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2109 ANÁLISE DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES AGROPECUÁRIAS BRASILEIRAS NOS MERCADOS DE ESTADOS UNIDOS E ÍNDIA Rogério Edivaldo Freitas

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2109ANLISE DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAES AGROPECURIAS BRASILEIRAS NOS MERCADOS DE ESTADOS UNIDOS E NDIARogrio Edivaldo FreitasTEXTO PARA DISCUSSOANLISE DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DAS EXPORTAES AGROPECURIAS BRASILEIRAS NOS MERCADOS DOS ESTADOS UNIDOS E DA NDIARogrio Edivaldo Freitas11. Tcnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Polticas Setoriais de Inovao, Regulao e Infraestrutura (Diset/Ipea).B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 52 1 0 9Texto para DiscussoPublicaocujoobjetivodivulgarresultadosdeestudos direta ou indiretamente desenvolvidos pelo Ipea, os quais, porsuarelevncia,levaminformaesparaprossionais especializados e estabelecem um espao para sugestes. Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada ipea 2015Texto para discusso/Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada.- Braslia : Rio de Janeiro : Ipea , 1990-ISSN 1415-47651.Brasil. 2.Aspectos Econmicos. 3.Aspectos Sociais. I. Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada.CDD 330.908Asopiniesemitidasnestapublicaosodeexclusivae inteiraresponsabilidadedo(s)autor(es),noexprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa EconmicaAplicadaoudaSecretariadeAssuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica.permitidaareproduodestetextoedosdadosnele contidos, desde que citada a fonte. Reprodues para ns comerciais so proibidas.JEL: F14; Q11; Q17.Governo FederalSSecretaria de Assuntos Estratgicos daPresidncia da RepblicaMinistro Roberto Mangabeira UngerFundaopbl i cavi ncul adaSecr et ar i ade AssuntosEstratgicosdaPresidnciadaRepblica, oIpeafornecesuportetcnicoeinstitucionals aesgovernamentaispossibilitandoaformulao deinmeraspolticaspblicaseprogramasde desenvol vi mentobrasi l ei roedi sponi bi l i za, paraasociedade,pesquisaseestudosrealizados por seus tcnicos.PresidenteJess Jos Freire de SouzaDiretor de Desenvolvimento InstitucionalAlexandre dos Santos CunhaDiretor de Estudos e Polticas do Estado,das Instituies e da DemocraciaDaniel Ricardo de Castro CerqueiraDiretor de Estudos e PolticasMacroeconmicasCludio Hamilton Matos dos SantosDiretor de Estudos e Polticas Regionais,Urbanas e AmbientaisMarco Aurlio CostaDiretora de Estudos e Polticas Setoriaisde Inovao, Regulao e InfraestruturaFernanda De NegriDiretor de Estudos e Polticas SociaisAndr Bojikian CalixtreDiretor de Estudos e Relaes Econmicase Polticas InternacionaisBrand ArenariChefe de GabineteJos Eduardo Elias RomoAssessor-chefe de Imprensae ComunicaoJoo Cludio Garcia Rodrigues LimaOuvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoriaURL: http://www.ipea.gov.brSUMRIOSINOPSEABSTRACT1 INTRODUO ..........................................................................................................72 UMA BREVE HISTRIA NO TEMPO: IMPORTNCIA E POTENCIAL DOS MERCADOS DE ESTADOS UNIDOS E NDIA PARA AS EXPORTAES AGROPECURIAS BRASILEIRAS ........................................................................93 DADOS E METODOLOGIA .........................................................................................114 RESULTADOS E DISCUSSO ......................................................................................175 CONSIDERAES FINAIS ..........................................................................................22REFERNCIAS .............................................................................................................24ANEXO A ....................................................................................................................28ANEXO B ....................................................................................................................30SINOPSEEstados Unidos e ndia representam parceiros comerciais com caractersticas que se traduzem em elevada demanda de alimentos ou em mercados promissores para futuros negcios. Diante de tal quadro, o objetivo do estudo foi analisar a relevncia e potencial desses mercados para as exportaes agropecurias brasileiras. Os resultados do trabalho basearam-se na identifcao de produtos em que Estados Unidos e/ou ndia apresentam-se como mercados lderes ou mercados intermedirios na aquisio de produtos agropecurios exportados pelo Brasil ao longo do perodo 1997-2013. De modo geral, para os Estados Unidos, a maioria dos itens identifcados so produtos j processados (gorduras e leos, produtos das indstrias alimentares e produtos das indstrias qumicas). Ainda para o caso norte-americano, em termos dos produtos em que o pas um mercado intermedirio, vale destacar o caso das uvas, das preparaes alimentcias e conservas de bovinos, e do acar de cana em bruto. A ndia, de sua parte, foi identifcada num nmero menor de produtos, tanto na condio de demandante lder como na condio de demandante intermediria. Este resultado em si j sinaliza para o carter mais potencial do que efetivo (ou presente) do mercado indiano. Destaque particular deve ser dado ao acar de cana em bruto, que tambm fora identifcado para os Estados Unidos.Palavras-chave: agropecuria; exportaes; Brasil; Estados Unidos; ndia.ABSTRACTUnited States and India represent trade partners with strong demand for Brazilian food or interesting potential for future business. Here the objective was to verify the importance and potential in USA and Indian markets for Brazilian agricultural exports. Results based on identifying products in which USA or India were leader or intermediate markets in buying Brazilian agricultural exports during the seventeen last years. In general terms, for USA the major part of identifed products are products already processed (animal or vegetable fats and oils, products of food industries, and products of chemical industries). Moreover, in the products in which USA were an intermediate market, grapes, bovine meat preparations, and gross sugar cane deserve attention. At the same time, India demands a smaller number of Brazilian agricultural products. Tis result shows the more potential profle of this country. Special highlight must be done to gross sugar cane, identifed for both countries.Keywords: farming and castle raising; exports; Brazil, United States of America; India.Texto paraDiscusso2 1 0 97Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndia1 INTRODUOEstudo anterior (Freitas, 2015) j havia detectado os principais compradores de produtosagropecuriosbrasileiros,tantoemtermosdemercadoslderescomo de mercados intermedirios.Para o caso das gorduras e leos animais ou vegetais, ndia, Uruguai e Estados Unidosmerecemapontamentoespecfco.Emnvelderegies,ademandamais destacvel a de vizinhos sul-americanos e de representantes europeus e asiticos (China, ndia, Malsia e Japo), cabendo aos mercados asiticos potencialidades em funo das projees de crescimento populacional naquela parte do globo.Em termos dos produtos das indstrias alimentares, os principais compradores so Estados Unidos, Argentina e Pases Baixos. Regionalmente, os mercados lderes encontram-se entre vizinhos sul-americanos, pases africanos, e representantes da Europa Ocidental. Outra regio que deve aqui ser considerada a do Oriente Mdio e adjacncias.Quantosexportaesagropecuriasdosprodutosdasindstriasqumicas, dominanteademandaoriundadepasesdesenvolvidos(Alemanha,EstadosUnidos, Frana, Japo, Holanda, e Reino Unido), com nfase para a demanda norte-americana.Alemanha, Argentina, Japo e Holanda so os parceiros comerciais com maior presena,tendosurgidoemcincodosseisgrupamentosanteriormenteestudados.1 Estados Unidos, Itlia, Reino Unido e Venezuela apareceram simultaneamente quatro vezes, enquanto Chile, China, Espanha, Ir, Paraguai, Rssia e Uruguai apresentaram-se emtrsdasseisseesdaNomenclaturaComumdoMercosul(NCM)analisadas. A ndia, por sua vez, foi mais representativa em gorduras e leos animais ou vegetaisEstesdadosmostramque,dopontodevistadademandainternacionalpor produtos agropecurios brasileiros, as compras realizadas por Estados Unidos e ndia so representativas ou promissoras. No caso norte-americano, trata-se de um tradicional 1. Animais vivos e produtos do reino animal, produtos do reino vegetal, gorduras e leos animais ou vegetais, produtos das indstrias alimentares, produtos das indstrias qumicas, e matria brosa.8B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5hcomprador de itens da agropecuria brasileira. Conquanto os Estados Unidos sejam um grande produtor e exportador agropecurio, h razovel complementaridade entre sua produo e a brasileira, em particular por conta da forte tradio dos americanos na produo de cultivos de inverno, diferentemente do perfl brasileiro. De outra parte, no caso indiano, as projees de crescimento populacional para aquelanaosinalizamparaumaintensifcaodoperflcompradordessemercado, ainda que o pas tambm se caracterize como um grande produtor em determinados itens agropecurios de marcante produo no Brasil, como o acar. Ademais, hoje reconhecido que a produo de alimentos ter que dobrar at 2050, quando a estimativa de que a populao mundial atinja a cifra de nove bilhes de pessoas (Santana, ContinieMarthaJr.,2011),cabendondiaoprotagonismodesteprocessono curto prazo (United Nations, 2012).2 Ao mesmo tempo, inmeros trabalhos (Barros e Goldenstein, 1997; Lopes et al., 2011, entre outros) mostram que a produo agropecuria nacional logrou relativo sucesso em se adaptar s mudanas de paradigma pelas quais passou a economia brasileira, a partir dos anos 1990. Neste cenrio vigoraram superavits comerciais agropecurios em todos os anos de 1989 a 2012 (Freitas, 2014a), mesmo em exerccios nos quais o saldo comercial brasileiro foi negativo. Aomesmotempo,nocotejocomoutrosgrandesprodutoresmundiaisde alimentos, o Brasil detm boas condies relativas para expanso de sua base produtiva (Continietal.,2012)eparaexpansodesuaproduoagropecuria. Vriosestudos (Gasques, 2011; Barros, 2012; Freitas, Mendona e Lopes, 2013, 2014) estimaram relativa disponibilidade de terras e rota de crescimento no sentido centro noroeste do pas.Produtor histrico de itens como acar e caf, hoje o pas apresenta expertise na produo,abastecimentointernoeexportaodeumamaiorvariedadedeprodutos agropecurios e de seus processados, a includos vinhos, sucos de frutas, carnes e suas preparaes. Alm disso, h estimativas (IAPC, 2012) de que o Brasil ser pea chave 2. Uma discusso vlida sobre o debate crescimento da populao versus crescimento da produo de alimentos est posta em Johnson (2000), remontando questo no apenas nos trabalhos conhecidos de Thomas Malthus, mas at mesmo anteriores, em passagens do prprio texto bblico.Texto paraDiscusso2 1 0 99Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndianas exportaes mundiais projetadas (2021-2022) de milho, soja em gro, carne bovina e carne de frango.3 Este o pano de fundo deste estudo, no qual se buscar compreender melhor em que medida os mercados de Estados Unidos e ndia j so relevantes para o Brasil, e de que modo podem ser promissores.Almdestaseointrodutria,oestudocontaaindacommaisquatrosees, destinadas, respectivamente, reviso terica, apresentao dos dados e metodologia, e discusso dos resultados, tendo sido reservada seo 5 as consideraes fnais.2 UMA BREVE HISTRIA NO TEMPO: IMPORTNCIA E POTENCIAL DOS MERCADOS DE ESTADOS UNIDOS E NDIA PARA AS EXPORTAES AGROPECURIAS BRASILEIRASOs Estados Unidos sempre foram um parceiro comercial presente nas vendas de produtos agropecuriosbrasileiros.Tradicionaisprodutoresdecultivosdeinverno,nosquais pequena ou inexistente a penetrao internacional brasileira, itens de relevncia histrica para o Brasil, como caf, tabaco, e suco laranja constituem de longa data vendas de monta para aquele mercado. Emparalelo,ascontestaesdacomunidadeinternacionalspolticasde subsdios e apoio ao produtor agrcola nos Estados Unidos no mbito da Farm Bill tambmtmajudadoareduzire/ouremodelarosnveisoramentriosdeapoio quele produtor. O processo de contestao aos subsdios especfcos ao algodo dos Estados Unidos um bom exemplo nesta direo.Alm disso, mesmo no contexto de crises espordicas, os ltimos vinte anos registraram um crescimento real de produto da ordem de 2,7% ao ano (a.a.), em mdia, na economia dos Estados Unidos (Ipeadata, 2014). Acerca deste aspecto, observe-se o grfico 1.3. Neste diapaso, a carne de aves deve ultrapassar a carne de porco, tornando-se a carne de maior consumo no perodo 2014-2023, conforme estimativas da OECD-FAO (2014) (Nogueira, 2014).10B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5GRFICO 1Estados Unidos variao real trimestral anualizada do PIB (1994-2013)(Em % a.a.)-8-6-4-20246810Mdia: 2,7% a.a.1994 T11994 T41995 T31996 T21997 T11997 T41998 T31999 T22000 T12000 T42001 T32002 T22003 T12003 T42004 T32005 T22006 T12006 T42007 T32008 T22009 T12009 T42010 T32011 T22012 T12012 T42013 T3Fonte: Ipeadata (2014) apud The Economist.Por se tratar de um mercado de renda j elevada, tal trajetria de crescimento sem dvida impulsiona para cima o perfl comprador do mercado local, inclusive no caso de itens alimentares.Outropontoquedepeafavordascomprasdopasemrelaoproduo agropecuria brasileira a distncia comparativamente pequena entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto a distncia entre Santos e Nova York de 7.738 km, a distncia entre Santos e Pequim (China), entre Santos e Roterd (Unio Europeia), e entre Santos e Tquio (Japo) de 17.615 km, 9.775 km, e de 18.588 km, respectivamente,4 o que podefavorecerosembarquesparaosEstadosUnidosnocasodeprodutoscomalta perecibilidade ou elevados custos de transporte por milha nutica trafegada.J no caso indiano, o principal argumento a favor de maiores compras de itens alimentares por aquele pas prende-se questo da segurana alimentar.5 Diversas projees de crescimento populacional para os pases da ONU (UN, 2012) informam 4. Dados de distncia entre cidades obtidos em Byers (1997).5. Na denio de Ormond (2006, p. 245), implica garantir a todos condies de acesso a alimentos bsicos, seguros e de qualidade, em quantidade suciente para atender aos requisitos nutricionais, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em prticas alimentares saudveis, contribuindo assim para uma existncia digna em um contexto de desenvolvimento integral do ser humano (grifo nosso).Texto paraDiscusso2 1 0 911Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaquenaprximadcadaandiaultrapassaraChinacomonaomaispopulosado planeta, conforme os dados a seguir.GRFICO 2Estimativas populacionais para China e ndia (2014-2030)1.250.0001.300.0001.350.0001.400.0001.450.0001.500.000China ndia20142015201620172018201920202021202220232024202520262027202820292030Fonte: UN (2012).Em determinados produtos nos quais o Brasil um produtor lder em nvel mundial, a ndia um competidor de peso, como no caso do acar, por exemplo (Sousa et al., 2011; Ferreira, Teixeira, Souza, 2009). Entretanto, mesmo nestes casos, a questo da disponibilidade de recursos para uso agrcola6 e as presses ambientais decorrentes de uma populao absoluta em grande nmero podem gerar difculdades para seu suprimento interno apenas com base na produo domstica.3 DADOS E METODOLOGIAUtilizaram-se dados do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC, 2014), os quais compreendem informaes anuais do perodo de 1997 a 2013. Elegeu-se a defnio de produto agrcola delineada no Acordo Agrcola da Rodada do Uruguai. Esta taxonomia foi um dos produtos do esforo de construo de um comrcio agropecurio mais livre, e tambm o resultado de uma inteno da comunidade internacional simultneo formao da Organizao Mundial do Comrcio (OMC).6. Conforme alguns analistas (Wise, 2013), o processo de urbanizao ter um impacto signicativo na oferta disponvel de terras para uso agrcola em pases chave da produo-comrcio agropecurio internacionais, casos tpicos de China e ndia.12B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5Existem outras taxonomias versando sobre o que seria o produto agropecurio na produo econmica e/ou nos fuxos comerciais. Porm, dois elementos advogam afavordadefnioadotada.Emprimeiroplano,trata-sedecategorizaoemboa medida referendada pelos pases integrantes da OMC.7 Ademais, e por consequncia, os prprios pases negociam acordos comerciais com base nas categorias de produtos defnidos no Sistema Harmonizado (SH) de Categorizao de Produtos, caso dos itens defnidos no acordo agrcola supracitado.Osprodutosselecionadosconformeestecritrioconstamdatabela1,etal categorizao inclui produtos j processados em atividades industriais, a exemplo de lcoois industriais (SH29) e vinhos (SH22).TABELA 1Cdigos SH do Acordo Agrcola da Rodada do UruguaiCaptulo SH Itens1 e 2 Todos4 a 24 Todos (exceto peixes e suas preparaes)29 2905.43 e 2905.4433 33.0135 35.01 a 35.0538 3809.10 e 3823.6041 41.01 a 41.0343 43.0150 50.01 a 50.0351 51.01 a 51.0352 52.01 e 52.0353 53.01 e 53.02Fonte: Elaborao do autor com base em WTO (2011). Para os propsitos deste trabalho, analisaram-se somente as NCMs que representaram oprimeirodecildealneasNCM8commaioresvaloresdeexportaesagropecurias, utilizando-se o seguinte procedimento para o tratamento dos dados, de acordo com metodologia aplicada em Freitas (2014a):totalizao das exportaes agropecurias e totais em cada ano da srie; clculo de estatsticas bsicas nos conceitos de exportaes agropecurias e de exportaes totais; eseleo do primeiro decil de alneas NCM8 com maiores valores de exportao, ano a ano, nas exportaes agropecurias.7. At junho de 2013, a OMC contava com 160 pases-membros (WTO, 2014).Texto paraDiscusso2 1 0 913Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaSelecionados tais itens comerciais (80 produtos),8 estes foram categorizados com base em ideias discutidas em Bussab e Morettin (1987) e Sartoris (2003). Neste mbito, fltrados os produtos de interesse, efetivou-se o tratamento dos dados a seguir descrito.1)Clculo, para cada alnea NCM8 (anexo A), da distribuio de exportaes entre os pases de destino, ano a ano, no perodo 1997-2013, totalizando 17 anos. 2)Clculo da participao mdia (1997-2013) de cada pas destino nas exportaes de cada alnea NCM8 do item 1.3)Classifcao dos pases de destino identifcados em trs grupos de interesse com base em critrio estatstico e de negociao comercial. Neste critrio, observa-se a participao mdia e o desvio-padro participativo9 nas exportaes de cada NCM8 tratada, em termos dos respectivos pases de destino, assim categorizando-os:10a.mercados lderes: com participao mdia, no perodo 1997-2013, acima de [mdia mais dois desvios-padro];b.mercados em crescimento ou mercados intermedirios: com participao mdia, no perodo 1997-2013, entre [mdia mais um desvio-padro] e [mdia mais dois desvios-padro]; ec.demais mercados: com participao mdia, no perodo 1997-2013, abaixo de [mdia mais um desvio-padro].Em tese, mais fcil crescer em mercados nos quais j se tem uma participao de base, vale dizer, uma presena naquele mercado.Demodoaserpossvelvisualizarodescritoataqui,emprega-seoexemplo representativodospases-destinodeexportaesnocasodocafnotorrado,no descafeinado, em gro (NCM8 09011110). Para este produto, cento e dez pases foram 8. Os produtos aqui avaliados (primeiro decil de divisas das exportaes agropecurias) representaram, em mdia, 96% dos valores das exportaes agropecurias brasileiras ou 28% das exportaes totais no perodo 1989-2012.9.Mesmooutrasferramentas,usadasemtextoscomdesenvolvimentosposterioresbaseiam-senousodemedidasde tendncia central e de medidas de disperso de distribuio para melhor compreender um fenmeno em observao. Veja-se, por exemplo, Gujarati (1995, p.143). Aqui, empregou-se esta norma, tanto pelo seu aspecto intuitivo, como por ser operacionalizada em inmeros trabalhos tericos e aplicados que subsidiam negociaes comerciais.10. Critrio estruturado a partir do conceito bsico dos testes estatsticos tradicionais que usam como cortes numa dada distribuio os pontos de [mdia mais um desvio-padro] e [mdia mais dois desvios-padro]. Este tipo de referncia clssico em inmeros testes estatsticos (Bussab, Morettin, 1987; Gujarati, 1995; Sartoris, 2003; Greene, 2000). Ademais,estespontosdecorteestopresentesemvriosestudossobrelimitaocomercialviatarifasproibitivas,esua inspirao para mensurao de mercados em exportaes agropecurias foi derivada de Gibson et al. (2001), Hoekman et al. (2001), Brasil (2002), USDA (2002) e USITC (2010). Logo, o critrio atende a um critrio operacional e de negociao comercial. Para mais detalhes, ver Freitas (2015).14B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5importadores do Brasil no perodo 1997-2013, perfazendo uma participao mdia de 0,91% para cada um deles no intervalo analisado. Ao mesmo tempo, o desvio-padro participativo foi da ordem de 2,90%. Com estes nmeros da estatstica bsica de distribuio, obtiveram-se os pontos de corte antes descritos, a saber:mdia mais um desvio-padro: 3,8%; emdia mais dois desvios-padro: 6,7%.Para fns de apresentao grfca, excluram-se aqueles pases importadores com participao mdia de at 0,50%,11 conforme observvel no grfco 3. Assim, nota-se que a Alemanha o grande mercado importador deste item da produo nacional, ao passo que os Estados Unidos confguraram-se como o segundo mercado comprador de maior participao entre 1997 e 2013.GRFICO 3Principais compradores de caf brasileiro no torrado, no descafeinado, em gro (1997-2013)(Em %)20,0017,9010,528,625,973,243,232,902,762,151,991,981,891,741,341,251,121,121,100,900,880,550,540,540,510510152025AlemanhaEstados UnidosItliaJapoBlgicaFranaEspanhaEslovniaSuciaHolandaGrciaArgentinaFinlndiaCanadReino UnidoDinamarcaSriaNoruegaLbanoCoreia do SulTurquiaRssiaSuaAustrliaPortugalFonte: Resultados da pesquisa, a partir de MDIC (2014).11.Mxico,Chile, ustria, Tunsia,Crocia,Cuba,Jordnia,Israel,Hungria, Venezuela,Polnia, Arglia,Egito,Emirados rabes Unidos, Romnia, Chipre, Taiwan (Formosa), Repblica Tcheca, Arbia Saudita, Equador, Uruguai, Malsia, Indonsia, frica do Sul, Montenegro, Lbia, Nova Zelndia, Hong Kong, Bulgria, Ilhas Canrias, China, Paraguai, Iugoslvia, Marrocos, Irlanda, Singapura, Coreia Do Norte, Cabo Verde, Estnia, Letnia, Colmbia, Islndia, Om, Albnia, Srvia, Trinidad e Tobago, Polinsia Francesa, Vietn, Kuwait, Ucrnia, Eslovquia, Ir, Armnia, ndia, Nicargua, Gergia, Bahamas, Macednia, Litunia,Bsnia-Herzegovina,Macau,Catar,Panam, Tailndia,Peru,Bahrein,CostadoMarm, AntilhasHolandesas, Guatemala,ElSalvador,Imen,Luxemburgo,Honduras,Tchecoslovquia,RepblicaDominicana,Haiti,IlhadaMadeira, Malta, Mauricio, Ilha Norfolk, Repblica Centro-Africana, Jamaica, Bolvia, Martinica, e Angola.Texto paraDiscusso2 1 0 915Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaEstametodologiapodeparecerpordemaisrigorosanaseleodemercados lderes e de mercados intermedirios, mas tende a ser realista na medida em que sempre h um grande nmero de pases importadores e de mercados supridores nos mercados mundiais. Igualmente, nunca excessivo ressaltar que o flego fnanceiro e de material humano das equipes negociadoras governamentais e das comitivas empresariais brasileiras limitado, e no comparvel aos casos de Estados Unidos e Unio Europeia (UE).TalmetodologiafoiaplicadaaosoitentaitensselecionadosconformeFreitas (2014a)epresentesnoanexoAdotrabalho,edestinou-seaidentifcaremque produtos Estados Unidos e ndia desempenharam papel de mercado lder ou de mercado intermedirio nas exportaes agropecurias brasileiras.Como estratgia de anlise, os resultados destes oitenta produtos foram sumarizados em grupos representativos e agregados conforme sees da NCM (MDIC, 2012), em linha com a tabela 2.TABELA 2Agregao de produtos com base na seo NCMDescrio NCM02 (captulo) Seo NCMCarnes e miudezas (NCM02)Animais vivos e produtos do reino animalOutros itens de origem animal (NCM05) Frutas (NCM08)Produtos do reino vegetalCaf e mates (NCM09)Cereais (NCM10)Sementes e oleaginosos (NCM12)leos animais ou vegetais (NCM15) Gorduras e leos animais ou vegetaisPreparaes de carne e peixes (NCM16)Produtos das indstrias alimentaresAcares e confeitaria (NCM17)Cacau e preparaes (NCM18)Preparaes de hortcolas (NCM20)Preparaes alimentcias (NCM21)Bebidas e vinagres (NCM22)Resduos de indstrias alimentares (NCM23)Tabaco e manufaturados (NCM24)leos essenciais e resinides (NCM33)Produtos das indstrias qumicasMatrias albuminides e colas (NCM35)Algodo (NCM52) Matria brosaFonte: Agregao com base em MDIC (2012).Isto posto, uma vez identifcados estes produtos em que a demanda dos Estados Unidos ou da ndia proeminente ou potencial, analisar-se- a eventual capacidade de crescimento destes mercados com base nas variveis destacadas pelo modelo gravitacional.16B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5Aestratgiaempricadomodelogravitacionalinicia-secomumafunode produo Cobb-Douglas na sua expresso convencional:) 1 (10ijkunkk ije X F == (1)Na equao (1), tem-se:Fij: fuxos comerciais da economia i para a economia j;Xk: as variveis explicativas;0: constante;k: parmetros do modelo;n: nmero de variveis explicativas; euij: termo errtico com as hipteses do modelo clssico de regresso.A equao (1) pode ser traduzida em uma expresso log-linear, que linear nos parmetros, linear nos logs das variveis Y e X,12 e pode ser estimada pelo mtodo dos mnimos quadrados ordinrios. Nesses termos, tem-se a equao (2):) 2 (0*ij k ijX F + + = (2)Mais desdobramentos sobre o processo de modelagem per se fogem ao escopo do presenteestudo,13masdiversostrabalhostmanalisadoosdeterminantesdasexportaes agropecuriascombasenochamadomodelogravitacional.DeacordocomSouza (2009), o modelo gravitacional foi introduzido inicialmente por Tinbergen (1962) e tem sido largamente empregado em trabalhos empricos na rea de economia internacional (Anderson e Van Wincoop, 2003, 2004), tanto no agregado da pauta comercial como para subgrupos de produtos.Aintuiodaequaogravitacionalorigina-sedafsica.Umadasprincipais razes para a difuso desse procedimento o bom ajuste que ele tem proporcionado em muitos trabalhos aplicados. Segundo Feenstra, Markusen e Rose (2001), a equao gravitacional ajusta-se razoavelmente bem tanto para os pases da Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico (OCDE) Estados Unidos, por exemplo como para as naes em desenvolvimento caso indiano.12. Para uma discusso em mincias, ver Greene (2000).13. Para o leitor particularmente interessado nesse ponto, ver Da Mata e Freitas (2008).Texto paraDiscusso2 1 0 917Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaEm termos tericos, os fundamentos econmicos da equao de gravidade podem ser encontrados nas referncias de Anderson (1979), Bergstrand (1985; 1989), Deardorf (1995) e Evennet e Keller (2002).Inmerosestudos(Castilho,2001;HidalgoeVergolino,1998;PazeFranco Neto, 2003; Da Mata e Freitas, 2008; Souza, 2009; Souza e Burnquist, 2011; Almeida, Silva e Braga, 2011) ratifcaram a hiptese original destes modelos, qual seja, a de quanto maior a renda e a populao de um parceiro comercial e quanto menor a distncia em relao a ele, maior o montante de comrcio entre duas naes.14Nestes termos, a escolha de Estados Unidos baseia-se no grande peso econmico do pas e na longa tradio de comrcio agropecurio Brasil-Estados Unidos. Em que pese o carter resiliente de proteo produo agropecuria local nos Estados Unidos, materializada na Farm Bill, estudo anterior (Freitas, 2015) havia identifcado a parcela expressiva de compras daquela nao em termos das exportaes agropecurias brasileiras em produtos-chave no perodo 1997-2013. Jnocasoindiano,fcaressaltadaaproeminnciadopasnasprojeesde populao total, quesito em que deve ultrapassar a China em 2028. Estes nmeros absolutos podem ainda ser magnifcados se ali ocorrer uma intensifcao das taxas de urbanizao , e eventual alterao dos padres de consumo local.4 RESULTADOS E DISCUSSOA relevncia dos Estados Unidos e/ou da ndia no perodo 1997-2013 como mercados lderes e/ou intermedirios para as exportaes agropecurias est apresentada nesta seo. Para fns de apresentao, tanto Estados Unidos quanto ndia foram avaliados em termosdosprodutosemquesomercadoslderesoumercadosintermedirios, com a respectiva participao na demanda internacional pelo produto agropecurio exportado pelo Brasil. EmrelaoaosprodutosquetmosEstadosUnidoscomomercadolder, observe-se a tabela 3.14. Neste ponto, cabe registrar que o modelo gravitacional foi severamente criticado em suas fases iniciais por conta de seu carter eminentemente emprico e reduzido embasamento terico. Desenvolvimentos posteriores do modelo incluram no apenas uma fundamentao terica sosticada (Anderson e Van Wincoop, 2004), como tambm novos e mais precisos mtodos de estimao economtrica. O leitor interessado pode visitar uma boa reviso do tema em Souza (2009) ou os trabalhos seminais acerca desta seara (Feenstra, 2004; Porto e Canuto, 2004; Helble, Shepherd e Wilson, 2007; Santos Silva e Tenreyro, 2006).18B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5TABELA 3Produtos que tm os Estados Unidos como mercado lder (1997-2013)Produto (NCM8) Grupamento% mdio Estados Unidos Castanha de caju, fresca ou seca, sem casca (08013200) Produtos do reino vegetal 68,0Palmitos preparados ou conservados (20089100) Produtos das indstrias alimentares 50,5Castanha-do-par, fresca ou seca, sem casca (08012200) Produtos do reino vegetal 40,6Ch preto (fermentado/parcialm.) apresent. qq. out. forma (09024000) Produtos do reino vegetal 40,5Outs. frutas, partes de plantas, prepars/conservs. out. mo (20089900) Produtos das indstrias alimentares 38,5Outros leos essenciais, de laranja (33011290) Produtos das indstrias qumicas 38,4Castanha-do-par, fresca ou seca, com casca (08012100) Produtos do reino vegetal 38,3Pasta de cacau, total ou parcialmente desengordurada (18032000) Produtos das indstrias alimentares 37,8Subprods. terpenicos resids. da desterp. leos essenciais (33019020) Produtos das indstrias qumicas 36,4Manteiga, gordura e leo, de cacau (18040000) Produtos das indstrias alimentares 36,3Pimenta piper, seca (09041100) Produtos do reino vegetal 35,1Preparaes alimentcias e conservas, de bovinos (16025000) Produtos das indstrias alimentares 34,4Sucos de uvas (incl. os mostos de uvas), no fermentados (20096000) Produtos das indstrias alimentares 33,5Sucos de outras frutas, produtos hortcolas, no fermen (20098000) Produtos das indstrias alimentares 32,5Cigarros de fumo (24022000) Produtos das indstrias alimentares 30,3Cacau em p, sem adio de acar ou outros edulcorantes (18050000) Produtos das indstrias alimentares 29,8Fumo n/ manuf. total/parc. destal. s. secas, tipo burley (24012040) Produtos das indstrias alimentares 29,5leo essencial, de petit grain de laranja (33011210) Produtos das indstrias qumicas 29,0Ceras vegetais (15211000) Gorduras e leos animais e vegetais 28,4Bombons, caramelos, confeitos e pastilhas, sem cacau (17049020) Produtos das indstrias alimentares 27,9Chocolate no recheado, em tabletes, barras e paus (18063210) Produtos das indstrias alimentares 24,7Outras gelatinas e seus derivados (35030019) Produtos das indstrias qumicas 24,5Goiabas, mangas e mangostes, frescos ou secos (08045000) Produtos do reino vegetal 24,4Caf no torrado, no descafeinado, em gro (09011110) Produtos do reino vegetal 17,9Sucos de laranjas, congelados, no fermentados (20091100) Produtos das indstrias alimentares 17,3Desperdcios de fumo (24013000) Produtos das indstrias alimentares 15,3lcool etlico n/ desnaturado c/ vol. teor alcolico >= 80% (22071000) Produtos das indstrias alimentares 14,7Caf solvel, mesmo descafeinado (21011110) Produtos das indstrias alimentares 14,7Gorduras e leos, vegetais, hidrogens. interesterifs. etc. (15162000) Gorduras e leos animais e vegetais 11,7Fumo n/ manuf. total/parc. destal. s. secas etc. virgnia (24012030) Produtos das indstrias alimentares 11,3Gomas de mascar, sem cacau, mesmo revestidas de acar (17041000) Produtos das indstrias alimentares 11,2Outros produtos de confeitaria, sem cacau (17049090) Produtos das indstrias alimentares 11,1Outros chocolates e preparaes alimentcias contendo c (18069000) Produtos das indstrias alimentares 5,7Fonte: Resultados da pesquisa.Texto paraDiscusso2 1 0 919Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaNestas exportaes, o primeiro ponto a observar que a maioria dos produtos entre os demandados por aquele pas (26 em 33) j so processados em alguma medida (gorduras e leos, produtos das indstrias alimentares e produtos das indstrias qumicas).15Nos demais itens que compem os produtos do reino vegetal, caberiam anlises futuras para diagnosticar quais seriam as estratgias para agregao de valor no produto exportado.Ocasodocafemgro,notorradoenodescafeinado(09011110) representa talvez o melhor exemplo de bem no qual as exportaes brasileiras teriam provveis ganhos com medidas de agregao de valor.16 Por certo, a agregao de valor nestesitenspassaporquestesrelativassmultinacionaisprocessadorasdogro,as quaisatuamnasredesinternacionaisdedistribuiodoproduto,oqueemalguma medida limita a efccia de medidas de poltica governamental nesta direo.notvelqueemmuitosdestesprodutosademandadosEstadosUnidosj expressiva em termos das exportaes brasileiras para o conjunto das naes do planeta. Todavia, em itens j processados nos quais a participao dos Estados Unidos inferior a 20% da demanda internacional pelo produto brasileiro, pode haver espaos para maior penetrao e ganhos comerciais no mercado de alta renda per capita daquele pas.17Quanto aos produtos que tm os Estados Unidos como mercado intermedirio, avaliaram-se os dados da tabela 4.TABELA 4Produtos que tm os Estados Unidos como mercado intermedirio (1997-2013)Produto (NCM8) Grupamento% mdio Estados Unidos Uvas frescas (08061000) Produtos do reino vegetal 10,5Preparaes alimentcias e conservas de bovinos (16025000) Produtos das indstrias alimentares 6,7Acar de cana, em bruto (17011100) Produtos das indstrias alimentares 4,1Fonte: Resultados da pesquisa.15. Os Estados Unidos foram detectados como o principal comprador em 21 destes produtos, conforme se identica no anexo B. Para uma viso do desempenho comercial da agropecuria brasileira como um todo, ver Freitas (2014b).16. De acordo com Almeida, Silva e Braga (2011), infraestrutura de transporte e seguros tambm so variveis importantes para explicar as exportaes brasileiras de caf como um todo.17. o caso de caf no torrado, no descafeinado, em gro (09011110); gorduras e leos, vegetais, hidrogens. interesterifs. etc. (15162000);gomasdemascar,semcacau,mesmorevestidasdeacar(17041000);outrosprodutosdeconfeitaria, semcacau(17049090);outroschocolatesepreparaesalimentcias(18069000);sucosdelaranjas,congelados,nofermentados (20091100); caf solvel, mesmo descafeinado (21011110); lcool etlico n/ desnaturado c/ vol. teor alcolico >= 80% (22071000); fumo n/ manuf. total/parc. destal. s. secas etc. virgnia (24012030); e desperdcios de fumo (24013000).20B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5Em termos dos produtos para os quais os Estados Unidos funcionaram como um demandantedeparticipaointermediria,osesforospodemserfocalizadosemtrs itens, ou seja, uvas frescas (08061000);18 preparaes alimentcias e conservas de bovinos (16025000); e acar de cana em bruto (17011100). Em todos estes casos a participao dos Estados Unidos nas exportaes brasileiras est em torno ou abaixo de 10%, donde se conclui ainda haver possveis espaos para maiores vendas brasileiras quela nao.Almdisso,sopossveismelhoresresultadosnavendadessesprodutos,desde que em maior grau de processamento. No caso das uvas, a industrializao do vinho;19 paraocontextodaspreparaesalimentciaseconservasdebovinos,oembarquede cortes mais sofsticados;20 e para o acar de cana em bruto, a venda de formas derivadas (deacarembruto)quesejamdemelhorqualidadederefnoousquaissejam atribudas caractersticas de consumo mais saudvel.J em termos do mercado indiano, as tabelas 5 e 6 abaixo trazem, respectivamente, osprodutosquetmnandiaummercadoldereositensquetmandiacomo mercado intermedirio.TABELA 5Produtos que tm a ndia como mercado lder (1997-2013)Produto (NCM8) Grupamento% Mdia ndialeo de soja, em bruto, mesmo degomado (15071000) Gorduras e leos animais e vegetais 13,8leo de algodo, renado (15122910) Gorduras e leos animais e vegetais 21,3Fonte: Resultados da pesquisa.Noquedizrespeitodemandadomercadoindianoenquantomercadolder, doisprodutosforamidentifcados:oleodesojaembruto,aindaquedegomado 18. Trabalhos anteriores (Fonseca, Xavier e Costa, 2010) j haviam identicado um potencial exportador a ser explorado no caso das uvas brasileiras, principalmente por meio da melhoria da qualidade dos produtos e da melhor percepo sobre os mercados internacionais e seus concorrentes. Esse argumento j havia sido defendido, mutatis mutandis, no mbito da produo brasileira de frutas tropicais, por Telteboim et al. (2007).19. Em linha com Oliveira, Rubin e Silva (2010), a maior insero do vinho brasileiro no mercado externo, ou a obteno de vantagens comparativas em relao aos outros mercados, continua ainda a ser um desao, pois a qualidade do produto brasileiro e a valorizao por meio do selo Indicao de Procedncia do Vale dos Vinhedos (IPVV) requerem tempo, empenho e divulgao dos produtos para serem reconhecidos no mercado internacional.20. Concomitantemente devem ser reforadas as iniciativas na direo de atender s exigncias daquele pas com relao sanidade da carne bovina exportada. At pouco tempo atrs parecia no haver uma tendncia ntida quanto evoluo e soluo dos problemas que vm sendo apontados pelas auditorias nas unidades industriais exportadoras de carne bovina para os Estados Unidos (Telteboim, 2007). Silva, Triches e Malafaia (2011) retomaram esta ideia ao identicarem que o Brasil no dispe de um sistema de rastreabilidade e de certicao convel, dicultando a batalha pela abertura e/ou ampliao dos mercados.Texto paraDiscusso2 1 0 921Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndia(15071000), e o leo de algodo refnado (15122910). Estes correspondem a itens j com algum patamar de processamento, mas a participao devida ndia pode vir a crescerfuturamente,emespecialseocrescimentoprevistoparaapopulaoindiana for acompanhado por uma maior taxa de urbanizao e mudana do correspondente padro de alimentao no pas.TABELA 6Produtos que tm a ndia como mercado intermedirio (1997-2013)Produto (NCM8) Grupamento % Mdia ndia Acar de cana, em bruto (17011100) Produtos das indstrias alimentares 4,3Fonte: Resultados da pesquisa.Por fm, a anlise dos produtos em que o mercado indiano age como demandante departicipaointermediriadestacouoacardecanaembruto(17011100),que tambm fora identifcado para os Estados Unidos. Trata-se de produto em que o nvel de produo e de abastecimento do mercado local por importaes futuar em decorrncia dosexcedentesdeproduoaucareiradaUnioEuropeia(noraroproduo e/ou exportao subsidiadas)21 e das interferncias russas no mercado internacional decompraevendadeacar. Tambmvlidoregistrarqueoacarumdos produtosidentifcadoscomodemaiorvantagemcomparativaentreositensaqui analisados (Souza et al., 2012).Dadaaimportnciadoconsumodesteproduto,alteraesnospadresde urbanizao do pas podem gerar demanda adicional (e importaes) expressivas pelo produto exportado pelo Brasil. Certamente, iniciativas que permitissem associar esta possibilidadecomavendadetiposdeacarcommaiorgraudeprocessamento tambm seriam benfcas para as exportaes do acar brasileiro destinado ndia. Observa-sequeademandadosEstadosUnidosporprodutosagropecurios brasileiros mais expressiva que a demanda indiana. Este fenmeno fca evidenciado numpatamardedemandajefetivadaouqueaindapodepresenciarincrementos, seja por conta de maior exportao de bens j identifcados ou por acrscimo de valor aos produtos que tenham tais possibilidades no mercado de alta renda dos Estados Unidos caso das frutas por exemplo.21. De acordo com o diagnosticado por S, Marino e Mizumoto (2012), historicamente os setores do agronegcio mais prejudicadoscomospesadossubsdioseuropeussoosprodutoresdeacar,umavezqueaUEamaiorprodutora mundial de acar de beterraba, e os mecanismos contidos na Poltica Agrcola Comum (PAC) provocam uma alterao de preos no mercado internacional, prejudicando o acar brasileiro.22B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5Emrelaosvariveiscomumentedestacadaspelosmodelosgravitacionais produto interno bruto (PIB), distncia, e tamanho da populao , o mercado interno dos Estados Unidos fonte de atrao, com vantagens relativas nos aspectos de crescimento do PIB per capita e de menor distncia22 comparativa vis--vis outros grandes compradores de alimentos do Brasil, como Unio Europeia, Japo e China.Ao mesmo tempo, no que toca ao caso indiano, parece haver um carter mais de potencial do que de compra efetiva presente, em boa medida prejudicado pela longa distncia daquele pas, em que pese o potencial resguardado para maiores e melhores vendas de alimentos para o pas, em funo tanto de seu perfl projetado de crescimento populacional para a prxima dcada, quanto do tipo de reao de outros grandes produtores de alimentos (Argentina, Austrlia, Estados Unidos, Rssia e Unio Europeia) ao eventual crescimento da demanda interna indiana. 5 CONSIDERAES FINAISEntreosinmeroscompradoresdeprodutosagropecuriosproduzidospeloBrasil, Estados Unidos e ndia representam parceiros comerciais com caractersticas que se traduzem em elevada demanda de alimentos ou em mercado promissor para futuros negcios.Ante tal quadro, o objetivo do estudo foi analisar a relevncia e oportunidades dos mercados de Estados Unidos e ndia para as exportaes agropecurias brasileiras. Para tal, foram incorporadas algumas das concluses j estabelecidas do modelo gravitacional, em termos das variveis relevantes para explicar intercmbios comerciais.O mercado dos Estados Unidos dinmico no que tange renda per capita e ao crescimento,almdecontarcomumhistriconodesprezveldecomprasjuntoao setor agropecurio brasileiro, mesmo no contexto de uma poltica domstica amparada por programas de subsdios. Em paralelo, o mercado da ndia guarda oportunidades combaseemseuimensocontingentedeconsumidores,bemcomoporcontada possibilidade de mudana de hbitos alimentares se confrmadas as expectativas de aumento da taxa de urbanizao no pas.Os resultados do trabalho basearam-se na identifcao de produtos em que EstadosUnidose/oundiaapresentam-secomomercadoslderesoumercados intermedirios na aquisio de produtos agropecurios exportados pelo Brasil ao longo do perodo 1997-2013 (Freitas, 2015).22. Este um determinante no caso das exportaes de uvas frescas, segundo Fonseca, Xavier e Costa (2010).Texto paraDiscusso2 1 0 923Anlise do Potencial de Crescimento das Exportaes Agropecurias Brasileiras nos Mercados dos Estados Unidos e da ndiaPara os Estados Unidos, a maioria dos produtos j so processados em alguma medida (gorduras e leos, produtos das indstrias alimentares e produtos das indstrias qumicas).Nositensremanescentesquecompemosprodutosdoreinovegetal, caberiam anlises futuras para diagnosticar quais seriam as estratgias para agregao de valor no produto exportado, sendo o caf um exemplo representativo neste cenrio.Aindaparaocasonorte-americano,emtermosdosprodutosemqueopas um mercado intermedirio, vale destacar o caso das uvas, das preparaes alimentcias e conservas de bovinos, e do acar de cana em bruto. Em todos os itens, so passveis estratgias futuras de agregao de valor: no exemplo das uvas, a industrializao do vinho; paraocontextodaspreparaesalimentciaseconservasdebovinos,oembarquede cortes mais sofsticados; e em se tratando do acar de cana em bruto, a venda de formas derivadas que sejam de melhor qualidade de refno e/ou mais saudveis.Jandiafoiidentifcadanumnmerobemmenordeprodutos,tantona condio de demandante lder como na condio de demandante intermediria. Este resultado em si j sinaliza para o carter mais potencial do que efetivo (ou presente) do mercado indiano. Destaque particular deve ser dado ao acar de cana em bruto, que tambm fora identifcado para os Estados Unidos. Por se tratar de produto em que o nvel de produo edeabastecimentodomercadolocalporimportaesfutuaremdecorrnciada interao entre a produo russa e as polticas europeias de apoio produo aucareira de beterraba, menores nveis de produo da Rssia e/ou da Unio Europeia podem abrir espaos para maior penetrao da exportao brasileira no mercado indiano. Adicionalmente deve-se observar que, em funo dos resultados pouco previsveis do crescimento populacional projetado na ndia para os prximos vinte anos, produtos que aqui no foram identifcados podem tambm representar maior demanda futura da ndia e oportunidades para a agropecuria brasileira. Ao mesmo tempo, o carter de demanda regular do mercado dos Estados Unidos temperspectivasdepermanncia,emparticularsemantidasastaxasdecrescimento daquela economia e, mais ainda, se houver reforo na integrao produtiva e comercial entreEstadosUnidoseBrasilporcontadamenortradiobrasileiraemculturasde inverno e das compras tradicionais dos Estados Unidos em termos de leos e gorduras, de produtos das indstrias alimentares, e dos produtos das indstrias qumicas.24B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5REFERNCIASALMEIDA, M.; SILVA, O.; BRAGA, M.-J. O comrcio internacional do caf brasileiro: a infuncia dos custos de transporte. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 49, n. 2, 2011.ANDERSON, J. A. A theoretical foundation for the gravity equation. American Economic Review. v. 69, n. 1, p. 106-116, 1979.ANDERSON,J.;WINCOOP,E.Gravitywithgravitas:asolutiontotheborderpuzzle. AmericanEconomicReview,Nashville,v.93,n.1,p.170-192,2003.Disponvelem: . Acesso em: 9 mar. 2015.______. Trade costs. 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Acesso em: 11 mar. 2015. 28B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5ANEXO ATABELA A.1Alneas agropecurias selecionadas (D1) nas exportaes brasileiras (1989-2012)Cdigo NCM Descrio NCM Descrio NCM0202013000 Carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas Carnes e miudezas (02)02023000 Carnes desossadas de bovino, congeladas Carnes e miudezas (02)02032900 Outras carnes de suno, congeladas Carnes e miudezas (02)02050000 Carnes de cavalo, asinino e muar, frescas, refrig. ou cong. Carnes e miudezas (02)02062990 Outras miudezas comestveis de bovino, congeladas Carnes e miudezas (02)02071200 Carnes de galos/galinhas, no cortadas em pedacos, congel. Carnes e miudezas (02)02071400 Pedaos e miudezas, comest. de galos/galinhas, congelados Carnes e miudezas (02)02072700 Carnes de peruas/perus, em pedaos e miudezas, congeladas Carnes e miudezas (02)05040011 Tripas de bovinos, frescas, refrig. congel. salg. Defumadas Outros itens de origem animal (05)05040090 Bexigas e estmagos, de animais, exceto peixes, frescas etc. Outros itens de origem animal (05)05119910 Embries de animais Outros itens de origem animal (05)08012100 Castanha-do-par, fresca ou seca, com casca Frutas (08)08012200 Castanha-do-par, fresca ou seca, sem casca Frutas (08)08013200 Castanha de caju, fresca ou seca, sem casca Frutas (08)08030000 Bananas frescas ou secas Frutas (08)08045000 Goiabas, mangas e manhoses, frescos ou secos Frutas (08)08051000 Laranjas frescas ou secas Frutas (08)08061000 Uvas frescas Frutas (08)08071900 Meles frescos Frutas (08)08081000 Macas frescas Frutas (08)09011110 Caf no torrado, no descafeinado, em gro Caf e mates (09)09024000 Ch preto (fermentado/parcialm.) apresent. qq. out. forma Caf e mates (09)09030010 Mate simplesmente cancheado Caf e mates (09)09030090 Outros tipos de mate Caf e mates (09)09041100 Pimenta piper seca Caf e mates (09)10059010 Milho em gro, exceto para semeadura Cereais (10)12010010 Soja para semeadura Sementes e oleaginosos (12)12010090 Outros gros de soja, mesmo triturados Sementes e oleaginosos (12)12092900 Outras sementes forrageiras, para semeadura Sementes e oleaginosos (12)15071000 leo de soja, em bruto, mesmo degomado leos animais ou vegetais (15)15079011 leo de soja, renado, em recipientes com capacidade = 80% Bebidas e vinagres (22)23040090 Bagaos e outs. resduos slidos, da extr. do leo de soja Resduos de ind. alimentares (23)23067000 Tortas e outros resduos slidos, do germe de milho Resduos de ind. alimentares (23)23089000 Matrias, desperdcios, resids. etc. vegetais, p/ alim. animal Resduos de ind. alimentares (23)23099040 Preparaes cont. diclazuril, util. na aliment. de animais Resduos de ind. alimentares (23)23099090 Outras preparaes para alimentao de animais Resduos de ind. alimentares (23)24011010 Fumo n/ manufat. n/ destalado, em folhas, s/ secar, n/ ferment. Tabaco e manufaturados (24)24011030 Fumo n/ manufat. n/ destal. em s. secas etc. tipo Virgnia Tabaco e manufaturados (24)24012030 Fumo n/manuf. total/parc. destal. s. secas etc. Virgnia Tabaco e manufaturados (24)24012040 Fumo n/manuf. total/parc. destal. s. secas, tipo burley Tabaco e manufaturados (24)24013000 Desperdcios de fumo Tabaco e manufaturados (24)24022000 Cigarros de fumo Tabaco e manufaturados (24)33011210 leo essencial, de petit grain de laranja leos essenciais e resinides (33)33011290 Outros leos essenciais, de laranja leos essenciais e resinides (33)33019020 Subprods. terpenicos resids. da desterp. leos essenciais leos essenciais e resinides (33)35030019 Outras gelatinas e seus derivados Matrias albuminides e colas (35)35040011 Peptonas e peptonatos Matrias albuminides e colas (35)52010010 Algodo no debulhado, no cardado nem penteado Algodo (52)Fonte: Freitas (2015).(Continuao)30B r a s l i a , j u l h o d e 2 0 1 5ANEXO BTABELA B.1Estados Unidos como principal comprador das exportaes agropecurias brasileiras (1997-2013)Cdigo NCM Descrio NCM % mdio 08013200 Castanha de caju, fresca ou seca, sem casca 68,020089100 Palmitos preparados ou conservados 50,508012200 Castanha-do-par, fresca ou seca, sem casca 40,609024000 Ch preto (fermentado/parcialm.) apresent. qq. out. forma 40,520089900 Outs. frutas, partes de plantas, prepars/conservs. out. mo 38,533011290 Outros leos essenciais, de laranja 38,408012100 Castanha-do-par, fresca ou seca, com casca 38,333019020 Subprods. terpenicos resids. da desterp. leos essenciais 36,418040000 Manteiga, gordura e leo, de cacau 36,309041100 Pimenta piper, seca 35,116025000 Preparaes alimentcias e conservas, de bovinos 34,420098000 Sucos de outras frutas, produtos hortcolas, no fermen. 32,524022000 Cigarros de fumo 30,324012040 Fumo n/ manuf. total/parc. destal. s. secas, tipo burley 29,533011210 leo essencial, de petit grain de laranja 29,015211000 Ceras vegetais 28,417049020 Bombons, caramelos, confeitos e pastilhas, sem cacau 27,935030019 Outras gelatinas e seus derivados 24,524013000 Desperdcios de fumo 15,324012030 Fumo n/ manuf. total/parc. destal. s. secas etc.Virgnia 11,317049090 Outros produtos de confeitaria, sem cacau 11,1Fonte: Freitas (2015).Ipea Instituto de Pesquisa Econmica AplicadaEDITORIALCoordenaoCludio Passos de OliveiraSupervisoEverson da Silva MouraReginaldo da Silva DomingosRevisongela Pereira da Silva de OliveiraClcia Silveira RodriguesIdalina Barbara de CastroLeonardo Moreira VallejoMarcelo Araujo de Sales AguiarMarco Aurlio Dias PiresOlavo Mesquita de CarvalhoRegina Marta de AguiarErika Adami Santos Peixoto (estagiria)Jssica de Almeida Corsini (estagiria)Laryssa Vitria Santana (estagiria)Manuella Smella Borges Muniz (estagiria)Thayles Moura dos Santos (estagiria)Thrcio Lima Menezes (estagirio)EditoraoBernar Jos VieiraCristiano Ferreira de ArajoDaniella Silva NogueiraDanilo Leite de Macedo TavaresDiego Andr Souza SantosJeovah Herculano Szervinsk JuniorLeonardo Hideki HigaCapaLus Cludio Cardoso da SilvaProjeto GrcoRenato Rodrigues BuenoLivraria IpeaSBS Quadra 1 - Bloco J - Ed. BNDES, Trreo. 70076-900 Braslia DFFone: (61) 2026-5336Correio eletrnico: [email protected] manuscripts in languages other than Portuguesepublished herein have not been proofread.Composto em adobe garamond pro 12/16 (texto)Frutiger 67 bold condensed (ttulos, grcos e tabelas)Braslia-DFMisso do IpeaAprimorar as polticas pblicas essenciais ao desenvolvimento brasileiropor meio da produo e disseminao de conhecimentos e da assessoriaao Estado nas suas decises estratgicas.