Leite de aL to padrÃo -...

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notícias Ano XVII - nº60 - Dezembro / 2014 LEITE DE ALTO PADRÃO Indústrias de laticínios investem em matéria-prima de qualidade e capacitam produtores para boas práticas de ordenha e armazenamento Págs. 8 a 11 Saboroso e saudável Consumo de iogurte aumentou nos últimos anos e gera lucro para empresas págs. 14 e 15 Sustentabilidade em foco É lançado Guia Técnico Ambiental da Indústria de Laticínios pág. 5 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Desconhecido Recusado Endereço insuficiente Não existe n 0 indicado Falecido Ausente Não procurado EM / / Responsável Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320

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notíciasAno XVII - nº60 - Dezembro / 2014

Leite de aLtopadrÃoIndústrias de laticínios investem em matéria-prima de qualidade e capacitam produtores para boas práticas de ordenha e armazenamento Págs. 8 a 11

Saboroso e saudávelConsumo de iogurte aumentou nos últimos anos e gera lucro para empresas págs. 14 e 15

Sustentabilidade em focoÉ lançado Guia técnico ambiental da indústria de Laticíniospág. 5

EMPRESA BRASILEIRADE CORREIOS E TELÉGRAFOS

Mudou-se

Desconhecido

Recusado

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Nesta edição do Silemg Notí-cias, vamos discutir uma das prin-cipais metas da nova diretoria do Sindicato: avançar na qualidade do leite. Nós, da indústria de laticí-nios, temos a obrigação de, juntos, realizarmos esforços integrados para garantir um produto final de alto padrão. Leite de qualidade é hoje a condição fundamental para o desenvolvimento e crescimento sustentável do nosso setor.

Um fato que tem contribuí-do para atrasar os programas de melhoria da qualidade do leite no estado é a intermediação de com-pra e venda de leite por empresas ou pessoas físicas desprovidas de infraestrutura e de licenças legais para realizar essas operações - os “tanqueiros”. essa atividade de revenda não está atrelada a um controle sanitário, ou mesmo enquadrada em procedimentos legais de fiscalização. por isso, é necessário que as indústrias se atentem a esse tipo de fornece-dor, pois uma matéria-prima não confiável pode prejudicar toda a cadeia produtiva.

a atitude necessária para avançar na melhoria da qualida-de do leite hoje é a ampliação das exigências por qualidade. Nes-se processo, é necessário que as

empresas atuem em duas frentes simultâneas: valorizar cada vez mais os produtores que atendam aos parâmetros da iN 62 e, ao mesmo tempo, conceder apoio técnico e prazos limites para que os demais produtores se ade-quem. em ambos os casos, a fi-gura do “tanqueiro” deve desapa-recer, pois com ela nenhuma das ações acima serão possíveis.

diante desse desafio, o Silemg inicia um processo de incentivar os associados a cuidar da quali-dade do leite de forma ainda mais próxima e ativa. Começamos a promover este ano, em parceria com o instituto Mineiro de agro-pecuária (iMa), um ciclo de pa-lestras, em que diretores, gerentes, consultores, fiscais agropecurários e veterinários, entre outros, po-dem se atualizar a respeito das exi-gências do mercado.

ao mesmo tempo estamos trabalhando no fortalecimento do setor, atuando junto com ou-tros parceiros para dar continui-dade na valorização de todo o setor lácteo.

João Lúcio Barreto Presidente do Silemg

eM bUSCa do aLto padrÃo

ANO XVII / Número 60 / Dezembro de 2014SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaPresidenteGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceVice-presidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTACarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda Carlos Eduardo Abu Kamel -Coop. dos Produtores Rurais de Itam-bacuri Ltda Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda Estevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda José Márcio Fernandes Silveira - F. Silveira Campos José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios Ltda Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria Ltda Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticínios Jussara S/A Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A Luiz Fernando Esteves Martins - m Efetivo Barbosa & Marques S/A Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda

CONSELHO FISCAL SUPLENTECloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa CruzElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceJoão Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda

DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTESGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Gráfico: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Pamella Berzoini, Rayane Dieguez e Viviane MirandaDiagramação: Mayron HenriqueProdução: Rede Comunicação de Resultado

EXPEDIENTE

EDITORIAL

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GIRO NO MERCADO 3

paLeStra para aSSoCiadoS

Nelmon Costa, consultor do iMa e um dos palestrantes do evento

o Silemg, em parceria com o instituto Mineiro de agro-pecuária (iMa), tem realizado, desde outubro, uma série de palestras junto aos associados, com o tema Qualidade do Leite: exigência da Lei e do Mercado. “Há alguns anos, estamos atuando na divulgação de programas focados na educação dos responsáveis pela produção nas propriedades rurais. essa iniciativa reforça o nosso trabalho e valoriza a importância dos programas de autocontrole”, afirma o pre-sidente do sindicato, João Lúcio barreto.

o evento aborda temas como a instrução Normativa 62, melhoria da qualidade do leite, e o programa de autocontrole na indústria, apresentado pelo consultor do iMa, Nelmon Cos-ta. “essa é uma oportunidade de integração do setor privado, neste caso, os laticínios, e a fiscalização, de modo que possamos orientar os envolvidos quanto às exigências legais e aos procedi-mentos”, reflete o diretor-geral do iMa, altino rodrigues Neto.

o ciclo de palestras já aconteceu em Muriaé, Lavras, Go-vernador Valadares, Montes Claros, araxá e Juiz de Fora e o encerramento será em poços de Caldas e Lagoa da prata.

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GIRO NOS ASSOCIADOS 4

duas empresas associadas ao Silemg estive-ram presentes no maior evento do varejo ali-mentício brasileiro, a Superminas Food Show 2014. em dois estantes cedidos pela Federa-ção das indústrias de Minas Gerais (Fiemg) ao Sindicato, a Cotallac-deminas e entre rios-Cayuaba tiveram a oportunidade de expor, ao lado de outras 420 indústrias de diversos setores, para as mais de 55 mil pessoas que vi-sitaram a feira.

organizado pela associação Mineira de Supermercados (amis) e pelo Sindicato e as-sociação Mineira da indústria da panificação (amipão), o evento, ocorrido entre os dias 21 e 23 de outubro, no expominas, em belo Ho-rizonte, atingiu todas as projeções de novos contratos e público, registrando r$ 1, 3 bilhão em negócios realizados ou iniciados durante a mostra. para roberto Souza baeta, proprie-tário da entre rios, participar da SuperMi-nas ampliou a competitividade da empresa no mercado. “abrimos as portas para futuras possibilidades de negócios e já estamos dando continuidade aos contatos firmados nos três dias de evento”, declara.

NovidadeSNeste ano, a Superminas apresentou dois novos serviços – reforma e Construção e Logística e distribuição – e o espaço dos produtos Certificados, com a presença dos produtores certificados pelo iMa e pela emater selecionados pelos órgãos do governo. em uma parceria com instituto Mineiro de agropecuária (iMa), ema-ter, Secretaria de agricultura, pecuária e abastecimento (Seapa) e Secretaria de desenvolvimento (Sede), a feira apresen-tou, também, um ambiente exclusivo para a divulgação de três produtos tipicamente mineiros: a cachaça, o café e o queijo.

Na SUperMiNaSNoSSoS prodUtoS Assosciados do Silemg

estiveram presentes no maior evento de varejo alimentício ocorrido em Belo Horizonte

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Mais de 55 mil pessoas prestigiaram o evento

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PONTO DE VISTA 5

Minas Gerais é o maior produtor de leite do brasil, sen-do referência na produção de derivados. em recente estu-do desenvolvido pela Gerência de projetos Coletivos para indústria do Sistema Fiemg, o estado aumentou sua pro-dução em quase 52% entre 2002 e 2012, o que reforça sua relevância para a economia. em contrapartida a esse cresci-mento, se faz cada vez mais necessário adequar as práticas operacionais para que o processo seja menos invasivo ao meio ambiente.

Hoje, muitas empresas visualizam esse desafio como uma oportunidade para otimizar os processos, gerando ga-nhos ambientais, econômicos e técnicos. Nesse sentido, o Sistema Fiemg, em parceria com a Fundação estadual de Meio ambiente (Feam) e com o apoio do Sindicato da in-dústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), da engenho 9, empresa referência no desenvolvimento de soluções am-bientais para indústria alimentícia no estado, do Laticínios porto alegre e da trevo alimentos, elaborou o Guia técni-co ambiental da indústria de Laticínios.

a publicação reforça a cultura de cooperação para o desenvolvimento de processos industriais sustentáveis e

orienta empresários, colaboradores e demais interessados sobre questões ambientais inerentes ao setor. ela sugere, ainda, ações a serem implementadas, visando à melhoria do desempenho ambiental e seu fluxo produtivo. para isso, aborda aspectos relacionados à indústria de laticínios, tais como efluentes líquidos, emissões atmosféricas, resíduos sólidos e ruído ambiental, bem como as formas de sua ges-tão, a exemplo das tecnologias de tratamento e de práticas para redução da geração de resíduos. as iniciativas suge-ridas estão focadas na aplicação racional das matérias-pri-mas, água e energia, prevenindo a utilização de materiais perigosos e tóxicos e reduzindo a quantidade de emissões e resíduos na fonte. por fim, é oferecido um passo a passo para obtenção e manutenção da licença ambiental direcio-nada ao setor de laticínios.

todas as práticas avaliadas pela equipe de elaboração do Guia identificam a gestão ambiental como alternativa para redução de custos operacionais. Medidas simples, como utilização e acompanhamento de indicadores ambientais de processos, ações educativas voltadas para redução do con-sumo de insumos e matéria-prima, padronização de ativi-dades e projetos de reaproveitamento de água e materiais, revelam que o ditado popular “é melhor prevenir que reme-diar” nunca esteve tão adequado à realidade.

dessa forma, as possibilidades levantadas no Guia téc-nico ambiental da indústria de Laticínios constituem um ponto de partida para que cada empresa inicie a busca pela melhoria do seu desempenho ambiental.

Wagner Costa, gerente de Meio ambiente da Fiemg

*Por Wagner Costa

Na iNdúStriaboaS prátiCaS Guia Técnico Ambiental da

Indústria de Laticínios apresenta soluções para o setor de lacticínios e derivados de forma sustentável

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aCeSSopara LeitUrao Guia está disponível para download em http://www7.fiemg.com.br/fiemg/produto/producao-mais-limpa.

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ENTREVISTA 6

alberto Marcatti, veterinário e pesquisador especialista em melhoramento genético da epamig

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eFiCiêNCiaGeNÉtiCa

Para aumentar a produtividade do animal e, consequentemente, a produção leiteira, uma alternativa é investir no melhoramento genético do gado

a produção de leite em Minas Gerais tem tido bons resul-tados, mas ainda apresenta potencial para crescer. de acordo com a empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais (epamig), a média produzida no estado corresponde a 28,7% da produção de todo o país. Mesmo diante desse cenário, a pro-dução leiteira tem muito o que melhorar quando comparada a outros países. Há motivos diversos que explicam a baixa pro-dutividade, como a genética pobre do rebanho e as deficiências das condições ambientais. por isso, melhorar o padrão genéti-co do gado tem se tornado um objetivo a ser conquistado por muitos produtores e pesquisadores.

para tratar sobre o assunto, o Silemg Notícias entrevistou o veterinário e pesquisador especialista em melhoramento gené-tico da epamig, alberto Marcatti.

Como a genética contribui para o aumento da produção?a maioria das fazendas tem limitações qualitativa e quantitati-

va na oferta de forragens aos animais, principalmente no período de seca, situação que os inibe de expressar seu potencial produtivo. rebanho com baixo potencial genético, submetido à alimentação deficiente e controle sanitário inadequado, não demonstra condi-ções de eficiência. para obter ganhos produtivos, é preciso atuar de imediato na melhoria do manejo e na alimentação, situação que não reduz a necessidade de otimizar o padrão genético.

o processo de melhoramento genético tem um alto custo?o melhoramento genético é uma técnica de custos eleva-

dos. por isso, os animais melhorados e/ou melhoradores são colocados no mercado por altos preços. Mesmo assim, o núme-ro de produtores que utiliza esses serviços tem crescido, já que

Mais opções. Mais soluções.A missão da SPX é oferecer soluções inovadoras para ajudar o mundo a atender à crescente demanda por alimentos de maior qualidade sem perder o

sabor. Com foco na inovação e no desenvolvimento, trabalhamos com componentes de alta qualidade e sistemas de engenharia personalizados a fim

de oferecer soluções completas para todo e qualquer processo. Escolha uma companhia líder de mercado com marcas que você conhece e confia.

Rua João Daprat, 231 – São Bernardo do Campo, SP, Tel.: (11) 2127-8278, E-mail: [email protected]

BomBAS ∙ VálVulAS ∙ TroCAdorES dE CAlor ∙ HomogEnEizAdorES ∙ SiSTEmAS dE EVAPorAção E SECAgEm ∙ EquiPAmEnToS dE ProCESSo

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a perspectiva de ganhos econômicos os encoraja. o principal motivador do melhoramento genético é o lucro. É exatamente essa perspectiva que leva o produtor rural a adquirir o animal de melhor padrão genético.

Quais os desafios e as vantagens em relação à qualidade do leite e ao processo produtivo?

a introdução de animais melhorados e/ou melhoradores no rebanho é uma medida importante, mas não suficiente para obter ganhos produtivos. a fazenda precisa estar prepa-rada para aproveitar o potencial dos animais de melhor padrão genético que são mais exigentes, principalmente, em termos nutricionais, tanto para a produção quanto para a reprodução. a maioria das propriedades não se encontra preparada para receber animais de maior potencial produtivo. o sucesso da introdução deles no rebanho está condicionado a melhorias na alimentação, aos cuidados com a saúde e o manejo, à qua-lificação da mão de obra, entre outros fatores. a melhoria na qualidade do leite é consequência.

Como o melhoramento genético está chegando aos muni-cípios mineiros?

Na produção de leite em Minas Gerais, predomina o gado mestiço. a maioria do rebanho é composta de animais com graus de sangue que variam de ¼ holandês, ¾ zebu, a ⅞ ho-landês e ¼ zebu, ou seja, filhos de animais de padrão genéti-co pobre. Há dados que indicam que mais de 80% dos tou-ros utilizados nos rebanhos leiteiros são de baixa qualidade. o cruzamento quando bem orientado, realizado com animais de melhor padrão genético, é uma importante ferramenta na obtenção de gado de maior eficiência para a formação de siste-mas sustentáveis e competitivos de produção.

a Secretaria de agricultura pecuária e abastecimento de Minas Gerais (Seapa) vem dando um grande passo na legiti-mação e implantação do programa pró-genética, uma opor-tunidade para produtores substituírem os touros por animais melhoradores. o objetivo é proporcionar condições para a produção de animais com maior capacidade produtiva. o sim-ples fato de trocar um touro sem padrão genético por outro de

genética superior é suficiente para, na primeira geração, alterar positivamente o perfil do rebanho. a Seapa também está em-penhada em implementar o pró-genética fêmea.

Como o Brasil está em relação aos outros países?Não é raro ver alguém fazendo referência à acanhada efici-

ência produtiva da pecuária brasileira quando comparada a de outros países. além da genética pobre, pastagens degradadas, forragens de baixa qualidade, doenças parasitárias e falta de es-pecialização da mão de obra, outros fatores culturais, políticos, tecnológicos e econômicos que, isoladamente, ou em conjun-to, contribuem para a baixa eficiência da pecuária. Contudo, já houve expressivos avanços. a produtividade das vacas mais do que dobrou nos últimos 30 anos.

a adoção desta prática será suficiente para atender à de-manda de consumo crescente por leite em longo prazo?

É difícil prever, afinal, o melhor sistema de produção de leite. inúmeros produtores posicionam favoráveis ao confinamento e, outros, à produção sustentada no pastejo. eles têm argumentos para dar suporte à preferência. Mas, o melhor sistema de produ-ção é aquele que dá lucro. e sobre o assunto, há um consenso: produção máxima não é igual a lucro máximo, ou seja, balde cheio de leite não é sinônimo de balde cheio de dinheiro.

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8CAPA

QUaLidadeÉ SiNôNiMo de

A busca da excelência na produção do leite deve ser uma responsabilidade compartilhada entre laticínios, produtores e indústrias do setor

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a iN 62 diz respeito a dois requisitos do leite: a Con-tagem bacteriana total (Cbt), que trata das condições higiênicas de produção e conservação da matéria-prima, e a Contagem de Células Somáticas (CCS), que indica a saúde do animal. para que o produto esteja apropriado para a utilização, deve conter, de acordo com a instru-ção Normativa, Cbt de 300 mil e CCS de 500 mil. esse resultado será aceito até junho de 2016. após essa data, a contagem passa, respectivamente, para 100 mil e 400 mil (confira na página 12).

a iN 62 traz um fato inédito para o brasil: pela primeira vez, será cobrado um teor mínimo de proteína do leite – 2,95% –, o que garantirá um produto de melhor qualidade nutricional e mais rendimento para a produção de queijo, requeijão e leite em pó, por exemplo. “a normativa estabele-ce regras para que o produtor de leite e os laticínios tenham condições de trabalhar com qualidade, otimizar a aceitabi-lidade e o sabor do produto final e ter um melhor aprovei-tamento e rendimento por parte das indústrias. e, a partir disso, atingir o mercado global e melhorar os preços do leite para o produtor”, frisa eduardo.

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a qualidade do leite é um assunto de suma importân-cia para a indústria de laticínios. esse zelo com a

matéria-prima garante a segurança alimentar da população, além de agregar mais valor aos produtos lácteos, evitando perdas e aumentando a competitividade de novos mercados, inclusive, o externo. em Minas Gerais, empresários de gran-des e pequenas empresas estão focados nessa questão, a fim de estimular os produtores a adotar boas práticas que garan-tam um produto com propriedades mais apuradas.

os principais problemas que implicam a má qualidade do leite dizem respeito à sanidade do rebanho, às boas práticas de ordenha, às condições não adequadas de armazenamento e às condições não apropriadas de transporte. de acordo com o fiscal federal agropecuário do Serviço de inspeção de pro-dutos de origem animal (Sipoa), eduardo xavier, o ponto mais crítico refere-se ao leite cru que é recebido pelas indús-trias. “para apoiar a realização de um trabalho de melhoria do produto, foi criada a instrução Normativa (iN) 62/2011, em substituição a 51/2002, estabelecendo parâmetros de qualidade do leite no brasil e normas de procedimento desde a captação até o transporte para a indústria”, explica.

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investimentos contínuosUm leite de qualidade traz impactos positivos para consu-

midores e empresários da indústria de laticínios. Um produto fabricado com uma matéria-prima de alto padrão tem melhor rendimento, principalmente para a produção de queijos, um shelf life (prazo de validade ou vida de prateleira) maior e mais consistência, sabor e segurança alimentar. Com isso, aumen-ta-se a fidelização dos clientes e o padrão do produto.

Mas, para João Lúcio barreto, presidente do Silemg, a qua-lidade na cadeia do leite é uma obrigação das indústrias e deve ser coordenada por elas. “esse controle precisa ser iniciado através da implantação de boas práticas nas fazendas. animais e pessoas saudáveis, manejo higiênico e sanitários adequados antes e após as ordenhas, equipamentos limpos e bem cuida-dos fazem parte do ‘bê-a-bá’ nesse processo”, explica.

essa atenção também se estende às etapas de trans-porte, industrialização, distribuição e comercialização do produto e que devem ser cumpridas tanto pelos laticínios quanto pelos produtores. “a responsabilidade pelo produto é da indústria, e a exposição das marcas em circunstâncias que a identifiquem como de baixa qualidade ou adulterada pode ser motivo para a responsabilização criminal e o fe-chamento do laticínio”, acrescenta.

Na busca pela excelência de seus processos, muitos em-presários têm contratado consultoria especializada para capacitar os produtores. bernard Woodcock, Ceo e di-retor da QCoNZ américa Latina, empresa neozelandesa à frente de diversos projetos de melhoria do leite, comenta que o maior desafio atual é a implantação de uma política de qualidade. “o laticínio deve estar ciente de que é preciso es-tar mais próximo do produtor, orientá-lo a respeito de boas práticas – cuidado com o gado e higiene no processo, por exemplo – e estar disposto a pagar por essa qualidade”, expli-ca. ele acrescenta que, nos últimos cinco anos, as empresas do setor tomaram uma decisão estratégica na busca por uma política leiteira eficiente. “isso se deu através de melhorias no trabalho de campo e no treinamento dos produtores. É preciso investir em um técnico para resolver os problemas observados, além de focar em ações por meio de iniciativas

como o Sistema Mineiro de Qualidade do Leite e o programa Leite Legal.” - confira abaixo.

Capacitação técnicaa Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de três pontas

(Cocatrel), atualmente, conta com 100 fornecedores de leite, pertencentes a seis municípios. Há três meses, eles têm investido na capacitação de seus produtores em relação à qualidade do lei-te. “Zelamos muito pela credibilidade de nossos produtos e com a saúde do consumidor final. por isso, decidimos investir em medidas que visam à compra de uma matéria-prima assertiva e saudável”, comenta Jorge Nogueira, diretor técnico e industrial.

para implantar essa mudança de comportamento, os produ-tores participam de treinamentos teóricos e práticos, realizados

CAPA 10

LeiTe LeGaLprograma do sistema CNa/SeNar, em parceria com o Sebrae. o objetivo é criar possibilidades, por meio de ações de formação profissional rural, para que os pequenos e médios produtores pro-duzam leite de qualidade, atendendo aos padrões exigidos pela legislação e contribuindo para o de-senvolvimento do setor.

SiSTema miNeiro de QuaLidade do LeiTeiniciativa que visa articular competências para promover inovações tecnológicas a fim de aten-der demandas e atrair negócios para o desenvol-vimento sustentável do sistema agroindustrial do leite, com o objetivo de tornar a região referência nacional e internacional para o setor.

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por uma consultoria contratada, e as propriedades recebem visitas para verificar as mudanças necessárias na área de manejo. a Cocatrel também está pagando um valor mais alto pelo sólido oferecido no leite, medida que valoriza o trabalho de quem oferece a matéria-prima e, mais que isso, colabora com investimentos internos, por exemplo, a me-lhora das pastagens.

os resultados já são expressivos tanto em relação à qualidade quanto ao volume recebido. “temos o exem-plo de um fornecedor que mantinha cerca de 40 vacas e entregava um volume de 200 litros de leite por dia. atual-mente, esse mesmo produtor diminuiu o número de ani-mais para 30, mas aumentou a produção para 300 litros”, relata Jorge.

os bons números também são comemorados na Quei-jos bandeira, especializada na fabricação de queijo e re-queijão na cidade de bandeira do Sul (Sul de Minas). a

empresa sempre teve a prática de realizar, internamente, programas que prezassem pela qualidade do leite e, há três anos, remunera melhor o produtor pelo cuidado dele com o leite. “Fiz uma pesquisa entre a concorrência para gra-tificar aquele produtor que investe em seu produto. Uma matéria-prima de qualidade permite a diversificação de produtos, pois consigo um shelf life maior e, em contra-partida, o consumidor adquire um produto com mais qua-lidade desde a sua origem”, observa o responsável técnico e diretor, Fábio Gonçalves Campos.

atualmente, o leite recolhido dos 280 produtores é le-vado para o laboratório próprio, onde são feitas as análises a serem enviadas ao órgão responsável. a empresa também integra o programa Leite Legal. “Uma vez por mês minis-tramos palestras em cada região, a fim de conscientizar os produtores sobre a importância de se ter um leite de quali-dade”, detalha Fábio.

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CoMo prodUZir Leitede QUaLidade

Fornecer correta alimentação às vacas. Manter local de ordenha, roupas e mãos do ordenhador sempre limpos. Utilizar água de boa qualidade (potável). imergir as tetas em solução desinfetante. ordenhar primeiro vacas saudáveis e, separadamente, as com mastite clínica. Lavar equipamentos com água aquecida e detergentes

após ordenha e tanques de refrigeração cada vez que o leite for recolhido. refrigerar o leite até 3 horas após o término da ordenha. transportar o leite refrigerado em até 48h. Fazer a análise individual das amostras de leite do rebanho. evitar a contaminação do leite por medicamentos veterinários.

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RADAR ACADÊMICO 12

prodUto teStado

Tecnologia: Citometria de FluxoPesquisadora: Mônica pinho Cerqueira, coordenadora geral do Laboratório de análise da Qualidade do Leite da escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (LabUFMG)

o instituto brasileiro de Geografia e estatística (ibGe) revela que a produção agropecuária leiteira no brasil au-mentou 62% de 2002 a 2013, alcançando 35 bilhões de li-tros por ano. a expectativa é que, em 2014, esse crescimen-to mantenha-se entre 5% a 10% - um estímulo para quem faz desse produto sua principal fonte de trabalho e renda.

o caminho desse avanço está sendo pavimentado pe-las instruções Normativas 51 e 62, publicadas em 2002 e 2011, pelo Governo Federal. “as normas estabeleceram di-retrizes de produção, refrigeração e transporte dos diversos tipos de leite, a serem cumpridas até 2017 pelas indústrias de laticínios, inclusive o envio mensal de amostras de leite dos fornecedores para análise de qualidade”, afirma Môni-ca pinho Cerqueira, coordenadora geral do Laboratório de análise da Qualidade do Leite da escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (LabUFMG), um dos dez laboratórios credenciados da rede brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite (rQbL).

Criado em 2003, o LabUFMG analisa 60 mil amostras de 135 laticínios e de 17,5 mil produtores de Minas, de par-te da bahia e do espírito Santo, utilizando equipamentos de última geração para monitorar a qualidade do leite de tanques refrigeradores.

as amostras são identificadas por código de barras e passam por análises, como a crioscopia (ponto de conge-lamento) e o nível de componentes do leite (gordura, pro-teína, lactose, caseína, extrato seco total). as mais críticas são a Contagem bacteriana total (Cbt) e a Contagem de Células Somáticas (CSS). a primeira indica a contami-nação do leite por bactérias, que podem vir da água, da terra, do capim, dos pelos das vacas, dos excrementos, dos utensílios de ordenha e do próprio ordenhador. “Quanto mais elevado o número de bactérias, menor é a qualidade do leite, oferecendo-lhe sabor ácido e aparência coagula-da”, ressalta Mônica.

Laboratório de Análise da Qualidade do Leite da UFMG utiliza equipamentos de última geração para monitorar o leite de tanques refrigeradores

a segunda amostra revela se o animal tem mastite (in-flamação na glândula mamária). a presença de Células So-máticas (leucócitos e células de descamação da glândula ma-mária) no leite cru é normal, porém, em grande quantidade, diminui a produção do animal em 30%, altera a composição

e aproVado

o LabUFMG analisa 60 mil amostras de 135 laticínios e de 17,5 mil produtores de Minas Gerais, bahia e espírito Santo

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do produto e reduz o tempo de prateleira dos laticínios. Se-gundo a coordenadora, a doença pode ser clínica e de fácil percepção, quando a glândula fica inchada e o leite com grumos e pus. “Mas os casos de mastite subclínica, cujos sintomas não se apresentam, quase sempre passam desper-cebidos. e a incidência é muito maior. a cada caso de mas-tite clínica há 40 de subclínica. por isso, a necessidade da contagem em laboratório.”

ambas análises utilizam o processo de Citometria de Fluxo, que colore o dNa dos micro-organismos, per-mitindo sua quantificação. a capacidade de Contagem bacteriana total do LabUFMG é de 750 amostras por hora. Já a de Células Somáticas é de 400 amostras por hora. o padrão brasileiro, de acordo com a iN 62, é de 300 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (UFC/ml) e de 500 mil células por mililitro. a partir de 2016 esses números devem diminuir para 100 mil UFC/ml e 400 mil células/ml.

os dados coletados em 2013 sugerem que 25,9% das amostras de leite analisadas estavam fora dos padrões le-gais em relação à Cbt e 27,8% à CCS. “Nos últimos anos, a qualidade em relação à Cbt vem melhorando. para 2014, verificamos, com preocupação, uma tendência de manu-tenção da CCS, o que em última instância pode refletir em perdas na produção e na qualidade do leite produzido. Com isto, perdem produtores, indústrias e consumidores”, avalia Mônica.

Próximos desafiosNo pacote de oportunidades de melhoria para esse

cenário, ela sugere uma mobilização a favor da gestão in-dividual dos rebanhos leiteiros. “Cerca de 90% dos casos de infecções podem ser evitados com manejo correto da produção. Grande parte das fazendas não realiza a análise individual das amostras de leite e não identifica quais ani-mais precisa separar para tratar, e isso é fundamental daqui para frente”, observa. a coordenadora ainda aponta a qua-lidade da água como um ponto de estrangulamento para a produtividade. “estamos falando de toda a água utilizada no processo da limpeza dos equipamentos ao consumo dos animais, que deve ser potável e monitorada constantemente para que não se torne um transmissor de patógenos, inclu-sive de mastite.”

Há, ainda, a necessidade de aproximar os elos da cadeia produtiva e fazer com que o segmento industrial e o poder público atuem dentro das fazendas para identificar proble-mas de qualidade e resolvê-los. “ações como campanhas de conscientização sobre qualidade, visitas técnicas peri-ódicas, democratização do acesso à informação, por meio de boletins e informativos e de valorização da mão de obra local, e capacitação profissional, em conjunto com medidas preventivas e corretivas são o caminho para melhorar o lei-te que eles produzem”, finaliza.

Mônica pinho Cerqueira está à frente das pesquisas do Laboratório de análise da Qualidade do Leite da escola de Veterinária da UFMG

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SAÚDE COM SABOR 14

poderoSoaLiado

Do tradicional morango ao exótico ameixa e nozes, os benefícios do iogurte vão além de sua

variedade de sabores

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Já imaginou a quantidade de nutrientes existente den-tro de um potinho de iogurte? Com proteínas, vitaminas, minerais, fósforo e cálcio, o alimento, produzido a par-tir do leite, é muito benéfico ao organismo e indicado até mesmo para aquelas pessoas que possuem resistência à lactose. por ser um alimento probiótico, ou seja, com mi-cro-organismos vivos, como os lactobacilos, o iogurte me-lhora o balanço microbiano intestinal, evitando o desen-volvimento de bactérias patogênicas, que são responsáveis por alterações no funcionamento do intestino, a exemplo da diarreia.

a nutricionista raquel Marques diniz explica que es-ses micro-organismos utilizam o açúcar do leite (lactose) para produzir energia e se proliferar, eliminando o ácido láctico, substância que aumenta a acidez da flora intestinal e inibe o surgimento de bactérias nocivas. “os lactobacilos são resistentes ao acido gástrico e à bile, por isso, chegam ao intestino. dessa forma, o consumo regular de iogurte favorece o equilíbrio da flora bacteriana intestinal”, afir-ma a profissional, que também orienta para o consumo de versões com baixo teor de gordura.

além desses benefícios, o iogurte contribui com a saúde dos ossos e auxilia nas contrações musculares e na comunicação das células do sistema nervoso. “devido à quantidade de vitaminas do Complexo b, ele ajuda a man-ter a tenacidade muscular e possui forte ação antioxidante, combatendo os radicais livres que são os fatores do enve-lhecimento”, acrescenta raquel. “o iogurte é somente con-traindicado para os indivíduos com alergia à proteína do leite de vaca. Nesse caso, existem produtos a base de leite de cabra ou derivados de soja.”

Consumo em altaSegundo o Conselho de exportações de Lácteos dos

estados Unidos (USdeC), o consumo de produtos a base de leite tem crescido em diversos países devido à ascensão da nova classe média. No brasil, não poderia ser diferente. de acordo com o relatório projeções do agronegócio, pu-blicado pelo Ministério da agricultura, pecuária e abas-tecimento, o consumo de leite ao ano deve aumentar em mais de seis milhões de litros até 2023, o que favorece a maior busca por iogurte.

Com projeção para fechar 2014 com uma alta de 14% no faturamento, a mineira trevo alimentos acompanha o bom momento do mercado e se prepara para investir r$ 8 milhões na ampliação de seu parque fabril. “estamos trabalhando firmes na pesquisa de novas oportunidades junto ao consumidor e, também, na ampliação da linha de iogurtes e sobremesas”, diz o diretor administrativo da trevo alimentos, Marcelino rezende. a empresa também foi a primeira a lançar no mercado o famoso iogurte gre-go. “Fazemos uma avaliação muito positiva dessa que é uma das recentes inovações na categoria de iogurtes.”

Na avaliação do presidente do Silemg, João Lúcio bar-reto Carneiro, esse crescente consumo do iogurte contribui para a consolidação e maior produtividade do setor. “essa popularização deu origem a um investimento financeiro e intelectual sem precedentes na indústria de laticínios. o trabalho de desenvolvimento de novos produtos pelas in-dústrias une o conceito de saúde ao de prazer, oferecendo ao consumidor sabores variados, desde os mais discretos, passando pelos exóticos, até os tradicionais”, opina.

CUrioSidadeSSobre o iorGUte acredita-se que o iogurte começou a ser

consumido há mais de três mil anos por diversos povos nômades, que utilizavam co-nhecimentos milenares para conservar alimen-tos perecíveis.

Um estudo japonês revelou que o consumo de 150 gramas diárias de iogurte sem açúcar contribui para a redução da concentração de uma bactéria que induz o mau hálito.

No livro “101 alimentos que podem salvar sua vida”, o autor david Grotto sugere o consumo de iogurte para a prevenção de doenças, como artri-te, doenças cardíacas e câncer de cólon.

as bactérias presentes no alimento melho-ram a saúde do intestino. elas também são responsáveis pela produção de 95% de seroto-nina, um neurotransmissor responsável pelo bom humor e felicidade.

embora seja um derivado do leite, o iogurte contém um nível bastante reduzido de lacto-se, açúcar que não é digerido pelo organismo dos intolerantes à lactose, e responsável por provocar diarreias e outras complicações in-testinais graves.

assim como o leite, o iogurte é rico em cálcio, micronutrientes e proteínas, sendo um poderoso aliado no combate à osteoporose e à hipertensão.

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