Lição 01 CPAD 2014

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SUBSÍDIOS LIÇÃO 01 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito No que tange os objetivos da lição: Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo. Delinear os aspectos biográficos de Moisés. Saber que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua vida. Vamos lá... “A situação do povo Hebreu e sua vitória”. Texto áureo : “E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui” Gn 50.25 Verdade Prática : “Os propósitos de Deus são imutáveis e se cumprirão no tempo determinado por Ele.” Trabalhando todo contexto pesquisado: Concordância textual bíblica : Êxodo 1. 1-14. 1 O título deste livro provém da Septuaginta, na qual é chamado ΕΞΟΔΟΣ, “Êxodo.” No Códice Alexandrino é denominado de ΕΞΟΔΟΣ Αιγυπτου, “êxodo ou saída do Egito.” Mas, nas Bíblias Hebraicas é chamado הההה הההה, Weelleh Shemoth, “estes são os nomes,” ou simplesmente “nomes,” partindo-se das palavras com que o livro começa. 1 6.14-16; Gn 29.31-35; Gn 30.1-21; Gn 35.18, 23-26; Gn 46.8-26; Gn 49.3-27; 1Cr 2.1, 2; 1Cr 12.23-40; 1Cr 27.16-22; Ap 7.4-8

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Subsídio

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SUBSÍDIOS

LIÇÃO 01 - O Livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito

No que tange os objetivos da lição:

Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo. Delinear os aspectos biográficos de Moisés. Saber

que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua vida.

Vamos lá...“A situação do povo Hebreu e sua vitória”.

Texto áureo:

“E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e fareis

transportar os meus ossos daqui” Gn 50.25

Verdade Prática:

“Os propósitos de Deus são imutáveis e se cumprirão no tempo determinado por

Ele.”

Trabalhando todo contexto pesquisado:

Concordância textual bíblica: Êxodo 1. 1-14.

1

O título deste livro provém da Septuaginta, na qual é chamado ΕΞΟΔΟΣ, “Êxodo.” No Códice Alexandrino é denominado de ΕΞΟΔΟΣ Αιγυπτου, “êxodo ou saída do Egito.” Mas, nas Bíblias Hebraicas é chamado שמות ואלה, Weelleh Shemoth, “estes são os nomes,” ou simplesmente “nomes,” partindo-se das palavras com que o livro começa.

1 6.14-16; Gn 29.31-35; Gn 30.1-21; Gn 35.18, 23-26; Gn 46.8-26; Gn 49.3-27; 1Cr 2.1, 2; 1Cr 12.23-40; 1Cr 27.16-22; Ap 7.4-8

2 Rúben. Gn 35.22 3 Issacar. Gn 35.23 Benjamim. 28.20 4 4 5 descenderam. Heb. vieram da coxa. Gn 46.26; Jz 8.30, marg. foram setenta. 20; Gn 46.26,

27; Dt 10.22

Heb. Hebraico

marg. nota marginal

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6 2369 A.M.; 1635 a.C. Gn 50.24,26; At 7.14-16 7 foram fecundos. 12.37; Gn 1.20,28; Gn 9.1; Gn 12.2; Gn 13.16; Gn 15.5; Gn 17.4-6,16; Gn

22.17; Gn 26.4; Gn 28.3,4,14; Gn 35.11; Gn 46.3; Gn 47.27; Gn 48.4,16; Dt 10.22; Dt 26.5; Ne 9.23; Sl 105.24; At 7.17,18

8 novo rei. Provavelmente Ramessés Miamum ou seu filho Amenplhis que o sucedeu por volta deste período. Ao afirmar “que não conhecera José” ele quer dizer que não reconhece sua obrigação para com José. Ec 2.18,19; Ec 9.15; At 7.18

9 Ele disse ao seu povo. Nm 22.4,5; Jó 5.2; Sl 105.24,25; Pv 14.28; Pv 27.4; Ec 4.4; Tt 3.3; Tg 3.14-16; Tg 4.5

10 Eia. Sl 10.2; Sl 83.3,4; Pv 1.11 usemos de astúcia. Nm 22.6; Jó 5.13; Sl 105.25; Pv 16.25; Pv 21.30; At 7.19; At 23.12; 1Co 3.18-20; Tg 3.15-18

11 os afligirem. 3.7; 5.15; Gn 15.13; Nm 20.15; Dt 26.6 com suas cargas. 2.11; 5.4,5; Sl 68.13; Sl 81.6; Sl 105.13 Ramessés. Gn 47.11; Pv 27.4

12 quanto mais, etc. Heb. ao afligi-los, tanto mais se multiplicavam, etc. Sl 105.24; Pv 21.30; Rm 8.28; Hb 12.6-11 se inquietavam. 9; Jó 5.2; Pv 27.4; Jo 12.19; At 4.2-4; At 5.28-33

13 13 14 amargar a vida. 2.23; 6.9; Gn 15.13; Nm 20.15; Dt 4.20; Dt 26.6; Rt 1.20; At 7.19,34 em

barro. Sl 68.13; Sl 81.6; Na 3.14 na tirania os serviam. 13; 5.7-21; 20.2; Lv 25.43,46,53; Is 14.6; Is 51.23; Is 52.5; Is 58.6; Jr 50.33,34; Mq 3.3

Ê x o d o40 Capítulos1.213 Versículos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Texto de Êxodo 1.1 - 14.

O livro de Êxodo, segunda seção da Tora, é chamado em hebraico de We'eie, ou às vezes, Shemoth, nomes derivados de suas palavras iniciais “Estes são os nomes" ou, mais abreviadamente, “nomes dos", pois esta seção da Tora começou com os nomes dos patriarcas que desceram do Egito. Em português, o termo êxodo é a forma latinizada que

A.M. Ano do Mundo O número do ano desde a criação em 23 de outubro de 4004 a.C., de acordo com Ussher (Essa data é o dia do primeiro domingo após o equinócio de outono naquele ano). Note que o ano do mundo pula dois anos julianos, aproximadamente três meses de um ano e os nove meses seguintes do ano juliano seguinte.

a.C. antes de Cristo

etc etcétera (e outras coisas mais)

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se derivou da septuaginta, versão grega do Antigo Testamento (ex - fora + hodos - caminho = “saídas”)

I. Composição

1. Autoria e Data. Semelhantemente ao que ocorre nos outros livros do Pentateuco, a questão da autoria de Êxodo divide os estudiosos em duas classes: a. A do ponto de vista conservativo e b. A da escola crítica.

a. Ponto de Vista Conservativo. Os conservativos reivindicam que Êxodo, tanto quanto o Pentateuco como um todo, foi escrito por Moisés. Eles admitem que talvez Moisés tenha usado fontes antigas, orais ou escritas, mas a despeito disso é o único autor dos cinco primeiros livros da Bíblia. Os que mantém essa opinião suportam seu ponto de vista com base nas seguintes passagens de Êx 1. Duas vezes o livro declara que Deus falou para Moisés escrever (17.14; 34.27); 2. Uma vez o livro diz que Moisés escreveu (24.4); 3. Cristo declarou que Moisés escreveu (Jo 5.46,47); 4. Em Mc 7.10, Cristo atribuiu também Êx 20.12 e 21.17 a Moisés; 5. Em Mc 12.26 Jesus se refere ao “livro de Moisés”, contudo os conservadores admitem que neste trecho talvez Jesus estivesse referindo-se à tradição judaica que atribula a Moisés a responsabilidade pelo conteúdo do livro. A autoria mosaica implicaria uma data provavelmente no século XIII A.C.

b. Ponto de Vista Crítico. Os críticos afirmam que Êxodo é resultado da compilação dos documentos J.E.D e P(S) (ver o artigo correspondente no Dicionário) em que cada um desses documentos consistia em uma narrativa e numa série de leis.

O documento J é constituído de narrativas judaicas antigas, e seu autor revela interesse pelo reino judaico e seus heróis (850 A.C.). A palavra Yahweh (Jeová) é usada neste documento para referir-se a Deus. O documento E contém as antigas narrativas afraemitas originadas por volta de 750 A.C. O escritor de E demonstra interesse pelo reino do Norte de Israel e por seus heróis. Ele emprega o vocábulo Elohim em lugar de Yahweh (Jeová) para referir-se a Deus.

O documento D, também chamado Código Deuteronômico, foi encontrado no templo em 621 A.C. Esse documento aborda o fato de que o amor é a razão mesma do servir, e salienta a doutrina de um único altar.

O Código sacerdotal ou documento P(S)originou-se por volta de 500 A.C., todavia sua redação prorrogou-se até o sec. IV. A.C. Esse documento evidência uma preferência por números e genealogias, distinguindo-se dos outros também quanto a seu ponto de vista sacerdotal e ritualístico. Os críticos esclarecem que as fontes de Êxodo, além de distintas entre si, datam de um período bastante posterior aos eventos narrados. Eles acentuam também que o livro não só revela o trabalho de diferentes indivíduos, mas de diferentes escolas de registros históricos. Cada documento tem seu ponto de vista individual, assim como cada evangelho sinótico apresenta sua própria visão da vida de Cristo. Certo erudito disse que o livro de Êxodo era como uma grande sinfonia, a qual se pensou produzir uma harmonia uníssona, mas agora tem sido demonstrado que, em virtude de

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seus elementos intensamente discordes entre si, a harmonia produzida por ser ainda mais rica.

2. Relação com o Restante do Pentateuco. A narrativa de Êxodo está intimamente relacionada com a de Gênesis, pois continua a história dos descendentes dos patriarcas do ponto em que Gn 50 parou, embora um tempo considerável tenha passado entre a morte de José e os primeiros eventos de Êxodo (1.7), período durante o qual o povo de Israel fora levado a posição de servidão. Depois de descrever a emigração do Egito, o livro relata a entrega da lei e da construção do tabernáculo. As regras para o sacrifício que seguem formam a primeira parte de Levítico. Êxodo não é tanto um livro independente quanto uma porção arbitrariamente definida de uma seção do Pentateuco que abrange três livros. A divisão entre Êxodo e Levítico é semelhante àquela entre 1 e 2Samuel ou entre 1 e 2Reis.

3. Ponto de Vista Literário. Como obra literária, Êxodo é inferior a Gênesis, embora algumas qualidades similares de estilo narrativo intenso e vigoroso estejam evidentes em certas porções. A despeito de algumas incertezas, este livro constitui valiosa fonte de história política e cultural. O conteúdo de Êxodo está dividido em partes quase iguais entre narrativa e seção legal. Os primeiros 19 capítulos são quase inteiramente narrativos, com exceção de pequenas seções legais, a saber, 12.14-27, 42-49; 13.1-16. O restante do livro trata solidamente da lei, com exceção do capítulo 24, que descreve o reconhecimento do pacto, e dos capítulos 32-34, que descrevem a rebelião do povo, a intercessão de Moisés e a renovação do pacto.

II. Historicidade

Grandes são os problemas de historicidade, rota percorrida e data do êxodo. Embora os pesquisadores não tivessem descoberto nenhuma prova contemporânea direta desse evento, uma série de evidências indiretas tem ajudado a esclarecer muitos detalhes. Os primeiros 12 capítulos descrevem principalmente as ocorrências da última parte do segundo milênio A.C. No Egito. Os eventos dos capítulos restantes aconteceram na península do Sinai. Um tratamento mais detalhado, concernente a história, localidade geográfica e cronologia é apresentado no presente artigo.

Nesta seção, limitamo-nos a apresentar um breve sumário de alguns aspectos importantes ressaltados pelos peritos no assunto:

1. Embora considerável porção reflita aspectos da vida e história, escassos são os detalhes que poderiam indicar o tempo preciso dos eventos narrados. Em nenhuma ocasião o rei do Egito é mencionado pelo nome. “Faraó” ou “rei do Egito” são as duas formas empregadas para referir-se a esse governante. Acreditava-se que a data do êxodo poderia ser determinada caso fosse descoberto que o Faraó morreu afogado. Todavia, esse detalhe não tem sido esclarecido, e o texto de Êxodo nem mesmo indica que o rei necessariamente morreu afogado, mas somente que sofreu grande derrota, seus carros de guerra e sua carruagem afundaram, e seus capitães favoritos se afogaram.

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2. A declaração de Êx 1.8, “Entrementes se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José”, sugere fortemente que a expulsão dos hicsos ocorreu no período entre a morte de José e o nascimento de Moisés. Neste caso, seria fácil entender por que o novo rei teria uma atitude hostil em relação àqueles que ele associa vá aos hicsos, que também eram asiáticos e dominaram o Egito durante um considerável período de tempo.

3. A referência as cidades de Pitom e Ramessés em Êx 1.11 tem sido apontada como prova de que os eventos descritos não poderiam ter ocorridos até a 19ª dinastia, considerando que os primeiros reis que levaram o nome Ramsés pertenciam àquela dinastia. Contudo, é possível que os nomes originais tenham sido substituídos no texto pelos nomes conhecidos posteriormente. A despeito do fato de que os Ramsés não reinaram até a 19â dinastia, poderia ter existido uma cidade com o nome Ramessés, pois o culto do deus RE ou RA alcançou proeminência em muitos períodos da história egípcia antiga e “mss” era um sufixo comum para nomes pessoais.

4. A opressão egípcia é descrita como muito severa. Comprovando este fato, abundantes evidências do período da 18ª e 19ª dinastia ilustram a crueldade dos egípcios em relação aos escravos e estrangeiros. O sinal hieroglífico representativo de um estrangeiro é a figura de um homem atado e com um ferimento sangrento na cabeça. Tal sinal é usado até mesmo em conexão com nomes de honrados reis estrangeiros com quais os egípcios faziam acordos. Portanto, há evidências de crueldade dos egípcios em relação aos estrangeiros, às quais ajuntam os eventos relatados no início de Êxodo. No passado pensava-se que as grandes pirâmides do Egito eram resultado do trabalho dos hebreus durante a opressão, contudo essa idéia não é pertinente: as pirâmides provavelmente foram levantadas pelo menos mil anos antes da época do êxodo.

5. Pesquisadores questionam a historicidade do êxodo e do evento do Mar Vermelho, com base no fato de que as ruínas do Egito antigo não mencionam tais ocorrências. Essa objeção, todavia, baseia-se numa concepção errônea da natureza da arqueologia egípcia. Muitos dos registros cotidianos e das ruínas das casas do Egito antigo estão debaixo da bacia de água no Delta, a região onde a maioria das pessoas viveu. Embora abundantes, as ruínas do Egito antigo consistem principalmente em sepulcros e monumentos construídos no deserto para celebrar conquistas e vitórias egípcias. Derrotas como a partida dos israelitas e o insucesso do Faraó em recapturá-los dificilmente resultariam na construção de monumentos.

6. Outras questões são levantadas em relação à historicidade do livro de Êxodo, tais quais: a. Êx 1.5 declara que o número de pessoas que desceu para o Egito era setenta, contudo estudiosos observam que esse é um número meramente aproximado, b. A historicidade do capítulo 1 tem sido questionada com base no fato de que uma grande multidão, tal qual a dos israelitas, requeria mais do que duas parteiras para salvar a vida dos meninos hebreus. Por outro lado, deve-se observar que a passagem não afirma que havia somente duas parteiras, c. Há algumas objeções em relação à história de Moisés narrada no capítulo 2. Alguns estudiosos sugerem que a história do salvamento de Moisés

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através do cesto de junco seja um da história de Sargon que também fora salvo através de um barco. Outros observam que a história de Sargon, é de origem mesopotâmica e dificilmente teria servido de base para um história egípcia. Além disso, para as comunidades que viviam às margens do rio, esse incidente pode ser comparado ao de uma criança sendo abandonada na porta de uma casa atualmente e a existência de histórias com esse tema poderia ser perfeitamente independente, d. Aparentemente há uma contradição em relação ao nome do sacerdote de Midiã, que é chamado de Reuel em Êx 2.18 e de Jetro em Êx. 3.1. Segundo os críticos, esses nomes devem ter pertencido a documentos diferentes, e o uso de ambos comprova a combinação desses documentos.

III. Quatro Áreas Salientadas

1. Redenção dos Hebreus da Terra do Egito. O livramento dos israelitas do poder opressivo do Faraó é um dos aspectos acentuado, pois esse fato condicionou a mente dos israelitas para as eras vindouras e estabeleceu um débito permanente de gratidão para com Aquele que os livrou da escravidão. Metaforicamente esse livramento salienta a importância da redenção da escravidão do pecado na vida de todo aquele que é remido por intermédio de Cristo, representado pelo cordeiro pascal (Ex 12.1-14).

2. Estabelecimento do Pacto. O pacto fundamentou-se no fato de que Deus, tendo redimido Seu povo, tinha o direito de esperar dele aliança e lealdade. (Referências à redenção, sobre a qual o pacto se baseia: 19.4-6; 20.2; 22.21; 23.9-15). Para Deus, os remidos se tornaram o povo de Seu pacto, e Ele prometeu protegê-los e dirigi-los. Em troca, eles deveriam obedecer à Sua lei.

3. A Lei. A declaração do pacto inicia-se com o grande sumário da lei moral dos Dez Mandamentos e apresenta a seguir várias leis importantes para a vida daqueles que são destinados a formar uma nação santa e um povo consagrado a Deus.

4. O Culto. Este tema é referido em Êx 3.5,6 e nas regras da Páscoa no capitulo 12, que estabeleceram na mente das gerações subsequentes a natureza da redenção de Deus e a necessidade de participação individual e pessoal. A questão de reverência é tratada especialmente nos capítulos 25-31, que descrevem os preparativos para a construção do tabernáculo e a separação dos sacerdotes, e no relato da construção do tabernáculo nos capítulos 35-40.

IV. Seção Legal

As leis do livro de Êxodo têm como objetivos principais: a. Estabelecer regras detalhadas para a conduta das pessoas em muitas situações, originando ordem e justiça entre os homens; e b. Regular o relacionamento dos redimidos com Deus. Outros códigos de lei têm sido descobertos, alguns bem mais antigos que o de Êxodo, a saber: Código de Hamurabi, rei da Babilônia, encontrado em 1901 (XVIII A.C.) um código sumérico cerca de dois séculos mais antigo, e um outro babilónico mais velho ainda; o Código Hitita (XIV A.C.) E as Leis Assírias (XII). Um exame da natureza desses códigos

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em relação a Êxodo demonstra que uma diferença principal entre esses códigos e Êxodo é o fato de que os outros códigos são estritamente seculares, exceto quando ocasionalmente mencionam os privilégios ou responsabilidades dos sacerdotes. Êxodo, por outro lado, é pesadamente religioso: inclui regras para sacrifícios, festivais anuais e outros serviços religiosos.

Algumas semelhanças são também encontradas entre as leis de Êxodo e as de certos códigos, como por exemplo, a existência de dois tipos de lei, casuística e apodíctica, nos códigos Hititas e nas leis da Ásia Menor. As leis casuísticas, também chamadas leis de sentença, referem-se a situações específicas, e formulam uma sentença à qual o criminoso deve ser submetido em tais situações. Estas leis geralmente iniciam com a partícula “se” introduzindo a descrição geral da situação.

Ocasionalmente a partícula “se” ocorre, acrescentando detalhes mais específicos da situação e introduzindo juntamente uma declaração da pena apropriada. As leis apodícticas consistem em declarações categóricas sobre os crimes, geralmente sem se referir à pena, como nos Dez Mandamentos, mas também acrescentando-a em certas ocasiões e simplesmente terminando a declaração com a frase “ele será morto”, ou precedendo-a com a frase “amaldiçoado seja aquele que...”. Albrecht Alt, o estudioso que sugeriu a divisão das leis do Antigo Testamento nesses dois tipos, é de opinião que as leis casuísticas do Pentateuco foram extraídas das leis cananitas, enquanto as leis apodícticas são de origem especificamente judaica.

Alegando que ambos os tipos de leis são encontrados também nos tratados hititas e nas leis da Ásia Menor, Mendenhall refuta essa declaração. As porções seculares das leis indicam contatos com as leis de períodos anteriores; contudo, segundo os conservatistas, esse fato não coloca em questão a autenticidade das leis recebidas por Moisés.

As seções legais de Êxodo são extensivas e detalhadas. Os principais grupos são: 1. As leis dadas antes do Sinai. 2. Os Dez Mandamentos. 3. O Livro do Pacto. 4. Regulamentações para o tabernáculo e estabelecimento do sacerdócio. 5. O Decálogo Ritual.

1. A leis dadas antes do Sinai compreendem a lei da páscoa, a lei da consagração dos primogênitos e a lei do maná. Em Êx 12.313 o Senhor deu ordens explícitas quanto à cerimônia da páscoa e em Êx 12.13-49 e 13.1-16 estabeleceu regras permanentes a respeito do grande festival anual e da consagração dos primogênitos. A lei do maná, em Êx 16.16; 23.33, estava relacionada à necessidade imediata de regular a arrecadação e o uso da comida.

2. Os Dez Mandamentos, também chamados Decálogo (em hebraico, as Dez Palavras), estão contidos em Êx 20.1-17, e são repetidos com pequenas diferenças em Deu. 5.6-21. O caráter especial dos Dez Mandamentos, dizem os estudiosos bíblicos, reside: a. no fato de que eles foram “escritos pelo dedo de Deus” nas tábuas de pedra (Êx 31.18; 32.16; Deu. 9.10) e b. No fato de que foram recitados para a nação de Israel como um todo. Isso está implícito em Êx 20.18,19 e é explicitamente declarado em Dt 5.4.

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Os Dez Mandamentos distinguem-se das outras seções legais quanto a seu caráter sintético e formal de apresentar as leis. Esta seção consiste em um sumário das leis éticas, com poucos detalhes explicativos. Pena nenhuma é mencionada para a infração dos mandamentos.

A questão da originalidade dos Dez Mandamentos tem sido motivo de controvérsia entre os eruditos. Wellhausen e outros críticos afirmam que os Dez Mandamentos representam uma forma desenvolvida de lei, que dificilmente teria existido até o tempo do último reino israelita. A diferença de redação entre o mandamento de Sabá em Êx 20.8-11, e sua contrapartida em Dt 5.12-15, indica que o mandamento original era ou mais longo, incluindo assim ambas as formas, ou mais resumido, sendo apresentado portanto em forma de sinóptico. Os que acreditam na plena inspiração das Escrituras afirmam que os Dez Mandamentos incluem todas as palavras de ambas as passagens.

Quanto à enumeração dos mandamentos, há três formas principais: 1. A enumeração de Josefo (Antiq. Ill.c.6, sec. 5); 2. A enumeração do Talmude; e 3. A enumeração de Agostinho. A maioria das igrejas protestantes não-luteranas e a igreja grega seguem a enumeração de Josefo. A igreja católica romana e a maioria dos luteranos seguem a enumeração de Agostinho. A disposição dos mandamentos nas tábuas tem sido motivo de polêmica:

1. Agostinho sugeriu que os três primeiros mandamentos estavam na primeira tábua, e os outros sete na segunda; 2. Calvino sugeriu que quatro estavam na primeira e seis na segunda; 3 Filo e Josefo afirmaram explicitamente que haviam cinco mandamentos em cada tábua.

3. O Livro do Pacto corresponde à porção de Êx 20.22 a 23.33. Essas leis abordam uma variedade de assuntos religiosos, morais, comerciais e humanitários. O livro do Pacto inicia-se com uma reiteração da advertência contra a idolatria e segue com instruções sobre tipos de altares (Êx 20.24-16). Princípios humanitários proporcionam o tema para a próxima seção, na qual são tratados problemas de relacionamento entre mestre e servo, preservação de propriedade, compensação de danos pessoais e preservação de direitos de propriedade. Esta seção acrescenta ainda mandamentos específicos contra imoralidade, bestialismo, espiritismo, hostilidade ao fraco e oprimido etc.

O Livro do Pacto consiste basicamente em leis casuísticas, contudo seu propósito não é o de fornecer um conjunto completo de leis para todos os diferentes tipos de problemas que possam eventualmente surgir, e, sim, indicar o tipo de punição que deve ser efetuado em algumas situações comuns.

4. Regulamentações para o tabernáculo e o estabelecimento do sacerdócio estão contidas entre Êx 25.1 e 31.17. Durante os 40 dias e 40 noites que Moisés permaneceu no Monte, o Senhor deu-lhe instruções quanto ao sistema israelita de adoração. Planos para a construção do tabernáculo, bem como de sua mobília e utensílios, foram estabelecidos com precisão. Segue uma descrição do uso e da natureza dos implementos usados pelos sacerdotes, tais como: a bacia de bronze para as sagradas

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abluções, e a preparação do perfume e do óleo sagrados (Êx 30.17-38). Depois de seguidas as instruções desses versos, homens contemplados com o espírito de Deus eram apontados para construir o tabernáculo e toda a sua mobília (31.1-2). As descrições do santuário, do sacerdócio e da forma do culto são seguidas por aquelas dos tempos e períodos sagrados (31.12). Sobre tempos sagrados há aqui referência somente ao sábado, e outros regulamentos são apresentados no que concerne às suas origens. A preparação do tabernáculo devia ter começado quando Deus entregou a Moisés as tábuas da lei, se o seu progresso não tivesse sido interrompido pelo ato de idolatria por parte do povo, e pelo seu consequente castigo pela ofensa, o que é o tema da narrativa nos capítulos 32-35. Contrária e em oposição a tudo o que tinha sido feito por Jeová para Israel e na presença de Israel, a terrível apostasia deste último se manifesta da maneira mais melancólica, como um ominosamente significante fato profético, que é incessantemente repetido na história de gerações subsequentes. A narrativa disso está intimamente ligada aos relatos precedentes a misericórdia e gratuita fidelidade de Jeová de um lado, e a descarada ingratidão de Israel do outro, intimamente associadas. Esta conexão forma a idéia central de toda a história da Teocracia. Somente após a narrativa desse significativo evento é que o relato sobre a construção e o término do tabernáculo pode proceder (35-40). Tal relato se torna mais circunstancial a medida que o assunto mesmo ganha maior importância.

Acima de tudo, é fielmente demonstrado que tudo fora executado segundo os mandamentos de Jeová. Na História descritiva de Êxodo um plano fixo de conformidade com os princípios apresentados antes, é consistente e visivelmente carregado — através de todo o livro, dando-nos assim a mais certa garantia da unidade de ambos: livro e autor.

5 . 0 Decálogo Ritual consiste em um grupo de leis dado em Êx 34.10-28. Alguns dos Dez Mandamentos e algumas das ordenanças religiosas do Livro do Pacto são repetidos neste trecho, exceto as leis casuísticas. A relação do Decálogo Ritual aos textos paralelos é um assunto polêmico. A teoria de que esta passagem é mais antiga do que os Dez Mandamentos propriamente ditos é bastante aceita.

V. Milagres

O livro de Êxodo descreve um dos grandes períodos de miraculosa intervenção divina nas Escrituras. Os milagres deste livro podem ser classificados em três grupos: 1. Milagres que provaram aos israelitas que Moisés tinha sido realmente enviado por Deus; 2. O milagre das pragas que caíram sobre o Egito como castigo; 3. Milagres de providência e proteção divina no deserto. O milagre da sarça ardente, primeiro incidente de ordem sobrenatural do livro de Êxodo, não pertence a nenhum desses três grupos. Nesse incidente, Deus comunicou-se particularmente com Moisés, revelando-lhe sua missão.

1. Entre os milagres que provaram a autenticidade da missão de Moisés, estão:

a. A transformação da vara em serpente e vice-versa;

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b. O fenômeno da mão de Moisés que repentinamente se tornou leprosa e foi restaurada em seguida; c. o fenômeno da transformação da água em sangue.

2. Com exceção da décima, as pragas do Egito até certo ponto consistiram em fenômenos que poderiam ocorrer naturalmente naquela região. Contudo, quatro aspectos peculiares dessas pragas provam o caráter sobrenatural desses fenômenos, a saber: a. A intensidade - foram fenômenos extremamente severos; b. A aceleração - aconteceram num curto período de tempo; c. A especificação, a terra de Gósen não foi atingida por certas pragas; d. A predição Moisés podia prever quando a praga ocorreria.

O caráter miraculoso da décima praga consistiu na intervenção divina fornecendo instruções aos israelitas sobre como proceder para que a vida de seus primogênitos fosse poupada.

3. Entre os milagres de proteção e providência divina no deserto estão: a. A travessia do Mar Vermelho; b. Na coluna de nuvem durante o dia, e a coluna de fogo à noite, que guiaram o povo de Israel no deserto; c. A provisão de água em Mara e Refidim; d. provisão de alimento: codornizes e maná; e. A entrega dos Dez Mandamentos.

VI. Bibliografia

ALB AM ANET BA E C I IB IOT NAP NOT WBC WES S

CRONOLOGIA DOS PATRIARCAS

As datas variam, de acordo com os cálculos dos eruditos, em até 200 anos. E as versões, como a Septuaginta, também variam nessa proporção.

2.166 A.C. Nascimento de Abraão

(Gn 11.26)

2.066 A.C. Nascimento de Isaque

(Gn 21.5)

2.006 A.C. Nascimento de Jacó

(Gn 25.26)

1991 A.C. Morte de Abraão, aos 175 anos

(Gn 25.7)

1915 A.C. Nascimento de José

(Gn 30.23,24)

1898 A.C. José vendido ao Egito com 17 anos

(Gn 37.2,28)

1886 A.C. Isaque morre aos 180 anos

(Gn 35.28)

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1876 A.C. Jacó muda-se para o Egito, aos 130 anos (José estava com 39 anos)

(Gn 47.9)

1859 A.C. Jacó morre aos 147 anos (17 anos depois de entrar no Egito)

(Gn 47.28)

1805 A.C. José morre aos 110 anos

(Gn 50.26)

Os Descendentes de Jacó no Egito (1.1-14)

São estes os nomes é o título do livro de Êxodo no hebraico. O nome Êxodo vem da Septuaginta (tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego), e veio a ser o nome desse livro por ser o seu tema principal. Os editores sacerdotes usavam regularmente as genealogias como um artifício para prover a história da nação de Israel e da humanidade. Esta lista contém o mesmo conteúdo geral e a mesma ordem que aparece em Gn 35.23-26, ficando assim ligados os livros de Gênesis e de Êxodo. Assim, o livro de Êxodo é uma sequência do livro de Gênesis. Os hebreus seminômades tornaram-se a nação agrícola de Israel. Houve aquele pequeno começo em que setenta homens com suas famílias vieram para o Egito, para dar início à futura nação de Israel. Desse minúsculo começo foi que emergiu a grande nação de Israel. Ao tempo do êxodo, Israel tornara-se uma nação de talvez três milhões de pessoas, dentre as quais havia seiscentos mil homens de guerra (Nm 1.46).

Os críticos atribuem o livro de Êxodo a várias fontes informativas que um editor

1.1

Os nomes. Como sucedeu que o povo de Israel acabou escravizado no Egito? O autor sacro diz que houve um núcleo em torno do qual se formou a nação. Esse núcleo era formado por aqueles que desceram, com Jacó, da terra de Canaã ao Egito, os quais, então, se reuniram a José e sua família, que já estavam no Egito. Isso nos faz lembrar da história de José (sem que ela tenha de ser repetida). Ver anteriormente Eventos do Gênesis que Levaram ao Êxodo. Os nomes é a palavra que encabeça, como título, o nome deste livro, na Bíblia hebraica.

“A despeito da opressão, os descendentes de Abraão multiplicaram-se e prosperaram, em cumprimento à promessa divina (Gn 12.2; 15.5). Os vs 1-7

são um paralelo de Gn 35.23-26 e 50.26”

Oxford Annotated Bible

Veja em Gn 15.18 sobre o Pacto Abraâmico. Esse pacto prometia um território pátrio para os filhos de Israel, terminado o exílio no Egito (Gn 15.13,16).

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De acordo com os cálculos do arcebispo Ussher, os eventos cobertos pelo livro de Êxodo abrangem um período de duzentos e dezesseis anos.

1.2

Rúben, Simeão, Levi e Judá. Há artigos detalhados sobre esses homens, com suas respectivas tribos, no Dicionário. Lia teve seis filhos, que aqui aparecem na ordem em que foram nascendo. Quatro neste versículo e dois no versículo seguinte, juntamente com Benjamim, que já era filho de Raquel. Esta lista tem paralelo em Gn 35.23, onde temos a genealogia dos filhos de Jacó.

1.3

Issacar, Zebulom e Benjamim. Temos aqui mais dois filhos de Lia e um de Raquel. A lista tem paralelo em Gn 35.24, mas não menciona Raquel e José. Este figura no v. 4, como quem já se achava no Egito. Não há menção aos seus filhos, porquanto também já estavam no Egito. E devemos compreender que José e seus familiares também faziam parte do núcleo da nação de Israel que se foi formando no Egito.

1.4

Dã e Naftali, Gade e Aser. Essa lista tem paralelo em Gn 35.25,26, mas não especifica as mães desses homens (Bila, dos dois primeiros; e Zilpa, dos dois últimos).

1.5

Todas as pessoas foram setenta. O trecho de Gn 46.8-27 nos dá esse mesmo número de varões, m as a lista cuidadosamente os seus nomes (Dt 10.22) repete a mesma informação. A Septuaginta fala em setenta e dois nomes; e Estevão, em Atos 7.14, usa esse mesmo número, por haver empregado a versão da Septuaginta, e não o original hebraico, algo comum para os autores e outras personagens do Novo Testamento. Além dos setenta varões, havia as mulheres, as crianças e os escravos, as várias casas ou famílias que compunham a totalidade da comunidade a nação de Israel em formação. Talvez estivessem envolvidas entre duzentas e trezentas pessoas. Mediante concubinas, outras pessoas, fora dos familiares imediatos, viram-se envolvidas na multiplicação, o que propiciou uma rápida multiplicação dos descendentes de Abraão no Egito.

Alguns estudiosos creem que o número setenta é simbólico e representativo, e não absoluto, e pode ter havido muitos outros varões que não foram mencionados.

1.6

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José e toda aquela geração morreram, ou seja, os patriarcas originais, o núcleo da nação de Israel, de acordo com o caminho de todos os homens. Não havia mais testemunhas oculares. Seus descendentes continuaram a multiplicar-se, a prosperar, até se tornarem uma grande nação. E, então, foram sujeitados à servidão (Gn 50.21).

“A morte, que parece tão trágica como um incidente individual, é a condição para todo progresso. José morreu, como também morreram as ricas memórias

do serviço que ele havia prestado”

J. Edgar Park

Então Moisés tornou-se o herói que ocupou o centro do palco, o novo instrumento especial dos propósitos de Deus.

1.7

Grande Posteridade e Grande Prosperidade. Uma das provisões do Pacto Abraâmico falava na grande posteridade de Abraão, a qual desfrutaria abundância de riquezas materiais. Ver as notas sobre Gn 15.18 quanto a uma descrição detalhada desse pacto e suas provisões. Aumentaram muito. No hebraico, “enxamearam”, como se fossem insetos a zumbir em razão de seu grande número (Gn 7.21). Houve extraordinária multiplicação; e foi precisamente isso que assustou os egípcios, levando-os a subjugar a grande massa que aumentava mais e mais.

Israel se desenvolvera, impondo sua própria identificação e seu poder. Havia muitos jovens em idade de serviço militar. A situação tornara-se explosiva. A hostilidade egípcia tinha sido assim despertada.

A terra se encheu, ou seja, a terra de Gósen, a região que o Faraó havia concedido à família de Jacó (Gn 45.10). Ela era também chamada terra de Ramessés (Gn 47.11), aquela porção do Egito que Faraó Ramsés II, mais tarde, desenvolveu, construindo ali muitas cidades. O tempo que se escoou entre Gn 50.26 e Êx 1.7 foi, talvez, de cem anos. Uma posteridade numerosa fazia parte do Pacto Abraâmico desde sua versão original (Gn 12.1-3). A nação de Israel haveria de formar-se; receberia seu próprio território; e, então, ser-lhe-iam conferidas sua constituição nacional e suas leis.

1.8

José É Esquecido. O tempo passa; os eventos mudam; o que é importante acaba esquecido; novas fatos ocupam o palco. Uma coisa que é certa na vida é a mudança. Novo rei. O Faraó que tinha favorecido a José provavelmente era um dos reis hicsos. Aquela foi uma dinastia de invasores semitas, e não de nativos camitas. Na história, eles são conhecidos como reis pastores. O Egito, porém, acabou libertando-se dos

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estrangeiros. Talvez o novo rei tenha sido o primeiro monarca forte da XIXª Dinastia, Ramsés II. Ele representava uma nova era. Os intérpretes não concordam quanto à cronologia nem quanto à questão dos reis do Egito mencionados nos livros de Gênesis e Êxodo. José tinha sido uma grande bênção para o Egito. Agora, porém, Israel tornara-se uma ameaça aos olhos dos egípcios. Ramsés II reinou de 1290 a 1224 A. C. Na esperança de recuperar seu perdido império asiático, os faraós mudaram sua capital de Tebas, conforme tinha sido na XVIIIª Dinastia, para o delta do rio Nilo. Israel Escravizada (1.9-14)

1.9

A Mudança de Poder. O Faraó que tinha agraciado a José dera a Jacó e a toda a sua família o melhor da terra (Gn 47.6). Mas os filhos de Israel multiplicaram-se como moscas (v. 7). Assim, o que antes fora bom agora tinha azedado.

A política de boa vizinhança estava ultrapassada. Havia vários grupos minoritários no Egito, mas Israel parecia fora do controle dos egípcios. O texto português diz que o povo de Israel agora era mais numeroso que os egípcios, e isso provocava nos egípcios o temor de uma conquista vinda de dentro. Assim também, a Alemanha, devastada por ocasião da Primeira Grande Guerra (1914-1918), no breve período de apenas pouco mais de vinte anos, tornou-se uma ameaça para o mundo inteiro. Mas no caso germânico não havia apenas uma questão numérica; havia também um grande poder militar, manuseado com maestria por alguns poucos mas bem treinados homens. Israel estava instalado perto de uma das fronteiras do Egito, e poderia pôr-se a serviço de alguma potência estrangeira. Portanto, os egípcios sentiam que era chegado o momento de agir e prevenir um desastre nacional.

1.10

Ele se ajunte com os nossos inimigos. Os estrategistas egípcios imaginavam uma força inimiga invasora, à qual os filhos de Israel poderiam aliar-se. Isso exigia uma ação preventiva astuciosa. E decidiram que a melhor medida seria sujeitar os israelitas à escravidão, pois isso reduziria a zero a ameaça potencial de Israel. A história registra muitas invasões de povos contra o Egito, como os árabes (que finalmente conquistaram o Egito, predominando ali até hoje), pois os coptas, apesar de serem semitas misturados com camitas, não eram árabes), sem falar nos filisteus, nos sírios e nos hititas. Os grandes programas de construção eram efetuados no mundo antigo com a ajuda do labor forçado imposto a escravos.

Salomão introduziu esse tipo de atividade no reino unido (I Reis 5.13,14; 9.15). Mas foi precisamente essa política opressiva que apressou a divisão de Israel em dois blocos: o do norte, Israel, e o do sul, Judá (1Reis 12.18). O programa traçado fazia dos egípcios supervisores, embora os israelitas tivessem querido cooperar (Êx 5.14).

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1.11

Feitores de obras. Os israelitas foram reduzidos ao trabalho forçado, como escravos. Os feitores de obras eram supervisores egípcios, mas entre capatazes secundários pelo menos havia alguns hebreus (Êx 5.14). As cargas consistiam em trabalho físico pesado, além de imposições econômicas, como taxas e impostos.

Pitom. No idioma egípcio, esse nome significa mansão de Atom. Era uma cidade do Egito, uma cidade-armazém. Ficava localizada na porção nordeste do Egito, embora sua localização exata permaneça um mistério. Pelo menos sabe-se que ficava situada no moderno wadi Tumilat, que liga o rio Nilo ao lago Timsah.

Ramessés. No egípcio, Pr-R’mss, ou seja, propriedade do rei Ramsés. Foi uma cidade-residência das Dinastias XIXª e XIXª, no delta do rio Nilo. Ali trabalharam os hebreus, de onde também partiram por ocasião do êxodo. O local da Pi-Ramessés egípcia tem sido muito debatido na egiptologia: em Tânis (no hebraico, Zoã, que vide); ao sul do lago Menzalé, ou perto de Qantir, a cerca de vinte e sete quilômetros um pouco mais para o sudoeste. Em ambos os locais têm sido encontrados consideráveis restos de objetos da época daquele Faraó, embora o último desses locais nunca tenha sido plenamente escavado. Pesados os prós e os contras, todavia, tudo leva a crer que devemos identificar Ramessés com a moderna Quantir, incluindo o importante fator de que ela está na rota do êxodo dos israelitas. Durante a XVIIIª Dinastia, a capital do Egito foi transferida de Tebas para aquele local, na esperança de que assim o Egito recuperaria ao menos parte de sua glória perdida. Os Faraós Sete I (1308-1290) e Ramsés II (1290-1224) estiveram envolvidos nessa mudança de capital.

Outros Labores? Josefo, o historiador judeu, ajunta que o povo de Israel também ajudou a construir algumas das pirâmides, o que é perfeitamente possível, apesar de não contarmos com informações indiscutíveis a esse respeito. (Ver Antiq. lib. Ii. cap. Ix. sec. 1.) E Filo disse algo similar.

1.12

Quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam. Os israelitas mostravam-se extremamente resistentes. Mais aflição, mais resistência, mais multiplicação, mais ameaças da parte dos egípcios. Estes já não sabiam o que fazer, havendo grande inquietação entre eles, pois parecia que o problema não teria solução. Mas, em futuro próximo, Moisés haveria de ser o pior pesadelo dos egípcios. Para o autor sacro, a aflição era uma espécie de sinal adverso, pois vencer as adversidades é uma prova de caráter forte.

“Havia algo de esquisito e enervante nesse povo”

J. Coert Ryllararsdam

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“Esse resultado não era natural. Só podemos atribuí-lo à providência de

Deus, mediante a qual a ferocidade do homem foi forçada a louvá-Lo”

Ellicott

“Como a água que irrompe e se espalha, assim aumentavam em número os israelitas, cada vez mais, por toda a região, quando a Igreja de Deus tem sido

mais violentamente perseguida, o número de convertidos aumenta, e os santos, sob a aflição, crescem na graça, na fé, no amor, na santidade, na humildade, na paciência, na paz e na alegria (At 12.1,2,12,24; Rm 5.3-5)”

John Gill

1.13

Com tirania. O trabalho forçado foi intensificado, embora não estivesse produzindo os efeitos desejados. Mas, devido à falta de alternativas, o antigo método continuou sendo empregado, posto que ainda com maior rigor, a ponto da tirania. O labor dos filhos de Israel era exaustivo; a servidão deles era amarga. Crueldade era a palavra de ordem dos capatazes egípcios. Heródoto descreve uma cena similar em sua Hist. ii.158. O Faraó Neco destruiu cerca de cento e vinte mil de seus súditos através de trabalhos forçados.

“Esse tipo de crueldade contra os escravos, de ferocidade, de falta de sentimentos e de dureza de coração foi algo proibido aos filhos de Israel (Lv

25.43,46)”

Adam Clarke

Apesar dessa proibição, no entanto, Salomão caiu no erro de agir como tinham feito os egípcios (1Reis 5.13). E isso acabou sendo uma das causas da separação do reino unido em dois reinos: Israel, ao norte, e Judá, ao sul (1Reis 12.18).

1.14

A idéia de tirania é reiterada (ver o versículo anterior). Havia trabalho forçado nos campos, nos projetos de construção. Havia dura servidão, e os direitos pessoais não eram respeitados — o que sempre acontece em todas as opressões. Normalmente, a história tem sido escrita por elementos das classes altas, girando em torno dos feitos de reis e príncipes; essas histórias estão cheias de atos de violência, ódio e opressão. Mas o livro de Êxodo relata a história de homens comuns que estavam sendo oprimidos; e, em lugar de elogiar aos opressores, diz a verdade sobre eles.

“Os egípcios criaram uma boa variedade de maneiras para oprimir os israelitas; pois forçavam-nos a cavar grande número de canais para o rio, ou a erigir

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muralhas para suas cidades ou a levantar moles para conter as águas do Nilo, impedindo que o rio extravasasse para além de suas margens. Também

obrigaram os filhos de Israel a edificar pirâmides, com o que queriam desgastá-los”

Josefo em Antiq. (Liv. cap. Ix. Sec. 1) Confira Dt 11.10.

Filo esclareceu que alguns israelitas trabalhavam com o barro, moldando-o em tijolos, ao passo que outros colhiam e transportavam palha e outro material para ser misturado à massa. Alguns filhos de Israel serviam em casas; outros, nos campos, outros cavando canais, e ainda outros transportando cargas” (De Vita Mois, 1.1 par. 608).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

Lições Bíblicas. CPAD - 4º trimestre de 2013;

Sagrada, Bíblia. CPAD - 2010.

Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico.

Testamento, Antigo; Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos - 2001.

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