Lição 03 - Não terás outros deuses

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Pr. Andre Luiz

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[Shemá Israel ( "; שמע ישראל Ouça Israel") são as duas primeiras palavras da seção da Torá que constitui a profissão de fé central do monoteísmo judaico no qual se diz ה אחד -ו-ה-ה אלוהינו י-ו-ה-שמע ישראל י( Shemá Yisrael Ado-nai Elohêinu Ado-

nai Echad - Escuta ó Israel, Ado-nai nosso Deus é Um).

1. A fórmula introdutória do decálogo. 2. As partes do concerto. 3. O Senhor do universo.4. A libertação do Egito.

1. Um código monoteísta. 2. Idolatria do Egito.3. Como Israel preservou o monoteísmo de Abraão?

1. Outros Deuses.2. O ponto de discussão. 3. O politeísmo.

1. Os mandamentos, os estatutos e os juízos.2. O maior de todos os mandamentos.3. A Trindade na unidade.

Deus é um Ser único, invisível, mas real. Deus é Espírito! Numa cultura marcada pelo imediatismo, superficialismo e o consumismo, a imagem de Deus, revelada na Bíblia Sagrada, expõe o caminho tortuoso que a humanidade continua a trilhar no mundo contemporâneo: a "idolatria do supérfluo". Jesus Cristo revelou a plenitude da divindade através do evento humilde do seu nascimento. Deus quis ser reconhecido por meio da humildade, da mansidão e do amor manifestado por seu Filho, apesar de Criador dos céus e da terra, o Todo-Poderoso. O primeiro mandamento ensina que o Deus de Israel, o Deus revelado por Jesus Cristo, deve ser o único assentado em nosso coração, isto é, na sede dos nossos pensamentos, desejos e vontades. Os seres humanos precisam ouvir o chamado de Deus quanto à verdadeira adoração: "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR" (Dt 6.4).

1. A fórmula introdutória do decálogo. 2. As partes do concerto. 3. O Senhor do universo.4. A libertação do Egito.

A fórmula introdutória "Então, falou Deus todas estas palavras,dizendo..." (êx 20.1) é característica única do Decálogo, como explicou o rabinoe erudito bíblico Benno Jacob: "Nós não temos um segundo exemplo de talsentença introdutória" (JACOB, 1992, p. 543). Nem mesmo na passagemparalela, a fórmula é repetida, mas aparece de maneira reduzida ao "mínimoabsoluto" (CHILDS, 1976, p. 593) para se ajustar à estrutura da narrativa (Dt5.5). No entanto, os outros códigos do sistema mosaico são introduzidos comum discurso de Deus a Moisés como no Código da Aliança: "Então, disse oSENHOR a Moisés"(Êx 20.22; 34.32; Levítico 17.1; Deuteronômio 6.1).Fraseologia similar é usada para designar os Dez Mandamentos: "Estaspalavras falou o SENHOR a toda a vossa congregação no monte, do meio dofogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou; e asescreveu em duas tábuas de pedra e a mim mas deu"(Dt 5.22), mas ela nãointroduz o Decálogo. Tudo isso revela a origem e a autoridade divina da lei.Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD.

pag. 31-32

pró·lo·go(latim prologus, -i)1. Primeiro .ato de um drama em que se representam acontecimentos passados antes da .ação principal. ≠ EPÍLOGO2. Texto que antecede a parte principal de uma obra literária. = PREÂMBULO, PREFÁCIO, PRELIMINAR3. Parte inicial de um acontecimento. ≠ EPÍLOGO

Após a fórmula introdutória, vem o que é considerado o prefácio detoda a lei: "Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa daservidão" (Êx 20.2). O relato da criação em Gênesis e o relato do dilúvio, porexemplo, falam por si sós sobre a soberania de Javé em todo o universo comoSenhor do céu e da terra. Desde os tempos antigos, discute-se se esta declaraçãofaz parte do primeiro mandamento. A autorrevelação de Deus aqui ésignificativa. Javé já se havia revelado a Moisés antes (Êx 3.14,15; 6.2, 3), masaqui se trata de um relacionamento entre o humano e o divino, Deus e Israel. Nadeclaração "Eu sou o SENHOR, teu Deus", apesar do uso na segunda pessoa, elese dirige à nação inteira de Israel. O nome divino está vinculado ao resgate dosisraelitas da terra do Egito, a grande libertação das garras de Faraó. Estaredenção é o tema do livro de Êxodo. A "casa da servidão" é o símbolo daopressão social. O Egito era uma terra boa e abençoada, como o jardim do Éden(Gn 13.10; Dt 10.11); no entanto, passou para a história como uma caserna ouquartel de escravos. Por isso, é lembrado nas páginas da Bíblia como a "casa daservidão" (Dt 5.6; 6.12; 7.8; 8.14; 13.5, 10; Js 24.17; Jz 6.8; Mq 6.4). Os judeusconsideram Êxodo 20.2 ou Deuteronômio 5.6 como parte do primeiromandamento. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante

Mudança. Editora CPAD. pag. 32-33.]

O termo soberania, denota uma situação em que uma pessoa, combase em sua dignidade e autoridade, exerce o poder supremo, sobre qualquerárea, em sua província, que esteja sob a sua jurisdição. Um "soberano" pois,exerce plena autonomia e desconhece imunidades rivais. Quando é aplicado aDeus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre toda a sua vasta criação.Como Soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter deprestar contas a qualquer vontade finita. Conforme se dá com outras ideiasteológicas, o termo não figura nas páginas da Bíblia, embora o conceito sejareiterado por inúmeras vezes. Para tanto, as Escrituras apelam para a metáforade "governante e súditos". Embora expresse essa ideia de outras maneiras, éprincipalmente nas doxologias ou atribuições de louvor que aparece o conceito.Poderíamos citar aqui uma passagem do Antigo e uma do Novo Testamentos,como prova disso. " ... até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre oreino dos homens, e o dá a quem quer" (Dn 4.25). "Assim, ao Rei eterno, imortal,invisível, Deusúnico, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém" (1Tm 1.25).A soberania de Deus consiste em sua onipotência, expressa em relação aomundo criado, mormente no tocante à responsabilidade moral das criaturasdiante dele. Visando a um fim benfazejo, e executando o seu plano eterno para acriação inteira e para os homens Deus exerce autoridade absoluta, amoldandotodas as coisas e todos os acontecimentos à semelhança do que o oleiro faz como mesmo monte de barro amassado. Ver Rm 9.19 ss. Embora, erroneamente,

quanto aos seus motivos, o suposto objetar, postulado por Paulo, expressou umaverdade inconteste: Pois quem jamais resistiu à sua (de Deus) vontade?" (vs. 19).Além de mandar na sua criação sem que alguém possa intervir nas decisõesdivinas, a Bíblia nos ensina que essa soberania é exercida tendo em vistagalardoar a piedade e castigar a rebeldia. E o que se vê em trechos como o deRomanos 2.22, que diz: "Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus;para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, senela permaneceres; doutra sorte também tu serás cortado". Isso nos permitechegar à conclusão de que Deus não age arbitrariamente, movido pelo capricho,quando determina todas as coisas segundo os ditames de sua soberana vontade.CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 242.]

A autoridade da lei está manifesta na fórmula: "Então, falou Deus todas estas

palavras, dizendo [...]".

Êx 20.2 YAHWEH foi o autor do livramento de Israel da servidão ao Egito. Oautor sacro alude à informação dada antes, nos capítulos primeiro a décimo sétimo, ouseja, os destrutivos prodígios das dez pragas, além do livramento no mar de Juncos (Êx13.22). O Deus libertador também era o legislador. O povo de Israel, agora livre, entravaem um novo pacto, o pacto mosaico. O pacto mosaico foi o quinto dos pactos. Esse pactodeu início à quinta dispensação, a era durante a qual Israel tornou-se uma naçãodistintiva por causa de seu código legal superior e divinamente inspirado. Quanto à idéiaque a lei mosaica exprime o caráter moral de Deus (cf. Lv 11.44,45; 19.2). Israel era o filhoprimogênito de Deus (Êx 4.22), e um filho precisa ter a mesma natureza moral de seu pai.Cf. a declaração de Jesus em Mateus 5.48: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é ovosso Pai celeste”. A Gratidão Requer Obediência. O povo libertado de Israel deveriareconhecer o ato libertador de YAHWEH, correspondendo a isso mediante a obediência àlei mosaica. Vemos o mesmo conceito em Romanos 2.4, onde lemos que a bondade deDeus leva os homens ao arrependimento. Alguns intérpretes judeus faziam deste segundoversículo o primeiro mandamento. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por

versículo. Editora Hagnos. pag. 388. Que te tirei da terra do Egito. Nos tratados de suserania doOriente Próximo antigo, grande atenção era dada aos atos beneficentes do rei para com ovassalo. Desta forma, não é de se admirar que o pacto do Sinai fosse proclamado tendoeste prólogo histórico que proclama a atividade redentora de Deus. Esta declaração éfundamental para numerosos aspectos do pensamento e da adoração israelita. O êxodofoi a chave para a autocompreensão de Israel como povo, o seu conceito do Deusredentor, a concepção teocêntrica da História, bem como a sua vida contínua deadoração. Comentário Bíblico Broadman. Editora JUERP. Vol i. pag. 486.

1. Um código monoteísta. 2. Idolatria do Egito. 3. Como Israel preservou o monoteísmo de

Abraão?

O monoteísmo (do grego: μόνος, transl. mónos, "único", e θεός, transl. théos,"deus": único deus) é a crença na existência de apenas um só Deus.1 Diferente dopoliteísmo que conceitua a natureza de vários deuses, como também diferencia-se dohenoteísmo por ser este a crença preferencial em um deus reconhecido entre muitos. Êx3.3:Não terás outros deuses. Temos aqui a regra do monoteísmo. Neste ponto, omonoteísmo substitui todas as outras possíveis noções de Deus. Todavia, não bastaacreditar na existência de um Deus. Esse Deus único precisa ser reconhecido e obedecidocomo a autoridade moral de todos os atos humanos. Também só há um Deus no atinente àquestão da adoração e do serviço espirituais. O Deus único merece toda honra. Isso laboracontra o panteísmo e todo o seu caos (Ver Êx 23.13). A nação de Israel estava cercada porpovos que eram leais a um número impressionante de divindades. As pragas do Egitotinham mostrado que só YAHWEH é Deus (ver Êx 5.2 e 6.7). Há uma profunda verdade naideia que um homem só pode adorar a um Deus. Jesus abordou essa questão em Mateus6.24. Os homens adoram aquelas coisas que lhes parecem importantes, incluindo odinheiro. Há deuses externos e internos. Mas todos eles são deuses falsos. YAHWEH é umDeus zeloso que não tolera rivais (vs. 5; 34.14). Naturalmente, temos nisso uma linguagemantropomórfica. Divindades rivais seriam algo contrário ao caráter único de Deus. E umdeus que não é único não é o verdadeiro Deus (Ver os vss. 22,23). A desobediência aoprimeiro mandamento foi a principal razão dos cativeiros que, finalmente, Israelsofreu.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 388.]

Fundamentalmente a religião egípcia estava bem situada em suaspráticas e horizontes. Os egípcios em cada distrito tendiam a adorar as suasdeidades locais, principalmente, ao invés de algumas grandes figuras deimportância nacional ou cósmica. À luz disto, o monoteísmo revelado do AT nãoprecisava esperar até depois do exílio babilônico para ser manifestado ouformulado. No Período Posterior, a fama externa de Amon de Tebas cresceucom o eclipse do Império, Ptá similarmente reiniciou o papel principal deartíficies locais — deus de Mênfis, e Rá continuou tradicionalmente como parteda teologia real — Osíris e Isis com seu filho Hórus ganharam uma maiorpopularidade geral, enquanto que os deuses e deusas do Delta receberam maisproeminência com a aquisição das cidades do Delta sob o governo dos reis doEgito Baixo nas dinastias posteriores. Finalmente, o próprio Faraó deve serreconhecido entre os deuses. Ele era seu representante na terra, e entre osegípcios era um homem que mexia com o mundo dos deuses. O rei vivo era tidocomo Hórus, e o morto como Osíris; um novo rei recebia um direito de sucessãoque não se podia desafiar, ao menos parcialmente por virtude de dar-se oapropriado enterro ao seu predecessor de modo filial como fez Hórus por Osíris.MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag. 332-335

A ideia principal do primeiro mandamento exprime a singularidade e a

exclusividade de Deus.

Abraão nasceu em Ur dos caldeus, cidade da Mesopotâmia (Gn 11.27-31). Seusancestrais serviam a outros deuses (Js 24.2,15). A localização geográfica é a Mesopotâmia,entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque. Os babilônios adoravam a diversos deuses,que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã; Istar, a deusa doamor e da guerra; e Enlil, deus do vento e da terra. Bel era o nome de outra divindade (doacádico, belo, "senhor"), equivalente a Baal, deus dos cananeus. Com o tempo, Bel veio aser identificado como Marduque ou Merodaque, o patrono da cidade de Babilônia, que setornou o principal deus no panteão babilônico (Is 46.1; Jr 51.44). Os assírios adoravam,entre outros deuses, a Adrameleque e a Nisroque (2 Rs 17.31; 19.37; Is 37.38). Os textoshieroglíficos das pirâmides enumeram cerca de duzentos deuses e relatos mitológicos. Osantigos egípcios empregavam o termo Ta Neteru, "terra dos deuses", para o seu país.Havia uma proliferação de deuses e templos no Egito, e cada grande cidade contava comsuas tríades de acordo com as dinastias: em Ábidos, Osíris, ísis e Hórus; em Mênfis, Ptah,Sekhmet e Nefertum, e, em Tebas, Amom, Mut e Khonsu. O templo do sol, bêth shemeshpem hebraico, "casa do sol" ür 43.13), é termo traduzido por "Heliópolis" na LXX, vindo dogrego, hêliou póleõs,24 "cidade do sol". Não confundir com a cidade de Bete-Semes, emJudá (2 Rs 14.11). Aqui se trata da antiga cidade egípcia de Om, seu nome hebraico, ouHeliópolis, em grego (Gn 41.45, 50 LXX). A cidade era dedicada ao deus-sol, conhecidotambém como Rá; é a atual Tell el Hisn, 16 km ao nordeste do Cairo. Os cananeusadoravam a Baal (Jz 6.31), Baal-Berite (Jz 8.33). Seu plural é baalim. Baal era tambémconhecido pelas cidades onde eram cultuados: Baal-Peor, da cidade de Peor (Dt 4.3; Os9.10), Baal-Meom, da cidade de Meom (Nm 32.38; Ez 25.9) e Baal-Zefom (Nm 33.7).Astarote ou Astarte (Jz 10.6), identificada em nossas versões como "postes sagrados",

deusa Cananéia da fertilidade" era deusa nacional dos sidônios (1 Rs 11.5, 33). Aparececomo "bosque" na Versão Almeida Corrigida, "poste-ídolo" na Atualizada, e "Aserins" naTradução Brasileira. São os ídolos de madeira e de pedras (Jr 3.9; Dt 4.28). A madeirasimbolizava a fertilidade feminina, a deusa Aserá, mãe dos deuses cananeus; e a pedrarepresentava a fertilidade masculina na religião dos cananeus. Quemos ou Camos era odeus nacional dos moabitas (Nm 21.29; Jz 11.24; I Rs 11.7, 33; II Rs 23.13; Jr 48.7, 13, 46).Malcam ou Milcom (I Rs 11.33) era o deus nacional dos amonitas. Milcom, em hebraicomilkom, e Moloque, molech, em hebraico, seriam dois deuses ou nomes diferentes domesmo deus? (I Rs 11.5, 7, 33). Parecem ser nomes alternativos. O termo malkãm significa"seu rei", mas a Septuaginta, a Vulgata Latina e a Peshita traduzem esta palavra comonome próprio. É uma questão de vocalização da palavra. As consoantes hebraicas aqui sãoexatamente as mesmas - mlkm) e o texto antigo era consonantal. Dagom e Baal-Zebubeeram deuses dos filisteus (Jz 16.23-24; II Rs 1.2-3, 6,16). Os gregos do período do NovoTestamento tinham vários deuses: Zeus, o pai dos deuses; Hermes, o deus mensageiro;Afrodite, a deusa do amor; Dionísio, o deus do vinho; Atenas, ou Pala Atenas, nascida dacabeça de Zeus, deusa padroeira da cidade de Atenas. Hesíodo, em sua obra Teogonia, aOrigem dos Deuses, apresenta uma lista interminável deles. Para os romanos, o pai dosdeuses era Júpiter; o deus correspondente a Hermes era Mercúrio (At 14.11-13); Afroditeera similar a Vênus e assim por diante. Esses deuses da mitologia greco-romanaapresentavam os mesmos vícios e as mesmas características dos humanos: ódio, inveja,ciúme, imperfeições... eles comiam, bebiam etc. Era muito comum um homem ter o seudeus devocional, prestando-lhes cultos em particular, além de oferecer libações a outrosdeuses. Por isso havia nas casas romanas os penates ou nichos, espécies de altar com umarepresentação do deus adorado naquele lar. Em Éfeso, a deusa Diana, Ártemis para osromanos, era cultuada no templo daquela cidade, que era uma das sete maravilhas domundo antigo. Mas os seus adoradores também tinham miniaturas da imagem de Dianaem seus penates. Demétrio, de Éfeso, era fabricante de nichos (At 19.24).

1. Outros Deuses.2. O ponto de discussão. 3. O politeísmo.

e·xe·ge·se |z| 1. Interpretação gramatical, histórica, jurídica, etc., dos textos e particularmente da Bíblia.2. Explicação; comentário.

Estudos de críticos conservadores mostram que a ideia de henoteísmo(crêr em um Deus supremo e admitir que existe outros deuses) no primeiromandamento não se sustenta. Esse mandamento é considerado o mais genérico e omenos detalhado do Decálogo. O rabino Benno Jacob se pronunciou sobre oassunto da seguinte forma: "Nós não podemos ajudar, mas responder porque estemandamento não era usado para prover uma lição dogmática final acerca dasfalsas deidades, mas isto foi precisamente o que o Decálogo procurou evitar"(JACOB, 1992, p. 546). Ele explica. É que no Sinai só existiam Javé e Israel, e nadahavia a ser dito sobre as nações e seus deuses, portanto o rabino acrescenta: "Nãoexistia outro deus para o Decálogo". A mais rudimentar regra da hermenêutica dizque nunca se deve interpretar um texto isoladamente, fora do seu contexto. Aqui,esse contexto mostra a proibição de sacrificar e servir a outros deuses é absoluta esem concessão, o que remete ao monoteísmo (Êx 22.20; 23.13; 34.14; Dt 6.4, 14;13.2). É assim que essas e outras passagens do Pentateuco explicam o primeiromandamento. Existe um só Deus e Deus é um só; esse pensamento permeia a Bíbliainteira (2 Rs 19.15; Jo 17.3). Os ídolos, de fato, não são deuses (Dt 32.21; Gl 4.8).Apenas são chamados assim por existirem na mente dos seus adoradores (1 Co 8.5),mas não reais de fato. O objeto de adoração dos gentios são representaçõesdemoníacas; os pagãos adoram os próprios demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 1 Co10.20). Não existe Deus além de Javé (Is 44.6; 45.5, 6). Os cristãos devem manterdistância dos ídolos (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21). Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para

uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 35-36

“mim”é um pronome oblíquo tônico da 1ª pessoa do singular (eu). Diantede mim significa “lado a lado comigo ou além de mim”. Deus não esperava queIsrael o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestarsubmissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo dojudaísmo e do cristianismo. “O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatriamental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com ossentidos.” Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda aalegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento eacaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos. Diante de mim.Literalmente “à minha face” . Esta frase vagamente incomum também parece serusada em relação ao ato de tomar uma segunda esposa enquanto a primeira aindaestivesse viva. Tal uso, de uma quebra de um relacionamento pessoal exclusivo,ajuda a explicar o seu significado aqui. A frase está relacionada à descrição deYHWH como um “ Deus zeloso” , no versículo 5. Alguns comentaristas modernossugerem que “ diante de YHWH” ou “ a presença de YHWH” no restante da Torahsão referências ao altar de YHWH (23:17). Vêem, portanto, uma referência ao cultoisraelita: nenhum outro deus pode ser adorado simultaneamente com YHWH numsantuário comum, como era de praxe, por exemplo, na religião cananita. Não hádúvida de que isto é verdade, mas parece ser uma explicação inadequada. Seja qualfor, porém, a maneira de encararmos os detalhes da passagem, seu sentido principalé claro: por causa da natureza de YHWH e do que YHWH fez por Israel, Ele nãodividirá Seu louvor com quem quer que seja: Ele é único.

O politeísmo é a prática da adoração a mais de uma divindade. Esta fazia parte

da cultura dos cananeus e dos povos da antiguidade.

Essa palavra vem do grego, poli, -muitos-, e theóe, "deus.., ou seja, acrença de que existem muitos deuses. Isso contrasta com o monoteísmo, acrença na existência de um único Deus, e com o henoteísma, a crença de queapesar de existirem muitos deuses, somos responsáveis diante de um só Deus.Só as três grandes fés: a do judaísmo, a do cristianismo e a do islamismo têmadotado uma forte posição monoteísta. Contudo, os judeus e os maometanosvêem o conceito trinitariano cristão como uma forma velada de monoteísmo.Dentro do cristianismo moderno, os mórmons defendem um politeísmo teórico.De acordo com o mormonismo, na verdade existiriam muitos deuses; mas, naprática, eles promovem um triteismo: haveria três deuses com os quais temosalgo a tratar, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que seriam pessoas separadas edeuses distintos uns dos outros, e não meras hipóstases (vide) de uma únicaessência divina. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos.

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1. Os mandamentos, os estatutos e os juízos.

2. O maior de todos os mandamentos.3. A Trindade na unidade.

Dt 6.1 Mandamentos... estatutos... juízos. Temos aqui a tríplice designação dalegislação mosaica, conforme já tínhamos visto em Dt 5.31. Estatutos e juízos figuramcomo que formando um par em Dt 4.1,5,8,14,45 e 5.1. E Dt 6.20 reitera essa tripladesignação. O que fica claro, contudo, é que está em pauta a complexa legislação mosaica,referida por meio de vários termos. Toda essa grande complexidade precisava serensinada (Dt 5.31), conhecida e observada (5.31-33), para que então houvesse vida (4.1 e5.33). [...] se te ensinassem. A ideia de instrução é reiterada aqui. (Ver Dt 5.31). Para queos cumprisses na terra. Ou seja, na Terra Prometida, dada a Israel por meio do PactoAbraãmico (Gn 15.18). Os três discursos de Moisés (que perfazem o volume maior deDeuteronômio) exortavam o povo de Israel para que obedecesse à lei, como meio deconquista e de vida boa e longa na Terra Prometida. Os filhos de Israel precisavam instruirà geração mais jovem quanto aos seus deveres na Terra Prometida. Por motivo dedesobediência, a geração anterior havia perecido no deserto, com as exceções únicas deCalebe e Josué (ver Dt 1.34 ss.). A lei destinava-se a todas as “gerações” dos filhos de Israel(ver Êx 29.42; 31.16). Esses estatutos eram “perpétuos” (Êx 29.42; 31.16; Lev. 3.17 e 16.29).Os hebreus não antecipavam um fim para o seu sistema religioso. Mas ele terminou, e issoserviu de instrumento para o começo do cristianismo. Todos os sistemas terminam e assimtornam-se instrumentos de avanço. Essa evolução é que é“perpétua”. A epístola aosHebreus mostra como e por qual motivo o Antigo Pacto terminou, a fim de que o NovoPacto pudesse tomar o lugar daquele e percorrer o seu próprio curso. CHAMPLIN, Russell Norman,

Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 781, 784

Os versículos 4 e 5 fazem parte do que chamamos Shema (hb.“ouve”). Este é o credo do judaísmo. O SENHOR, nosso Deus, é o único SENHORou “O Senhor é o nosso Deus, o Senhor é um” são traduções válidas. Os judeusconsideram a palavra hebraica YAHWEH muito sagrada para ser pronunciadae, por isso, a substituem pela palavra Adonai, “meu Senhor”. YAHWEH querdizer, literalmente, “Ele é” ou “Ele se toma, Ele vem. Almeida Revista eCorrigida (ARC) traduz por “JEOVÁ” ou “SENHOR” (assim, em letras maiúsculas)todas as vezes que, no original, ocorre a palavra hebraica YAHWEH. (N. do T.) aser”.Moffatt a traduz por “o Eterno”. Os dizeres do versículo 4 declaram que oSenhor é o Deus de Israel, que ele é o único Deus e que ele é o mesmo em todosos lugares. Esta descrição estava em oposição aos deuses das naçõescircunvizinhas, particularmente a Baal que era adorado de diferentes formas ecom diferentes ritos em diversas localidades. A palavra único não éincompatível com a doutrina cristã da Trindade, ou seja, três Pessoas damesma substância em uma deidade. Com efeito, a palavra Deus está, via deregra, na forma plural nas Bíblias hebraicas como também neste versículo. Leo G.

Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 433-434.

O monoteísmo é explicitado na frase "o Senhor nosso Deus, é o único Senhor".

Mais tarde foi citada por Jesus como parte do primeiro grande mandamento (Mc 12.30,31).

A doutrina trinitária professa que o conceito da existência de um sóDeus, onipotente, onisciente e onipresente, revelado em três pessoas distintas,pode-se depreender de muitos trechos da Bíblia. Um dos exemplos maisreferidos é o relato sobre o batismo de Jesus, em que as chamadas "trêspessoas da Trindade" se fazem presentes, com a descida do Espírito Santosobre Jesus, sob a forma de uma pomba, e com a voz do Pai Celeste dizendo:“Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”

E na fórmula tardia de Mateus: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”;

No relato em que a Trindade se revelaria por três anjos que apareceram aAbraão próximo ao Carvalho de Mambré (Gn 18,ss);Na criação do homem se apresenta um criador plural": “Façamos o homem a nossa

imagem e semelhança”"(Gn 1,26);No episódio da torre de Babel o Senhor Deus fala no plural: "Vamos: Desçamos

para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não se compreendam um ao outro.”(Gn 11,7)

Sobre o primeiro mandamento:

O que implica para a vida o mandamento "Não terás outros deuses"? Exclusividade e entrega inteira para Deus. Não permitir que nenhuma outra coisa tome o lugar de Deus no coração.

Que mal a idolatria pode trazer para a vida de uma pessoa? Um comprometimento com princípios pagãos de vida, que nada têm a ver com a vontade de Deus.

Qual é a importância do maior de todos os mandamentos?Este mandamento era o fundamento da vida em Israel. Os israelitas deviam anunciar Jeová como o único e verdadeiro Deus em meio a uma cultura politeísta.

Por que a nossa adoração deve ser exclusiva a Deus? Porque Deus é o fundamento da nossa vida.

"O Senhor nosso Deus é o único Senhor." Que significado este mandamento tem para você?Procure fazer com que o aluno expresse da maneira mais natural possível o que ele sente ao ouvir essa expressão