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51 Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.4, p.51-62, 2008. Recebido para publicação em 23/07/2007 Aceito para publicação em 06/05/2008 Levantamento ecogeográfico de Dimorphandra mollis Benth. (Leguminosae- Caesalpinioideae) no Norte de Minas Gerais SOUZA,G.A.; QUEIROZ, J.M.R.; ANJOS, O.F.; SANTOS, E.A.M.; MARTINS, E.R.*; FERNANDES, L.A.; COSTA, C.A. Núcleo de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais. Montes Claros, MG. Cep: 39404-006. *ernane- [email protected] RESUMO: A região dos Cerrados, que cobre mais de dois milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro, apresenta uma grande diversidade florística. Muitas das espécies vegetais dessa região são de interesse biotecnológico pelas aplicações na indústria farmacêutica. A fava- d’anta ou favela (Dimorphandra mollis Benth.) é uma espécie com propriedades medicinais, encontrada no Cerrado e que apresenta potencial econômico por fornecer à indústria farmacêutica o flavonóide rutina e outras substâncias. No Norte de Minas Gerais, a fava-d’anta constitui fonte de renda a trabalhadores da agricultura, sendo obtida de maneira exclusivamente extrativista, o que ameaça suas populações naturais. Assim, o objetivo do presente trabalho foi fazer o levantamento de dados ecogeográficos de populações de Dimorphandra mollis Benth. na região Norte de Minas Gerais. Frutos foram coletados em estágio de pré-maturação para determinação das características morfológicas e análise do teor de flavonóides totais. O solo foi amostrado e foram registrados dados sobre a vegetação, relevo, altitude e coordenadas geográficas de cada população. Analisaram-se 31 populações, totalizando 275 indivíduos. De acordo com as análises de solo, estes apresentam acidez elevada e baixos níveis de nutrientes (Ca, Mg, K, P, trocáveis). Observou-se que 59,34% dos frutos apresentaram comprimento entre 10 e 15 cm. Em relação à largura, 59,58% dos frutos apresentaram valores entre 2 e 3 cm e as espessuras predominantes variaram de 5 mm a 10 mm em 76,67% das populações. O teor médio de flavonóides totais nas vagens foi de 9,96±2,67%. Não foram observadas correlações significativas entre características morfológicas dos frutos e atributos químicos e físicos dos solos com o teor de flavonóides totais das vagens. Palavras-chave: rutina, ecogeografia, plantas medicinais, Dimorphandra mollis ABSTRACT: Dimorphandra mollis Benth. (Leguminosae-Caesalpinioideae) ecogeographic survey in the north of Minas Gerais State, Brazil. Cerrado covers more than two million square kilometers of the Brazilian territory and presents a great floristic diversity. Many of its plant species are of biotechnological interest due to their application in the pharmaceutical industry. “Fava-d’anta” or “favela” (Dimorphandra mollis Benth.) is a species from Cerrado that presents medicinal properties and economic potential since it provides the pharmaceutical industry with the flavonoid rutin and other substances. In the north of Minas Gerais State, “fava-d’anta” constitutes an income source for farm workers and is obtained exclusively through extractivism, which threatens the natural populations of this species. Thus, the aim of this work was to survey ecogeographic data regarding Dimorphandra mollis Benth. populations in the north of Minas Gerais State. Unripe fruits were harvested for evaluation of morphologic characteristics and analysis of total flavonoid content. Soil was sampled and data on vegetation, relief, altitude and geographic coordinates from each population were recorded. Thirty-one populations totalizing 275 individuals were evaluated. Soils presented high acidity and low nutrient levels (exchangeable Ca, Mg, K, and P). Fruits of length ranging between 10 and 15 cm accounted for 59.34%, whereas 2-3 cm wide and 5-10 mm thick ones were 59.58% and 76.67%, respectively. The mean total flavonoid content in pods was 9.96±2.67%. There were no significant correlations of fruit morphologic characteristics and soil physicochemical aspects with total flavonoid content of pods. Key words: rutin, ecogeography, medicinal plants, Dimorphandra mollis

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Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.4, p.51-62, 2008.

Recebido para publicação em 23/07/2007Aceito para publicação em 06/05/2008

Levantamento ecogeográfico de Dimorphandra mollis Benth. (Leguminosae-Caesalpinioideae) no Norte de Minas Gerais

SOUZA,G.A.; QUEIROZ, J.M.R.; ANJOS, O.F.; SANTOS, E.A.M.; MARTINS, E.R.*; FERNANDES, L.A.; COSTA,C.A.Núcleo de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais. Montes Claros, MG. Cep: 39404-006. *[email protected]

RESUMO: A região dos Cerrados, que cobre mais de dois milhões de quilômetros quadrados doterritório brasileiro, apresenta uma grande diversidade florística. Muitas das espécies vegetaisdessa região são de interesse biotecnológico pelas aplicações na indústria farmacêutica. A fava-d’anta ou favela (Dimorphandra mollis Benth.) é uma espécie com propriedades medicinais,encontrada no Cerrado e que apresenta potencial econômico por fornecer à indústria farmacêuticao flavonóide rutina e outras substâncias. No Norte de Minas Gerais, a fava-d’anta constitui fontede renda a trabalhadores da agricultura, sendo obtida de maneira exclusivamente extrativista, oque ameaça suas populações naturais. Assim, o objetivo do presente trabalho foi fazer olevantamento de dados ecogeográficos de populações de Dimorphandra mollis Benth. na regiãoNorte de Minas Gerais. Frutos foram coletados em estágio de pré-maturação para determinaçãodas características morfológicas e análise do teor de flavonóides totais. O solo foi amostrado eforam registrados dados sobre a vegetação, relevo, altitude e coordenadas geográficas de cadapopulação. Analisaram-se 31 populações, totalizando 275 indivíduos. De acordo com as análisesde solo, estes apresentam acidez elevada e baixos níveis de nutrientes (Ca, Mg, K, P, trocáveis).Observou-se que 59,34% dos frutos apresentaram comprimento entre 10 e 15 cm. Em relação àlargura, 59,58% dos frutos apresentaram valores entre 2 e 3 cm e as espessuras predominantesvariaram de 5 mm a 10 mm em 76,67% das populações. O teor médio de flavonóides totais nasvagens foi de 9,96±2,67%. Não foram observadas correlações significativas entre característicasmorfológicas dos frutos e atributos químicos e físicos dos solos com o teor de flavonóides totaisdas vagens.

Palavras-chave: rutina, ecogeografia, plantas medicinais, Dimorphandra mollis

ABSTRACT: Dimorphandra mollis Benth. (Leguminosae-Caesalpinioideae) ecogeographicsurvey in the north of Minas Gerais State, Brazil . Cerrado covers more than two millionsquare kilometers of the Brazilian territory and presents a great floristic diversity. Many of its plantspecies are of biotechnological interest due to their application in the pharmaceutical industry.“Fava-d’anta” or “favela” (Dimorphandra mollis Benth.) is a species from Cerrado that presentsmedicinal properties and economic potential since it provides the pharmaceutical industry withthe flavonoid rutin and other substances. In the north of Minas Gerais State, “fava-d’anta” constitutesan income source for farm workers and is obtained exclusively through extractivism, which threatensthe natural populations of this species. Thus, the aim of this work was to survey ecogeographicdata regarding Dimorphandra mollis Benth. populations in the north of Minas Gerais State. Unripefruits were harvested for evaluation of morphologic characteristics and analysis of total flavonoidcontent. Soil was sampled and data on vegetation, relief, altitude and geographic coordinatesfrom each population were recorded. Thirty-one populations totalizing 275 individuals were evaluated.Soils presented high acidity and low nutrient levels (exchangeable Ca, Mg, K, and P). Fruits oflength ranging between 10 and 15 cm accounted for 59.34%, whereas 2-3 cm wide and 5-10 mmthick ones were 59.58% and 76.67%, respectively. The mean total flavonoid content in pods was9.96±2.67%. There were no significant correlations of fruit morphologic characteristics and soilphysicochemical aspects with total flavonoid content of pods.

Key words: rutin, ecogeography, medicinal plants, Dimorphandra mollis

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INTRODUÇÃOO Brasil é um dos países de maior

diversidade biológica, pois cerca de 30% das espéciesde plantas e animais que ocorrem no mundoencontram-se distribuídas em seus diferentesecossistemas. A região dos Cerrados, com 204milhões de hectares, apresenta grande diversidadefaunística e florística em suas diferentes fisionomiasvegetacionais (Silva, 1999).

Dentre as muitas espécies de alto valorfarmacológico do Cerrado brasileiro, a fava-d’anta(Dimorphandra mollis Benth.) é fornecedora de matériaprima, principalmente rutina, flavonóide que encontralugar garantido no mercado mundial dos produtoscosméticos e farmacêuticos (Gomes & Gomes,2000). A coleta de matéria prima silvestre tem sido aúnica fonte de abastecimento desta espécie para omercado consumidor, e tem garantido a renda dealgumas famílias das regiões de Cerrado. A coletaextrativista geralmente ocasiona quebra de galhos eretirada das sementes, principal estrutura propagativada espécie, comprometendo sua sobrevivência amédio e longo prazo. Anjos et al. (2002), avaliando20 populações naturais de fava-d’anta no Norte deMinas Gerais, constataram que o extrativismo nãoinfluencia a densidade das populações. No entantopopulações que sofrem extrativismo apresentaramforte desequilíbrio em relação às classes de diâmetro,com predominância de plantas velhas.

Maxted (1995) define o estudo ecogeográficocomo sendo um processo de obtenção e síntese deinformações ecológicas, geográficas e taxonômicas,sendo os seus resultados preditivos, auxiliando naformulação de estratégias de conservação. Assim,este tipo de estudo objetiva primariamente identificarcom clareza prioridades de conservação e sugerirestratégias apropriadas para o taxon alvo daconservação (Maxted & Guarino, 2003).

Registros de data de coleta, coordenadasgeográficas, descrição do hábitat da espécie, tipo desolo, evidências de pragas e patógenos constituemaspectos de grande relevância durante a conduçãodo estudo ecogeográfico. Estes tipos de informaçõessão dados multivariados, ou seja, há disponível paracada acesso ou espécime dois ou mais itens dedados, como por exemplo, tipo de solo e precipitação.Isso permite que a análise multivariada seja aplicadanos estudos ecogeográficos (Maxted & Guarino,2003).

Diante do exposto o objetivo deste trabalhofoi realizar um levantamento de dados ecogeográficosde populações de Dimorphandra mollis Benth. naregião Norte de Minas Gerais, visando conhecer ascondições ambientais características das populaçõese correlacioná-las com os aspectos morfológicos equímicos dos frutos, além de avaliar a variação entreas populações por meio de análise multivariada.

MATERIAL E MÉTODOO estudo foi realizado no Norte de Minas

Gerais entre as latitudes de 15º a 18º Sul e longitudesde 43º e 45º oeste. Os locais de coleta foram definidosapós obtenção de informações com compradores evendedores de fava-d’anta na região, além de registrosexistentes na literatura sobre os locais de ocorrênciada espécie. As expedições de coleta partiram deMontes Claros, percorrendo distância máxima de 150km. As rodovias BR 135 e BR 365 foram as principaisvias de acesso aos locais de coleta. As coordenadasgeográficas e a altitude foram determinadas, nos locaisde coleta, com o uso de receptor GPS Garmin EtrexVista, com altímetro barométrico incorporado.

Uma vez localizadas as plantas com frutosem pré-maturação, foram coletadas amostras destespara análise. Nos locais de coleta foi feito olevantamento do tipo de fitofisionomia predominantedo Cerrado. Foram retiradas amostradas de solo nacamada de 0 a 20 cm de profundidade, posteriormentesubmetidas a análises químicas (pH, P, K, Ca, Mg,Al, saturação por bases, saturação por alumínio,capacidade de troca catiônica e matéria orgânica) egranulométricas (teor de argila, silte, areia grossa eareia fina). As análises de solo foram realizadas nolaboratório de análise de solo do Núcleo de CiênciasAgrárias da UFMG em Montes Claros. Os métodosutilizados para extrair os cátions presentes nasamostras foram P e K, método Mehlich 1; Ca, Mg eAl, solução de KCl 1 mol L-1. Na análise granulométricautilizou-se o método de dispersão das partículas,sendo NaOH 1M o agente dispersante.

Os frutos coletados foram inicialmentesubmetidos à pesagem para obtenção do pesofresco, sendo determinadas, em seguida, as suasdimensões (comprimento, largura e espessura) comum paquímetro digital. Após secar em estufa decirculação forçada a 40ºC até peso constante, pesou-se novamente para obtenção do peso seco. Apóssecagem, os frutos foram processados em moinhotipo Willey e colocados em sacos plásticosdevidamente identificados e fechados. Depois,procedeu-se à análise de flavonóides totais utilizandometodologia adaptada de Santos & Blatt (1998):colocou-se 0,25 g de cada amostra em 10 mL demetanol 70%, após 24 horas retirou-se uma alíquotade 50 µL do extrato da fava e adicionou 8,7 mL demetanol 70% e 0,133 mL de cloreto de alumínio. Asamostras, após submetidas à homogeneização,permaneceram em repouso por 30 minutos.Posteriormente foram realizadas as leituras emespectrofotômetro a 425 nm de absorbância. Todasas amostras foram analisadas em triplicata.

Determinaram-se freqüências, médias,desvios padrão, valores mínimos e máximos dascaracterísticas morfológicas dos frutos. Os resultados

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das análises do solo (química e física) ecaracterísticas dos frutos (morfológicas e químicas)foram submetidos à análise de correlação simples.

A avaliação da variação entre as populaçõesfoi realizada por meio da análise multivariada utilizandocaracterísticas morfológicas (comprimento, largura,espessura e peso seco dos frutos), teor de flavonóidestotais e atributos do solo, sendo utilizado o métodode otimização de Tocher, a partir de distânciaseuclidianas médias, e análise de componentesprincipais, utilizando o programa Genes (Cruz, 2001).Foram utilizados dados médios por população apóspadronização (cada valor foi dividido pelo desvio-padrão). Também foi realizada a análise multivariada,com método de agrupamento de Tocher, com osatributos do solo das populações, objetivandocaracterizar melhor o ambiente da maioria daspopulações de fava-d’anta.

RESULTADO E DISCUSSÃOAnalisaram-se 31 populações, totalizando

275 indivíduos. O código de acesso das populações,as coordenadas geográficas e a altitude estãorepresentadas na Tabela 1 e a localização estárepresentada na Figura 1.

Observou-se que a espécie ocorre associadaa diversas outras como o pequi (Caryocar brasiliense,Caryocaraceae), cagaita (Eugenia dysenterica,

Myrtaceae), jatobá (Hymenaea sp., Fabaceae),barbatimão (Stryphnodendron adstringens, Fabaceae),mangaba (Hancornia speciosa, Apocynaceae),tinguisão (Magonia pubescens, Sapindaceae) e entreoutras espécies de valor econômico e, ou, medicinalpara a população local. Para se determinar afitofisionomia de cada local é necessário um estudomais abrangente baseado nas espécies predominantes,na estrutura da vegetação além de característicasedáficas, uma vez que as informações desse trabalhosobre a ocorrência das espécies, em associação coma planta estudada, não permitem concluir em quetipo de fitofisionomia do Cerrado os locais amostradosse enquadram. Contudo, as espécies encontradassão típicas de áreas de Cerradão (pequi e tinguisão)(Ribeiro & Walter, 1998) e de Cerrado strictu sensu(mangaba e jatobá) (Ratter et al., 1996) podendo-seinferir que provavelmente os locais amostrados façamparte dessas fitofisionomias do Cerrado.

Os ambientes de ocorrência da espéciesofrem grandes pressões antropogênicas, tais comoocorrência de queimadas e extrativismo de fava-d’antae de outras espécies.

Souza & Martins (2004), avaliando 32populações de fava-d’anta no Norte de Minas,concluíram que populações em áreas com intensapressão antropogênica são aquelas que apresentammaiores riscos de erosão genética e de conseqüenteextinção da espécie. Tatagiba (2006) afirma que o

FIGURA 1. Localização das populações de Dimorphandra mollis Benth. amostradas no Norte de Minas Gerais. 1-JAN 1; 2- JAN 2; 3-COJ 1; 4-COJ 2; 5-OLD 1; 6-PED 1; 7-POD 1; 8-VLM 1; 9- BAR 1; 10-BOA 1; 11-BRM 1; 12-CAA 1; 13-CEN 1; 14-COJ 3; 15-COJ 4; 16-COJ 5; 17-JEQ 1; 18-JEQ 2; 19-JEQ 3; 20-BOC 1; 21-CLP 3; 22-FDU1; 23-FDU 3; 24-FDU 4; 25-FDU 5; 26- JAP 1; 27-CLP 2; 28-CLP 1; 29-JAP 2; 30-MIR 1; 31- LON 1.

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fogo assume um papel chave para explicar a atualproporção entre as diferentes fitofisionomias queocorrem no bioma. Porém, a ocorrência freqüente dequeimadas conduz à perda gradual da diversidade edrástica alteração na estrutura da vegetação.

Os resultados das análises de solo sãoapresentados na Tabela 2. A espécie ocorre em locaisde solo com acidez elevada e baixos níveis de

TABELA 1. Populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.) localizadas no Norte de Minas Gerais.

nutrientes considerados importantes para ocrescimento e desenvolvimento das plantas (P, K, Cae Mg trocáveis). Das 31 populações avaliadas, 75%ocorreram em solos com pH baixo a muito baixo(<5,4) e 62% sob teores de alumínio de médio (CTC),(0,5<x>1) a muito alto (x>2), 47% das populaçõesapresentam solos com saturação por alumínio (m%)entre 50,1 e 75%, valores estes prejudiciais para a

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TABELA 2. Variação das características químicas e físicas dos solos de 31 localidades de ocorrência de populaçõesde fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.) do Norte de Minas Gerais.

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maioria das espécies vegetais. Em relação àdisponibilidade de nutrientes, todas os locaisapresentaram baixos níveis de Ca, Mg e P trocáveis.A CTC efetiva (t) foi baixa em 69% das populações. Asaturação por bases (V%) foi menor ou igual a 20%na maioria dos casos, sendo que os locais onde seencontram as populações CEN 1, BOA 1 apresentarammenor teor (5% e 7% respectivamente). Os solosapresentaram textura média em 41% dos locaisamostrados.

Poggiani (1974) conduziu um experimentode adubação a fim de avaliar o crescimento inicial deplântulas de Dimorphandra mollis e Stryphnodendronadstringens. O autor observou que a adição denutrientes ao solo evidenciou que o ótimo nutricionaldestas plantas deve situar-se abaixo do ótimoverificado para outras espécies. Os elementosnutritivos provocaram fortes alterações no padrão decrescimento das plântulas, principalmente em relaçãoao desenvolvimento do sistema radicular. O autorconclui que a simples adubação baseada apenas nasfórmulas tradicionais, poderá prejudicar seriamenteo desenvolvimento destas espécies. Isso demonstraque a espécie pode apresentar mecanismos detolerância que permitem seu crescimento edesenvolvimento em áreas com acidez do solo elimitações de fertilidade.

Reatto et al. (1998) afirmaram que a fertilidadedo solo é inferida principalmente pela saturação porbases (V%), capacidade total de troca catiônica(CTC), saturação por alumínio (m%) e grau de acidez(pH). De maneira geral, os solos das diferentesfitofisionomias do Cerrado são álicos, sendo que osteores de alumínio tendem a aumentar do Cerradãoao Campo limpo nas áreas em que a deficiência hídricanão é muito pronunciada. Valores de m% variam de66% no Campo Limpo, 58% no Campo Cerrado, 54%em Cerrado, 44% no Cerradão e 40% em Mata.

Em estudo realizado por Toppa (2004), como objetivo de caracterizar e mapear os diferentes tiposfitofisionômicos que ocorrem na Estação Ecológicade Jataí, localizada no município de Luiz Antônio-SP,amostraram-se solos na camada de 0-20 cm de

profundidade. O autor observou que os solos sobcerradão e cerrado strictu sensu apresentaram,respectivamente, pH 3,7 e 3,6; teores de alumínio de12,4 e 10,6; CTC 58,7 e 41,5; e V% 6 e 8%. Nessemesmo estudo, concluiu-se que as maioresconcentrações de alumínio ocorreram sob solos decerradão em comparação com o solo sob cerradostrictu sensu, indicando que esse elemento não élimitante para o estabelecimento da vegetação na áreaavaliada. O autor enfatiza que se deve ter cautela aoafirmar que o solo é o principal condicionante noestabelecimento das diferentes fitofisionomias doCerrado. Contudo, pode-se dizer, a princípio, aspropriedades granulométricas e químicas dos solosanalisados possuem forte influência nascaracterísticas estruturais e espaciais da vegetaçãona Estação Ecológica de Jataí.

Na análise multivariada, utilizando osatributos do solo, observou-se que, no agrupamentorealizado pelo método de Tocher, houve a formaçãode cinco grupos de ambientes. O grupo 1 envolveu20 localidades e, portanto, as características do solodestas áreas devem ser mais representativas dasexigências da fava-d’anta no Norte de Minas (Tabela3). As médias e desvios-padrão para tais populaçõesforam calculadas para alguns dos atributos, sendoos dados apresentados na Tabela 4. Os gruposformados não apresentaram relação com proximidadegeográfica, denotando a grande variabilidade dos solosem pequenas distâncias. Na análise, as característicasque mais contribuíram para a variação foram o teorde potássio (42,6%) e os teores de areia grossa(19,97%) e de areia fina (11,5%). O pH e o teor demagnésio foram as características que menoscontribuíram para a divergência entre os ambientes.A população 10 (COJ1) se destacou pelos níveis maisaltos de P e de areia grossa. A população 31 (VLM )apresentou baixo nível de K e de areia grossa (7%).Na Tabela 4 observam-se os atributos do solo típicopara a maioria das populações de fava-d’antaavaliadas, elaborado com bases nos resultadosobtidos pela análise multivariada.

Campos et al. (2006) realizaram estudo na

TABELA 3. Grupos de populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.) localizadas no Norte de Minassegundo o método de otimização de Tocher a partir de distâncias euclidianas médias definidas com os atributosdo solo.

1 populações de fava-d’anta: 1-BAR 1; 2-BOA 1; 3-BOC 1; 4-BRM 1; 5-CAA 1; 6-CEN 1; 7-CLP 1; 8-CLP 2; 9-CLP 3; 10-COJ 1; 11-COJ 2;12-COJ 3; 13-COJ 4; 14-COJ 5; 15-FDU 1 ; 16-FDU 3; 17-FDU 4; 18-FDU 5; 19-JAN 1; 20-JAN 2; 21-JAP 1; 22-JAP 2; 23-JEQ 1; 24-JEQ 2;25-JEQ 3; 26-LON 1; 27-MIR 1; 28-OLD1; 29-PED 3; 30-POD 1; 31-VLM

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Floresta Nacional de Paraopeba-MG, visandodeterminar a composição florística das fanerófitas ecorrelacioná-las com algumas variáveis de solo emum trecho de cerradão e cerrado (strictu sensu). Osolo das parcelas amostradas, classificado comoLatossolo Vermelho-Amarelo, apresentou baixascondições de fertilidade, e os resultados das análisesquímicas indicaram pH ácido e baixos teores defósforo, cálcio, magnésio e teor médio de potássio.As variáveis Ca, Mg, pH e H+Al foram as queapresentaram as maiores variações ao longo dasparcelas amostradas.

Quanto às características morfológicas dosfrutos (Tabela 5) observou-se que 59,34% delesapresentaram comprimento entre 10 cm e 15 cm, oque está de acordo com valores citados por Brandão& Ferreira (1994) e Bizerril et al. (2005). O maior valor(22,60 cm) foi observado na população JAP1. Cercade 59,6% dos frutos apresentaram larguracompreendida entre 2 cm e 3 cm e o maior valor (4cm) foi encontrado na população BAR1. Bizzeril etal. (2005) encontraram valores médios de 3,3 cm parafrutos coletados em regiões do Planalto Central. Asespessuras predominantes variaram de 5 mm a 10mm.

O teor médio de flavonóides totais nos frutosfoi de 9,96 ± 2,67%. O valor máximo (18,42%) foiobservado na população FDU1 e o mínimo (2,84%)na população CEN1 (Tabela 6). Segundo Sousa etal. (1991), o teor de rutina nas vagens de fava-d’antavaria de 6 a 10%, entretanto, neste trabalho adeterminação utilizada não inclui exclusivamente a

TABELA 4. Atributos do solo típicos para as áreas de ocorrência da maioria das populações de fava-d’anta(Dimorphandra mollis Benth.) do Norte de Minas

rutina, mas todas as substâncias com a mesmanatureza química. Compostos secundários como osflavonóides desempenham uma grande função deadaptação e evolução das espécies, uma vez quesua ocorrência protege espécies quanto ao ataquede fungos, bactérias e herbívoros, garantindo assimsua sobrevivência em ambientes com condiçõesdesfavoráveis ao seu desenvolvimento (Taiz & Zeiger,2004). Segundo Martins et al. (1994), as variaçõesentre as populações quanto ao teor de flavonóidestotais, podem ser explicadas pelo fato de haverinfluências genéticas e, ou, ambientais na produçãode princípios ativos na planta.

Não foram observadas correlaçõessignificativas entre as características morfológicas dosfrutos e atributos químicos e físicos dos solos (Tabela6). Também não foram observadas correlaçõessignificativas entre atributos químicos e físicos do soloe teor de flavonóides totais dos frutos (Tabela 7).Contudo, devem ser realizados estudos em condiçõescontroladas visando melhor avaliação das possíveisinterações entre plantas e o ambiente. Em estudosrealizados por Macedo et al. (2004) para avaliar ainfluência da época de coleta e sistema de secagemno teor de flavonóides, não foram observadasdiferenças significativas nas medidas morfométricas(largura e comprimento) dos frutos, sendo que o teorde flavonóides totais variou significativamente emrelação à época em que o fruto foi colhido.

No agrupamento obtido pelo método deTocher, foram formados dez grupos, indicando amplavariabilidade fenotípica e, em função da pequena

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TABELA 5. Variação das características morfológicas e teor de flavonóides totais dos frutos em 31 populações defava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.).

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TABELA 6. Correlações entre atributos químicos e físicos dos solos e características morfológicas dos frutoscom o teor de flavonóides totais nos frutos 31 populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.)

variação entre os solos avaliados, o resultado podeser resultante de grande variabilidade genética (Tabela8). No entanto, os grupos formados não apresentamproximidade geográfica, sendo que populaçõespróximas foram incluídas em grupos distintos. Assim,há grande variabilidade entre e dentro de regiõesgeográficas distintas. Tal resultado é comum no casode espécies alógamas nativas, sendo que os dadossão preliminares, havendo a necessidade de estudosgenéticos com marcadores moleculares (isoenzimasou DNA). A variável peso seco do fruto foi a que maiscontribuiu para a variação (cerca de 45%), sendo quea espessura do fruto proporcionou a menorcontribuição para a variação total (0,21%).

Na análise de componentes principais,utilizando dados médios dos frutos, os dois primeiroscomponentes principais apresentaram 77% davariação total, sendo utilizados para representar adispersão gráfica das populações (Figura 2).

As populações à direita na Figura 2 (JAN2,FDU3, POD1, CLP1, JAP1 e FDU4) apresentarammaior peso seco dos frutos (variável que maisinfluenciou o componente 1), sendo que, dentre estas,JAP1, JAN2, FDU3 e FDU4 apresentaram maiorcomprimento de vagem, em função da grande

influência desta variável no componente 2. Aspopulações POD1 e CLP1 se destacaram porapresentarem frutos mais pesados e com elevadosteores de flavonóides totais, as quais podem serutilizadas em futuros programas de melhoramento daespécie. A população JAN1, pela grande divergênciaem relação às demais, inclusive de JAN2 que foicoletada em local próximo, é de grande importânciapara o melhoramento. No entanto, os resultadosobtidos com a técnica de componentes principais nãosão conclusivos sobre a diversidade genética, umavez que se trata de dados fenotípicos obtidos degenótipos sob pressões ambientais (edafoclimáticas)diferentes. Características medidas em ambientesdiferentes não devem ser consideradas como únicas,mas sim como duas ou mais, de acordo com o númerode ambientes, pois os mecanismos fisiológicos quepermitem o crescimento e desenvolvimento nosdiferentes ambientes são diferentes e podem serconferidos por genes diferentes (Falconer, 1981).

Concluiu-se que as populações de fava-d’anta(Dimorphandra mollis Benth.) estudadas nessetrabalho ocorrem em regiões de solos de baixafertilidade, com pH ácido e altos teores de saturaçãopor alumínio. Não houve correlações significativas

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TABELA 7. Correlações entre atributos químicos e físicos dos solos e características morfológicas dos frutos(comprimento, largura e espessura) de 31 populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.).

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TABELA 8. Grupos de populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.) localizadas no Norte de Minassegundo o método de otimização de Tocher a partir de distâncias euclidianas médias definidas com característicasmorfológicas dos frutos e teor de flavonóides totais.

1 populações de fava-d’anta: 1-BAR 1; 2-BOA 1; 3-BOC 1; 4-BRM 1; 5-CAA 1; 6-CEN 1; 7-CLP 1; 8-CLP 2; 9-CLP 3; 10-COJ 1; 11-COJ 2;12-COJ 3; 13-COJ 4; 14-COJ 5; 15-FDU 1 ; 16-FDU 3; 17-FDU 4; 18-FDU 5; 19-JAN 1; 20-JAN 2; 21-JAP 1; 22-JAP 2; 23-JEQ 1; 24-JEQ 2;25-JEQ 3; 26-LON 1; 27-MIR 1; 28-OLD1; 29-PED 3; 30-POD 1; 31-VLM 1.

FIGURA 2. Dispersão das populações de fava-d’anta (Dimorphandra mollis Benth.) em relação aos dois primeiroscomponentes principais (77% da variação total) obtidos na análise de características morfológicas e químicas defrutos. Os códigos das populações correspondem aos apresentados na Tabela 1.

entre atributos físicos e químicos dos solos,características morfológicas dos frutos e teor deflavonóides nas áreas avaliadas nesse estudo. Aanálise das variações utilizando o método deagrupamento de Tocher indicou ampla variabilidadefenotípica entre as populações avaliadas. Os gruposformados não apresentam nenhuma relação com adistribuição geográfica, indicando que há grandevariabilidade entre e dentro de regiões geográficasdistintas. Estudos de variabilidade genética baseada

em métodos tais como marcadores moleculares sãonecessários a fim de confirmar os dados preliminaresobtidos nesse estudo.

AGRADECIMENTOOs autores agradecem à Fundação de

Amparo À Pesquisa do Estado de Minas Gerais(FAPEMIG) pelo suporte financeiro e à Pró-Reitoriade Graduação da UFMG, pelas bolsas de iniciaçãocientífica concedidas aos três primeiros autores.

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