Leitor EME ed35

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Eram quase 11h15 quando Nádya começou a cantar no almoço anual beneficente da Associação Santa Rita de Cássia, uma instituição orga- nizada para o acolhimento de crianças e adolescentes que se encontram em situa- ção de risco. Ela havia deixado o Ema- nuel, seu filho único, ainda de colo, com a mãe (algo que a incomodava um pouco – pen- sava se não estaria estorvan- do, quando na verdade aquilo era a maior alegria da avó). Agora já eram quase 11h40, ela tocava uma música nova da Marisa Monte, calma e bonita, mas continuava inco- modada – ainda não sabia se daria certo a garotada da Casa da Criança tocar ali na festa. Tinha conversado com alguns conhecidos seus, combinan- do o horário da apresentação; pegara a assinatura dos pais e responsáveis por cada criança que viria; tinha ensaiado três músicas especialmente para o dia (podiam ter ensaiado mais, deveriam ter ensaiado mais, preocupava-se também). Sempre pode haver impre- vistos; era preciso buscar as crianças (será que todas vi- riam?), o que ficara a cargo de um amigo; nessas festas o número de pessoas é grande, nem sempre se encontram aqueles com quem se combi- nou, essas coisas. Além disso, pensava em como o público receberia a apresentação das crianças, ainda amadora... Tudo era tão corrido, tudo estava corrido... Seu filho “já” tinha mais de um ano, mas cada dia era uma novi- dade; seus pacientes na fi- sioterapia demandavam não só seu tempo como bastante energia (que despendia com a convicção de ser aquela a sua vocação); e havia as inse- guranças e os temores comuns aos pais de primeira viagem. A Nádya e o Lídio, os pais do “Manu”, organizaram juntos aquela apresentação no almoço da Associação. Apesar de ele também ter uma ocupação pro- fissional em outra área, o atrati- vo que parece ter sido dos mais decisivos para a reunião do ca- sal foi justamente a música. Lídio, além de professor de física, é baterista, e hoje viaja pelo Brasil prestando consul- toria técnico-científica para uma empresa de equipamentos cirúrgicos. Por causa do traba- lho, tem de passar boa parte da semana longe de casa, uma en- cruzilhada com que boa parte das mães e pais de hoje tam- bém se encontra: correr atrás do melhor pela família, para isso, infelizmente, tendo de fi- car longe dela. Há cerca de três anos o ca- sal criou o Projeto Sibemol: aulas de percussão e canto para crianças e adolescentes do bairro São Luís (frequen- tadores da Casa da Criança), em Capivari, no interior de São Paulo. Popular e pejora- tivamente conhecido como Morro dos Macacos, trata-se de um bairro de alta vulnera- bilidade social: são mais de 50 barracos apinhados num terreno em declive grave, com todos os alarmantes índices a que muitos de nós, à força de escutar, estamos imunes a prestar atenção: desemprego e analfabetismo, falta de qualifi- cação profissional, incidência de alcoolismo e tráfico, falta de saneamento básico. A fa- vela não tem esgoto, e as “ca- sas” não têm banheiro – não aquele que conhecemos. A Casa da Criança, institui- ção criada há mais de 20 anos, atende cerca de 80 crianças locais. Fundada por um grupo de pessoas dispostas a oferecer não apenas um “abrigo”, ali- mentação e atividades diver- sas, mas uma nova perspectiva de futuro, a Casa retirava das ruas crianças e adolescentes pedintes e “cuidadores de car- ros” nos eventos públicos, nas praças centrais e na Igreja Ma- triz aos fins de semana. Hoje a Casa da Criança ofe- rece regularmente serviços de que os diretores se orgulham, como aulas de informática, trabalho técnico de promo- ção social e profissional na comunidade, acompanha- mento psicológico individual e em grupos (para crianças, para adolescentes, para mães/ pais/responsáveis), logística para a prática de esportes, dança e estudo, além dos al- moços servidos diariamente aos meninos e meninas que frequentam a Casa. Alegria mesmo os diretores teriam se esses serviços não fossem necessários, se hou- vesse inserção e não segre- gação social (muitas vezes, autossegregação), algo pelo qual se tem trabalhado, junto às mães, junto às crianças – como nesse projeto musical. Há alguns anos já, a festa da Associação Santa Rita de Cássia, onde estava ocorren- do o almoço, acontece com o objetivo de arrecadar fundos e também promover essa outra instituição. No almoço daque- le dia, inclusive, a pequena apresentação seria com crian- ças que em anos anteriores estavam trabalhando como fla- nelinhas aos arredores da fes- ta. Mas agora elas vinham sob outra perspectiva: não pedin- do, mas dando algo de si. A ci- dade como um todo teve uma queda no número de crianças exploradas nessa situação, mas o problema ainda persiste – há outros bairros vulneráveis, ou- tros focos a se trabalhar. A festa da Santa Rita é um daqueles eventos concorri- dos na cidade, mas com fins sociais. É a sociedade que se organiza para promover uma instituição necessária, mes- ma sociedade que dá suporte à Casa da Criança (com par- ticipação em seus eventos, com doações, com o volun- tariado, com destinação de parte do imposto de renda ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). Esse suporte é indispensável, mas sem o protagonismo de uns poucos, sua participação direta e fre- quente, muitas dessas ações não existiriam. Pessoas como Nádya e Lí- dio, que parecem ter a com- preensão de que, quando “ajudamos o próximo”, em verdade a primeira pessoa a quem estamos ajudando é a nós mesmos. Presenciar a desenvoltura e o desen- volvimento de uma criança, agora uma jovem, que vi- ram crescer nas atividades daqueles anos, hoje forma- da (assistente social), em- pregada, desempenhando com sua voz uma canção de apelo (“Faz um milagre em mim”), era como uma recompensa para algo que se fez sem esperar por ela. Os olhos das crianças e jo- vens, a presença alegre delas, suas conquistas – coisas que animam, trazem esperança, inspiram. E estavam todos mui- to sorridentes e empolgados, após a apresentação. Sim, ti- nha dado tudo certo. As crianças chegaram a tem- po, se aprontaram a tempo – a tempo de assistir ao final do show da própria Nádya. Can- tora profissional, além de fisio- terapeuta, ela se apresentava na festa como sua colaboração para o evento, ao lado do Lídio e de outro colega, Mauro, que compunham o trio. E três sam- bas foi também o que as crian- ças ofereceram à plateia após o show deles, como uma sobre- mesa especial do dia, recebida com aplausos entusiasmados. Depois da apresentação, ins- trumentos guardados (quase uma miniescola de samba), to- dos se sentaram para também comer aquela famosa iguaria dos churrasqueiros locais, “por- co no rolete”. Qualquer pedaço parecia ser gorduroso demais, diriam os caloricamente corre- tos de plantão, mas, pela delícia do preparo, um prato só pare- cia nunca bastar – disseram os músicos, profissionais e mirins, após seu almoço musical. * * * A Editora EME é uma das parceiras na gestão da CEAC – Central de Educação e Atendi- mento da Criança, razão social da Casa da Criança. Parte das vendas de livros e também dos direitos autorais de diversos de seus autores são revertidos para apoiar os serviços presta- dos pela Casa. Editorial Como você conheceu o Espiritismo? Nasci em Mogi Mirim, in- terior de SP, em família espí- rita. Como meus avós e pais eram espíritas, fui criado no meio das atividades espíritas que eram desenvolvidas tan- to na casa de meu avô, Juca de Andrade, quanto no cen- tro espírita que foi fundado e dirigido por ele. Mais tarde, conheci melhor o Espiritismo nas reuniões de estudos es- píritas realizadas nesse cen- tro espírita e com a minha frequência e participação na Mocidade Espírita de Mogi Mirim. Depois disso, nunca mais parei de estudar, prati- car a doutrina e participar do movimento espírita. Qual a importância do Espi- ritismo em sua vida? O Espiritismo tornou-se o meu orientador religioso, filosófico e moral. Amo es- ses aspectos da doutrina es- pírita, por me orientar a ser homem de bem, pela prática das virtudes. Você possui alguma mediu- nidade desenvolvida? Jamais senti qualquer influ- ência ostensiva por parte dos espíritos, a ponto de poder servir de intermediário para as suas manifestações ou comu- nicações. Mas, com certeza, sinto-me em constante sinto- nia mental com eles, receben- do conselhos, inspirações e ideias que orientam as minhas atitudes, condutas e realiza- ções no cotidiano. Como você escolhe o tema de seus livros? Os temas dos primeiros li- vros surgiram em minha men- te e os capítulos ficaram pron- tos numa elaboração mental, à medida em que fui estudan- do, aprendendo e participan- do do Espiritismo. O trabalho foi apenas de passá-los para o papel, aperfeiçoá-los. Evi- dentemente, as minhas expe- riências profissionais e aca- dêmicas ajudaram-me muito nisso. Atualmente, eu realizo estudos espíritas de temas que tenho interesse ou dúvidas. Qual a principal motivação para escrever O homem que mudou a história? O Espiritismo é uma dou- trina essencialmente cristã. Uma das primeiras coisas que aprendemos no Espiritismo é adotar Jesus como guia e mo- delo. E na vastíssima literatura espírita vemos em detalhes a revolução religiosa e moral que Jesus veio promover na Terra, por ordem de Deus, com os seus ensinos e exem- plos. A partir disso, preocu- pei-me em ressaltar no livro, à luz do Espiritismo, os prin- cipais fatos ocorridos na vida de Jesus, bem como os seus feitos e legados que mudaram o curso da humanidade, ao aprimorar o mundo íntimo do homem e o seu modo de agir perante os semelhantes com um melhor entendimento de Deus, do reino dos céus e das verdades espirituais. O que o incentivou a de- senvolver esse trabalho? O grande incentivo para o desenvolvimento desse traba- lho foi tentar dar uma contri- buição modesta para a evan- gelização, que é uma priori- dade no movimento espírita, por engrandecer a alma do homem e acelerar a transfor- mação moral da humanidade, com a disseminação da prática da sabedoria aliada ao amor. Quanto tempo levou para concluir a obra? Esse trabalho durou cerca de três anos para ser concluído. A bibliografia consultada foi bas- tante extensa, pois tive a extre- ma preocupação em retratar fielmente a vida e obra de Je- sus sob o enfoque espírita. Qual a importância do estu- do sobre a personalidade e os atos de Jesus? A personalidade e os atos de Jesus são tão elevados em relação à nossa condição hu- mana, que exigem ainda mui- tos estudos e muitas reflexões para a nossa completa com- preensão e principalmente identificação e conformidade com suas lições e exemplos. Mas nessa busca já conta- mos com o Espiritismo a nos orientar sobre: as aparições de anjos; as mensagens de es- perança contidas no “Sermão da Montanha”; as lições so- bre Deus; a prática do amor, caridade, humildade, simpli- cidade, discrição, modéstia, prece, fé, justiça, perdão e gratidão; as curas realizadas; os ensinos contidos nas pará- bolas; as promessas quanto ao porvir; a morte, ressurreição e aparições de Jesus. Estes te- mas, entre outros, foram abor- dados em detalhes no livro. Alguma coisa mudou na sua compreensão, depois de ter escrito esse livro? A elaboração desse livro Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente Editor: Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo Jornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776 Diagramação: Editora EME Fotolitos e impressão: Gráfica EME Tiragem desta edição: 3.500 exemplares Vendas: (19) 3491-7000 [email protected] Expediente Olá! Na entrevista deste mês, você vai conhecer um pouco mais sobre o escritor Geziel Andrade e sua nova obra, O homem que mudou a história, que fala sobre a vida e os ensi- namentos de Jesus. Além de comentários de lei- tores sobre dois dos nossos li- vros, você vai conhecer mais dois lançamentos e quatro no- vas edições de sucesso. Vai poder ler sobre a impor- tância dos romances espíritas para o crescimento dos leitores, e conhecer um projeto desen- volvido pela Casa da Criança de Capivari, a terra natal da Editora EME, em dois textos envolventes e que servem para muita reflexão. Tem isso. E ainda mais! Fo- lheie, aproveite mais esta edi- ção do Leitor EME e aguarde a próxima! Queremos saber a sua opinião! Envie suas críticas, sugestões e dúvidas para o e-mail [email protected] ou ligue para (19) 3491-7000. SAL Serviço de Atendimento ao Leitor A obra LANÇAMENTO EME ças, cura e saúde à luz do espiri- tismo; Educação espírita de nos- sos filhos; Manual e dicionário básico de espiritismo; O homem que conversou com os espíritos; Os espíritos, a música celeste e a música terrena; Perispírito: o que os espíritos disseram a respeito; Sexo sem preconceito, sem se- gredo, com equilíbrio. Entrevista com o autor mostrou-me aspectos que não compreendia muito bem, a respeito da nobreza espiritual e moral de Jesus, da missão grandiosa que lhe foi confiada por Deus, bem como dos po- deres que ele possuía sobre a matéria, os homens e os espí- ritos. Então, depois de ter ela- borado esse livro, percebi que minha consciência se dilatou acerca de Jesus, seus ensinos, exemplos e realizações, que estão contidos no Evangelho. Quais são seus próximos projetos literários? Estou iniciando um novo li- vro sobre a felicidade à luz do Espiritismo, pela importância que ela tem para nós e pelas lições que a doutrina espírita nos oferece. Mas é um proje- to ainda em desenvolvimento, cujo resultado só será possível avaliar melhor bem mais tarde. Deixe um comentário final para o leitor. Estou plenamente conven- cido de que devemos priori- zar a evangelização no mo- mento atual, em função da grave crise moral que a huma- nidade está enfrentando, por valorizar e se iludir com os tesouros e poderes materiais transitórios. A evangelização nos propicia a valorização dos tesouros religiosos, mo- rais e espirituais, que garan- tem efetivamente o progresso intelectual e material aliado às boas condutas e à paz, bem como à felicidade duradoura. E nisso, o Espiritismo tem de- sempenhado valorosamente a sua missão de estabelecer a evangelização e o progresso moral na humanidade. Muito se fala na atualidade so- bre a personalidade e os atos do homem que mudou a história da Terra: Jesus Cristo. Por meio de uma ampla pes- quisa e utilizando-se da capaci- dade de síntese, o autor expõe o que de mais belo encontrou sobre essa figura única e ines- quecível, transmitindo os ensina- mentos e exemplos a respeito de importantes assuntos. Se colocados em prática na vi- vência diária, os significativos en- sinamentos presentes neste livro auxiliarão de forma especial no caminho do crescimento interior, inspirando sempre a reflexão sobre o que faria Jesus, em nosso lugar. Trecho da obra Os fundamentos da maravilho- sa doutrina religiosa, moral e es- piritual de Jesus estão expressos no Sermão da Montanha. Todos esses fundamentos estão assentados na continuidade da vida da alma no reino dos céus, após a morte do corpo material. Reafirmando a existência de Deus e do reino dos céus, onde as almas dos homens continuam a existir após a morte do corpo material, Jesus fortaleceu a espe- rança na alma das pessoas sim- ples, sofredoras e aflitas. Ensinou-lhes que as pessoas que enfrentam as tribulações da vida material praticando as virtu- des desfrutam das bem-aventu- ranças no reino dos céus. Allan Kardec [...] nos ensinou que as bem-aventuranças prome- tidas por Jesus podem ser realiza- das na vida futura em função da justiça divina, que recompensa as atitudes elevadas e as boas obras terrenas. Recomendou-nos a adoção das seguintes condutas elevadas pe- rante a vida presente: • Suportar as provas, lutas, di- ficuldades e tribulações da vida terrena com calma, serenidade, resignação e fé no futuro, tirando delas lições espirituais e tornando proveitoso o sofrimento terreno. • Conquistar as virtudes da humildade, simplicidade de co- ração, pureza de sentimento e nobreza no pensamento, porque são indispensáveis à conquista das boas condições de vida exis- tentes no reino dos céus para a alma virtuosa. • Viver atendendo às vontades, aos desígnios e às leis de Deus, pela prática do bem, porque essa é a única forma da alma conquis- tar o progresso que lhe garante a felicidade na vida futura. [...] • Agir com misericórdia e in- dulgência perante as más ações do próximo, estendendo o per- dão às ofensas recebidas, para ser digno de merecer o perdão do Pai celestial quando houver a prática de más condutas. Trecho extraído do capítulo “O Ser- mão da Montanha e as bem-aventuran- ças”, páginas 31 a 33. Visite-nos! www.facebook.com/EditoraEME www.twitter.com/EditoraEME Geziel Andrade nasceu em Mogi Mirim, SP, e reside na ca- pital do estado. É casado com Nadja, com quem tem dois fi- lhos, Alexandre e Elaine. Mestre e doutor em economia, aposen- tou-se como administrador do extinto Banespa. Tem importante atuação no movimento espírita, por meio de pesquisas e palestras. Man- tém os blogs Artigos sobre Es- piritismo (www.tiny.cc/Geziel) e Jorge Rizzini: vida e obras (www.tiny.cc/Rizzini). Dedicado à literatura espí- rita, encanta a todos com seus textos “redigidos num estilo elegante, direto e, sobretudo, rigorosamente de acordo com a doutrina espírita”, segundo Jorge Rizzini. É autor de diversos livros espíritas (alguns em parceria com Ariovaldo Cavarzan), dentre eles: Amor e vida em família; Doen- 2 3 4 O autor O homem que mudou a história Geziel Andrade 16x23 cm • 264 páginas • R$ 27,00 Almoço musicAdo – ApResentAção dA cAsA dA cRiAnçA em festA de cApivARi

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Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamente

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Page 1: Leitor EME ed35

Eram quase 11h15 quando Nádya começou a cantar no almoço anual beneficente da Associação Santa Rita de Cássia, uma instituição orga-nizada para o acolhimento de crianças e adolescentes que se encontram em situa-ção de risco.

Ela havia deixado o Ema-nuel, seu filho único, ainda de colo, com a mãe (algo que a incomodava um pouco – pen-sava se não estaria estorvan-do, quando na verdade aquilo era a maior alegria da avó).

Agora já eram quase 11h40, ela tocava uma música nova da Marisa Monte, calma e bonita, mas continuava inco-modada – ainda não sabia se daria certo a garotada da Casa da Criança tocar ali na festa. Tinha conversado com alguns conhecidos seus, combinan-do o horário da apresentação; pegara a assinatura dos pais e responsáveis por cada criança que viria; tinha ensaiado três músicas especialmente para o dia (podiam ter ensaiado mais, deveriam ter ensaiado mais, preocupava-se também).

Sempre pode haver impre-vistos; era preciso buscar as crianças (será que todas vi-riam?), o que ficara a cargo de um amigo; nessas festas o número de pessoas é grande, nem sempre se encontram aqueles com quem se combi-nou, essas coisas. Além disso, pensava em como o público receberia a apresentação das crianças, ainda amadora...

Tudo era tão corrido, tudo estava corrido... Seu filho “já” tinha mais de um ano, mas cada dia era uma novi-dade; seus pacientes na fi-sioterapia demandavam não

só seu tempo como bastante energia (que despendia com a convicção de ser aquela a sua vocação); e havia as inse-guranças e os temores comuns aos pais de primeira viagem.

A Nádya e o Lídio, os pais do “Manu”, organizaram juntos aquela apresentação no almoço da Associação. Apesar de ele também ter uma ocupação pro-fissional em outra área, o atrati-vo que parece ter sido dos mais decisivos para a reunião do ca-sal foi justamente a música.

Lídio, além de professor de física, é baterista, e hoje viaja pelo Brasil prestando consul-toria técnico-científica para uma empresa de equipamentos cirúrgicos. Por causa do traba-lho, tem de passar boa parte da semana longe de casa, uma en-cruzilhada com que boa parte das mães e pais de hoje tam-bém se encontra: correr atrás do melhor pela família, para

isso, infelizmente, tendo de fi-car longe dela.

Há cerca de três anos o ca-sal criou o Projeto Sibemol: aulas de percussão e canto para crianças e adolescentes do bairro São Luís (frequen-tadores da Casa da Criança), em Capivari, no interior de São Paulo. Popular e pejora-tivamente conhecido como Morro dos Macacos, trata-se de um bairro de alta vulnera-bilidade social: são mais de 50 barracos apinhados num terreno em declive grave, com todos os alarmantes índices a que muitos de nós, à força de escutar, estamos imunes a prestar atenção: desemprego e analfabetismo, falta de qualifi-cação profissional, incidência de alcoolismo e tráfico, falta

de saneamento básico. A fa-vela não tem esgoto, e as “ca-sas” não têm banheiro – não aquele que conhecemos.

A Casa da Criança, institui-ção criada há mais de 20 anos, atende cerca de 80 crianças locais. Fundada por um grupo de pessoas dispostas a oferecer não apenas um “abrigo”, ali-mentação e atividades diver-sas, mas uma nova perspectiva de futuro, a Casa retirava das ruas crianças e adolescentes pedintes e “cuidadores de car-ros” nos eventos públicos, nas praças centrais e na Igreja Ma-triz aos fins de semana.

Hoje a Casa da Criança ofe-rece regularmente serviços de que os diretores se orgulham, como aulas de informática, trabalho técnico de promo-ção social e profissional na comunidade, acompanha-mento psicológico individual e em grupos (para crianças,

para adolescentes, para mães/pais/responsáveis), logística para a prática de esportes, dança e estudo, além dos al-moços servidos diariamente aos meninos e meninas que frequentam a Casa.

Alegria mesmo os diretores teriam se esses serviços não fossem necessários, se hou-vesse inserção e não segre-gação social (muitas vezes, autossegregação), algo pelo qual se tem trabalhado, junto às mães, junto às crianças – como nesse projeto musical.

Há alguns anos já, a festa da Associação Santa Rita de Cássia, onde estava ocorren-do o almoço, acontece com o objetivo de arrecadar fundos e também promover essa outra instituição. No almoço daque-

le dia, inclusive, a pequena apresentação seria com crian-ças que em anos anteriores estavam trabalhando como fla-nelinhas aos arredores da fes-ta. Mas agora elas vinham sob outra perspectiva: não pedin-do, mas dando algo de si. A ci-dade como um todo teve uma queda no número de crianças exploradas nessa situação, mas o problema ainda persiste – há outros bairros vulneráveis, ou-tros focos a se trabalhar.

A festa da Santa Rita é um daqueles eventos concorri-dos na cidade, mas com fins sociais. É a sociedade que se organiza para promover uma instituição necessária, mes-ma sociedade que dá suporte à Casa da Criança (com par-ticipação em seus eventos, com doações, com o volun-tariado, com destinação de parte do imposto de renda ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). Esse suporte é indispensável, mas sem o protagonismo de uns poucos, sua participação direta e fre-quente, muitas dessas ações não existiriam.

Pessoas como Nádya e Lí-dio, que parecem ter a com-preensão de que, quando “ajudamos o próximo”, em verdade a primeira pessoa a quem estamos ajudando é a nós mesmos. Presenciar a desenvoltura e o desen-volvimento de uma criança, agora uma jovem, que vi-ram crescer nas atividades daqueles anos, hoje forma-da (assistente social), em-pregada, desempenhando com sua voz uma canção de apelo (“Faz um milagre em mim”), era como uma

recompensa para algo que se fez sem esperar por ela.

Os olhos das crianças e jo-vens, a presença alegre delas, suas conquistas – coisas que animam, trazem esperança, inspiram. E estavam todos mui-to sorridentes e empolgados, após a apresentação. Sim, ti-nha dado tudo certo.

As crianças chegaram a tem-po, se aprontaram a tempo – a tempo de assistir ao final do show da própria Nádya. Can-tora profissional, além de fisio-terapeuta, ela se apresentava na festa como sua colaboração para o evento, ao lado do Lídio e de outro colega, Mauro, que compunham o trio. E três sam-bas foi também o que as crian-ças ofereceram à plateia após o show deles, como uma sobre-mesa especial do dia, recebida com aplausos entusiasmados.

Depois da apresentação, ins-trumentos guardados (quase uma miniescola de samba), to-dos se sentaram para também comer aquela famosa iguaria dos churrasqueiros locais, “por-co no rolete”. Qualquer pedaço parecia ser gorduroso demais, diriam os caloricamente corre-tos de plantão, mas, pela delícia do preparo, um prato só pare-cia nunca bastar – disseram os músicos, profissionais e mirins, após seu almoço musical.

* * *A Editora EME é uma das

parceiras na gestão da CEAC – Central de Educação e Atendi-mento da Criança, razão social da Casa da Criança. Parte das vendas de livros e também dos direitos autorais de diversos de seus autores são revertidos para apoiar os serviços presta-dos pela Casa.

Editorial

Como você conheceu o Espi ritismo?

Nasci em Mogi Mirim, in-terior de SP, em família espí-rita. Como meus avós e pais eram espíritas, fui criado no meio das atividades espíritas que eram desenvolvidas tan-to na casa de meu avô, Juca de Andrade, quanto no cen-tro espírita que foi fundado e dirigido por ele. Mais tarde, conheci melhor o Espiritismo nas reuniões de estudos es-píritas realizadas nesse cen-tro espírita e com a minha frequência e participação na Mocidade Espírita de Mogi Mirim. Depois disso, nunca mais parei de estudar, prati-car a doutrina e participar do movimento espírita.

Qual a importância do Espi-ritismo em sua vida?

O Espiritismo tornou-se o meu orientador religioso, filosófico e moral. Amo es-ses aspectos da doutrina es-pírita, por me orientar a ser homem de bem, pela prática das virtudes.

Você possui alguma mediu-nidade desenvolvida?

Jamais senti qualquer influ-ência ostensiva por parte dos espíritos, a ponto de poder servir de intermediário para as suas manifestações ou comu-nicações. Mas, com certeza, sinto-me em constante sinto-nia mental com eles, receben-do conselhos, inspirações e ideias que orientam as minhas atitudes, condutas e realiza-ções no cotidiano.

Como você escolhe o tema de seus livros?

Os temas dos primeiros li-

vros surgiram em minha men-te e os capítulos ficaram pron-tos numa elaboração mental, à medida em que fui estudan-do, aprendendo e participan-do do Espiritismo. O trabalho foi apenas de passá-los para o papel, aperfeiçoá-los. Evi-dentemente, as minhas expe-riências profissionais e aca-dêmicas ajudaram-me muito nisso. Atualmente, eu realizo estudos espíritas de temas que tenho interesse ou dúvidas.

Qual a principal motivação para escrever O homem que mudou a história?

O Espiritismo é uma dou-trina essencialmente cristã. Uma das primeiras coisas que aprendemos no Espiritismo é adotar Jesus como guia e mo-delo. E na vastíssima literatura espírita vemos em detalhes a revolução religiosa e moral que Jesus veio promover na Terra, por ordem de Deus, com os seus ensinos e exem-plos. A partir disso, preocu-pei-me em ressaltar no livro, à luz do Espiritismo, os prin-cipais fatos ocorridos na vida de Jesus, bem como os seus feitos e legados que mudaram o curso da humanidade, ao aprimorar o mundo íntimo do homem e o seu modo de agir perante os semelhantes com um melhor entendimento de Deus, do reino dos céus e das verdades espirituais.

O que o incentivou a de-senvolver esse trabalho?

O grande incentivo para o desenvolvimento desse traba-lho foi tentar dar uma contri-buição modesta para a evan-gelização, que é uma priori-

dade no movimento espírita, por engrandecer a alma do homem e acelerar a transfor-mação moral da humanidade, com a disseminação da prática da sabedoria aliada ao amor.

Quanto tempo levou para concluir a obra?

Esse trabalho durou cerca de três anos para ser concluído. A bibliografia consultada foi bas-tante extensa, pois tive a extre-ma preocupação em retratar fielmente a vida e obra de Je-sus sob o enfoque espírita.

Qual a importância do estu-do sobre a personalidade e os atos de Jesus?

A personalidade e os atos de Jesus são tão elevados em relação à nossa condição hu-mana, que exigem ainda mui-tos estudos e muitas reflexões para a nossa completa com-preensão e principalmente identificação e conformidade com suas lições e exemplos. Mas nessa busca já conta-mos com o Espiritismo a nos orientar sobre: as aparições de anjos; as mensagens de es-perança contidas no “Sermão da Montanha”; as lições so-bre Deus; a prática do amor, caridade, humildade, simpli-cidade, discrição, modéstia, prece, fé, justiça, perdão e gratidão; as curas realizadas; os ensinos contidos nas pará-bolas; as promessas quanto ao porvir; a morte, ressurreição e aparições de Jesus. Estes te-mas, entre outros, foram abor-dados em detalhes no livro.

Alguma coisa mudou na sua compreensão, depois de ter escrito esse livro?

A elaboração desse livro

Leitor EME é um boletim informativo da Editora EME, distribuído gratuitamenteEditor: Arnaldo Divo Rodrigues de CamargoJornalista responsável: Rubens Toledo – MTb 13.776Diagramação: Editora EMEFotolitos e impressão: Gráfica EMETiragem desta edição: 3.500 exemplaresVendas: (19) 3491-7000 [email protected]

Expediente

Olá! Na entrevista deste mês, você vai conhecer um pouco mais sobre o escritor Geziel Andrade e sua nova obra, O homem que mudou a história, que fala sobre a vida e os ensi-namentos de Jesus.

Além de comentários de lei-tores sobre dois dos nossos li-vros, você vai conhecer mais dois lançamentos e quatro no-vas edições de sucesso.

Vai poder ler sobre a impor-tância dos romances espíritas para o crescimento dos leitores, e conhecer um projeto desen-volvido pela Casa da Criança de Capivari, a terra natal da Editora EME, em dois textos envolventes e que servem para muita reflexão.

Tem isso. E ainda mais! Fo-lheie, aproveite mais esta edi-ção do Leitor EME e aguarde a próxima!

Queremos saber a sua opinião!Envie suas críticas, sugestões e

dúvidas para o e-mail [email protected]

ou ligue para (19) 3491-7000.

SALServiço de

Atendimento ao Leitor

A obraLançamento eme

ças, cura e saúde à luz do espiri-tismo; Educação espírita de nos-sos filhos; Manual e dicionário básico de espiritismo; O homem que conversou com os espíritos; Os espíritos, a música celeste e a música terrena; Perispírito: o que os espíritos disseram a respeito; Sexo sem preconceito, sem se-gredo, com equilíbrio.

Entrevista com o autormostrou-me aspectos que não compreendia muito bem, a respeito da nobreza espiritual e moral de Jesus, da missão grandiosa que lhe foi confiada por Deus, bem como dos po-deres que ele possuía sobre a matéria, os homens e os espí-ritos. Então, depois de ter ela-borado esse livro, percebi que minha consciência se dilatou acerca de Jesus, seus ensinos, exemplos e realizações, que estão contidos no Evangelho.

Quais são seus próximos projetos literários?

Estou iniciando um novo li-vro sobre a felicidade à luz do Espiritismo, pela importância que ela tem para nós e pelas lições que a doutrina espírita nos oferece. Mas é um proje-to ainda em desenvolvimento, cujo resultado só será possível avaliar melhor bem mais tarde.

Deixe um comentário final para o leitor.

Estou plenamente conven-cido de que devemos priori-zar a evangelização no mo-mento atual, em função da grave crise moral que a huma-nidade está enfrentando, por valorizar e se iludir com os tesouros e poderes materiais transitórios. A evangelização nos propicia a valorização dos tesouros religiosos, mo-rais e espirituais, que garan-tem efetivamente o progresso intelectual e material aliado às boas condutas e à paz, bem como à felicidade duradoura. E nisso, o Espiritismo tem de-sempenhado valorosamente a sua missão de estabelecer a evangelização e o progresso moral na humanidade.

Muito se fala na atualidade so-bre a personalidade e os atos do homem que mudou a história da Terra: Jesus Cristo.

Por meio de uma ampla pes-quisa e utilizando-se da capaci-dade de síntese, o autor expõe o que de mais belo encontrou sobre essa figura única e ines-quecível, transmitindo os ensina-mentos e exemplos a respeito de importantes assuntos.

Se colocados em prática na vi-vência diária, os significativos en-sinamentos presentes neste livro auxiliarão de forma especial no caminho do crescimento interior, inspirando sempre a reflexão sobre o que faria Jesus, em nosso lugar.

Trecho da obraOs fundamentos da maravilho-

sa doutrina religiosa, moral e es-piritual de Jesus estão expressos no Sermão da Montanha.

Todos esses fundamentos estão assentados na continuidade da vida da alma no reino dos céus, após a morte do corpo material.

Reafirmando a existência de Deus e do reino dos céus, onde as almas dos homens continuam a existir após a morte do corpo material, Jesus fortaleceu a espe-rança na alma das pessoas sim-ples, sofredoras e aflitas.

Ensinou-lhes que as pessoas que enfrentam as tribulações da vida material praticando as virtu-des desfrutam das bem-aventu-ranças no reino dos céus.

Allan Kardec [...] nos ensinou que as bem-aventuranças prome-tidas por Jesus podem ser realiza-das na vida futura em função da justiça divina, que recompensa as atitudes elevadas e as boas obras terrenas.

Recomendou-nos a adoção das seguintes condutas elevadas pe-rante a vida presente:

• Suportar as provas, lutas, di-ficuldades e tribulações da vida terrena com calma, serenidade, resignação e fé no futuro, tirando delas lições espirituais e tornando proveitoso o sofrimento terreno.

• Conquistar as virtudes da humildade, simplicidade de co-ração, pureza de sentimento e nobreza no pensamento, porque são indispensáveis à conquista das boas condições de vida exis-tentes no reino dos céus para a alma virtuosa.

• Viver atendendo às vontades, aos desígnios e às leis de Deus, pela prática do bem, porque essa é a única forma da alma conquis-tar o progresso que lhe garante a felicidade na vida futura. [...]

• Agir com misericórdia e in-dulgência perante as más ações do próximo, estendendo o per-dão às ofensas recebidas, para ser digno de merecer o perdão do Pai celestial quando houver a prática de más condutas.

Trecho extraído do capítulo “O Ser-mão da Montanha e as bem-aventuran-ças”, páginas 31 a 33.

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Geziel Andrade nasceu em Mogi Mirim, SP, e reside na ca-pital do estado. É casado com Nadja, com quem tem dois fi-lhos, Alexandre e Elaine. Mestre e doutor em economia, aposen-

tou-se como administrador do extinto Banespa.

Tem importante atuação no movimento espírita, por meio de pesquisas e palestras. Man-tém os blogs Artigos sobre Es-piritismo (www.tiny.cc/Geziel) e Jorge Rizzini: vida e obras (www.tiny.cc/Rizzini).

Dedicado à literatura espí-

rita, encanta a todos com seus textos “redigidos num estilo elegante, direto e, sobretudo, rigorosamente de acordo com a doutrina espírita”, segundo Jorge Rizzini.

É autor de diversos livros espíritas (alguns em parceria com Ariovaldo Cavarzan), dentre eles: Amor e vida em família; Doen-

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O autor

O homem que mudou a históriaGeziel andrade

16x23 cm • 264 páginas • R$ 27,00

Almoço musicAdo – ApResentAção dA cAsA dA cRiAnçA em festA de cApivARi

Page 2: Leitor EME ed35

ano 13 • número 35 • agosto de 2012

tAmBÉm nestA edição

Telefone/Fax: (19) 3491-7000 • Caixa Postal 1820 – 13360-000 – Capivari – SPwww.editoraeme.com.br • [email protected]

Lançamentos

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O homem que mudou a históriaLançamento de Geziel Andrade com o objetivo de ressaltar, à luz do Espiritismo, os

tesouros religiosos, morais e espirituais que Jesus nos legou “Adotando Jesus como guia e modelo, melhoramos o mundo íntimo, elevamos as condutas

perante os semelhantes e aprimoramos as formas de convivência e relacionamento no ambiente doméstico, no local de trabalho e no meio social”, comenta o autor na apresentação do livro. Leia

mais sobre o autor e a obra, numa entrevista especial.

páginas 2 e 3

As leis de DeusJosé Lázaro Boberg Estudo doutrinário • 16x23 cm • 272 pp. • R$ 26,00 A cada capítulo são analisadas questões intrigantes e muitas vezes polêmicas, como as características das leis de Deus, a origem e o conhecimento inato que os homens têm dessas leis, a definição de moral e a distinção entre bem e mal, além de uma abordagem objetiva sobre a justiça, o amor e a caridade.

O resgate de CamiloLuiz Cezar Carneiro Rodrigues

Romance espírita • 14x21 cm • 272 pp. • R$ 27,00Conheça a história de Camilo, que renasce com hidrocefalia para, com essa experiência, apagar

os traumas marcados pela sua participação na Segunda Guerra Mundial. O enredo leva o leitor a conhecer os acontecimentos vividos pelo personagem durante a guerra, quando reencontra um

grande amor de outras existências.

Presença na Bienal

mineira

A Editora EME esteve pre-sente pela primeira vez na Bienal do Livro de Minas, que aconteceu de 18 a 27 de maio no Expominas.

Apresentando em terras mineiras seus principais sucessos e lançamentos, incluindo as obras de Allan Kardec em tradu-ção exclusiva, romances, estudos, infantis, juvenis, obras de autoajuda e mui-tas outras, nossa participa-ção aconteceu em parceria com a Distribuidora Chico Xavier.

O escritor Armando Falco-ni Filho esteve presente nos dias 25 e 26/05, autografan-do seu sucesso Perda de pes-soas amadas.

Foi muito especial ter nos-sos livros em um evento tão importante no cenário na-cional, confirmando o nos-so compromisso em divul-gar amplamente a doutrina espírita, por meio do livro.

Agradecemos a todos os que estiveram envolvidos e visitaram o evento!

Pra que ler romance espírita? Narrativas de experiências de vida podem fortalecer

nossas convicções e, por assim dizer, caminhar conosco

Cora do meu coraçãoMônica Aguieiras Cortat • Cora (espírito)• 16x23 cm • 344 páginas • R$ 26,00

Li e gosteiOK!

O perispírito e suas modelações

Parabéns pelo livro! Expla-na um assunto difícil e faz revelações surpreendentes sobre as nossas ações sobre o perispírito após a desencarna-ção, e as formas de recupera-ção (transplantes etc). Foi um prazer ler a obra.

Lucas GiaroLa mora em são João deL-rei/mG

O amor pelos animaisGostaria de dar os mais

sinceros parabéns ao escri-tor, pelas brilhantes coloca-ções sobre o assunto que, com a graças de Deus, está começando a ser entendido pelos seres humanos, e para a editora, pela sensibilidade em colocar no mercado este trabalho. Não tem como não se emocionar com a leitura e com os ensinamentos citados no trabalho.

antonio ap. Bronze mora em Limeira/sp

novAs edições de sucessoDestino: determinismo ou livre-arbítrio?Wilson CzerskiEstudo doutrinário • 16x23 cm • 336 pp. • R$ 29,00Para responder à fascinante questão, o autor se baseia nas obras de Kardec e em renomados filósofos e autores, além de trazer a opinião de outras religiões. Comparando de maneira convincente o determinismo e o livre-arbítrio, apresenta ainda casos atuais, analisados de acordo com a lei de causa e efeito.

Perda de pessoas amadasArmando Falconi Filho

Autoajuda • 16x23 cm • 160 pp. • R$ 22,00Apresenta a mensagem consoladora do Espiritismo e vai ajudá-lo a

encarar a morte de uma forma menos dolorida, trazendo compreensão e fortaleza. Você vai perceber que o túmulo nos separa apenas

fisicamente das pessoas que amamos, pois elas continuam vivas e estão ligadas a nós por meio dos laços de amor.

Do coração da Sicília – imigrantes em dois mundos

Graça Leão • Fernando (espírito)Romance mediúnico

• 14x21 cm • 208 páginas • R$ 22,00Em sua vida religiosa, que começa aos doze anos, na Sicília, Angelina

conhece curiosos casos de mediunidade e tem a oportunidade de trabalhar pelos semelhantes, como madre superiora no Brasil, onde

conhece a ‘roda dos enjeitados’. Três existências de Angelina são apresentadas neste envolvente romance.

O amor pelos animaisRicardo Orestes ForniDoutrinário • 14x21 cm • 176 pp. • R$ 19,50Aborda o intrigante assunto da alma dos animais, com esclarecimentos valiosos sobre diversos temas relacionados, mostrando a grandeza da criação divina, onde tudo tem o objetivo de evoluir. Apresenta ainda exemplos tirados do relacionamento de pessoas como Chico Xavier e Cairbar Schutel com os animais.

oBRAs BásicAsA Editora EME conta com exclusiva tradução da obra de Allan Kardec. Em 2000 foi lançada

a primeira edição de O Evangelho segundo o Espiritismo e, no ano seguinte, a primeira edição de O Livro dos Espíritos, ambos com tradução de Matheus Rodrigues de Camargo.

Sucesso no mercado editorial espírita, os livros contam hoje com edições em formato grande e letra maior.

O Livro dos Espíritosallan Kardec• 15,5x21,5 cm • 360 pp. • R$ 13,00 (brochura) e R$ 14,00 (espiral)

O Evangelho segudo o Espiritismoallan Kardec• 15,5x21,5 cm • 296 pp. • R$ 13,00 (brochura) e R$ 14,00 (espiral)

Conheça o projeto musical realizado com crianças e adolescentes em Capivari, SP

página 3 e 4

Leia sobre a possível influência dos romances espíritas em nossos

comportamentospágina 6

ALMOÇO MUSICADOPRA QUE LER

ROMANCE ESPÍRITA?Comentários de leitores sobre livros de Ricardo O. Forni e

Luiz Gonzaga Pinheiropágina 5

Li e gosteiOK!

A Editora EME acaba de lan-çar mais um romance espírita...

“Mais do mesmo”, poderiam pensar alguns, como talvez nós mesmos já tenhamos pen-sado a respeito desse tipo de texto. Mas será mesmo assim?

Um primeiro aspecto aqui é o utilitarista, se um roman-ce serve para esta ou aquela finalidade prática (como um livro de autoajuda, ou um de formação doutrinária, ou um manual mediúnico). As nar-rativas, porém, além de sua função ficcional (na reorgani-zação de nossas próprias me-mórias, em nossas projeções de futuro), podem também ter “função prática” quando en-tram em nossas vidas.

Uma delas está no poder que as narrativas têm de nos servir de exemplo, de modelo almejado (para ficar apenas em um, notório, cite-mos as parábolas de Jesus). Porém, além disso, acompa-nhar uma história narrada, envolvendo-se com as dú-vidas, decisões e ações das personagens, tem um poten-cial de influenciar em nos-so próprio comportamento, como confirmação de resolu-ções, como incentivo a atitu-des, como inspiração, crian-

do um sedimento de valores que passamos a mirar. Esse potencial de espelho das narrativas parece valer ainda mais quando são verídicas – tais os romances mediúnicos que, como este Cora do meu coração, retomam histórias reais, de pessoas reais.

Miremos o exemplo de Cora. Raros somos os que são dotados com o dom (por muitos desejado) de interagir com os espíritos. Essa meni-na gaúcha, filha de uma índia das tribos do Sul com um ita-liano que, junto de seus pais, viera “fazer a América” e colonizar o Rio Grande, não apenas vê e ouve os espíri-tos, como também dialoga e interage ativamente com eles (sobretudo com sua compa-nheira querida, Olívia, que lhe aparecia quase como uma fada inefável).

Ambos, tanto ela quanto o(s) espírito(s), ganham com os mo-mentos de sua companhia mú-tua, mesmo aqueles amargos ou temíveis: “[o espírito] desa-pareceu no ar deixando a mim e a meu irmãozinho com um aperto no coração. Assustada, rezei para que aquela alma um dia encontrasse a paz, e para que nada de mal nos acon-

tecesse. Isso de ver espíritos realmente tinha um lado bom, pois eu via pessoas de quem sentia falta, mas também tinha um lado do qual eu não gosta-va muito, que era infelizmente também avistar essas entidades de força tão negativa.”

E quanto a nós? Como agiríamos nas situações cor-riqueiras ou importantes se partilhássemos esse outro ponto vista, o do plano espi-ritual? Sob esse prisma, talvez olhássemos de modo diferen-te para nossas atitudes e de-cisões... Teríamos agido da mesma forma? Ter uma pers-pectiva mais realista desse outro mundo, transcendente e imortal, seria decisivo?

Eis uma oportunidade de nos experimentarmos – ficti-ciamente. Conseguiríamos agir como ela diante das encru-zilhadas cotidianas com que deparou, para as quais cada es-colha que fazia seria marcan-te, permanente? E deveríamos agir da mesma forma?

Diante da chantagem de sua familiar frustrada e sofre-dora? Diante das acusações públicas, da segregação em sua pequena comunidade, evitável por um gesto seu? Da fibra exigida para o confeito diário? Para o amparo inadiá-vel ao deficiente que amava?

Mas o que realmente a mo-via? A perspectiva que lhe deu seu dom especial? Ou seu “dom de gente”, de ser digna em silêncio, apenas “por ser”?

Sob o pano de fundo dos costumes oitocentistas e das expedições comerciais dos rio-grandenses que ajudaram a construir o Brasil, compare-mos os nossos desafios com os dessa jovem médium mes-tiça, Cora.

Um teste fácil. Na ficção.