LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e...

23

Transcript of LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e...

Page 1: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados
Page 2: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO:

ESTRATÉGIAS PARA FORMAÇÃO DO LEITOR

Ronilce Moreira Bueno Gonçalves*

Silvana Oliveira**

RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de cada uma das etapas desenvolvidas

a partir do Projeto intitulado Leitura Como Fonte de Conhecimento: Estratégias

para Formação do Leitor, selecionado pelo Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, da Secretaria Estadual de Educação do Paraná e

desenvolvido sob a orientação da Prof. Dra. Silvana Oliveira, da Universidade

Estadual de Ponta Grossa, durante o período compreendido entre fevereiro de

2012 a fevereiro de 2014. Desta forma, o artigo aborda as seguintes etapas:

consolidação do Projeto, na qual definiu-se a Fundamentação Teórica;

desenvolvimento do material didático, configurado como uma Unidade Didática

que propôs a leitura de contos dos autores: Lourenço Cazarré, Luiz Vilela e

Ruth Rocha; e a implementação do Projeto na Escola, cujo resultado alcançado

foi a prática da Leitura Literária que contribuem no processo de formação do

leitor.

Palavras-chave: Leitura Literária, Lourenço Cazarré, Luiz Vilela, Ruth Rocha.

* Professora da Rede Estadual de Educação, PDE 2012e-mail: [email protected]

**Professora associada da UEPG e Dra. em Teoria e História Literária pela UNICAMP

Page 3: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

1. INTRODUÇÃO

Este artigo retoma o projeto que pretendeu identificar quais estratégias

contribuem no processo de formação do leitor visando conscientizar que a

leitura potencializa a conquista da autonomia, exercitar a leitura como prática

fundamental no processo de aprendizagem e privilegiar a Literatura na escola

como meio de emancipação do saber.

A leitura tem sido tema de muitos estudos acadêmicos que podem

apontar caminhos para fomentar sua prática. Porém, o que se vê são os baixos

índices de leitores nas escolas de Ensino Fundamental pelo Brasil afora. A

maioria dos alunos não possui o hábito da leitura, não tem acesso a livros

paradidáticos, revistas, gibis ou jornais, e o projeto foi desenvolvido com o

intuito de buscar meios para suprir essa carência. A leitura tem um valor muito

grande, pois ela traz efeitos positivos para o leitor o qual vai adquirir

conhecimento, enriquecer-se culturalmente, ampliar as condições de convívio

social e de interação.

Ler é importante porque leva a pessoa a ter contato com uma

diversidade de ideias, adquirindo uma visão mais ampla de mundo. Ler

também é um exercício de imaginação, pois a imagens se formam na mente a

partir da bagagem cultural e do estado emocional do leitor. A leitura é um

passaporte para todos os lugares culturas e mundos, proporciona momentos

reflexivos e a formação de ideias próprias e maduras sobre os fatos, trazendo

crescimento pessoal e intelectual. Com conhecimento de assuntos diversos,

reflexão e vocabulário amplo, a pessoa escreverá um texto com mais destreza

e agilidade. Ler é compreender os discursos e também completá-los e

descobrir o que não está claramente dito. A reinvenção da realidade por meio

de textos literários, nos dá a dimensão das emoções, sentimentos, críticas e

vivência do homem na busca de sentido para a existência. Nos textos literários

há sempre a representação do universo interior e exterior de pessoas que

expressa a vida e suas múltiplas possibilidades e ler esses textos é ampliar o

nosso próprio universo simbólico, desenvolver a nossa capacidade de

comunicar e criticar, é um ato contínuo de recriação e invenção.

Segundo BLOOM ( 2001, p.17 ) uma das funções da leitura é nos

preparar para um transformação, e a transformação tem caráter universal. A

Page 4: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

leitura nos oferece a oportunidade de optar e decidir sobre o universo que nos

toca, proporciona uma forma própria de pensar e reorganiza o mundo através

da palavra. Nas obras literárias temos a liberdade de interpretação, pois ela

propõe muitos planos de leitura.

No ato da leitura alguns conhecimentos prévios são necessários ao

leitor: linguísticos, textuais e de mundo. De acordo com FREIRE ( 1992, p. 11)

a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura

desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e

realidade se prendem dinamicamente. A leitura é fundamental para o

aprendizado, o qual é adquirido por meio de técnicas e estratégias bem

elaboradas com o intuito de levar o leitor ao conhecimento científico e à

reflexão e é também a forma de se ampliar o vocabulário. A leitura é um

instrumento essencial no processo de construção de conhecimento e também

propicia o acesso à informação com autonomia. O ato de ler é uma

necessidade para a aquisição de significados. Ela estimula a imaginação e a

reflexão crítica.

A escola deve ser um dos espaços privilegiados de experiência com a

leitura, é um desafio para todas as disciplinas, já que a leitura é um meio para o

desenvolvimento da capacidade de aprender. A escola tem a responsabilidade

de proporcionar o acesso ao conhecimento e para isso é necessário que se

tenha um acervo literário significativo para os alunos. Porém, apenas um bom

acervo não é suficiente, os alunos precisam de orientação dos professores

para desenvolver o hábito da leitura e é imprescindível que o professor seja

também um bom leitor e fale a respeito das leituras que realiza e leve seu

material de leitura para sala de aula. Faz-se necessário que o professor

perceba a influência que exerce sobre seus alunos e que ele pode ajudar no

processo de formação de leitores eficientes e críticos.

Lemos não apenas para aprender, mas também para pensar, pois a

leitura nos torna críticos e nos proporciona a capacidade de considerar

diferentes perspectivas, mas para que isso aconteça faz-se necessária uma

intervenção específica. O docente deve comentar sobre os livros preferidos,

indicar títulos, levar um exemplar para si mesmo quando os alunos forem à

biblioteca.

Page 5: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

A falta de interesse dos alunos pela leitura é uma realidade e para

mudarmos esse quadro é imprescindível o uso de recursos interessantes e

atrativos. Com a revolução científica e tecnológica o computador tem sido

muito utilizado e como crianças e adolescentes passam horas navegando na

internet, faz-se necessário utilizar essa ferramenta a favor da prática da leitura.

Não podemos mais ignorar esse admirável novo espaço de

comunicação digital, precisamos aprender a lidar com esses novos fenômenos

linguísticos. Com a internet surgiram novos conceitos, novo léxico, novos

gêneros discursivos, novas formas de linguagem, novo código, novo estilo de

ler, escrever e conversar e tudo isso pode auxiliar o professor no processo

ensino aprendizagem. A Internet atinge de maneira muito particular os usos da

linguagem, para se comprovar isso é só ver como se dá a escrita nos blogs,

chats , facebook, e e-mails mais informais.

É função da escola e do professor transmitir ao aluno que a leitura traz

inerente a si um desafio e se o aluno não consegue assimilar conteúdos de

outras áreas, mas domina requisitos de um bom leitor, a escola e o professor já

terão cumprido sua tarefa.

A implementação do projeto aconteceu no Colégio Estadual Rivadávia

Vargas, na disciplina de Língua Portuguesa, no primeiro semestre do ano letivo

de 2013 com um grupo de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. A

expectativa era que participassem 15 alunos, mas a média de participação foi

de 06 alunos e a maioria meninos.

2. DESENVOLVIMENTO

De acordo com as DCEs (Diretrizes Curriculares Estaduais) ler é

familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais:

jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana,

midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é preciso

considerar as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos,

Page 6: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com

intensidade crescente em nosso universo cotidiano.

Ler é uma atividade que fascina e tem como objetivo estimular

pensamentos, transformar ideias, desenvolver a linguagem e a personalidade.

E não se pode esquecer que não é uma ação neutra, pois o ato da leitura

envolve simultaneamente aspectos políticos, culturais, sociais, históricos e

religiosos. A leitura proporciona a aquisição de conhecimento e não há outra

forma de adquirir conhecimentos teóricos senão através do ato de ler.

No ato da leitura alguns conhecimentos prévios são necessários ao

leitor: linguísticos, textuais, e de mundo. De acordo com FREIRE ( 1992, p. 11)

a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura

desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e

realidade se prendem dinamicamente.

Com o passar do tempo a função da leitura foi se modificando,

conforme afirma BAMBERGER ( 2010, p.10):

A leitura foi outrora considerada simplesmente um meio de receber

uma mensagem importante. Hoje em dia, porém, a pesquisa nesse

campo definiu o ato de ler, em si mesmo, como um processo mental de

vários níveis, que muito contribui para o desenvolvimento do intelecto.

O processo de transformar símbolos gráficos em conceitos intelectuais

exige grande atividade do cérebro; durante o processo de

armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número

infinito de células cerebrais.

Além da função da leitura ser diferente nos dias de hoje, há também

outros suportes que oferecem a oportunidade para se realizar o ato da leitura,

como por exemplo a internet, sobre a qual (Oliveira, 2003) expõe:

...a internet, percebida enquanto suporte para informações

hipertextuais com possibilidades infinitas de interseção, demanda uma

linguagem própria para sua compreensão, abordagens de leitura não-

lineares e, consequentemente, apresenta uma textualidade específica

para sua apreensão. Inserida no ambiente escolar, a internet é

proposta como base para uma nova linguagem para a aquisição e

construção de conhecimentos e como uma nova e revolucionária

Page 7: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

ferramenta para o trabalho docente, na medida em que vivemos em

uma sociedade em rede, numa ampla teia de relações sociais na qual

cresce, cada vez mais, a exigência de diálogo, interatividade,

intervenção, participação e colaboração.

Segundo BLOOM ( 2001, p.17 ) uma das funções da leitura é nos

preparar para um transformação, e a transformação tem caráter universal. A

leitura nos oferece a oportunidade de optar e decidir sobre o universo que nos

toca, proporciona uma forma própria de pensar e reorganiza o mundo através

da palavra. Nas obras literárias temos a liberdade de interpretação, pois ela

propõe muitos planos de leitura.

Existem muitos tipos de leitura, mas esse trabalho teve como foco

central a leitura literária. De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares,

citados em Franco e Oliveira ( 2009,p.18) os conceitos de literatura dividem-se

em duas eras: clássica e moderna. A era clássica se inicia com Platão e

Aristóteles e vai até o século XVIII e a era moderna começa com o

Romantismo até os nossos dias.

Segundo Franco e Oliveira (2009, p.18) na era Clássica a

preocupação primeira é com o conceito no que diz respeito a linguagem

utilizada para se determinar se determinada composição é arte literária ou não.

Em segundo lugar vem o conteúdo estabelecendo-se que a arte literária é a

arte que cria, através da palavra, uma imitação da realidade. Na Era Moderna a

literatura passa a ser compreendida como o conjunto da produção escrita e

relacionada a ideia de ficção e criação. As coisas são retratadas sob a ótica do

artista, a partir da sua subjetividade, sendo a obra um retrato da sua

interioridade.

Para Compagnon (2003, p.31), um dos teóricos mais respeitados hoje

em dia, citado por Franco e Oliveira (2009, p.19), “no sentido mais amplo,

literatura é tudo o que é impresso ( ou mesmo manuscrito), são todos os livros

que a biblioteca contém”. O conceito de literatura varia de acordo com o

momento histórico e com as condições de recepção de seu material. Pode-se

Page 8: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

dizer que literatura é uma reunião de diversos aspectos estruturais, sociais e

culturais dentro de uma manifestação cultural.

Umberto Eco (1994) fala sobre os fundamentos necessários para se

estabelecer uma relação autor-leitor que permita uma perfeita compreensão da

história e o deleite dela. Aos leitores de ficção é necessário um acordo

ficcional, ou seja, um contrato de leitura para aceitação de que uma história

imaginária seja uma verdade presumida, mesmo que possa contradizer a

realidade. Sobre a leitura de ficção Eco (1994 ) afirma:

Ler ficção significa jogar um jogo através do qual damos sentido à

infinidade de coisas que aconteceram, estão acontecendo ou vão acontecer no

mundo real. (...) Essa é a função consoladora da narrativa – a razão pela qual

as pessoas contam histórias e têm contado histórias desde o início dos tempos.

E sempre foi função suprema do mito: encontrar uma forma no tumulto da

experiência humana.

A produção literária no Brasil, embora tardia, é bastante significativa e se

difundiu a partir do século XIX, com o fim da censura à imprensa vigente no

Segundo Império. A partir daí os autores tiveram a oportunidade de ver

impressos nos jornais e em livros os seus escritos, romances, ensaios e

poemas.

A Semana de arte Moderna é um divisor de águas na produção artística

brasileira, embora pautada nos movimentos artísticos europeus, trouxe a

literatura de vanguarda de uma forma bem brasileira. A partir daí houve uma

crescente produção literária em nosso país que se estende até os dias de hoje.

De acordo com Franco e Oliveira ( 2009, p. 38) Aristóteles classificou as

produções artísticas de seus contemporâneos que tinham como matéria-prima

a linguagem e chegou a três gêneros literários que ainda hoje são utilizados:

gênero épico (narrativo), gênero lírico (poesia), gênero dramático (teatro).

Porém na literatura contemporânea muitas obras literárias misturam a estes

três gêneros.

Para esta pesquisa optou-se pelo gênero narrativo. A história desse

gênero se inicia com os textos Odisseia e Ilíada de Homero. As modalidades

narrativas são: conto, novela, romance e crônica. Cada umas dessas

modalidades tem características próprias.

Page 9: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

O conto caracteriza-se por ser uma narrativa curta e com apenas um

conflito. Na novela há uma sucessão de conflitos e tem o recurso do suspense

da ação em capítulos. O romance é uma longa narrativa em prosa com vários

conflitos simultâneos com personagens principais e secundários que muitas

vezes não tem relação direta umas com as outras. E a crônica é o registro de

experiências do dia-a-dia, com um significado pessoal do autor para alcançar

maior destaque na emoção do leitor.

Na pesquisa foram utilizados os contos dos autores: Ruth Rocha, Luiz

Vilela e Lourenço Cazarré.

2.1. MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Para a implementação do projeto de leitura foi elaborado o Material

Didático-Pedagógico com o objetivo de auxiliar no processo de formação do

leitor, sugerindo estratégias de leitura que podem contribuir com o incentivo ao

hábito de ler e a tomada de consciência dessa prática. O material é composto

de textos literários com a intenção de exercitar a leitura e a interpretação, como

prática fundamental no processo de aprendizagem e privilegiar a Literatura na

escola.

Os textos que compõem o material foram cuidadosamente selecionados,

com o objetivo de contribuir no processo de construção de conhecimento. São

textos narrativos do gênero conto que abordam temáticas do cotidiano que

auxiliam na formação humana, cultural, intelectual e social dos alunos leitores.

Os contos apresentados na Unidade Didática narram histórias do

universo infanto-juvenil, em situações e ambientes variados. O processo da

leitura é dividido em quatro etapas: leitura, compreensão, interpretação e

avaliação e produção. Cada etapa tem especificidades e finalidades

diferenciadas.

A Unidade Didática foi dividida em oito seções. E no início de cada

seção há sempre uma frase e uma imagem relacionadas à leitura. Nas

informações dadas sobre os escritores há uma tentativa de aproximar o autor

do aluno-leitor para que os alunos percebam que todo escritor é também um

leitor e que ele também pode ser um leitor e um escritor.

Page 10: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

As estratégias utilizadas nas atividades propostas têm como principal

objetivo fazer com que o aluno conheça bem o texto e perceba seus aspectos

relevantes e que quando for realizar outras leituras se utilize dessas estratégias

para entender o que lê.

No início de cada seção há um bate-papo inicial com o aluno sobre o

autor do texto a ser estudado. Nas atividades de compreensão do texto,

sugere-se o uso do dicionário para proporcionar a ampliação vocabular. As

questões interpretativas direcionam para o entendimento mais profundo, isto é,

levam o aluno a entender as entrelinhas.

A primeira seção é um convite para que o aluno entre no mundo da

leitura, com sugestão do vídeo Ler, de Luis Fernando Veríssimo, o qual

mostra que as possibilidades de leitura são muito variadas e que temos

acesso a elas o tempo todo, em muitos lugares. Na sequência sugere-se o

vídeo Vida Maria que faz uma reflexão sobre a situação daqueles que

gostariam de ler, mas são impedidas por falta de acesso a materiais de leitura.

Para concretizar a atividade de leitura, disponibilizam-se: gibis, revistas, livros,

bulas de remédio, folders, listas telefônicas, propagandas, cartazes, avisos,

cartões, bilhetes, e-mails e jornais. A atividade seguinte é a leitura feita pelo

professor dos textos Marcelo, marmelo, martelo e A menina que aprendeu a

voar, escritos por Ruth Rocha e um vídeo com a entrevistada própria autora.

Finalizando a seção, são apresentadas reflexões sobre leitura e um pouco de

teoria sobre Literatura.

A segunda seção traz o texto Apanhei Assim Mesmo..., da autora Ruth

Rocha, a ser lido pelo professor, abordando a temática da autoafirmação

masculina e um problema de relacionamento entre pai e filho: a falta de

diálogo. Os personagens do texto utilizam-se da linguagem informal, e na

atividade de compreensão diferencia-se a linguagem formal da linguagem

informal. Na produção, solicita-se que o aluno reescreva a história lida para um

amigo com objetivo de mostrar que se escreve para um leitor específico.

A terceira seção apresenta também um texto da autora Ruth Rocha

intitulado Rubens, o semeador, tendo como temática o meio ambiente. É uma

história verdadeira, pois Rubens Matuck é um artista plástico que coloca a

natureza como tema central de sua obra. Nas atividades, a intenção é fazer

Page 11: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

com que o aluno perceba a natureza a sua volta e conscientizá-lo sobre a

importância de preservá-la.

Na quarta seção a proposta é a leitura silenciosa do texto Briga de

Guris, de Lourenço Cazarré. A história se passa em uma cidade do Rio Grande

do Sul e aparecem vários termos do vocabulário gaúcho. Ampliando

conhecimentos, exemplificam-se os regionalismos de alguns Estados

brasileiros como Nordeste, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul regiões Paraná.

Sugere-se o livro Jacu Rabudo, escrito por Hein Leonardo Bowles, no qual

estão registrados os falares do povo pontagrossense, como por exemplo: Deu

aio! Daonde? Erguê o charque! Debuiando água! Na produção e avaliação,

sugere-se um vídeo que mostra a participação dos judocas brasileiros no Pan-

Americano de Judô no Canadá em 2012 e solicita-se que os alunos pesquisem

sobre um dos tipos de luta.

Na quinta seção o conto a ser lido pelo professor intitula-se Véspera de

aula, de Lourenço Cazarré, que fala da ansiedade que sente um aluno na

véspera do início das aulas e relata os primeiros dias no ginásio. Na produção,

a proposta é que o aluno escreva sobre seu último dia de férias e como foram

os primeiros dias de aula para que analise sua vida escolar.

A sexta seção traz mais um texto do autor Lourenço Cazarré, com o

título A vida é uma coisa estranha, no qual há uma tentativa frustrada de

solidariedade. No texto há presença da linguagem figurada, como por exemplo:

desativem os motores que a aula vai começar. Nas atividades propostas há

vários questionamentos sobre a vida com a intenção de levar o aluno pensar

sobre sua própria vida.

A sétima seção traz um conto fantástico de Luiz Vilela intitulado As

formigas, que faz uma comparação entre o comportamento das pessoas e o

das formigas. O menino faz amizade com as formigas que moram na parede do

seu quarto e conversa com elas. A proposta da produção de texto é a criação

de um conto fantástico.

E a oitava seção tem como fonte de leitura o blog:

http://euleioeuleio.blogspot.com, criado especialmente para o projeto. Propõe-

se a leitura de dois textos de Ruth Rocha: Marcelo, marmelo, martelo, uma

história engraçada de um menino que quer trocar o nome das coisas e A

menina que aprendeu a voar, comparando com o curta metragem “História

Page 12: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

trágica com final feliz”. A proposta de leitura no blog objetiva mostrar que a

leitura também pode ser feita na internet e não apenas por materiais

impressos.

2.2 GRUPO DE TRABALHO EM REDE

A proposta da temática1 foi refletir sobre a importância da leitura. No

Fórum 1 solicitou-se que os professores comentassem a seguinte frase de

Paulo Freire “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a

posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.

Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.”As contribuições foram

significativas e a maioria concordou que para se formar um aluno-leitor é

necessário levar em conta a realidade em que vive, iniciar com leituras que

sejam do seu interesse.

Contribuições importantes postadas pelos professores: “a leitura exige

do leitor a capacidade de interação com o mundo que o cerca, relacionando o

texto com as suas experiências prévias: conhecimento linguístico,

conhecimento textual e o conhecimento de mundo: linguagem e realidade se

prendem dinamicamente, uma está associada a outra; a área da leitura ocupa,

no encadeamento anual da aprendizagem, um lugar de destaque. Se a leitura

é estimulada e exercitada com maior atenção por nós professores de língua e

literatura, esta intervém em todos os setores intelectuais e isso repercute

especialmente na manifestação escrita e oral do aluno.”

No Diário 1, os professores deveriam elaborar um texto abordando as

seguintes questões: Por que é importante trabalhar a leitura de textos literários

em sala de aula? Que contribuições a leitura destes textos trazem na formação

do aluno-leitor? Que estratégias podem ser utilizadas para contribuir para o

incentivo ao hábito de ler?

Os textos foram bem elaborados e todos concordam que é importante e

necessário trabalhar textos literários em sala de aula. Contribuições

importantes: " Os textos literários nos abrem as portas para o passado; quando

Page 13: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

usamos um texto literário resgatamos informações sobre o contexto estético,

cultural, social e político em que foi escrito e estamos nos valendo do seu

poder de expandir nossa memória e a nossa imaginação. Tomar o texto como

objeto de estudo é uma necessidade metodológica para um ensino que

pretenda ser significativo e formador e a formação do leitor literário deve

contribuir efetivamente para ampliação da autonomia intelectual para a

formação da ética e da perspectiva crítica do aluno, capaz de levar ao

conhecimento e à transformação.

Registramos aqui as estratégias sugeridas no grupo para contribuir e

incentivar o hábito da leitura: os alunos comentem o livro lido com os colegas,

expondo suas opiniões e apresentando as razões pelas quais recomendam (ou

não) a leitura; confeccionar cartazes para divulgar o livro lido, expondo-os no

mural da classe, nos corredores da escola ou da biblioteca; compor paródia de

uma música bem conhecida para apresentar o livro aos colegas; confeccionar

maquetes abordando três momentos da obra; dramatizar um trecho do livro

lido; criar histórias em quadrinhos a partir do enredo do livro; organizar um "júri

simulado" para julgar a atitude de uma personagem; criar novas aventuras para

as personagens do livro. Diante de tudo que foi comentado, percebe-se que a

leitura literária em sala de aula é um grande desafio, mas os professores a

valorizam e procuram utilizar-se de estratégias para criar o hábito desse tipo de

leitura nos alunos.

No Fórum 2 foi solicitado que os participantes do GTR postassem suas

observações referentes à Produção Didático-Pedagógica. As contribuições

foram significativas e também foram sugeridas mais algumas atividades.

Postagens importantes: ”Interessante os questionamentos que faz no início do

de cada seção, faz os alunos refletirem sobre o tema que irá abordar. Muitos

professores iniciam o trabalho com textos e/ou livros sem mencionar o quanto

a leitura é importante e o que ela acrescenta ao nosso viver .O vídeo Vida

Maria emociona muito e nos faz refletir que não é só em casa que acabamos

com os sonhos das crianças, na escola temos esse poder também. Se não

utilizamos as atividades adequadas rompemos com o querer aprender.

Outro item importante a destacar é a possibilidade do aluno escolher o

material, pois impor pode desmotivá-lo .

Page 14: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

No Diário 2 solicitou-se que elaborassem um texto, tendo como

direcionamento as seguintes questões: É relevante exercitar a prática de leitura

e interpretação de textos literários no processo de aprendizagem e privilegiar a

Literatura na escola como emancipação do saber. Que contribuições essa

prática pode trazer para o incentivo ao hábito de ler? Quais atividades

propostas na Produção Didático-Pedagógica você considera relevantes para a

formação de um leitor eficaz? Os textos foram bem elaborados e com

comentários relevantes sobre o material Didático-Pedagógico. Trecho do texto

de uma das cursistas: “Dentre as atividades propostas considero as mais

importantes aquelas de caráter interpretativo, uma vez que a criança adquire

fluência no ato de ler e evolui da simples compreensão imediata à interpretação

das ideias do texto. A apreensão do real se dá através da fantasia. Através da

vivência de situações mágicas, a criança resolve seus conflitos e adapta-se

melhor ao mundo em que vive. Os interesses infantis dirigem-se para o

maravilhoso, os seres sobrenaturais, de um lado, e o humor, o folclore, as

histórias de índios, de outro. Ao adentrar neste mundo de fantasia, desenvolve

o espírito de observação, de crítica, de busca de novas soluções. O jovem, por

sua vez, começa a se preocupar com a realidade, embora permaneçam

eventuais momentos de fantasia e, assim, a capacidade de discernimento do

real e a maior experiência de leitura leva o jovem não só interpretar os dados

oferecidos pelo texto como também posiciona-se diante deles, iniciando-se nos

juízos de valor. A promoção da leitura, na sala de aula, só terá êxito na medida

em que se voltar para a realidade como ela é e atender às necessidades das

crianças e jovens. Portanto, as sugestões apresentadas são norteadoras, mas

devem ser adaptadas a cada situação particular e constantemente

enriquecidas. Daí a importância de o professor selecionar textos, livros para

que o aluno possa escolher o que mais o interessa, deste modo o professor

atingirá os objetivos educacionais relacionados à leitura e à literatura, ou seja,

formar um leitor eficaz.”

No Fórum 3, solicitou-se que refletissem e opinassem sobre os

resultados da Implementação do Projeto apresentados até o momento: já

trabalhei até a 4ª Seção e posso dizer que os objetivos estão sendo atingidos.

Os alunos estão participando ativamente de todas as atividades propostas. A

Page 15: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

alternância entre leitura, vídeos, produção, pesquisas, interpretação está

dando resultado, pois percebo que os alunos estão interessados. Por meio da

mediação, estão respondendo as questões propostas no material Didático-

Pedagógico.

As contribuições foram muito significativas e importantes para avaliação

do Projeto. Muitos elogios foram feitos pela forma como foi elaborado o

material Didático Pedagógico. Comentário de um dos participantes postado no

Fórum: “ Os textos trazidos por você são interessantes e a alternância de

veículos (livro, vídeo, áudio, imagens...) facilitam o trabalho, pois não deixa

ficar cansativo. Para aqueles que não adquiriram o hábito de ler, a leitura

cansa; temos então que partir para encontrar formas que auxiliem sem cansar

e. aos poucos, ir aumentando o grau de dificuldade”.

2.3 IMPLEMENTANDO O PROJETO

O presente trabalho foi desenvolvido com um grupo de alunos do 6º ano

em contra-turno, sendo que a participação foi voluntária. No primeiro encontro

foram apresentadas as mais diversas possibilidades de leitura. Foram

disponibilizados vários materiais como: livros, bulas de remédio, revistas,

catálogos, jornais, cartões, histórias em quadrinhos, cartões, cartazes e listas

telefônicas. Dentre os materiais expostos, a maioria dos alunos preferiu as

histórias em quadrinhos pela facilidade de leitura e entendimento. Apresentou-

se o vídeo Vida Maria que mostra a impossibilidadede uma menina aprender a

ler porque precisava auxiliar sua mãe nas tarefas domésticas. Ficaram

impressionados e solicitaram que o vídeo fosse repetido. Ao ouvirem o conto

de Ruth Rocha, Marcelo, marmelo, martelo, os alunos riram muito porque o

personagem Marcelo renomeava todas as coisas, criando palavras muito

esquisitas. Esse primeiro encontro foi produtivo e percebeu-se que o conceito

de leitura que eles tinham era que somente pode ser praticada nos livros e que

não têm o hábito da leitura. A partir do vídeo de Luís Fernando Veríssimo

puderam ampliar esse conceito, pois mostra as várias possibilidades de leitura

que podemos realizar em nosso dia-a-dia.

Page 16: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

No segundo encontro ouviram atentos o conto Apanhei Assim Mesmo,

de Ruth Rocha, lido pela professora e comentaram sobre as atitudes do

personagem Tuca. Na atividade de compreensão utilizaram o dicionário para

pesquisar as palavras desconhecidas do texto, percebeu-se que gostam desse

tipo de atividade e auxiliam-se entre si. Para melhor entendimento do texto,

propôs-se uma segunda leitura, dessa vez silenciosa, mas os alunos têm

dificuldade, pois não conseguem fazer silêncio e consequentemente não se

concentram. As questões de compreensão e interpretação foram respondidas

coletivamente, tendo a mediação da professora, pois há muita dificuldade para

elaborar as respostas. Como no texto estudado havia a linguagem informal,

trabalhou-se a diferença entre a linguagem formal e informal e perceberam

essa diferença com facilidade. A proposta de produção de texto de reescrever

a história lida foi realizada também coletivamente. Após reescrita a história de

maneira resumida, cada aluno digitou o texto no laboratório de informática da

escola e foi impresso para que cada um entregasse para um colega, alguns

optaram por entregar para a mãe ler.( vide anexo 1)

No terceiro encontro a leitura do texto Rubens, o semeador, de Ruth

Rocha, foi feita por alguns alunos, a pedido deles, porque gostam de ler em voz

alta, porém não compreendem muito bem, pois cada aluno lê um trecho e isso

dificulta o entendimento e sempre há umas conversas, o aluno que vai ler não

sabe onde o outro parou e se leem uma palavra errada os outros riem, a

entonação de voz não é feita corretamente. Essa estratégia é boa para

praticarem o ato da leitura, mas não favorece o entendimento do texto.

Observou-se que a temática do conto não despertou muito interesse. A

expectativa era que ao saber que a história de Rubens é verdadeira causasse

uma admiração por uma pessoa que proteje e defende a natureza, mas isso

não fez diferença nenhuma. A segunda leitura feita pela professora ajudou na

compreensão do texto, mas com relação a temática, não mudou nada. Na

atividade proposta de pensarem no trajeto da casa até a escola e lembrarem se

existiam árvores, tiveram dificuldade, deixando claro que não dão a devida

importância para a natureza. A surpresa foi na atividade de produção que era

elaborar cartazes com desenhos de árvores e uma frase em defesa da

natureza. Realizaram essa atividade com muito entusiasmo e os cartazes

foram afixados no mural da escola. (vide anexo 2)

Page 17: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

No quarto encontro a leitura do texto Briga de guris, de Lourenço

Cazarré, foi feita silenciosamente. O título da história despertou curiosidade e o

vocabulário gaúcho chamou atenção. Além dos termos gaúchos apresentou-se

mais algumas expressões utilizadas em diferentes regiões do Brasil. Quando

falou-se do livro Jacu Rabudo, ficaram interessadíssimos, pois muitos dos

termos que constam no livro, eles utilizam no dia-a-dia. A segunda leitura foi

feita em voz alta pela professora. Para identificação do tema do conto foram

apresentadas alternativas e foi mais fácil para perceberem a ideia central. A

etapa da produção e avaliação sobre os tipos de luta foi produtiva e todos

preferiram a internet como fonte de pesquisa.

No quinto encontro os alunos pediram para ler o texto de Lourenço

Cazarré, Véspera de aula, mas não conseguem compreender bem a história

porque cada um quer ler um trecho e isso dificulta a concentração, pois sempre

há conversas durante a leitura. Quando o professor lê, se concentram e

compreendem melhor. Tentam responder as questões individualmente, porém

alguns ainda necessitam de auxílio. Percebeu-se que tem dificuldade para

explicar com suas palavras o significado de expressões com sentido figurado.

Na produção de texto observou-se que tem dificuldades na escrita e elaboram

textos curtos para terminar rapidamente a tarefa. (vide anexo 3)

No sexto encontro o conto lido intitula-se A vida é uma coisa estranha,

do autor Lourenço Cazarré. Percebeu-se ainda uma grande dificuldade para

entender o sentido figurado das palavras, especificamente a palavra

eletricidade utilizada no texto no sentido de agito, bagunça, barulho das

crianças. A dificuldade na escrita também é grande, necessitando da mediação

do professor para elaboração das respostas. Relatam que estão enjoados de

responder as questões propostas.

No sétimo encontro o texto As Formigas, de Luiz Vilela, foi lido por um

aluno, compreenderam bem e gostaram do texto por ser curto. Notou-se que a

atividade mais atrativa dentre as propostas é a utilização do dicionário. A

dificuldade foi na etapa da produção de texto pela falta de criatividade para

criar um conto fantástico.

No oitavo encontro utilizou-se o blog para leitura dos textos Marcelo,

marmelo, martelo e A menina que aprendeu a voar, de Ruth Rocha. Após a

leitura de cada história os alunos precisavam responder algumas perguntas e

Page 18: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

essa atividade foi feita individualmente, sem auxílio da professora. Tiveram

facilidade para responder as questões do primeiro texto, porque já tinha sido

lido no primeiro encontro. Já nas questões do segundo texto tiveram dificuldade

porque ainda não conheciam a história e não prestaram atenção ao ler no blog.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura é fonte de conhecimento e as possibilidades de leituras são

inúmeras. Para onde quer que olhemos temos oportunidade de realizar leituras.

Especificamente a leitura literária nos proporciona sensações incríveis, mexe

com a nossa imaginação e com nossas emoções. A Literatura é uma arte!

A expectativa desse trabalho era que se conseguisse mostrar aos alunos

que a leitura pode ser realizada utilizando-se de fontes diversas e que ela é

importantíssima em nossa vida. No desenvolvimento das atividades propostas,

os participantes do projeto foram percebendo que não se lê apenas nos livros,

e que a leitura é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.

O foco principal deste trabalho foi identificar estratégias que pudessem

contribuir com o hábito de ler e após serem desenvolvidas as atividades de

leitura propostas no Material Didático-Pedagógico, concluiu-se que o objetivo

foi atingido, conforme relato de um aluno após o termino do projeto: “ O projeto

de leitura foi fundamental para mim, pois aprendi a ler melhor, a escrever

melhor, a me interessar por livros como Marcelo, martelo, marmelo de Ruth

Rocha”.

Com base na experiência vivenciada e no depoimento citado acima,

podemos afirmar que os resultados obtidos foram animadores e que podemos

sim acreditar que a leitura pode se tornar um hábito. O projeto pode ser

implementado no 7º e 8º ano do Ensino Fundamental.

Page 19: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Julio César; BIASI-RODRIGUES, Bernadets (orgs.). Interação na

Internet: novas formas de usar a linguagem. – Rio de Janeiro: Lucerna,

2005.Disponívelem:http://www.martinsfontespaulista.com.br/anexos/produtosca

pítulos / /206049.pdf. Acesso em 20,02.2012.

BLOOM, Harold. Como e Porque Ler. Tradução José Roberto O’ Shea. – Rio

de Janeiro: Objetiva, 2001.

BOWLES, Hein Leonard. Jacu Rabudo: a linguagem coloquial em Ponta

Grossa. - 2.ed. – Ponta Grossa, PR: TODAPALAVRA, 2010.

CAZARRÉ, Lourenço. Ilhados: tratado sobre guris. São Paulo: Saraiva,

2009.

CAZARRÉ, Lourenço. Clube dos Leitores de Histórias Tristes. São Paulo:

Saraiva, 2005.

COMPAGNON, Antoine. O Demônio da Teoria: literatura e senso comum.

Belo Horizonte: Edufmg, 2003.

ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo:

Companhia das Letras, 1994.

FALCÃO, Adriana et al. Contos de Escola. São Paulo: Nova Alexandria, 2010.

FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto e MARUXO JUNIOR, José

Hamilton, Língua Portuguesa: linguagem e interação. -1.ed.- São Paulo:

Ática, 2009.

FRANCO, Jeferson Luiz e OLIVEIRA, Silvana. Teoria Literária 1. Ponta

Grossa: Ed. UEPG, 2009

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se

completam.- 27.ed.- São Paulo: Cortez: Autores Associados,1992.

LAGO, Samuel Ramos (org.). O melhor de Rubem Alves. 2. ed. Curitiba:

Editora Nossa Cultura, 2009.

NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. São

Paulo: Scipione, 1998.

OLIVEIRA, Elsa G. Educação à distância na transição paradigmática.

Campinas: Papirus, 2003.

ORTHOF, Sylvia e ROCHA, Ruth. Contos para rir e sonhar. São Paulo:

Salamandra, 2003.

Page 20: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica- Língua Portuguesa,

2008.

ROCHA, Ruth. Historinhas Malcriadas. - 3.ed.- Rio de Janeiro: Salamandra,

1999.

ROCHA, Ruth; MACHADO, Ana Maria e ROBATTO, Sonia. Meninos e

Meninas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

VILELA, Luiz. Contos da infância e da adolescência. - 2.ed.- São Paulo:

Ática, 2005.

Page 21: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

ANEXO 1 – Texto produzido coletivamente pelos alunos participantes do

processo de Implementação no Encontro n 2, referente à atividade de

Produção de Texto proposta na Unidade Didática.

Page 22: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

ANEXO 2 – Desenho produzido por aluno participante do processo de

Implementação no Encontro n. 3, referente à atividade de Produção de

Texto proposta na Unidade Didática.

Page 23: LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO · expressa a vida e suas múltiplas ... É função da escola e do professor transmitir ao ... De acordo com Soares Amora e Hênio Tavares, citados

ANEXO 3 – Texto produzido por aluno participante do processo de

Implementação no Encontro n. 5, referente à atividade de Produção de Texto

proposta na Unidade Didática