LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Dr Alexandre...
Transcript of LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Dr Alexandre...
• Proliferação células neoplásicas na medula óssea, com invasão do sangue periférico e outros tecidos.
• Formas agudas :
• Alta capacidade proliferativa e perda da capacidade de diferenciação.
• Curso clínico agressivo.
• Formas Crônicas :
• Capacidade replicativa menor.
• Curso clínico indolente.
Leucemias
• Leucemia mielóide aguda (LMA): mais comum em adultos
• Fatores ambientais e genéticos
• > 20-30% de blastos no sangue periférico ou medula óssea
• Anemia, sangramento e risco de infecção
INCIDÊNCIA LMA
Juliusson G et al; Blood. 2009.
• idade média 68 anos
• 15 casos / 100mil hab. >75 anos
• 1 caso /100mil hab. <40 anos
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
• Palidez cutânea - mucosa, cansaço, fraqueza, astenia, dispnéia e
descompensação cardíaca
• Epistaxe, gengivorragia, petéquias, equimoses e menorragia
• Infecções de graus variáveis
• Febre, sudorese e emagrecimento
• Dor óssea, desconforto em esterno, poliartrite migratória
• Linfadenomegalia, hepatoesplenomegalia
• Sarcoma granulocítico
• Envolvimento do SNC
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
• Citopenias / Transfusões
• Distúrbio coagulação
• Neutropenia Febril
• Hiperleucocitose/Leucostase
• Lise Tumoral
* profilaxias: anti-bacteriana, anti-fúngica, anti-viral
AVALIAÇÃO INICIAL
• História e Exame Físico / PS ECOG / comorbidades
• HC com hematoscopia, bioquímica completa, sorologias (HCV, HBV, HIV)
• Β-HCG
• TAP, PTT, fibrinogênio
• ECOTT, ECG, Rx tórax
• AMO: mielograma, imunofenotipagem, citogenética, biologia molecular
• BMO + imprint caso aspirado seco
• Sintomas neurológicos: TC/RM e PL
• HLA (paciente e irmãos)
• Acesso venoso central
MORFOLOGIA
• Análise de Sangue Periférico e Medula Óssea. (Wright e Giemsa).
• BMO opcional. Realizar em aspirado seco.
• 20% de blastos como critério diagnóstico. Exceto t(8;21); inv 16; t(15;17).
• Classificação FAB e OMS.
• Citoquímica opcional.
CLASSIFICAÇÃO
• Citologia • Citoquímica
• Imunofenotipagem • Citogenética • Biologia Molecular
FAB WHO
2008
ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA
LMA M6
LMA M1 LMA M4
LMA M0 ou LLA
LMA M2
LMA M4Eo
LMA M7
LMA M5
Eritroblasto megablastóide
promegacariócito
promonócitos
monoblastos
CITOGENÉTICA
• Imprescindível para diagnóstico e prognóstico.
• Idealmente, que sejam analisadas 20 metáfases.
• Medula Óssea, 5ml com Heparina (eventualmente SP)
Biologia Molecular (EDTA 2 tubos - SP ou MO)
• Diagnóstico
• Prognóstico
• Acompanhamento de DRM
• BCR-ABL Runx1-Runx1T1*, CBFbeta-MYH11*
* Se +, realizar c-KIT
• CN: FLT3, NPM1, CEBPA, IDH1, IDH2
Roboz GJ, Hematology 2011, 43-50
Overall survival from diagnosis for younger adults with AML.
Recent publications/presentations from 4 cooperative oncology groups.
Rowe J M , Tallman M S Blood 2010;116:3147-3156
PROGNÓSTICO
Fatores Relacionados ao Paciente
• Idade (60a)
• PS / comorbidades
• Mielodisplasia
• Terapia anti-neoplásica prévia
Fatores Relacionados à Doença
• Alterações citogenéticas e moleculares
• DRM
• Recaída/refratariedade
RISCO CITOGENÉTICO
Risk Group Cytogenetic Abnormality Better Risk inv(16), t(16;16), t(8;21), t(15;17)
Intermediate Risk Normal cytogenetics, +8, t(9;11);
other chromosomal abnormalities
Poor Risk -5, 5q-, -7, 7q-, 11q23 other than t(9;11),
inv(3), t(3;3), t(6;9);t(9;22),
complex findings (≥3 clonal chromosomal abnormalities)
DIAGNÓSTICO MOLECULAR
Citogenética Normal FLT3-ITD NPM1* CEBPA
*IDH1 e IDH2
PML-RARa
RUNX1-RUNX1*
CBFB-MYH11*
BCR-ABL
*C-KIT
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
RISCO CITOGENÉTICA ALT. MOLECULARES
FAVORÁVEL
t(8;21) = RUNX1-RUNX1 e mutação c-KIT
neg
Inv(16), t(16;16) = CBFB-MYH11 e mutação
cKITneg
Cariótipo normal e FLT3-ITD negativo e
NPM1 mutado ( + IDH1 ou IDH2)
Cariótipo normal + CEBPA duplo mutado
INTERMEDIÁRIO
CBF e mutação do c-KIT pos
Trissomia 8 + FLT3-ITD negativo
t(9;11)
Cariótipo normal+ triplo negativo
(FLT3-ITD/NPM1/CEBPA)
Outros
DESFAVORÁVEL
Inv (3), t(3;3)
t(6;9)
t(v;11)(v;q23); rearranjo do MLL – exceto
t(9;11)
-5 ou del(5q)
-7 ou del (7q)
Cariótipo complexo
Cariótipo normal e FLT3-ITD positivo
Trissomia do 8 e FLT3-ITD positivo
TRATAMENTO < 60 ANOS
• Qual a melhor estratégia de Indução?
Antraciclicos (dauno 45 x 60-90 x ida 12)
Citarabina (100 x 200 x HD)
Outros esquemas/ Novas drogas
• Qual a melhor estratégia de consolidação?
HDAC x auto-TMO x alo-TMO
No ciclos (1 x 3 x 4)
• Indicação do alo-TMO
Ap x Não-Ap
Momento
INDUÇÃO
•657 pacientes, <60 anos, “7+3”
•Dauno 45 mg/m2 x 90 mg/m2 (270 mg/m2)
RC: 57,3% x 70,6% p<0.001
SG: 15,7 m x 23,7m p<0.003
•Toxicidade semelhante
• Análise de subgrupo:
<50 anos com citogenética baixo/intermediário
Fernandez H.F. et al, NEJM 2009; 361: 1249-59
INDUÇÃO
• 1064 pacientes arac 100 mg/m2 x 7 • Dauno 50mg/m2 5d x Ida 12 mg/m2
3d (250 mg/m2) RC: 78 % x 78% SG: 48% x 48% • Ida: sepse (9% x 5%) morte precoce (5 % x 2%) melhor em M6
Ohtake S., et al, Blood 2011, 117: 2358-65
INDUÇÃO
• 383 pacientes , <60 anos, “7+3"
• Dauno 45 mg/m2 x 90 mg/m2
CR: 72% x 82,5% p .014
OS: 34,6% x 46,8% p .030
EFS: 28,4% x 40,8% p .030
• Toxicidade semelhante
• Análise subgrupo: citogenética intermediária
Lee JH, et al, Blood 2011, 118: 3832-41
AVALIAÇÃO DE RESPOSTA - MIELO
MO D 14
Blastos Residuais
% alto (>20%) HDAC
Citorredução
% baixo (6-20%) 5+2
Hipoplasia
Celularidade 10-20% e blastos
<5%
Aguarda recuperação
RC Consolidação
Falha de IR
HDAC
Outro
Alo-TMO
PÓS – REMISSÃO HDAC
• 1088 pacientes, 693 em RC
• Arac 100mg/m2 x 400 mg/m2 x 3 g/m2 (4 ciclos)
• SLD 4a : 21% x 25% x 39% p .003
• SG 4a: 31% x 35% x 46% p .04
Mayer RJ, et al., 1994 331: 896-903
• 143 pacientes < 60 anos, RC após 1 ou 2 ciclos de IR, MRD por citometria de fluxo
Risco baixo
SG SLR (4a)
MRD - 84% 70%
MRD + 38% 15% p<0,001
Risco Intermediário
MRD- 67% 60%
MRD+ 23% 17%
• 2 Grupos
BR: Baix/inter MRD - SLR 58% SG 73%
AR: BAix/inter MRD +
FLT3-ITD + SLR 22% SG 17%
Desfav
TRANSPLANTE ALOGÊNICO
Categoria de Risco Status Alo-TMO Ap Alo-TMO Nap
Baixo
1a RC *DRM +
não sim
não possível
Intermediário 1a RC *DRM +
sim sim
possível sim
Alto 1a RC
sim sim
- 2a RC sim sim
- Primariamente refratária
sim sim
* 1a RC, porém com DRM + ao final da consolidação
REREME
Iniciar Busca
•Assim que detecção de risco intermediário/desfavorável
•Assim que detectar necessidade de 2o ciclo de IR
•Caso DRMpos ao final da consolidação
•Assim que detectar recaída
ACOMPANHAMENTO
• HC 2/2 meses nos primeiros 2 anos
3-6 meses até 5 anos
• Mielograma + DRM caso alteração no HC
• DRM 1os 2 anos ?
ACOMPANHAMENTO - DRM
• Momentos
Após IR
Após consolidação*
Após término do TTO (Δt?)
• Método
Imunofenotipagem (LAIPS) (ponto de corte?)
Biologia Molecular
SITUAÇÕES ESPECIAIS
• SNC + (QT IT 2 a 3 x /semana até negativar + 3)
• Gravidez (1o trimestre/ dauno)
• SG (=LMA)
INCIDÊNCIA LMA
Juliusson G et al; Blood. 2009.
• idade média 68 anos
• 15 casos / 100mil hab. >75 anos
• 1 caso /100mil hab. <40 anos
Rowe et al; Blood. 2004.
IDADE: FATOR PROGNÓSTICO
5%
• Menor tolerância a quimioterapia
• Baixo “Performance status”
• Patologias associadas
• Menor sobrevida global
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
RISCO CITOGENÉTICA ALT. MOLECULARES
FAVORÁVEL
t(8;21) = RUNX1-RUNX1 e mutação
c-KIT neg
Inv(16), t(16;16) = CBFB-MYH11 e
mutação cKITneg
Cariótipo normal e FLT3-ITD negativo e
NPM1 mutado ( + IDH1 ou IDH2)
Cariótipo normal + CEBPA duplo mutado
INTERMEDIÁRIO
CBF e mutação do c-KIT pos
Trissomia 8 + FLT3-ITD negativo
t(9;11)
Cariótipo normal+ triplo negativo
(FLT3-ITD/NPM1/CEBPA)
Outros
DESFAVORÁVEL
Inv (3), t(3;3)
t(6;9)
t(v;11)(v;q23); rearranjo do MLL – exceto
t(9;11)
-5 ou del(5q)
-7 ou del (7q)
Cariótipo complexo
Cariótipo normal e FLT3-ITD positivo (-
70anos)
Trissomia do 8 e FLT3-ITD positivo (-70anos)
LMA EM PACIENTES +60 ANOS
• Quem tratar?
• Qual é o melhor esquema de indução?
• Qual é o melhor tratamento pós remissão?
• Qual é o melhor tratamento paliativo?
LMA
PS<3 e IC<3
Indução LMA > 60 anos bom prognóstico
7+3
t(8;21)
HDAraC x 3
ALFA Trial
7+3. Ara C 100mg/m2 IC + Ida 12mg/m2 até 65 anos e Dauno 45mg/m2 acima de 65 anos
HD Ara C 1g/m2 12/12h 3h, total de 6 doses. 3ciclos 28-28 dias.
ALFA Trial. Ara C 60mg/m2 12/12h D1-D5 e Dauno 45mg/m2 D1 6 ciclos 28-28 dias.
RC
LMA PS<3 e IC<3
Indução LMA > 60 anos Prognóstico Intermediário e Adverso
7+3
ALFA Trial
7+3. Ara C 100mg/m2 IC + Ida 12mg/m2 até 65 anos e Dauno 45mg/m2 acima de 65 anos
ALFA Trial. Ara C 60mg/m2 12/12h D1-D5 e Dauno 45mg/m2 D1 6 ciclos 28-28 dias.
RC
LMA
D14 indução
Indução LMA > 60 anos Avaliação D14 indução
6-20%
blastos
<5%
blastos
>20%
blastos
OBSERVAR
5+2
HD AraC
5+2. AraC 100mg/m2 D1-D5 e Ida 12mg/m2 até 65 anos e Dauno 45mg/m2 >65 anos D1-D2
HD Ara C. AraC 1g/m2 12/12h D1-D3 até 65anos e 500mg/m2 12/12h >70anos.
* Caso MO hipoplásica e com dúvidas em relação a infiltração, manter observação. Nova avaliação D28 ou remissão hematológica
LMA
PS>2 e IC>2
Indução LMA > 60 anos Inaptos para indução clássica
Cariótipo
Bom e Interm.
Ara C 20mg SC 12/12h D1-D10 28-28 dias. Até recidiva.
Decitabina 20mg/m2 IV D1-D5 28-28 dias. Até recidiva.
Cariótipo
Adverso
AraC
Decitabina
* Avaliação MO 7 dias antes do primeiro e segundo ciclo.
Indução LMA > 60 anos
Inaptos para indução clássica Falha indução ou recidiva
Cariótipo
Bom e Interm.
e Adverso (IC)
Hidroxiureia 20-40mg/kg dia dividido em 2 doses.
Decitabina 20mg/m2 IV D1-D5 28-28 dias. Até recidiva.
Cariótipo
Adverso
(falha decitabina)
Hidroxiureia
Decitabina
TRANSPLANTE ALOGÊNICO
Categoria de Risco Status Alo-TMO Ap Alo-TMO Nap
Baixo
1a RC
*DRM +
não
sim
não
possível
Intermediário 1a RC
*DRM +
sim
sim
possível
sim
Alto 1a RC
sim sim
- 2a RC sim sim
- Primariamente
refratária
não não
* 1a RC, porém com DRM + ao final da consolidação