LIÇÕES - Convenção Batista...

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LIÇÕES

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SUMÁRIO

FamíliaEducação Cristã começa em casa

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Saúde EmocionalPROZAC E/OU PROJAC Inibidores/acomodadores da consciência brasileira

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AtualidadeAs igrejas e a adoção de crianças

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ApresentaçãoNeemias e o desafio da reconstrução

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28 Neemias – Um servo disponível para Deus

32 Conhecendo os fatos

36 Saindo da comodidade

40 É hora de começar

44 A oposição e o desafio de continuar

48 Delegando tarefas

52 Superando o desânimo

56 Superando os problemas internos

60 Missão cumprida!

64 O retorno às escrituras

68 Confessando os pecados

72 O envolvimento e a gratidão

76 Lutando pela santidade

10Palavras do redatorEducação Cristã

05Primeiras PalavrasImplicações e bênçãos de vivermos na total dependência de Deus

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A Paz do Senhor Jesus! Venho solicitar do redator da

revista Palavra Vida que tome alguns cuidados com o vocabulário utilizado nas lições. Em minha igreja a maioria não tem estudo; a minha professora é esforçada, uma bênção, mas com pouco estudo. A lição sobre família é muito boa, mas tem termos usados pelo escritor que muitos não sabem o que significam, como: mutabilidade, plus sedutor, mercantilistas, burgueses, jet set, high society, laissez faire e outros. É um absurdo. Minha igreja, como muitas outras, é constituída por pessoas simples, humildes, cheias do Espírito Santo, mas que não entendem o que esses termos querem dizer.

Fica aqui registrado o meu repúdio.

Renato José da Silva, seminarista1ª Igreja Batista em Conrado, RJ

Graça e paz, amados.Gostaria de parabenizar a todos

pela escolha do tema deste segundo trimestre 2012, por intermédio do qual iremos focar toda a nossa atenção para as famílias. A era da pós-modernidade tem dado muita ênfase ao individualismo, ao isolacionismo e principalmente à desvalorização

dos papéis exercidos por cada componente da família. Por isso, será uma oportunidade para resgatarmos os pilares bíblicos para fortalecer nossas igrejas por meio do núcleo familiar. Creio também que Deus irá restaurar relacionamentos usando o poder do estudo de sua Palavra na EBD.

Desejo a todas as famílias cristãs abundantes bênçãos em Cristo Jesus!

Elias Gomes de Oliveira (pastor da 1ª IB Missionária em Parque das Missões

- Duque de Caxias, RJ)

Amados irmãos: Estou escrevendo para fazer uma

pequena observação sobre os textos produzidos para a EBD. Me chamou a atenção o texto «Perfis de Núcleos familiares no Brasil». Creio que este artigo,talvez, não fosse ideal para ser abordado dentro de uma escola bíblica, haja vista que temas transversais absorvem nosso precioso tempo. Como estamos trabalhando a instituição família e estamos numa assembleia de crentes, acho que seria mais proveitoso e também mais gratificante se os textos fossem baseados na Bíblia, fonte inesgotável de energia e sabedoria.

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Amados, não podemos nos furtar dos textos bíblicos.

Cordialmente ,

Antônio Marcos Cabral Firmino, IB Parque Bandeirantes, Campos, RJ.

Bom Dia!Redação:Observando o conteúdo da revista

do 2º trimestre/2012, constato que o tema é FAMÍLIA. Acabamos de sair da ALEGRIA (1º trimestre/2012).

Mas estou sentindo falta do assunto que é muito interessante e que necessita ser aprofundado, que é o compromisso até se chegar ao casamento. É preciso discutir essa construção.

Acabamos de sair de Filipenses: "Regozijai-vos no Senhor" (4.4). E já entramos em família. Nem se falou nessa construção de antes do casamento, que é a fase inicial da família, de pesquisa, para os dias de hoje. Para nós, jovens, torna-se até cansativo, eu acho, ouvir falar de família, sem mencionar o preparo até o casamento.

Hoje os relacionamentos costumam ser sem compromisso. Muitos querem construir um relacionamento, mas na

base da aventura (isso ocorre muito dentro das igrejas). São poucos os que conseguem construir uma família sólida nos fundamentos bíblicos.

Uns jovens têm medo e outros ousadia de constituir família, mas acho que está faltando um tempero nas lições.

As pessoas não atentam para a Palavra de Deus quanto ao jugo desigual (casamento misto). Vejo isso na minha família. Faltou orientação? Atitude? Conhecimento? Há vários fatores.

Eliane de OlivieraIBCR, RJ

Quero parabenizar a revista Palavra e Vida (1T2012). Também parabenizo e agradeço a Deus pela vida do pastor Lécio, pelas maravilhosas lições em Filipenses. Lições escritas de forma simples, mas profundas, com lições realmente relevantes para os crentes e para a igreja. Com certeza foi um trimestre de grande crescimento espiritual, um trimestre que nos marca pela alegria de estudar a Bíblia, de participarmos da EBD.

Pr. Samuel Amaro, Igreja Batista em Laje do Muriaé, RJ

[email protected]

Escreva para nossa redação.

Mande suas sugestões, críticas e observações.

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O sonho de todos os pais é ver os filhos se tornarem independentes. Queremos que comecem a falar, a andar, e que comecem a experimentar a autonomia e a busquem a vida toda. Um dos nossos projetos de vida é o de não sermos dependentes de ninguém e nem de nada para viver! Em outras palavras, tudo o que desejamos é nos tornarmos independentes. Não é esse o seu projeto de vida, seu maior sonho, sua maior ambição? Porém, em oposição a essa realidade humana, a esse desejo inato de independência, temos alguns fatos inegáveis, como uma sensação de vazio, de falta de sentido na vida, de propósito para viver quando nos tornamos senhores

de nós mesmos e vivemos em autonomia espiritual. Fomos criados para sermos dependentes de Deus e quando não vivemos assim, nos tornamos infelizes. Aquilo que tanto buscamos em outras áreas de nossas vidas não se aplica à vida espiritual.

Quando se trata da vida espiritual, quanto mais dependentes de Deus nos tornamos, mas felizes e abençoados nós somos. Eu afirmo, sem medo de errar, que se há um segredo de um viver feliz, este segredo se chama dependência total do Senhor.

A partir do texto de Provérbios 3.1-12, vamos considerar algumas implicações e resultados de um viver totalmente dependente de Deus.

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

Primei

Implicações e bênçãos de vivermos na total dependência de Deus

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A primeira implicação é obediência às suas orientações. Diz a Bíblia: “Meu filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, pois eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz”. Provérbios 3.1,2

Deus está tratando conosco como seus filhos e ao fazê-lo, ele nos ensina como dizer coisas duras e difíceis para os nossos filhos. Ele começa de forma carinhosa nos dando uma das mais desafiadoras orientações para a vida. É como se Ele estivesse passando os braços em volta de nosso pescoço e como um Pai fala com o seu filho, Ele nos instrui. Ele está nos dizendo que deseja que sejamos obedientes às suas orientações. Neste pacote estão inclusos os dez mandamentos, ou os dois maiores mandamentos, ou ainda todas as ordens que temos da parte de Deus para nós em sua Palavra, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

A princípio parece não haver nenhuma conexão entre obediência e felicidade e bênção, mas a obediência é a base de um viver prolongado e feliz. Pergunte-se a si mesmo: tenho obedecido ou questionado as ordens de Deus? Obedecer significa cumprir as grandes e pequenas ordens de Deus sem questionamentos.

O resultado desta ação, diz o texto: Você viverá muitos anos e viverá bem todos os dias da sua vida. Você deseja viver muitos anos e ter uma vida cheia de significado? O

segredo é viver em obediência ao Pai, como parte da decisão de um viver totalmente dependente de Deus.

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

A segunda implicação é cultivar um compromisso permanente com Ele. “Que o amor e a fidelidade jamais o abandonem; prenda-os ao redor do seu pescoço, escreva-os na tábua do seu coração. Então você terá o favor de Deus e dos homens, e boa reputação”. Provérbios 3.3,4

Veja que o texto não está falando de amar a Deus e de fidelidade a Ele. Se você deixar de amar a Deus você deixa de amar a si mesmo.

Você sabia que os casamentos que duram muito tempo tem esses dois ingredientes? Amor e fidelidade. Você precisa de romantismo, de comunicação, de sexo, entre outras coisas para um viver a dois que seja feliz, mas, sem o compromisso de amar e ser fiel, não há casamento que resista.

Qual a resistência de seu amor e fidelidade ao seu Deus? Você estaria disposto a ser ridicularizado por sua fé? Você se manteria firme com o seu Deus mesmo que perdesse seus bens, seus filhos, sua empresa, seus empregados?

A Bíblia registra a historia de Jó. Ele experimentou uma perda quase total. Se fosse aquela avaliação de seguro, o perito diria: Perda total. Perdeu os bens, os empregados, os filhos, a saúde e foi incentivado pela mulher a abandonar a Deus e ainda foi acusado de pecado pelos amigos. Mas

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manteve seu compromisso e fidelidade ao seu Deus. Jó resistiu e Deus por sua fidelidade lhe deu tudo em dobro. Diante de todas as perdas, Jó fez um culto de adoração a Deus. Quando somos fiéis e comprometidos com Deus, como demonstração de nosso desejo de viver na total dependência dele, Ele nos abençoa.

O resultado desta ação, diz o texto: Você será apoiado pelas pessoas e falarão bem de você. Ninguém gosta de ter o seu nome mal falado. Queremos que falem bem da gente, apesar de haver gente que não fale bem de ninguém. Você deseja esta bênção para a sua vida?

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

A terceira implicação é manter a confiança nele em todo o tempo. “Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o SENHOR em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas”. Provérbios 3.5,6

Que crise a gente enfrenta todo o tempo como filho de Deus? Pendemos entre o que queremos e o que Deus quer? Aqui nem sempre a base a considerarmos é a lógica. Sabe por quê? O exercício da fé nem sempre acompanha a lógica e só pode confiar em Deus o tempo todo quem vive um constante exercício de fé. Você precisa crer para ver, você precisa dar para receber, você precisa continuar uma caminhada árdua para experimentar

o agir de Deus. O caminhar dos heróis da fé não seguia a lógica e a comodidade. Tudo acontecia para que ficasse evidente: Foi o Senhor que agiu, foram as mãos do Senhor que fizeram as coisas acontecerem. Deus tem prazer em agir a nosso favor quando cremos que Ele é Deus, e tem poder de fazer o impossível. Eu preciso orar todos os dias: Oh! Deus, me ajude na minha incredulidade.

O resultado desta ação, diz o texto: Você receberá de Deus mesmo as orientações para viver cada dia. Você deseja que Deus o oriente cada dia em suas ações, em suas decisões, em sua vida como um todo?

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

A quarta implicação é: Viver no temor do Senhor. “Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o SENHOR e evite o mal. Isso lhe dará saúde ao corpo e vigor aos ossos”. Provérbios 3.7,8

Quando eu penso que sei, de fato eu nada sei. A soberba e a arrogância não agradam ao Senhor. Ele humilha os orgulhosos e exalta os humildes.

Recentemente estudei a vida do rei Josias, que fazia um excelente Reinado, tendo começado como rei aos 6 anos de idade. Lá pelos 39 anos, resolveu que devia tomar as decisões sem consultar o seu Deus. Como resultado, foi para guerra quando não devia fazê-lo, e como consequência, foi morto.

Quando Deus diz não sobre algum assunto, é uma imprudência eu dizer

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sim. Quando Deus diz sim a algum assunto, é uma imprudência eu dizer não. Nunca saberemos mais que Deus, para sermos suficientes e autônomos de sua liderança e orientação em nossa vida . Vale a pena viver no temor do Senhor.

Quando vivo no temor do Senhor, qual é o resultado disso em minha vida?

O resultado desta ação, diz o texto: Você terá saúde para o corpo e vigor para os ossos. Deus vai lhe dar um sono reparador, um funcionamento orgânico fruto da paz que só o Senhor pode nos dar, mesmo em meio às pressões da vida. Vale a pena confiar no Senhor e temê-lo.

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

A quinta implicação é: Priorização do Senhor em nossos recursos. “Honre o SENHOR com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho”. Provérbios 3.9,10

Como vão as suas finanças? Você está na bancarrota? Seu dinheiro não tem dado pra nada? Você perdeu o seu emprego? Por onde começar? Não seria lógico dizer que você deve começar recebendo? Mas o texto diz que você deve começar com a doação, com a generosidade, com a entrega.

Tenho aprendido que Deus não precisa do nosso dinheiro, pois o nosso Deus é rico, criador, tudo é dele,

mas o mandamento é claro: Honre ao Senhor. Eu creio que Ele não nos dá recursos senão com um objetivo claro, que tudo seja usado para honrá-lo.

Ensina o texto que primeiro eu devo honrá-lo com TODOS os meus recursos, e depois de modo especial, diz o texto, com os primeiros frutos, a melhor parte, a mais esperada de sua colheita.

Deus tem muito para fazer na vida daqueles que conseguem praticar a fé no que diz respeito à entrega de tudo ao Senhor. Diz a Bíblia: “Se creres verás a glória de Deus”.

Você se lembra de alguma vez ter agido com fé com relação aos seus recursos financeiros? Uma vez que você fez um desafio com Deus? Por que você não faz hoje um voto, um desafio, pratique hoje um ato de fé. Deus é fiel.

O resultado desta ação, diz o texto: Você terá abundância de recursos, sustentação plena do Senhor. Deus passa a ser o nosso maior acionista, o nosso sócio majoritário. Deixe-me dizer que eu não estou pregando a fidelidade desprovida de responsabilidade, porém é claro no texto o compromisso de Deus com aqueles que decidem viver a sua total dependência dele quanto às questões financeiras.

Quais as implicações e os resultados de se viver na total dependência de Deus?

A sexta e última implicação é: Aceitação da correção do Senhor com alegria. “Meu filho, não despreze a disciplina do

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SENHOR nem se magoe com a sua repreensão, pois o SENHOR disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem”. Provérbios 3.11,12

De novo Deus nos trata como filhos, porque vai nos pedir algo difícil de compreendermos. Uma das coisas mais difíceis na vida é ouvir um não de Deus, é ser corrigido por qualquer pessoa, mesmo que seja pelo Senhor. Porém, para sermos as pessoas que Deus pode e quer usar, Ele não vai nos deixar do jeito que somos. Ele vai trabalhar em nós, e isso quer dizer correções, disciplina.

Você já sentiu alguma vez que um problema de saúde, financeiro, de vergonha, de desespero, foi uma permissão de Deus para que você fosse uma pessoa melhor, para que seu caráter fosse mudado?

Deus nos disciplina quando pecamos, quando somos de um temperamento difícil, quando não cremos nele, quando queremos agir sem o seu consentimento. Mas por que Deus faz isso com a gente? Se você observar, este bloco de versículos é o único que não mostra um resultado explicito, porque ele já está implícito. Qual é o resultado desta implicação em se viver na total dependência de Deus?

O resultado desta ação, diz o texto: Você é de fato filho de Deus! Pode haver algo mais maravilhoso do que saber que somos filhos de Deus? Naturalmente que a disciplina

será menos doída se aprendermos a responder a ela de maneira alegre, sabendo que o que vem de Deus para nós é sempre visando ao nosso bem.

Para concluirmos, eu lhe pergunto: Você tem vivido na total dependência de Deus? Tudo começa com a entrega de nossa vida a Ele. Esse texto está tratando de assunto de família. Coisas que só podem ser entendidas plenamente por quem já tem compromisso de vida com Deus. Se você ainda não tem certeza de sua salvação, você precisa ser de Deus, entregar a sua vida a Deus. RECONHEÇA o seu pecado, CONFESSE-O ao Senhor, e PEÇA a Jesus para dirigir a sua vida.

Agora pare e faça uma avaliação pessoal em cada uma dessas áreas: pronta obediência às orientações do Senhor, compromisso com Ele de amor e fidelidade, confiança nele em todo o tempo, priorização dele nos seus recursos, e aceitação da correção do Senhor em sua vida, sabendo que Ele só corrige o filho porque o ama.

Creio que uma das maiores promessas de Deus para nós é: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10.10). Você deseja viver o melhor de Deus para sua vida, no tempo que você tem de vida? Então tome hoje uma decisão muito seria: Decida viver todos os dias da sua vida na total dependência de Deus.

José Maria de Souza – pastorDiretor executivo da CBF

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Educação Cristã

“Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito,

a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos

esperança”. Romanos 15.4

“A Convenção Batista Brasileira elegeu este ano como o ano da Educação Cristã (...). Esta decisão

nasceu do reconhecimento de que precisamos, como denominação, dedicar tempo e esforço para trabalhar a questão da educação cristã a partir do estudo sistemático da Bíblia, ou seja, temos percebido que, apesar da nossa declaração confessional de que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática, na realidade a prática tem deixado a desejar. A leitura e o estudo da Bíblia têm que ocupar um lugar imprescindível em nossa vida e em nossas igrejas.”1

O que é educação? Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: “Educação é o ato ou processo de

1 Pastor Sócrates Oliveira de SouzaDiretor Geral da Convenção Batista Brasileira Entrevista concedida à Revista Convicção, Edição 45/2012, p p.3,4.

educar(-se)”. Educar é dar a alguém todos os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade. Educar é também transmitir o saber. Educação é a aplicação dos métodos da pedagogia, didática, ensino para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano. Podemos dizer que educação é um processo contínuo, que se desenvolve durante a vida inteira, independentemente de ambiente escolar.

A educação cristã tem como objetivos proporcionar o desenvolvimento do indivíduo como um todo e lhe oferecer condições de crescer em sua vida espiritual, no conhecimento de Deus e das Escrituras. Esse crescimento leva em conta o ser humano em seus aspectos

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físicos, emocionais, espirituais e sociais.

A educação cristã consiste em construir o conhecimento, levando o indivíduo a ser ativo participante no processo educacional, ao invés de mero ouvinte. O ensino é muito mais do que apenas depositar conhecimento no cérebro do aluno, levando-o a memorizar dados, é levá-lo a aprender, possibilitando um crescimento das Escrituras.

A educação cristã somente cumpre sua missão quando olha para o indivíduo de forma integral, pois o desenvolvimento das pessoas abrange os aspectos físico, emocional, social e intelectual. No ensino das Escrituras é um erro tentar abordar o ensino bíblico levando em conta somente um aspecto do ser, o aspecto intelectual, deixando assim de observar as diferentes etapas de desenvolvimento das pessoas, bem como de atentar para suas emoções e os relacionamentos interpessoais desenvolvidos ao longo do processo educacional.

Portanto precisamos resgatar em nossas igrejas os objetivos da educação cristã, que busca o desenvolvimento na vida espiritual, no conhecimento de Deus e das Escrituras.

Gincana da EBDFoi realizada, no período de 01

de abril a 24 de junho de 2012, a

Gincana da EBD com a participação de 160 igrejas da Convenção Batista Fluminense, com os seguintes objetivos: Comemorar o mês da Escola Bíblica Dominical; dinamizar a EBD e promover um aumento no número de matriculados; promover comunhão entre os alunos; promover a capacitação de professores.

As igrejas tiveram que desenvolver as seguintes tarefas: Escolher Tema, Divisa e Hino para EBD; criar uma logomarca para EBD; participação na EBD com presença, lição estudada, leitura diária, Bíblia; visitantes; comemorar o dia da EBD; promover matrícula de novos alunos; realizar um evento de comunhão com os alunos da EBD e realizar treinamento e capacitação de professores.

Recebemos os relatórios e os vídeos com as músicas, e percebemos um grande envolvimento das classes e dos alunos para cumprirem as tarefas.

O dia da EBD foi comemorado com entusiasmo e grande participação e os momentos de comunhão foram os mais marcantes, sem contar com os treinamentos de capacitação. Em breve divulgaremos o relatório final, com as pontuações e as colocações de cada igreja, no site da Convenção Batista Fluminense, no jornal Escudeiro e na próxima edição da revista Palavra e Vida.

Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaCoordenador de Educação Religiosa

Redator da Revista

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Educação Cristã começa em casa

Muito antes de existir escola, já havia educação; muito antes de existir igreja, já havia educação

cristã. A educação acontece sempre que há relacionamentos e interesse ou necessidade de aprender ou ensinar algo. Engana-se quem pensa que a educação só acontece entre quatro paredes, onde há a figura de um professor. O ensino informal vai muito além disso e produz um efeito muito mais duradouro.

Nos tempos antigos, por exemplo, a educação da criança era uma tarefa exclusivamente doméstica. As meninas eram instruídas para lavar, cozinhar e cuidar da casa, aprendendo tudo com a mãe, seguindo seu exemplo; os meninos, por sua vez, eram ensinados a caçar e trazer o sustento para casa, seguindo o exemplo dos pais. Era, na verdade, uma educação de reprodução de valores sociais.

Pensando em educação cristã, o texto bíblico mais claro e tema central do Antigo Testamento é Deuteronômio

6.4-9. Eugene Peterson, na Bíblia “A Mensagem”, com uma linguagem mais contemporânea, escreveu assim: “Atenção, Israel! O Eterno, o nosso Deus, é um e único! Amem o Eterno, o seu Deus, de todo o coração. Amem o Eterno com tudo que há em vocês e com tudo que vocês são! Escrevam no coração os mandamentos que estou transmitindo a vocês. Apropriem-se deles e levem seus filhos a se apropriar deles. Que eles sejam o assunto de sua conversa, onde quer que vocês estiverem – sentados em casa ou andando pela rua. Que eles sejam repetidos desde a hora em que vocês se levantam, de manhã, até a hora de cair na cama, à noite. Que eles estejam amarrados na mão e na testa de vocês, como lembretes, e até escritos no batente da porta das casas e nas portas das suas cidades”.

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Esse texto é chamado pelos judeus de Shemá, sendo usado como confissão de fé. Eles o recitam diariamente e os mais devotos o fazem por, pelo menos, quatro vezes ao dia. Os judeus levam a educação muito a sério e reconhecem o lar como o fundamento educacional para o desenvolvimento moral da criança. Para eles, a educação deveria começar assim que a criança aprendesse a falar para não correr o risco de chegar outros ensinamentos na frente, resultando em desinformação na frente. Sua educação era pautada na memorização, por isso, a orientação de repetir os mandamentos em casa. Após as primeiras instruções familiares, a criança entrava na escola judaica para memorizar o Pentateuco, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Aos dez ou onze anos, se já tivessem atingido esta memorização, passavam a estudar e, possivelmente, memorizar todo o Antigo Testamento, os trinta e nove livros.

Nosso texto-base ainda fala de um ritual que até hoje é usado pelos judeus: o uso de filactérios e mezuzah. Os filactérios eram caixinhas de couro presas a correias para serem amarradas no braço esquerdo (próximo ao coração) e nas testas para serem usadas nos momentos de oração. Dentro dessas caixinhas havia tiras de papel escritas a mão, com os textos de Êx 11.13,21; 13.1-10; 13.11-16; Dt 6.4-9; a mezuzah é uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, contendo um pedaço de pergaminho com as

duas passagens que descrevem este mandamento, Dt 6.4-9 e 11.13-21 e era fixada do lado direito da porta.

A educação judaica não serve de parâmetro para a nossa, entretanto, temos muito a aprender com ela. Os judeus interpretaram esta passagem de forma literal e acabaram se perdendo em seus rituais que se tornaram mais importantes do que a própria Palavra de Deus. A mensagem principal do texto é vincular a Palavra à nossa vida diária e mostrar a responsabilidade dos pais no processo educacional dos filhos.

Com o aparecimento das escolas, a família foi, aos poucos, se eximindo de seu papel, terceirizando, assim, a educação dos filhos. Por mais que haja esforços para que os pais trabalhem em parceria com a escola, muitos relutam e se omitem e, em alguns casos ainda dizem: “Estou pagando a escola pra isso!”. No âmbito eclesiástico não é muito diferente. Desde que foi instituída a Escola Bíblica Dominical, os pais também estão se esquivando da educação cristã de seus filhos. A igreja tem sim a responsabilidade de ensinar às crianças o caminho do Senhor, mas o mandamento bíblico continua valendo. A igreja deve ser uma agência de ensino, porque isso faz parte de sua missão, mas o lar continua sendo o principal pilar da educação, tanto a secular quanto a cristã.

Se para a educação secular é preciso contar com a ajuda dos pais, que nem sempre estão dispostos a participar do

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processo, quanto mais para educação cristã. Aparentemente, saímos em desvantagem, primeiro porque o ensino bíblico, muitas vezes, julga-se não ser relevante, pois não contribuirá para um futuro melhor, pensando-se no sentido material da vida. Depois porque os encontros acontecem uma vez por semana e em apenas uma hora. Os pais que delegaram à igreja o papel de ensinar os princípios cristãos para os seus filhos precisam reconhecer que a igreja não pode fazer muito. A maior parte do tempo eles passam com a família; por isso a educação no lar é tão importante.

Aqueles pais que “pegam no pé” dos seus filhos para levarem o estudo a sério, porque disso depende o futuro deles, precisam se preocupar também com a vida espiritual, porque disso,também, dependerá o futuro deles, a vida eterna ou a morte eterna. A educação no lar acontece, principalmente, pelo exemplo. Por isso que o mandamento é feito primeiro aos pais e seguindo uma escala: amar a Deus, pensar constantemente sobre seus mandamentos, ensiná-los aos filhos e viver diariamente essas instruções. Não é à toa que o texto de Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Ensinar “no caminho” é diferente de ensinar “o caminho”. É preciso caminhar junto no processo!

Se você ama, verdadeiramente, a Deus, não pode se omitir de

apresentá-lo a seus filhos e de se esforçar para que eles também nutram esse amor por Ele, por intermédio de um relacionamento pessoal. Mais do que a educação secular, o ensino da Palavra de Deus deve ser uma tarefa altamente prioritária dos pais. Não é simplesmente atribuir à igreja tão grande responsabilidade, mas aceitá-la como parceira nesse processo.Você não precisa copiar os rituais judaicos, mas criar estratégias que façam valer este mandamento em sua casa. Você conhece sua família e sabe a melhor maneira de alcançá-la. Então, não perca mais tempo! Interesse-se pelo que seus filhos estão estudando na EBD, exija que façam suas tarefas de casa e ajude-os a estudarem a lição e os textos bíblicos diários. Crie um ambiente de adoração dentro do seu lar com o culto doméstico, para que seus filhos sejam sempre lembrados das verdades bíblicas aprendidas.

Sobretudo, lembre-se de que o maior exemplo é você. Os seus filhos amarão a Deus à sua medida, estudarão a Bíblia à sua medida, valorizarão a EBD à sua medida, e assim por diante. A propósito, como está sua vida com Deus? Avalie-se, pois este é o primeiro passo para uma educação cristã que dá certo. O futuro do seu filho depende quase que exclusivamente de você. Faça a sua parte!

Edilene Oliveira - Educadora Religiosa 1ª IB em Cosmorama, RJ

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PROZAC E/OU PROJACInibidores/acomodadores da consciência brasileira

Definindo prozac e/ou fluoxetina: Um medicamento antidepressivo da classe dos

inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Suas principais indicações a depressão moderada a grave, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ebulimia nervosa. Utilizado em cápsulas ou solução oral. (Wiquipédia)

I - Relacionando o Projac como empresa de condicionante popular

Uso o termo “Projac” por ser o maior poder de informação e domínio da mídia na cultura brasileira (Sistema Globo). Tornou-se altamente influente

nas áreas do desejo, do consumo inveterado, que leva o indivíduo a perder o controle de seu poder e interesse pelos bens, sem que mostre real necessidade/possibilidade de se adquirir aquele objeto.

II - IntroduçãoAs circunstâncias biopsicossociais

levam o indivíduo a reconhecer algumas carências, assumindo características culturais a certas dificuldades de lidar com as “crises” – por crise quero entender tudo o que foge à rotina de vida – nas áreas: físicas, emocionais, sociais e também espirituais.

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III - Histórico e perpetuação das crises

Desde a sua descoberta, o Brasil foi dominado por forças desproporcionais entre dominador e dominado: os índios, que não se submeteram ao trabalho escravo; os que vieram trazidos como degredados, punidos por comportamentos errados na Europa; os negros trazidos à força para fazer o que os dominadores não queriam fazer. Todos estes constituíram-se em homens de segunda categoria. Tal conjunto de pessoas e situações fez criar revolta e um sentimento de menosvalia no povo.

Os poderosos, representados pelos dominadores das capitanias, os fazendeiros. Mesmo os dominados e os dominadores a serviço do sistema de interesse econômico dos governantes tornaram-se um povo a serviço dos países dominantes da ocasião. Com o passar dos tempos se tornaram iguais na acomodação e perpetuaram-se até os nossos dias em outras formas de domínio.

O poder econômico externo continua dominando a política e a ideologia; assim da mesma forma somos dominados hoje.

Na própria filosofia dos governantes, hoje estabeleceu-se uma relação entre pobres e ricos, do tipo nordestinos e “sudestinos”, produzindo um domínio cruel, que leva os mais fracos a se submeterem

aos mandantes pelas forças das armas ou da mística religiosa; aprendida, entendida e estendida.

Por menores que sejam as condições dos grandes centros o interior se submete aos sonhos de melhorar seu status social; nas cidades grandes se estabeleceram as favelas (não só nos morros) já que o domínio pela carência econômica e emocional, bem como a falta de solidariedade, não se circunscreve a lugares geográficos, mas ao mesmo princípio vivido naquele tempo em que a diferença socioeconômica determinava. Hoje essa diferença tem produzido inveja e disputa, gerando competições e violências rurais e urbanas incontroláveis.

IV - A força acomodadora do ProzacSendo o PROZAC ou fluoxetina

um inibidor/controlador da crise emocional, hoje usado como tranquilizante psiquiátrico, tornou-se uma camisa de força social, usada incontrolavelmente pelo sistema para “trazer paz social”. Os médicos receitam, as vizinhas recomendam e o poder administrativo e econômico divulga como fonte de tranquilidade e harmonia na autoaceitação e na convivência do brasileiro.

Com a arma poderosa do “controle social e emocional”, facilitada pelas forças do sistema o povo é dominado/amordaçado, tendo a lucidez inibida por falta de consciência de seu direito

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e o desvio da atenção pela mídia geral.

V - A religiosidade a serviço do sistema

Entendendo que o ser humano é um todo, embora os fundamentalistas considerem a possibilidade de a religião produzir paz social, o que não se comprova em estudos e práticas da vida, o sistema religioso (uso este termo para caracterizar um subgrupo a serviço do sistema) criou sua mídia própria com as mesmas armas do domínio, disfarçados de espiritualidade, reproduzindo o controle social a serviço de interesses variados, em que a força econômica sobressai independentemente dos valores éticos e morais. Já não havendo muito interesse de esconder o que eles mesmos criticam.

Vejam: Em que a mídia evangélica se assemelha ao PROJAC, definido acima?

VI - Controle socialEnquanto a mídia secular domina

o desejo e o interesse, a necessidade é criada pela propaganda maciça dos meios de comunicação. Esta é a mesma verdade na mídia evangélica. Num show dos cantores seculares e um do meio religioso – chamado Gospel – , na televisão ou nas praças e estádios com grandes palcos do consumo e domínio do desejo,

independendo do lado em que se esteja, o povo repete sem analisar; canta tudo, sabe todas as letras sem entender que estão ali como massa de manobra. Há na produção social desinteresse de estudar e entender; apenas estendem/ampliam.

VII - O sistema político e ideológico acolhe bem esta prática

Os crentes, não conscientes, acham que o Brasil está bem porque aqui há liberdade religiosa. É uma verdade que esconde um controle impiedoso que facilita aos religiosos os meios próprios para o domínio com franco interesse que a religião fique “livre”, porém a serviço do sistema.

VIII - Entre a providência e previdência

Os objetivos do PROZAC e do PROJAC são o controle social que o Estado patrocina/facilita. A expectativa dos religiosos de todos as matizes, em suas crises, tem sido entregue à providência divina, do tipo “só Jesus na causa”, “Deus é mais”. Um evangeliquês. Os críticos internos se estruturam na ideia de que nesta acomodação da demora da ação de Deus o tempo passa, o governo ganha tempo; com essa postura do povo – “entreguei para Deus” –,o sistema que deveria entrar com a Previdência deixa de cumprir

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a sua parte com o compromisso essencial de oferecer ao povo o que é sua obrigação de Estado: Saúde, Educação e Segurança - três fatores que hoje mais contribuem para as crises do povo trazendo depressão e outros fatores emocionais, sociais e espirituais.

Assim o Prozac e o Projac continuam como intermediários entre a dor do povo por um sonho de fé e de longa esperança nas misericórdias de Deus. O Senhor agirá quando Ele achar melhor – Soberania. Por outro lado a fé é “abundantemente exercitada” pelo povo.

ConclusãoOs evangélicos de vanguarda,

independentes de denominações, devem assumir esse lugar; não apostatando da fé no poder de Deus; antes reconhecendo soberania do Pai, estudando, analisando e assumindo uma lucidez para experimentar neste tempo a vida abundante que Jesus oferece (Jo 10) e viver a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2)

Pr. Alfredo Neves BrumE-mail: [email protected]

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As igrejas e a adoção de crianças

Um irmão em Cristo compartilhava comigo sua difícil experiência ao adotar

uma criança, especialmente porque ele não seguiu os ditames legais.

Numa audiência o juiz lhe disse que por pouco ele poderia ser preso, por ter tomado para si uma criança que não lhe fora juridicamente concedida.

É sabido das dificuldades existentes para quem deseje adotar uma criança pelas vias legais, mas não podemos de forma alguma concordar que uma criança seja entregue a uma família sem que os trâmites fixados na Lei sejam cumpridos, sob pena de ser viciado o ato.

O art. 19 da Lei 8.069/90, “Estatuto da Criança e do Adolescente”, registra que, “Toda criança ou adolescente tem direito

a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes”.

E, ainda o art. 20, “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.

Ressalte-se que o primado da sociedade civil contido na Lei é que a criança permaneça com sua família de origem, e mesmo na

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ausência dos pais, são chamados para tanto, os avós, tios etc.

E então diante da impossibilidade destes é que se abre legalmente a possibilidade de adoção, quando são destituídos judicialmente do poder familiar os pais. Por isso é crime receber uma criança da mãe, sem que seja efetuado todo um processo legal de adoção judicial.

Este ainda é um assunto restrito entre nós, exatamente porque “a fertilidade é tida como uma espécie de bênção”, e aí vários casais que têm dificuldades biológicas, sentem-se de certa forma excluídos da “bênção”, e carentes de orientação específica.

Como também temos casais que já têm filhos e querem adotar outros, mas sentem um rechaço da comunidade religiosa ao seu desejo, exatamente pela falta de conscientização.

A questão que surge entre nós é: as igrejas têm orientado sobre a adoção, sobretudo naqueles casos em que o casal deseja um filho, mas que pelas vias naturais não pode tê-lo?

Neste tempo de busca por “um mundo melhor”, a igreja não pode olvidar de orientar aqueles que pretendem ter filhos, para que o façam de forma planejada, inclusive, se for o caso, adotando.

Necessitamos orientar as famílias interessadas sobre as questões que

envolvem a adoção, seja no aspecto legal, social e espiritual.

Quem sabe, criar grupos de orientação, convidando pessoas competentes e comprometidas, efetuando parcerias com instituições que lidam com crianças que aguardam adoção, inclusive para oferecer apoio espiritual.

Algumas das principais regras para adoção, que devem ser seguidas, na Lei 8.069/90:

1. O menor deve estar com no máximo 18 anos, à data do pedido; a adoção atribui a condição de filho à criança adotada, inclusive o direito de herança; com a adoção, deixa de existir qualquer vínculo da criança com seus pais ou parentes;

2. Pessoas maiores de 18 anos, independentemente do estado civil, podem adotar uma criança ou adolescente;

3. 3- Os avós não podem adotar seus netos, assim como um irmão não pode adotar outro irmão;

4. Quem deseja adotar deve ter, pelo menos, 16 anos a mais do que a criança ou adolescente;

5. A morte dos adotantes não devolve o pátrio poder aos pais naturais;

6. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, para

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se avaliar se a constituição do vínculo será conveniente para a criança ou adolescente;

7. Com a adoção será lavrada nova certidão da criança, constando como pai(s), o(s) adotante(s), havendo o cancelamento do registro original da criança ou adolescente;

8. Não constará nenhuma observação nas certidões do registro da criança ou do adolescente;

9. A adoção é ato irrevogável, não podendo em qualquer hipótese “devolver-se” a criança adotada, após o “estágio de convivência”, exatamente porque se tornou filho, para todos os efeitos legais.

Estamos vivendo um tempo em que as Instituições Seculares têm incentivado a adoção sob o lema “adotar é um ato de amor”.

É hora de as igrejas darem uma efetiva contribuição, afinal foi um “ato de amor” da parte de Deus, nosso Pai, em Cristo Jesus, que nos fez “filhos por adoção”.

“Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos.” Sl 106.3

Gilberto Garcia é Mestre em Direito, professor universitário e

Especialista em Direito Religioso. Membro do Instituto dos

Advogados Brasileiros e autor dos livros: “O Novo Código Civil e as

Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia” e coautor da obra “Questões

Controvertidas – Parte Geral Código Civil” e “Novo Direito Associativo”,

Editora Método, e do DVD “Implicações Tributárias das Igrejas”, Editora CPAD. Gestor do site: www.

direitonosso.com.br

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Neemias e o desafio da reconstrução

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O livro de Neemias é o 16° do Antigo Testamento. Narra alguns fatos ocorridos com o povo judeu

cerca de 445 a.C. Contém inúmeras lições para os que desejam enfrentar os desafios da vida.

Neste 3° trimestre, nossa proposta será analisar cada capítulo deste precioso livro, destacando os pontos que julgamos mais relevantes para o crescimento pessoal do “estudante” e consequentemente das igrejas de nossa Convenção. Será uma excelente oportunidade para conhecermos alguns fatos e a situação social dos judeus, cerca de quatro séculos antes do nascimento de Jesus.

O líder Neemias tem sido, ao longo dos tempos, um exemplo. Sua vida já inspirou muitos escritores cristãos e não cristãos. Seus métodos têm sido utilizados por grandes empreendedores, que o elegeram como um líder de verdade. Para os pastores e demais ministros cristãos, a metodologia de Neemias deveria ser objeto de estudo constante devido a

sua riqueza relacional, profundidade espiritual e capacidade de discernir as armadilhas durante a caminhada.

John White, que se dedicou a analisar o livro e a vida de Neemias, escreveu uma excelente obra intitulada: “Encontrei um líder”. Sobre a relevância de Neemias, afirmou: “(...) Ele nos mostra o quanto vale a pena esperar em Deus em oração e que todo planejamento verdadeiro começa na presença d’Ele. Ele nos ensina o valor de manter os objetivos finais sempre em mente e também algo importante com sua atitude em relação ao dinheiro. Vemos ele mover-se de estresse em estresse e de força em força à medida que caminhava pelas portas do medo até o triunfo final (...)”.

O nosso desejo é que no fim deste trimestre todos os estudantes também possam, por experiência própria, dizer: “a alegria do Senhor é a nossa força” (8.10b).

Bom estudo!

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José Gomes da Silva FilhoNatural do Rio de Janeiro, nascido em

21/11/1969. Casado em 30/01/1993 com Sueli Gabilan C. L. da Silva, que é ministra de Música, pai de Jônatas e Joyce. Desde 02/12/1996 pastoreia a Igreja Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, 1994. Graduado em liderança avançada pelo Instituto Haggai Nacional, 2007. Graduado pelo MAPI-RJ no curso de Mentor Master, 2010. Atuou como membro do Conselho da CBF. Foi presidente da

ABAQUE (Associação Batista Queimadense) e atualmente é o presidente da OPBB (Subseção Queimadense).

Quem escreveu?

Jerusalém foi invadida pelos Babilônicos sob o comando de Nabucodonosor, dando início

ao cativeiro. A cidade foi totalmente arrasada (2Crônicas 36). Os judeus sofreram muito. Podemos ter uma ideia de tal sofrimento lendo o Salmo 137.

Após setenta anos de sofrimento, em 538 a.C. a poderosa Babilônia caiu nas mãos de Ciro, rei da Pérsia. Cumpria-se então a palavra do Senhor proferida por Jeremias (Jr 25.12; 29.10).

Em 536 a.C. Ciro proclamou um famoso edito autorizando o retorno dos judeus que haviam sido deportados para a Babilônia (2Cr 36.22,23). Ele mandou devolver os utensílios que pertenciam à casa do

Senhor que estavam em poder dos babilônicos (Ed 1.7). Foi um tempo de festa para os judeus (Sl 126).

Dois anos depois da volta do povo para Jerusalém, os judeus começaram a reconstruir o Templo de Deus (Ed 3.8). Os samaritanos fizeram oposição, criaram intrigas e conseguiram paralisar a obra por 15 anos (Ed 4.24). Os judeus ficaram desanimados.

Em 520 a.C., renasceu a coragem sob o impulso de dois profetas: Ageu e Zacarias (Ed 5.1). As obras recomeçaram e foi concluída por volta de 515 a.C. (Ed 6.15).

Quase um século após o retorno do exílio, a reconstrução de Jerusalém ainda não havia terminado. Era

Resumo histórico

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preciso reconstruir as muralhas, faltava dinheiro e alguém que liderasse a empreitada. Era necessário um líder forte para enfrentar principalmente os opositores samaritanos.

Em 445 a.C., Neemias, um alto funcionário judeu da corte do Rei persa Artaxerxes I, ao saber da situação miserável de Jerusalém (Ne 1.3), chorou de tristeza e resolveu agir após um longo período de oração e jejum. Com o auxílio do Senhor ele avançou (Ne 6.16). Conseguiu a permissão para ir a Jerusalém, recursos, etc.

Os habitantes de Jerusalém trabalharam com entusiasmo. Enfrentaram principalmente a oposição do governador de Samaria, Sambalá, além dos problemas internos. Mas sob a liderança de Neemias, após 52 dias de muito trabalho, os muros foram reconstruídos e a segurança da cidade restabelecida.

Ao lado de Esdras, Neemias incentivou a restauração da devoção e a valorização da lei. Foi necessário criar os fundamentos para as reformas nacionais, que causaram impacto por mais de quatro séculos antes do nascimento de Jesus.

Um olhar mais detalhado sobre os atos de Neemias pode significar a reconstrução daquilo que está derrubado

em nossas vidas. Neste precioso livro temos reveladas estratégias que nos ajudarão a enfrentar as diversas situações em nossa caminhada. Como afirmou Luiz Sayão: “São lições do passado para nos ensinar no presente e evitar as crises no futuro”.

(Fonte: A Bíblia em cores – Editora Rideel; Pequena Cronologia Bíblica – Editora Mundo

Cristão).

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Data do Estudo

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“Oh, como é doce trabalhar o dia todo para Deus e então deitar de

noite debaixo de seu sorriso!” (R. Murray M’Cheyne)

Introdução

A História de Neemias fascina qualquer pessoa interessada em fazer a obra de Deus.

Espiritualidade e Liderança são os assuntos principais do livro da Bíblia que tem o seu nome. Em nosso estudo, descobriremos pelo menos três fases da vida dele. 1ª - O copeiro (1.1 a 2.10); 2ª - O construtor (2.11 ao

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Data do Estudo

Neemias – Um servo disponível para Deus

Texto Bíblico: Neemias 11

fim do cap. 6); e 3ª - O governador (7.1 até o fim do livro).

O livro de Neemias registra detalhadamente os fatos acerca da reconstrução dos muros de Jerusalém, além das reformas realizadas entre o povo. Revela muitos personagens que estiveram ao seu lado e alguns opositores da obra. É uma história especial, inspiradora e motivadora.

Algumas informações são muito importantes para um entendimento parcial da história visando a uma boa sequência em nossos estudos. Se você ainda não leu o resumo histórico que

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está na págs. 26 e 27, sugerimos que o leia, antes de prosseguir com o estudo.

Neemias (consolo do Senhor) – Não há registro do tempo total de vida de Neemias nem da forma como morreu. Ele era filho de Hacalias, irmão de Hanani, trabalhou para o rei da Pérsia Artaxerxes I (465-424 a.C.) na corte em Susã, ocupando o cargo de copeiro do rei (1.1,11). Ele não era apenas um trabalhador da cozinha: ocupava um cargo de confiança: era um alto funcionário da corte. Uma de suas mais importantes responsabilidades era provar o vinho e os alimentos que seriam ingeridos pelo rei. Neemias era a garantia de que o rei jamais seria envenenado e, consequentemente, o Império, abalado. Segundo o escritor evangélico norte-americano 1Charles Swindoll, “Alguns historiadores da antiguidade supõem que o copeiro, com exceção da esposa do rei, era a única pessoa em posição de influenciar o monarca”.

A Importância dos muros – As cidades precisavam ser cercadas para se protegerem dos inimigos. Uma cidade sem muros estaria sempre vulnerável. Reedificar os muros era a recuperação da capacidade da cidade em proteger a população, abrigar as caravanas de mercadores e, como consequência, atrair o prestígio político e econômico para Jerusalém.

1 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

Uma visão geral de Neemias Neemias foi grande líder, cujo

exemplo de vida vem ao longo dos séculos influenciando muitas pessoas. Ele nos inspira a enfrentar com sabedoria e espiritualidade as batalhas do dia a dia. Sua capacidade de avaliar o passado, viver o presente e sonhar com um futuro se constitui num verdadeiro manual para todo aquele que deseja ser bem-sucedido diante dos desafios da vida.

Em todo o tempo Deus está à procura de pessoas como Neemias, para serem usadas na realização de sua obra. Das sete realidades apresentadas por 2Henry T. Blackaby e Claude V. King no livro “Conhecendo Deus e fazendo a sua vontade” é interessante em nosso estudo destacar a 1ª, 2ª, 3ª e a 6ª.1ª) Deus está agindo constantemente

ao seu redor;2ª) Deus busca um relacionamento

de amor contínuo com você que seja real e pessoal;

3ª) Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra;

6ª) É preciso fazer ajustes profundos na vida para juntar-se a Deus naquilo que ele está fazendo.

Deus estava agindo ao redor de Neemias. O Senhor tinha algo revolucionário para fazer na vida das pessoas que habitavam em Jerusalém. Precisava contar com um servo

2 BLACKABY, Henry T. e Claude V. King.Conhecendo Deus e fazendo a sua vontade. Life Way. São Paulo. 2001.

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comprometido, que o conhecesse na intimidade. O chamado de Deus nunca será por acaso. Na agenda de Deus não existem coincidências. Tudo tem um propósito e “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que o amam” (Rm 8.28).

Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas querem ser usadas por Deus sem ser antes moldadas por ele. Pessoas que muitas vezes estão perto da igreja, mas longe de Deus.

Um olhar mais detalhado no homem de Deus chamado Neemias revelará algumas qualidades necessárias aos que desejam ser usados por Deus para reedificar aquilo que está em ruínas.

1. Espiritualidade (1.4; 2.8; 2.20)Neemias era uma pessoa

dependente de Deus. Um homem de oração, que só tomava decisões após consultar o Senhor. Ele conhecia o caráter de Deus (1.8), confiava no poder dele (4.20) e tinha consciência de que o seu sucesso dependia de Deus (8.10).

Para estar a serviço de Deus será indispensável a virtude da espiritualidade. Sem ela faremos muitas coisas de valor para os homens, mas nada de valor para Deus. O missionário e missiólogo brasileiro 3Ronaldo Lidório afirmou: “Jesus conhece o secreto da sua vida. 3 LIDÓRIO, Ronaldo. Liderança e integridade. Ed. Betânia. Belo Horizonte. 2008.

É certo que ele não se impressiona com as grandes construções que você levantou, as realizações aclamadas por multidões ou as teses defendidas debaixo dos holofotes. O carpinteiro olha direto para o seu coração e vasculha a sua alma. E é justamente nesse campo que você será encontrado fiel, ou não”.

2. Empatia (1.4; 1.6; 2.17; 4.21)Neemias sentiu a dor daqueles

que estavam sofrendo em Jerusalém. Pessoas que ele não conhecia pessoalmente, mas que precisavam de alguém que trabalhasse em favor delas. A empatia é uma virtude que leva a pessoa a sentir o que o outro está sentindo. Neemias demonstrou empatia ao lamentar e chorar pela situação das pessoas que estavam sendo humilhadas em Jerusalém.

A obra de Deus precisa de pessoas empáticas. Gente capaz de sentir a dor do outro. O envolvimento na obra de Deus depende da capacidade do crente em perceber as necessidades que precisam ser atendidas. Muitas famílias estão em crise. Os missionários precisam de auxílio. Os ministérios precisam de líderes. Há muitas visitas por fazer. Almas estão perecendo sem Cristo. Em cada situação há muita dor. Somente os cristãos empáticos dirão: “Eis-me aqui, envia-me (Is 6.8).

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Segunda

Leitu

ras

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ias Terça

QuartaQuintaSextaSábadoDomingo

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3. Visão (2.5; 2.20; 6.3)Segundo 4George Barna, “visão

é uma nítida imagem mental de um futuro desejável concedida por Deus aos seus servos escolhidos, baseada numa compreensão correta de Deus, do ego e das circunstâncias”. John Richardson definiu as pessoas em três espécies: “Aquelas que deixam acontecer, aquelas que fazem acontecer e aquelas que se espantam com o que aconteceu”.

Neemias fazia parte do grupo de pessoas que fazem acontecer. Em meio ao caos, ele conseguiu visualizar a cidade restaurada. Ele sabia que a mão do Senhor estava com ele e por isso a vitória seria apenas uma questão de trabalho, tempo e submissão à vontade de Deus (6.3).

Por ser um homem visionário, Neemias tornou-se o maior defensor da restauração dos muros de Jerusalém. Por intermédio de sua motivação, empenho e visão, a realidade dos habitantes de Jerusalém mudaria para sempre.

Nossas igrejas precisam de homens e mulheres de visão. Pessoas que consigam ver o que poucos conseguem ver. Pessoas ousadas que sabem por experiência própria que “a alegria do Senhor é a nossa força” (8.10). Precisamos orar todos os dias conforme

4 BARNA, George. Transformando a visão em ação. Ed. Cristã Unida. São Paulo. 1997.

cantamos: “Abre meus olhos, dá-me visão, Senhor” (546 HCC).

ConclusãoPrecisamos de mais servos de

Deus como Neemias. Pessoas disponíveis que evidenciem virtudes como espiritualidade, empatia e visão. Deus só comunicará seus planos aos servos que se preocuparem em nutrir uma espiritualidade saudável e obedecer a ele em qualquer circunstância. Precisamos abrir os nossos olhos porque visão ministerial sem espiritualidade não vem de Deus.

Para discussão em classe1. Qual o resultado prático da

falta de espiritualidade no desenvolvimento da igreja?

2. Por que é tão difícil em nossos dias sentirmos a dor do outro?

3. Que tipo de pessoa temos sido: “As que deixam acontecer, as que fazem acontecer ou aquelas que se espantam com o que aconteceu”?

Filipenses 3.13,142Timóteo 2.15 2Coríntios 4.8-11 Gálatas 5 Gálatas 6.1-10 Hebreus 12.1 Colossenses 1.24

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Data do Estudo

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“Deus colocou alguns homens acima dos Reis, ao dar-lhes uma missão para cumprir e não uma

posição para ocupar.” (Alexandre Dumas)

Introdução

Neemias foi um homem de fé, íntegro, determinado, servo, comedido, empático e

inteligente. Ele sabia o momento certo de ouvir e falar. Ele demonstrou prontidão para obedecer ao Senhor. Sua maior qualidade talvez fosse a sua capacidade de se relacionar com Deus.

Nesta segunda lição daremos ênfase ao sentimento de Neemias e a sua capacidade de reação diante das calamidades. Assim como ele, estamos ou estaremos diante de inúmeras situações calamitosas, que exigirão posturas sábias visando a atitudes corretas e restauradoras. Na família, na igreja ou no contato direto

com a sociedade, seremos desafiados a reconstruir.

Precisamos estar preparados porque o inimigo não está para brincadeira (Jo 10.10). Algumas situações exigirão uma resposta rápida de nossa parte. Para o escritor 1Charles Swindoll, “Quanto mais você esperar, mais oportunidades dará ao Diabo para invadir, enfraquecer e por fim estilhaçar a sua família”, seus relacionamentos, seu ministério, seu trabalho, etc.

No primeiro capítulo de Neemias podemos destacar três atitudes que poderão nos ajudar diante das calamidades:

1. Coragem para avaliar (1.1-3)Não podemos temer as perguntas.

Neemias teve coragem de perguntar a seu irmão Hanani acerca dos judeus que

1 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

Texto bíblico: Neemias 12

Conhecendo os fatos

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escaparam, os sobreviventes ao ataque dos babilônios e que permaneceram vivendo em Jerusalém. Teve como resposta a má notícia de que as pessoas passavam por sofrimentos e humilhações e a cidade estava arruinada.

Infelizmente, diante das calamidades, ao invés das perguntas é mais fácil optar pelo silêncio, evitando o confronto e o possível envolvimento nas situações. Há um ditado que diz: “É melhor ficar vermelho uma vez na vida do que amarelo a vida toda”. Para não correr riscos, muitos se omitem diante dos problemas pessoais: fingem não ver nada, optam pela apatia, pela indiferença, seja diante de Deus, na família, consigo, no trabalho ou na igreja. Evitam correr riscos.

Objetivando um viver saudável precisamos fazer boas perguntas. Um bom exemplo foi o consagrado e paciente Jó, que constantemente avaliava a conduta espiritual de sua família (Jó 1.5). Ao perguntar poderemos nos surpreender com as respostas. Mas somente perguntando e tomando conhecimento dos fatos, sonharemos com os dias de celebração (8.10).

Há quanto tempo você não faz uma pergunta sobre os fatos que envolvem sua própria vida? Está tudo bem com você? Sua família como está? Você tem sido um bom servo de Deus? Um crente produtivo, um irmão de verdade? Quem pergunta rompe com o silêncio, quer ouvir algo, pode sonhar com dias melhores.

2. A capacidade de chorar (1.4)Neemias chorou quando tomou

conhecimento dos fatos que assolavam seus familiares e a cidade. As lágrimas de Neemias demonstram a sua capacidade de sentir a dor do outro (empatia) mesmo estando distante. Seu pranto pode significar o início do seu compromisso com aquela triste situação. Foram dias chorando!

O mundo individualista, centrado no capital e no sensacionalismo em que vivemos tem contribuído para que nos tornemos insensíveis aos problemas do dia a dia. A multiplicação da iniquidade (Mt 24.12) também tem nos impedido de sentir e, consequentemente, de chorar. Situações que deveriam impedir nosso sono se tornaram tão corriqueiras que já não sentimos mais nada. Precisamos resgatar a capacidade de chorar. Jesus, o nosso maior exemplo, chorou diante do caos observado em Jerusalém (Lc 19.41,42). Também chorou na casa de Lázaro (Jo 11.35).

Você tem chorado pelos problemas do nosso tempo cuja origem é o pecado, que assola a humanidade? Você ainda chora diante da notícia de mais um divórcio que destruiu um lar? Você chora ao ver seres humanos “perambulando” pelas ruas, embriagados, drogados, abandonados? Você chora diante de um homicídio? Você chora pelos irmãos que optaram por viver no pecado, abandonando a igreja? Você

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chora pelos seus entes queridos que ainda não aceitaram o plano de Deus e que por isso estão correndo o risco da perdição eterna?

Nossas lágrimas podem significar o início de nossas ações. Neemias sentiu o problema e resolveu agir.

3. Buscou a orientação de Deus (1.5-11)

No momento em que algo nos incomoda, nossa primeira ação deve ser passar um tempo de qualidade em oração. Neemias buscou a orientação de Deus antes de dar qualquer passo visando à restauração do caos em Jerusalém. Ele orava constantemente (2.4; 4.4; 4.9; 5.19; 6.14;) O resultado foi que “a obra foi executada com a ajuda de Deus” (6.16). Quantas vezes colocamos tudo a perder porque pulamos esta etapa. O momento de jejum e oração de Neemias foi o maior investimento que ele poderia ter feito em busca da orientação e da força necessárias para ação. Ele fez conforme o rei Jeosafá, que diante de uma grande ameaça não ousou agir, antes “decidiu consultar o Senhor, e proclamou um jejum em todo o reino de Judá” (2Cr 20.3). Deus sempre tem uma ação “aparentemente” absurda para colocar a serviço do seu povo. Jeosafá venceu cantando. Precisamos confiar na palavra do Senhor: “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jr 33.3).

O grande pastor batista inglês do século 19, 2C. H. Spurgeon afirmou: “Sempre que Deus deseja realizar algo, ele convoca seu povo a orar”. Erramos ao tentar resolver nossos problemas sem antes dedicar um tempo de qualidade em oração. Jesus Cristo nos deixou o seguinte alerta: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Precisamos tomar cuidado. Segundo o pastor 3Ronaldo Lidório, missionário brasileiro “Uma das maiores barreiras para uma vida devocional é o próprio ministério. Com um envolvimento integral no ministério, é muito fácil não encontrarmos tempo para a oração, leitura e reflexão na Palavra por estarmos ocupados trabalhando para o Senhor”.

O conteúdo da oração de Neemias revela a sua dignidade diante de Deus. Vale a pena atentar para as palavras que ele disse ao Senhor:

Ele demonstrou que confiava no poder da oração (5,6) – O contrário de devoção pode ser a “arrogância”. O cristão que não dedica tempo à oração precisa rever urgentemente a sua conduta. A orientação é “Orar sempre” (1Ts 5.17). Deus nos fala por intermédio da oração!

Não podemos abrir mão da oração. Sabiamente afirmou o pastor 4Israel

2 MAXUEL, John. Parceiros de Oração. Ed. Betânia. Belo Horizonte. 1999. 3 LIDÓRIO, Ronaldo. Liderança e integridade. Ed. Betânia. Belo Horizonte. 2008. 4 AZEVEDO, Israel Belo. Academia da Alma. Convicção Editora. Rio de Janeiro. 2007.

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Belo de Azevedo: “Deus não nos pede que não andemos, não corramos, não lutemos, mas que andemos e corramos e lutemos com os olhos fixos n’Ele, alimentados por Ele”.

Ele não perdeu tempo acusando terceiros (7) – Neemias optou por admitir que era parte do problema embora não morasse em Jerusalém. Ele residia em Susã, a capital do Império Medo-Persa e era o copeiro do rei. Poderia ter dito a Deus que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo com os judeus. Mas Neemias não foi um acusador e sim um servo disposto a fazer a diferença. Envolveu-se na situação entendendo que o problema também era seu. Ele disse: “Agimos (...) Não temos ...”.

Ele reivindicou as promessas de Deus e colocou-se inteiramente à disposição do Senhor (8-11) – Ele conhecia os feitos de Deus ao longo da história. O conteúdo de sua oração revela isso. Neemias sabia quão grande seria a sua batalha para reedificar Jerusalém e proporcionar aos judeus dias melhores. Ele colocou-se à disposição de Deus consciente de que precisava da mão poderosa do Senhor ao seu lado, abrindo as portas, transformando situações, apaziguando corações e preparando o coração do seu chefe (o rei Artaxerxes I).

Para discussão em classeOs primeiros passos de Neemias

diante do caos em Jerusalém podem

nos levar a pensar em algumas situações do nosso próprio dia a dia:1. Por que ao invés de formularem

boas perguntas visando identificar e resolver os problemas, muitos preferem deixar o tempo passar cultivando assim a indiferença?

2. O que podemos fazer para resgatar a capacidade de chorar pelas calamidades que estão em nossa volta?

3. Por que a oração, mesmo sendo uma “arma” tão poderosa e recomendada por Deus, ainda é tão negligenciada pelos cristãos?

4. O que uma pessoa pode fazer para, ao invés de perder tempo acusando terceiros, contribuir com a resolução dos problemas?

Momento de oração1. Ore pedindo a Deus que mostre

as situações que precisam ser restauradas em sua vida, família, igreja, etc.

2. Ore pedindo a Deus que abra as portas para que a restauração aconteça começando em você.

Tiago 1.19-27Tiago 5.7-161Pedro 2.4,51Timóteo 5.8Filipenses 2.13-162Coríntios 10.3-6João 15.1-16

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cerca de quatro meses, de quisleu (Nov/Dez) a nisã (Mar/Abr), trabalhando o assunto no coração, havia chegado a hora de começar a agir. Parece que para Neemias o simples fato de ele ter tomado conhecimento do caos em Jerusalém o tornara responsável por aquela situação. Eis uma verdade a ser considerada: toda vez que Deus nos mostra uma situação que precisa ser resolvida, nos tornamos responsáveis por ela. As coisas estavam só começando. Segundo o pastor e escritor 2John C. Maxwell, “O sucesso é alcançado em centímetro, não em quilômetros”.

Quais foram as circunstâncias que levaram Neemias a sair de onde estava para restaurar os muros de Jerusalém e a dignidade dos judeus?

1) O problema atingiu a sua alma (1-3)O regulamento do palácio exigia

que os servos do rei demonstrassem alegria em sua presença. A tristeza

2 MAXUELL, John C. A Jornada do Sucesso. Mundo Cristão. São Paulo. 1997.

“O ministério que nada custa, nada realiza.” (J. H. Jowis)

Introdução“Se nada muda, nada muda!” Eis

uma grande verdade compartilhada por muitas pessoas que desejam mudar as circunstâncias de suas vidas sem tomar nenhuma decisão e muito menos partir para a ação; pessoas que não querem pagar o preço que Neemias pagou ao decidir tomar parte não apenas do problema mas também da solução. 1Nolan Bushnell, fundador da empresa de jogos eletrônicos da Atari, disse: “Todo mundo tem uma ideia no chuveiro, mas os bem-sucedidos saem do chuveiro, secam-se e fazem alguma coisa com relação à ideia que tiveram”.

Neemias havia pedido ao Senhor em oração a benevolência do rei. Ele não conseguia mais controlar suas emoções; o chamado de Deus se tornara a sua razão de viver, a sua “paixão”. Após

1 MAXUELL, John C. A Jornada do Sucesso. Mundo Cristão. São Paulo. 1997.

Data do Estudo

LicaoTexto Bíblico: Neemias 2.1-9

3

Saindo da comodidade

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não deveria ofuscar a felicidade real nem a paz do palácio. Neemias exercia uma função importante. Como copeiro real, ele funcionava como um assessor que constantemente estava na presença do rei. Era um cargo de prestígio e de muita influência na corte. Neemias afirmou: “Nunca antes eu tinha estado triste na presença dele”. Mas não teve jeito, ele não conseguiu esconder a sua tristeza, que tinha como fonte a situação caótica do seu povo. O rei percebeu e identificou a tristeza como sendo do coração. Neemias teve medo.

A tristeza da alma nos expõe diante dos outros. Foi o que aconteceu com Neemias, que já não sabia mais o que fazer. Não é difícil perceber pessoas tristes em nossos dias. Um pouco mais de atenção aos seres humanos que nos cercam poderá contribuir para aumentar a nossa percepção. Será que não estamos convivendo com pessoas tristes dentro da mesma casa? Há algum irmão, algum líder triste em nossa igreja? Por que o colega de trabalho está tão diferente? Certamente há pessoas como o salmista que disse: “Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite” (Sl 42.3a). Para ajudar nossos familiares, irmãos ou amigos, seus problemas precisarão atingir a nossa alma. Pessoas indiferentes nada fazem pelos outros.

A fonte da tristeza de Neemias era a situação dos seus semelhantes (v.3). Ele estava expondo a sua reputação

e até mesmo a sua integridade física por causa da dor causada pelas notícias de Hanani, meses atrás. Mas para sua surpresa, a sua oração (1.11) estava sendo respondida naquele momento. Deus estava transformando o inflexível rei persa Artaxerxes I num benevolente rei, ao dizer: “O que você gostaria de pedir?”. Ao analisar estes fatos, o escritor e pastor Charles Swindoll, no livro “Liderando em tempos de crise”, concluiu que:

“Mudar o coração é especialidade de Deus – Não devemos tentar manipular pessoas, devemos falar com Deus sobre elas”.

“Orar e esperar andam de mãos dadas – Desista das suas próprias soluções e deixe Deus no controle”.

Como seria interessante ter acesso à rápida oração que Neemias fez na presença do rei (2.4b). Em silêncio ele deve ter louvado a Deus e se consagrado pelo que ainda teria que fazer. Num momento de extrema tensão só mesmo a oração para nos acalmar.

2) Ele resolveu agir para mudar a situação (v.5)

Neemias fez um discurso magnífico na presença do rei. Ele abriu o seu coração, revelando tudo que estava sufocando sua alma. Seu precioso cargo não mais o satisfazia como antes. Ele só pensava em reconstruir a cidade de seus pais. Estava abrindo mão do conforto de Susã

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e do seu “cobiçado” emprego. Ele verdadeiramente teve de sair do seu conforto para mudar aquela situação.

Até onde estamos dispostos a ir? Nosso problema não são os projetos, não é a falta de informação nem mesmo a falta de recursos. Nosso problema são as pessoas que hoje estão resistentes a saírem da sua comodidade para abençoar vidas. Poucos estão dispostos a dizer como Paulo: “Mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho da graça de Deus” (Atos 20.24). Crescem nas igrejas o número de espectadores enquanto faltam obreiros para a seara. Talvez estejamos confundindo adesão com conversão.

Devemos lembrar que nossa vida deve pertencer ao Senhor integralmente. Muitas vezes Deus levanta um servo para reconstruir um ambiente caótico dentro de uma família, empresa, faculdade, vizinhança, etc. Precisamos orar conforme Neemias para saber onde é a nossa Jerusalém. Para um verdadeiro servo de Deus não existirá distinção entre vida espiritual e vida material porque devemos adorá-lo na totalidade de nosso ser (Dt 6.5).

3) Ele determinou um prazo (v.6)Sonhe diante de Deus. Faça alvos

práticos e realistas para mudar as

situações reveladas por Deus. Visualize pela fé o tempo de celebração. O dia em que você cantará na presença de Deus um hino de vitória. Leve a sério aquilo que Deus lhe revelou na lição anterior. (Se você ainda não teve o momento de oração, não continue antes de fazê-lo).

Um dos maiores perigos para nossa espiritualidade é a negligência. “Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos” (Hb 2.1). Quando Deus nos mostra algo que precisa ser feito, devemos simplesmente obedecer a ele cumprindo a sua ordem. Não precisamos temer as adversidades. Precisamos apenas avançar ao lado do Senhor.

Não espere soluções fáceis e rápidas. Faça planos a médio e longo prazos. Lembre-se de que Neemias levou cerca de 12 anos para cumprir sua missão.

4) Ele solicitou ajuda (vv.7-9)Neemias não era daqueles que

acham que podem fazer tudo sozinhos. Ele solicitou a influência do rei. Ele já obtivera a ajuda do Senhor. “Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim”. Todos nós podemos ter certeza de que Deus estará ao nosso lado sempre que, chamados por Ele, nos envolvermos com a reconstrução daquilo que está destruído. Fomos comissionados para

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reedificar vidas, famílias, povos, etc. Precisamos transformar nossa missão em ação!

Neemias também precisaria abrir caminhos entre os homens. Ele precisaria da influência do rei. Ele não ficou envergonhado, pediu cartas, madeira e foi atendido. Ele, como um homem correto em seu trabalho, gozava de boa reputação diante do rei, que era o seu patrão. O dia a dia de Neemias antes do seu chamado se constituiu numa porta aberta para o agir de Deus. Precisamos entender que nossa justiça diante dos homens poderá se constituir numa porta aberta para atingirmos os objetivos de Deus.

Vivemos num país onde a corrupção goza de um glamour devido à impunidade. Onde o errado “parece” ser o certo. Precisamos vigiar, pois nossa justiça deve exceder à deste mundo (Mt 5.20). Precisamos viver em sociedade conforme a orientação do apóstolo Paulo: “(...) obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Cl 3.22,23).

“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

ConclusãoNeemias abriu mão de tudo para

fazer a vontade de Deus. O futuro ainda era uma incógnita para ele e mesmo assim ele não hesitou em fazer a obra, partiu para reconstruir os muros de Jerusalém e restaurar a dignidade dos judeus. Quais os problemas que atingem hoje a sua alma? O que significaria para você aceitar o desafio de sair da comodidade?

Para discussão em classe1. Como anda a reputação do povo

de Deus nas empresas? O que os patrões ímpios teriam a dizer de nós?

2. Você acredita que Deus pode mudar corações?

3. Quais são os maiores empecilhos às mudanças? Por que poucos se apresentam para o trabalho?

Momento de oração1. Ore pelas pessoas do seu convívio

que precisam de quebrantamento.2. Ore pedindo a Deus que revele se

há alguma comodidade em sua vida capaz de impedir o agir dele.

Lucas 19.41,42Isaías 6.5-8Lucas 10.2,3 Josué 1.8,9Êxodo 3.7-20 Salmo 121 Gênesis 12.1-9

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Data do Estudo

Licao

O exemplo de Neemias poderá nos fornecer algumas respostas. Ele nos ensina que antes de colocarmos a “mão na massa” é necessário investir um tempo considerável para planejar cada ação, conhecer a cultura e o ambiente da mudança. Vamos considerar pelo menos três etapas que Neemias teve que vencer antes de iniciar a restauração dos muros de Jerusalém. Os princípios que veremos agora poderão ser aplicados em todas as áreas de nossa vida.

1°) Observação (2.11-15).Para muitos os primeiros passos

de Neemias em Jerusalém foram decepcionantes. Durante três dias ele permaneceu em silêncio observando

“A pergunta que cada homem deve fazer não é o que faria se tivesse os

meios, tempo, influência e formação, mas o que vai fazer com o que tem”.

(Hamilton Mabie)

Introdução:

Começar qualquer projeto é um desafio, pois exige equilíbrio diante da vontade de resolver as

coisas do modo mais rápido possível. Quantos ministérios não foram adiante porque seus líderes foram reprovados exatamente no inicio? Quantas campanhas fracassaram devido à precipitação dos que tinham a missão de conduzi-la? Onde foi que erramos? Faltou planejamento? Onde estavam as pessoas?

Texto Bíblico: Neemias 2.11-184

É hora de começar

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os fotos ao seu redor. Acompanhado apenas de alguns amigos, ele optou por averiguar com os próprios olhos as informações do seu irmão Hanani (1.3). Ele não cedeu a tentação de agir precipitadamente ou a de iniciar a obra sem o devido planejamento. Neemias soube controlar as suas emoções. Ainda não era hora de compartilhar os sonhos que Deus havia colocado em seu coração. Ele optou por sair à noite examinando cada detalhe, discernindo de porta em porta as implicações do desafio que tinha pela frente.

Jesus nos ensinou em Lucas 14.28 que tentar empreender sem planejar é sinônimo de zombaria. Crescemos ouvindo que a “pressa é inimiga da perfeição” e mesmo assim ainda ouvimos histórias de grandes projetos que fracassaram devido à precipitação de seus líderes. Porque isso ainda acontece?

Podemos compartilhar duas possíveis respostas. A primeira é a cultura do ativismo que nos leva a pensar que a espiritualidade vem pelo muito fazer na igreja. Infelizmente em algumas mentes ainda “repousa” a ideia que trabalho ministerial é sinônimo de espiritualidade. A segunda é a necessidade de mostrar as outras pessoas que estamos fazendo alguma coisa. É a sedução da publicidade que muitas vezes maquia a realidade. Neemias contrariou tais práticas, tão comuns em nossos dias, ao optar por um

período de silêncio. Ele não tocou nas ferramentas, priorizou ficar recluso enquanto preparava, ao lado do Senhor, a melhor estratégia. No período de observação, Ele preferiu a noite sombria e reflexiva com poucas pessoas ao seu lado.

Neemias não estava interessado em ser popular e tampouco desejava provar algo para alguém. Seu chamado seguia uma regra básica de liderança espiritual. Seu objetivo era “levar as pessoas de onde elas estavam para onde Deus queria que elas estivessem”. Como um bom visionário ele sabia que o futuro poderia ser bem melhor.

Neemias era o líder. Precisava conhecer os detalhes daquele grande desafio. Retirado ao lado de Deus, ele trabalhou a sua mente. O segredo do sucesso da liderança espiritual não são os momentos que passamos diante dos homens, mas o tempo de qualidade dedicado na presença de Deus. “O cristão que tem o sorriso de Deus não precisa de sinal de status”. (Leonard Ravenhill)1.

Neemias nos ensina a observar mais, falar pouco e dedicar um tempo considerável na presença de Deus visando alimentar no coração com o chamado divino. Os escritores 2Henry & Richard Blackaby nos revela uma grande verdade, no livro A liderança espiritual: “Deus não quer que as 1 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1984.2 BLACKABY, Henry & Richard. Liderança Espiritual. Bompastor. São Paulo. 2007.

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pessoas façam o que elas acham ser o melhor: ele quer que façam o que ele sabe ser o melhor, e não há raciocínio ou inteligência que possa descobrir isso. O próprio Deus precisa revelar o que é o melhor. O Espírito Santo de Deus revela sua vontade àqueles que estão à procura de sua mente e coração”.

2°) Mobilização (2.16-18a). Neemias sabia que o sonho que

Deus havia plantado em seu coração precisava ser compartilhado com as pessoas ao seu redor. Até aqui ele ainda não tinha ninguém ao seu lado. Ele jamais conseguiria obter sucesso trabalhando sozinho e por isso, desafiou aquelas pessoas a saírem da situação humilhante em que se encontravam.

Aa palavras de Neemias (V.17) deixa claro que o problema também era dele. Perceba que os termos (...estamos...vamos...fiquemos). Para os que estão à frente de qualquer projeto, eis uma grande lição: “Quando você culpa e critica as pessoas, sufoca a motivação. Quando se identifica com o problema, encoraja a motivação” (Charles Swindoll)3.

A tarefa que está em nossas mãos não pode ser considerada de um homem só ou apenas de um grupo. Nós somos a igreja, o corpo de Cristo que composto de vários membros

3 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

precisa avançar unido e mobilizado (I Cor 12.27). Só assim poderemos restaurar aquilo que está destruído ao nosso redor. Unidos somos mais fortes!

Neemias demonstrou alguns sentimentos indispensáveis para uma boa mobilização: 1. Avaliação realista do presente –

“Vejam a situação terrível em que estamos”.

2. Visão positiva e equilibrada quanto ao futuro – “Venham, vamos reconstruir...”

3. Compartilhou aquilo que Deus estava fazendo – “Também lhes contei como Deus...”.

Esses princípios poderão ser aplicados em qualquer área da vida.

3°) Ação (2.18b)Neemias agora tinha ao seu lado

pessoas conscientes e motivadas. Agora sim ele tinha liderados, pois disseram: “Sim, vamos começar a reconstrução”. O chamado de Deus passou a ser de todos que corajosamente admitiram pagar o preço para que aquela situação humilhante fosse mudada. Não adiantaria ficar de longe olhando e nem questionar o projeto. Agora só havia espaço para quem quisesse “chegar junto”.

Temos aqui outra equação muito simples que poderá nos ajudar nos grandes desafios eclesiásticos que teremos pela frente.

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Salmo 121.Salmo 91.Salmo 40.Salmo 46.Salmo 62. Salmo 100Salmo 23

A obra de Deus avança com pessoas corajosas. Gente capaz de vencer os obstáculos visando a dias melhores. Foi assim na igreja primitiva quando os primeiros cristãos enfrentaram ameaças e até mesmo a morte em nome do Senhor. Eles se alegravam por serem dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus (At 5.41).

Sabemos que os recursos materiais são necessários para realizarmos a obra hoje, mas jamais poderão substituir a coragem para o exercício do ministério. “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (1Co 15.58).

Assim como Deus exigiu de Josué, precisamos “temperar” nossas ações ministeriais com força e coragem (Js 1.6), para que possamos herdar as bênçãos do Senhor.

ConclusãoNesta lição aprendemos que ao invés

de optarmos pela pressa, precisamos vencer cada etapa com muito equilíbrio e total dependência de Deus. Cada membro tem uma parte a realizar nos desafios diários que Deus coloca para a igreja. Cada líder deve nutrir momentos íntimos com o Senhor permitindo que Deus trate primeiro o seu próprio coração para depois influenciar outros. Assim todos caminharão corajosamente para realizar a obra de Deus.

A percepção espiritual de Neemias foi um grande diferencial na sua maneira de conduzir cada etapa do seu ministério. Ele resistiu à tentação de “mostrar serviço” aos homens. Seu compromisso acima de tudo era com Deus. Ele só agia com o aval de Deus. Seus passos eram passos de fé. Foi assim que ele conseguiu mobilizar os judeus que corajosamente se uniram em busca de um futuro melhor.

Para discussão em classe?1. O que pode levar um bom projeto

não dar certo? 2. O que podemos fazer para

entender melhor a cultura das pessoas que almejamos influenciar?

3. Em sua opinião, quando o assunto é a ação ministerial, quais são os maiores erros que podemos cometer?

Momento de oração1. Ore para que Deus nos dê

equilíbrio na hora de agir.2. Ore pelos que estão ao lado dos

líderes.

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perseguiram, também perseguirão vocês (...)” (Jo 15.20). O nosso Senhor orou ao Pai por nós: “Não rogo que os tires do mundo, mas que os proteja do Maligno” (Jo 17.15).

O inimigo tem investido contra a igreja militante, e seu intento é desencorajar, criar contendas, dividir e por fim fazer cessar a grande obra que estamos realizando em nome do Senhor Jesus. Infelizmente a nossa história tem registrado um grande número de pessoas que caíram diante dos ataques do inimigo, e por isso paralisaram a obra que lhes tinha sido confiada pelo Senhor.

A Bíblia, nossa única regra de fé e prática, por intermédio do exemplo de Neemias, nos orienta quanto ao desafio de lidar com a oposição destrutiva que tentará de diversas maneiras nos paralisar.

“Se você anda com Deus, será criticado. O único meio de evitar a critica é não fazer nada e não ser nada. Quem realiza coisas, inevitavelmente, atrai critica”.

(John L. Mason)

Introdução

A oposição destrutiva é algo presente no dia a dia ministerial. Todo líder eclesiástico sabe

o que é lidar com as situações plantadas pelo inimigo. A igreja de Cristo confronta constantemente os interesses de Satanás e este tem os seus próprios meios para tentar nos intimidar visando à paralisação da obra de Deus. Satanás se levantou contra Jesus, contra os discípulos, contra o apóstolo Paulo, contra a igreja primitiva e tem se levantado contra as igrejas em nossos dias. Fomos alertados por Jesus: “... Se me

Texto Bíblico: Neemias 2.19,205

A oposição e o desafio de continuar

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Neemias e os opositores Uma forte oposição se levantou

contra Neemias e os demais israelitas durante o tempo dedicado à reconstrução dos muros de Jerusalém. Foram momentos de tensão e provação para os que estavam empenhados na obra. Sambalate, Tobias e Gesém foram os principais opositores por uma razão bem simples: eles não queriam o bem dos Israelitas (2.10).

As ações dos inimigos visando à paralização da obra• Zombaria e desprezo (2.19; 4.1-3).• Ameaças de ataques visando

desestabilizar os trabalhadores (4.8).

• Falsa aliança (6.2).• Calúnia (6.5-7).• Armadilha (6.10).• Infiltração (6.17;13.4).

A resposta de Neemias para cada investida dos seus inimigos

O pastor batista 1Martin Luther King Jr. (1929-1968), cujo sonho inspirou toda a nação americana a enfrentar o preconceito racial, afirmou: “A medida final de um homem não está onde ele fica nos momentos de conforto e conveniência. Mas onde ele fica nos momentos de desafio e polêmica”. A história de Neemias nos cativa pelo

1 MASON, John L. O Bom é inimigo do ótimo. Ed. Legado. Belo Horizonte. 2004.

fato de ele ter permanecido ao lado de Deus apesar das circunstâncias (6.9). Enfrentou seus opositores sem abrir mão da ética e do seu compromisso com o Todo-Poderoso. Vejamos como ele se portou diante de cada ataque:

ZOMBARIA – Neemias confiou no poder de Deus (2.20). Ele manteve o foco e deu sequência ao trabalho. Entregou para Deus os seus opositores e confiou seus sentimentos a Deus em oração.

Quantas vezes, motivados por uma nova etapa a ser vencida na igreja, somos desafiados a lidar com algumas pessoas que zombam das nossas ações por meio das criticas excessivas e destrutivas, palavras depreciativas, etc. Em momentos assim, precisamos manter o foco e trabalhar. A maior resposta que membros focados podem dar aos opositores será o trabalho em obediência à vontade do Senhor.

AMEAÇA DE ATAQUE – Neemias usou duas armas frente à ameaça dos inimigos. A primeira foi a oração e a segunda foi a vigilância. O inimigo é mestre em tentar desestabilizar os servos de Deus. Novamente citamos o exemplo do rei Jeosafá (2Cr 20), que preocupado com a informação que um poderoso exército vinha na direção do seu povo resolveu orar e jejuar ao Senhor. Suas palavras mostram a sua confiança no Altíssimo: “Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que vem nos atacar. Não sabemos o que fazer,

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mas os nossos olhos se voltam para ti” (20.12). A resposta do Senhor, dada por Jaaziel, foi a seguinte: “Não tenham medo nem fiquem desanimados por causa desse exército enorme. Pois a batalha não é de vocês, mas de Deus” (20.15).

Haverá momentos em nossa caminhada em que não saberemos o que fazer; passos duvidosos sempre serão perigosos. O nosso Deus, onisciente, conhece todas as coisas e o melhor a fazer é depender dele. “Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação” (Salmo 62.1).

FALSA ALIANÇA – Neemias não foi inocente a ponto de confiar naqueles que estavam tramando o mal contra os israelitas. Ele não cedeu aos apelos dos inimigos, manteve o foco no trabalho que precisava ser executado (6.3). Em sua agenda não havia tempo para ser desperdiçado com encontros improdutivos com pessoas que estavam tramando contra o projeto que Deus havia entregado em suas mãos.

Precisamos abrir os nossos olhos para não cedermos aos apelos daqueles que nos procuram com propostas que nos afastarão de Deus.

CALÚNIA – Neemias continuou trabalhando e mais uma vez entregou tudo nas mãos do Senhor (6.9). A ameaça feita por Sambalate era improcedente. Neemias sabiamente não considerou porque era tudo uma

grande cilada. Não perdeu tempo tentando se defender, apenas confiou no Senhor. Em tempos de calúnia lembre que se “você entregar sua defesa a Deus, então Ele o defenderá” (Êx 23.22).

Neemias discerniu os fatos. Por trás de toda a trama estava camuflado o verdadeiro objetivo, que era a intimidação, e por último a paralisação da obra. Em tempos de calúnia precisamos da força que vem de Deus para mantermos o equilíbrio e seguirmos fazendo a vontade de Deus, pois, afinal de contas, a missão precisa ser cumprida.

ARMADILHA – Não conseguindo

paralisar a obra com as ações que já vimos, eles apelaram para uma armadilha que visava acabar com a reputação de Neemias. A proposta foi para um breve encontro no Templo. Neemias mostrou sabedoria e ética ao concluir que jamais poderia entrar no Templo. Ele soube respeitar os seus limites, pois não era um sacerdote ou levita. Se atendesse ao convite do profeta Semaías, que havia sido subornado por Sambalate e Tobias, cometeria um ato pecaminoso, que o levaria ao descrédito diante do povo. Mais uma vez ele orou e confiou na providência de Deus.

Eis um alerta para o povo de Deus. O inimigo sabe o momento de nos tentar com propostas aparentemente boas. Precisamos redobrar a nossa atenção na hora da adversidade. Para

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Romanos 8.31-391Pedro 5.8,9Hebreus 10.35-39Salmo 145.14-18Jeremias 1.17-19Salmo 18.30-33 Salmo 62.1,2

Neemias, os fins não justificavam os meios e por isso rejeitou o convite de Semaías.

INFILTRAÇÃO – Neemias foi firme, manteve a sua postura e lutou para que a Lei do Senhor fosse cumprida. Ele não permitiu que o Templo fosse profanado. Ele estava isento, não devia favores aos seus inimigos e por isso pôde caminhar livremente para cumprir sua missão. Em nossos dias devemos tomar muito cuidado com os que tentam se infiltrar em nosso meio para obter privilégios entre o povo de Deus.

ConclusãoEm tempos de oposição devemos

lembrar que a “nossa luta não é contra seres humanos (Ef 6.12). Devemos nos preparar vestindo a armadura de Deus, conforme o conselho do apóstolo Paulo: “Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir o dia mau e permanecer inabaláveis...” (Ef. 6.13). Em todo o tempo devemos perseverar na oração por nossa própria vida e por “todos os santos”.

Para lidar com as ameaças espirituais são necessárias armas espirituais. “As armas com as quais lutamos não são humanas, ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2Co 10.4). Sempre que cedermos à tentação nos deixando levar pela pressão, passaremos a atacar as

pessoas e fatalmente perderemos a batalha, o que causará graves danos ao avanço da obra que nos foi confiada pelo Senhor.

Precisamos, assim como Neemias, enxergar além dos fatos, sabendo que todo discernimento dependerá da condição espiritual. Não podemos parar, pois é tempo de avançar. Não podemos esquecer que “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31b).

Para discussão em classe1. Como agem os inimigos da obra

de Deus em nossos dias? 2. Os nossos líderes têm sido firmes

conforme Neemias foi?3. Até que ponto devemos ou não

devemos nos defender?

Momento de oração1. Ore para que Deus nos dê

discernimento para identificarmos as ações dos que trabalham contra o avanço da obra de Deus.

2. Ore pelos líderes que estão enfrentando diariamente os opositores.

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Data do Estudo

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“Delegar é uma das formas de um líder unir o falar com o fazer. É um

valioso método para capacitar pessoas a participar, desenvolver-se e alcançar

seu potencial”. (C. Gene Wilkes)

Introdução:

Neemias delegou tarefas a grupos específicos e o resultado foi surpreendente. Havia todo tipo

de trabalhadores: sacerdotes, levitas, os que serviam no templo, ourives, mercadores, oficiais, cidadãos privados, mestres, servos, homens e mulheres. Foram cerca de 39 grupos diferentes de trabalhadores que exigiu de Neemias muita organização e serviço. Alguns trabalhavam perto de suas casas ao passo que outros não. Os nobres não quiseram se juntar ao serviço, se negaram a seguir as orientações dos supervisores (3.4). Mesmo assim todos os demais assumiram suas responsabilidades e a obra avançou com entusiasmo e harmonia (4.6).

A arte de delegarSegundo 1John White: “Nenhum

líder pode liderar sem delegar

1 WHITE, John. Encontrei um líder. Ed. Textus. Rio de Janeiro. 2002.

responsabilidades para outras pessoas, e, talvez, não haja uma prova mais delicada de boa liderança do que a maneira como os líderes cuidam disso”. Se você lidera, siga o exemplo de Neemias e delegue. Não faça tudo sozinho. Líderes servem ao capacitar outros a liderar com eles.

DELEGAR = dar autoridade e responsabilidade as pessoas que

trabalham ao seu lado, para que elas possam, então, desenvolver determinada atividade ou um projeto, ou parte deles, exatamente conforme você solicitou para

que atinja aquele objetivo.

Delegar com eficiência é uma necessidade em todas as áreas de nossa vida. A ausência de uma delegação eficaz causará prejuízos que muitas vezes levará tempo para ser revertido. A continuidade da obra dependerá sempre de boas delegações. 2P. K. D. Lee afirmou: “Ao delegar, devemos delegar também autoridade suficiente para que o subordinado tome as decisões necessárias para o serviço. Uma certa dose de confiança e liberdade devem ser dadas, caso contrário, a delegação se torna uma escravidão”.

2 LEE, P.K.D. Liderando com Excelência. Socep. São Paulo. 2004.

Texto Bíblico: Neemias 36

Delegando tarefas

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Principios para uma boa delegação de tarefas1. Conheça bem a pessoa. 2. Defina o que você deseja delegar.3. Invista tempo ensinando a pessoa

quanto ao que ela deverá fazer.4. Invista tempo para ampliar a

comunhão com a pessoa. 5. Prepare-se para os possíveis erros.6. Incentive regularmente. 7. Avalie constantemente.

Por que alguns não delegam? Alguns pensamentos prevalecem

na mente daqueles que relutam em delegar.• A atividade não será executada

conforme o meu desejo.• Será mais rápido eu realizar sozinho

do que treinar uma pessoa.• Se eu delegar as pessoas perderão

o respeito por mim. • Não adiantará delegar, as pessoas

não tem compromisso.• Ganho para fazer e não para

delegar.• Não confio nas pessoas.

Will Varner declarou: “O bom líder não tem medo de delegar trabalho. Se não delega, ou é porque sofre da necessidade de agarrar ao poder, ou porque não consegue confiar nos outros. Dessa forma, as tarefas necessárias não são realizadas, e as pessoas que as poderiam ter feito ficam entediadas e se sentem inúteis”.

Vantagens para quem delegaSegundo 3Içami Tiba, “ninguém

sente falta daquilo que não conhece”. Quando pensamos nas vantagens de uma delegação eficaz, lamentamos os ambientes onde as tarefas ficam restritas apenas a algumas pessoas. Se os líderes dessas organizações delegassem mais, experimentariam novos “ares” e todos sairiam ganhando. Desenvolver outras pessoas consome energia, tempo e planejamento cuidadoso. Mas sempre valerá a pena!

São inúmeras as vantagens num ambiente onde lideres e liderados dominam a arte de delegar. • Cada membro da equipe poderá

se dedicar com mais tempo as suas atividades principais. Haverá maior produtividade.

• Haverá constantemente a revelação de novas pessoas com habilidades suprirão as necessidades do grupo.

• Trabalharemos num ambiente de constante motivação.

• Haverá a certeza de que a missão será cumprida independentemente de quem momentaneamente estará à frente.

• Haverá mais tempo para que os líderes se preparem espiritualmente antes de executar as tarefas eclesiásticas.

Exemplos bíblicos de delegação eficazJesus Cristo – O nosso salvador

sempre será o nosso maior exemplo

3 Palestra Realizada na cidade de Queimados. RJ. Abril. 2012.

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em tudo. Ele delegou aos seus discípulos autoridade (Luc. 9.1,2) e a missão de ir e pregar em todas as nações (Mt 28.19). Ele investiu tempo treinando (Lc 10), encorajando (Jo 14), admoestando (Jo 6), alertando (Jo 15) e intercedendo (Jo 17). Seu exemplo de vida se constituiu numa aula constante aos que caminharam com ele. Ele servia aos seus liderados (Jo 13).

Jetro (sogro de Moisés) – A lei de Jetro (Êx 18) tem ajudado muitos líderes a entender que sozinho não dá para caminhar de forma saudável. O trabalho solitário produz nos líderes a fadiga, nos liderados o desânimo e na organização menor produtividade. Aquele sábio homem orientou Moisés a delegar algumas tarefas para que ele pudesse tratar dos assuntos de maior importância. Era uma questão de sobrevivência para todos (V.23). Moisés foi humilde, reconheceu seus limites e fez conforme a orientação recebida (V.24). Escolheu homens capazes e delegou aos mesmos algumas tarefas. Moisés seguiu liderando com excelência.

Igreja primitiva – Atos 6.1-7, narra mais um exemplo de delegação eficaz. Em meio ao crescimento da igreja os problemas começaram a surgir. Os apóstolos sobrecarregados não conseguiam dar conta de tantas tarefas. Algumas pessoas começaram a murmurar e com muita sabedoria

os líderes optaram pela delegação eficaz. Priorizaram a oração e o ministério da palavra e escolheram homens espirituais para cuidar das outras necessidades. O resultado foi o retorno da harmonia e a continuidade do crescimento da igreja que prosperou agindo como corpo (V.7).

Paulo – O apóstolo Paulo viveu delegando responsabilidades. Procurava sempre caminhar com alguém ao seu lado. Solicitou a presença de Timóteo e Marcos, pois só tinha Lucas ao seu lado (II Tim 4.9,11). Delegou a Tíquico a responsabilidade de informar as igrejas de Éfeso e Colossos os fatos ao seu respeito (Ef. 6.21; Col. 4-7). Foi beneficiado com a presença de Estéfanas, Fortunato e Acaico que foram a ele levando alívio num momento muito difícil de seu ministério (I Cor. 16.17). Ao jovem Timóteo, ele transferiu conhecimento e orientou para que ele fizesse o mesmo (II Tim 2.2). Ele também recomendou varias pessoas que trabalharam ao seu lado na obra de Deus (Rom 16).

Sozinho, não!Pessoas e até mesmo igrejas

solitárias adoecem. A Bíblia nos alerta em Provérbios 18.1: “Quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra a sensatez”. É triste ver pessoas que insistem em liderar a obra de Deus de forma solitária.

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1Coríntios 12.12-311Coríntios 13.1-13Atos 6.1-7Lucas 9.1-6Êxodo 18Provérbios 18.1 1Coríntios 12.1-11

Somos um corpo e carecemos uns dos outros (1Co 12.20). 4David Kornfield é um líder que em seu ministério tem incentivado outros líderes a uma caminhada coletiva. Ele afirmou: “Quanto o coração de Deus dói ao ver seus pastores e líderes tão solitários”. Na obra de Deus não há espaço para “voo solo”.

ConclusãoNeemias ao delegar correu riscos.

Delegar sempre será sinônimo de riscos! Mas se sonhamos com maiores e melhores resultados no trabalho denominacional, da igreja local e em seus departamentos precisaremos pagar o preço delegando e abrindo espaço para que novas pessoas possam surgir e servir. 5Calvin Miller fez a seguinte observação: “Bons líderes nunca abrem mão de sua liderança. No entanto, eles compartilham as recompensas e as responsabilidades da liderança”.

Quando o assunto é o ministério cristão, nós os batistas temos como princípio que: “A igreja e todos os seus membros estão no mundo, a fim de servir (...) Os que são chamados para o ministério (...) Devem exaltar suas responsabilidades, em vez de privilégios especiais. Suas funções distintas não visam a vanglória; antes, 4 KORNFIELD, David. O líder que brilha. Ed. Vida. São Paulo. 2007. 5 WILKES, C. Gene. A liderança de Jesus. Life Way. São Paulo. 2005.

são meios de servir a Deus, à igreja e ao próximo”.

Que o Senhor nos abençoe e nos faça entender que por traz da delegação eficaz estará as grandes descobertas que certamente nos impulsionará ao maior crescimento. Líderes ao delegar estarão fazendo um grande serviço em favor da continuidade da obra de Deus.

Para discussão em classe?1. Porque Jesus Cristo não andava

sozinho? 2. O que mais assusta um líder na

hora de delegar?3. Qual a participação dos liderados

na decepção dos líderes que optaram pela delegação eficaz e se decepcionaram?

Momento de oração1. Ore para que surjam mais

obreiros aptos para assumir os ministérios da igreja.

2. Ore pelos lideres que estão desanimado por alguma decepção no passado.

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Data do Estudo

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influenciava a todos com a seguinte frase: “de mais longe nós já viemos!”. O irmão Antônio Paulo foi um homem de visão, sempre disposto a contribuir. Com a influência dele, as vitórias alcançadas se transformavam em “patamar” para os futuros passos da igreja.

A história da Convenção Batista Fluminense está repleta de exemplos de pessoas, membros das igrejas, que se uniram com muita criatividade e fé, para comprar terrenos, construir templos, dependências, evangelizar,

“O fracasso vem facilmente para todos nós, mas o preço do sucesso é a

perseverança”. (John C. Maxwell)

Introdução:

Por longos anos a Igreja Batista em Ponte Preta, Queimados, RJ teve em seu rol de membros

o saudoso diácono Antônio Paulo, um homem simples, pai de 11 filhos, dedicado construtor e muito apegado a Palavra de Deus. A cada novo desafio ele com muita sabedoria,

Texto Bíblico: Neemias 47

Superando o desânimo

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discipular os novos convertidos, iniciando congregações e organizando igrejas saudáveis. Irmãos que adotaram para vida as palavras do Senhor a Josué. “Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. (Js. 1.9). Hoje os desafios estão em nossas mãos.

Chegamos num momento crucial para Neemias. Ele foi informado pelo povo de Judá que os trabalhadores estavam desanimados. Eles disseram: “Não conseguiremos reconstruir o muro”. Neemias agora tinha como desafio recuperar o ânimo do povo para seguir em frente.

O desânimoNão existe caminhada sem

riscos. O desânimo geralmente é um abatimento causado por circunstâncias inesperadas que podem acontecer do dia para a noite ou pode ser a junção de vários fatores num processo mais demorado. O desânimo obscurece a nossa fé e anula nossas forças. 1Charles Swindoll fez o seguinte comentário sobre o desânimo: “O desânimo é de fato uma enfermidade interna. Ele começa com os germes da dúvida sobre si mesmo. Com o medo e o negativismo, os germes começam a crescer e se multiplicar-se. Em breve perdemos o rumo, nos 1 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

enfraquecemos e fugimos para nos esconder. Com o passar do tempo, nós nos tornamos praticamente inúteis e derrotados; tornamo-nos presa fácil para o inimigo de nossa alma, que passa a nos controlar e anular nossos esforços”. O desânimo obscurece a nossa fé e anula nossas forças.

O efeito do desânimo no passadoNa vida de Elias (I Reis 19.1-21) –

O profeta Elias após experimentar uma grande vitória sobre os profetas de baal foi informado do desejo da rainha Jezabel em matá-lo. Ele ficou tão abatido que “pediu para si a morte”. Ele havia perdido a motivação. Passou a se considerar pior do que os seus antepassados. Elias também pensava que era o único fiel a Deus (Síndrome de Elias). Solitário, debaixo de uma árvore, foi tocado e acordado por um anjo do Senhor, que o aconselhou a se levantar e comer. O Senhor falou suavemente com Elias, que descobriu que ainda havia sete mil fiéis em Israel. Elias após vencer o desânimo, seguiu o seu caminho acompanhado de Eliseu.

A história de Elias e a ação de Deus parece ter sido a inspiração de Goethe, que afirmou: “Se consideramos um homem pelo que ele é, ele piora, mas se consideramos um homem pelo o que ele pode vir a ser, nós o ajudamos a se tornar melhor”.

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Nos espias israelitas (Êxodo 13 e 14) – Doze homens foram enviados por Moisés para espiar a terra de Canaã. Após 40 dias retornaram desanimados e deram um relatório focado nas adversidades. Para eles os que habitavam na terra eram mais fortes a ponto deles imaginarem o que os inimigos estavam pensando. Ainda bem que lá estavam Calebe e Josué que fizeram a diferença.

O efeito do desânimo no presenteNa igreja – Pessoas dominadas pelo

desânimo não conseguem enxergar pela fé as vitórias que estão por vir. São negativistas e geralmente utilizam o passado para justificar a inércia do presente. Em tempos de desânimo surgem às famosas desculpas inaceitáveis para justificar a ausência, a falta de apoio à liderança, a falta de contribuição, de visitas, de ardor evangelístico e até mesmo alguns atos pecaminosos. O desânimo plantado pelo inimigo na vida da igreja tem o objetivo de retardar a obra e por fim paralisá-la.

Na família – Quando o desânimo se aloja no lar todos sofrem. Cônjuges que se deixam levar pelos problemas, desanimam enfraquecendo o relacionamento, prejudicando a comunicação e até mesmo a espiritualidade do casal. Pais desrespeitados desanimam na tarefa de acompanhar seus filhos. Filhos

provocados crescem desanimados (Col 3.21).

Aprendendo com Neemias a vencer o desânimo

1. Identifique a causa do desânimo – Neemias não perdeu tempo atacando os trabalhadores. Ele identificou os problemas visando restaurar as pessoas. Havia muito entulho na obra e por isso, muita energia estava sendo “jogada fora”. Os trabalhadores já não tinham mais forças. Eles estavam perdendo a visão que havia sido plantada nos seus corações. Estavam começando a acreditar que seria impossível fazer de Jerusalém uma cidade segura. Eles estavam lidando com ameaças diversas. Neemias agiu rapidamente buscando restaurar o ânimo do povo: “Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível, e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas”. (V.14b). O que estava por trás das palavras de Neemias:• Podemos vencer.• Nosso Deus é poderoso e está do

nosso lado.• Essa é uma luta que envolve

o nosso futuro e o dos nossos descendentes.

2. Confie no poder de Deus – Neemias sabia que podia contar com a ação de Deus. Ele exclamou:

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1 Reis 19.Salmo 51.10-12.Filipenses 4.12,13.Lamentações 3.19-26.Salmo 46.II Coríntios 4.8-9. Josué 1.1-9

“Nosso Deus lutará por nós!” (v.20b). Em meio ao desânimo, a melhor pessoa para nos ouvir é o nosso Deus. Precisamos fazer das palavras de Davi as nossas palavras: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus” (Sl 20.7).

3. Trabalhe arduamente para superar o desânimo – Houve uma mobilização total. O entulho foi removido. As famílias se uniram confiantes. O trabalho prosseguiu exigindo de todos algo a mais. De dia trabalhavam e de noite revezavam na vigilância do canteiro de obras. Os líderes deram o exemplo, Neemias afirmou: “Eu, os meus irmãos, os meus homens de confiança e os guardas que estavam comigo nem tirávamos a roupa, e cada um permanecia de arma na mão”. (V.23). Num ambiente dominado pelo desânimo, os líderes devem se preocupar em dar algo a mais. Caso contrário, a estagnação e o declínio serão uma questão de tempo.

Conclusão.Façamos do hino 502 HCC a

nossa oração. Um hino escrito pelo Pastor Manuel Avelino de Souza em 1917 numa época em que as Igrejas Batistas enfrentavam grandes dificuldades e feroz perseguição. “Sim, Deus é por nós. Quem nos vencerá?”. Hoje dispomos de maiores

facilidades como meios de transporte, energia elétrica, telefone, internet, congressos de aperfeiçoamento, denominação estruturada, etc. Mesmo assim, não é difícil encontrarmos pessoas e consequentemente igrejas desanimadas.

Geralmente não são as experiências do dia que deixam as pessoas desanimadas. São as experiências “traumáticas” do passado ou o medo do que está por vir. Uma boa estratégia é tentar viver um dia de cada vez (Mt 6.33,34). Ao primeiro sinal de desânimo, corra para a presença de Deus, peça ajuda aos seus líderes objetivando um ânimo renovado para continuar transformando a missão em ação.

Para discussão em classe?1. Quais os fatores que tem

contribuído para o desânimo no seio da igreja?

2. Quais são os possíveis “entulhos” que tem atrapalhado a nossa caminhada?

3. O que podemos fazer para ajudar aos nossos irmãos desanimados?

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Data do Estudo

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Frizzell declarou que: “O nosso inimigo está sempre buscando maneiras para quebrar a unidade, danificar o vínculo da paz e distrair os crentes do evangelismo e de missões”. Em nosso dia a dia ministerial precisamos praticar o ensino de Jesus: “vigiem e orem para que não caiam em tentação” (Mt 26.41). Não podemos perder tempo, por isso devemos trabalhar com os olhos abertos para impedir que situações negativas se alojem em nosso meio.

“Devemos nos determinar a dar passos sérios, consistentes, para

aprofundar nossa comunhão e unidade.” (Gregory R. Frizzell)

Introdução

Os problemas internos podem paralisar qualquer organização, incluindo as igrejas. O pastor e

escritor norte-americano 1Gregory R.

1 FRIZZELL, Gregory R. Liberando o fluir do avivamento. OPBB. 2008.

Texto Bíblico: Neemias 58

Superando os problemas internos

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O Capítulo 5 do livro de Neemias nos fornece uma estratégia eficaz para identificarmos e superarmos os problemas internos visando manter o ânimo de todos diante dos desafios.

O problemaA população em Jerusalém havia

aumentado rapidamente devido ao grande número de pessoas envolvidas na restauração dos muros. A pobre condição financeira da maior parte dos edificadores havia sido agravada pela fome e pelas exigências rigorosas do trabalho de construção. Não havia tempo para cultivar a terra, e a comida precisava ser comprada. O jeito era recorrer aos empréstimos. Os nobres e os oficiais haviam se transformado em agiotas inescrupulosos, que estavam se aproveitando dos trabalhadores, seus próprios compatriotas. Os judeus mais pobres estavam hipotecando suas casas e dando até mesmo seus filhos como garantia. Alguns já serviam como escravos e possivelmente algumas filhas estavam sendo abusadas (v.5). Levantou-se então um grande clamor entre o povo, que veio a exigir uma ação imediata do líder Neemias.

A reação de Neemias (v.6)Neemias ficou furioso porque

o povo havia ignorado a Lei. Os problemas internos estavam sendo causados porque eles não estavam

seguindo as instruções de Deus para o seu povo. Um judeu não deveria escravizar outro judeu. A bênção do Senhor estaria sobre eles à medida que praticassem a justiça uns com os outros (Lv 25.35-40; Dt 23.19,20).

Neemias pensou antes de agir. Sua ação foi baseada no raciocínio e temor ao Senhor. Sua raiva foi canalizada para a ação, não uma ação destemperada, destrutiva e pecaminosa, mas positiva e construtiva. Ele sugeriu aos judeus que, motivados pelo temor a Deus, buscassem uma relação mais justa em relação aos seus irmãos (v.9). Isso evitaria comentários externos. Neemias fez uma proposta que tinha a ver com seu próprio estilo de vida. Os versos de 14 a 19 nos dão uma ideia da forma como escolheu viver em meio ao desafio.

O plano de Neemias contra as ameaças internas envolveu as seguintes ações: 1. Identificação e enfrentamento do

problema (vv.6 e 7a).2. Atuação direta no foco do

problema (v.7b).3. Conscientização das pessoas

envolvidas quanto ao padrão de Deus (v.9).

4. A determinação de alvos práticos para corrigir o problema. (vv.10,11).

5. A Consagração da decisão ao Senhor (vv.12,13).

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Os problemas internos na igrejaJesus disse que a união dos seus

servos seria um grande testemunho acerca do plano de Deus (Mt 5.16; Jo 17.20-23). Pedro exortou-nos a um procedimento correto (1Pd 2.11,12). É um fato que os problemas internos surgirão na caminhada ministerial. Nós precisamos estar atentos para agir rapidamente, impedindo que eles se alojem, paralisando a obra e se transformando em justificativa para que as pessoas continuem longe de Deus.

Verdades sobre problemas internos1ª) Nem todos os problemas

têm origem na própria igreja – Infelizmente convivemos com situações cujo foco está fora do ambiente eclesiástico. Problemas cuja origem muitas vezes pode ser a família, saúde psicológica, finanças, trabalho, espiritualidade, etc. São situações pessoais que são “importadas” para o dia a dia da igreja, causando graves danos à comunhão. Precisamos pedir sabedoria a Deus para discernir, olhando além dos fatos e conscientizando cada membro da igreja de que determinados problemas pessoais devem ser compartilhados com pessoas sábias e espirituais (Tg 5.13-16; Hb 13.16,17, Pv 18.1). “Para os primeiros cristãos, “koinonia” não era a comunhão enfeitada de passeios patrocinados pela igreja. Não era chá,

biscoitos e conversas sofisticadas no salão social depois do culto. Era um compartilhar incondicional de suas vidas com outros membros do corpo de Cristo” (Ronald J. Sider)2.

2ª) Muitos problemas têm origem no abandono da Palavra – Quando deixamos de lado o nosso manual de fé e prática, a Bíblia, passamos a agir no escuro e segundo nosso próprio coração, que é enganoso (Jr 17.9). Nunca devemos fazer pouco caso de coisas que ofendem a Deus e desonram o seu santo nome. Uma das principais razões por que a Bíblia foi escrita é preparar-nos com antecedência, ensinar-nos de antemão a reagir a muitas das situações que encontramos na vida (Salmos: 93, 105 e 119.11). Na lição 11, daremos maior ênfase à importância da Palavra de Deus.

3ª) Alguns problemas fazem parte de uma cultura maligna – Esse é um assunto difícil de ser admitido e consequentemente de ser tratado. Mas sabemos que algumas histórias negativas se repetem em “nossos arraiais”, revelando um ciclo de destruição e estagnação. São as ações que ao longo dos anos destroem o ânimo de muitos e atrapalham o crescimento da igreja. Uma boa leitura sobre este assunto é o livro

2 SIDER, Ronald J. Cristianismo Genuíno. United Press. 1999.

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Hebreus 12.12-151Pedro 3.8-171João 1.5-7Gálatas 6.1-10Mateus 5.1-16Mateus 5.38-48 João 17

“Liberando o fluir do avivamento”, de Gregory R. Frizzell, distribuído pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil. Vejamos dois casos revelados no Novo Testamento.

Ananias e Safira (At 5.1-16) – Foi a tentativa por parte do inimigo de introduzir a hipocrisia no seio da igreja. Houve uma reação rápida e espiritual por parte da liderança (v.3). O resultado foi o desenvolvimento saudável da igreja (vv.11,12) e o respeito externo (vv.13,16).

Diótrefes (3Jo 9,10) – O apóstolo João teve de resistir pessoalmente e alertar os irmãos quanto aos males que este homem causava no desenvolvimento da igreja. 1) Ele queria ser o centro das atenções; achava-se o dono da igreja. 2) Ele falava mal dos líderes. 3) Ele impedia o acesso dos novos irmãos.

Conclusão Todas as vezes que a vontade de

Deus for ignorada no seio da igreja haverá prejuízos. Não podemos fazer nada de significativo para Deus, desconectados da sua vontade (Jo 15.5). A forma como tratamos nossos familiares e os nossos irmãos em Cristo revela o nosso “grau” de espiritualidade (1Tm 5.8; Hb 12.14, 1Jo 1.7). Em tempos de problemas internos, espera-se de uma liderança espiritual que tome atitudes como as de Neemias, que após pensar e orar

agiu para restaurar a comunhão. De nada teria adiantado o esforço de Neemias se os demais judeus não tivessem admitido mudar o modo de agir. Lembremos que “se nada muda, nada muda”.

A paz só reinará num ambiente eclesiástico onde líderes e liderados entenderem que fazem parte do mesmo corpo, estão servindo ao mesmo Deus, que estão indo para o mesmo lugar (o céu) e compartilham a mesma missão. Numa igreja saudável pastores, diáconos, líderes e demais membros sabem até onde vai a responsabilidade de cada um, respeitam-se mutuamente, focam na obra e não nos problemas durante a caminhada.

Para discussão em classe1. Quais os fatores que mais

contribuem para os problemas internos?

2. O que pode impedir um irmão de pedir ajuda ao outro?

3. O que fazer para tratarmos os problemas ao invés de atacar pessoas?

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“Não há nada melhor do que a sensação do dever cumprido”.

(Diaconisa Edith Gomes da Silva)

Introdução: 1David W. F. Wong, usando o

exemplo de uma escalada, afirmou: “Escalar uma montanha é um desfio; o mesmo vale para a descida. Os perigos e os riscos da descida são tantos e tão enormes quanto os da subida. O perigo da ‘febre pelo cume’ se aplica não somente à escalada, mas também à vida. Escalar a escada do sucesso nos desnorteia com uma obsessão: chegar ao topo. Quando o alcançamos, nos deleitamos com o brilho de nossa conquista e esquecemos que ainda há uma jornada de descida”.

Chegar ao topo tem sido o fim da linha para muitos que não se preocupam com alguns detalhes após uma grande vitória. Muitos esquecem que a jornada continua e sempre teremos um novo desafio pela frente até a volta de Cristo. Como podemos permanecer de pé após uma grande vitória? Por que muitos

1 WONG, David W. F. Vida & carreira. SOCEP. São Paulo. 2006.

ministérios estabilizam e entram em declínio após uma grande conquista?

Já estudamos, na lição 5, as tentativas do inimigo em desestabilizar Neemias e os judeus visando à paralização da obra (6.1-14). Em nosso estudo de hoje, daremos ênfase ao caminho da vitória e como agir após uma grande conquista.

Os FatosApós 52 dias de muito trabalho, o

muro ficou pronto. Antes Jerusalém era caracterizada pelas ruínas e um povoado triste. Agora eles haviam recuperado a autoestima e possuíam uma fortaleza murada (6.15). Os judeus tinham motivos de sobra para celebrar. Neemias havia conseguido liderá-los até uma nova realidade. A tarefa foi completada com velocidade tão fenomenal, que até os inimigos reconheceram “que a obra havia sido executada com a ajuda de Deus” (V.16).

O caminho da vitóriaNossas vitórias não são obras do

acaso. Geralmente são o resultado de

9Texto Bíblico: Neemias 6 e 7

Missão cumprida!

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muita de dedicação, relacionamentos saudáveis e bom planejamento. O escritor evangélico norte-americano 2John Maxwell, escreveu o livro As 21 leis irrefutáveis da liderança, onde desenvolve os princípios da liderança. A 15ª é a lei da vitória. Segundo este influente líder, a vitória (sucesso) só é possível se houver a conjunção de três fatores que estão a seguir com algumas adaptações:

1) Unidade de Plano – As equipes só alcançam sucesso quando seus membros têm o mesmo plano em mente, independentemente de talentos e do potencial. Uma equipe não vence se os interesses forem diferentes.

Neemias investiu tempo conscientizando os judeus em busca

da unidade de pensamento. Eles trabalharam unidos pela reconstrução

dos muros (2,17; 4.15).

2) Diversidade de dons – Equipes precisam de talentos diversos para alcançar sucesso. Cada um fazendo a sua parte.

Neemias identificou e utilizou o potencial dos seus liderados. Ele

delegou tarefas porque sabia que o desafio era muito grande para um

homem só e a vitória dependeria da colaboração de todos (Lição 6).

2 MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança. Mundo cristão. São Paulo. 1999.

3) Um líder comprometido com a vitória e que busca extrair todo o potencial dos seus liderados – Toda equipe precisa de liderança para alcançar a vitória. A unidade de plano não vem espontaneamente. As pessoas certas com a correta diversificação de talentos são fatores que não se juntam por si sós. É preciso um líder que faça essas coisas acontecerem, e também cabe ao líder dar motivação, autoridade e rumo para que venham as vitórias.

Neemias demonstrou ser um líder comprometido. Em todo tempo

trabalhou para levar seus liderados a atingirem as metas estabelecidas

(4.14,23).

Os perigos da vitóriaA conclusão do muro não havia

eliminado o perigo para Jerusalém. Os judeus estavam regozijantes enquanto os inimigos tramavam novas investidas. Neemias sabia que o perigo ainda rondava a cidade. Ele então decidiu agir rapidamente para protegê-los. Neemias não queria perder o grande prêmio da vitória, que é a oportunidade de realizar mais. Ele sabia que sua missão ainda não estava concluída. A vitória alcançada era apenas uma batalha vencida e qualquer “cochilo” poderia botar tudo a perder. Por isso, ele tomou as seguintes medidas:1. Ele designou porteiros para

controlar os acessos a cidade (7.1).

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2. Confiou a administração de Jerusalém a Hânani (7.2).

3. Providenciou o repovoamento e deu sequência as reformas sociais (7.4).

Para o inglês 3John Mason, do Exército

da Salvação, declarou: “Há duas ocasiões em que um indivíduo para: depois de uma derrota e depois de uma vitória”.

O pastor escocês e escritor 4Andrew Bonar fez o seguinte alerta: “Sejamos

tão vigilantes depois da vitória

quanto antes da batalha”.5John C. Maxwell fez o seguinte

alerta em relação as conquistas: “Dois sentimentos normalmente surgem depois de se concluir um grande empreendimento: primeiro, um suspiro de alívio e motivos para comemorar; segundo, uma sensação de vazio... E, agora o que faremos?

A medida que estamos envolvidos com determinado projeto, ele vai revelando muito de nosso caráter. O período que segue a algo bem sucedido é muito perigoso. Somos muitas vezes, tentados a nos acomodarmos, principalmente se não tivermos outra meta. Podemos nos dar por satisfeitos e baixarmos a nossa guarda. A prontidão e agilidade se enfraquecem em nós. O momento da vitória é um tempo crucial para qualquer organização”3 MASON, John L. O Bom é inimigo do ótimo. Legado. Belo Horizonte. 2004.4 BLANCHARD, John. Pérolas para a Vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1993. 5 MAXWELL, John C. As 21 irrefutáveis leis da liderança. Mundo cristão. São Paulo. 1999.

Em tempos de vitória devemos redobrar a nossa atenção (1Pd 5.6-9). Não podemos deixar brechas para o inimigo. Infelizmente muitos se perdem nesse tempo, que deveria ser de grande celebração na presença de Deus em busca da visão para a continuidade da obra.

Vitórias na vida pessoal A ausência de doenças ou de

problemas financeiros tem sido interpretada, para muitos, como aprovação de Deus. O contrário disso para muitos é sinônimo de pecado na vida. Em nossos dias, as casas terrenas são mais “cobiçadas” do que as mansões celestiais. Em alguns ambientes eclesiásticos fala-se mais da prosperidade material do que da salvação em Cristo Jesus. Muitas pessoas estão indo aos templos em busca de autoajuda enquanto ignoram a ajuda do alto. Tudo isso revela a nociva falta de conhecimento bíblico (Os 4.6).

A busca por bênçãos materiais tem sido o “combustível” utilizado por alguns falsos “líderes espirituais inescrupulosos” que estão por aí ludibriando e explorando pessoas enquanto ampliam suas propriedades. Todo cristão deveria lembrar que apenas a nossa salvação durará eternamente. Essa é a nossa maior vitória e por isso o melhor a fazer é investir nela e procurar levar os outros a fazerem o mesmo (Rm 10.9; Jo 6.37).

A nossa prosperidade na terra deve ter como parâmetro do Salmo

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João 6.22-35. 1 Coríntios 15.58. 1 Pedro 5.6-9. Tiago 4.6-10.Salmo 127.Salmo 128. Efésios 4.11-16

1. Nossas vitórias precisam estar de acordo com o futuro, com a eternidade ao lado do nosso Deus. Precisamos buscar e pensar nas coisas que são de cima (Cl 3.1,2). Os bens materiais e demais coisas deste mundo deverão ser acrescentados em nossa vida segundo a vontade de Deus, e jamais deverão nos dominar (Mt 6.33). “Que alegria tenho no meu Salvador!

Tenho graça, vida e amor paternal.Tudo posso, tudo, por ti, meu Senhor;

Deste mundo sou vencedor afinal.”(2ª estrofe 497 HCC – Manuel Avelino

de Souza)

O exemplo de PauloPaulo afirmou: “Todavia, não me

importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Paulo foi um vitorioso. O valor de sua vida estava em cumprir a missão que havia recebido de Deus. Suas momentâneas vitórias jamais impediram que ele continuasse a sua jornada (1Co 9.16). Durante seu ministério sempre demonstrou humildade e conseguiu aprender a difícil lição do contentamento. Ele se considerava um vitorioso em qualquer circunstância (Fp 4.11). Ele era fortalecido por Deus (Fp 4.13).

Paulo tinha convicção de que todas as coisas contribuíam juntamente para

o bem dos que amam a Deus (Rom 8.28) e que nada poderia separá-lo do amor do Senhor (Rm 8.31-39). Seu lema era prosseguir (Fp 3.14). Quando percebeu que seu fim estava próximo, declarou: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7). Eis um verdadeiro vencedor!

Conclusão:Aprendemos com Neemias a

aumentar a vigilância na hora da vitória. Caso contrário poderemos plantar as sementes das futuras derrotas. Precisamos avançar confiantes na capacidade de Deus de nos ajudar. Veremos nas próximas lições que foram necessárias algumas reformas para ajustar o povo à vontade de Deus.

Para discussão em classe?1. Em sua opinião, quais são os

maiores perigos da vitória?2. O que você acha que devemos

fazer após uma grande vitória?3. Como devemos nos proteger das

mensagens que nos afastam do verdadeiro ideal de Deus para o seu povo?

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pessoas que lá estavam eram judias apenas de nascimento. Na cabeça delas prevalecia o estilo de vida do cativeiro. A língua e a cultura eram as dos babilônicos.

No verso 8 observamos o cuidado de Esdras e dos levitas para ler, interpretar e explicar a Lei. Eles objetivavam o entendimento dos judeus. O Comentário bíblico 1Broadman afirmou que: “Os levitas

1 Comentário Bíblico de Broadman, Vol 3. JUERP. Rio de Janeiro.1986.

“As Escrituras não foram dadas para aumentar nosso conhecimento, mas

para mudar nossa vida.” (D. L. Moody)

Neemias compreendeu que não bastava uma cidade fortificada; era preciso investir também

na reconstrução interna dos judeus, reconstruir o caráter espiritual daquelas pessoas e redirecioná-las à vontade de Deus. Talvez este novo momento tenha sido mais trabalhoso do que a reconstrução dos muros. As

Texto Bíblico: Neemias 8 10

O retorno às escrituras

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explicaram ao povo a Lei, traduzindo-a do hebraico para o aramaico vernacular do povo”. Já o escritor 2Charles Swindoll explicou que: “As palavras lidas para eles eram da Bíblia hebraica. Ouviram uma Bíblia hebraica com ouvidos babilônicos. Havia uma falha de comunicação. Os escribas treinados tomaram então o texto hebraico e o tornaram significativo aos ouvidos da audiência”.

Diante dos fatos narrados no capítulo 8 quando os judeus priorizaram o conhecimento da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel (v.1), podemos concluir que devemos ter o mesmo cuidado investindo constantemente no conhecimento, na aplicação e estudo da Bíblia Sagrada em nossas vidas. Hoje temos o Antigo e o Novo Testamentos, que devem ser conhecidos e aplicados no dia a dia com equilíbrio, boa hermenêutica e fé.

A Importância das Escrituras O saudoso pastor Valdomiro Motta

relatou em seu livro “Ilustrações que ilustram” a seguinte história: “Um casal ganhou uma bíblia. O marido começou a lê-la. Uma tarde, parando a leitura ele disse à esposa: “Se este livro é verdadeiro, nós estamos equivocados”. Outro dia, aflito afirmou: “Se este livro é verdadeiro estamos perdidos”. Continuando a leitura, cheio de gozo e alegria

2 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

exclamou: “Se este livro é verdadeiro nós podemos nos salvar”.

A Bíblia, nossa única regra de fé e prática, quando lida e devidamente aplicada na vida, faz a diferença. Em 2012 a CBB adotou o seguinte tema: “Ser como Cristo, praticando a Bíblia”. Para que sejamos semelhantes a Cristo, Deus oferece um recurso precioso, que é a Bíblia. Ela existe para mudar a nossa vida e não apenas para uma aparência de piedade, seja no culto ou em casa. O alicerce de qualquer reforma realizada pelo Espírito Santo é o esclarecimento da Palavra de Deus ao povo.

A Palavra de Deus existe para ser cumprida cuidadosamente

É por intermédio da Palavra que serão revelados os caminhos do Senhor. O Salmista declarou: “Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos” (Sl 119.4). Duas considerações: 1. A Palavra é do Senhor (2Pe

1.20,21)2. A Palavra nos habilita (2Tm

3.16,17).Um bom exemplo foi Josué, que

recebeu um grande desafio de Deus e um manual para conduzi-lo à vitória. (Js 1.7,8). Assim também será conosco. Deus tem nos desafiado e nos disponibilizou um manual infalível, que se for devidamente manuseado fará a diferença. Não há limites para a

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penetração da Bíblia na vida do homem (Hb 4.12).

A Palavra de Deus, quando aplicada na vida, produz resultados maravilhosos

A Bíblia é um presente de Deus que precisa ser desembrulhado aos poucos e apreciado diariamente. Nela encontramos verdades importantes acerca de Deus e de nosso relacionamento com ele. Crer na Palavra e aplicá-la na conduta diária se constituirá no caminho da felicidade. O escritor judeu, convertido ao evangelho, Myer Pearlman afirmou: “A Palavra enterrada no fundo do coração através da meditação e oração, servirá como remédio corretivo para a vida”. O salmista chama os que aplicam a Palavra na vida de felizes (Sl 119.1,2). Por que são felizes?1. Sabem o caminho do verdadeiro

louvor (Sl 119.7).2. Conseguem se manter numa

conduta digna de um servo de Deus (Sl 119.9).

3. Sabem diferenciar entre o que agrada e o que desagrada a Deus Sl 119.11).

O cristão não deve confiar no coração (Íntimo da personalidade. É onde se produzem os impulsos que influenciam a conduta e as palavras). Jesus disse: “Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais,

os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.19). Devemos confiar na Palavra de Deus e nos rendermos às suas verdades. Assim sendo, a Palavra de Deus funcionará como um escudo no coração daquele que crê.

A postura dos que desejam ter contato com a Palavra de Deus

O que podemos extrair do capítulo 8 do livro de Neemias, que estamos estudando, acerca da postura dos que desejam manusear a Palavra de Deus? 1. O contato com a Palavra de Deus

exige reverência (v.3). 2. O contato com a Palavra de Deus

deve ser um ato de adoração (v.6).

3. O contato com a Palavra de Deus exige entendimento (v.8).

4. O contato com a Palavra de Deus reserva momentos de extrema alegria (v.12).

5. O contato com a Palavra de Deus exige vontade (v.13).

6. O contato com a Palavra de Deus proporciona grandes descobertas (vv.14-18).

A postura dos que desejam ensinar a Palavra de Deus

Esdras foi um sacerdote e escriba (v.9). Ele liderou um segundo grupo de exilados e iniciou as reformas religiosas. Era considerado um mestre das Escrituras. Um pouco

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Salmo 119. 97-112 João 14.15-27 Eclesiastes 12.13,14Hebreus 4.12 Apocalipse 3.7-13 2Pedro 1.20,212Timóteo 2.14-26

do seu caráter está revelado em Esdras 7.1-10. Neemias pôde contar com este valoroso homem, que nas mãos de Deus fez a diferença em sua época. Ele foi usado pelo Senhor para restaurar a devoção do povo. Foi o autor dos livros 1 e 2 Crônicas e Esdras. Segundo 3John White, “Esdras era um homem provido de uma ambição incomum. Seu alvo na vida era estudar, praticar, ensinar as Leis de Deus”. Lemos em Esdras 7.10. “Pois Esdras tinha decidido dedicar-se a estudar a Lei do Senhor e a praticá-la, e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas”. Encontramos neste texto, três decisões que todos os que desejam ensinar a Palavra de Deus deveriam tomar observando a mesma sequência:1. Estudar a Lei do Senhor. 2. Praticar a Lei do Senhor.3. Ensinar a Lei do Senhor.

Ninguém deve ensinar aquilo que não vive. A Palavra, ao penetrar nas “profundezas” de nossa mente, nos afastará da superficialidade que infelizmente tem marcado nossos dias. Sejamos como Esdras, servos com os corações comprometidos com a Palavra de Deus.

ConclusãoO escritor e pastor norte-americano

4John MacArthur Jr. no livro “Como 3 WHITE, John. Encontrei um líder. Ed. Textus. Rio de Janeiro. 2002. 4 JOHN, MacArthur, JR. Como obter o máximo da palavra de Deus. Cultura cristã. São Paulo. 1999.

obter o máximo da palavra de Deus” deixou o seguinte aconselho: “Se algum dia alguém o perturbar dizendo que você precisa dessa ou daquela experiência mística ou espiritual, não acredite. O Espírito de Deus, agindo por meio da sua Palavra é suficiente para torná-lo totalmente maduro em Cristo”. A Bíblia é um livro poderoso, é lâmpada, luz, alimento, refrigério, libertação, etc. Se metade dos nossos esforços empregados em atacar ou defender a Bíblia fossem investidos em vivê-la, a luz dos verdadeiros cristãos se propagaria com maior rapidez em todas as esferas da sociedade, e o mundo glorificaria ao nosso Deus.

Para discussão em classe1. Qual o valor que estamos dando

à Palavra de Deus? Temos pregado e cantado as verdades bíblicas?

2. Olhando para vida de Esdras, qual é o seu maior desafio?

3. O que você acha da seguinte afirmação de Francis Schaeffer: “Um simples cristão com a Bíblia na mão pode dizer que a maioria está errada”.

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"Não entendo como um homem pode ser um verdadeiro crente, se o pecado não é para ele o maior fardo, a maior

tristeza, o maior problema”. (John Owen)

Conta-se que um ministro pregava ousadamente a respeito do pecado. Referia-se ao pecado

como uma coisa abominável que Deus odeia. Certo dia, um membro da igreja foi ao seu escritório e disse-lhe: “Nós não queremos que o Senhor fale assim tão abertamente sobre o pecado, porque se os nossos filhos e filhas ouvirem tanto sobre esse assunto, mais facilmente eles se tornarão pecadores. Chame-o um erro, se lhe parecer bem, mais não fale assim tão claramente sobre o pecado”.

O ministro foi a uma prateleira de remédios, trouxe um vidrinho com uma substância marcado “veneno” e disse: “Veja o que o senhor quer que eu faça; deseja que eu mude o rótulo. Suponhamos que eu tire esse rótulo e coloque outro mais ameno, por exemplo, “essência de hortelã-

pimenta”; pode o senhor prever o que aconteceria? Quanto mais brando fizermos o rótulo, tanto mais perigoso faremos o veneno”.

O capítulo 9 de Neemias trata de um assunto de extrema relevância: A confissão de pecados. Vivemos num mundo dominado pelo relativismo onde cada um tem a sua verdade. Num mundo assim, o que é verdade para uma pessoa, pode não ser para outra. O que predomina é o ponto de vista de cada um. Afinal de contas, tudo é relativo!

A igreja e os pregadores são pressionados a “maneirar” na exposição de sua mensagem. Termos como pecado, confissão, juízo, arrependimento, inferno, santidade, para muitos não serão bem-aceitos. É preferível ouvir sobre prosperidade, curas, bênçãos e vitórias. As pessoas estão preferindo a “autoajuda” a “ajuda do alto” que nos livra das garras do “pecado”.

Enquanto Paulo aconselha em Romanos 12.2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas

Texto Bíblico: Neemias 9 e 1011

Confessando os pecados

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transformem-se pela renovação da sua mente...”, muitos preferem flertar com o pecado e ainda dizer: “Não tem nada a ver!”.

Antes de continuar nosso estudo, apreciemos as definições do teólogo batista norte-americano 1Millard J. Erickson dos seguintes termos:

Pecado - “Qualquer ação, atitude ou disposição que fracasse em cumprir ou alcançar de modo completo os padrões da justiça de Deus. Pode ser uma transgressão real da lei de Deus ou uma falha em viver segundo as suas normas”. Errar o alvo. Todos são pecadores (I Jo 1.8; Rom. 3.23; Sal.51.5).

Confissão - É o reconhecimento ou admissão de pecados feitos quer a Deus diretamente, quer a outras pessoas. A Bíblia nos orienta a confessar os pecados em busca do perdão divino (Rom. 10.9; I Jo 1.9. Tg. 5.16).

A Confissão de pecados dos judeusO contato com as escrituras (Cap.8)

proporcionou uma convicção coerente acerca do pecado na vida dos judeus. Eles deram sinais externos do peso que sentiam nos corações por causa dos pecados cometidos (V.1). A leitura da Lei não foi um simples ritual para ouvir acerca das coisas de Deus (V.3). Eles dedicavam um tempo de qualidade para confessar seus pecados

1 ERICKSON, Millard J. Conciso Dicionário de Teologia Cristã. JUERP. RJ. 1991.

e adorar ao Senhor. Era a lei de Deus aplicada na vida dos que lá estavam.

O teólogo e pastor inglês 2Derek Kidner ao comentar o (V.2), atribui as ações dos judeus a observância de Lev. 20.26: “Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus”. A aceitação deste preceito, nas circunstâncias de carestia naquele tempo, subtendia um espírito de dedicação mais do que de arrogância, porque os gentios na vizinhança ofereciam boas vantagens sociais se sua amizade fosse cultivada (Nee 6.17,18). Eles abriram mão das amizades do mundo, para se tornarem mais amigos de Deus (Tg 4.4).

Ingredientes de uma confissão genuína.

3Matthew Henry afirmou que: “Esquecer-se de Deus é a causa de toda a iniquidade dos ímpios”. Observe que o clamor dos judeus revelou uma visão coerente acerca de Deus e das consequências do pecado. 1. Deus é o criador perfeito, justo,

poderoso, protetor, sustentador, orientador e que nos supre na hora das necessidades (V. 6 a 15).

2. Deus é perdoador, bondoso e misericordioso, paciente, amoroso e compassivo (V. 16 a 25).

2 KIDNER, derek. Introdução e Comentário de Neemias. Vida Nova. São Paulo. 2008. 3 BLANCHARD, John. Pérolas para a Vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1993.

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3. Deus é o que adverte, paciente, justo e disciplinador (V. 26 a 31).

4. Eles reconheceram que o afastamento de Deus foi à causa das inúmeras calamidades que faziam parte da história dos seus antepassados (V.32-37).

A mudança de comportamentoToda confissão que não gera

mudança de comportamento poderá ser questionada. O quebrantamento gerou um acordo entre os judeus (9.38). Varias pessoas assinaram (10.1-29). Eles se dedicaram a rever o estilo de vida que estavam adotando e de acordo com a Lei de Deus decidiram rever as seguintes áreas da vida.

Família (V.30) – Os pais prometeram não dar mais as filhas em casamento para outros povos conforme Êx. 34.12-16.

Culto (V.31) – Não aceitariam transações comerciais no sábado que deveria ser dedicado para cultuar ao Senhor conforme o quarto mandamento Êx. 20.8-11.

Contribuições (V.32-39) – Assumiriam a responsabilidade estabelecida na Lei conforme Êx. 23.19. Passaram a ofertar e dizimar conscientemente. Resolveram não negligenciar o templo do Senhor.

A importância da vida devocional O pecado nos afasta de Deus.

Precisamos buscar todos os meios possíveis para nos proteger de uma vida pecaminosa. Não podemos “flertar” com o pecado (1Jo 3.9). Uma boa vida devocional será uma forma eficaz de proteção diária. Veja o exemplo de Davi: “Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio” (Sl 5.3). Todos nós deveríamos começar o dia em oração. Se assim fizermos, estaremos mais preparados para enfrentar as batalhas espirituais durante o dia.

4Thomas D. Bernard afirmou: “Nosso senso de pecado é diretamente proporcional à nossa proximidade de Deus”. Quando nos afastamos da presença de Deus corremos o risco de ver o pecado como algo normal. E aí, em nossa mente poderão se alojar os seguintes mecanismos: a racionalização, a fuga e a hipocrisia.

5Ronaldo Lidório, no livro Liderança e integridade, explicou estes três mecanismos:

Racionalização – argumenta sobre os motivos pelos quais se deve continuar pecando.

Fuga – impede que a mente pense de forma objetiva sobre o pecado,

4 BLANCHARD, John. Pérolas para a Vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1993.5 LIDÓRIO, Ronaldo. Liderança e integridade. Ed. Betânia. Belo Horizonte. 2008.

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Isaias 59.1-2.Tiago 4.1-10.Salmo 51. Efésios 1.3-14.Efésios 1.3-14.Romanos 8.1-17.Romanos 12.1-21.

tratando-o como um assunto distante, ligado apenas ao outro.

Hipocrisia – lida com o pecado através de um sentimento corrompido, justificando-o com a observação de que o outro peca ainda mais.

Precisamos tomar cuidado para que a falta de tempo não seja uma desculpa para nossa falta de intimidade com Deus. Precisamos dar tempo de qualidade para que Deus nos fale, nos trate e nos reabasteça. A Palavra de Deus precisa ser para nossa vida também. Deus também precisa ser percebido dentro de nosso quarto de oração. Lembremos as palavras de Jesus: “... sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5).

Conclusão:A Palavra de Deus é o instrumento

pelo qual o Espírito de Deus nos transforma. Ter contato com a Palavra e resistir às transformações que ela sugere, é uma forma de enganar a si mesmo (Tg 1.22-25). Precisamos nos submeter aos mandamentos de Deus. É uma das provas do nosso amor pelo Senhor (Jo 14.21).

Não podemos confundir adesão com conversão. Aqueles que aderem à igreja “podem” até mesmo continuar vivendo conforme o mundo, de mãos dadas com o pecado. Mas aqueles que verdadeiramente se convertem a Cristo, serão transformados e dirão como Paulo: “Fui crucificado com

Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.

Para discussão em classe?1. Os cristãos estão dando provas

de que foram transformados por Jesus? Nosso estilo de vida tem sido diferente ao do mundo? Nossa mensagem tem incomodado os ímpios? As musicas que cantamos tem feito à diferença no mundo?

2. Em II Coríntios 6.14-16, Paulo faz um alerta sobre o envolvimento dos cristãos com incrédulos. Temos levado isso a sério nos relacionamentos afetivos? No estabelecimento de sociedades? Como devemos aplicar isso hoje?

3. Quais os possíveis danos que podem surgir na caminhada da igreja se a adesão for tão aceita quanto a conversão?

4. Como vai a nossa vida devocional? Temos dedicado tempo de qualidade para o Senhor?

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Data do EstudoData do Estudo

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“Aquele que esquece a linguagem da gratidão nunca pode estar de bem

com a felicidade”. (C. Neil Strait)

Jerusalém vivia um novo tempo e para que a cidade se tornasse confiável, equilibrada e segura,

foi necessário promover o que o comentário bíblico Broadman chamou de uma “repopulação e reedificação de toda a área” (11.1). A cidade tinha quase tudo, os muros estavam restaurados, mas ainda faltava o elemento mais importante, Os habitantes (7.4). Os líderes do povo e a maioria do pessoal que trabalhava

no Templo já habitavam em Jerusalém por ser a capital e a cidade santa. Mas, havia a necessidade de outras classes de cidadãos. Um grupo foi selecionado por “sorteio” onde uma pessoa em cada dez seria “forçada” a habitar na cidade. Outros se ofereceram voluntariamente e por isso foram abençoados (V.2) pelo povo. “Eles mereceram louvor especial, porque era um grande sacrifício abandonar lares já estabelecidos, para edificar novos na cidade restaurada”. Uma parte dos líderes morava em outras cidades de Judá (V.3).

Texto Bíblico: Neemias 11 e 1212

O envolvimento e a gratidão

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Porque não havia gente em Jerusalém?

Charles Swindoll no livro “Liderança em tempos de crise” fez algumas considerações sobre a ausência de habitantes na cidade: “Em primeiro lugar, a cidade permanecera sem muros durante cento e sessenta anos (...). Jerusalém não era mais do que um montão de ruínas, um enorme depósito de lixo. Se você morasse ali, ficaria a mercê de todos os inimigos. O que o povo fizera então? Construíram casas espaçosas e bem mobiliadas nos subúrbios. A maioria dos judeus se olvidara da vida urbana.

“A Outra razão para ausência de habitantes era o fato de que, se mudassem para a cidade, teriam muito trabalho a fazer, pois havia entulho, pedras e tocos por toda parte”.

Os grupos de trabalho (11.4-24).O capítulo 11.4 a 36 revela a

complexa estrutura existente em Jerusalém naquele momento. Pessoas de várias classes que viviam dentro e fora da cidade trabalhavam com muita dedicação. Eis alguns destaques:• Os chefes da tribo de Judá e

Benjamim (4-9).• Os chefes no meio dos sacerdotes e

os chefes Levitas (10-17).• Os Porteiros (7-9).• Os que prestavam serviço ao

templo e o administrador (V.10 - 24).

Os lideres religiosos (12.1-26).Neemias destacou alguns nomes.

A vitória que eles estavam prestes a celebrar havia sido construída durante um longo tempo. O registro genealógico mostra que seus os líderes religiosos eram legítimos. Isso para eles era sinônimo de segurança.

A dedicação dos muros de Jerusalém (12.27-47).

O povo se reuniu para celebrar. O muro havia sido reconstruído com o auxílio do Senhor (6.16). A cidade vivia um novo tempo. Mesmo sabendo que ainda havia muito que fazer, os judeus resolveram fazer um grande ato de dedicação. Eles estavam alegres e conscientes que a fonte da alegria era o Senhor (8.10). O texto revela alguns detalhes desta grande celebração:• Foi uma celebração voluntária

(V.27).• Houve um cerimonial de purificação

(V.30).• Dois grandes “coros” foram

designados para darem graças (V.31). O 1° tendo Esdras à frente (V.32-37). O 2° foi acompanhado por Neemias (V. 38-39).

• Eles estavam contentes. Os sons festivos podiam ser ouvidos de longe (V.43).

• Eles fizeram momentos de dedicação de vidas e ofertaram (V.44-47).

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Lições para os nossos dias.Um olhar mais detalhado nos

capítulos 11 e 12 revelarão algumas lições preciosas para a nossa caminhada ministerial.

1) A continuidade da obra dependerá de servos - vimos que alguns foram obrigados a fixar residência em Jerusalém enquanto que outros foram espontaneamente. Aquelas pessoas pagaram um alto preço. Tiveram que sair da zona de conforto e por isso, foram abençoadas. Precisamos de pessoas nas igrejas que demonstrem a mesma disposição na hora de exercer o ministério ou contribuir com uma ação de Deus na vida da igreja. Nesta parte do livro de Neemias temos uma noção do grande número de pessoas que estiveram envolvidas naquele projeto. Deus foi o comandante, Neemias o líder entre o povo e muitas pessoas, a maioria anônimos, trabalharam pela reconstrução de Jerusalém.

Jesus nos ensinou em João 13.1-17 que a ferramenta mais eficaz do líder espiritual é a disposição em servir e na maioria das vezes sem aparecer. Infelizmente temos que concordar com 1C. Gene Wilkes autor evangélico norte-americano, conferencista na área de liderança, que disse: “As mesas principais substituíram a toalha e a bacia de 1 WILKES, C. Gene. O último degrau da liderança. Mundo Cristão. São Paulo.2000.

lavar como símbolos de liderança entre o povo de Deus”. Para fazermos a diferença precisaremos nos humilhar diante de Deus para cumprirmos nossa missão, colocando em segundo plano os nossos interesses pessoais. Trabalhamos para agradar a Deus e não em busca dos aplausos das pessoas. Os aplausos dos homens não significam muita coisa para Deus. O Senhor tem uma visão bem diferente (I Sam. 16,7). Ele não está à procura do “popular” ele está à procura do fiel (Jo 4.23). Honra legítima é aquela que vem de Deus! (Luc 14.7-11).

Fazemos parte de um projeto que visa a eternidade. Hoje somos nós, amanhã serão outros e até a volta de Cristo a igreja militante viverá esta realidade. Um servo passando o “bastão” para outro servo e o Deus soberano salvando vidas e sendo glorificado.

2) Somos um corpo – Eles estavam divididos em vários grupos de trabalho. Devemos proceder da mesma maneira. “A maioria dos cristãos infelizmente não conhece o padrão bíblico para o funcionamento da igreja”. 2Darrel W. Robinson afirmou: “Tal como um corpo humano, uma igreja tem uma determinada quantidade de tempo, energia e capacidade. Se se tornar desorientada por confusão, 2 ROBINSON, Darrel W. Vida total da igreja. JUERP. Rio de Janeiro. 2001.

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Salmo 100.1 Samuel 2.1-10.Êxodo 15.1-19. Lucas 1.46-55.Lucas 22.7-20. Salmo 150. Colossenses 3.16-17

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não poderá se concentrar na missão de Jesus. Se sua energia se consumir em ataques negativos de membros a membros, não restará poder para executar a missão de Jesus de alcançar o mundo perdido”.

A igreja é um corpo “desafiado” a viver em unidade na diversidade. Não somos nem melhores e nem piores apenas diferentes uns dos outros. Pastores, diáconos, demais líderes, membros e congregados se completam (I Coríntios 12.12-31). Em tudo e em todas as posições deve prevalecer o amor. O amor funcionará como um nutriente que manterá o corpo saudável. Quando falta o amor a Deus e ao próximo, surgem às enfermidades no corpo. Lembremos sempre que todos são importantes.

3) Gratidão marca de um povo transformado – Eles agradeceram ao Senhor as bênçãos recebidas. Precisamos agradecer a Deus “por tudo o que Ele tem feito e por aquilo que ainda irá fazer”. O som daquele povo foi um som da alegria. A cidade ouvia os “brados” de jubilo em função da grande vitória. Segundo o escritor evangélico inglês 3J. Blanchard: “Deus nunca recebe gratidão mais apropriada por sua bondade do que ver em seus filhos uma vida piedosa”. Nossos atos revelam o quanto somos gratos ao Senhor.

3 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1984.

Podemos agradecer enquanto oramos, cantamos, dizimamos e servimos. Quando testemunhamos estamos falando acerca da divida que Cristo pagou em nosso lugar. É uma das maiores provas de nossa gratidão. Precisamos exercitar a “arte” da gratidão. O mundo já conhece o povo que reclama, eles precisam conhecer o povo que proclama as maravilhas de Deus. As futuras gerações precisam ouvir sobre o que Deus já fez para que confiem em Deus naquilo que ainda irá fazer (Dt. 6.5-9).

Momento especial para a classe?1. Cada aluno deverá relatar

um motivo pelo qual estará agradecendo a Deus no momento. Após todos cantarão um Cântico de gratidão seguido de uma oração.

2. Separe um momento para orar pelo funcionamento da igreja. Ore pela comunhão e pelo bom funcionamento dos ministérios. Peça a Deus um coração de servo.

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Data do Estudo

o retorno a Jerusalém (2.1,6,13.6).Neemias ao invés de narrar uma

recepção calorosa e festiva, narrou a “degradação” espiritual que havia tomado conta dos judeus. As coisas foram de mal a pior durante o período em que esteve ausente. As atitudes das pessoas contrariava a vontade de Deus. Ele precisou agir rapidamente.

Novamente podemos perceber a firmeza espiritual de Neemias, agora mais maduro, ele teve que se envolver numa desgastante reforma que exigiu dele firmeza (V.8,11,17,27) e muita oração (V.14,22,29,31). Neemias trabalhou e se arriscou ousadamente para que o povo retornasse ao

“Não existe atalhos para a santidade”. (A. W. Tozer)

Chegamos ao final do nosso estudo. O último capítulo não relata uma grande celebração

ou as famosas recomendações tão comuns nas epístolas escritas por Paulo. Os fatos narrados neste capítulo 13 revelam os acontecimentos relacionados ao período em que Neemias esteve ausente de Jerusalém. Quando ele teve que prestar contas ao Rei Artaxerxes, após cerca de doze anos. Não temos o registro do tempo em que ele permaneceu na corte até conseguir uma nova autorização para

Texto Bíblico: Neemias 1313

Lutando pela santidade

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caminho da santidade. Seu intento era levar o povo de volta ao centro da vontade de Deus.

Os equivocos praticados pelos judeus1°) Uso indevido das dependências

do templo (V.4-9) – O sacerdote Eliasibe era o encarregado dos depósitos do templo (12.44). Ele também era um parente próximo de Tobias, o mesmo que participou da oposição a reconstrução dos muros (1.10; 4.3; 6.1; 6.12). Eliasibe cometeu o erro de ceder a Tobias uma grande sala, que deveria ser usada para guardar os dízimos e as ofertas. Neemias, muito aborrecido, primeiro desocupou a sala, depois tratou de purificá-la e por fim, designou-a para o seu verdadeiro fim (V.9).

2°) A falta de sustento para os que trabalhavam no templo (V.10-13) – Num momento de grande quebrantamento (Lição 11), um acordo havia sido feito: “Não negligenciaremos o templo do nosso Deus” (10.39). Infelizmente eles não estavam cumprindo os votos. O resultado foi à falta de recursos para os que serviam no templo. Os levitas deveriam morar no templo e receber pagamento pelos trabalhos desempenhados. Mas, devido a grande negligência na entrega dos dízimos, Eles tiveram que abandonar seus postos e retornar para suas terras em busca do sustento. Ao saber do

que estava acontecendo, Neemias repreendeu os oficiais, convocou os levitas e os recolocou em seus postos e por fim, designou pessoas de confiança para administrar a distribuição dos recursos entregues pelo povo.

3°) A negligência do sábado (V.15-22) – Novamente eles estavam descumprindo um voto feito (10.31). O sábado deveria ser um dia apenas para honrar a Deus e para descanso. Mas os judeus estavam profanando o sábado pelo comércio. Observar o sábado era um sinal especial do povo israelita (Ex. 31.12-17). Segundo o 1Comentário bíblico Broadman: “Desconsiderar ou violar o sábado era romper com o pacto e atrair a ira de Deus sobre a comunidade”. Neemias reprendeu os nobres lembrando-lhes as tristes consequências dos pecados cometidos pelos antepassados. Ordenou que as portas da cidade fossem fechadas no por do sol de sexta-feira e abertas apenas quando o sábado tivesse terminado. Ele confrontou os comerciantes que estavam negociando do lado de fora da cidade e ameaçou prendê-los. Por fim, ele convocou os levitas, dando-lhes o encargo de zelar pela guarda do sábado.

4°) O envolvimento com estrangeiros (V.23-30) - Mais um voto

1 Comentário Bíblico de Broadman, Vol 3. JUERP. Rio de Janeiro.1986.

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não estava sendo cumprido (10.30). Neemias ficou furioso com a mistura de idiomas que ele havia percebido nas crianças. Ele não “incitou” o divórcio por parte daqueles que habitavam com estrangeiras. Ele estava apenas defendendo uma postura diferente em relação aos próximos relacionamentos. Mas com o filho do sumo sacerdote Joiada foi diferente (V.28). Neemias agiu com autoridade expulsando-o. Ele por ser da linhagem sacerdotal não poderia se relacionar com estrangeiras (Lev. 21.4,7,14). Ele havia casado com a filha de Sambalate um declarado opositor de Neemias. Ele foi mais severo com aquele que provavelmente seria um futuro líder espiritual do povo.

Lições para os nossos dias1. Diante do pecado visível no

meio do povo, um líder espiritual deve agir em busca da santidade. Deve se esforçar ao máximo para conduzir as pessoas de volta ao centro da vontade de Deus - Quando o assunto é o pecado, não podemos cair na armadilha da passividade. Já estudamos sobre isso na lição 11. 2Charles R. Swindoll declarou: “Nenhum líder deve brincar com o erro”. Ao comentar as atitudes de Neemias neste capítulo, ele destacou as seguintes qualidades:

2 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

1. Neemias enfrentou o erro diretamente.

2. Neemias lidou severamente com o erro.

3. Neemias trabalhou por uma correção permanente.

4. Neemias sempre acompanhava o erro com oração.

Outros servos de Deus agiram de forma semelhante à Neemias ao confrontar os erros: Moisés (Êx. 32); Samuel (I Sam. 15); Jesus (Jo. 2); Pedro (At. 5); Paulo (II Cor. 6); João (III Jo.9). Diante do pecado revelado, nós também precisamos agir em busca da restauração que vem do Senhor. Precisamos aplicar a orientação de Paulo em Gl 6.1: “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado”. É missão de cada salvo conduzir as pessoas à reconciliação com Deus (1Jo 1.9).

A busca pela santificação deve ser constante. Jamais será uma tarefa simples. Uma vida de santidade exigirá renúncias, perseverança e fé nas promessas de Deus. “O caminho da santidade que leva à felicidade é um caminho estreito; só há lugar para um Deus santo e uma alma santa andarem juntos”. 3(Thomas Brooks).

2. Nossos votos precisam ser

acompanhados dos nossos atos –

3 SWINDOLL, Charles. Liderança em tempos de crise. Mundo Cristão. São Paulo 2004.

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Gálatas 6.1-10. Efésios 5.1-21.Tito 2.11-14.Hebreus 3.12-19.Crônicas 7.11-15. Hebreus 10.19-39.Filipenses 3.12-16

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Salomão declarou: “Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir” (Ecl. 4,5). Em nosso estudo observamos algumas falhas dos israelitas que infelizmente ainda estão sendo repetidas por muitos servos de Deus.1. Alianças que profanam o sagrado

(I Cor. 3.16). 2. Não se envolver no sustento da

obra de Deus (Mal.3.10). 2. Negligência quanto a adoração

(Jo. 4.23)3. Jugo desigual (II Cor. 6.15).

Não podemos esquecer as nossas responsabilidades diante do nosso Deus. Tudo aquilo que plantamos, colhemos (Gl 6.7).

3. A verdadeira santidade será precedida de oração, obediência às leis de Deus e firmeza – 4Paul S. Rees afirmou: “O problema de muitos cristãos é que eles estão mais preocupados com sua doutrina da santidade do que com o fato de serem revestidos da beleza da pureza de Cristo”. Para que haja uma verdadeira santificação na vida do crente e consequentemente da igreja, será preciso uma decisão. Somente os inconformados com o mundo (Rom.12.2) serão íntimos do Senhor (Jo 14.21; Tg 4.4; I Jo. 2.15). Santificação não deve ser um

4 BLANCHARD, John. Pérolas para a vida. Edições Vida Nova. São Paulo. 1984.

conjunto de regras ou declarações teológicas, deve ser um estilo de vida por parte daqueles que já foram alcançados por Jesus. Para os que ainda não foram, é necessário primeiro uma conversão genuína aos pés de Cristo.

Para discussão em classe?1. Qual tem sido a postura da

liderança da igreja evangélica brasileira em relação aos pecados cometidos internamente?

2. Estima-se que mais da metade dos membros das igrejas são negligentes na entrega do dízimo? Qual a razão deste grave desvio de conduta?

3. Quando nos assemelhamos aos judeus em relação a negligência ao dia de culto? Quais os maiores prejuízos quando o mesmo não é observado?

4. O que tem levado os cristãos a buscarem união conjugal com incrédulos? Nossos jovens estão levando a sério as leis de Deus para o corpo e a formação da família?

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Seja mordomoAlgumas Igrejas poderão estar recebendo mais

revistas que o número de jovens e adultos matriculados na EBD ou em outro grupo de estudo bíblico. Por favor, avise a Convenção se for este o

seu caso. Queremos investir seu dízimo também em outros projetos.

www.batistafluminense.org

CONVENÇÃOBATISTAFLUMINENSE

Veja no novo site: sugestões didáticas

Revista da Convenção Batista FluminenseAno 9 - N.34 - Julho/Agosto/Setembro de 2012

Diretor Executivo: Pr. José Maria de Souza

Diretoria da Convenção Batista Fluminense:Presidente - Pr. Geraldo GeremiasPrimeiro Vice-Presidente – Pr. Nilson Gomes GodoySegundo Vice Presidente – Pr. Ceza Alencar Rodrigues DuarteTerceiro Vice-Presidente – Pr. José Laurindo FilhoPrimeira Secretária – Jane Célia da Silva RodriguesSegundo Secretário – Pr. Gerson JanuárioTerceiro Secretário – Pr. Juvenal Gomes da SilvaQuarto Secretário – Pr. Ozéas Dias Gomes da Silva

Diretor de Educação Religiosa: Pr. Marcos Zumpichiatte Miranda

Redação: Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaRevisão Bíblico-Doutrinária: Pr. Francisco Nicodemos Sanches Pr. Paulo Pancote Patricia Conceição Grion Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob

Revisão Geral: Adalberto de Souza

Produção Editorial: oliverartelucas

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Esta revista foi elaborada pela Convenção Batista Fluminense, com o dízimo dos crentes batistas, com a participação de sua igreja no Plano Cooperativo e com a contribuição das Associações Regionais. A distribuição desta revista é gratuita.

Currículo 2012

Primeiro TrimestreMarcados pela Alegria (Livro de Filipenses)Pr. Lécio Dornas

Segundo TrimestreFamíliaPr. Josué Ebenezer de Souza Soares.

Terceiro TrimestreNeemias e o Desafio da Reconstrução(Lições de fé, integridade, liderança, serviço e perseverança).Pr. José Gomes

Quarto TrimestreConselhos de Paulo para Vida Cristã Pr. Lécio Dornas

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