadenomegalia (22%)
Obs: as manifestações cutâneas, gastroenterites e respiratórias são mais comuns na co-infecção LV-HIV do que na LV isolada.
Leishmaniose Dérmica Pós-Calazar
1 a 5 anos
1 a 20% dos pacientes desenvolvem
Lesões variáveis, geralmente não-ulceradas, muitas vezes extensas e
não deformantes
Faixa etária: 10 – 20 anos Sexo – 4:1, (masc/fem)
Sintomas
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
detecção de Ac anti-leishmania no soro (Leishmaniose visceral, porém um resultado positivo não
autoriza tratamento)
Imunoenzimáticas (ELISA, Imunocromatografia) (positivos em títulos maiores que 1:40)
Imunofluorescência indireta
Reação de Montenegro
Imunológico
Sorológico
Intradérmico
Intradermorreação de Montenegro
Negativa na LC difusaPositiva na LC, LMC, e LV
48 horas 72 horas 144 horas
Não pode ser considerado suficiente para o diagnóstico
Parasitológico
Meios de cultura (promastigotas)
Esfrega de punção aspirativa (amastigota)
Análise anatomopatológica obtida por biópsia
Molecular
PCR
Eficaz em todas
as formas
clínicas
Tratamento
OMS e Ministério da Saúde recomendam:
Antimonial Pentavalente (ex: N-metil glucamina)
PentamidinaAnfotericina
B Deoxicolato
Antimonial Pentavalente
Atua nas formas amastigotas inibe glicólise a
oxigenação dos ác. Graxos, ATP e GTP
Administrado via parenteral (IM/IV)
Recomendado 20mg/kg/dia (20 dias)
Efeito Colaterais: toxicidade hepática, pancreática, cardíaca, renal e muscular. Náuseas, anorexias, dor abdominal (..)
Anfotericina B Deoxicolato
Atua permeabilidade celular do parasita
Lise celular
Leishmaniose Visceral
Recomendado 1mg/kg/dia (14 dias)
Efeito Colaterais: febre, calafrios, cefaleia, anemia, flebite (..)
Pentamidina
Atua no cinetoplasto perda de função e forma
Recomendado 4mg/kg 3 ou 4 aplicações IV e IM
Efeito Colaterais: náuseas, vômito, cefaleia, hipotensão, ureia e
creatinina, diabetes (..)
Profilaxia e Controle
Combate ao vetor inseticidas
Tratamento/Eliminação dos cães infectados Alopurinol
Tratamento de doentes
Construção de casas a 500m da mata
Áreas endêmicas – programas de vigilância epidemiológica
Vacinas Futuro
CÃES - reservatórios
TRATAMENTO SACRIFÍCIO
Referências Bibliográficas NETO, V. A. et al. Parasitologia: uma abordagem
clínica. Editora ELSEVIER, São Paulo, 2008.
NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana. 9ed, Editora Atheneu, São Paulo, 1998.
Manual de Vigilância de Leishmaniose Tegumentar Americana. 2ed, Brasília, 2007.