Leitura e Gestão da Paisagem: o estudo do Guará-DF (prancha A0)
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Transcript of Leitura e Gestão da Paisagem: o estudo do Guará-DF (prancha A0)
LEITURA E GESTÃO DA PAISAGEM
VALHO COELHOORIENTAÇÃO: CAMILA GOMES SANT'ANNA
O E S T U D O D O G U A R Á
POUSO
FUNDAMENTAÇÃO DESCOBERTA
SÍNTESE
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DESCOBERTA
SÍNTESE
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LEITURA E GESTÃO DA PAISAGEMO E S T U D O D O G U A R Á M A N U E L L A D E C A R VA L H O C O E L H O
O R I E N TA D O R A : C A M I L A G O M E S S A N T ' A N N AT R A B A L H O F I N A L D E G R A D U A Ç Ã O / / F A C U L D A D E D E A R Q U I T E T U R A E U R B A N I S M O / / U N I V E R S I D A D E D E B R A S Í L I A
A segunda etapa dentro do pensamento de Girot apre-sentado nesse trabalho é a Fundamentação, pesquisa mi-nuciosa em busca de dados e informações no que tange a aspectos visíveis e invisíveis. Como aporte à essa busca outro nomes conhecidos da disciplina de paisagismo foram trazidos.
Em Desenhando paisagens, Moldando uma profissão (2006), Rosa Kliass, importante figura dentro do projeto, planejamento e discussão do paisagismo brasileiro, aborda o processo de estudo do sítio a partir de cinco passos de entendimento e aproximação: inventário, análise, diagnóstico, propostas de intervenção e diretrizes de planejamento.
O primeiro deles é de fato a coletânea de dados, o inventário é o levantamento das características do sítio. Aqui, essas características foram divididas em: atributos culturais, naturais e visuais.
A análise dos dados propõe a superposição dos atributos de maneira a identificar as zonas compatíveis a preser-vação, consolidação, ocupação e expansão. Trazendo as ideias de outro importante teórico do paisagismo, Ian McHarg, autor de Proyectar con la naturaleza (1969), nos traz os valores intrínsecos de cada elemento observado.
O diagnóstico nos aponta claramente os conflitos e prob-lemas da adaptação do meio pela ação antrópica e ainda os potenciais que o sítio oferece. As propostas de inter-venção e diretrizes de planejamento podem ser melhor apreciadas nesse trabalho na etapa de Síntese.
Kevin Kynch e sua Imagem da Cidade (1982) reaparecem aqui no levantamento e estudos dos atributos visuais. Bem como figuras como Gordon Cullen e Maria Elaine Kohlsdorf.
Seguindo o trajeto dos quatro passos de Girot, é nessa fase da Descoberta que a essência do lugar se mostra, ou é estudada até ser encontrada. Optou-se por definir as-pectos que caracterizassem os espaços livres do Guará para que assim um elemento pudesse ser definido para receber uma intervenção.
A relação dos moradores com suas áreas livres e áreas verdes pode ser indicador da qualidade e acessibilidade das mesmas. Aqui, os moradores declararam não visitar parques e jardins mas conhecerem a rotina esportiva de outros moradores.
O paisagista francês Michael Corajoud, em seu texto ded-icado a estudantes da disciplina paisagística ‘Les neuf conduites nécessaires pour une propédeutique pour un apprentissage du projet sur le paysage’ (As nove condu-tas necessárias de uma propedéutica para um aprendiza-do do projeto da paisagem), indica atuações a fim da melhor projetação na intervenção da paisagem de um certo sítio. São eles: colocar-se em estado de efervescên-cia; questionar os limites; percorrer todas as direções; dis-tanciar-se para retornar; atravessar escalas; antecipar-se; defender o espaço aberto; abrir o projeto e ser guardião do projeto. Todos esses itens serão explicados na próxima etapa (Síntese), aqui, apenas a segunda indicação de Corajoud foi utilizada.
Pensando no bairro de fora pra dentro, a segunda condu-ta de Corajoud nos leva a mirada à escala regional, quer dizer, os espaços livres têm potencial de exercer influência externa aos moradores locais? O projeto da Via Interbair-ros insere-se no contexto distrital e é questionado nesse trabalho; a proximidade dessa área com o metrô e a Feira do Guará é forte elemento que colabora com a desti-nação da área a uso regional.
A útima etapa de estudo e intervenção na área do Guará se dá com o aporte teórico do pais-agista francês Michael Corajoud. As nove indi-cações citadas anteriormente abrangem o estudo da paisagem desde a intuição e às sen-sações, assim como já pudemos perceber nos estudos de Girot.
Deixar-se surpreender pelo sítio e percorrê-lo em diferentes escalas e momentos são tarefas essenciais no caminhar do projeto paisagístico desse autor.
Corajoud importa-se com o processo como método de aprendizado para saber como inter-vir em outros lugares, cita a importância de deixar que seu processo de projeto seja conheci-do a ponto de que outras pessoas possam per-ceber possibilidade de intervenção em outros sítios.
A partir de suas indicações, o objetivo na con-strução desse projeto é a proposição de massa vegetativa abundante que proporcione área de sombra e lazer à população. As cores são o prin-cipal mote na medida em que são trabalhadas para a diversidade e quantidade de florações e frutas ao longo do ano.
Atuando desde a escala regional à escala do detalhe arquitetônico, buscou-se nessa fase um olhar distante do técnico e que visasse as sensações e percepções primárias. Pratiquei um olhar atento mais como morado-ra do que como urbanista.
Seguindo uma tentativa de operacionalização das quatro fases de Girot com o auxílio de alguns instrumentos e teorias, foi realizado o Pouso em seis etapas de exercícios e reflexões. Resgataram-se importantes teóricos e outras experiências da autora como alicerces para produção de material que representasse um primeiro olhar ao sítio, sem aporte teórico e técnico.
Francesco Careri em sua obra Walkscapes, El andar como práctica estética (2009) nos traz o caminhar como ferra-menta artística, o mesmo caminhar que interage com a paisagem e apreende a arquitetura do vazio antes da arquitetura do cheio. Nas seis etapas o caminhar guian-do-se pelos espaços livres foi utilizado.
Para o entendimento do desenho da cidade numa escala mais ampla, de como é perceptível ou não seu desenho urbano, quais os pontos principais de referências, marcos visuais e etc. foi utilizada a teoria de Kevin Lynch, dis-ponível em A imagem da cidade (1982).
Outro teórico considerado foi Jan Gehl, arquiteto dinamarquês que prioriza os espaços públicos aos pedes-tres na medida em que nos mostra a importância de se estudar as pessoas e sua relação com determinado espaço antes de se projetar. Seu livro mais recente e uti-lizado como aporte aqui é Cidade para as pessoas (2014).
Trago ainda uma experiência de passeio fotográfico do workshop Brasília Pantone ministrado por Marília Ro-drigues e Gabriela Bilá. A procura por cores na cidade nos revela a riqueza visual que se esconde a nossos olhos ve-lozes do cotidiano.