LIÇÃO 03 - A INFÂNCIA DE JESUS

31

Transcript of LIÇÃO 03 - A INFÂNCIA DE JESUS

INTRODUÇÃO

As Escrituras revelam que Jesus era

plenamente Deus e plenamente homem! Ao

dizerem que Jesus é cem por cento Deus e cem

por cento homem, teólogos cristãos estão

afirmando essa mesma verdade de uma outra

forma. Deus se humanizou em Cristo (2 Co

5.19) e isso é conhecido na teologia cristã como

o grande mistério da encarnação.

Conhecer o Jesus divino é maravilhoso e

bíblico, mas conhecer o Jesus humano o é da

mesma forma. Aqui, vamos aprender que Jesus

cresceu como qualquer ser humano. Ele

cresceu física, social, psicológica e

espiritualmente. Em cada uma dessas

dimensões, Ele deixou ricos aprendizados para

1. A dimensão corpórea de Jesus.

A Bíblia nos ensina que Jesus nasceu e cresceu

como qualquer ser humano (Lc 2.40,52). Jesus em

tudo era, semelhante a nós, mas sem, pecado (Fl

2.6,7; Hb 4.15). Como todo ser humano, Ele

possuía um corpo físico que era limitado pelo tempo

e pelo espaço. A palavra grega helikia, traduzida em

português como estatura, no versículo 52, ocorre

oito vezes no texto grego do Novo Testamento, com

o sentido de tamanho ou idade. É a mesma palavra

usada por Lucas quando se refere à pequena

estatura de Zaqueu, o publicano (Lc 19.3) e,

também, a mesma palavra usada pelo apóstolo

João para se referir à idade do cego a quem Jesus

curou (Jo 9.21,23). A Escritura, de forma alguma,

nega a dimensão corpórea e física de Jesus como

fazem as heresias.

2. O cuidado com o corpo.

Como todo ser humano que possui um corpo

físico, Jesus também viveu os limites dessa

dimensão corpórea. Ele também se cansava (Jo

4.6). Jesus sabia a importância que tem o corpo

humano e, para isso, tratava de dar o devido

cuidado ao seu corpo. Para recuperar suas

energias físicas, por exemplo, Marcos relata que

Ele procurou o descanso necessário (Mc

6.31,32). A palavra grega anapauo, traduzida

como repousar, significa "parar com todo

movimento a fim de que se recupere as

energias". Se o Mestre deu os devidos cuidados

ao seu corpo, não deveríamos nós fazer o

mesmo?

1. Jesus e a família.

No antigo Israel do tempo de Jesus, havia uma

estrutura familiar consolidada. Os estudiosos

observam que a família hebraica obedecia a

seguinte estrutura social: endógama - casam-se

com parentes; patrilinear - descendência pai-filho;

patriarcal - poder do pai; patriolocal - a mulher vai

para a casa do marido; ampliada - reúne os

parentes próximos todos no grupo, e polígena - tem

muitas pessoas.

A Bíblia fala da família de Jesus dentro desse

contexto. Como homem perfeito, Jesus aprendeu a

viver em família (Lc 2.51). Como membro da família,

Ele viveu em obediência a seus pais. Isso mostra

que os papeis sociais dentro da família precisam ser

respeitados. Somente dessa forma, a família

continua sendo um instrumento importante na

2. Jesus e a cultura local.

A Bíblia afirma que o "Verbo se fez carne e habitou entre

nós" (Jo 1.14). O vocábulo habitar traduz o verbo grego

skenoo e tem o sentido de "fazer a sua tenda". Deus se

humanizou e fez a sua tenda ou morada entre nós.

Como homem perfeito, Jesus viveu no meio da cultura

dos seus dias. Fazia parte dessa cultura, qual seja, o

povo, o espaço geográfico, a língua e a família. Jesus foi

criado em Nazaré da Galileia e, como nazareno, Ele

possivelmente espelhava a cultura desse lugar. Jesus

aprendeu a ler as Escrituras (Lc 4.16); aprendeu uma

profissão (Mc 6.3) e até mesmo aprendeu a maneira de

falar que era peculiar dos habitantes dessa região (Mt

26.73. Mc 14.70). Todavia, um fato fica em evidência -

Jesus estava pronto a confrontar a cultura quando esta

contrariava os princípios da Palavra de Deus (Lc

11.38,39).

1. A dimensão psicológica de Jesus.

O texto de Lucas 2.52 informa que Jesus

crescia em "sabedoria". Crescer em sabedoria é

crescer em conhecimento. É desenvolver-se

intelectual e mentalmente. É o desenvolver da

psique humana. Como homem perfeito, Jesus

também possuía uma dimensão psicológica.

Ele, por exemplo, angustiou-se em sua alma (Lc

12.50; Mt 26.37; Jo 12.27). Lucas ainda diz que

Jesus "enchia-se de sabedoria" (Lc 2.40). Esse

crescimento mental e intelectual vem pela

assimilação dos conhecimentos da vivência

humana do dia a dia. É o acúmulo cultural que

se forma ao longo dos anos. Como todo menino

judeu de sua época, Jesus tinha o seu intelecto

treinado pelo estudo das Sagradas Letras (2 Tm

2. Jesus e as emoções.

A Escritura mostra que Jesus, como homem

perfeito, possuía domínio completo sobre suas

emoções. Ele não sofria de nenhum distúrbio

mental, nem tampouco era desajustado

emocionalmente. Quando pressionado, não

cedia à pressão do grupo (Jo 8.1-11). Seus

próprios algozes reconheceram que Ele agia

movido por suas convicções internas e não pelo

que os outros achavam (Lc 20.19-26). Sua

presença revelava serenidade e paz (Jo 14.27;

Lc 7.50). É evidente que essa paz era uma

consequência natural da íntima comunhão com

Deus que Ele cultivava. Jesus passava horas

em oração, às vezes, até mesmo noites inteiras

em oração (Lc 6.12), um claro exemplo para

1. Crescendo na graça e fortalecendo o espírito.

Nos dois textos bíblicos citados por Lucas para se

referir ao crescimento de Jesus Cristo, o homem

perfeito, a palavra "graça" se destaca (Lc 2.40,52).

A palavra grega traduzida como graça é charis.

Graça é um favor de Deus. Jesus cresceu na graça

quando viveu a vida como ela é. Ele aprendeu a

viver com as limitações que uma família pobre

possuía na Palestina do primeiro século. Graça é ter

consciência de que, em meio a tudo isso, a vocação

e chamada tiveram origem em Deus. Graça é saber

que Deus está em nosso crescimento enquanto

vivemos em comunidade, enquanto o adoramos,

meditamos, contemplamos e, também, quando

vivemos a vida, mesmo quando ela se mostra dura

em sua rotina.

2. Jesus e sua maioridade.

Lucas mostra o desenvolvimento espiritual em duas

outras passagens do seu Evangelho (Lc 2.46-49). Na

situação do Templo, Jesus se mostra como alguém que já

tem consciência da sua missão. Ele veio para cuidar dos

negócios de seu Pai, Deus. Por outro lado, Lucas mostra

no relato do batismo de Jesus como Ele se identifica com

o povo e recebe a capacitação divina para o exercício do

seu ministério (Lc 3.21-23).

Até os trinta anos, Jesus permaneceu na cidade de

Nazaré e trabalhou como carpinteiro. O Salvador esperou

pacientemente até o momento determinado pelo Pai para

exercer seu ministério. Vivemos em uma sociedade

imediatista; por isso, atualmente, as pessoas não querem

esperar o tempo de Deus em suas vidas e ministério. O

tempo do Senhor é perfeito. Temos que esperar o seu

agir.

Conclusão. Ao escrever a sua segunda carta, o apóstolo Pedro

exortou os cristãos a desejarem o crescimento: "Antes,

crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e

Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim

agora como no dia da eternidade. Amém!" (2 Pe 3.18). O

alvo do crente é o crescimento. Mas esse crescimento

não acontece de qualquer forma; antes, ocorre nas

esferas da graça e do conhecimento do Senhor.

Crescimento sem conhecimento é uma deformação,

assim como o é, também, o crescimento sem a graça.

O cristão deve atentar para o fato de que onde se

privilegia apenas o conhecimento intelectual, sem a

adição da graça, o levará a uma vida árida. Da mesma

forma, esse mesmo crescimento, onde se privilegia

apenas a revelação e menospreza a razão, o conduzirá

ao fanatismo. O crente deve, a exemplo do seu Senhor,

crescer de forma integral

ACESSE O NOSSO SITE

www.escola-dominical.com

Produção dos slides

Pr. Ismael Pereira de Oliveira

&

Lourinaldo Serafim