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ANA PAULA MATIAS LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS DE ORIGEM OCLUSAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE AS ABFRAÇÕES Londrina 2016

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ANA PAULA MATIAS

LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS DE ORIGEM OCLUSAL:

UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE AS ABFRAÇÕES

Londrina

2016

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ANA PAULA MATIAS

LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS DE ORIGEM OCLUSAL:

UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE AS ABFRAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Odontologia da

Universidade Estadual de Londrina, como

requisito parcial à obtenção do título de

graduado em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Hélion L. Lino Júnior.

Londrina

2016

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ANA PAULA MATIAS

LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS DE ORIGEM OCLUSAL:

UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE AS ABFRAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Odontologia da Universidade

Estadual de Londrina, como requisito parcial à

obtenção do título de graduado em

Odontologia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Orientador: Prof. Dr. Hélion L. Lino Júnior

Universidade Estadual de Londrina – UEL

____________________________________

Prof. Dr. Pedro Marcelo Tondelli

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, 23 de outubro de 2016.

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Dedico a Deus que me fez chegar até

aqui por meio da minha fé.

Aos meus pais e familiares que sempre

foram minha base.

Ao meu namorado e futuro marido

Fernando Campana Bergamasco, com

quem amo partilhar minhas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Londrina representada pela Prof. Dra.

Berenice Quinzani Jordão, Reitora desta Instituição, que me concedeu a

oportunidade de desfrutar da sua estrutura fisica e capital intelectual desta casa.

Ao Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina

representado pelo Prof. Dr. Márcio Grama Hoeppner, no qual obtive meus

conhecimentos cientificos e clinicos, tornando-me uma cirurgiã-dentista.

Agradeço ao meu orientador Professor Doutor Hélion Leão Lino

Júnior do Departamento de Medicina Oral e Infantil, por todos os conhecimentos

comigo compartilhados e por todo o tempo despendido a mim durante a elaboração

deste trabalho e de outros realizados por meio da nossa parceria nestes cinco anos

de curso.

Agradeço ao meu coorientador Professor Dr. Pedro Marcelo Tondelli

pelas suas coorientações na correção deste trabalho.

Agradeço aos funcionários da COU que colaboraram de alguma

forma para a minha formação.

Agradeço as verdadeiras amizades criadas e consolidadas durante a

convivência diária neste curso.

E por fim, agradeço a Deus, que é soberano sobre todas as coisas,

e que me guiou até aqui por sua infinita bondade.

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“Construí amigos, enfrentei derrotas, venci

obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe : Não

tenho medo de vivê-la”

Augusto Cury

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MATIAS, ANA PAULA. Lesões cervicais não cariosas de origem oclusal: Uma

revisão de literatura sobre abfração. 2016. 36 fls. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016.

RESUMO

O mecanismo pato dinâmico das lesões cervicais não cariosas de origem oclusal é de

etiologia multifatorial complexa. A literatura sugere que a oclusão ideal proporciona a

dissipação da força mastigatória no sentido do longo eixo dental, causando mínima

distorção no esmalte e na dentina, sendo que, fora desta configuração, outros fatores

etiológicos, como as tensões por tração vindas de forças oblíquas em movimentos

excêntricos, poderiam danificar estas estruturas na região cervical, que uma vez

flexionadas e atingindo o ponto de falha, ficariam suscetíveis à ação química de ácidos

e à mecânica da escovação, impedindo a reestruturação das ligações químicas entre

cristais de hidroxiapatita, potencializando o dano pela própria força mastigatória ou

pelo bruxismo.

Palavras-chave: Oclusão dentária. Lesões cervicais. Desgaste dos

dentes.

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MATIAS, ANA PAULA. Non-carious cervical lesions of occlusal origin- A literature review on abfraction. 2016. 36fls. Completion of course work (undergraduate dentistry) - State University of Londrina, Londrina, 2016

ABSTRACT

Dynamic patology of non-carious cervical lesions of occlusal origin mechanism is

complex multifactorial etiology. The literature suggests that the optimal occlusion

provides the dissipation of the masticatory force in the direction of the long tooth axis,

causing minimal distortion to enamel and dentin, and outside this configuration, other

etiologic factors such as tension by coming tensile oblique forces eccentric

movements could damage these structures in the cervical region, once bent and

reaching the point of failure, would be susceptible to chemical action of acids and

mechanical brushing which would stop the restructuring of the chemical bonds

between hydroxyapatite crystals and can enhance the damage by the masticatory

force or bruxism.

Key words: Non-carious cervical injuries. Abfraction. Occlusion

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Foto ilustrando uma lesão de abfração.................................................... 28

Figura 2: Etiologia complexa e multifatorial das abfrações .................................... 29

Figura 3: Interferência oclusal no lado de não trabalho ......................................... 29

Figura 4: Disposição radial dos prismas de esmalte............................................... 30

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11

2 OBJETIVO ................................................................................................ 12

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 13

4 DISCUSSÃO ............................................................................................. 28

5 CONCLUSÃO ...........................................................................................32

REFERÊNCIAS..........................................................................................34

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1.INTRODUÇÃO

As lesões dentárias não cariosas são caracterizadas pela perda de

estrutura dental, na região cervical, sem o envolvimento de processo carioso,

podendo diferir em sua etiologia, severidade, localização e apresentação clínica

(HATTAB; YASSIN7, 2000) em atrição, abrasão, erosão e abfração (AW et al.,

2002).

A abfração foi considerada por GRIPPO6 em 1991, como sendo a perda

patológica de tecido duro dos dentes causada por forças biomecânicas, devido à

flexão do dente frente ás forças oclusais e consequente fadiga do esmalte e

dentina em um ponto distante do ponto de aplicação das forças, que com tempo,

resultaria em defeitos significativos no esmalte ou na junção amelodentinária.

As características especificas dessas lesões cervicais, com seus ângulos

vivos, forma de cunha e localização frequentemente subgengival, não podiam ser

explicadas pelas teorias até então vigentes. Por outro lado, o trauma oclusal por

si só não fornece adequada explicação para o fenômeno, uma vez que há amplas

evidencias que muitos dentes exibem sinais de oclusão traumática sem

desenvolvimento de lesões cervicais. Entretanto, esse conceito tem hoje uma boa

aceitação, pois pode explicar a morfologia e a localização dessas lesões.

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2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura, sobre as

lesoes cervicais não cariosas direcionadas às de origem oclusal, “abfração”, e suas

possiveis associações.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

SPRANGER et al.23 (1973), pesquisando sobre o padrão das inúmeras

lesões dentárias não cariosas examinadas em microscopia eletrônica, deram início

as discussões sobre o trauma oclusal excêntrico ser um dos fatores etiológicos que

poderia causar a perda de estrutura dentária na região cervical dos dentes. Foi a

partir de então, que um grande número de autores passou a apoiar a tese de que

muitas lesões não são motivadas exclusivamente por processos de abrasão, atrição

ou erosão, particularmente aquelas que atingem um único elemento dental sem

afetar seus adjacentes. Além do que, lesões em forma de cunha foram localizadas

em situações em que as probabilidades etiológicas estudadas até o momento não se

mostraram prováveis, como as encontradas em dentes de animais (cavalos e gatos),

em dentes artificiais de próteses totais e em dentes de homens pré-históricos.

MCCOY16 (1982) pesquisando sobre as lesões cervicais não cariosas em

esmalte e dentina, observou sua localização preferencial, seu formato característico,

suas dimensões e questionou-se a respeito da classificação destas lesões. Verificou

também durante sua pesquisa que as estruturas dentárias poderiam alcançar seu

limite de fadiga quando forças oclusais excêntricas flexionassem o dente durante

este tipo de carregamento.

Para LEE; EAKLE11 (1984), as lesões cervicais de causas idiopáticas são por

vezes confundidas com erosões oriundas de ácidos ou com abrasões causadas por

escovação. Porém, segundo os autores, se torna difícil explicar como esses agentes

etiológicos afetam um dente sem afetar seus vizinhos, causando lesões isoladas.

Observações de tais lesões cervicais em forma de cunha indicaram que o estresse

oclusal seria o principal fator que desencadearia estas lesões e outros fatores locais

teriam papel secundário na dissolução da estrutura dentária, formando assim a

lesão. O sistema mastigatório quando em função, aplica 3 tipos de estresse sobre os

dentes: compressão, tração e cisalhamento, sendo os dois primeiros com mais

relevância no processo de formação das lesões. A dentina é mais resistente á tração

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do que o esmalte, podendo sofrer maior deformação sem fraturar. As forças laterais,

geradas ao nível oclusal, podem causar a flexão do dente e criar compressão no

lado para o qual o dente está flexionado e tração no lado oposto. Tendo em vista

que tanto o esmalte quanto a dentina possuem uma alta resistência á compressão,

esse tipo de estresse não gera danos a essas estruturas. No entanto, essas

estruturas dentárias tem um limite para suportar a tração, sendo assim, as forças de

tração que agem sobre os dentes ocasionam a quebra das ligações químicas de

hidroxiapatita. A medida que ocorrem as rupturas de tais ligações, moléculas de

água penetram nos espaços criados, impedindo assim, uma nova união química

entre os cristais. Sendo assim, os autores concluíram que com a recorrência das

forças de tração, as rupturas podem se propagar e a estrutura cristalina rompida se

tornar cada vez mais frágil á dissolução química e mecânica causada por ácidos

presentes nos alimentos, nos fluidos bucais e pela escovação, respectivamente.

Já em 1991, GRIPPO6 publicou um clássico artigo onde afirmou que o

esmalte e a dentina podem apresentar trincas ou fraturas devido ao estresse que

resulta das forças biomecânicas exercidas sobre os dentes. Após ter realizado a

observação clínica de uma variedade de lesões de esmalte e dentina chegou a

conclusão que devido aos formatos, tamanhos, locais e frequência este tipo de lesão

merecia uma classificação nova e distinta, que foi denominada de abfração.

MEYER et al.17 (1991), apresentaram um estudo de microscopia eletrônica

que constatou que as lesões em forma de cunha na região cervical dos dentes,

foram consequência de aplicação de forças parafuncionais. Os tecidos dentários em

tais lesões são pontuados por fraturas na superfície marginal e fraturas axiais dos

prismas de esmalte com formação de espaços sagitais. Segundo os autores, as

fraturas no esmalte demonstram um sistema dinâmico e não parecem ser efeito de

uma técnica de escovação inadequada.

LEE;AKLE10 (1996), durante uma revisão sobre o conceito de flexão

dentária, relataram que parece ocorrer uma confusão do termo “erosão” em relação

à terminologia devido a falta de compreensão ou concordância com relação a origem

dessas lesões. Conforme os autores, lesões em forma de cunha denominadas

anteriormente de lesões de erosão idiopáticas, mais tarde foram chamadas de

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abfração. Abordaram também que durante os últimos dez anos, foram publicados

dados suficientes que justificam o uso do termo “lesão cervical induzida por tensão”

para descrever essa classe patológica já que as forças laterais geradas durante a

mastigação e o bruxismo, levam o dente a se inclinar, e a tensão por tração

resultante na área do fulcro cervical dos dentes interrompe as ligações químicas das

estruturas cristalinas de esmalte e de dentina, causando assim, tais lesões. Os

autores consideraram que para que estas lesões sejam restauradas com sucesso, o

material restaurador a ser utilizado deve ter as propriedades necessárias para

suportar a carga oclusal mastigatória, resistir ao desgaste e à abrasão.

BADER et al.2 (1996), realizaram um estudo de investigação de controle de

caso de lesões cervicais não cariosas para examinar a consequência de uma

variedade de fatores de risco. Os autores analisaram 264 pacientes da Faculdade de

Odontologia da Universidade da Carolina do Norte, sendo 137 deles experimentais e

127 pacientes controle. Tais pacientes deveriam apresentar idade mínima de 18

anos e pelo menos 20 dentes presentes na boca para estarem aptos a participar da

pesquisa. As variáveis de exposição analisadas relacionaram-se a erosão, abrasão,

e flexão dentária, os três mecanismos causais que são supostamente mais

importantes para as lesões cervicais. Foram colhidos alguns dados dos pacientes

necessários para a avaliação por meio de exame clinico, questionários, análise

oclusal, observação do padrão de escovação, modelos de estudo para observação

de facetas de desgaste e análise salivar. Informações sobre a saliva também foram

recolhidas para um subconjunto destes pacientes. Modelos de regressão logística

relacionados aos pacientes e aos dentes foram criados para o grupo total de

indivíduos e para o subconjunto com dados sobre a saliva. Para os modelos de dois

pacientes, foram inclusas apenas exposições relacionadas á escovação. Para os

modelos de dentes, exposições múltiplas representando os três mecanismos causais

foram incluídas em ambos os modelos. Pelo fato de estudos anteriores terem focado

em mecanismos causais específicos, a evidencia para uma etiologia multifatorial é

inconclusiva. Por estes motivos os autores consideram que o uso de terminologias

indicativas de um único agente causal deve ser evitado. Portanto, os resultados

sugerem que as lesões cervicais não cariosas tem etiologia multifatorial complexa.

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TELLES.26 (2000), com o objetivo de analisar lesões cervicais não cariosas

em pacientes jovens e concluir se existe ou não uma ligação de tais lesões com

aspectos oclusais, avaliou 48 estudantes de Odontologia sendo que 28 eram do

sexo masculino e 20 do sexo feminino entre as idades de 16 e 24 anos. Tais

estudantes foram examinados para verificar a presença de lesões cervicais não

cariosas e sua relação com a oclusão. A avaliação englobou um questionário,

exames clínicos e a análise de modelos. Dos 48 alunos estudados, 25 mostraram

pelo menos um dente com lesão cervical não cariosa, sendo que o número de

lesões por sujeito que apresentou as mesmas foi, em média, 3,76. Com relação a

localização das lesões, somente uma era localizada na superfície palatina, sendo

todas as outras localizadas nas superfícies vestibulares dos dentes. Os primeiros

molares inferiores (21,3%), os primeiros molares superiores (16,0%), os primeiros

pré-molares superiores (12,8%), os primeiros pré-molares inferiores (11,7%) e os

segundos pré-molares inferiores (11,7%) foram os dentes mais afetados pelas

lesões. A idade foi um fator significante com relação a presença de lesões; os alunos

com lesões cervicais não cariosas eram mais velhos do que os que não

apresentavam. Entre os 79 dentes que apresentaram lesões, 62 (78,5%) mostraram

facetas de desgaste. No grupo positivo para lesões, a média, por aluno, foi 15,0

dentes com facetas de desgaste, enquanto no grupo negativo para lesões a média

foi de 10,8 dentes com facetas de desgaste. Os resultados sugeriram que a tensão

oclusal tem algum efeito sobre o desenvolvimento da lesão. Segundo os autores, os

resultados também reforçaram a teoria multifatorial, porém é necessário conhecer

para qual extensão cada agente etiológico está contribuindo para a prevenção e

tratamento de futuras lesões.

LEE et al.9 (2002), objetivando investigar a distribuição habitual da tensão

para sustentar o mecanismo de flexão dentária e também comparar as modificações

nas tensões por diversos locais e direções das cargas oclusais, optou por utilizar

para tal estudo um modelo de elemento finito tridimensional. Desta maneira, foi

realizada uma avaliação do elemento finito que foi designado para construir o

modelo de simulação. Durante o estudo foram impostas 7 condições de carga para

diferentes locais e direções no modelo. Desta maneira, os autores observaram a

presença de tensões por tração na região cervical de um pré-molar superior por

vários locais de carga e em diferentes direções, e quando submetido a cargas

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laterais as tensões por tração geradas na área cervical aumentaram ainda mais.

Desta maneira, os pesquisadores puderam perceber que a magnitude de tensão por

tração na área cervical depende não somente da magnitude em direção a carga mas

também do efeito de influência e resistência. Segundo os autores a magnitude da

tensão por tração na área cervical de um dente é uma função da distância entre a

força oclusal aplicada e o fulcro e, dessa forma, qualquer fator associado com a

influência deve ser considerado, incluindo comprimento clinico da coroa, proporção

coroa-raiz, configuração da raiz, alinhamento do arco e tecidos de suporte ao redor

do dente. Sendo assim, os autores concluíram que este estudo comprovou a

presença de tensões por tração na região cervical de um pré-molar superior por

vários locais e direções de carga. A relação dos fatores biomecânicos que

influenciam o desenvolvimento de lesões de abfração foi constatado, porem outros

aspectos que causam lesões cervicais de abfração também devem ser levados em

consideração, avaliados e estudados com maior profundidade.

Ainda em 2002, RESS21 visando investigar se a presença de cargas oclusais

resultando em flexão cuspídea leva a formação de lesões de abfração, criou uma

pesquisa na qual estudou o perfil de tensão na região cervical de um pré-molar

inferior, obtido com variações na posição da carga oclusal. Desta maneira, um

elemento finito bidimensional foi criado a partir da secção vestibulolingual de um

segundo pré-molar inferior. O modelo foi submetido a cargas variadas em 7 posições

diferentes. Os resultados deste estudo mostraram que as tensões principais

máximas na região cervical ao longo de todos os planos variaram consideravelmente

dependendo da posição do ponto de carga oclusal. As cargas aplicadas as vertentes

cuspídeas internas, vestibular e lingual, que imitam a carga produzida durante a

excursão lateral de mandíbula produziram as maiores tensões excedendo as

tensões de falha conhecidas para o esmalte. Desta maneira o autor observou que a

variação da posição da carga oclusal produziu notáveis variações nas tensões

encontradas no esmalte cervical. Além disso também é possível que os efeitos

desmineralizantes de ácidos erosivos podem enfraquecer o esmalte potencializando

os efeitos da carga oclusal. O pesquisador também afirma que as tensões cervicais

parecem ter o pico em uma área onde o esmalte é estruturalmente inferior

comparado com o restante do dente. Portanto o autor concluiu por meio deste

estudo que a interação complexa de uma área de alta concentração de tensão na

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região cervical combinada com o esmalte enfraquecido pode produzir perdas

dentárias cervicais compatíveis com as lesões de abfração.

TANAKA et al.24 (2003), levando em consideração a ideia de que a força

oclusal pode ser um fator desencadeante em lesões de abfração e objetivando

confirmar se as forças laterais causadas pela mastigação não ideal levam o dente a

flexionar e gerar tenção por tração danificando assim o esmalte dentário, realizaram

uma análise de tenção utilizando a teoria da deformação plástico-elástica com o

método de elemento finito bidimensional. Para isso, analisaram um incisivo central

superior e um primeiro pré-molar inferior criados pelo programa em questão. A

informação essencial que a força produzida pela tração é muito menor que aquela

causada pela compressão foi levada em conta. Desta maneira os resultados obtidos

demonstraram que a carga obliqua no dente estira a superfície do esmalte próximo a

junção amelocementária e causa deformação plástica que resulta, muitas vezes, em

lesões cervicais não cariosas em formato de cunha, denominadas de abfração.

RESS et al.20 (2003), objetivando desenvolver modelos de elementos finitos

de um primeiro pré-molar, canino e incisivo superior para proporcionar uma

explicação biomecânica para a formação das lesões de abfração, desenvolveram

este estudo comparando os perfis de estresse nas regiões cervicais vestibular e

lingual dos elementos. Os modelos bidimensionais de elemento finito de um primeiro

pré-molar, canino e incisivo superiores foram criados e os perfis de estresse cervical

foram analisados ao longo do plano horizontal 1,1 mm acima da junção

amelocementária. O estresse local X (horizontal) no lado vestibular foi 176,4 Mpa

para o incisivo, 57,8 Mpa para o pré-molar, e 3,4 Mpa para o canino. De forma

similar, o estresse máximo principal vestibular foi 181,4 Mpa para o incisivo, 25,2

Mpa para o pré-molar e 66,8 Mpa para o canino. O perfil de estresse vestibular na

região cervical de um incisivo superior foi sempre maior do que aquele encontrado

em um canino ou pré-molar superior. A razão para esses achados neste estudo e a

variação entre dentes em termos da apresentação clínica de lesões de abfração, é

provavelmente por serem relacionados a área do ligamento periodontal associado

com cada um desses dentes e sua mobilidade subsequente sob carga. Além disso,

uma vez que o incisivo tem a cobertura mais fina do osso alveolar, esse dente é

mais propenso a ter maior grau de deslocamento. Sendo assim, os autores puderam

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concluir que os perfis de estresse vestibular na região cervical de um incisivo

superior foram maiores do que os encontrados em um canino ou pré-molar

superiores. Esses achados podem proporcionar uma explicação biomecânica para a

variação clinica observada na apresentação de lesões de abfração, como por

exemplo, defeito angulares em forma de cunha e em região cervical.

No mesmo ano, GERAMY;SHARAFODDIN5 levando em consideração que

as deflexões dentárias sob cargas funcionais são consideradas como fatores

etiológicos das abfrações, desenvolveram um estudo no qual objetivaram avaliar o

comportamento dos dentes sob forças aplicadas em diferentes direções. Para isso

criaram um modelo de elemento finito tridimensional de um incisivo central superior

no qual foi aplicada uma força de 1,5 N na região palatina de sua coroa em 5 etapas

onde as direções eram diversificadas, fazendo com que cada uma delas passasse

da inclinação até a intrusão. Deslocamento e tensão foram levados em consideração

para se avaliar a região cervical por um aspecto da tensão. Como resultados os

autores observaram que a abordagem de deslocamento resultou em uma via curva

quando comparado a linha reta conectando as áreas apical a incisal, além disso, as

deflexões máximas estavam presentes na área da junção amelocementária que foi

submetida a grande carga de tensão. Padrões de tensão quando avaliados em uma

direção mesiodistal foram completamente concordantes com a forma de lesões

cervicais. Sendo assim, os pesquisadores concluíram que a aplicação de forças

pode gerar aumento de tensão e deflexões dentárias, o que pode confirmar a

questão da etiologia das lesões cervicais não cariosas como as abfrações sendo

proveniente primariamente das maloclusões.

LITONJUA et al.14 (2004), com o objetivo de investigar o papel das cargas

axiais e não axiais no desenvolvimento de lesões cervicais, desenvolveram um

estudo onde pré-molares pareados, extraídos para objetivos ortodônticos, foram

usados em um aparelho de escovação dentária desenvolvido para essa função. Um

sulco periodontal de 0,1 mm de largura com 1 mm de recessão gengival foi simulado

com prótese de resina. Na primeira fase 8 pares de pré-molares foram submetidos a

80 horas de escovação e 300g de força de escovação com uma pasta de dente

derretida aplicada continuamente a escova. Um dente de cada par foi submetido a

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250 horas e 45kg de carga axial contínua, enquanto outro dente não submetido a

essa carga serviu como controle. Em uma segunda fase dez pares de pré-molares

foram submetidos as mesmas condições, porém, foram expostos a 250 horas e 45

kg de carga não-axial intermitente. Impressões em borracha foram feitas das lesões

cervicais e então ajustadas, pesadas e comparadas para se determinar a quantidade

de perda de material dentário. Como resultado os autores puderam observar que

quando os dentes foram submetidos as cargas axiais, houve uma perda de material

dentário porém pouco significante, entretanto, quando os dentes foram submetidos á

cargas não axiais, não houve perda de material dentário comparado ao grupo

controle. Desta forma, os pesquisadores concluíram que a aplicação de carga

oclusal pode não ter uma função notória na progressão do desgaste dentário

cervical denominado de abfração.

DEJAK et al.3 (2005), objetivando calcular a tensão e a proporção de força

na área cervical do molar inferior durante alguns hábitos parafuncionais e durante a

mastigação, bem como a investigar o mecanismo de formação das lesões cervicais

nos dentes, propuseram um modelo de elemento finito biodimensional do primeiro

molar inferior e coroa do molar superior oposto e realizaram uma simulação

computacional da mastigação de um alimento com módulo altamente elástico,

incluindo o ranger e apertamento dental. Pares de elementos contato foram usados

entre o alimento e as superfícies oclusais dos elementos. Tal análise não foi linear.

Durante as simulações foram calculadas a pressão exercida na superfície oclusal e a

condição das tensões no molar inferior. Com os resultados obtidos os autores

observaram que pressões significativas foram exercidas sobre as cúspides linguais

dos molares inferiores durante a simulação da carga fisiológica e patológica. Nos

elementos de esmalte próximos á junção amelocementária foram observadas

tensões por tração que excederam a força do esmalte. Desta forma os

pesquisadores puderam concluir que a sobrecarga do dente pela simulação

computadorizada resultou em prejuízo do esmalte na junção amelocementária e

levou ao início de uma lesão cervical. Tal estudo do elemento finito propõe um

mecanismo para o desenvolvimento de lesões cervicais devido aos altos níveis de

cargas dentárias. O entendimento deste mecanismo pode permitir a prevenção da

formação da lesão cervical.

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LIMA et al.13 (2005), observando a complexidade das lesões cervicais não

cariosas na prática clínica, principalmente no que se refere ao reconhecimento de

seu principal fator etiológico e ao correto tratamento necessário, desenvolveram um

estudo com o objetivo de avaliar a prevalência, o diagnóstico diferencial e

principalmente os fatores etiológicos relacionados com essas lesões. Para isso

foram avaliados 108 pacientes que se voluntariaram e compareceram a clínica

odontológica do UNICENP. Para selecionar os pacientes participantes não houve

qualquer restrição. Sendo assim, por meio de uma coleta de dados foram

selecionados pacientes que apresentavam lesões cervicais não cariosas com

envolvimento importante da estrutura dental, totalizando 66% do total inicial de

participantes. Para este último grupo os pesquisadores aplicaram questionários que

abordavam questões relacionadas ao diagnóstico e aos fatores etiológicos que

supostamente resultariam na formação de lesões. Como resultado os pesquisadores

puderam observar que as lesões foram mais comuns em mulheres e existiu uma

relação direta entre idade e dentes mais cometidos, (69%), estando diretamente

associada a má oclusão (58%) com hábitos nocivos e parafuncionais – apertamento

(49%) e bruxismo (61%). Sendo assim, a conclusão é que existe uma forte relação

dos fatores causais citados com a presença das lesões cervicais não cariosas.

MADANI;AHMANDIAN-YAZDI15, ainda em 2005, objetivando investigar

relações das lesões cervicais não cariosas com contatos dentários prematuros,

avaliaram 1974 dentes de 77 pacientes. Um total de 167 dentes foram avaliados e

encaminhados para o grupo que continha critérios para a formação de lesões

cervicais não cariosas e outros 167 dentes foram inclusos no grupo controle. Os

resultados obtidos pelos autores indicaram que no grupo dos dentes que estavam

dentro dos critérios para lesões cervicais não cariosas a frequência dessas lesões foi

significativamente maior do que os outros elementos dentários analisados. O

primeiro pré-molar se mostrou com o maior número de lesões cervicais, os caninos

ficaram em segundo lugar nas proporções e o segundo molar teve o menor número

de lesões. Dentro desse grupo, uma correlação positiva e altamente significante foi

detectada entre a incidência de lesões e contatos prematuros. O número total de

contatos prematuros foi relevantemente maior no grupo de lesões cervicais não

cariosas do que no grupo controle. Após analisar os resultados da investigação, os

autores puderam concluir que o grupo de lesões cervicais não cariosas e o grupo

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controle diferiram significantemente no número de contatos prematuros presentes

em relação cêntrica e lado de trabalho, mas não no lado de balanceio e protrusão.

TEIXEIRA.25 (2006), objetivando analisar a distribuição de tensões na região

cervical dos dentes, utilizaram modelos bidimensionais dos primeiros pré-molares

superiores e inferiores. Tais modelos foram colocados em contatos cêntrico e

excêntrico no plano frontal sobre uma carga de 1N através do método dos elementos

finitos. Os resultados permitiram concluir que nas posições excêntricas os dentes se

flexionam e tenções de tração ocorrem na região cervical oposta ao contato com

valores compatíveis para a formação das lesões cervicais não cariosas. Em uma

simulação da diminuição da mobilidade dentária sob cargas de impacto puderam

observar a redução do valor das tensões de tração, em todas as regiões analisadas

na ordem de 33% para o pré-molar superior e 66% para o pré-molar inferior, mas

sem alterar seu padrão de distribuição.

MOLENA et al.18 (2008) objetivando avaliar a prevalência de lesões cervicais

não cariosas em idosos, correlacionada com hábitos de higiene, dieta ácida e

hábitos parafuncionais, desenvolveram um estudo observacional transversal em 100

indivíduos idosos, no período de novembro de 2007 a janeiro de 2008. Para isso,

foram aplicados exames como o do estado mental, questionários e exames clínicos

nos pacientes participantes do estudo. Os resultados obtidos mostraram que não

foram observadas associação entre a quantidade de fatores intrínsecos e a

presença de erosão e nem correlação entre a quantidade de fatores extrínsecos e o

número de dentes ou porcentagem de dentes comprometidos pela erosão. Também

não foram observadas correlações entre a presença de hábitos para-funcionais e o

número de dentes com abfração ou porcentagem de dentes comprometidos pela

abfração. Com relação as correlações significativas entre o número de dentes ou

porcentagem de dentes comprometidos pela abrasão, não foram observados

correlação entre o número de dentes ou porcentagem de dentes comprometidos

pela abrasão e nenhum dos hábitos de higiene. Desta forma, concluiram que dentre

os indivíduos pesquisados, 77% apresentou pelo menos uma lesão cervical não

cariosa, mas sem qualquer correlação com os fatores etiológicos de cada lesão

específica. Já 12% da amostra apresentou erosão dentária, mas sem correlação

com a dieta ácida. Cerca de 42% da amostra apresentou abfração dentária, mas

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sem correlação com hábitos parafuncionais e 63% da amostra apresentou abrasão

dentária, mas sem correlações significativas com hábitos de higiene.

WOOD et al.27 (2009), com o objetivo de avaliar se a redução da carga

oclusal através do ajuste oclusal tinha algum efeito sobre a progressão das lesões

de abfração, realizaram um estudo em 39 pacientes com idades variando entre 35 e

70 anos. Os pacientes deveriam apresentar 2 lesões cervicais não cariosas que não

necessitavam de restauração, e foram aleatoriamente selecionados para receberem

ajuste oclusal durante os movimentos excursivos laterais da mandíbula. Impressões

das arcadas foram realizadas enquanto a primeira sessão era realizada e após 6, 18

e 30 meses para comparação das lesões, que foram medidas através de uma lupa

estereoscópica. As imagens obtidas foram transferidas para um computador através

de uma câmera digital embutida, onde foi utilizado um software para medição das

lesões por meio da contagem de pixels em determinada área. Concluíram que o

ajuste oclusal não parece impedir a progressão das lesões cervicais não cariosas.

OLIVEIRA et al.19 (2009), objetivando avaliar os aspectos clínicos das LCNC

e sua relação com hábitos alimentares, parafuncionais e de higiene, realizaram um

estudo em 100 pacientes, os quais foram submetidos a um exame clínico para

verificar a presença de LCNC. Para a coleta de dados, aplicou-se um questionário

constituído por dados do paciente, assim como perguntas pertinentes ao hábito de

escovação, dieta e hábitos parafuncionais, respondido verbalmente pelos pacientes

e anotado pelo pesquisador. Os dentes com LCNC foram avaliados em máxima

intercuspidação habitual e nos movimentos excursivos (protrusão, lateralidade e

balanceio). Os pacientes foram divididos em 2 grupos, sendo o primeiro composto

por pacientes que não apresentavam nenhuma LCNC (56%) e o outro por pacientes

que apresentavam pelo menos 1 dente com LCNC (44%). O grupo de pacientes com

lesão apresentou 148 dentes com a ocorrência dela, que variou de 1 a 12 dentes

lesionados por paciente. A média foi de 3,36 lesões por pessoa, e 98,7% estavam

localizadas na face vestibular. Em relação ao grupo de dentes, os pré-molares foram

os mais acometidos pela lesão (62,16%), seguidos pelos molares (24,32%); em

menor frequência estavam os incisivos e os caninos (6,76%). Quanto à arcada

dentária mais atingida, neste estudo houve pequena diferença, mas a mandíbula foi

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a mais afetada pela lesão (51,35%). Dos pacientes com LCNC, 70,45%

apresentaram pelo menos um contato prematuro, seja este na máxima

intercuspidação habitual ou nos movimentos de lateralidade e de protrusão.

Puderam então concluir que: 1) existe uma alta incidência de LCNC nos pacientes

analisados, sendo a maior frequência observada em pré-molares e molares, e a

menor em incisivos e caninos; 2) foi verificado uma elevada quantidade de pacientes

com contatos prematuros na amostra de pacientes com lesão; 3) não houve

correlação entre os hábitos parafuncionais, alimentares e de higiene e a presença de

lesão; 4) a formação de LCNC não pode ser atribuída a um único fator etiológico.

FIGUEIREDO et al.4 (2013), objetivando verificar a prevalência de lesões

cervicais não cariosas em pacientes atendidos em um centro de problemas oclusais,

realizam um estudo no qual avaliaram os hábitos de higiene bucal, hábitos

alimentares e o pH salivar de 88 pacientes, dentre eles alguns que apresentavam as

LCNC e outros que não apresentavam tais lesões, a fim de observar a associação

entre os itens citados e a presença das lesões cervicais não cariosas. Os dados

foram coletados através de um exame clínico padronizado em que, além do gênero

e da idade, abordaram-se variáveis sobre hábitos de higiene bucal, hábitos

alimentares, pH salivar e características das lesões. Nos resultados obtidos

podemos observar que haviam 58 pacientes com LCNC (65,90%) e, em 30

pacientes, as lesões estiveram ausentes (34,10%). De 2341 dentes avaliados, em

461 dentes, as LCNCs estiveram presentes, correspondendo a 19,69% a

prevalência de dentes com lesões, variando de 1 a 21 dentes por paciente

(Média=5,28 dentes com lesão). Os grupos dentários mais acometidos foram os pré-

molares e as lesões foram mais prevalentes na maxila do que na mandíbula

principalmente na face vestibular (85,0%), seguida das faces palatina (14,60%),

mesial (0,2%) e distal (0,2%). Em relação à idade, observou-se média de 31,47

anos, variando de 18 a 71 anos. Quanto ao gênero, houve predominância de

mulheres (63,36%) em relação aos homens (36,64%) na amostra. Os hábitos de

higiene oral, (fatores abrasivos) não apresentaram associações com a presença de

LCNCs. Dentre os hábitos alimentares (fatores erosivos), a frequência do consumo

de refrigerantes apresentou associação positiva com a presença de LCNCs. O pH

salivar não demonstrou associação com a presença das lesões. Diante dos

resultados apresentados os autores concluiram que: 1) os pacientes com presença

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de LCNCs (65,90%) foram prevalentes entre os pacientes dos Serviços de Oclusão;

2) os pré-molares e o arco superior foram mais atingidos pelas LCNCs; 3) os hábitos

de higiene bucal e o pH salivar não estiveram associados à presença das LCNCs.

SANTOS et al.22 (2013) objetivando estimar a prevalência de Lesões

cervicais não cariosas entre portadores de pelo menos uma destas lesões e

identificar suas características clínicas em pacientes adultos realizaram um estudo

no qual o levantamento dos dados aconteceu por meio de exame clínico e

questionário. Um total de 491 dentes foram avaliados em 23 pacientes, dos quais

121 dentes apresentavam LCNCs. Critérios como forma, dimensão horizontal e

vertical, profundidade, término, classificação e sensibilidade dentinária das lesões,

além dos fatores oclusais fizeram parte da avaliação. Os dados foram submetidos à

análise estatística pelo teste não paramétrico Exato de Fischer, com nível de

significância de 5%. Uma análise descritiva foi utilizada para dados que

caracterizavam a amostra no nível do indivíduo (sexo e fatores etiológicos das

LCNCs e no nível do dente (presença, tipo e formato da lesão; dentes e faces mais

comprometidos). Como resultado deste estudo os autores puderam observar que um

total de 24,64% dos dentes apresentava algum tipo de lesão cervical, sendo os

dentes pré-molares inferiores os mais acometidos (30,58%). A abfração foi a lesão

mais presente (52,89%). A face vestibular foi mais comprometida pelas LCNCs com

significância estatística. As cavidades rasas foram mais prevalentes em todos os

tipos de lesões. Facetas de desgaste foram bastante encontradas nos dentes com

LCNCs. A sensibilidade dentinária severa foi mais observada em dentes com

abrasão. Puderam então concluir que dentre as LCNCs, as lesões de abfração foram

mais encontradas em pessoas do sexo feminino, nas faces vestibulares de dentes

pré-molares e com profundidade rasa.

JAKUPOVIC et al.8 (2014), através do método de elementos finitos, realizou

um estudo com o objetivo de analisar tensões provocadas na região cervical de um

primeiro pré-molar inferior. Um modelo tridimensional foi obtido e então foram

analisadas as estruturas do esmalte, dentina, ligamento periodontal e osso alveolar

sob forças axiais e paraxiais de 200 N. Concluíram que os valores de tensão mais

elevados foram verificados na parte cervical dos alvéolos, onde a reabsorção óssea

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é mais freqüente. Além disso, a ação de forças oclusais, especialmente as paraxiais,

levam a um estresse significativo na parte cervical do dente. Os valores de tensão

na camada de esmalte sub-superficial cervical são quase 5 vezes maior em relação

ao esmalte superficial, o que confirma a complexidade dos processos biomecânicos

na criação de lesões abfração.

YAMASHITA et al.28 (2014), objetivando determinar a prevalência de LCNC

e de hiperestesia dentinária, realizaram um estudo em 80 pacientes, com idade

média de 22,5 anos. Foi realizado um questionário, constituído pela identificação do

paciente e por perguntas relacionadas aos hábitos de escovação, à dieta ácida e

também aos hábitos parafuncionais, cujo preenchimento foi efetuado pelo paciente e

supervisionado pelos pesquisadores. Após o preenchimento, cada indivíduo foi

submetido a um exame clínico para verificar a presença de LCNC, onde foram

analisadas somente as faces vestibulares dos primeiros pré-molares, segundo pré-

molares e dos primeiros molares de todos os quadrantes. A hiperestesia dentinária

foi avaliada de acordo com a subjetividade na resposta de cada paciente. Na

pesquisa em questão, foi realizada através da Escala Visual Analógica (EVA), que

se apresenta como uma linha de 10 cm de comprimento cujas extremidades

representam os limites da dor, ausência de dor e dor severa. O indivíduo após o

estímulo, através de jatos de ar da seringa tríplice a uma distância de 1 cm, durante

3 segundos, indicou o número correspondente à sensibilidade provocada. Após as

análises dos resultados, verificaram a presença de LCNC em 77,5% dos pacientes,

sendo o dente mais acometido o primeiro pré-molar (47,53). Concluíram então que

idade, hábitos parafuncionais, tipo de escova dental e dieta ácida não possuem

relação com a presença de lesões cervicais não cariosas. Além disso, verificou-se

que não existe uma correlação significativa entre a prevalência de lesões não

cariosas e a hiperestesia dentinária.

LEVRINI et al.12 (2014), visando avaliar os desgastes das estruturas dentais

causados pelas lesões cervicais não cariosas, utilizando um microscópio eletrônico

de varredura, observou em todos os espécimes das lesões de abfração o

envolvimento da margem cervical vestibular. Tais lesões mostraram-se irregulares,

com formato de cunha e bem definidas. Uma única amostra se mostrou incomum as

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características das abfrações, apresentando múltiplas cavidades. Em todas as

amostras as lesões foram observadas voltadas para a polpa dental. A intensidade e

a frequência das forças aplicadas demonstraram causar interferência no tamanho do

defeito em forma de cunha das lesões, ou seja, quanto maior a intensidade e a

frequência das forças dirigidas ao elemento dental maior foi o tamanho da lesão.

Sendo assim, o autor pode concluir que as lesões cervicais não cariosas não são

exclusivamente localizadas ao nível cervical dos elementos dentais, além disso,

pode afirmar que os diferentes tipos de lesão podem se fazer presentes em um

único dente, mas com formas e características particulares a cada uma delas,

tornando-se assim de fácil diferenciação.

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4. DISCUSSÃO

A abfração de acordo com GRIPPO6 (1991), provém de um sistema que

gera uma possível perda de estrutura dental em um ponto enfraquecido da região

cervical devido a forças oclusais sucessivas que levam o dente à flexão e à fadiga.

Fig.1 - Abfração; Arquivo pessoal, LINO JÚNIOR, H.L (2011)

A presença de forças laterais durante movimentos como a mastigação ou

movimentos parafuncionais que são induzidas por estresse é uma consideração

diagnóstica importante nas lesões cervicais não cariosas. O entendimento de que o

elemento dental e suas estruturas não são estáticas e estão sujeitas à deformações

frente às cargas oclusais, gerou uma significativa mudança na direção das

pesquisas odontológicas no assunto. Desta forma, parece existir consenso entre

grande parte dos pesquisadores de que as lesões cervicais não cariosas são de

etiologia multifatorial complexa, sendo fundamental ao cirurgião dentista entender os

possíveis mecanismos patodinâmicos que possam contribuir para a formação e

desenvolvimento dessas patologias: LEE e EAKLE11 (1984); SPRANGER et al.23

(1992); LEE et al.9 (2002); GERAMY et al.5 (2003); RESS et al.20 (2003); TANAKA et

al.24 (2003); DEJAK et al.3 (2005); LIMA et al.13 (2005); MADANI et al.15 (2005);

TEIXEIRA et al.25 (2006); OLIVEIRA et al.19 (2009); JAKUPOVIC et al.8 (2014);

LEVRINI et al.12 (2014).

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Fig.2- Etiologia complexa e multifatorial das LCNC; GRIPOO6 (1991).

O fato é que as forças funcionais excessivas e parafuncionais são

constantemente citadas nos artigos revisados como fatores etiológicos primários e

estão, de alguma maneira, relacionados à abfração, podendo atuar associadamente

a fatores químicos e mecânicos. A maioria das evidencias que suportam essa teoria

advém de observações das próprias lesões na boca, quer na presença de facetas de

desgaste, na forma de cunha da lesão, na localização subgengival eventual da lesão

ou parte dela, na perda de proteção da guia anterior e da orientação do longo eixo

do dente em relação ao plano oclusal. Os estudos concluíram que para a maioria

dos autores pesquisados, o estresse de tração consiste na etiologia primária das

abfrações, porém, não é construtivo afirmar que todas as lesões cervicais não

cariosas são causadas pelo estresse ou que este seja o único fator envolvido:

MEYER et al.17 (1991); TELLES26 (2000); LITONJUA et al.14 (2004); MOLENA et

al.18 (2008); WOOD27 (2009).

Fig.3- Interferência oclusal no lado de não trabalho; arquivo pessoal, LINO JÚNIOR,

H.L (2011).

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Com relação a epidemiologia das abfrações, OLIVEIRA et al.19 (2009),

afirmou que a maior parte das lesões se localizam na face vestibular dos dentes, e

que os pré-molares são os elementos mais acometidos pelas lesões, seguidos pelos

molares, sendo que para este autor, a arcada dentária mais atingida foi a mandíbula.

Já FIGUEIREDO et al.4 (2013) encontrou em seus estudos que a arcada dentária

mais atingida pelas abfrações foi a maxila, concordando que a maioria das lesões de

abfração acontecerem na face vestibular dos dentes, e acrescentou que, em relação

à idade, os pacientes que apresentaram as lesões de abfração estiveram na fase

adulta de meia idade, e além disso, em relação ao gênero, houve a predominância

destas lesões nas mulheres em relação aos homens. Em 2013, SANTOS et al.22

concordaram que os dentes pré-molares são os mais acometidos pela abfração, na

face vestibular, e predominantemente nas mulheres.

O papel fundamental da oclusão na distribuição das tensões e a importância

de se conhecer a biomecânica dentária foram evidenciados neste trabalho por meio

dos artigos pesquisados, evidenciando que forças oclusais devem ser direcionadas

ao longo eixo do dente, onde são neutralizadas pelo ligamento periodontal, por meio

do mecanismo de absorção e dissipação de forças promovidas por suas fibras, seus

vasos, liquido intersticial e tecido ósseo esponjoso. Quando esse mecanismo

funcional apresenta algum sinal de anormalidade que excede a sua capacidade

adaptativa, esta pode ocorrer por grande magnitude de força vertical ou por

componentes horizontais de forças laterais, que podem causar flexão do dente e

acarretar dois tipos de tensões: de compressão e de tração, levando, então, à

formação das lesões de abfração pela quebra dos primas de esmalte que são

susceptíveis a tais forças: SPRANGER et al.21 (1973) e LEE e EAKLE10 (1984)

Fig.4- Disposição radial dos prismas de esmalte; LEE e EAKLE (1996)

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Os estudos biomecânicos resvisados evidenciaram as tensões por tração e

compressão na área cervical dos dentes, sem mostrar, contudo, a fratura do

esmalte e da dentina, o que permanece apenas uma interpretação.Talvez o maior

desafio para os proponentes da teoria da abfração seja demonstrar

experimentalmente e clinicamente que a tensão cervical promovida pela carga

oclusal é o fator etiológico primário ou uma entidade clínica distinta nesta patologia

que tem etiologia multifatorial complexa.

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5. CONCLUSÃO

Os estudos aqui revisados sobre as lesões cervicais não cariosas em forma de

cunha, indicaram que o estresse oclusal seria o principal fator que desencadearia

estas lesões e outros fatores locais como á dissolução quimica e mecânica,

causadas por ácidos presentes nos fluídos bucais e pela escovação, teriam papel

secundário na dissolução da estrutura dentária, criando as lesões.

.

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