Leo Fraiman A Família e a Escolha Profissional · 2007. 4. 18. · “Antigamente, quando havia...

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Orientador: Sabemos que cabe aos pais não apenas ajudar os filhos a passar no vestibular e, sim, formar uma plataforma de vôo para que eles almejem, planejem e se fortaleçam no desafio de sair da escola como seres pró-ativos e com espírito empreendedor. Pesquisas recentes mostram que a concorrência por uma vaga de estágio em empresas de primeira linha chega aos milhares por vaga, ao mesmo tempo em que os índices de evasão das universidades apresentam números alarmantes. Por que isso está acontecendo? Leo Fraiman: Eu vejo alguns fatores. Primeiro, existe um aumento muito grande da superproteção dos filhos, especialmente na classe média. Uma má interpretação da teoria psicanalítica, no século passado, fez com que alguns pais achassem que eles são os grandes formadores de traumas nos filhos e parece que se criou uma ordem geral: é proibido proibir. Junto a isso, os meios de comunicação adoraram gerar um grande poder para as crianças e adolescentes, haja visto que hoje as crianças já são responsáveis por 70% das compras, influenciando diretamente no consumo da família. Não é à toa que 80% das famílias vivem endividadas, segundo o Instituto Fernando Braudel de Estudos Sobre a Violência. Qual o fator disso? Idolatria, o que está fora de mim vale mais do que o que está dentro, é o ter mais do que o ser. Essa leitura freudiana errada, a de que a família gera trauma, gera neuroses, jogou muita carga de responsabilidade sobre os pais. Mas, foi tanta literatura em cima disso, que acabamos por vivenciar uma inversão não só de papéis, mas de valores. Hoje a gente vê uma geração de “adultescentes”, adultos que querem ser adolescentes e aí o que acontece? O jovem superprotegido, vivendo numa zona de conforto, não tem motivação para sair de casa. Para que ele vai querer crescer? Esse é um fato. O outro fato é a propaganda negativa que contrapõe histórias de ídolos com carreiras rápidas ao profissional cansado, estressado, que chega em casa suado, fora de peso, fora de forma, reclamando da vida. Então, os jovens fazem a pergunta: crescer pra que? Isso eu não quero! Orientador: Em seus estudos, você afirma que esses dois fatores apontados acima fazem com que o jovem se encontre numa situação de apatia, que é a própria negação da vida. Por que os pais devem estar atentos a esses sintomas de apatia? Leo Fraiman: É um grande perigo porque é uma grande doença. A apatia continuada é uma doença. Somos seres programados para o movimento. O ser humano precisa de estímulo, precisa de movimento. A base da vida é o movimento, quem tem vida se move. Ora, um jovem que dorme até as 2 horas da tarde, com a condescendência dos pais não está vivendo, ele está morrendo! Hoje o que se cultua é o consumismo ou morte. Isso é muito sério porque a juventude vem sendo bombardeada por propaganda que diz que ser jovem é legal, não amadurecer é legal! E é aí que os pais precisam entrar em sintonia sobre os valores que a família vai cultivar, como vai ser administrado o dinheiro, quais são os projetos familiares. Se no jantar falo sobre as dificuldades, as broncas do chefe, os clientes difíceis, as dívidas, o trânsito, etc., o jovem vai ouvir tudo aquilo e dizer: crescer, para isso? Não estou dizendo que você negue a realidade, mas é preciso que, além dos problemas, se fale das possibilidades, das conquistas e se dê exemplos positivos. E, imprescindível, conversar sempre com os filhos. Correspondência: Rua das Rosas, 193 - Mirandópolis - CEP 04048-000 - São Paulo/SP - Tel: (11) 5072-4346 Orientador: Quais os erros mais comuns cometidos pela família quando se trata da escolha profissional dos filhos? Leo Fraiman: Querer escolher a profissão pelo filho. Pode ser um erro se o jovem não tiver o perfil que realmente se encaixe naquela sugestão ou indução dos pais. Ele pode não só ser infeliz como ineficaz para a empresa. Tanto é que em muitos casos de sucessão em empresas familiares um jovem sem o perfil adequado, sem competência leva à bancarrota em poucos anos aquilo que levou um século para ser construído. Querer escolher a profissão para o filho, se omitir inteiramente do processo, comparar um filho com outro, criar um glamour sobre determinadas profissões ou preconceitos sobre carreiras são os erros mais comuns. Estudos mostram que não há a carreira do futuro, há o profissional do futuro, com um pé na formação generalizada e outro na especialização. Orientador: E quando os pais comparam os filhos com eles próprios? Leo Fraiman: Comparar-se ao filho, diminuir as escolhas do jovem, criar expectativas sobre elas, querer que o filho realize aquilo que ele, pai, não realizou... é grave. O filho tem todo o direito de escolher o próprio caminho, o pai pode ser o co-piloto e não o comandante. Quando os pais tentam escolher pelos filhos, coisas muito terríveis tendem a acontecer. Isso não quer dizer omissão. Aceitar qualquer coisa pode ser um grande erro também, no sentido de aceitar que o filho faça uma profissão sem fazer uma escolha centrada numa boa pesquisa e num trabalho interior bem elaborado ou, também, aceitar que o filho escolha qualquer universidade. Orientador: Como os pais podem apoiar os filhos de uma maneira saudável? Leo Fraiman: Os pais têm que entender que os jovens precisam dividir a sua escolha em duas etapas. A primeira é pesquisar, dando respostas para as seguintes perguntas: O que é a descrição dessa carreira? Qual a grade curricular? Quais as ocupações profissionais em que posso trabalhar? A carreira trata de assuntos e temas pelos quais me interesso? Como é o mercado de trabalho e o test-drive profissional?O que eu achei das aulas que assisti, das visitas aos ambientes de trabalho e das entrevistas que eu fiz? Depois de pesquisar as profissões, o jovem tem que se pesquisar. Esse é o nosso trabalho de orientação profissional. O que me motiva, quais são as minhas habilidades, que setor de atuação me identifico, quais são os meus critérios e âncoras de carreira, como funciona minha personalidade, meus valores e que legado eu gostaria de deixar para o meu trabalho, porque é muito importante que a família entenda que nenhuma profissão “dá dinheiro”. O dinheiro é uma retribuição à excelência. Orientador: Você enfatizou bastante a questão da superproteção, que tolhe o espírito empreendedor entre outras coisas. Como escapar dessa superproteção? Quais atitudes os pais podem adotar para que seus filhos não caiam nessa armadilha? Leo Fraiman: O primeiro passo é avaliar os rumos que a vida do filho está tomando. A primeira questão é o pai e a mãe terem um momento na semana para conversar sobre a vida familiar, de preferência fora do lar. Assim como numa empresa é preciso ter metas, missão e estratégia, uma família também deve tê-las. Precisa de reuniões, acertos e troca de opiniões. A partir disso, algumas coisas têm que ficar acertadas: a coerência, o falar a mesma língua, a consistência, a cultura da não-agressividade e nem do isolamento, porque deixar os filhos fazerem o que quiserem é tão ruim quanto escolher tudo para os filhos. E, a partir daí, os pais podem fazer algumas perguntas entre si para criar a missão do lar, sobre o tipo de família que se almeja, os valores que serão cultivados, os cursos que serão proporcionados para os filhos e muitas outras coisas. Uma família precisa de um trabalho estruturado. Se um pai não está disposto a dedicar ao filho duas horas dentro das 168 horas da semana, se não está disposto a investir 2/168 do seu tempo, então que valor ele está dando à família? Num mundo tão descentrado, em que as atividades externas tomam tanta importância, um pai não pode fechar o olho e não perceber que os filhos precisam dele. O homem tem que chegar ao final da vida e deixar no filho a certeza de que ele se importou. Orientador: Você arrola uma série de atitudes positivas que os pais podem adotar na convivência com os filhos. Coloca também uma diferenciação interessante entre os “pais pessimistas” e os “pais otimistas”. De uma forma objetiva, como essa atitude ou essa pré-disposição influencia na formação dos filhos? Leo Fraiman: Hoje, uma das características essenciais para o jovem desenvolver-se para o mercado de trabalho é a pró-atividade. O que quer dizer pró-atividade? Ser a favor da atividade. Quando eu falo de otimismo, estou falando de um otimismo lúcido, não estou querendo pintar aqui um mundo colorido que nega os problemas, mas é se perceber através dos problemas. Trata-se de treinar o nosso olhar para as oportunidades. Isso é uma questão que os pais têm que trabalhar dentro de si e com os filhos. Um pai não pode se contentar com um filho medíocre, e nenhuma empresa quer um jovem medíocre, que está na média. Ele vai ser mais um e essa é a grande pergunta: será que o filho vai perdoar o pai por ter sido educado para ser mais um? Orientador: Em sua larga experiência de trabalho com escolas e famílias, como você avalia a importância dessa parceria? Leo Fraiman: A escola deve manter um contato constante com a família informando de todas as atividades de orientação profissional que ocorrem dentro dela: palestras, feiras, visitas a empresas, universidades, etc. Esse canal é fundamental. Por que não convidar pais para falarem de suas atividades ou para que recebam jovens em suas empresas, fazendo a ponte entre a escola e o mundo do trabalho? A escola se torna uma parceira fundamental da família no trabalho de orientação profissional, ao oferecer ensino de qualidade, ambiente sadio, atividades extracurriculares e, fundamentalmente, ao tratar o aluno com decência, dignidade, afeto e justiça. Ao fazer isso, ela já está ensinando um ponto importante do empreendedorismo que é formar a dignidade. Por outro lado, a escola não tem que ensinar para os pais quais são os valores essenciais de sua casa. Da mesma forma, o pai não tem que ensinar Matemática. Ppode estimular que o filho a estudar, mas ele não tem que ensinar Matemática, isso é tarefa da escola. Essa mistura de papéis em algumas escolas tem gerado muitos problemas. Existe o papel da família e existe o papel da escola. Elas são parceiras na busca de uma formação sadia e completa dos jovens. Elas são complementares nessa tarefa. A Família e a Escolha Profissional O amplo leque de opções para a escolha de uma profissão, a competitividade presente na escolha do espaço profissional e as diversas carreiras, muitas vezes atuando no mesmo espaço, vêm tornando cada vez mais difícil para o jovem realizar uma escolha profissional segura e consciente. E os pais têm um importante papel a cumprir neste momento. É o que afirma o professor Leo Fraiman, psicólogo e psicoterapeuta, nesta entrevista. “A escola não tem que ensinar para os pais quais são os valores essenciais do seu lar. Da mesma forma, o pai não tem que ensinar Matemática”. Leo Fraiman 8

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  • Orientador: Sabemos que cabe aos pais não apenas ajudar os filhos a passar no vestibular e, sim, formar uma plataforma de vôo para que eles almejem, planejem e se fortaleçam no desafio de sair da escola como seres pró-ativos e com espírito empreendedor. Pesquisas recentes mostram que a concorrência por uma vaga de estágio em empresas de primeira linha chega aos milhares por vaga, ao mesmo tempo em que os índices de evasão das universidades apresentam números alarmantes. Por que isso está acontecendo?Leo Fraiman: Eu vejo alguns fatores. Primeiro, existe um aumento muito grande da superproteção dos filhos, especialmente na classe média. Uma má interpretação da teoria psicanalítica, no século passado, fez com que alguns pais achassem que eles são os grandes formadores de traumas nos filhos e parece que se criou uma ordem geral: é proibido proibir. Junto a isso, os meios de comunicação adoraram gerar um grande poder para as crianças e adolescentes, haja visto que hoje as crianças já são responsáveis por 70% das compras, influenciando diretamente no consumo da família. Não é à toa que 80% das famílias vivem endividadas, segundo o Instituto Fernando Braudel de Estudos Sobre a Violência. Qual o fator disso? Idolatria, o que está fora de mim vale mais do que o que está dentro, é o ter mais do que o ser. Essa leitura freudiana errada, a de que a família gera trauma, gera neuroses, jogou muita carga de responsabilidade sobre os pais. Mas, foi tanta literatura em cima disso, que acabamos por vivenciar uma inversão não só de papéis, mas de valores. Hoje a gente vê uma geração de “adultescentes”, adultos que querem ser adolescentes e aí o que acontece? O jovem superprotegido, vivendo numa zona de conforto, não tem motivação para sair de casa. Para que ele vai querer crescer? Esse é um fato. O outro fato é a propaganda negativa que contrapõe histórias de ídolos com carreiras rápidas ao profissional cansado, estressado, que chega em casa suado, fora de peso, fora de forma, reclamando da vida. Então, os jovens fazem a pergunta: crescer pra que? Isso eu não quero!

    Orientador: Em seus estudos, você afirma que esses dois fatores apontados acima fazem com que o jovem se encontre numa situação de apatia, que é a própria negação da vida. Por que os pais devem estar atentos a esses sintomas de apatia?Leo Fraiman: É um grande perigo porque é uma grande doença. A apatia continuada é uma doença. Somos seres programados para o movimento. O ser humano precisa de estímulo, precisa de movimento. A base da vida é o movimento, quem tem vida se move. Ora, um jovem que dorme até as 2 horas da tarde, com a condescendência dos pais não está vivendo, ele está morrendo! Hoje o que se cultua é o consumismo ou morte. Isso é muito sério porque a juventude vem sendo bombardeada por propaganda que diz que ser jovem é legal, não amadurecer é legal! E é aí que os pais precisam entrar em sintonia sobre os valores que a família vai cultivar, como vai ser administrado o dinheiro, quais são os projetos familiares. Se no jantar só falo sobre as dificuldades, as broncas do chefe, os clientes difíceis, as dívidas, o trânsito, etc., o jovem vai ouvir tudo aquilo e dizer: crescer, para isso? Não estou dizendo que você negue a realidade, mas é preciso que, além dos problemas, se fale das possibilidades, das conquistas e se dê exemplos positivos. E, imprescindível, conversar sempre com os filhos.

    Correspondência: Rua das Rosas, 193 - Mirandópolis - CEP 04048-000 - São Paulo/SP - Tel: (11) 5072-4346

    Orientador: Quais os erros mais comuns cometidos pela família quando se trata da escolha profissional dos filhos? Leo Fraiman: Querer escolher a profissão pelo filho. Pode ser um erro se o jovem não tiver o perfil que realmente se encaixe naquela sugestão ou indução dos pais. Ele pode não só ser infeliz como ineficaz para a empresa. Tanto é que em muitos casos de sucessão em empresas familiares um jovem sem o perfil adequado, sem competência leva à bancarrota em poucos anos aquilo que levou um século para ser construído. Querer escolher a profissão para o filho, se omitir inteiramente do processo, comparar um filho com outro, criar um glamour sobre determinadas profissões ou preconceitos sobre carreiras são os erros mais comuns. Estudos mostram que não há a carreira do futuro, há o profissional do futuro, com um pé na formação generalizada e outro na especialização.

    Orientador: E quando os pais comparam os filhos com eles próprios?Leo Fraiman: Comparar-se ao filho, diminuir as escolhas do jovem, criar expectativas sobre elas, querer que o filho realize aquilo que ele, pai, não realizou... é grave. O filho tem todo o direito de escolher o próprio caminho, o pai pode ser o co-piloto e não o comandante. Quando os pais tentam escolher pelos filhos, coisas muito terríveis tendem a acontecer. Isso não quer dizer omissão. Aceitar qualquer coisa pode ser um grande erro também, no sentido de aceitar que o filho faça uma profissão sem fazer uma escolha centrada numa boa pesquisa e num trabalho interior bem elaborado ou, também, aceitar que o filho escolha qualquer universidade.

    Orientador: Como os pais podem apoiar os filhos de uma maneira saudável?Leo Fraiman: Os pais têm que entender que os jovens precisam dividir a sua escolha em duas etapas. A primeira é pesquisar, dando respostas para as seguintes perguntas: O que é a descrição dessa carreira? Qual a grade curricular? Quais as ocupações profissionais em que posso trabalhar? A carreira trata de assuntos e temas pelos quais me interesso? Como é o mercado de trabalho e o test-drive profissional?O que eu achei das aulas que assisti, das visitas aos ambientes de trabalho e das entrevistas que eu fiz? Depois de pesquisar as profissões, o jovem tem que se pesquisar. Esse é o nosso trabalho de orientação profissional. O que me motiva, quais são as minhas habilidades, que setor de atuação me identifico, quais são os meus critérios e âncoras de carreira, como funciona minha personalidade, meus valores e que legado eu gostaria de deixar para o meu trabalho, porque é muito importante que a família entenda que nenhuma profissão “dá dinheiro”. O dinheiro é uma retribuição à excelência.

    Orientador: Você enfatizou bastante a questão da superproteção, que tolhe o espírito empreendedor entre outras coisas. Como escapar dessa superproteção? Quais atitudes os pais podem adotar para que seus filhos não caiam nessa armadilha?Leo Fraiman: O primeiro passo é avaliar os rumos que a vida do filho está tomando. A primeira questão é o pai e a mãe terem um momento na semana para conversar sobre a vida familiar, de preferência fora do lar. Assim como numa empresa

    é preciso ter metas, missão e estratégia, uma família também deve tê-las. Precisa de reuniões, acertos e troca de opiniões. A partir disso, algumas coisas têm que ficar acertadas: a coerência, o falar a mesma língua, a consistência, a cultura da não-agressividade e nem do isolamento, porque deixar os filhos fazerem o que quiserem é tão ruim quanto escolher tudo para os filhos. E, a partir daí, os pais podem fazer algumas perguntas entre si para criar a missão do lar, sobre o tipo de família que se almeja, os valores que serão cultivados, os cursos que serão proporcionados para os filhos e muitas outras coisas. Uma família precisa de um trabalho estruturado. Se um pai não está disposto a dedicar ao filho duas horas dentro das 168 horas da semana, se não está disposto a investir 2/168 do seu tempo, então que valor ele está dando à família? Num mundo tão descentrado, em que as atividades externas tomam tanta importância, um pai não pode fechar o olho e não perceber que os filhos precisam dele. O homem tem que chegar ao final da vida e deixar no filho a certeza de que ele se importou.

    Orientador: Você arrola uma série de atitudes positivas que os pais podem adotar na convivência com os filhos. Coloca também uma diferenciação interessante entre os “pais pessimistas” e os “pais otimistas”. De uma forma objetiva, como essa atitude ou essa pré-disposição influencia na formação dos filhos?Leo Fraiman: Hoje, uma das características essenciais para o jovem desenvolver-se para o mercado de trabalho é a pró-atividade. O que quer dizer pró-atividade? Ser a favor da atividade. Quando eu falo de otimismo, estou falando de um otimismo lúcido, não estou querendo pintar aqui um mundo colorido que nega os problemas, mas é se perceber através dos problemas. Trata-se de treinar o nosso olhar para as oportunidades. Isso é uma questão que os pais têm que trabalhar dentro de si e com os filhos. Um pai não pode se contentar com um filho medíocre, e nenhuma empresa quer um jovem medíocre, que está na média. Ele vai ser mais um e essa é a grande pergunta: será que o filho vai perdoar o pai por ter sido educado para ser mais um?

    Orientador: Em sua larga experiência de trabalho com escolas e famílias, como você avalia a importância dessa parceria? Leo Fraiman: A escola deve manter um contato constante com a família informando de todas as atividades de orientação profissional que ocorrem dentro dela: palestras, feiras, visitas a empresas, universidades, etc. Esse canal é fundamental. Por que não convidar pais para falarem de suas atividades ou para que recebam jovens em suas empresas, fazendo a ponte entre a escola e o mundo do trabalho? A escola se torna uma parceira fundamental da família no trabalho de orientação profissional, ao oferecer ensino de qualidade, ambiente sadio, atividades extracurriculares e, fundamentalmente, ao tratar o aluno com decência, dignidade, afeto e justiça. Ao fazer isso, ela já está ensinando um ponto importante do empreendedorismo que é formar a dignidade.Por outro lado, a escola não tem que ensinar para os pais quais são os valores essenciais de sua casa. Da mesma forma, o pai não tem que ensinar Matemática. Ppode estimular que o filho a estudar, mas ele não tem que ensinar Matemática, isso é tarefa da escola. Essa mistura de papéis em algumas escolas tem gerado muitos problemas. Existe o papel da família e existe o papel da escola. Elas são parceiras na busca de uma formação sadia e completa dos jovens. Elas são complementares nessa tarefa.

    A Família e a Escolha ProfissionalO amplo leque de opções para a escolha de uma profissão, a competitividade presente na escolha do espaço profissional e as diversas carreiras, muitas vezes atuando no mesmo espaço, vêm tornando cada vez mais difícil para o jovem realizar uma escolha profissional segura e consciente. E os pais têm um importante papel a cumprir neste momento. É o que afirma o professor Leo Fraiman, psicólogo e psicoterapeuta, nesta entrevista.

    “A escola não tem que ensinar para os pais quais são os valores essenciais do seu lar. Da mesma forma, o pai não

    tem que ensinar Matemática”.

    Leo Fraiman

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  • “Antigamente, quando havia apenas cinco profi ssões nucleares: Direito, Medicina, Engenharia, Odontologia e Magistério, entendia-se que a interferência autocrática ainda pudesse acontecer, para preservar a tradição. Hoje, com a especifi cidade oferecida pelo leque de opções, não cabe mais sequer sugerir esta ou aquela profi ssão”. É assim que Celi Piernikarz*, psicoterapeuta e orientadora educacional do Colégio Horizontes, encara os desafi os da escolha profi ssional nos dias de hoje e o trabalho dos profi ssionais de orientação profi ssional.

    Para ela, ao contrário do que muitos pensam, o jovem está mais preparado para a escolha profi ssional, mais amadurecido. Procura obter mais informações a respeito das diversas áreas, sobre os cursos e mesmo sobre as faculdades/universidades, porque as opções de carreiras e ocupações são muitas e informar-se é fundamental. Interessante, aponta Celi, é notar que um número crescente de escolas despertou para a necessidade de levar informações a seus alunos por meio de programas de orientação profi ssional, justamente para que se situem diante deste leque cada vez mais amplo de opções de carreira.No Colégio Horizontes o trabalho de Orientação Profi ssional é parte integrante da grade curricular e é realizado na disciplina Problemas do Homem Contemporâneo. De acordo com Celi, responsável pela cadeira, “procuramos orientar os alunos para uma escolha consciente. Na primeira parte dos nossos encontros, trabalhamos os sonhos e projetos pessoais e profi ssionais, a auto-estima, as escolhas, a determinação, a maturidade, o autoconhecimento, a qualidade de vida emocional, o perfi l de personalidade, as habilidades e competências, além dos interesses e outros fatores. Levantamos o perfi l global do jovem. Só depois disso entramos com as atividades voltadas diretamente à escolha profi ssional, visitas, entrevistas, pesquisas, leituras e debates, momento em que terão contato com o mundo das profi ssões. Assim, passo-a-passo, aprendem a fazer escolhas mais conscientes, auto-responsáveis e maduras. Num terceiro momento abordamos o mercado de trabalho, a empregabilidade e o empreendedorismo”.Celi Piernikarz aponta que a participação dos pais é fundamental nesse processo, onde são integrados ao trabalho de O.P., suavizando a angústia familiar neste momento da vida dos fi lhos. “Eles são convidados a darem palestras sobre sua profi ssão/área aos alunos e para assistirem palestras de professores na Feira de Profi ssões que montamos anualmente”, diz. Segundo a professora e psicoterapeuta, “é importante ressaltar também que acabamos trazendo os familiares mais para o cotidiano da escola e das necessidades dos fi lhos”. Inúmeras atividades desenvolvidas na escola apresentam as novas exigências e oportunidades do mercado de trabalho. Reuniões individuais periódicas com os alunos, além dos grupos operativos mantêm o jovem informado e integrado quanto aos seus projetos de escolha profi ssional, possibilitando a ele antever seus horizontes. Sobre essa ação, a professora é incisiva: “deixe que eles façam suas opções, sejam elas as acertadas desde o primeiro instante, sejam elas apenas ensaios de uma escolha”.

    RECADO DO LEO FRAIMAN

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    COMO IMPLANTAR UM CURSO DE ORIENTAÇÃO PROFISISONAL,

    EMPREGABILIDADE E EMPREENDEDORISMO NA

    ESCOLA?Valorizando o trabalho de orientação profi ssional e vocacional nas escolas adventistas

    CAMINHAR JUNTOSAssociação Paulista Sul - Escolas Adventistas

    EM BUSCA DE UM DIFERENCIALImplantação de Programa de Orientação Profi ssional utilizará Guia de O.P.E.E – Método

    Leo Fraiman

    Anglo São João da Boa Vista

    A implantação de disciplina específi ca na grade curricular ou de programas de orientação profi ssional vem ocupando

    espaço no universo das escolas comprometidas, não só com a qualidade de ensino, mas também em propiciar aos alunos momentos de informação e refl exão sobre os múltiplos aspectos que envolvem a escolha de uma profi ssão.Hoje, as alterações rápidas e p r o f unda s que s e processam no mercado de trabalho forçam mudanças na formação de crianças e de jovens. Educar para o autoconhecimento e o empreendedorismo ganha cada vez mais importância

    na vida escolar, e tem provocado um rico debate sobre as propostas educacionais para os próximos anos.Neste contexto, a Clínica Fraiman e a Teenager Assessoria Profissional vêm realizando importante trabalho de assessoria junto às escolas que implantaram ou desejam implantar esse programa educacional voltado à orientação sobre a escolha de carreiras e profi ssões. E são inúmeras as possibilidades de desenvolvimento de um programa de orientação profi ssional nas escolas interessadas pelo acréscimo desse diferencial à sua proposta pedagógica. Inicialmente, um programa de orientação profi ssional pode ter um caráter pontual, baseado em ciclos de palestras sobre a escolha da profi ssão, empregabilidade e empreendedorismo, sobre a importância dos pais na educação escolar, oferecer treinamento de professores em comunicação e mediação docente, entre outras possibilidades. Por outro lado, a escola pode optar por contratar uma assessoria que desenvolva um programa de orientação profi ssional com atividades semanais, quinzenais ou mensais. Esse programa envolve o desenvolvimento de material didático, a capacitação de educadores e a supervisão do trabalho de orientação profi ssional. Essa assessoria também pode ministrar ou organizar eventos, palestras e intervenções para alunos, pais ou professores, ao longo do ano letivo com uma programação específi ca e pré-defi nida.A Teenager Assessoria Profi ssional e a Clínica Fraiman, detentora de um método inovador em orientação profi ssional, oferece também às escolas os chamados “anjos da guarda”. Profi ssionais treinados e capacitados podem ser contratados para atuarem como orientadores profi ssionais, na condição de prestadores de serviços, e realizam inúmeras atividades dentro e fora da sala de aula. Neste caso, a escola tem um profi ssional terceirizado, gabaritado, formado e absolutamente comprometido com o método Leo Fraiman e com o material didático por ele desenvolvido.Sobre a implantação de um curso de O.P.E.E. nas escolas, o professor Leo Fraiman afi rma que “existem escolas que participam dos nossos cursos de formação e administram, na grade curricular ou em atividade extracurricular, o Curso de Orientação Profi ssional para a 2.ª e a 3.ª séries do Ensino Médio e o curso da Maturidade e da Atitude Empreendedora, utilizando o Guia do Amadurescente, na 8.ª série do Ensino Fundamental. O módulo de vestibular e de mercado de trabalho do Guia do Amadurescente também é utilizado na 3.ª série do Ensino Médio, após o livro de O.P.E.E”.Hoje, esse programa de orientação profi ssional não se restringe apenas às escolas de currículo tradicional. Muitas ONGs, voltadas para a formação profi ssional nas camadas de baixa renda, têm adotado com entusiasmo essa proposta.

    O Colégio e Cursinho Anglo, de São João da Boa Vista, está implantando o POP – Programa de Orientação Profi ssional para os alunos da 2.ª e 3.ª séries do Ensino Médio e do Curso Preparatório para Vestibulares. O POP, sob a coordenação da professora Carolina Rossi, será um espaço onde o aluno terá a oportunidade de compartilhar suas dúvidas, inseguranças e medos, recebendo

    apoio e a percepção de que ele não é o único a vivenciar este momento importante da vida, que é a escolha profi ssional.O Programa de Orientação Profi ssional é o resultado de uma série de ações pontuais que já vinham sendo desenvolvidas pela escola em anos anteriores: palestras, programas de orientação vocacional, visitas em universidades e o programa de orientação profi ssional da TV WEB do Sistema Anglo para os alunos. A partir de 2007 esse projeto ganha não só uma ação mais consistente e coordenada, como também passa a utilizar o Guia de O.P.E.E. (Método do Prof. Leo Fraiman) visando unifi car estas ações num projeto mais amplo. Para Carolina Rossi, esse programa responde a um antigo anseio dos alunos que ainda encontram difi culdades em defi nir qual carreira abraçar sem

    ajuda de um especialista. “A escola realizava anualmente em parceria com o curso de psicologia da UNIFAE um projeto de estágio sobre orientação vocacional. Observamos, entretanto, a necessidade de desenvolver a orientação profi ssional de modo sistematizado, para atender às expectativas dos nossos estudantes”, diz ela. A escolha recaiu sobre o Guia de O.P.E.E., segundo Carolina, por ser um método claro e motivador para trabalhar com jovens ajudando na formação e no autoconhecimento. Um material rico de conteúdos, atualizado de acordo com o mercado e as necessidades do aluno. O POP está inserido paralelamente à grade curricular e a grande procura e motivação dos alunos é uma demonstração de seu sucesso. Hoje já são mais de 200 inscritos e o Programa de Orientação Profi ssional do Anglo pretende, em breve, se tornar um diferencial em orientação profi ssional na região.

    Foi a partir do projeto educacional voltado para o desenvolvimento integral e harmônico das faculdades físicas, morais, sociais e espiritual do aluno que, em 2007, as escolas da Associação Paulista Sul, da Rede Educacional Adventista, passaram a adotar o Guia de O.P.E.E. (Método Leo Fraiman) nas unidades sob sua responsabilidade.Presente em 128 países, a Rede de Escolas Adventistas soma mais de 1.200.000 alunos e as associações regionais servem para auxiliar a gestão das unidades. Só no Estado de São Paulo existem seis associações, coordenadas pela sede administrativa do Estado, chamada União Central Brasileira (UCB). No caso da Associação Paulista Sul, ela administra 18 unidades escolares, sendo 12 na região sul da capital, três em municípios próximos, e duas no Vale do Ribeira.Segundo Maria Cristina Bastos Banhara, diretora geral das Escolas Adventistas da Associação Paulista Sul, “nosso projeto educacional tem o objetivo de preparar nossos alunos para a vida, em todos os sentidos, e não só no âmbito profi ssional. Partindo da premissa de que valores são aprendidos pelo exemplo, buscamos transpor a barreira da teoria para a prática desenvolvendo o amor e a integridade; e os desdobramentos destes princípios como respeito, bondade, obediência, trabalho, gratidão, contentamento, fé, paciência, perseverança, lealdade e justiça. Paralelamente, trabalhamos a auto-estima do aluno. Deseja-se que os administradores, professores, funcionários, pais e alunos sejam envolvidos em atividades onde haja uma valorização dessas virtudes”.A Rede sempre trabalhou com orientação profi ssional e vocacional em sua grade curricular e a implantação do uso do Guia de O.P.E.E. surgiu de maneira natural. “Em 2006 conhecemos o projeto O.P.E.E. e percebemos que tínhamos objetivos semelhantes. Sempre valorizamos e trabalhamos com orientação vocacional e educacional, pois queremos preparar nossos alunos para fazer escolhas que façam deles profi ssionais íntegros, bem sucedidos e felizes”, afi rma a professora Maria Cristina.Nas escolas da Associação Paulista Sul existe o Serviço de Orientação Educacional (SOE) em cada unidade e a educação voltada para a escolha profi ssional se desenvolve a partir de alguns pilares essenciais, habilidade, aptidão, interesse e realização pessoal fundamentada na cidadania e na solidariedade. Agora, o projeto O.P.E.E. transforma-se em mais uma poderosa ferramenta deste trabalho, auxiliando a orientação profi ssional/vocacional num direcionamento mais objetivo e prático de suas atividades.A professora Maria Cristina Banhara destaca também que, quando se fala em orientação profi ssional e envolvimento familiar, as escolas adventistas já vêm realizando um trabalho consistente. “Temos aulas semanais de cultura geral, para as quais convidamos profi ssionais e pais para entrevistas. Realizamos visitas a universidades, organizamos e participamos de feiras para os vestibulandos, oferecemos palestras para os pais e fazemos eventos voltados para o assunto, como a “Semana das Profi ssões”. Em nossas bibliotecas temos um espaço com material específi co de profi ssões e a 3.ª série do Ensino Médio tem uma aula semanal exclusiva de Orientação Vocacional”.O trabalho de O.P.E.E. está em seu início, mas, segundo a Diretora, já se pode notar na comunidade escolar uma grande expectativa e boa aceitação de sua proposta. A Escola Adventista, frisa Maria Cristina Banhara, tem deixado marcas na vida de seus alunos, ajudando a desenvolver, na formação de crianças e jovens, o amor a Deus e ao próximo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais íntegra e feliz. O trabalho de O.P.E.E., com certeza, vem somar a esta proposta.

    ORIENTADOR é uma publicação da Teenager Assessoria Profi ssional e da Clínica Fraiman destinada aos profi ssionais e educadores da área de Orientação Profi s-sional. Direção: Leo Fraiman, Patrícia Patané e Tadeu Patané; Editor: Marcelo Cintra; Redação: Soraya Moura; Arte: LegArte; Revisão: Mauro Chiavassa; Produção Teenager: Tatiana Gomes; Jornalista Responsável: Paulo Garcia (MTb 24714); End: R. das Rosas, 193, Mirandópolis, S.Paulo/SP - 04840-000

    Produção: ARMAZÉM DE HISTÓRIA

    Mais Informações: www.teenageronline.com.br

    www.fraiman.com.br

    ABRINDO HORIZONTES

    *Psicoterapeuta, especializada em Cinesiologia (ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos do corpo humano) e Orientação Profi ssional e Familiar, atende crianças, adolescentes e adultos e casais na Clínica Fraiman. Orientadora Educacional do Colégio Horizontes, professora da cadeira de PHC (Problemas do Homem Contemporâneo) e de Orientação Profi ssional no Ensino Fundamental e Médio.

    Acima, Carolina Rossi, coordenadora do POP (Programa de Orientação Profi ssional), do Anglo São João da Boa Vista (ao lado).

    Orientação Profi ssional em Sala de Aula

    Quando parte em busca de uma luz que lhe oriente a escolher uma profi ssão, muitas vezes o jovem escuta a expressão “use bem a cabeça!”. Usar a cabeça seria utilizar as faculdades cognitivas de modo integrado. Temos três aspectos essenciais na “mente”: no lado esquerdo do cérebro há o processamento dos dados, de funcionamento lógico e analítico. É ali que são

    gerenciadas as informações e os dados objetivos sobre as profi ssões. Esta é uma parte muito importante do trabalho de OP, porque sem os “dados da realidade” o aluno pode dar um passo em falso. O raciocínio de prós e contras, de vantagens e desvantagens, é analógico e pode ser absolutamente infi nito. O que é vantagem no momento, parece desvantagem em outro. O que é bom do ponto de vista do pai, pode não ser interessante para o jovem. Há ainda o fato de que não se tem todos os dados relativos ao futuro. Do outro lado, temos o “cérebro emocional”, que complementa o aspecto racional da mente. David Servan-Schreiber, neurologista francês e escritor best seller, o aponta como uma excelente fonte de decisões autênticas. Este lado direito do cérebro cuida do aspecto espontâneo do ser humano, é o nosso lado livre, sensciente. Um lado simples de nossa existência, que funciona baseado no mais puro desejo e nas mais simples emoções. Ninguém tem dúvida se gosta de berinjela. Ou você gosta, ou não. Essa parte de nosso cérebro “sabe das coisas”. É ali que se formam os signifi cados pessoais. Ironicamente, é nesta mesma porção mental que se processam dados essenciais para nossa sobrevivência: fome, sede, sono, prazer e outras. Para entrar em contato com esta porção mais profunda da mente é preciso introspecção e por vezes até algum isolamento. Contextos sadios e bem organizados, ajudam os alunos a se internalizarem. Isso facilita em muito a percepção destas “verdades interiores”. Os estudos de outro importante neurologista, Antonio Damásio, corroboram a tese de que é preciso unir razão e emoção para uma boa tomada de decisão. Como fazer esta ponte? Oferecendo ao jovem situações: na escola e em casa que estimulem esta integração. Hoje em dia o jovem está imerso num mundo que gera descentração. Por isso, os pais precisam tomar consciência da cultura que estão formando dentro de casa. Se em casa todo mundo assiste apenas televisão e nunca lê livros, jornais e revistas de qualidade, se todos comem vendo televisão e nunca conversam, os pais podem estar de uma forma indireta colaborando para a que o olhar fi que voltado apenas para fora. É a cultura da idolatria, do Big Brother, onde o que importa é o outro. É preciso dizer também que cultivar o consumismo, ou oferecer uma vida superprotegida, acaba por minar a Fé no futuro. O prazer do aqui e agora cega o jovem da realização do por vir. O outro grande é a omissão. Quando eles se afastam os fi lhos tendem a se sentir abandonados e a apatia é uma das formas de protestar contra isso.

    do que serem deixados em total liberdade, pois ainda precisam de referenciais externos, mesmo que seja para ultrapassá-los.Valores são construídos em casa e validados pela escola. Não valemos pelo que temos ou pela profi ssão que escolhemos. Uma criança tem valor com poucos meses de idade e mesmo assim não trabalha e não “tem nada”. Uma pessoa idosa, com 100 anos de idade, que não trabalhe e nem tenha dinheiro merece dignidade e amor. Ora, por que no meio da vida deveria ser diferente? Nosso valor não depende do que temos, ou do nome da profi ssão que escolhemos. Voltemos ao cérebro. Paralelamente ao aspecto racional da mente temos o lado direito que cuida da intuição, da criatividade, o lado que é empreendedor, que quer-porque-quer. Este lado é o que escolhe por nós e deve ser mobilizado nas pequenas escolhas diárias, para que o jovem o desenvolva. É interessante estimular que o fi lho emita sempre a sua opinião e ampliar ao máximo o repertório de experiências provocativas da mente para estimular a função subjetiva do lado direito do cérebro. O protagonismo decorre de uma prática cotidiana de pequenas escolhas.Mesmo que uma pessoa não saiba exatamente qual o seu projeto de vida(quantos de nós sabíamos exatamente o que queríamos aos dezessete anos?) ainda assim pode cuidar do que é mais importante: acender e manter o fogo do coração, a paixão para fazer a vida dar certo.A apatia(e o desejo de não crescer, não escolher a profi ssão) é também uma forma de prazer. Não fazer nada, fi car largado dá prazer, conforta. Porém mina a capacidade de realização e satisfação no ongo prazo. Os estudos de Martin Seligman sobre felicidade comprovam isso. Fala-se muito em escolher a profi ssão que nos apaixone. Sim, isso é fundamental, mas a paixão maior deve ser pela vida íntegra. Estaremos fazendo um serviço incompleto se não educarmos os nossos jovens sobre o fato de que eles precisam escolher não somente pela paixão, mas também cultivar o fogo no coração. É ele que nos conduz e mantém na linha, nos dias chatos, nas tarefas trabalhosas, quando estamos diante situações em que dá vontade de largar tudo. Aí é que entra em jogo o terceiro aspecto da mente: a atitude, que une o desejo e a razão. Ela signifi ca a a pré-disposição perante a vida, os fatos e os outros. É a atitude que nos abre ás possibilidades, que molda o nosso caráter e nos leva adiante. A pessoa que tem Fé na vida, que acredita em si mesma e no futuro naturalmente desenvolve uma atitude mais positiva, pois percebe que somos todos dotados de uma fagulha divina, viemos todos de uma mesma fonte de luz e energia e assim, em nosso âmago, somos seres perfeitos e repletos de potencial evolutivo.A missão de nós educadores e dos pais é proteger esta fonte, favorecendo que os jovens acreditem na Vida. Que a considerem e a percebam em sua beleza, em seus desafi os e assim, transformem quedas em lições, problemas em aprendizados, medos em superação. Desta forma é que nascem Homens de verdade. Seres íntegros e integrados: consigo, com a sociedade e com o futuro do planeta. A questão não é somente o que eles querem da vida e sim... o que a vida quer deles. Pense nisso.

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    Cumplicidade, Criatividade e Determinação: ingredientes de um Trabalho de Orientação Profi ssional.

    Eliana de Agostini Rolim. Psicóloga Clínica e Especialista em Orientação Profi ssional. Trabalha com adolescentes há 15 anos na área escolar. Atualmente é professora da Disciplina Ética e Cidadania com ênfase em Orientação Profi ssional e Empreendedorismo, no Colégio Santa Isabel (São Paulo). Segundo ela, sua maior conquista é poder participar da grande aventura humana: a formação de pensadores que serão autores da sua própria história.

    Orientador: Como você avalia o amadurecimento do jovem, nos dias de hoje, quanto às escolhas profi ssionais?EA: Para efetivar um trabalho de Orientação Profissional é preciso entender bem quem é o adolescente de hoje e as diferenças que separam esta geração da anterior: a de seus pais. Se analisarmos o adolescente das décadas passadas, encontraremos alguém que contestava o modelo da sociedade, porque havia uma enorme diversidade cultural, social e política, que caracterizava até uma alternativa, mesmo que utópica. Hoje, o adolescente tem muito mais a ver com as idéias de consumo do que com o modo de viver. A era do “Eu quero agora, sem esforço algum” é contagiante, porém percebo que isso só leva a um caminho de muito mais angústia e incertezas. A idéia de fazer escolhas na vida envolve uma relação de perdas e ganhos, fazer escolhas implica em abrir mão de todas as possibilidades em prol de apenas uma, ao menos inicialmente. Estamos enfrentando uma geração que na sua grande maioria não quer sair de um adormecimento, sem perspectivas, que não quer se sentir responsável pelas próprias escolhas, sejam essas de qualquer ordem. Os pais muitas vezes, oferecem muito, até para suprir a ausência, e cobram pouco. Amadurecer é uma decisão... Eis aí um bom desafi o para o nosso trabalho.

    Orientador: Em seu trabalho, que orientações você procura transmitir a um jovem em processo de escolha da carreira?EA: Acredito que o trabalho de orientação profi ssional deve ter como eixos norteadores duas etapas básicas: o autoconhecimento e a busca de informações sobre as possibilidades futuras. É importante promover vivências interativas e desafi adoras que possibilitem ao jovem se conhecer, saber do que gosta, identifi car suas habilidades, desejos, interesses, e assim elaborar que tipo de vida quer ter. É fundamental que o jovem comece a mapear o seu perfi l e associá-lo à prática de algumas profi ssões de seu interesse, projetando-se em busca da felicidade pessoal e realização profi ssional. Percebo que, quanto mais cedo esse processo acontecer, maiores são as chances de escolhas conscientes e maduras.

    Orientador: Quando o Colégio Santa Isabel despertou para a necessidade de desenvolver o trabalho de orientação profissional? Que ações são realizadas na escola sobre escolha de profi ssão?EA: Em 2004, iniciei meu trabalho no colégio Santa Isabel com alunos da 5ª a 8ª Série do Ensino Fundamental II. O colégio procurava uma metodologia para direcionar efetivamente o trabalho de Orientação Profissional. Minha atuação, até então, consistia de atividades preparadas a partir de textos jornalísticos, atividades de autoconhecimento e dinâmicas de grupo enfatizando diversos aspectos do processo da profissão. Comecei a pesquisar em sites, livros e cursos que pudessem atender a todas as questões dessa envolvente caminhada que é a Escolha Profi ssional. Foi nesse período que me deparei com os pressupostos e a aplicabilidade do Método de Orientação para Escolha Profi ssional e Empregabilidade e Empreendedorismo (OPEE). A aceitação e a receptividade do material e da metodologia foram imediatas. Elas foram de encontro à proposta pedagógica do colégio de buscar o diálogo entre a tradição e a inovação dentro de uma construção interacionista, possibilitando ao educando o desenvolvimento das competências e habilidades vitais contemporâneas, resgatando valores

    humanos universais para o efetivo exercício da cidadania, assim como contextualizar a meta maior da educação em busca da autonomia. Atualmente, a cadeira de Ética e Cidadania (com ênfase em Orientação Profi ssional e Empreendedorismo) é parte do componente curricular, com uma aula semanal.

    Orientador: Quais ações a escola procura realizar junto às famílias para tornar a escolha profi ssional dos alunos mais segura? A escola realiza atividades voltadas para os pais no programade orientação profi ssional?EA: A família e a escola estão preocupadas em como direcionar e preparar a geração de jovens, para assumir as inúmeras mudanças do século XXI. Muitas perguntas assombram pais e educadores. Quais serão as exigências do mercado de trabalho? Qual o perfi l que se espera de uma pessoa bem-sucedida? Como direcionar o aprendizado de um planejamento fi nanceiro para nossos jovens? Para tantos questionamentos, torna-se prioridade a necessidade de estabelecermos uma nova escola, e assim, garantir relações familiares efetivas e consistentes.A participação dos pais na educação escolar constitui um papel fundamental e muitas vezes determinante na fase de transição da vida do adolescente para o início da vida adulta. Um dos grandes desafi os atuais é educar na era da informação. Educadores têm discutido maneiras de despertar no educando o interesse pelas questões escolares numa época de grande sedução virtual. Como competir com essa sedução? Experiências bem sucedidas em diversos campos têm comprovado que a solução está justamente em estabelecer uma parceria entre escola e família. Assim sendo, acredito na educação a quatro mãos, em que escola e família juntas, somam e agregam seus principais valores e estabelecem uma parceria efetiva que visa atender as necessidades que abarcam não só o aspecto cognitivo, mas o afetivo, o físico e o profi ssional.

    Orientador: Como o trabalho tem repercutido nas famílias?EA: Constata-se apoio e valorização da família com relação ao trabalho desenvolvido. A conscientização da importância em educar a quatro mãos em atendimento às necessidades de desenvolvimento do Ser – Filho.

    Orientador: Existiria uma “fórmula do sucesso” para o futuro profi ssional?EA: A fórmula do sucesso está no preparo acadêmico, formal e informal, aliado à busca de oportunidades, com atitudes empreendedoras. Dedicação, persistência, estudo, motivação, determinação, fé, ética e entusiasmo são chaves imprescindíveis para obter sucesso e realização.

    Orientador: Num mundo cada vez mais competitivo, como as exigências e novas oportunidades do mercado de trabalho são apresentadas aos jovens?

    EA: Procuro apresentar as exigências do mercado de trabalho acompanhando os trabalhos interdisciplinares que realizamos no colégio. O trabalho de Orientação Profi ssional, assim como os conteúdos e temas abordados, é socializado com a equipe de professores. Diversos recursos são utilizados para fazer a leitura da realidade sócio-econômica do país. A utilização de artigosde revistas e jornais aprimora todo o trabalho de pesquisa, fazendo a ligação com as

    diversas conjecturas. Exemplo disso acontece com o relato de jovens empresários de sucesso e o fracasso de grandes empresários.Sempre solicito que os alunos formem grupos de interesse para pesquisarem sobre os novos nichos do mercado. Como a temática já está sendo explorada em sala de aula, a apresentação dos trabalhos e a exposição das conclusões fi cam excelentes. Este assunto já foi escolhido por um grupo de alunos para a realização de uma monografi a.

    Orientador: Cada escola tem o seu perfi l e sua metodologia. Quais ações a escola desenvolve para que o jovem mantenha-se informado e integrado quanto aos seus projetos profi ssionais?EA: O método do professor Leo Fraiman, mais o material de apoio, compõem um conteúdo atualizado, dinâmico e lúdico. As atividades sugeridas vão traçando um esboço de uma construção do Projeto de Vida de cada adolescente. No ano passado, realizamos a I Feira Solidária do Pequeno Empreendedor, um projeto que envolveu todos os componentes curriculares, objetivando despertar e desenvolver as habilidades que garantam, futuramente, o planejamento fi nanceiro e o sucesso pessoal e profi ssional. Desenvolvemos o Projeto Social Solidário: Adote Uma Família, com o propósito de reforçar os valores humanos e envolver os alunos na cooperação de arrecadação de alimentos para famílias carentes, além de outras empreitadas, como a Olimpíada Interna BIQUIMAFI e a construção do Criador Conservacionista da Fauna Silvestre Nativa, único autorizado pelo IBAMA, entre outros.

    Orientador: Numa área nova e dinâmica da educação, que mensagem você daria ao educador que trabalha com orientação profi ssional? EA: Nossa tarefa de mediadores é escutar e formar aliança incondicional com os educandos, construindo uma base de cumplicidade e acolhimento. Ensinar a ler o mundo transcendendo para desvendar os enigmas que estão implícitos.

    Orientador: Ao lidar com a juventude, acompanhar suas angústias, incertezas e conquistas, você gostaria de fazer alguma consideração fi nal sobre o envolvimento da família na escolha profi ssional dos fi lhos?EA: Por diversas razões os pais ausentaram-se do lar e da co-responsabilidade em orientar os fi lhos quanto à escolha profi ssional, muitas vezes por não conseguirem resolver suas próprias frustrações. Com isso, o jovem está à mercê da mídia eletrônica e dos palpites nas rodas de conversa. O jovem destituído de valores morais, culturais e religiosos vê-se pressionado a escolher uma profi ssão que possa garantir o seu sustento, esquecendo de valorizar suas habilidades e interesses pessoais. Diante dessa constatação, a escola e a família devem assumir o compromisso de formar e informar e seres humanos cujas diferenças sejam valorizadas e desenvolvidas.

    Originalidade, Demanda Social e Mercado de Trabalho são as Marcas dos Cursos da Escola de Artes, Ciências e

    Em fevereiro de 2005 a Universidade de São Paulo marcou defi nitivamente sua presença na Região Leste da Cidade de São Paulo com a inauguração do complexo didático daquela então denominada USP Leste. Em agosto do mesmo ano a nova unidade de ensino e pesquisa da USP recebeu a denominação de Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH.Localizada na região do Parque Ecológico do Tietê (acesso pelo km 17 da Rodovia Ayrton Senna), a EACH ocupa uma área de 250.000 m2, sendo cerca de 50.000 m2 de área construída com edifícios que abrigam os blocos didáticos, laboratórios, auditórios, biblioteca e complexo administrativo. Os cursos, com suas propostas inovadoras foram desenvolvidos sob a ótica da interdisciplinaridade, tendo como principal pilar o Ciclo Básico que, passando por diferentes fases de avaliação e reestruturação de objetivos e conteúdos, contribui para a confi rmação do dinamismo da proposta com constantes ajustes em seu rumo.Os cursos da EACH, cujo ingresso se dá através do exame da FUVEST, têm duração de 4 anos, e foram concebidos a partir do conceito de originalidade, demandas da sociedade e mercado de trabalho. Um de seus aspectos mais importantes é a integração que propicia entre os seus alunos e as comunidades

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    Eliana de Agostini Rolim, psicóloga clínica e especialista em Orientação Profi ssional.

    Atualmente a EACH-USP oferece os seguintes cursos:

    • Ciências da Atividade Física

    • Gerontologia

    • Gestão Ambiental

    • Gestão de Políticas Públicas

    • Lazer e Turismo

    • Licenciatura em Ciências da Natureza

    • Marketing

    • Obstetrícia

    • Sistemas de Informação

    • Tecnologia Têxtil e da Indumentária

    Para os próximos meses a EACH-USP dará início a um programa de abertura de sua unidade à visitação pública, com monitoria e palestras sobre essas novas profi ssões.

    Agenda Teenager1.º Semestre/2007

    Um Dia Voltado à Orientação Profi ssionalIV UNIPROF / VIII UNIEXPO

    UNIPROF 2007 - IV Encontro Teenager de Universidades e Profi ssões

    Data: 05 de maio de 2007 – Sábado.Horário: 11h30 às 17h00.Local: Colégio Salesiano Santa Teresinha - Rua D. Henrique Mourão, 201 – Santa Teresinha (Santana) – São Paulo/SP

    UNIEXPO 2007 - VIII Exposição Teenager de Universidades e Profi ssões

    Data: 19 de maio de 2007 – Sábado.Horário: 11h30 às 17h00.Local: Colégio Santa Maria - Av. Sarg. Geraldo Santana, 901 – São Paulo/SP

    Patrícia Patané, psicóloga, sócia-diretora da Teenager Assessoria Profi ssional

    Solicite seu convite: (11) 5072-4346

    A intenção da Teenager Assessoria Profi ssional sempre foi levar ao jovem um pouco mais de esperança com relação ao seu futuro profi ssional. Desde 1999, quando da realização do I Fórum de Universidades e Profi ssões, pudemos perceber o grande interesse e preocupação dos adolescentes quando se tratava da escolha de uma carreira ou profi ssão. Aquele jovem “apático”, como se costumava dizer de uma forma preconceituosa, participava dos eventos de uma maneira intensa e comprometida. Havia um rico universo de dúvidas, interesses, busca de opções e, mais que tudo, de busca de orientação quanto à escolha profi ssional a ser feita.

    O caminho foi longo. Em 2007 chegamos ao IV UNIPROF e ao VIII UNIEXPO, momento em que milhares de jovens têm a oportunidade de entrar em contato com as profi ssões e os profi ssionais, conhecer as universidades, saber sobre vestibular, mercado de trabalho e empregabilidade. É um momento para o jovem responder a uma série de indagações. As escolas devem trazer seus alunos, pais e educadores para que se atualizem sobre as tendências que têm marcado o debate sobre a escolha da carreira profi ssional, conhecer a dinâmica das novas profi ssões e as opções que antigos cursos vêm produzindo nos dias de hoje.

    Quanto mais profi ssões o jovem vier a conhecer, mais ele abrirá o seu leque de opções, que será fechado à medida que for sendo realizado o trabalho de orientação profi ssional em sala de aula. Por isso, a participação do orientador profi ssional junto com seu aluno nesse evento é fundamental. Baseado em pesquisa preliminar realizada com alunos do Ensino Médio, tanto o UNIPROF, quanto o UNIEXPO são organizados visando atender ao interesse dos jovens e oferecer tudo o que possa auxiliar o jovem em relação à escolha profi ssional. Todos os profi ssionais que participam do evento fi cam a par dessa pesquisa de interesse e focam suas intervenções a partir das dúvidas e interesses dos alunos nela apresentados. A pesquisa escora a intervenção dos profi ssionais.Momento de buscar informação, para o educador que trabalha com Orientação Profi ssional, o evento é uma oportunidade única de manter-se atualizado e de participar de encontros com educadores, profi ssionais e acompanhar palestras sobre os novos rumos do trabalho de orientação profi ssional nas escolas. Ele permite a esse educador que retorne, mesmo que seja por um dia, à vida universitária, conhecendo tudo o que de novo se tem produzido em termos de profi ssões, vocações, livros, etc.

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    UNESP desenvolve ações para a in-clusão de alunos de baixa renda e escola pública

    1) Cursinhos pré-vestibulares:

    A UNESP oferece mais de 2 mil vagas em cursinhos pré-vestibulares para alunos de baixa renda, egressos do ensino médio público, em 19 campi. Em 2006, os cursinhos pré-vestibulares da UNESP aprovaram 309 alunos em vestibulares de universidades públicas.

    2) Isenções de taxa de inscrição do vestibular:

    Para o Vestibular 2007, a UNESP e a Vunesp (Fundação para o Vestibular da UNESP) concederam 32.611 isenções da taxa de inscrição e da compra do Manual do Candidato. Foram 24.122 benefícios para alunos do 3º ano do ensino médio da rede pública estadual (previsto no “Programa para a inclusão dos melhores alunos da escola pública na Universidade”, fi rmado entre a UNESP, Vunesp e a Secretaria de Estado da Educação); 2.300 isenções para estudantes dos cursinhos pré-vestibulares da própria UNESP e mais 6.189 oferecidas a candidatos socioeconomicamente carentes.

    3) Bolsas de estudos: Entre as bolsas e auxílios concedidos pela UNESP, está a Bolsa de Apoio ao Estudante, que se destina a alunos de graduação com comprovada carência socioeconômica. Em 2004, foram concedidas 1.271 bolsas de Apoio ao Estudante, no valor mensal de R$ 175,00. Em 2005, foram 1.358 bolsas. Em 2006, 1.311 bolsas.

    4) Bolsas de estudos para calouros oriundos da rede pública:

    Doze alunos que ingressaram na UNESP (Universidade Estadual Paulista) em 2006, oriundos da rede pública estadual, foram contemplados com bolsas de estudos no valor

    de um salário mínimo, válidas até a conclusão dos cursos. A iniciativa do Programa para Inclusão dos Melhores Alunos da Escola Pública na Universidade foi validada por protocolo fi rmado entre a UNESP e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por intermédio da Vunesp (Fundação para o Vestibular da UNESP).De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação da UNESP, as bolsas

    estudos complementam a ação da UNESP para a inclusão social e têm como fi nalidade garantir a permanência desses alunos, com destacado potencial, na Universidade. Durante os cursos, eles recebem a orientação de professores no desenvolvimento de projetos acadêmicos.

    5) Programa de Moradia Estudantil:Todos os campi da UNESP são benefi ciados com o Programa de Moradia Estudantil. De acordo com dados levantados em 2006, o Programa, vinculado à Pró-Reitoria de Administração, benefi ciou, naquele ano, 1.371 alunos de baixa renda com: 1.004 moradias; 306 auxílios-aluguel e 61 casas alugadas.

    A UNESP – Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, possui um amplo programa de inclusão destinado aos alunos de baixa renda e das escolas públicas. As ações objetivam tornar acessível a universidade pública a todos e oferece desde cursinhos pré-vestibulares a moradia estudantil. Conheça o que a universidade vem oferecendo e informe seus alunos sobre a oportunidade de estudar numa universidade pública de prestígio.

    Apostando na inclusão e na diversidade, a Faculdade IBMEC SÃO PAULO vem ampliando seu Programa de Bolsas de Estudo que objetiva apoiar alunos com grande motivação, interessados numa formação acadêmica diferenciada e que possam dedicar-se exclusivamente aos estudos, mas que tenham difi culdade em custear o seu curso. O IBMEC SÃO PAULO está de portas abertas para receber alunos com esse perfi l.

    Bolsas de Estudo

    Programa de Bolsas de Estudo é Aposta na Inclusão e na Diversidade

    Centro de excelência nas áreas de negócios e economia, que alia rigor acadêmico a uma pragmática visão de mercado, ancorada em sólidos princípios éticos, a Faculdade IBMEC SÃO PAULO transformou-se em referencial de ensino nas áreas de Economia e Administração.Desde 1999, quando in ic iou suas atividades, a faculdade oferece aos alunos da graduação, uma sólida base analítica e quantitativa, por meio de um currículo diferenciado, com o objetivo de formar profissionais altamente qualificados para atuarem em nas áreas de sua preferência. Com uma estrutura em período integral, o IBMEC SÃO PAULO oferece uma proposta de educação integrada com forte conteúdo acadêmico, desenvolvimento de competências profissionais e formação humanística. Segundo Marcia Moura, diretora de Desenvolvimento Organizacional da instituição, entre as diversas razões para o sucesso do IBMEC SÃO PAULO estão os valores prezados pela escola, norteadores da atitude de todos os membros de sua comunidade, com especial destaque para a confi ança mútua, o comprometimento, a responsabilidade e a valorização da diversidade. Por acreditar na Diversidade como valor fundamental, a Faculdade IBMEC SÃO PAULO pretende ser acessível a alunos provenientes de diversos estratos econômicos da sociedade e, para isso, instituiu um amplo Programa de Bolsas de Estudo.“Nós entendemos que o Programa de Bolsas de Estudo representa um instrumento muito efi ciente para a inclusão de jovens que tenham vontade de estudar, talentosos, aprovados no vestibular do IBMEC SÃO PAULO, mas que por razões fi nanceiras vêem esse sonho frustrado”, afi rma Marcia Moura. Segundo ela, o que se pretende é a inclusão de jovens motivados ao

    estudo, em busca da profi ssionalização diferenciada na área e possuidores de sólidos princípios éticos.“Desejamos j o v e n s c o m capacidade, coragem e d i spos i ção de t r a n s f o r m a r a

    sociedade.

    Marcia Moura

    sociedade. Nós esperamos criar um ambiente que espelhe tudo isso, para que ele não só aprenda por meio da matéria, da disciplina ou porque tem bolsa, mas que veja isso por todos os cantos da escola”, afi rma.O Programa de Bolsas de Estudo do IBMEC SÃO PAULO vem sendo ampliado ano a ano. Ao longo desse tempo, aperfeiçoou-se e, transformou-se num importante instrumento de inclusão social e de atração de alunos com alta capacidade de desempenho e vontade de realizar um curso de qualidade. “Somos uma escola de elite intelectual, não econômica. Todo material necessário ao bom acompanhamento dos cursos é suprido pelo Programa de Bolsas”, diz Marcia Moura.O IBMEC SÃO PAULO possui duas modalidades de bolsas de estudo para

    novos alunos: a Bolsa Integral e a Bolsa Calouros. A Bolsa Integral destina-se a alunos com renda (bruta) familiar per capita de até 1,5 (um e meio) salário mínimo e que tenham cursado o Ensino Médio em escolas públicas ou privadas gratuitas ou com bolsa, enquanto a Bolsa Calouros é voltada para alunos que possuem renda (bruta) familiar per capita de até 8 (oito) salários mínimos, com um orçamento familiar limitado que não permite fi nanciar um curso de qualidade. “Para nós, acrescenta a diretora, é fundamental que o aluno passe no nosso vestibular como prova de capacidade de acompanhar o curso até o fim. É um empreendimento do bolsista e da escola. Realizamos o acompanhamento do desempenho acadêmico ano a ano, visto que a bolsa é concedida para o curso todo, porém conquistada a cada ano. O que queremos dizer com isso? O aluno, desde o momento em que conquista a bolsa, tem dois compromissos a cumprir: ter um

    aproveitamento acadêmico satisfatório e não cometer nenhuma transgressão ao Código de Ética e Conduta da escola, onde estão consagrados os princípios e valores da instituição aos quais adere no momento da matrícula.”Bancado pelo Fundo de Bolsas, o Programa de Bolsas de Estudo do IBMEC SÃO PAULO funciona como um crédito educativo: não há juros, o valor da bolsa é corrigido pelo IPCA e toda restituição vai para o próprio Fundo, de tal forma que o ex-bolsista saiba que está recapitalizando o fundo que o subsidiou. O prazo máximo para a restituição da bolsa é de oito anos, dependendo do percentual de bolsa recebido. Esse senso de compromisso do aluno com as outras gerações é motivo de orgulho, crescimento e responsabilidade social, aí residindo um dos aspectos relevantes da restituição. “Para oferecermos a cada ano uma maior quantidade de bolsas necessitamos de mais recursos e essa tarefa ganha maior significado quando o ex-bolsista, aquele que se benefi ciou do programa, passa a ser contribuinte do Fundo de Bolsas”. O objetivo é que, a médio prazo, os recursos do Fundo de Bolsas sejam totalmente oriundos das contribuições dos ex-bolsistas, garantindo-lhe sustentabilidade e perenidade, baseadas no senso de responsabilidade, na confi ança mútua e na valorização à diversidade, princípios da escola presentes também nessa ação.Para a faculdade IBMEC SÃO PAULO é muito importante que os orientadores educacionais e profi ssionais informem-se e orientem seus alunos sobre os procedimentos adequados para a obtenção de bolsas de estudo da faculdade, que está de portas abertas para receber jovens motivados, empreendedores e comprometidos com os valores da instituição.

    Mais informações: www.ibmecsp.edu.br

    Regina Agrella/ACI/Unesp.