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ISSN: 19841175 – ANAIS ELETRÔNICOS Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras 669 LETRAMENTO DIGITAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EJA: A CAMINHO DO HIPERTEXTO. Patrícia da Silva Soares (UNIR – Universidade Federal de Rondônia) Radelfiane Balbino da Silva Ferreira. (UPEL – Universidad Pedagógica Experimental Libertador) Resumo: O presente artigo possibilita ao docente da EJA, uma reflexão sobre a mais recente linha pedagógica que pode contribuir para um trabalho atualizado no campo tecnológico. O letramento digital (Xavier 2005), “se o aprendiz contemporâneo usa os equipamentos digitais com desenvoltura, ele consegue reinventar seu cotidiano e estabelecer novas formas de ação, que se revelam em práticas sociais específicas e em modos diferentes de utilização da linguagem verbal e da nãoverbal. O letramento digital requer que o sujeito assuma uma nova maneira de realizar as atividades de leitura e de escrita”. As práticas pedagógicas no âmbito escolar devem possuir relevância cultural e social para os sujeitos que se encontram em processos de ensinoaprendizagem. E isto aponta a necessidade dos alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) adquirirem novas competências linguísticas na perspectiva do letramento, sob os mais variados gêneros textuais, inclusive, os digitais através de práticas hipertextuais. A educação, como processo de aprendizagem que acompanha o ser humano ao longo da sua vida e a compreensão de que é necessário oportunizar uma educação que atenda às exigências e necessidades dos sujeitos que se encontram no contexto da sociedade da informação, globalizada e tecnologicamente avançada, merece ser discutida, na perspectiva do letramento digital. Nesse sentido, a inclusão dos Hipertextos e da Internet constituem recursos para a realização de leituras e pesquisas de forma mais abrangente e enriquecedora, uma vez que não só motiva o educando, mas também o educador a questionarem sobre determinado assunto, confrontarem realidades e buscarem informações para sanarem suas indagações. No mundo globalizado, onde impera o poder e a cultura da classe dominante, é possível possibilitar uma educação inovadora, instauradora entre os jovens e adultos que fazem suas histórias, que constroem sua formação de vida. “Todo o processo de conhecimento, marcadamente o do adulto, aluno da EJA, é permeado por suas vivências, cuja lembrança é mobilizada em determinados momentos das interações de ensinoaprendizagem escolar”.

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Universidade  Federal  de  Pernambuco  NEHTE  /  Programa  de  Pós  Graduação  em  Letras    

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LETRAMENTO  DIGITAL  E  SUAS  CONTRIBUIÇÕES  NA  EJA:  A  CAMINHO  DO  HIPERTEXTO.  

   

Patrícia  da  Silva  Soares      (UNIR  –  Universidade  Federal  de  Rondônia)  

 Radelfiane  Balbino  da  Silva  Ferreira.  

(UPEL  –  Universidad  Pedagógica  Experimental  Libertador)      

Resumo:  O  presente  artigo  possibilita  ao  docente  da  EJA,  uma  reflexão  sobre  a  mais  recente   linha  pedagógica  que  pode  contribuir  para  um  trabalho  atualizado  no   campo   tecnológico.   O   letramento   digital   (Xavier   2005),   “se   o   aprendiz  contemporâneo   usa   os   equipamentos   digitais   com   desenvoltura,   ele  consegue  reinventar  seu  cotidiano  e  estabelecer  novas  formas  de  ação,  que  se   revelam   em   práticas   sociais   específicas   e   em   modos   diferentes   de  utilização  da  linguagem  verbal  e  da  não-­‐verbal.  O  letramento  digital  requer  que  o  sujeito  assuma  uma  nova  maneira  de  realizar  as  atividades  de  leitura  e  de   escrita”.   As   práticas   pedagógicas   no   âmbito   escolar   devem   possuir  relevância  cultural  e  social  para  os  sujeitos  que  se  encontram  em  processos  de   ensino-­‐aprendizagem.   E   isto   aponta   a   necessidade   dos   alunos   da   EJA  (Educação  de  Jovens  e  Adultos)  adquirirem  novas  competências  linguísticas  na   perspectiva   do   letramento,   sob   os   mais   variados   gêneros   textuais,  inclusive,   os   digitais   através   de   práticas   hipertextuais.   A   educação,   como  processo  de  aprendizagem  que  acompanha  o  ser  humano  ao   longo  da  sua  vida  e  a  compreensão  de  que  é  necessário  oportunizar  uma  educação  que  atenda   às   exigências   e   necessidades   dos   sujeitos   que   se   encontram   no  contexto   da   sociedade   da   informação,   globalizada   e   tecnologicamente  avançada,  merece  ser  discutida,  na  perspectiva  do  letramento  digital.  Nesse  sentido,  a  inclusão  dos  Hipertextos  e  da  Internet  constituem  recursos  para  a  realização   de   leituras   e   pesquisas   de   forma   mais   abrangente   e  enriquecedora,   uma   vez   que   não   só   motiva   o   educando,   mas   também   o  educador   a   questionarem   sobre   determinado   assunto,   confrontarem  realidades   e   buscarem   informações   para   sanarem   suas   indagações.   No  mundo  globalizado,  onde  impera  o  poder  e  a  cultura  da  classe  dominante,  é  possível  possibilitar  uma  educação   inovadora,   instauradora  entre  os   jovens  e   adultos   que   fazem   suas   histórias,   que   constroem   sua   formação   de   vida.  “Todo  o  processo  de   conhecimento,  marcadamente  o   do   adulto,   aluno  da  EJA,   é   permeado   por   suas   vivências,   cuja   lembrança   é   mobilizada   em  determinados  momentos  das   interações  de   ensino-­‐aprendizagem  escolar”.  

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(FONSECA,  2007).  Desta  forma,  este  trabalho  visa  despertar  nos  educadores  a  adesão,  a  ideia  da  inserção  do  letramento  digital  para  a  EJA  como  inovação  no   fazer   pedagógico   agregadas   às   práticas   já   utilizadas   no   cotidiano   das  aulas   de   Língua   Portuguesa   com   foco   na   produção   de   hipertextos.   Sendo  assim,   os  mesmos   passarão   a   ser   educadores   antenados   ás   exigências   do  momento   com   relação   aos   desafios   da   tecnologia   na   educação   do  mundo  contemporâneo.    Palavras-­‐chave:  Letramento  Digital,  EJA,  Hipertextos.      ABSTRACT:  This   article   allows   the   teacher   of   the   EJA   a   reflection   on   the  most   recent  pedagogical  line  that  can  contribute  to  an  updated  work  in  the  technological  field.   Digital   literacy   (Xavier   2005),   "If   the   contemporary   apprentice   uses  digital  equipment  with  ease,  he  can  reinvent  his  daily  life  and  establish  new  forms   of   action,   which   are   revealed   in   specific   social   practices   and   in  different   ways   of   using   verbal   language   and   non-­‐verbal.   Digital   literacy  requires  the  subject  to  assume  a  new  way  of  performing  reading  and  writing  activities.  "  The  pedagogical  practices  in  the  school  environment  must  have  cultural   and   social   relevance   for   the   subjects  who   are   in   teaching-­‐learning  processes.  And   this   points   to   the  need   for   students   of   the   EJA   (Youth   and  Adult  Education)  to  acquire  new  language  skills  from  a  literary  perspective,  under   the   most   varied   textual   genres,   including   digital   ones   through  hypertextual   practices.   Education,   as   a   learning   process   that   accompanies  the   human   being   throughout   his   life   and   the   understanding   that   it   is  necessary   to   provide   an   education   that  meets   the   demands   and   needs   of  the   subjects   that   are   in   the   context   of   the   globalized   and   technologically  advanced  information  society,  deserves  to  be  discussed  in  the  perspective  of  digital  literacy.  In  this  sense,  the  inclusion  of  Hypertexts  and  the  Internet  are  resources  to  carry  out  readings  and  research  in  a  more  comprehensive  and  enriching  way,  since  it  not  only  motivates  the  student,  but  also  the  educator  to  question  about  a  certain  subject,  confront  realities  and  seek  information  to  heal  their  inquiries.  In  the  globalized  world,  where  the  power  and  culture  of  the  ruling  class  prevails,  it  is  possible  to  provide  an  innovative,  instituting  education  among  the  young  people  and  adults  who  make  their  stories,  who  build  their   life   formation.  "The  whole  knowledge  process,  markedly  that  of  the   adult,   student   of   the   EJA,   is   permeated   by   his   experiences,   whose  memory   is   mobilized   at   certain   moments   of   the   school   teaching-­‐learning  interactions."  (FONSECA,  2007).  In  this  way,  this  work  aims  to  awaken  in  the  educators   the  adhesion,   the   idea  of   the   insertion  of   the  digital   literacy   for  the   EJA   as   innovation   in   the   pedagogical   doing,   added   to   the   practices  already  used  in  the  daily  life  of  the  Portuguese  Language  classes  focusing  on  the  production  of  hypertexts.  As  such,  they  will  become  educators  who  are  aware   of   the   demands   of   the   moment   regarding   the   challenges   of  technology  in  the  education  of  the  contemporary  world.  

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 Key  words:  Digital  Literacy,  EJA,  Hypertexts.  

     

Introdução    

A  aprendizagem  é  um  processo  contínuo  que  ocorre  durante  toda  a  vida  do  ser  

humano,  e  é  por  meio  dela  que  o   indivíduo   se  apropria  de  algo  novo,   apreende  um  

novo   conhecimento,   de   modo   que   esse   conhecimento   passa   a   fazer   parte   dele.   As  

transformações  sociais,  econômicas  e  culturais  são  fatores  que  influenciam  o  sistema  

de  ensino  e  ao  educador  cabe  o  papel  de  acompanhar  tais  transformações  dentro  da  

sala  de  aula  e   se  adaptar  às  novas  mudanças.  Atualmente,  presenciamos  um  grande  

avanço  no  desenvolvimento   tecnológico,   com  destaque  paras   as   TIC   (Tecnologias  de  

Informação  e  Comunicação),  e  esse  avanço,  muitas  vezes,  não  é  aproveitado  e  sequer  

aplicado  em  termos  de  melhoria  na  qualidade  da  educação  e  no  processo  de  ensino-­‐

aprendizagem.    

Para   Libâneo   (2007),   as   TIC’s   estão   cada   vez   mais   presentes   no   cotidiano  

escolar.   No   entanto,   a  maioria   dos   professores   da   rede   pública   de   ensino   no   Brasil  

ainda  utiliza  a  abordagem  tradicional  dentro  de  sala  de  aula,  ou  seja,  o  livro  didático,  

quadro   e   giz.   De   acordo   com   Lima   e   Vasconcelos   (2006),   a   não   utilização   das  

Tecnologias  de  Informação  e  Comunicação  (TIC)  pode  ser  atribuída  à  falta  de  formação  

dos   professores,   da   infraestrutura   escolar,   de   políticas   públicas   inadequadas   e   até  

mesmo  a  baixa  remuneração  dos  docentes.  

Introduzir   as   Tecnologias   Educacionais   não   significa   somente   disponibilizá-­‐las  

nas   escolas,   o   seu   uso   deve   vir   acompanhado   da   capacitação   dos   profissionais,  

principalmente  dos  professores,  como  também  da  sua  adequação  e  utilização,  e  que  

não   devem   ser   utilizadas   indiscriminadamente,   uma   vez   que   não   substituem   a   aula  

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expositiva-­‐dialogada   (VALENTE   e   ALMEIDA,   1997).   Assim,   o   professor   deve   ser   o  

mediador  e  promotor  desse  processo  de  aprendizagem.  E  para  que   isso  ocorra,  deve  

ser   capaz   de   criar   um   ambiente   interdisciplinar   que   leve   os   alunos   a   novas  

descobertas.  

O  crescente  uso  das  ferramentas  tecnológicas  na  vida  social,  exige  muitos  dos  

cidadãos,  aprendizagem  de  conhecimentos  e   raciocínio  específicos.  É  nesse  contexto  

eu  surge  mais  o  paradigma  de  letramento  chamado  digital  que  para  reforçar  o  que  foi  

dito,  o  letramento  digital  vem  para  suprir  a  necessidade  dos  indivíduos  de  dominarem  

um   conjunto  de   informações   e   habilidades  mentais   que  devem   ser   trabalhadas   com  

urgência   pelas   instituições   de   ensino   a   fim   de   capacitar   o   mais   rápido   possível   os  

alunos   a   viverem   como   verdadeiros   cidadãos   neste   novo   milênio   cada   vez   mais  

cercado  por  máquinas  eletrônicas.  

As  práticas  pedagógicas  no  âmbito  escolar  devem  possuir  relevância  cultural  e  

social  para  os  sujeitos  que  se  encontram  em  processo  de  aprendizagem.  E  isto  aponta  

a   necessidade   dos   alunos   da   EJA   (Educação   de   Jovens   e   Adultos)   adquirirem   novas  

competências  linguísticas  na  perspectiva  do  letramento,  sob  os  mais  variados  gêneros  

textuais,  inclusive,  os  digitais  através  de  práticas  de  hipertextuais.  

A   presença   da   tecnologia   na   vida   das   pessoas   faz   com  que   as  mesmas   criem  

ansiedade   por   uma   educação   mais   dinâmica,   rápida   e   adequada   à   realidade  

contemporânea,   por   isso   a   prática   da   leitura   e   da   escrita   tão   exigida   no   ensino   de  

língua  portuguesa  passa  a  ser  entendida  e  vista  pelos  canais  dos  hipertextos  que  surge  

na   internet.   Soares   (2002),   faz   uma   referência   a   leitura   e   escrita   realizada   no  

computador,  para  ela,  a   tela  como  espaço  de   leitura  e  escrita  traz  não  apenas  novas  

formas   de   acesso   à   informação,   mas   também   novos   processos   cognitivos,   novas  

formas   de   conhecimento,   enfim   um   novo   letramento,   isto   é   um   novo   estado   ou  

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condição   para   aqueles   que   exercem   práticas   de   escrita   e   de   leitura   na   tela  

(SOARES,2002,  p.  152).  

Por  outro,   lado  adverte  os  estudiosos  do  Letramento  Digital  que   fazer  uso  da  

tecnologia   também   implica   no   posicionamento   crítico   sobre   determinado   assunto  

pesquisado,   isto   quer   dizer   que   o   usuário   no   caso,   o   aluno   e   o   professor   precisam  

também  desenvolver   censo   crítico  emitindo   seus  posicionamentos   a   favor  ou   contra  

situações  veiculadas  na  internet  na  pesquisa  através  dos  hipertextos.  

A   Educação   de   Jovens   e   Adultos   –   EJA,   na   perspectiva   de   aprendizagens   ao  

longo   da   vida,   em  múltiplos   espaços   sociais   deve   sintonizar-­‐se   com   as   exigências   e  

necessidades   do   mundo   contemporâneo   para   além   da   escola   e   isso   requer   que   as  

práticas  pedagógicas  nessa  modalidade  de  ensino  descortinem  um  novo  modo  de  fazer  

educação,   através   do   qual   se   suscita   os   seguintes   questionamentos:   O   professor   de  

Língua  Portuguesa  utiliza   as   novas   tecnologias   para  processo  de   leitura   e   escrita   em  

suas   aulas?   Como   se   aplica   o   letramento   digital   frente   ao   ensino-­‐aprendizagem   do  

aluno   da   EJA   relacionando   sua   vida   social?   Tais   problematizações   se   configuram   a  

seguir,   em   um   diálogo   teórico   pertinente   a   possibilidades   de   novas   concepções   e  

práticas  pedagógicas  aceca  do  uso  das  novas  tecnologias  nas  escolas  de  Porto  Velho,  

capital  do  estado  Rondônia.  

Este  trabalho  objetiva  analisar  o  letramento  digital  nas  turmas  da  EJA  da  escola  

Estadual  Sebastiana  Oliveira  na  cidade  de  Porto  Velho-­‐RO;  observar,  na  escola,  o  uso  

das  tecnologias  para  o  processo  de  leitura  e  escrita  desses  alunos;  identificar  como  os  

alunos  reconhecem  e  fazem  uso  dessas  tecnologias  nas  aulas  de  Língua  Portuguesa,  se  

existe  uma  prática  pedagógica  na  utilização  de  hipertextos  em  sala  de  aula.  

 Para   tanto,   utilizaremos   como   instrumento   de   coleta   de   dados,   aplicação   de  

questionário   e   observação   in   loco   na   sala   de   aula,   baseado   no   aporte   teórico   de  

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autores  com  Marcuschi   (2001,  2009),  Moran  (2002),  Rojo  (2009,  2011),  Xavier   (2005,  

2009,  2013)  e  Soares  (2002,2009).    

Os  procedimentos  utilizados  caracterizam  a  pesquisa  como  sendo  bibliográfica  

relativa,  e  exploratória  analisando  o  modo  como  os  Jovens  e  Adultos  da  EJA  fazem  uso  

do  computador  e  da  internet  em  sala  de  aula.    

Em   virtude   do   advento   dessas   tecnologias,   com   as   quais   no   deparamos  

diariamente,  surgiu  a  necessidade  de  investigar  como  elas  são  usadas  e  se  de  fato  são  

utilizadas  nas  aulas  de  Língua  Portuguesa  nas  turmas  de  jovens  e  adultos,  matriculados  

na  EJA.  Esperamos  que  esse  estudo  contribua  com  o  entendimento  dos  professores  e  

alunos  acerca  do  letramento  digital,  de  modo  a  incluí-­‐los  na  sociedade.  

 

 

1. A  Importância  do  Letramento  Digital    

Ao   iniciar   a   discussão   sobre   letramento   digital,   contextualizamos   o   termo  

letramento,  o  qual  é  recente  no  contexto  brasileiro,  na  perspectiva  de  prática  social  da  

escrita,   foi   introduzido   na   década   de   80.   Etimologicamente   a   palavra   ‘letramento’  

significa:   letra  –   forma  portuguesa  da  palavra   latina   litera,  mento  –  sufixo  que   indica  

resultado  de  uma  ação.  

Desde   o   início   do   século   XXI,   vêm   sendo   realizados   diversos   estudos   da  

linguagem,  inclusive  no  Brasil,  sobretudo  na  Linguística  Aplicada,  sobre  as  práticas  de  

leitura   e   escrita   à   luz   das   chamadas   Novas   Tecnologias   da   Informação   e   da  

Comunicação.  Antes  do  início  do  século  XXI,  tínhamos  uma  prática  de  leitura  e  escrita  

pautada   nos   livros-­‐textos   e,   a   partir   do   início   desse   século,   passamos   a   utilizar   a  

tecnologia   nessas  modalidades   de   uso   da   língua.   A   esse   respeito,   Rojo   (2012,   p.   75)  

afirma  que:    

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Há  algumas  décadas,  as  práticas  de  letramento  na  escola  alicerçavam  se  em  atividades  de   leitura   e   escrita  nas  quais   se   recorria   apenas   à  linguagem  escrita  como  tecnologia  para  o  ensino  de  língua  materna.  Atualmente,  essas  práticas  têm  sofrido  modificações  com  a   inserção  e  o  uso  de  novas  tecnologias.  

 

A   modernidade   colaborou   para   o   surgimento   de   um   elemento   capaz   de  

transformar  a   vida  das  pessoas  na   sua   forma  de   resolver  determinadas   situações  do  

dia   a   dia   através   de   um   processo   de   comunicação   que   acontece   pelo   clicar   de   um  

botão.  Para  Santana  (2015),  “O  reconhecimento  de  que  as  tecnologias  exercem  função  

importante   na   vida   das   pessoas   com   o   dinamismo   que   os  mesmos   possibilitam   aos  

seus   usuários   são   qualidades   que   faz   necessária   a   educação   incorporar   práticas  

metodológicas  utilizando  os  recursos  tecnológicos  no  ensino  das  escolas  brasileiras”.  

       Nesta   configuração   de   se   aprender   a   fazer   “leitura   de   mundo”   como   diz  

Paulo   Freire,   com   a   presença   da   tecnologia   nas   nossas   vidas   surge   também   a  

necessidade  de  se  incorporar  à  prática  pedagógica,  mais  outro  tipo  de  leitura  que  exige  

um  aprendizado  através  das  ferramentas  digitais  caracterizando  assim  outra  dimensão  

na  forma  de  se  fazer  educação  chamado  de  Letramento  Digital.  

Com  a  evolução  das  tecnologias  da  informação  e  da  comunicação,  passamos  a  

utilizar   novas   formas   de   ler   e   de   escrever,   formas   essas   que   facilitam   o   acesso   à  

informação.  Diante  disso,  a  escola  precisa  preparar  os  alunos  para  que  eles  entrem  no  

mundo   da   tecnologia,   da   informação   e   da   comunicação.   Atualmente,   essa   nova  

maneira  de  ler  e  escrever  é  entendida  como  o  letramento  digital.  Sobre  essa  mudança  

na   forma   de   ler   e   de   escrever   digitalmente   e,   ainda,   sobre   o   papel   da   escola   nesse  

contexto,  Xavier  (2005,  p.1)  afirma  que,  

Esse   novo   letramento   (...)   considera   a   necessidade   dos   indivíduos  dominarem  um  conjunto  de   informações  e  habilidades  mentais  que  devem  ser   trabalhadas   com  urgência  pelas   instituições  de  ensino,   a  

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fim  de  capacitar  o  mais  rápido  os  alunos  a  viverem  como  verdadeiros  cidadãos   neste   novo  milênio,   cada   vez  mais   cercado   por  máquinas  eletrônicas  e  digitais.  

 

Assim,  com  base  no  mesmo  autor,  o  letramento  digital  implica:    

[...]   realizar   práticas   de   leitura   e   escrita   diferentes   das   formas  tradicionais   de   letramento   e   alfabetização.   Ser   letrado   digital  pressupõe   assumir  mudanças   nos  modos   de   ler   os   códigos   e   sinais  verbais  e  não  verbais,  como  imagens  e  desenhos,  se  compararmos  às  formas   de   leitura   e   escrita   feitas   nos   livros,   até   porque   o   suporte  sobre  o  qual  estão  os  textos  digitais  é  a  tela,  também  digital.  (XAVIER,  2005,  p.  35).    

 Nesse  sentido,  ser  letrado  digitalmente  pressupõe  assumir  novos  modos  de  ler  

e   escrever,   sejam   os   códigos   verbais   ou   não   verbais.   Este   tipo   de   letramento   é  

necessário  nas  escolas  a   fim  de   ficarem  antenadas  na  atualidade  e  no  progresso  das  

tecnologias.  

Xavier   (2005.  p.4),   enfatiza  que,   “o   letramento  digital   exige  do   sujeito  modos  

específicos   de   ler   e   escrever   (...)   Ele   utiliza   com   facilidade   os   recursos   expressivos  

como  imagens,  desenhos,  vídeos  para  interagir  com  outros  sujeitos.  Trata-­‐se  de  novas  

práticas   lecto-­‐escritas  e   interacionais  efetuadas  em  ambiente  digital  com  intenso  uso  

de  hipertextos  on  e  off-­‐line”  (XAVIER,2009)  

Sobre  o  uso  da   tecnologia   como  mediadora  no  processo  de  aprendizagem  de  

leitura  e  escrita,  os  PCN  (1997,  p.  57)  diz  que:  

Finalmente,  é  necessário  que  se  faça  menção  ao  computador:  alguns  programas   possibilitam   a   digitação   e   edição   de   textos   produzidos  pelos  alunos  para  publicações  internas  da  classe  ou  da  escola;  outros  permitem   a   comunicação   com   alunos   de   outras   escolas,   estados,  países;   outros,   ainda,   possibilitam   o   trabalho   com   aprendizagens  específicas,  sobretudo  a  leitura  

 

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Dessa  forma,  verificamos  a  importância  do  computador  como  ferramenta  para  

o  ensino  de  língua  materna,  pois  ele  abre  um  leque  de  possibilidades  para  os  alunos,  

dentre   eles,   a   habilidade   da   digitação   e,   ao  mesmo   tempo,   a   organização   do   texto;  

além  de  facilitar  o  acesso  à  leitura  em  outro  ambiente  que  não  seja  o  físico.    

Ainda  sobre  a  importância  do  computador  nas  aulas  de  leitura  e  escrita  Soares  

(2002,  p.  152)  afirma  que    

[...]  a  tela  como  espaço  de  escrita  e  de  leitura  traz  não  apenas  novas  formas   de   acesso   à   informação,   mas   também   novos   processos  cognitivos,  novas   formas  de  conhecimento,  novas  maneiras  de   ler  e  escrever,   enfim,   um   novo   letramento,   isto   é,   um   novo   estado   ou  condição  para  aqueles  que  exercem  práticas  de  leitura  e  de  escrita  na  tela.  

 

Além  da  mudança  nos  hábitos  de  leitura  e  escrita,  para  ser  considerado  letrado  

digital,  o  indivíduo  precisa  saber  manusear  tecnicamente  o  computador;  precisa  fazer  

o   uso   dele   para   a   leitura   e   para   a   escrita,   ou   seja,   comunicar-­‐se   eficientemente   em  

ambientes  virtuais.    

A  esse  respeito,  Araújo  (2007,  p.  80)  nos  diz  que  ele:  “[...]  passa  também  pela  

necessidade  de  saber  manipular  um  computador,  de  preferência  conectado  à  internet,  

a  fim  de  ocupar  um  lugar  que  sua  contemporaneidade  lhe  reserva/impõe”.  Ou  seja,  é  

preciso   que   o   homem   e   a   mulher   desse   século   sejam   sujeitos   letrados   também  

digitalmente.  

Outro  ponto  revolucionário  do  Letramento  Digital  diz   respeito  a   ideia  sobre  o  

ensino/aprendizagem   no   qual   o   aluno   passa   a   ser   construtor   do   seu   conhecimento,  

neste  sentido  o  aluno  é  considerado  capaz  de  criar  e  desenvolver  as  capacidades  inatas  

de  aprendizagem  e  não  apenas  um  depósito  de  conhecimento.  (SANTANA,  2015).  

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       (Xavier  2002  apud  Barton  1998)  defende  a  existência  paralela  de  vários  tipos  

de   letramento.  Dessa   forma  o   letramento  digital   seria  mais   um   tipo   e   não  um  novo  

paradigma  de  letramento.  Em  outras  palavras,  

O   letramento   digital   passa   a   ser   fundamental   nas   escolas   para  auxiliar   o   desenvolvimento   da   aprendizagem   do   aluno   preparando  para  que  o  mesmo  utilize  as  ferramentas  tecnológicas  da  informação  e   comunicação   de   maneira   consciente   crítica,   e   sanando   as   suas  necessidades   no   mundo   digital.   O   paradigma   do   letramento   digital  agrega-­‐se   ao   conhecimento   de   mundo   através   da   leitura   sobre   os  aspectos   sociais,   político,   econômico   e   social,   sem   deixar   de   se  considerar  que  a  base  de  tudo  consiste  no  letramento  decodificação  de  código  escrito,  pois  o  mesmo  constitui  a  porta  de  entrada  para  a  realização  das  diversas  leituras.  

 

Barton   ainda   adianta   que  mesmo   dentro   do   letramento   digital   há   contextos  

que   implicam  letramentos  diferentes.  Segundo  o  autor,  “Letramento  não  é  o  mesmo  

em   todos   em   todos   os   contextos.   A   noção   de   diferentes   letramentos,   tem   vários  

sentidos:   por   exemplo,   prática   que   envolvem   variadas  mídias   e   sistemas   simbólicos,  

tais   como  um   filme  ou   computador,  podem  ser   consideradas  diferentes   letramentos  

como  o  letramento  fílmico  e  letramento  computacional”  (Barton,  1998,  p.  9)  

Entretanto   restringe-­‐se   aqui,   o   letramento   computacional   especificamente  

relacionado  à  pesquisa  através  das  leituras  e  a  digitação  de  textos.  

Verificamos,   com   isso,   que   o   processo   de   ensino-­‐aprendizagem   de   Língua  

Portuguesa  muda  com  o  uso  da  máquina.  Deixamos  de  ser  prisioneiros  de  livros-­‐textos  

e  passamos  a   ser  produtores,  ao  passo  que  podemos   investigar  detalhes  que  muitas  

vezes   os   autores   não   deixam   explícitos.   Além   disso,   podemos   adequar   o   texto   aos  

nossos  interesses  pessoais  e,  com  isso,  percebemos  a  importância  do  computador  e  da  

internet  no  ensino  de  Língua  Portuguesa,  pelo  fato  de  ajudarem  no  sentido  de  que  os  

alunos  podem  ser  autores  (produtores)  de  seus  próprios  textos.  

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2. O  EJA  FRENTE  AS  NOVAS  TECNOLOGIAS    

As   novas   tecnologias   chegaram   às   escolas   brasileiras   de   forma   brusca,   visto  

que,  não  se  esperava  que  a   tecnologia  da   informação  e  comunicação  ocupasse   lugar  

como   prioridade   na   vida   das   pessoas,   e   que   seria   a   própria   escola   a   principal  

instituição  a  ensinar  como  lidar  com  a  comunicação  digital.  

Valente   (1993)   apud   Barros   (2011)   afirma   que   “a   Informática,   com   todas   as  

suas  ramificações,  trouxe  a  exigência  da  formação  de  um  homem  com  capacidade  de  

adaptação   às   mudanças.   Concordando   com   essa   opinião,   Dimenstein   (1998,   p.16)  

afirma  que  o  analfabeto  digital  não  encontrará  lugar  no  mercado  de  trabalho  em  uma  

sociedade  informatizada”.  

 Diante   desta   realidade   indiscutível   da   importância   das   novas   tecnologias   no  

processo  de  ensino  aprendizagem,  o  domínio  delas  se  apresenta  como  um  dos  traços  

importantes   do   novo   perfil   do   educando   e   do   educador.   Segundo   Sampaio   e   Leite  

(1999,  p.75)  citado  por  Barros  (2011):  

É   importante   a   capacidade   de   lidar   com   as   diversas   tecnologias   e  interpretar   sua   linguagem,   além   de   distinguir   como,   quando   e   por  que  são  importantes  e  devem  ser  usadas.  Esta  alfabetização  significa  um   domínio   inicial   das   técnicas   e   suas   linguagens,   mas   está  relacionada  também  a  um  permanente  exercício  de  aperfeiçoamento  mediante   o   contato   diário   com   as   tecnologias.   Relaciona-­‐se   ao  conhecimento   técnico   e   pedagógico   que   o   professor   deve   ter   das  tecnologias  e  de  seu  potencial  pedagógico.  

 A   educação   de   Jovens   e   Adultos   (EJA)   é   uma  modalidade   de   escolarização   e  

como   tal   parte   do   sistema   educacional,   responsável   pela   Educação   Básica,   porém  

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somente   na   segunda   metade   da   década   de   90   se   constata,   por   parte   do   governo  

federal,  uma  preocupação  com  a  EJA.    

Em   detrimento   dessa   exigência   social,   a   Declaração   de   Hamburgo   propõe  

medidas  ao  longo  prazo  para  a  melhoria  da  qualidade  da  Educação  de  Jovens  e  Adultos  

no  Brasil.  Uma  dessas  medidas  é  o  item  20,  do  acesso  a  informação.    

A  Declaração  de  Hamburgo  salienta:  

(...)   O   desenvolvimento   de   novas   tecnologias,   nas   áreas   da  informação   e   comunicação,   traz   consigo   novos   riscos   de   exclusão  social   para   grupos   de   indivíduos   e   de   empresas   que   se   mostram  incapazes   de   se   adaptar   a   essa   realidade.   Uma   das   funções   da  educação  de  adultos,  no  futuro,  deve  ser  o  de  limitar  esses  riscos  de  exclusão,   de   modo   que   a   dimensão   humana   das   sociedades   da  informação  se  torne  preponderante.  (UNESCO,  1997,  p.26)  

 

Ao  permitir  o  acesso  ás  tecnologias  tais  como:  computadores  ligados  a  internet,  

filmes,   vídeos   e   outros,   os   alunos   jovens   e   adultos   passam   a   ter   maior   acesso   as  

manifestações   culturais   e   artísticas,   e   por   meio   dessas   tecnologias   o   acesso   ao  

conhecimento  é  maior,  perpassando  barreiras,  socioculturais  e  regionais.  

O   Documento   Base   Nacional   Preparatório   a   VI   Confintea   (Conferência  

Internacional  sobre  Educação  de  Adultos),  é  um  documento  que  retrata  a  realidade  e  

necessidades   da   Educação   de   Jovens   e   Adultos   e   também   estabelece   estratégias   de  

melhoria   da   qualidade   de   ensino   nessa   modalidade   educativa.   Uma   das   estratégias  

apresentadas  neste  documento  é  o  uso  das  Tecnologias  da  Informação  e  Comunicação  

para  a  Educação  de  Jovens  e  Adultos.  Com  relação  a  isso  o  documento  relata:  

“As  TICs  se  espalham  na  prática  social  de  forma  irrecorrível,  mudando  a  vida,  as  

relações   e   as   lógicas   de   apropriação   do   tempo   e   espaço,   agora   submetidos   a   novos  

ordenamentos   a   apreensões.   Convive-­‐se   com   antigas   tecnologias,   mas   não   se   abre  

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mão   das   novas   em   todos   os   campos   da   vida   social   e   cuida-­‐se   de   evitar   que   novas  

exclusões  sejam  processadas”.  (BRASIL,  2008,  p.  18)  

O   trecho   abordado   acima   mostra   que   o   contexto   social   exige   o   uso   das  

tecnologias  e  utilizá-­‐las  não  muda  somente  a  forma  de  agir,  mas,  sim  a  forma  de  viver  

e   relacionar   dos   indivíduos.   A   escola   deve   proporcionar   um   equilíbrio   do   uso   das  

antigas   e  das  novas   tecnologias  para  que  não   se   reproduza   a   exclusão  não   somente  

digital,   mas   a   exclusão   social   por   não   permitir   que   os   alunos   especialmente   da  

Educação   de   Jovens   e   Adultos   tenham   acesso   às   tecnologias   como   qualquer   outro  

cidadão.  

Se   tratando  da   questão   da   exclusão   digital   o   documento   base   a   VI   Confintea  

continua:  

Todos  os  sujeitos  se  veem  diante  de  um  novo  mundo  de  informações  e   linguagens/ferramentas   do   ambiente   virtual   multimídia,   mas  mesmo  a  apreensão  desigual  dessas  linguagens/ferramentas  do  fazer  este   mundo   inclui   a   todos,   sem   escolha,   com   diferentes   graus   de  acesso:   códigos   de   barras,   cartões   eletrônicos,   celulares   estão   na  realidade  cotidiana,  mesmo  quando  se  é  levado  a  pensar  no  conceito  que  mais  uma  vez,   ameaça  o  direito:  o  da  exclusão  digital.   (BRASIL,  2008,  p.  18)  

 

Os  recursos  tecnológicos  estão  presentes  no  dia  a  dia,  por  meio  dos  códigos  de  

barras,  celulares  entre  outros.  Não  permitir  o  conhecimento  do  uso  desses  recursos  faz  

com  que  uma  parcela  da  sociedade  esteja  alienada  com  relação  ao  acesso  do  direito  à  

cidadania.  O  papel  da  escola  é  preparar  para  a  vida,  e  isso  envolve  mais  do  que  ensinar  

conteúdos  ou  habilidades  estabelecidas  nos  currículos.  O  educar  para  a  vida  envolve  

preparar  o  aluno,  a  lidar  com  os  problemas  pessoais  e  sociais,  a  saber,  os  seus  deveres  

e   direitos,   a   ter   um   bom   relacionamento   com   outros   em   diversos   ambientes   e  

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principalmente  a   ter   autonomia  que  por   sinal   é  o  maior  desafio  que  a  escola  possui  

hoje.  

 

 

3. O  papel  do  professor  na  era  digital    

Ao   realizar   uma   comparação   entre   a   sala   de   aula   de   anos   atrás   com   as   de  

hoje,  nota-­‐se  que  o  docente  não  é  mais  o  dono  da   informação.  A   final  de  contas,  as  

revoluções   tecnológicas   na   era   digital   estão  mudando   o   conceito   de   conhecimento,  

pois   ele   está   em   toda   parte.   Desta   forma,   qual   o   papel   do   professor   frente   a   era  

digital?  

O  papel  do  docente  hoje  é  fazer  com  que  o  aluno  saiba  buscar   informações,  

filtrá-­‐las  e  transformá-­‐la  em  conhecimento  aplicável.  Ou  seja,  o  docente  hoje  em  sala  

de  aula  deve  ser  mais  um  promotor  de  interações  do  que  apenas  o  ditador  do  que  os  

alunos  devem  aprender.  

Hoje  há  uma  espécie  de  guerra  a  essa  capacidade  que  os  meninos  e  meninas  

têm  de  construir  a  linguagem  do  mundo  por  meio  de  toda  a  tecnologia  que  dominam  

mais  e  melhor  do  que  os  adultos.  Há  aqui  um  conflito  que  não  é  apenas  de  gerações;  é  

primordialmente  de  linguagem  

Na  contemporaneidade  não  se  pode  descartar  o  ambiente  virtual  multimídia  e  

o  papel  das  tecnologias  da  informação  e  comunicação  TICs  como  recursos  pedagógicos  

à  ação  do  professor,  pelo  que  têm  possibilitado  ao  desenvolvimento  de  processos  de  

aprendizado.  

Quanto   à   postura   dos   professores   frente   à   implantação   do   uso   dessas  

tecnologias  e  as  suas  contribuições  para  o  processo  pedagógico,  Niskier  (1993,  p.  45)  

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apud   Silva,   Souza&Carmo   (2016)   assinalou   que   o   principal   motivo   de   resistência  

poderia  ser  a  possibilidade  de  serem  substituídos  pelos  recursos  tecnológicos,  quanto  

a  esse  assunto,  o  autor  se  posicionou  da  seguinte  maneira:  "O  uso  do  computador  na  

educação   está   em   plena   ascensão   em   diversos   países.   O   receio   inicial   de   que   a  

máquina  poderia  vir  a  substituir  o  professor  aos  poucos  está  sendo  desmistificado".  

Com   as   novas   tecnologias,   a   maneira   de   ensinar   e   aprender,   através   do  

trabalho   pedagógico   são   necessárias   um   novo   professor   para   atuar   neste   ambiente  

temático   em  que   a   tecnologia   serve   como   suporte   na  mediação  do  processo   ensino  

aprendizagem,  afirma  Luis  P.  Leopoldo  Mercado.  

Ainda  de  acordo  com  Mercado,  “mesmo  vivenciando  as  diversas  situações  de  

dificuldade  no   tocante  aos  currículos  com  a   implantação  das  novas   tecnologias,   falta  

de   investimentos   na   aquisição   dos   equipamentos,   é   preciso   que   acima   de   tudo   os  

docentes  quebrem  os  preconceitos  de  que  a  tecnologia  não  é  material  importante  no  

ensino   e   continuem   na   mesmice   sem   procurar   as   inovações   no   fazer   pedagógico  

através  do  campo  digital”.  

Há  profissionais  que  pensam  simplesmente  permitir  a  entrada  da   tecnologia  

na   educação   e   tornará   a   escola   atualizada   e   contemporânea   das   mudanças   desse  

tempo.  De  acordo  com  Rocha  (2014.  p.  27)  “A  tecnologia  não  é  a  salvação  da  educação  

nem  lhe  dará  todos  os  respaldos  para  buscá-­‐las,  mas  é  um  novo  instrumento  que  abre  

possibilidades  para  novos  direcionamentos  metodológicos  e  pedagógicos,  que  podem  

solucionar  problemas  da  área  da  informação  e  da  comunicação”.  

Como  diz  Silva  (2002,  p.  112)  citado  por  Rocha  (2013,  p.  147),  “Saber  ensinar  a  

olhar  e  a   ler  as   imagens,   saber  usar  as  modernas   tecnologias  no  ensino,  é  um  passo  

importante  para   se   transformar  a  educação”.   Essa  afirmação  nos   faz   refletir   sobre  o  

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uso  das  imagens  no  processo  ensino-­‐aprendizagem,  tanto  as  que  produzimos  como  as  

que  apenas  utilizamos  para  mediar  o  processo.  

Entretanto,  cabe  ao  docente  entender  que  a  tecnologia  digital  está  entrando  

na  educação,  não  que  os  conhecimentos  seculares  devem  ser  extintos  de  sala  de  aula,  

mas  sim  serem  aliados  ao  há  de  útil  na  internet,  e  desta  forma,  interagir  com  os  alunos  

ajudando-­‐os  a  buscar  o  conhecimento.    

Como   afirma   Almeida   (2000,   p.77),   o   papel   do   professor   é   “promover   a  

aprendizagem   do   aluno   para   que   este   possa   construir   o   conhecimento   de   um  

ambiente  que  o  desafie  e  motive  para  a  exploração,  a  reflexão,  a  depuração  de  ideias  e  

a  descoberta”.  

Por   sua   vez,   a   presença   do   docente   em   sala   é   fundamental   para   a  

aprendizagem,   para   que   crie   questionamentos,   fazer   com   que   os   alunos   pensem,  

conheçam  a  realidade  e,  a  partir  daí,  construam  seu  próprio  entendimento  radical  e  de  

totalidade.  

Segundo  Chalita  (2001,  p.  163):  

A  alma  de  qualquer  instituição  de  ensino  é  o  professor.  Por  mais  que  se   invista   na   equipagem   das   escolas,   em   laboratórios,   bibliotecas,  anfiteatros,   quadras   esportivas,   piscinas,   campo   de   futebol   –   sem  negar   a   importância   de   todo   esse   instrumental   –   tudo   isso   não   se  configura   mais   do   que   aspectos   materiais   se   comparados   com   o  papel  e  à  importância  do  professor.  

 Demasiadamente,   o   docente   não   pode   caminhar   sem   a   instituição,   pois   o  

ambiente   de   ensino-­‐aprendizagem   precisa   estar   propício   à   esse   desenvolvimento  

cognitivo  com  a  utilização  das  tecnologias.  

Vigotsky  (2005)  complementa  dizendo  que:  

A   educação   não   fica   à   espera   do   desenvolvimento   intelectual   da  criança  e  que  a  função  da  escola,  tendo  o  professor  como  mediador  da   aprendizagem,   é   levar   o   aluno   adiante,   pois   quanto   mais   ele  

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aprende  mais   se  desenvolve  mentalmente.   (VIGOTSKY,  1998  apud  Prieto  et  al.,  2005,  p.  5)  

 É  necessário  ao  professor  educador,  o  domínio  da   linguagem  utilizada  pelas  

tecnologias   que   estão   à   sua   volta   e   sua   alfabetização   tecnológica.   “A   alfabetização  

tecnológica   não   pode   ser   compreendida   apenas   como   o   uso  mecânico   dos   recursos  

tecnológicos,  mas  deve  abranger  também  o  domínio  crítico  da  linguagem  tecnológica”  

(SAMPAIO;  LEITE;  1999  p.  16).  

Ademais,  a  utilização  das  tecnologias  de  forma  adequada  e  planejada  em  sala  

de   aula   podem   colaborar   significativamente   no   aprendizado   dos   alunos,   como  

reafirma  Moran  (2009)  “as  tecnologias  podem  trazer  hoje  dados,  imagens,  resumos  de  

forma  rápida  e  atraente.  O  papel  do  professor  –  o  papel  principal  –  é  ajudar  o  aluno  a  

interpretar  esses  dados,  a  relacioná-­‐los,  a  contextualizá-­‐los”  

Certamente  não  é  uma   tarefa   fácil   ser  professor  na  era  digital,  entretanto  é  

imprescindível   romper   barreiras   para   que   essas   ferramentas   possam   adentrar   no  

ensino   de   maneira   a   somar   com   a   prática   educativa,   fundamentando   a   prática,  

qualificação  e  responsabilidade  na  formação  dos  alunos.  

Quando  se  há  domínio  do  uso  das   tecnologias  pelo  professor,   se   torna  mais  

fácil   o   planejamento   das   aulas   com   esses   recursos   e   maior   objetividade   de   sua  

finalidade   para   os   alunos.   Seria   interessante   então,   haver   maior   investimento   do  

governo   e   das   instituições   em   capacitação   desse   professor   atuante   na   Educação   de  

Jovens  e  Adultos.  

 

     

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 4. O  Gênero  Digital  Hipertexto  

 

O   termo   hipertexto   foi   criado   por   Ted   Nelson,   em   1960,   em   um   projeto  

desenvolvido   quando   aluno   de   pós-­‐graduação,   em   Harvard   (WHITEHEAD,   1961).  

Hipertexto  designa  uma  coleção  de  documentos  com  links,  ou  hiperlinks,  que  auxiliam  

o   leitor  a   ir  de  um  texto   (texto  escrito  ou   imagem)  a  outro,  em  um  movimento  auto  

gerenciado.   O   hipertexto   se   caracteriza   pela   não-­‐linearidade,   pela   liberdade   do  

percurso  que  o  leitor  pode  construir.  

O   avanço   das   tecnologias   com   ênfase   à   internet   e   às   suas   transformações  

trouxe  desafios  para  ser  enfrentados  pelos  educadores  modernos,  tanto  em  aspectos  

relativos  às  novas  estratégias  de  comunicação  e  atuação  como  o  uso  delas  na  sala  de  

aula,  quanto  às  formas  de  uso  linguístico  por  parte  do  aluno,  que  por  se  diversificarem  

bastante  interferem  na  escrita  bem  como  na  relação  interpessoal.    

As  mudanças   da   escrita,   na   era   digital   refletidas   sobre   o   impacto   do   avanço  

tecnológico   na   identidade   do   sujeito   e   nas   instituições   de   ensino,   dão   origem   aos  

gêneros   digitais   que   se   configuram   com   novas   formas   de   utilização   da   escrita   no  

espaço  hipermidiático,   pois   o   hipertexto,   produzido   coletivamente  pelos   usuários   da  

Internet,   modifica   a   relação   leitor-­‐escritor,   tornando   imprecisa   a   fronteira   que   os  

separavam,   uma   vez   que,   agora,   o   “leitor-­‐navegador   não   é   um   mero   consumidor  

passivo,  mas  um  produtor  do  texto  que  está  lendo,  um  coautor  ativo,  capaz  de  ligar  os  

diferentes   materiais   disponíveis,   escolhendo   seu   próprio   itinerário   de   navegação”  

(COSTA,  2000,  p.04).  

  Para   isso,   o   hipertexto   vem   contribuir   significativamente   nesse  

desenvolvimento  de  comunicação,  através  da  divisão  de  um  texto  em  diversos  trechos  

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com   links   que   permitem   uma   navegação   livre   e   flexível,   fazendo   com   que   o   leitor  

tenha  a  liberdade  de  escolher  o  melhor  caminho  do  percurso  da  leitura  e  do  conteúdo  

a  ser  lido.  

  A   nova   forma   de   utilização   da   linguagem   criada,   no   espaço   cibernético,  mais  

rápida,  permite  ao  usuário  adentrar  no  que  é  considerado  hipertexto.  Para  Lévy  (1999,  

p.32)  citado  por  Laís  (2012),  um  texto  digitalizado  possibilita  novos  tipos  de  leitura:  uns  

textos   se   conectam   a   outros   por   meio   de   ligações   hipertextuais,   possibilitando   o  

exame   rápido   de   conteúdo,   acesso   não   linear   e   seletivo   ao   texto;   segmentação   do  

saber   em  módulos,   conexões  múltiplas;   processo  bem  diferente  da   leitura   em  papel  

impresso.     Segundo   Koch   (2002),   todo   texto   é   um  hipertexto,   partindo   do   ponto   de  

vista   da   recepção.   Sob   sua   ótica,   tratando-­‐se   da   relação   do   hipertexto   eletrônico,   a  

diferença  incide  somente  no  suporte  e  na  forma  e  rapidez  do  acessamento.    

Para   Marcuschi   apud   Koch   (2002.   p.67),   o   hipertexto   é   visto   como   algo  

totalmente   inovador;  porém,  a  novidade   se   instala  na   tecnologia,  que  proporciona  a  

integração   de   elementos   (notas,   citações,   referências   etc.)   que   aparecem   no   texto  

impresso,  havendo  a  linearização  do  deslinearizado  e  a  deslinearização  do  linearizado,  

ou  seja,  “[...]   subvertendo  os  movimentos  e  redefinindo  as   funções  dos  constituintes  

textuais   clássicos”.  Na   visão   do   autor,   trata-­‐se   de   um  processo,   realizado   num  novo  

espaço  –  o  ciberespaço,  de  leitura/  escritura  multilinearizado,  multisenquencial  e  não  

determinado.  

Desta   forma,   a   visão   de   Ramal   (2002,   p.   14)   é   que   “os   suportes   digitais,   as  

redes,   os   hipertextos   são,   a   partir   de   agora,   as   tecnologias   intelectuais   que   a  

humanidade   passará   a   utilizar   para   aprender,   gerar   informação,   ler,   interpretar   a  

realidade  e  transformá-­‐la”.    

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Pode-­‐se  dizer  que  o  hipertexto  se  configura  como  um  pensamento  em  rede,  

proporcionando  assim,   além  de  uma  nova   forma  de  acesso  a   informação,  uma  nova  

forma  de  pensar  e  desenvolver-­‐se  cognitivamente,  como  afirma  o  autor  Ramal  (2002,  

p.   82)   ao   dizer   que   “da   mesma   forma   que   pensamos   em   hipertexto,   também  

navegamos  em  muitas  vias  proporcionadas  pelo  novo  texto.”  

A   escola   deve   aproveitar   a   competência   comunicativa   dos   adolescentes   que  

usam  bem  os  gêneros  digitais  disponíveis  na  rede  virtual  para  transformá-­‐los  em  bons  

produtores  de  gêneros  textuais  valorizados  na  sala  de  aula  e  no  mundo  real.    

As  novas  tecnologias  propiciam  maiores  possibilidades  de  interação  o  que  pode  

repercutir   em  uma  maior  motivação  dos   alunos,   já  que  estes  poderão,  pelo  uso  dos  

gêneros   digitais,   não   só   buscar   novas   informações   como   também   publicar   seus  

trabalhos  na  grande  rede.    

Desta  forma,  os  gêneros  digitais  podem  ser  grandes  ferramentas  educacionais  

para   o   processo   de   ensino   e   aprendizagem   o   trabalho   com   esses   gêneros   digitais   é  

uma   importante   ação   para   o   desenvolvimento   e   a   ampliação   da   competência  

discursiva   dos   alunos.   Partindo   deste   mesmo   pressuposto,   Xavier   (2005),   refletindo  

sobre  os  “Blogs,  Msn,  E-­‐mail  e  Orkut  e  suas  contribuições  para  o  ensino,  mencionam  

que  estes,  por  ser  produzido  em  torno  de  uma  conversação  sobre  algum  tema,  acaba  

levando  os  interlocutores  a  darem  respostas  imediatas,  sem  uma  argumentação  mais  

sólida  e  amadurecida.    

Desta  forma,  de  acordo  com  o  autor,  esse  gênero  digital  se  presta  muito  mais  

ao   desenvolvimento   acadêmico-­‐intelectual   das   crianças   e   adolescentes   do   que   se  

imagina.  

Estes  são  gêneros  emergente  que  poderiam  ser  bastante  explorados  na   e   pela   escola.   Os   professores   de   língua   portuguesa   poderiam  utilizar  estes  gêneros  digitais  para  dinamizar  suas  aulas  de  produção  textual.  A  mudança  de  ambiente,  da  sala  de  aula  para  o   laboratório  

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de   informática,   e   a  descoberta  das   características   e  potencialidades  de  desenvolvimento   retórico-­‐argumentativo  poderiam   tornar   a   aula  de  português  mais  empolgantes  e  atraente.  A  participação  constante  dos  alunos  em  tende  a  ampliar  sua  capacidade  de  argumentar  sobre  temas  diversos,  levando-­‐os  a  aprender  a  refletir  dialeticamente  sobre  as  diversas  opiniões  e  construir  sua  própria  síntese  sobre  as  questões  em   discussão.   (...)   desta   forma,   os   gêneros   digitais   são  megaferramenta   para   desenvolver   nos   aprendizes   a   necessária  habilidade   de   construir   pontos   de   vista   e   defendê-­‐los  convincentemente.  (XAVIER;  2005  p.37-­‐38.)  

 

Ao   interagirem,   os   adolescentes   efetivam   práticas   de   leitura   e   de   escrita  

diferentes  dos  processos  tradicionais  de  letramento  e  alfabetização.  Eles,  agora,  lidam  

não   só   com   as   formas   gráficas   da   escrita   ditadas   pelas   normas   gramaticais,   mas   as  

reconfiguram,   resignificando-­‐as,   tal   como   acontece   com  parênteses,   traços,   barras   e  

outros  sinais  que   formam  feições  humanas  e  passam  a  representar  estados  da  alma.  

(Os  emotions).    

Para   Possenti   (2006),   esse   tipo   de   linguagem   nada   mais   é   que   um   código  

secreto   de   uma   comunidade   jovem   e   moderna,   com   características   que   já  

aconteceram   na   norma   padrão   em   outros   períodos   históricos.   Para   esse   autor,   os  

”internautas”,   por   utilizarem   um   suporte   especial   (computador),   acabam   por   criar  

escritas   especiais;   escrevendo,   então,   de   duas   maneiras   (padrão   e   Internetês);  

demonstrando,  assim,  maior  competência.  

Na  visão  de  Bakhtin   (2000)   citado  por   Laís   (2015),  Os  gêneros  digitais  podem  

ser  grandes  ferramentas  educacionais  para  o  processo  de  ensino  e  aprendizagem.  Isso  

porque,   além   de   ser   o   local   onde   a   língua   efetivamente   é   empregada,   os   gêneros  

possibilitam,   através   do   estudo   desses   enunciados,   um   contato   com   as   “condições  

específicas  e  as  finalidades  de  cada  campo,  não  só  pelo  seu  conteúdo  (temático)  e  pelo  

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estilo   da   linguagem   (seleção   dos   recursos   lexicais,   fraseológicos   e   gramaticais   da  

língua),  mas,  por  sua  construção  composicional”  (BAKHTIN,  2000,  p.263)  

Os   adolescentes,   usuários   frequentes   da  mídia   digital,   encontram,   na   rede,   o  

espaço  ideal  para  exercitar  aquilo  que  mais  gostam  de  fazer  pela  própria  natureza  da  

idade:   “transgredir”.   O   exercício   da   liberdade   de   expressão   nela   exige   habilidade   e  

agilidade  do  escrevente  para  revelar  ao  mundo  suas  opiniões  e  sensações.  

Enfatizando   que   este   gênero   não   deve   ser   visto   como   um   recurso   essencial  

para   o   ensino,   mas   sim   como   mais   uma   maneira   interessante   de   associar   novas  

tecnologias,  ele  desenvolve  algumas  habilidades  importantes  que  são  necessárias  para  

a  Educação  atual:  rapidez  de  raciocínio,  leitura  dinâmica,  sociabilidade,  colaboração  e  

cooperação.  

 

 

CONSIDERAÇÕES  FINAIS  

 

Ainda  que  a  pesquisa  esteja  em  desenvolvimento,  consegue-­‐se  identificar  que  

os   alunos   reconhecem   a   importância   do   uso   das   tecnologias   nas   aulas   de   Língua  

Portuguesa,  entretanto,  não  há  incentivo  pela  parte  pedagógica,  dificultando  assim,  a  

aplicação  do  letramento  digital  em  sala.  

Percebe-­‐se   que   há   interesse   dos   alunos   em   ter   aulas   mais   dinâmicas   e  

tecnológicas,  pois  é  impossível  estar  na  era  tecnológica  e  não  querer  fazer  parte  dela.  

O   intento   desta   pesquisa   é   despertar,   nos   educandos   e   educadores,   a   adesão   da  

inserção   do   letramento   digital   para   a   EJA   como   inovação   no   fazer   pedagógico  

agregadas   às   práticas   já   utilizadas   no   cotidiano  das   aulas   de   Língua   Portuguesa   com  

foco  na  produção  de  hipertextos.    

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Pode-­‐se  dizer  que  por  não  usarem  em  sala  o  uso  da  internet  como  ferramenta  

de   estudo   da   Língua   Portuguesa,   as   aulas   se   tornam  monótonas   e   sem   inovação.   E  

deste   modo,   a   falta   de   inovação   tecnológica   aplicada   no   cotidiano   de   ensino-­‐

aprendizagem,  esses  alunos  se  tornam  alheios  a  continuarem  sem  o  hábito  da  leitura,  

sendo  que,  poderia  ser  despertado  utilizando  as  inovações  tecnológicas  como  recurso  

didático,  tanto  na  escrita  quanto  na  leitura.  

É   fato   que   os   educadores   necessitam   estar   antenados   às   exigências   do  

momento   com   relação   aos   desafios   da   tecnologia   na   educação   do   mundo  

contemporâneo,  evoluir  é  preciso.  

Desta   forma,   é   possível   inserir   essas   inovações   dentro   de   sala   de   aula,   até  

para   acabar   com   a   leitura   superficial,   despertando   assim   uma   prática   de   leituras  

direcionadas,  através  da  utilização  de  hipertextos  em  sala  de  aula.  

Sendo  assim,  conclui-­‐se  até  presente  momento  que,  em  meio  as  dificuldades  

e  acesso   restrito  as  TIC’s,  é   importante  proporcionar  aos  alunos  da  EJA  esse  contato  

com  os  diferentes  gêneros  digitais,  possibilitando-­‐os  novos  conhecimentos  a  partir  do  

letramento  digital.    

   REFERÊNCIAS    

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http://geces.com.br/simposio/anais/wpcontent/uploads/2014/04/GENEROS_DIGITAIS.pdf  http://portal.mec.gov.br/expansao-­‐da-­‐rede-­‐federal/194-­‐secretarias-­‐112877938/secad-­‐educacao-­‐continuada-­‐223369541/14239-­‐confitea  http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,as-­‐novas-­‐tecnologias-­‐e-­‐a-­‐educacao-­‐de-­‐jovens-­‐e-­‐adultos,34639.html  acesso  em:  31.10.17