Lili Machado Tii - perse.com.br · Mas eu nasci há muito tempo atrás, ... Um dia, forças ......

15
1 Lili Machado Tii A saga de uma alma imortal

Transcript of Lili Machado Tii - perse.com.br · Mas eu nasci há muito tempo atrás, ... Um dia, forças ......

1

Lili Machado

Tii A saga de uma alma imortal

2

Título original: Tii, a saga de uma alma imortal, 2012

© Copyright: Lilia Cristina Machado, 1998

Registro 160.551, Livro 266, fls. 182, MEC

ISBN livro impresso: 978-85-8196-114-9

ISBN e-book: 978-85-8196-115-6

Capa: Tii, Guilherme Sevens www.gsevens.net

Versão para o Inglês: Lili Machado

Tii, The tales of an immortal soul

© Copyright da tradução: Lilia Cristina Machado, 2012

Todos os direitos reservados.

Direitos exclusivos de propriedade literária

Proibida reprodução total ou parcial sem a prévia autorização da

autora

3

Ao meu marido, André Luiz Machado,

amor eterno de minha alma imortal, que me apoiou na decisão de escrever,

num momento muito crítico da minha vida.

4

SUMÁRIO

1 – A Origem do Homem na Terra 8

2 – LEMÚRIA – A Terra de Mú – 40.000 a.C

11

3 – ATLÂNTIDA – Os Mestres de Luz 35.000 a.C.

15

4 – CAPELA – Os Exilados – 26.000 a.C.

25

5 - EGITO – Os Elevados – 1450 a.C.

29

6 – INGLATERRA – Avalon, a Ilha de Vidro – 452 d.C.

47

7 – PERU - A Serpente Emplumada - 800 d.C.

72

8 - GRÉCIA – Uma Vida Cigana – 1400 d.C.

79

5

9 – HUNGRIA – A Condessa Sanguinária 1615 d.C.

88

10 – ESCÓCIA – Queimada na Fogueira 1630 d.C.

93

11 - HAITI - As Marcas da Bruxa - 1760 d.C.

98

12 - ESTADOS UNIDOS - A Conquista da Liberdade - 1870 d.C.

112

13 – BRASIL – A Nova Era – 1987 d.C.

130

14 – TERRA – A virada do milênio – 31/12/1999

193

15 – TERRA – Nada aconteceu – 1/1/2000

210

16 – TERRA – Zero Hora – 2/1/2000

213

17 – BRASIL – Rio de Janeiro – 2/1/2000

222

6

Este livro é uma mistura de ficção com fatos

históricos.

Ressalto que esses fatos históricos, não estão,

exatamente, na ordem cronológica correta, em

função de licença poética. Também, não há preocupação sobre a

existência ou não da Lemúria, Atlântida ou

Capela, por existirem obras especializadas, de

autores respeitáveis, que debatem o assunto

com autoridade e proficiência.

Este livro também não possui caráter

doutrinário de nenhuma religião: aqueles que

não julgarem aceitáveis os fatos narrados

devem levá-los para o campo da imaginação.

7

“Eu sou Tii.

Quer dizer, este é o meu nome verdadeiro, natural.

Meu nome depende do momento e do lugar onde vivi.

E eu já vivi tanto...

Estamos no ano de 1998, depois da vinda de Jesus

Cristo, como dizem os cristãos.

Mas eu nasci há muito tempo atrás, antes mesmo deste

Mestre vir ao mundo, antes até do homem como o

conhecemos, vir ao mundo.

Eu acho que nasci junto com o mundo...

Há muito tempo que venho pensando em contar a minha

estória. Toda a minha estória.

Venho já há algum tempo, escrevendo o que as mulheres

chamam de Diário. Eu o chamo de Livro das Sombras.

Afinal o que mais eu sou que não uma sombra da pessoa

em que estou vivendo?

E é esse Livro que resolvi trazer à luz e oferecer aos que

me cercam, neste momento da teia dos tempos, já que

não sei o que o futuro me reserva, agora que completei a

Roda do Karma, agora que terminei minha escalada na

Escada de Jacó, e passei a usar um corpo regido por

Aquário, terminando a Mandala Zodiacal.

Para poder começar a contar a minha estória, tenho que

contar um pouco da estória da Terra, do Homem, das

Raças, da Humanidade.

E para terminar de contá-la, vou até o outro extremo: o

nosso presente próximo, na virada do milênio, que, para

mim, representa uma volta à época dos meus milagres,

para a qual a humanidade deve estar preparada.

Um estímulo à construção de um novo mundo cujos

fundamentos sejam o amor e a solidariedade.

Tii

8

1 A Origem do Homem na terra

urante bilhões de anos, a pasta efervescente que formou o

exterior da Terra, começou a solidificar-se e o primeiro

elemento sólido rochoso que emergiu das lavas quentes e

gelatinosas, formou o primeiro continente do nosso planeta, a

Lemuria, ou como é também chamada, a Terra de Mú. Até essa

época, só havia na Terra, vida mineral, única capaz de resistir às

terríveis condições climáticas, ainda em formação.

As descargas elétricas despertaram comoções no

organismo planetário; e com o passar do tempo e a condensação

dos vapores, formaram-se a crosta, os oceanos e a cortina de

ozônio. A água tépida, combinada com a luz solar, foi o berço da

primeira vida organizada: o protoplasma - o germe dos primeiros

homens; e as convulsões internas estabeleceram os contornos

geográficos do globo, surgindo as grandes extensões de terra

firme.

A Lemúria, portanto, foi o cenário dessas profundas

transformações da vida mineral e das mutações geológicas. Aos

poucos, a vida mineral evoluiu para a vida vegetal, incubada nas

rochas e areias quentes.

Quando a separação definitiva das águas e terras se

completou, a vida vegetal iniciou sua transformação em vida

animal, e os primeiros crustáceos se seguiram pelos batráquios.

Nessa fase evolutiva do planeta, a vegetação luxuriante

deu as condições favoráveis aos animais de porte grande

surgirem e experimentarem as mais estranhas transições, sob as

influências do meio ambiente, face aos imperativos da lei de

seleção natural.

D

9

Segundo Darwin e sua teoria da evolução, os primeiros

antepassados do homem são algumas raças de antropóides

ascendentes dos símios que ainda existem no mundo.

Os antropóides das cavernas espalharam-se, aos grupos,

pela superfície do globo, ao longo dos séculos, formando as

raças humanas futuras.

O homem primitivo assemelhava-se a um animal, porém

demonstrava aptidão de colocar-se de pé, absorvendo pelo

chakra da coroa (alto da cabeça), as vibrações siderais, que o

transformaram no “homo sapiens sapiens” dos nossos dias.

Os séculos correram.

Um dia, forças espirituais superiores operaram uma

definitiva transição nesses corpos dos homens primitivos.

Surgiram, então, os primeiros selvagens aperfeiçoados,

embora ainda não tendo manifestado emoções nem demonstrado

inteligência.

Os humanos viviam por impulsos, instintos e intuições

animais, sem nutrir maiores pensamentos. Não faziam

perguntas, não especulavam, não questionavam, e não

precisavam de respostas. O mundo era feito do que eles podiam

ver, ouvir, cheirar, tocar e provar. Por esta razão, não eram

supersticiosos e nem haviam formado, ainda, conceitos

espirituais ou mágicos. O alimento era qualquer coisa que

pudessem encontrar sob a forma de caça primitiva,

permanecendo imutáveis, fisicamente, pelas próximas centenas

de milhares de anos.

As mulheres eram criaturas reverenciadas pelos homens

porque produziam bebês, sendo os machos, completamente

alheios à sua parte no processo de concepção. A união mãe e

filho era o único vínculo conhecido.

Um dia, a incontáveis anos-luz da Terra, surgiu uma

explosão cataclísmica de proporções estelares, que lançou

fragmentos cósmicos através do espaço. Um pedaço

incandescente de massa estelar navegou pelo mar sideral, noite

10

escura eterna adentro, enquanto se apressava rumo à destruição

inevitável num jovem e selvagem planeta.

Mastodontes e mamutes pararam de pastar e piscaram

por causa da faixa chamejante no céu, criando um rastro

incandescente enquanto ardia na atmosfera. Os hominídios que

andavam eretos, à procura de alimento na floresta primeva,

ficaram paralisados de medo e foram atirados ao chão, em

consequência da onda de choque causada pelo impacto do

meteorito.

A colisão derreteu a pedra e espalhou fragmentos como

chuva. A poeira de estrelas se liquefez e fundiu-se com

elementos da Terra, como o quartzo na mão de um alquimista.

Nascidos da força e violência, lisos e ovóides após milênios

sendo curtidos e polidos pela água, vento e areia, os fragmentos

do meteorito reluziam com um profundo brilho violeta.

Milênios passaram-se, depois mais outros, enquanto as

pedras que, um dia, seriam batizadas com o nome de ametistas, e

reverenciadas como místicas e mágicas, esperavam por aquelas

que seriam suas companheiras eternas. Entre elas, eu, Tii.

11

2 LEMÚRIA

A Terra de Mú – 40.000 a.C. ser humano progrediu nas terras lemurianas, para onde

haviam se dirigido as populações de hominídeos,

permanecendo por milhares de anos, povoando lugares,

mudando-se, sempre em busca de novas fontes de comida e

territórios virgens. Com eles ia a pedra violeta, passada de uma

geração a outra.

À medida que os milênios passavam, seus descendentes

desbravaram os novos territórios, aprendendo a construir

abrigos, criando meios de se comunicar, desenvolvendo

ferramentas e armas.

Os humanos evoluíram de coletores para predadores. O

pensamento nasceu, e com ele, a magia.

Foi, então, que eu nasci. Eu sabia que meu nome era Tii, pois esse era o som com o qual meus companheiros me

chamavam.

- Tii, Tii, Tii! Naquela época, os nomes nada

mais eram que artifícios de comunicação – um meio de capacitar

os membros da tribo a falar um para o outro.

Eu era regida pelo signo de Peixes, o que me concedeu

intensa sensibilidade mediúnica e grande capacidade psíquica.

De temperamento emotivo e sensível, lúcida e desenvolvida

inteligência, excepcionais inclinações artísticas e irresistível

atração pelos mistérios ocultos, desenvolvi meus dons de

clarividência, clariaudiência e intuição. Foi assim que iniciei a

jornada pela Mandala Zodiacal, girando a Roda do Carma, pelas

várias vidas que compartilhei.

O

12

Mú tornou-se um paraíso tropical e nós acreditávamos

que o sol de cada um de nós era localizado no nosso “terceiro

olho”, o olho invisível que vivia sintonizado em nossas visões

interiores, apesar de nossa essência espiritual ser, ainda, muito

instintiva. As mulheres do nosso povo passavam a usar, nessa

parte do corpo, uma ametista incrustada, quando completavam

15 anos; e desenvolviam completamente suas habilidades extra-

sensoriais. A ametista era o símbolo do poder feminino.

Livres de doenças, vivíamos mais de cem anos, e por

causa de mais de 40.000 anos de prática e experimentação, nós

éramos mestres em telepatia, viagem extra-corpórea, telecinesia

e teletransporte, e sabíamos conversar com os animais. Nossos

olhos eram enormes, o que favorecia a visão periférica.

Éramos uma sociedade matriarcal, vegetariana, voltada

para a agricultura, e a vida ao ar livre, que trabalhava em

harmonia com a natureza, usando pouca ou nenhuma tecnologia.

Usávamos as ondas da energia solar e a energia dos cristais de

quartzo em nosso dia-a-dia e em nossos rituais.

Amuletos cobriam nossos corpos, não para

ornamentação, mas para magia ritualística, já que os orifícios

corporais, como as narinas e orelhas, deviam ser guardados

contra a invasão de espíritos malignos.

Por falar em ritual, me lembro do dia de meu

acasalamento com um macho de nossa tribo. Este tinha sido

escolhido por presságios, na interpretação dos sonhos. Os

sábios, mais velhos, nos tiraram tudo o que possuíamos: nossas

roupas, comida, casas e ferramentas. Fomos mandados para as

florestas por um ciclo completo da Lua (28 dias). Durante esse

tempo, tivemos que construir nosso abrigo, fazer nossas próprias

roupas, cultivar e cozinhar nossa comida, com instrumentos por

nós fabricados, e tudo isso sem queixas ou brigas entre nós.

Somente quando o prazo terminou e passamos no teste, é que

pudemos nos casar e nos foram devolvidas todas as nossas

coisas.

13

Durante milhares de anos, esse continente cumpriu sua

tarefa, completando o ciclo evolutivo do homem, promovendo o

desenvolvimento do nosso intelecto, já embrionariamente

existente.

A princípio, nós possuíamos corpos físicos, posto que

pouco consistentes e muito fluídicos. Entretanto, com o

desenvolvimento das percepções extra-sensoriais, preferíamos

permanecer quase que o tempo todo em estado latente,

meditativo, fora do corpo, sem nunca termos, com isso,

completado nossa tarefa primordial que era a de desenvolver

totalmente o corpo orgânico. Falhamos, portanto, na importante

tarefa de nos tornarmos seres humanos perfeitamente

desenvolvidos no mundo físico.

A clarividência era um dos nossos dons mais ativos. E a

ametista nos facilitava ver as várias espécies de criaturas

elementais, devas e espíritos da natureza, que viviam ao nosso

redor.

Os duendes, por exemplo, eram pequenos anões, ligados

ao elemento terra e que geralmente conseguiam controlar

imprevistos da natureza. Adoravam comer e fazer brincadeiras,

tais como esconder objetos. Alguns possuíam orelhas grandes e

pontudas e grande quantidade de pelos no corpo. Quando

confiavam nos homens, se tornavam fiéis e grandes protetores.

Os gnomos eram os guardiões dos minerais, com capacidade de

lidar com cristais energéticos e contando estórias de locais

cheios de ouro, ao final do arco-íris. Alcançavam, no máximo, 1

metro de altura e possuíam grandes narizes redondos, olhos

aguçados e longos cabelos, que chegavam, facilmente, a se

arrastar no chão quando não eram cortados. Possuíam pele

cinza, e cabelos violetas, azul, vermelho, até mesmo brancos. As

ondinas eram os elementais da água, os silfos eram elementais

do ar e as salamandras, elementais do fogo. As fadas eram

pequenas e ágeis e irradiavam um brilho luminoso. Por serem

leves e sutis eram capazes de realizar trabalhos minuciosos.

14

Voavam com graciosidade e beleza pelas florestas e rios,

trazendo consigo a magia e enchendo nosso mundo de sonhos.

Voltando à minha vida como Tii, nosso poder de ver

no tempo futuro, nos ajudou muito em nosso mais importante

confronto. Sabedores de nosso destino, tentamos modificar a

linha dos acontecimentos, mas isso só fez adiar o problema. O

fato em si não se alterou.

Os sábios e profetas de Mú, com a ajuda de nossas

mulheres clarividentes, começaram a se conscientizar de que

alguma coisa tinha que ser feita. A Terra ia passar por um

momento dramático, um cataclisma, uma inundação. Era muito

importante que todo o nosso conhecimento fosse preservado.

Começaram a desenhar, nas paredes das cavernas, mapas

detalhados de todos os túneis subterrâneos que existiam no

planeta, e planejaram fazer nosso povo descer a esses túneis

quando fosse a hora certa, o que aconteceu aproximadamente

um ano antes da Grande Inundação. Então, por 2.000 anos, nós

nos preparamos para o tal acontecimento. Passamos nossos

conhecimentos para todos os que podiam recebê-los, de forma

que dificilmente fossem esquecidos.

Estima-se que 64 milhões de almas tenham perecido

quanto o continente afundou. As ilhas do Pacífico são os

vestígios dessa terra perdida. Os sobreviventes, e entre eles, eu,

Tii, quando as águas baixaram, voltaram à superfície e

encontraram nossas terras divididas em várias partes.

Voltamos a nos organizar e a colonizar os novos

continentes. Éramos seres fortes, de estatura elevada. O cabelo

era longo e emaranhado. Pequenas tatuagens pontuavam braços

e pernas. E passávamos nossos registros sagrados por tradição

oral.

15

3 ATLÂNTIDA

Os Mestres de Luz – 35.000 a.C. hegaram, então, à Terra, os povos da Raça Azul, com

corpos etéricos, fluídicos, que já vinham estudando a

Lemúria, com mentes não corpóreas, que podiam se

projetar no mundo material e que começaram a interagir com os

corpos do nosso povo Lemuriano.

Comunicavam-se por imagens, através das mentes. A

linguagem escrita e falada só apareceu depois, quando

necessária.

Suas mentes andróginas se dividiram em duas

consciências (feminina e masculina), de acordo com os corpos

dos lemurianos em quem se projetavam.

Com o tempo, eles se tornaram viciados nos prazeres da

vida e do sexo, movendo-se de um corpo para outro.

Eles progrediram nessa simbiose evolutiva e procriaram.

Mas, à medida que isso acontecia, suas habilidades telepáticas

foram diminuindo e sua memória natal se desvanecendo.

Para isso, passaram-se milhares de anos.

Eles gostaram da forma daquelas criaturas que

encontraram e foram se esquecendo de suas origens,

mergulhados na sensualidade proporcionada pelos corpos

físicos.

Os primeiros Atlantes eram muito grandes, daí o mito

dos Titãs, gigantes mitológicos. Enormes olhos cinzentos, pele

clara e feições delicadas, dedos compridos e esguios, cabelos

quase incolores, flutuando como seda leve; estranhos e bizarros,

mas impressionantemente belos.

Alguns viviam centenas de anos no mesmo corpo, mas

acabaram descobrindo sua fragilidade, e a morte.

C