Licenciatura em Biologia - Pedagogia Didática

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Didática

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A DIDÁTICA COMO OBJETO DE ESTUDO NO CONTEXTO

EDUCACIONAL E A CONSTRUÇÃO DA PRÁXIS EDUCATIVA

RESTROSPECTIVA HISTÓRICA DA DIDÁTICA E AS INFLUÊNCIAS

SOCIOPOLÍTICAS NO PROCESSO EDUCATIVO

Origem da Didática

SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

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Atividades Complementares

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AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

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Tendência Pedagógica ProgressistaLibertadoraLibertáriaCrítico social dos conteúdosSócio-Interacionista

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Tendência LiberalPedagogia LiberalTradicionalTendência ProgressistaRenovada Não-DiretivaTecnicista

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O PLANEJAMENTO COMO ELEMENTO POTENCIALIZADOR E ORGANIZADOR

DO TRABALHO PEDAGÓGICO

O PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA

PEDAGÓGICA

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Fundamentos Teóricos e Práticos do PlanejamentoO que é planejar?Porque planejar?Para que planejar?

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Quem faz o planejamento?Como fazer o planejamentoCaracterísticas do PlanejamentoAdequaçãoExeqüibilidade

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Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Planejamento de ensino e interdisciplinariedade: um processo integradorentre a educação, escola e prática docentePlanejamento: ação pedagógica essencialPlanejamento de ensino e interdisciplinaridade ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Fases do PlanejamentoPreparaçãoDesenvolvimentoAperfeiçoamentoTipos de PlanejamentoPlano de cursoPlano de unidadePlano de aula

Etapas do Plano de DisciplinaConhecimento da realidade (sondagem)Elaboração dos objetivosSeleção e organização dos conteúdosOperacionalização dos conteúdos

A AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Processo Histórico da AvaliaçãoAvaliação Educacional no Contexto AutoritárioModalidades de avaliaçãoAvaliação SomativaAvaliação Educacional para HumanizaçãoVerificação ou AvaliaçãoÉ Hora de TrabalharAtividade OrientadaGlossárioReferências

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É Hora de Trabalhar ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Apresentação da Disciplina

A construção dessa disciplina pretende viabilizar ao alunonoções básicas de didática, na medida em que buscam apresentar,com clareza e simplicidade de vocabulário, os conceitosfundamentais para a compreensão da realidade e dinâmica naprática e teoria educativa. Neste sentido, ela apresenta-se comoum instrumento para o aperfeiçoamento da percepção de cada umacerca do processo educacional.

Através da Didática oportunizaremos ao educador conceberos pressupostos sociopolíticos, bem como debater os desafios econscientizá-los enquanto profissional de ensino competente,tecnicamente e comprometido politicamente com o exercíciopedagógico crítico e construtivo.

Salienta-se, também, que através da Didática seráoportunizado aos participantes o estudo acerca das diferentestendências pedagógicas presentes na história da educação,determinando a compreensão de homem e de mundo de cadaperíodo analisado.

Por fim, a Didática deve questionar por que educar, por queensinar, o que ensinar, a quem ensinar, quando ensinar, comoensinar e com que ensinar, despertando a consciência crítica emrelação à vida inserida em uma estrutura social, sendo modificadae modificando-a. Enfim, contribuindo com a transformação mútua,educador e educando.

Profª Edleide Carvalho

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Didática

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A DIDÁTICA COMO OBJETO DE

ESTUDO NO CONTEXTO EDUCACIONAL EA CONSTRUÇÃO DA PRÁXIS EDUCATIVA

RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA DIDÁTICA E AS

INFLUÊNCIAS SOCIOPOLÍTICAS NO PROCESSO EDUCATIVO

Origem da Didática

A Didática deriva-se da expressão grega ---------------------(techné didaktiké),que se traduz por arte ou técnica de ensinar. Enquanto adjetivo derivado de um verbo, ovocábulo referido origina-se do termo -----------(didásko) cuja formação lingüística - note-se a presença do grupo-------(sk) dos verbos incoativos - indica a característica de realizaçãolenta através do tempo, própria do processo de instruir.

Alguns teóricos marcaram época com suas obras: Hugo de San Víctor - EruditioDidascalia - no século XII, de Juan Luis Vives - De Disciplinis - no século XVI, e de WolfgangRatke - Aporiam Didactici Principio – que estão associadas aos primeiros tratadossistemáticos sobre o ensino.

É, entretanto, com Commenius, através de sua Didáctica Magna, escrita no séculoXVII e considerada marco significativo no processo de sistematização da Didática, queesta se populariza na literatura pedagógica. Sua obra deve ser analisada no contexto emque surgiu: o Renascimento e a Reforma Religiosa.

João Amós Commenius, nasceu em 28 de marçode 1592, na Morávia, região pertencente à antigaBoêmia, hoje República Tcheca. Filósofo e teólogo,começou a lecionar em 1614. Em sua primeira grandeobra, Didática Magna, concluída em 1632, estãoreunidas muitas idéias que contribuíram para reformaseducacionais em diversos países da Europa. Faleceuaos 78 anos, em Amsterdã, na Holanda.

(Nova Escola, 2003, p. 66)

Sendo considerado o criador da Didática moderna e um dos maiores educadoresdo século XVII, Commenius pregava uma teoria humanista e espiritualista da formação dohomem, embasado no respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo deaprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação eda ação, bem como uma educação fundamentada no diálogo. Abordava, também,a importância da necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e deum ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. Estão, ainda, entre

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Didática

as ações propostas por Commenius: coerência de propósitoseducacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico edo espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional,afetivo e moral.

A partir de 1628, Commenius percorre a Europa, após ser expulso desua terra natal em função da guerra político-religiosa, e dá continuidade aos

seus projetos científicos e educacionais, alimentando e divulgando seu sonho reformistapor meio da Pansophia para promover a harmonia entre os indivíduos e as nações. Estaeducação, idealizada por Commenius, constitui uma forma de organização do saber, umprojeto educativo e um ideal de vida, desejo e possibilidades de ensinar tudo a todos, umaeducação universal. Neste período, Commenius desenvolveu, então, suas principais idéiassobre educação e aprofundou um dos grandes problemas epistemológicos do seu tempo –que era o do método.

Seu método didático constituiu-se basicamente de três elementos: compreensão,retenção e práticas.

qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, no seu uso definido;

ensinar as coisas em seu devido tempo;

deve ensinar-se de maneira direta e clara;

não abandonar nenhum assunto até sua perfeita compreensão;

explicar primeiro os princípios gerais;

tudo o que se deve saber deve ser ensinado;

dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas;

ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas.

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Em sua Didática Magna (1657) ele elabora uma proposta de reforma da escola edo ensino lançando as bases para uma pedagogia que prioriza a “arte de ensinar” por eledenominada de “Didática”, em oposição ao pensamento pedagógico da época, que eravoltado para a educação sistemática, privilegiando alguns, cumprindo a função conservadorada instituição social.

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E como se deu essa evolução?

O estudo da evolução da didática tem como objetivo promover uma visão crítica doprocesso histórico-educacional, ampliando conhecimentos e compreensão acerca deaspectos, procedimentos, execução e efetivação da prática educativa na modernidade.

Commenius apontava a necessidade da constante busca do desenvolvimento do indivíduoe do grupo, pois o autoconhecimento desperta a autocrítica levando a uma melhor vidasocial.

Salientava a importância da educação formal de crianças pequenas e preconizou acriação de escolas maternais por toda parte, pois deste modo às crianças teriamoportunidades de adquirir, desde cedo, as noções elementares das ciências que estudariammais tarde. Defendia a idéia de que a aprendizagem se iniciava pelos sentidos, pois as impressões sensoriais obtidas através da experiência com objetos seriam internalizadase, mais tarde, interpretadas pela razão.

Evolução Histórica da Didática

Sua proposta pedagógica dirige-se, sobretudo, à razão humana, convocando-a aassumir uma atitude de pesquisa diante do universo e de visão integrada das coisas. Ohomem deve ser educado com vistas à eternidade, pois, sendo Espírito imortal, sua educaçãodeve transcender a mera realização terrena.

Para responder essa pergunta é necessário um olhar crítico quanto ao contextohistórico socioeconômico, político e educacional (a didática estava inserida no decorrerdessa evolução) para possibilitar a compreensão do passado com o presente. Perceberos caminhos e descaminhos da Didática que contribuíram para destoá-la da sua origemdivulgado por Commenius por um determinado período.

“A arte de ensinar é sublime, poisdestina-se a formar o homem, é

uma ação do professor no aluno,tornando-o diferente do que era

antes.”

1549 a 1930

Primórdios da Didática: Compreendendo o papel da disciplina antes da suainclusão nos cursos de formação de professores a nível superior:

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Didática

Primeira compilação deregras de estudo para normatizaro trabalho desenvolvido noscolégios jesuítas, em 1599,descrevendo procedimentos para aelaboração de planos, programas emétodos de estudo, delimitandotempos e espaços de trabalho e deconvivência.

Vamos falar de uma didática histórica brasileira.Entre 1549 e 1759, a sociedade era de economia agrário-exportadora

e dependente, explorada pela Metrópole e a educação não tinha valor socialimportante. Contudo, nesse período colonial os jesuítas eram os principaiseducadores e sua função educativa era voltada para a catequese e instruçãodos índios.

“A ação sobre os índios se resume na cristianização e na pacificação,tornando-os dóceis para o trabalho”.

(Maria Lúcia Aranha, 1996).

Segundo Aranha, existiam duas formas de educação: a dos catequizados e a dosinstruídos. Na primeira, a didática se resumia a compreensão do português; para os filhosdos colonos, os jesuítas criaram três cursos: letras humanas, filosofia e teologia.

Os jesuítas utilizavam o “Ratio Studiorum” que enfocava instrumentos e regrasmetodológicas em que o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário. Asaulas eram ministradas, de forma expositiva e repetitiva, visando à assimilação e estimulandoa competição.

A ação pedagógica jesuítica abalizada pelas formas dogmáticas de pensamentocontra o pensamento crítico, privilegiava o exercício da memória e o desenvolvimento doraciocínio. Essa didática vai imprimir profundas marcas na cultura brasileira, pois dessaforma não se poderia pensar em uma prática pedagógica e muito menos em uma Didáticaque buscasse uma perspectiva transformadora na educação.

Vale salientar que, após o movimento pedagógico dos jesuítas, não existiu nenhumoutro movimento de força modificativa na educação.

Com a criação de uma nova organização instituída por Pombal, provocou-se umretrocesso no processo pedagógico. Nessa ação pombalina, professores leigos começarama ser admitidos para as “aulas régias”.

Em 1870 com a expansão cafeeira e a modificação de um modelo econômico agrário-exportador para urbano-comercial-exportador, o Brasil inicia seu período de “iluminismo”.

No ano de 1890, é aprovada a reforma de Benjamin Constant sob a influência dopositivismo. No âmbito educacional, o ensino religioso nas escolas públicas é extinto e oEstado assume a laicidade e a escola passa a difundir uma visão burguesa com a intençãode garantir a consolidação da burguesia industrial como classe dominante. Nesse período,a Didática visa garantir aos futuros educadores orientações necessárias ao trabalho docente.A atividade docente é compreendida de forma autônoma face à política, dissociada dasquestões entre escola e sociedade fragmentando teoria da prática.

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Surgimento da Didática nos cursos de formação de professores

Durante a revolução de 30, em meio às transformações sociais - políticas eeconômicas sofridas pela sociedade brasileira, o âmbito educacional passa por profundasmudanças. A primeira delas é a constituída por Vargas na criação do Ministério de Educaçãoe Saúde Pública organizando o ensino comercial, adotando o regime universitário eimplantando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo,que surge como o primeiro instituto de ensino superior que funcionava de acordo com omodelo Francisco Campos.

Essa modificação sofrida pela sociedade brasileira, em decorrência da crise mundialda economia capitalista, dá origem à Didática como disciplina dos cursos de formação deprofessores a nível superior. Segundo o art. 20 do Decreto-Lei nº 1190/39, a Didática passaa ser reconhecida como curso e disciplina, com duração de um ano, acentuando seu caráterprático-teórico do processo ensino-aprendizagem.

Predomínio das novas idéias e a Didática

Momento de aceleração e diversificação do processo de substituição de importaçõese à penetração do capital estrangeiro na economia brasileira. Nesse contexto, o Decreto-Lei nº 9053 desobrigava o curso de Didática sob a vigilância da Lei Diretrizes e Bases, Lei4024/61, o esquema de três mais um foi extinto pelo Parecer nº 242/62, do Conselho Federalde Educação. A Didática perdeu seus qualificativos geral e especial e introduziu-se a Práticade Ensino sob a forma de estágio supervisionado.

Nesse mesmo período, é celebrado um convênio entre o MEC/Governo de MinasGerais – Missão de Operações dos Estados Unidos criou-se o PABAEE (ProgramaAmericano Brasileiro de Auxílio ao Ensino Elementar), voltado para o aprimoramento dosprofessores do Curso Normal. Tal fato marca início de uma tecnologia educacional importadados Estados Unidos de caráter multiplicador.

Em decorrência disso, a Didática passa a desconsiderar o contexto político-socialno processo de ensino, acentuando um enfoque renovador tecnicista.

A partir de 1930

1945 a 1960

Período Pós 1964

Os descaminhos da Didática

Instalou-se no país um movimento que alteraria a ideologia política, modificandoatravés de um projeto desenvolvimentista que objetivava acelerar o crescimentosocioeconômico do país, mudando a forma de governo e conseqüentemente a educação,que passa a contribuir com tal projeto na preparação adequada de recursos humanos (mão-de -obra) necessários para o crescimento econômico e tecnológico da sociedade.

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Didática

Esse movimento é tratado como marco histórico, pois a PedagogiaNova entra em crise e suas articulações passam a ser assumidas pelo grupomilitar e tecnocrata. A partir daí, essa pedagogia embasa-se na neutralidadecientífica inspirando-se nos princípios da racionalidade, eficiência eprodutividade. Então, instalou-se na escola a divisão de trabalho sob ajustificativa de produtividade.

O acordo feito entre o MEC/USAID marcou o sistema educacional, sustentando asreformas do ensino superior e do ensino médio. Além disso, pelas influências dos professoresamericanos, foi implantada a disciplina “Currículos e Programas”, pelo Parecer 252/69 eResolução nº 2/69, do Conselho Federal de Educação, nos cursos de Pedagogia,provocando a superposição de conteúdos da nova disciplina com a Didática. A Pedagogia Tecnicista enfoca o papel da Didática no desenvolvimento de umaalternativa não psicológica, trazendo uma perspectiva ingênua de neutralidade científica,tendo como preocupação básica a eficácia e a eficiência do processo de ensino. Logo, osconteúdos dos cursos de Didática passam a centrar-se na organização racional do processode ensino, no planejamento didático formal e na elaboração de materiais instrucionais, noslivros didáticos descartáveis, o professor torna-se mero executor de objetivos instrucionais,de estratégias de ensino e de avaliação, desvinculando a teoria da prática. Vê-se então,neste período, a Didática assumindo um discurso reprodutivista. Diante disso, a Didática équestionada e surgem movimentos reivindicando sua revisão apontando-a a novos rumos.

A situação socioeconômicado Brasil nesta época passava por

problemas como: a alta elevação dainflação e desemprego, agravando asituação com o crescimento da dívidaexterna e pela política recessionária.Instala-se uma Nova República e ogoverno civil da Aliança Democráticafinda a ditadura militar conservando,ainda, alguns aspectos desse regime.

Os professores se empenhampara reconquistar os direitos e deveres de participarem na definição da política educacional.Ao mesmo tempo, fora realizado a I Conferência Brasileira de Educação, marco importantena história da educação brasileira, pois constituiu um espaço para se discutir e disseminara concepção crítica da educação.

A década de 80

Momento atual da Didática

Será que agora ela sereencontra?

A Didática assume a função de clarificar o papel sociopolítico da educação,da escola e do ensino. Seus pressupostos enfocam uma Pedagogia Crítica quetrabalha no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-político, ensino-pesquisa eprofessor-aluno. Em seu âmbito pedagógico, passa a auxiliar no processo depolitização do futuro professor despertando-o quanto à ideologia que inspira anatureza do conhecimento. Assim, a Didática crítica supera o intelectualismo formaldo enfoque tradicional e recupera seus prestígios no âmbito educacional.

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Como a Didática desenvolve na sua prática uma educação voltada adespertar uma consciência política-ideológica?

A Didática após passar por encontros e desencontros busca superar-se de umaprática instrumental para uma construção questionadora.

Então a disciplina didática assume o papel de ser altamente questionadora darealidade educacional, da escola, do professor, do ensino, do conteúdo, das metodologias,da aprendizagem, da realidade cultural, da política educacional, que investiga o universo daeducação, busca saber encontrar novos processos.

O objeto da Didática é o ensino que se propõe estabelecer os princípios para orientara aprendizagem com segurança e eficiência. A Didática pretende orientar o agir do professore do aluno na sua ação de ensinar, de educar e de aprender. Ela deve se pôr a serviço doeducando como uma totalidade pessoal.

Ela deve ser capaz de tomar decisões acertadas sobre o que e como ensinar,considerando quem são os alunos e porque o fazem, quando e onde e com que se ensina.

A vida se caracteriza por contínuas e constantes decisões. A pessoa decide sobre simesma e sobre os outros. É grande a responsabilidade da pessoa quando a sua decisãovai determinar novas atitudes, comportamentos e maneiras de agir, de viver e pensar. ADidática deve ajudar o educador a tomar sempre as melhores decisões sobre tudo que viera interferir na formação do educando, como uma totalidade pessoal e social. Requer acapacidade de refletir com sabedoria para escolher entre as várias alternativas a maissegura e real. A Didática toma decisões sobre a educação, o educando, o ensino, o professor,as disciplinas, os conteúdos, os métodos e técnicas e a comunidade escolar, isso porque écompletamente educativa.

O que ensinar? O que deve ser ensinado para que o aprendizado seja útil àvida? Será que todas as crianças são iguais e necessitam aprender as mesmas coisas?Quais os critérios e qual o referencial para selecionar conteúdos?

Para se ensinar é necessário que seja significativo e que surjam da própria realidadeem que a criança vive. “Deve-se deixar jorrar nos programas, conteúdos, métodos utilizados,no clima de trabalho, nas pessoas presentes. Saber criar um meio de vida e não só idéias,onde todos encontrarão a força de crescer” (Etave, 1972, p. 92)

O conteúdo deve ser educativo e formador de personalidades. A dimensão da pessoanão se limita ao intelectual, ela também é emoção, sentimentos e habilidades, daí é deverdo ensino se ocupar da formação da pessoa como um todo.

O professor necessita selecionar conteúdos que não sejam alienantes emistificadores.

A Didática como ato Político Ideológico

Por que ensinar? Será que o professor sabe realmente por queensina? Será que o aluno entende por que está estudando?

Toda ação didática precisa estar imbricada com os objetivos, e a eficiência da açãoeducativa, vai depender do conhecimento e da plena conscientização que os indivíduosenvolvidos no processo educativo têm dos objetivos, dos resultados e propósitos que sedeseja alcançar. Porque são eles quem determinam à conduta, e os processos de ensino.

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DidáticaEnsinar o docente a se organizar a empregar métodos e técnicas

adequadas aos objetivos dos educandos é fator decisivo no processo ensinoaprendizagem. O ensino não pode ser uma ação causal, tem de ser uma ação

lógica e estruturada.

Quando ensinar?

A necessidade do redimensionamento da formação do educador tem por fimdespertar a consciência crítica acerca da educação e do papel exercido por ela na sociedade,levando em consideração os limites e possibilidades da ação educativa em relação aosdeterminantes socioeconômicos e políticos que configuram determinada formação social.

Com que ensinar?

Os meios e recursos para ensinar auxiliam o professor e aluno no processo ensino-aprendizagem. Refere-se aos diversos tipos de componentes do ambiente de aprendizagemque dão origem à estimulação para o indivíduo. Antes de planejar o ensino deve ter claro osobjetivos, pois são eles que vão possibilitar análise dos procedimentos, conteúdos e todasas possibilidades humanas e materiais.

Esses meios despertam o interesse e provocam a discussão e debates,desencadeando perguntas e gerando idéias. Os recursos são elementos indispensáveispara desempenhar um bom ensino.

Onde ensinar?A escola é o único local que se aprende?Escola para os gregos, o étimo, SKOLÉ, designava o tempo liberto de ocupações,

que podia ser dedicado livremente à amizade e à cultura do espírito. Lugar onde os discípulosse reuniam para ouvir um mestre e discutiam idéias em busca do saber.

“As escolas serão verdadeiros recreios, casas de delícias e encantos”, segundoCommenius.

A escola é uma das muitas condições para se aprender, mas não única, pois aaprendizagem ocorre em qualquer lugar, a todo o momento, pois estamos em constanterelação com todos e com tudo.

O ensino fundamenta-se na estimulação. Ensinar é organizar as condições externaspara que se processe a aprendizagem. Uma dessas condições é o educador.

O que é ser educador?

É aquele que desperta consciências adormecidas, ajuda a abrir caminhos, promove para aação desencadeadora de liberdades, do pensar e de auto-realização em busca da verdade.Assim, a atuação do educador deve se basear na observação diária dos interesses enecessidades emergentes em seu grupo de alunos, bem como em seu conhecimento sobreas especificidades de cada estágio de desenvolvimento.

Como ensinar?

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Seria criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica eafetivamente para o tipo de ação que vai exercer. É o desenvolvimento de uma atitudedialeticamente crítica sobre o mundo e sua prática educacional. O educador nunca estarádefinitivamente [pronto], formado, pois que a sua preparação se faz no cotidiano, na mediação

Esta questão afeta a todas as áreas do conhecimento, porém é mais problemático eincidem diretamente nas áreas que atuam sobre a prática social.

Para melhor compreender a questão da teoria e prática é necessário conhecer osentido etmológico destas duas palavras. Ambos têm origem da Grécia. “Teoria” significavaa viagem de uma missão festiva aos lugares do sacrifício. Daí o sentido de teoria comoobservar, contemplar, refletir. “Prática”, significa “práxis”, “práxeos”, tem o sentido de agir, aação interna consciente.

teórica sobre a sua prática. A sua atualização ocorrerá pela reflexão constante acerca desua prática. Compreender globalmente na totalidade, o seu objeto de ação.

Qual o papel da didática na formação do educador? O que seriaformar o educador?

“Formar” é um termo altamente autoritário e propiciador de uma “educação bancária”,de acordo com Paulo Freire, quando existe alguém que é formado e alguém que é o formador,processa-se uma relação autoritária do segundo sobre o primeiro.

Formar o educador seria auxiliar o sujeito a adquirir uma atitude crítica frente aomundo habilitando-o a agir junto a outros seres humanos num processo efetivamenteeducativo.

Para assumir um papel significativo na formação do educador, a didática deverá serum elo fundamental entre as opções filosófico-político e epistemológica de um projetohistórico de desenvolvimento do povo, exercendo o seu papel específico e apresentar-secomo tradutor de posicionamentos teóricos em práticas educativas.

O processo educacional e, conseqüentemente, a formação de educadores, é vistaquase que exclusivamente como uma dinâmica de interação humana, uma organizaçãosistemática e intencional de diferentes componentes de um sistema ou na linha daconscientização, com características eminentemente político-sociais.

A educação é um processo multidimensional, pois apresenta uma dimensão humana,técnica e política-social. Estas dimensões precisam caminhar juntas entre si de formadinâmica e coerente. Desta forma, a formação dos educadores também vai adquirir umaperspectiva multidimensional.

Outra questão a ser analisada é a relação entre teoria e prática.

A teoria e a prática, no geral, são bastantes dissociadasporque, na maioria das vezes, a realidade não permite a aplicaçãodo conteúdo aprendido.

Existe uma grande distância entre os conhecimentosadquiridos durante o curso e o que o aluno encontra na prática,sendo necessário uma revisão constante daquilo que é ensinado, afim de garantir a aplicabilidade da teoria na prática.

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Didática

Há várias formas de se conceber a relação entre teoria e prática, umadelas é a visão dicotômica, que se centra na separação de ambas. Nestavisão é assumida uma posição dissociativa. Aqui a teoria e prática sãocomponentes isolados e opostos. Frases como: “na prática a teoria é outra”,“uma coisa é a teoria, outra, é a prática”, representam muito bem afragmentação entre elas.

Partindo deste princípio, corresponde aos “teóricos” pensar, elaborar, refletir, planejare, aos “práticos”, executar, agir, fazer. Cada um tem a sua lógica própria e devem manter-seseparados. A prática deve ser uma aplicação da teoria, pois a mesma não inventa, não cria,as descobertas vem sempre da teoria.

Essa concepção é uma visão associativa que parte do positivo-tecnológica. Essateoria é “saber para prever, prever para prover”.

A Ciência tem por fim a previsão científica dos fatos com o objetivo de fornecer àprática um conjunto de regras e normas para exercer domínio, manipular e controlar arealidade natural e social.

Percebe-se, então, que nesta perspectiva a prática está direcionada desde fora pelateoria. É enfatizado no planejamento, na racionalidade científica, na neutralidade da ciência,na eficiência, no encaminhar a teoria como forma privilegiada de guiar e orientar a ação.Diante desta postura, a tecnologia se destaca como elemento mediador. Refletindo assimuma postura de domínio, explicitando uma separação do trabalho intelectual e manual dentrode uma sociedade que está separada por classes.

Já a visão de unidade centra-se na integração entre teoria e prática. A prática é afonte da teoria da qual se nutre como objeto de conhecimento, interpretação e transformação.Nesta perspectiva, o progresso do pensamento humano se dá a partir das necessidadespráticas do homem, da produção material de sua existência e expressa o modo pelo qual ateoria e a prática se unem e se fundem mutuamente.

A unidade entre teoria e prática pressupõe necessariamente a percepção da práticacomo “atividade objetiva e transformadora da realidade natural e social e não qualqueratividade subjetiva, ainda que esta se oculte sob o nome de práxis, como faz o pragmatismo”.(Id.,p. 234). A prática se firma tanto como atividade subjetiva, desenvolvida pela consciência,como processo objetivo.

A partir dessa caracterização, acredita-se que a visão de unidade expressa a síntesesuperadora da fragmentação entre teoria e prática.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

11111.....Com base nos seus estudos, faça uma pesquisa aprofundada sobre João AmósCommenius (Didática Magna), para identificar seus estudos e contribuições para aconstrução da Didática. Resuma em 2 páginas.

(A questão visa que o discente se aprofunde acerca da origem da Didática, poisJoão Amós é considerado o pai da Didática).

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Didática

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2.2.2.2.2.O objetivo de estudo da didática é o processo de ensino-aprendizagem. Com basenos estudos do Bloco Temático 1, faça um texto crítico com a sua compreensão sobre oassunto “A didática como objeto de estudo no contexto educacional”. (A questão visaperceber se o aluno compreendeu o conteúdo e se ele tem habilidade de construção deanálise crítica).

3.3.3.3.3.Faça uma linha do tempo, analisando situações socioeconômicas e políticas,destacando as características da didática em cada período da retrospectiva histórica damesma. (Espera-se que o aluno construa a linha do tempo destacando em cada períodofatos que contribuíram para o avanço ou desencontros da didática).

Orientação para a elaboração: fazer uma pesquisa histórica aprofundada com basenos estudos através do módulo, identificando os períodos, a situação político-socioeconômica , educacional e as características da didática.

Exemplo da tabela para construção da linha do tempo

De acordo com os estudos realizados acerca do conteúdo “A Didática como atopolítico ideológico”, faça um quadro de tirocínio com o tema “O educador.”

1-Objeto (o que é), 2-Finalidade (para que é), 3-Justificativa (por quê?), 4-Método(como é), 5-Recursos materiais (com que) e Humanos (com quem).

(Espera-se que o discente redija os conceitos com bases na metodologia científica(ex. o que é ser educador, para que o educador...).

44444.....

PeríodoSituação socio-

econômica e política

Educação Característicasda Didática

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Didática

Estudaremos, neste bloco, a construção da práxis educativa, ou seja, vamos abordaras diversas tendências pedagógicas que pretenderam dar conta da compreensão e daorientação da prática educacional em diversos momentos e circunstâncias da história dadidática.

Esta discussão é bastante relevante, pois permite a cada professor reconhecer esituar-se teoricamente sobre suas opções, bem como articular ou redefinir nova perspectiva,bem como analisar e avaliar sua prática de sala de aula.

Assim, temos duas principais tendências pedagógicas existentes no Brasil: aconservadora e a progressista, classificadas em liberais e progressistas mediante oscritérios que adotam em relação às funções sociais e políticas da escola, e as respectivaspedagogias que se manifestam na prática docente.

Na prática, essas tendências mesclam-se constantemente, e uma não afasta apossibilidade da outra. De acordo com FOERSTE (1996, p.16), “uma tendência não eliminaa outra, o surgimento de uma nova corrente teórica não significa o desaparecimento deoutra, a definição de um perfil predominante em uma concepção não descarta a possibilidadede outras formas de manifestação consideradas próximas entre si”.

PEDAGOGIA LIBERAL

A pedagogia liberal idealiza a escola como preparadora dos indivíduos para odesempenho de papéis sociais, fazendo uso de suas aptidões e adaptação às normasvigentes na sociedade de classes através do desenvolvimento da cultura individual. Difunde-

Tendência Liberal

Para refletir...Será que você sabe a importância desse

conhecimento na sua prática educativa?

AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

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A aprendizagem, nessa tendência, torna-se artificial. Memorizar para “ganhar nota”e não estudar para abstrair o conhecimento, estimulando a competição entre os alunos quesão submetidos a um sistema classificatório.

A escola nesta tendência se institucionaliza a partir do Renascimento e da idademoderna, com o sistema de internatos, com disciplina rigorosa e vigilância constante,marcando, sobretudo, a escola secundária burguesa que objetiva a formação humanista.

A escola é marcada pelo conservadorismo cultural, inspirando-se no passado pararesolver os problemas do presente, enfatiza muito a experiência social e cultural que étransmitida sem considerar as capacidades e habilidades individuais.

Ao refletir sobre a pedagogia tradicional, percebe-se que ela continua forte epersistente na grande maioria das escolas e universidades, onde os alunos acabampercebendo que o curso que freqüenta não possui uma linha definida e coerente, provocando,em alguns, uma grande frustração. Na atualidade, vemos profissionais da educação, de

se a idéia de igualdade de oportunidades, embora não leve em conta a desigualdade decondições,

Historicamente, a educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e, porrazões de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu para a pedagogia renovada,o que não significa a substituição de uma pela outra, pois ambas conviveram e convivem naprática escolar.

TRADICIONAL

A tendência tradicional predomina há quatro séculos e meio de existência da naçãobrasileira que sempre se caracterizou pelo intelectualismo. Podemos dizer que essatendência dominou fortemente no Brasil até 1930. É marcada pela concepção do homemem sua essência natureza, sua realização como pessoa através do seu próprio esforço.

A pedagogia tradicional preocupa-se com a universalização do conhecimento. Otreino intensivo, a repetição e a memorização são as formas pelas quais o professor, aquiconsiderado detentor do saber, transmite os conteúdos a seus alunos, que são agentespassivos deste processo. Os conteúdos são verdades absolutas, dissociadas do cotidianodo aluno e de sua realidade social.

A avaliação do aluno é feita através de provas escritas, orais, exercícios e trabalhosde casa com uma enorme carga de cobrança e até mesmo punições, valoriza os aspectoscognitivos superestimando a memória e a capacidade de retorno do que foi assimilado.

Os métodos baseiam-se tanto na exposiçãoverbal como na demonstração dos conteúdos, que

são apresentados de forma linear, ignorando asexperiências trazidas pelos alunos, tornando a prática

pedagógica estática, sem questionamentos darealidade e das relações existentes, sem pretenderqualquer transformação da sociedade, daí deriva o

caráter abstrato do saber.

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Didática

curso universitário, ensinando da forma como lhe foi ensinado, semquestionamento e análise sobre sua prática pedagógica.

TENDÊNCIA PROGRESSISTA

No final do século XIX surge um movimento educacional conhecidocomo escola nova, cuja proposta é indicar novos caminhos à educação como, por exemplo,o aspecto filosófico e social. No Brasil, o movimento da escola nova só começou no séculoXX, com diversas reformas no ensino público, suas idéias ficam mais claras no ano de1932, num manifesto dos pioneiros da educação nova, Anísio Teixeira e Lourenço Filho.Esse manifesto foi muito importante na história da pedagogia brasileira por representar atomada de consciência da discrepância entre a educação e as exigências dodesenvolvimento, pois os manifestantes tinham plena convicção de que a educação éfundamental para a evolução econômica e acréscimo de riqueza de uma sociedade. Talmanifesto surgiu quando ocorria conflitos entre os adeptos da escola renovada e os católicosconservadores. Aos olhos da Igreja católica o manifesto representava uma heresia ao dizerque “é dever do Estado tornar a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga”.

Diferentemente da escola tradicional, esta nova proposta de educação é voltadapara a pedagogia da existência, ou seja, o individuo é único, diferenciado, vive e interageem um mundo dinâmico.

Na concepção renovada progressivista, cabe à escola adequar as necessidadesdo indivíduo ao meio social em que está inserido, tornando-se mais próxima da vida. Oprocesso de aprendizado é baseado na construção e reconstrução do objeto, numa interaçãoentre estruturas cognitiva do indivíduo e estruturas do ambiente. Trata-se de “aprender aaprender”, onde a aquisição do saber assume maior importância do que o próprio saber.Assim, aprender torna-se uma atividade de descoberta, uma auto-aprendizagem, sendo oambiente apenas o meio estimulador.

A socialização assume também algumas características. A primeira é a dinâmica, ouseja, o indivíduo socializado não é passivo, mas reage de alguma forma às informaçõesque lhe são transmitidas; não existe um domínio absoluto do processo por parte dasociedade.

O processo do conhecimento é deveras importante cujo método é o aprender fazendo,através de experimentos, pesquisas, descobertas, adequando-as às experiências do alunoe às etapas do seu desenvolvimento. O conteúdo precisa ser compreendido e não decoradopromovendo desafios cognitivos e situações problemas, estimulando a reflexão.

O professor, aqui, é o facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento livre eespontâneo do indivíduo promovendo uma relação positiva e instalando uma “vivênciademocrática”, preparando-o para a vida em sociedade.

A avaliação representa apenas uma das etapas do aprendizado. Aprender é umaatividade de descoberta e auto-aprendizagem. A avaliação flui e se torna eficaz na medida

A tendência liberal renovada manifesta-se por meio de duasversões: renovada progressivista ou programática, que tem em AnísioTeixeira seu principal expoente; renovada não-diretiva, com Carl Rogercomo elemento de destaque, o qual enfatiza também a igualdade e osentimento de cultura como desenvolvimento de aptidões individuais.

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em que o professor valoriza os esforços empreendidos e participação no processo de salade aula.

Esta tendência teve grande penetração no Brasil na década de trinta para o ensinode Educação Infantil e ainda influencia, na atualidade, muitas práticas pedagógicas.

Já a concepção renovada não-diretiva relega à escola o papel de formar atitudes.Para isso, esta deve estar mais preocupada com os aspectos psicológicos do que com osaspectos pedagógicos ou sociais. A idéia de uma boa educação passa pelo propósito defavorecer a pessoa um clima de autodesenvolvimento e realização pessoal no sentido debem estar próprio e do seu semelhante, onde o centro da atividade escolar não é o professornem os conteúdos disciplinadores, mas sim o aluno ativo e curioso, visando formar suapersonalidade através da vivência de experiências significativas.

Na concepção renovada não-diretiva os conteúdos são dispensáveis, prioriza-se odesenvolvimento das relações e da comunicação, visando facilitar meios para que os alunosconstruam seu próprio conhecimento.

Não existe uma metodologia definida, e sim um empenho do professor em desenvolvermeios próprios que facilitem a aprendizagem do educando, utilizando técnicas desensibilização que favoreçam o diálogo.

O professor assume o papel de facilitador e especialista em relações humanas.A aprendizagem baseia-se na busca da auto-realização e capacidade de transformar

suas próprias percepções. Desta forma a avaliação escolar torna-se desnecessária.Essa pedagogia apresenta-se mais democrática que a tradicional, baseada na crença

de que a relação entre as pessoas pode ser mais justa e sem divisão de classes sociais. Assim como a pedagogia tradicional, ela também está presente em nossos dias.

RENOVADA NÃO-DIRETIVA

TECNICISTA

A pedagogia tecnicista aparece nos Estados Unidos na segunda metade do séculoXX e é introduzida no Brasil entre 1960 e 1970, onde proliferou o que se chamou de“tecnicismo educacional’, inspirado nas teorias behavioristas da aprendizagem e daabordagem sistêmica do ensino, buscando adequar a educação às exigências da sociedadeindustrial e tecnológica”.

Esta educação atua no aperfeiçoamento do sistema capitalista que é ordem socialvigente, articulando-se diretamente com o sistema produtivo cujo interesse é produzirindivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, onde é valorizado, nesta perspectiva,não o professor, mas sim a tecnologia. O professor passa a ser um mero especialista,sendo,apenas, um elo de ligação entre a verdade científica e o aluno.

Vamos verificar se vocêaplica essa tendência na suaprática em sala de aula.

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Didática

A prática escolar nessa pedagogia tem como função especial adequar o sistemaeducacional com a proposta econômica e política do regime militar, preparando, dessaforma, mão-de-obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho. É nesse período que oespírito crítico e reflexivo é banido das escolas. Para esta tendência, o ensino é um processode condicionamento através do uso de reforçamento das respostas que se quer obter, sendoo conteúdo as informações objetivas que possam proporcionar, ao fim do processo, aadequada adaptação do indivíduo ao trabalho.

Os conteúdos de ensino desta tendência são baseados em informações e princípioscientíficos de leis, estabelecidos e ordenados numa seqüência lógico-psicológica, ou seja,eles devem ser mensuráveis eliminando qualquer sinal de subjetividade. Sendo assim, osconteúdos devem estar embasados na objetividade do conhecimento.

Seus métodos são programados por passos seqüenciados, empregada na instruçãoprogramada, nas técnicas de micro ensino, multimeios, módulos inclusive a programaçãode livros didáticos.

Evidencia-se na relação professor-aluno que o professor administra as condiçõesde transmitância da matéria. O aluno recebe, aprende e fixa não participando do programaeducacional e a comunicação entre ambos é puramente técnica, tendo objetivo de garantira eficácia da transmissão do conhecimento.

A avaliação se baseia na verificação do cumprimento dos objetivos propostos. Noque diz respeito ao ensino-aprendizagem na tendência tecnicista podemos mencionar aausência de fundamentos teóricos em detrimento do “saber construir” e saber exprimir-se.Ou seja, é um processo de sujeição através do uso de reforçamento das respostas que sepretende obter visando o controle da conduta individual diante de objetivos preestabelecidos.

A orientação sobre esta tendência pedagógica foi dada para as escolas pelosorganismos oficiais durante os anos 60 e perduram até hoje, em muitos cursos, com apresença de manuais didáticos com caráter estritamente técnico e instrumental.

Segundo José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais,ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiramcompromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassemlegitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista.

Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comuma análise crítica do sistema capitalista.

Como essa tendência surgiu? Qual ideologia elaComo essa tendência surgiu? Qual ideologia elaComo essa tendência surgiu? Qual ideologia elaComo essa tendência surgiu? Qual ideologia elaComo essa tendência surgiu? Qual ideologia eladissemina na sociedade?dissemina na sociedade?dissemina na sociedade?dissemina na sociedade?dissemina na sociedade?

A tendência progressista é o resultado da inquietação de muitos educadoresque, a partir da década de 60, suscitam uma discussão e questionamentos em relação aorumo que vem tomando a educação, principalmente à escola pública, no que diz respeito àreal contribuição desta para a sociedade.

As Tendências da Pedagogia Progressista

Você já deu atenção e observoucomo as escolas passam oconhecimento para os educandos?

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Essas discussões têm contribuído para mobilizar novas propostas pedagógicas queapontam para uma educação conscientizadora do povo e para um redimensionamentohistórico do trabalho escolar público, democrático e de toda a população (FUSARI eFERRAZ, 1992, p. 40).

Segundo LIBÂNEO, o termo progressista é tomado emprestado de Snyders e utilizadonesses estudos para: Designar as tendências que, partindo de uma análise crítica dasrealidades sociais, sustentam implicitamente às finalidades sociopolíticos da educação.Evidente que a pedagogia não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista;daí ser ela um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais (1989,p. 32).

Nesta proposta a atividade escolar pauta-se em discussões de temas sociais epolíticos e em ações sobre a realidadesocial imediata; analisam-se osproblemas, os fatores determinantes eestrutura-se uma forma de atuaçãopara que se possa transformar arealidade social e política. Apresenta-se, pois, como um instrumento de lutados professores ao lado de outraspráticas sociais.

LIBERTADORA

Essa tendência tem sua origem ligada diretamente com o método de alfabetizaçãode Paulo Freire. Nessa concepção, o homem é considerado um ser situado num mundomaterial, concreto, econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe transformar essa situação. A busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividadeinseparável da prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas, sim,numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social.

Assim, a escola deve ser valorizada como instrumento de luta das camadas populares,propiciando o acesso ao saber historicamente acumulado pela humanidade, porémreavaliando a realidade social na qual o aluno está inserido. A educação se relacionadialeticamente com a sociedade, podendo constituir-se em um importante instrumento noprocesso de transformação da mesma. Sua principal função é elevar o nível de consciênciado educando a respeito da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar nosentido de buscar sua emancipação econômica, política, social e cultural.

Os conteúdos de ensino são tirados da problematização da experiência de vida doseducandos, os conteúdos trazidos de fora dessas experiências são considerados comoinvasão cultural, se for preciso trabalhar com textos de leitura serão redigidos peloseducandos com auxílio do educador.

A metodologia aplicada ocorre através de diálogos engajando os sujeitos do ato deconhecer: educador-educando-educador mediatizando o objeto a ser conhecido. Destaforma, preferência neste método o trabalho de grupo de discussão definindo conteúdo e adinâmica das atividades.

É oportuno mencionar que existia,no Brasil dos anos 60 a 64, uma grandemovimentação em torno da promoção dacultura popular, que procurava resgatar averdadeira cultura não-dominante, a culturado povo. É em meio a esta efervescêncianacionalista e ideológica que surge apedagogia libertadora. Entre outras, surgetambém a libertária e o crítico-social dosconteúdos.

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Didática

O professor nesta tendência mantém uma relação de igualdade comos alunos adaptando-se às suas características e ao desenvolvimento própriode cada grupo, permanecendo vigilante para assegurar ao grupo um espaçohumano que possibilite sua expressão evitando a neutralidade.

Contudo, a aprendizagem é motivada a um senso crítico deconhecimento pelo processo de compreensão e reflexão por meio de

representações da realidade concreta, ou seja, a motivação se dá a partir da codificaçãode uma situação problema.

LIBERTÁRIA

VVVVVamos aamos aamos aamos aamos agggggororororora va va va va ver como essa tendênciaer como essa tendênciaer como essa tendênciaer como essa tendênciaer como essa tendência

atua no meio social?atua no meio social?atua no meio social?atua no meio social?atua no meio social?

A pedagogia libertária procura a independência teórica-metodológica. Dá maiorênfase às experiências de autogestão (sem qualquer forma de poder), à prática da não-diretividade, (o professor não dirige, mas cria as condições de atuação do aluno) e àautonomia (excluída qualquer direção de fora do grupo). Espera-se, assim, que a escolaexerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário eautogestionario. Constitui-se em mais um instrumento de luta, ao lado de outras práticassociais, pois não tem como institucionalizar-se na sociedade capitalista.

Nessa concepção, a idéia de conhecimento não é a investigação cognitiva do real,mas, sim, a descoberta de respostas relacionadas às exigências da vida social. Essatendência acredita na liberdade total; por isso dá mais importância ao processo deaprendizagem grupal do que aos conteúdos de ensino. O conteúdo e o método têm objetivospedagógicos e também político. As matérias não são exigidas, são um instrumento a maisdentro do processo de vivências, de atividades e a organização do trabalho no interior daescola, ressaltando que os alunos têm liberdade de trabalhar ou não.

A ênfase na aprendizagem informal vivenciada em grupos de discussão, cooperativas,assembléias, e a negação de toda forma de repressão, visam favorecer o desenvolvimentode pessoas mais livres e motivadas na satisfação de suas aspirações e necessidades.

Entre os estudiosos e divulgadores da tendência libertária está Maurício Tragtenberg,que evidencia que o homem cria a cultura na medida em que, integrando-se nas condiçõesde seu contexto de vida, reflete sobre ela e dá respostas aos desafios que encontra.

CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS

A Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos surge no final dos anos 70 e início dos80. Difere das duas progressistas anteriores pela ênfase que dá aos conteúdos, confrontando-os com a realidade social, bem como a ênfase às relações interpessoais e ao crescimento

Na relação professor aluno, emboradiferentes, o professor se coloca à disposição,sem impor suas idéias e concepções. Seupapel é de orientar, se misturando ao grupopara refletirem coletivamente.

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que delas resulta, centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seusprocessos de construção e organização pessoal da realidade.

Compreende que não basta ter como conteúdo escolar às questões sociais atuais,mas é necessário que o aluno possa se reconhecer nos conteúdos e modelos sociaisapresentados para desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com osestímulos do ambiente buscando ampliar as experiências e adquirir o aprendizado.

Sendo a escola parte integrante do todo social deve servir aos interesses popularesgarantindo um bom ensino, preparando o aluno para o mundo, proporcionando-lhe aaquisição dos conteúdos concretos e significativos, fornecendo-lhe instrumental para a suainserção no contexto social de forma organizada e ativa.

Neste contexto o professor é o mediador, cuja função é orientar, abrir perspectivasnuma relação de troca entre o meio e o aluno, a partir dos conteúdos.

Os métodos desta tendência buscam favorecer a coerência entre a teoria e a prática,ou seja, a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos. A princípio oprofessor busca verificar o que o aluno já sabe, pois o conhecimento novo se apóia numaestrutura cognitiva já existente, ou verificar a estrutura que o aluno ainda não dispõe paraque haja uma compreensão tanto do aluno como do professor e, através da disposição deambos, possa se fazer aprendizagens significativas. A aprendizagem se dá quando o alunoultrapassa sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.

SÓCIO-INTERACIONISTA

Para Vygotsky, as funções psicológicas superiores, que sãocaracterísticas do ser humano, por um lado, estão ancoradas nascaracterísticas biológicas da espécie humana e, por outro, sãodesenvolvidas ao longo de sua história social. É o grupo social quefornece o material (signos e instrumentos) que possibilita odesenvolvimento das atividades psicológicas. Isso significa que sedeve analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dosindivíduos a partir da interação destes com a realidade.

Ainda, segundo Vygotsky, para que o indivíduo se constituacomo pessoa, é fundamental que ele se insira num determinadoambiente cultural. As mudanças que ocorrem nele, ao longo de seudesenvolvimento, estão ligadas à interação dele com a cultura e a

história da sociedade da qual faz parte. Por isso, e de acordo com os conceitos desenvolvidospor Vygotsky, o aprendizado envolve sempre a interação com outros indivíduos e ainterferência direta ou indireta deles.

Esse enfoque é completamente diferente do enfoque de Piaget. Formado em Letrase em Psicologia, Vygotsky elegeu a linguagem como objeto de estudo. Para ele, a linguagemtinha papel fundamental na mediação entre as relações sociais e a aprendizagem. O objetode estudo de Vygotsky era o desenvolvimento humano, a partir do processo histórico que oindivíduo estava vivendo.

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DidáticaComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividades

11111.....Escolha 01(um) dos contribuidores de uma das Tendências Pedagógica Liberal efaça uma pesquisa biográfica, destacando sua importância para a educação.

2.2.2.2.2. Escolha 01 (um) dos contribuidores de uma das Tendências PedagógicaProgressista, e faça uma pesquisa biográfica, destacando sua importância para aeducação.

Após estudo das Tendências Pedagógicas, construa um quadro comparativo entreas mesmas (Progressista e Liberal), abordando:3.3.3.3.3.

c. metodologia;d. relação professor-aluno;

e. pressupostos da aprendizagem;f. contribuidores;g. avaliação.

a. o papel da escola;b. conteúdo de ensino;

Papel daEscola

RelaçãoProfessor

Aluno

Conteúdode Ensino

Metodo-logia

AvaliaçãoAprendi- zagem

Contri- buidores

Tendência Liberal

Papel daEscola

RelaçãoProfessor

Aluno

Conteúdode Ensino

Metodo-logia

AvaliaçãoAprendi- zagem

Contri- buidores

Tendência Progressista

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Após a construção deste quadro, reflita sobre sua prática para situar-se em qual ouquais das tendências você aplica ou aplicaria na sua práxis docente. Depois de refletirconstrua uma dissertação de, no mínimo, 30 linhas evidenciando a sua escolha e explicandoo porquê da mesma.

4.4.4.4.4.

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Didática

O PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO

NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

O PLANEJAMENTO COMO ELEMENTO POTENCIALIZADOR EORGANIZADOR DO TRABALHO PEDAGÓGICO

O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformarsonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. Em nossodia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, masnem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação,uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização deatividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usa-se os processos racionaispara alcançar o que se deseja.

O homem primitivo, no seu modo e habilidade de pensar, imaginou como poderiaagir para vencer os obstáculos que se interpunham na sua vida diária. Pensava as estratégiasde como poderia caçar, pescar, catar frutas e de como deveria atacar os seus inimigos.

A história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente, o passado e ofuturo. O homem no uso da sua razão sempre pensa e imagina o seu “quê fazer”, o ato depensar não deixa de ser um verdadeiro ato de planejar.

Algumas pessoas planejam de forma sofisticada e altamente científica, obedecendoaos mais rígidos princípios técnicos e seguindo os esquemas sistêmicos que orientam oprocesso de planejar, executar e avaliar. Outros, que nem se quer conhecem a existênciadas teorias sobre planejamento, os fazem sem muitos esquemas e dominações técnicas;contudo, são planejamentos que podem ser agilizados de forma simples, mas com bons eótimos resultados. Pode-se deduzir, então, que é impossível se livrar do ato de planejarmesmo que não se consiga executar.

Fundamentos teóricos e práticos do planejamento

Um processo que “visa dar respostas a um problema,estabelecendo fins e meios que apontem para a sua superação demodo a atingir objetivos previstos, pensando e prevendonecessariamente o futuro”, mas considerando as condições dopresente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e ospressupostos filosóficos, culturais, econômicos e político de quemplaneja e com quem se planeja”. (Padilha, 2001, p.63).

“Um processo de previsão de necessidades e racionalizaçãode emprego dos meios materiais e dos recursos humanosdisponíveis, a fim de alcançar objetivos concretos, em prazosdeterminados e etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliaçãocientifica da situação original”.(Martinez e Oliveira Lahone, 1977,p.11).

Planejar é ...

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O que é planejamento de ensino?O que é planejamento de ensino?O que é planejamento de ensino?O que é planejamento de ensino?O que é planejamento de ensino?

Significa estabelecer um conjunto de ações que visam a sistematização do trabalhodocente.

PPPPPor quê?or quê?or quê?or quê?or quê?

Desde o início do século, com as exigências da sociedade industrial, o movimentoda escola nova sensibilizou os professores para a importância do planejamento;

Houve necessidade desde os setores mais simples aos mais complexos da atividadehumana de planejar, diante das exigências de desenvolvimento científico e tecnológico domundo moderno.

PPPPPararararara quê?a quê?a quê?a quê?a quê?

Para fugir da rotina, da repetição mecânica dos cursos e das aulas;Para evitar a improvisação o que pode provocar ações soltas, desintegradas;Para garantir:

a eficiência, eficácia e efetividade do processo ensino-aprendizagem;

a continuidade do trabalho do professor;

o cumprimento da programação estabelecida;

a distribuição racional do tempo disponível;

Quem faz?Quem faz?Quem faz?Quem faz?Quem faz?

O professor ou os professores da mesma disciplina e os alunos.

Como fazer?Como fazer?Como fazer?Como fazer?Como fazer?

De acordo com dados diagnósticos; De modo participativo entre os interessados: professores e alunos. Se os alunosnão puderem participar no primeiro momento, que sejam consultados, ou apresentado aosmesmos o plano, para que eles indiquem sugestões, tornando o instrumento real.

a seleção cuidadosa dos objetivos, dos conteúdos, assim como de metodologia,recursos e procedimentos de avaliação;

o conhecimento por parte dos alunos, das metas do trabalho do professor.

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Didática Adequação à realidade O diagnóstico dará condições a esta qualidade: avaliação constante

desde o primeiro momento para reestruturar sempre que necessário.

Exeqüibilidade O plano deve ser real, concreto, realizável, a ponto de ser possível executá-lo

integralmente, dentro das condições previstas. Não se concebe um trabalho burocráticoapenas para apresentar aos superiores ou para constar de exigências outras.

FlexibilidadeO planejamento é concebido com dinamismo próprio, de natureza dialética. Posto

isto, a avaliação constante e permanente deve permear todo processo para que sejamefetuadas estruturações desejadas. Não se concebe algo estático, imutável.

PreparaçãoPrevisão de todas as etapas que concorrem para assegurar a sistematização do

trabalho docente, visando o alcance do objetivo do ensinar, que é o aprender.

DesenvolvimentoExecução do plano onde o professor e o aluno são o alvo desta atuação, visando

sempre o ato de ensinar e o ato de aprender.

AperfeiçoamentoA avaliação deve estar presente desde o primeiro momento, tomando maior corpo

no final do processo, no sentido de análise sistemática dos resultados, proporcionandoreestruturação do planejamento, caso os objetivos não tenham sido alcançados.

Preparar bem o trabalho docente significaPreparar bem o trabalho docente significaPreparar bem o trabalho docente significaPreparar bem o trabalho docente significaPreparar bem o trabalho docente significa

apenas elaborar um bom plano?apenas elaborar um bom plano?apenas elaborar um bom plano?apenas elaborar um bom plano?apenas elaborar um bom plano?

Junto a um plano eficiente, estarão envolvidos outros componentes que vão do preparodo professor quanto ao domínio do conteúdo à sua postura enquanto educador, ao seucompromisso como cidadão, à sua metodologia, às relações que ocorrem na sala de aulacom seus alunos. Logo, a questão do planejamento não pode ser entendida de mododesvinculada da realidade, da competência técnica e do compromisso político do educadore ainda das relações entre escola, educação e sociedade.

Plano de cursoO plano de curso é a previsão para o professor em geral do trabalho a ser realizado

no ano letivo.

Características do Planejamento

Fases do Processo de Planejamento

Tipos de Planejamento

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Plano de unidadeO plano de unidade constitui parte do plano de curso. Cabe ao professor dividir

racionalmente, o conteúdo programático em unidades, tendo em vista o assunto e o métodode ensino a ser usado. A realização dos objetivos de cada unidade deverá possibilitar oalcance dos objetivos previstos no plano de curso.

Plano de aulaO plano de aula é a previsão de atividades que professor e alunos devem realizar

durante o período escolar diário. Apesar do plano de unidade deixar bem claro o conteúdoque será desenvolvido, as atividades, o material didático, o plano de aula é indispensável.O professor tem necessidade de refletir sobre o sentido de cada aula, seus objetivosimediatos, rever seu conteúdo, conferir o material a ser utilizado.

As aulas constituem-se de um conjunto significativo divididos em partes proporcionais,com início, meio e fim; podem comportar com conteúdo de uma subunidade, parte dela oude uma unidade, dependendo da extensão dessa e do período de aula. Os planos de auladeverão ser sempre flexíveis.

Plano de disciplina e as etapas para sua construção:

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Didática

Conhecimento da realidade (Sondagem)

É tentar conhecer a fundo uma situação concreta e real sobre qualsituação se deve atuar. Esse procedimento dá condição de realizar umdiagnóstico de todos os fatores que interfiram, positiva ou negativamente, sobreo comportamento de seus alunos e possibilita também professor e aluno se

conhecerem.

Elaboração dos objetivos

Os objetivos indicam as linhas, os caminhos e os meios para toda a ação. A partir doconhecimento da realidade escolar e da realidade da clientela, o primeiro passo a ser dadono processo de planejamento é definir os objetivos gerais e específicos das disciplinas.

Características dos objetivos:

clareza – é fundamental e necessária para que o objetivo se torne algo concreto,inteligível e possível de ser trabalhado e avaliado. Deve ter clareza na sua expressão,comunicação, elaboração e construção;

simplicidade – é uma exigência da própria realidade concreta dos alunos, dosprofessores e das escolas não deixando de transmitir as profundas idéias e os maisimportantes valores;

validade – quando os objetivos são válidos e útil de forma explícita e clara,demonstrando consistência e profundidade no seu contexto e conteúdo;

operacionalidade – é algo que se quer alcançar através de uma agir possível,concreto e viável;

observável – quando no final da ação pode-se perceber os resultados podendo serverificado em longo, médio ou curto prazo.

Os níveis dos objetivos podem ser:

gerais – amplos e abrangentes (observáveis a longo prazo);

específicos – são concretos e delimitados (observáveis a médio e a curto prazo);

operacionais – torna o específico mais completo e detalhado, para ser mais bemtrabalhado e avaliado.

Seleção e organização dos conteúdos

Devem ser significativos e realistas para serem trabalhados em sala de aula.

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Atualmente, na prática pedagógica, o processo de planejamento do ensino tem sidoobjeto de constantes questionamentos quanto à sua validade como efetivo instrumento demelhoria qualitativa do trabalho do professor.

Os motivos das indagações são diversos, mostrando-se em diferentes níveis naprática do educador.

Critérios para seleção e organização:Critérios para seleção e organização:Critérios para seleção e organização:Critérios para seleção e organização:Critérios para seleção e organização:

deve condizer com a realidade pessoal, social e cultural do aluno e expressaros verdadeiros valores existenciais;

os conteúdos devem refletir osamplos aspectos da cultura, tanto no passado, quanto no presente epossibilidades futuras, atendendo as necessidades sociais e individuais doaluno;

deve refletir os interesses dos alunos e resolver os seus problemas;

é necessário selecionar conteúdos que sejam válidos para toda vida do indivíduo;

levar a atender diretamente o problema do uso posterior do conhecimentoem novas situações;

possibilita ao aluno realizar elaborações e aplicaçõespessoais a partir daquilo que aprendeu;

os conteúdos devem ser estabelecidos de maneira flexível possibilitando alterações se for necessária.

significação:

adequação às necessidades sociais e culturais:

interesse:

possibilidade de reelaboração:

validade:

utilidade:

flexibilidade:

Planejamento de Ensino e interdisciplinaridade: um processointegrador entre educação, escola e prática docente

Operacionalização dos conteúdos

Seleção dos recursos Os recursos servem para despertar o interesse, provocar discussão e debates que

auxilia o professor e o aluno na interação do processo ensino-aprendizagem.Seleção e procedimento da avaliação Os instrumentos e os meios para avaliação devem ser adequados aos objetivos e

que atendam as condições intelectuais, emocionais e as habilidades psicomotoras dosalunos, é fundamental que os alunos possam verificar e perceber com clareza o porquê dasavaliações, como serão avaliados e quais critérios serão utilizados na avaliação da suaaprendizagem.

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Didática

Com o cotidiano escolar, percebe-se, de início, que os objetivoseducacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam-se confusos edesvinculados da realidade social. Os conteúdos trabalhados são definidosautoritariamente, sem a participação dos professores na escola. Desse modo,podem apresentar-se sem elos significativos com as experiências de vidados alunos, seus interesses e necessidades.

Observa-se, também, que os recursos disponíveis para melhora dos trabalhos didáticossão utilizados de forma inadequada, usada simplesmente para ilustração de aulas, ou seja,professor utiliza a metodologia de transmissão de conhecimentos, sem espaço paradiscussão ou debates dos conteúdos. Dessa maneira, o aluno torna-se mais passivo queativo, bloqueando sua criatividade e liberdade de questionar.

Sendo assim, o planejamento do ensino tem-se apresentado como desvinculado darealidade social, caracterizando-se como uma ação mecânica e burocrática do professor,contribuindo pouco para levantar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no meioescolar.

Considerando que o processo de planejamento visto sob uma perspectiva crítica deeducação para transformação passa a extrapolar a simples tarefa de se elaborar umdocumento contendo todos os componentes tecnicamente recomendáveis.

Planejamento: ação pedagógica essencial

O planejamento dirigido para uma ação pedagógica crítica e transformadora,possibilitará ao educador maior segurança para lidar com a relação educativa que ocorrena sala de aula e na escola em geral. Sendo assim, o “planejamento adequado” e seuresultado “o bom plano de ensino”, se traduzirá pela ação pedagógica direcionada de formaa se integrar dialeticamente ao concreto do educando, visando transformá-lo.

Segundo SAVIANI (1984, p.9), a escola existe “para propiciar a aquisição dosinstrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprioacesso aos rudimentos desse saber”. Os conteúdos que formam esse saber elaboradonão poderão ser visto de maneira estática e acabado, uma vez que são conteúdos dinâmicos,

Para refletir...

Ao fazer referência ao planejamento de ensino no âmbitoescolar, passa-se a idéia de um processo onde são definidos osobjetivos, o conteúdo programático, os procedimentos de ensino,os recursos didáticos, a sistemática de avaliação da aprendizagem,bem como a bibliografia básica a ser utilizada no decorrer de umcurso ou disciplina de estudo. Logo, este é o planejamento padrãoutilizado pela maioria dos professores que valorizam a eficiênciado ensino desenvolvido pela educação tecnicista.

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articulados dialeticamente com a realidade histórica. Desse modo, além de transmitir acultura acumulada, ajuda na elaboração de novos conhecimentos.

A concepção de produzir conhecimentos significa refletir constantemente sobre osconteúdos aprendidos, procurando analisá-lo por diversos ângulos, para desenvolver acuriosidade científica de investigação da realidade.

O planejamento do ensino não poderá ser visto de forma mecânica, separada dasrelações entre escola e realidade histórica. Sendo assim, os conteúdos trabalhados precisamestar relacionados com a experiência de vida dos alunos. Esta relação torna-se condiçãonecessária para que ocorra a transmissão de conhecimentos e sua reelaboração, visandoà produção de novos conhecimentos. Esta reelaboração consiste em aplicar osconhecimentos aprendidos sobre a realidade com o objetivo de transformá-la.

Observa-se que a tarefa de planejar passa a existir como uma ação pedagógicaessencial ao processo de ensino, ultrapassando sua concepção mecânica e burocrática nodesenvolvimento do trabalho docente.

Uma nova alternativa para um planejamento de ensino globalizante seria a açãoresultante de um processo que integre escola e contexto social, consistida de forma críticae transformadora. Sendo assim, as atividades educativas seriam planejadas tendo comoobjetivo a problemática sociocultural, econômica e política do contexto onde a escola estáinserida. Por essa ótica, o planejamento estaria visando à transformação da sociedade,buscando tornar as classes mais justa e igualitária.

Esta proposta basea-se nos princípios do planejamento participativo, caracterizadopela união de todos os segmentos da atividade humana com atitudes globalizantesprocurando resolver problemas comuns.

Observa-se que, esta forma de ação, propicia uma relação entre pessoas quediscutem, decidem, executam e avaliam atividades propostas coletivamente. Logo, a partirdesta convivência, o processo educativo passa a desenvolver mais facilmente seu papeltransformador, provocando a discussão, a reflexão, o questionamento, conscientizando aspessoas dos problemas coletivos, despertando-as a lutar para melhorar sua condição devida.

Planejamento do ensino: umprocesso integrador entre escola econtexto social.

De acordo com a etimologia da palavra,participação origina-se do latim“participatio” (pars + in + actio) quesignifica ter parte na ação.

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Didática

O resultado desse primeiro momento do planejamento seria um diagnóstico sinceroda realidade concreta do educando, desenvolvida de forma consciente e comprometidacom seus interesses e necessidades. Portanto, a escolha dos objetivos a serem alcançados,a sistematização do conteúdo programático e a situação dos procedimentos de ensino aserem utilizados, consistem ações necessárias para a segunda etapa do planejamento.

Vale salientar que um processo de ensino transformador não poderá deixar-se guiarpor objetivos que visam somente a simples aquisição de conhecimentos. Logo, na definiçãodos objetivos, será necessário a especificação dos diferentes níveis de aprendizagem aserem atingidos.

Partindo do princípio de que a reelaboração e produção dos conhecimentos visam aaprendizagem em diferentes níveis, a norma utilizada na escola dos procedimentos de ensinoserá a criatividade. O trabalho do educador neste momento será, articular uma metodologiade ensino que se caracterize pela variedade de atividades que estimulem a criatividadedos educandos, sendo a participação dos alunos de grande relevância.

Desse modo, a avaliação nessa visão de planejamento, onde valoriza a criatividadedos alunos, terá o caráter de acompanhamento desse processo, num julgamento conjuntode educadores e educandos. A preocupação deverá ser com a qualidade da reelaboraçãoe produção de conhecimentos empreendida por cada educando e não na quantidade deconteúdos assimilados.

Contudo, como a educação pretendida através da ação, o planejamento deverá serintegrador em toda a sua extensão. A partir daí, é que proporcionará um ensino voltado paraa formação crítica, questionadora e atuante.

Diante do exposto, concebe-se que a visão de planejamento do ensino aquidemonstrada, justifica-se pelo fato de que, como a educação, a ação de planejar não podeser encarada como uma atividade neutra. Por outro lado, a opção do educador por umensino crítico e transformador só se concretizará através de uma sistemática de planejarseu trabalho de forma participativa e problematizadora, que permita dar oportunidade aos

Paulo Freire (1987) diz: se educadores e educandos exercessem opoder de produzir novos conhecimentos a partir dos conteúdos impostos peloscurrículos escolares, estariam realmente concretizando seu poder de contribuirpara a transformação da sociedade. Porquanto, a organização dos conteúdosestará intimamente relacionada com o objetivo maior da educação escolar,que é proporcionar a obtenção do saber sistematizado (ciência), tido comoinstrumento fundamental de libertação do homem (SAVIANI, 1984).

Você sabia ?De acordo com SNYDERS, (1974), os alunos possuem uma

experiência que não deve ser ignorada pela escola, comoexperiências de situações de vida, relações pessoais, comotambém, uma gama de informações e conhecimentos, emborade forma fragmentada e dispersa. Dessa maneira, aidentificação dos temas ou problemas de interesse do educandoconstitui fator importante na escolha do material, da realidadea ser estudada no decorrer do processo de ensino.

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educandos de reconstruir os conteúdos do saber sistematizados e produzir novosconhecimentos.

Portanto, o professor deverá utilizar o planejamento de ensino como uma açãopedagógica consciente e comprometida com a totalidade do processo educativotransformador, o qual, emergido do social, a ele retorna numa ação dialética.

Planejamento de ensino e interdisciplinaridade

O planejamento elaborado e executado numa perspectiva interdisciplinar proporcionaa integração entre disciplinas “devolvendo a identidade das mesmas fortalecendo-as” eevidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica, num processo que pode irda simples comunicação de idéias até a união recíproca de finalidades, objetivos, conceitos,conteúdos, terminologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-losno processo de elaboração do conhecimento. Tal atitude embasa-se no reconhecimento daprovisoriedade do conhecimento, no questionamento constante das próprias posiçõesassumidas e dos procedimentos adotados, no respeito à individualidade e na abertura àinvestigação em busca da totalidade do conhecimento. Refere-se à criação de movimentosque propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto deconvergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo e reflexivo. Assim, alunose professores, sujeitos de sua própria ação, se engajam num processo de investigação,redescoberta e construção coletiva de conhecimento. Ao compartilhar idéias, ações ereflexões, cada participante é, ao mesmo tempo, “ator” e “autor” do processo.

A interdisciplinaridade favorecerá que as ações se traduzam na intenção educativade ampliar a capacidade do aluno de expressar–se através de múltiplas linguagens e novastecnologias; posicionar-se diante da informação; interagir de forma crítica e ativa com omeio físico e social.

Concebemos, então, a interdisciplinaridade como campo aberto para que, de umaprática fragmentada por especialidades, possa-se estabelecer novas competências ehabilidades através de uma postura pautada em uma visão holística do conhecimento euma porta aberta para os processos transdisciplinares.

Tem-se então o desafio de assegurar a abordagem global da realidade, através deuma perspectiva holística, transdisciplinar, onde a valorização é centrada não no que étransmitido e sim no que é construído. Assim, a prática interdisciplinar se envolve no processode aprender a aprender.

A interdisciplinaridade é a reunião das contribuições de todas asáreas do conhecimento. É um termo que não tem significado único, possuidiferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma novapostura diante do conhecimento, uma mudança de atitudes em busca daunidade do pensamento. Desta forma, a interdisciplinaridade difere daconcepção de pluridisciplinaridade ou multidisciplinaridade, as quaisapenas justapõe conteúdos. A partir desses referencias, é importante queos conteúdos das disciplinas sejam vistos como instrumentos culturais,necessários para que os alunos avancem na formação global e não comofim de si mesmo.

Saiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba Mais...............

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Didática [ ]Agora é hora de

TRABALHAR

Colégio:Coordenação Pedagógica:Disciplina: Prof.:

1.1 Objetivo geral:

1.2 Objetivo específico:

PLANO DE AULA1234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890

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12345678901234567891234567890123456789123456789012345678912345678901234567891234567890123456789123456789012345678912345678901234567891234567890123456789

12345678901234567891234567890123456789123456789012345678912345678901234567891234567890123456789123456789012345678912345678901234567891234567890123456789

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2.Conteúdo 4.Recursos materias

3.Método (introd. desenvimento e conclusão)

5. Avaliação 6.Bibliografia 7.Observa- ções

3.3 Conclusão

3.2 Desenvol- vimento

3.1Introdução

1234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890

1.Finalidade

2.2.2.2.2.Com base nos estudos e pesquisas feito no decorrer do módulo, construa um plano

de disciplina.

11111.....Conforme o que foi estudado, construa um plano de aula. Segue exemplo abaixo.

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Fazendo uma retrospectiva sobre seu processo de formação, você lembracomo era avaliado? Concorda com os meios que eram utilizados? Qual a suavisão atual sobre a avaliação, fazendo um paralelo da sua época com a atual,será que houve mudanças?

Para abordarmos esse tema na contemporaneidade, é necessário fazermos umaviagem no processo histórico educacional, descobrindo o ponto inicial e/ou surgimento daavaliação para que tenhamos clareza e compreensão do porque o processo avaliativo“aterroriza” os indivíduos quando avaliados.

Ao estudarmos o bloco temático 2, podemos verificar o surgimento das tendênciaspedagógicas dos séculos passados num processo de cristalização da sociedade burguesa.A pedagogia jesuítica nas normas para orientação dos estudos das escolas nas classes

O que é avaliar?Quem avaliar?

Com o queavaliar?

Como avaliar?

Por que avaliar?

Para queavaliar?

Processo Histórico da Avaliação

Para refletir...

Esses e outros questionamentos importam para que oeducador, enquanto profissional da educação, oportunize comclareza o ato de avaliar, numa ação coerente com a realidadeescolar na qual está inserido, sendo ele, o avaliador e o avaliado,pois, sua prática pedagógica demonstra sua flexibilidade ourigidez diante do fator principal na educação que é a realidade.O que devemos compreender é que a avaliação deve estarcoadunada com a realidade do educando e da escola, assimsendo, o processo de ensino-avaliado da aprendizagemdemonstrará sucesso.

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Didática

1A conseqüência pedagógica centralizada nas provas e exames, deixa de cumprir

a sua real função, que seria auxiliar a construção da aprendizagem de forma satisfatóriasecundarizando, assim, o significado do ensino.

inferiores ou superiores definiam com rigidez os procedimentos a seremlevados em conta no ensino eficiente preferenciando provas e exames.

A pedagogia Comeniana desenvolveu-se insistindo na atenção especialque deve dar a educação como centro de interesse da ação do professor,mas não abstrai também do uso dos exames como meio de estimular osalunos ao trabalho intelectual da aprendizagem. Ele dizia que o aluno não

deixaria de se preparar para os exames finais do curso superior se soubesse que o examepara colocação de grau seria “pra valer”. Segundo ele, o medo é um excelente fator paramanter a atenção dos alunos, então, os mesmos aprenderiam facilmente, sem fadiga e emmenos tempo.

Estamos mergulhados nos processos econômicos, sociais e políticos sob ahegemonia da pedagogia tradicional da sociedade burguesa que insurgiu e enraizou-setraduzindo a sua essência. Com o passar do tempo, a sociedade burguesa melhorou seusmecanismos de controle destacando a seletividade escolar e seus processos de formaçãodas personalidades dos educandos. O medo e o fetiche são mecanismos indispensáveisnuma sociedade que opera nos subterfúgios.

Ao longo da história de educação moderna e de nossa prática educativa, a avaliaçãoda aprendizagem escolar por meio de exames e provas foi se tornando um fetiche ganhandoforos de independência da relação professor-aluno.

As provas e os exames são realizados conforme o sistema de ensino e o interessedo professor. Muitas vezes, não considerando o que foi ensinado como se nada tivesse aver com a aprendizagem.

O medo é um fator importante no processo de controle social, pois gera adependência, modos permanentes e petrificação de ações.

O castigo é um instrumento gerador do medo. Hoje sendo utilizado de forma maissutil – o psicológico. A ameaça (previamente) é um tipo de castigo psicológico e as nossasinstituições de ensino adotam esse tipo de avaliação da aprendizagem.

A pedagogia do exame traz conseqüências: pedagógicas, psicológicas e sociológicas.

2Na conseqüência psicológica, a sociedade, através do sistema de ensino e

dos professores, desenvolve formas de ser da personalidade dos indivíduos que aceitamas suas imposições, utilizando a avaliação da aprendizagem de modo fetichado porquetem utilidade para desenvolver a autocensura, que é a forma como os padrões externoscerceiam os sujeitos, sem que a coerção externa continue a ser exercitada.

O medo está ligado ao desconhecido. Ele é gerado pelo pensamento quequando não está certo de estar seguro o projeta gerando submissão.

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No Brasil a avaliação da aprendizagem está a serviço de uma pedagogia dominanteque serve a um modelo social dominante, podendo ser identificado como social liberalconservador, originado da estratificação dos empreendimentos transformadores queculminou na Revolução Francesa. As pedagogias hegemônicas, que se definiramhistoricamente nos períodos subseqüentes à Revolução, estiveram e ainda estão a serviçodesse modelo social. Concomitantemente, a avaliação educacional em geral e aaprendizagem em específico, contextualizada dentro dessas pedagogias estãoinstrumentalizadas pelo mesmo entendimento teórico prático da sociedade.

A prática da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador, obrigatoriamenteserá autoritária, exigindo controle dos indivíduos, seja pela utilização de coações explícitasou por diversas modalidades de propaganda ideológica.

Enquanto a avaliação permanecer atrelada a uma pedagogia ultrapassada, adesistência ao estudo permanecerá e o aluno, o cidadão, o povo brasileiro continuaráescravo de uma elite intelectual, voltada para os valores da matéria e ditadura, fruto de umademocracia opressora.

Na conseqüência sociológica, a sociedade é estruturada em classes e, portanto,de modo desigual, logo a avaliação pode ser posta sem dificuldade a favor daseletividade, assim a avaliação está mais articulada com a reprovação do que com aaprovação.

3

Avaliação Educacional no Contexto Autoritário

Pode-se caracterizar a avaliação como um juízo daqualidade do objeto avaliado, implicando em tomada deposição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou transformá-lo.

Segundo Luckesi, (1978), a avaliação é definida como:um julgamento de valor sobre manifestações relevantesda realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. Apósafirmativa de Luckesi, faremos uma análise dessa frase.

É preciso compreender que a frase exprime trêselementos que oportunizam uma prática escolar baseada ematos arbitrários e autoritários. Contudo, dentre os três, um temmaior poder de impacto possibilitando ao professor enquanto“detentor” do conhecimento utilizar em suas ações educacionaisum tipo de avaliação que lhe dê uma maior autoridade.

Você tem idéia de comose processa uma

avaliação autoritária?

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Didática

Salienta-se a importância de conhecer conceitos acerca da avaliaçãodo ponto de vista de outros autores:

a avaliação educativa é um processo complexo, que começa coma formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obterevidencia de resultados, interpretação dos resultados para saber em

que medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo devalor.(Sarrabbi, 1971).

é um processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, cumulativo,informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno.(Juracy C. Marques,1956).

a avaliação significa a uma dimensão mensurável do comportamento emrelação a um padrão de natureza social ou científica. (Bradfield e Moredock, 1963).

Conforme os conceitos acima expressos, ficou evidenciado que os autoresconsideram-na como um processo e não como condição que produz dinamismo à práticaescolar, pois diagnóstica uma situação e permite modificá-la de acordo com as necessidadesdetectadas. Pode-se também relacionar como dificuldade a ausência de orientação naelaboração de um programa de avaliação.

Enquanto a avaliação estiver voltada para o aluno, sem haver um despertamento,uma conscientização para as necessidades de uma nova metodologia e uma inclusão daprópria escola neste processo, a qualidade do ensino permanecerá comprometida.

Porquanto, uma vez contestado este fator, passamos a ter professores e a escola nopapel de investigadores da melhor situação para avaliar, as mais eficientes formas de coletae sistematização dos dados, sua compreensão e utilização além do processo mais eficientede capacitação dos professores em avaliação.

Segundo Bloom, a avaliação escolar está pautada em modalidades de avaliaçõesque são seguidas na prática docente por profissionais de educação.

Modalidades de avaliação

Evidencia-se, portanto, a necessidade de se questionar: O quedeve ser avaliado? Quando fazer a avaliação? Quem deve fazer aavaliação? Que instrumental pode ser usado para coletar e registrarinformações? O que se pode fazer com as informações obtidas?

Avaliação DiagnósticaVisa determinar a presença, ou ausência, de conhecimentos e habilidades, inclusive

buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem. Permitindo

Quais os tipos de avaliação que você conhece?Você recorda com que tipos de avaliação lhe avaliaram

no decorrer do seuprocesso de construção do conhecimento?

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averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem. Normalmente se faz quandoo aluno chega à escola, em geral no início do ano letivo, durante as primeiras semanas paraobservar e conhecer características relevantes do aluno; chegada de novo aluno para saberonde enturmá-lo e como recuperar a falta de base ou de pré-requisitos; no início de cadaunidade para provocar interesse pelo tema e identificar o que já sabem sobre o assunto.Podendo ser feita em qualquer momento que o professor ou a escola detectarem problemasgraves de aprendizagem, motivação e aproveitamento.

Alunos e professores, a partir da avaliação diagnóstica de forma integrada, reajustarãoseus planos de ação fazendo uma reflexão constante, crítica e participativa.

Como avaliar diagnosticamente?Como avaliar diagnosticamente?Como avaliar diagnosticamente?Como avaliar diagnosticamente?Como avaliar diagnosticamente?

Entrevistas com alunos, ex-professores, orientadores, pais e familiares;

Exercícios ou simulações para identificar colegas com quem o aluno se relaciona

Consulta ao histórico escolar/ficha de anotações da vida escolar do aluno;

Observações dos alunos, particularmente durante os primeiros dias de aula;

Questionários, perguntas e conversa com alunos;

Testes padronizados (tipo prontidão, ritmo de leitura e nível de conhecimento de

Avaliação Formativa ou ProcessualÉ realizada com o propósito de informar o professor e o aluno sobre o resultado da

aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades escolares. Localiza deficiênciasna organização do ensino-aprendizagem de modo a possibilitar reformulações no mesmoe assegurar o alcance dos objetivos.

É denominada formativa porque demonstra como os alunos estão se modificandoem direção aos objetivos.

A avaliação formativa ou processual pode ser feita de maneira contínua e informal,no dia-a-dia da sala de aula, e pode também ser feita em oportunidades regulares, incluindoo uso de instrumentos mais formais como sabatinas, testes, provas, apresentações derelatórios de trabalhos, competições e jogos.

Quando realizar e como avaliar?Quando realizar e como avaliar?Quando realizar e como avaliar?Quando realizar e como avaliar?Quando realizar e como avaliar?

Diariamente: ao rever os cadernos, o dever de casa, fazer e receber perguntas,

Ocasionalmente: por meio de provas ou outros instrumentos, mais ou menos formais,

Periodicamente: utilizando testes ao final de cada sub-unidade, unidade, projeto,

***

observar o desempenho dos alunos, nas diversas atividades de classe;

para aferir a aprendizagem e outros desempenhos dos alunos;

bimestre ou semestre.

*

*

melhor;

línguas).

*

**

*

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Didática

PPPPPararararara que aa que aa que aa que aa que avvvvvaliar?aliar?aliar?aliar?aliar?

Para corrigir rumos, rever, melhorar, reformar, adequar o ensino de

Estabelecer critérios e os níveis de eficiência para comparar os

Avaliação SomativaÉ uma decisão que leva em conta a soma de um ou mais resultados. Normalmente

refere-se a um resultado final – uma prova final, um concurso, um vestibular. Nas escolas, deum modo geral, a avaliação somativa é a decisão tomada no final do ano para deliberarsobre a promoção de alunos.

É usada, tipicamente, para tomar decisões a respeito da promoção ou reprovaçãodos alunos que não obtiveram êxito no processo de ensino-aprendizagem.

Como aComo aComo aComo aComo avvvvvaliar?aliar?aliar?aliar?aliar?

Existem três formas mais usadas de avaliação somativa:

uma prova ou trabalho final;

uma avaliação baseada nos resultados cumulativos obtidos ao longo do ano letivo;

uma mistura das duas formas acima.**

*

(Ilza Martins Santanna, 1995).

Avaliação Educacional para Humanização

Ser mestre é educar, e educação ésinônimo de: fé, amor, sabedoria, ação,participação, construção, transformação,problematização, criação e realização.

“”

***

forma que o aluno atinja os objetivos de forma de aprendizagem;

Obter as evidências que descrevem o evento que nos interessa;

resultados.

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A avaliação educacional em geral e a avaliação da aprendizagem escolar emespecífico são meios e não fins em si mesmas, estando deste modo delimitadas pela teoriae prática que as circunstancializam .

Entende-se que a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual, mas simdimensionada por um modelo teórico do mundo e da educação, traduzido em práticapedagógica.

A atual prática da avaliação escolar estipulou como função do ato de avaliar aclassificação. Esta se constitui num instrumento estático e frenador do processo decrescimento. Esse fato se revela com maior força no processo de obtenção de médias deaprovação ou médias de reprovação. Para um verdadeiro processo de avaliação, nãointeressa a aprovação ou reprovação de um educando, mas sim sua aprendizagem e,conseqüentemente, o seu crescimento.

O ideal de avaliação na prática pedagógica escolar é a com função diagnóstica, elaconstitui-se no momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, docrescimento para a autonomia e competência e habilidades, portanto, ser inclusiva, enquantonão descarta, não exclui, mas sim convida para a melhoria, visando a transformação doindivíduo conseqüentemente da sociedade.

Essa prática não significa menor rigor na prática da avaliação, mas um rigor técnicoe científico. Nesta visão, garante ao professor um instrumento mais objetivo de tomada dedecisão. Em função disso, sua ação poderá ser mais adequada e mais eficiente naperspectiva da transformação, pois “avaliar é movimento, é ação e reflexão”.

Verificação ou Avaliação

Nesse texto, far-se-á uma análise crítica da prática avaliativa, identificando-a com oconceito de verificação ou avaliação dando possibilidades de encaminhamentos coerentese consistentes acerca do assunto.

Verificação surge do latim: verum facere – e significa “fazer verdadeiro”. O processode verificar configura-se pela observação, obtenção, análise e síntese dos dados ouinformações que delimitam o processo ou ato com o qual se está trabalhando. Já a avaliação,também se origina do latim: a-valere que quer dizer “dar valor a...”. Esse ato implica coleta,análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de umaatribuição de valor ou qualidade.

Verificação e avaliação da aprendizagem representam dois aspectos do mesmofenômeno, que é o de saber como se está efetuando a aprendizagem comportamental doeducando e resultante do processo ensino-aprendizagem.

Eu souEu souEu souEu souEu sou, tu és, tu és, tu és, tu és, tu és,,,,,nós somos humanos!nós somos humanos!nós somos humanos!nós somos humanos!nós somos humanos!

Para refletir...

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Didática

Verificação é um processo de constatação, de contagem; logo, é um processoquantitativo. É a fonte que fornece dados a respeito da aprendizagem efetivada peloeducando.

Na prática do aproveitamento escolar, os professores realizam, basicamente, osseguintes procedimentos: medida do aproveitamento escolar, transformação da medidaem nota ou conceito e utilização dos resultados identificados.

Medida do aproveitamento escolar

A medida é uma forma de comparar grandezas, tomando uma como padrão e outracomo objeto a ser medido, tendo como resultado a quantidade de vezes que a medidapadrão cabe dentro do objeto medido.

Nas instituições, os resultados da aprendizagem são obtidos, de início, pela medida,variando a especificidade e a qualidade dos mecanismos e dos instrumentos utilizadospara obtê-la. Os professores utilizam como padrão de medida o acerto de questões e amedida dá-se com a contagem dos acertos do educando sobre um conteúdo, dentro de umcerto limite de possibilidades equivalente à quantidade de questões que possui o teste,prova ou trabalho dissertativo. Em um teste com dez questões, o padrão de média é oacerto e a extensão máxima possível de acertos é dez. Em dez acertos possíveis, um alunopode chegar ao limite máximo dos dez ou a quantidades menores. A medida daaprendizagem do educando está relacionada à contagem das respostas certas que lançadassobre um determinado conteúdo que se esteja desenvolvendo.

Normalmente, na prática escolar, os acertos nos testes, provas ou outros meios decoleta dos resultados da aprendizagem são transformados em “pontos”, o que não altera ocaráter de medida. Logo, o padrão de medida passa a ser pontos. A cada acertocorresponderá um número de pontos previamente estabelecidos.

Os professores, em suas aulas, para coletar os dados e proceder à medida daaprendizagem dos educandos, apropriam-se de instrumentos que variam da observaçãoaté sofisticados testes, gerados segundo normas e critérios técnicos de elaboração epadronização.

Avaliação é o processo de ajuizamento, apreciação,julgamento ou valorização do que o educando revelou ter apreendidodurante um período de estudo ou de desenvolvimento do processoensino-aprendizagem. Sendo assim, não pode haver avaliação, semque antes tenha havido verificação. Verifica-se antes de avaliar.

Após leitura e compreensão do texto, cabe questionarse o processo de medir utilizados pelos professores na suaprática, tem as qualidades de uma verdadeira medida.

Saiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba Mais...............

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Transformação da medida em nota ou conceito

Nessa conduta, o professor no aproveitamento escolar utiliza a conversão da medidaem nota ou conceito. A transformação dos resultados medidos em nota ou conceito ocorreráatravés de estabelecimento de uma equivalência simples entre os acertos ou pontos obtidospelos educandos e uma escala anteriormente definida de notas ou conceitos. Exemplo: oresultado MS = Médio Superior; SS = Superior; ME = Médio; MI = Médio Inferior; IN =Inferior e SR = Sem rendimento ou Muito Bom, Bom, Regular, Inferior e Péssimo.

Para compreender como se dá esse processo: para uma prova de dez questões, acorrespondência a cada questão vale um décimo da nota máxima, que seria dez. Logo, umaluno que acertou oito questões obtém nota oito. A transformação de acertos em conceitospoderia ser feita na seguinte forma: SR (sem rendimento) = nenhum acerto; IN (inferior) =um ou dois acertos; MI (médio inferior) = três ou quatro acertos; ME (médio) = cinco ouseis acertos; MS (médio superior) = sete ou oito acertos; SS (superior) = nove ou dezacertos.

Notas e conceitos, em princípio, anunciam a qualidade que se atribui à aprendizagemdo educando, medida sob a forma de acertos ou pontos. No caso das notas, a média éfacilitada pelo fato de estar operando com números, transformando indevidamente símbolosqualitativos em quantitativos; no caso dos conceitos, a média é obtida após a conversãodos conceitos em números. Exemplo: S representa a nota dez e MS à nota oito.

Na sua opinião é cabível a transposição da avaliaçãoqualitativa para a quantitativa?

Utilização dos resultadosNesse momento com o resultado em mãos, o professor tem diversas possibilidades

de utilizá-lo, tais como:

registrar simplesmente num diário de classe ou caderneta de alunos;

atentar para as dificuldades e desvios da aprendizagem do educando, ajudando asuperar na construção efetiva da aprendizagem;

oferecer ao educando, caso ele tenha obtido uma nota ou conceito inferior, uma“oportunidade” de melhorar a nota ou conceito.

Se o educando possui uma nota ou conceito de reprovação diante dos dadosverificados, poderá ocorrer simplesmente um registro no diário ou ele terá uma“oportunidade” para melhorar seu conceito. Porém, não é para que o educando estude afim de aprender melhor, mas estude “tendo em vista a melhoria da nota”.

Estudar para melhorar a nota, não possibilita uma Estudar para melhorar a nota, não possibilita uma Estudar para melhorar a nota, não possibilita uma Estudar para melhorar a nota, não possibilita uma Estudar para melhorar a nota, não possibilita umaaprendizagem efetiva?aprendizagem efetiva?aprendizagem efetiva?aprendizagem efetiva?aprendizagem efetiva?

Quanto a estar atento às dificuldades do educando, esta não tem sido conduta habitualdos educadores nas escolas, normalmente preocupam-se com a aprovação ou reprovaçãodo indivíduo. E nas ocasiões em que se possibilita uma revisão dos conteúdos é para“melhorar” a nota do educando e, conseqüentemente, aprová-lo.

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Didática

Propõe-se que a avaliação do aproveitamento escolar seja praticadacomo uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem doseducandos, tendo por fim seus aspectos essenciais e, como objetivo, umatomada de decisão que direcione o aprendizado e, concomitantemente, odesenvolvimento do educando.

É importante que tanto a prática educativa como a avaliação sejamdirecionadas com um determinado rigor científico e técnico, para que se tornem uminstrumento subsidiário e significativo em prol do desenvolvimento do educando.

[ ]Agora é hora de

TRABALHAR

11111..... Escolha uma série do ensino fundamental das séries iniciais, selecione um conteúdoda disciplina que desejar e crie uma avaliação com 05 (cinco) questões, sendo que (02)duas com questões subjetivas e (03) três com questões objetivas. Não esqueça de colocaros critérios avaliativos.

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A avaliação é um assunto muito polêmico no meio acadêmico. O como avaliar éhistoricamente marcado pela pedagogia utilizada pelos jesuítas no início da história daDidática, antes já visto no bloco 1. Hoje, vários teóricos trazem novas perspectivas sobre oato de avaliar. Então, pesquise um téorico que demonstre nos seus estudos esta novaperspectiva.

3.3.3.3.3.

2.2.2.2.2.Após estudo acerca da avaliação e reflexão do texto abaixo, produza um texto comduas páginas no mínimo, apontando qual a melhor forma de se avaliar para se obter umaaprendizagem satisfatória do conhecimento.

Içami Tiba

PORTAS

Se você abre a porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida.

Mas se você vence a dúvida, o medo, e entra, dá um grande passo:Nesta sala vive-se.

Mas também tem um preço...São inúmeras outras portas que você descobre.

Às vezes, quebra-se a cara; às vezes, curte-se mil e uma.O grande segredo é saber quando e qual a porta deve ser aberta.

A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertosQuando com eles se aprende.

Não existe a segurança de acerto eterno.A vida é generosa.

A cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas. E a vida enriquece quemse arrisca a abrir novas portas.

Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadasportas.

Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassa a porta, terásempre a mesma porta pela frente e a repetição perante a criação, e a monotonia

monocromática perante a multiplicidade das cores, e a estagnação da vida.Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens...

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Didática

4.4.4.4.4.Após informações acerca do assunto Planejamento de Ensino, vamosagora, sistematizar esses conhecimentos. Faça uma dissertação com o tema“O planejamento como ato político pedagógico” É necessário estar bastanteevidente na dissertação, como e porquê o planejamento é um ato políticopedagógico.

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AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada

Refletindo sobre a história da didática, faça um diagnóstico da educaçãodo período moderno, seus pontos positivos e negativos. Construa um quadrocomparativo.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 11111

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 22222Dando continuidade à primeira etapa, construa um texto fazendo um paralelo

com a educação atual.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 33333Desenvolva uma proposta sobre suas perspectivas de uma educação futura

e sua atuação como educadora dentro de um processo didático transformador.

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Didática

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

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FETICHE - como uma “entidade” criada pelo ser humano para satisfazer umanecessidade, mas que se torna independente dele e o domina universalizando-se.

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AnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotações

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AnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotações

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AnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotaçõesAnotações

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Didática

FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

Democratizando a Educação.www.ftc.br/ead

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