Lição 5 a justificação pela fé

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Justiça e Graça Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos Lição 5 31 de Janeiro de 2016 A justificação pela fé

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Justiça e Graça

Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos

Lição 531 de

Janeiro de 2016

A justificação pela fé

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MOSTRAR que os judeus e

gentios necessitam de um meio eficaz para salvação;

RECONHECER que a humanidade necessita encontrar o caminho

da paz;

EXPLICAR que a humanidade necessita da

solução para o pecado.Objetivos

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Texto Bíblico

Romanos 3.21-31.

21 — Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,22 — isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.23 — Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,24 — sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,25 — ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;26 — para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.27 — Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.28 — Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.29 — É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.30 — Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão,31 — anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

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INTRODUÇÃO

Nesta lição, iremos estudar a doutrina da justificação pela fé, que foi o grande fundamento teológico utilizado por Lutero na Reforma

Protestante. Paulo vai esclarecer o que ele já havia indicado no primeiro capítulo (Rm 1.17).

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I. A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3.21-26)

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O que é a doutrina da justificação pela fé?

A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica. Paulo contra-argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo. Os gálatas são chamados à

atenção por Paulo por desprezar este sacrifício e misturar a justificação com a santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro evangelho”. Martinho Lutero quando traduziu Romanos 3.28, acrescentou “somente” para dar ênfase, ficando assim o texto: “[...]

pela fé somente”. Do ponto de vista linguístico, Lutero tinha razão de traduzir assim, pois apesar de o fato das palavras “somente” e “só” terem

sido omitidas, esse é realmente o sentido do texto.

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O aspecto forense da doutrina da justificação pela fé.

O termo forense está relacionado ao sistema e práticas judiciais. Neste caso, tema ver com o conceito da declaração judicial divina. Para facilitar o entendimento,vamos ilustrar a figura do supremo tribunal de Deus. Neste tribunal, toda ahumanidade tem uma dívida impagável. Entretanto, Cristo por meio de suamorte na cruz deposita no “Banco do Céu” o valor suficiente para saldar a dívidade toda a humanidade. Desse modo, individualmente, quem reconhece odepósito efetuado por Cristo, pela fé, requisita a Deus, o Supremo Juiz, aabsolvição pelos pecados (dívida) cometidos, indicando para pagamento odepósito feito por Jesus. O juiz divino, ciente do depósito realizado, credita naconta do réu (Gn 15.6) e o declara justo. Assim, aquele(a) que inicialmenteestava condenado(a) pela ira de Deus, com a justificação, passa a ter a sentençadivina retirada, reconciliado com Deus gratuitamente, em Cristo.

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Jesus e a doutrina da justificação pela fé.

A doutrina da justificação pela fé está presente na mensagem propagada porJesus, como pode ser constatada em diversas parábolas e também no seupróprio estilo de vida. Paulo apresenta uma compreensão da mensagem deJesus maior do que qualquer outro autor do Novo Testamento. Um ensinamentotão crucial como a doutrina da justificação não poderia estar ausente nosensinamentos do “Mestre dos mestres”, o Senhor Jesus Cristo. Os conceitospermeavam toda sua pregação do evangelho. Um dos exemplos clássicos é orelato do encontro de Jesus com o ladrão que estava ao seu lado na cruz. Pormeio de sua fé em Cristo, o ladrão recebeu a promessa de que estaria com Eleno paraíso (Lc 23.43), sem exigir nenhum sacramento, obra ou ritual para quealcançasse a justificação. Outro exemplo é a parábola do fariseu e do samaritano(Lc 18.9-14), que será analisada no tópico seguinte.

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A doutrina da justificação pela fé foi o princípiofundamental da Reforma.

Apesar de Jesus não falar especificamente ou de forma sistematizada sobre a doutrina da justificação pela fé, seus

conceitos permeiam seus ensinos e modo de vida.

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II. A INSUFICIÊNCIA DA LEI PARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm 3.27-31; Lc 18.9-14)

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A justiça do homem é como trapo de imundícia (vv.27-30).

Como poderia um pecador, um ser humano decaído e miserável,sobreviver diante do tribunal de um Deus absolutamente santo e justo? Ajustiça inerente do homem é insuficiente para a justificação, consideradacomo trapos de imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo necessária uma justiçasuperior que está fora do homem e que lhe seja atribuída. A essência dajustificação é de que o homem é perdoado com justiça, entretanto, épreciso entender que tal justiça alcançada por Cristo por sua perfeitaobediência e o sacrifício de si mesmo, sendo posteriormente atribuída aocrente. Essa justificação traz como efeito o perdão, a paz com Deus e acerteza da salvação. As boas obras não são consideradas como causa, mascomo consequências da justificação. Antes da justificação, Deus é um juizirado que mantém a condenação da lei, mas após a justificação inocenta etrata o pecador como filho.

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A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14).

Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões legalistas com jejuns,orações, esmolas e outros rituais que excediam as leis cerimoniais mosaicas.Jesus apresenta por meio da parábola algo que chocou seus ouvintes: colocarum cobrador de impostos, considerado traidor pelos judeus, em melhor posição,quanto à justificação, do que um fariseu. A lição de Jesus é clara: O publicanoreconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições de pagá-la, aúnica coisa que poderia fazer era rogar pela misericórdia de Deus. Não recorreua obras que havia realizado, nem ofereceu fazer nada, simplesmente rogou queDeus fizesse por ele o que ele próprio não podia fazer, somente baseado na fé emisericórdia divinas. Por outro lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiandoque os jejuns realizados, dízimos e outras obras consideradas justas, o tornariamaceito por Deus. Uma cobrança de retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois,somente o publicano foi justificado.

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A justificação pela fé e a santificação (v.31).

O apóstolo tem o cuidado para não ser entendido como um libertino,sem regras e disciplina. A justificação pela fé não significa que uma vezjustificado, o crente pode fazer o que bem entender. Precisa-se tomarcuidado com algumas afirmações teológicas, como por exemplo, a queensina que “uma vez salvo, salvo para sempre”. A justificação, como jávimos, é imediata, instantânea. No entanto, uma vez justificado, o crentedeve manter sua vida de comunhão com Deus e desenvolver asantificação, que é progressiva. Alguns críticos da Bíblia afirmam quePaulo contradiz Tiago, porque este assegura que a fé é comprovada pelasobras. Isto é um equívoco, pois eles tratam de momentos diferentes dasalvação. Paulo fala da justificação, que é mediante a fé e aconteceinstantaneamente na conversão (ato estático), enquanto Tiago fala dasantificação que vai sendo desenvolvida após a conversão (processocontínuo).

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Jovem, já pensou em quão grandiosa é a misericórdia de Deus e quão infinito é seu amor, a ponto de dar seu único filho para

morrer e pagar o preço pela dívida que era sua?

Não se pode confundir justificação com santificação.

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III. ABRAÃO COMO EXEMPLO DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 4.1-25)

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A justificação de Abraão não foi por obras meritórias (vv.1-8).

Paulo não evita o campo escolhido pelos seus adversários, masrefreia os judeus que se gloriavam por serem filhos de Abraão. Elecita Gênesis 15.6 por fazer parte da Escritura hebraica, totalmenteaceita pelos judeus, para demonstrar que Abraão foi justificado, pelafé e não por qualquer obra efetuada. Paulo passa a trabalhar com osignificado de “creditar” usado pela primeira vez na epístola parademonstrar que Abraão foi justificado não porque tinha crédito comDeus, mas porque a fé demonstrada de que Deus pode justificar oímpio gratuitamente foi creditada em sua conta, o suficiente parasua justificação. Para reforçar o argumento, Paulo utiliza também afigura de Davi, citando o Salmos 32.1,2 Portanto, a justificação vem anós gratuitamente como um presente.

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A justificação de Abraão não foi por meio da circuncisão (vv.9-16).

Um dos argumentos mais fortes utilizados pela epístola aos Romanos éda paternidade de Abraão de todos aqueles que creem, desenvolvidoem Romanos 4.9-12. O período em que Abraão foi declarado justo pelasua fé na palavra de Deus, conforme descrito em Gênesis 15.6,correspondia a uma época bem anterior à sua circuncisão. Se a fé e ajustificação de Abraão ocorrem antes da circuncisão, ele também é paidos gentios, que creem independentes de circuncisão. Os versículos 13a 16 trazem um novo elemento, a antítese entre a lei e a promessa.Esclarece que a lei mosaica foi estabelecida depois da promessa ejustificação de Abraão pela fé (430 anos depois). Portanto, nãoinfluenciou na justificação. Dessa forma, Abraão foi justificado antes dacircuncisão e do estabelecimento da Lei, por não serem requisitosnecessários para a justificação.

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Abraão demonstrou uma fé ainda maior, pois creu na ressurreição de seu filho (Hb 11.18), mesmo antes de haver

qualquer menção de ressureição na Bíblia.

Se tivesse alguém que pudesse ser justificado por obras, Abraão o seria, com toda certeza.

Mas o apóstolo contrapõe a justificação pelas obras citando o livro de Gênesis 15.6 que

afirma ter sido Abraão justificado pela fé, e não pelas obras.

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Aprendemos que a justificação pela fé é uma doutrina bíblica que acertadamente exclui a necessidade de obras

meritórias para a salvação do ser humano, porém não abre possibilidade para o antinomismo e precede a santificação.

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1. Conceitue a da doutrina da justificação pela fé.A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeu-cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica.

2. De acordo com a lição, qual é a situação final da pessoa que está condenado pela ira de Deus e reconhece o sacrifício vicáriode Cristo e requisita sua justificação ao Supremo Juiz?Aquele(a) que inicialmente estava condenado(a) pela ira de Deus, com a justificação é retirada a sentença divina (declarado justo), reconciliado com Deus gratuitamente, em Cristo.

3. Cite uma parábola de Jesus que demonstra que a lei e as obras são insuficientes para a justificação diante de Deus.A parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14).

4. Explique qual a diferença entre a justificação e a santificação (Paulo x Tiago).A justificação se dá mediante a fé e acontece instantaneamente na conversão (ato estático), enquanto a santificação que vai sendo desenvolvida após a conversão (processo contínuo).

5. Por que Paulo utilizou a figura de Abraão para exemplificar a doutrina da justificação pela fé?Porque o exemplo de Abraão demonstra que ele foi justificado antes da circuncisão e da lei, e sua fé constitui um protótipo da fé cristã, por crer incondicionalmente em Deus e no seu poder de ressuscitar.