Leituras mais cobradas em vestibulares e no...

APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Leituras mais cobradas em

vestibulares e no ENEM

© Editora Positivo Ltda., 2013Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

DIRETOR-SUPERINTENDENTE: DIRETOR-GERAL:

DIRETOR EDITORIAL: GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

ORGANIZAÇÃO:EDIÇÃO DE CONTEÚDO:

EDIÇÃO:REVISÃO:

ANALISTA DE ARTE:PESQUISA ICONOGRÁFICA:

EDIÇÃO DE ARTE:ILUSTRAÇÃO:

PROJETO GRÁFICO:EDITORAÇÃO:

CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyRobson Luiz Rodrigues de LimaRobson Luiz Rodrigues de LimaFernanda Rosário de MelloJeferson Freitas / Paulo Cezar Migliozzi PaivaAna Izabel Marques Armstrong / Tatiane Barcelos Medeiros / Willian MarquesTatiane Esmanhotto KaminskiSabrina FerreriaAngela Giseli de SouzaDeko / DKO EstúdioO2 ComunicaçãoSinal Gráfico / Rosemara Aparecida Buzeti / Arowak© Thinkstock/Getty Images; © Shutterstock/Valua Vitaly; © Shutterstock/Franck Boston; © Shutterstock/Slavoljub Pantelic; © Shutterstock/ajt; © Shutterstock/ilker canikligil; P. Imagens/Pith; © iStockphoto.com/ Dean Mitchell PhotographyEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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Neste livro, você encontra ícones com códigos de acesso aos conteúdos digitais. Veja o exemplo:

Acesse o Portal e digite o código na Pesquisa Escolar.

@POR963Conceito e exemplos

sobre as funções da

linguagem

@POR963

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

L732 Lima, Robson Luiz Rodrigues de.Ensino médio : modular : língua portuguesa : leituras mais cobradas em vestibulares

e no Enem / Robson Luiz Rodrigues de Lima ; ilustrações Deko, DKO Estúdio. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7561-0 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7562-7 (livro do professor)

1. Língua Portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Deko. II. DKO Estúdio. III. Título.

CDU 373.33

SUMÁRIO

Unidade 1: Quadrinhos

Charge 7

Cartum 9

Tiras 14

Unidade 2: Gráfico

Leitura de gráficos 22

Unidade 3: Piadas e ambiguidade

Piada ou anedota 32

Ambiguidade 35

"O otimismo é a fé em ação.

Nada se pode levar a efeito sem otimismo.”

Helen Keller

Quadrinhos1

Leituras mais cobradas em vestibulares e no ENEM4

Leia este texto:

Primeiro lugar geral da UFPE vai trocar o carro por um clarinete“Vou vender o carro e comprar um clarinete profissional”, avisa Davi Barbosa Campos, 21 anos,

premiado com um automóvel Palio pela conquista do primeiro lugar no Vestibular 2011 da UFPE. Residente de Abreu e Lima e aluno de escola pública desde a quarta série do ensino fundamental, o jovem não esperava chegar ao topo do listão da mais importante universidade do Estado.

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Ensino Médio | Modular 5

LÍNGUA PORTUGUESA

“Nunca imaginei que um estudante de música, quem dirá eu, po-deria ser o primeiro lugar geral. Mesmo não imaginando chegar a tal classificação, minha dedicação foi determinante. Eu nunca entro numa seleção pensando que vou ser o último. Procuro fazer sempre o me-lhor, até no ‘chute’, por que todos nós chutamos”, brinca o clarinetista classificado para o bacharelado em música.

Segundo ele, a tranquilidade para realizar a prova prática de habili-dade específica também foi um elemento diferencial, e ele conquistou a nota máxima nas duas etapas. “Eu tava prestes a fazer um recital, bem preparado, o exame foi praticamente uma apresentação para mim”.

Davi conta ainda que não pode se debruçar sobre os livros tan-to quanto muitos outros feras, por causa da carga de trabalho como músico. Integrante há quatro anos da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música, diz que não pôde priorizar os estudos mas nem por isso perdeu as esperanças de classificação.

Primeiro lugar geral da UFPE vai trocar o carro por um clarinete. Disponível em: <http://ne10.uol.com.br/canal/vestibular/noticia/2011/01/21/primeiro-lugar-geral-da-ufpe-vai-trocar-o-carro-por-um-clarinete-253743.php>. Acesso em: 10 dez. 2011.

a) Você sabe o que é o primeiro lugar geral de uma universidade?

b) Você já pensou em lutar por um objetivo assim? Justifique sua resposta.

c) Em sua opinião, por que Davi faz a seguinte afirmação: “Nunca imaginei que um estudante de música, quem dirá eu, poderia ser o primeiro lugar geral”.

d) Davi afirma: “Procuro fazer sempre o melhor, até no ‘chute’, por que todos nós chutamos”. Confesse: alguma vez você “chutou” em uma prova? Existe uma técnica para o “chute”?

e) “Davi conta ainda que não pode se debruçar sobre os livros tanto quanto muitos outros feras, por causa da carga de trabalho como músico.” Mesmo trabalhando e estudando, Davi conseguiu o primeiro lugar geral. O que você acha que poderia atrapalhá-lo durante sua preparação para o vestibular e o Enem?

f) O que achou da troca do carro pelo clarinete?Sh

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Durante o Ensino Médio, você vai estudar os principais gêneros textuais cobrados pelos principais vestibulares de todo o país e pelo Enem, como charges, quadrinhos, gráficos, anedotas, piadas, carta argumentativa, artigo dissertativo-argumentativo, etc. Esse estudo irá elevar seu nível de leitura para que você possa interagir socialmente de forma mais ampla e compreender melhor o universo de significados que o cerca, já que esses gêneros estão presentes em diversos aspectos da vida social de qualquer pessoa. Jornais, revistas, sites e televisão são alguns dos suportes que veiculam esses gêneros tão presentes em nosso dia a dia. Esse estudo também irá prepará-lo para os principais con-cursos do país, que cobram sistematicamente esse tipo de leitura e análise.

Nesta primeira unidade, você estudará alguns gêneros dos quadrinhos.

6 Leituras mais cobradas em vestibulares e no ENEM

Charge

A charge, muito utilizada em blogs, revistas e jornais do mundo inteiro, é uma ilustração cômica que geralmente satiriza de forma crítica os acontecimentos sociais e políticos situados em determinado

tempo e espaço. Mesmo com a existência de diversos recursos tecnológicos, muitas charges ainda são feitas ou retocadas à mão para preservar seu valor artístico, embora muitas vezes possa ser retocada com programas de computador. A charge não precisa, necessariamente, apresentar texto verbal, mas, quando o possuir, ele deve ser analisado com a imagem.

É imprescindível considerar o contexto no qual a charge está inserida, já que o conteúdo do suporte ou a ocasião é fundamental para se compreender esse gênero. Por isso, ela está vinculada à notícia. Não basta ler a charge, é preciso estar atento ao que é notificado para que a leitura tenha sentido. Esse gênero geralmente resume de forma humorística toda uma discussão acerca de um fato. Durante o período da Ditadura Militar, a charge marcou presença nos principais veículos de comunicação. O jornal Movimento, um dos mais importantes e significativos do período, explorou de maneira singular esse recurso. Consi-derando a natureza intertextual, lúdica e humorística da charge, ela passava, muitas vezes, despercebida pelo crivo da censura.

Leia esta charge e note a importância do conhecimento de mundo para a construção dos sentidos:

PAIXÃO. Enem. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/charges/index.phtml?foffset=31&offset=&ch=Paix%E3o>. Acesso em: 30 out. 2011.

Longe de querer assustar os possíveis candidatos ao Enem, essa charge traz elementos bastante interessantes para serem analisados por quem pretende fazer boas leituras dos textos que circulam na sociedade.

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31/10/2011

Estrutura do

gênero textual

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Características

do gênero

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LÍNGUA PORTUGUESA

7Ensino Médio | Modular

Leitura 1

Repare que na charge há um elemento da cultura celta, particularmente difundida pelos Estados Unidos: a abóbora, utilizada como ornamento para as comemorações do halloween, a festa do Dia das Bruxas, folcloricamente utilizada para afastar a “má sorte”. A charge exige do leitor esse conhecimento prévio da cultura norte-americana.

Leitura 2

31/10/2011 Outro dado interessante é a data presente logo acima da charge: 31 de outubro de 2011. Repare que é exigido do leitor o conhecimento de que nessa data, nos Estados Unidos e em vários lugares do mundo, comemora-se o halloween – o Dia das Bruxas –, outro elemento do folclore norte-americano. Essa informação é indispensável para a construção de sentidos para a charge.

Justiça Federal do CE anula 13 questões do Enem para todo o BrasilDecisão foi em resposta ao MPF, que pediu anulação total ou parcial.MEC diz que considera decisão arbitrária e informou que vai recorrer.

Giselle Dutra

A Justiça Federal no Ceará decidiu anular 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que foram an-tecipadas por um colégio de Fortaleza. A decisão foi tomada na noite desta segunda-feira (31) e é válida para todo o Brasil. O Ministério da Educação informou que vai recorrer da decisão entre quinta--feira (3) e sexta-feira (4).

DUTRA, Giselle. Justiça Federal do CE anula 13 questões do Enem para todo o Brasil. Disponível em: <http://g1.globo.com/ceara/noticia/2011/10/justica-federal-do-ce-anula-13-questoes-do-enem-para-todo-o-brasil.html>. Acesso em: 10 dez. 2011.

Leitura 3

A boca talhada de forma estilizada na abóbora traz a sigla do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É exi-gido do leitor o conhecimento de que, nas últimas edições desse exame, houve a anulação de uma prova (Enem 2009) e o vazamento de 13 questões na edição de 2011, ano da publicação da charge. Foi exatamente no dia 31 que a justiça deliberou a anulação das questões. Ou seja, o leitor precisa inferir que “as bruxas estavam soltas” no exame nacional.

Repare que o fato de a sigla do Exame Nacional do Ensino Médio estar na boca da abóbora sugere que, mais uma vez, o Enem está na “boca do povo”, ou seja, deu o que falar até no Dia das Bruxas.

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Dilma: ‘Faxina vai continuar em 2012

O primeiro ano de governo de Dilma foi marcado pela saída de políticos envolvidos

em suspeitas de irregularidade

Em seu último pronunciamento em rede nacional de rádio e TV em 2011, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o país vai manter o combate à corrupção e a “qualquer tipo de desvio ou malfeito” no pró-ximo ano.

O primeiro ano de governo de Dilma foi marcado pela saída de políticos envolvidos em suspeitas de irregularidade.

Ao todo, seis ministros deixaram a Esplanada dos Ministérios nessa condição: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Trans-porte), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Tra-balho).

MEIONORTE.COM. Dilma: faxina vai conti-nuar em 2012. Disponível em: <http://www.meionorte.com/noticias/politica/dilma-faxina--vai-continuar-em-2012-152877.html>. Acesso em: 7 ago. 2012

Leitura 4Outra leitura interessante está no número de questões anuladas (13). Esse

número, folcloricamente, está associado à falta de sorte, por isso se relaciona uma concepção negativa à sexta-feira 13 e a outras superstições. O leitor poderia inferir que 13 questões anuladas no Dia das Bruxas é um dado suficiente para mostrar que, mais uma vez, o Enem teve percalços, “levou azar”.

PAIXÃO. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/charges/index.phtml?ch=Paix%E3o&offset=&foffset=30>. Acesso em: 1 nov. 2011.

Cartum

O cartoon ou cartum é um desenho humorístico que pode ou não ser acompanhado de textos verbais e é veiculado em jornais, revistas, sites e outros suportes textuais. Esse gênero tem caráter extremamente crítico e retrata, de forma sintética, alguma problemática que envolve o dia a dia de uma sociedade.

Tanto o cartum quanto a charge podem apresentar texto verbal e não verbal, são veiculados nos mesmos suportes e exigem do leitor conhecimento de mundo para serem lidos. Ao contrário da charge, o cartum não está, necessariamente, vinculado a um fato específico ou uma notícia, por isso a temática é atemporal.

Embora possa empregar o humor desse gênero para apresentar um fato, é importante compreender que o cartum não precisa, necessariamente, ser engraçado. Ele deve promover a reflexão crítica em relação ao tema abordado.

Estrutura

do gênero

textual

cartum

@POR1020

Agora é a sua vez! Leia a charge a seguir e analise os elementos que a constituem. Lembre-se de que, assim como na charge do Enem, você vai precisar explorar seu conhecimento de mundo para analisar a questão que segue.

Ensino Médio | Modular

LÍNGUA PORTUGUESA

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Agora é com você! Observe este cartum e, tomando como base o trabalho feito anteriormente, interprete os possíveis sentidos desse texto. Registre suas observações no caderno.

Observe este cartum e, em segui-da, algumas leituras que se pode fazer dele.

Leitura 1Analisando a paisagem, é possível notar a referência ao dito popular “estar à beira do abismo”, expressão que significa estar em uma situação-limite.

Leitura 4A árvore antropologicamente simboliza a vida. Quando a sombra se agarra à árvore, busca agarrar-se, na verdade, à vida.

Leitura 3A sombra do personagem é outro aspecto que me-rece atenção. A oposição entre a sombra e o corpo revela um dualismo: o corpo do personagem pende para o abismo, e a sombra se agarra para não cair. Culturalmente, a consciência, a razão pode ser associada ao sol, ao passo que a inconsciên-cia pode ser relacionada à sombra. Pode-se dizer, então, que, enquanto a consciência (representada pelo sol que ilumina o rosto do personagem) o leva para o abismo, a sua sombra, o inconsciente, o impulsiona à vida.

Leitura 2

A postura corporal do personagem revela um esta-do de ânimo bastante alterado. Pode-se perceber abatimento dele pela curvatura dos ombros, pela cabeça baixa e pelos braços soltos, estendidos ao longo do corpo.

Leitura 5No chão, há uma carta. Esse elemento representa a necessidade de manter viva a história do personagem e seu momento extremo, mesmo após a sua morte.

Leitura 7É possível observar que a temática explorada pelo cartum, o suicídio, é atemporal. Ela não está presa a nenhuma notícia recente ou a algum fato cotidiano. Essa característica do cartum é o que o diferencia da charge, diretamente ligada a alguma notícia ou a um fato cotidiano.

Leitura 6O dualismo entre vida e morte, alegria e tristeza, dúvida e certeza é um tema recorrente em diversos aspectos da vida humana. Esse cartum propicia uma reflexão bastante profunda sobre o sentido da vida.

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1. (ENEM)Álcool, crescimento e pobreza

O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita

o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia.

O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho cau-sa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais.

O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende exce-dentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.Álcool, crescimento e pobreza. Folha de S.Paulo, 11 mar. 2007. (Adaptação).

Confrontando-se as informações do texto com as das charges anteriores, conclui-se que:

a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.

c) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.

e) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

Nessa questão é fundamental que o leitor relacione seu conhecimento de mundo com o con-teúdo da charge. Tudo o que estudou em Geografia, História e todo o conhecimento acumulado ao longo da vida escolar podem ser somados à sua competência leitora a fim de fazer uma leitura mais abrangente do texto.

2. (ENEM)

1.

As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às variadas situações de comunicação. Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem oral informal usada entre avô e neto neste texto é:

a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”.

b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.

c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.

d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de esse”.

e) a utilização do pronome “que” em início de frase excla-mativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Muitas universidades utilizam charges e cartuns como coletânea para a produção de texto. A proposta de redação a seguir é baseada em dois cartuns.

(UFMG) Observe estas duas figuras:

Redija um texto, contrastando as atitudes dos dois personagens representados nessas figuras e relacionando-as à questão ambiental no mundo contemporâneo.

Atenção: o texto elaborado deve conter, no mínimo, 20 (vinte) linhas. Não dê título à sua redação.

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A leitura mais geral desse texto requer conhecimentos acerca do desmatamento da Amazô-nia. Nos itens explorados pelo Enem, aspectos de variação linguística devem ser analisados. É importante estar ciente de que uma boa competência linguística inclui não apenas o domínio do padrão, mas, sobretudo, o domínio dos muitos usos que precisam se adequar às exigências de cada situação social em que as trocas conversacionais se efetivam.

A variação linguística é um dos temas que mais aparecem no Enem e em muitos concursos vestibulares de todo o país.


Chargista

"Pessoa que faz sátiras por meio de caricaturas"

O que é ser chargista?Chargista é o profissional que, em seu dia a dia, faz sátiras de acontecimentos

atuais, pessoas da mídia ou determinados acontecimentos por meio de ilustrações conhecidas como caricaturas. A palavra charge é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera nos traços de caráter de alguém ou de algo para torná-lo cômico. Muito utilizadas nas críticas políticas do Brasil, muitas vezes é confundida com cartoon (ou cartum), que é uma palavra de origem inglesa, que, ao contrário da charge — uma crítica contundente —, o cartoon retrata situações mais corriqueiras do dia a dia da sociedade. O chargista tem a habilidade de, através de um simples desenho, fazer uma crítica político-social, expressando sua visão ou a do veículo em que trabalha. Para isto, deve estar sempre atualizado e atento a tudo o que acontece a seu redor para fazer uma crítica contundente e atualizada.

Qual a formação necessária para ser um chargista?Embora não se exija diploma universitário para ser chargista, a partir deste ano,

o Brasil passou a ter a primeira graduação na área. O curso de Produção em charges, cartuns e histórias em quadrinhos que está sendo oferecido no Rio de Janeiro pela Universidade Estácio de Sá. Com duração de dois anos e meio, autorizado pelo Mi-nistério da Educação (MEC), a carga horária é de 1900 horas-aula, sendo pelo menos um terço delas, práticas. O objetivo é formar um profissional multidisciplinar com noções de desenho, roteiro, acabamento, edição, direitos autorais, entre outras coi-sas, sendo que, na proposta pedagógica, prevê aulas práticas de desenhos, cartuns, charges, quadrinhos.

Mercado de trabalhoNo mercado de trabalho, o maior desafio e também a maior dificuldade do char-

gista é ter seu material publicado e tornar-se conhecido para as editoras e veículos de comunicação. É um processo demorado, porém com a eficiência e perseverança do profissional, seu trabalho se torna mais facilmente reconhecido e admirado. Segundo cartunistas, pode-se, inclusive, ser bem remunerado nesta área, atingindo o gosto do leitor que será o termômetro da qualidade de sua produção.

Atualmente, uma área do mercado que está bastante em alta é a da internet, com uma maior digitalização das mídias e maior acesso à rede, e no Brasil já possui mais adeptos que leitores de jornal. Assim, torna-se um ponto forte a ser buscado por char-gistas que desejam ver seu trabalho divulgado e difundido, visando o reconhecimento e a satisfação profissional.

CHARGISTA. Disponível em: <http://www.brasilprofissoes.com.br/profissoes/chargista>. Acesso em: 24 set. 2013.

LÍNGUA PORTUGUESA


Leia a tirinha a seguir.©

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SCHULZ, Charles M. Snoopy e sua turma. Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 1, p. 45.

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Tiras


A tirinha de Snoopy retrata a necessidade de se encontrar o melhor método de estudo e de resolução de questões. Quando se pretende lutar por uma vaga em uma universidade, é preciso estabelecer uma rotina de estudos que possibilite revisar os conteúdos trabalhados em aula. Como é possível notar no último quadrinho da tira, de nada adianta um método de resolução de questões se não há conteúdo a ser ativado.

a) Como você se prepara para as provas escolares? É do tipo que só estuda na véspera ou tem uma rotina regular de estudos? Comente.

b) Em sua opinião, qual a melhor forma de estudar?

c) Ouvir música e deixar a televisão ligada ajuda-o a se concentrar, atrapalha seus estudos ou tanto faz? Justifique sua resposta.

d) Na hora de resolver as questões da prova, qual é o melhor método?

e) Você tem alguma dica para as questões discursivas?

Falando em hábitos, você costuma ler quadrinhos? Saiba que a leitura deles, além de estimular a capacidade de se fazerem inferências, é um bom exercício de leitura de texto não verbal.

A tirinha é um gênero que utiliza texto verbal e não verbal com o objetivo de narrar histórias dos mais variados estilos, motivo pelo qual é de extrema importância analisar com atenção todos os elementos que a compõem.

As tiras são muito parecidas com as histórias em quadrinhos, só que em tamanho menor. Elas circulam na internet, em jornais e em revistas e costumam provocar risos e reflexões. Algumas já se tornaram tão populares, que são consideradas clássicas, como as de Hagar, Mafalda, Snoopy, Calvin e Haroldo, etc.

É comum nas tirinhas abordarem-se temas atuais, como corrupção, esportes e outros assuntos, de forma sarcástica. No início da publicação de tiras em jornais, o objetivo era bem simples: entreter o leitor entre uma notícia e outra. Com o passar do tempo, elas acabaram incorporando-se ao jornal de forma indelével.

Indelével: aquilo que não se pode

desfazer.

Leia a tira abaixo.

SCHULZ, Charles M. Snoopy feliz dia dos namorados. Porto Alegre: L&PM, 2007. n. 2. p. 69.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Leia a tira abaixo e explique como se dá a produção de sentidos nela.

DAVIS, Jim. Garfield em grande forma. Porto Alegre: L&PM, 2009. n. 1. p. 54.

Leitura 4No terceiro quadrinho, é possível observar que Snoopy vai esmorecendo, pois percebe que apenas

ele está rindo da própria piada. Isso pode ser notado pela diminuição da abertura da boca e pela descida da cabeça do personagem. Note que ler o texto não verbal é muito importante para se compreender o desfecho do quadrinho.

Leitura 5O suspiro, no último quadrinho, revela a frustração de Snoopy em sua tentativa de ser engraçado.

A postura corporal dos dois personagens revela que, além de não ter sido engraçado, Snoopy ainda chateou o amigo ao sugerir que o peso dele quebraria um galho de árvore.

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Leitura 1No primeiro quadrinho, é possível observar que o elemento “árvore”, citado por Snoopy, está

diretamente associado ao fato de seu interlocutor ser um pássaro voador de pequeno porte que pode, portanto, viver em uma árvore. O leitor precisa prestar atenção nesse fato para poder compreender o trocadilho “quebrar um galho” no segundo quadrinho.

Leitura 2No segundo quadrinho, há uma ambiguidade

proposital, provocada por uma expressão popular: “quebrar um galho”. Essa expressão, no contexto da tirinha, pode significar que o pássaro poderia ter uma atividade útil, trabalhando em uma árvore, ou denotativamente, quebrar, lascar o galho.

Leitura 3Lendo denotativamente a expressão “quebrar

um galho”, é possível inferir que Snoopy acaba sugerindo que seu amigo Woodstock está gordo a ponto de quebrar um galho. Veja que essa in-ferência é fundamental para se entender por que apenas Snoopy ri da piada no segundo quadrinho.


1. (ENEM)

A situação abordada na tira torna explícita a con-tradição entre a(s)

a) relações pessoais e o avanço tecnológico.

b) inteligência empresarial e a ignorância dos ci-dadãos.

c) inclusão digital e a modernização das empre-sas.

d) economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado.

e) revolução informática e a exclusão digital.

2. (ENEM)

--

As tiras ironizam uma célebre fábula e a con-duta dos governantes. Tendo como referência o estado atual dos países periféricos, pode-se afir-mar que nessas histórias está contida a seguinte ideia:

a) Crítica à precária situação dos trabalhadores ativos e aposentados.

b) Necessidade de atualização crítica de clássicos da literatura.

c) Menosprezo governamental com relação a questões ecologicamente corretas.

d) Exigência da inserção adequada da mulher no mercado de trabalho.

e) Aprofundamento do problema social do de-semprego e do subemprego.

3. (ENEM)


LÍNGUA PORTUGUESA

17

4. (UNICAMP – SP)

Na tira de Angeli, observamos um jogo de associações entre a frase-título “O imundo animal” e a sequên-cia de imagens.

a) A frase-título “O imundo animal” nos remete a outra frase. Indique-a e explicite as relações de sentido entre as duas frases, fazendo referência ao conjunto da tira.

No quadrinho de Caco Galhardo, outras associações com a crise política podem ser observadas.

a) “Vossa Excelência me permite um aparte” é uma expressão típica de um espaço institucional. Qual é esse espaço e quais as palavras que permitem essa identificação?

Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem.

a) “Tá legal, espertinho! Onde é que você este-ve?!”

b) “E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão!”

c) “Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua...”

d) “...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro”

e) “mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão...”


a) A expressão “um aparte” pode ser segmentada de outra maneira. Qual a expressão resultante dessa segmentação? Explique o sentido de cada uma das expressões.

5. (UFMG)

A gramática, tradicionalmente, concebe os pronomes pessoais como palavras que indicam, no colóquio, “quem fala” ou “de quem se fala”.

Com base nessa informação, redija um comentário, explicando o uso dos pronomes pessoais nós e vocês no diálogo entre as duas personagens.

6. (UFMG)

Observe, atentamente, esta figura: Leia, agora, este texto:

“... O homem está condenado a ser livre.”

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. In: O existencialismo é um humanismo; A imaginação; Questão de método. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 9.

Considerando o convite contido no balão, bem como as demais informações fornecidas pela fi-gura, REDIJA um texto, explicando por que essa figura é um equivalente visual da ideia expressa por Sartre na frase acima transcrita.

Atenção: O texto elaborado deve conter, no mí-nimo, 20 (vinte) linhas.

Não dê título à sua redação.


LÍNGUA PORTUGUESA

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a) Qual é a importância da internet em sua vida?

b) Em sua opinião, com a internet, as pessoas estão mais informadas ou menos? Justifique sua resposta.

c) Você acha que a internet é uma forte concorrente para outros meios, como a televisão? Justifique sua resposta.

d) Você acha importante participar de alguma rede social? Justifique sua resposta.

e) Em sua opinião, as redes sociais são apenas entretenimento ou podem servir a outros propósitos? Por quê?

f) Quem usa mais a internet: homens ou mulheres?


O censo demográfico é feito a cada dez anos. O mais recente foi realizado em 2010. O último censo traz importantes informações a respeito do uso de internet no Brasil.

CARDOSO, Bruno. A Internet no Brasil em 2010. O jornalista. Disponível em: <http://www.ojornalista.com/2010/12/a-internet-no-brasil- em-2010/>. Acesso em: 12 maio 2012.

A Internet no Brasil em 2010


LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura de gráficos

Seja em jornais (impressos e televisivos), livros, revistas ou internet, os gráficos têm a função de apre-sentar dados numéricos para que estes sejam analisados. Eles podem também funcionar como uma forma de exemplificar um conteúdo que esteja sendo apresentado em texto verbal, colaborando para uma leitura mais eficiente.

Entretanto, os gráficos não devem ser vistos como meros coadjuvantes na leitura e na produção de textos, pois podem apresentar conteúdo temático próprio, vinculado ao conteúdo do texto no qual estão inseridos.

Saber ler gráficos é, muitas vezes, condição indispensável para que informações sejam bem compreendidas. Atualmente, em virtude da grande quantidade de informações que circulam na sociedade, a leitura de gráficos é cada vez mais importante, porque eles são capazes de enfatizar uma informação, ou resumi-la, exemplificá-la, etc.

Por causa de sua importância na sociedade atual, em provas, concursos vestibulares e no Enem, a presença dos gráficos também tem se tornado frequente. Você sabe a diferença entre os tipos de gráficos, para que servem e como se deve ler cada um deles?

Leitura 3

Como 190 milhões representam o total da população brasileira (100%), fazendo-se uma regra de três simples, é possível concluir que os 81,3 milhões de usuários representam em torno de 42% da população brasileira.

Leitura 4

Entre os locais que disponibilizam acesso à internet, a escola é onde ela é menos acessada.

Leitura 5

De modo geral, a TV ainda é a maior fonte de informação.

Leitura 7

De acordo com o gráfico, apesar do sucesso do Facebook, o Orkut ainda é a mídia social mais utilizada.

Leitura 6

De acordo com o professor e blogueiro Marcos Lemos, há no Brasil em torno de 2,5 milhões de blogs. É um número bastante expressivo, mas ainda assim o blog é o recurso menos utilizado quando o objetivo é a busca de informação. Esse fato pode estar relacionado à falta de credibilidade e confiança que se tem na fonte de informação veiculada nessas páginas da internet, já que, em tese, a qualquer pessoa é dada a possibilidade de criar um blog.

Estrutura do

gênero textual

gráfico

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Leitura 1

O texto apresenta diversos recursos expositivos, com textos verbais e não verbais para veicular as informações de forma clara e precisa.

Leitura 2

É possível notar que o texto inicia a exposição dos dados apresentando primeiramente o número de habitantes em comparação com o de usuários de internet. Essa comparação revela que o número de usuários, embora alto, equivale a menos da metade da população.


Gráfico de linha

Estratégia de recuperação de saldo no banco

O gráfico de linha é utilizado para mostrar a evolução das variações em um processo de trans-formação. Ele indica como um processo foi iniciado, como ele evoluiu e como está atualmente. Para lermos esse gráfico, devemos considerar os dados constantes nas coordenadas X e Y e observarmos a evolução das linhas que oscilam, notando pontos de elevação e queda no decorrer do período.

a) Comparando o primeiro ponto em azul ao primeiro ponto em laranja, é possível dizer que o cliente foi surpreendido pela situação? Por quê?

b) Observando o gráfico de linhas anterior, o que você diria da estratégia de recuperação de saldo no banco em dois anos?

Gráfico de barra

Fonte: CARDOSO, Bruno. A internet no Brasil em 2010. O jornalista. Disponível em: <http://www.ojornalista.com/2010/12/ a-internet-no-brasil-em-2010/>. Acesso em: 12 maio 2012.

LÍNGUA PORTUGUESA


Agora que você viu os principais tipos de gráficos, para que servem e como devem ser lidos, é hora de testar a conexão com esse gênero textual, resolvendo questões que foram cobradas no Enem e em vestibulares.

1. (ENEM) O gráfico abaixo, obtido a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o crescimento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.

Os gráficos de barra são geralmente utilizados para comparar quantidades. As barras podem aparecer em posição horizontal ou vertical. Esse tipo de gráfico é formado por duas linhas perpendiculares. Em uma das linhas, aparecem as informações quantificadas pelas barras e, na outra, aparecem as quantidades cor-respondentes. Para uma leitura efetiva, devemos observar a altura das barras e os indicativos numéricos em cada barra. É preciso comparar as barras mais altas, medianas e baixas para poder compreender a diferença quantitativa expressa por elas. a) Em que faixa etária o rádio é a ferramenta mais utilizada como modo de obter informação? b) É correto afirmar que os mais jovens são os que mais se informam pela internet? c) Analisando os gráficos acima, é correto afirmar que os mais jovens utilizam exclusivamente a

internet para obter informações? Justifique sua resposta.

Gráfico de setores (gráfico de pizza)

Esse gráfico é utilizado para mostrar diferentes partes de uma totalidade e a proporção delas na composição do todo. Como você pode notar, o círculo inteiro representa o total da venda de refeições e cada parte (fatia) representa o tipo de refeição vendida.

Para se ler o gráfico com precisão, é necessário considerar sempre o círculo como o todo e comparar cada uma das partes entre si e em relação ao todo.

Com base no gráfico acima, qual a porcentagem de pessoas que não compra sanduíches?


Se mantida, pelos próximos anos, a tendência de crescimento mostrada no gráfico, o número de espécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a

a) 465. b) 493. c) 498.

d) 538. e) 699.

2. (ENEM) O gráfico abaixo mostra a área desmatada da Amazônia, em km2, a cada ano, no período de 1988 a 2008.

As informações do gráfico indicam que:

a) o maior desmatamento ocorreu em 2004.

b) a área desmatada foi menor em 1997 que em 2007.

c) a área desmatada a cada ano manteve-se constante entre 1998 e 2001.

d) a área desmatada por ano foi maior entre 1994 e 1995 que entre 1997 e 1998.

e) o total de área desmatada em 1992, 1993 e 1994 é maior que 60 000 km2.

3. (ENEM)

Superinteressante, ed. 256, set. 2008.

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Segundo pesquisas recentes, é irrelevante a diferença entre sexos para se avaliar a inteligência. Com relação às tendências para áreas do conhecimento, por sexo, levando em conta a matrícula em cursos universitários brasileiros, as informações do gráfico asseguram que:

a) os homens estão matriculados em menor proporção em cursos de Matemática que em Medi-cina por lidarem melhor com pessoas.

b) as mulheres estão matriculadas em maior percentual em cursos que exigem capacidade de compreensão dos seres humanos.

c) as mulheres estão matriculadas em percentual maior em Física que em Mineração por tende-rem a trabalhar melhor com abstrações.

d) os homens e as mulheres estão matriculados na mesma proporção em cursos que exigem habilidades semelhantes na mesma área.

e) as mulheres estão matriculadas em menor número em Psicologia por sua habilidade de lida-rem melhor com coisas que com sujeitos.

4. (ENEM) Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda

a) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede.

b) parte do anonimato obrigatório para se difundir.

c) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade.

d) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns.

e) tem a responsabilidade de promover a proximidade física.


(UFPR) O gráfico abaixo mostra as taxas de fecundidade (número de filhos por mulher) distribuídas por região brasi-leira entre os anos de 1991 e 2000. Em um parágrafo de no máximo 10 linhas, compare os índices entre as regiões.

Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000 (microdados da amostra)

Reflexões sobre a vida:


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Internet é um assunto atual e tem sido alvo de diver-sos vestibulares e concursos. A seguir, há uma série de questões do Enem para testar sua leitura e seu conhecimento a respeito do tema.

1. (ENEM)

A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital no Brasil.

Já o texto II traz informações referentes à abran-gência de acessibilidade das tecnologias de co-municação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere--se que o advento do livro digital no Brasil

a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual.

b) criará a expectativa de viabilizar a democrati-zação da leitura, porém esbarra na insuficiên-

cia do acesso à internet por meio da telefonia celular, ainda deficiente no país.

c) fará com que os livros impressos se tornem obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os produtos digitais gratuitamente distri-buídos pela internet.

d) garantirá a democratização dos usos da tec-nologia no país, levando em consideração as características de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.

e) impulsionará o crescimento da qualidade da lei-tura dos brasileiros, uma vez que as característi-cas do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.

2. (ENEM)

O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca e permi-te ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o lei-tor tem condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor. Trata--se de uma forma de estruturação textual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica multiline-arizado, multissequencial e indeterminado, rea-lizado em um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de tratamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade simultaneamente, já que não tem sequência definida, mas liga textos não necessariamente correlacionados.

MARCUSCHI, L. A. Disponível em: <http://www.pucsp.br>. Acesso em: 29 jun. 2011.

O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado como um novo espaço de escrita e leitura. De-finido como um conjunto de blocos autônomos de texto, apresentado em meio eletrônico com-putadorizado e no qual há remissões associando entre si diversos elementos, o hipertexto


a) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos to-talmente abertos, desfavorece o leitor, ao confun-dir os conceitos cristalizados tradicionalmente.

b) é uma forma artificial de produção da escrita que, ao desviar o foco da leitura, pode ter como con-sequência o menosprezo pela escrita tradicional.

c) exige do leitor um maior grau de conhecimen-tos prévios, por isso deve ser evitado pelos es-tudantes nas suas pesquisas escolares.

d) facilita a pesquisa, pois proporciona uma infor-mação específica, segura e verdadeira, em qual-quer site de busca ou blog oferecidos na internet.

e) possibilita ao leitor escolher seu próprio per-curso de leitura, sem seguir sequência prede-terminada, constituindo-se em atividade mais coletiva e colaborativa.

3. (ENEM)

A discussão sobre o “fim do livro de papel” com a chegada da mídia eletrônica me lembra a dis-cussão idêntica sobre a obsolescência do folheto de cordel. Os folhetos talvez não existam mais daqui a 100 ou 200 anos, mas, mesmo que isso aconteça, os poemas de Leandro Gomes de Barros ou Manuel Camilo dos Santos continuarão sendo publicados e lidos – em CD-ROM, em livro eletrô-nico, em “chips quânticos”, sei lá o quê. O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto, “coffee-table book”, cópia manus-crita, arquivo PDF... Qualquer texto pode se reen-carnar nesses (e em outros) formatos, não importa se é Moby Dick ou Viagem a São Saruê, se é Macbeth ou O livro de piadas de Casseta & Planeta.TAVARES, B. Disponível em: <http://jornaldaparaiba.globo.com>.

Ao refletir sobre a possível extinção do livro im-presso e o surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista manifesta seu ponto de vis-ta, defendendo que

a) o cordel é um dos gêneros textuais, por exemplo, que será extinto com o avanço da tecnologia.

b) o livro impresso permanecerá como objeto cultural veiculador de impressões e de valores culturais.

c) o surgimento da mídia eletrônica decretou o fim do prazer de se ler textos em livros e su-portes impressos.

d) os textos continuarão vivos e passíveis de re-produção em novas tecnologias, mesmo que os livros desapareçam.

e) os livros impressos desaparecerão e, com eles, a possibilidade de se ler obras literárias dos mais diversos gêneros.

(ENEM) Imagem para a resolução das questões 4 e 5.

Disponível em: <http://www.wordinfo>. Acesso em: 27 abr. 2010.

4. O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode ocasionar

a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico.

b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade.

c) a problemática social de grande exclusão digi-tal a partir da interferência da máquina.

d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social.

e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas, como lan-ça, máquina e computador.

5. O homem evoluiu. Independentemente de teoria, essa evolução ocorreu de várias formas. No que concerne à evolução digital, o homem percorreu longo trajeto da pedra lascada ao mundo virtual. Tal fato culminou em um problema físico habitual, ilustrado na imagem, que propicia uma piora na qualidade de vida do usuário, uma vez que

a) a evolução ocorreu e com ela evoluíram as do-res de cabeça, o estresse e a falta de atenção à família.

b) a vida sem o computador tornou-se quase in-viável, mas se tem diminuído problemas de visão cansada.

c) a utilização demasiada do computador tem proporcionado o surgimento de cientistas que apresentam lesão por esforço repetitivo.

d) o homem criou o computador, que evoluiu, e hoje opera várias ações antes feitas pelas pes-soas, tornando-as sedentárias ou obesas.

e) o uso contínuo do computador de forma ina-dequada tem ocasionado má postura corporal.


LÍNGUA PORTUGUESA

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Piadas e ambiguidade3

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Parece piada, mas rir é uma das formas mais antigas de expressão humana. Há uma série de mecanismos envolvidos na compreensão do humor, tais como coerência, conhecimento de mundo, inferência, etc., além, é claro, de certos conhecimentos linguísticos e uma dose de bom humor.

O riso revela muito sobre nós mesmos e sobre os outros. Nesta unidade, vamos entender um pouco mais sobre a importância do humor para a vida em sociedade. Leia o texto a seguir e veja como a risada também se faz objeto de estudo da ciência.

Da piada mais engraçada ao 1.º riso: cientistas estudam a risadaRir é o melhor remédio. A não ser que você morra de tanto gargalhar. Essa situação foi retratada pelo grupo

de comediantes britânicos Monty Python em 1969, no esquete “A piada mais engraçada do mundo”. Ela era tão engraçada, que concretizava a expressão “morrer de rir”. No roteiro, passou a ser arma de guerra contra os nazistas, que logo tentaram criar também sua piada mortal. Mas a busca pela piada mais engraçada pode ser trabalho sério. Cientistas como Richard Wiseman se dedicaram a essa tarefa para entender as origens, os efeitos e as características da risada. Conheça a ciência do riso.

Entre 2001 e 2002, Wiseman, professor de psicologia na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, comandou, no Laboratório do Riso (LaughLab), um experimento que coletava piadas através de um site na internet. Além de enviarem piadas, os usuários eram incentivados a apontar quais eram as melhores. Com 1,5 milhão de votos registrados, encontrou-se a piada mais engraçada do mundo.

Esta foi a campeã: “Dois caçadores estão em uma mata, quando um deles cai no chão. Ele não parece respirar, e seus olhos estão vidrados. O outro caçador pega seu celular e chama o serviço de emergência, apavorado: ‘Meu amigo está morto! O que eu posso fazer?’. O telefonista diz: ‘Acalme-se, eu posso ajudar. Primeiro, vamos ter certeza de que ele está mesmo morto’. Segue-se um silêncio e, depois, um tiro é ouvido. De volta ao telefone, o homem diz: ‘OK, e agora?’”.

As reaçõesÉ provável que, após a leitura dessa piada, seu organismo tenha passado por diversos processos diferentes.

A risada decorrente pode gerar a contração de 28 músculos faciais, de acordo com Eduardo Lambert, clínico geral e homeopata, autor do livro A terapia do riso. Essa ação, por sua vez, ativa no cérebro a produção de serotoninas e endorfinas, substâncias analgésicas que se assemelham à morfina. Ao se espalharem pelo corpo, elas acarretam sensação de relaxamento e bem-estar emocional e corporal.

As reações não param por aí, segundo a química e cientista Conceição Trucom. O ritmo cardíaco acelera, resultando em um aumento da circulação de sangue e oxigenação das células, tecidos e órgãos. A absorção de oxigênio pelos pulmões aumenta e, a longo prazo, há um incremento da capacidade e tonici-dade pulmonar. Os músculos abdominais são trabalhados, o que melhora a digestão e revigora o trabalho hepático. E, por fim, há uma redução da pressão arterial e fortalecimento do sistema imunológico.

[...]

TERRA. Da piada mais engraçada ao 1.º riso: cientistas estudam a risada. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6008433-EI8147,00-Da+piada+mais+engracada+ao+riso+cientistas+estudam+a+risada.html>. Acesso em: 17 jul. 2012.


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Piada ou anedota

Piada ou anedota é um texto curto, com final engraçado e, muitas vezes, surpreendente, que objetiva provocar o riso em quem o lê ou ouve. Também pode ser uma crítica social ou um veículo disseminador de preconceitos. Os temas das piadas estão relacionados ao cotidiano e às situações mais comuns ou polêmicas. Embora também seja veiculado na escrita, esse é essencialmente um gênero da oralidade.

a) Há situações que, muitas vezes, são piadas prontas, ou seja, basta ter um olhar atento para perceber a piada diante dos nossos olhos. No primeiro parágrafo do texto, indica-se o nome de um cientista que estuda o riso. Utilizando o seu conhecimento sobre língua inglesa, que piada pronta pode ser identificada pelo nome do cientista?

b) Das reações que o riso provoca, em sua opinião, qual é a melhor?

c) E você? O que achou da piada mais engraçada do mundo?

d) Você conhece alguma piada que, em sua opinião, mereça ganhar o título de “a piada mais engraçada do mundo”?

e) Qual foi a piada mais sem graça que você já ouviu?

f) Em sua opinião, qual o melhor programa de humor da TV? Por quê?

g) E qual o melhor humorista de todos os tempos? Justifique sua resposta.

Leia a piada a seguir.

Durante o jantar, Joãozinho conversa com a mãe:– Mamãe, por que é que o papai é careca? – Ora, filhinho... Porque ele tem muitas coisas para pensar e é muito inteligente!– Mas, mamãe... Então por que é que você tem tanto cabelo?– Cale a boca e coma logo essa sopa, menino!

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Repare que o texto é curto, tem um final surpreendente e tem o objetivo de divertir. O humor nele contido se manifesta como uma jogada de efeito, um leve deslocamento de sentidos ou, simplesmente, a revelação do inusitado.

O leitor atento vai perceber que, nesse caso, o inusitado está na comparação inversamente proporcional do pai com a mãe feita pelo menino. Se o pai é careca por ser inteligente e preocupado, logo, a mãe, por ser cabeluda, seria o oposto do que é o pai.

Para se compreender uma piada, é preciso recorrer a uma série de fatores relacionados à coerência do texto. Entre eles:

Inferência – processo de preenchimento de lacunas que leva o leitor a completar sentidos implícitos no texto. Fazendo inferências, o leitor acrescenta informação nova ao que lê ou ao que ouve.


AnedotasUm dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação da anedota se compara ao enigma da

criação da matéria. Em todas as teorias conhecidas sobre a evolução do Universo sempre se chega a um ponto em que a única explicação possível é a da geração espontânea. Do nada surge alguma coisa. As anedotas também nasceriam assim, já prontas, aparentemente autogeradas. Você não conhece ninguém que tenha inventado uma anedota. Ou, pelo menos, uma boa anedota. Os que contam uma anedota sempre a ouviram de outro, que ouviu de outro, que ouviu de outro, que não se lembra onde a ouviu. Se anedota fosse crime, sua repressão seria dificílima. Prenderiam os viciados e os traficantes, a arraia-miúda, mas jamais chegariam ao capo, ao distribuidor, ao verdadeiro culpado.

– Prendemos o Joca (“Sabem a última?”) da Silva. Ele estava passando uma anedota e...– Imbecis! Não era para prender.– Mas, delegado. Ele estava de posse de dezenas de anedotas de primeira qualidade. Algumas novíssimas...

Conhecimento de mundo – também chamado de conhecimento enciclopédico, diz respeito ao repertório de informações prévias que o leitor tem. O conhecimento de mundo pode ser adquirido de maneira formal – com a aprendizagem escolar, por exemplo – ou de maneira informal, com a leitura de livros, revistas, jornais e sites; assistindo à TV, a filmes, etc.

Intertextualidade – diz respeito à relação que um texto estabelece com outro texto, de maneira mais ou menos direta e explícita. Para reconhecer a intertextualidade, é necessário o conhecimento de outros textos, o que pode auxiliar o leitor na construção de sentidos. Todo o repertório acumulado ao longo da vida é de grande auxílio no reconhecimento das intertextu-alidades.

Percepção de ambiguidades – capacidade de entender que uma dada construção pode desencadear uma ou mais interpretações. É fundamental para a construção de sentidos em uma piada.

Leia o texto a seguir.

(ENEM)No capricho

O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que tal? Gosta desse quadro?”

E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá ao cabôco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein, dotô! Que muié feia! Parece fiote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de cego no escuro.”

Ao que o delegado não teve como deixar de confessar, um pouco secamente: “É a minha mãe.” E o cabôco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.”BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de cultura popular. São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, n. 62, 2004 (adaptado).

Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero:

a) anedota, pelo enredo e humor característicos;

b) crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano;

c) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais;

d) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos;

e) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.

Leia o texto a seguir.


LÍNGUA PORTUGUESA

33

– Era para segui-lo e descobrir seu fornecedor. Mais uma pista perdida...Os humoristas profissionais não fazem anedotas. Inventam piadas, frases, cenas, histórias, mas as anedotas que

correm o país não são deles. São de autores desconhecidos, mas nem por isto menos competentes. Uma anedota ge-ralmente tem o rigor formal de um teorema. Exposição, desenvolvimento, desenlace. Claro que variam de acordo com quem conta. Grande parte do sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta. A anedota é uma continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia histórias antes do livro. Anedota impressa deixa de ser anedota. Existem contadores eméritos. E casos pungentes de grandes contadores que, com o tempo, vão perdendo a habilidade, até chegarem ao supremo vexame de, um dia, esquecerem o fim da anedota.

– Aí o anãozinho pega o desentupidor de pia e...– Sim?– E... e... Como é mesmo? Já me vem...– Não!Pior do que isto é o contrário. O contador decadente que passa a só se lembrar do fim das anedotas.– Como é mesmo aquela? Termina com o homem dizendo pro índio “fica com o escalpo mas me devolve a

peruca”. Puxa...Há quem diga que todas as anedotas são variações sobre dez situações básicas, que existem há séculos. Deus,

depois de dar a Moisés a tábua com os Dez Mandamentos, o teria chamado de volta e dito:– E esta é a das anedotas...Seja como for, a anedota é a grande manifestação da inventividade popular, da inteligência clandestina que

mantém vivo o espírito crítico, mesmo quando tentam reprimi-lo. Quem quiser saber o que pensavam os brasileiros dos seus líderes desde o primeiro Pedro deve procurar nas anedotas, não na história oficial. Contam que na Rússia, certa vez, Stalin decidiu formar um ministério da anedota, para substituir as anedotas que o povo andava espalhando por sua conta. Vários ministros tentaram, mas não conseguiram produzir anedotas que agradassem ao povo, e foram mandados para a Sibéria. Até que um ministro acertou e fez uma série de anedotas, todas contra Stalin, que tiveram grande aceitação popular. O ministro foi condecorado e escapou de ser mandado para a Sibéria por ter fracassado. Foi mandado para a Sibéria por fazer anedotas sobre o Stalin. E o ministério acabou logo, por falta de pessoal capacitado.

Dizem que, eventualmente, um computador bem programado poderá escrever teses e romances. Mas duvido que algum computador, algum dia, possa fazer uma anedota. As instruções seriam claras. Local: uma cela de prisão no Brasil. Personagens: os responsáveis pelos escândalos das privatizações, do Sivam, do Proer, do Daer e da Caixa Dois reunidos. Tarefa: criar uma história curta, com final surpreendente, que faça rir. O computador provavelmente responderia:

– Tarefa impossível. Situação improvável.

VERISSIMO, Luis Fernando. Anedotas. In: _____. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 107-109.

1. Qual é o tema do texto?

2. Utilizando seus conhecimentos de mundo, explique de que maneira a teoria da geração espontânea serve ao propósito argumentativo do texto.

3. Analisando o segundo parágrafo, a expressão “Sabem a última”, típica introdução de piadas, pode ser lida como:

a) um apelido, um pseudônimo de Joca. b) a última piada que Joca contou antes de ser preso.

c) a notícia da prisão de Joca. d) a quadrilha à qual Joca pertencia.

e) a última novidade em piadas contadas por Joca.


4. O narrador enaltece o gênero anedota, comparando-o a outras grandes produções dos seres humanos. Quais são essas produções?

5. Explique por que o computador não poderia cumprir o desafio a ele proposto.

Ambiguidade

Você viu que um dos fatores primordiais para se compreender uma piada/anedota é a percepção

de ambiguidades, que podem ser de diversos tipos. A seguir, são relacionados alguns dos principais.

Tipos de ambiguidade

Ambiguidade lexical A ambiguidade lexical ocorre quando, em um dado contexto, uma palavra pode ser interpretada

de mais de uma maneira. Exemplo: contexto – manchete de jornal

construção – Cadáver foi encontrado perto do banco

No contexto de uma manchete, que não detalha a informação, a palavra “banco” pode se referir tanto a agência bancária quanto a um assento.

Ambiguidade sintática A ambiguidade sintática ocorre quando há dupla interpretação de uma frase causada pela ordem

das palavras na sentença, concordância ou regência. Exemplo: Os eleitores elegem seus candidatos na esperança de que eles mudem suas vidas.

Os eleitores têm esperança de que os candidatos mudem a vida da população ou a vida deles mesmos?

Ambiguidade semântica Ocorre quando, mesmo respeitando a construção sintática, há mais de uma interpretação possível

para o relacionamento dos termos na frase. Exemplo: Uma luz brilha em cada país da América Latina. Repare que aqui, embora os termos estejam sintaticamente bem colocados, ainda há mais de um

sentido possível: uma única luz brilha em todos os países da América Latina ou em cada país brilha uma luz diferente?

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Em muitos vestibulares, assim como no ENEM, é cobrada a compreensão da ambiguidade em tiras e piadas para verificar se o candidato percebeu o humor. Leia as piadas a seguir, aponte o tipo de ambiguidade presente e explique de que maneira a ambiguidade produz humor.

a) Um cara telefona para a agência de viagem: – Por favor, quanto tempo leva um avião pra Lisboa? – Um minuto... – Obrigado – e desligou.

b) O bêbado está no consultório e o médico diz: – Eu não atendo bêbado. – Quando o senhor estiver bom eu volto – disse o bêbado.

c) – Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas. – Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.

d) – Doutor, já quebrei o braço em vários lugares. – Se eu fosse o senhor, não voltava mais para esses lugares.

e) – Qual o seu maior sonho de consumo? – Quero morar um dia na praia. – Mas só um?

AmbiguidadeA maioria dos que falam de língua normativamente detestam a ambiguidade. A tradição diz que é um vício

de linguagem. A ser evitado, portanto. Um exemplo típico é “Pedro disse a Paulo que ele está doente”. Já que “ele” pode referir-se tanto a Pedro quanto a Paulo, a sequência é viciada, dizem eles.

Mas evitar ambiguidades não é uma questão da sintaxe ou do ensino de gramática. A tarefa está na alçada dos gêneros. Eles é que podem ou não podem ser ambíguos, dada sua função social. Se o texto for uma receita ou uma bula, é melhor que seja claro e que cada parte tenha um só sentido. O mesmo se pode esperar de um artigo científico.

No fundo, a ideologia da clareza se baseia na tese – falsa – de que a única função da língua é expressar (co-municar?) o conhecimento. Supostamente, o jornalismo deve seguir esta regra de perto, porque é informação.

Mas por que um verso deve ser unívoco? E como “fazer” uma piada sem ambiguidades? Um comediante diz que fala muito de si nos seus shows, e que está chateado porque seus colegas não fazem o mesmo. A plateia ri.


Como acharia graça se o comediante evitasse este texto ambíguo, que tanto pode significar que seus colegas não falam dele quanto que não falam de si mesmos? Não haveria humor. Ninguém iria aos bares em que “comediantes em pé” recitam seus textos.

Claro que a reclamação geral não se deve à rejeição dos textos humorísticos. Os que reclamam da ambi-guidade nem pensam nisso.

Muitas reclamações recentes se devem a manchetes como “Um caminhão para o trânsito”. Eles reclamam porque não ficam sabendo, sem ler toda a notícia, se o caminhão é destinado ao trânsito da cidade ou se fez com que o trânsito parasse. Sim, eles reclamam, não perdoam o acordo ortográfico por ter eliminado o acento da forma verbal “para”.

O que não entendo é por que eles querem ler só a manchete. Além disso, quando as manchetes não têm esse tipo de “problema”, são claras? Há muitas maneiras de a manchete ser obscura. A saída óbvia, neste e em outros casos, é ler a matéria. Que, muitas vezes, de fato, só é clara para quem lê sobre o assunto há meses ou mesmo anos… É que o sentido de uma frase (manchete ou não), e mesmo de muitos textos, deriva de muitos outros textos. Sem eles, há muito mais “obscuridades” do que pode imaginar nossa vã filosofia.

POSSENTI, Sírio. Ambiguidade. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/ambiguidade/>. Acesso em: 15 ago. 2012.

a) Qual é a tese defendida por Sírio Possenti? b) De acordo com o texto, ambiguidades em manchetes devem ser condenadas? Justifique sua resposta.

c) Em grupo, pesquise textos de diferentes gêneros que utilizem a ambiguidade como importante recurso discur-sivo para sua constituição semântica. Explique à turma como se dá a construção do sentido desses textos.

1. (UNICAMP – SP) Em transmissão de um jornal noturno televisivo (RedeTV, 7/10/2008), um jor-nalista afirmou: “Não há uma só medida que o governo possa tomar”.

a) Considerando que há duas possibilidades de interpretação do enunciado acima, construa uma paráfrase para cada sentido possível de modo a explicitá-los.

b) Compare o enunciado citado com: Não há uma medida que só o governo possa tomar. O termo “só” tem papel fundamental na in-terpretação de um e outro enunciado. Descre-va como funciona o termo em cada um dos enunciados. Explique.

2. (UNICAMP – SP)

P E R I G OÁrvore ameaça cair em praça do Jardim Inde-pendência

Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores da Rua Tonon Martins, no Jardim Inde-pendência. Uma árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na Praça Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer momento. Ela foi atingida, no final de novembro do ano passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e morreu, a árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está muito próxima à rede de iluminação pública e das residências. “O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcatti, presidente da associação do bairro.

Juliana Vieira, Jornal Integração, 16 a 31 de agosto de 1996.


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a) O que pretendia afirmar o presidente da asso-ciação?

b) Qual é a ambiguidade contida na frase?

3. (PUC-Rio – RJ) O enunciado a seguir é ambíguo por apresentar mais de uma possibilidade de leitura:

A indicação do neurocientista trouxe benefícios para a pesquisa. a) Explique quais são as leituras possíveis. b) Desfaça a ambiguidade, deixando clara uma

dessas leituras.

4. (FUVEST – SP) Na posição em que se encontram, as palavras assinaladas nas frases abaixo geram ambiguidade, exceto em:a) Pagar o FGTS já custa R$ 13,3 bi, diz o consultor.b) Pais rejeitam menos criança de proveta. c) Consigo me divertir também aprendendo coi-

sas antigas. d) É um equívoco imaginar que a universidade

do futuro será aquela que melhor lidar com as máquinas.

e) Não se eliminará o crime com burocracias que-rendo satisfazer o apetite de sangue do público.

5. (ITA – SP) Assinale a interpretação sugerida pelo seguinte trecho publicitário:

Fotografe os bons momentos agora, porque de-pois vem o casamento.a) O casamento não merece fotografias.b) A felicidade após o casamento dispensa foto-

grafias. c) Os compromissos assumidos no casamento li-

mitam os momentos dignos de fotografia. d) O casamento é uma segunda etapa de vida

que também deve ser registrada.e) O casamento é uma cerimônia que exige foto-

grafias exclusivas.

6. (UFPR) Todas as sentenças abaixo apresentam ambiguidades. Assinale a alternativa em que a ambiguidade não pode ser desfeita com a sim-ples alteração na ordem das palavras.a) As crianças comeram bolo e sorvete de chocolate.b) Ele viu a moça com um binóculo. c) Ela saiu da loja de roupa.d) As crianças esconderam os brinquedos que

encontraram no porão. e) Acabaram de roubar o banco da entrada da

universidade.

7. (UFMG) Uma frase é considerada ambígua quan-do possibilita mais de uma leitura e interpreta-ção. Identifique, em cada um dos textos que se seguem, o elemento causador de ambiguidade e explicite duas leituras propiciadas em cada caso.

Texto 1

Estado de Minas, Belo Horizonte, 24 abr. 2010. Caderno Cul-tura, p. 7.

Texto 2É muito comum o contribuinte incluir na sua

declaração dependentes que já têm renda. Essa inclusão pode não ser vantajosa. Para um depen-dente que estuda, não é vantagem o contribuinte incluí-lo se sua renda for superior a R$ 4.439,34.

Folha de S.Paulo, São Paulo, 20 abr. 2010. Caderno Dinhei-ro, p. B4. (Adaptado)

(PUC-Rio – RJ)

Texto 1 Aristóteles ensina que o riso é algo próprio

do homem. O senhor ri; logo, o senhor é um ho-mem. Fez bem em rir, pois do contrário não nos teríamos apercebido disso.

Jerônimo Jekovic. Duas ou três coisas que eu sei do humor. Revista de Cultura Vozes, ano 64, v. 64, n. 3. Petrópolis: Ed. Vozes Ltda., 1970. p. 47-53.

Texto 2 Entre os autores humanistas, Castiglione, em

“O Cortesão”, enfatiza que “o riso é observado apenas na humanidade, e é sempre sinal de uma certa jovialidade e um certo ânimo alegre que o homem sente no interior de sua mente”.

Quentin Skinner. A arma do riso. Revista MAIS, Folha de S.Paulo, 04/08/2002.

Texto 3 Entrevista com a especialista em psicobiologia

Silvia Cardoso sobre a graça do riso para a ciência

O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?

Silvia – Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimen-to da face e da vocalização –, nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observa-


das vocalizações ultrassônicas – que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Se o cientista provocar um dano em um local específico no cére-bro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brin-cadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não tem senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nos-so. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.

<http://globonews.globo.com/GloboNews/article/0,6993, A296321-571,00.html>

Texto 4

Luis Fernando Verissimo, Jornal do Brasil.

8. A partir da leitura dos textos acima:

a) Compare as ideias sobre o riso presentes nos textos 1, 2 e 3.

b) Comente de que forma a evolução técnico--científica permitiu a percepção do fenômeno do riso nos animais.

c) “Se o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria.” Re-escreva esse período substituindo a forma “pro-vocar” por “provocasse” e faça as alterações que se tornam necessárias a partir dessa mudança.

Texto 5 O discurso do humor: temas, técnicas e leituras

Se você diz a alguém que estuda piadas, o primeiro efeito que produz ainda é o riso. É uma pena que seja assim, porque as piadas são de fato um tipo de material altamente interessante. Por várias razões.

Em primeiro lugar, as piadas são interessan-tes para os estudiosos porque praticamente só há piadas sobre temas que são socialmente controversos. Assim, sociólogos e antropólogos poderiam ter nelas um excelente corpus para tentar reconhecer (ou confirmar) diversas mani-

festações culturais e ideológicas, valores arrai-gados. [...]

Em segundo lugar, porque piadas operam for-temente com estereótipos. Assim, fornecem um bom material para pesquisas sobre “representa-ções”, por exemplo. Possivelmente, qualquer es-tudioso tenha o direito de afirmar que tais repre-sentações são grosseiras demais para revelarem qualquer fato significativo. Mas estará enganado. De fato, elas revelam que, frequentemente, dis-cursos operam mesmo com representações gros-seiras, estereotipadas. E que, portanto, muitas ações sociais são realizadas com esse frágil funda-mento – não dar emprego a determinados tipos de pessoas por causa de seu sotaque ou da cor de sua pele ou do seu tamanho, por exemplo. [...]

Em terceiro lugar, as piadas são interessantes porque são quase sempre veículo de um dis-curso proibido, subterrâneo, não oficial, que não se manifestaria, talvez, através de outras formas de coletas de dados, como entrevistas. Outra face da mesma característica é que as piadas veiculam discursos não explicitados cor-rentemente (ou, pelo menos, discursos pouco oficiais). [...]

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua. Campinas: Mercado de Letras, 1998. p. 25-26.

Texto 6

Ziraldo, O Globo.

9.

a) Segundo o enunciador do texto 5, sociólogos e antropólogos não costumam ver as piadas como objeto de estudo. Transcreva do segun-do parágrafo a palavra que indica essa ideia.

b) Em textos dissertativo-argumentativos, não é raro encontrar avaliações do enunciador ex-pressas pela seguinte estrutura sintática: ora-ção principal + oração subordinada substantiva subjetiva. Retire do primeiro parágrafo do texto 5 um exemplo que fundamente essa afirmativa.

10. Que argumento(s) apresentado(s) no texto 5 para legitimar o estudo de piadas se relaciona(m) com a tira de Ziraldo? Justifique sua resposta.


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