Lição 02 CPAD 2014

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SUBSÍDIOS LIÇÃO 02 - Um Libertador para Israel No que tange os objetivos da lição: Compreender como se deu a chamada e o preparo de Moisés. Saber quais foram as desculpas apresentadas por Moisés ao Senhor. Analisar como foi a apresentação de Moisés a Faraó. Vamos lá... Texto áureo : “E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” Êx 3.14 Eu sou o que sou. O Targum de Jonathan interpreta aqui: “Eu sou Aquele que é e que será”. O que é indiscutível é que esse nome está alicerçado sobre o verbo ser (no hebraico, hayah). Mas o texto hebraico comporta mais de uma interpretação. Alguns dizem: “Eu sou porque sou”, dando a entender a vida independente ou necessária de Deus, em contraste com a vida de todos os seres criados, que é derivada e dependente. Ou então Deus é exatamente o que Ele é, o Poder Supremo, Imutável. Naturalmente, o tetragrama dos hebreus, YHWH (Yahweh), vem da mesma raiz. Assim, o nome deste versículo seria uma espécie de manipulação dessa raiz. Esse nome indicaria o Seu eterno e pessoal de Deus, além de Sua atuação e presença no mundo. Talvez a manipulação daquela raiz tivesse tido o propósito de ficar ambígua, visto que o nome Yahweh, por si mesmo, inspira admiração e espanto (Ap 1.4,8; 4.8; 11.17). Atributos ou condições de Deus, implícitos nesse nome: auto existência; eternidade; imutabilidade; constância; fidelidade. No templo de Apoio, em Delfos, foi encontrada uma inscrição que dizia: eimi (no grego, “eu sou”). O trecho de João 8.58 alude ao presente texto, e isso refere-se à eternidade do Logo e à Sua união com Deus Pai. “Eu sou... E além de mim não há Deus” (Is 44.6).

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Subsídios

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SUBSÍDIOS

LIÇÃO 02 - Um Libertador para Israel

No que tange os objetivos da lição:

Compreender como se deu a chamada e o preparo de Moisés.

Saber quais foram as desculpas apresentadas por Moisés ao Senhor.

Analisar como foi a apresentação de Moisés a Faraó.

Vamos lá...Texto áureo:

“E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU

SOU me enviou a vós”

Êx 3.14

Eu sou o que sou. O Targum de Jonathan interpreta aqui: “Eu sou Aquele que é e que será”. O que é indiscutível é que esse nome está alicerçado sobre o verbo ser (no hebraico, hayah). Mas o texto hebraico comporta mais de uma interpretação. Alguns dizem: “Eu sou porque sou”, dando a entender a vida independente ou necessária de Deus, em contraste com a vida de todos os seres criados, que é derivada e dependente. Ou então Deus é exatamente o que Ele é, o Poder Supremo, Imutável. Naturalmente, o tetragrama dos hebreus, YHWH (Yahweh), vem da mesma raiz.

Assim, o nome deste versículo seria uma espécie de manipulação dessa raiz. Esse nome indicaria o Seu eterno e pessoal de Deus, além de Sua atuação e presença no mundo. Talvez a manipulação daquela raiz tivesse tido o propósito de ficar ambígua, visto que o nome Yahweh, por si mesmo, inspira admiração e espanto (Ap 1.4,8; 4.8; 11.17).

Atributos ou condições de Deus, implícitos nesse nome: auto existência; eternidade; imutabilidade; constância; fidelidade. No templo de Apoio, em Delfos, foi encontrada uma inscrição que dizia: eimi (no grego, “eu sou”). O trecho de João 8.58 alude ao presente texto, e isso refere-se à eternidade do Logo e à Sua união com Deus Pai. “Eu sou... E além de mim não há Deus” (Is 44.6).

Temos aí uma declaração contrária ao politeísmo, o que provavelmente também está entendido no Eu S ou do presente texto. Seja como for, o Novo Nome de Deus indicava uma nova revelação. O projeto de Deus estava por trás dessa nova revelação.

Verdade Prática:

“Assim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos liberta

da escravidão do pecado e do mundo.”

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Trabalhando todo contexto pesquisado:

Concordância textual bíblica: Êxodo 3. 1-9.

31 2513 A.M.; 1491 a.C. Apascentava Moisés. Sl 78.70-72; Am 1.1; Am 7.14,15; Mt 4.18,19;

Lc 2.8 seu sogro. 2.16,21; 18.1-6; Nm 10.29; Jz 4.11 chegou ao monte de Deus. 5; 18.5; 19.3,11; 24.15-17; 1Rs 19.8 Horebe. 17.6; Dt 1.6; Dt 4.10; Sl 106.19; Ml 4.4

2 o Anjo do SENHOR. 4,6; Gn 16.7-13; Gn 22.15,16; Gn 48.16; Dt 33.16; Is 63.9; Os 12.4,5; Ml 3.1; Lc 20.37; At 7.30-35 sarça ardia. Gn 15.13-17; Dt 4.20; Sl 66.12; Is 43.2; Is 53.10,11; Dn 3.27; Zc 13.7; Jo 1.14; Rm 8.3; 2Co 1.8-10

3 Jó 37.14; Sl 107.8; Sl 111.2-4; At 7.31

4 o chamou. Dt 33.16 Moisés. Gn 22.1,11; Gn 46.2; 1Sm 3.4,6,8,10; Sl 62.11; At 9.4; At 10.3,13

5 Não te chegues. 19.12,21; Lv 10.3; Hb 12.20 tira as sandálias dos pés. Gn 28.16,17; Js 5.15; Ec 5.1; At 7.33

6 Eu sou o Deus. 14,15; 4.5; 29.45; Gn 12.1,7; Gn 17.7,8; Gn 26.24; Gn 28.13; Gn 31.42; Gn 32.9; 1Rs 18.36; Et 3.4; Sl 132.2; Jr 24.7; Jr 31.33; Jr 32.38; Ez 11.20; Zc 8.8; Mt 22.32; Mc 12.26; Lc 20.37; At 7.32,32 teu pai. Embora a palavra avicha, “teu pai”, estar no singular, ainda assim, Estêvão (At 7.32) usa o plural ο Θεος των πατρων σου, “o Deus dos teus pais.” As palavras subseqüentes provam que este é o sentido. Esta leitura é confirmada pela Samaritana e Copta. Moisés escondeu o rosto. Gn 17.3; Jz 13.22; 1Rs 19.13; Ne 9.9; Jó 42.5,6; Sl 106.44,45; Is 6.1-5; Dn 10.7,8; Mt 17.6; Lc 5.8; At 7.34; Hb 12.21; Ap 1.17

7 vi a aflição do meu povo. 2.23-25; 22.23; Gn 29.32; 1Sm 9.16; Sl 22.24; Sl 34.4,6; Sl 106.44; Sl 145.19; Is 63.9; Hb 4.15 por causa dos seus exatores. 1.11 Conheço-lhe o sofrimento. Gn 18.21; Sl 142.3

8 desci. Gn 11.5,7; Gn 18.21; Gn 50.24; Sl 18.9-19; Sl 12.5; Sl 22.4,5; Sl 34.8; Sl 91.15; Is 64.1; Jo 3.13; 6.38 livrá-lo. 6.6-8; 12.51; Gn 15.14; Gn 50.24 a uma terra boa. 17; 13.5; 33.2,3; Gn 13.14,15; Gn 15.18; Nm 13.19,27; Nm 14.7,8; Dt 1.7,25; Dt 8.7-9; Dt 11.9-24; Dt 26.9-15; Dt 27.3; Dt 28.11; Ne 9.22-25; Jr 2.7; Jr 11.5; Jr 32.22; Ez 20.6 cananeu. 22.23-31; 34.11; Gn 15.18-21; Dt 7.1; Js 9.1; Ne 9.8

9 o clamor dos filhos de Israel. 7; 2.23 vejo a opressão. 7; 1.11,13,14,22; Sl 12.5; Pv 22.22,23; Ec 4.1; Ec 5.8; Jr 50.33,34; Am 4.1; Mq 2.1-3

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Texto de Êxodo 3.1-9.

Chamada e Comissão de Moisés (3.1 - 4.17)

O Pacto Abraâmico foi confirmado a Moisés (Êx 2.24). Ele foi nomeado para tornar-se um instrumento especial desse pacto, passando a desempenhar um papel cêntrico para tirar Israel do Egito e fazê-lo voltar à Terra Prometida.

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Jacó e seus filhos, ao fugirem da seca na terra de Canaã, desceram ao Egito para estarem em companhia de José (Gn 46-50). Isso armou o palco para o exílio e a escravidão naquele país. Agora, essa situação seria revertida, e o cronograma de Deus estava avançando para uma fase nova (Gn 15.13,16 e Gn 15.18).

Os críticos pensam que esta seção é uma mescla das fontes informativas quanto à teoria das fontes múltiplas do Pentateuco. Moisés era considerado o maior de todos os profetas de Israel (Êx 34.10); e outros ainda o exaltavam mais do que isso (Nm 12.6,7). Seja como for, ele foi o homem escolhido por Deus para aquele momento crítico. Foi mister que ele recebesse uma autoridade e um poder real, e isso lhe foi concedido pela presença de Deus, que começou quando da teofania que lhe foi outorgada. Isso faz-nos lembrar da chamada de Isaías (Is 6).

A seção à nossa frente consiste em três divisões:

1. Confrontação com Deus (Êx 3.1-12)

2. Instruções (Êx 3.13-22)

3. Queixas de Moisés (Êx 4.1-17).

3.1

Apascentava Moisés o rebanho. Moisés sentia-se satisfeito no deserto, enquanto ajudava a cuidar do rebanho de seu sogro. Não havia excitações, mas também não havia ameaças nem necessidades. Tinha tudo o de que precisava, com sua pequena família: sua esposa e seus dois filhos. Mas o plano de Deus em breve haveria de agitar a sua vida, preparando-o para uma importantíssima missão. Por igual modo, séculos depois, Davi também foi arrancado de suas ocupações pastoris para cumprir um notável destino.

Jetro. Em Êx 2.18, o nome do sogro de Moisés aparece como Reuel. (Êx 2.16-18) quanto ao problema da aparente confusão de nomes próprios. Talvez Reuel fosse o pai de Jetro.

Horebe. Chamado algures de “monte de Deus”. Cuidando de seu rebanho, Moisés acabou chegando a esse lugar. E ali, inesperadamente, teve um encontro com a presença de Deus. Parece que Horebe era o nome de toda a cadeia montanhosa que havia naquela área. O Sinai era apenas uma parte dessa cadeia, posteriormente conhecido com o Jebel Musa. Alguns estudiosos opinam que Horebe e Sinai eram os nomes de dois picos da serra em pauta. E Horebe, nesse caso, veio a ser conhecido como “monte de Deus” porque foi ali que Deus apareceu a Moisés.

3.2

O Anjo do Senhor. Temos aqui uma designação frouxa para uma teofania. Uma verdade constante do livro de Gênesis, e agora também do livro de Êxodo, é que Deus chama seus vasos ou instrumentos especiais mediante profundas experiências místicas.

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Jacó teve muitas dessas experiências, (Gn 12.1 e 15.1) quanto às experiências de Abraão (Gn 28.12), quanto a uma dessas experiências de Jacó. É uma bênção dispormos das Escrituras e de outros livros espirituais para os lermos e estudarmos. É grande podermos orar, o veículo da petição e do poder espiritual. É notável dispormos do meio da meditação, pelo qual podemos dar ouvidos à voz de Deus. Mas também precisamos do toque místico em nossa vida, a aproximação da presença de Deus, que nos ilumina e orienta.

Senhor. No hebraico, Yahweh. Ver no Dicionário sobre esse nome divino, como também o artigo Deus, Nomes Bíblicos de. Encontramos aqui o grande tetragrama dos israelitas, YHWH.

Numa chama de fogo. Um dos símbolos da presença de Deus. Devemos entender aqui alguma forma de luz e manifestação resplandecente, e não chamas de fogo físico, embora parecido com isso. Esse é um elemento comum nas experiências místicas (Êx 19.18).

Sarça. A manifestação divina girou em tomou de um arbusto, uma sarça. Foi uma visão misteriosa, que Moisés se apressou a investigar (vs. 3).

“Moisés foi visitado pelo Deus vivo"

J. Coert Rylaarsdam

Zoroastro asseverou que, em um monte onde tinha ido meditar e estudar, teve uma visão de que o monte inteiro havia sido envolvido por chamas divinas. Algo similar foi noticiado por Esquilo. E há muitos paralelos nas crônicas religiosas.

3.3

A sarça não se queima. Um estranhíssimo fenômeno, que fez Moisés voltar-se naquela direção, a fim de investigá-lo. No começo, não percebeu que estava em meio a uma espécie de manifestação divina, o que por muitas vezes ocorre nos estágios iniciais de todas as experiências místicas. Além de ser um estranho fenômeno, capaz de atrair a atenção, a ocorrência provavelmente tinha por intuito indicar que o homem pode aproximar-se da chama de Deus sem sofrer danos, e, de fato, é convidado a fazê-lo. Todavia, os homens temem o Ser divino, especialmente porque isso requer muito da parte deles, a saber, sua própria vida. Os homens preferem dedicar-se a si mesmos, satisfazendo os interesses do corpo físico e buscando somente as realidades temporais.

Moisés ficou atônito e acolhedor diante da aproximação do Ser divino. Ele reagiu favoravelmente ao mistério; mostrou ser um inquiridor que estava prestes a fazer uma grande descoberta.

Possíveis Símbolos da Sarça:

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1. O poder divino, o qual se aproxima do homem como se fosse uma chama, sem causar nenhum dano ao homem.

2. Israel sob aflição, mas sem ser consumido.

3. Acesso a Deus por meio das experiências místicas.

4. Todos os crentes, que podem ser tentados e provados, mas nunca esquecidos ou consumidos.

5. A disponibilidade da presença divina por parte dos homens.

6. A necessidade da visitação divina, visando o bem da alma, bem como sua iluminação e orientação.

7. Os cuidados de Deus, que provê o necessário para os que Lhe pertencem.

3.4

Senhor... Deus. Esses nomes, no hebraico, são respectivamente Yahweh Elohim. A teofania manifestou-se na sarça e na voz divina que chamou a Moisés. A presença divina chamou e Moisés respondeu. Temos aí uma eterna lição espiritual que toda a humanidade precisa aprender. Moisés ficou atônito e acolhedor diante da presença de Deus.

Isaías, diante da presença do Senhor, caiu em confissão, sentindo necessidade de absolvição. Embora essa atitude não seja aqui mencionada, trata-se de uma atitude comum nas experiências espirituais poderosas.

Moisés, Moisés. A voz divina manifestou-se pessoal, dirigindo-se a Moisés por seu nome. A vontade de Deus envolve cada indivíduo, chamando cada qual a uma missão especial. Deus conhece os que Lhe pertencem, tal como diz o ensino sobre o Bom Pastor (Jo 10) e o trecho do Salmo 23. Deus manifesta-se individualmente, e não coletivamente.

“O Senhor conhece o Seu povo um por um, chamando-o por seu nome. A repetição do nome [Moisés, Moisés] indica familiaridade e um afeto veemente

por ele”

John Gill

3.5

Não te chegues... tira as sandálias. Aqueles eram momentos solenes, em um lugar sagrado, o que requeria a maior reverência da parte de Moisés. Moisés deveria descalçar seus nealim, provavelmente uma espécie de sandálias. Em todos os países orientais havia o costume de descalçar-se por ocasião do culto, o que tem persistido até hoje entre os persas, árabes e outros povos. Juvenal (Sat.vi. Ver 158) mencionou esse costume. O trecho de Js 5.15 alude ao mesmo costume.

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“Até hoje, os judeus vão às suas sinagogas descalços, no dia da expiação”

John Gill

Os sacerdotes da deusa Diana serviam-na descalços (Slin. Polyhistor c. 16; Estrabão, 1.12, pag. 370).

Terra santa. Um lugar sagrado que posteriormente deu a Horebe o nome de “monte de Deus” (v. 1). No mundo antigo, tal como hodiernamente, formavam-se santuários em torno das aparições de algum poder divino, neste ou naquele lugar.

Dois ou três crentes, reunidos em adoração cristã, podem esperar contar com a presença de Cristo (Mt 18.20). Moisés chegou àquele local porque era um bom lugar de pasto para seus rebanhos. Mas este acabou revestindo-se de uma importância muito maior do que Moisés tinha esperado.

3.6

Uma Acumulação de Títulos. O Deus de vários patriarcas provê a continuação da adoração ao mesmo Deus, desde Abraão até Moisés. Todos eles tinham o mesmo Deus e a mesma herança espiritual, e também compartilhavam do mesmo pacto (Êx 2.24 e Gn 15.18 quanto a uma completa descrição). Esse acúmulo de títulos também empresta dignidade e admiração diante do Ser divino.

Pois o Deus daqueles patriarcas era grandioso. E agora Moisés haveria de contemplar algo dessa grandeza, operante na saída do povo de Israel do Egito (Gn 26.4; Êx 3.15,16,20; 15.2 e 18.4).

Existe um continuum divino, Jesus usou esse texto para provar a imortalidade da alma e a ressurreição contra os saduceus céticos (Mc 12.26,27). Moisés escondeu o rosto. Provavelmente por trás de sua capa externa, conforme fez Elias (1Reis 19.13); ele estava com medo, algo bastante comum nas experiências místicas, porquanto envolvem forças poderosas com as quais não costumamos tratar na vida diária. Tememos o desconhecido e qualquer poder imprevisível. Por isso mesmo foi que Jacó exclamou: “Quão temível é este lugar!” (Gn 28.17).

Este texto pode ser comparado com algo similar, em Êx 33.1,20; Jo 1.18. A teofania, ou seja as manifestações visíveis de Deus, por mais temível que possa ser, não envolve a essência divina propriamente dita, a qual permanece misteriosa.

A Audiência Divina (3.7 - 4.17)

Agora a revelação divina toma a forma de instrução. Aquilo que é místico tem seus efeitos práticos, seus resultados. Todas as realidades espirituais produzem efeitos práticos, para nós e para outras pessoas. Não somos iluminados por motivo de mera curiosidade. Compete-nos agir com base na iluminação recebida.

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A lei do amor manifesta-se em tudo, e deveria direcionar todas as nossas ações. Moisés deveria agir em prol do amado povo de Deus, sim, amado por Deus e pelo próprio Moisés.

3.7

Vi a aflição do meu povo. O povo de Israel chamava a atenção de Deus, conforme já vimos em Êx 2.25. Era chegado o momento certo de agir. A Terra Prometida deveria passar para o poder de Israel, após o exílio no Egito, e depois que a culpa dos cananeus chegasse ao seu ponto culminante (Gn 15.13,16).

Deus cuida de Seu povo. Por certo essa é a mensagem central do evangelho. Deus amou de tal maneira que deu (João 3.16), e uma provisão universal foi feita (1João 2.2). Deus sabia da situação aflitiva de Seu povo, e não podia tolerá-la (Êx 3.7-9; Êx 2.24. E assim, foi planejada a libertação.

Exatores. Temos aqui uma palavra diferente da que é empregada em Êx 1.11, onde nossa versão portuguesa diz leitores”. Mas ambos os termos implicam um tratamento cruel. Os “exatores” não eram apenas capatazes. Tinham-se tornado opressores; e era com eles que os escravos tinham de tratar todos os dias. Deus sabia o quanto os israelitas sofriam fisicamente, o quanto a mente deles se sentia aflita e o quanto seu espírito se sentia desolado. Pareciam abandonados a uma sorte pior do que poderiam suportar. Mas a vontade soberana de Deus estava prestes a reverter tudo isso.

3.8

Por isso desci. Em Gn 11.5 onde Deus desceu para verificar a situação na torre de Babel, e então lançou uma maldição sobre ela. Deus desceu de Seu céu (Gn 11.4; 19.24; 21.17; 22.11). É provável que, na teologia mais antiga dos hebreus, a descida de Deus fosse concebida como algo literal. Mais tarde, porém, a expressão passou a ser usada em sentido figurado (1Reis 8.27; Sl 137.7-16; Pv 15.3). Até hoje usamos os verbos “descer” e “subir” ao referir-nos ao inter-relacionamento entre os céus e a terra. Metaforicamente, o termo indica “pôr a própria presença em disponibilidade e realizar alguma obra”, ou mesmo consolar, iluminar, punir, recompensar, intervir, etc. Esta descida de Deus serve de expressão dos cuidados divinos, com o intuito de remover o terror imposto pelos egípcios. Deus estava prestes a fazer intervenção.

Subir daquela terra. A Terra Prometida era uma das promessas do Pacto Abraâmico (Gn 15.18). As descrições mais comuns diziam que a Terra Prometida era um lugar repleto de riquezas naturais, ou de “leite e mel”. Havia trechos de grande fertilidade, mas também havia porções desérticas. De acordo com os padrões antigos, era um território espaçoso, de cerca de setecentos e vinte e cinco quilômetros de norte a sul, enquanto de largura tinha entre noventa e seis a cento e noventa e dois quilômetros de largura. Sua área era mais ou menos a de um dos estados brasileiros, muito pequeno de

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acordo com os padrões modernos. Mas devemos lembrar que Moisés conduziu apenas cerca de três milhões de pessoas até fronteiras da Terra Prometida (Nm 1.46), onde se lê que havia seiscentos mil homens capazes de pegar em armas. Logo, para aquele número de pessoas, havia espaço abundante.

A expressão terra que mana leite e mel talvez já fosse proverbial, embora a encontremos somente aqui pela primeira vez na Bíblia. Em Homero (Hía. ix. ver. 141) temos a idéia que a terra era como um seio que manava leite. Ver também Virgílio (Aen. ib. Iii. vs. 95).

“Leite e mel, alimentos que tornam um território um paraíso aos olhos de populações seminômades”

Oxtord Annotated Bible

Essa expressão também aparece em Nm 13.27; 14.8; 16.13,14; Lv 20.24; Dt 6.3; 11.9; 27.3; 31.20; Js 5.6; Jr 11.5; 32.22; Ez 20.6,15.

Um Território com Vários Povos. O autor sacro alista seis tribos ou pequenas nações diferentes. Algumas vezes, o termo cananeus podia indicar todos esses diferentes povos. E em Gênesis 15.16, o termo amorreus serve ao mesmo propósito. Aquele versículo afirma que a terra não podia tornar-se propriedade dos descendentes de Abraão enquanto os pecados dos cananeus não enchessem a taça. O juízo divino, porém, tiraria deles os seus territórios, que passariam para a posse do povo de Israel. O v. 13 daquele mesmo capítulo do Gênesis mostra-nos que o exílio de Israel no Egito deveria ter lugar antes que a Terra Prometida pudesse ser conquistada pelos filhos de Israel. E foi assim que, no cronograma de Deus, uma vez passados esses dois eventos e suas condições, o Senhor começaria a providenciar quanto à saída de Israel do Egito, e então Israel tomaria conta da Terra Prometida. A menção dos povos aqui referidos com os trechos de Êx 3.17; 13.5; 23.23; 33.2; 34.11.

3.9

Este versículo é uma repetição essencial das idéias e expressões de Êx 2.25 e 3.7, onde damos as notas expositivas. Deus desceu para fazer intervenção (v. 8). Isso reflete o teísmo. Deus não apenas criou, mas também se faz presente e intervém; Ele muda o curso da história; Ele galardoa aos bons e castiga os maus. Isso é contrastado com o deísmo, que diz que Deus ou alguma força criativa abandonou a sua criação e a relegou às leis naturais. A repetição é um hábito de estilo literário do autor do Pentateuco.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

Lições Bíblicas. CPAD - 4º trimestre de 2013;

Sagrada, Bíblia. CPAD - 2010.

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Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico.

Testamento, Antigo; Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos - 2001.

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Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe. Êxodo 3.1

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Horebe significa deserto, sequidão (Êx 3.1; 17.6; Dt 1.2,6). Alguns supõem que Horebe fosse o nome do pico menor do monte Sinai, de onde alguém poderia descer na direção sul. Outros estudiosos supõem que esse nome designe a cadeia inteira da qual o Sinai era apenas um cume especifico.