Levantamento de Solo

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9 _____________________________________________________________________ CAPÍTULO 2 LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO DE SOLOS Por Ari Délcio Cavedon e Edgar Shinzato 2.1 Metodologia No levantamento de solos das áreas dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, em nível de reconhecimento, na escala 1:100.000, adotou-se a metodologia em uso pelo CNPS/Embrapa, constando de trabalhos em escritório, campo e laboratório. 2.1.1 Trabalhos de Escritório Ao início do levantamento, procedeu-se a uma pesquisa e revisão bibliográfica intensa, pois a região conta com alguns levantamentos importantes. A Veracruz Florestal Ltda., hoje Veracel Celulose S.A., realizou um levantamento semidetalhado nas áreas de plantios de eucaliptos, cujos projetos Alecrim, Sucupira, Peroba, Sapucaia, Inhaíba, Jequitibá, Liberdade e Jambeiro situam-se nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, na área levantada pela CPRM. Esses dados constam de relatório final editado em 1997. Para recuperação dos pontos de análise, foi necessária uma pesquisa in loco, nos escritórios da Veracel em Eunápolis, partindo dos boletins cadastrais de propriedades e ortofotocartas na escala 1:10.000, onde estavam plotados, transferidos, por comparação, para imagens Landsat TM, nas bandas 7, 4, 2 e 7, 4, 3, na escala 1:100.000, obtidas pela CPRM. Foi possível recuperar e utilizar dados de 12 perfis completos e de 47 perfis complementares, todos devidamente analisados no laboratório do CNPS- Embrapa, alguns com descrição micromorfológica em lâminas delgadas. A Ceplac, em 1976, realizou levantamento detalhado na Estação Experimental Gregório Bondar e, de 1983 a 1988, na Estação Ecológica Pau-Brasil, em Porto Seguro, e nas áreas da usina e viveiro da Embaúba S.A., nas regiões de Barrolândia e Ponto Central, município de Santa Cruz Cabrália. Desses levantamentos, foram utilizados 17 perfis completos de grande valor científico, coletados em condições naturais e sem intervenção antrópica. Todos esses dados foram compilados, tabulados, atualizados e utilizados para elaboração das legendas do mapa de Reconhecimento de Solos. Foram executadas as etapas de fotointerpretação preliminar e final, sobre overlays transparentes, em fotografias aéreas pancromáticas na escala 1:108.000 obtidas pelo SACS entre janeiro de 1974 e fevereiro de 1975. Em virtude de sua desatualização, as fotografias necessitaram de trabalhos complementares de campo, para um posicionamento mais exato. Para orientar os trabalhos de campo, foi construído um mosaico não-controlado, cobrindo toda a área de estudo, com as delimitações preliminares, caminhos e estradas com os pontos a observar traçados sobre overlay transparente. Foram ainda tabulados os resultados de análises, elaboradas as legendas preliminar e final do mapa de Reconhecimento de Solos, retificados os traçados dos polígonos e desenhado um mapa preliminar de Reconhecimento de Solos baseado nas análises existentes e observações da primeira etapa de campo. Constituídas as unidades de mapeamento a partir das unidades taxonômicas de solos e, após o tratamento de todas as análises coletadas pela equipe e daquelas incorporadas de outros trabalhos, foi desenhado o mapa de Reconhecimento de Solos, com sua legenda definitiva, e uma cópia colorida, para orientação de trabalhos de digitalização. Ao final, foi elaborado o relatório correspondente. 2.1.2 Trabalhos de Campo Os trabalhos de campo foram efetuados em duas etapas: agosto de 1998 e junho de 1999. Foram percorridas todas as estradas e caminhos devidamente selecionados, durante a fotointerpretação preliminar, e, sempre que necessário, todas as vias de acesso aos locais selecionados para observação de solos. As observações foram feitas em cortes de estrada ou através de tradagens, descrevendo-se cor, textura, espessura de horizontes, consistência e estrutura, sempre que possível. Em locais considerados representativos, foram coletados e amostrados 28 perfis completos e 18 perfis complementares, conforme normas do Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo

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_____________________________________________________________________ CAPÍTULO 2

LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO DE SOLOS

PorAri Délcio Cavedon

e Edgar Shinzato

2.1 Metodologia

No levantamento de solos das áreas dosmunicípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália,em nível de reconhecimento, na escala 1:100.000,adotou-se a metodologia em uso pelo CNPS/Embrapa,constando de trabalhos em escritório, campo elaboratório.

2.1.1 Trabalhos de Escritório

Ao início do levantamento, procedeu-se a umapesquisa e revisão bibliográfica intensa, pois a regiãoconta com alguns levantamentos importantes. AVeracruz Florestal Ltda., hoje Veracel Celulose S.A.,realizou um levantamento semidetalhado nas áreasde plantios de eucaliptos, cujos projetos Alecrim,Sucupira, Peroba, Sapucaia, Inhaíba, Jequitibá,Liberdade e Jambeiro situam-se nos municípios dePorto Seguro e Santa Cruz Cabrália, na árealevantada pela CPRM. Esses dados constam derelatório final editado em 1997. Para recuperaçãodos pontos de análise, foi necessária uma pesquisain loco, nos escritórios da Veracel em Eunápolis,partindo dos boletins cadastrais de propriedades eortofotocartas na escala 1:10.000, onde estavamplotados, transferidos, por comparação, para imagensLandsat TM, nas bandas 7, 4, 2 e 7, 4, 3, na escala1:100.000, obtidas pela CPRM.

Foi possível recuperar e utilizar dados de 12perfis completos e de 47 perfis complementares,todos devidamente analisados no laboratório do CNPS-Embrapa, alguns com descrição micromorfológica emlâminas delgadas.

A Ceplac, em 1976, realizou levantamentodetalhado na Estação Experimental GregórioBondar e, de 1983 a 1988, na Estação EcológicaPau-Brasil, em Porto Seguro, e nas áreas da usina eviveiro da Embaúba S.A., nas regiões deBarrolândia e Ponto Central, município de SantaCruz Cabrália. Desses levantamentos, foramutilizados 17 perfis completos de grande valorcientífico, coletados em condições naturais e semintervenção antrópica.

Todos esses dados foram compilados, tabulados,atualizados e utilizados para elaboração das legendasdo mapa de Reconhecimento de Solos.

Foram executadas as etapas de fotointerpretaçãopreliminar e final, sobre overlays transparentes, emfotografias aéreas pancromáticas na escala1:108.000 obtidas pelo SACS entre janeiro de 1974 efevereiro de 1975. Em virtude de sua desatualização,as fotografias necessitaram de trabalhoscomplementares de campo, para um posicionamentomais exato.

Para orientar os trabalhos de campo, foiconstruído um mosaico não-controlado, cobrindotoda a área de estudo, com as delimitaçõespreliminares, caminhos e estradas com os pontos aobservar traçados sobre overlay transparente.

Foram ainda tabulados os resultados deanálises, elaboradas as legendas preliminar e finaldo mapa de Reconhecimento de Solos, retificadosos traçados dos polígonos e desenhado um mapapreliminar de Reconhecimento de Solos baseadonas análises existentes e observações da primeiraetapa de campo. Constituídas as unidades demapeamento a partir das unidades taxonômicas desolos e, após o tratamento de todas as análisescoletadas pela equipe e daquelas incorporadas deoutros trabalhos, foi desenhado o mapa deReconhecimento de Solos, com sua legendadefinitiva, e uma cópia colorida, para orientação detrabalhos de digitalização. Ao final, foi elaborado orelatório correspondente.

2.1.2 Trabalhos de Campo

Os trabalhos de campo foram efetuados emduas etapas: agosto de 1998 e junho de 1999.

Foram percorridas todas as estradas e caminhosdevidamente selecionados, durante a fotointerpretaçãopreliminar, e, sempre que necessário, todas as vias deacesso aos locais selecionados para observação desolos.

As observações foram feitas em cortes deestrada ou através de tradagens, descrevendo-secor, textura, espessura de horizontes, consistência eestrutura, sempre que possível.

Em locais considerados representativos, foramcoletados e amostrados 28 perfis completos e 18perfis complementares, conforme normas doManual de Descrição e Coleta de Solo no Campo

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(Lemos & Santos, 1996), cujas descrições constamde item específico neste relatório.

Com a ajuda de fotointerpretação e observaçõeslocais, foram constituídas pré-unidades demapeamento, definidos solos dominantes esubdominantes das associações, a topografia, adeclividade medida com clinômetro e demaisparâmetros necessários para uma melhorcaracterização dos solos.

2.1.3 Trabalhos de Laboratório

A metodologia das análises físicas e químicasseguiu recomendações e procedimentos do Manualde Métodos de Análise de Solo (CNPS/Embrapa,1997).

2.1.3.1 Análises físicas

As análises físicas efetuadas constaram dedeterminações de cascalho e calhaus, terra finaseca ao ar (TFSA), composição granulométrica,grau de floculação, argila dispersa, densidade daspartículas, densidade do solo, porosidade, relaçãosilte/argila e areia grossa/areia fina.

Cascalho e calhaus

Tamisação em peneiras de malhas de 20mm e2mm, respectivamente. O material foi lavado emágua corrente e tratado com hidróxido de amôniopara facilitar a separação e eliminar as partículasmais finas. Posteriormente, foi secado ao ar epesado. A porcentagem de cada fração foi obtidapela expressão:

amostradatotalPesocascalhosdosPeso .100 cascalho de % =

Terra fina

Separada por tamisação, com o mesmofracionamento anterior, coletando-se o materialque passou na peneira de malha de 2mm. Aumidade residual foi determinada pela secagem emestufa a 105oC.

O fator “f” foi obtido pela divisão do pesoinicial da amostra pelo seu peso após a secagem a105oC. Com o auxílio desse fator, são ajustados osresultados das determinações analíticas para terrafina secada em estufa (TFSE).

Composição granulométrica

Determinada pelo método do densímetro eclassificada segundo o triângulo de classestexturais de solo (US Department for Agriculture,

adotado pela Sociedade Brasileira de Ciência doSolo).

A TFSA foi tratada com NaOH 1N e agitaçãomecânica em alta rotação por 15 minutos. Asfrações areia grossa e areia fina foram separadaspor tamisação em peneiras de malhas de 0,2mm e0,053mm de diâmetro, respectivamente. A fraçãoargila total foi determinada com o densímetro e osilte foi obtido por diferença.

Argila dispersa em água

Determinada pelo método do densímetro,utilizando-se apenas água destilada para dispersão,sem qualquer dispersante químico.

Grau de floculação

Calculado em função das porcentagens deargila total e de argila dispersa somente com água,de acordo com a seguinte expressão:

100.%

%%(%)AT

ADAATGF −=

GF – Grau de FloculaçãoAT – Argila TotalADA – Argila Dispersa em Água

Densidade das partículas

Determinada pelo método do picnômetrosegundo Blake (1965) e expressa em g/kg.

Densidade do solo

Determinada em amostras coletadas com anelde Kopeck, pelo método do anel volumétrico eexpressa em g/kg.

Porosidade total

Calculada pela seguinte expressão:

100.(%)DS

DSDPPT −=

PT – Porosidade totalDP – Densidade da PartículaDS – Densidade do Solo

Relação silte/argilaCalculada pela expressão:

iladesiltedeilasilte

arg%%arg/ =

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Relação areia grossa/areia finaCalculada pela expressão:

finaareiadegrossaareiadeAFAG

%%/ =

AG –Areia GrossaAF – Areia Fina

2.1.3.2 Análises Químicas

pH em água e KCl 1N

Determinados potenciometricamente na suspensãosolo-líquido de 1:2.5, com tempo de contato de umahora e agitação da suspensão antes da leitura.

∆∆∆∆pH

Obtido pela diferença entre: pH em KCl 1N e pHem água.

Carbono orgânico

Determinado através da oxidação damatéria orgânica pelo bicromato de potássio0,4N e titulação com sulfato ferroso amoniacal0,1N.

Fósforo assimilável

Extraído da solução de HCl, 0,05N e H2SO40,025N (Norte Carolina) e dosado porcolorimetria após a redução do complexofosfomolíbdico com ácido ascórbico, empresença de sal de bismuto.

Cálcio e magnésio trocáveis

Extraídos com solução de KCl 1N na proporção1:20. O Ca++ + Mg++ foram determinados empresença de “coquetel-tampão” pH 10, sendoambos titulados com EDTA 0,0125 M. O Ca++ foideterminado em trietanolamina a 50% e KOH a10% e titulado com EDTA 0,0125M. O Mg++ foiobtido por diferença.

Potássio e sódio trocáveis

Extraídos com solução de HCl 0.05N, naproporção de 1:10 e determinados por fotometriade chama.

Valor S (soma de bases)

Calculado pela soma dos valores obtidos paraCa++, Mg++, K+ e Na+.

Alumínio extraível

Extraído pela solução de KCl 1N, na proporçãode 1:20 e determinado por titulação com NaOH0,025 N.

Acidez extraível (H+ + Al+++)

Extraída com solução de acetato de cálcio 1N epH 7.0, na proporção 1:15 e determinada portitulação com NaOH 0.0606 N. O hidrogênioextraível foi obtido pela diferença entre H+ + Al+++

e alumínio extraível.

Valor T (Capacidade de troca de cátions)

Obtido pela soma de: Valor S + acidezextraível.

Valor V (porcentagem de saturação de bases)

Calculado pela fórmula:

100.%TValorSValorV =

Porcentagem de saturação com Al+++ e Na+

Calculada pelas fórmulas:

AlSAl

+= Al% . 100

TNaNa 100.% =

Ataque sulfúrico (H2SO4 d= 1,47, 1:1)

Aplicado como pré-tratamento à TFSA paraextração dos componentes minerais. Consiste detratamento com H2SO4 1:1 sob refluxo, comfervura durante meia hora, resfriamento posterior,diluição e filtração. A sílica é determinada noresíduo. Ferro, alumínio, titânio e manganês sãodeterminados no extrato, conforme os métodosdescritos a seguir.SiO2: Solubilizada no resíduo do ataque sulfúricocom solução de NaOH a 30%, sob fervura branda erefluxo. A sílica foi determinada colorimetricamenteem espectrofotômetro na faixa de leitura de695mµ, após tratamento com solução ácida demolibdato de amônio, ácido tartárico e ácidoascórbico.Fe2O3: Determinado em uma alíquota do extratosulfúrico (ajustada para pH 1,5) por meio de

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titulação com EDTA 0,01M, em presença do ácidosulfossalicílico como indicador.Al2O3: Determinado na mesma alíquota usada paraa dosagem de Fe2O3, após correção do pH comacetato de amônio. A dosagem do Al2O3 é feitatitulando-se o excesso de EDTA 0,031 M comsulfato de zinco 0,0156 M, e inclui TiO2 presentena amostra, cujo valor deve ser descontado.TiO2: Determinado em alíquota do filtrado, apóstratamento com H2SO4 1:1 e permanganato depotássio. A dosagem é feita por colorimetria emespectrofotômetro na faixa de leitura de 430mµ,antecedida da adição de ácido oxálico, ácidofosfórico 1:1 e perhidrol.MnO: Determinado em uma alíquota diluída doextrato sulfúrico por meio de espectrofotometria deabsorção atômica, usando o Shimadzu AtomicAbsorption/Flame-Spectrophotometer AA 630-12.

Relações moleculares Ki e Kr na TFSA

O Ki foi calculado utilizando-se asporcentagens de SiO2 e Al2O3 obtidas no ataquesulfúrico, divididas pelos seus respectivos pesosmoleculares, de acordo com a seguinte expressãosimplificada:

32

2

%70,1.%

OAlSiOKi =

O Kr foi calculado utilizando-se asporcentagens de SiO2 e a soma de Al2O3 + Fe2O3,divididas pelos seus pesos moleculares, de acordocom a seguinte expressão simplificada:

( )64,0.%%70,1.%

3232

2

OFeOAlSiOKr+

=

2.2 Critérios e Fases Adotados para Estabelecimentode Classes de Solos

No levantamento de reconhecimento de solosdos municípios de Porto Seguro e Santa CruzCabrália ainda foram utilizados os conceitos daclassificação de solos vigente em 1998 (Embrapa,1988), conforme Soil Conservation Service (1975;1998), FAO (1974) e IBGE (1995).

Os critérios, designações e seus significados sãosintetizados a seguir.Álico – Denominação que caracteriza solos commais de 50% de saturação com alumínio trocávelno complexo sortivo, segundo a fórmula(l00Al+++/Al++++S). Epiálicos são solos que contêmessa saturação em superfície e, endoálicos, emsubsuperfície.Distrófico – Caracteriza solos com saturação debases (V%) e de alumínio trocável menores que50%. Epidistróficos, quando a característica é em

horizontes superficiais e, endodistróficos, quandoem profundidade.Eutrófico – Denominação que caracteriza soloscom elevada fertilidade natural e saturação debases maior que 50%. Epieutróficos, quando asaturação é alta em superfície e, endoeutróficos,quando em maior profundidade.Atividade de argila (valor T) – Ta identifica soloscom argila de atividade alta com valor superior a27 cmol (+)/kg de argila e, Tb, solos com argila deatividade baixa, nos quais o valor é menor, sempresem correção para carbono.Abrúptico – Designa solos com um considerávelaumento no conteúdo de argila numa pequenadistância vertical na zona de transição entre oshorizontes A ou E e B.Cor do solo – Obtida em torrões umedecidos, porcomparação com a tabela Munsell. Consiste dematiz ou a gama de cor no espectro solar, valor outonalidade da cor mais clara ou mais escura ecroma ou intensidade da cor. A designação usadano Brasil corresponde a uma tradução da SBCS.Consistência do solo – Representa a resistênciados agregados do solo à ruptura ou deformação ouo grau de adesão. É avaliada a seco (dureza domaterial) nos graus: solto, macio, ligeiramenteduro, duro, muito duro, extremamente duro; aúmido (friabilidade do material) nos graus solto,muito friável, firme, muito firme, extremamentefirme; e molhado (plasticidade e pegajosidade)nos graus não plástico, plástico e muito plásticoe não pegajoso, pegajoso e muito pegajoso.Cascalhento (a) – Designa solo ou textura quecontém entre 15 e 50% de cascalhos em suacomposição granulométrica.Câmbico – Caracteriza solos intermediários paraCambissolos.Drenagem interna – Refere-se à avaliação davelocidade com que a água pode percolar atravésdo perfil de solos, mediante observaçõesdiretamente no local, em que influem textura,estrutura, mosqueados, presença de camadasimpeditivas, de horizontes gleizados, entreoutros, e compreende as classes: excessivamentedrenado, fortemente drenado, acentuadamentedrenado, bem drenado, moderadamente drenado,imperfeitamente drenado, mal drenado e muitomal drenado.Duripã – Horizonte mineral subsuperficialcimentado por sílica e óxidos de ferro. Sãoquebradiços, mas, a úmido, sua consistência ésempre firme a muito firme e dificilmente pode serquebrado com as mãos. É um impedimento sério àpenetração de raízes.Espódico – Designa solos intermediários paraPodzóis, ou seja, com presença de um horizonteBs, Bh ou Bsh.

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Estrutura do solo – Corresponde à organizaçãodas unidades ou agregados de material de solocompostos geralmente por argilominerais, silte,areia e matéria orgânica. A estrutura descrita emtodos os horizontes é caracterizada pelo seu graude desenvolvimento: fraca, moderada ou forte; pelaforma dos agregados – granular, blocos angularesou subangulares, prismática ou colunar, laminar,maciça e ultrapequena; pelo tamanho dosagregados – muito pequena, pequena, média,grande.Fragipã – Horizonte mineral subsuperficial, comtextura média ou arenosa, localizado no perfil desolos, abaixo de um horizonte B espódico, Btextural ou E álbico. O conteúdo de matériaorgânica é baixo e sua consistência é dura aextremamente dura a seco, porém, a úmido, rompe-se facilmente.Horizontes superficiais (A)A fraco – Horizonte mineral superficial fracamentedesenvolvido de cor clara, baixo teor de carbono eestrutura sem agregração.A moderado – Corresponde ao epipedon ócrico daclassificação norte-americana. Presente na maioriados solos mapeados, não apresenta os requisitosnecessários para classificá-lo como qualquer umdos horizontes acima descritos.A proeminente – Horizonte relativamente espesso,de cor escura, estrutura bem desenvolvida, combaixa saturação de bases e baixa fertilidade natural.Horizonte E álbico – Típico dos Podzóis, na áreade estudo situa-se sobre o horizonte Bh ou Bsh, éde cor clara devido à lixiviação de compostosorgânicos e material coloidal.Horizontes subsuperficiais (B e C)Horizonte B espódico (Bs) – Horizonte mineral queapresenta acumulação iluvial de sesquióxidos dealumínio e/ou matéria orgânica, podendo conterferro iluvial ou não. Tem grau fraco dedesenvolvimento de estrutura, limite superiorabrúptico e pode consolidar-se por cimentação, oque o torna impermeável, transformando-se numacamada impeditiva à percolação d’água, àpenetração de raízes e ao uso agrícola.Horizonte glei (Cg) – Horizonte mineral, comtextura variável e espessura mínima de 15cm. Éformado em condições de hidromorfismo, temcores acinzentadas devido ao regime redutor epermanece por longos períodos ou durante todo oano saturado pela água.Horizonte B incipiente (Bi) – Horizonte mineralevidenciam avançado estágio de intemperização, comintensa lixiviação de bases e concentração desesquióxidos de ferro e alumínio, argilas do tipo 1:1 eminerais primários resistentes ao intemperismo. Aestrutura é forte, ultrapequena granular ou moderada

em blocos subangulares com grande estabilidade deagregados. É horizonte característico dos Latossolos.Horizonte B textural (Bt) – Horizonte mineralsubsuperficial, que sofreu incremento de argilaorientada ou não, cujo teor mínimo deve ser maior que15%. A concentração de argila pode ser por processosde iluviação, formando películas em torno doselementos de estrutura, denominadas cerosidade, oupor formação local e herança do material de origem.São característicos de Podzólico Vermelho-Amarelo eVermelho-Escuro.ProfundidadeRaso – Solo cuja profundidade é menor que 50cm(exceção de Solos Litólicos).Pouco profundo – aplica-se aos perfis que,normalmente, são profundos e, no caso, têmespessura entre 50 e 100cm.CaráterLatossólico – Denominação que caracteriza solosintermediários para Latossolos.Tiomórfico – Caracteriza solos que apresentam pHmuito baixo, menor que 3,5, mostrando evidênciasda presença de materiais sulfídricos econcentrações de jarosita.RelevoPlano – Superfície praticamente horizontal, comdesníveis muito fracos e declives menores que 3%.É o relevo característico dos tabuleiros.Suave ondulado – Designa conjunto de colinase/ou outeiros com declives entre 3 e 8%.Ondulado – Conjunto de colinas e/ou outeiros, detopografia movimentada, com declives entre 8 e20%.Forte ondulado – Conjunto de morros e/ououteiros com topografia movimentada de declivesfortes, entre 20 e 45%.Montanhoso – Relevos de topografia vigorosa,com predomínio de formas acidentadas – morros,montanhas, maciços montanhosos e alinhamentosapresentando declives maiores que 45% (45 a75%).TexturaArenosa – Quando o teor de argila é inferior a15%.Média – Quando os teores de argila do horizontesituam-se entre 15 e 35%.Argilosa – Quando os solos contêm entre 35 e 60%de argila.Muito argilosa – Quando os teores de argila sãosuperiores a 60%.Siltosa – Solos com mais de 50% de silte, menosde 15% de areia e menos que 35% de argila.Indiscriminada – Designação utilizada principalmentepara Solos Aluviais, quando não é possíveldeterminar uma classe de textura devido àcomplexidade de materiais de origem do solo.

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2.3 Descrição das Classes de Solos

2.3.1 Latossolo Amarelo

Classe de solos minerais, ácidos, nãohidromórficos, com horizonte B latossólico, Bw, quecorresponde em parte ao horizonte óxico daclassificação norte-americana. São caracterizados porintensa intemperização, presença de argilominerais dogrupo da caolinita e de minerais primários resistentesao intemperismo e baixa a muito baixa relaçãosilte/argila. Quanto à fertilidade natural, na área deestudo, são distróficos, com baixa a muito baixacapacidade de troca de cátions e baixa saturação debases. A textura é argilosa, com incremento à medidaque se aprofunda o perfil, o que os caracteriza comointermediários para Podzólico Amarelo.

Não foi constatado adensamento importante emsubsuperfície, como é comum para os Latossoloscoesos de tabuleiro.

O Latossolo Amarelo constitui a unidade demapeamento LAd1, presente nos tabuleiros de SãoJosé do Panorama e ao norte dessa localidade, e emplatôs de topo plano, ao norte do Parque Nacionaldo Monte Pascoal.

O principal uso é com pastagem, não tendo sidoevidenciada erosão importante, a não ser do tipolaminar em grau ligeiro.

Segundo Ribeiro (1998), acredita-se que os solosde tabuleiro são formados sobre um material deorigem complexa que, durante muito tempo, estevesubmetido a variáveis e repetidos processos demorfopedogênese, em parte devido a processostectônicos aliados a variações climáticas que lhelegaram as características pedoestratigráficas queexibe. A um momento de equilíbrio na pedosfera,originaram-se os Latossolos Amarelos, relacionados aum clima e a uma forma de relevo possivelmentetabular como ainda se observa, com algumasmodificações devido a desequilíbrios de intensidadesmenores e diferenciadas regionalmente. Aindasegundo o mesmo autor, esses Latossolos sofreram esofrem processos de transformação característicos desua evolução nas variações do tempo, diferenciados noespaço, associados a novos processos pedogenéticosligados às novas modificações do relevo, devido aentalhamentos e modificações hídricas. Dessa forma,são gerados novos tipos de solo, tais como osPodzólicos Amarelos, os Podzóis, os SolosHidromórficos e outros de pequena expressão.

O perfil 01 é representativo da classe LatossoloAmarelo.

2.3.2 Podzólico Amarelo

É a classe mais importante, do ponto de vista daextensão, em toda a área do mapeamento

ocupando, praticamente, a maioria dos interflúviostabulares de toda a região. Formados a partir desedimentos do grupo Barreiras, os PodzólicosAmarelos são solos minerais, não hidromórficos,com horizonte B textural de coloração amarelada,com matiz 10YR , valores entre 5 e 6 e cromas 4 a8. Com menos freqüência, foram identificadoshorizontes subsuperficiais com matiz 7,5YR evalores e cromas altos, 5/8 ou 6/8.

A seqüência mais comum de horizontes é A, A/Bou B/A, Bt1, Bt2 e Bt3 sem horizonte eluvial E.

As texturas são bastante variadas tantosuperficialmente quanto em profundidade, tendo sidoidentificados solos com textura arenosa/média,arenosa/argilosa, média/argilosa e solos comincremento gradativo de argila no perfil,caracterizados pela textura arenosa/média/argilosa,arenosa/média/muito argilosa e média/argilosa-muito argilosa. Em alguns indivíduos verificou-sea presença de canga laterítica próxima de 1m deprofundidade (Foto 2.17). Essas últimas formas derepresentação foram introduzidas pela equipe demapeamento da Veracel Celulose S.A., queexecutou um levantamento semidetalhado dasáreas para plantio de eucaliptos. A terminologia foiadotada no presente levantamento em virtude dasdiferenças em termos de fertilidade e condiçõeshídricas internas dos solos. Tais diferençasocorrem quando as composições granulométricassão variáveis, com incremento gradativo à medidaque os horizontes são mais profundos.

Os Podzólicos Amarelos podem ser abrúpticos,quando é marcante o gradiente textural entre oshorizontes A e Bt, numa distância verticalpequena. Sua presença é importante nas unidadesde mapeamento PAa1, PAa3, PAa6, PAad6,PAad7, PAad10, PAd2 e PAd3. Os solosabrúpticos necessitam de tratamento diferenciadonos trabalhos de preparo da terra, plantio,adubação, irrigação e conservação, seja para finsagrícolas, pastoris ou silviculturais.

Quanto à fertilidade natural, foram identificados emapeados solos álicos, predominantes nas unidadesde mapeamento PAa1 a PAa6, distróficos nasunidades PAd1 a PAd4 e, sem separação devido àescala do trabalho, álicos e distróficos, comoprincipais componentes das unidades PAad1 aPAad11.

Os Podzólicos Amarelos situam-se, também,em outras formas de relevo, além de plano e suaveondulado dos tabuleiros (Foto 2.13). Sãoencontrados nos terços superiores e médios devales com relevo ondulado e forte ondulado (Foto2.10), unidades de mapeamento PAad1, PAad3 ePAad4, delimitadas nas porções mais a montantede córregos, riachos e rios de toda a área, PAad5no extremo nordeste do município de Santa Cruz

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Cabrália, e até montanhoso, como na unidade demapeamento PAad11, das vertentes dos riosCaraíva, córregos do Cemitério e Guaxumã eriacho do Benício, a sudoeste do município dePorto Seguro.

São denominados Latossólicos quando exibemcaracterísticas de Latossolos, pela estrutura e pelapequena diferenciação entre horizontes, entre osquais as transições são graduais ou difusas.

Uma variação desses solos foi introduzida pelaequipe de mapeamento para a Veracel Celulose S.A.e corresponde ao Podzólico Amarelo espódico, comfragipã. Trata-se de um solo com característicasintermediárias para os Podzóis, com a presença deBth, com concentração de matéria orgânica, Btscimentado e Btx, um fragipã, mapeado nestelevantamento como integrante da associaçãoPAad10, com um perfil representativo, número 11.

Os perfis 02 a 10 (Fotos 2.4, 2.5, 2.11, 2.14 e2.15) e complementares 29 a 37 são PodzólicosAmarelos (Foto 2.3).

Pela sua extensão e posição fisiográfica, são ossolos mais utilizados dos municípios com plantiosde eucaliptos e recuperação da vegetação nativaquando presentes nos vales dos grandes projetos,fruticultura, agricultura de subsistência epastagens.

2.3.3 Podzólico Vermelho-Amarelo

Compreende solos minerais, não hidromórficos,com seqüência de horizontes A, BA ou A/B ou B/Asobre B textural não plíntico, com suborizontes Bt1,Bt2 e Bt3, seguidos de um B/C e C, sem horizonteeluvial E. Têm cores avermelhadas nos horizontessubsuperficiais, de matizes 7,5YR, 5YR e 2,5YR euma distinta individualização em todo o perfil. Sãoálicos ou distróficos, com textura média/argilosa, àsvezes cascalhenta e argilosa/muito argilosa, semprecom atividade de argila baixa (Tb). A estrutura doshorizontes A é, normalmente, fraca a moderadagranular e, a dos horizontes B, é moderadamentedesenvolvida, em blocos angulares e subangulares.

Situam-se nos terços médio e inferior dos valesencaixados em “V” e nas encostas mais íngremesdos vales de fundo chato dos principais rios daregião, quando derivados de sedimentos do grupoBarreiras que, expostos pela erosão, têm coresmais avermelhadas do que nos terços superiores.As cores vermelhas e/ou alaranjadas dos solos têmsua origem também ligada à herança do materialoriginário.

Ocupam topos e encostas de morros e colinasem relevos ondulados a montanhosos, situadosentre os cursos superiores dos rios Buranhém e dosFrades, ao sul de Eunápolis, e entre a BR-101 e oParque Nacional do Monte Pascoal, derivados de

rochas do Neoproterozóico, biotita-granitóides existos, e Proterozóico indiviso, gnaisses kinzigíticos ehornblenda-biotita-ortognaisses.

No vale do rio Caraíva, em relevo suaveondulado, ocorrem solos dessa classe, rasos eintermediários para Cambissolo. Integram aassociação de solos PAad11 (Foto 2.7).

Os Podzólicos Vermelho-Amarelos, quasesempre, são ocupados com pastagens. Muitosusceptíves à erosão, o pisoteio dos animaistermina por ocasionar sulcos que carreiam águasde enxurradas e se tornam cada vez maisprofundos, degradando os solos, encostas e aprópria pastagem. A retirada da vegetação florestalnatural já se constituiu em degradação importante,pelos efeitos diretos causados sobre os solos. Asrecomendações constam do capítulo Capacidadede Uso das Terras.

São representativos dessa classe de solos osperfis completos 12 a 16 (Fotos 2.1, 2.2, 2.8, 2.9 e2.18) e complementares 38 e 39.

2.3.4 Podzólico Vermelho-Escuro

Classe de solos minerais não hidromórficos,com horizonte B textural de cores avermelhadas,nos matizes 5YR, 2,5YR e 10R, seqüência dehorizontes A ou Ap, AB ou BA ou B/A, Bt1, Bt2 eBC, sem horizonte eluvial E.

São eutróficos, presentes em relevo suaveondulado, dominantes na unidade de mapeamentoPEe1, que delimita solos abrúpticos e nãoabrúpticos, com ou sem textura cascalhenta nosvales dos rios Buranhém e dos Frades. Solosdistróficos ocorrem juntamente com soloseutróficos nas unidades PEed1 e PEed2, em relevoforte ondulado e montanhoso (Foto 2.16), no altocurso do rio Buranhém e ao sul da rodovia BR-101, na região do monte Pascoal.

Ocorrem, também, como subdominantes nasassociações PVa1, PVd2 e PVd3.

As texturas predominantes são médiacascalhenta/muito argilosa, média argilosa,argilosa/muito argilosa. A estrutura dos horizontesA é granular, em grau moderado e, a doshorizontes B, moderada a forte em blocosangulares e subangulares.

São utilizados com agricultura de subsistênciaem relevo suave ondulado e mesmo ondulado eforte ondulado ao sul da BR-101, onde se situauma colônia agrícola no local denominado PedraMole. Necessitam de cuidados especiais demanejo, pois são suscetíveis à erosão.

Os Podzólicos Vermelho-Escuros derivam derochas do Neoproterozóico e Proterozóico indiviso,mais ricas em biotita, e das rochas calcissilicáticassubordinadas.

Page 8: Levantamento de Solo

16

Os perfis completos 17 e 18 (Fotos 2.6 e 2.12) ecomplementares 41 a 44 são representativos dessaclasse de solos.

2.3.5 Podzol e Podzol Hidromórfico

Compreende solos de textura arenosa, nãohidromórficos e hidromórficos, com presença dehorizonte B espódico, precedido por horizonte Eálbico. Na área do mapeamento, é comumencontrar-se Bhxs sob o horizonte E, isto é,horizonte cimentado e endurecido, rico em matériaorgânica e em sesquióxidos, principalmente dealumínio e ferro .

Os horizontes são facilmente distinguíveis nocampo, devido à variação de cor. O A é húmico ouproeminente, de cor cinza muito escura ou preta, oE é de cor clara e, o Bh, escura (Foto 2.22).

A camada cimentada no horizonte B éextremamente dura, compacta e praticamenteimpermeável à água, denominada “ortstein”.Nesse nível, costuma ocorrer lençol freático, nosPodzóis de baixada, quando são denominadoshidromórficos.

Quando o “ortstein” ocorre em topos, como écomum na região, a água de cor escuramovimenta-se lateralmente entre os horizontesarenosos e a camada endurecida, para fluir no terçosuperior das pendentes. O Podzol, nesse caso, atuaacumulando e liberando água, como se fosse umaqüífero superficial.

Sua presença, comum nos topos de tabuleiro,tem levado alguns pesquisadores a acreditar queessas areias sejam vestígios de paleovalespreenchidos por material arenoso que sofreupedogênese. Observando-se a presença dessessolos na nova rodovia Arraial D’Ajuda-Caraíva,nota-se, em barrancos, que ocorrem Podzóis naforma de vales, entre solos argilosos ou muitoargilosos.

Os Podzóis ocorrem praticamente em toda aárea mapeada. São distróficos e álicos e ocorremcomo dominantes nas unidades HP1 em posição detopo, nos interflúvios dos rios João de Tiba e SantoAntônio, em área contínua com cerca de 23km deextensão, e nos interflúvios dos rios Santo Antônioe Braço do Norte. Também foram individualizadosao norte da Estação Embratel e em manchasesparsas nos interflúvios do rio dos Frades ecórrego Grapiúna e na antiga estrada Trancoso-Caraíva.

Associados a Podzólicos, na unidade demapeamento HP2, ocorrem em manchas esparsasnos tabuleiros a oeste de Guaiú, Santa CruzCabrália, noroeste de Porto Seguro, sul de ArraialD’Ajuda (Fotos 2.19, 2.20 e 2.21), Outeiro dasBrisas e Parque Nacional do Monte Pascoal.

A vegetação da área de Podzol é típica,campestre e arbustiva (Foto 2.23), raramenteflorestal e, quando ocorrem, as árvores são maisfinas e secas do que as da Floresta Ombrófila. São,na maioria, restingas e campos rupestres, muitosemelhantes à vegetação dos Podzóis da ChapadaDiamantina e aos de altitude na fronteira norte doBrasil com a Venezuela.

Devido à escala, os Podzóis foram associadoscomo componentes das unidades PAa6, PAad8,PAad9, PAd2 e PAd4, ocorrendo de forma esparsa,em relevos plano e suave ondulado.

Os hidromórficos foram delimitados nasassociações HP3 e HP4 e figuram comocomponentes, juntamente com Areias QuartzosasMarinhas na unidade AM2, com Solos de Manguesna unidade SM2 e com Aluviais na unidade ALa2.

São solos problemáticos do ponto de vista douso agrícola e silvicultural, principalmente devidoà textura muito arenosa, muito baixa fertilidadenatural, pouca capacidade de fixação de nutrientese de água e com presença de uma camada deimpedimento à penetração de raízes e implementosagrícolas.

Os Podzóis são pouco utilizados paraagricultura; no entanto, estão sendo degradadospela retirada da areia branca, lavada, na verdade ohorizonte E álbico, que, regionalmente, recebe adenominação de “mussununga” (Foto 2.24).

O perfil completo 19 e complementar 45 sãorepresentativos dessa classe de solos.

2.3.6 Solos Litólicos

São muito pouco expressivos na área.Caracterizados pela presença de um horizonte Aassente diretamente sobre rocha ou saprolito,seqüência de horizontes A sobre um horizonte Cou R.

Ocorrem, principalmente, na área do montePascoal, mapeados na associação Rda1, em relevomontanhoso. Sob cobertura florestal, o horizonte Apode ser proeminente e, em outros locais,moderado.

A textura predominante é argilosa e não sãosolos utilizados, mesmo porque se situam numParque Nacional.

Os demais Afloramentos de Rocha, muito raros,não têm suficiente cobertura de solo para seremcaracterizados como Litólico na escala domapeamento (Foto 2.25).

2.3.7 Solos Aluviais

Essa classe caracteriza-se pelos solos mineraispouco evoluídos, formados a partir de depósitosaluviais recentes, sobre os quais se formou um

Page 9: Levantamento de Solo

17

horizonte A, sobreposto a camadas de natureza etextura variáveis e sem relação pedogenética entresi.

Devido aos materiais de origem distintos,depositados pelos rios, os Solos Aluviais presentesna área mapeada variam muito em constituição.São eutróficos e de textura média no alto curso dorio João de Tiba, onde foram descritos pela Ceplac,e são associados a solos álicos, com texturaarenosa, mapeados na associação ALel. Sãoexpressivos e cultivados com agricultura desubsistência e cacau na várzea do rio Buranhém,onde também são eutróficos, associados a SolosAluviais gleicos, identificados no mapa deReconhecimento de Solos pela unidade demapeamento ALae4.

A planície aluvial do rio dos Frades, na suaporção próxima ao litoral, é formada por solostiomórficos, isto é, com pH extremamentebaixo, da ordem de 3 e 3,7, com presença dejarosita, um sulfato de ferro que segrega,formando mosqueados amarelados e alaranjadoscaracterizando um horizonte sulfúrico. O perfil26 (Fotos 2.26 e 2.27) é um exemplo dessessolos, contendo mosqueados entre 15 e 45cm deprofundidade, que aparecem após a drenagemda área. Estão mapeados na associação ALda5,juntamente com outros Solos Aluviaisindiscriminados, álicos e distróficos, algunscom um horizonte muito endurecido emsubsuperfície e solos orgânicos também álicos(Foto 2.28).

A várzea do rio Caraíva, alagada durante amaior parte do ano, é ocupada por Solos Aluviaisdistróficos e álicos, associados a Glei, e SolosOrgânicos, associação ALda6.

Os perfis completos 20 a 26 e o complementar46 são representativos dessa classe de solos.

2.3.8 Solos Orgânicos

São formados pela acumulação, em ambientealagado, de resíduos vegetais, que se decompõemem materiais orgânicos, turfosos e húmicos. O teorde carbono orgânico é muito alto, da ordem de45% na área de estudo e o pH muito baixo, emtorno de 3,0 e 3,7. O teor e a saturação comalumínio trocável são altos, caracterizando solosálicos.

O lençol freático situa-se a 40cm deprofundidade ou mais à superfície. A diferenciaçãode horizontes é dificultada pelas condições deencharcamento, mas podem ser identificadascamadas, como no perfil 28, de 0 a 20cm e de 20 a60cm.

Os Solos Orgânicos ocorrem associados comSolos Aluviais, na unidade de mapeamento

ALda5, e com Aluviais e Glei Húmico naunidade ALda6.

2.3.9 Glei Húmico

Classe de solos minerais, hidromórficos, comhorizonte A sobrejacente a Cg, camada gleizada amenos de 40cm da superfície.

A textura da camada gleizada é argilosa oumuito argilosa e as cores são acinzentadas devidoàs condições de redução. O pH é baixo, entre 3,4 e4,6 à superfície.

Quase sempre alagados, podem ser ocupadoscom pastagem muito precária devido ao excessod’água e à ausência de um substrato firme eresistente ao peso dos animais.

São solos distróficos, com alto teor de carbonono horizonte A.

Estão associados a Solos Aluviais e SolosOrgânicos nas associações ALda5 e ALda6.

O perfil 27 é representativo de um Glei Húmicoda várzea do rio João de Tiba.

2.3.10 Areias Quartzosas Marinhas

Formadas a partir de sedimentos holocênicosarenoquartzozos de origem ou com influênciamarinha, situam-se ao longo do litoral ou emlençóis de dunas antigas, como em Caraíva. Nãosão propriamente solos, pois não se caracteriza umhorizonte A típico, pelo menos nos locais ondeforam mapeadas como principais componentes deassociação AM1 e AM2 (Foto 2.30). Quandoocorrem associadas a Podzóis, como nasassociações HP3 e HP4, já se evidenciam umhorizonte A e camadas C superpostas. Nessescasos, associam-se com os chamados Podzóisgigantes, cujo Bs ou Bsh se encontra a mais de 2mde profundidade.

Não têm, na área, uso com agricultura oufruticultura, a não ser de forma esparsa, onde aindaexistem coqueirais sendo explorados.

2.3.11 Solos de Mangues

Os Solos de Mangues estão distribuídos naspartes baixas do litoral, na desembocadura dos riosSanto Antônio, João de Tiba, Buranhém, dosFrades, Caraíva e Corumbau, além de uma faixaparalela à praia, no extremo norte da área. Sãoáreas que sofrem influência direta das marés, comvegetação típica de mangues e não são propriamenteconsiderados solos, mas tipos de terrenos. Poucodesenvolvidos, muito maldrenados, gleizados e comalto teor de sais provenientes da água do mar, com altoteor de enxofre e sem uma nítida diferenciação decamadas, os solos indiscriminados de mangues

Page 10: Levantamento de Solo

18

englobam Solonchaks, Solonchaks Solonétzicos eSolos Gleizados tiomórficos.

Por suas características peculiares de flora efauna e pelas leis ambientais, devem ser áreas depreservação permanente. Foram denominadas, nomapa de Reconhecimento de Solos, SM1 e SM2,essa última unidade de mapeamento constituindoassociação com Podzol e Solos Aluviais.

Apesar de serem consideradas áreas depreservação permanente, próximas a Porto Seguro,pode-se encontrar aterros e palafitas sobre essaclasse (Foto 2.30).

A legenda final das unidades de mapeamento desolos é apresentada no Quadro 2.1 e a distribuiçãopor município dessas unidades, em quilômetroquadrado e porcentagem, estão no Quadro 2.2

2.4 Perfis de Solos

Para melhor caracterização do trabalho,evitando superposição de ações, foi feita umapesquisa junto à Veracel Celulose S.A. (antigaVeracruz Florestal) e Ceplac/Cepec, no intuitode recuperar dados de perfis completos e

complementares coletados e analisados naárea.

Esses dados foram utilizados na delimitação dasclasses de solos e também para comparação entre asituação atual e a anterior. Com o intuito de nãosobrecarregar o mapa de Reconhecimento deSolos, fez-se uma seleção dos perfis maisrepresentativos da região.

São apresentados, a seguir, os perfis completos daVeracruz Florestal (Quadro 2.3), da Ceplac/Cepec naárea da usina de álcool (Quadro 2.4) e do viveiro(Quadro 2.5) da Embaúba S.A., da EstaçãoExperimental Gregório Bondar (Quadro 2.6) e daEstação Ecológica Pau-Brasil (Quadro 2.7).Finalmente, a relação de amostras complementarescoletadas pela equipe do levantamento das áreas deeucaliptos da Veracel (Quadro 2.8).

É importante frisar que essa amostragemcorresponde a levantamentos detalhados esemidetalhados. As classes de solos identificadasna escala 1:10.000 e/ou maiores podem não serrepresentativas na escala 1:100.000; porconseguinte, não foram incluídas no mapa deReconhecimento de Solos da CPRM.

Page 11: Levantamento de Solo

19

2.4 Lad1 Latossolo Amarelo Podzólico distrófico A moderado textura argilosa relevo plano e

suave onduladoPAa1 Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico (álico), Tb A moderado textura

arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo Latossólico álico Tb Amoderado textura média/argilosa relevo ondulado

PAa2 Podzólico-Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano e suaveondulado + Podzólico-Amarelo distrófico Tb A moderado textura argilosa/muitoargilosa relevo plano e suave ondulado

PAa3Podzólico Amarelo álico abrúptico e não abrúptico Tb A moderado texturamédia/argilosa/muito argilosa e arenosa/média/muito argilosa + Podzólico Amareloálico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo abrúptico distróficoA moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa/muito argilosa relevo plano

PAa4

Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano +Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico distrófico e álico Tb A moderado texturamédia/argilosa, arenosa/média e arenosa/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelodistrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado + Podzol TbA proeminente e húmico relevo plano

PAa5

Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa emédia/argilosa + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/médiarelevo plano + Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa e média /argilosa relevo plano

PAa6

Podzólico Amarelo abrúptico álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa earenosa/média + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média e média/argilosa + Podzol álico Tb A proeminente relevo plano +Podzólico Amarelo Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado

PAad1Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderadotextura média/argilosa relevo ondulado

PAad2 Podzólico-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado, relevo ondulado e forte ondulado+ Podzólico-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevoplano e suave ondulado

PAad3Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo ondulado e forte ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb Amoderado textura média/argilosa relevo forte ondulado

PAad4Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo +Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forteondulado

PAad5 Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado texura média/argilosa relevo forteondulado e ondulado + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo suave ondulado

PAad6

Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, álico e distrófico, Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado, texturaarenosa/média e média/média + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano

PAad7Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, álico e distrófico, Tb e Ta A moderadotextura arenosa/média/argilosa e muito argilosa e arenosa/argilosa/muito argilosa +Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano +Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevoondulado

Quadro 2.1 –- Legenda do mapa de reconhecimento de solos.

Page 12: Levantamento de Solo

20

Continuação

PAad8Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa emédia/média relevo suave ondulado + Podzólico Amarelo álico e distrófico Amoderado textura, média/argilosa relevo forte ondulado + Podzol distrófico A húmico eproeminente relevo plano

PAad9

Podzólico Amarelo Tb A moderado distrófico e álico textura arenosa/média/argilosarelevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo Latossólico Tb A moderadotextura média/argilosa relevo ondulado e forte ondulado + Podzol álico A húmico eproeminente + Podzólico Amarelo distrófico e álico Tb A moderado texturamédia/média relevo plano

PAad10

Podzólico Amarelo abrúptico distrófico e álico Tb A moderado textura arenosa/argilosa,arenosa/média e argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico e álico texturaarenosa/média e média/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amareloabrúptico e não abrúptico, espódico, álico e distrófico Tb com fragipã, texturaarenosa/média e arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzol distrófico A húmicorelevo plano

PAad11

Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo forte ondulado e montanhoso + Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distróficoTb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso e forte ondulado +Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, Tb raso câmbico, A moderado texturamédia/argilosa/muito argilosa relevo suave ondulado

PAd1 Podzólico Amarelo distrófico A moderado textura arenosa/argilosa relevo suaveondulado

PAd2Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/argilosa, arenosa/média e arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzoldistrófico A húmico relevo plano + Podzólico Amarelo Latossólico e Não Latossólico,álico, Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado

PAd3

Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, distrófico, Tb A moderado, texturaarenosa/média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderadotextura média/argilosa + Podzólico Amarelo, distrófico Tb com e sem fragipã Amoderado textura arenosa/média relevo plano

PAd4

Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/argilosa e arenosa/média+ Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/média emédia/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo álico e distróficoTb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado + Podzol distrófico A moderadoe proeminente relevo plano

PVa1

Podzólico Vermelho Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa + PodzólicoVermelho-Escuro eutrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso+ Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa e muito argilosa relevo forte ondulado

PVad1 Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosacom cascalho + Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo ondulado

PVad2 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosarelevo montanhoso + Podzólico Amarelo Latossólico álico A moderado relevo forteondulado e montanhoso

PVad3Podzólico Vermelho-Amarelo cascalhento e não cascalhento, álico e distrófico Tb Amoderado, textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa + Podzólico Amarelo álico edistrófico, Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado

PVad4 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosarelevo forte ondulado e montanhoso + Podzólico Amarelo Latossólico distrófico e álicoTb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado

PVad5Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado e proeminente texturamédia/argilosa + Solos Litólicos álicos e distróficos Tb A moderado e proeminente

il l h Afl d h

Page 13: Levantamento de Solo

21

ContinuaçãoPVd1 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico pouco profundo, cascalhento, textura

média/argilosa relevo ondulado e suave ondulado + Podzólico Vermelho-Amareloálico, cascalhento, textura arenosa/média relevo ondulado

PVd2

Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado e proeminente texturaarenosa/média/muito argilosa e média/argilosa relevo forte ondulado + PodzólicoVermelho-Escuro distrófico Tb A moderado relevo forte ondulado e ondulado

PVd3

Podzólico Vermelho-Amarelo cascalhento e não cascalhento, distrófico, Tb Amoderado textura média/argilosa + Podzólico Vermelho-Escuro distrófico nãocascalhento e cascalhento Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico AmareloLatossólico álico A moderado, textura média/argilosa relevo forte ondulado

PEelPodzólico Vermelho-Escuro eutrófico abrúptico e não abrúptico Tb A moderado texturamédia cascalhenta/muito argilosa relevo suave ondulado + Podzólico Vermelho-amarelo distrófico A moderado textura média/argilosa relevo suave ondulado eondulado

PEed lPodzólico Vermelho-Escuro eutrófico e distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa e argilosa/muito argilosa + Podzólico Vermelho-Amarelo álico edistrófico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo álico Tb Amoderado todos relevo forte ondulado e montanhoso

PEed 2Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico e distrófico Tb A moderado textura média/muitoargilosa relevo montanhoso e forte ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo distróficoTb A moderado textura média/argilosa/muito argilosa relevo forte ondulado

HP1 Podzol distrófico A proeminente relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico Tb Amoderado textura arenosa/média + Podzólico Amarelo distrófico e álico, A moderadotextura média/argilosa relevo plano e suave ondulado

HP2 Podzol distrófico e álico A proeminente relevo plano e suave ondulado + PodzólicoAmarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa e arenosa/média/argilosa relevoondulado e suave ondulado

HP3 Podzol Hidromórfico distrófico e álico A proeminente + Areias Marinhas + SolosAluviais álicos textura média relevo plano

HP4 Podzol Hidromórfico distrófico e álico A proeminente + Solos orgânicos álicos, ambosmuito mal drenados relevo plano + Areias Quartzosas Marinhas

AMl Areias Quartzosas MarinhasAM2 Areias Quartzosas Marinhas + Podzol Hidromórfico A proeminente e húmico relevo

planoSM1 Solos de ManguesSM2 Solos de Mangues + Podzol distrófico A húmico + Solos Aluviais álicos textura média

e arenosa relevo planoALe1 Solos Aluviais eutróficos Tb A moderado textura média + Solos Aluviais álicos Tb A

moderado textura arenosa relevo planoALa 2 Solos Aluviais álicos Tb textura média + Podzol com e sem duripan ,álico, Tb, A

moderado + Solos Aluviais gleicos indiscriminados, muito mal drenados, relevo planoALae 3 Solos Aluviais álicos e eutróficos textura média e arenosa + Glei Húmico distrófico Tb

textura argilosa relevo planoALae 4 Solos Aluviais eutróficos Ta e Tb textura indiscriminada + Solos Aluviais gleicos álicos

textura argilosa relevo planoALda 5 Solos Aluviais tiomórficos distróficos e álicos A proeminente textura indiscriminada +

Solos Aluviais álicos com e sem duripan Ta A moderado relevo plano + Solos Aluviaisindiscriminados muito mal drenados + Solos Orgânicos álicos

Alda 6 Solos Aluviais distróficos e álicos A proeminente textura indiscriminada + Glei Húmicodistrófico Tb textura argilosa relevo plano + Solos Orgânicos álicos

Rda l Solos Litólicos álicos e distróficos Tb A moderado e proeminente textura argilosarelevo montanhoso + Afloramentos de Rocha

AR Afloramentos de Rocha

Page 14: Levantamento de Solo

22

Porto Seguro Santa. CruzCabrália

Porto Seguro Santa. CruzCabrália

Unid.

Map.km2 (%) km2 (%)

Unid.Map.

km2 (%) km2 (%)

Lad1 36,83 1,54 PVad3 3,08 0,13 12,24 0,78

PAa1 5,58 0,23 PVad4 264,99 11,09 68,75 4,45

PAa2 79,74 3,34 PVad5 2,45 0,10

PAa3 130,11 5,45 16,85 1,09 PVd1 1,99 0,08 3,72 0,24

PAa4 55,17 2,31 163,42 10,57 PVd2 7,42 0,31

PAa5 120,75 7,81 PVd3 14,21 0,93

PAa6 200,14 8,38 PEel 19,57 0,82

PAad1 31,59 1,32 32,97 2,13 PEed l 29,38 1,23

PAad2 5,62 0,24 PEed 2 6,21 0,26

PAad3 89,55 3,75 61,55 3,98 HP1 22,85 0,96 95,79 6,17

PAad4 44,07 1,85 83,09 5,37 HP2 68,04 2,85 34,07 2,20

PAad5 3,82 0,16 18,82 1,22 HP3 15,47 0,65 14,03 0,91

PAad6 122,26 7,90 HP4 3,85 0,16

PAad7 270,00 11,30 AMl 8,38 0,35 4,57 0,30

PAad8 47,58 3,08 AM2 13,57 0,57 1,49 0,10

PAad9 89,28 5,77 SM1 9,12 0,38 5,65 0,37

PAad10 0,90 0,04 109,65 7,09 SM2 1,91 0,12

PAad11 52,23 2,19 ALe1 34,11 2,21

PAd1 4,15 0,17 ALa 2 6,88 0,45

PAd2 157,43 6,59 ALae 3 39,77 1,67 27,47 1,78

PAd3 36,89 2,39 ALae 4 58,20 2,44

PAd4 196,65 8,23 ALda 5 47,21 1,98

PVa1 208,78 8,74 Alda 6 12,88 0,54

PVad1 4,87 0,20 Rda l 3,72 0,16

PVad2 171,73 7,19 318,42 20,59 AR 1,24 0,05

Quadro 2.2 – Distribuição em quilômetro quadrado e porcentagem das unidades de mapeamento domapa de reconhecimento de solos dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália.

Page 15: Levantamento de Solo

23

Pg. Perfil Classe de Solo Projeto

15 01 Latossolo Amarelo podzólico distrófico, endoálico,textura média/argilosa relevo plano Alecrim III

139 02 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderadotextura média/argilosa relevo plano Alecrim II

142 03 Podzólico Amarelo espódico c/fragipã Tb álico Amoderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Sucupira III

105 04 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano Sucupira III

114 05 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico endoálico Tb Amoderado textura arenosa/argilosa relevo plano Sucupira III

89 06 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano Sucupira III

99 07 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Sucupira II

89 08 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano Sucupira III

142 09Podzólico Amarelo espódico c/fragipã distróficoendoálico Tb A moderado textura arenosa média/argilosarelevo plano

Sucupira II

117 10 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico endoálico Tb Amoderado textura arenosa/média relevo plano Peroba

123 11 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Sapucaia

129 12 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Sapucaia

159 13Podzólico Amarelo espódico c/ fragipã distróficoendoálico Tb A moderado textura arenosa/média relevoplano

Sapucaia

195 19 Podzólico Acinzentado abrúptico distrófico Tb Amoderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Sapucaia

111 20 PodzólicoAmarelo distrófico endoálico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo plano Un. PA 15

92 22 PodzólicoAmarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano Inhaíba III

108 23 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano Jequitibá

95 24 Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo plano Liberdade

156 25Podzólico Amarelo espódico c/ fragipã distróficoendoálico Tb A moderado textura arenosa/média relevoplano

Liberdade

136 26 Podzólico Amarelo endoálico Tb A moderado texturamédia/muito argilosa relevo plano Jatobá II

102 29 Podzólico Amarelo abrúptico endoálico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo plano Jambeiro

83 30 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média relevo plano Jambeiro

126 16 Podzólico Amarelo distrófico A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano Putumuju

Quadro 2.3 – Perfis coletados pela Veracruz Florestal S.A.

Page 16: Levantamento de Solo

24

Pg. Perfil Classe de Solo28 01 Aluvial distrófico Tb A moderado textura média44 02 PodzólicoAmarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano21 04 Aluvial álico textura arenosa e média47 05 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano

33 06 Podzólico amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevoplano

52 08 Podzol Húmico endoálico relevo plano

54 09 Podzólico Vermelho-Amarelo endoálico endocascalhento Tb A moderadotextura arenosa/média relevo ondulado

35 10 Podzólico Vermelho-Amarelo endoálico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano

37 11 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano

24 14 Aluvial distrófico e álico textura arenosa30 15 Aluvial epiálico textura arenosa/média relevo plano

59 25 Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/argilosa relevo ondulado

40 12 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevoplano

Quadro 2.4 – Perfis coletados pela Ceplac/Cepec (usina de álcool da Embaúba S.A.).

Pg. Perfil Classe de Solo

20 02 Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderado texturamédia/argilosa relevo plano

23 03 Podzólico Amarelo endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano

Quadro 2.5 – Perfis coletados pela Ceplac/Cepec (viveiro da Embaúba S.A.).

Pg. Perfil Classe de Solo

14 01 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano (unidade Colônia)

16 02 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano(unidade Colônia)

18 03 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano(unidade Colônia)

20 04 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano

22 05 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano

Quadro 2.6 – Estação Experimental Gregório Bondar.

Pg. Perfil Classe de Solo

111 P2 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb moderado textura média/argilosarelevo plano

111 P3 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevoplano

111 P4 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevoplano

Quadro 2.7 – Estação Ecológica Pau-Brasil.

Page 17: Levantamento de Solo

25

Pg. Perfil Foto Classe de Solo

45 03 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

49 04 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo plano

75 05 344 Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado texturaarenosa/média argilosa relevo plano

76 06 344 Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

22 07 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo plano

48 08 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo plano

41 09 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

23 10 160 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/médiarelevo plano

51 11 160 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/argilosa relevo plano

40 12 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

19 13 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

30 14 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

28 15 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

29 16 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

188 17 344 Podzol A moderado textura arenosa/média relevo plano

50 18 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

40 21 344 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

44 22 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

28 24 160 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

70 28 346 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosarelevo plano

198 29 346 Areia Quartzoza podzólica

41 32 160 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

50 33 160 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/argilosa relevo plano

25 34 160 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/médiarelevo plano

Quadro 2.8 – Veracel Celulose S.A.

Page 18: Levantamento de Solo

26

Continuação

62 35 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

53 36 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média relevo plano

189 49 346 Podzol A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano

63 37 346 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

188 50 346 Podzol A moderado textura arenosa/média relevo plano

78 51 346 Podzólico Amarelo abrúptico espódico distrófico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo plano

36 52 346 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

24 53 346 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano

35 54 346 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

30 55 346 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

37 60 346 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

48 81 346 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturamédia/argilosa/muito argilosa relevo plano

74 86 346 Podzólico Amarelo abrúptico espódico distrófico Tb A moderadotextura arenosa/média/argilosa relevo plano

23 87 346 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média relevo plano

33 88 346 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

78 90 346 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média relevo plano

35 95 346 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

79 96 168 Podzólico Amarelo espódico álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

25 97 2602 Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média relevo plano

27 100 2602 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/médiarelevo plano

32 101 2602 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

47 133 346 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevoplano

43 135 344 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

42 136 346 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

47 128 346 Podzólico Amarelo álico A moderado textura arenosa/média/argilosarelevo plano

37 61 346 Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

81 130 344 Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado texturaarenosa/média/argilosa relevo plano

56 131 344 Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média relevoplano

Page 19: Levantamento de Solo

27

2.5 Conclusões

A seguir, são destacados aspectos relacionados àsprincipais características dos solos dominantes dasunidade de mapeamento.• Os Solos Latossolos Amarelos podzólicos

distróficos textura argilosa, que sedesenvolvem nos topos dos tabuleiros, emrelevo plano e suave ondulado, são muitoprofundos, bem drenados, bastante porosos epossuem características físicas favoráveis parao desenvolvimento radicular das plantas. Aprincipal limitação desses solos relaciona-se àbaixa fertilidade natural que apresentam,condicionada pelos baixos valores de matériaorgânica, pH, soma e saturação de bases.Ocorrem somente no município de PortoSeguro, abrangendo apenas 1,54% de sua área.

• O Solo Podzólico Amarelo é a classe maisimportante e de maior expressão geográfica naregião. São formados a partir de sedimentosdo grupo Barreiras e possuem coloraçãoamarelada e baixa fertilidade natural. Sãosolos com grande variação nas suaspropriedades morfológicas, físicas e químicas.A profundidade varia de pouco profundo amuito profundo. No horizonte A, a textura éarenosa, média e argilosa e, no B, é média,argilosa e muito argilosa. Foram observadosoutros caracteres distintivos como o fragipã ecaráter abrúptico. Ocorrem em relevo plano amontanhoso. Representam mais de 50%, tantodas terras de Porto Seguro, quanto das deSanta Cruz Cabrália.

• O Solo Podzólico Vermelho-Amarelo ocupaos terços inferiores e médios dos valesencaixados em “V” e as encostas maisíngremes dos vales de fundo chato. Quandoderivado dos sedimentos do grupo Barreiras,apresenta cores mais avermelhadas do que ossolos situados no terço superior da encosta.São de baixa fertilidade natural, profundos ebem drenados e, quase sempre, encontram-secobertos com pastagem. Representamaproximadamente 20% das terras de PortoSeguro e 26% do território de Santa CruzCabrália.

• O Solo Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico,que é profundo e pouco profundo, bem drenado,desenvolve-se em relevo variando de suaveondulado a montanhoso. É originário dadecomposição de rochas do Pré-Cambriano eocorre, muitas vezes, associado a PodzólicoVermelho-Amarelo. As texturas predominantessão média/argilosa e média cascalhenta/muitoargilosa e argilosa/muito argilosa. Distribuem-sesomente ao sudoeste do município de PortoSeguro, ocupando aproximadamente 3% de suasterras.

• Os solos de baixada comprendem os solos poucodesenvolvidos formados a partir de deposições desedimentos fluviais recentes com granulometriamuito variada. Apresentam grande potencialidadeagrícola, motivada pelo relevo plano que favorece amecanização e não permite o desenvolvimento deprocessos erosivos. Compreeendem os SolosAluviais distróficos ou álicos geralmente associadosa Glei e Solos Orgânicos. Na várzea do rio dosFrades, parte dos Solos Aluviais possui um fatorbastante limitante à pratica de agriculturaintensiva, que é o caráter tiomórfico. Nestes, opH do solo é extremamente baixo (3 e 3.7).

• Sobre as coberturas arenosas desenvolvem-se osPodzóis, que são solos profundos e poucoprofundos, com baixa fertilidade natural e pequenacapacidade de retenção de umidade e de nutrientespela sua elevada quantidade de areia em relação àspartículas de argila. Na faixa litorânea, ocorremassociados às Areias Quartzosas Marinhas, quesão muito profundas, excessivamente drenadas ecom predominância quase total de quartzo nasua composição mineralógica. Possuem aptidãorestrita para agricultura, exceto para a cultura dococo, que se adapta bem a esses solos. Essascoberturas perfazem um total de 5,54% dasterras de Porto Seguro e 9,7% da área de SantaCruz Cabrália.

• Os Solos Litólicos e Afloramentos de Rocha sãoas classes menos representativas em termos deextensão. São pouco desenvolvidos, rasos a muitorasos e desenvolvem-se em relevo montanhoso,sendo bastante suscetíveis à erosão. Somenteocorrem no município de Porto Seguro, ocupando0,21% de suas terras.

Page 20: Levantamento de Solo

28

2.6 Bibliografia

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_____. Keis to soil taxonomy. Washington, D.C. :USDA/Natural Resources Conservation Service,1998. 326p.

Page 21: Levantamento de Solo

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2.7 Glossário

Este item contém termos usualmente utilizadosem Ciência do Solo. O objetivo é facilitar ao usuárioo acesso à terminologia técnica mais comum. Abibliografia técnica especializada poderá suprirnecessidades de maior aprofundamento.Adensamento – redução natural dos espaços

porosos do solo, com aumento da densidade dehorizontes ou camadas de solo por dessecação,iluviação ou precipitação química.

Álico – denominação que caracteriza solos com maisde 50% de saturação com alumínio trocável nocomplexo sortivo, segundo a fórmula(l00Al+++/Al++++S); epiálicos são solos quecontêm essa saturação em superfície e,endoálicos, em subsuperfície.

Ataque sulfúrico – método de laboratório usado noBrasil, para se determinar os teores de óxidos dealumínio, ferro, titânio, fósforo e manganês dosolo; a sílica é determinada no resíduo, apóssolubilização com carbonato de sódio.

Associação de solos – unidade de mapeamentoconstituída por duas ou mais classes taxonômicasde solos dificilmente separáveis no mapaReconhecimento de Solos, por limitação deescala.

Cascalho – fragmentos de rochas ou partículasminerais com diâmetro entre 0,2 e 2cm.

Compactação – diminuição do volume do solocausada por ação antrópica, principalmente porcompressão, o que causa diminuição daporosidade; comumente é devida ao excesso demecanização agrícola, criando camadassubsuperficiais que dificultam o movimentod’água e a penetração de raízes.

Conservação do solo (métodos conservacionistas)– proteção do solo contra erosão, através demétodos de manejo e uso da terra que evitam seuesgotamento, deterioração e perdas devidas atratos culturais contra-indicados.

Cerosidade – revestimentos de argila fina ou ferro eferroalumínio que envolvem elementos deestrutura, evidenciados pelo brilho “ceroso”;característica de horizontes B texturais, nos quaishouve incremento de argila fina.

CTC ou valor T – capacidade de troca de cátions =S + (H+ + Al+++).

Densidade de partículas – é a massa por unidade devolume de partículas do solo a seco, ou seja, oespaço ocupado pela matéria sólida do solo;expressa em g/cm3.

Densidade do solo – é a massa do solo seco porunidade de volume, ao natural, incluindo osespaços porosos; expressa em g/cm3.

Distrófico – caracteriza solos com saturação debases (V%) e de alumínio trocável menores que

50%; epidistróficos, quando a característica é emhorizontes superficiais; endodistróficos, quandoem profundidade.

Duripã – Horizonte mineral subsuperficial do soloque se encontra cimentado com sílica, a ponto talque fragmentos secos não se desfazem em águaou HCl; pode também ter cimentos acessórios,tais como óxido de ferro e carbonato de cálcio.

Espódico – designa solos intermediários paraPodzóis, ou seja, com presença de horizonte Bs,Bh ou Bsh.

Estrutura do solo – Corresponde à organizaçãodas unidades ou agregados de material de solocompostos geralmente por argilominerais,silte, areia e matéria orgânica. A estruturadescrita em todos os horizontes écaracterizada pelo seu grau dedesenvolvimento: fraca, moderada ou forte;pela forma dos agregados – granular, blocosangulares ou subangulares; prismática oucolunar, laminar, maciça e ultrapequena e pelotamanho dos agregados – muito pequena,pequena, média, grande.

Eutrófico – denominação que caracteriza solos comelevada fertilidade natural e saturação de basesmaior que 50%; epieutróficos, quando asaturação é alta em superfície; endoeutróficos,quando em maior profundidade.

Fragipã – Horizonte subsuperficial natural com altadensidade do solo e/ou força mecânicarelativamente ao solum acima, aparentementecimentado quando seco, mas quando úmido temquebrajosidade moderada ou fraca.

Hidromorfismo – processo de formação de solosem presença d’água; os Solos Hidromórficos seencontram em depressões e se formam sob baixopotencial de oxirredução; em conseqüência, oferro é reduzido (Fe2), a massa de solo é cinzentae pode-se formar um horizonte glei.

Horizonte do solo – secção horizontal ou paralela àsuperfície do solo, de constituição mineral ouorgânica, com propriedades internas geradas porprocessos pedogenéticos.

Horizontes diagnósticos – horizontes cujaspropriedades morfológicas, físicas, químicas emineralógicas servem para identificar classesde solos; podem ser superficiais ousubsuperficiais.

Horizonte iluvial – horizonte de deposição demateriais eluviados e/ou lixiviados: minerais deargila, sesquióxidos de ferro e alumínio e matériaorgânica.

ki – relação molecular SiO2/Al2O3, que informasobre o nível de intemperização dos materiais,principalmente da argila.

kr – relação molecular SiO2/(Al2O3 + Fe2O3).

Page 22: Levantamento de Solo

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Lixiviação – compreende a dissolução e a remoçãodos constituintes das rochas e dos solos.

Material de origem (material parental) – materialinconsolidado, intemperizado, mineral ouorgânico que, por pedogênese, transforma-se emsolo.

Mosqueado – pontos ou manchas de cor diferentedo matiz do horizonte; podem ser herdados domaterial de origem ou resultado de flutuações dolençol freático e, em conseqüência, oxidação eredução de ferro, resultando em coresavermelhadas, amareladas ou alaranjadas sobrefundo cinza; também podem significaracumulações, por exemplo, de jarosita em solostiomórficos.

Pedogênese – formação dos solos pela açãocombinada dos fatores clima, material de origem,relevo, vegetação e seres vivos num determinadotempo; adições, perdas, transformações etransportes seletivos são os principais processospedogenéticos que, condicionados pelos fatoresde formação, originam os solos.

Perfil de solo – é um corte ou secção vertical de umsolo, expondo a seqüência de horizontes oucamadas que o constituem.

TFSA (Terra Fina Seca ao Ar) – parte da amostrade solos que passa pela peneira de 2mm apóssecagem ao ar, utilizada para análises de solopara fins pedológicos.

Transição entre horizontes – é a faixa transicionalentre dois horizontes, identificada pela suaespessura e pela topografia; a transição éabruptica quando a faixa tem menos que 2,5cm;clara quando se situa entre 2,5 e 7,5cm; gradual

quando varia entre 7,5 e 12,5cm; difusa quandomaior que 12,5cm; quanto à linha que dividehorizontes, pode ser plana ou horizontal,ondulada, irregular ou descontínua.

Unidade taxonômica – unidade de solos quepossuem características comuns, suficientes paraserem enquadrados em uma classe de um sistemade classificação de solos.

Unidade de mapeamento – unidades ou conjuntode unidades taxonômicas presentes em umapaisagem, possíveis de serem representadascartograficamente, limitadas no terreno poroutras paisagens distintas; nos mapas, sãodiferenciadas por letras-símbolo, que asidentificam e reportam a uma legendaespecífica.

Valor S – soma de cátions trocáveis ( Ca++ + Mg++ +Na+ + K+).

V(%) – saturação de bases, calculada pela fórmula100S/T.

Variações ou modalidades subordinadas –símbolos utilizados para caracterizar algumapropriedade relevante, colocados após aidentificação do horizonte: c – presença deconcreções; f – plintita; g – glei; i –desenvolvimento incipiente; n – acumulação desódio trocável; p – aração ou perturbaçõesantrópicas; r – rocha branda ou saprolito; s –acumulação de sesquióxidos com matériaorgânica; t – acumulação de argila; v –característica vértica; w – alteração intensa; x –cimentação reversível.

Várzea – planície de inundação; terras planas juntoàs margens dos rios.

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Foto 2.1 – Perfil 14: Podzólico Vermelho-Amarelo distróficoTb a moderado textura média/muito argilosa relevoforte ondulado.

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Foto 2.2 – Colinas referentes ao Perfil 14, relevo forte ondulado.

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Foto 2.3 – Perfil Complementar PC29: Podzólico Amarelolatossólico Álico A moderado relevo ondulado.

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Foto 2.4 – Perfil 8: Podzólico Amarelo álico abruptico A mo-derado textura arenosa/média relevo plano.

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Foto 2.5 – Paisagem representativa do Perfil 8, com vegetação de influência marinha.

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Foto 2.6 –- Perfil 18: Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo for-te ondulado.

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Foto 2.7 – Perfil 16: Podzólico Vermelho-Amarelo pouco pro-Fundo câmbico distrófico Tb A moderado texturamédia/muito argilosa relevo suave ondulado.

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Foto 2.8 – Perfil 12: Podzólico Vermelho-Amarelo álicoTb A moderado textura média/argilosa relevomontanhoso.

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Foto 2.9 – Paisagem referente ao Perfil 12: Relevo montanhoso com pastagem e floresta se-cundária em estágios inicial e intermediário de regeneração.

Foto 2.10 – Podzólico amarelo no topo e Podzólico Vermelho-Escuro no fundo de vale.

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Foto 2.11 – Paisagem referente ao Perfil 3, relevo suave ondulado.

Foto 2.12 – Relevo ondulado com Podzólico Vermelho-Escuro textura média/argilosa compastagem.

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Foto 2.13 – Relevo aplainado com Podzólico Amarelo textura média argilosa.

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Foto 2.14 –- Perfil 7: Podzólico Amarelo álico A moderadotextura média/argilosa relevo plano (Unidade deMapeamento PAa2).

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Foto 2.15 –- Paisagem referente ao Perfil 7, relevo plano.

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Foto 2.16 – Perfil 17: Podzólico Vermelho-Escuro eutróficoTb A moderado textura média/argilosa relevoforte ondulado.

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Foto 2.17 –- Canga laterítica em Podzólico Amarelo álico textura média/argilosa relevo forteondulado.

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Foto 2.18 – Perfil 15: Podzólico Vermelho-Amarelo álico Amoderado relevo montanhoso.

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Foto 2.19 – Perfil de Podzol na transição com Podzólico Amarelo.

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Foto 2.20 – Contato entre Podzol e Podzólico Amarelo textura média/argilosa relevo plano.

Foto 2.21 – Podzol sobre tabuleiro sugerindo um paleocanal.

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Foto 2.22 – Perfil Complementar PC 45: Podzol HidromóficoA moderado relevo plano.

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Foto 2.23 – Paisagem referente ao Perfil Complementar PC45 com vegetação de influênciamarinha.

Foto 2.24 – Podzol Hidromórfico relevo plano, com campos naturais.

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Foto 2.25 – Afloramentos de Rocha.

Foto 2.26 – Perfil 26: Solo Aluvial tiomórfico Ta A proeminente relevo plano.

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Foto 2.27 – Detalhe das estruturas colunares em Solo Aluvial tiomórfico.

Foto 2.28 – Solo Aluvial textura média relevo plano, com pastagem, próximo ao litoral.

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Foto 2.29 – Areia Quartzosa Marinha e falésias ao fundo.

Foto 2.30 – Solo de Mangue Indiscriminado.