LIFSC/ODONTOLOGIA BiBLIOTECA sunouil.
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LIFS C/ODONTOLOGIA BiBLIOTECA sunouil.
Bruna Kadletz
UMA ABORDAGEM NÃO CONVENCIONAL PARA A DOENÇA
PERIODONTAL
Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Periodontia da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para obtenção
,- do titulo de Especialista em Periodontia. Orientador: Prof. Dr. Marco A. Bianchini
Florianópolis 2006
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Bruna Kadletz
UMA ABORDAGEM NÃO CONVENCIONAL PARA A DOENÇA
PERIODONTAL
Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para obtenção do titulo de Especialista em Periodontia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Especialização em Periodontia.
Florianópolis, 27 de outubro de 2006.
BANCA EXAMINADORA:
Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio Bianchinni
Ariadne Cruz
Gisele Luz Bustamante
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Dedico esse trabalho à minha mãe, Eliane Moritz Kadletz, por ser um
exemplo de mãe, mulher e profissional, e pelo seu amor incondicional.
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AGRAIDECIMENTOS
A minha família, principalmente meus pais e avos, por todo
incentivo ao estudo e suporte.
Ao meu querido namorado, Fernando Martins Rosa, por toda
compreensão, dedicação e ajuda na formatação deste trabalho.
Ao meu orientador, Marco Aurelio Bianchini, pela amizade e
orientação neste trabalho.
Aos professores, doutorandos, mestrandos e funcionários do
CEPID, sem eles não seria possível a conclusão deste curso.
Aos colegas de curso, que garantiram momentos de
divertimento e descontração durante esses 2 anos.
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KADLETZ, Bruna. Uma abordagem não convencional para a Doença Periodontal. Trabalho de conclusão (Especialização em Periodontia) - Curso de Especialização em Periodontia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
RESUMO
Em virtude da falta de urn completo entendimento sobre a patogênese
da Doença Periodontal (DP) diversos estudos foram realizados com o
intuito de justificar essa falha através de uma associação da DP com
fatores psicossociais. 0 estado emocional e psíquico desequilibrado
pode deixar o indivíduo mais susceptível ao desenvolvimento da DP
através de mudanças comportamentais e fisiológicas, incluindo
alterações sistema endócrino e imune. Sendo assim, o indivíduo deve
ser tratado de maneira holistica, englobando as questões locais,
sistêmicas e emocionais da DP. Os tratamentos convencionais e uso de
medicações alopaticas visam apenas a eliminação dos sintomas da DP,
enquanto que, tratamentos não convencionais têm geralmente uma
visão holistica do indivíduo, visando a cura do mesmo através das
razões pelas quais esta desenvolvendo a doença. 0 objetivo do
presente estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre a
associação entre fatores emocionais e DP, tentando estabelecer uma
relação entre tratamentos não convencionais e DP, como terapia
complementar.
Palavras-chave: Doença periodontal. Fatores psicossociais.
Tratamentos não convencionais.
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KADLETZ, Bruna. Unconvencional approach to Periodontal Disease. Trabalho de conclusão (Especialização em Periodontia) - Curso de Especialização em Periodontia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ABSTRACT
Due to the lack of a complete understanding about the pathogenesis
of the Periodontal Disease (PD), many studies have been made towards
the justification of this flaw by an association of the PD with
psychosocial factors. An unbalanced emotional state can lead the most
susceptible persons to develop PD through behavioral and physical
changes, including alterations in the immunologic and endocrine
systems. Thus, the individual should be treated according to the
holistic approach, embodying PD's local, systemic and emotional
issues. Conventional treatments and the use of allopathic drugs seek
only for the elimination of the symptoms of the periodontal disease,
whilst unconventional treatments usually have an holistic view of the
individual, aiming the cure of the patient through the reasons by
which the individual is developing the disease. The goal of the present
study was to accomplish a review of the available literature about the
association of emotional factors and PD, in an effort to establish a
relation between unconventional treatments and PD, as a
complemental therapy to PD.
Key-words: Periodontal disease. Psychosocial factors. Unconventional
treatment.
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SUMARIO
1 INTRODUÇÃO 8
2 PROPOSIÇÃO 10
3 REVISÃO DE LITERATURA 11
3.1 RELAÇÃO ENTRE FATORES PSICOLÓGICOS E DP 11
3.1.1 Influência sobre o sistema imunológico 17
3.2 VISÃO HOUSTICA 18
3.3 TRATAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS PARA ODONTOLOGIA 20
3.3.1 Uso de ervas medicinais para o tratamento da DP 24
3.3.2 Acupuntura 25
3.3.2.1 Tratamento de desordens emocionais com acupuntura 29
3.3.3 Homeopatia 31
4 DISCUSSÃO 33
5 CONCLUSÃO 38
REFERENCIAS 39
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1 INTRODUÇÃO
A literatura aponta que o fumo, diabetes não-controlado e
infecção por patogenos periodontais específicos aumentam o risco para
a Doença Periodontal (DP). Contudo, estudos demonstram que nem
todos os indivíduos de uma população são atingidos pela doença da
mesma maneira. Alguns indivíduos apresentam condições de risco que
os deixam mais susceptíveis para o desenvolvimento da DP (SOLIS et al.,
2004).
Outros fatores como o estresse, depressão e ansiedade não estão
confirmados como fatores de risco, mas têm sido identificados em
estudos observacionais e se tornado objeto de pesquisa em diversos
estudos caso-controle (GENCO et al., 1999; SOLIS et al., 2004).
Uma explicação biológica plausível para a associação do estado
psicológico e emocional com a DP seria a modificação da resposta
imune celular, deixando o indivíduo mais susceptível ao
desenvolvimento de uma doença e isto pode ter um impacto sobre a
saúde periodontal (SOLIS et al., 2004; TAKADA et al., 2004; TROMBELLI
et al., 2005). 0 estresse também pode influenciar o comportamento de
um indivíduo, por exemplo, na sua alimentação e higiene bucal, agindo
indiretamente no estado periodontal (DOLIC et al., 2005; PERSSON et al.,
2003).
Devido as grandes limitações da medicina convencional no
tratamento de doenças crônicas, como depressão e ansiedade,
8
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resistência microbiológica, e aos efeitos colaterais dos remédios
alopáticos há uma crescente procura de pacientes por tratamentos não
convencionais (PATVVARDHAN et al., 2005; BONTEMPO, 1994).
Sendo o estado emocional um importante indicador de risco para
a DP, um dos focos do tratamento deveria ser a promoção de saúde e
melhora na qualidade de vida através de estratégias terapêuticas
holisticas, que visam trabalhar a suscetibilidade dos indivíduos a
doenças.
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2 PROPOSIÇÃO
0 presente estudo tem como objetivos:
a) revisar a literatura sobre a possível influência de fatores
psicossociais na DP;
b) revisar a literatura sobre Medicina e Odontologia Alternativa
e Complementar, dando um maior enfoque nas terapias
com Homeopatia e Acupuntura;
c) estabelecer uma relação entre tratamentos não
convencionais e DP, como terapia complementar na DP.
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3 REVISÃO DA LITERATURA '
3.1 RELAÇÃO ENTRE FATORES PSICOLÓGICOS EI DP
Apesar de ter havido um avanço genuíno no entendimento da
patogênese, prevenção e tratamento da DP nos últimos anos, esses
avanços não foram acompanhados por uma redução significante na
prevalência e severidade da DP. A etiologia e patogênese da DP
envolve uma complicada relação entre os agentes etiológicos e vários
fatores de risco genéticos e ambientais, deixando sua ocorrência
imprevisível (NC; LEUNG, 2006).
O biofilme dental microbiano é o principal fator etiologic° para
DP, apesar de haver outros fatores locais e sistêmicos que também
têm um papel importante na sua patogênese (TAKADA et al., 2004).
Diversos estudos já identificaram os fatores de risco para a DP, como
diabetes mellitus não-controlado, cigarro, hereditariedade, infecção
por patogenos periodontais específicos (TAKADA et al., 2004; SOLIS et
al., 2004; BAEHNI; GIOVANNOLI, 2004). Experimentos clínicos
demonstram que esses fatores não so aumentam a probabilidade do
desenvolvimento da DP como são críticos na prevenção e tratamento
da doença (BAEHNI; GIOVANNOLI, 2004).
1 Baseada na NBR 10520 agosto de 2002 da ABNT.
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Durante as últimas décadas, a relação entre estresse emocional,
angústia, o comportamento do indivíduo e DP tem recebido muita
atenção. Takada et al. (2004) reportaram através de uma revisão da
literatura, que indivíduos com certo distúrbio psicológico teriam uma
maior prevalência de doenças periodontais destrutivas crônicas; e que
o estresse emocional, angústia, e comportamento inadequado são
importantes indicadores de risco para a DP. 0 estresse emocional
poderia ainda contribuir para uma resposta desfavorável a terapia
(TAKADA et al., 2004).
Baehni e Giovannoli (2004) realizaram uma revisão de literatura
sobre o perfil do paciente e as decisões e tratamento, e concluíram
que o desempenho nos cuidados com a saúde bucal esta fortemente
ligado ao conhecimento pessoal, comportamento e habilidades. De
modo geral, indivíduos estressados apresentam um controle de placa
inadequado. Dificuldades em tolerar a terapia, medo e ansiedade,
inabilidade de lidar com a dor são outros fatores que podem dificultar
mais ainda o tratamento. Pacientes com atitudes negativas e padrões
de comportamentos precários, pacientes não cooperativos e que
tendem a faltar as consultas são pacientes problemáticos.
Genco et al. (1999) realizaram um estudo transversal com 1426
indivíduos, 0 objetivo do estudo foi avaliar a associação entre
estresse, angústia, fatores comportamentais e DP. Para avaliar esta
relação, cada indivíduo respondeu a 5 questionários psicossociais que
mediam os seus traços psicológicos e atitudes, incluindo eventos
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diários e seus impactos; estresse crônico ou incômodos diários;
angústia; fatores comportamentais e como o indivíduo lida com as
situações. Também foram avaliadas as condições clinicas, como índice
de placa supragengival, sangramento gengival, presença de calculo
subgengival, profundidade a sondagem, nível de inserção clinica e
análise radiográfica. Os resultados apontaram que somente os
problemas financeiros estiveram associados com uma maior perda de
inserção e de osso alveolar, principalmente quando o indivíduo não
lidava bem com a situação. Isto sugere que os efeitos do estresse
sobre a DP podem ser modulados por um comportamento adequado.
Hugoson; Ljungquist; Breivik (2002) avaliaram a prevalência de
eventos negativos de vida e fatores psicológicos e sua relação com a
DP. Participaram do estudo 298 indivíduos suecos. Foram realizados
exames clínicos periodontais e radiográficos. Os indivíduos
responderam a questionários sobre estado socioeconômico, eventos
de vida, e fatores psicológicos e relacionados ao estresse. Os achados
suportam a hipótese que eventos de vida traumáticos podem
aumentar o risco a DP.
Vettore et al. (2003) afirmaram que condições psicossociais e
físicas podem influenciar a resposta do hospedeiro, afetando o sistema
nervoso central e alterando a resposta imunológica e,
consequentemente, aumentando a susceptibilidade à doença. Sendo
assim, realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a relação entre
estresse e ansiedade, medidos por instrumentos psicométricos, corn
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parâmetros clínicos em pacientes com diferentes níveis de destruição
periodontal. 0 estudo contou com 79 participantes que tivessem pelo
menos 50% da superfície dental com índice de placa 2 mm. Os
indivíduos foram divididos em 3 grupos, de acordo com a presença e
severidade da doença periodontal. Todos os participantes foram
submetidos a avaliações psicológicas para medir o nível de estresse e
ansiedade através de 3 testes. As variáveis psicossociais investigadas
nos pacientes com diferentes níveis de doença periodontal foram
primeiramente analisadas comparando as freqüências dos sujeitos
com diagnóstico de estresse e com traços de ansiedade comparando
eventos diários, estado mental e pontuações obtidas nos testes. Os
dados obtidos com esse estudo indicaram que a freqüência de sujeitos
com estresse e o nível de estresse foi similar entre os três grupos. A
falta de uma associação concreta entre estresse e DP pode ser
explicada, pois o estresse não é a mesma experiência para todos;
dependendo de diversas variáveis, como o suporte social dado pela
família e amigos que pode diminuir o potencial de estresse. Além do
que, mais importante que agentes estressantes é como a pessoa lida
com essas situações. Outra explicação plausível é que os eventos
estressantes podem ser recentes e que a doença periodontal é
geralmente crônica.
Solis et al. (2004) investigaram a relação entre ansiedade,
depressão, sintomas de falta de esperança e DP. A amostra desse
estudo transversal foi composta de 160 indivíduos que responderam a
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UFSCIODONTOLOGIA I BIBLIOTECA SETOPI AI
5 questionários psicossociais e foram submetidos a exames clínicos
periodontais que avaliaram profundidade a sondagem e nível de
inserção clinica. Esse estudo não conseguiu estabelecer nenhuma
associação entre os fatores psicossociais avaliados e DP.
Dolic et al. (2005) avaliaram a associação entre parâmetros
psicossociais e periodontais em 110 indivíduos num estudo
transversal. Os pacientes se submeteram a exames clínicos
periodontais, exames radiográficos e responderam a 3 questionários
psicológicos. Os resultados indicaram urna correlação positiva entre
fatores psicológicos e DP.
Vettore et al. (2005) realizaram urn estudo com o intuito de
avaliar a possível influência de estresse e ansiedade na resposta do
tratamento periodontal não-cirúrgico (TPNC) em indivíduos corn
periodontite crônica. Nesse estudo longitudinal, caso-controle, duplo
cego, foi avaliado estresse e ansiedade em pacientes com diferentes
níveis de periodontite crônica antes e depois do TPNC. Após a coleta
de dados clínicos (índice de placa, índice gengival, profundidade de
bolsa, nível de inserção) e socioeconâmicos, os indivíduos
responderam 3 questionários para avaliar estresse e ansiedade. Os
achados do presente estudo demonstraram influência do estresse e
tipo de ansiedade na cura periodontal após TPNC. Os autores
concluíram que esses resultados suportam a hipótese que fatores
psicossociais podem contribuir na etiologia da DP, e também afetar os
resultados após o tratamento realizado. Entretanto, mais estudos são
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necessários para esclarecer o efeito real cio estresse e ansiedade na
resposta do tratamento periodontal.
Sheiham e Nicolau (2005) afirmaram que a DP é urna doença
social. Fatores psicossociais levam a mudanças no habitat microbiano
bucal e na resposta comportamental do hospedeiro. 0 estado
emocional pode afetar diretamente a resistência do hospedeiro, assim
como levar a higiene bucal precária, mudanças na dieta, aumento no
consumo de cigarros e de álcool. Ainda salientaram que eventos de
vida estressantes aumentam o risco a diferentes doenças, e podem
influenciar na susceptibilidade a doenças infecciosas. A reação
psicológica a agentes estressores altera a resistência do hospedeiro,
aumentando a sua susceptibilidade a agentes patológicos específicos.
0 tratamento da ansiedade e depressão com ansioliticos e anti-
depressivos causa uma alteração no fluxo salivar, mudando o habitat
bucal e, consequentemente, pode aumentar a susceptibilidade a
doenças bucais incluindo a DP (SHEIHAM; NIICOLAU, 2005).
Trombelli et al. (2005) relataram que emoções negativas e
eventos estressantes modulam diversos sistemas fisiológicos,
incluindo o sistema endocrino e imune, levando a mudanças na saúde.
1 (1
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3.1.1 Influencia sobre o sistema imunológico
De acordo com a revisão de literatura realizada por Takada et al.
(2004), o estresse emocional poderia regular a resposta do sistema
imune, modulando a sua função através do sistema neural e end6crino
em até 3 diferentes vias:
a) via eixo hipotalamo- pituitário-adrenal. Promove a liberação de
hormônios corticotrópicos do hipotalamo, hormônios adreno-
corticotrôpicos da glândula pituitária, e glucocorticóide do
córtex adrenal;
b) via sistema nervoso simpatico. Promove a liberação de
adrenalina e noradrenalina da medula adrenal. É reportado
que o sistema nervoso simpatico modula a função imune em
diversos níveis, e que a epinefrina tem urn efeito
imunossupressor;
c) via nervosa sensorial pepticlica. Promove a liberação de
neuropeptideos das fibras nervosas sensoriais. A liberação de
neuropeptideos periféricos esta relacionada com processos
inflamatórios. Neuropeptideos também modulam atividades
do sistema imune e a liberação de citocinas.
Saletu et al. (2005) salientaram que a relação entre depressão e
periodontite tern sido atribuida a uma modificação na resposta imune
causada por um distúrbio no sistema hipotalamo-pituitario-
adrenocortical. Estudos com pacientes depressivos revelam
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significantes alterações tanto na resposta imune celular quanto
humoral. Em um estudo realizado por Schleifer et al. (1996 apud
SALETU et al., 2005), pacientes com depressão apresentaram um
número maior de leucócitos e granulácitos, e um número reduzido de
células CD56+ e uma atividade reduzida de células natural killer.
Segundo Sheiham e Nicolau (2005), as funções e respostas
imunológicas em indivíduos depressivos e estressados são alteradas.
As células natural killer e células T são afetadas negativamente em
quantidade e atividade.
3.2 VISÃO HOIATICA
Fulder (2005) afirmou que o termo holistic° não está relacionado
a terapias. E uma visão da realidade e urna pratica na Medicina, urna
maneira de curar, não importando qual tipo de terapia é empregada.
Essa perspectiva aponta que o todo é melhor que partes, tendo urna
visão multidisciplinar e multidimensional. Inclui fatores de sinais e
sintomas, função, fisiologia, fatores psicológicos, hábitos de vida,
aspectos sociais, história e tendências constitucionais, fatores
ambientais, e até mesmo a crença/vida espiritual do cliente. Urna
abordagem holistica do profissional requer unia visão profunda do
paciente, não ficando somente nos sintomas mais óbvios. Unia
abordagem holística é simplesmente boa Medicina, ficando acima do
I s
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tratamento convencional ou alternativo. Essa abordagem holistica
requer atenção, conhecimento, habilidade e humanismo da parte do
profissional, que é difícil de alcançar e ensinar. 0 profissional que opta
por terapias não convencionais não é necessariamente um profissional
holistic°.
De acordo com Bontempo (1997) o ponto mais importante da
abordagem holistica consiste em que o modo mais eficaz de curar ou
evitar as doenças não é apenas utilizar ervas ou remédios naturais,
mas corrigir hábitos inadequados dos indivíduos.
É sabido que os medicamentos alopaticos, embora importantes
em diversas circunstâncias, são recursos que, de um modo geral,
raramente atingem a causa central e absoluta das doenças. Mais do
que isso, as substâncias não naturais interferem ativamente no âmago
do organismo, prejudicando as mais nobres e sutis funções das
células. Sabe-se que o corpo humano ace ta muito bem o que é
natural.
Goldstein e Epstein (2000) salientaram que o conceito de saúde
holistica é bem aceito. Faculdades de Odontologia tradicionais
ensinam uma abordagem multidisciplinar total do bem-estar do
paciente no seu diagnostico, prevenção e tratamento de diversas
desordens orais e bucais. Adotando urna filosofia humanistica e
considerando o paciente como um todo, incluindo desordens
fisiológicas e comportamentais, é tradicionalmente ensinado como
ético, moral e consistente. Odontologia halistica, entretanto, se tornou
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um conceito remoto para a prática cientifica, pois utiliza métodos não
convencionais e não científicos para diagnóstico, tratamento,
prevenção e cura de doenças.
Fulder (2005) afirmou que os tratamentos não convencionais
têm geralmente uma visão holistica do paciente, não se baseando
somente na cura dos sintomas, mas sim na razão pela qual o indivíduo
está desenvolvendo a doença, trabalhando a vulnerabilidade e
susceptibilidade do mesmo.
3.3 TRATAMENTOS NÃO CONVENCIONAIS PARA ODONTOLOGIA
Goldstein (2000a) definiu Medicina e Odontologia não
convencional como um c:onjunto de praticas da área da saúde que não
estão integradas ao modelo de saúde tradicional, porque são
encaradas como desafios para diversas areas da sociedade (cultural,
econômica, cientifica, médica e educacional). Elas são caracterizadas
pela falta de documentação na efetividade e segurança de diagnóstico,
tratamento e prevenção, falta de evidencia cientifica válida e ausência
no currículo de Faculdades de Medicina e Odontologia. Muitos dos
profissionais que atuam na área não convencional acreditam que os
testes científicos não se aplicam para os seus métodos. Algumas
práticas não convencionais foram estudadas e comprovadas corno
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efetivas. Mas a grande maioria das terapias não convencionais não foi
estudada cientificamente ou adequadas a padrões científicos.
Alternativo, colaborativo, complementar, integral, natural, não
convencional e holistic° são alguns termos utilizados para descrever
tratamentos medicos e odontológicos que não se encaixam na visão
alopatica/ocidental/ortodoxa da area da saúde. E considerada não
convencional toda terapia que não é ensinada em escolas médicas
americanas ou que não está disponível em hospitais americanos. Já
nos seus liaises de origem, o tratamento médico e odontológico não
convencional é visto como convencional (JACOBSEN; COHAN, 1998).
De acordo corn Little (2004) Medicina Alternativa e
Complementar (MAC) representa um grupo diversificado da área
médica e sistemas de saúde, praticas e produtos que não são
considerados parte da medicina convencional. A MAC pode ser
classificada em 5 diferentes categorias. 0 primeiro é o sistema medico
não convencional representando praticas e sistemas completos. Essas
práticas são baseadas na Medicina Homeopática e Medicina
Naturopática, desenvolvidas na cultura Ocidental, e Medicina Chinesa
Tradicional e Medicina Ayurveda Indiana desenvolvidas na cultura
Oriental. A segunda categoria é a interação corpo-mente, consistindo
de biofeedback, meditação, preces, cura mental e terapias com música,
arte ou dança. A terceira são terapias baseadas na biologia corno
ervas, alimentação, vitaminas e suplementos alimentares. A quarta
categoria inclui métodos de manipulação corpórea como quiropraxia,
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manipulação osteopatica e massagem. A quinta categoria consiste em
terapias energéticas, corno Reiki, Gi Gong entre outras.
Jacobsen e Cohan (1998) classificaram os produtos dentais
alternativos em 4 diferentes categorias. Os produtos naturais padrões,
as ervas medicinais, remédios homeopáticos e produtos alternativos
sintetizados.
Os produtos naturais padrões são os produtos tradicionalmente
utilizados na saúde bucal, mas formulados com componentes
derivados da natureza. Um exemplo dessa categoria seria a pasta de
dente natural, na qual os ingredientes quimicos e laboratoriais são
substituidos por produtos extraídos direto da natureza.
As ervas medicinais são utilizadas nos produtos como o principal
ingrediente ativo. A Echinacea angustifólia e purpúrea é a erva
medicinal mais utilizada nos Estados Unidos para combater infecções,
sendo adicionada em pasta de dentes e anti-sépticos bucais como
remédio para gengivite.
Os remédios homeopáticos são baseados no sistema medicinal
da homeopatia. Os produtos homeopáticos foram aceitos pela Food
and Drug Administration (FDA) em 1936, mas desde então poucos
estudos foram realizados a fim de demonstrar sua eficácia na
Odontologia.
Os produtos alternativos sintetizados são feitos de compostos
sintetizados, e comumente derivados de óleos voláteis. Alguns
compostos fenálicos, como timol, eucaliptol l eugenol, fenol e mentol
são utilizados como desinfetantes. 0 terasol é um produto cujo
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ingrediente ativo é natural, mas não é derivado de um óleo volátil,
usado no tratamento da DP. Mas nenhum estudo em humanos
comprova sua eficácia.
Grande parte desses produtos tem pouca ou nenhuma pesquisa
documentando sua eficiência (JACOBSEN; COHAN, 1998).
Atualmente há certo modismo na. busca por terapias não
convencionais devido aos efeitos adversos causados pelo uso da
Medicina convencional, pelo interesse do público em automedicação,
pela crença que remédios à base de ervas são naturais e seguros, o
desejo de um estilo de vida mais saudável, a preocupação com os
efeitos colaterais de medicamentos convencionais, e a decepção com a
efetividade de drogas convencionais para o tratamento de condições
sistêmicas (LITTLE, 2004).
De acordo com Goldstein (2000b), os indivíduos que buscam
tratamentos alternativos são bem educ:ados, possuem empregos,
geralmente mulheres brancas na meia-idade, cientes da necessidade
de prática esportiva e da importância da dieta e redução de estresse
num estilo de vida mais saudável, ambientalistas, espiritualizados.
Esses indivíduos estão geralmente desiludidos e insatisfeitos com o
tratamento convencional e a maneira que Os dentistas os abordam.
Essa crença popular que produtos nai:urais são inofensivos ou
que possuem menos efeitos colaterais que as drogas regulares e que
as fito medicinas só possuem efeitos benéficos está incorreta.
Toxicidade pode estar associada com o uso cle remédios herbais. Essas
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reações podem ser acidentais ou por contaminação direta do produto,
por exemplo, por mercúrio, pesticida, microorganismos. Como as
drogas convencionais, os produtos herbais deveriam ser controlados
adequadamente com o objetivo de prevenir contaminação,
substituição ou adulteração. Existe um cirande número de estudos
controlados randomizados de produtos herbais medicinais, mas são
limitados os estudos para problemas bucais. E, muitas dessas
pesquisas diferem em como são conduzidas e nos seus achados
(LITTLE, 2004).
3.3.1 Uso de ervas medicinais para o tratamento da DP
Tem sido reportado que o uso combinado dos extratos de
Centella asiatica e Punica granatum promove cicatrização tecidual e
modula a resposta imune do hospedeiro. Sastravaha et al. (2003 apud
LITTLE, 2004) estudaram os efeitos dos extratos dessas ervas na
cicatrização dos tecidos periodontais após raspagem e alisamento
radicular (RAR) em adultos corn periodontite. Foram formulados chips
biodegradáveis utilizando os extratos das ervas em questão. Esse
chips foram colocados nas áreas que possuíam bolsas periodontais
com profundidade de 5 a 8mm após a RAR. Chips sem medicamentos
serviram como placebo no grupo controle. Foram registrados nível de
inserção clinica (NIC), profundidade a sondagem (PS), sangramento a
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sondagem, índice gengival e de placa no inicio do tratamento, em 3
meses e em 6 meses. As bolsas tratadas CDrli o extrato das ervas
demonstraram uma redução significante na PS e NIC. Os autores
concluíram que o uso do extrato de C asiática e P granatum junto com
RAR reduz significativamente os sinais clínicos de periodontite crônica.
Pistorius et al. (2003) realizaram um estudo prospectivo, duplo-
cego, randomizado com o intuito de comparar o efeito do uso de um
enxaguatório bucal feito a base de ervas combinado corn irrigação
subgengival com water pik, com o uso de um enxaguatório
convencional com e sem irrigação subgengival no tratamento da
gengivite. Foram avaliados índice de placa, índice gengival,
profundidade a sondagem e sangramento a sondagem. Os resultados
apontaram que o uso combinado do enxaguante bucal feito a base de
ervas com a irrigação gengival reduziram significativamente os
parâmetros da inflamação gengival quando comparados com os outros
grupos. Os autores concluíram que esse regime pode ser adotado
como um procedimento adjunto para reduzir a inflamação gengival.
3.3.2 Acupuntura
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) se fundamenta na
promoção de saúde do paciente e melhora na qualidade de vida, com
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estratégias terapêuticas para o tratamento de doenças ou sintomas de
maneira holistica (PATWARDHAN et al., 2005).
Acupuntura é um conjunto de conhecimentos teóricos-empíricos
da MTC que visa a terapia e a cura de doenças através da inserção de
agulhas e aplicação de moxas. Esta ciência surgiu na China ha
aproximadamente 4500 anos. No inicio, as agulhas eram feitas de
pedra, hoje são de liga de prata, ouro ou de ago inoxidável (WEN,
1995).
Segundo a teoria da Acupuntura, todas as estruturas do
organismo se encontram originalmente em equilíbrio pela atuação das
energias Yin (negativas) e Yang (positivas) (WEN, 1995). Essas energias
circulam através dos meridianos, onde os pontos de acupuntura estão
localizados (ERNST; PITTLER, 1998). Existem 12 meridianos principais e
8 adicionais em nosso corpo (VACHIRAMON; WANG; VACHIRAMON,
2004).
Se o fluxo energético estiver em perfeita harmonia, o organismo
estará com saúde. Se houver uma obstrução num dos meridianos,
ocorre um desequilíbrio causando a doença. A acupuntura visa
restaurar o fluxo de energia e aliviar os sintomas da doença (WEN,
1995; ERNST; PITTLER, 1998; VACHIRAMON; WANG; VACHIRAMON,
2004).
Esses conceitos são mais filosóficos do que científicos.
Acupunturistas modernos desenvolveram bases neurofisiológicas, e
diversos mecanismos foram postulados (ERNST; PITTLER, 1998).
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Quando a agulha é inserida, pequenas fibras nervosas
mielinizadas são estimuladas e mandam impulsos para a medula
espinhal, que subsequentemente ativa 3 centros: a medula espinhal, o
cérebro médio", e o eixo hipotalamo - glândula pituitária. Também
tem sido demonstrado que varias substâncias endógenas estão
envolvidas no processo, como a beta-endorfina, noradrenalina,
enquefalim e serotonina (VACHIRAMON; WANG; VACHIRAMON, 2004).
Wen (1995) afirmou que a acupuntura não satisfaz as condições
exigidas pela pratica cientifica, visto que seus processos terapêuticos
não são ainda totalmente compreendidos pela ciência.
A acupuntura veio para a Europa Ocidental em parte como um
sistema alternativo de medicina. Entretanto, deve-se deixar claro que a
acupuntura deve ser uma alternativa dentre varias outras opções
terapêuticas (ROSTED, 2000).
Segundo Rosted (2000), a acupuntura tem sido basicamente
utilizada de 3 maneiras na pratica odontológica:
a) como última alternativa de opção de tratamento,
quando nenhuma outra teve êxito. Isto é injusto para o
paciente, que pode ter falsas esperanças que um
"milagre" vai acontecer, e para o profissional, que
repetidos fracassos podem levar ao abandono de
futuros estudos;
b) como complemento no tratamento ortodoxo quando o
mesmo é limitado e ineficaz. Como na redução da dor
-7 /
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pós-operatória, redução da nausea durante a moldagem
das arcadas, controle da ansiedade pré-operatória,
redução do tempo de administração de anestesia local.
Isso é considerado um tratamento simples corn a
inserção de algumas agulhas nos pontos de
acupuntura, que pode ser ensinado para qualquer
dentista em cursos de pós-graduação;
c)
como um adjunto, ou substituindo tratamento
convencionais, para condições mais complexas de DTM
e dores faciais. Essas terapias requerem uma avaliação
mais cautelosa e um alto nível de conhecimento do
praticante.
De acordo com Vachiramon; Wang; Vachiramon (2004), a
acupuntura na Odontologia pode ser utilizada no controle da dor pós-
operatória, controle da ansiedade, complementando a anestesia,
melhora na resposta imunológica, no tratamento da disfunção
têmporo-mandibular, melhora na qualidade óssea, entre outros.
Através de uma revisão sistemática da literatura sobre a
efetividade da Acupuntura no tratamento da dor dental aguda, Ernst e
Pittler (1998) concluíram que a Acupuntura é efetiva no alivio da dor
durante cirurgias odontológicas e no pós-operatório. Os mecanismos
pelo qual a Acupuntura atua envolve liberação de substancias
endógenas opioides e efeitos inibitórios nas vias eferentes.
28
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Wen (1995) afirmou que a acupuntura pode ser utilizada para
melhorar o estado imunológico do paciente e apressar a recuperação
no período pós-operatório.
Petti et al. (1998 apud VACHIRAMON; WANG; VACHIRAMON,
2004) relataram que 72 de 90 pacientes com diversas desordens
diferentes obtiveram significantes aumentos nos valores de CD, e CD .,
30 min após uma sessão de acupuntura, e 24 h após a estimulação
aumento significante nos valores de CD8, monócitos e células natural
killer.
Tem sido demonstrado que a acupuntura é um método efetivo
para melhorar a qualidade do tecido ósseo e do metabolismo ósseo.
Liu (1996 apud VACHIRAMON; WANG; VACHIRAMON, 2004) realizou
um estudo e demonstrou que a acupuntura pode melhorar a qualidade
da função osteoblastica e simultaneamente diminuir a função
osteoclastica.
3.3.2.1 Tratamento de desordens emocionais com acupuntura
De acordo com Colbert (2000), muitos pacientes não toleram o
uso de medição antidepressiva, devido aos efeitos colaterais, e
buscam por terapias não convencionais. As bases biológicas para o
tratamento da depressão com acupuntura derivam de estudos
realizados para analgesia com acupuntura, os quais demonstraram
-10
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ativação de serotonina, norepinefrina, substância P, dopamina,
hormônio adrenocórticotropico, endorfina-b, enquefalina e dinorfina
no Sistema Nervoso Central. Essas bases sugerem uma influência
direta na patogénese da depressão.
De acordo com autor, a acupuntura fornece mais alivio nos
sintomas da depressão e níveis de ansiedade comparada com
tratamentos convencionais, incluindo psicoterapia e
psicofarmacologia.
0 autor realizou um estudo com 28 pacientes diagnosticados
com diversas condições neurológicas, incluindo deficit de atenção,
AVC, ansiedade e depressão. 0 objetivo desse estudo foi avaliar o uso
de magnetos estimulando pontos de acupuntura utilizados para tratar
depressão. Os resultados do estudo demonstraram que 7 dos 10
pacientes diagnosticados com depressão obtiveram a longo prazo
alivio dos sintomas de depressão, sem evidências de efeitos adversos
ou recorrência da depressão.
Maxwell e Bovey (2002) realizaram uma revisão sistemática da
literatura sobre o tratamento de depressão e ansiedade com
Acupuntura. Os achados dos estudos indicam que a Acupuntura
representa um papel significante no tratamento da ansiedade e
depressão.
30
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3.3.3 Homeopatia
Na segunda metade do século XVIII, o médico alemão Samuel
Hahnemann, descobriu experimentalmente que algumas substâncias,
quando ministradas em pessoas sãs, produziam os mesmo sintomas
que eram susceptíveis de curar num indivíduo doente (DUJANY, 1995).
Esse método terapêutico ficou conhecido como Homeopatia, cuja
palavra tem origem grega e significa "doença semelhante" (BONTEMPO,
1997).
A Homeopatia se baseia em 3 princípios básicos:
a) lei das Similaridades: o similar cura o similar;
b) experimentação no homem são: refere-se ao método de
testar qualquer substância para determinar seu efeito
medicinal;
c) lei das potências dinamizadas: os remédios homeopáticos são
preparados através de potências. Cada agente é preparado
por sucessivas diluições de seus ingredientes (BHAT;
SARGOD; GEORGE, 2005).
A descrição dos efeitos físicos e psíquicos obtidos mediante
administração de substâncias vegetais, animais e minerais
experimentadas por Hahnemann deu origem à primeira Matéria
médica homeopática, que, atualmente, corresponde a tipos
psicológicos, cada um deles com uma individualidade bem definida,
com uma personalidade própria absolutamente única. Em homeopatia,
3'
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portanto, não existe doença e sim o doente, cujos sintomas
correspondem aos que são típicos dos remédios descritos na Matéria
médica (DUJANY, 1995).
De acordo com Bhat; Sargod; George (2005) a Homeopatia
procura tratar o indivíduo segundo as leis naturais de cura. Os
indivíduos são afetados tanto por elementos externos quanto internos,
os quais juntos resultam numa dinâmica balança equilibrada ou não do
corpo, mente e espirito. A lei natural da cura reconhece a habilidade
do corpo se autocurar com a adição de materiais e métodos que não
são tóxicos e não tem efeitos colaterais.
Existem diversas teorias que tentam explicar os princípios da
Homeopatia, mas nenhuma consegue explanar exatamente como ela
funciona. Parece ser através de uma estimulação do sistema
imunológico, permitindo que o organismo encontre seu próprio
equilíbrio e combata as doenças e desarmonias.
Segundo a revisão da literatura realizada por Bhat; Sargod;
George (2005), estudos duplo-cego já conseguiram validar a
efetividade da Homeopatia, contudo, a maneira como ela funciona
nunca foi comprovada conclusivamente. Os remédios homeopáticos
podem ser utilizados na Odontologia para tratar diversas
enfermidades, como abscessos dentais, sangramento, dores dentais,
úlceras bucais, DP; mas nunca substituindo cis aspectos mecânicos da
prática odontológica.
32
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4 DISCUSSÃO
Apesar de haver um consenso geral sobre os fatores
predisponentes para o desenvolvimento da periodontite crônica, um
completo entendimento sobre a DP permanece não elucidado. Esta
falha pode ser explicada, pelo menos El11 parte, por fatores
psicossociais (VETTORE et al., 2003).
A busca por indicadores de risco psicossociais e
comportamentais na DP continua sendo um importante campo dentro
da Periodontia. Foi demonstrado que o estresse e ansiedade podem
influenciar negativamente na cicatrização dos tecidos periodontais
após a TPNC. Esses achados suportam a hipótese que fatores
psicossociais podem contribuir na etiologia ca DP e também afetar o
estado periodontal após o TPNC (VETTORE et al., 2005).
Genco et al. (1999) salientaram que o estresse, principalmente
os problemas financeiros, e depressão estão associados com maiores
perdas de nível de inserção periodontal e de tecido ósseo. Também foi
concluído que mais importante que o agente estressor é a maneira
como o indivíduo lida com o estresse, indivíduos que reagem bem e
mantêm uma atitude positiva frente a uma situação estressante
exibem uma condição periodontal similar aqueles que não estão sob
estresse.
33
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De acordo com a revisão de literatura realizada, alguns estudos
suportam a hipótese que os fatores psicossociais são importantes
indicadores de risco para a DP (HUGOSON; LJUNGQUIST; BREIVIK, 2002;
VETTORE et al., 2003; DOLIC et al., 2005; SALETU et al., 2005).
Entretanto, outros autores relatam que os achados de seus estudos
não confirmam a hipótese que depressão, estresse e ansiedade estão
associados com periodontite, necessitando de mais pesquisas para
confirmar tal hipótese (SOLIS et al., 2004; TROMBELLI et al., 2005;
PERSSON et al., 2003).
A abordagem metodológica utilizada nesses estudos é muito
divergente, podendo ser a razão dos resultados conflitantes entre
alguns estudos. Tais métodos diferentes incluem o tipo de variável
psicossocial avaliada, o tipo de questionário utilizado, o tipo de DP
investigada e os parâmetros utilizados para avaliar o estado
periodontal (VETTORE et al., 2005).
A falta de uma associação concreta entre o estresse clinico e DP
pode ser explicado pelo modelo de estresse descrito por Lazarus e
Folkman (1984 apud VETTORE et al., 2003). Estresse não é a mesma
experiência para todos. Ele vai ser influenciado em quanto suporte
social o indivíduo recebe dos amigos e familiares. Mais importante que
a presença de agentes estressores é como o indivíduo lida com esses
agentes.
34
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UFSC/ODONTO. 109 BIBLIOTECA SETOPI A I
Sheiham e Nicolau (2005) afirmam que muitas das pesquisas
periodontais se concentram nas causas mais óbvias, como as
bactérias, e o fato de existir um padrão social associado à DP não
investigado.
Fatores comportamentais são influenciados por condições
sociais. Indivíduos em estado depressivo e com estresse emocional
respondem a essas circunstâncias adversas fumando mais,
consumindo álcool e comendo excessivamente e negligenciando a
higiene bucal. 0 comportamento e respostas as circunstâncias de vida
afetam o sistema imunológico, e, consequentemente, a saúde e
doença, o que facilitaria a colonização de bactérias
periodontopatogenicas. (FRIEDLANDER; MAHLER, 2001; SHEIHAM;
NICOLAU, 2005).
0 sistema imunológico é claramente um fator modificador para a
DP (TAKADA et al., 2004). 0 estresse crônico pode levar a efeitos
adversos no sistema imune, o que poderia reduzir a resistência do
hospedeiro a DP (GENCO et al., 1999). Corno o impacto do estresse
sobre o sistema imune está bem estabelecido, a possível influencia
sobre a DP inflamatória crônica parece provável. Entretanto, unia
associação direta entre o estresse e DP ainda precisa ser comprovada
(TAKADA et al., 2004).
De acordo com a revisão da literatura realizada, o estado
emocional de um indivíduo pode afetar sua resistência, modulando
1 5
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sua resposta imunológica e deixando-o mais susceptivel ao
desenvolvimento da DP. Portanto, a abordagem terapêutica deve ter
uma visão holistica do indivíduo, englobando os fatores locais,
sistêmicos e emocionais.
Servan-Schreiber (2004) afirma em seu livro que a medicação
antidepressiva e ansiolitica não cura os problemas emocionais no
sentido em que os antibióticos curam infecções. Assim, remédios,
mesmo os mais Citeis, estão longe de ser uma solução ideal para a
saúde emocional.
Segundo Goldstein (2000b), grande parte dos tratamentos não
convencionais foge da impessoalidade dos tratamentos convencionais
e tem uma visão holistica do indivíduo, tendo como enfoque tratar a
verdadeira causa da doença, podendo ser de extrema importância para
uma abordagem terapêutica complementar ao TPNC.
Qualquer decisão clinica é complexa, e essa decisão pode se
tornar ainda mais difícil na ausência de evidências cientificas
comprovadas. Quando existir uma evidência cientifica de que unia
pratica é perigosa ou ineficaz, a mesma deve ser rejeitada. 0 clinico
deve estar atento para minimizar os riscos e estar disposto a aceitar
responsabilidade profissional por prescrever, prover ou recomendar
um tratamento não convencional. Essas decisões requerem um
pensamento critico, investigação adequada e um praticante informado
e atualizado com as rápidas mudanças do conhecimento cientifico.
![Page 37: LIFSC/ODONTOLOGIA BiBLIOTECA sunouil.](https://reader034.fdocumentos.com/reader034/viewer/2022042614/6263d2d3649030477c2f92e5/html5/thumbnails/37.jpg)
Todos os dentistas praticantes da Odontologia não convencional
devem ter conhecimento da pratica padrão (GOLDSTEIN, 2000c).
Sao limitados os estudos sobre o uso de tratamentos não
convencionais na Odontologia, os mesmos podem ser incorporados na
prática dental em determinados pacientes com propósitos específicos
que irão beneficiar o paciente. Os clínicos devem usar somente
procedimentos terapêuticos que já foram comprovados cientificamente
como efetivos e que tenham mínimos riscos envolvidos. Como alguns
estudos clínicos demonstram que certos tratamentos são seguros e
efetivos, estes podem ser incorporados à pratica clinica (LITTLE, 2004).
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5 CONCLUSÃO
Através da revisão e da análise da literatura disponível pode-se
concluir que:
1) 0 estresse emocional, depressão, ansiedade podem ser
considerados importantes indicadores de risco para a DP.
2) Eventos negativos de vida causam urn impacto importante no
comportamento de um indivíduo, afetando sua saúde periodontal.
3) 0 estado emocional de um indivíduo pode afetar a sua resistência e
modular sua resposta imunológica, deixando-o mais susceptive l ao
desenvolvimento da DP.
4) Tratamentos não convencionais têm geralmente uma visão holistica
do indivíduo, podendo ser de extrema importância para uma
abordagem terapêutica complementar ao TPNC.
3S
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